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Analista Material Complementar Direito Administrativo Prof. Luís Gustavo

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Direito Administrativo

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Aula XX

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Direito Administrativo

SERVIÇOS PÚBLICOS

Serviços Públicos (Lei nº 8.987/95)

1. BASE CONSTITUCIONAL E REGULAMENTAÇÃO LEGAL:

a) Previsão Constitucional: CF, art. 175

Atribui ao Poder Público a titularidade na prestação de serviços públicos, direta ou indireta-mente, sempre por meio de procedimento licitatório prévio.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I – o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II – os direitos dos usuários;

III – política tarifária;

IV – a obrigação de manter serviço adequado.

b) Regulamentação: Lei nº 8987/95 e alterações posteriores, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências. Estabelece normas gerais sobre concessão e permissão de serviços públicos aplicáveis à União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2. CONCEITO:

O Estado possui funções de natureza administrativa, judicial e legislativo. Entre as funções tidas como administrativa, prestadas, predominantemente, pelo Poder Executivo, destaca-se a pres-tação de serviços públicos.

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Não há que se confundir a prestação de serviços públicos e o exercício do poder de polícia. As duas atividades, prestadas pelo Poder Público, compõem desdobramentos da função adminis-trativa do Estado.

Devido à dificuldade na conceituação de tal instituto, abaixo, utilizaremos elementos usados pela doutrina majoritária na formação de tal definição:

a) Conceito Orgânico (subjetivo) – considera serviço público aquele que é prestado pelo Esta-do (órgãos, agentes e entidades).

b) Conceito Material (objetivo) – atividades destinadas ao atendimento da coletividade em geral, sob a titularidade do Poder Público. São atividades cujo objetivo é a satisfação do interesse coletivo (Corrente Essencialista)

c) Conceito Formal – atividades desempenhadas sob regime de Direito Público, exorbitan-do o Direito Comum. Serão públicos os serviços determinados pelo ordenamento jurídico (Constituição e leis). É a corrente adotada no Brasil (corrente formalista).

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, serviço público é “atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível preponderantemente pelos administrados, prestada pela Administração Pública ou por quem lhe faça às vezes, sob um regime de Direito Público, instituído em favor de interesses definidos como próprios pelo ordenamento jurídico”.

Para Hely Lopes Meirelles, “é todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controle estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniências do Estado”.

Por fim, percebemos que a prestação de serviços públicos pode atender às necessidades dos administrados diretamente (ex.: serviços de energia elétrica ou de telefonia) ou indiretamente (ex.: segurança pública e transporte coletivo).

3. COMPETÊNCIA:

A competência na prestação de serviços públicos foi partilhada pela nossa Carta Magna, levando-se em consideração a predominância de interesses. Assim, caberá a União a prestação de serviços de interesse, predominantemente, nacional, destinando aos Estados e aos Municípios os de interesse regional e local, respectivamente.

Para os Estados, as questões de interesse regional são atribuídas de forma residual, pois a eles foram atribuídas as competências que não foram vedadas pelo Texto Constitucional.

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Cabe, ainda, aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Situação relevante é a do Distrito Federal, que, por não poder ser dividido em Municípios, dará conta das questões de interesse regional (serviços de competência dos Estados) e das de interesse local (serviços de competência dos Municípios).

Assim, tem-se:

Competência da União → art. 21 (privativos) e art. 23 (comuns)

Competência dos Estados → art. 23 (comuns) e art. 25, §§ 1º e 2º

Competência do Município → art. 23 e art. 30

Exemplo interessante foi adotado por Cláudio Brandão:

“O transporte coletivo serve como exemplo do critério adotado. Se o transporte coletivo é feito de um Estado para outro, a competência é da União, se o transporte é feito de um Município para outro, dentro do mesmo Estado é competência estadual, se o transporte é feito nos limites de um Município a competência é municipal”.

4. FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO:

FORMAS DE PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS:

a) Serviço Centralizado – é aquele prestado diretamente por meio dos órgãos e agentes da Administração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), em seu nome e sob sua exclusiva responsabilidade.

b) Serviço Descentralizado – é aquele em que há outorga ou delegação na prestação do serviço.

No primeiro caso, quando estado cria ou autoriza a criação de uma entidade e, por lei, trans-fere a ela a titularidade do serviço público, normalmente por prazo indeterminado, ocorrerá a outorga. É o caso das entidades da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas).

Já na delegação, o Estado transfere a execução do serviço, mediante contrato (concessão e per-missão) ou ato (autorização), por prazo determinado.

Repare que, no caso da outorga, há a transferência da titularidade do serviço e, no caso da de-legação, só se transfere a execução do serviço.

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RESUMO:

SERVIÇO CENTRALIZADO – Administração Direta (U/E/DF/M)

MEIOS DE EXECUÇÃO

a) Execução direta: é a realizada pelos próprios meios da pessoa responsável pela sua presta-ção ao público. Considera-se execução direta sempre que o encarregado do oferecimento do serviço ao público o realiza pessoalmente, por seus órgãos ou por seus prepostos (não por terceiros contratados).

b) Execução indireta: é a que o responsável comete a terceiros (por contratação, e não por delegação) para realizá-lo nas condições regulamentares. Serviço próprio ou recebido por delegação, quando feito por terceiros, caracteriza a execução indireta.

5. CLASSIFICAÇÃO

Os serviços públicos podem ser classificados segundo:

5.1 sua possibilidade de delegação: serviços delegáveis e serviços indelegáveis.

5.2 sua adequação: serviços próprios e serviços impróprios do Estado.

5.3 sua finalidade: serviços administrativos e serviços industriais.

5.4 os destinatários do serviço: serviços uti universi (gerais) e serviços uti singuli (individu-ais).

5.1 Quanto à possibilidade de delegação:

Serviços Delegáveis: são aqueles que podem ser prestados diretamente pelo Estado, por meio da Administração Direta ou Indireta, ou de delegação de serviço público (concessão, permissão ou autorização).

Serviços Indelegáveis: são aqueles que só podem ser prestados pelo Estado, por meio da Administração Direta ou de pessoa jurídica de direito público integrante da Administração Indireta, tendo em vista que é fundamental a utilização de poder de império para a sua prestação.

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5.2 Quanto à sua adequação:

Obs.: Há grande divergência doutrinária quanto a essa classificação!

Serviços Próprios do Estado: são os que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, saúde pública, etc.) e para a execução dos quais a Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por sua essencialidade, geralmente são gratuitos ou de baixa remuneração.

Serviços Impróprios do Estado: são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns de seus membros. São atividades de natureza social executadas por particulares sem delegação, por regime jurídico de direito privado.

5.3 Quanto à sua finalidade:

Serviços Administrativos: atende as necessidades internas ou prepara serviços que serão pres-tados ao público (atividade-meio)

Serviços Sociais: aqueles que correspondem aos direitos sociais elencados na CF, art. 6º e que devem obrigatoriamente ser oferecidos pelo Estado. Também podem ser oferecidos por parti-culares, mas, obviamente, não serão classificados como serviços públicos.

Serviços Industriais: produzem renda para quem os presta, mediante remuneração da utilida-de usada ou consumida (tarifa). Pode ser realizado pelo Poder Público ou por concessionários, permissionários ou autorizatários, e a tarifa (ou preço público) é sempre fixada pelo Poder Pú-blico.

5.4 Quanto aos destinatários:

Serviços Gerais: são prestados sem ter usuários determinados, para atender à coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública. São indivisíveis, devendo ser mantidos por imposto (tributo geral). Ex: polícia, calçamento, etc.

Serviços Individuais: possuem usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, devendo ser remunerados por taxa (tributo) ou tarifa (preço público). Ex.: telefone, água, energia.

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6. REQUISITOS

Lei nº 8987/95:

Art. 6º, § 1º Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, conti-nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Segundo o art. 6º, §1º, da Lei nº 8.987/95, podemos conceituar serviço público adequado como aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade (permanência), eficiência, se-gurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-gência ou após prévio aviso, quando motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações, ou ainda por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletivi-dade.

7. DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS USUÁRIOS:

Lei nº 8.987/95

Art. 7º Sem prejuízo do disposto na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direi-tos e obrigações dos usuários:

I – receber serviço adequado;

II – receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de interesses individuais ou coletivos;

III – obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do poder concedente.

IV – levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado;

V – comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela conces-sionária na prestação do serviço;

VI – contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.

Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos Es-tados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, den-tro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.

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8. OBRIGAÇÕES DAS CONCESSIONÁRIAS:

Lei nº 8.987/95:

Art. 31. Incumbe à concessionária:

I – prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas apli-cáveis e no contrato;

II – manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão;

III – prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos definidos no contrato;

IV – cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão;

V – permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis;

VI – promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, conforme previsto no edital e no contrato;

VII – zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-los adequadamente;

VIII – captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do ser-viço.

Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessio-nária serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhis-ta, não se estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela con-cessionária e o poder concedente.

9. SERVIÇOS DELEGADOS A PARTICULARES: CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO

Entende-se por delegação a transferência do exercício das atividades públicas para os particula-res. Nela, a transferência se dá para uma pessoa física ou jurídica privada, que exerce a ativida-de por sua conta e risco, mas em nome do Estado.

As formas em que a delegação se materializa são a concessão, a permissão e a autorização

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• Concessão

Serviços concedidos são aqueles que o particular executa em seu nome, por sua conta e risco, remunerados por tarifa, na forma regulamentar, mediante delegação do Poder Público conce-dente. Serviço concedido é serviço do Poder Público, apenas executado por particular em razão da concessão.

Assim, concessão de serviço público é o contrato por meio do qual a Administração Pública delega a alguém a execução de determinado serviço ou atividade pública e este aceita prestá--la, por sua conta e risco, em nome da própria administração, sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Poder Público.

A remuneração é dada pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço, sendo ga-rantida a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. O interesse é predominantemente público.

Pelo art. 2º, II, da Lei nº 8.987/95, considera-se concessão de serviço público “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco, por prazo determinado”. Verificamos, assim, não ser possível a utilização do instituto da concessão para delegação de serviços públicos a pessoas físicas.

Resumidamente:

• Há uma modalidade de concessão que deve ser precedida da execução de obra pública;

• A concessão só é possível a uma pessoa jurídica ou consórcio de empresas, não cabendo a pessoa física;

• Deverá haver licitação prévia, na modalidade de concorrência;

• Há prazo determinado.

A Lei nº 8.987/95 estatui regras próprias de licitação para concessão e permissão de serviços públicos, aplicando-se supletivamente as regras da Lei nº 8.666/93.

As duas passagens mais importantes da Lei nº 8.987/95, no que tange à licitação, estabelecem critérios próprios para o julgamento das propostas (art. 15) e permitem a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento (assemelhando-se ao pregão – art. 18-A, acrescentado pela Lei nº 11.196/05).

Formas de Extinção da Concessão

a) advento do termo contratual – pelo término do prazo contratual; dar-se-á com a indeniza-ção das parcelas dos investimentos relacionados aos bens reversíveis, ainda não amortiza-dos ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido (art. 36);

b) encampação (ou resgate) – retomada coativa do serviço, por interesse público superve-niente. Necessita de lei autorizativa específica e pagamento de indenização prévia (art. 37);

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c) caducidade – pelo descumprimento total ou parcial do contrato por parte do contratado; a declaração da caducidade se dará por meio de decreto, independentemente de indeniza-ção prévia e após processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa (art. 38).

d) rescisão – pela inexecução total ou parcial do contrato por parte do poder concedente; ocor-rerá por iniciativa da concessionária, mediante ação judicial, sendo que os serviços não pode-rão ser interrompidos ou paralisados até a decisão judicial transitada em julgado (art. 39);

e) anulação – pela ilegalidade da licitação ou do contrato;

f) falência ou extinção da empresa concessionária ou falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual.

Extinta a concessão, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis, os direitos e os privilégios transferidos ao concessionário, devendo ainda haver a imediata assunção do serviço pelo poder concedente, o que autoriza a ocupação das instalações e a utilização de todos os bens reversíveis.

• Permissão

Serviços permitidos são aqueles em que a Administração estabelece os requisitos para sua prestação ao público e, por contrato de adesão, transfere sua execução aos particulares que demonstrarem capacidade para seu desempenho, mediante procedimento licitatório prévio.

A permissão é, em princípio, discricionária e precária (revogável unilateralmente), mas admite condições e prazos para exploração do serviço, a fim de garantir rentabilidade e assegurar a recuperação do investimento do permissionário visando atrair a iniciativa privada. Assim, podemos dizer que a revogabilidade e a precariedade são atributos da permissão. O interesse é concorrente do particular e da Administração.

Pela Lei nº 8.987/95, considera-se permissão de serviço público “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”. Ex.: transportes coletivos.

• Autorização

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, há três modalidades distintas de autorização, previstas em nosso ordenamento jurídico:

a) Autorização mediante a qual a Administração faculta ao particular determinada atividade de seu interesse, sem a qual seria ilegal. Ex.: autorização de porte de arma.

b) Autorização de uso de bem público, que faculta ao particular a utilização de um bem de propriedade estatal. Ex.: autorização para funcionamento de uma banca de jornal em de-terminada rua.

c) Autorização de serviço público, na forma definida pela Lei nº 8.987/95.

Segundo Hely Lopes Meireles, “serviços autorizados são aqueles que o Poder Público, por ato unilateral, precário e discricionário, consente na sua execução por particular para atender a in-teresses coletivos instáveis ou emergências transitórias”.

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A doutrina admite que é a única forma de delegação de serviços públicos que não necessita de licitação prévia e que não depende da celebração de contrato. Destina-se a serviços que não exigem execução pela própria Administração, nem exigem grande especialização, como no caso de serviços de táxi, de despachantes, segurança particular, etc.

A autorização não está prevista no art. 175 da Constituição Federal, nem a Lei nº 8.987/95 contempla tal modalidade de delegação. No entanto, há previsão em outras passagens do texto constitucional, como no art. 21, XI e XII e no art. 223.

10. CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS

a) Convênios Administrativos: são acordos firmados por entidades públicas de qualquer es-pécie, ou entre essas e organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos partícipes. É acordo, mas não é contrato, possuindo ampla liberdade de ingres-so e retirada dos partícipes.

b) Consórcios Administrativos: são acordos firmados entre entidades estatais, autárquicas, fundacionais ou paraestatais, sempre de mesma espécie, para realização de objetivos de interesse comum. O que o caracteriza é que ele só é feito entre entidades da mesma es-pécie, diferentemente do convênio, que é celebrado entre pessoas jurídicas de espécies diferentes.

11. PARCERIA PÚBLICO PRIVADA – PPP

Trata-se de uma nova forma de delegação de serviço público criada pela Lei nº 11.079/04. A diferença entre ela e as demais formas de delegação tradicionais está no fato de que sempre haverá uma retribuição financeira por parte da Administração Pública. Nas demais formas de delegação, regidas pela Lei nº 8.987/95, o delegatário é remunerado diretamente por tarifa paga por usuários.

Em virtude do grande risco no investimento ou de seu alto custo, nessa nova forma de delega-ção, o ente federativo torna-se parceiro da empresa privada na prestação do serviço público. Assim, na PPP há uma repartição dos riscos, enquanto que, nas demais formas de delegação, o delegatário presta o serviço por sua conta e risco.

A definição legal do instituto da parceria público-privada consta no art. 2º da Lei Federal nº 11.079/2004: “é o contrato administrativo de concessão na modalidade patrocinada ou admi-nistrativa”. No mesmo dispositivo, ainda constam os conceitos de concessões patrocinadas e administrativas.

Nas palavras de Marçal Justen Filho, “parceria público-privada é um contrato organizacional, de longo prazo de duração, por meio do qual se atribui a um sujeito privado o dever de executar obra pública e (ou) prestar serviço público, com ou sem direito à remuneração, por meio da exploração da infra-estrutura, mas mediante uma garantia especial e reforçada prestada pelo Poder Público, utilizável para a obtenção de recursos no mercado financeiro”.

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A lei estabelece ainda que não constitui parceria público-privada a concessão comum, assim entendida a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando não envolver contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Sendo assim, quando ausentes os demais requisitos elencados na lei es-pecífica das parcerias e a remuneração por parte da Administração Pública limitar-se à contra-prestação não pecuniária ou alternativa, caracterizar-se-á a concessão comum.

Ressaltamos que a Lei nº 11.079/04 estabelece normas gerais de licitações e contratos relacio-nados com as PPPs, ou seja, é uma lei geral e de observância obrigatória por parte da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Nos termos do art. 2º, da Lei nº 11.079/04, as PPPs podem ser celebradas sob duas modalida-des: a concessão patrocinada ou a concessão administrativa, conforme a retribuição financeira oferecida pelo Poder Público parceiro.

a) Concessão patrocinada:

§ 1º “Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado”.

Na parceria público-privada patrocinada, o serviço é prestado diretamente ao público, com cobrança tarifária que, complementada por contraprestação pecuniária do ente público, compõe a receita do parceiro privado. Quando mais de 70% da remuneração do parceiro privado for paga pela Administração, deverá haver autorização legislativa.

b) Concessão administrativa:

§ 2º “Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens”.

Nessa situação, há uma concessão de serviço público em que a remuneração é feita totalmente pelo ente federado, não havendo cobrança de tarifas dos usuários.

Pela leitura atenta do dispositivo, percebe-se que há dois tipos de concessões administrativas:

A concessão administrativa de serviços públicos, em que a Administração Pública é usuária in-direta, tem por objeto os serviços públicos a que se refere o art. 175 da Constituição Federal. A concessão administrativa de serviços ao Estado visa a prestar serviços ou fornecer utilidades diretamente à Administração. Em ambas as modalidades de concessão administrativa, o Poder Público assume o ônus relativo ao pagamento do serviço prestado.

A Lei nº 11.079/04, a fim de assegurar a participação da iniciativa privada na prestação de ser-viços públicos, mediante as PPPs, trouxe diversas regras, tendo em vista os grandes investi-mentos e o alto risco dos particulares. Entre elas, destacam-se: penalidades impostas, em caso de inadimplência, ao parceiro privado e ao parceiro público; repartição dos riscos financeiros; estipulação de garantias a serem prestadas por ambas as partes.

Também são estipuladas regras específicas à licitação prévia às PPPs. A concorrência poderá ser feita por propostas escritas e lances verbais, bem como poderá haver a inversão das fases de habilitação e julgamento, tal como no pregão. Além disso, o edital poderá restringir a apresen-

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tação de lances em viva voz aos licitantes cuja proposta escrita for, no máximo, 20% maior que o valor da melhor proposta.

É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:

I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou

III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Por fim, destacamos que a Lei nº 11.079/04 determina que deverá ser constituída uma socieda-de de propósito específico para o objeto da concessão, incumbida de implantar e gerir o objeto da pareceria, na qual a Administração não poderá, como regra, possuir a maioria do capital votante.

Essa sociedade poderá assumir a forma de companhia aberta, com valores mobiliários admiti-dos à negociação no mercado, devendo obedecer a padrões de governança corporativa e ado-tar contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme regulamento.

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Questões FCC

1. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Os serviços públicos podem ser prestados direta ou indiretamente pelo Poder Público, respeitadas a titularidade e competência pre-vistas na legislação pertinente. Dentre a pos-sibilidade de execução indireta do serviço pú-blico por determinado ente está a outorga de

a) permissão de serviço público, cuja na-tureza contratual permite a delegação de titularidade e execução das atribui-ções típicas do ente político.

b) concessão de serviço público, contrato que estabelece as atribuições e condi-ções da prestação do serviço, cabendo ao contratado o desempenho adequa-do do mesmo e a responsabilidade pelo risco do negócio.

c) concessão de serviço público, ato que transfere ao privado a competência para o adequado desempenho das atri-buições, responsabilizando-se o Poder Público, no entanto, integralmente pelo risco do negócio.

d) autorização de serviço público, con-trato que delega ao privado execução do serviço público e, caso também te-nha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do po der público.

e) permissão de serviço público, contra-to que delega ao privado execução do serviço público e, caso também tenha transferido a titularidade, permite o exercício do poder de polícia antes competência do Poder Público.

2. (FCC – TRT 16 – Oficial de Justiça – 2014)

Determinada empresa privada, concessio-nária de serviços públicos, torna-se inadim-plente, deixando de prestar o serviço de administração de uma estrada do Estado do

Maranhão, descumprindo o contrato firma-do e prejudicando os usuários. Neste caso, a retomada do serviço público concedido ain-da no prazo de concessão pelo Governo do Estado do Maranhão tem por escopo asse-gurar o princípio do serviço público da

a) cortesia.b) continuidade.c) modicidade.d) impessoalidade.e) atualidade.

3. (FCC – PGE-BA – Analista de Procuradoria – 2013)

Na história do Direito Administrativo, a noção de serviço público sofreu sensíveis transformações. No que se refere aos servi-ços públicos no Direito Administrativo brasi-leiro, é correto afirmar que

a) uma atividade que exija cobrança de ta-rifa, e não de taxa, não mais se coaduna com a noção de serviço público.

b) o serviço postal, consoante jurisprudên-cia recente do STF, não é propriamente serviço público, mas atividade econô-mica em sentido estrito, exercida pela União (ECT) sob regime de monopólio.

c) houve mudanças no seu aspecto subje-tivo admitindo-se a prestação indireta, não obstante o Poder Público permane-ça com a sua titularidade.

d) atividades que importem prestações específicas apenas para determinados indivíduos fogem do perfil moderno de serviço público.

e) o exercício do direito de greve por servi-dores públicos vê-se plenamente obsta-do atualmente, em razão da inexistên-cia de lei específica sobre o tema e da necessidade de se garantir o funciona-mento contínuo do serviço público.

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4. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – 2013)

Determinado município outorgou à empre-sa privada, mediante prévio procedimen-to licitatório, permissão para operação de linhas de ônibus para o serviço público de transporte de passageiros. Após três anos de operação privada, o novo Prefeito deci-diu que o município deveria retomar a ope-ração dessas linhas, como forma de propi-ciar a modicidade tarifária aos usuários, muito embora a permissão originalmente outorgada previsse o prazo de cinco anos, prorrogável por igual período. De acordo com as disposições legais que disciplinam a matéria, essa decisão é

a) legal, desde que declarada, mediante prévia autorização legislativa, a encam-pação do serviço.

b) legal, haja vista o caráter precário do regime de permissão de exploração de serviço público.

c) ilegal, haja vista que a retomada an-tes do prazo outorgado somente pode ocorrer em caso de declaração de cadu-cidade.

d) ilegal, salvo se houver expressa concor-dância da permissionária e indenização por todos os investimentos não amorti-zados.

e) legal, desde que fundada em razões de interesse público devidamente justifica-do e constatada a ineficiência na pres-tação do serviço pelo permissionário.

5. (FCC – TCE-SP – Auditor do Tribunal de Con-tas – 2013)

Empresa controlada pelo Estado, conces-sionária de serviço público de geração de energia elétrica, com contrato de concessão celebrado ao amparo das Leis Federais nº 8.987/95 e nº 9.074/95, considerou que a tarifa estabelecida pelo Poder Concedente para vigorar na hipótese de prorrogação do contrato de concessão não seria suficiente para remunerar os custos de operação, ma-

nutenção, encargos setoriais e amortizar os investimentos necessários à manutenção da atualidade dos serviços. De acordo com a legislação mencionada, assegura-se à con-cessionária o direito de optar por

a) não renovação da concessão com a in-denização das parcelas dos investimen-tos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados.

b) renovação automática, pelo prazo ne-cessário à amortização dos investi-mentos em bens reversíveis, ainda não amortizados.

c) retenção dos bens vinculados à conces-são, cujos investimentos não tenham sido indenizados.

d) ressarcimento dos custos com pessoal e manutenção vinculados ao objeto da concessão.

e) encampação do serviço, até a integral recomposição dos investimentos efeti-vamente comprovados e não amortiza-dos.

6. (FCC – TRE-TO – Técnico Judiciário – 2011)

Um dos princípios concernentes aos servi-ços públicos denomina-se princípio da atu-alidade, que, em síntese, significa

a) igualdade entre os usuários dos servi-ços contratados.

b) modernidade das técnicas, melhoria e expansão do serviço.

c) razoabilidade no valor atualizado das tarifas exigidas.

d) continuidade na prestação do serviço público.

e) bom tratamento para com o público usuário do serviço contratado.

7. (FCC – TCE-SP – Auditor do Tribunal de Contas – 2013)

Determinado município pretende outorgar à iniciativa privada a prestação de serviço público de transporte de passageiros em linhas de ônibus. Considerando a disciplina

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legal da matéria, a prestação do serviço por entidades privadas

a) somente é admitida sob regime de con-cessão, com prazo determinado, prece-dida de lei específica e licitação na mo-dalidade concorrência.

b) depende de lei específica, autorizando a transferência da titularidade do serviço à iniciativa privada.

c) é admitida sob o regime de concessão, em caráter precário, ou por permissão, quando ensejar subsídio do poder con-cedente.

d) somente é admitida em caráter subsidi-ário e precário, mediante permissão ou autorização.

e) é admitida sob o regime de concessão ou permissão, precedida, em qualquer caso, de licitação.

8. (FCC – TRT-1ª Região – Analista Judiciário – 2013)

Não dispondo de recursos financeiros, o Poder Público pretende delegar a execução material de serviço público de sua titulari-dade a particular para que ele possa explo-rá-lo e dele se remunerar. De acordo com o ordenamento jurídico vigente, o poder pú-blico pode:

a) firmar contrato de concessão de servi-ço público, precedido de licitação.

b) outorgar a titularidade do serviço públi-co por meio de ato normativo, precedi-do de licitação.

c) editar decreto transferindo a concessão do serviço público ao particular, inde-pendentemente de licitação.

d) celebrar convênio para trespasse da ex-ploração do serviço público, precedido de licitação.

e) celebrar contrato de permissão de ser-viço público, declarando-se prévia inexi-gibilidade de licitação.

9. (FCC – Defensor Público-RS – 2011)

Considere as seguintes afirmações com rela-ção ao regime de concessão e permissão da prestação dos serviços públicos, tendo em vista a Lei nº 8.987/95:

I – O poder concedente publicará, simulta-neamente ao edital de licitação, ato justi-ficando a conveniência da outorga de con-cessão ou permissão do serviço público, caracterizando seu objeto, área e prazo.

II – O serviço adequado é aquele que sa-tisfaz as condições de regularidade, conti-nuidade, eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das tarifas.

III – A permissão de serviço público é a de-legação, a título precário, feita pelo poder concedente apenas à pessoa jurídica que demonstre capacidade para seu desempe-nho, precedida ou não de licitação, formali-zada mediante contrato de adesão.

Está correto o que se afirma APENAS em:

a) I.b) II.c) III.d) I e III.e) II e III.

10. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012)

De acordo com a legislação federal em vi-gor (Lei nº 8.987/95), é uma diferença entre concessão e permissão de serviço público

a) voltar-se a primeira a serviços de cará-ter social; e a segunda, a serviços de ca-ráter econômico.

b) poder a primeira ser celebrada com pes-soa jurídica ou consórcio de empresas; e a segunda, com pessoa física ou jurídi-ca.

c) ser obrigatória a licitação para a primei-ra; e facultativa, para a segunda.

d) ser a primeira contrato; e a segunda, ato unilateral.

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e) ter a primeira prazo determinado; e a segunda, não comportar prazo.

11. (FCC – TJ-GO – Juiz Substituto – 2012)

No tocante ao regime da concessão de ser-viços públicos, na sua forma tradicional, a Lei Federal nº 8.987/95

a) condiciona a outorga de subconcessão, a transferência da concessão e a trans-ferência do controle societário da con-cessionária à expressa concordância do poder concedente.

b) admite a possibilidade de subconces-são, desde que haja previsão no con-trato original de concessão, o que torna dispensável nova autorização do poder concedente.

c) exige que a transferência da concessão seja expressamente autorizada pelo po-der concedente, mas nada estabelece no tocante à transferência do controle societário da concessionária.

d) veda a subconcessão do serviço delega-do, pois o contrato de concessão é intui-tu personae.

e) permite a transferência da concessão, mediante a realização prévia de concor-rência para a escolha do novo conces-sionário.

12. (FCC – TRT-4ª – Juiz do Trabalho Substituto – 2012)

A prestação de serviço público mediante re-gime de permissão

a) independe de prévio procedimento li-citatório, dado o seu caráter precário e limita-se ao prazo máximo de 5 (cinco) anos.

b) somente é permitida para serviços de natureza não essencial, sendo obrigató-ria, nos demais casos, a prestação direta pelo poder público.

c) constitui delegação feita pelo poder concedente, a título precário, mediante licitação, a pessoa física ou jurídica que

demonstre capacidade para seu desem-penho, por sua conta e risco.

d) caracteriza a prestação do serviço pú-blico em regime precário, nas situações em que o regime de concessão não seja viável em face da ausência de sustenta-bilidade financeira da exploração me-diante cobrança de tarifa.

e) é possível apenas em relação a serviços públicos não exclusivos de Estado, tam-bém denominados impróprios, cuja ex-ploração econômica é facultada ao par-ticular mediante autorização do poder público.

13. (FCC – TRT-20ª – Juiz do Trabalho Substitu-to – 2012)

Determinada atividade, quando caracteriza-da como serviço público, constitui obrigação do Estado, que pode prestá-la diretamente ou sob o regime de concessão ou permis-são, devendo observar, entre outros, o prin-cípio da

a) modicidade tarifária, que veda a explo-ração por regime de concessão de ser-viços de natureza essencial, exceto se subsidiada pelo poder concedente.

b) universalidade, que impõe a obriga-ção do poder concedente de subsidiar a prestação do serviço, por agente pú-blico ou privado, quando o mesmo se mostrar deficitário.

c) continuidade, que impede o concessio-nário de rescindir o contrato administra-tivamente, exceto no caso de desequilí-brio econômico-financeiro.

d) continuidade, que impede a Administra-ção de declarar a encampação em con-trato de concessão, salvo se verificada a prestação deficiente do serviço pela concessionária.

e) continuidade, que não é violado quan-do a interrupção do serviço se dá, após prévio aviso, por inadimplemento do usuário.

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14. (FCC – Advogado – SABES – 2012)

Em matéria de concessão e permissão de serviços públicos analise as afirmações abai-xo.

I – A concessão de serviço público só pode ser feita mediante licitação, sob qualquer modalidade, enquanto a permissão desse serviço não exige licitação, ficando a critério da Administração.

II – As concessões ou permissões de serviço público poderão ser feitas por prazo inde-terminado, sendo rescisão a única causa de sua extinção.

III – Mesmo com a natureza intuitu perso-nae é cabível a subconcessão de serviços públicos nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamen-te autorizada pelo poder concedente, mas sempre precedida de concorrência.

IV – As permissões de serviço público serão formalizadas mediante contrato de adesão, observando os termos da lei específica, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. Porém, a permissão de uso de bem público, se apresenta como ato administrativo unilateral.

Estão corretas APENAS as afirmações

a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e IV. e) I, II e III.

15. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man-dados – 2012)

O Poder Público contratou, na forma da lei, a prestação de serviços de transporte urbano à população. A empresa contrata-da providenciou todos os bens e materiais necessários à prestação do serviço, mas em determinado momento, interrompeu as ati-

vidades. O Poder Público assumiu a presta-ção do serviço, utilizando-se, na forma da lei, dos bens materiais de titularidade da empresa. A atuação do poder público con-substanciou-se em expressão do princípio da

a) continuidade do serviço público. b) eficiência. c) segurança jurídica. d) boa-fé. e) indisponibilidade do interesse público.

16. (FCC – TRT-23ª – Técnico Judiciário – 2016)

Considere:

I – Independente de a pessoa satisfazer as condições legais, ela faz jus à prestação do serviço público, não podendo haver distin-ção de caráter pessoal.

II – Um dos princípios que regem os servi-ços públicos denomina-se mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual admitem-se mudanças no regime de execução do servi-ço para adaptá-lo ao interesse privado, que é variável no tempo.

III – O princípio da continuidade do serviço público tem aplicação especialmente com relação aos contratos administrativos e ao exercício da função pública.

No que concerne aos princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos, está correto o que consta APENAS em

a) I.b) I e III.c) II.d) I e II.e) III.

17. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2015)

Considere as afirmativas:

I – Serviço público é toda utilidade presta-da pelo Poder Público em favor da coletivi-dade, vedada delegação da execução a par-

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ticulares, sob pena de alteração do regime jurídico e desnaturação do objeto.

II – Serviço público pode ser prestado di-retamente pelo Estado ou por meio de de-legação a particulares, o que não afasta a submissão aos princípios que garantem a adequada prestação daquela utilidade aos usuários.

III – O princípio da continuidade dos servi-ços públicos permite que o Estado prorro-gue reiteradamente os contratos por meio dos quais delega a execução daquelas ativi-dades aos particulares.

Está correto o que se afirma em

a) I, II e III.b) I e II, apenas. c) III, apenas.d) II, apenas.e) I, apenas.

18. (FCC – TRT-9ª – Técnico Judiciário – 2015)

As atividades materiais prestadas aos admi-nistrados que sejam predicadas como servi-ços públicos estão sujeitas a regime jurídico com características próprias, dentre elas, a previsão de princípios específicos, como o princípio da:

a) continuidade dos serviços públicos, que permite sucessivas prorrogações de contratações, sem submissão a nova li-citação, sempre que o serviço estiver sendo prestado adequadamente.

b) igualdade dos usuários, que impede co-brança de valores diferenciados de tari-fas, independentemente das distinções de situação jurídica dos usuários.

c) mutabilidade do serviço público, que permite alteração do serviço público prestado, para que o contratado execu-te o serviço cuja natureza melhor aten-da às necessidades dos administrados.

d) continuidade dos serviços públicos, que permite que o Poder Público assuma a prestação dos serviços sempre que o contratado não estiver executando de

forma adequada o contrato e isso esti-ver prejudicando a qualidade do serviço disponibilizado aos usuários.

e) imutabilidade do regime jurídico dos serviços públicos, que impede que se-jam promovidas alterações na forma de prestação dos serviços, garantindo aos usuários que esses receberão os bene-fícios na forma em que foram contrata-dos inicialmente.

19. (FCC – TRT-9ª – Analista Judiciário – 2015)

Considerando a tripartição de poderes con-sagrada na Constituição da República de 1988, à função executiva incumbem as ati-vidades prestacionais de interesse público, que são aquelas que visam ao atendimento do interesse coletivo, fornecendo disponibi-lidades e utilidades aos cidadãos para que estes alcancem o bem-estar. Essas ativida-des

a) são qualificadas como serviços públicos, quando previstas em lei, e desde que prestadas diretamente pelo Poder Pú-blico.

b) devem ser qualificadas como serviços públicos independentemente de previ-são legal, e podem ter sua titularidade delegada a particulares, pois não impor-ta o regime jurídico de sua prestação.

c) podem ser delegadas a pessoas jurídicas de direito público, de forma a garantir que o regime jurídico de execução seja sempre público, independentemente da titularidade do serviço público.

d) materiais previstas em lei, podem ter sua execução delegada a particulares sem que percam a natureza de serviço público, vedada a transferência da titu-laridade.

e) devem ser prestadas em regime de gra-tuidade ou subsidiadas, posto que im-pera o princípio da modicidade tarifária para os serviços públicos.

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BACEN (Analista) – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

20. (FCC – TRE-SE – Técnico Judiciário – 2015)

A cortesia constitui um dos princípios que regem os serviços públicos. Exemplo de sua aplicação é

a) modicidade das tarifas, de modo a não onerar os usuários dos serviços públi-cos.

b) isenção de tarifas para administrados que assim necessitem.

c) tratamento educado, prestativo e res-peitoso aos usuários dos serviços públi-cos.

d) eficiência na prestação dos serviços pú-blicos.

e) trazer ao conhecimento público e geral dos administrados a forma como o ser-viço foi prestado, os gastos e a disponi-bilidade de atendimento.

Gabarito: 1. B 2. B 3. C 4. B 5. A 6. B 7. E 8. A 9. B 10. B 11. A 12. C 13. E 14. C 15. A 16. E  17. D 18. D 19. D 20. C