marketing para os postos de combustíveis análise em...
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Marketing para os postos de combustíveis – análise em Redenção-PA
Marketing for fuel stations - analysis in Redenção-PA
RESUMO
O mercado de venda de combustíveis é um dos mais acirrados devido ao nível de tecnologia
empregado entre os postos. A tecnologia é praticamente a mesma, e o combustível fornecido
pelas refinarias também é o mesmo. Além disso, o preço praticado pelos postos é equiparado
entre eles, oscilando em centavos de um posto para o outro. Assim, nesse cenário competitivo,
o marketing torna-se uma ferramenta útil e indispensável para que o posto seja o escolhido
pelo cliente. O objetivo deste artigo é apontar como o marketing é importante para que os
postos de combustíveis possam destacar-se dos concorrentes e atrair clientes. A pesquisa
utilizada a fim de atingir esse objetivo é a pesquisa de campo e a bibliográfica, onde
destacam-se autores como KOLTLER, expondo as ferramentas de marketing e a
administração dele, e COBRA com os principais conceitos de marketing. A pesquisa apontou
que o Marketing auxilia os postos de combustíveis, pois pode destaca-los perante a
concorrência e atrair novos clientes.
Palavras-chave: Marketing. Combustíveis. Concorrência.
ABSTRACT
The fuel sales market is one of the most bitter because of the level of technology employed
between the posts. The technology is almost the same, and fuel supplied by refineries is also
the same. Moreover, the price charged by the stations is equated between them, hovering
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cents from one post to the other. Thus, in this competitive landscape, marketing becomes a
useful and essential tool for the job is chosen by the customer. The purpose of this article is to
point out how marketing is important for gas stations can stand out from competitors and
attract customers. The research used in order to achieve this goal is the field of research and
bilbiográfica where we highlight authors such as KOLTLER, exposing the marketing tools
and his administration, and COBRA with the main concepts of marketing. The survey showed
that marketing helps gas stations because it can highlight them from the competition and
attract new customers.
Keywords: Marketing. Fuels. Competition.
1 Introdução
O Marketing, através dos tempos, tornou-se uma ferramenta indispensável para as
organizações. O nível de competitividade é alto, as empresas têm-se equiparado umas às
outras, em vários quesitos como tecnologia, capital, matéria-prima, qualidade de atendimento,
preço, entre outros. Portanto, o Marketing é um diferencial pois pode atrair novos clientes,
fidelizar outros e promover produtos e marcas.
Compreender todos esses conceitos é determinante para a resolução da problemática
deste artigo. Como o Marketing auxilia os postos de combustíveis a vencerem a ampla
concorrência e atrair clientes? Isso porque, as variáveis dos concorrentes diretos dos postos de
combustíveis são as mesmas. Produto, custo, infraestrutura, preço, tecnologia, nada disso
diferencia uma empresa da outra. O marketing, portanto, pode e deve ser encarado pelos
postos de combustíveis, como uma ferramenta de diferencial de mercado.
Nos postos de combustíveis o cenário competitivo é mais acirrado do que em outras
áreas e empresas. Existe um nivelamento entre os postos quanto à tecnologia aplicada, quanto
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ao serviço prestado, quanto ao preço praticado e, muitas vezes, a qualidade do produto
oferecido é a mesma.
A problemática que serviu de ponto de partida para as pesquisas deste artigo é como o
Marketing pode tornar-se um diferencial de mercado para os postos de combustíveis? A
hipótese apontada, através dos estudos já realizados, é de que os postos de combustíveis
praticam preços equivalentes e têm, no geral, o mesmo nível de tecnologia que os demais,
mas não compreendem que o marketing pode ser a saída mais simples e barata para atrair o
consumidor e diferenciar-se dos concorrentes, porque o marketing é visto como custo e não
como investimento.
O objetivo deste artigo é apontar como o marketing é importante para que os postos de
combustíveis possam destacar-se dos concorrentes e atrair clientes. Os objetivos específicos
do artigo são: Expor os principais conceitos de marketing; Relacionar as vantagens do uso do
marketing pelos postos de combustíveis; Explicar quais são as ferramentas utilizadas pelo
marketing para que este se torne um diferencial de mercado.
A metodologia da pesquisa utilizada a fim de atingir esse objetivo é a bibliográfica,
onde destacam-se autores como KOLTLER, expondo as ferramentas de marketing e a
administração dele, e COBRA com os principais conceitos de marketing. Nos capítulos a
seguir, serão apresentados temas como o conceito de marketing, suas variáveis, seus
compostos, bem como o marketing atua nos postos de combustíveis e como pode se tornar um
diferencial para os postos de combustíveis.
2 O Marketing
O ponto de partida para qualquer estudo acerca do tema, é compreender de maneira
clara, o que é marketing. Kotler (2000, p. 18) define Marketing como “um processo social por
meio do qual, pessoas e grupos de pessoas, obtêm aquilo de que necessitam e desejam por
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meio da criação, oferta e troca de produtos e serviços. Marketing é uma via de duas mãos
entre o mercado e as organizações, em que estas buscam no mercado informações sobre seus
desejos e necessidades, recebendo como retorno, nesta primeira fase, as informações”.
Outra definição de Marketing é a dada por Raimar
Definimos Marketing como sendo as atividades sistemáticas de uma organização
humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando
benefícios específicos. O núcleo desta definição é a ideia da troca ou do intercâmbio de
quaisquer tipos de valores entre partidos interessados. Essa troca pode envolver objetos
tangíveis (tais como bens de consumo e dinheiro) e intangíveis (como serviços ou
mesmo ideias). Mas, por mais ampla que possa ser a gama dos objetos transacionados,
não é qualquer tipo de troca que merece ser caracterizado como mercado lógico.
(RAIMAR, 1994, p. 34)
Ainda sobre a definição, Farah, Cavalcanti e Marcondes (2008, p. 98), expõem que o
marketing representa um processo capaz de envolver um conjunto de pessoas, dividindo-o em
dois grupos: mercado vendedor e mercado consumidor. Nesta divisão ambos os grupos são
dotados de desejos e necessidades que precisam ser satisfeitos por meio da criação e da troca
de bens e serviços.
A partir destes conceitos, pode-se perceber a importância do Marketing para as
empresas. O mercado tornou-se um espaço competitivo ao longo dos anos, onde as
organizações lutam para manter-se nele. Os esforços muitas vezes são aplicados em
tecnologia, atendimento, matéria-prima, entre outros. O marketing, muitas vezes, é enxergado
como custo pelos administradores. Mas ele é uma ferramenta importante e pode ser usado de
maneira estratégica.
Stanton conceitua as estratégias de marketing como
O caminho escolhido por gestores no intuito de se atingir os objetivos propostos pelo
marketing; enquanto que, as estratégias se referem a métodos amplos que são
necessários para se conseguir o cumprimento de objetivos específicos. Assim,
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estratégias de marketing representam a maneira pela qual as empresas tentam atingir
seus objetivos específicos propostos no tempo determinado. (STANTON, 1980, p. 76)
O Marketing é uma ferramenta muito utilizada em qualquer empresa, mesmo pequenas
empresas, usam o marketing para atrair clientes e consolidar seu produto ou serviço no
mercado. Isso é aplicado tanto aos produtos quanto aos serviços. Estar em evidência seja para
os consumidores ou para os concorrentes é papel do marketing.
O marketing tornou-se uma força difundida e influente em todos os setores da
economia. Em poucos anos despojou-se de sua antiga imagem de algo antiético e
desnecessário e passou a ser visto como um instrumento essencial para a formação e
manutenção de diversos negócios, tendo inclusive seus conceitos aplicados nos mais
variados tipos de organização, desde times de futebol a igrejas, passando por governos e
organizações não-governamentais. (FACULDADES BOM JESUS, 2002. p. 02)
Mas, é preciso observar, acima de tudo, as variáveis em que cada organização está
inserida. Em outras palavras, as ações de marketing efetuadas por uma multinacional, não se
aplica a uma micro empresa brasileira, por exemplo. Cada uma delas, dentro das suas
limitações, está em uma realidade diferente, com variáveis distintas. Sobre esse assunto,
Kotler (2000) define:
Variáveis Econômicas – todos os fatores econômicos em que a empresa está colocada,
como as entradas e saídas, os investimentos, a situação econômica do setor, entre
outros.
Variáveis Demográficas – todos os clientes e os possíveis clientes, a população e o
tipo de pessoa que a empresa pretende atingir.
Variáveis Culturais – relacionadas à cultura do mercado e das pessoas inseridas nele.
Por exemplo: o valor cultural de um habitante da capital de São Paulo não é o mesmo
de um habitante do interior do Amazonas.
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Variáveis tecnológicas – as tecnologias variam de empresa para empresa e
determinam o valor do bem ou serviço produzido.
A administração do marketing talvez seja um dos grandes desafios a serem
enfrentados pelos administradores. Segundo Kotler (1998, p. 98) “a administração de
marketing precisa de planejamento e este deve obedecer aos seguintes quesitos: tomadas de
decisões sobre o mencionado mercado-alvo; posicionamento de mercado; desenvolvimento do
serviço oferecido; definição do preço; e, principalmente, a comunicação e a promoção”.
Segundo Las Casas (2001, p. 26):
Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às
relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos
consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e
considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações
causam no bem-estar da sociedade.( LAS CASAS, 2001, p. 26)
Não basta somente criar uma propaganda e deduzir que isso é marketing. Ele vai
muito além da propaganda. Esse é um dos conceitos errôneos dos administradores.
Acreditarem que marketing resume-se somente à propaganda. Não, ele vai além. Machline et
al. (2003, p. 2) aponta:
O conceito de marketing, pode ser entendido como a função empresarial que cria
continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a
empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing:
produto, preço, comunicação e distribuição. (MACHLINE et al. 2003, p. 2)
Portanto, o Marketing vai muito além da propaganda. Ele abrange todos os esforços e
ferramentas utilizados para expor a marca da empresa, fixá-la nos clientes e promover
produtos e serviços de maneira vantajosa àqueles que são o público alvo.
2.1 Compostos De Marketing
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O marketing utiliza compostos que podem ser definidos como o conjunto de
ferramentas utilizadas para que a organização atinja seus objetivos pelo marketing. Churchill
e Peter (2005, p. 28) “apontam que o composto de marketing é uma combinação de
ferramentas estratégicas utilizadas com o objetivo de aumentar o valor atribuído pelos clientes
e alcançar os objetivos pretendidos pela organização.”
Os compostos de marketing são conhecidos como “4P”, descritos a seguir.
1. Produto: consumo em um determinado mercado que, por sua vez, busca satisfazer ao
desejo ou necessidade do consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 1998). O produto
refere-se ao que é proporcionado ao consumidor, àquilo que ele busca.
2. Preço: pode ser definido como o valor que os consumidores conferem a uma empresa
pelo benefício de possuir ou fazer uso de um produto ou serviço da mesma (KOTLER;
ARMSTRONG, 1998). Cada indivíduo tem valores e estes são transmitidos às
organizações através dos consumidores.
3. Promoção: Kotler (1998) define como atividades que comunicam os atributos de um
determinado produto e convencem os consumidores-alvo a adquiri-lo. Todo o esforço
voltado para atrair, conquistar e trazer novos clientes para a organização.
4. Praça: representa arranjos de agentes interdependentes que conduzem os produtos da
empresa até o consumidor. (URDAN; URDAN, 2006). Ambiente em que a empresa e o
consumidor estão inseridos.
2.1.1 Produto
Pode ser definido como aquilo que é ofertado ao cliente, o que o mercado oferece. No
caso dos postos de combustíveis são o atendimento, o próprio combustível e todos os outros
produtos oferecidos pelo posto como troca de óleo, entre outros.
Las Casas (2007, p. 29) afirma que “constituem em uma transação realizada por uma
empresa ou por um individuo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem”.
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Para Kotler (1998, p. 176) “serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte possa
oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada.
Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico”.
Assim, produto é aquilo que é oferecido pela empresa ao público alvo. No caso dos
postos de combustíveis, o produto são os combustíveis ofertados.
2.1.2 Preço
Las Casas (2006, p. 102) descreve que “o preço ajuda a dar valor às coisas e representa
uma troca pelo esforço feito pela empresa vendedora através da alocação de recursos, capital e
mão-de-obra dos produtos comercializados”. Assim, preço é aquilo que o consumidor paga
para a obtenção do bem ou serviço. O preço, nos postos de combustíveis, sofre alteração
constante dos órgãos competentes. Essa taxação afeta os empreendedores dos postos, uma vez
que o consumidor associa o aumento de preço diretamente ao lucro da empresa. Porém, o
lucro nem sempre aumenta. Muitas vezes, para continuar com as vendas, o administrador opta
por reduzir a margem de lucro, não aumentando os preços conforme determina o mercado.
O processo de definição de preço, segue o esquema da figura 1:
Figura 1: Estabelecimento de uma política de preços
Fonte: Kotler (1998)
2.1.3 Promoção
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Churchill e Peter (2000) argumentam que “promoção de vendas é uma pressão de
marketing feita dentro e fora da mídia, aplicada em curto prazo para o consumidor, varejista
ou atacadista, com o objetivo de estimular e aumentar a demanda ou a venda de um produto”.
Assim, promoção é o aglomerado das ações e esforços de marketing para atrair os
consumidores para a organização, independente do que se comercializa, produto ou serviço.
2.1.4 Praça
Um bom produto e um preço adequado não são suficientes para assegurar vendas. É
necessária também a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos até os
compradores finais. Caso contrário, o plano de marketing será deficiente, pois os
consumidores estão acostumados e muitas vezes exigem comprar seus produtos em
locais que lhe sejam acessíveis, convenientes e disponíveis quando necessitarem. (LAS
CASAS, 2006, p. 113).
A praça é, portanto, o ambiente em que a organização está inserida, com todos os
concorrentes da empresa. Boone e Kurtz (1998) caracterizam a distribuição como sendo “o
agrupamento de várias instituições de marketing e suas estruturas de relacionamentos, com o
intuito de promover o fluxo físico e nominal dos bens e serviços do produtor até o consumidor
final ou usuário empresarial”. A praça é toda a estrutura que envolve a organização, é a
colocação da empresa no mercado. É o local onde o cliente encontra o produto e onde estão os
canais de distribuição.
2.2 Propaganda
Segundo Keller & Kotler (2006, p. 566), propaganda é “qualquer forma paga de
apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por um patrocinador
identificado”. Assim, propaganda é mais do que muitos administradores imaginam, pois ela
vai além de alguns segundos nos comerciais da televisão ou um anúncio de jornal.
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O grande erro dos gestores é entender propaganda e marketing como uma coisa única,
uma coisa só. Propaganda é uma das maneiras de se fazer marketing que é muito mais
abrangente.
Sant’Anna (2005, p. 145), aponta que “a propaganda tem o objetivo de conduzir o
consumidor pelos cinco níveis da comunicação: desconhecimento, conhecimento,
compreensão, convicção e ação”. O ciclo começa pelo nível mais baixo (desconhecimento) e
passa pelos outros, até chegar ao nível final (ação).
Com esse objetivo, compreende-se que o conceito de propaganda vai além do
comercial das mídias. Através dela, a empresa torna-se conhecida pelo cliente. através dela,
ainda, um produto ou marca pode ser fixado e lembrado pelos consumidores, impulsionando-
os a agir e consumi-lo. Isso também se aplica aos serviços, caso dos postos de combustíveis.
Para o desenvolvimento da propaganda, a figura 2 demonstra como agem os 5Ms
(Missão, Moeda, Mensagem, Mídia e Mensuração):
Figura 2: Os 5Ms da Propaganda
Fonte: KELLER; KOTLER, 2006, p.567
3 Propaganda Nos Postos De Combustíveis
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Segundo Churchill, Jr. & Peter (2000, p. 57), “a essência do marketing é o
desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de
transações destinadas a trazer benefícios para ambos”. Nas organizações, o marketing pode
ser orientado de várias maneiras. Assim, agregar valor ao cliente é uma etapa importante para
os postos de combustíveis. Combustível, segundo o Aurélio (1988) é qualquer corpo cuja
combinação química com outro seja exotérmica. Entretanto, as condições de baixo preço, a
existência na natureza ou o processo de fabricação em grande quantidade limitam o número
de combustíveis usados.
Num mercado competitivo como o dos combustíveis, é preciso estar atento ao valor
que o cliente dá ao serviço, ou seja, o que ele valoriza e o fará optar por esse ou aquele
concorrente. Assim, é preciso que o posto crie valor.
Criação de valor, para explorar uma oportunidade de valor, a empresa precisa de
competências relacionadas à criação de valor. É necessário identificar novos benefícios
para o cliente sob o ponto de vista deste, utilizar competências centrais do domínio de
sua empresa, selecionar e administrar parceiros de negócios de sua rede colaborativa.
Para desenvolver novos benefícios para o cliente, os profissionais precisam entender as
necessidades, os desejos e as preocupações do cliente; (KOTLER, 2006, p.39)
Portanto, a criação de valor é determinante para a sobrevivência no mercado, no que
diz respeito ao marketing com o cliente. Cobra e Ribeiro (2000, p. 118) afirmam que “os
clientes sabem quais são suas necessidades, mas, muitas vezes não consegue atribuir o valor
real às suas demandas, e que o modelo de valor é constituído a partir de informações obtidas
por meio de entrevistas com vários consumidores de cada segmento importante”. Além disso,
“o conhecimento do valor percebido permite ainda uma melhoria de desempenho do produto,
o que possibilita obter uma personalização do produto, ganhar novos clientes, além de uma
melhoria substancial no relacionamento com os clientes atuais”. (COBRA; RIBEIRO, 2000,
p.121)
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Uma grande oportunidade para enxergar o mercado de maneira estratégica e poder
utilizar o marketing de maneira eficiente e eficaz, é o uso da análise de SWOT. Segundo
Fagundes (2010, p. 45), o modelo da "Matriz SWOT", “surgiu na década de 1960, em
discussões na escola de administração, que começaram a focar a compatibilização entre as
"Forças" e "Fraquezas" de uma organização, sua competência distintiva, e as "Oportunidades"
e "Ameaças"”.
Oliveira (2007, p. 37) define a análise SWOT da seguinte forma:
1.Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma vantagem operacional no ambiente empresarial (onde estão os
assuntos não controláveis pela empresa).
2. Ponto Fraco é a situação inadequada da empresa – variável controlável – que lhe
proporciona uma desvantagem operacional no ambiente empresarial.
3. Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode favorecer sua
ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada, satisfatoriamente, enquanto
perdura.
4.Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculos à sua
ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que reconhecida em tempo
hábil. (OLIVEIRA, 2007, p. 37)
Portanto, a análise SWOT é uma saída eficiente para o planejamento das ações de
marketing feitas pelos postos de combustíveis, pois permitem a identificação das fraquezas e
das forças da organização, tornando as ações de marketing mais eficazes e assertivas, como
Oliveira (2007, p. 39) aponta:
[...] A elaboração inclui a identificação das oportunidades e ameaças no ambiente da
empresa e a adoção de estimativas de risco para as alternativas estabelecidas. Antes de
escolher entre essas alternativas, o executivo deve identificar e avaliar os pontos fortes e
os pontos fracos da empresa e sua capacidade real e potencial de tirar vantagens das
oportunidades percebidas no ambiente, bem como de enfrentar as ameaças. O executivo
deve considerar, também, a explicitação dos objetivos e das metas a serem alcançados
pela empresa, incluindo as maneiras de desenvolver as estratégias e ações necessárias à
concretização do processo, respeitando determinadas políticas ou orientações de
atuação. (OLIVEIRA, 2007, p. 39)
A análise de SWOT é, sem dúvida, uma grande ferramenta para que a organização
exponha de maneira clara e objetiva, as suas fraquezas a serem trabalhadas e como pode
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melhorar seu desempenho através da observação de seus concorrentes. Já o autor Ulrich,
define análise SWOT da seguinte maneira:
A análise SWOT é uma das técnicas mais utilizadas em investigação social, quer na
elaboração de diagnósticos, quer em análise organizacional ou elaboração de planos. No
entanto a sua utilização, nem sempre se traduz em contributos efetivos para os
processos, sendo que, muitas vezes, ela surge mais como um ritual ou uma tentativa
desprovida de conteúdo real, de sermos mais científicos ou técnicos nos processos de
planejamento e/ou avaliação. Na realidade, devido a sua aparente simplicidade, esta
técnica emergiu como uma das preferidas por técnicos de todas as áreas. (ULRICH,
2002, p. 212)
A análise SWOT é uma ferramenta importante, pois evidencia boas práticas exercidas
pela organização. Em contra partida, ela também expõe fraquezas a serem combatidas e
melhoradas. Para os postos combustíveis, SWOT contribui para o conhecimento amplo dos
concorrentes e do mercado, além de conhecimento da própria empresa.Porém, poucas
empresas conhecem e compreendem a eficácia de ferramenta, que é pouco explorada pelas
organizações.
Figura 3: Matriz SWOT
Fonte: Lopes (1990)
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Assim, para que os esforços de marketing tenham eficácia para os postos de
combustíveis, a análise SWOT é uma alternativa interessante, pois possibilita uma análise
estratégica do mercado, observando além do seu concorrente, a própria empresa. Num
mercado competitivo como o dos postos de combustíveis, o conhecimento de suas forças e
suas fraquezas, os coloca à frente dos seus concorrentes, como observado na figura 3.
3.1 O Mercado De Combustíveis
Apesar do elevado número de postos, o mercado brasileiro de combustíveis é, em sua
maioria, dominado por grupos ou grandes corporações. Esse mercado é regulamentado pela
ANP (Agência Nacional de Petróleo, gás natura e biocombustíveis). Atualmente, a pesquisa
“Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis” abrange os
seguintes produtos: gasolina comum, álcool etílico hidratado combustível (AEHC), óleo
diesel não aditivado, gás natural veicular (GNV) e gás liquefeito de petróleo (GLP). Estes
produtos são pesquisados 7 em 555 localidades, cerca de 10% municípios brasileiros. Com
bases nos dados coletados, a ANP calcula a dispersão de preços ao consumidor em cada
município. A metodologia adotada é uma medida de variação relativa de duas ou mais
amostras de tamanhos diferentes, calculada como a razão entre o desvio padrão do preço ao
consumidor e o preço médio praticado. Quanto menor esta razão, menor a dispersão de preços
(ANP, 2015).
Na indústria do petróleo os produtos são quase homogêneos e que esta característica
torna a competição por preço desvantajosa. Desta forma, há uma substituição por outro
padrão de concorrência baseado em publicidade e diferenciação de produtos que, por ser
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uma “non-price competition”, possibilita a manutenção de preços elevados por longos
períodos. Note que já é possível comparar a situação descrita pelos autores com a
conjuntura do mercado brasileiro pré-liberalização. (MASSON & ALVINE, 1976, p.
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Em sua maioria, os postos defendem uma marca, e o dono faz um contrato com a
mesma que garante, entre outros benefícios, o combustível de qualidade. Serebrisky (2001, p.
187) destaca as formas contratuais mais comuns no Brasil (quadro 1):
Quadro 1: Formas contratuais mais comuns no mercado brasileiro de combustíveis
Fonte: Serebrisky, 2001
Além do monopólio de grandes grupos, os postos enfrentam outro tipo de
concorrência, os chamados “Postos de bandeira branca” que são aqueles que não têm marca
definida, e não são representantes de uma grande marca. Porém, existem poucos estudos na
área, o que dificulta a compreensão do verdadeiro impacto que essas empresas causam no
mercado. Pinto & Silva (2004) estudam o surgimento das revendedoras de combustível sem
vínculo de exclusividade com nenhuma distribuidora, os chamados postos de bandeira branca.
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Marjotta-Maistro (2002) analisa e caracteriza o mercado de combustíveis nos anos de
1995 a 2000, relacionando os efeitos de mudanças em variáveis e demanda num mercado
sobre o comportamento dos agentes num mercado parcialmente liberado e conclui que, para o
período analisado, havia uma certa inércia nos movimentos de preços típica do sistema de
controle de preços, como aqueles prevalecentes na década de 1990.
3.2 Os Desafios E Perspectivas Do Mercado De Combustíveis
Cada vez mais os postos de combustíveis têm tentado se diferenciar de seus
concorrentes. Esse mercado segue em franco crescimento, o que se deve, em parte deve-se às
vendas de automóveis, que cresceram muito nos últimos anos no Brasil (figura 4).
Figura 4: Histórico de vendas de combustíveis no Brasil
Fonte: ABIP (2015)
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A figura 4 apresenta o histórico de vendas, que cresceu de 79,1 bilhões de litros de
2005 para 133 em 2014. Esse crescimento aponta o potencial que esse mercado tem, mesmo
com a concorrência acirrada existe.
Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e
Lubrificantes (SINDICOM), ao final de 2014, o país computava um total de 39.993 postos de
serviço. Destes, 56,1%, ou 22.447 postos, ostentavam as bandeiras das associadas do
Sindicom. Esse percentual era de 53,8% em 2013, reflexo do investimento em
embandeiramentos e fusões e aquisições de redes menores por parte das filiadas do Sindicom.
Os postos não vinculados a qualquer marca, chamados “bandeira branca”, respondem por
34,7% do restante dos postos de serviço, enquanto aqueles pertencentes a outras bandeiras
representam 9,2% do total. A venda média mensal por posto cresceu 3,8% de 2013 para 2014,
atingindo 194 m3 /mês por posto em 2014 (figura 6).
Figura 5: Histórico de vendas do mercado revendedor
Fonte: SINDICOM (2015)
4 Área De Estudo
O Posto X situa-se na Avenida Santa Tereza, número XX, Centro, Redenção – PA. O
atual proprietário, adquiriu a empresa em 2002. Ele já trabalhava no ramo de postos de
combustíveis e enxergou um potencial de crescimento econômico muito bom naquele local.
Trata-se de uma avenida importante para a cidade, com intenso tráfego de veículos.
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Hoje, o Posto X conta com 13 colaboradores e tem crescido a cada dia. Os desafios
acompanharam o novo proprietário desde sempre. Mas este soube lidar com todas as
adversidades e se mantém como empresário respeitado no ramo de combustíveis na cidade de
Redenção. Os principais desafios surgidos ao longo dos anos foi o aumento significativo da
concorrência e a administração dos custos.
O posto tem uma bandeira e uma importante distribuidora de combustíveis. Dessa
forma, as ações de marketing são definidas pela distribuidora, como propagandas, brindes e
promoções. Essas promoções são realizadas de maneira abrangente, para todos os postos de
mesma bandeira, para o Brasil inteiro. Isso não impede que o posto X realize suas próprias
ações. As ações feitas pelo posto são promoções de redução de preço por tempo determinado,
um dia de descontos no preço das bombas, e o sorteio de brindes em datas comemorativas.
Essas ações têm bons resultados. O objetivo é a maximização das vendas. Além disso,
a marca do posto X é divulgada com frequência através de jornais locais impressos, outdoor
na entrada da cidade e dentro da mesma e propagandas na televisão. É importante destacar,
ainda, o patrocínio a eventos religiosos e de grande expressão que atingem grande número de
pessoas como shows, palestras e eventos esportivos.
4.1 Levantamento Bibliográfico E De Dados
Em busca de um maior conhecimento na área financeira, foram utilizados livros e
artigos de autores renomados e estudiosos do tema. Esses livros nortearam todo o trabalho e
foram decisivos para o sucesso e para a conclusão do mesmo. Os dados do Posto X foram
coletados in loco, com o auxílio dos profissionais da empresa responsáveis pelo controle
financeiro.
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5 Considerações Finais
O mercado está cada vez mais competitivo. É certo que em todos os setores, sejam de
serviços ou produtos, empresas de grande ou pequeno porte, a situação é a mesma. A
concorrência é grande e os esforços empregados para atender os clientes são praticamente os
mesmos: tecnologia, capital, matéria prima, produção, técnicas, entre outros.
Esse cenário desafiador, torna-se mais acirrado para os postos de combustíveis. Os
produtos oferecidos aos clientes são os mesmos dos concorrentes. Os preços variam pouco,
pois existe uma margem curta para manobrar, pois existe fiscalização por parte de órgãos
competentes que fiscalizam o valor cobrado pelos combustíveis.
Logo, o grande desafio para os postos é atrair clientes e conseguir conquista-los para
que a empresa tenha sucesso. Nesse sentido, o Marketing atua como ferramenta fundamental
para que os postos se destaquem no mercado. Os consumidores precisam ser atraídos pelos
postos, para que a concorrência não seja uma opção, seja essa escolha influenciada por preço
ou pelo atendimento, por exemplo.
Se pensa-se em outros produtos, que têm concorrentes ao lado nas prateleiras dos
supermercados, eles usam o Marketing para destacar-se. Isso impulsiona a compra do
consumidor, que escolhe determinada marca sem nem mesmo compreender porque o fez.
Muitas vezes, as propagandas são tão eficazes que esse é o sentimento despertado: a compra
por impulso.
Esse sentimento, de impulsividade, além do conhecimento da marca e bandeira, são os
objetivos do Marketing nos postos de combustíveis. Seja com uma promoção com brindes,
cupons de descontos, ou programas de fidelidade com benefícios exclusivos para os
associados, os consumidores podem ser atraídos mesmo com a concorrência muito equiparada
em preço e produto. Claro que os compostos de marketing devem ser levados em conta, assim
como a qualidade no atendimento. Mas, para que tudo isso aconteça, é preciso atrair o
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consumidor e fazer com que este enxergue o posto como a única ou melhor opção dentre as
tantas oferecidas pelo mercado. Segundo Gianesi & Corrêa (1994, p. 25), o serviço é definido
como aquela atividade que é gerada no momento do uso, junto ao cliente e não pode ser
estocada, isso envolve o atendimento feito pelos profissionais nos postos. Segundo Rezende
(2002, p. 101), a qualidade nos serviços deve ser a meta principal de toda a organização, bem
como sua mais importante estratégia de marketing.
Portanto, o investimento em marketing é uma opção assertiva para os postos de
combustíveis, para que se destaquem dos demais concorrentes no mercado, atraia clientes e
amplie sua margem de lucro. Baseando-se nas pesquisas realizadas neste artigo, é importante
investir em Marketing para que os postos de combustíveis destaquem-se dos concorrentes.
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