material do professor - noções de d. administrativo - fabricio bolzan - aulas 05 e 06

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Material 05 Noções de Direito Administrativo Profº Fabrício Bolzan Curso: Avançado Nível Médio www. lfg .com.br/ www. cursoparaconcursos .lfg.com.br Material Aulas 6 - extraído do livro “Coleção Concursos Públicos Nível Médio e Superior” Editora Saraiva – Autoria Fabrício Bolzan CONTRATOS ADMINISTRATIVOS A Lei 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos) definiu contrato como todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada (art. 2º). . Características do Contrato Administrativo 1ª) Finalidade Pública na atuação administrativa: a Administração Pública sempre buscará a tutela e a satisfação do interesse público. 2ª) Atuação da Administração como Poder Público: Administração num posto de supremacia em relação ao particular contratado. 3ª) Formalidades legais: em regra os contratos administrativos são formais e escritos. 4ª) Natureza de contrato de adesão: as cláusulas são elaboradas exclusivamente pela Administração 5ª) Pessoalidade (intuitu personae): a execução do contrato em regra com aquele que venceu o procedimento licitatório. 6ª) Cláusulas exorbitantes: seriam consideradas ilícitas nos contratos firmados entre particulares. a) Exigência de garantia: a Administração poderá exigir garantia como forma de assegurar o cumprimento do que foi pactuado. b) Alteração unilateral do contrato pela Administração Pública: trata-se de cláusula exorbitante que ocorrerá com o objetivo de adequar o contrato às finalidades de interesse público (art. 58, inciso I, lei 8.666/93). c) Rescisão unilateral do contrato pela Administração Pública: a Administração Pública, na busca de sua finalidade pode promover a rescisão unilateral do contrato pela Administração, sem precisar da autorização do Poder Judiciário, nem da manifestação de vontade do contratado (art. 58, Inciso II). d) Poder de fiscalização da Administração Pública: a Lei n. 8.666/93 estabelece como prerrogativa da Administração o poder-dever de fiscalizar a execução do contrato administrativo (art.58, inciso III). e) Ocupação provisória do objeto do contrato pela Administração Pública: a Administração poderá se ocupar provisoriamente dos bens móveis e imóveis, pessoal e inclusive serviços vinculados ao objeto contratado. 1

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Material 05Noções de Direito Administrativo

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Material Aulas 6 - extraído do livro “Coleção Concursos Públicos Nível Médio e Superior” Editora Saraiva – Autoria Fabrício Bolzan

CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A Lei 8.666/93 (Lei de Licitações e Contratos Administrativos) definiu contrato como todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada (art. 2º)..

Características do Contrato Administrativo

1ª) Finalidade Pública na atuação administrativa: a Administração Pública sempre buscará a tutela e a satisfação do interesse público.

2ª) Atuação da Administração como Poder Público: Administração num posto de supremacia em relação ao particular contratado.

3ª) Formalidades legais: em regra os contratos administrativos são formais e escritos.

4ª) Natureza de contrato de adesão: as cláusulas são elaboradas exclusivamente pela Administração

5ª) Pessoalidade (intuitu personae): a execução do contrato em regra com aquele que venceu o procedimento licitatório.

6ª) Cláusulas exorbitantes: seriam consideradas ilícitas nos contratos firmados entre particulares.

a) Exigência de garantia: a Administração poderá exigir garantia como forma de assegurar o cumprimento do que foi pactuado.

b) Alteração unilateral do contrato pela Administração Pública: trata-se de cláusula exorbitante que ocorrerá com o objetivo de adequar o contrato às finalidades de interesse público (art. 58, inciso I, lei 8.666/93).

c) Rescisão unilateral do contrato pela Administração Pública: a Administração Pública, na busca de sua finalidade pode promover a rescisão unilateral do contrato pela Administração, sem precisar da autorização do Poder Judiciário, nem da manifestação de vontade do contratado (art. 58, Inciso II).

d) Poder de fiscalização da Administração Pública: a Lei n. 8.666/93 estabelece como prerrogativa da Administração o poder-dever de fiscalizar a execução do contrato administrativo (art.58, inciso III).

e) Ocupação provisória do objeto do contrato pela Administração Pública: a Administração poderá se ocupar provisoriamente dos bens móveis e imóveis, pessoal e inclusive serviços vinculados ao objeto contratado.

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f) Restrição à oposição da exceção do contrato não cumprido: o contratado só poderá suspender a execução do contrato quando a Administração atrasar em mais de 90 dias o pagamento devido, seja em razão de obras, serviços ou fornecimentos, já recebidos ou executados. (art. 78, inciso XV).

g) Aplicação direta das penalidades pela Administração: a Administração pode punir o contratado sem precisar recorrer ao Poder Judiciário, desde que conferida a oportunidade ao contraditório e à ampla defesa (art. 58, Inciso IV).

Extinção do Contrato Administrativo

a) Encerramento do prazo de duração do contrato (Ex: extinção do contrato de prestação de serviço de limpeza que foi firmado pelo prazo de um ano) ou conclusão do objeto (Ex: fim da construção de um viaduto).

b) Rescisão do contrato: consiste no fim do vínculo obrigacional existente entre as partes, durante a execução do contrato, em razão da inexecução total ou parcial do que foi pactuado.

c) Anulação do contrato: decorre da constatação de alguma ilegalidade e pode ser declarada pela própria Administração Pública (de ofício ou mediante provocação) ou pelo Poder Judiciário (somente quando provocado).

Inexecução do Contrato Administrativo

• Com culpa em sentido amplo (abrange o dolo - intenção, e a culpa em sentido estrito – negligência, imprudência ou imperícia).

• Sem culpa: em razão da ocorrência de fato superveniente que justifique o inadimplemento e exima de responsabilidade a parte inadimplente.

Hipóteses de inexecução sem culpa:1º) Teoria da Imprevisão: Ex. crise econômica.

2º) Caso Fortuito e Força Maior: Ex. um terremoto.

3º) Fato do Príncipe: Ex. aumento do imposto.

4º) Fato da Administração: Ex. A Administração contrata uma empresa para ampliar as linhas do metrô. Imprescindível para tanto que determinada área seja desapropriada, mas a Administração não realiza essa desapropriação.

5º) Interferências Imprevistas: Ex. A Administração acredita que um determinado terreno onde se realizaria uma obra era rochoso, quando na verdade era arenoso, razão pela qual a obra foi obstada.

Prazo de Duração do Contrato

Lei nº 8.666/93 - Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

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I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

(...)

§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Podemos definir a responsabilidade extracontratual do Estado como sendo a obrigação de reparação econômica dos danos causados aos administrados, em razão de uma ação ou omissão, lícita ou ilícita, praticada por um agente público, no exercício de suas atribuições.

Evolução Histórica

fase da irresponsabilidade estatal, (the king can do no wrong).

segundo momento o Estado passa a responder, mas de forma subjetiva, isto é, mediante a comprovação de dolo ou culpa na atuação de seus agentes.

responsabilidade objetiva do Estado, que independe da comprovação de dolo ou culpa, bastando demonstrar que os danos foram causados por uma conduta da Administração Pública.

A teoria que fundamenta a responsabilidade objetiva é a Teoria do Risco Duas as modalidades da Teoria do Risco:1ª) Teoria do Risco Integral: não admite causas excludentes de responsabilidade.

2ª) Teoria do Risco Administrativo: admite causas excludentes de responsabilidade.

Previsão Constitucional

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As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa (Art. 37, § 6º).

Se o Estado foi compelido a pagar uma indenização, poderá exigir esse valor do agente público causador dos danos, desde que este tenha agido com dolo ou culpa.

Responsabilidade Objetiva e Subjetiva do Estado.

Diante de uma omissão do Estado a responsabilidade deixa de ser objetiva e passa a ser subjetiva, ou seja, o particular lesado deverá demonstrar o dolo ou a culpa da Administração, em qualquer de suas modalidades: negligência, imprudência e imperícia. Ex: fortes chuvas causaram enchentes e um particular teve sua casa alagada.

Prazo prescricional da ação de indenização.

A ação de reparação de danos para se obter indenização do Estado em razão de danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público ou agentes de pessoas jurídicas de direito privado que prestem serviço público deverá ser proposta dentro do prazo de 05 anos, contado a partir do fato danoso. Essa é a previsão do artigo 1o do Decreto nº 20.910/32, bem como do artigo 1o C da Lei º 9.494/97, com redação dada pela Medida Provisória nº 2.180-35/2001.

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