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Page 1: MARÇO DE 2015 · 2019-02-12 · Desa. MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE (2015-2017) Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA (2014-2016) Tribunal
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MARÇO DE 2015

Chegamos a 2015, renovados pela convicção de que o CPPTJB cumpriu todas as metas estabelecidas para o ano que findou.

É bem verdade que não logramos aprovar a PEC nº 63 que contribuirá para a solução em definitivo do crô-nico problema de falta de revaloriza-ção da carreira da Magistratura, me-diante a imprescindível remuneração da experiência decorrente do tempo de exercício da judicatura. Isso, po-rém, não constitui um motivo de desânimo, pois um avanço de tama-nha envergadura foi proposto com a consciência de que será alcançado em prazo adequado à conscientiza-ção polít ica de que a Magistratura e o Ministério Público, únicas car rei-ras jurídicas de Estado, não podem continuar sendo remuneradas do modo distorcido atual.

A luta, portanto, continua. Forte na certeza de que o problema da correta política remuneratória dos magistra-dos brasileiros não é de interesse me-ramente corporativo, mas sim, e so-bretudo, de importância institucional pelos seus reflexos na eficiência do desempenho que a nação espera dos integrantes do Poder Judiciário.

A difícil conjuntura nacional sina-liza a necessidade de uma prudente revisão da estratégia adotada. Isso, porém, não pode, nem remotamen-te, parecer recuo ou desistência. Daí porque conclamamos todos os Pre-sidentes dos Tribunais de Justiça a permanecerem unidos na defesa da Proposta de Emenda em tramitação

no Congresso Nacional.Por motivação de semelhante inte-

resse institucional, precisamos man-ter em pauta a necessidade de ser eliminada a odiosa distinção remune-ratória entre os magistrados em ati-vidade e aposentados, decorrente de vantagens pecuniárias de caráter ge-ral concedidas apenas em favor dos primeiros (não importa o nomem juris que se lhes dê). Discriminação dessa ordem, se não possui funda-mentos ético-jurídicos sérios que a justifiquem entre agentes públicos efetivos, muito menos pode existir entre vitalícios. Ademais, a certeza de um futuro desfavorável na inativi-dade não incentiva a opção dos mais aptos por qualquer carreira e esse quadro sinaliza consequências dele-térias e irreversíveis para o futuro da magistratura brasileira.

Além dessas questões, outras qua-tro são de agendamento obrigatório no ano que inicia: 1) a segurança da magistratura; 2) as condições de saú-de dos magistrados; 3) o integral res-peito à proposta orçamentária que os Tribunais remetem para consolidação pelo Executivo e envio ao Legislati-vo; 4) e, finalmente, a elaboração do novo Estatuto da Magistratura.

É claro que nesta última todas as demais matérias refletirão efeitos. Isso, contudo, não significa que de-vamos esperar pelo novo Estatuto para resolvermos problemas que, por terem consequências mais imediatas, podem e devem ser solucionados an-tecipadamente.

Os desafi os da magistratura para 2015

Desembargador Milton NobrePresidente do CPPTJB

“A correta

política

remuneratória

dos magistrados

brasileiros não

é de interesse

meramente

corporativo, mas

sim, e sobretudo,

de importância

institucional”

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MARÇO DE 2015

“O Colégio

Permanente

de Presidentes

dos Tribunais

de Justiça do

Brasil abraça

tanto os que

deixam de

integrá-lo

quanto os que

chegam para

substituí-los”

Daí porque estaremos propondo nes-te 102º Encontro, em Minas Gerais, a formação de Grupos de Trabalho que se encarregarão, sob coordenação de membros da Comissão Executiva, de tratar de cada qual desses temas inclu-sive propondo e tomando as medidas imprescindíveis às soluções adequadas para cada caso.

Nesta quinta edição da Revista do Colégio, inicial do seu segundo ano de existência, cabem duas mensagem finais inseparáveis como o anverso e o reverso de uma moeda. De um lado, para despedida e de agrade-cimento, pelos relevantes serviços prestados ao Poder Judiciário, aos colegas presidentes que encerraram seus mandatos em 2015: Desembar-gadora Leila Mariano (TJRJ); Desem-bargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento (TJPA); Desembargador Ney Teles de Paula (TJGO); Desem-bargador Orlando de Almeida Perri (TJMT); Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcan-ti (TJPB); Desembargador Aderson Silvino de Souza (TJRN); Desem-bargador José Carlos Malta Marques (TJAL); Desembargador Cláudio Déda Chagas (TJSE); Desembarga-dor Guilherme Luiz Gomes (TJPR); Desembargador Roberto Barros dos Santos(TJAC); Desembargador Joe-nildo de Sousa Chaves (TJMS); De-sembargador Luiz Carlos Gomes dos Santos (TJAP); Desembargado-ra Tânia Maria Vasconcelos Dias de Souza Cruz (TJRR) e Desembarga-dora Ângela Maria Ribeiro Prudente

(TJTO). De outro lado, para apre-sentar boas v indas e expr imir aos Colegas recém empossados : De-sembargador Luiz Fernando Ribe i -ro (TJRJ) ; Desembargador Cons-tant ino Augusto Guer re i ro (TJPA) ; Desembargador Leobino Valente Chaves (TJGO); Desembargador Paulo da Cunha (TJMT); Desem-bargador Marcos Cava lcant i de Al-buquerque (TJPB) ; Desembargador Claudio Santos (TJRN); Desembar-gador Washington Luiz Damasceno (TJAL); Desembargador Luiz Antô-nio Mendonça (TJSE); Desembarga-dor Paulo Vasconcelos (TJPR); De-sembargadora Cezarinete Angelim (TJAC); Desembargadora João Maria Lós (TJMS); Desembargadora Sueli Pini (TJAP); Desembargador Almi-ro Padilha (TJRR) e Desembargador Ronaldo Euripedes de Souza (TJTO) – a cer teza de que a renovação sig-nifica revital ização da força que têm garantido ao CPPTJB, em mais de 20 anos, coadjuvar os Tribunais de Justiça no eficiente cumprimento de suas competências e finalidades ins-titucionais.

O Colégio Permanente de Presiden-tes dos Tribunais de Justiça do Brasil abraça tanto os que deixam de integrá-lo quanto os que chegam para substi-tuí-los, reafirmando a certeza de que nessa rotação democrática se escreve a sua história – além do passado e do projeto de futuro – sua permanente contemporaneidade que o coloca sem-pre presente no seu tempo de hoje, como no de ontem ou de amanhã.

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Em defesa da autonomia financeiraNo Encontro de São Paulo, Colégio Permanente de Presidentes marca posição em favor da independência financeira dos tribunais.PÁGINAS 8 A 11.

Ministro defende soluções alternativasRicardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), propõe a formulação de estruturas para acelerar o rito processual e aponta exemplo do Cartório do Futuro.PÁGINAS 12 E 13.

Fortalecimento para superar a criseCom cenário de dificuldades na economia nacional, desembargador Milton Nobre conclama juízes a definirem ações conjuntas para garantir o funcionamento dos tribunais.PÁGINAS 18 A 20.

Belo Horizonte será a sede do Encontro do Colégio de PresidentesPÁGINAS 30 A 39.

Consciênciaambiental

Convênio define ações de sustentabilidade no TJSP.

PÁGINA 23.

EXPEDIENTE

Editor responsávelWALBERT MONTEIRO

DRT 1095/PA

FotosAssessorias dos Tribunais

de Justiça, CNJ, Wikimedia

NESTA EDIÇÃO

ED

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IKIM

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MARÇO DE 2015

Tribunal de Justiça do Acre Desa. MARIA CEZARINETE DE SOUZA ANGELIM(2015-2017)

Tribunal de Justiça de AlagoasDes. WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Amazonas Desa. MARIA DAS GRAÇAS PESSOA FIGUEIREDO (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Amapá Desa. SUELI PEREIRA PINI(2015-2017)

Tribunal de Justiça da Bahia Des. ESERVAL ROCHA (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Ceará Desa. MARIA IRACEMA MARTINS DO VALE(2015-2017)

Tribunal de Justiça do DF e Territórios Des. GETÚLIO VARGAS DE MORAES OLIVEIRA(2014-2016)

Tribunal de Justiça do Espírito Santo Des. SÉRGIO BIZZOTTO PESSOA DE MENDONÇA (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Goiás Des. LEOBINO VALENTE CHAVES(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Maranhão Desa. CLEONICE SILVA FREIRE (2013-2015)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso Des. PAULO DA CUNHA(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul Des. JOÃO MARIA LÓS(2015-2017)

Tribunal de Justiça de Minas Gerais Des. PEDRO CARLOS BITENCOURT MARCONDES (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Pará Des. CONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO(2015-2017)

Tribunal de Justiça da Paraíba Des. MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Paraná Des. PAULO ROBERTO VASCONCELOS(2015-2017)

Tribunal de Justiça de Pernambuco Des. FREDERICO RICARDO DE ALMEIDA NEVES (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Piauí Des. RAIMUNDO EUFRÁSIO ALVES FILHO (2014-2016)

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Des. LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte Des. CLAUDIO SANTOS(2015-2017)

Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul Des. JOSÉ AQUINO FLÔRES CAMARGO (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Rondônia Des. ROWILSON TEIXEIRA (2013-2015)

Tribunal de Justiça de Roraima Des. ALMIRO PADILHA(2015-2017)

Tribunal de Justiça de Santa Catarina Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (2014-2016)

Tribunal de Justiça de São Paulo Des. JOSÉ RENATO NALINI (2014-2016)

Tribunal de Justiça de Sergipe Des. LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA (2015-2017)

Tribunal de Justiça do Tocantins Des. RONALDO EURÍPEDES DE SOUZA(2015-2017)

COLÉGIO PERMANENTE DE PRESIDENTES DE TRIBUNAIS DE JUSTIÇA DO BRASIL

COMISSÃO EXECUTIVA COM MANDATO ATÉ MARÇO DE 2016

Presidente: Desembargador MILTON AUGUSTO DE BRITO NOBRE (TJPA)

Membros:Des. ARMANDO TOLEDO (TJSP)

Des. JOÃO DE JESUS ABDALA SIMÕES (TJAM)Des. JOSÉ CARLOS MALTA MARQUES (TJAL)Des. MARCELO BANDEIRA PEREIRA (TJRS)

Des. MARCUS ANTONIO DE SOUZA FAVER (TJRJ)Des. LUZIA NADJA GUIMARÃES NASCIMENTO (TJPA)

Des. OTÁVIO AUGUSTO BARBOSA (TJDFT)Des. NELSON SCHAEFER MARTINS (TJSC)

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Com um pronunciamento enfático sobre o atual momento delicado da economia nacional, o desembargador Milton Augus-to de Brito Nobre, presidente do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, abriu em São Paulo (SP) o 101º Encontro do Colégio Permanente de Presi-dentes de Tribunais de Justiça do Brasil, no

Palácio da Justiça, sede do Poder Judiciário estadual. A solenidade, realizada no dia 4 de dezembro, contou com as presenças de diversas autoridades do Judiciário brasilei-ro, entre as quais o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewan-dowski, um dos palestrantes do evento, e o desembargador José Renato Nalini, pre-

UNIÃOFoto ofi cial do Encontro de São Paulo. Presidentes dos TJs defendem o pressuposto da independência do Judiciário.101º ENCONTRO DO COLÉGIO PERMANENTE , EM SÃO PAULO, DESTACA A

INDEPENDÊNCIA DAS CORTES E A DESJUDICIALIZAÇÃO DE CASOS QUE NÃO SEJAM ESSENCIALMENTE LITIGIOSOS, COM PRIORIDADE PARA A PRIMEIRA INSTÂNCIA

PRESIDENTES DEFENDEMAUTONOMIA FINANCEIRA

FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO

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SOLENIDADEA abertura do 101º Encontro teve a presença de autoridades do Judiciário brasileiro.

sidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, anfi trião do 101º Encontro.

Durante três dias, os participantes deba-teram assuntos relacionados ao aperfeiçoa-mento da Justiça, e encerraram o Encontro divulgando a “Carta de São Paulo”, con-tendo os principais assuntos discutidos. O documento foi encaminhado a todos os Tribunais de Justiça, Tribunais Superiores e demais instituições.

Após destacar a satisfação pessoal em conduzir o Encontro ao lado de José Re-nato Nalini, Milton Nobre deu o tom de seu pronunciamento de abertura afirman-do que a realidade atual do Brasil leva ma-gistrados e outros gestores dos serviços oferecidos à sociedade a uma importante e necessária reflexão. Segundo o presiden-te do Colégio, “o Brasil termina 2014 com expansão pífia da economia e indústria estagnada, o que enseja medidas sérias de ajuste”. Um cenário que, para ele, afeta o relacionamento entre os Três Poderes quando o assunto for o orçamento.

Milton Nobre pediu aos presidentes dos Tribunais de Justiça que se mantenham uni-dos em defesa da autonomia fi nanceira das Cortes, “pressuposto de independência do Judiciário”. O desembargador ressaltou que as reuniões trimestrais do Colégio de Pre-sidentes permitem trocas de experiência e de aprendizado, e ainda o fortalecimento da unidade federativa da Justiça no Brasil.

Inovações - Presidente do maior Tribu-nal de Justiça do País, José Renato Nalini centralizou seu pronunciamento em três linhas de pensamento: adoção de mecanis-mos voltados à solução de conflitos sem o equipamento jurisdicional, a desjudicia-lização de casos que não sejam essencial-mente litigiosos e a priorização da primei-ra instância.

“Fazer mais do mesmo já não atende à vocação de uma Justiça chamada a resolver toda e qualquer questão. Aprender com a iniciativa privada, motivar os quadros pes-soais, aprimorar a utilização das Tecnologias de Comunicação e Informação, comunicar-se melhor com o usuário, refl etir em termos de uma demanda massiva, que tem um

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jurisdicionado que atua como consumidor cada vez mais exigente. Tudo o que não ou-sávamos pensar há algumas décadas, agora se impõem como repto urgente, posto por uma velocíssima e profunda mutação da sociedade”, afi rmou o presidente do TJSP, acrescentando que é preciso ter serenida-de sem perder a coragem. “E que os fru-tos desses Encontros se traduzam em salto qualitativo na realização do justo concreto”, reiterou o desembargador.

José Renato Nalini também agradeceu a presença dos desembargadores José Carlos Malta Marques (TJAL), Luiz Car-los Gomes dos Santos (TJAP), Maria das Graças Pessoa Figueiredo (TJAM), Eserval Rocha (TJBA), Otávio Augusto Barbosa (representando o presidente do TJDFT), Samuel Meira Brasil Junior (re-presentando o presidente do TJES), Ney Teles de Paula (TJGO), Cleonice Silva Freire (TJMA), Paulo da Cunha (presiden-te eleito do TJMT), Paschoal Carmello Leandro (TJMS), Luzia Nadja Guimarães Nascimento (TJPA), Constantino Augus-

to Guerreiro (presidente eleito do TJPA), Maria de Fátima Moraes Bezerra Caval-canti (TJPB), Paulo Roberto Vasconcelos (vice-presidente do TJPR e presidente eleito), Leopoldo de Arruda Raposo (1º vice-presidente do TJPE, representando o presidente), Francisco Antônio Paes Landim Filho (vice-presidente do TJPI, representando o presidente), Aderson Silvino de Sousa (TJRN), José Aquino Flôres de Camargo (TJRS), Tânia Maria Vasconcelos Dias (TJRR), José Antônio Torres Marques (TJSC) e Cláudio Dinart Déda Chagas (TJSE), e ainda da juíza auxiliar da Presidência do TJTO, Silvana Maria Pasteniuk, que representou a pre-sidente Ângela Prudente. Ele saudou ain-da o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, que não chegou a tempo de participar da solenidade de abertura, e o presidente eleito do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Ribei-ro de Carvalho, que estava em seus esta-do por causa de sua eleição.

FRUTOSDes. José Renato Nalini espera que os Encontros do Colégio se traduzam em salto qualitativo na realização do "justo concreto".

TJSP / DIVULGAÇÃO

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A mesa de honra da solenidade de abertura do 101º Encontro foi composta pelo desem-bargador José Renato Nalini; desembargador Milton Nobre; desembargador Eros Piceli, vice-presidente do TJSP; Deborah Ciocci, conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ); os desembargadores Artur Marques da Silva Filho, presidente da Seção de Di-reito Privado do TJSP, Ricardo Mair Anafe, presidente da Seção de Direito Público, e Geraldo Francisco Pinheiro Franco, presi-dente da Seção Criminal; Paulo Adib Cas-seb, presidente do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo; Arnaldo Hossepian Salles Lima Júnior, subprocurador-geral de Justiça do Estado, que representou o procu-rador-geral; o juiz João Ricardo dos Santos Costa, presidente da Associação dos Magis-trados Brasileiros (AMB) e Marcos da Costa, presidente da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A solenidade contou ainda com as presen-ças dos desembargadores Armando Sérgio Prado de Toledo (TJSP), João de Jesus Ab-dala Simões (TJAM), Marcelo Bandeira Pe-

reira (TJRS) e Marcus Antonio de Souza Faver (TJRJ); dos desembargadores Fer-nando Antonio Maia da Cunha, presidente da Escola Paulista da Magistratura, Renato de Salles Abreu Filho, presidente da Aca-demia Paulista de Magistrados, e Maria Cristina Zucchi, presidente do Capítulo Brasileiro da International Association of Women Judges; do ex-presidente do Tribu-nal Regional Federal da 3ª Região, desem-bargador federal Newton de Lucca; do juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, presiden-te da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis); de José Horácio Halfeld Re-zende Ribeiro, presidente do Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp); de Mario de Carvalho Camargo Neto, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg-SP), e de desembargadores, magistrados, membros do Ministério Público e das advocacias privada e pública, policiais e servidores. (Com informações da Diretoria de Co-municação Social do Tribunal de Justi-ça de São Paulo).

HONRAMagistrados acompanham os trabalhos da Mesa, na solenidade de abertura do 101º Encontro do Colégio Permanente.

TJSP / DIVULGAÇÃO

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A efi cácia do Judiciário e a intensa dedica-ção dos mais de 16 mil magistrados do Brasil, mesmo diante de tantos desafi os enfrentados diariamente, foram destacados pelo ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supre-mo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em sua palestra no 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, realizado de 4 a 6 de dezembro de 2014, em São Paulo (SP). O ministro, que se pronun-ciou no último dia do evento, também voltou

a ressaltar a importância de soluções alter-nativas para solucionar os diversos confl itos que chegam ao Judiciário.

Segundo Ricardo Lewandowski, “a atual quantidade de processos em trâmite exige novos métodos e estruturas, como o Car-tório do Futuro, iniciativa vanguardeira do Tribunal de São Paulo, de que tive a hon-ra de participar em sua inauguração”. Ele citou ainda a utilização de um processo digital unifi cado e o Processo Judicial Ele-trônico (PJe). Desenvolvido pelo CNJ em

TAREFAMinistro Ricardo Lewandowski colocou sua gestão no STF a serviço da autonomia das Cortes.

RICARDO LEWANDOWSKI, PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), DEFENDE NOVOS MÉTODOS E ESTRUTURAS PARA ACELERAR O RITO PROCESSUAL E APONTA EXEMPLO DO CARTÓRIO DO FUTURO, "INICIATIVA VANGUARDEIRA DO TRIBUNAL DE SÃO PAULO"

MINISTRO QUER INCENTIVOA SOLUÇÕES ALTERNATIVAS

FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO

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EXPERIÊNCIAEncontro permitiu discussões que possam levar ao aprimoramento da Justiça nos Estados. Acima, o governador Geraldo Alckmin recebe os presidentes no Palácio dos Bandeirantes.

parceria com tribunais e a Ordem dos Advoga-dos do Brasil, o PJe está sendo revisado, devido às difi culdades de implantação encontradas por alguns Tribunais. “Nada será decidido sem se ouvir os tribunais interessados”, afi rmou.

O presidente do STF disse também que sua maior tarefa é manter o Judiciário unido, mas respeitando a pluralidade de um país conti-nental. Ele garantiu que sua gestão à frente do STF vai sempre valorizar a autonomia das Cortes, e no CNJ trabalhará para que o Con-selho seja um órgão de consulta e apoio ao Judiciário. O ministro Ricardo Lewandowski, após sua palestra, recebeu do desembargador José Renato Nalini um diploma de participa-ção pela presença no Encontro.

CARTA O último dia do Encontro também foi

marcado pela redação, aprovação e divul-gação da “Carta de São Paulo”, que trata, entre outros assuntos, das ações de desju-dicialização e do combate à corrupção, da garantia aos Tribunais de Justiça de plena autonomia para a implantação do processo judicial eletrônico e do apoio às ações do ministro Ricardo Lewandowski para libera-ção de recursos destinados aos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF).

Para o desembargador Milton Nobre, o En-contro foi bastante positivo. “Tudo ocorreu bem, como deveria ser, em se tratando de São Paulo. Houve boas discussões e trocas de ex-periências, e tenho certeza de que cada presi-dente levará a seu Estado algo novo para en-frentar a massa de processos que afl ige a todos nós”, fi nalizou o presidente do Colégio, que recebeu do desembargador José Renato Nalini um livro – também entregue aos demais parti-cipantes – sobre o Judiciário paulista, trabalho realizado pelo chefe de gabinete da Presidên-cia do TJSP e decano da Academia Paulista de Letras, poeta Paulo Bomfi m. “Agradeço ao presidente Milton Nobre, que é um líder inconteste, aos membros do Colégio de Presi-dentes, seus familiares e acompanhantes, e ao presidente Ricardo Lewandowski pela parce-ria em prol do povo brasileiro”, declarou José Renato Nalini.

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As palestras do ministro Paulo Dias de Moura Ribeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do deputado federal Gabriel Chalita e da conselheira Deborah Ciocci, do Conselho Nacional de Justiça, integra-ram a programação do segundo dia do 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que contou ainda com deba-tes sobre o aperfeiçoamento da Justiça e temas referentes ao estatuto do Colé-gio de Presidentes. A programação reu-niu dirigentes de tribunais estaduais, no

Palácio da Justiça de São Paulo.O ministro Paulo Moura Ribeiro abordou

um tema que vem dominando a pauta do Ju-diciário: os métodos alternativos de solução de confl itos. Após apresentar um breve his-tórico da legislação sobre o tema, ele ressal-tou que a Constituição de 1824, na época do Império, já determinava que a solução apon-tada pelos árbitros já era uma sentença. “Há um poema de Paulo Bonfi m que diz: ‘Quan-do julgamos encontrar alguma coisa original, mais cedo ou mais tarde descobrimos em suas costas a marca triste do papel carbono’.

PALESTRAMinistro Moura Ribeiro dissertou sobre métodos alternativos para a solução de confl itos

CONCILIAÇÃO, APERFEIÇOAMENTO DA JUSTIÇA E SAÚDE SÃO TEMAS DESTACADOS NAS PALESTRAS DO MINISTRO MOURA RIBEIRO, DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), DO DEPUTADO FEDERAL GABRIEL CHALITA E DA CONSELHEIRA DO CNJ DEBORAH CIOCCI

OS CAMINHOS PARA UM JUDICIÁRIO MAIS EFICIENTE

FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO

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A nossa legislação, em inúmeras passagens, já incentiva a conciliação”, reiterou.

Em seguida, Paulo Moura Ribeiro falou sobre a remuneração de conciliadores e mediadores. Segundo ele, “o projeto do Código de Proces-so Civil não menciona quem pagará os custos do trabalho desses profi ssionais, que hoje são voluntários. Mas não é justo que continuemos dessa forma”. O ministro encerrou sua pales-tra expondo os números da Justiça brasileira, que hoje acumula cerca de 100 milhões de processos em tramitação, incluindo aqueles sobre os mesmos temas.

BUSCA PELA PERFEIÇÃOUma refl exão sobre as palavras “escolha,

aspiração, utopia e justiça” foi proposta pelo palestrante Gabriel Chalita, deputado fede-ral, professor, fi lósofo e educador. Chalita disse que, de acordo com o fi lósofo grego Aristóteles, escolha é a capacidade que o ho-mem tem de fazer o racional interferir em seus desejos. “Pelo fato de termos escolhas, organizamos nossos desejos. É o instrumen-tal racional que orienta o dia a dia de nossas vidas”, ressaltou o professor, para quem a aspiração é o que rege a vida das pessoas. “Querer ser um juiz é escolha; querer ser um bom juiz é aspiração”, enfatizou.

Ao abordar a relação utopia e justiça, Gabriel Chalita disse que os presidentes de tribunais desejam uma máquina judiciária perfeita, para que possam atender a todas as demandas. “A Justiça deixa de ser utopia quando eu sou capaz de ver até onde vai o meu poder. Se nos envolvemos apenas com os números, perdemos a dimensão, a beleza e a capacidade de percepção do que é a Jus-tiça”, assegurou o palestrante.

SAÚDE A importância do relatório “Justiça em Nú-

meros” foi o tema da palestra da conselheira Deborah Ciocci, que também é juíza do Tribu-nal de Justiça de São Paulo. Para ela, o relatório é essencial ao processo de planejamento das ações do Judiciário. “Não queremos tirar o magistrado de sua função para pre-encher planilhas estatísticas, mas apenas com esses dados temos a exata noção da litigiosidade”, ressaltou.

FILOSOFIANo alto, o deputado federal Gabriel Chalita, no 101º Encontro: "Querer ser um juiz é escolha; querer ser um bom juiz é aspiração".

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Deborah Ciocci pediu aos desembargado-res total apoio à questão da judicialização da saúde, a fi m de que sejam constituídos nos tribunais comitês para atuação nessa área. Em 2010, frisou a conselheira, chagaram ao Judi-ciário mais de 250 mil processos com pedi-dos de medicamentos, insumos e internações, e outros relacionados ao assunto saúde.

“Precisamos tomar cuidado para que o Ju-diciário não se torne um meio de burlar as fi las. Sabemos que o orçamento do Ministé-rio da Saúde, dos Estados e Municípios está bastante comprometido com o cumprimento de liminares, e estamos criando uma segunda fi la”, alertou a magistrada.

ESTATUTONo segundo dia do evento os presidentes

de tribunais debateram sobre os sistemas dos processos digitais utilizados pelos tribunais; monitoramento e fi scalização do sistema car-cerário e mudanças no estatuto do Colégio, incluindo sua denominação.

Sérgio Luiz Junkes, vice-presidente institu-cional da Associação dos Magistrados Bra-sileiros (AMB), solicitou a colaboração dos presidentes na realização de um diagnóstico da Justiça brasileira, a ser coordenado pela

professora Maria Tereza Sadek, abrangendo o período de 2010 a 2013.

PROJETOS SOCIAISAções na área social foram apresentadas às

esposas dos presidentes dos tribunais por Maria Luiza de Freitas Nalini, presidente do Comitê de Ação Social e Cidadania do TJSP (CASC), durante uma programação paralela ao 101º Encontro do Colégio de Presidentes. As ações expostas são realizadas no Gade MMDC, edi-fício que abriga gabinetes da Seção de Direito Público.

Maria Luiza de Freitas Nalini falou sobre as campanhas desenvolvidas pelo setor, que incluem entregas de doações a entidades as-sistenciais, e outras atividades realizadas junto com a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica do Poder Judiciário (Comesp) e o Núcleo Permanente de Mé-todos Consensuais de Solução de Confl itos (Nupemec), do Tribunal de São Paulo. Maria Cecília Barreira, integrante do CASC, sugeriu que o mesmo trabalho seja implantado nos demais Estados. As participantes da pales-tra assistiram ainda à apresentação musical do Chorus Brasil, dentro do Projeto Arte e Cultura no TJSP.

CNJConselheira Deborah Ciocci explanou sobre as questões ligadas à judicialização da saúde

FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO

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O Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, reunido na cidade São Paulo (SP), ao final de seu 101º Encontro, no período de 04 a 06 de dezembro de 2014, divulga, para conhecimento público, as seguintes conclusões aprovadas por unanimidade:

01 – Considerar fundamental para a melhoria da prestação jurisdicional e otimização das atividades fins a adoção, em caráter permanente, de ações que objetivem incentivar a desjudicialização e, de acordo com as Metas Nacionais do Judiciário para 2015, impulsionar o trabalho dos Centros Ju-diciais de Solução de Conflitos (CEJUSCs).

02 – Garantir aos Tribunais de Justiça a plena autonomia para a implantação do processo judicial eletrônico, flexibilizando os termos da Resolução 185/2013 do Conselho Nacional de Justiça, notadamente quanto ao seu artigo 44.

03 – Conclamar todos os Tribunais de Justiça a se unirem em um grande esforço nacional de combate à malversação do dinheiro público, dando ênfase aos objetivos da Meta 4 do Judiciário Nacional, ampliando o seu alcance para todos os processos que envolvam a corrupção sob qualquer de suas formas.

04 – Manifestar integral apoio às iniciativas do Ministro Ri-cardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, no sentido de que sejam alocados recursos orçamentários e humanos aos Grupos de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF) previstos na Resolução CNJ 96/2009.

Cidade de São Paulo, 6 de dezembro de 2014

Desembargador Milton NobrePresidente do Colégio Permanente de Presidentes

de Tribunais de Justiça do Brasil

Desembargador José Renato NaliniPresidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

ÍNTEGRA DA CARTA DE SÃO PAULO

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Minhas senhoras e meus senhores,Tenho dito, reiteradamente, que os pro-

nunciamentos em solenidades de abertura de eventos, como este, devem ser necessa-riamente breves por inúmeras razões, dentre as quais uma sobressai pelo seu indiscutível conteúdo de certeza: o tempo dos nossos tempos, até mesmo nas academias, não mais admite discursos longos que terminam por

ser maçantes e um tormento ouvir.Daí porque, embora não possa limitar a

minha fala à natureza protocolar de simples saudação aos participantes e agradecimento aos organizadores deste 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça, bem como às auto-ridades e demais convidados que, com as suas presenças, conferem prestígio a este

CENÁRIODes. Milton Nobre falou das difi culdades que o País enfrenta na área econômico-fi nanceira e convocou o Colegiado a garantir a autonomia do Judiciário Estadual.

DESEMBARGADOR MILTON NOBRE ALERTA PARA O DIFÍCIL CENÁRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO PAÍS EM 2015 E CONCLAMA OS PRESIDENTES DAS CORTES A UMA ATUAÇÃO CONJUNTA EM DEFESA DA AUTONOMIA FINANCEIRA DO JUDICIÁRIO

COLÉGIO DE PRESIDENTES FORTALECE OS TRIBUNAIS

FOTOS: TJSP / DIVULGAÇÃO

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"A integridade

da autonomia

fi nanceira dos

Tribunais é, ao

fi m e ao cabo,

um verdadeiro

pressuposto

constitucional da

independência

do Poder

Judiciário,

sem o qual não

falar em estado

democrático de

direito."

ato, assumo, desde logo, o compromisso de não me alongar em demasia.

Esclareço, porém, que sou forçado a ul-trapassar as barreiras protocolares ou das regras etiquetais porque, numa oportuni-dade como esta, em que se reúne, com a presença de tão distinguidas autoridades e notórios formadores de opinião publi-ca, o mais importante segmento do Po-der Judiciário brasileiro - na medida em que, ao lado de ser o mais antigo, abriga o maior contingente dos seus Juízes, respon-de pela condução e resolução de cerca de 70% dos confl itos sociais judicializados no País, tem competências diversifi cadas e de maior amplitude, bem como capilaridade efetivamente nacional - aqui representado pelos eminentes Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados, parece-me adequa-do tratar de um tema de interesse geral.

Mas não só isto! Senti-me obrigado a proceder desse modo porque o momen-to brasileiro obriga uma reflexão séria, não apenas dos Presidentes dos Tribu-nais de Justiça, enquanto Chefes dos Po-deres Judiciários dos Estados da nossa imensa Federação, mas de todos aqueles que detêm qualquer parcela de respon-sabilidade pela gestão da coisa pública, a respeito do preocupante quadro eco-nômico-financeiro revelado no ano que termina e, sobretudo, do difícil cenário que projeta para 2015.

O Brasil está terminando 2014, segun-do se pode concluir por dados fornecidos pelo Relatório Focus, com uma expansão pífi a da economia, a infl ação ofi cial que fe-chará o ano em torno de 6,43%, a indústria praticamente estagnada, um elevado défi -cit em transações correntes (que envolve a balança comercial, os serviços e rendas), a taxa de juros de 11,25% (podendo chegar a 11,50%), cotação do dólar elevando-se para indicar um fi m de ano em cerca de R$2,55 e, como se tudo isso não bastasse, com manobras para martelar a meta do su-perávit primário.

Sem nenhum risco de ser considera-do superficial ou reducionista, e mesmo não sendo doutor em economia, creio que esses dados bastam para indicar,

quando pouco, descontrole nas contas da União, falta de consistência nas polí-ticas públicas necessárias à continuidade do desenvolvimento sustentável do país ou de austeridade em suas práticas, o que somente se afigura reversível através de medidas sérias de ajuste, muitas das quais terão efeitos seguros com persis-tência e a longo prazo, tudo indicando recuperação lenta e que o próximo ano será de grandes dificuldades.

E, num país organizado federativamen-te, como o nosso, soa quase evidente dizer que difi culdades semelhantes, e até mes-mo maiores, marcarão o panorama econô-mico e fi nanceiro dos Estados em 2015, contribuindo para tornar mais complexo e sensível o de há muito complicado relacio-namento entre os seus Poderes quando se trata de matéria orçamentária e fi nanceira.

No ano que ora finda, alguns Tribunais de Justiça, lamentavelmente, tiveram que se socorrer das vias judiciais na defesa de sua autonomia financeira consagrada no art. 99 da Constituição da Repúbli-ca, bem ainda para garantir o repasse de duodécimos no prazo estipulado no art. 168 do mesmo Texto Fundamental ou com a finalidade de obrigar abertu-ra de crédito correspondente a parcela de superávit de arrecadação que lhes era devida.

Em face dessa realidade, não exagero ao alimentar forte convicção de que, para o futuro, os Presidentes dos Tribunais de Justiça devem se mobilizar, sob o pálio deste Colegiado, para juntos terem uma atuação mais forte na defesa da autonomia fi nanceira do Judiciário Estadual, onde quer que possa haver algum sinal tendente a colocá-la em risco.

A integridade da autonomia financeira dos Tribunais é, ao fim e ao cabo, um verdadeiro pressuposto constitucional da independência do Poder Judiciário, sem o qual não falar em estado demo-crático de direito.

Contudo, nos 26 anos de vigência da atual Constituição da República - salvo no período em que o eminente Minis-tro Cezar Peluso exerceu a presidência

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do Conselho Nacional de Justiça, quan-do foi criado um grupo para atuar em apoio na adoção de medidas necessárias à plena garantia dessa autonomia e, em tempo mais recente, por iniciativas da Comissão Executiva deste Colégio - os Tribunais de Justiça têm atuado solita-riamente, amparando-se na força moral de seus Presidentes e na credibilidade dos seus membros, para não raro des-montar verdadeiros artifícios criados pelos Executivos locais com a finalidade de reduzir os recursos financeiros devi-dos constitucionalmente à manutenção da Justiça Estadual

Esses truques orçamentários ou fi nan-ceiros, marcadamente antirrepublicanos e frutos da velha cultura de governadores donatários do presidencialismo imperial, por não serem registráveis como exceções, justifi cam o alerta e este toque de reunir para que os Presidentes dos Tribunais de Justiça não sejam mais surpreendidos isoladamente, em especial num ano difícil como o que se aproxima.

Autoridades presentes, amigos Presi-dentes, minhas senhoras e meus senhores.

As reuniões trimestrais do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribu-nais de Justiça do Brasil, ao lado de propiciarem uma enriquecedora troca de conhecimento e de experiências bem-sucedidas em cada Estado da Fe-deração, prestando grande contribui-ção para que se acumulem aprendiza-dos que se traduzem em melhorias à gestão de qualidade do judiciário es-tadual e, por via de consequência, ao aperfeiçoamento da prestação jurisdi-cional em benefício da população, re-forçam a unidade nacional e federativa da Justiça brasileira.

São eventos de trabalho, nos quais são analisadas as adversidades enfrentadas e os êxitos alcançados pelo maior segmen-to do Judiciário Brasileiro, que, contan-do com 11.960 magistrados, recebeu em 2013 cerca de 20 milhões de processos, baixou, isto é, definitivamente arquivou 19,2 milhões (em torno de 1611 proces-sos por magistrado) remanescendo sob

sua responsabilidade a condução 52,7 milhões de processos aos quais se so-mou a carga ingressada em 2014.

O Poder Judiciário do nosso país há muito opera no limite. E no caso da magistratura estadual que, como an-tes disse, responde por cerca de 70% do total dos processos em tramitação, essa realidade, além de ser agravada pelo acumulado déficit de meios ma-teriais, tecnológicos e humanos de-corrente de muitos anos sem inves-timentos compatíveis para fazer face a demanda, está levando ao desgaste físico e mental dos seus integrantes.

Creio já ter me estendido mais do que devia. E, portanto, para não trair minha promessa inicial, está na hora de terminar.

Encerrando, devo declarar que me sinto extremamente honrado por di-vidir com o Desembargador José Re-nato Naline, douto Presidente do e. Tribunal de Justiça de São Paulo, a condução dos trabalhos deste Encon-tro do Colégio que se prolongará por mais dois dias nesta terra abençoada de desbravadores.

Agradeço, na pessoa de sua exce-lência, a primorosa organização do evento e a fidalguia com que fomos recebidos.

Sou também grato a todos que inte-gram o Poder Judiciário do Estado de São Paulo ou coadjuvam suas atividades, pela afetuosa e gentil acolhida. E, do mesmo modo, confesso-me reconhe-cido aos colegas Presidentes que, mais uma vez, demonstram integral apoio às atividades e iniciativas deste Colegiado, mediante o comparecimento quase unâ-nime ao Encontro.

Agradeço a simpática atenção com que todos me ouviram e a presença das dignas autoridades e não menos distin-tos convidados que prestigiam esta oca-sião, declarando, por fi m, aberto este 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil.

Muito obrigado!

"O Poder Judiciário

do nosso país há

muito opera no

limite. E no caso

da magistratura

estadual que,

como antes disse,

responde por

cerca de 70% do

total dos processos

em tramitação,

essa realidade está

levando ao

desgaste físico e

mental dos seus

integrantes."

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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) vai im-plantar o projeto TJ + Sustentável, criado pelo Tri-bunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). Voltado à promoção da responsabilidade social e re-dução de recursos, com base na diretriz da consciên-cia ambiental, o projeto é formado por metas para diminuir o consumo de água, energia elétrica, serviço telefônico, papel e material descartável, de acordo com recomendações do Conselho Nacional de Jus-tiça (CNJ). A juíza Deborah Ciocci, conselheira do CNJ, assinou o convênio como testemunha.

O convênio para viabilizar a implantação do pro-jeto em São Paulo foi assinado pelo presidente do TJSP, desembargador José Renato Nalini, e o então presidente do TJRN, desembargador Aderson Silvi-

no de Sousa, no dia 5 de dezembro de 2014, dentro da programação do 101o Encontro do Colégio Per-manente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, realizado em São Paulo (SP). A presidência do TJSP pretende iniciar as ações do projeto já no pró-ximo ano, na capital paulista.

Após a assinatura, o presidente do Colégio de Presidentes ressaltou a importância do projeto adotado pelos dois tribunais. “São iniciativas como essa que o Colégio tem o prazer de acompa-nhar. É muito gratificante ver dois presidentes de tribunais que conversaram e trocaram informações para viabilizar um projeto tão importante como esse. Espero que a ideia se dissemine por todo o País”, disse Milton Nobre.

PARCERIADes. Aderson Silvino, do TJRN, e des. José Renato Nalini, do TJSP, assinaram o convênio.

CONVÊNIO ASSINADO COM O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO NORTE DEFINE AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE VOLTADAS PARA DIMINUIR, NA CORTE PAULISTA, O CONSUMO DE ÁGUA, ENERGIA, SERVIÇO TELEFÔNICO E MATERIAL DESCARTÁVEL

TJSP GANHA PROJETO DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

TJSP / DIVULGAÇÃO

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Des. José Renato NaliniPresidente do Tribunal de Justiça de São Paulo

Administrar o maior tribunal do mundo lembra a história do menino, do idoso e do burrinho. Todos os arranjos possíveis suscitam críticas. Não há consenso, nem mesmo esperança de obtê-lo.

Isso a propósito da celeuma do acervo de processos. Fenômeno lastimável de uma República integralmente judiciali-zada. Mais de 100 milhões de processos aguardam solução em todas as instâncias do Judiciário brasileiro. Um quarto deles, entregue à Justiça paulista.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu metas de produtividade. A população quer um Poder Judiciário eficiente, que atue no ritmo de outras atividades, sobretudo aquelas a cargo da iniciativa privada. A morosidade é um fator de descrédito no sistema de Justi-ça. Paradoxal, eis que, se o Judiciário é lento, por que a sociedade resiste a ado-tar outras fórmulas para a composição das controvérsias? Critica o Judiciário e continua a servir-se dele como se fora a única opção para a restauração de direi-tos ou interesses lesados ou ameaçados.

A distribuição dos processos é feita ele-tronicamente. Isso faz com que, ao me-nos em tese, cada julgador tenha o mesmo número de ações para apreciar. Há hipó-teses excepcionais. Aqueles que deixaram

uma câmara e migraram para outra, por exemplo. Às vezes apanham um acervo considerável, não gerado por eles. Ou, ao contrário, deixam quantidade maior ao se removerem para outro posto. E quem os substitui herda um passivo de difícil administração.

Além de circunstâncias como essa, existe ainda o estilo próprio. Juízes são fruto da formação jurídica. E esta ainda é anacrônica. Não dialoga com outras ci-ências ou outras esferas do pensamento. A normatividade não é mais o parâmetro definitivo e estável para a resolução dos conflitos. A lei é um dos fatores a serem levados em consideração. Todavia não é o único nem o mais importante deles.

E, ademais, vivenciamos a “República da hermenêutica”, em que tudo é susce-tível de interpretação. Por isso a possibi-lidade de escolha de uma jurisprudência “a la carte”, aplicável à tópica submeti-da à análise do julgador, que tem à sua disposição várias leituras sobre o mes-mo texto normativo. Se “o estilo é o ho-mem”, existem os concisos, objetivos, e outros que são prolixos. Ou mais minu-ciosos, perfeccionistas, escrupulosos.

Não podem ser desconsideradas tam-bém as circunstâncias pessoais, como enfermidades, estresse, problemas fa-

A ERA DA PRODUTIVIDADE

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miliares. E ainda a angústia produzida pelo contato permanente com a mi-séria humana. Ao Judiciário apresen-ta-se a pior parcela da condição das criaturas: a fissura de caráter, as fa-lhas comportamentais, a desonestida-de, a mentira, a crueldade, a insensi-bilidade. Quem trabalha com isso tem precondições de absorver boa parte da matéria-prima abominável que é levada à consideração de juízes sen-síveis. Seres humanos, com todas as falibilidades da espécie.

Tudo há de ser considerado na co-brança da produtividade. Mas a co-brança existe. O Judiciário é servi-ço público. A atividade estatal está submetida ao princípio da eficiência. Reclama-se um grau numérico de de-cisões que esteja na média da seção. Não se critica aquele que esteja abai-xo. Inúmeras são as razões que po-dem justificar um desempenho infe-rior. Todavia, que seja transitório. Os gabinetes são providos de servidores que são remunerados para auxiliar na elaboração de minutas e na pesquisa facilitadora da decisão.

O momento é de investir em produ-tividade, porque esse é o valor a que dá prioridade o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Sem prejuízo da adoção de estratégias de gestão mais racionais, de disseminação da cultura da con-ciliação, mediação, arbitragem e de outros métodos alternativos. Mul-tiplicação das melhores práticas. Implementação do “Cartório do Futuro”, modelo de administração inteligente das rotinas judiciais.

Nesse contexto é que exortei os meus colegas, cujos nomes constam do por-tal do Tribunal de Justiça de São Paulo - a presidência não forneceu nome de nenhum magistrado para reportagem recente do jornal Folha de S.Paulo -, para que eles adotassem métodos de

"Ninguém

nega o valor da

doutrina e da

jurisprudência,

porém o

momento é de

enfrentar um

volume de

processos em

desproporção

com o da enorme

maioria dos

julgadores."

aceleração na outorga da prestação jurisdicional.

Ninguém nega o valor da doutrina e da jurisprudência, porém o momento é de enfrentar um volume de proces-sos em desproporção com o da enor-me maioria dos julgadores. Menos de 10% dos desembargadores estão na relação mencionada. Muitos deles com justificativas plausíveis para essa fase, que, dentro em breve, será supe-rada. Para estes é que se sugeriu uma alteração de rumos: melhor gestão do gabinete, singeleza nos votos, que não precisam ser peças exaurientes da matéria. Não se propôs o abandono da qualidade, mas, sim, um empenho singular no enfrentamento de uma fase difícil.

Fique tranquilo o pensador e filóso-fo Lenio Luiz Streck, que me honrou com seu artigo Juízes devem fazer ou usar a doutrina somente na hora do lazer, em sua coluna Senso Incomum, publicada no Consultor Jurídico (dis-ponível em http://www.conjur.com.br/2015-jan-01), porque sou devoto da doutrina e já ousei perpetrar obras doutrinárias. Ele reconhece “o di-lema ou o drama” do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. “O intelectual e o gestor em um lugar só, tendo que dar conta de demandas pragmáticas que somente se realizam, pelo menos no imaginário jurídico dominante, por intermédio de efeti-vidades quantitativas. Metas: eis a pa-lavra de ordem do CNJ” - observou.

Quanto aos meus colegas, eles pre-cisam ter presente a lógica da mídia: mencionar os mais de 300 desembar-gadores rigorosamente em dia, alguns com a melhor produção da Justiça brasileira, não causa impacto. O nor-mal não é notícia. Já o atraso é tema recorrente. Principalmente nesta era da produtividade.

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CONSELHEIRA DEBORAH CIOCCI, DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (CNJ), DEFENDE ATENÇÃO MAIOR DA JUSTIÇA BRASILEIRA AOS PROCESSOS NA ÁREA DE SAÚDE. META É AMPLIAR A COMUNICAÇÃO COM O EXECUTIVO NAS DEMANDAS.

ENTREVISTA

CONSELHEIRA QUER VARAS PARA A SAÚDE

A implantação de medidas que visam desjudi-cializar, e dessa forma acelerar, as demandas que chegam aos tribunais em todo o país, voltadas aos atendimentos à população na área de saúde, é um dos objetivos do Fórum Nacional de Saú-de, reativado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Responsável pelo Comitê Executivo do Fórum, a conselheira Deborah Ciocci ressalta, nesta entrevista à Revista do Colégio de Presi-dentes dos Tribunais de Justiça, as diretrizes do

Fórum, os resultados já obtidos com a promo-ção dos Encontros Nacionais e que ações serão realizadas para atingir as metas traçadas. Uma dessas metas é a implantação de Varas Especia-lizadas em Saúde para tratar sobre os processos nesta área, a � m de ampliar a comunicação com o Executivo, “sem que haja a violação na sepa-ração dos Poderes e um impacto orçamentário desastroso em outras Políticas Públicas”. A se-guir, a íntegra da entrevista:

MONITORAMENTODeborah Ciocci quer mais precisão no atendimento dos pleitos nas questões relacionada à saúde.

CNJ / DIVULGAÇÃO

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Após um pequeno período de paralisação, o Conselho Nacional de Justiça retomou as atividades do Fórum Nacional de Saúde, colocando sob a sua responsabilidade a su-pervisão de seu Comitê Executivo. Uma de suas primeiras preocupações voltou-se à ne-cessidade de quantifi car as classes processu-ais que demandam a saúde pública e a saú-de suplementar. Em que estágio se encontra esse levantamento?

Primeiramente, cabe ressaltar que a quan-ti� cação das demandas não é uma medida em si mesma, mas visa subsidiar a adoção de políticas públicas de desjudicialização e e� ciência no campo da Saúde.

Quanto ao levantamento (publicado em htt://www.cnj.jus.br/images/programas/fo-rumdasaude/demandasnostribunais.forum-Saude.pdf ), os tribunais vêm cumprindo a Resolução 107, de modo que, em 2014, foram acusadas 392.921 demandas na área, sendo que apenas que os Tribunais do Ama-zonas, Pernambuco e Paraíba não informa-ram. Segundo os dados informados pelos Tribunais, o campeão de ações foi o Estado do Rio Grande do Sul, com 113.953 de-mandas.

O sistema de monitoramento encontra-se em funcionamento, contudo estamos traba-lhando para que seja mais preciso, de modo que no futuro seja possível veri� car os maio-res pleitos, seja quanto a medicamentos, próteses, tratamentos ou litigantes.

O Comitê conta com o auxílio dos secre-tários estaduais de Saúde, que estão respon-dendo ofícios dando conta das citações du-rante o ano de 2014.

Quais as principais diretrizes do Fórum Nacional da Saúde?

O Fórum Nacional da Saúde tem como diretrizes o monitoramento das ações judi-ciais que envolvam prestações de assistência à saúde, como o fornecimento de medica-mentos, produtos ou insumos em geral e tratamentos; o monitoramento das ações relativas ao Sistema Único de Saúde (SU); a proposição de medidas concretas e norma-tivas voltadas à otimização da organização e estruturação de unidades judiciárias especia-

lizadas; a proposição de medidas concre-tas e normativas voltadas à prevenção de con� itos judiciais e à de� nição de estra-tégias nas questões de direito sanitário, além do estudo e a proposição de outras medidas consideradas pertinentes.

Quais os principais resultados obtidos com os dois Encontros Nacionais do Fórum? Já foram realizados os previstos Encontros Estaduais? Onde?

No I Encontro do Fórum Nacional houve um contato inicial com o tema, de modo que se primou pela formação dos comitês nacional e estaduais, com solici-tação de informações sobre o número de demandas, com o intuito de se descobrir a escala e diversidade do problema, e ain-da o incentivo a eventos nas escolas da Magistratura sobre o tema, visando aper-feiçoar os magistrados e servidores.

No II Encontro, um pouco mais cientes das necessidades na área, houve a divisão dos trabalhos em grupos. No Grupo 1 houve o estudo sobre o Núcleo de Apoio Técnico e a possibilidade de convênios com instituições independentes e com o Conselho Federal de Medicina. Ressal-tou-se, também, a necessidade de fortale-cer o papel de mediação da Defensoria e do Ministério Público com as Secretarias de Saúde, práticas que já estão sendo im-plementadas.

No Grupo 2 debateu-se o acompa-nhamento da Ação e do Tratamento, de modo que se concluiu sobre a indispen-sabilidade da atuação conjunta de opera-dores da saúde e do direito, buscando um envolvimento responsável, preventivo e regressivo. Percebeu-se a di� culdade dos Estados-membros em torno da maior responsabilidade e gestão em todos os segmentos (medicamentos, tratamentos, próteses) que envolvem a judicialização da saúde, o que gera dé� cits � nanceiros em face da ausência de ressarcimento muitas vezes pela União. Foram pro-postos, assim, mecanismos de ressarci-mento destas despesas. Discutiram-se a necessidade de criação de mecanismos de

"A saúde no Brasil

é um assunto

complexo,

visto que pode

ser prestada

tanto por entes

privados quanto

públicos, e, neste

último, ser de

competência

dos entes das

três esferas.

Ademais, a saúde

é um direito

fundamental,

mas também um

dever do Estado."

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controle, para evitar duplicidade de forneci-mento de medicamentos; a participação dos Conselhos Regionais de Medicina no con-trole da qualidade dos laudos médicos para � ns de responsabilização de médicos frente à inconsistência técnica de atestados e lau-dos, e maior compromisso nas a� rmações de urgência.

No grupo Grupo 3 o foco foi o Poder Ju-diciário e os Planos de Saúde Privados. Os comitês estaduais se comprometeram a es-tudar a melhor forma de cumprimento do item I, c, da Recomendação 36/2011, me-diante a criação de uma forma eletrônica de contato com a ANS (Agência Nacional de Saúde) e, sempre que possível, direta-mente com as operadoras de planos de saúde, inclusive objetivando uma solução amigável das demandas, bem como a via-bilidade de formar Câmaras de Mediação, Conciliação e Arbitragem Permanentes, que funcionem previamente ao ajuizamento das ações judiciais.

No Grupo 4 a Lei 12.401/2011 e a Ges-

tão do SUS foram objeto de estudo, de modo que o alvo dos trabalhos foi a ne-cessidade de discriminar as competências práticas dos entes federativos, a despeito da solidariedade, tudo para a efetivação do Direito à Saúde; a necessidade de atu-alização dos Protocolos do Ministério da Saúde, tendo em vista a judicialização das demandas relativas ao tema; a necessidade de medidas para efetivação do direito aos tratamentos domiciliares, previstos na Lei 12.401/2011; as estratégias de incorpora-ção de tecnologia na área de Saúde pelo SUS, e a criação de órgãos especí� cos jun-to às Secretarias de Saúde, para o cumpri-mento das decisões judiciais.

Também foi ressaltada a necessidade de elaboração de enunciados conjuntos para orientar os operadores de direitos e pro� s-sionais de Saúde quanto a procedimentos a serem adotados com o intuito de evitar a judicialização de demandas de saúde ou minimizar seus problemas. Esta última medida foi, e está sendo, cumprida através

"A quantifi cação

das demandas

não é uma

medida em si

mesma, mas

visa subsidiar

a adoção

de políticas

públicas de

desjudicialização

e efi ciência

no campo da

Saúde."

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das Jornadas de Direito à Saúde, que em sua primeira edição produziu 45 enunciados in-terpretativos, e que terá sua segunda edição em maio deste ano.

Quanto aos encontros estaduais foram re-alizadas várias reuniões, sendo a última em São Paulo, já sob minha responsabilidade.

A senhora tem defendido a necessidade de criação de Varas Especializadas em Saú-de. Quais as justifi cativas?

A saúde no Brasil é um assunto complexo, visto que pode ser prestada tanto por entes privados quanto públicos, e, neste último, ser de competência dos entes das três esferas. Ademais, a saúde é um direito fundamental, mas também um dever do Estado quanto ao seu atendimento, ainda quando os recursos se mostrarem insu� cientes. E, por � m, en-globa uma matéria com a qual o operador do direito não fora habitualmente preparado para lidar.

Assim, a vara especializada, como preten-de a Resolução do CNJ, possibilitaria uma maior comunicação com o Executivo, visan-do o cumprimento deste dever, sem que haja a violação na separação dos Poderes e um impacto orçamentário desastroso em outras Políticas Públicas. Quiçá varas de competên-cia prioritária auxiliariam na questão.

Estudiosos manifestam que a especiali-zação de alguns magistrados na matéria é custosa e leva tempo, sendo preferível a con-centração desta formação em alguns destes, do que a pouca especialização em vários.A especialização proporciona, também, ao magistrado, condição de garantir a e� cácia de sua decisão, pois terá conhecimento dos meandros do sistema de saúde.

Ademais, haveria um maior controle sobre a quantidade de ações e até sobre a costu-meira prática de duplicidade de ações contra entes diferentes, que compromete a e� ciên-cia e celeridade do sistema.

Respeitadas as opiniões em contrário, pondera-se que varas especializadas possibi-litariam, por � m, maiores chances de con-ciliações e acordos sobre o tema, seja com entes públicos ou com os planos de saúde, tal como tivemos na exitosa semana de con-ciliação. Contudo, neste caso, a prática seria

realizada durante o ano todo. Haveria até a possibilidade de resolução de tais con-� itos em fase pré-processual.

Há notícias de práticas exitosas em al-guns Tribunais Estaduais.

Uma das grandes preocupações, no que se refere às demandas por medica-mentos, está centrada no fato de o ma-gistrado não ser obrigado a conhecer se o que está prescrito para o paciente é ou não o correto. Como contornar essa questão, considerando que, na maior parte das ações, o tempo é fundamental para o julgamento dos processos?

Uma das preocupações do Fórum Na-cional é o estudo de mecanismos de apa-relhamento do juiz para esta decisão, atra-vés do contato célere com pro� ssionais da área da Saúde e com estudos sobre assun-tos paci� cados na área, especialmente de medicina baseada em evidências. Assim, temos aproveitado as experiências já bem sucedidas de alguns tribunais para pensar em um modelo mínimo para ser adapta-do aos vários Estados, de acordo com as peculiaridades locais. Uma destas inicia-tivas são os NATS, Núcleos de Assessoria Técnica que têm por � nalidade fornecer aos magistrados informações técnicas na área do direito à saúde, de modo a pos-sibilitar maior qualidade, conhecimen-to e segurança sobre aspectos médicos e farmacêuticos nas demandas de saúde, principalmente por ocasião de pedidos de tutela antecipada ou liminares.

Sem embargo de outras consultas per-tinentes, o principal papel do NAT será receber solicitações judiciais de informa-ções sobre diferentes aspectos do direito sanitário, com a emissão de parecer téc-nico, após o exame dos elementos cons-tantes dos autos (com o fornecimento do número dos autos e a respectiva chave de acesso ao processo).

Quanto à questão da celeridade, o aces-so eletrônico a estes pro� ssionais através de sites e e-mails próprios, e o regime de plantão, têm possibilitado seguran-ça sem comprometimento da e� cácia da medida.

"Respeitadas

as opiniões

em contrário,

pondera-se

que varas

especializadas

possibilitariam,

por fi m, maiores

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tema, seja com

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ou com os planos

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como tivemos na

exitosa semana

de conciliação."

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O TJMG completa 141 anos elegendo como pilares não apenas o progresso contí-nuo da prestação jurisdicional, mas também ações e projetos de visibilidade e impacto na promoção da pacifi cação social

Quem ingressa na magistratura mineira sabe desde o início que deverá trilhar alguns dos 853 municípios, espalhados numa área de nada menos que 586.522km², superior à

da França. O Estado é o quarto maior em tamanho e o segundo em número de co-marcas, um total de 296. Nas diversas uni-dades jurisdicionais estão ativas 5.272.313 ações judiciais.

A grande extensão territorial e a diversi-dade de realidades a serem cobertas pelos 1.050 magistrados são desafi adoras, mas as difi culdades vêm sendo contornadas com a

HISTÓRIAO centenário Palácio da Justiça Rodrigues Campos, espaço democrático que abriga rotineiramente não só sessões de julgamento como o Museu da Memória do Judiciário, foi projetado pelo arquiteto italiano Rafael Rebechi.

COM 141 ANOS DE EXISTÊNCIA, O TJMG INVESTE NO PROGRESSO CONTÍNUO DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL SEM PERDER O FOCO DAS AÇÕES E PROJETOS DE VISIBILIDADE E IMPACTO NA PROMOÇÃO DA PACIFICAÇÃO SOCIAL

JUSTIÇA DE MINAS UNETRADIÇÃO E INOVAÇÃO

MARCELO ALBERT / TJMG

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MODELOO mandato de Pedro Bitencourt Marcondes, o mais jovem a ocupar a Presidência do TJMG, vai até julho de 2016 e ele elegeu como prioridades a implantação do Processo Judicial eletrônico, a atenção à Primeira Instância e a efi ciência e a responsabilidade na administração pública.

informatização e programas variados, que buscam promover a cidadania e o acesso dos mais de 20 milhões de cidadãos minei-ros ao Poder Judiciário. Tudo isso afi nado às diretrizes nacionais estipuladas pelo Conse-lho Nacional de Justiça (CNJ).

O TJMG coloca em movimento um corpo de 24.965 funcionários, entre servidores efe-tivos, estagiários, terceirizados e voluntários, uma equipe que já compreendeu que são prio-ridades a conciliação, a responsabilidade social, a recuperação de egressos do sistema prisio-nal, a adaptação à tecnologia e às exigências democráticas e constitucionais, a atenção à in-fância e à juventude e aos idosos e o combate à violência contra a mulher.

Atualmente, o Processo Judicial eletrônico (PJe) tem unido todo o País. A ferramenta vai modernizar a tramitação de feitos e reduzir o consumo de papel e os gastos com aluguel de espaços para armazenamento dos autos. Em Minas, o PJe se torna uma realidade por meio de uma rápida expansão. Paralelamen-te, investimentos em segurança e infraes-trutura procuram melhorar as condições de trabalho da Primeira Instância. Conheça a seguir algumas das iniciativas do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICOUm mecanismo que vem permitindo a

formulação de objetivos viáveis, a previsão de recursos para realizá-los, a avaliação per-manente dos resultados e a eventual cor-reção de procedimentos, o planejamento estratégico associa-se à meta de não só ad-ministrar a Justiça, mas também gerir a ver-ba disponível, aplicando-a de forma lógica, responsável e econômica. O planejamento estratégico do TJMG hoje elenca como as-pectos primordiais:

- o melhor aproveitamento do pessoal, por meio de políticas como o conhecimento das competências, a capacitação dos profi ssio-nais do Judiciário e ações visando à redução de problemas de saúde e ao estabelecimento de um ambiente de trabalho harmonioso e inclusivo;

- a reestruturação da tecnologia da infor-mação, com foco na atualização e na amplia-ção do parque de microcomputadores, no

PJe e também em outras aplicações, como o alvará eletrônico, a disponibilização de sentenças e despachos pela internet e o depoimento especial, que possibilita a gravação de informações prestadas por crianças vítimas de abusos e maus-tratos e evita a exposição excessiva destas;

- a otimização da gestão da informação e documental;

- o aperfeiçoamento do pagamento de precatórios;

- o incentivo ao diálogo e à composição em demandas judiciais e em situações de confl ito anteriores ao ajuizamento;

- a adoção da justiça restaurativa nos Juizados Especiais Criminais, para de-sestimular a conduta delitiva mediante o convencimento dos infratores a uma mu-dança de atitude;

- o compromisso com a sustentabilida-de e com práticas ecológicas;

- o desenvolvimento de formas de coo-peração com órgãos externos, como pre-feituras, Ministério Público, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados de Minas Gerais (OAB-MG), Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), Federação das Associações Co-merciais e Empresariais do Estado de Mi-nas Gerais (Federaminas).

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GESTÃO DE COMARCASPara atender a um Estado com tamanha

extensão – de Montalvânia, no norte, a Ca-manducaia, no extremo sul, são 1.168km, en-quanto de Carneirinho a Salto da Divisa, do oeste para o leste, percorrem-se 1.489km – o Judiciário adotou medidas como o plano de construções e reformas das instalações no interior, observando critérios de prioridade, sustentabilidade e acessibilidade. Também foi assegurada a presença de pelo menos um vigi-lante armado em pelo menos 246 comarcas, para proteção e segurança de juízes, servidores, advogados e partes que transitam pelos prédios de fóruns e juizados.

Outras modalidades de aproximação com as comunidades são o programa Justiça Iti-nerante, pelo qual os moradores de muni-cípios que não são sedes de comarcas rece-bem atendimento, se necessário com apoio para o deslocamento, e as colaborações do TJMG com outros órgãos para a oferta concentrada de serviços públicos (registro civil, retirada de documentos de identifi ca-ção, aconselhamento jurídico).

Sob a administração do presidente Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, foi implantada, ainda, a gestão participativa, proposta concre-

tizada em encontros com servidores e juí-zes. Sinalizando a abertura de um canal de comunicação com os públicos internos e a necessidade de integração entre os membros da Justiça, na forma de sugestões, opiniões e questionamentos, o desembargador Biten-court Marcondes inaugurou um modelo de Judiciário que conta com o envolvimento de todos os seus participantes para evoluir.

EXECUÇÃO FISCAL EFICIENTESegundo o relatório Justiça em Números

2014, do CNJ, as ações de execução fi scal com-preendem 37% das causas em tramitação na Justiça Estadual em todo o País. O TJMG está empenhado na redução dessas ações em Mi-nas, através do projeto Execução Fiscal Efi -ciente, em vigor desde setembro de 2014. A iniciativa visa tanto a reduzir a distribuição de novos processos dessa natureza como a ex-tinguir as ações que já estejam em curso, caso o valor executado seja inferior aos custos pro-cessuais, com base na Lei de Responsabilida-de Fiscal. Realizado pela 3ª Vice-Presidência do TJMG, o trabalho consiste em estimular tanto o Estado quanto os municípios a exe-cutar seus créditos por outros meios, como o protesto extrajudicial e a inclusão do nome

PARTICIPAÇÃOUma das diretrizes do presidente Pedro Bitencourt Marcondes foi a introdução de encontros da administração com servidores e magistrados, para ouvir as necessidades e sugestões das comarcas.

RENATA CALDEIRA / TJMG

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do devedor nos cadastros de inadimplentes. Es-tão sendo priorizadas inicialmente as comarcas com maior concentração de ações de execução fi scal, como Uberlândia – onde a prefeitura já publicou decreto em adesão ao projeto –, Juiz de Fora, Sete Lagoas, Santa Luzia, Contagem, Bar-bacena, Araguari, Itabira e Varginha.

SEDE ÚNICAA unifi cação de toda a estrutura judiciária

e da Secretaria de Segunda Instância em um mesmo local vai facilitar a rotina de advogados e partes e já tem data prevista. A partir de 2016, os serviços atualmente oferecidos de forma descentralizada serão reunidos em um imóvel na Avenida Afonso Pena, no Bairro Serra. O prédio foi adquirido por meio de desapropria-ção e conta com 18 pavimentos, em 54.823m² de área construída.

Os projetos de reforma, tendo em vista pa-râmetros de acessibilidade e sustentabilidade, já estão em andamento.

Com a mudança, várias unidades da Primeira Instância da capital, atualmente espalhadas em diversos endereços, passarão a funcionar onde estão hoje as câmaras julgadoras e os setores técnicos do Tribunal de Justiça: o complexo formado por dois anexos do Palácio da Justi-

ça, localizados na Rua Goiás, no Centro da cidade, e a Unidade Raja Gabaglia, no Bairro Luxemburgo.

METODOLOGIA APACUm método inovador que humaniza o

cumprimento das penas privativas de liber-dade foi encampado pelo TJMG em 2001 e vem sendo aplicado com sucesso em inúme-ras comarcas mineiras. A Associação de Pro-teção e Assistência ao Condenado (Apac), que se dedica à recuperação e à reintegração social de detentos, através de um método de valorização humana, já foi implementada em 36 comarcas de Minas e está em fase de implantação em outras 61. Nas Apacs, os próprios presos são corresponsáveis pela sua recuperação e têm assistência espiritual, médica, psicológica e jurídica prestada pela comunidade. Além de frequentarem cursos supletivos e profi ssionais, eles exercem ati-vidades variadas, evitando a ociosidade. A segurança e a disciplina no presídio são man-tidas com a colaboração dos recuperandos e o suporte dos funcionários, dos voluntários e dos diretores da entidade, sem a presença de policiais e agentes penitenciários. Estima-se que a reincidência entre os egressos das

INOVAÇÃOO método Apac, que humaniza o cumprimento das penas privativas de liberdade, já funciona em 36 comarcas de Minas e está sendo implantado em outras 61.

MARCELO ALBERT / TJMGFONTE: TJMG

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unidades da Apac gira em torno de 15%, en-quanto esse número entre os oriundos do sis-tema comum chega a 70%. Outra vantagem do método é que, segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, uma vaga nos estabelecimentos construídos para abrigar os re-educandos das Apacs tem custado 1/3 do valor da vaga de uma penitenciária dedicada ao siste-ma comum. Desde 2006, o TJMG tem inaugu-rado Centros de Reintegração Social (CRS) nas Apacs, oferecendo ao recuperando a oportuni-dade de cumprir a pena próximo de seu núcleo afetivo – família, amigos e parentes – e promo-vendo a formação de mão de obra especializada, a fi m de favorecer a conquista de uma liberdade defi nitiva, com menos riscos de reincidência.

PAI-PJConhecido em todo o País, o Programa

de Atenção Integral ao Paciente Portador de Sofrimento Mental (PAI-PJ), idealizado em 2000 pela psicanalista e psicóloga do TJMG Fernanda Otoni de Barros-Brisset e instituído quatro anos depois pela Casa, levou adiante, pioneiramente, o compromisso da luta an-timanicomial com a reinserção de pacientes judiciários no seio familiar e em seu círculo de relacionamentos, sempre prestando-lhes assis-tência médica, psicológica e jurídica.

A bandeira do PAI-PJ é que nenhum pa-ciente é irrecuperável e todo crime pratica-do por um portador de sofrimento mental, dos pequenos furtos às agressões mais gra-ves, decorre de uma situação extrema de

isolamento, podendo ser traduzido como um pedido de socorro. Por isso, a equipe multidisciplinar do programa busca com-preender a dinâmica das relações dos indi-víduos atendidos e seus parentes, amigos e vizinhos, ajudando a restabelecer os laços e a devolver o paciente a um contexto de bem-estar e estabilidade.

Através do programa, são feitos exames e laudos e são determinadas medidas de segu-rança ambulatorial, internação ou desinter-nação de indivíduos, inclusive adolescentes, que foram levados a cometer crimes porque têm ou tiveram algum distúrbio mental. En-tre 2012 e 2014, foram analisados 293 pro-cessos envolvendo os chamados “loucos infratores”, para os quais foram sugeridos tratamentos e encaminhamentos.

No ano passado, o PAI-PJ foi o tema da mostra Imagens da Justiça, organizada pelo Tribunal, com o fi to de divulgar pro-jetos do Judiciário de Minas que tenham relevância humano-social. A exposição, com 18 obras dos fotógrafos Marcelo Al-bert, Renata Caldeira e Soraia Costa, ex-plora com delicadeza a rotina de trabalho ou a vivência cotidiana dos pacientes.

CONHECENDO O JUDICIÁRIO

Aos quinze anos de idade, o Conhecen-do o Judiciário, projeto que busca a apro-ximação entre a Justiça e a população, já recebeu 120 mil pessoas, entre alunos dos ensinos fundamental e médio, universitários,

REPRESENTATIVIDADEHá 15 anos o projeto Conhecendo o Judiciário contribui para a formação da cidadania de jovens e adolescentes, que têm a oportunidade de conhecer a estrutura e o funcionamento da Justiça.

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idosos e associações de bairro. O programa se fundamenta em duas atividades: visitas guiadas de grupos às instalações do Judiciário ou a ida de magistrados a escolas.

No primeiro caso, os convidados conhe-cem as dependências do Palácio da Justiça e do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, e as dos fóruns das comarcas do interior, além de receber esclarecimentos sobre as funções desempenhadas por jurados, magistrados, servidores, promotores e defensores. Nessa modalidade de visita, são distribuídas carti-lhas com linguagem clara e acessível, volta-das para leigos, crianças e adolescentes. São realizadas também palestras sobre a estrutu-ra e o funcionamento da Justiça, se o público é constituído por estudantes de direito.

Já na outra atividade do programa, ins-tituições de ensino recebem a visita de um juiz, que conversa com professores e alunos sobre assuntos do interesse das turmas, como pichação e dano ao patrimônio, bullying e con-sumo de álcool e drogas. O respeito à lei e a prevenção de delitos são algumas das pautas, abordadas de modo informal e franco.

PAI PRESENTE E CRPEm 2009, havia no TJMG mais de 8 mil

processos de investigação de paternidade para-lisados, em função dos pedidos de exames de DNA represados. Foi lançado então o projeto Pai Presente, que, através de convênio com a

Secretaria de Estado de Saúde, conferiu cele-ridade à realização desses exames, reduzindo drasticamente o prazo entre o ingresso do pedido e a audiência para divulgação do re-sultado. Os exames são realizados por labo-ratórios que vencem uma licitação. O agen-damento de 550 exames por mês, a presteza do atendimento e a precisão dos resultados são fatores que contribuem para a agilização dos processos.

Em 2011 foi criado em Belo Horizonte o Centro de Reconhecimento de Paterni-dade (CRP), para receber e ouvir mães de fi lhos menores, fi lhos maiores ou pais com seus supostos fi lhos que desejam obter o reconhecimento de paternidade e regula-rizar o registro civil de nascimento, dan-do início ao procedimento extrajudicial de averiguação de paternidade. Através do CRP é possível providenciar o exame de DNA para reconhecimento de paternida-de e a emissão das certidões de nascimen-to, por meio de um sistema de informática integrado a todos os cartórios de registro civil da capital e do interior. O CRP de Belo Horizonte é reconhecido nacional-mente pelo seu pioneirismo e efi ciência.

CENTROS JUDICIÁRIOS DESOLUÇÃO DE CONFLITOS (CEJUS)

Dezenove comarcas de Minas Gerais já contam com Centros Judiciários de Solução de

CENTROSEm Belo Horizonte, o Centro de Reconhecimento de Paternidade agiliza a realização de exames de DNA e a regularização do registro civil para quem deseja ter o nome do pai na certidão (foto à esquerda). Acima, os Cejus, essenciais para a pacifi cação social.

RENATA CALDEIRA / TJMG ARQUIVO TJMG

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Confl itos (Cejus), unidades em que se con-centra a realização das audiências e sessões de conciliação e mediação, processuais e pré-processuais. Os Cejus, implantados pelo TJMG conforme orientação do CNJ, ofe-recem também o serviço de atendimento e orientação ao cidadão. A 3ª Vice-Presidência do TJMG tem como meta a instalação de Ce-jus em todas as comarcas de entrância especial no ano de 2015. Em 2014 foram realizados 47 cursos para capacitação em mediação e conciliação e para explicar o funcionamento dos Cejus. No terceiro trimestre de 2014, a mé-dia mensal de acordos nos Cejus de Minas foi de 908, enquanto a média mensal de processos julgados por vara foi de 142, o que mostra a im-portância dos centros como instrumento efi caz para diminuir o acervo processual e promover a pacifi cação social.

INFÂNCIA E JUVENTUDE

Os esforços em prol da criança e do adoles-cente, quer no estímulo ao desenvolvimento de capacidades por meio do esporte, da arte, de atividades recreativas e do estudo, quer pela inserção em novas famílias, quando se esgota-ram todas as possibilidade de adoção na esfera de relacionamentos dos pequenos, são a razão de ser da Coordenadoria da Infância e da Ju-ventude (Coinj).

Outra linha de ação são os cursos de atualiza-ção de magistrados da infância e da juventude, efetuados em diversas regiões do Estado. Ape-nas no ano passado, foram seis encontros, que capacitaram em torno de 200 magistrados.

A atuação do órgão se estende ainda à Comissão Estadual Judiciária, que, servin-do-se do controle rigoroso de um cadastro unifi cado, viabiliza a colocação de crianças e adolescentes mineiros em lares de candi-datos estrangeiros ou brasileiros residentes fora do País. Esse trabalho, conduzido de for-ma paralela ao acompanhamento de crianças e adolescentes que, por algum motivo, têm de ser momentaneamente afastados de suas famílias, tem possibilitado mais adoções tardias, isto é, com crianças acima de 10 anos de idade.

Entre as mais bem-sucedidas realizações da Coinj estão a Orquestra e o Coral Infan-tojuvenil, formados por meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social ou que vivem em instituições de acolhimento. Mais de uma centena de aprendizes, oriundos da comunidade do Morro do Papagaio, da As-sociação Profi ssionalizante do Menor (Ass-prom) ou de instituições de acolhimento, têm aulas de musicalização, expressão corporal, canto coral, fl auta doce, violino, violoncelo, viola e contrabaixo acústico.

Em dezembro de 2014, uma apresentação

ARTEA Orquestra e o Coral Infantojuvenil do TJMG, formados por menores em situação de vulnerabilidade social, protagonizaram uma bela cantata no Natal de 2014.

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se destacou entre os vários concertos dos jo-vens músicos em Belo Horizonte: a Cantata de Natal. O evento reuniu uma heterogênea plateia de aproximadamente 2 mil pessoas, que pararam para ver a inauguração da ilu-minação natalina do Palácio da Justiça, fruto de uma parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), e a performance de cerca de cem crianças e adolescentes, do alto das janelas e portas da imponente edifi cação de estilo eclético com toques neoclássicos.

A iniciativa mostrou que a música pode dar sentido à vida e ocupar um lugar cada vez maior na existência, revertendo ou mi-nimizando um histórico de abandono e de escassez de oportunidades.

JUSTIÇA VAI À ESCOLAO projeto Justiça Vai à Escola, desenvol-

vido pela Coordenadoria da Mulher em Si-tuação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do TJMG, propõe a realização de visitas periódicas às escolas das redes pública e privada de ensino do Estado, para ministrar pequenas palestras sobre a violência domés-tica e a Lei Maria da Penha. As palestras são proferidas por desembargadores, juízes e ou-tros profi ssionais ligados à área de prevenção e combate à violência doméstica. Em 2014, cer-ca de 900 alunos de nove escolas de Belo Ho-

CONSCIENTIZAÇÃOA apresentação de um teatro de fantoches é levada pelo TJMG a escolas de BH para sensibilizar os alunos com relação à violência contra a mulher e evitar que se transformem em futuros agressores ou vítimas.

rizonte receberam as visitas. Recentemente, elas passaram a contar com a apresentação de um teatro de fantoches pelo grupo Trupe a Torto e a Direito, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que conta histó-rias divertidas para sensibilizar os alunos. O objetivo é conscientizá-los para que não se tornem futuras vítimas ou agressores.

JUSTIÇA RESTAURATIVAA justiça restaurativa é um novo

modelo de justiça voltado para as relações prejudicadas por situações de violência. Valoriza a autonomia e o diálogo, criando oportunidades para que as pessoas envolvidas no confl ito (autor e vítima do fato, familiares e comunidade) possam conversar e entender a causa real do confl ito, a fi m de restaurar a harmonia e o equilíbrio entre todos. Através de assinatura de termo de cooperação técnica entre TJMG, Governo de Minas, Ministério Público, Defensoria Pública e Prefeitura de Belo Horizonte, foi implantada a metodologia da justiça restaurativa na comarca de Belo Horizonte, com projetos-piloto na Vara Infracional da Infância e da Juventude e no Juizado Especial Criminal. Em 2014 foram recebidos nessas unidades 227 casos, com a conclusão de 169, restando 58 em

RENATA CALDFEIRA / TJMG

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andamento. Entre servidores e representantes dos órgãos convidados, 180 pessoas foram capacitadas pelo TJMG para atuar como mediadores.

ESCOLA JUDICIAL DESEMBARGADOR EDÉSIO FERNANDES

As atividades da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) tiveram início em 1977 e têm como fi nalidade o fomento a um programa que se divide nos eixos de formação inicial, educa-ção continuada e capacitação avançada de magis-trados e servidores, com a contribuição de profi s-sionais de reconhecida competência, pertencentes ou não aos meios jurídicos.

De 2012 a 2104, 55.886 pessoas, entre magistrados e servidores, foram aprovadas nos concursos públi-cos realizados pela Ejef, além de 5.834 estagiários, na capital e no interior. Já os 68 cursos de formação inicial e as 396 atividades de capacitação permanente registraram mais de 40 mil participações.

A ampliação da educação a distância (EAD) per-mitiu o oferecimento de cursos aos membros do Judiciário lotados no interior com custos reduzidos para a instituição e tornou possíveis parcerias com instituições de ensino, como o curso de pós-gradu-ação em gestão pública oferecido com a Fundação Dom Cabral nas dependências da Escola Judicial.

Além disso, a Ejef deu amparo à publicação de livros e periódicos, como a obra Judiciário de Mi-nas: Infância e Juventude em destaque e a Revista Jurisprudência Mineira.

JUSTIÇA EM QUESTÃOO programa semanal Justiça em Questão es-

treou em 2004 e totaliza até o momento 342 edições, que abordam com criatividade diversos temas, sempre enfocando a relação destes com o mundo jurídico. Meio ambiente, adoção, co-munidades quilombolas, voluntariado, destina-ção do lixo hospitalar, prostituição, motoboys, poliamor, humor, psicopatia, preconceito no futebol, música, moda, interdição, pessoas desa-parecidas, automedicação, publicidade e mora-dores de rua são exemplos de assuntos já discu-tidos no programa.

A equipe entrevista especialistas que são referên-cia em seus ramos de conhecimento, em matérias objetivas e informativas.

A qualidade do programa foi reconhecida em diversos concursos nacionais. Recentemente ele recebeu o terceiro lugar no 19º Prêmio Abrelpe de Reportagem – Soluções Sustentáveis para um

Futuro Sustentável. O programa foi indicado, em 2008, ao

Prêmio Aberje, um dos maiores na área da comunicação organizacional brasileira. Além disso, reportagens veiculadas pelo programa na série “Justiça nas Cidades Históricas” fo-ram agraciadas com o Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça.

O JQ também tem um canal na rede so-cial YouTube, no qual é possível encontrar o acervo integral de reportagens.

MEMÓRIA DO JUDICIÁRIOCabe à Memória do Judiciário Mineiro

(Mejud), que completou 26 anos de existên-cia em novembro último, preservar e divul-gar a história da Justiça do Estado. Equipada com um acervo de documentos – autos de processos de grande repercussão, material jornalístico digitalizado – e objetos de uso cotidiano de personalidades jurídicas, além de uma biblioteca que contém todos os livros lançados até hoje por magistrados mineiros, a Mejud possui um museu com exposições permanentes, aberto à visitação pública de

EXPOSIÇÃOO Espaço Cultural do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, recebeu a mostra Imagens da Justiça, com obras de fotógrafos da instituição que retratam os pacientes judiciários atendidos pelo PAI-PJ.

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segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30, no Palácio da Justiça.

A Mejud, cuja equipe tem profi ssionais com formação em história, ciência da informação, museologia e arquivologia, organiza regular-mente mostras abertas ao público, sendo al-gumas temporárias e outras itinerantes. Entre 2008 e 2014, estima-se que as instalações e as exposições da Memória foram visitadas por um público de mais de 60 mil pessoas, entre estudantes, advogados, pesquisadores e mem-bros de comitivas de outros estados e países que visitaram o TJMG. Além disso, o setor produz publicações diversas sobre temas es-pecializados, apoia a elaboração e a edição de pesquisas de magistrados mineiros e participa de eventos (congressos, encontros, colóquios) para aperfeiçoamento e especialização.

CINECLUBE E ESPAÇOS CULTURAISA ideia de criar um espaço para debater

aspectos da produtiva articulação do cinema com o direito partiu do desembargador Sérgio Braga, que, em 2003, fundou o Cineclube TJ. Com o falecimento do magistrado, em novem-

bro de 2010, a exibição comentada de clássicos da sétima arte foi interrompida. Em outubro de 2014, porém, o projeto foi reativado, desta vez sob a coordenação do juiz Magid Nauef Láuar e a denominação Cineclube Desembargador Sér-gio Braga. Os últimos fi lmes exibidos foram Um Lugar ao Sol (EUA, 1951), de George Stevens, em outubro de 2014, e Morangos Silvestres (Sué-cia, 1957), de Ingmar Bergman, em novembro.

Visitantes também são bem-vindos ao Espaço Cultural Fórum Lafayette, onde, desde 2004, ocor-rem apresentações musicais, teatrais e de fi lmes. Ma-gistrados e servidores que desejam mostrar seu tra-balho no Espaço Cultural contam com o programa Talento Forense, e nomes consagrados, como o Trio Amaranto, o grupo Menina do Céu, Lô Borges e Pau-linho Pedra Azul, já fizeram shows para a comunidade no átrio do fórum ou no parquet do 1º Tribunal do Júri. O local dispõe, além disso, de uma galeria de arte, a qual já introduziu o público a obras de importantes artistas plásticos, como a mineira Sara Ávila.

MUTIRÕES DO JÚRIMutirões com temáticas variadas (DPVAT, júri,

instituições bancárias, operadoras de telefonia, Juizados Especiais, ações de reconhecimento de paternidade e exames de DNA, fi scalização em presídios) já se tornaram uma receita aprovada pelo Judiciário mineiro.

De janeiro de 2012 a outubro de 2014, foram realizados 888 mutirões de júri em Minas. No ano passado, na Semana do Tribunal do Júri, 12 comarcas participantes ganharam o Selo Bronze, conferido pelo CNJ às unidades jurisdicionais que realizaram pelo menos quatro sessões de jul-gamento no período.

CENTRO DE SEGURANÇA INSTITUCIONALUma iniciativa do TJMG que se tornou exem-

plo para outros tribunais do País foi a criação, em 2010, do Centro de Segurança Institucional (Cesi), órgão que tem a fi nalidade de implemen-tar ações estratégicas de segurança de magistra-dos, servidores, usuários e patrimônio do Poder Judiciário de Minas Gerais. Vinculado diretamen-te à Presidência do TJMG, o Cesi é integrado por magistrados de Primeira e Segunda Instân-cias e por efetivo policial militar, coordenado pelo Assessor Militar da Presidência. Todas as situações que de alguma forma envolvam a se-gurança na instituição são analisadas, monito-radas e atendidas pelo Cesi. .

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BH EXALTA DIVERSIDADE DE ESTILOSARQUITETURA, GASTRONOMIA E CULTURA DIVERSAS FAZEM DA CENTENÁRIA CAPITAL MINEIRA IMPORTANTE POLO TURÍSTICO

Uma cidade pulsante, onde a tradição e a modernidade se mesclam e onde vivem quase 2,5 milhões de pessoas. Assim é Belo Horizonte, uma jovem centenária erguida aos pés da Serra do Curral para ser a sede do poder político de Minas. A cidade, uma das primeiras a ser planejadas no país, há muito ultrapassou seus contornos, expandindo-se e desenvolvendo-se vertiginosamente. Hoje, Belo Horizonte gera um PIB anual de cerca de R$ 32 bilhões, possuindo grandes indús-trias e um dos mais altos Índices de Desen-

volvimento Municipal Humano (IDMH) entre os municípios brasileiros.

A cidade vem colecionando títulos. Em no-vembro de 2014, a capital mineira conquistou o posto de melhor cidade entre todas as ca-pitais do país e o segundo lugar geral, sendo superada apenas por Santos, no litoral paulista, em pesquisa feita pela empresa de consultoria Delta Economics & Finance. O levantamen-to levou em conta vários aspectos, com foco nas condições de vida das cidades. Mas BH, como é carinhosamente chamada pelos seus

COSMOPOLITAA cidade de Belo Horizonte vista do prédio do TJMG.

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museus, abriga grande número de festivais – dança, cinema, teatro, circo – e está no mapa de grandes exposições de arte no País.

Um mosaico de estilos marca a paisagem arquitetônica da capital mineira. Datam de sua fundação, em 1897, vários edifícios com forte infl uência francesa, como as cons-truções com estilo predominante-mente neoclássico que contornam a Praça da Liberdade. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha, car-tão-postal da cidade, nasceu entre as décadas de 30 e 40 das mãos de alguns dos maiores nomes do mo-dernismo brasileiro: foi projetado por Oscar Niemayer, tem pinturas de Portinari, esculturas de Alfredo Ceschiatti e jardins de Roberto Bur-le Marx. E há os edifícios altos da Avenida Afonso Pena e as constru-ções e prédios modernos dos novos endereços da cidade.

Dos fumegantes fogões das fa-zendas de Minas, surgiram iguarias que se perpetuaram no tempo e compõem o cardápio da culinária mineira, que hoje pode ser aprecia-do em restaurantes típicos da capi-tal. Pratos como o feijão tropeiro, o frango com quiabo ou com ora-pro-nóbis, o frango ao molho pardo, a canjiquinha de milho com linguiça e carne de porco, o lombo com tutu, entre outros, que são, como se diz em Minas, de “comer de joelhos”.

Mas a gastronomia em Minas também se expandiu e se sofi sticou, e hoje a capital mineira é também cosmopolita em termos de paladar, oferecendo de restaurantes que fazem uma releitura da culinária regional ao melhor da cozinha internacional. Belo Horizonte é também pródiga em bo-tecos, o que deu à cidade o título de “capital dos bares”.

A seguir, confi ra a relação de al-gumas das principais atrações tu-rísticas da capital mineira e de seu entorno.

moradores, já foi indicada pelo Population Crisis Commitee, da ONU, como a metrópole com a melhor qualidade de vida na América Latina e a 45ª entre as cem melhores cidades do mundo.

Próxima de importantes cidades históri-cas mineiras, como Ouro Preto, Mariana e Sabará, o que amplia seu potencial turístico, Belo Horizonte notabiliza-se também por sua cena cultural. Possui uma das melhores universidades do país, a UFMG, inúmeros centros culturais, monumentos, praças e

SERVIÇOPara consultar a agenda cultural, a relação de res-taurantes e mais informa-ções sobre a cidade:www.soubh.com.brwww.guiabh.com.brwww.yelp.com.brwww.belohorizonte.mg.gov.br

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PRAÇA DO PAPA A Praça Israel Pinheiro fi cou conheci-

da como Praça do Papa, depois da missa campal realizada pelo papa João Paulo II, em 1980. O espaço conta com um monu-mento para homenagear o pontífi ce, um parque em madeira para crianças, árvores e gramado para fazer piquenique, brincar ou descansar, espaço para soltar pipa, andar de skate, patins, bicicleta e outras diversões. É possível encontrar água de coco, pipoca e milho verde com os vendedores ambulan-tes, que estão sempre presentes.

Endereço: Avenida Agulhas Negras, s/n

MIRANTE DAS MANGABEIRASO mirante, de aproximadamente 35.000m²,

tem dois deques de madeira em níveis diferen-tes para propiciar conforto e boa visualização da paisagem de Belo Horizonte, além de iluminação e paisagismo especiais. Há uma portaria e patru-lhamento 24 horas pela Guarda Municipal.

Endereço: Rua Pedro José Pardo, 1.000, Manga-beiras (atrás do Palácio das Mangabeiras)Visitas: todos os dias, das 10h às 22hExcepcionalmente, o horário pode ser alte-rado, conforme necessidade da Fundação de Parques Municipais.Mais informações: (31) 3246-5030

ALTO DAS MANGABEIRAS

Ao fi nal da Avenida Afonso Pena, que corta o Centro da cidade, está o Alto das Mangabeiras, uma região arborizada, de fácil acesso e com quatro atra-ções para visitar.

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PARQUE DA SERRA DO CURRAL

Símbolo de Belo Hori-zonte, a Serra do Curral já foi referência de localização para viajantes durante a po-voação do Estado. Tombada pela Lei Orgânica do Mu-nicípio e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Ar-tístico Nacional (Iphan), ela é o marco geográfi co mais representativo da cidade, e o Parque da Serra do Cur-ral protege esse patrimônio. Com uma área aproxima-da de 400.000m², o parque conta com trilhas, mirantes e praças. Sua cobertura ve-getal é bem heterogênea, com espécies de campo de altitude, cerrado, campo ru-pestre e um maciço vegetal com vestígios de mata atlân-tica. O ponto mais alto tem altitude de 1.380m.

É possível realizar trilhas guiadas por monitores capa-citados. São oito mirantes que permitem visualizar pontos turísticos de Belo Horizonte, como a Lagoa da Pampulha, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, a Aveni-da Afonso Pena, o Estádio Mineirão, entre outros. No percurso da caminhada, que pode durar até três horas, os monitores abordam a preser-vação ambiental, a fauna, a fl ora e a história do parque.

Endereço: Avenida José do Patrocínio Pontes, 1.951 (Praça Estado de Israel), Bairro MangabeirasVisitas: de terça a domingo, das 8h às 17h (entrada até as 16h)Mais informações: (31) 3277-8120

PARQUE DAS MANGABEIRASCom paisagismo de Roberto Burle

Marx e uma grande área de vegetação nativa, o parque conserva exemplares típicos de campo, como bromélias e canelas-de-ema, de cerrado, como barbatimão e pequi, vestígios da mata atlântica, como jequitibá e pau-d’óleo, além de outras espécies, como jacaran-dá, sucupira do cerrado, pau-de-tuca-no, aroeira, corticeira, pau-ferro, can-deia, caviúna, pau-santo e gabiroba.

Geralmente os quatis recebem os visitantes, e outros exemplares da fauna, como esquilos, gambás, tapitis, micos e tatus, podem ser encontrados na área de mata. Há muitas espécies de pássaros que encantam com seus cantos e cores, entre elas, andorinhas, bicos-de-veludo, cambacicas, marias-pretas, sanhaços, caras-sujas, azulões e pica-paus. Também é possível en-

contrar algumas espécies de répteis e anfíbios, como a rã Hylodes uai, que tem em seu nome uma homenagem aos mineiros.

Lugar para descanso, lazer e espor-tes, o Parque das Mangabeiras oferece aos visitantes, além dos recantos natu-rais, quadras de peteca, de tênis e po-liesportivas, pista de skate, brinquedos e atividades culturais. São 2,3 milhões de metros quadrados para desfrutar.

Endereços: Portaria Sul: Av. José do Patrocínio Pontes, 580, Bairro MangabeirasPortaria Norte: Praça Cidade do Porto, 100, Bairro SerraPortaria Caraça: Rua Caraça, 900, Bairro SerraVisitas: de terça a domingo, das 8h às 18h (entrada até as 17h)Mais informações: 3277-8277 e 3277-9697

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GRUTA DE MAQUINÉUm mergulho no berço da paleontologia brasileira. É

o que propõe a visita à Gruta de Maquiné, localizada na cidade de Cordisburgo, a 120km da capital mineira. A caverna foi descoberta em 1825 pelo fazendeiro Joa-quim Maria Maquiné e começou a ser explorada cien-tificamente cerca de uma década depois pelo paleon-tólogo dinamarquês Peter Wihelm Lund. Ao longo de 650m, a gruta abriga esculturas naturais e estalactites de diversas formas, esculpidas no teto da caverna pela água, ao longo de milênios. A área aberta para os visi-tantes possui cerca de 400m de extensão e é iluminada de maneira a realçar a beleza das esculturas naturais, espalhadas por sete salões. O passeio pela gruta é fei-to por passarelas e é acompanhado por um guia lo-cal. Uma vez em Cordisburgo, vale ainda uma visita ao Museu Guimarães Rosa, que homenageia aquele que é considerado um dos maiores escritores brasileiros e que nasceu na cidade, em 1908. O espaço, a casa onde o mineiro passou parte de sua infância, mantém acervo de fotos, documentos e textos do escritor.

Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040, sentido Sete Lagoas, permanecendo na rodovia até o acesso à MG-231. A gruta está localizada no km 7.Visitas: todos os dias, das 8h às 17hMais informações: (31) 3715-1310 Crédito da foto: Ronaldo Alves

MERCADO CENTRALUm festival de cores, sabores e aromas. Per-

correr os corredores labirínticos do Mercado Central de Belo Horizonte é um pouco como adentrar um variado mercado árabe. Ali o tu-rista encontra um mosaico dos produtos mais típicos de Minas – barracas dedicadas exclusi-vamente aos queijos, às cobiçadas cachaças, às pimentas e aos doces de compota – e muito mais. Surgido em 1929 para reunir produtos destinados ao abastecimento da população, que na época não chegava a 50 mil habitantes, ao longo dos anos o Mercado Central foi am-pliando sua gama de produtos e fi rmando-se como um dos pontos turísticos mais lembra-dos da capital mineira. Hoje o mercado reúne cerca de 450 lojas em seus 14.000m². Ali, são encontrados não só alimentos de qualidade e referência – frutas, cereais, laticínios, carnes, legumes, verduras – mas também artesanato, licores, fl ores, tabaco, vinhos, temperos de todo o Brasil, panelas, objetos decorativos, entre outros. Nos fi nais de semana, os corre-dores se agitam, reunindo visitantes em torno dos petiscos e da cerveja, comercializados nos botecos do mercado.

Endereço: Av. Augusto de Lima, 744, Centro Visitas: de segunda a sábado, das 7h às 18h; domingo e feriados, das 7h às 13hMais informações: (31) 3277-4691

FEIRA DE ARTES E ARTESANATODA AVENIDA AFONSO PENA

Popularmente conhecida como Feira Hi-ppie, acontece todo domingo na capital mi-neira há quase meio século e conta hoje com cerca de 2.500 expositores, que vendem as mais diversas mercadorias: artes, bijuterias, brinquedos, roupas, bolsas e calçados, mó-veis e objetos de decoração. E a culinária não fi ca de fora: a feira também oferece diversos tipos de comida, como churrasquinhos, san-duíches, caldos, salgados e milho verde. Uma das maiores feiras da América Latina, chega a receber 100 mil visitantes de vários lugares do Brasil e do mundo.

Endereço: Avenida Afonso Pena, perto do Parque MunicipalVisitas: domingo, das 8h às 17h

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MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS

Com um acervo voltado para o universo do trabalho no Bra-sil, o Museu de Artes e Ofícios preserva objetos, ferramentas, instrumentos e utensílios do período pré-industrial. São pe-ças originais dos séculos XVIII ao XX, que foram reunidas ali depois de passarem por um processo de restauração, con-servação e pesquisa. Diversos ofícios estão ali representados, muitos deles já perdidos no tempo. Ofícios relacionados ao transporte, ao comércio, à mineração, ao fogo, à madei-ra, à cerâmica, à lapidação e à ourivesaria, ao couro, à terra, à conservação e à transformação dos alimentos, ao fi o e ao teci-do, entre vários outros. Teares, gamelas usadas pelos escravos nas minas de ouro das cidades coloniais de Minas, fotos de ex-escravos vendendo doces pelas ruas, carrancas de ma-deira que adornavam canoas do Rio São Francisco, cadeiras de barbeiros e engraxates do início do século XX, selas usa-das pelos tropeiros e inúmeros outros objetos e imagens pro-porcionam uma viagem pelo mundo do trabalho. O espaço cultural fi ca na Praça da Es-tação, construída quando da fundação da capital mineira, no fi nal do século XIX.

Endereço: Praça Rui Barbo-sa (Praça da Estação), 600, Centro Visitas: terça e sexta, das 12h às 19h; quarta e quinta, das 12h às 21h; sábado, domingo e feriados, das 11h às 17hMais informações: (31) 3248-8600

INHOTIMO Instituto Inhotim é um com-

plexo museológico composto por uma série de pavilhões e galerias. Há obras de arte expostas também ao ar livre. Localizado em Bruma-dinho, a 60km de Belo Horizonte, está entre os maiores centros de arte contemporânea do Brasil e da América Latina. O nome vem de “Inhô Tim”, como era chamado Timothy, o administrador da em-presa que explorava a mineração no local, durante o século XIX.

O acervo abriga obras de artistas brasileiros e estrangeiros da década de 1960 até a atualidade, em inúme-ras galerias, com destaque para os trabalhos de Cildo Meireles, Tun-ga, Matthew Barney, Doug Aitken, Chris Burden, Yayoi Kusama, Paul McCarthy, Zhang Huan, Valeska Soares, Miguel Rio Branco, Rivane Neuenschwander.

Para completar o prazer de ver e ouvir trabalhos de arte contem-porânea, os jardins, matas, trilhas e lagos do Inhotim oferecem

belas paisagens e um convite ao descanso nas esculturas mobiliá-rias do designer brasileiro Hugo França.

No domínio da mata atlântica, com enclaves de cerrado nos topos das serras, os jardins do Inhotim, com plantas nativas e exóticas, com-põem um paisagismo singular. Em 2010, o Instituto Inhotim recebeu a chancela de jardim botânico, atri-buída pela Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB), e, desde então, integra a Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB).

Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040 sentido Rio de Janeiro ou pela BR-381 sentido São Paulo. Depois de 30km haverá pla-cas indicativas.

Visitas: de terça a sexta, das 9h30 às 16h30; sábado, domingo e feria-dos, das 9h30 às 17h30O Inhotim oferece três modalidades de visita guiada: panorâmica, temáti-ca ambiental e temática de arte.Mais informações: (31) 3571-9700

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MUSEU INIMÁ DE PAULAMineiro de Itanhomi, Inimá de Paula (1918-

1999) foi um grande artista que se destacou pelo uso de cores intensas e pinceladas singu-lares. Ganhador de vários prêmios nacionais e internacionais, participou de importantes exposições individuais e coletivas. Para man-ter viva a obra e a memória do artista, a Fun-dação Inimá de Paula preserva inúmeras de suas obras, livros e objetos e ainda promove exposições temporárias de obras do circuito internacional das artes. Localizado no prédio art déco que já sediou o Clube Belo Horizon-te e o Cine Guarani, o museu abriga uma ex-posição permanente com mais de cem obras do mestre mineiro das cores, uma remonta-gem de seu ateliê, uma apresentação de seus autorretratos e uma galeria virtual com 1.860 obras catalogadas.

Endereço: Rua da Bahia, 1.201, CentroVisitas: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 18h30; quinta, das 12h às 20h30; domin-go, das 12h às 18h30Mais informações: (031) 3213-4320

OURO PRETO“Não se pode dizer de Ouro Preto que seja uma cidade

morta. (...) Ouro Preto é a cidade que não mudou, e nisso reside seu incomparável encanto”, escreveu o poeta Manuel Bandeira em 1938. De fato, visitar a cidade de Ouro Preto, localizada a 99km de Belo Horizonte, é empreender uma viagem no tempo. Joia do período colonial brasileiro erguida a partir do final do século XVII, palco da Inconfidência Mi-neira, a cidade foi declarada Patrimônio Cultural da Huma-nidade em 1980. As atrações são várias: o casario colonial, os chafarizes, a Praça Tiradentes – localizada no coração do centro histórico –, as igrejas centenárias, ricas em ouro e em obras de mestres como Aleijadinho, as ruas com calçamen-to de paralelepípedo. Tudo isso em um cenário emoldurado pelas montanhas de Minas. Entre os pontos de visitação da cidade destacam-se a Igreja São Francisco de Assis, a Matriz Nossa Senhora do Pilar, a Casa dos Contos, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Igreja Nossa Senhora do Carmo, o Museu da Mineralogia e o Museu do Oratório.

Como chegar: De Belo Horizonte, seguir pela BR-040, sentido Rio de Janeiro, até o trevo para a BR-356 (Rodovia dos Incon� -dentes).Mais informações: (31) 3559-3282Crédito da foto: Fernando Helbert

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MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO (MHAB)

Objetos, textos, livros, imagens, arte e fotografia compõem o acervo do mu-seu que preserva a história de Belo Horizonte em duas seções: peças originárias do antigo arraial Curral del Rei e peças relativas à nova capital. Idealizado pelo jornalista e escritor Abílio Barreto, a sede ocu-pa um casarão oitocentista da antiga Fazenda do Lei-tão. Inaugurado em 1943, o museu preserva um ma-terial múltiplo e revelador da trajetória da cidade e de seus cidadãos.

Nos jardins do museu, estão expostos três veículos ilus-trativos do desenvolvimento do transporte e da transfor-mação urbana da capital mi-neira até meados do século XX: um carro de boi que pertenceu à antiga Fazenda do Leitão, uma locomotiva a vapor utilizada nos trabalhos de construção da nova capital e um bonde elétrico, um dos últimos a circular pela capital nos anos 60.

Entre os objetos, há escul-turas, fragmentos construtivos originários de prédios públicos e privados demolidos, mobili-ário, vestuário, objetos deco-rativos, utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos de iluminação e de transporte, equipamentos e instrumentos de trabalho.

Endereço: Av. Prudente de Morais, 202, Cidade JardimVisitas: de segunda a sexta, das 10h às 17h Mais informações: (31) 3342-1268

MINEIRÃOConsiderado o grande palco do futebol mineiro, o Estádio Governador

Magalhães Pinto – o Mineirão – é o quinto maior do Brasil. Inaugurado em 1965, o espaço passou por signifi cativas reformas para abrigar a Copa do Mundo de 2014, o que proporcionou a modernização e a melhoria das instalações. O Novo Mineirão oferece hoje 62 mil lugares e está aberto ao público que deseja conhecer sua estrutura (gramado e vestiários). A visita guiada ao espaço pode incluir ainda o Museu Brasileiro do Futebol. Nele, é possível conhecer a história do Mineirão e apreciar fotos de sua constru-ção e inauguração e fotos da Copa das Confederações e de outros estádios que existiam na capital. O acervo do museu inclui ainda uma maquete da edifi cação, fi chas dos mais de três mil jogos que aconteceram no Mineirão antigo e informações históricas e técnicas sobre o esporte. Há também salas que homenageiam os times, a imprensa e os grandes jogadores da história do futebol mineiro.

Endereço: Av. Antônio Abrahão Caram, 1.001, Bairro São José (Pampulha)Visitas: de terça a sexta, das 9h às 17h; sábado e domingo, das 9h às 13h. Não há visitas em dias de eventos.Mais informações: (31) 3499-4312

SÃO SEBASTIÃO DAS ÁGUAS CLARAS (MACACOS)Uma estradinha sinuosa leva a um lugar paradisíaco. Pertencente à cidade

de Nova Lima, o distrito de São Sebastião das Águas Claras, mais conhecido por Macacos, devido à presença do inquieto animal, é cercado de monta-nhas, cachoeiras e quietude. Nasceu com a mineração do ouro, no fi nal do século XVII, e com o passar do tempo se transformou num refúgio para quem busca gastronomia e descanso nos seus arredores. Especialmente nos fi nais de semana e feriados, os bares e restaurantes perto da Igreja de São Sebastião movimentam a noite, com música ao vivo e opções de comida mineira, brasileira e internacional.

Em Macacos há várias opções de pousadas, casas e sítios para alugar.Como chegar: Seguir a BR-040 em direção ao Rio de Janeiro, 10km após o BH Shopping virar à direita, passar por baixo da rodovia, sempre seguindo as placas para São Sebastião das Águas Claras. Da BR ao arraial são quase 10km de estrada asfaltada.

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MARÇO DE 2015

COMPLEXO DA PAMPULHAAs curvas modernistas do Complexo

da Pampulha, assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, na década de 40, in-cluem, ao redor da Lagoa da Pampulha, a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte Moderna, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube, que formam um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte. Os belos jardins dos quatro edifícios foram projetados por Burle Marx.

LAGOA DA PAMPULHAAs águas da Lagoa da Pampulha

formam uma orla de 18km ideal para atividades recreativas. Proveniente do represamento do ribeirão Pampulha, a lagoa compõe um cenário convida-tivo para contemplação, caminhada, corrida, ciclismo, piqueniques e quei-ma de fogos.

Como chegar: Seguir a Avenida Antônio Carlos, em direção à região da Pampulha.

IGREJA DE SÃO FRANCISCOA igrejinha da Pampulha, como

é carinhosamente chamada pelos mineiros, encanta com suas linhas curvas, a azulejaria em tons azuis, a pintura da imagem de São Francisco e os famosos painéis da Via Sacra de Cândido Portinari. Na parte ex-terna, além do trabalho de Portina-ri, há uma pintura abstrata de Paulo Werneck. Alfredo Ceschiatti esculpiu os maravilhosos baixos-relevos em bronze do batistério.

A Igreja da Pampulha é tombada pelo Instituto do Patrimônio Históri-co e Artístico Nacional (Iphan), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Ge-rais (Iepha/MG) e pela Gerência do Patrimônio Municipal.

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 3.000 Visitas: de terça a sábado, das 8h às 17h; domingo, das 9h às 14hMais informações: (31) 3427-1644

MUSEU DE ARTE MODERNA (MAM)

Projetado para ser um cassino, que funcionou por pouco tempo, o museu abriga exposições de arte num ambiente de mármore, es-pelhos e vidros que integra o espaço interno ao externo. A beleza dos jardins é incremen-tada por três esculturas – de Ceschiatti , Zamoyski e José Pedrosa.

O acervo do MAM reúne obras de artistas plásticos como Oswaldo Go-eldi e Fayga Ostrower, dos moder-nistas Di Cavalcanti, Livio Abramo, Bruno Giorgi e Ceschiatti e dos con-temporâneos Antonio Dias, Frans Krajcberg, Ado Malagoli, Iberê Ca-margo, Ivan Serpa, Milton Dacosta, Alfredo Volpi, Franz Weissmann, entre outros.

Endereço: Avenida Otacílio Negrão de Lima, 16.585 Visitas: de terça a domingo, das 9h às 19hMais informações: (31) 3277-7946

CASA DO BAILECom formas circulares e uma mar-

quise sinuosa que lembra as curvas da lagoa, a Casa do Baile fi ca numa pequena ilha próxima à margem. Atualmente é um espaço destinado a exposições, lançamentos de livros, seminários e eventos das áreas de ur-banismo, arquitetura e design.

Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 751Visitas: de terça a domingo, das 9h às 19hMais informações: (31) 3277-7443

IATE TÊNIS CLUBE“Uma casa-barco de linhas duras

que se lança sobre as águas tranquilas da lagoa”, assim falou Oscar Niemeyer sobre o seu projeto para o clube que abriga obras de arte de Cândido Porti-nari e Estergilda Meniccuci.

Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, 1.350 / Visitas: sábado, domingo e feriados, das 8h às 20h; terça e quinta, das 7h às 23h; quarta e sexta, das 7h às 18hMais informações: (31) 3490-8400

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PARQUE MUNICIPAL AMÉRICO RENNÉ GIANNETTI

Uma área verde no coração da cidade. O patrimônio ambiental mais antigo de Belo Horizonte foi inaugurado em setembro de 1897, antes mesmo da inauguração da ci-dade. O parque foi projetado pela comissão construtora encarregada de planejar a nova capital de Minas Gerais e preserva 280 espécies de árvores exóticas e nativas, como figueira, jaqueira, cipreste-calvo, flamboaiã, eucalipto, sapucaia,

pau-mulato e pau-rei. Refúgio para a fauna silvestre,

o espaço abriga várias espécies de aves, entre elas bem-te-vis, sabiás, garças, periquitos, pica-paus, sa-nhaços, saíras, e outros animais, como gambás e micos. Além da flora e da fauna, há nascentes que abastecem três lagoas dentro do parque.

Entre as opções de lazer, há brinquedos, equipamentos de gi-nástica, pista de caminhada, qua-dra poliesportiva, pista para skate,

quadra de tênis, um parque de di-versão, além dos tradicionais bur-rinhos e trenzinho.

Com uma área de 182.000m², o parque contribui para ameni-zar o clima da região central da cidade.

Endereço: Av. Afonso Pena, 1.377, CentroVisitas: de terça a domingo, das 6h às 18h Mais informações: (31) 3277-4161Crédito da foto: Click Estúdio Profissional – Acervo Belotur

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CASA FIATDE CULTURA

O maior quadro de Can-dido Portinari em Minas Gerais, o painel Civilização Mineira (1959), encontra-se instalado no saguão da Casa Fiat de Cultura. A instituição passou a integrar o Circui-to Cultural da Praça da Liberdade em 2014, quan-do se mudou para o Palá-cio dos Despachos, após uma ampla reforma no local. A Casa Fiat possui, em seus cinco pavimen-tos, duas grandes galerias com 700m² cada, onde cer-tamente o visitante poderá encontrar exposições de alta qualidade, já que a institui-ção traz sempre mostras iné-ditas, reunindo acervos das mais importantes coleções do Brasil e do mundo. Man-tida pelo Grupo Fiat, a casa já recebeu mais de 600 mil visitantes, por conta de ex-posições de grandes nomes da pintura mundial, como Rodin, Marc Chagall e Cara-vaggio.

Endereço: Praça da Liberda-de, 10, Bairro FuncionáriosVisitas: de terça a sexta, das 10h às 21h; sábado, domin-go e feriados, das 12h às 18hMais informações:(31) 3289-8920

CIRCUITO CULTURAL PRAÇA DA LIBERDADE

O maior conjunto integrado de cultura do Brasil. Assim é reconhecido o Circuito Cultural Praça da Liberdade, desenvolvido pelo Governo de Minas em parceria com a iniciativa privada. Os antigos prédios públicos que con-tornam a Praça da Liberdade, no coração da capital mineira, em sua maioria edifícios neoclássicos que abrigaram as diversas secretarias de Estado, fo-ram transformados em espaços culturais: museus, centros culturais intera-tivos, planetário, biblioteca e espaços para ofi cinas, cursos e ateliês abertos. O circuito conta também com cafeterias, restaurantes e lojas. A construção da Praça da Liberdade foi iniciada na época da fundação de Belo Horizonte, no fi nal do século XIX. Com sua alameda central emoldurada por palmei-ras, o espaço foi palco de importantes manifestações políticas e culturais. Chafarizes e fontes de água, coreto, crianças andando de bicicleta, jardins bem cuidados compõem a paisagem da Praça da Liberdade, que sempre foi um espaço visitado pelos turistas e se tornou um dos mais emblemáti-cos endereços da cidade. Veja nas páginas seguintes algumas das principais atrações turísticas do Circuito Cultural Praça da Liberdade, que reúne ainda a Biblioteca Estadual Luiz de Bessa, o Cefar Liberdade, o Arquivo Público Mineiro e a Casa da Economia Criativa do Sebrae-MG.

Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro FuncionáriosMais informações: (31) 3239-2000

STUDIO CERRIMARCELO ALBERT

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VAGNER COSTA

PEDRO FURTADO

ESPAÇO DO CONHECIMENTO UFMG

Aproximar a comunidade do universo das ciências e permitir um diálogo entre a academia e a sociedade são algumas das pos-sibilidades oferecidas pelo Es-paço do Conhecimento UFMG. São três os grandes destaques do local: o Terraço Astronômico, o Planetário e a exposição perma-nente Demasiado Humano. O Terraço Astronômico oferece uma experiência de observação do céu, com acompanhamento de especialistas. O Planetário, com capacidade para 65 pesso-as, exibe fi lmes ligados à astro-nomia e é de última geração, destacando-se por utilizar uma das mais avançadas tecnologias do mundo em projeção, o sis-tema digital Spacegate Duo e o projetor Skymaster ZKP4, am-bos produzidos na Alemanha, o que faz com que o céu pare-ça real. Já a exposição Dema-siado Humano, que ocupa três andares, pretende “apontar os modos como nossa civilização vê e constrói o mundo através dos tempos”.

Endereço: Praça da Liberda-de, 700, Bairro Funcionários

Visitas: de terça a domingo, das 10h às 12h; quinta, das 10h às 21hMais informações: (31) 3409-8350

CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASILInaugurado em agosto de 2013, o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo

Horizonte ocupa um prédio de seis andares tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG). O edifício tem projeto arquitetônico assinado por Luiz Signorelli, fundador da Escola de Arquitetura de Minas Gerais, e data de 1931. Cedido pelo Governo de Minas para abrigar a quarta unidade do CCBB no País, o espaço, que possui traços neoclássicos e de art déco, oferece 1.200m² de área para exposições, sala mu-timídia, um teatro com capacidade para 264 lugares, espaço de convivência e lazer e duas salas com exposições permanentes – o Salão Nobre e o Gabinete do Secretário, com objetos que relembram a história do edifício e da cidade. As duas salas possuem as paredes decoradas e móveis de madeira, alguns de Lau-bisch Hirth, a mais importante fábrica de mobílias do Brasil entre as décadas de 20 e 50. Em março deste ano, o visitante poderá apreciar duas exposições itinerantes: Cabeça, de Milton Machado, e Mulheres, de Fernando Fiúza. No pátio do CCBB, funcionam cafés. Ao todo, o centro ocupa 8.000m² de espaço, que respiram cultura.

Endereço: Praça da Liberdade, 450, Bairro Funcionários Visitas: de quarta a segunda, das 9h às 21h Mais informações: (31) 3431-9400

CENTRO DE ARTE POPULAR CEMIGA riqueza e a diversidade das manifestações culturais populares de Minas

podem ser apreciadas no Centro de Arte Popular Cemig. O centro nasceu para celebrar a cultura de raiz, a arte que nasce das mãos de artistas popu-lares e artesãos mineiros. Trata-se de uma arte que remete às origens, às histórias e à crença do povo das Minas Gerais. São esculturas de madeira e cerâmica, bonecos e bonecas de barro, oratórios, objetos feitos com retalhos de tecidos, muitos deles com referências à religiosidade e ao cotidiano do povo mineiro. O acervo é de cerca de 800 peças, entre esculturas, pinturas e desenhos, criações que cobrem um vasto território imaginativo.

Endereço: Rua Gonçalves Dias, 1.608, Bairro LourdesVisitas: terça, quarta e sexta, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19hMais informações: (31) 3222-3231

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JOÃO MARCELO NITRO

MEMORIAL MINAS GERAIS VALE

Um passeio que percorre o período abran-gido pelos séculos XVIII e XXI, revelando, nesse trajeto, a identidade de Minas Gerais, com suas tradições, cultura e história. É o que propõe o Memorial Minas Gerais Vale. Exemplar do gênero museu de experiência, o espaço se utiliza de cenários reais e vir-tuais para proporcionar experiências e sen-sações aos visitantes. São 31 salas, onde se mesclam recursos tecnológicos e objetos e cenários tradicionais, em três pavimentos. No primeiro andar, estão expostas a obra e dados biográficos de emblemáticos artistas mineiros: há salas dedicadas a Lygia Clark, Sebastião Salgado, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e uma midiateca com vídeos de história, política e literatura. No segundo pavimento, o legado histórico de Minas Gerais: as cidades, a vida no pas-sado, as famílias e os homens públicos. O terceiro andar oferece, entre outros espaços, galeria para exposições temporárias de no-vos talentos de Minas Gerais e o Corredor das Artes, com registros de grandes artistas plásticos mineiros.

Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro Funcionários Visitas: terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 17h30; quinta, das 10h às 21h30; domingo, das 10h às 15h30

MUSEU DAS MINAS E DO METAL

Minas Gerais. O próprio nome do Estado faz alusão à ri-queza do seu solo, que abriga uma diversidade de metais, dos preciosos ao minério de ferro. O Museu das Minas e do Me-tal homenageia essa identidade da região, exaltando a minera-ção e a metalurgia, duas das principais atividades econômicas do Estado. O espaço se propõe a colocar essas atividades em perspectiva histórica e a mostrar o papel do metal na vida do homem. Ali estão ilustradas a diversidade e as características dos metais, dos minerais e de seus componentes e os processos produtivos relacionados. Esse universo é apresentado ao públi-co por meio de recursos tecnológicos, de forma lúdica. São 18 salas, com 44 atrações, 11 delas dedicadas às principais minas do Estado, apresentadas aos visitantes por meio de personagens históricos. Um dos destaques é a atração “Mina de Morro Velho”, que resgata o passeio de dom Pedro II e da imperatriz Teresa Cristina à mina, localizada em Nova Lima. Trata-se de um elevador virtual, que desce até 2.450m de profundidade na companhia dos monarcas. O prédio do museu foi inaugurado em 1897.

Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Prédio Rosa, Bairro Funcionários Visitas: de terça a domingo, das 12h às 18h; quinta, das 12h às 22h / Mais informações: (31) 3516-7200

MUSEU MINEIROMomentos distintos da história e da formação da cultura de

Minas Gerais estão reunidos no acervo do Museu Mineiro, que possui mais de 2.600 itens, entre pinturas, objetos históricos, achados arqueológicos, móveis, moedas, armas e objetos litúrgi-cos, datados dos séculos XVIII e XIX. São 36 coleções, advin-das de acervos particulares e públicos, que pretendem preservar e divulgar a tradição cultural de Minas. O acervo da Pinacoteca do Estado, com pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, tam-bém integra o museu. Entre os destaques, fi guram os quadros de Mestre Ataíde, que integravam a decoração de uma capela na cidade mineira de São Domingos do Prata. Mestre Ata-íde é um dos mais destacados artistas do barroco-rococó mineiro. Outro destaque do acervo é a escultura de São Mi-guel Arcanjo atribuída a Joaquim José da Natividade, pintor responsável pela ornamentação de várias igrejas de Minas Gerais entre 1785 e 1824. O casarão em estilo neoclássico que abriga o museu foi sede do Senado Mineiro entre 1905 e 1930 e é tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Historio e Artístico (Iepha).

Endereço: Av. João Pinheiro, 342, Bairro FuncionáriosVisitas: terça, quarta e sexta, das 10h às 19h; quinta, das 12h às 21h; sábado e domingo, das 12h às 19hMais informações: (31) 3269-1109

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PALÁCIO DA LIBERDADEO imponente Palácio da Liberdade destaca-se em meio ao conjunto arquitetônico da Praça da Liberdade, com

sua história recheada de personagens ilustres. Como o edifício foi inaugurado em 1897 para ser a sede ofi cial do governo mineiro e a residência ofi cial dos governadores do Estado, ali viveram, entre outros destacados políticos, os ex-governadores e ex-presidentes do Brasil Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves. Hoje, os governadores não despacham mais ali, mas na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde. A moradia ofi cial dos governadores tam-bém mudou, com a construção do Palácio das Mangabeiras. O Palácio da Liberdade foi, assim, aberto à visitação pública. A visita guiada, que dura em média uma hora, percorre 30 cômodos e permite ao visitante apreciar salões, candelabros de bronze dourados, lustres de cristal, o piso em parquet, painéis, pinturas, mobiliário de época, entre outros detalhes. Um dos destaques é a escadaria principal, em estilo art nouveau. Uma atração à parte são os jardins. Não é permitido o uso de sapatos de saltos fi nos no interior do edifício.

Endereço: Praça da Liberdade, s/n, Bairro FuncionáriosVisitas: Encontravam-se suspensas em fevereiro de 2014. Para horário em outros meses, ligar para o número abaixo.Mais informações: (31) 3217-9500

GIL LEONARDI

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A renovação no comando do Poder Judiciário nos Estados alcançou mais da metade dos Tribunais de Justiça. Nada menos que 15 novos presiden-tes assumiram suas funções e vêm en-riquecer a composição do Colégio já a partir da reunião de março em Belo Horizonte. Seis deles tomaram pos-se em janeiro (Alagoas, Ceará, Mato

Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe) e sete em fe-vereiro (Acre, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins e Pará) para a gestão no biênio 2015-2017. Apenas no Tribunal de Justi-ça do Estado do Amapá a posse da desembargadora Sueli Pereira Pini ocorrerá neste mês de março.

TRIBUNAIS DE JUSTIÇA REALIZAM CERIMÔNIAS PARA RECEBER NOVOS DIRIGENTES PARA O BIÊNIO 2015-2017. NESTA EDIÇÃO, CONHEÇA OSMAGISTRADOS E ALGUMAS DE SUAS PLATAFORMAS DE GESTÃO DO JUDICIÁRIO.

PRESIDENTES TOMAM POSSE EM 15 ESTADOS

DIVULGAÇÃO

* Com informações das Assessorias e Diretorias de imprensa dos 15 Tribunais de Justiça e do Portal da AMB.

PELOS TRIBUNAIS

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POSSE DO DESEMBARGADOR LUIZ FERNANDO RIBEIRO DE CARVALHO

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No dia 2 de fevereiro, o desem-bargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho tomou posse como presi-dente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O evento também marcou a posse da corregedora-geral do Tribunal, desembargadora Maria Augusta Vaz. O novo presidente do TJRJ defendeu a transparência das in-formações, a independência do Judici-ário, o fortalecimento da comunicação com a sociedade civil, a valorização dos magistrados e dos servidores e iniciati-vas como conciliação e mediação, além da continuidade de projetos sociais empreendidos pelo Judiciário du-rante a solenidade de posse da nova administração do TJRJ para o biê-nio 2015/2016. O desembargador destacou, entre os pontos principais da sua gestão, o enfrentamento das prioridades da 1ª instância. Para ele, não há como estabelecer metas de

produção se não houver condições mínimas para seu cumprimento. Além disso, deve ser tratada com empenho a situação dos serventuários da Justiça, que, em razão da remuneração e defi -ciência nos mecanismos do estímulo à capacitação, tem levado “a uma cons-tante evasão de valores e cérebros”.

Para o desembargador, o TJRJ deve intensifi car seu relacionamento com a mídia impressa e eletrônica. “Quanto mais informação e trans-parência, melhor a orientação para o público em geral, sabido que o segre-do e o desconhecido sempre carece-rão de confi ança e que a luz do sol é o melhor desinfetante”, afi rmou. O magistrado destacou ainda a busca pelo incremento da mediação e da conciliação, além do incentivo à ar-bitragem como meios alternativos à jurisdição e complementares à utili-zação do processo judicial.

PERFIL DONOVO PRESIDENTE

Magistrado há 32 anos, Luiz Fernando Ribeiro de Carva-lho foi presidente da AMB nos anos de 1998 e 1999 e da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) entre 1995 e 1997. É desembargador há 15 anos e especialista em Direito Cons-titucional e Processo Civil. Foi eleito presidente do TJRJ em dezembro do ano passado, na primeira eleição do Tribunal desde a alteração em seu Regi-mento Interno – que permi-tiu que todos os desembarga-dores se candidatassem para a direção da corte e liberou aos ex-dirigentes a oportunidade de concorrerem a funções que já tenham exercido, desde que transcorrido um intervalo de dois mandatos e por período máximo de quatro anos.

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POSSE DO DESEMBARGADORCONSTANTINO AUGUSTO GUERREIRO

Eleito em novembro de 2014, o desembargador Constantino Augus-to Guerreiro tomou posse na presi-dência do Tribunal de Justiça do Pará no dia 2 de fevereiro em sessão so-lene realizada no Pleno do TJE, em substituição à desembargadora Luzia Nadja Nascimento. Na vice-presi-dência foi empossado o desembarga-dor Ricardo Ferreira Nunes; na Cor-regedoria de Justiça das Comarcas da Região Metropolitana de Belém, Di-racy Nunes Alves, e na Corregedoria de Justiça das Comarcas do Interior, Maria do Céo Maciel Coutinho.

Para o novo presidente, valorizar a Magistratura é essencial para melho-rar a prestação de serviços pelo Judici-ário. “Há que se continuar provendo os juízes, serventuários e servidores das ferramentas que lhes permitam melhor atendimento à presteza e agilidade, justifi cadamente cobrados

pela sociedade, a despeito de eventu-ais difi culdades que se tenha a supe-rar”. Aos magistrados, Constantino Augusto Guerreiro pediu atuação com independência, serenidade e coerência, e aos profi ssionais de imprensa ressaltou os novos desa-fi os e as prioridades, enfatizando o respeito à garantia do acesso à jus-tiça e à celeridade processual. Nos próximos dois anos, ele quer esti-mular a solução de confl itos para agilizar resultados.

O novo presidente ressaltou o simbolismo da cerimônia, afi rman-do se tratar de um momento espe-cial. “Representa o degrau maior que poderia galgar alguém, como eu, que se haja determinado a in-gressar e percorrer os longos e nem sempre fáceis caminhos da missão da magistratura na presta-ção jurisdicional."

PERFIL DONOVO PRESIDENTEEm 1984, Constantino Augusto Guerreiro ingressou no Tribu-nal de Justiça do Pará por meio de concurso público para o car-go de escrivão. No ano seguinte, também por concurso, assumiu o cargo de Juiz de Direito, sen-do responsável pela Comarca de Curuçá, município do nordeste paraense. Ao longo de três déca-das, já esteve à frente das comarcas de Maracanã, Castanhal, Chaves, Tomé-Açu, Afuá, Marapanim, Moju, Alenquer, São Miguel do Guamá, Santarém, Rondon do Pará, Bonito, São Domingos do Capim e Cametá. Promovido por merecimento, chegou à Comarca da Capital para assumir a 12ª Vara Cível, em 1992. Também foi ti-tular da 4ª Vara Cível e atuou na direção do Fórum Cível. O novo presidente do TJPA se tornou de-sembargador em 2005. De 2007 a 2008 foi corregedor das Comarcas do Interior. e de 2011 a 2012 coor-denou os Juizados Especiais.

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POSSE DO DESEMBARGADORLEOBINO VALENTE CHAVES

A Política Nacional de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição passa a ter efetiva prio-ridade no cenário organizacional do Poder Judiciário, visando, en-tre outras diretrizes, desenvolver, em caráter permanente, iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento da qualidade, da celeridade, da efi ci-ência e da efetividade dos serviços judiciários de primeira instância. A afi rmação é do desembargador Le-obino Valente Chaves, que tomou posse como presidente do Tribu-nal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), no último dia 1º de feve-reiro, em sessão solene realizada no Plenário da Corte Especial, em Goiânia. É o seu segundo mandato à frente do TJGO. Foram empos-sados também os desembargadores João Waldeck Félix de Sousa, como vice-presidente, e Gilberto Mar-

ques Filho, como corregedor-geral da Justiça. “Creio que o desenvol-vimento de um projeto que valori-ze os servidores e magistrados de primeiro grau é, indubitavelmente, o meio mais efi caz de melhorar a efi ciência da prestação jurisdicio-nal e, por via reflexa, incrementar a avaliação que a população como um todo e o próprio usuário fa-zem do Poder Judicante”, disse. O magistrado destacou também que outra dificuldade a ser superada é a situação sensível relacionada ao orçamento, fator, segundo ele, limitativo para um melhor aten-dimento de diretrizes básicas. O presidente reforçou que é sabi-do que as dificuldades econômi-co-financeiras são um fenômeno mundial em todos os setores, e que, nessa conjuntura, insere-se o Poder Judiciário.

PERFIL DONOVO PRESIDENTEO desembargador Leobino Va-lente Chaves nasceu em São Do-mingos, interior de Goiás, e se formou em Direito pela antiga Universidade Católica de Goiás – atual Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUCGO). Há 35 anos é magistrado, tendo atuado nas comarcas de Anápo-lis, Arraias, Piracanjuba e Por-to Nacional, na época que este município pertencia ao territó-rio de Goiás. Em 1991 assumiu como 2º juiz da 1ª Vara Cível de Goiânia. Pelo critério de mere-cimento, foi nomeado desem-bargador em 2001, e assumiu a vice-presidência do Tribunal em 2011. No ano seguinte chegou à presidência, cargo que ocupou entre março de 2012 e janeiro de 2013, e que agora exercerá até 2017.

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POSSE DO DESEMBARGADORPAULO DA CUNHA

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A nova gestão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que to-mou posse no dia 2 de fevereiro, vai administrar o Poder Judiciário Estadual em completo alinha-mento com o Planejamento Es-tratégico que norteará as diretri-zes da instituição nos próximos seis anos (2015/2020). Com base neste planejamento o novo presi-dente do TJMT, desembargador Paulo da Cunha, traçou como diretriz para o biênio 2015/2016 a gestão de processos, gestão tec-nológica e gestão de pessoas.

Esta administração será voltada para a reestruturação das áreas-meio do Poder Judiciário, a fim de propiciar as devidas condições para elas que possam dar suporte à atividade-fim, que é a solução de conflitos sociais. É seu propósito também fortalecer a parceria com

o Conselho Nacional de Justiça (CJN) e investir para que as me-tas estipuladas pelo Conselho se-jam cumpridas, entre elas a Meta 1, que prevê julgar maior número de processos de conhecimento do que os distribuídos no corren-te ano. “Assegurar a satisfação do jurisdicionado e a confiabilidade da sociedade em relação ao Po-der Judiciário do Estado de Mato Grosso: este o objetivo maior da administração que se inicia”, des-taca o presidente Paulo da Cunha. Também foram empossadas a vice-presidente, desembargadora Clarice Claudino da Silva, e a cor-regedora-geral de Justiça, Maria Erotides Kneip.

O desembargador Paulo da Cunha destacou que irá se esfor-çar ao máximo para cumprir os compromissos que assumiu.

PERFIL DONOVO PRESIDENTEPaulo da Cunha assume a Presi-dência do TJMT com 65 anos. Nascido em agosto de 1949, na cidade de Mendonça/SP, cur-sou a Faculdade Metropolitanas Unidas, por onde se formou em 1974. Começou a carrei-ra em direito como advogado militante e, em 1979, ingressou no Ministério Público de Mato Grosso sendo nomeado para a comarca de Barra do Bugres. Em 1990 foi promovido ao cargo de procurador de justiça seguindo o critério de mereci-mento. Desde 2002 integra o Tribunal de Justiça do Estado como desembargador, em vaga reservada ao Ministério Públi-co, pelo quinto Constitucional. Na gestão 2009/2011 foi vice-presidente do TJMT e, nos dois biênios seguintes (2011/2013 e 2013/2015), atuou como diretor da Escola da Magistratura.

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POSSE DA DESEMBARGADORAMARIA IRACEMA MARTINS DO VALE

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O Pleno do Tribunal de Justiça do Ceará empossou no dia 30 de janei-ro último a desembargadora Maria Iracema Martins do Vale no cargo de presidente do Judiciário estadual. Na mesma solenidade, os desembar-gadores Francisco de Assis Filgueira Mendes e Francisco Lincoln Araú-jo assumiram a Vice-presidência da Corte e a Corregedoria Geral da Jus-tiça, respectivamente. A solenidade foi conduzida pelo desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido e contou com a presença de autorida-des, além de amigos e familiares dos novos dirigentes.

O desembargador disse que todo o Tribunal espera muito da nova presidente, ressaltando as qualida-des da magistrada. “Sei que Vossa Excelência é uma mulher pruden-te, decidida e determinada”. Em seguida, agradeceu ao desembar-

gador Francisco Lincoln Araújo e Silva, vice-presidente durante a gestão 2013/2015, que classifi cou como “homem sereno, prudente, temperado e vivido”.

Ao tomar a palavra, a presidente eleita assinalou que esta é uma “data de festejo, de grande emoção e tam-bém de muita responsabilidade”. Sobre a nova gestão, disse que será de muito diálogo. “Vou trabalhar de braços dados com a magistratura de 1º Grau, com os desembargadores e servidores dessa Casa, pedindo a Deus que me ajude.” A desembarga-dora Iracema do Vale destacou que sua administração estará “aberta ao diálogo e dentro do espírito da moralidade e impessoalidade”. A magistrada saudou os chefes dos poderes Executivo e Legislativo, esperando um relacionamento “respeitoso, autônomo e efetivo”.

PERFIL DANOVA PRESIDENTENascida em 17 de abril de 1952 em Fortaleza (CE), a desem-bargadora Maria Iracema Mar-tins do Vale é graduada em Ci-ências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal do Ceará (UFCE), e em Administração Pública, pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Tem especialização em Direi-to Público, pela UFCE, e em Processo Civil, pela Escola Su-perior do Ministério Público, além do curso de Direito Pe-nal, também pela Universidade Federal do Ceará, e do curso de Capacitação de Recursos Humanos para Atuar na Pre-venção e Enfrentamento de Violência contra a Pessoa Ido-sa, realizado pela Procuradoria Geral de Justiça. Chegou ao desembargo em 28 de outu-bro de 2005, pelo critério do quinto constitucional, para o Ministério Público.

CEARÁ

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POSSE DO DESEMBARGADOR MARCOS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE

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Melhorar o aparelhamento dos tribunais, investir em informatização e na construção de fóruns que ofe-reçam boas condições para o desen-volvimento do trabalho do Judiciário, são metas do novo presidente do Tri-bunal de Justiça da Paraíba, desembar-gador Marcos Cavalcanti de Albuquer-que, empossado no dia 30 de janeiro. A solenidade de posse foi realizada no Teatro Paulo Pontes, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. Junto com o presidente foram empossados os desembargadores José Ricardo Porto, como vice-presidente, e Arnóbio Alves Teodósio, como corre-gedor-geral de Justiça.

O novo presidente disse, no dis-curso de posse, que tem a “intenção de combater as principais mazelas do Judiciário, como a morosidade e a improbidade administrativa, além de cumprir as metas do Conselho

Nacional de Justiça e impulsionar o Processo Judicial Eletrônico”.

“O momento é difícil para quem assume a presidência de qualquer Tribunal, especialmente num estado nordestino dos menos industriali-zados, sem riquezas minerais, como outros vizinhos que já exploram o petróleo deixando royalties impor-tantes para arrecadação da Fazenda Pública”, afi rmou Cavalcanti. O pre-sidente disse que o TJPB, assim como outros tribunais, precisa se aparelhar melhor e ter mais juízes, pois o nú-mero reduzido de magistrados é um dos motivos da morosidade da Jus-tiça. “É preciso um estímulo com instalações efi cientes que atendam o mínimo de conforto para todos que se ocupam com os trabalhos jurisdi-cionais, inclusive a melhoria salarial dos servidores e o bem-estar dos ju-risdicionados”, pontuou.

PERFIL DONOVO PRESIDENTEBacharel em Ciências Jurídi-cas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o desembargador Marcos Ca-valcanti de Albuquerque nas-ceu em Mamanguape, interior da Paraíba. Juiz de Direito concursado, assumiu o cargo em abril de 1983. Atuou nas Comarcas de Belém, Maman-guape, Campina Grande e João Pessoa como juiz eleito-ral. Marcos Cavalcanti de Al-buquerque foi juiz substituto e titular do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba em duas gestões, e esteve à frente da Corregedoria Regional Elei-toral durante três anos con-secutivos. Quando foi juiz titular da 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital integrou, por várias vezes, as Câmaras Cível e Criminal, e o Tribu-nal Pleno.

PARAÍBA

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POSSE DO DESEMBARGADORCLAUDIO SANTOS

ONONONOOnononnononoonnonono

Eleito para conduzir o Poder Ju-diciário do Rio Grande do Norte no período 2015-2016, o desembar-gador Claudio Santos tomou posse na Presidência do TJRN em 2 de janeiro, no Teatro Riachuelo, no Sho-pping Midway Mall. O magistrado já adiantou que pretende fazer uma gestão participativa durante seu man-dato, ouvindo ideias e sugestões dos colegas da Corte, juízes de Primeiro Grau e de todos os segmentos do Ju-diciário potiguar.

Santos foi escolhido pelos pares da Corte Estadual de Justiça em votação realizada na sessão do Pleno em 15 de outubro, tendo como vice-presidente o desembargador Amílcar Maia. Na oportunidade também foram defi -nidos o corregedor geral da Justiça, desembargador Saraiva Sobrinho, o diretor da Escola da Magistratura do Rio Grande do Norte, desembar-

gador Vivaldo Pinheiro e o ouvidor geral do Poder Judiciário, desembar-gador Expedito Ferreira de Souza.

No discurso de posse, o novo pre-sidente do TJRN destacou a neces-sidade do Poder Judiciário potiguar reduzir gastos e se adequar à reali-dade atual pela qual passa o Estado e o País. “O Rio Grande do Nor-te deve ter o Judiciário que o seu povo pode pagar. Não o que nós imaginamos que deva ser ou o que o vírus da minha veia de mecenas acredita como ideal”, sintetizou. Ele destacou que nenhum poder do Estado, instituição ou órgão pú-blico está à margem da realidade de penúria social e econômica e disse entender que “já passa da hora de se mudar a curva ascendente da in-sensatez na gestão dos recursos pú-blicos, com o crescente aumento das despesas públicas”.

PERFIL DONOVO PRESIDENTE

Nascido em Jardim do Seridó, Cláudio Manoel de Amorim San-tos é formado em Direito e Jorna-lismo pela UFRN. Destacou-se na área de Direito Tributário. Atuou como membro da Comissão de Ética e Disciplina da OAB e foi se-cretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, entre 2003 e 2004. Claudio Santos é desembargador do TJRN desde agosto de 2004. O magistra-do ocupou diversos cargos desde então como presidente do Tri-bunal Regional Eleitoral (TRE/RN), corregedor regional eleitoral, corregedor geral da Justiça e atual-mente é o ouvidor geral do TJRN. À frente do TRE, trabalhou pela elaboração e efetivação da Lei da Ficha Limpa, ao lado do então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto. Na época, Santos era dirigente do Colégio de Presiden-tes de TREs.

RIO GRANDE DO NORTE

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POSSE DO DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIZ DAMASCENO FREITAS

O desembargador Washington Luiz Damasceno Freitas assumiu a presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas, em substituição ao desem-bargador José Carlos Malta Marques. Um dos compromissos assumidos pelo novo presidente é trabalhar para manter a atuação da 17ª Vara Crimi-nal da Capital no combate aos crimes cometidos principalmente por polí-ticos e empresários, conhecidos por crimes do colarinho branco.

A realização ainda este ano de con-curso público, com 30 vagas para juízes e vagas para outros cargos, é outra meta anunciada pelo desembar-gador Washington Luiz Freitas, junto com a construção de nova sede para o fórum em Maceió e a oferta de auxílio saúde para os servidores. O novo presidente do TJAL garantiu que não decepcionará os alagoa-nos, que terão nele “um batalhador

incansável pelo fortalecimento do Poder Judiciário”.

Participaram do evento os sena-dores Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello e Benedito de Lira; o deputado federal Ronaldo Les-sa; o ex-governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho; o ministro Humberto Eustáquio Soares Mar-tins, do Superior Tribunal de Justi-ça (STJ); o governador de Alagoas, Renan Filho; o vice-governador Luciano Barbosa; o prefeito de Maceió, Rui Palmeira; o presiden-te da Câmara Municipal, vereador Kelman Vieira de Oliveira; o pre-sidente do Tribunal de Contas de Alagoas, conselheiro Otávio Lessa; a presidente da Associação Alagoa-na de Magistrados (Almagis), juíza Fátima Pirauá e o jurista alagoano Antônio Nabor Bulhões, entre ou-tras autoridades.

PERFIL DONOVO PRESIDENTENascido na cidade de Piranhas, localizada no sertão de Alagoas, Washington Luiz Damasceno Freitas tem 56 anos, e hoje é o mais antigo membro do Tribu-nal de Justiça. Em fevereiro de 1998 tornou-se desembargador do TJAL, ocupando a vaga des-tinada ao Ministério Público Estadual. Ele também já foi vice-presidente do Tribunal, no início do biênio 2003-2004, devido à aposentadoria do en-tão presidente, Geraldo Tenó-rio Silveira, fi cando no cargo no último semestre do manda-to. Foi, também, professor em várias unidades de ensino na cidade de Aracaju SE (1977-1979) e Diretor de unidades escolares em Piranhas e Delmiro Gouveia-AL. Exerceu a advoca-cia , antes de se tornar Adjunto de Promotor de Justiça da Co-marca de Delmiro Gouveia-AL (1979-1982).

ALAGOAS

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POSSE DO DESEMBARGADORLUIZ ANTÔNIO ARAÚJO MENDONÇA

Os desembargadores Luiz Mendonça, na Presidência, José dos Anjos, na Vice-Presidência, e Ricardo Múcio, na Corregedo-ria Geral de Justiça, compõem a nova Mesa Diretora do Tribunal de Justiça de Sergipe, que con-duzirá o Judiciário estadual até fevereiro de 2017. A solenidade de posse aconteceu no dia 5 de fevereiro, no auditório do Palácio da Justiça, que recebeu, além de servidores, magistrados, amigos e familiares dos empossados, auto-ridades nacionais, a exemplo do Presidente do Superior Tribunal de Justiça, Ministro Francisco Cândido de Melo Falcão.

O desembargador Luiz Men-donça prometeu à população, no discurso de posse, dar “a minha energia e tempo disponível para me dedicar exclusivamente ao

Judiciário”. A nova mesa direto-ra do TJSE foi eleita em 17 de dezembro de 2014. Na avaliação do ex-presidente do Tribunal, desembargador Cláudio Déda, os eleitos para o próximo biênio “são desembargadores muito ex-perientes e competentes. Tenho certeza absoluta do bom desem-penho dessa nova diretoria, como tem sido em todas as gestões do Judiciário sergipano”, ressaltou Cláudio Déda.

O desembargador Luiz Mendon-ça já presidiu o Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, entre os anos de 2010 e 2011, e foi Corregedor Geral da Justiça, no biênio 2007-2009.Através de Decreto, em 15 de junho de 2005, foi nomeado para exercer o cargo de Desem-bargador do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.

PERFIL DONOVO PRESIDENTE

O desembargador Luiz Antô-nio Araújo Mendonça nasceu no município de Itabaiana, em Ser-gipe. Fez sua graduação em São Paulo, na Faculdade Braz Cubas, onde concluiu o curso de Direi-to em 1973. Atuou como advo-gado até 1983, quando se tornou promotor de Justiça. Foi secretário de Estado de Segurança Pública em duas gestões, e presidente do Conselho de Segurança do Nor-deste (Consene). Em 15 de junho de 2005 foi nomeado para o cargo de desembargador do TJSE. Além de corregedor-geral de Justiça, atuou como presidente do Colégio Na-cional de Corregedores; presiden-te do Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe, e presidente do Núcleo Permanente de Métodos Consen-suais de Soluções de Confl itos. A partir de abril de 2014 passou a presidir o Comitê Gestor do Pla-nejamento Estratégico do Poder Judiciário de Sergipe.

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POSSE DO DESEMBARGADORPAULO ROBERTO VASCONCELOS

“Nosso compromisso será cumprido rigorosamente, com muito trabalho, dedicação transparência e responsabilida-de”, afi rmou o desembargador Paulo Roberto Vasconcelos, ao tomar posse, no dia 2 de feverei-ro, na presidência do Tribunal de Justiça do Paraná, tendo como 1º vice-presidente o desembargador Renato Braga Bettega; como 2º vice-presidente o desembargador Fernando Wolff Bodziak; como corregedor-geral de Justiça o de-sembargador Eugênio Achille Grandinetti e como corregedor o desembargador Robson Marques Cury. Paulo Roberto Vasconcelos substituiu o desembargador Gui-lherme Luiz Gomes.

Melhorar a estrutura organi-zacional do Tribunal, priorizar a construção do novo Centro Judiciário do Ahú, reformar o Palácio da Justiça e construir o prédio do Centro Administrati-vo do Tribunal, ao lado da Sede Mauá, estão entre as metas da

gestão do novo presidente. Ele também ressaltou a necessidade de implantação de novos mo-delos de administração. “Nesse sentido, nossa proposta maior é a mobilização de forças, através de uma gestão participativa e democrática”, declarou o de-sembargador. “Muitas outras atividades serão implementa-das. Sempre de forma inovado-ra, visando a modernização do sistema organizacional”.

Prestigiaram a solenidade mi-nistros, senadores, juízes de direi-to, procuradores e promotores de justiça, deputados federais e esta-duais, vereadores, secretários de estado, desembargadores e juízes aposentados, autoridades milita-res, civis e religiosas, advoga-dos, representantes de outros Tribunais do país, represen-tantes de Universidades, pro-fi ssionais de imprensa, demais autoridades, servidores, esta-giários, convidados e fami-liares dos empossados.

PERFIL DO NOVO PRESIDENTEFilho de Hermógenes Vasconcelos e De-janira Teixeira Duarte Vasconcelos, nasceu em Santo Thomaz de Aquino (MG), no dia 8 de dezembro de 1947. Formou-se em Ad-ministração de Empresas pela Universidade Federal do Paraná, em 1973 e em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica do Paraná, em 1975.Em 1984, após Concurso Público para juiz substituto, exerceu suas funções nas Comarcas de Guarapuava, Palmital, Pitanga, Prudentópolis, Paranaguá, Cle-velândia e Guaratuba.Foi juiz de Direito titular, de 1986 a 1989, na Comarca de entrância inicial de Toma-zina. Promovido para Comarca de entrân-cia intermediária de Foz do Iguaçu, em 1989, exerceu o cargo de titular junto à 2ª Vara Criminal e à 3ª Vara Cível. Em 1992 foi promovido para mesma Comarca, que foi elevada a entrância fi nal. Em 1996 foi removido para o cargo de Juiz de Direito Substituto em Segundo Grau.Em 2002 foi nomeado juiz do Tribunal de Al-çada. Em 2004, foi promovido ao cargo de De-sembargador do Tribunal de Justiça do Paraná.Foi presidente da Associação dos Magistra-dos do Paraná (gestão 2006/2007). Eleito 1° Vice-presidente do TJPR para o biênio 2013/2014. Eleito Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná tomou posse em 02 de fevereiro de 2015.É casado com Maria do Rocio Salmon Vas-concelos e tem três fi lhos: Paulo Roberto Vas-concelos Filho, Claudia Maria Vasconcelos e Thiago Roberto Vasconcelos.

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POSSE DA DESA. MARIA CEZARINETE DE SOUZA AUGUSTO ANGELIM

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Ao chegar aos 50 anos de funcio-namento, o Tribunal de Justiça do Estado do Acre, pela primeira vez, tem duas mulheres na presidência e na vice-presidência, fato inédito na história da instituição. No dia 6 de janeiro foi realizada a solenidade de posse das desembargadoras Cezari-nete Angelim, a nova presidente, e Denise Bonfi m, como vice-presiden-te. A Corregedoria-Geral de Justiça é ocupada por Regina Ferrari.

O presidente da Ordem dos Advo-gados do Brasil no Acre, Marcos Vi-nicius Jardim Rodrigues, que no inicio de sua carreira assessorou Cezarinete Angelim, quando a magistrada ainda era juíza, disse que o Tribunal de Justiça estará em boas mãos nesses próximos dois anos e colocou a OAB à disposi-ção do Judiciário.

Em seu discurso, bastante emocio-nada, Cezarinete Angelim lembrou as

palavras de Jesus citando as Escrituras Sagradas e disse que vai honrar a con-fi ança nela depositada. “Como disse o Mestre Jesus: sem mim nada podeis fa-zer. E é nele que deposito minha con-fi ança. Agradeço aos meus familiares, aos membros do Judiciários, a Defen-soria, a OAB. Tudo farei para honrar a confi ança que me é depositada.”

A promoção da justiça social é a prioridade máxima da nova presidente. Segundo ela, o Judiciário precisa estar mais atento “aos reclamos das vozes que estão mais distantes”, e às neces-sidades “dos que mais precisam”. A desembargadora anunciou que o fo-mento à conciliação também é uma de suas metas. “Precisamos ser agentes pacifi cadores da sociedade e, acima de tudo, disseminar a cultura de concilia-ção, certos de que ela é a justiça frater-na pela qual lutamos há tanto tempo”, declarou Cezarinete.

PERFIL DANOVA PRESIDENTENatural de Rio Branco, capital do Acre, Maria Cezarinete de Souza Augusto Angelim con-cluiu a graduação em Direito pela Universidade Federal do Acre em 1978. Dez anos de-pois, em 18 de março de 1988, ingressou na Magistratura. Em 1990 ela foi promovida à Juíza de Direito Titular da Comarca de Cruzeiro do Sul. Também foi Juíza Eleitoral da 4ª Zona Eleitoral – que abrange as co-marcas de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Al-ves e Porto Walter; Juíza da 1ª Zona Eleitoral do Estado, em Rio Branco; Juíza de Direito de Segunda Entrância; vice-presidente do TJAC e coorde-nadora dos Juizados Especiais do Estado do Acre. Atualmen-te, a desembargadora é aluna de MBA em Gestão do Poder Ju-diciário, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV/Rio).

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POSSE DO DESEMBARGADOR JOÃO MARIA LÓS

“A caminhada até aqui foi aciden-tada, mesmo que breve, com desa-fi os reais, mas não intransponíveis. E esses desafi os reais, ainda muitos e sérios, seguramente serão enfren-tados com determinação pelo novo presidente Des. João Maria Lós”. Com essas palavras e bastante emo-cionado, o Des. Paschoal Carmello Leandro transmitiu a Presidência do Tribunal de Justiça para o Des. João Maria Lós e por ele foi empossado Vice-Presidente da Corte para o pró-ximo biênio. O Des. Julizar Barbosa Trindade assumiu o cargo de Corre-gedor-Geral de Justiça.

Em nome do Tribunal de Justiça falou o Des. Claudionor Miguel Abss Duarte. Antes de recepcionar o novo presidente do TJMS, ele mencionou que no período em que exerceu a Presidência, o Des. Paschoal de-monstrou raro pendor administrati-vo, “sublinhado pelo caráter concilia-dor e pela capacidade laboral”. Pela

OAB-MS, discursou o presidente Jú-lio Cezar Souza Rodrigues. Ele lem-brou que o TJMS atua com os demais operadores do Direito com um único fi m: revelar a mais adequada aplicação da lei como melhor forma de servir aos cidadãos sul-mato-grossenses, titu-lares do direito fundamental ao serviço constitucional. O Procurador-Geral de Justiça, Humberto de Mattos Brittes, cumprimentou a nova administração, não sem antes lembrar o excelente trabalho realizado pelo Des. Paschoal Carmello Leandro enquanto esteve à frente do TJMS. O Des. Lós começou seu discurso agradecendo a confi ança que lhe foi depositada por seus pares e garantiu que trabalhará com afi nco para corresponder a essa credibilidade, agindo com moralidade e indepen-dência funcional. “Parodiando o Pre-sidente Kennedy, rogo a todos que em vez de indagar o que o Judiciário fará por nós, indaguem o que nós po-deremos fazer pelo Judiciário.”

PERFIL DONOVO PRESIDENTEO desembargador João Maria Lós nasceu em São José dos Campos, interior de São Pau-lo. Concluiu o curso de Direi-to na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, em 1976. Como juiz de Direi-to da Comarca de Miranda, no Mato Grosso, ingressou na magistratura em maio de 1981. Pelo critério de antigui-dade foi promovido a desem-bargador em junho de 1997, para o Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, onde foi vice-presidente no biênio 2005/2006. Tam-bém foi membro substituto do Tribunal Regional Eleito-ral de Mato Grosso do Sul, instituição na qual foi vice-presidente e corregedor re-gional eleitoral.

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POSSE DO DESEMBARGADORRONALDO EURÍPEDES DE SOUZA

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Dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo realizado, a fim de melhorar os serviços ofe-recidos à população pelo Judiciá-rio, é a principal meta do desem-bargador Ronaldo Eurípedes, que foi empossado na presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins no dia 2 de fevereiro, em solenidade realizada no sa-lão do Tribunal Pleno. Também tomaram posse os desembarga-dores Luiz Aparecido Gadotti, na vice-presidência, e Eurípedes Lamounier, na Corregedoria-Ge-ral de Justiça. Participaram da ce-rimônia o governador do Estado, Marcelo Miranda, magistrados, servidores e demais integrantes do Judiciário local.

Segundo o novo presidente do TJTO, nos últimos anos o Tri-bunal registrou um avanço na

celeridade dos julgamentos de processos, e deve continuar evo-luindo. “É preciso reconhecer que a justiça palpável ao cida-dão é aquela que se apresenta na sala de audiência, lá no Fórum, no 1º Grau, onde toda a espe-rança de solução do conflito é depositada. Por isso, meu enor-me respeito aos magistrados e magistradas de 1ª Instância, verdadeiros agentes de transfor-mação social. Sei que muito foi feito, Sei que muito ainda há por fazer.”, declarou o desembarga-dor Ronaldo Eurípedes.

O presidente agradeceu à Corte do Tocantins. “Registro a minha satisfação e sei da res-ponsabilidade a mim confiada. Temos um Judiciário maduro, e vivenciar esse momento é muito relevante", afirmou.

PERFIL DONOVO PRESIDENTE

Mineiro de Ituiutaba, Ronal-do Eurípedes de Souza nas-ceu em 16 de abril de 1961, e iniciou a vida profi ssional em 1980, após ser aprovado em concurso para o Banco do Brasil. É formado em Direito, pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, e começou a carreira jurídica atuando na advocacia privada, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional de Goiás, em 1992. Em 1996 se mudou para o Tocantins, onde trabalhou na advocacia por 20 anos, e fundou a Associação Tocanti-nense de Advogados. Chegou ao desembargo em 2012, es-colhido em lista sêxtupla pela OAB/TO e lista tríplice pelo Tribunal Pleno do TJTO, e no-meado por Decreto Governa-mental. No período de 2013 a 2015 foi Vice Corregedor Ge-ral de Justiça.

TOCANTINS

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POSSE DA DESEMBARGADORASUELI PEREIRA PINI

A desembargadora Sueli Pereira Pini tomou posse na presidência do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). Na mesma ocasião, o Juiz de Direito Mário Euzébio Mazurek assumiu o cargo de Juiz Membro Substituto do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá para o biênio 2012/2014.

A escolha dos Juízes Membros, Substitutos e Suplentes do Pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Ama-pá ocorre de acordo com a regra de antiguidade indicada pelo Tribunal de Justiça do Estado. O Pleno Tri-bunal Regional Eleitoral do Amapá é formado por 7 membros, sendo que sua composição é de 2 Desem-bargadores, 1 Juiz Federal, 2 Juízes de Direito Estaduais e 2 Advogados como Juízes da Classe dos Juristas. Todos exercem o mandato de 2 anos. Compete ao Pleno Tribunal Regional Eleitoral do Amapá julgar as ações

decorrentes das Eleições Gerais.Durante a posse estiveram presen-

tes magistrados, servidores, jornalis-tas e familiares da Desembargadora. Emocionada, a Magistrada agra-deceu: “Chegar aqui é uma imensa conquista, e ser a primeira mulher a chegar ao Desembargo do Amapá completa ainda mais essa felicidade”.

A desembargadora, que a partir de 1996 passou a trabalhar com a Justiça Itinerante, por via terrestre e fl uvial, ressaltou que inicia a par-tir de hoje um desafi o árduo em sua carreira, pois compor a Corte de Justiça de um Estado é uma gran-de responsabilidade, e ela destacou. “Vou trabalhar incansavelmente para não frustrar expectativas. A sociedade torceu para nós estarmos aqui, em especial por ser a primeira mulher que chega ao Tribunal de Justiça do Estado.”

PERFIL DANOVA PRESIDENTE

Nascida no Estado do Ama-pá, em 1960, a desembargadora Sueli Pereira Pini se formou em Direito pela Universidade Esta-dual de Londrina (PR), aos 22 anos. Logo após a formatura, se mudou para Rondônia, onde trabalhou como advogada du-rante dois anos, sendo aprova-da em concurso público para o cargo de Procuradora, fi cando à frente da Procuradoria do Con-tencioso. Chegou à magistratura no Estado do Amapá em 1991, como titular da Vara Criminal na capital, Macapá. Coordenou o Juizado Especial Cível e Crimi-nal da Capital. É juíza de Direi-to desde 1991, e já atuou como diretora do Fórum dos Juizados Virtuais da Comarca de Macapá; titular do Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de Macapá; Coordenadora dos Jui-zados Especiais Cível e Criminal da Comarca de Macapá; presi-dente do Fórum Nacional dos Juizados Especiais (Fonaje).

AMAPÁ

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JAP

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POSSE DO DESEMBARGADORALMIRO PADILHA

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A nova diretoria do Tribunal de Justiça de Roraima, composta pe-los desembargadores Almiro Pa-dilha, como presidente, Ricardo Oliveira, como vice-presidente, e Tânia Vasconcelos Dias como Corregedora-Geral de Justi-ça, foi empossada para o biênio 2015/2017 no último dia 30 de janeiro, no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto. Toma-ram posse. A eleição foi feita em 1º de dezembro de 2014 e todos tiveram votação unânime.

Em discurso, o desembargador Almiro Padilha afirmou que, re-ceber a presidência do Tribunal de Justiça de Roraima das mãos da desembargadora Tânia Vas-concelos Dias, era uma missão difícil e fácil ao mesmo tempo. “Difícil porque seremos sempre confrontados com a gestão que ela fez. E fácil porque recebe-remos tudo organizado e pre-parado para novas conquistas”, disse. “Os desafios são poucos.

Temos que dar continuidade ao trabalho desempenhado pela desembargadora Tânia, e pro-curar tornar o Judiciário ainda mais transparente para que a sociedade acompanhe o que nós estamos fazendo”. Em seu pensamento, para se ter um Judiciário célere é preci-so haver uma conscientiza-ção de todos os atores, não só dos magistrados: “O Judi-ciário é composto não só de magistrado, mas de um con-junto de atores. Tem que haver uma conscientização e é isso que eu vou procurar trabalhar com eles. Precisamos diminuir o sofrimento de quem espera há anos o resultado de um jul-gamento”, disse. Seu desejo é, junto com a equipe de magis-trados e servidores, alcançar o 1º lugar no ranking do Índice de Produtividade Comparada (IPC-Jus), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

PERFIL DONOVO PRESIDENTE

Almiro Padilha é natural de Jú-lio de Castilho - RS. Formou-se em Ciência Jurídica e Social pela Unicruz - Universidade de Cruz Alta - RS, em 1988. Chegou em Roraima em 01/12/1990. Atuou na advocacia de 1990 a 2001. Foi presidente da OAB/RR por três vezes (1993/1994; 1995/1997; 2001). Tomou posse no cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Roraima em setembro de 2001. Presidiu a Associação dos Magistrados de Roraima - Amarr, no biênio 2002/2005. Foi vice-presidente/corregedor do Tribunal Regional Eleitoral-TRE/RR, no biênio 2005/2006. Foi presidente do TRE nos anos de 2007/2008. Presidiu o Tribunal de Justiça no biênio 2009/2011. Foi Corregedor Geral de Justi-ça por duas vezes (2003/2005 e 2011/2012). Foi vice-presidente do TJRR. É doutorando em Di-reito Privado, na Universidade Del Museo Social de Buenos Aires - Argentina.

RORAIMA

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JRR

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Não seria justo de nossa parte – nós que sempre defendemos a Justiça! - ficar omissos no mo-mento em que nada menos que 15 desembargadores encerram seus mandatos à frente de seus respectivos Tribunais, sem dei-xar registrado o mais eloquen-te agradecimento da Comissão

Executiva do Colégio Perma-nente de Presidentes ao excelen-te trabalho desenvolvido com competência e solidariedade! As lutas travadas na defesa das principais teses que defendemos, demonstrando a nossa força e união, não teriam o mesmo vi-gor e resultados sem a partici-

pação de todos e de cada qual!A despedida, no momento,

cinge-se à função! Como em nossa tradição, lembrando os versos da canção popular, “amigos para sempre é o que nós iremos ser”.

Boa sorte, amigos(as) desem-bargadores(as)!

COLÉGIO PERMANENTE DESTACA A CONTRIBUIÇÃO DE EX-DIRIGENTES DOS TRIBUNAIS DOS ESTADOS PELA EXCELÊNCIA NA GESTÃO E PELO TRABALHO EM PROL DO FORTALECIMENTO DA MAGISTRATURA

HOMENAGEM AOS PRESIDENTES

Desa. Leila Maria Carrilo C R Mariano (RJ)

Desa. Maria de Fátima Moraes Cavalcanti (PB)

Des. Roberto Barros dos Santos (AC)

Desa. Luzia Nadja Guimarães Nascimento (PA)

Des. Aderson Silvino de Souza (RN)

Des. Paschoal Carmello Leandro (MS)

Des. Ney Teles de Paula (GO)

Des. José Carlos Malta Marques (AL)

Des. Ângela Maria Prudente (TO)

Des. Orlando de Almeida Perri (MT)

Des. Cláudio Dinart Déda Chagas (SE)

Des. Luiz Carlos Gomes dos Santos (AP)

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido (CE)

Des. Guilherme Luiz Gomes (PR)

Des. Tânia Maria V Dias de Souza Cruz (RR)

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A presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), desembargadora Cleo-nice Freire, apresentou no dia 13 de feve-reiro o projeto arquitetônico da obra das sedes da Casa da Criança Menino Jesus e da Fundação da Cidadania e Justiça, em cons-trução no Bairro do São Francisco, em São Luís. Desenvolvido pela Diretoria de Enge-nharia do tribunal, o projeto foi mostrado à coordenadora especial da Infância e da Juventude, Lucileide Ribeiro Gonçalves, e à equipe técnica da Casa da Criança, institui-ção social mantida pelo Poder Judiciário que atende a uma clientela formada por crianças de até 3 anos de idade sob a custódia da Justiça estadual.

O espaço contempla, em dois pavimen-tos, auditório, dormitórios, berçários, fraldário, refeitório, farmácia, brin-

quedoteca, sala de estudos e de ofici-nas profissionalizantes e quadra para a prática de atividades esportivas e de lazer, lavanderia, copa e cozinha, além de gabinetes para serviços administra-tivos. Conta, ainda, com área para es-tacionamento com guarita de segurança e horta. A desembargadora orientou a equipe sobre a realização das atividades da área da infância e da juventude pre-vistas para 2015 e convidou a equipe da Casa da Criança para visitar o canteiro de obras. "Já demos início às obras visando à concretização, este ano, desse projeto grandioso, que é voltado não apenas para as crianças assistidas pela Casa da Crian-ça, mas também para os jovens das ins-tituições de abrigamento do estado e do município", disse a presidente do TJMA.

NOVO ESPAÇOA presidente mostra o projeto das sedes da Fundação da Cidadania e da Casa da Criança.

TRIBUNAL TAMBÉM APRESENTA A PLANTA DA FUNDAÇÃO DA CIDADANIA. PROJETOS CONTEMPLAM INSTITUIÇÕES MANTIDAS PELO PODER JUDICIÁRIO PARA ASSISTIR CRIANÇAS E JOVENS SOB A CUSTÓDIA DA JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO.

TJMA DEFINE PROJETO DE SEDE DA CASA DA CRIANÇA

RIBAMAR PINHEIRO

PELOS TRIBUNAIS

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Um total de 1.960 processos que tramitam na Vara de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, na Comarca de Araguaína (TO), já está digitalizado. Com esse número, todo o acervo físico remanes-cente da Vara está 100% em meio eletrônico.

O trabalho de digitalização mobilizou 22 pessoas, sendo sete servidores da Comar-ca e 14 estagiários. Destes, dois são estagiá-rios da própria Vara de Combate à Violên-cia Doméstica, sete do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFTO), três cedidos pelo gabinete do juiz Kilber Correia Lopes, dois voluntários. A equipe contou com o apoio de uma policial militar.

A titular da Vara, juíza Cirlene Maria de Assis Santos Oliveira, coordenadora dos trabalhos, disse que a digitalização dos

processos também contribui para melhorar a divulgação dos atos do Poder Judiciário. Segundo ela, a digitalização permite à Justi-ça se conectar com as inovações tecnológi-cas, aumentando a transparência do trâmite processual e valorizando a sustentabilida-de, ao reduzir o consumo de papel, tinta e outros insumos.

Com todos os processos digitalizados os prédios ganham mais espaço físico, melho-rando o ambiente para os servidores. Estes, ainda conforme a juíza, ampliam a produti-vidade por não perderem mais tempo com “tarefas repetitivas, e os jurisdicionados, advogados e demais partes podem acompa-nhar seus processos de forma transparente e segura, sem ônus de ter que comparecer aos fóruns”.

SEGURANÇAFuncionários trabalham na digitalização de processos, em Araguaína. Inovação reduz consumo de papel e tinta.

VARA DE COMBATE À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA DO MUNICÍPIO, NO TOCANTINS, TEM 100% DE PROCESSOS DIGITALIZADOS. JUÍZA COORDENADORA DIZ QUE AS INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS AUMENTAM A TRANSPARÊNCIA DO TRÂMITE PROCESSUAL.

COMARCA DE ARAGUAÍNA AVANÇA NA DIGITALIZAÇÃO

FOTOS: TJTO / DIVULGAÇÃO

PELOS TRIBUNAIS

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O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul concedeu o direito à multiparentali-dade a uma criança que nasceu em uma família homoafetiva. Um casal de mulhe-res, que mantém uma união estável desde 2008, foi autorizado pela Justiça a registrar a filha com os nomes das duas mães e do pai. O relator do processo, juiz de Direito José Pedro de Oliveira Eckert, convocado ao Tribunal de Justiça, atendeu ao recur-so impetrado pelas duas autoras da ação, após decisão em contrário na 1ª Instância, e autorizou que na certidão de nascimen-to da criança conste a tripla filiação.

O casal de mulheres, quando decidiu ter um filho pelo método natural, recor-reu a um amigo. Uma das mulheres e o amigo são os pais biológicos da criança. Mas como os três acompanharam efeti-vamente os nove meses de gestação, o casal decidiu apelar à Justiça para que na certidão de nascimento fossem co-locados os nomes das duas mães e do pai. Em 1ª Instância foi considerada a “impossibilidade jurídica do pedido”.

No entanto, o casal recorreu da decisão ao Tribunal de Justiça.

“As duas mulheres e o homem são efetivamente mães e pai da criança, pois gestaram e nutriram, em conjunto, o projeto de prole, não sendo lícito des-considerar o vínculo de casamento en-tre as duas mães e a paternidade, tanto biológica como afetiva do pai, lançando mão da proteção especial que o Direi-to das Famílias atual deve dar às rela-ções fundadas no afeto e na condição

individual do ser humano, de rigor o reconhecimento da multiparentalidade e a consequente retificação do registro civil da criança”, afirmou o relator, que concluiu, após a análise do caso, que no âmbito do Direito das Famílias não há impossibilidade jurídica para atender ao pedido do casal, mesmo diante da ine-xistência de lei específica sobre o tema.

Sobre a possibilidade de a decisão causar problemas psicológicos à crian-ça, o juiz José Pedro de Oliveira Eckert argumentou que “no tocante à filha re-cém-nascida não se cogita qualquer pre-juízo, muito pelo contrário, haja vista que essa criança terá uma rede de afeto ainda mais diversificada a amparar seu desenvolvimento”. O voto do relator pela concessão do pedido ao casal foi acompanhado pelos desembargadores Luiz Felipe Brasil Santos e Alzir Feli-ppe Schmitz. (Com informações de Sérgio Trentini).

MAGISTRADO AUTORIZA CERTIDÃO DE NASCIMENTO COM OS NOMES DO PAI E DE DUAS MÃES. REGISTRO ATENDE A RECURSO IMPETRADO PELAS AUTORAS DA AÇÃO, APÓS DECISÃO EM CONTRÁRIO NA 1ª INSTÂNCIA DO JUDICIÁRIO GAUCHO.

DECISÃO BENEFICIA FAMÍLIA HOMOAFETIVA

AVOLORE / SXCHU

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Garantir ao adotado o direito de conhe-cer e ter acesso a sua origem biológica é um dos objetivos do projeto Conhecen-do Minha História. Institucionalizado em abril do ano passado, o projeto já di-gitalizou quase novecentos processos de adoção em nove Comarcas do Estado do Pará. O Conhecendo Minha História foi elaborado pela Coordenadoria Estadual de Infância e Juventude (Ceij) do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), que o incluiu no Banco de Boas Práticas do Judiciário paraense. O Banco de Boas Práticas ca-taloga ideias e projetos de magistrados e servidores que resultem na melhoria da prestação jurisdicional.

As Comarcas de Ananindeua, Aurora do Pará, Belém, Benevides, Marituba, Pa-ragominas, São Miguel do Guamá, Santa Izabel do Pará e Santa Maria do Pará já dispõem dos processos de adoção e rela-cionados a eles de forma digitalizada. São 867 processos, cuja digitalização deverá ser concluída até o final do mês de fe-vereiro. A partir desta data, começarão a

serem digitalizados os processos de Varas de Icoaraci, Mosqueiro, Barcarena, Abae-tetuba, Moju, Tailândia, Goianésia, Breu Branco e Tucuruí.

O objetivo é preservar as informações contidas nos processos de adoção, assim como nos documentos relacionados a eles, com a garantia de segurança no manuseio e armazenamento desses documentos. Integrante da equipe de elaboração do projeto, a servidora Maria José Chagas Torres, da Ceij, explica que os processos físicos já transitados em julgado e devi-damente arquivados são captados junto aos arquivos das respectivas Comarcas e trazidos para o Arquivo Central de Belém após tramitação no sistema Libra. “No arquivo central são higienizados, digitali-zados pela Divisão de Documentação e Arquivo e deverão ter a imagem gerada em pdf arquivada (guarda virtual) no sis-tema Libra. Os processos físicos ficarão, a princípio, arquivados no arquivo central de Belém”, esclarece.

De acordo com projeto elaborado pela

AVANÇOReunião do Ceij no TJPA. Digitalização facilita o trabalho e melhora a prestação de serviço jurisdicionais.

DESDE ABRIL DE 2014, O PROGRAMA CONHECENDO MINHA HISTÓRIA, DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ (TJPA), JÁ DIGITALIZOU QUASE 900 PROCESSOS DE ADOÇÃO EM NOVE COMARCAS. TRABALHO SERÁ AMPLIADO EM 2015.

PROJETO GARANTE ACESSO À HISTÓRIA DO ADOTADO

DIVULGAÇÃO / TJPA DIVULGAÇÃO / TJPA

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DIREÇÃOAcima, o desembargador José Maria Teixeira do Rosário, coordenador da Infância e Juventude do TJPA.No alto, reunião do Ceij no TJPA.

Ceij, a digitalização dos processos de ado-ção e os relacionados a eles traz ao Po-der Judiciário do Pará o cumprimento de determinações legais, como as previstas no Estatuto da Criança e do Adolescen-te (ECA) e na Lei nº 12.010/2009, a pre-servação de seu patrimônio processual e a disponibilização de novos serviços aos usuários da justiça. Além disso, possibilita às Varas da Infância e Juventude o contro-le do seu acervo e praticidade para acesso às informações e a eliminação do risco de perda de documentos.

Para além do que prevê a legislação, quando se refere ao direito do adotado em conhecer sua origem biológica e sua histó-ria de vida, mas considerando também que os dados de uma instituição são patrimô-nios indeléveis, armazená-los e organizá-los da melhor maneira possível é uma das prioridades do TJPA, trazendo benefícios não só para a própria instituição, mas para a sociedade.

A servidora Maria José Torres afirma que o acesso é gratuito e deve ser solici-tado pelo interessado, no caso o próprio adotado ou o representante legal, por meio de requerimento específico padro-nizado disponível no site do TJPA, dire-tamente às Varas com competência em Infância e Juventude.

De acordo com a Ceij, a pessoa inte-ressada solicitará cópia do processo por meio de requerimento específico dirigi-do ao juiz da Vara de Infância e Juventu-de que dará vistas ao Ministério Público. Após manifestação do órgão ministerial, se o pedido for feito à Vara onde trami-tou o processo, o juiz deverá se manifes-tar, sendo a Secretaria da Vara respon-sável por providenciar a documentação de acordo com a manifestação do ma-gistrado, transcorridos até 15 dias do in-gresso do pedido.

Caso o pedido seja feito em Comar-ca diversa da tramitação do processo, o juiz que o receber encaminhará so-l icitação à Vara de origem, conside-rando o caráter sigi loso do feito. O juiz da Vara de origem se manifesta-

rá, sendo a Secretaria da respectiva Vara responsável por enviar a do-cumentação à Vara demandante, de acordo com a manifestação do ma-gistrado, transcorridos até 30 dias do ingresso do pedido do interessado.

No total , 108 Comarcas serão atendidas pelo projeto Conhecendo o Minha História, que é capitaneada pela Ceij , dirigida pelo desembarga-dor José Maria Teixeira do Rosário. (Will Montenegro / Coordenado-ria de Imprensa do TJPA)

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Flauzilino Araújodos Santospresidente da ARISP

Com apenas um click em www.indis-ponibilidade.org.br já é possível fazer um rastreamento eletrônico em todos os cartórios de registro de imóveis do Brasil para localizar propriedades imo-biliárias registradas no nome de deter-minada pessoa. O sistema já é utilizado por 13 Tribunais.

Na Central Nacional de Indisponibi-lidade de Bens – CNIB, criada e regula-mentada pelo Provimento Nº 39/2014, da Corregedoria Nacional de Justiça, o Magistrado ou assessor autorizado ca-dastra a Ordem de indisponibilidade que será acessada por todos os cartórios do país. Ao localizar titularidade de do-mínio ou outro direito real sobre imó-vel em nome do atingido pela decisão judicial a indisponibilidade o registra-dor de imóveis averbará a constrição na matrícula e informará na própria CNIB os dados dos imóveis respectivos. Esses dados retornarão ao Juízo emissor da Ordem.

A CNIB substituiu o antigo modelo de comunicações de indisponibilidades que era restrito às serventias do próprio Estado e que a partir da Central passa-ram a ter abrangência nacional, evitando a dilapidação do patrimônio do atingido, constituindo-se ainda em importante

ferramenta no combate ao crime orga-nizado e na recuperação de ativos de origem ilícita.

No antigo sistema, as ordens de indisponibilidades percorriam um longo caminho até se tornarem efe-tivas com a averbação na matrícula do imóvel de propriedade da pessoa que teve seus bens atingidos por esse tipo de constrição judicial. A CNIB proporciona que a Ordem Judicial chegue em tempo real ao conheci-mento de todos os Registros Imobili-ários do país.

A ineficácia do provimento judicial compromete não só a efetivação do di-reito buscado, no âmbito da lide, mas também abala a credibilidade do Poder Judiciário, perante a sociedade, para solução dos litígios, dado o sentimen-to geral de denegação da justiça e de restrição do acesso à jurisdição.

O primeiro objetivo da CNIB é dar eficácia e efetividade às decisões judi-ciais e administrativas de indisponibi-lidades, divulgando-as em tempo real para Tabeliães de Notas, Oficiais de Registro de Imóveis e outros usuários do sistema. O segundo é dar segurança aos negócios imobiliários de compra e venda e de financiamento de imóveis,

ACESSO ON-LINE A TODOS OS REGISTROS DE IMÓVEIS

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bem como a outros negócios jurídi-cos, evitando-se, ademais, a multipli-cação de embargos de terceiros e ou-tras ações judiciais.

A anulação de um negócio imobiliá-rio ou de outra natureza acarreta pre-juízos que atingem não só os vende-dores, compradores e financiadores, mas todo o mercado, gerando alto custo social com ações judiciais, pro-blemas de saúde, de família e outras consequências.

Além dos negócios imobiliários a indisponibilidade de bens atinge todos os demais bens do indivíduo, sejam eles carros, barcos, aerona-ves, quadros, joias, ações etc. Além disso, a partir do momento em que alguém está com seus bens indis-poníveis, aquele que adquiri-los ou financiá-los, o fará por sua própria conta e risco.

Na prática, a CNIB realiza verda-deiro rastreamento de todos os bens que o atingido pela indisponibilidade possui no território nacional.

Todos os notários e registradores de imóveis do Brasil estão cadastra-dos na CNIB com dados do Sistema de Justiça Aberta do Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ).

A CNIB foi idealizada a partir de constatações feitas em inspeções re-alizadas pela Corregedoria Nacional de Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que as ordens de indis-ponibilidades de bens não chegavam ao conhecimento de todos os cartó-rios do país.

Por isso, imóveis de propriedade de pessoas que haviam sido atingi-das por decretos de indisponibilida-des permaneciam como se estivessem absolutamente livres. E assim, eram vendidos ou financiados, envolven-do pessoas de boa fé que teriam, ao depois, de peregrinar por Juízos e

"Todos os notários

e registradores de

imóveis do Brasil

estão cadastrados

na CNIB com

dados do Sistema

de Justiça Aberta

do Conselho

Nacional de

Justiça (CNJ)."

Tribunais a fim demonstrar que os gravames lhes eram ocultos.

A CNIB foi desenvolvida pela ARISP conformidade com o Termo de Acordo de Cooperação Técnica CNJ Nº 084/2010, firmado em 14 de junho de 2010, e funciona como módulo da Central de Serviços Ele-trônicos Compartilhados dos Regis-tradores de Imóveis (www.registra-dores.org.br).

O sistema é operado pela Associa-ção dos Registradores Imobiliários de São Paulo - ARISP, com o apoio institucional do Instituto de Regis-tro Imobiliário do Brasil – IRIB, sob acompanhamento da Corregedo-ria Nacional de Justiça. O Sistema permite também o acompanhando pelas Corregedorias Gerais de Jus-tiça dos Estados no que se refere a utilização pelas serventias locais.

Para mais informações acesse www.indisponibilidade.org.br.

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HISTÓRIA

O Tribunal da Relação da Província de Pernambuco foi instalado no dia 13 de agosto de 1822. Por meio de alvará, em 6 de fevereiro de 1821, Dom João VI determinou a sua criação, justifi cando-a com a citação de algumas di-fi culdades enfrentadas pelos habitantes de Pernambuco ao terem que recorrer judicial-mente, até então, ao Tribunal da Relação da Bahia. A partir

da instalação do seu tribunal, os pernambucanos não mais enfrentariam inconvenientes tais quais despesas excessivas, distância, interrupção do tra-balho e, até mesmo, separação das suas famílias, para prosse-guirem na busca de solução para as suas causas judiciais.

Por sete décadas, este tri-bunal administrou a Justiça em terras pernambucanas, mediando os confl itos que

necessitavam de sua interven-ção. Nesse período, a sua sede enfrentou constantes mudan-ças, funcionando, inicialmen-te, no antigo Colégio dos Jesuítas, localizado na antiga Praça XVII, hoje Praça da República; em seguida no an-tigo prédio do Erário, situado na mesma praça; passando a se instalar, posteriormente, no andar superior da Cadeia Pública, na Rua da Cadeia –

A JUSTIÇA EM PERNAMBUCO

NOMES E ATOS QUE MARCAM A SUA HISTÓRIA

TEXTO: MICARLA XAVIERFOTOS: ASSIS LIMA E ARQUIVO TJPE

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hoje Rua do Imperador –, onde funcionou até a sua extinção, em 1892.

Em cumprimento à Cons-tituição Federal, promulgada em 24 de fevereiro de 1891, o Tribunal da Relação deu passagem ao novo mode-lo republicano de Justiça, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), criado por lei estadu-al. Em sua primeira déca-da de existência, o STJ teve como presidentes os desem-bargadores Gervásio Pires,

Francisco Correia de Andra-de e Manoel do Nascimento Fonseca Galvão. Funcionou até o advento da Constitui-ção Federal de 1934, quan-do foi denominado Corte de Apelação. Com a decretação do Estado Novo e a Cons-tituição de 1937, o mesmo passou a ser chamado de Tribunal da Apelação, per-manecendo assim até o ano de 1946, quando foi consti-tuído como Tribunal de Jus-tiça de Pernambuco (TJPE).

IMAGEM antiga do Palácio da Justiça de Pernambuco

“Este livro há de servir para nelle se lavrar a Acta da Abertura da nova Re-lação, mandada instalar nesta Villa do Recife e Província de Pernambuco, por Carta Régia de S.A.R., o Príncipe Re-gente Constitucional e Defensor Perpétuo do Reyno do Brasil, de 2 de junho do anno corrente, assim como prova os termos dos lavramentos e posse do Chanceler, e mais Desembargadores que foram empregados na mesma Relação. Vai por mim nume-rado erubricado com o meo acolhido prévio e tem no fi m hum termo de encerramento. Recife aos 13 de agosto de 1822. Como Chanceler interino Antônio José Osório de Pina Leitão”.

Termo de Abertura do Livro de Atas do Tribunal da Relação da Pro-víncia de Pernambuco, lavrado por seu primeiro presidente, desembar-gador Antônio José Osório de Pina Leitão. O documento marca o início da história do TJPE.

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Adentrar no Palácio da Justiça de Pernambuco é passear majesto-samente em seu passado; é como saborear as madeleines proustianas e vislumbrar a história de sua edi-fi cação. Sua pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924 pelo governador do Estado e juiz federal, Sérgio Loreto, durante as comemorações do primeiro cen-tenário da Confederação do Equa-dor. A inauguração do novo prédio aconteceu no dia 7 de setembro de 1930, na gestão do governador

Estácio Coimbra, que, no ano de 1927, sucedeu a Sérgio Loreto. Na ocasião, o Judiciário pernambucano era presidido pelo desembargador Bellarmino Gondim.

O projeto escolhido para a obra do Palácio da Justiça foi de autoria de Giácomo Palumbo - arquiteto italiano formado pela Escola de Be-las Artes de Paris - com colaboração de Evaristo de Sá. O local escolhi-do para a edifi cação do palácio – o bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife - está intimamente rela-

cionado com a história do Estado de Pernambuco. Válido é ressaltar que aquela área pertenceu ao Palácio Friburgh, conhecido como o “Palá-cio dos Despachos de Maurício de Nassau”. Para a construção do novo prédio, houve a necessidade de de-molir a antiga ala das enfermarias do Convento de Santo Antônio e o pré-dio do 2º Batalhão da Força Públi-ca, situado defronte a Praça da Re-pública. A demolição deste último fez com que um novo quartel fosse construído no bairro do Derby.

Palácio da Justiça de Pernambuco

NO PALÁCIO da Justiça de Pernambuco, os amplos pátios caracterizam uma arquitetura exuberante

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O edifício-sede do TJPE marca a paisagem do Re-cife por sua relevância arquitetônica. A presença de certos elementos na sua composição arquitetônica como, por exemplo, os frisos greco-romanos e os pi-lares coríntios, encimados por capitéis jônicos, fazem com que o prédio possa ser classificado como um dos mais belos representantes da arquitetura eclética em Pernambuco. Considerado, por muitos profissionais e estudiosos, como uma das últimas edificações, em seu porte, no Estado.

Com uma área de 2.506 metros quadrados, o pa-lácio possui três pavimentos, além da cúpula, que abriga mais dois. A fundação do prédio passou por um difícil processo, devido à constituição do terreno,

situado numa área de mangue. Outrora, em suas pro-ximidades, havia um braço de rio que fora aterrado no período da presença holandesa em Pernambuco (1630-1654). A parte central do prédio foi reforçada, em sua fundação, com 12 pilastrões, que têm como intuito distribuir o peso da cúpula.

A fachada principal do Palácio da Justiça é adorna-da por dois conjuntos de esculturas, que representam a Justiça e a Ciência do Direito, executadas pelo escul-tor pernambucano Bibiano Silva, sob orientação de A. Freyhoffer. Bibiano também executou os bustos de Pau-la Batista e Gervásio Pires, dois nomes importantes na história da Justiça pernambucana, localizadas na entrada da Sala dos Passos Perdidos.

CÚPULA e esculturas do Palácio: imponência simbólica PILARES coríntios revelam infl uência da arquitetura greco-romana

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VitraisO conjunto de vitrais que en-

riquecem o Palácio da Justiça foi criado pelo alemão Heinrich Moser, que veio ao Recife, em 1910, para desenvolver projetos arquitetôni-cos do novo prédio da Casa Alemã, na Rua Barão de Vitória, hoje Rua Nova. Também desenhista, Moser marcou Pernambuco com a sua sensibilidade artística.

No vestíbulo da sua escada-ria principal, há a representação da cena do primeiro Parlamento

Democrático em terras america-nas, convocado pelo conde Mau-rício de Nassau. Esses vitrais são compostos de três janelas, cada uma com cinco quadros. A obra é conhecida e aclamada não ape-nas no Brasil. Foi apresentada na Holanda, no Siegener Zeitung, em 3 de junho de 1955, e tam-bém no catálogo da Exposição Johann Moritz Von Nassau-Sie-gen, em 1979, no transcurso do terceiro centenário da morte de

Maurício de Nassau. Heinrich Moser executou, ainda,

outro belo trabalho na Sala Desem-bargador Antônio de Brito Alves, onde, por muito tempo, funcionou o Tribunal do Júri do Recife, no qual atualmente se reúne o Tribunal Pleno do TJPE. Ali, Moser retratou, em 1934, a representação da Justiça, um óleo sobre tela que mede 3,10 x 2,50 m, assentada ao fundo da sala e considerada uma das mais expressi-vas alegorias da Justiça.

O CONJUNTO de vitrais do alemão Heinrich Moser está entre as obras de arte de reconhecimento internacional

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Os luxuosos móveis da sede do TJPE foram projetados pelo arquiteto M. Noziéres, após a inauguração do prédio, em 7 de setembro de 1930. As peças fo-ram executadas pelas Casas Le-andro Martins e Cia., do Rio de Janeiro e artisticamente entalha-das com o intuito de rememorar o antigo Tribunal da Relação de Pernambuco.

Mobiliário “Esta casa bem que se poderá chamar o Templo da Justiça. E que haverá sobre a terra que mais mereça um templo? A Justiça é a mais pura faculdade do espírito humano”.

Antônio Carneiro Leão, Secretário da Justiça, na ocasião da inauguração do Palácio da Justiça de Pernambuco, em 7 de setembro de 1930.

“O nosso Palácio da Justiça é, incontestavelmente, um verdadeiro monu-mento de arte”.

Trecho de matéria veiculada no Jornal Pequeno do Recife, em 08.09.1930, referente à inauguração do Palácio da Justiça.

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O Palácio da Justiça hoje Da data de sua inauguração até os

dias atuais, o Palácio da Justiça pas-sou por diversas mudanças. Um dos exemplos refere-se à Sala de Casar, onde aconteciam os casamentos civis, que cedeu o espaço ao Salão Nobre. Para facilitar a circulação dos magis-trados, servidores e usuários da Jus-tiça, o principal acesso deixou de ser efetuado pela fachada central, voltada para a Praça da República, passando a ser feito pela fachada lateral, situa-da na Rua do Imperador. Ressalta-se, também, a colocação de uma nova ordem de colunas nos dois pátios in-

ternos. No período de gestão dos desem-

bargadores José Ferraz Ribeiro do Valle, Mauro Jordão e Luís Belém de Alencar, à frente da presidência do TJPE, respectivamente, as mudanças contemplaram a substituição das lâm-padas holandesas do Salão Nobre por outra iluminação mais moderna, sem, para isso, descaracterizar o ambiente; nova pintura na entrada principal; ces-são de espaço no segundo pavimen-to para abrigar as câmaras criminais, para as quais foram confeccionados móveis semelhantes aos do pavimen-

to inferior; restauração das redes de eletricidade e telefonia; instalação do Tribunal Pleno, composto pelos 49 desembargadores da Corte, no salão que antes abrigava o Tribunal do Júri do Recife, transferido, por sua vez, para o Fórum Thomaz de Aquino Ci-rylo Wanderley, que também é sede da Corregedoria Geral da Justiça.

A gestão do desembargador Walde-mir Oliveira Lins como presidente do TJPE, dentre outras realizações, trouxe um novo projeto de cores para o palá-cio. Para tanto, contou com um progra-ma gráfi co de informática, através do

O PRÉDIO do Palácio passou por mudanças para se adaptar aos padrões contemporâneos sem perder seus traços históricos

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VISTA aéreado Palácio da Justiça de Pernambuco

qual foram desenhadas, por meio de um levantamento arquitetônico, todas as fachadas do prédio, aplicando-se, posteriormente diversas propostas de cores. A escolha fi nal recaiu para tons derivados do ocre, indo da cor bege até a marrom, levando-se em conta as cores de outros edifícios construídos no mesmo estilo. Na oportunidade, o TJPE contou com o apoio técnico da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, que preser-va os prédios tombados em âmbito estadual, bem como da empresa Coral, que não apenas forneceu o material,

mas o suporte necessário no tocante aos cuidados que antecediam a aplica-ção da tinta.

A iluminação externa do palácio também foi efetivada com o intuito de destacar e valorizar o prédio no perío-do noturno. Para a execução, o TJPE contou com a parceria da empresa Philips do Brasil, que doou todo o equipamento necessário para a concre-tização do projeto. Os vitrais de Hein-rich Moser também foram restaurados e o trabalho compreendeu o desmon-te, a lavagem e a remontagem de toda a obra, com a colaboração da Fundação

Banco do Brasil. O Palácio da Justiça continua sendo

admirado pela população pernambu-cana e pelos turistas que visitam a cida-de do Recife. Sua constante restaura-ção só demonstra o quanto esta obra é valorizada pelos magistrados que vêm presidindo o TJPE. Sua majestosa edifi cação é um patrimônio edifi cado na história pernambucana, abrigando consigo um signifi cativo acervo de arte e, principalmente, cumprindo a sua função de fortaleza para as justas decisões - obra maior do Poder Judici-ário de Pernambuco.

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COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Des. Frederico Ricardo de Almeira NevesPRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Des. Leopoldo de Arruda Raposo 1º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Des. Fernando Eduardo de Miranda Ferreira2º VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Des. Eduardo Augusto Paurá PeresCORREGEDOR GERAL

Des. Frederico Ricardo de Almeira NevesPresidente do Tribunalde Justiça do Estado de Pernambuco(2014-2016)

Jones Figueirêdo Alves

José Fernandes de Lemos

Bartolomeu Bueno de Freitas Morais

Jovaldo Nunes Gomes

Fernando Eduardo de Miranda Ferreira

Frederico Ricardo de Almeida Neves

Eduardo Augusto Paurá Peres

Leopoldo de Arruda Raposo

Marco Antônio Cabral Maggi

Roberto Ferreira Lins

Adalberto de Oliveira Melo

Antônio Fernando Araújo Martins

Luiz Carlos de Barros Figueiredo

Cândido José da Fonte Saraiva de Moraes

Alberto Nogueira Virgínio

Ricardo de Oliveira Paes Barreto

Fernando Cerqueira Norberto dos Santos

Gustavo Augusto Rodrigues de Lima

Antônio de Melo e Lima

Francisco José dos Anjos Bandeira de Mello

Antenor Cardoso Soares Júnior

José Carlos Patriota Malta

Alexandre Guedes Alcoforado Assunção

Eurico de Barros Correia Filho

Mauro Alencar de Barros

Fausto de Castro Campos

Francisco Manoel Tenório dos Santos

Cláudio Jean Nogueira Virgínio

Nivaldo Mulatinho de Medeiros C. Filho

Antônio Carlos Alves da Silva

Francisco Eduardo Gonçalves Sertório Canto

José Ivo de Paula Guimarães

Josué Antônio Fonseca de Sena

Agenor Ferreira de Lima Filho

Itabira de Brito Filho

Alfredo Sérgio Magalhães Jambo

Roberto da Silva Maia

Jorge Américo Pereira de Lira

Erik de Sousa Dantas Simões

Stênio José de Sousa Neiva Coêlho

André Oliveira da Silva Guimarães

Odilon de Oliveira Neto

Rafael Machado da Cunha Cavalcanti

Itamar Pereira da Silva Júnior

Evandro Sérgio Netto de Magalhães Melo

Daisy Maria de Andrade Costa Pereira

Eudes dos Prazeres França

Carlos Frederico Gonçalves de Moraes

Fábio Eugênio Dantas de Oliveira Lima

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Chega de violência!

8 de março.Dia Internacional da Mulher.

LUTA DE TODOS. E DE TODAS.

Secretaria deJustiça e Direitos

Humanos

GR

IFF

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