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Materiais e Equipamentos Surfaçagem

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Materiais e Equipamentos

Surfaçagem

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Materiais e Equipamentos

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Materiais e Equipamentos - Surfaçagem

O avanço da tecnologia modificou a forma como as lentes são trabalhadas, melhorou a condição dos equipamentos e possibilitou uma verdadeira revolução na qualidade dos produtos que são lançados no mercado atualmente.

Foi pensando nisso que a equipe do Projeto Capaz elaborou esse material. Ele abrange tópicos esclarecedores sobre os principais fatores e recursos tecnológicos empregados no processo de surfaçagem. Conheça os diferentes tipos de Porta Blocos e quais são as suas respectivas finalidades, além de explorar seus componentes, como o Centro de Aço. Além de outros acessórios que são usados após a blocagem, como os Pinos Agulhas.

Descubra algumas curiosidades sobre o processo de blocagem da lente com uso do piche - também conhecido como lacre - e compare as dificuldades enfrentadas pelos profissionais de antigamente com o que existe hoje. Entenda o que é o Alloy, como é empregado e suas aplicações em baixa e alta fusão. Faça as suas análises com as informações que demonstram as diferenças tecnológicas fundamentais existentes entre as blocadoras e desblocadoras que estão no mercado.

Tire todas as suas dúvidas sobre Desbaste e Polimento, além de aprofundar seus conhecimentos sobre os equipamentos Generator e compreender de que forma o maquinário Free Form faz produtos praticamente prontos para o cliente. Obtenha informações importantes sobre o Óleo de motor e aumente o tempo de vida útil do seu equipamento através de uma boa lubrificação.

Fique atento! As Cilíndricas podem ter finalidades iguais ou parecidas, mas cada uma trabalha de modo diferente. Estude as informações apresentadas sobre algumas delas e diversifique o seu conhecimento de operação. Receba boas dicas e identifique corretamente alguns dos principais Insumos para Surfaçagem a ponto de distinguir sem qualquer dificuldade o momento, o local e de que forma cada um deles deve ser aplicado.

Aprenda sobre a Proteção do Bloco da lente. Conheça os materiais de utilização obrigatória para que nenhum problema ocorra durante os trabalhos e fique ligado nas observações feitas sobre seus pontos mais relevantes. Veja como funciona o processo de Coloração das lentes orgânicas. Elas precisam de cuidados especiais e uma Máquina que funciona de acordo com essas necessidades específicas.

Em ótica, precisão é tudo. Saiba quais são os instrumentos mais conhecidos para aferições, suas utilidades e suas melhores maneiras de utilização. E mais. Nesse material você ainda conta com dicas sobre a limpeza e as marcações das lentes de modo fácil e prático. Compreenda também quando e porque a retificação de moldes se faz necessária, com que tipo de equipamento isso é feito, quando deverá ser feito ou de que forma.

Pronto! Agora você está preparado para começar seus estudos nessa apostila. Aproveite ao máximo esse material e guarde as informações contidas nele em sua memória. Você provavelmente vai precisar delas em seu cotidiano.

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CAPAZ - Técnico em óptica

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Acessórios para Blocagem

Porta Blocos

Lente Blocada

Com fundamental importância dentro de um laboratório de surfaçagem, o porta blocos é uma peça metálica que, fixada ao bloco da lente, servirá de apoio no momento de colocá-la nas máquinas que fazem o processo de desbaste e polimento. Atualmente temos porta blocos específicos para cada tipo diferente de máquina.

O modelo do porta blocos também varia de acordo com o diâmetro e a base da lente em que será usado. Vejamos alguns modelos que nos ajudarão no entendimento da evolução desse produto.

Centro de Aço

Porta Blocos

Bloco de Lente

Alloy

Alloy - tipo de metal utilizado na colagem do bloco de lente no porta bloco. O lacre

e a cera eram usados antigamente, entretanto, algumas

pessoas ainda utilizam tais recursos

atualmente.

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Os Diferentes Tipos de Porta Blocos

Porta blocos utilizado em máquinas mais antigas: fazem a blocagem com o uso do lacre e também do alloy.

Porta blocos para máquinas mais atuais: realizam blocagem exclusivamente com o uso do alloy.

Da mesma forma que todos os outros, esse porta blocos também conta com o centro de aço, pois também pode ser utilizado em máquinas convencionais.

Porta blocos utilizado em máquinas mais modernas: fazem a blocagem por meio de uma cera especial desenvolvida pelo próprio fabricante.

Porta blocos também equipado com sistema Free Form, foi especificamente desenvolvido para uma máquina produzida na Alemanha. Com ele, a blocagem é feita utilizando o alloy. Esse bloco apresenta ainda um formato diferenciado e é encaixado por meio de sucção, valorizando o encaixe que a máquina precisa.

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Outro tipo de porta blocos utilizado é aquele chamado de pinça. Tem a mesma função dos demais: segurar o bloco da lente nas máquinas durante o processo de desbaste ou polimento. Todos eles servem para se trabalhar a superfície externa da lente, ou seja, confeccionar a chamada curva base da lente. Já o porta bloco pinça é usado de forma diferente: a lente nele é fixada de acordo com o diâmetro do bloco da lente e do porta blocos pinça. Com ele não é necessário o uso de alloy, ou de qualquer outro tipo de material para fazer a blocagem. Por isso, esse tipo de porta blocos tem vários diâmetros. Atualmente, há dois tipos de pinças disponíveis:

Os Diferentes Tipos de Porta Blocos

Pinça normal: utilizado para fazer o desbaste e polimento em superfícies externas.

Pinça reversa: tem a mesma função do anterior, mas é usado em lentes com curvas externas maiores, com mais facilidade de trabalhá-las.

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Centro de Aço

Uma das partes que constituem o porta blocos (fig.1) é o centro de aço (fig.2). Nele são encaixados os chamados pinos agulhas (fig.3). Eles que fazem parte do suporte de fixação do porta bloco das máquinas que fará o processo de surfaçagem ou de polimento da lente. O

centro de aço (fig.2) deve ser revisado frequentemente, pois há desgaste com o tempo de uso. O centro de aço (fig.2) desgastado fará com que a lente, perca seu ponto de equilíbrio e não atinja sua precisão durante a surfaçagem ou polimento, pois vai

girar com dificuldade na máquina.

Cada tipo de porta blocos (fig.1) requer um diferente tipo de centro de aço (fig.2). Abaixo, os principais.

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Pinos Agulhas

Centro de Aço

fig.1

Cavidade - parte na qual é

encaixado o pino agulha da

máquina de surfaçagem.

Mais detalhes na página 10

Cavidade

Base

Parede

fig. 2

fig. 3

Surfaçagem ou Desbaste - é o ato de alterar curvas de um bloco de lente oftálmica, tendo como objetivo final a dioptria, ou seja, o grau da lente.

Polimento - acabamento que retira as imperfeições da lente deixadas pelo processo de desbaste.

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Centro de aço em formato cônico desenvolvido para porta blocos (fig.1). Este tipo de centro de aço é utilizados em máquinas que fazem o processo de blocagem exclusivamente com o uso do alloy.

Esse centro de aço de tamanho reduzido em formato cônico foi criado para porta blocos (fig.1) usados em máquinas alemãs mais desenvolvidas. Como se nota, esse tipo de máquina não faz uso dos pinos agulhas (fig.3) e do centro de aço para o encaixe do porta blocos (fig.1), que é encaixado por meio de sucção. Entretanto, esse tipo de porta blocos também conta com o centro de aço, o que possibilita ser usado em outros tipos de máquinas que fazem uso dos pinos agulhas (fig.3). Explicaremos a seguir.

Centro de aço em formato cilíndrico desenvolvido para o porta blocos (fig.1). Este é blocado com o uso do lacre e também do Alloy.

Os Diferentes Tipos de Centros de Aço

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Pinos Agulhas

Esses acessórios fazem parte do suporte de fixação para porta blocos (fig.1) das máquinas que executam o processo de desbaste e polimento da lente. Esses pinos são encaixam no centro de aço (fig.2) do porta blocos e seguram a lente na máquina até o final do processo é feito.

Esses pinos devem ser substituídos eventualmente devido ao desgaste que sofrem com o tempo de uso. Da mesma forma que os porta blocos, (fig.1) os pinos agulhas se diferenciam para cada tipo de máquina. Abaixo, os principais:

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Encaixe Máquina

Encaixecentro de aço

Este tipo de Pino agulha é fixado no suporte de agulhas através de rosca. São usados em máquinas que exercem menor pressão durante o uso.

Pinos agulhas simples sem rosca. São fixados no suporte de agulhas por pressão. São usados em máquinas que exercem baixa pressão durante o uso.

fig. 3

Os Diferentes Tipos de Pinos Agulhas

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Pinos agulhas lisos sem rosca. São fixados no suporte de agulhas por pressão. Estes são usados em máquinas que exercem maior pressão durante o uso.

Pinos agulhas reforçados, com rosca. São usados em máquinas que exercem maior pressão durante o uso.

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Alloy

É um tipo de metal utilizado na surfaçagem para fazer a colagem do porta bloco no bloco da lente.

O alloy tem em sua fórmula um componente chamado índio (metal maleável, facilmente fundível e quimicamente similar ao alumínio, porém mais parecido com o zinco) e sua concentração no alloy faz com que seu ponto de fusão varie. Isto significa dizer que há dois tipos de alloy disponíveis para cada tipo de material de lente. São eles:

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Alloy de baixa fusão. Este tipo é utilizado em lentes orgânicas. Sua temperatura de fusão varia entre 50° e 55°C, ou seja, o alloy precisa estar nessa temperatura para que ocorra o seu derretimento e para que possa ser fixado na lente.

Alloy de alta fusão. Este é utilizado em lentes minerais. Sua temperatura de fusão varia entre 70° e 75°C.

Os Diferentes Tipos de Alloy

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A Blocagem Artesanal

Por Mário Jorge Sardela - surfaçagista desde 1977

Não era fácil de se fazer uma lente antigamente . O processo de blocagem (que é a fixação do bloco de lente no porta bloco) era um processo penoso que exigia do surfaçagista muita habilidade e mãos resistentes. Pois é, nada de mãos delicadas e bem cuidadas. Até que se adquirisse expertise no processo de blocagem, o surfaçagista queimava

constantemente as mãos, já que eram usadas ferramentas como o maçarico e piche para fixar o porta blocos no bloco de lente. Esse processo levava uma mistura conhecida como lacre, feita com um tipo de mineral chamado breu

para tornar o piche mais maleável e nada mais que saliva. Estranho, não é? Pois bem, segue a receita para quem quiser repetir o que os desbravadores do surfaçagismo faziam no passado:

O primeiro passo é pegar o piche em barra e aquecer no maçarico, passando-o no bloco de lente e no porta blocos. Depois, aqueça com o maçarico o bloco e o porta blocos, fixando um no outro para que a peça grude. Por fim, molhe o dedo na saliva para limpar os resíduos de piche do bloco e evitar que algo pegue em seus dedos. Pronto! Agora é só comparar com os métodos atuais e entender porque esse era um trabalho de grandes especialistas.

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Blocadoras

As blocadoras são máquinas que fazem o processo de blocagem da lente. Elas são responsáveis pelo derretimento do alloy ou de qualquer outro tipo de material usado na colagem para fixar o porta blocos na lente. Observação: uma lente pode ser blocada de diversas formas. Seguem abaixo as principais e como elas trabalham.

Os Diferentes Tipos de Blocadoras

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Blocadora de alloy: este tipo de máquina faz a colagem de lentes utilizando o alloy de baixa ou de alta fus

Blocadora de alloy prismática: esta blocadora, da mesma forma que as anteriores, também faz a colagem da lente através do alloy. Entretanto, ela faz dois tipos de blocagem: plana ou prismática. O posicionamento do eixo de blocagem e do prisma é feito automaticamente. Essa blocadora funciona com duas estações de trabalho para efetuar a blocagem em mais de 100 lentes por hora.

ão. Vem equipada com um termostato, que é um dispositivo destinado a manter a temperatura do alloy (ou de um determinado sistema automático). A liberação do metal é feita por um sistema mecânico acionado por alavanca, controlado pelo operador. A centralização da lente na máquina também é feita manualmente, assim como a ejeção da lente após o resfriamento.

Blocadora de alloy CNC (Computer Numeric Control): esta máquina também faz a colagem com o uso do alloy. Entretanto, é mais automatizada e opera com o sistema de comando numérico computadorizado. Ela conta com um visor digital que mostra a imagem da lente durante sua centralização na máquina. Isso elimina erros de paralaxe (mudança aparente de lugar de um corpo quando se altera o ponto de observação) por parte do operador. Além disso, controla automaticamente a injeção do

alloy através de um sensor de preenchimento, posiciona o eixo por meio de um sistema óptico, faz a ejeção da lente automaticamente após o resfriamento e também conta com um sistema de leitor de código de barras utilizado para melhor controle no laboratório.

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Desblocadoras

Essas máquinas têm a função de separar a lente do porta blocos. Da mesma forma que a blocagem pode ser feita de diferentes formas, as máquinas de desblocagem também apresentam algumas características diferentes umas das outras. Seguem abaixo as principais:

Os Diferentes Tipos de Desblocadoras

Desblocadora de alloy: esta máquina separara a lente do alloy e do porta blocos. Para isso, a lente, ainda blocada, é mergulhada em água quente com a temperatura ideal para a fusão do alloy. Dessa forma, este é derretido e separado da lente e do porta blocos, o que permite o reaproveitamento tanto do alloy quanto do porta blocos.Esta máquina pode ser ajustada para trabalhar com o alloy de baixa fusão e com o de alta fusão. Para isso, a temperatura da água deve

estar acima do ponto de fusão do alloy.

Desblocadora de cera: esta máquina tem a mesma função da anterior. Entretanto, ela trabalha com lentes blocadas com cera. Seu funcionamento difere da desblocadora de alloy. Esta máquina trabalha a seco, ou seja, a lente é separada da cera e do porta blocos por um sistema de aquecimento do ar dentro da máquina. Esta derrete a cera e a separa da lente.

Blocadora de cera: este tipo de blocadora não utiliza ligas de materiais pesados, como é o caso do alloy. Ela faz a colagem com o uso da cera e tem a capacidade de blocar até 100 lentes com apenas uma barra de cera (900 g). A regulagem do eixo em que a lente será blocada é feita manualmente pelo operador.

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Desbaste e Polimento

Desbastar, no dicionário, significa: tornar menos basto; desengrossar; aperfeiçoar cortando, aparando; "desbastar um bloco de lente". Esse processo, assim como o polimento das lentes, pode ser feito em máquinas com características diferentes. A evolução que houve nessas máquinas pode ser mostrada agora.

Máquina esférica manual: No processo antigo de surfaçagem o desbaste era feito através de uma máquina chamada esférica manual. Essa máquina produz superfícies esféricas nos blocos das lentes e, no caso de lentes cilíndricas, também faz o desbaste inicial da superfície cilíndrica, entretanto esse processo é inteiramente manual. O desbaste de lentes orgânicas na máquina esférica manual também pode ser feito através de lixas fixadas ao molde. Já nas lentes minerais o desbaste é feito com o auxílio do esmeril ao invés de lixas.

Obs: Saiba mais sobre lixas e esmeril no capítulo "Insumos para Surfaçagem".

A máquina esférica manual exige que o operador trabalhe em conjunto com as duas mãos e o joelho: Enquanto uma das mãos segura o braço de apoio da lente, a outra mão insere o esmeril entre o molde e a lente. O operador liga e desliga a máquina com um dos joelhos.

Generator / Gerador de curvas manual ou mecânico: Equipamento especialmente destinado à geração de superfícies esféricas, tóricas, côncavas e convexas para blocos oftálmicos de lentes orgânicas ou minerais. Seu processo de trabalho é manual, onde o operador regula a c u r v a p r e t e n d i d a à l e n t e , d e s b a s t a n d o - a e m u m c o p o diamantado que fica em constante rotação. É esse movimento do copo diamantado em contato com o bloco que produz a curva desejada.

Copo Diamantado

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Generator CNC: Máquina que trabalha através do sistema CNC - Computer Numeric Control, ou em português: Comando Numérico Computadorizado.

Também é destinada à geração de superfícies côncavas e/ou convexas para todos os materiais disponíveis no mercado, porém, seus comandos são dados através de um computador que diz qual corte deverá ser feito no bloco.

As máquinas com sistema CNC são muito mais precisas e ágeis no processo de desbaste das lentes, se comparadas com o generator convencional. Além disso, elas são capazes de gerar curvas esféricas, tóricas e prismáticas, além de reduzir o diâmetro dos blocos e fazer a retificação de moldes de alumínio ou plástico.

Máquina Free form: As máquinas que operam no sistema Free Form também trabalham através do sistema CNC, mas seu processo é diferente. Podemos explicar esse processo ao compará-lo com um artista que esculpe uma estátua. Verificamos que o próprio escultor assume as mais diversas posições durante a execução da atividade. Ao mesmo tempo, diferentes ferramentas são utilizadas, dependendo do ponto trabalhado, ou do tipo de acabamento.

Em caso de necessidade e se a peça for pequena, o artista pode virá-la e manuseá-la para facilitar o trabalho. Temos então uma grande liberdade de movimento. Esta liberdade, somada com a habilidade do escultor para seguir o desenho que está em sua mente, retirando somente o material necessário em cada parte da estátua, permite que ele produza as curvas mais complexas no desenvolvimento do formato imaginado. É assim que a máquina Free Form atua.

Essas máquinas contam ainda com um processo de desbaste preparado para “esculpir” a superfície de uma lente em seus eixos X, Y e Z da forma que o programa determinar. Os eixos X e Y determinam a curva do plano e o eixo Z determina a profundidade com que ele será esculpido. Para completar, o acabamento da superfície trabalhada na máquina Free Form é excepcional. Seu produto final sai praticamente finalizado, bastando pouco tempo de polimento para que a lente fique pronta.

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CILÍNDRICAS

Cilíndrica Convencional: Especialmente destinada a fazer o extrafinamento e/ou polimento das lentes após passarem pelo processo de desbaste, é uma máquina estritamente mecânica. Seu motor movimenta um braço que, em sua extremidade, possui um suporte para fixação do porta blocos. Nesse suporte encontram-se os chamados Pinos Agulha, eles se apóiam no centro de aço do porta blocos. Os Pinos Agulha permitem que o bloco de lente deslize sobre o molde de ferro fundido. Isso vai produzir o efeito de desbaste com o auxílio do esmeril, ou polimento, com o auxílio do polidor.

Cilíndrica Pneumática Eletrônica: A finalidade dessa máquina é a mesma da anterior, mas com uma forma diferente de funcionamento. Ao invés de correias, eixos e mancais, ela usa um sistema de rolamentos para funcionar. É controlada eletronicamente e conta com níveis de velocidade pré-programados, que são utilizados pelo operador de acordo com as características de cada tipo de lente.

Cilíndrica Pneumática CNC: Tem a mesma finalidade das máquinas citadas anteriormente, entretanto, é totalmente controlada por Comando Numérico Computadorizado (CNC), além de controlar e monitorar automaticamente a velocidade, a pressão e o tempo operacional de acordo com o tipo e características físicas das lentes.

Essa máquina também possui portas para comunicação eletrônica com o software de cálculo e com o leitor de código de barras, isso facilita o controle e organização dos serviços dentro do laboratório.

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Óleo de motor

Os óleos lubrificantes, também conhecidos como óleos de motor ou óleos para motor, são substâncias utilizadas para reduzir o atrito, lubrificando e aumentando a vida útil dos componentes móveis dos motores. São utilizados em algumas máquinas antigas de surfaçagem, que precisam de lubrificação constante devido ao seu sistema, motorizado e com engrenagens.

Além do óleo de motor, na surfaçagem são usados outros tipos de óleo, como: óleo de corte, óleo para bombas e óleo de compressor, que varia sua granulação, densidade e composição de acordo com o local onde será utilizado.

Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (óleos graxos), derivados de petróleo (óleos minerais), produzidos em laboratório (óleos sintéticos), ou misturados entre dois ou mais tipos (óleos compostos).

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As principais características dos óleos lubrificantes são:

Ÿ A viscosidade

Ÿ O índice de viscosidade

Ÿ A densidade.

A viscosidade mede a dificuldade com que o óleo escorre (escoa); quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais dificuldade para escorrer ele terá, portanto será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis para fazer sua lubrificação.

A viscosidade dos lubrificantes não é constante, ela varia com a temperatura. Quando o calor aumenta a viscosidade diminui e o óleo escoa com mais facilidade. O Índice de viscosidade mede a variação da viscosidade com a temperatura. Quanto maior o índice de viscosidade, menor será a variação de viscosidade do óleo lubrificante, quando submetido a diferentes valores de temperatura.

A densidade indica a massa de certo volume de óleo a uma determinada temperatura, é importante para indicar se houve contaminação ou deterioração de um lubrificante.

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Insumos para surfaçagem

Esmeril: é comumente utilizado em forma de pedra para desbastar metais, cristais, pedras preciosas e vidros óticos. No laboratório de surfaçagem, é utilizado o esmeril em pó para fazer os desbastes de lentes minerais.

Esmeril 60: utiliza-se esta medida no processo inicial do desbaste dos blocos por apresentar uma granulação maior, ou seja, mais grossa. Assim, o esmeril é capacitado para desbastar uma maior quantidade de lentes em menos tempo.

Esmeril 180: utiliza-se uma medida menor de granulação que a da anterior. Por isso é utilizada após o processo inicial. Com esta medida, o esmeril fica capacitado para amenizar as imperfeições que restaram após a utilização do esmeril 60.

Esmeril 500: utiliza-se esta medida no processo seguinte ao efetuado com o esmeril 180. O Esmeril 500 fica capacitado para tornar mais fina a superfície do bloco e livre das imperfeições que restaram do processo anterior.

Esmeril 1000 ou 1500: é a especificação do esmeril em que se utiliza a menor medida de granulação, ou seja, é extremamente fina utilizada como pré- polimento. O esmeril 1000 ou 1500 torna a superfície pronta para o polimento

Trevo de zinco: Este trevo fica posicionado entre a lente e o molde. Sua finalidade é apenas evitar que o molde sofra desgaste do esmeril durante o processo de desbaste da lente.

Lixas: as lixas servem para preparar a lente para o polimento após o processo de desbaste nos geradores. São autocolantes e disponíveis em forma de trevo. Este formato garante melhor fixação no molde. As lixas são utilizadas somente em lentes CR-39, policarbonato e lentes de alto índice. O tempo de uso nas máquinas pode variar de acordo com cada material de lente e de cada fabricante.

VOCÊ SABIA?

O esmeril em pó, também conhecido como carbureto de silício, é dividido em diferentes medidas de granulações. Cada medida é destinada às diferentes etapas do desbaste.

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Lixa grossa 600: é utilizada após o processo de desbaste e serve para afinar a superfície, eliminar as imperfeições do processo anterior e preparar o bloco para o próximo processo

Lixa fina ou pré-polimento 1200: é utilizada para tornar a superfície extremamente lisa e pronta para o processo de polimento.

Em lentes policarbonato cujo índice de refração é de 1.58, ou Trivex cujo índice de refração é de 1.53, são usadas as seguintes lixas:

Lixa grossa 280: após o processo de desbaste. Sua finalidade é eliminar as imperfeições deixadas pelo generator. Ao mesmo tempo, esta lixa prepara a lente para a utilização da lixa seguinte.

Lixa média 600: esta é utilizada para eliminar as imperfeições deixadas pela lixa anterior, bem como para preparar a lente para utilização da próxima lixa.

Lixa fina 1050: esta serve para deixar a superfície da lente extremamente lisa e, também, para preparar a lente para o polimento.

Em lentes de alto índice 1,67 são usadas:

Lixa média 600: para eliminar as imperfeições deixadas pelo generator e preparar a lente para a próxima lixa.

Lixa fina 1050: para tornar a superfície da lente extremamente lisa e preparar a lente para o polimento.

Feltro: item usado no processo de polimento de lentes minerais ou orgânicas. A trama dos fios do tecido do feltro é classificada de acordo com o tipo de material de lente que será polida. Sua cor identifica a finalidade de cada um e varia de acordo com cada fabricante. Atualmente, existem feltros disponíveis para lentes minerais, lentes policarbonato, Trivex e para lentes CR-39.

Observação: quanto maior for o índice de refração da lente, maior será sua densidade. Por isso, as lixas usadas em cada material de lente diferem uma das outras durante o processo.Em lentes CR-39 cujo índice de refração é de 1.49, utilizam-se as

seguintes lixas:

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Polidor: o polimento das lentes é feito com o uso do feltro citado acima. O polidor auxilia o feltro durante o processo. Há dois tipos disponíveis:

Polidor de lentes orgânicas: trata-se de uma química especial composta de óxido de alumínio, utilizada após o processo de desbaste e lixas. Normalmente, esse polidor deve ser usado nas máquinas cilíndricas em uma temperatura de 7° a 8°.

Polidor para cristal: é um componente químico denominado Zirconita, ou óxido de Célio. Esse componente, quando misturado com a água, capacita o feltro para o polimento de lentes minerais. A temperatura ideal para se trabalhar com o polidor nas máquinas cilíndricas fica entre 18° e 24°.

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Proteção do Bloco da Lente

O Diferentes tipos de Fitadeiras

Antes de ser feito a blocagem da lente, sua superfície deve estar protegida. Para isso atualmente podemos contar com alguns materiais e equipamentos que auxiliam nesse processo.

Fita de proteção para blocagem: trata-se de uma fita de plástico que reveste o bloco da lente antes de ser fixado no porta blocos. Sua função é proteger a superfície externa do bloco da lente para que não sofra danos durante o processo de colagem. Outra função da fita é a de facilitar a visualização de riscos que possam ter sobrado do processo de desbaste e do polimento. A fita também serve para que o alloy se fixe mais firmemente na lente.

Fitadeira: é uma máquina especialmente destinada à aplicação da fita de proteção em superfícies de blocos de lentes durante o processo de blocagem. As mais utilizadas são:

Fitadeira manual: modelo mais antigo de máquina, que não faz uso de energia elétrica para funcionar. A alimentação da fita na máquina, assim como a fixação da fita e a elevação do bloco é toda feita manualmente. O operador centraliza o bloco da lente na máquina, passa a fita por cima do bloco da lente e com a elevação do bloco a fita é fixada.

Fitadeira pneumática: esta máquina faz a fixação da fita através de acionamento de pedal pneumático. A vantagem é que ela faz o reconhecimento automático da sobra da fita. E como seu comando é feito pelo pedal, o operador fica com as mãos livres para trabalhar.

VOCÊ SABIA?

Essa fita somente é usada em blocos orgânicos devido a esse tipo de material r iscar com mais facilidade.

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Fitadeira automática: esta máquina conta com um sistema pneumático que faz a fixação automática da fita de proteção no bloco. Além disso, trabalha com um sistema de vácuo que elimina as eventuais bolhas de ar que possam a aparecer durante o processo de aplicação. Como a elevação do bloco da lente é feita automaticamente, há mais agilidade no processo de fixação da fita de proteção no bloco da lente.

Você Sabia?

A proteção da superfície de lentes minerais é feita com o uso de um verniz protetor passado na superfície externa da lente com o auxílio de um pincel. Deve-se utilizar o verniz, porque a fita de proteção usada nas lentes orgânicas não se fixa muito bem em lentes minerais.

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Coloração

Máquina de coloração: essa máquina faz a coloração de lentes orgânicas através de um processo de imersão. A lente é imersa no corante que deve ser mantido em uma temperatura de 93°. Essa temperatura é ideal para que as lentes orgânicas absorvam a pigmentação desejada. Isso se dá ao fato de que as lentes orgânicas possuem poros similares aos da pele humana. Para que as lentes orgânicas recebam a tinta e tinja a lente, seus poros precisam estar abertos.

Antigamente os técnicos não possuíam os recursos das máquinas atuais e com isso o improviso era rotineiro. Alguns deles usavam fogão de cozinha que colocavam uma assadeira com água e dentro dessa água quente canecas com os corantes, com isso não se tinha controle da temperatura do corante e nem da temperatura do banho maria.

Nas máquinas modernas, o fogão foi substituído por resistências elétricas que aquecem a glicerina que mantêm a temperatura dos recipientes com o colorante mais adequada e estável, mesmo assim devemos usar de um termômetro externo para confirmação da temperatura dentro do recipiente de coloração.

Um outro recurso que era e continua sendo utilizado é o forno de microondas, que serve somente para aquecer o corante e após isso, é retirado do microondas e o processo de imersão da lente é feito dando assim a cor desejada.

Você Sabia?

Hoje os sistemas mais modernos contam com máquinas de coloração robotizadas com braços que mergulham a lente com controle de tempo e profundidade, caso queira colorir lentes com aspecto degrade.

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Instrumentos para Aferições

Régua: também popularmente conhecido com milímetro, é de fundamental importância em todos os departamentos de uma ótica, desde a surfaçagem até as vendas. No laboratório de surfaçagem é usado para aferir medidas do diâmetro do bloco e outros detalhes que necessitem medidas. Lembramos que um metro tem 100 centímetro e também pode ser medido como 1000 milímetro.

Na ótica e principalmente na surfaçagem, as medidas devem ser extremamente precisas para que não haja erros. Atualmente podemos contar com os seguintes equipamentos:

Régua de milímetro: tem aproximadamente 15cm, ou seja, 150mm usada para fazer medições de DNP, altura, ângulo pantoscópico, distância vértice, diâmetro de lente e etc. Para isso alguns fabricantes criaram recortes e encaixes de posições de escalas para esses diversos fins.

Metro: usado para medidas em centímetros ou mesmo objetos com até 2 a três metros. São indicados onde a tolerância ao erro seja acima de um centímetro. São usados em projetos de vitrinas e outras atividades que requerem um aparelho rígido.

Trena: podendo ser usado nas mesmas finalidades do metro, porem alcança maiores distâncias que 2 metros.

Transferidor: uma peça fundamental no laboratório de surfaçagem. Trata-se de uma espécie de régua circular que indica ângulos e eixos. Sem ele, não temos como fazer uma lente cilíndrica, afinal o eixo é a alma da lente cilíndrica. Ter um bom transferidor e como saber usar é necessário para

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qualquer técnico de laboratório.Na ótica é usado de 0 a 180°, entretanto os transferidores são encontrados no mercado com 360°.

Espessímetro manual convencional: faz a medição de espessuras de até 15mm. Sua precisão é de 0,10mm. A ponta desse tipo de espessímetro pode ser de metal ou de nylon. Espessímetros com ponta de nylon oferecem menores riscos de agressões contra a lente.

Espessímetro manual analógico: faz a medição de espessuras de até 20mm. Sua precisão é maior que a do convencional, pois chega a medir em 0,05mm. A forma de visualizar a espessura é mais precisa e mais fácil se comparado com o espessímetro convencional, pois este último não traz o mostrador analógico.

Espessímetro manual analógico de alta precisão: também conta com o relógio analógico e faz a medição em espessuras de até 20mm. Entretanto, sua precisão é maior, tem a capacidade de medir em 0,01 mm.

Espessímetro: trata-se de um instrumento que, como o próprio nome já diz, tem a função de medir a espessura de lentes em milímetros e décimos de milímetros. Existem espessímetros com características diferentes. São estes os principais:

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Espessímetro digital de mesa: além da precisão de 0,01mm, este espessímetro faz a medição em lentes soltas ou blocadas. A medição em lentes blocadas permite ao surfaçagista orientar-se sobre a espessura durante o processo de desbaste da lente. Afinal, durante o desbaste a lente estará blocada.

Espessímetro digital de mesa com comunicação: a diferença deste espessímetro com os outros é que há cabos para a transferência automática de dados do valor da espessura para o computador. Além disso, é compatível com softwares de cálculo.

Sagômetro: este instrumento foi desenvolvido para realizar medições de ságitas em blocos de lentes. Com o auxílio de uma tabela de conversão ou de um software próprio de computador,

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o surfaçagista consegue visualizar de maneira simplificada as curvas reais dos blocos analisados. Existem sagômetros com características diferentes. Seguem abaixo os principais:

Sagômetro de mesa digital com comunicação: o diferencial desse sagômetro é que há cabos para transferência automática de dados do valor da ságita para o computador. Além de ser compatível com softwares de cálculo.

Esferômetro: é um instrumento destinado para fazer a medição do raio de curvatura. No laboratório de surfaçagem é usado para aferir as curvaturas do bloco e do molde, respectivamente. A aferição é feita porque ambas as curvaturas devem estar adequadas à dioptria da lente. O esferômetro compõe-se de três hastes, sendo duas fixas que se encontram lateralmente e de uma haste móvel central, uma escala positiva e outra negativa, graduadas de 0 a 20 dioptrias que, por sua vez, se encontram divididas em 0,25 D, o que possibilita a medição de curvas côncavas e convexas.

ágita: também conhecida popularmente como "flecha" é a distância entre as tangentes paralelas das faces externa e interna da lente, isto é, o espaço físico ocupado pela lente. S

Assim, a ságita, em lentes positivas, é a espessura do seu centro e em lentes negativas, é a espessura de sua borda expressada em milímetros.

Sagômetro portátil digital: tem precisão de 0,01mm, faz medições em moldes e lentes com curvas côncavas e convexas.

Sagômetro de mesa digital Premium: a diferença é que esse sagômetro, além da ságita, informa o raio de curvatura da lente e a curva dióptrica.

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Calibrador com gabarito: este calibrador tem a mesma função do esferômetro, medir o raio de curvatura, mas de forma diferente. São utilizadas chapas de metal com curvas determinadas em cada uma delas. Assim, cada chapa de metal corresponde a um tipo de raio de curvatura, o que possibilita a medição de superfícies côncavas e convexas. Existem calibradores que fazem a medida de 0,25 em 0,25 e de 0,12 em 0,12.

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Limpeza e Marcação das Lentes

Os Diferentes tipos de Álcool

No processo de surfaçagem as lentes precisam de marcações para orientar o surfaçagista no laboratório, assim como a limpeza dessas marcações também devem ser feitas, para isso podemos contar com:

Álcool: é um líquido incolor, volátil, com odor característico, obtido através da fermentação de uma solução que contenha açúcar. O álcool na ótica pode ser usado para limpeza, como solvente para tintas, assepsia das mãos, entre outros, entretanto também pode ser utilizado para vários fins como:

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O etanol ou álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. Está contido nas bebidas alcoólicas e é usado para limpeza doméstica, ele também é combustível para automóveis;

O metanol ou álcool metílico é um álcool que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico para o fígado;

No fenol, de fórmula química C6H6O, a hidroxila está ligada a um anel benzênico. Na maioria dos textos, este composto não é considerado um álcool;

Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (a obtenção de álcool totalmente puro é muito difícil), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem, atuando como antidetonante, para que a gasolina seja comprimida ao máximo no pistão do motor carburante e não entre em combustão antes de acionada a vela do motor;

O Álcool Isopropílico é o mais recomendado para limpar componentes eletrônicos, pois sua porcentagem de água é menor que 1%, tornando quase nula a hipótese de oxidação das peças. É também empregado na indústria gráfica, na composição de uma solução presente no processo de impressão offset. Também é utilizado em produtos de limpeza de superfícies de vidro, misturado com detergente não iônico, muito utilizado em produtos específicos para limpeza de lentes de óculos, detergentes enzimáticos, etc.

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Caneta Retroprojetor: Trata-se de uma caneta com tinta especial que escreve sobre diversas superfícies e é resistente à umidade. É utilizada no laboratório de surfaçagem para fazer as marcações nas lentes. Ex: Olho, Superfície, Número da Ordem de Serviço, etc. Tais marcações servem para diferenciar os serviços dentro do laboratório.

O álcool natural é obtido pela fermentação e destilação de produtos agrícolas e naturais;

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Retificação de Moldes

Com o tempo, os moldes utilizados na surfaçagem sofrem desgastes e apresentam imperfeições. Para isso, temos as máquinas que auxiliam no processo de retificação de moldes, as principais são:

Moto Esmeril: Retira manualmente o material dos moldes e repõe a curvatura perdida durante o processo de desbaste das lentes minerais.

Torno Retificador de Molde: Faz os retoques necessários e a correção das curvas gastas dos moldes. Um molde com curvas gastas produz curvas incorretas no bloco, provocando oscilações na dioptria da lente. Quando um molde está fora de padrão, o Torno Retificador pode corrigir suas imperfeições.

Molde com curva gasta Molde com curva retificada