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Auditor Fiscal Material Complementar – Aula 21 Direito Constitucional Prof. André Vieira

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Auditor Fiscal

Material Complementar – Aula 21

Direito Constitucional

Prof. André Vieira

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Direito Constitucional

DIFERENÇA ENTRE MEDIDA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA

A antecipação de tutela não se confunde com a medida cautelar. As cautelares protegem a eficiência da sentença a ser proferida em outro processo principal; as antecipações realizam, embora provisoriamente, a pretensão material contida no processo principal.

DIFERENÇA ENTRE LIMINAR E TUTELA ANTECIPADA

Importante é salientar que, a partir do preenchimento dos requisitos, a tutela antecipada pode ser requerida a qualquer momento no processo, um ponto diferente da liminar, que somente é deferida de imediato, antes mesmo da abertura do contraditório.

Os requisitos da tutela antecipada estão estampados no art. 273 do CPC, quais sejam:

a) requerimento da parte – porque o magistrado não concede a antecipação da tutela ex officio;

b) prova inequívoca – aquela prova que não é equívoca nem contraditória;

c) verossimilhança das alegações – do conjunto probatório dos autos, tem-se, juntamente com as informações contidas no petitório, que as afirmativas do requerente são verossímeis, aproximam-se de serem verdadeiras;

d) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação – ineficácia de um provimento tardio, isto é, a prestação da tutela, depois de determinado momento, é ineficaz, porque não mais atende a necessidade da parte.

Ou + d) fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu – aqui é importante mencionar que o propósito protelatório pode ser tanto do autor quanto do réu; no caso de mostrar-se clarividente a vontade de uma das partes em postergar determinada ordem, pode a outra requerer a antecipação de tutela.

VAMOS EXEMPLIFICAR A TUTELA ANTECIPADA:

Suponhamos que Sr. José ingresse com ação na qual pleiteie a tutela jurisdicional a fim de ser realizada cirurgia ocular, uma vez que não possui condições de pagar pelo procedimento nem mesmo de aguardar programa em rede pública, dado o perigo iminente de vir a ficar cego. Veja-se que, necessariamente, o advogado, ao ingressar com o petitório irá instruí-lo com laudos médicos, exames, indicação de procedimento cirúrgico, etc.

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Diante desse caso hipotético, teremos preenchidos todos os requisitos do caput do art. 273 conjugado com o inciso I. Nesse caso, com certeza o autor fará pedido de tutela satisfativa antecipada, isto é, satisfará a pretensão posta em juízo antes de chegado o momento do trânsito em julgado. Vejamos que, caso o provimento seja tardio, o Sr. José poderá sofrer um dano irreparável (cegueira).

Caso a referida tutela antecipada seja dada antes mesmo da abertura do contraditório, isto é, da contestação pela parte demandada, teremos uma liminar.

Nesse ponto reside a principal diferença: a liminar é dada sempre antes de aberto o contraditório. No rol dos pedidos, quando o advogado se utiliza da expressão “requer seja concedida a tutela antecipada em caráter liminar”, demonstra domínio técnico e entendimento dos institutos. É como se a tutela fosse um substantivo e o caráter liminar o adjetivo.