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Mata AtlânticaBiodiversidade, Ameaças e Perspectivas

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Editado porCarlos Galindo-Leal e

Ibsen de Gusmão Câmara

Mata AtlânticaBiodiversidade, Ameaças e Perspectivas

Fundação SOS Mata AtlânticaConservação Internacional

Centro de Ciências Aplicadas à Biodiversidade

Belo Horizonte2005

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Título original: The Atlantic Forest of South America: biodiversity status,threats, and outlook. Washington: Island Press, Center for Applied BiodiversityScience at Conservation International. 2003.Copyright © 2003 por Conservation International

Copyright da tradução © 2005 por Fundação SOS Mata Atlântica e Conser-vação Internacional

Aliança para Conservação da Mata Atlântica

Conservação InternacionalPresidente: Angelo B. M. MachadoVice-presidentes: José Maria C. da Silva

Carlos A. BouchardetPrograma Mata Atlântica:

Luiz Paulo S. Pinto (Diretor)Adriana Paese, Adriano P. Paglia,Ivana R. Lamas, Lúcio C. Bedê,Mônica T. Fonseca

Fundação SOS Mata AtlânticaPresidente: Roberto Luiz Leme KlabinVice-presidente: Paulo Nogueira-NetoDiretoria de Gestão do Conhecimento: Márcia M. HirotaDiretoria de Captação de Recursos: Adauto T. BasílioDiretoria de Mobilização: Mario Mantovani

Coordenação da tradução: Ivana R. LamasTradução: Edma Reis LamasRevisão técnica: Lívia Vanucci LinsRevisão de texto: Ana Martins Marques e Marcílio França Castro

Editoração e arte-final: IDM Composição e ArteCapa: Ricardo CrepaldiFotos: Andrew Young (capa), João Makray (p. 1, 25), Haroldo Palo Jr. (p. 137),

Russel Mittermeier (p. 265, 353) e Haroldo Castro (p. 457)

Ficha catalográfica: Andrea Godoy Herrera CRB 8/2385

M41 Mata Atlântica : biodiversidade, ameaças e perspectivas / editado porCarlos Galindo-Leal, Ibsen de Gusmão Câmara ; traduzido por EdmaReis Lamas. – São Paulo : Fundação SOS Mata Atlântica — BeloHorizonte : Conservação Internacional, 2005.

472 p. : il., mapas, grafs, tabelas ; 25,2 x 17,8 cm.(State of the hotspots, 1)

Título original: The Atlantic forest of South America: biodiversitystatus, threats, and outlook

ISBN: 85-98946-02-8 (Fundação SOS Mata Atlântica) 85-98830-05-4 (Conservação Internacional)

1. Mata Atlântica 2. Diversidade biológica I. Galindo-Leal, CarlosII. Câmara, Ibsen de Gusmão III. Título

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Sumário

Apresentação da edição brasileira ............................................................... ixAngelo B. M. Machado e Roberto Klabin

Apresentação da edição original .................................................................xiGordon E. Moore

Prefácio .................................................................................................xiiiGustavo A. B. da Fonseca, Russell A. Mittermeier e Peter Seligmann

Agradecimentos .................................................................................... xvii

I. INTRODUÇÃO

1. Status do hotspot Mata Atlântica: uma síntese .............................. 3Carlos Galindo-Leal e Ibsen de Gusmão Câmara

2. Estado dos hotspots: a dinâmica da perda de biodiversidade ...... 12Carlos Galindo-Leal, Thomas R. Jacobsen,Penny F. Langhammer e Silvio Olivieri

II. BRASIL

3. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlânticabrasileira: uma introdução ...................................................... 27Luiz Paulo Pinto e Maria Cecília Wey de Brito

4. Breve história da conservação da Mata Atlântica ...................... 31Ibsen de Gusmão Câmara

5. Estado da biodiversidade da Mata Atlântica brasileira ............... 43José Maria Cardoso da Silva e Carlos Henrique M. Casteleti

6. Monitoramento da cobertura da Mata Atlântica brasileira Márcia Makiko Hirota ............................................................... 60

7. Prioridades de conservação e principais causas da perda debiodiversidade nos ecossistemas marinhos ................................. 66Silvio Jablonski

8. Espécies ameaçadas e planejamento da conservação................... 86Marcelo Tabarelli, Luiz Paulo Pinto, José Maria Cardoso da Silvae Cláudia Maria Rocha Costa

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9. Passado, presente e futuro do mico-leão-dourado e deseu hábitat ................................................................................. 95Maria Cecília M. Kierulff, Denise M. Rambaldie Devra G. Kleiman

10. Causas socioeconômicas do desmatamento naMata Atlântica brasileira .......................................................... 103Carlos Eduardo Frickmann Young

11. Os Corredores Central e da Serra do Mar naMata Atlântica brasileira .......................................................... 119Alexandre Pires Aguiar, Adriano Garcia Chiarello,Sérgio Lucena Mendes e Eloina Neri de Matos

12. Iniciativas políticas para a conservação daMata Atlântica brasileira .......................................................... 133José Carlos Carvalho

III. ARGENTINA

13. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlânticaargentina: uma introdução ...................................................... 139Alejandro R. Giraudo

14. Breve história da conservação da Floresta do Paraná ............... 141Juan Carlos Chebez e Norma Hilgert

15. Status da biodiversidade da Mata Atlântica de Interior daArgentina ................................................................................. 160Alejandro R. Giraudo, Hernán Povedano, Manuel J. Belgrano,Ernesto R. Krauczuk, Ulyses Pardiñas, Amalia Miquelarena,Daniel Ligier, Diego Baldo e Miguel Castelino

16. Ameaças de extinção das espécies-bandeira daMata Atlântica de Interior ....................................................... 181Alejandro R. Giraudo e Hernán Povedano

17. Perspectivas para a conservação de primatas em Misiones ....... 194Mario S. Di Bitetti

18. A perda da sabedoria Mbyá: desaparecimento de umlegado de manejo sustentável ................................................... 200Angela Sánchez e Alejandro R. Giraudo

19. Raízes socioeconômicas da perda da biodiversidade emMisiones .................................................................................. 207Silvia Holz e Guillermo Placci

Sumáriovi

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20. Capacidade de conservação na Floresta do Paraná ................... 227Juan Pablo Cinto e María Paula Bertolini

21. Análise crítica das áreas protegidas na Mata Atlântica daArgentina ................................................................................. 245Alejandro R. Giraudo, Ernesto R. Krauczuk,Vanesa Arzamendia e Hernán Povedano

22. Última oportunidade para a Mata Atlântica ............................ 262Luis Alberto Rey

IV. PARAGUAI

23. Dinâmica da perda da biodiversidade na Mata Atlânticaparaguaia: uma introdução ...................................................... 267José Luis Cartes e Alberto Yanosky

24. Breve história da conservação da Mata Atlântica de Interior ... 269José Luis Cartes

25. Status da biodiversidade da Mata Atlântica de Interior doParaguai ................................................................................... 288Frank Fragano e Robert Clay

26. Aspectos socioeconômicos da Mata Atlântica de Interior ........ 308Ana Maria Macedo e José Luis Cartes

27. O aqüífero Guarani: um serviço ambiental regional ............... 323Juan Francisco Facetti

28. Capacidade de conservação na Mata Atlântica de Interiordo Paraguai .............................................................................. 326Alberto Yanosky e Elizabeth Cabrera

V. QUESTÕES TRINACIONAIS

29. Dinâmica da perda da biodiversidade: uma introduçãoàs questões trinacionais ............................................................ 355Thomas R. Jacobsen

30. Espécies no limiar da extinção: vertebrados terrestrescriticamente em perigo ............................................................ 358Thomas Brooks e Anthony B. Rylands

31. Reunindo as peças: a fragmentação e a conservaçãoda paisagem ............................................................................. 370Carlos Galindo-Leal

Sumário vii

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32. Florestas em perigo, povos em desaparecimento:diversidade biocultural e sabedoria indígena ............................ 379Thomas R. Jacobsen

33. Visitas indesejadas: a invasão de espécies exóticas .................... 390Jamie K. Reaser, Carlos Galindo-Leal e Silvia R. Ziller

34. Extração e conservação do palmito .......................................... 404Sandra E. Chediack e Miguel Franco Baqueiro

35. Impacto das represas na biodiversidade da Mata Atlântica ...... 411Colleen Fahey e Penny F. Langhammer

36. Povoando o meio ambiente: crescimento humano,densidade e migrações na Mata Atlântica ................................ 424Thomas R. Jacobsen

37. O Mercosul e a Mata Atlântica: um marco regulatórioambiental ................................................................................. 434María Leichner

38. Um desafio para conservação: as áreas protegidas daMata Atlântica ......................................................................... 442Alexandra-Valeria Lairana

VI. CONCLUSÃO

39. Perspectivas para a Mata Atlântica ........................................... 459Carlos Galindo-Leal, Ibsen de Gusmão Câmara ePhilippa J. Benson

Sobre os colaboradores ............................................................................ 467

Sumárioviii

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PARTE II

Brasil

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Capítulo 11

Os Corredores Central e da Serra do Marna Mata Atlântica brasileira

Alexandre Pires Aguiar, Adriano Garcia Chiarello,Sérgio Lucena Mendes e Eloina Neri de Matos

Na última década, workshops realizados com o objetivo de estabelecerprioridades de conservação na Mata Atlântica definiram corredores debiodiversidade (Pinto, 2000, http://www.conservation.org.br/ma), grandesunidades de planejamento regional que compreendem um mosaico de usos dosolo e áreas-chave de conservação. Dois corredores de biodiversidade principaisforam selecionados na Mata Atlântica: o Central (ou Bahia) e o da Serra do Mar(Figura 11.1), no interior dos quais se localizam três dos quatro centros deendemismo reconhecidos na Mata Atlântica (Paulista, Rio Doce e Bahia).

Importância biológica do Corredor Central

O Corredor Central cobre aproximadamente 86.000km2, o que representacerca de 75% da biorregião da Bahia (ver Capítulo 5). Esse corredor ébiologicamente diversificado e abriga muitas espécies de distribuição restrita,incluindo alguns grupos ameaçados. Uma riqueza extremamente elevada deespécies de plantas tem sido documentada perto de Una, na Bahia (454 espéciesde árvores por hectare) (Thomas et al., 1998), e na região central do EspíritoSanto (443 espécies de árvores por hectare) (Thomaz e Monteiro, 1997). Damesma forma, a grande riqueza de mamíferos não voadores (62 espécies)ultrapassa a de outras áreas da Mata Atlântica e a maioria das áreas neotropicaisinventariadas (Passamani et al., 2000).

A região localizada entre os estados da Bahia e do Espírito Santo também éúnica pela presença de diversos táxons tipicamente amazônicos. A região centraldo Espírito Santo, por sua vez, abriga um dos mais importantes remanescentesda densa e diversificada floresta de “tabuleiros” (Peixoto e Gentry, 1990),distribuída por 440km2, conectando a Reserva Biológica de Sooretama com aReserva Florestal de Linhares.

119

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120 BRASIL

Figura 11.1. Localização dos corredores de biodiversidade e dos quatro centros deendemismo no hotspot Mata Atlântica.

O sul da Bahia é uma das poucas áreas onde todos os seis gêneros deprimatas da Mata Atlântica ocorrem em simpatria. São 12 espécies de primatas,representando 60% dos primatas endêmicos da Mata Atlântica (Pinto, 1994). ABahia é excepcionalmente rica em diversidade de aves, com cinco novas espécies eum novo gênero (Acrobatornis) recentemente descritos nas regiões cacaueirasmontanhosas e costeiras do sul e do centro do estado. O Corredor Centralcontém mais de 50% das espécies de aves endêmicas conhecidas da MataAtlântica (Cordeiro, com. pess., 2001). Altos níveis de diversidade e endemismo

Paulista

Rio Doce

Bahia

Pernambuco

Curitiba

Rio de Janeiro

BeloHorizonte

Salvador

Recife

Natal

Fortaleza

PortoAlegre

Resistencia

SãoPaulo

Brasília

Assunção

MontevidéuBuenosAires

PARAGUAI

ARGENTINA

URUGUAI

BRASIL

OCEANOATLÂNTICO

45ºW

30ºS

Corredores de biodiversidade

Centros de endemismo

Extensão original da Mata Atlântica

Cidades

Capitais

Fronteiras internacionais

Limites estaduais

Centro de Penambuco proposto por Muller (1973); Centros da Bahia, Rio Doce e Paulista propostos por Muller (1973) e Kinzey (1982).

Ser ra do Mar

Cen t

r a l

400 0 400 800 km

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38º W

16º S

44º W

18º S

Remanescentes florestais

Extensão original da Mata Atlântica

Corredor Central

Parques nacionais

Limites estaduais

Cidades

Vitória daConquista

Itabuna

Itamaraju

Colatina

Belo Horizonte

Área ampliada

PNPau-Brasil

PNMonte Pascoal

Itamaraju

PNDescobrimento

PNMarinho dos

Abrolhos

080 80 160 km

030 30 60 km

MinasGerais Espírito

Santo

Bahia

Dados de cobertura florestal segundo a Fundação SOS Mata Atlântica (1995). Dados de áreas protegidas segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (IBAMA).

de anfíbios e répteis também ocorrem nesse corredor. Pelo menos 12 novasespécies de sapos e rãs foram recentemente descritas no Corredor Central(Silvano e Pimenta, 2001).

O sul da Bahia também é a região onde é produzida a maior parte do cacaubrasileiro (Theobroma cacao), cultivado em um sistema conhecido localmentecomo cabruca (cacau de sombra). Cerca de 6.500km2 de cacau são cultivados naBahia, 70% sob o sistema de cabruca (Araújo, 1997). Embora significativamentealterada, a floresta de cabruca causa menos danos que o desmatamento, porque

121Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira

Figura 11.2. Importantes Parques Nacionais (Descobrimento, Monte Pascoal, Pau-Brasil) noCorredor Central (na Bahia e no Espírito Santo, Brasil), protegendo um total deaproximadamente 500km2 de florestas, e Parque Nacional Marinho dos Abrolhos.

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122 BRASIL

ela mantém uma variedade de plantas e animais nativos (Alves, 1990; Pinto,1994; Moura, 1999; Pardini et al., 2000) e favorece a conexão de áreasprotegidas. Quando as florestas de cabruca são abandonadas, sua biodiversidadetende a crescer com o tempo, eventualmente aproximando-se do nível de umafloresta nativa (Alger e Caldas, 1996; Sambuichi, 2000).

Alguns dos blocos mais importantes de florestas do Corredor Central estãono extremo sul da Bahia, incluindo os parques nacionais – Descobrimento,Monte Pascoal, Pau-Brasil -, e protegem uma área de quase 500km2 de florestas.As pequenas bacias hidrográficas protegidas por esses parques nacionais são extre-mamente importantes, não apenas para a biodiversidade terrestre, mas tambémpara os recifes de corais e outros ecossistemas marinhos, no Parque NacionalMarinho dos Abrolhos, o mais rico recife de corais do Atlântico Sul (Figura 11.2).

Os estados da Bahia e do Espírito Santo combinados têm cerca de 40 áreasprotegidas, 70% das quais são administradas pelos governos estaduais. Unidadesde conservação (UCs) estaduais representam 69,5% do total de terras protegidas,e a média de tamanho das UCs na região é de 93,13km2. No entanto, o altonível de devastação da Mata Atlântica no Espírito Santo e na Bahia faz da criaçãode novas áreas protegidas e do fortalecimento das existentes uma prioridademáxima para a região. Novas áreas adequadas para proteção já foramidentificadas, mas não há recursos humanos e financeiros suficientes nem paraadministrar as já existentes. Problemas cruciais incluem a falta de recursosfinanceiros para implementar os planos de manejo, a insuficiência de pessoaltécnico e equipamentos para administrar e proteger as unidades, além da coletailegal de produtos florestais e das queimadas intencionais (ConservationInternational do Brasil e IESB, 2000).

Importância biológica do Corredor da Serra do Mar

O Corredor da Serra do Mar é uma das áreas mais ricas em biodiversidade daMata Atlântica. O norte da Serra do Mar, especialmente no estado do Rio deJaneiro, é a sub-região da Mata Atlântica com a maior concentração de espéciesendêmicas de vários grupos (Manne et al., 1999; Costa et al., 2000; Brown eFreitas, 2000; Rocha et al., no prelo) e a maior concentração de espécies de avesameaçadas (Collar et al., 1997; Manne et al., 1999).

Os córregos costeiros no estado do Rio de Janeiro têm o maior nível deendemismo de peixes na Mata Atlântica (por exemplo, rios de planícies ecórregos das encostas da bacia do rio São João) (Pinto, 2000). No Corredor daSerra do Mar, 12 áreas foram apontadas como de alta prioridade paraconservação dentro da Mata Atlântica, com base na biodiversidade e noendemismo. A serra dos Órgãos destaca-se como uma floresta contínua do tipomontana e alto-montana, apresentando um impressionante nível de endemismo,riqueza de invertebrados e número de espécies ameaçadas de mamíferos, anfíbiose répteis (Bergallo et al., 2000; Pinto, 2000; Rocha et al., 2000). A região doItatiaia, entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, também apresenta altos níveis deendemismo (Caramaschi et al., 2000; Otero et al., 2000).

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Curitiba

Rio de Janeiro

Ilha Queimada Grande

São Paulo

42 W

24 S

48 W

22 S

200

Cidades

Extensão original da Mata Atlântica

Cobertura florestal

0200 400 km

Limites estaduais

Corredor da Serra do Mar

Áreas protegidas

0100 100 200 km

Área ampliada

São PauloMinas Gerais

Paraná

SantaCatarina

Rio deJaneiro

PE de Carlos Botelho

PE Turísticodo Alto Ribeira

PE das Lauráceas

PN Saint-Hilaire

PE de Jacupiranga

PE Serra do Mar PE Marinho

Laje de Santos

PE de Jurupará São Paulo

Curitiba

Fontes: Dados de remanescentes florestais segundo a Fundação SOS Mata Atlântica (Paraná, Rio de Janeiro, 2000; Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, 1995). Dados de áreas protegidas segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

123Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira

As montanhas da serra da Mantiqueira, tomadas como parte do Corredor daSerra do Mar, também têm uma grande diversidade de plantas e animais, incluindomuitas espécies endêmicas de anfíbios e répteis (Costa et al., 1998) e uma alta diver-sidade de pequenos mamíferos (Costa et al., 2000). Essa região também é consi-derada prioritária para a conservação no estado de Minas Gerais (Figura 11.3).

Invertebrados endêmicos importantes são encontrados nas restingas (Platnicke Rocha, 1995; Otero et al., 2000; Gonzaga e Pacheco, 1990; Caramaschi et al.,2000; Rocha, 2000). A restinga de Jurubatiba, na costa norte do estado do Riode Janeiro, é uma das mais bem preservadas do Brasil. O Parque Nacional daRestinga de Jurubatiba apresenta um notável mosaico de ecossistemas bemdefinidos, com muitas espécies raras, endêmicas ou ameaçadas, e serve como umrefúgio para espécies já extintas em outras regiões do Rio de Janeiro onde asrestingas estão degradadas ou já desapareceram (Albertoni e Esteves, 1999).

A região da Serra do Mar inclui o maior bloco remanescente da MataAtlântica nas encostas e picos da serra do Mar e da serra da Mantiqueira e emplanícies adjacentes (Figura 11.3). Embora essas florestas estejam próximas dasduas maiores áreas metropolitanas do Brasil (as cidades de São Paulo e Rio deJaneiro), elas continuam bem preservadas, graças ao relevo acidentado, que não é

Figura 11.3. Importantes áreas protegidas no Corredor da Serra do Mar.

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124 BRASIL

adequado para agricultura. Nessa região, 38% das áreas protegidas existentes sãode propriedade do governo federal, e a média de tamanho das UCs no Corredorda Serra do Mar é de mais de 350km2 (400km2 para reservas federais). A regiãoinclui algumas das mais importantes áreas protegidas da Mata Atlântica, como,por exemplo, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, o Parque Nacional Serra daBocaina e o Parque Nacional do Itatiaia. A possibilidade de sobrevivência a longoprazo de espécies nativas é mais favorável aqui do que em qualquer outra região.

Pressões sobre os Corredores Central e da Serra do MarExistem muitas causas socioeconômicas diretas e indiretas da perda da

biodiversidade em ambas as regiões. Na próxima seção apresentaremosbrevemente as mais importantes.

Uso intensivo do solo

Dos 2 a 7% da Mata Atlântica original que restam no Corredor Central,cerca de 80% estão dentro de áreas pertencentes a fazendeiros de cacau.Entretanto, como resultado da crise do cacau, fazendeiros do sul da Bahiaconverteram até 45% de suas cabrucas em áreas de pastagens ou outros usos(SEI, 1997), e fazendeiros com grandes propriedades (14,30km2 em média)desmataram cerca de 67% de suas terras para vender a madeira da cabruca.Incentivos rurais também contribuíram para o desmatamento. O programaProcacau, por exemplo, levou à devastação de 2.150km2 de floresta nativa no sulda Bahia (Rocha et al., no prelo), porque as linhas de crédito são oferecidas aosfazendeiros sem levar em consideração, de forma adequada, as questõesambientais (http://www.amda.org.br).

O cultivo da monocultura do eucalipto começou no Espírito Santo nos anos60 e na Bahia nos anos 80. As condições na Bahia e no norte do Espírito Santosão ideais para esse cultivo: as características perfeitas de solo e clima(http://www.veracel.com.br); a tradição da retirada seletiva de madeira; o baixocusto de terras, pessoal, energia e impostos (CEPEDES e CDDH, 1992); e ocusto de produção mais barato do mundo (Conservation International do Brasile IESB, 2000). Em 1995, cerca de 1.730km2 no Espírito Santo – quase 4% daárea do estado – tinham sido cultivados com essas lavouras, e em 20 anos asmonoculturas de eucalipto no sul da Bahia perfaziam 3.130km2 (Andrade,2001). A indústria de celulose expandiu suas operações no extremo sul da Bahiae no norte do Espírito Santo, e as plantações de eucalipto dominam a paisagemnessa parte do Corredor Central. No entanto, novas plantações de eucaliptoforam recentemente declaradas ilegais no Espírito Santo.

A maior fonte de renda no estado do Espírito Santo é o café, e suasplantações são uma séria ameaça à floresta. Nos anos 60, quando a indústria docafé foi afetada pela queda dos preços, a criação de gado emergiu como alter-nativa, causando novos e extensos desmatamentos no estado. Hoje, as pastagensocupam cerca de 50% da área anteriormente utilizada para a agricultura(SEAMA, 2001). Proporcionalmente, o estado foi o mais intensamente

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125Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira

devastado (ES-Eco, 1992). Pastagens, café e monocultura de eucalipto ocupamhoje a maior parte da área desmatada.

Os assentamentos humanos resultantes da Lei da Reforma Agrária no sul daBahia também coincidiram, desastrosamente, com as áreas florestais da região(Rocha et al., no prelo). As áreas desmatadas são pequenas, mas freqüentementede grande importância ecológica (Alger e Caldas, 1994).

As queimadas têm sido uma séria e constante ameaça para a Mata Atlânticano Espírito Santo. No Parque Nacional do Caparaó e em dez municípiosadjacentes, por exemplo, 485 incêndios foram detectados por imagens de satéliteapenas em setembro de 2001 (Rego, 2001). Todavia, a área autorizada para arealização de queimadas controladas e o número de permissões – a maioria paralimpar a área para plantação da cana-de-açúcar e pastagem para o gado – têmaumentado, assim como o número de multas para as queimadas ilegais.

Remanescentes florestais nas terras altas do Espírito Santo estão em melhorescondições, e mais bem protegidos, do que os localizados nas terras baixas, princi-palmente porque a paisagem montanhosa torna mais difícil e dispendiosa a suaexploração. Nas terras baixas, os remanescentes florestais continuam a diminuir,particularmente na região dos tabuleiros, que cobre cerca de 25% da área doestado. Imagens de satélite sugerem um aumento na taxa de desmatamento entre1996 e 2000 (ver Capítulo 6).

A pecuária é uma das atividades de uso da terra mais intensivo no estadodo Rio de Janeiro, situação que se agrava com as queimadas, que sãofreqüentemente utilizadas para limpar as pastagens. Os rebanhos bovinos naregião somam mais de 1,8 milhão de cabeças – ocupando 19.300km2, ou 44,5%do território do estado (CIDE, 1996) – e representam cerca de 30% da produçãorural do estado.

A agricultura ocupa 9,4% da área total do estado Rio de Janeiro (CIDE,1994), mas o uso da terra está longe de ser homogêneo. Alguns grupos estreita-mente associados com os remanescentes florestais são os fazendeiros de subsis-tência. Entre suas práticas estão o policultivo, o alqueive e a coivara, quepermitem que a vegetação cresça até um certo ponto antes que seja queimadapara aumentar a fertilidade do solo (Adams, 2000).

A expansão da agricultura e das pastagens no sul de Minas Gerais tambémfoi a principal causa da degradação ambiental na região. Inicialmente o cultivodo café disseminou-se por toda a Zona da Mata e serra da Mantiqueira,ocupando as encostas das montanhas e fazendo as florestas nativas ficaremlimitadas aos topos. Entretanto, o terreno irregular e as técnicas insustentáveis decultivo causaram sérias erosões e a depleção do solo. As plantações de café, então,deram lugar às pastagens, que se estenderam ao topo das montanhas,aumentando a fragmentação dos remanescentes florestais (Brito et al., 1997).

O uso da terra no vale do Paraíba é muito intenso e diversificado, com culti-vo de milho, batata, feijão, mandioca e banana. Essas lavouras são todas de baixaprodutividade, mas impedem a regeneração da floresta e envolvem o uso de quei-madas. Incêndios intencionais para limpar as pastagens também têm causado exten-sos danos ao longo da divisa entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

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A bacia do Paraíba do Sul, originalmente, era quase inteiramente cobertapela Mata Atlântica, mas a vegetação original agora existe apenas em fragmentosisolados nos topos das montanhas e em outras áreas remotas. Mesmo assim, afloresta remanescente está ainda sujeita à exploração desordenada: cerca de20km2 de vegetação nativa foram desmatados na região de 1990 a 1995(Fundação SOS Mata Atlântica et al., 1998). A prática mais intensa dedesmatamento no estado do Rio de Janeiro está concentrada nos municípios deAngra dos Reis, Carmo, Santa Maria Madalena e Campos dos Goytacases. Oscriadores de gado e os pequenos proprietários de terras no Corredor da Serra doMar contribuem para o desmatamento constante e generalizado, por meio daextração de madeira para mourões de cerca e agricultura de subsistência.

Retirada seletiva de madeira

Embora a retirada seletiva de madeira venha sendo praticada há 500 anos noBrasil, na Bahia ela se tornou especialmente intensa nos últimos 30 anos(Mesquita e Leopoldino, 1999), particularmente com a mudança de companhiasmadeireiras para o sul Bahia, vindas do devastado norte do Espírito Santo. Em1990, o governo federal baniu a retirada de madeira da Mata Atlântica.Entretanto, as empresas madeireiras influenciaram, com sucesso, o governo paraserem autorizadas a continuar operando se adotassem planos de sustentabilidade,mas não seguiram necessariamente o processo técnico recomendado (Mesquita,no prelo; Rede de ONGs da Mata Atlântica, 2001).

Empresas madeireiras extraíram 225.000m3 de madeira no sul da Bahia em1994, quase 75% de forma ilegal (IESB, 1997). Naquele ano, todas as empresasmadeireiras autorizadas da região estavam operando em áreas que abrigavamprimatas ameaçados (Mesquita, 1997). Em 2001, um comitê especializadoavaliou 315 planos de manejo aprovados, e apenas 32 foram consideradosadequados. Apesar da proteção legal, a taxa de desmatamento no sul da Bahia foimaior no início dos anos 90 que nos anos 80 (Capobianco, 2001), e as empresasmadeireiras, legais ou não, continuam ativas na região, demonstrando uma claraexpansão de 2000 a 2001 (Mesquita, no prelo).

Retirada de lenha

Grande parte da madeira utilizada como fonte de energia hoje é a rejeitadapela indústria de celulose. Todavia, essa madeira não é suficiente para atender àdemanda de lenha para uso residencial. Por isso, os rios Santa Maria e Jucu, porexemplo, continuam sob intensa pressão de desmatamento para a exploração delenha. A baixa renda é um dos fatores principais para o uso da lenha nas regiõesflorestais do Rio de Janeiro. No passado, a exploração de florestas para produçãode carvão foi, também, um problema sério.

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127Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira

Captura ilegal de plantas e animais

O comércio de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal domundo, agora na ordem de 10 bilhões de dólares por ano, dos quais 1 bilhão dedólares é derivado apenas do mercado brasileiro (http://www.renctas.org.br). Ovolume do comércio ilegal de animais dobrou no Brasil de 1996 a 2000, eestima-se que 50 milhões de animais tenham sido capturados durante esseperíodo (isto é, 10 milhões de animais por ano). O comércio de animaissilvestres afeta diretamente mais de 200 espécies brasileiras (Rocha, 1995), edestas, 171 (incluindo pelo menos 88 aves endêmicas) estão oficialmenteameaçadas (Capobianco, 2001).

No Brasil, muitos animais comercializados em feiras locais são típicos daMata Atlântica (Souza e Soares Filho, 1998). Pelo menos 174 espécies da faunabrasileira estão sendo exploradas comercialmente apenas na Bahia (Freitas eGuerreiro, 1998). Em fevereiro de 2000, uma operação do IBAMA na Bahiaresgatou 2 mil animais silvestres mantidos ilegalmente em cativeiro, incluindoespécies ameaçadas como o macaco-prego-do-peito-amarelo (Cebus xanthosternos)e o mico-leão-de-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas).

Em 1999, o Espírito Santo foi um dos estados que mais aplicaram multas atraficantes e pessoas que apanham e mantêm animais silvestres em cativeiro(http://www.mma.gov.br). No ano seguinte, a polícia ambiental do EspíritoSanto resgatou cerca de 6 mil animais silvestres em cativeiro ilegal e, no primeirotrimestre de 2001, o número passou de 2 mil.

A caça de subsistência também contribui para o declínio da fauna. Ementrevistas recentes, 42% dos residentes em áreas adjacentes à Reserva Biológicade Una, na Bahia, admitiram que caçam, e 66% relataram que os animais decaça estão menos abundantes na região. Pequenos fazendeiros caçam maisfreqüentemente que os grandes, porque eles têm necessidades mais urgentes desubsistência (Santos e Pardini, 2000). Embora não seja praticada em larga escala,a caça esportiva pode afetar populações pequenas de animais, como o macuco(Tinamus solitarius) (Consórcio Santa Maria-Jucu, 1997).

Nos municípios de Resende e Itatiaia, a extração ilegal de palmito (Euterpeedulis) é um problema sério. Quadrilhas organizadas invadem a floresta e aíacampam, e então transportam, processam e vendem o palmito. Em poucos dias,coletores ilegais podem cortar milhares de palmeiras, extrair o palmito eembalá-lo para transporte.

Introdução de espécies exóticas

Muitas espécies introduzidas contribuem para a deterioração do ecossistema epara a perda da biodiversidade (ver Capítulo 33). Por exemplo, acredita-se quepelo menos 16 espécies de peixes exóticos estão estabelecidas nos rios do vale doParaíba do Sul (Bizerril, 1998). Espécies exóticas de peixes criadas em tanquesescapam ou são intencionalmente introduzidas nos rios, onde muitas vezesocupam o nicho de espécies nativas. A adaptabilidade de plantas ornamentais

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introduzidas em propriedades próximas aos remanescentes florestais torna-aspotencialmente ameaçadoras para a flora nativa. Algumas espécies proliferam forados jardins. Por exemplo, o beijo ou maria-sem-vergonha (Impatiens balsamina),uma espécie exótica da família Balsaminaceae, coloniza as margens de córregos eriachos, e árvores exóticas como a amendoeira (Terminalia cattapa), a casuarina(Casuarina equisetifolia) e a leucena (Leucaena leucocephala) – espécies altamenteresistentes e com grande capacidade de dispersão – também proliferam. Ascasuarinas são uma ameaça particular para a vegetação costeira nativa.

Expansão urbana e industrialização

A crescente presença humana próxima de áreas florestadas é uma ameaçaconstante à biodiversidade, principalmente devido a atividades extrativistas depequena escala, como caça, coleta de plantas ornamentais e medicinais, capturade pássaros canoros e ornamentais e coleta ilegal de plantas e animais silvestres(Conduro e Santos, 1995). A grave poluição das águas pela emissão de esgotosnão tratados, o aterro intencional de lagos e o desmatamento de mangues erestingas também são efeitos comuns da expansão urbana (Maciel, 1984; Araújoe Maciel, 1998).

As florestas costeiras estão particularmente ameaçadas pelo desenvolvimentointenso e mal planejado. A linha costeira do Espírito Santo, por exemplo,estende-se por 411km e é drenada por doze bacias hidrográficas (SEAMA, 2001).O desenvolvimento do litoral causou a ocupação ou a destruição de ecossistemasfrágeis, a poluição de rios e praias por dejetos industriais, municipais e domés-ticos e o desmatamento. Projetos urbanos e industriais adicionais estão sendoprogramados para as restingas do Espírito Santo (ES-Eco, 1992; SEAMA, 1999).

A região entre o Rio de Janeiro e São Paulo é a mais industrializada do país,e a chuva ácida causada pela poluição freqüentemente cai nas florestas remanes-centes. A bacia do Paraíba do Sul é hoje uma das áreas mais industrializadas doBrasil (a porção paulista da bacia, por exemplo, tem 2.730 pólos industriais,responsáveis por 10% da exportação nacional), e a região central do Paraíba, comsua alta concentração de indústrias, também é altamente poluída.

Muitas estradas e rodovias cruzam a serra do Mar e a serra da Mantiqueira,dividindo as florestas e isolando muitos animais em hábitats fragmentados.Várias rodovias, principalmente no sul de Minas Gerais, foram construídas sem onecessário relatório de impacto ambiental ou foram deixadas inacabadas,tornando as áreas adjacentes vulneráveis à severa erosão (por exemplo, RodoviaFederal BR-101, no sul da Bahia).

Represas também são uma ameaça potencial (ver Capítulo 35). ACompanhia Energética de Minas Gerais e investidores privados planejamconstruir 15 novas hidrelétricas no sul de Minas Gerais, prometendo energia emabundância e estimulando ainda mais a urbanização. Para os próximos anos, sãoesperados vinte mil novos negócios na região.

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129Os Corredores Central e da Serra do Mar na Mata Atlântica brasileira

Desenvolvimento relacionado com o turismo

A proliferação de casas de veraneio e de acomodações para turistas é umaameaça direta a muitos remanescentes florestais preciosos no estado do Rio deJaneiro. A supressão do sub-bosque, a introdução de espécies de árvores exóticas,o represamento de córregos e riachos, a abertura de trilhas e o hábito de daralimento à fauna silvestre têm comprometido a integridade dos fragmentosflorestais afetados (Conduro e Santos, 1995).

A costa norte de São Paulo, que se estende por 161km e engloba 164 praias e17 ilhas, recebe cerca de 1 milhão de visitantes na alta estação (janeiro efevereiro). A cidade de Caraguatatuba – a mais populosa, com aproximadamente80 mil pessoas – recebe em torno de 500 mil turistas no verão, gerando cerca de20 milhões de dólares de renda, ou 25% do orçamento anual da cidade. Asmaiores áreas de desmatamento contínuo ao longo da costa norte coincidem coma área de empreendimentos imobiliários. Os esgotos não tratados poluem aspraias, e a construção de casas de veraneio, hotéis, resorts e outros locais de des-canso e lazer também criam uma pressão adicional na região da Mata Atlântica.

No estado de Minas Gerais, a recente duplicação da rodovia Fernão Diaslevou a um aumento do turismo na serra da Mantiqueira, causando váriosproblemas ambientais.

Degradação de mangues e restingas

O desmatamento também ameaça os ecossistemas associados à Mata Atlântica,como mangues e restingas. A restinga consiste em uma comunidade de plantasque ocorre no litoral, e inclui praias e dunas. Devido a seu solo arenoso e solto, asrestingas são altamente vulneráveis ao impacto antrópico. Uma grandeporcentagem já foi destruída pela mineração, pelo desenvolvimento imobiliário epela agricultura (SEAMA, 2001). A vegetação da restinga é geralmente mais densa ebaixa do que outros tipos de vegetação florestal da região, o que faz dela uma fonte demadeira e lenha muito apreciada para residências ou pequenas indústrias.

A invasão das áreas de mangues, particularmente por famílias pobres àprocura de um lugar para viver, é comum no Espírito Santo. A madeira éextraída dos mangues para a construção de casas, armadilhas para peixes e viveirospara camarões (MMA, 1998). Com o aumento do preço do gás de cozinha, asárvores dos mangues tornaram-se cada vez mais populares como lenha. Osmangues são também explorados para extração do tanino, largamente utilizadonas cerâmicas e para tingir e proteger as redes de pesca. A casca do mangue-vermelho (Rhizophora mangle) é a fonte mais rica de tanino conhecida e é, muitasvezes, removida acidentalmente, causando a desidratação e a morte da planta.

Agradecimentos

Agradecemos a Luiz Paulo S. Pinto, André Vieira R. de Assis, Maria CecíliaW. de Brito, Ivana Lamas, Luciano Petronetto e Ana Maria da S. Ofranti, porsuas importantes contribuições.

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