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Marina Garcia de Souza Borges COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE BELO HORIZONTE Belo Horizonte 2009 Trabalho apresentado à Universidade Federal de Minas Gerais – Faculdade de Medicina, para obtenção do Título de Graduação em Fonoaudiologia.

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Marina Garcia de Souza Borges

COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS

E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE BELO HORIZONTE

Belo Horizonte

2009

Trabalho apresentado à Universidade

Federal de Minas Gerais – Faculdade

de Medicina, para obtenção do Título

de Graduação em Fonoaudiologia.

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Marina Garcia de Souza Borges

COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS

E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE BELO HORIZONTE

Belo Horizonte

2009

Trabalho apresentado à Universidade

Federal de Minas Gerais – Faculdade

de Medicina, para obtenção do Título

de Graduação em Fonoaudiologia.

Orientadora: Fonoaudióloga Patrícia

Cotta Mancini

Mestre em Linguística

Co-Orientadora: Fonoaudióloga Érica

de Araújo B. Couto

Mestre em Educação Especial

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Borges, Marina Garcia de Souza Comparação do equilíbrio funcional de idosas institucionalizadas e não-institucionalizadas da cidade de Belo Horizonte. / Marina Garcia de Souza Borges. -- Belo Horizonte, 2009. xiii, 71f. Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Curso de Fonoaudiologia. Título em inglês: Comparison of functional balance in institutionalized and non-institutionalized seniors in the city of Belo Horizonte 1. Idoso. 2. Avaliação. 3. Tontura.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA

Chefe de Departamento: Profª. Andréa Rodrigues Motta

Coordenadora do Curso de Graduação: Profª. Letícia Caldas Teixeira

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Marina Garcia de Souza Borges

COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS INSTITUCIONALIZADAS

E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE BELO HORIZONTE

Presidente da banca: Prof.(a).Dr.(a)

BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Edgar Nunes de Moraes – Médico Geriatra, Doutor

em Medicina Tropical

Aprovada em: _____/_____/_____

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Dedicatória

Ao meu avô, minha bisavó e minhas avós, por terem me ensinado a amar a

convivência e o trabalho com o idoso.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus e a Mãe Auxiliadora pela força e proteção para que eu superasse as

adversidades ao longo do caminho e encontrasse coragem para seguir adiante.

À minha mãe por sua presença constante ao meu lado e seu amor incondicional.

Ao meu pai pelo exemplo de dedicação ao trabalho.

Às minhas avós pelo carinho e pela torcida.

Ao Matheus por seu companheirismo e sua paciência em meus momentos de

ausência.

À Patrícia pelo apoio constante, disponibilidade e pelo exemplo de profissional e

professora.

À Érica por todo auxilio e incentivo e por partilhar comigo do mesmo carinho pela

população idosa.

À Liliane pela prontidão em ajudar e por permitir a realização do estudo na Instituição

Lar do Ancião Cidade Ozanan.

A todas as idosas que participaram desta pesquisa por sua boa vontade.

A todos os amigos desta longa caminhada, tão presentes nos momentos de risos,

lágrimas, ansiedade e superação.

E a todos que, de alguma forma, foram decisivos para que eu chegasse até aqui, muito

obrigada!

Valeu muito à pena!

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Sumário

Dedicatória......................................................................................................................v

Agradecimentos.............................................................................................................vi

Listas..............................................................................................................................ix

Resumo.........................................................................................................................xiii

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................1

1.1 Objetivos...................................................................................................................2

2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................................3

2.1 Equilíbrio no idoso...................................................................................................3

2.2 Risco de quedas na população idosa....................................................................4

2.3 Instrumentos para avaliar o equilíbrio...................................................................5

2.3.1 Questionário de Handicap para Tontura.............................................................5

2.3.2 Escala do Equilíbrio de Berg................................................................................6

2.4 Mini Exame do Estado Mental.................................................................................8

2.5 Alterações emocionais no idoso............................................................................9

2.5.1 Depressão no idoso..............................................................................................9

2.5.2 Depressão no idoso e suas correlações com alterações do equilíbrio...........9

2.5.3 Instrumentos para avaliar a depressão no idoso.............................................10

2.6 Idosos institucionalizados.....................................................................................10

3 MÉTODOS...................................................................................................................12

3.1 Idosas Institucionalizadas.....................................................................................12

3.2 Idosas Não-Institucionalizadas.............................................................................14

3.3 Análises estatísticas..............................................................................................15

4 RESULTADOS............................................................................................................16

4.1 Variável Idade.........................................................................................................16

4.2 Variável Mini Exame do Estado Mental (MEEM)..................................................19

4.3 Variável Questionário de Handicap para Tontura (QHT)....................................22

4.4 Variável Escala do Equilíbrio de Berg (EEB).......................................................27

4.4 Variável Escala de Depressão Geriátrica.............................................................30

5 DISCUSSÃO...............................................................................................................32

6 CONCLUSÕES...........................................................................................................37

7 ANEXOS.....................................................................................................................38

8 REFERÊNCIAS...........................................................................................................49

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Abstract

Bibliografia Consultada

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Lista de figuras

Figura 1. Histograma da variável Idade para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................16

Figura 2. Box plot da variável Idade para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................17

Figura 3. Histograma da variável Idade para as idosas institucionalizadas..............17

Figura 4. Histograma da variável Idade para as idosas não-institucionalizadas.......17

Figura 5. Box plot da variável Idade para as idosas incluídas na pesquisa divididas

por não-institucionalizadas e institucionalizadas............................................................18

Figura 6. Histograma da variável MEEM para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................19

Figura 7. Box plot da variável MEEM para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................19

Figura 8. Histograma da variável MEEM para as idosas institucionalizadas.............20

Figura 9. Histograma da variável MEEM para as idosas não-institucionalizadas.....20

Figura 10. Box plot da variável MEEM para as idosas incluídas na pesquisa divididas

por não-institucionalizadas e institucionalizadas............................................................20

Figura 11. Histograma da variável QHT_TOTAL para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................22

Figura 12. Box plot da variável QHT_TOTAL para todas as idosas incluídas na

pesquisa.........................................................................................................................23

Figura 13. Box plot da variável QHT_TOTAL para as idosas incluídas na pesquisa

divididas por não-institucionalizadas e institucionalizadas............................................23

Figura 14. Box plot das variáveis de frequência FI/QHT_TOTAL, FU/QHT_TOTAL e

EM/QHT_TOTAL para todas as idosas..........................................................................24

Figura 15. Descrição das pontuações do QHT_FI, QHT_FU e QHT_EM das idosas

incluídas na pesquisa divididas por não-institucionalizadas e

institucionalizadas...........................................................................................................25

Figura 16. Descrição da média de pontuação das idosas em cada questão da variável

QHT-TOTAL...................................................................................................................26

Figura 17. Histograma da variável EEB para todas as idosas incluídas na pesquisa.27

Figura 18. Box plot da variável EEB para todas as idosas incluídas na pesquisa.....27

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x

Figura 19. Box plot da variável EEB para as idosas divididas por não-

institucionalizadas e institucionalizadas.........................................................................28

Figura 20. Descrição da média de pontuação cada questão da variável Escala do

Equilíbrio de Berg para as idosas divididas por não-institucionalizadas e

institucionalizadas..........................................................................................................29

Figura 21. Box plot da variável de escore de Depressão total para todas as idosas

incluídas na pesquisa.....................................................................................................31

Figura 22. Box plot da variável Depressão Total para as idosas divididas por não-

institucionalizadas e institucionalizadas.........................................................................31

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Lista de tabelas

Tabela 1. Medidas descritivas da variável Idade na pesquisa...................................16

Tabela 2. Medidas descritivas da variável MEEM na pesquisa................................19

Tabela 3. P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do MEEM

entre idosas dos dois grupos..........................................................................................21

Tabela 4. Prevalência de tontura para idosas institucionalizadas e não-

institucionalizadas...........................................................................................................22

Tabela 5. Medidas descritivas da variável QHT_TOTAL na pesquisa......................22

Tabela 6. P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do

QHT_TOTAL entre idosas dos dois grupos....................................................................23

Tabela 7. Descritivas das informações da variável QHT divididas por QHT_FI,

QHT_FU e QHT_EM para todas as idosas....................................................................24

Tabela 8. Descritivas das informações de QHT_FI, QHT_FU e QHT_EM das idosas

incluídas na pesquisa divididas por não-institucionalizadas e

institucionalizadas...........................................................................................................25

Tabela 9. P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do

QHT_FI, QHT_FU e QHT_EM entre idosas dos dois grupos.........................................26

Tabela 10. Medidas descritivas da variável EEB na pesquisa....................................27

Tabela 11. P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do EEB

entre idosas dos dois grupos..........................................................................................28

Tabela 12. Descrição da prevalência de quedas entre as idosas institucionalizadas e

não-institucionalizadas de acordo com a variável EEB..................................................28

Tabela 13. Descrição da pontuação média para as todas as idosas e divididas por

não-institucionalizadas e institucionalizadas nas questões da variável EEB.................29

Tabela 14. Medidas descritivas da variável Depressão na pesquisa........................30

Tabela 15. P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios de

Depressão entre as idosas institucionalizadas e não-institucionalizadas......................30

Tabela 16. Tabela descritiva de associação entre as variáveis de escore de

Depressão e institucionalização ou não de idosas, com p-valor do respectivo teste.....30

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Lista de abreviaturas e símbolos

Inst.: institucionalizada

MEEM: Mini Exame do Estado Mental

QHT_TOTAL: Nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura QHT_FI: aspecto físico do Questionário de Handicap para Tontura QHT_FU: aspecto funcional do Questionário de Handicap para Tontura QHT_EM: aspecto emocional do Questionário de Handicap para Tontura FI / QHT_TOTAL: razão entre nota de aspecto físico e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura FU / QHT_TOTAL: razão entre aspecto funcional e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura

EM / QHT_TOTAL: razão entre aspecto emocional e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura

EEB: Escala do Equilíbrio de Berg EEB_TOTAL: Nota total atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg GDS-15: Escala de Depressão Geriátrica em sua versão com 15 questões DEP: variável depressão

D.P.: desvio-padrão

CV Pearson: Coeficiente de variabilidade de Pearson P: Valor de significância estatística

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Resumo

Objetivo: Avaliar o equilíbrio funcional de idosas institucionalizadas e não-institucionalizadas da cidade de Belo Horizonte, indicando a existência do risco de quedas e pesquisando as correlações com o estado cognitivo e a tendência à depressão. Métodos: Esta pesquisa e sua emenda foram aprovadas no Coep/UFMG e trata-se um estudo transversal. Foram avaliadas 56 idosas, sendo 28 residentes na Instituição Lar do Ancião Cidade Ozanan e 28 idosas não-institucionalizadas, selecionadas por amostra de conveniência. Foram coletados nos prontuários ou realizados com todas as idosas o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), a Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) e a Escala do Equilíbrio de Berg. As idosas que relataram o sintoma de tontura foram avaliadas, também, pelo Questionário de Handicap para Tontura (QHT). Os resultados passaram por análise estatística, e adotou-se um nível de significância de 5%. Resultados: A média de idade do grupo de idosas institucionalizadas foi ligeiramente superior à média das não-institucionalizadas. Os resultados do MEEM indicaram uma menor preservação dos aspectos cognitivos entre as idosas institucionalizadas. Um número maior de idosas não-institucionalizadas relatou ter sua qualidade de vida alterada devido à queixa de tontura, sendo que a média encontrada no QHT deste grupo foi superior à encontrada nas idosas institucionalizadas. Na avaliação do equilíbrio funcional observou-se que as idosas institucionalizadas tiveram uma pontuação média inferior à das não-institucionalizadas, sendo que também apresentaram uma maior tendência a quedas. Pode-se verificar também que as idosas institucionalizadas apresentam uma maior tendência a depressão. Conclusões: As idosas institucionalizadas apresentam resultados piores que às idosas não-institucionalizadas nas avaliações dos aspectos cognitivos, avaliação funcional do equilíbrio e verificação de tendência a quedas, e na avaliação da tendência a depressão, o que indica ser este um grupo que merece mais atenção em relação às variáveis estudadas.

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1 INTRODUÇÃO

Os indivíduos idosos são foco de muitos estudos na atualidade, uma vez que a

expectativa de vida da população mundial vem crescendo de forma determinante. Em

escala mundial, a estimativa para o período de 2005 a 2010 era de 67,2 anos. Já para

o período de 2045 a 2050, a ONU estima uma média de vida de 75,40 anos. No Brasil,

as melhorias nas condições de vida da população e os avanços da medicina, geraram

um aumento significativo na esperança de vida ao nascer, sendo que, segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa é de que, em 2050,

seja alcançado o patamar de 81,29 anos, em média (IBGE, 2008).

As alterações do equilíbrio e a queixa de tontura são frequentes na população

idosa e alguns autores relatam que a tontura oriunda de causas multifatoriais deve ser

tratada como uma síndrome geriátrica (Salles et al., 2003), e que esta pode gerar graus

variados de dependência e estar associada à ansiedade, sintomas de depressão e

comprometimento cognitivo (Gufoni et al., 2005).

Na literatura, vários trabalhos abordam as modificações corporais decorrentes do

aumento da idade, o perfil otoneurológico e as complicações causadas por alterações

no equilíbrio em pacientes idosos (Ganança, Caovilla, 1998; Derebery, 1999; Bittar et

al., 2002; Simoceli et al., 2003; Mota et al., 2006; Gazzola et al., 2006). As relações

entre os distúrbios do equilíbrio e a depressão em idosos também são temas de

pesquisas (Rubenstein, Josephson, 2002; Grunfeld et al., 2003; Moreland et al., 2003).

Embora escassos na literatura, os estudos com idosos residentes em instituições

de longa permanência apresentam enorme relevância para subsidiar o conhecimento

acerca de como processo de envelhecimento se dá nesses locais, das principais

alterações que ocorrem com o idoso institucionalizado, das demandas para promoção

de saúde e tratamentos para esta população, e ainda da possibilidade de alterações

devido ao fator institucionalização.

Portanto, este trabalho tem o objetivo de avaliar o equilíbrio funcional do idoso

institucionalizado e não-institucionalizado sob a visão da fonoaudiologia, relacionando-

o ao estado cognitivo e à depressão.

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1.1 Objetivos:

1.1.1 Objetivo Geral

1. Avaliar o equilíbrio funcional de idosas da cidade de Belo Horizonte não-

residentes e residentes em instituições de longa permanência

1.1.2 Objetivos Específicos

1. Verificar a capacidade cognitiva das idosas institucionalizadas e não-

institucionalizadas;

2. Definir um perfil do equilíbrio funcional de idosas institucionalizadas e não-

institucionalizadas;

3. Avaliar e comparar o risco de queda em idosas institucionalizadas e não-

institucionalizadas;

4. Avaliar os aspectos físicos, funcionais e emocionais que podem estar alterados

em indivíduos idosos devido às disfunções do equilíbrio;

5. Pesquisar a tendência à depressão na população avaliada.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Equilíbrio no idoso

Existem estudos que indicam que, em torno de 20% das pessoas com mais de 60

anos tem comprometimento de suas atividades de vida diárias devido à tontura

(Derebery, 1999). São citadas como causas dos problemas do equilíbrio no indivíduo

idoso alterações senis como: o envelhecimento do sistema nervoso central, a perda da

plasticidade neuronal, o desgaste e a alteração na integração das vias visuais, o

desgaste natural das vias proprioceptivas devido à deficiência de informação dos

receptores periféricos e alterações histológicas nas células ciliadas sensitivas (Bittar et.

al., 2002).

A diferenciação entre os sintomas de vertigem, pré-sincope, desequilíbrio e

vertigem não-específica é citada como imprescindível e deve ser feita no momento do

diagnóstico, numa tentativa de se auxiliar na determinação da etiologia que causa a

alteração do equilíbrio. É importante determinar, também, a relação entre vertigem,

posição e movimentação corporal, para possibilitar a identificação do que piora,

melhora ou causa a mesma (Eaton, Roland, 2003).

Estudos indicam que o paciente idoso com alteração do equilíbrio apresenta mais

de uma etiologia relacionada a seu problema (Simoceli et al., 2003) e que queixas

conjuntas de tontura, zumbido e dificuldade auditiva ocorrem prioritariamente em

indivíduos idosos que não apresentam uma vida ativa, em detrimento daqueles que

realizam atividades diversas (Ruwer et al., 2005).

Em um estudo foi constatado que labirintopatias metabólica e vascular são as

vestibulopatias mais frequentes em idosos, e a síndrome periférica deficitária unilateral

é o resultado de maior ocorrência nesta mesma população. A tontura é considerada

uma condição crônica e a associação entre vestibulopatias é comum na população

idosa (Gazzola et al., 2006a). O equilíbrio funcional em idosos vestibulopatas crônicos

torna-se mais comprometido devido a fatores tais como o avançar da idade, o aumento

do número de doenças, a polifarmacoterapia, as quedas recorrentes, a tendência a

quedas, a existência de vestibulopatia central, a tontura diária e o comprometimento da

mobilidade e da marcha (Gazzola et al., 2006b).

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4

2.2 Risco de quedas na população idosa

Uma parte significativa da ocorrência de quedas em idosos é devido a uma

conjunção de fatores que envolvem as alterações no organismo que surgem em

decorrência do envelhecimento, a existência de patologias, o uso de mais de um

medicamento concomitante, as interações com o ambiente no qual o idoso se encontra,

ou pelo qual se desloca, e a utilização por ele de calçados inadequados (Rubenstein et

al., 2001).

A depressão é, também, um fator predisponente à queda em idosos bastante

conhecido (Moreland et al., 2003).

Duzentos e quatro idosos foram questionados sobre as consequência de seu

último episódio de quedas e relataram a ocorrência de danos físicos (68,1%), ferimento

grave (5,9%), uso de serviços de saúde (23,5%), necessidade de realização de

tratamento (17,2%) e diminuição da capacidade funcional (35,3%), social (16,7%) e das

atividades físicas (15,2%). No sexo feminino, o maior uso de medicação, a presença de

sintomas depressivos foram indicados como sendo os fatores de risco para o declínio

funcional dos indivíduos após a queda (Stel et. al, 2004).

Em estudo realizado com 30 idosos residentes em instituição de longa

permanência utilizando o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) para avaliar função

cognitiva, a Escala de Depressão Geriátrica (EDG) para determinar o estado de

depressão, e a Escala do Equilíbrio de Berg e o protocolo Get Up and Go Test para

avaliar o equilíbrio, foi verificada uma correlação significativa entre todos os

parâmetros, indicando que a insuficiência da função cognitiva, as alterações do

equilíbrio e das habilidades de mobilidade e a presença da depressão aumentam o

risco da ocorrência de quedas na população idosa (Kose et al., 2005).

A ocorrência de quedas pode ser considerada um problema de saúde pública

devido à sua alta frequência nos idosos e às comorbidades que podem vir associadas,

gerando custo econômico para a família e a sociedade, culminando em quadros de

dependência e, até mesmo, provocando a necessidade de institucionalização (Teixeira

et al., 2006).

O medo de quedas e a tendência às mesmas são referidos pela maioria dos

idosos com vestibulopatia crônica. A queda é citada como sendo mais frequente pela

manhã, fora do domicílio e durante a deambulação. A direção propulsiva é referida por

grande parte dos idosos avaliados, e o relato das causas mais comuns para as quedas

apontam a vertigem e o tropeço (Ganança et al., 2006).

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Um estudo relata que a prevalência da ocorrência de quedas entre os idosos

institucionalizados na cidade de Rio Grande – RS foi de 38,3%. Do número total de

indivíduos do estudo que sofreram queda, 27,5% tiveram alguma fratura em

decorrência desta (Gonçalves et al., 2008).

Outros autores discutem a possibilidade de que idosos institucionalizados tenham

maior risco para quedas que idosos não-institucionalizados, uma vez que realizam um

número pequeno de atividade física ao longo de seu dia-a-dia, agravando o ciclo de

envelhecimento, apresentam menor capacidade funcional e sedentarismo (Menezes,

Bachion, 2008).

Estudos recentes mostraram que idosos com histórico de quedas apresentaram

comprometimento na avaliação do equilíbrio funcional, constatado por meio da

utilização da Escala do Equilíbrio de Berg e o Timed Up and Go Test, em relação

àqueles sem ocorrência prévia de quedas (Gonçalves et al., 2009).

Um estudo internacional que acompanhou idosos ao longo de 12 meses,

encontrou associação entre o aumento da taxa de quedas e a diminuição da pontuação

no Mini Exame do Estado Mental (MEEM), indicando que déficits cognitivos sutis

podem influenciar no risco de quedas (Gleason et al., 2009).

2.3 Instrumentos para avaliar o equilíbrio

2.3.1 Questionário de Handicap para Tontura

O Dizziness Handicap Inventory (DHI) foi proposto com o objetivo de avaliar a

autopercepção dos efeitos incapacitantes causados pela tontura na qualidade de vida

nos aspectos físicos, funcionais e emocionais dos pacientes (Jacobson, Newman,

1990).

Ele é composto por 25 questões, que são feitas uma a uma ao paciente, sendo

que as questões 01, 04, 08, 11, 13, 17 e 25 avaliam o aspecto físico, as questões 02,

09, 10, 15, 18, 20, 21, 22 e 23 avaliam o aspecto emocional e as questões 03, 05, 06,

07, 12, 14, 16, 19 e 24 avaliam o aspecto funcional. A pontuação varia de acordo com a

resposta do paciente: respostas “sim” tem o valor de 4 pontos, respostas “às vezes”

tem o valor de 2 pontos e as respostas “não” não são pontuadas (zero ponto). A

pontuação varia de zero a 100 pontos, sendo que quanto mais próxima de 100, maior o

impacto da qualidade de vida provocado pela tontura. A pontuação total é calculada,

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6

bem como as pontuações referentes às questões que se remetem aos aspectos físico,

funcional e emocional separadamente (Ganança et al., 2004).

A adaptação cultural do questionário para o português brasileiro foi realizada com

a aplicação em 250 pacientes que apresentavam síndrome vestibular crônica, a fim de

avaliar o impacto da tontura na qualidade de vida. Dentre o grupo, os indivíduos mais

velhos tiveram os aspectos funcionais como os mais comprometidos. O DHI brasileiro

passou a ser chamado de Questionário de Handicap para Tontura (QHT), e vem sendo

aplicado como um instrumento que permite a avaliação do prejuízo causado pela

tontura na qualidade de vida dos pacientes vestibulopatas e, também como forma de

acompanhamento da evolução clinica para que se verifique o efeito terapêutico obtido

(Castro et al., 2007).

Em estudo com uma população de oito idosos, o QHT foi aplicado no período que

antecede a reabilitação vestibular e após o término desta. Foi encontrado na avaliação

antes da reabilitação, uma média do resultado total do grupo de 21, 75 pontos, sendo o

aspecto físico o mais alterado com 9,25 pontos, seguido do aspecto funcional com 7,00

pontos e do aspecto emocional com 5,50 pontos. Na aplicação realizada após a

reabilitação vestibular, houve uma redução da média total do grupo para 6,50 pontos,

contudo o aspecto físico manteve-se como sendo o mais alterado, com 3,50 pontos. O

QHT demonstra ser um instrumento eficiente para indicar melhorias na qualidade de

vida como um todo, especialmente nos aspectos físicos, funcionais e emocionais

(Zanardini et al., 2007).

2.3.2 Escala do Equilíbrio de Berg

A Berg Balance Scale está sendo bastante utilizada em ambientes clínicos e de

pesquisa (Berg et al., 1992a; Oliveira et al., 2006; Gazzola et al., 2006; Souza et al.,

2008; Gonçalves et al., 2009), uma vez que foi desenvolvida para avaliar o equilíbrio

funcional do idoso (Berg et al., 1992b).

A pontuação de corte de 45 pontos foi estabelecida como o limite para a

predição do risco de quedas (Thorbahn, Newton, 1996).

Em estudo realizado para descrever habilidades de equilíbrio em 251 indivíduos

idosos, a Berg Balance Scale foi utilizada, juntamente com o Timed Up and Go Test e a

Reach in Four Directions Test, sendo que sua média para o grupo formado por todos

os indivíduos da pesquisa foi de 53 pontos (Newton, 1997).

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7

A escala foi também adaptada para o português brasileiro e sua utilidade para a

avaliação do equilíbrio funcional foi confirmada em estudos de investigação e na prática

clínica, tornando-se um instrumento muito útil para a reabilitação de indivíduos

brasileiros com perturbações do equilíbrio, passando então a ser chamada no Brasil de

Escala do Equilíbrio de Berg (Miyamoto et al., 2004).

A Escala do Equilíbrio de Berg foi utilizada também com o Multi-Direcional Reach

Test e os Activitiesspecific Balance Confidence Scale, para quantificar o equilíbrio de

idosos residentes em instituição de longa permanência nos Estados Unidos. O

resultado observado foi de um valor médio de 41,3 pontos para o grupo formado por

vinte e seis idosos (Holbein-Jenny et al., 2005).

A escala é composta por 14 tarefas, cada uma categorizada em uma escala de

cinco pontos, que varia de zero, quando o paciente é incapaz de realizar a tarefa

proposta, a quatro, quando este a realiza de forma independente, sendo baseada na

qualidade do desempenho, necessidade de assistência e no tempo para completar a

tarefa. As pontuações das 14 tarefas são somadas em uma pontuação total que varia

entre 0 a 56 pontos, sendo quanto maior a pontuação, melhor o desempenho nas

tarefas (Gazzola et al., 2006).

Em um estudo internacional, o desempenho de 268 adultos acima de 65 anos foi

avaliado pela Escala do Equilíbrio de Berg, o Timed Up and Go Test e pela velocidade

de marcha usual. Foi também objetivo do estudo identificar os itens mais difíceis da

Escala do Equilíbrio de Berg para as pessoas idosas, sendo observado que, dentre

todos, o item 13 e o item 14 foram considerados como os mais difíceis de serem

realizados por esta população (Wang et al., 2006).

Um grupo de 45 idosos residentes em três instituições de longa permanência foi

avaliado com o objetivo de investigar os testes absolutos e relativos intra-reteste dos

dados obtidos com a Escala do Equilíbrio de Berg quando esta é usada entre os idosos

que são dependentes nas atividades da vida diária e que vivem em centros de

acolhimento residencial. A média da pontuação no Mini Exame do Estado Mental

(MEEM) encontrada nesta população foi de 17,5 pontos e a pontuação média na

Escala do Equilíbrio de Berg foi de 30,1 pontos para o teste e de 30,6 pontos para o re-

teste (Conradsson et al., 2007).

Em estudo comparativo entre a Escala do Equilíbrio de Berg e outras escalas que

também abordam o risco de quedas em idosos, esta mostrou enfocar uma maior

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abordagem no controle motor, avaliando principalmente o equilíbrio estático e

dinâmico, além das transferências e atividades de vida diária (Rodini et al., 2008).

A Escala do Equilíbrio de Berg também vem sendo amplamente utilizada em

artigos internacionais para demonstrar melhora do equilíbrio funcional e redução do

risco de quedas em idosos após reabilitação vestibular ou após exercícios direcionados

para o equilíbrio (Rose, Clark, 2000; Baum et al., 2003; Sihvonen et al., 2004).

2.4 Mini Exame do Estado Mental

O Mini-Mental Status Examination (MMSE) foi criado com o objetivo de detectar

a existência de possíveis déficits cognitivos em populações de risco, tais como os

idosos, sendo um protocolo que avalia orientação temporal, orientação espacial,

capacidade de retenção de novas informações, memória, cálculo verbal, linguagem

oral, reconhecimento de escrita, relação visuo-espacial e reconhecimento de ordens

por meio de tarefas de simples, cuja pontuação varia de 0 a 30 pontos (Folstein et al.,

1975).

No Brasil, a padronização deste foi realizada por meio de sua aplicação em um

grupo de 530 indivíduos, divididos por idade e escolaridade, sendo adotados os

resultados de 13 pontos para analfabetos, 18 pontos para escolaridade baixa e média e

26 pontos para alta escolaridade (Bertolucci et al., 1994).

Com a padronização para a população brasileira, o protocolo passou a ser

chamado de Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), sendo amplamente utilizado em

pesquisas como uma escala para auxiliar no diagnóstico de demências, e cujo nível de

escolaridade do indivíduo mostrou-se relevante para seus resultados (Almeida, 1998).

O MEEM foi utilizado, também, para caracterizar a preservação dos aspectos

cognitivos de populações ambulatoriais especificas (Lourenço, Veras, 2006), e de

idosos institucionalizados, sendo encontrado em um estudo, um escore médio de 13

pontos em uma população formada por 115 idosos residentes em três instituições de

longa permanência na cidade de Presidente Prudente (Converso, Iartelli, 2007).

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2.5 Alterações emocionais no idoso

2.5.1 Depressão no idoso

A depressão é um problema comum nos indivíduos idosos, principalmente nos

quais existem outras doenças clínicas associadas, causando sofrimento emocional e

queda na qualidade de vida (Blazer et al., 1991).

Em estudo realizado com 1000 pacientes, cujo objetivo era avaliar a prevalência

de depressão e transtornos cognitivos na população idosa da Estônia, sendo utilizando

o MEEM e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG), verificou-se que os sintomas

depressivos foram encontrados em 40,3% desta população e o déficit cognitivo estava

presente em 22,5% dos idosos, indicando alta prevalência dos quadros de depressão e

alterações cognitivas na população acima de 65 anos neste país (Saks et al., 2001).

No idoso, a depressão vem sendo caracterizada como uma alteração que

envolve inúmeros aspectos. Quando seu início é tardio, ela associa-se frequentemente

a doenças gerais e alterações estruturais e funcionais no cérebro. Se não for tratada,

poderá aumentar o risco de morbidade clínica e de mortalidade (Stella et al., 2002).

Deficiências, o estado da saúde física, o suporte social, fatores sócio-

econômicos, e o local de controle da saúde podem ser considerados fatores preditores

de tendência à depressão na população idosa (Harris et al., 2003).

2.5.2 Depressão no idoso e suas correlações com alterações do equilíbrio

A depressão pode se relacionar com as alterações do equilíbrio, sendo que as

consequências psicossomáticas de vertigens causadas por alterações vestibulares

podem incluir angústia, ansiedade e ataques de pânico, medo de sair sozinho,

interferência em atividades diárias, sentimentos de estar fora de realidade e depressão

(Tinetti et al., 2000).

A depressão é descrita na literatura como um dos fatores que predispõe o idoso a

quedas, gerando uma probabilidade 2,2 vezes maior da ocorrência de quedas nos

idosos por ela acometidos do que para os que não têm essa patologia (Rubenstein,

Josephson, 2002).

A associação da ansiedade e da depressão aos distúrbios otoneurológicos

também foi apontada em estudo com um grupo de 91 pacientes com disfunções

labirínticas e vestibulares (Grunfeld et al., 2003).

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2.5.3 Instrumentos para avaliar a depressão no idoso

A Geriatric Depression Scale (GDS) foi criada no intuito de auxiliar na detecção de

depressão no idoso (Yesavage et al., 1983). Para sua versão reduzida, a GDS-15, o

ponto de corte de 5/6 (não caso/caso), mostra-se efetivo no diagnóstico de episódio

depressivo maior, no qual escores inferiores a 5 são considerados normais, de 5 a 10

indicam depressão leve a moderada e acima de 10, depressão grave (Yesavage et al.,

1983) em acordo com a ICD-10 (World Health Organization, 1993).

No Brasil, as versões GDS-10 e GDS-15 da escala foram adaptadas e validadas

sendo consideradas úteis clinicamente para a detecção de casos de depressão no

idoso, em níveis variados, e para a realização de monitoramento da gravidade dos

sintomas com o passar do tempo (Almeida, Almeida, 1999a). A versão GDS-15 é

composta por 15 itens de resposta “sim” ou “não” que devem ser feitas ao paciente.

Nas questões 01, 05, 07,11 e 13 cada resposta “sim” vale 1 ponto e nas questões 02,

03, 04, 06, 08, 09, 10, 12, 14 e 15 cada resposta “não” vale 1 ponto. (Almeida, Almeida,

1999b).

A escala passou a ser chamada Escala de Depressão Geriátrica no Brasil, sendo

amplamente utilizada em pesquisas. Em estudo com população idosa que frequenta

centros de convivência na cidade de Taguatinga, foi encontrado que 31% da amostra

alcançou mais de cinco pontos no escore da Escala de Depressão Geriátrica,

caracterizando-a como depressiva (Oliveira et al., 2006).

2.6 Idosos institucionalizados

Na cidade de Belo Horizonte, um estudo mostrou que instituições exclusivas

para mulheres representam a maioria das instituições de longa permanência, sendo

que mesmo nos asilos mistos, as mulheres formavam a maior parte da população

(Chaimowicz, Greco, 1999).

Foi constatado que um pior desempenho cognitivo, assim como maior frequência

de depressão em idosos parece estar relacionado com a institucionalização (Plati et al.,

2006).

Idosos que vivem em instituições de longa permanência têm a tendência a

sofrerem mais quedas e por causas diferentes dos que idosos comunitários (Teixeira et

al., 2006).

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Na cidade de Salvador, em estudo realizado com 151 idosos institucionalizados,

utilizando o MEEM e a EDG-15, com o objetivo de verificar a existência de sintomas

depressivos e as variáveis associadas as estes, foi observado que em 21, 1% da

população estudada havia a prevalência deste tipo de sintomas (Santana, Barbosa

Filho, 2007).

Em estudo realizado com idosos institucionalizados encontrou-se alta

porcentagem de indivíduos com déficit cognitivo, o que demonstra que não só a falta de

autonomia pode determinar a institucionalização do idoso, mas que os aspectos

cognitivos são também levados em consideração pelos familiares e/ou responsáveis

(Converso, Iartelli, 2007).

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3 MÉTODOS

Esta pesquisa e sua emenda foram aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade Federal de Minas Gerais sob o parecer n° ETIC 667/08 (Anexos 1 e

2).

Trata-se de um estudo do tipo transversal. Todas as participantes assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexos 3 e 8), redigido com letra Arial,

tamanho 13 com espaçamento entre linhas de 1,5. O TCLE descreveu os

procedimentos a serem realizados, bem como o objetivo da pesquisa, sua importância

para a prática clínica, a ausência de riscos e a participação voluntária, incluindo o

direito de não mais participar a qualquer momento e o caráter sigiloso das informações

e dos resultados pessoais.

Os dados foram coletados no período de fevereiro a outubro de 2009.

1.1 Idosas Institucionalizadas

Os critérios de inclusão para eleger a população de estudo institucionalizada

foram:

- Idade superior a 60 anos;

- Indivíduos que apresentem o aspecto cognitivo preservado, considerado neste estudo

como escore no Mini Exame do Estado Mental maior que 13 pontos;

- Indivíduos residentes na Instituição Lar do Ancião Cidade Ozanan.

Os critérios de exclusão para a população de estudo foram:

- Idade inferior a 60 anos;

- Indivíduos que não possuíssem o cognitivo preservado, definido como escore no Mini

Exame do Estado Mental menor que 13 pontos;

- Indivíduos que não conseguissem responder ao Questionário de Handicap para

Tontura (QHT);

- Indivíduos que não conseguissem realizar as tarefas propostas pela Escala do

Equilíbrio de Berg;

- Indivíduos que não consiguissem assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido;

- Indivíduos que estivessem recebendo algum tipo de reabilitação vestibular.

A coleta de dados foi realizada na Instituição Lar do Ancião Cidade Ozanan, com

autorização da diretora da instituição e da fonoaudióloga responsável, para que as

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avaliações fossem realizadas em uma sala cedida na própria instituição. Todo o

material utilizado para a avaliação, como cadeiras, banco, régua, cronômetro e xerox

dos protocolos, foi levado pelas pesquisadoras. A coleta de dados foi feita pela aluna

com o auxílio e supervisão da orientadora e co-orientadora.

Inicialmente a proposta do estudo era avaliar todos os idosos com idade superior

a 60 anos residentes na instituição, homens e mulheres. Contudo, observou-se que,

dos 98 idosos, havia uma grande porcentagem que seria impedida de realizar as

atividades propostas na Escala do Equilíbrio de Berg devido à existência de

impossibilidades físicas, ou por alterações cognitivas que impediriam a compreensão

das ordens dadas.

Dos idosos do sexo masculino, nenhum se adequou aos critérios de inclusão,

principalmente devido à impossibilidades físicas. Definiu-se, então, que o grupo de

estudo seria constituído apenas por idosas do sexo feminino. Estas foram convidadas

pelas pesquisadoras a participar do estudo.

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelas idosas

que concordaram em ser voluntárias na pesquisa, foi iniciada a coleta dos resultados

dos MEEM nos prontuários individuais disponibilizados pela instituição, sendo que,

quando a data de realização deste era superior à seis meses da data da coleta, optou-

se por repetir sua aplicação devido a alterações cognitivas que ocorrem em alto índice

na faixa etária de indivíduos acima dos 60 anos (Anexo 4). Foi definido como ponto de

corte o escore de 13 pontos padronizado (Bertolucci et al.,1994) como o esperado para

analfabetos, sendo que as idosas cujo resultado era inferior a este não fizeram parte da

amostra.

Ao término deste primeiro procedimento, obteve-se uma população de estudo de

28 idosas que eram aptas tanto cognitivamente, quanto fisicamente a participar do

estudo.

Foi coletado também nos prontuários o resultado da aplicação da Escala de

Depressão Geriátrica (Anexo 5), em sua versão GDS-15. As idosas que não possuíam

este dado no prontuário, ou que a data do mesmo ultrapassava os últimos seis meses,

responderam às 15 questões propostas por este protocolo no intuito de identificar

aspectos da depressão presente nesta população.

Dentre as idosas que faziam parte do estudo, o QHT (Anexo 6), foi aplicado nas 7

idosas que apresentavam uma queixa prévia de tontura não relacionada a outros

distúrbios sistêmicos, como hipertensão arterial e diabetes. Estas responderam às 25

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perguntas propostas pelo questionário que identifica a existência de fatores físicos,

funcionais e emocionais que podem ser afetados em virtude dos distúrbios do

equilíbrio.

A Escala do Equilíbrio de Berg (Anexo 7) foi aplicada em todas as 28 idosas,

segundo os procedimentos descritos e validados (Miyamoto et al., 2004) para a

avaliação do equilíbrio funcional. Foi pedido que as idosas realizassem as 14

atividades propostas, sendo que notas de 0 a 4 foram atribuídas a cada uma destas, de

acordo com a prontidão e a facilidade das idosas ao realizar a ação solicitada.

3.2 Idosas Não-Institucionalizadas

Os critérios de inclusão para eleger a população do grupo de idosas não-

institucionalizadas foram:

- Indivíduos do gênero feminino;

- Idade superior a 60 anos;

- Indivíduos que apresentem o aspecto cognitivo preservado, considerado como escore

no Mini Exame do Estado Mental maior que 13 pontos;

- Indivíduos selecionados por amostra de conveniência.

Os critérios de exclusão para a população de estudo foram:

- Indivíduos do gênero masculino;

- Idade inferior a 60 anos;

- Indivíduos que não possuíssem o cognitivo preservado, considerado como escore no

Mini Exame do Estado Mental menor que 13 pontos;

- Indivíduos que não conseguissem responder ao Questionário de Handicap para

Tontura (QHT);

- Indivíduos que não conseguissem realizar as tarefas propostas pela Escala do

Equilíbrio de Berg;

- Indivíduos que não consiguissem assinar o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido;

- Indivíduos que estivessem recebendo algum tipo de reabilitação vestibular.

Definiu-se que o grupo de idosas não-institucionalizadas deveria ser constituído

também por 28 indivíduos do sexo feminino para que o pareamento dos grupos

pudesse ser realizado.

A amostra foi formada por conveniência sendo que idosas conhecidas das

pesquisadoras, idosas atendidas no centro de Referência do Idoso no Hospital Bias

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Fortes e idosas acompanhantes de pacientes do Ambulatório de Fonoaudiologia do

Hospital São Geraldo foram convidadas a participar do estudo.

Foi acordado que as pesquisadoras iriam visitar a residência das idosas que se

disponibilizaram como voluntárias para a pesquisa, ficando a cargo das pesquisadoras

organizar o espaço de coleta e levar todos os materiais necessários, como cadeiras,

banco, régua, cronômetro e xerox dos protocolos. A coleta de dados foi feita na sala da

casa das idosas, pela aluna com o auxílio e supervisão das pesquisadoras orientadora

e co-orientadora.

Após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 8), foi

realizado com as idosas o MEEM (Anexo 4) e a Escala de Depressão Geriátrica (Anexo

5), em sua versão GDS-15.

O QHT (Anexo 6) foi aplicado em 8 participantes que apresentavam uma queixa

prévia de tontura não relacionada a outros distúrbios sistêmicos. Estas responderam às

25 perguntas propostas pelo questionário. A Escala do Equilíbrio de Berg (Anexo 7) foi

aplicada em todas as 28 idosas não-institucionalizadas, sendo solicitado a eles que

realizassem as 14 atividades propostas para que as pesquisadoras pudessem pontuar

sua prontidão e facilidade, com notas de 0 a 4, em realizar a ação solicitada.

3.3 Análises estatísticas

O método estatístico utilizado para a análise dos dados, objetivando a

comparação entre os grupos, foi o teste Qui-Quadrado, caso todas as observações

cruzadas fossem maiores que 5, ou o teste Exato de Fisher.

Adotou-se, durante toda a análise, nível de significância de 5%.

Já para o caso de análises das diferenças entre as médias dos grupos optou-se pelo

uso do Teste t de hipótese, para as médias dos escores observados nas variáveis,

sendo possível concluir através de uma suposição de variâncias iguais ou não. É

importante ressaltar que os componentes dos grupos foram selecionados

aleatoriamente, dentro das especificações de institucionalização ou não. Além disso, as

medidas descritivas, tais como média, desvio-padrão e outras também foram

calculados.

Os dados foram tratados utilizando-se o software estatístico SPSS v17. Todos os

dados estatisticamente significativos estarão assinalados com asterisco.

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4 RESULTADOS

Abaixo são apresentados os resultados da pesquisa, divididos de acordo com as

variáveis estudas.

4.1 Variável Idade TABELA 1: Medidas descritivas da variável Idade na pesquisa

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

Idade Geral 73,50 8,44 73,00 60,00 96,00 11,48% 71,24 75,76 Idade Inst. 76,43 8,59 78,00 60,00 96,00 11,24% 73,10 79,76 Idade Não Inst. 70,57 7,31 68,50 60,00 85,00 10,36% 67,74 73,41

Legenda: Inst. = institucionalizada D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson

FIGURA 1: Histograma da variável Idade para todas as idosas incluídas na pesquisa

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FIGURA 2: Box plot da variável Idade para todas as idosas incluídas na pesquisa

FIGURA 3: Histograma da variável Idade para as idosas institucionalizadas

FIGURA 4: Histograma da variável Idade para as idosas não-institucionalizadas

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FIGURA 5: Box plot da variável Idade para as idosas incluídas na pesquisa dividas por

não-institucionalizadas e institucionalizadas

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4.2 Variável Mini Exame do Estado Mental (MEEM)

TABELA 2: Medidas descritivas da variável MEEM na pesquisa

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

MEEM Geral 23,32 4,64 24,00 13,00 30,00 19,90% 22,08 24,56 MEEM Inst. 20,79 4,64 20,50 13,00 30,00 22,32% 18,99 22,59 MEEM Não Inst. 25,86 3,00 26,50 18,00 30,00 11,60% 24,69 27,02

Legenda: MEEM = Mini Exame do Estado Mental Inst. = institucionalizada D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson

FIGURA 6: Histograma da variável MEEM para todas as idosas incluídas na pesquisa

Legenda: MEEM = Mini Exame do Estado Mental

FIGURA 7: Box plot da variável MEEM para todas as idosas incluídas na pesquisa

Legenda: MEEM = Mini Exame do Estado Mental

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FIGURA 8: Histograma da variável MEEM para as idosas institucionalizadas

Legenda: MEEM = Mini Exame do Estado Mental

FIGURA 9: Histograma da variável MEEM para as idosas não-institucionalizadas

Legenda: MEEM = Mini Exame do Estado Mental

FIGURA 10: Box plot da variável MEEM para as idosas incluídas na pesquisa divididas

por não-institucionalizadas e institucionalizadas

Legenda: 0 = não-institucionalizada 1 = institucionalizada MEEM = Mini Exame do Estado Mental

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TABELA 3: P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do MEEM

entre idosas dos dois grupos

Suposição P-valor

Assumindo Variâncias iguais 0,000 *

Não assumindo Variâncias iguais 0,000 *

P-valor do teste de hipóteses t para comparação de médias de amostras independentes

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4.3 Variável Questionário de Handicap para Tontura (QHT) TABELA 4: Prevalência de tontura para idosas institucionalizadas e não-

institucionalizadas

IDOSAS Sem tontura Com tontura Não-institucionalizadas (1) 20,00 8,00 Institucionalizadas (0) 21,00 7,00 TOTAL 41,00 15,00

TABELA 5: Medidas descritivas da variável QHT_TOTAL na pesquisa

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. n Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

QHT_TOTAL Geral 41,07 19,32 15 38,00 12,00 82,00 47,04% 30,37 51,76 QHT_TOTAL Inst. 38,86 25,50 7 32,00 12,00 82,00 65,62% 31,80 54,20 QHT_TOTAL Não Inst. 43,00 13,40 8 40,00 30,00 66,00 31,16% 15,27 62,45

Legenda: QHT_TOTAL = Nota total no Questionário de Handicap para Tontura Inst. = institucionalizada D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson

FIGURA 11: Histograma da variável QHT_TOTAL para todas as idosas incluídas na

pesquisa

Legenda: QHT_TOTAL = Nota total no Questionário de Handicap para Tontura

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FIGURA 12: Box plot da variável QHT_TOTAL para todas as idosas incluídas na pesquisa

Legenda: QHT_TOTAL = Nota total no Questionário de Handicap para Tontura

FIGURA 13: Box plot da variável QHT_TOTAL para as idosas incluídas na pesquisa

divididas por não-institucionalizadas e institucionalizadas

Legenda: 0 = não-institucionalizada 1 = institucionalizada QHT_TOTAL = Nota total no Questionário de Handicap para Tontura TABELA 6: P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do

QHT_TOTAL entre idosas dos dois grupos

Suposição P-valor

Assumindo Variâncias iguais 0,000 *

Não assumindo Variâncias iguais 0,000 *

P-valor do teste de hipóteses t para comparação de médias de amostras independentes

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TABELA 7: Descritivas das informações da variável QHT divididas por QHT_FI, QHT_FU

e QHT_EM para todas as idosas

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

QHT_FI 14,93 6,84 16,00 0,00 24,00 45,81% 11,15 18,72 QHT_FU 13,87 7,11 12,00 4,00 28,00 51,26% 9,93 17,80 QHT_EM 12,27 8,94 8,00 2,00 34,00 72,86% 7,32 17,22

Legenda: QHT_FI = aspecto físico do Questionário de Handicap para Tontura QHT_FU = aspecto funcional do Questionário de Handicap para Tontura QHT_EM = aspecto emocional do Questionário de Handicap para Tontura D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson

FIGURA 14: Box plot das variáveis de frequência FI/QHT_TOTAL, FU/QHT_TOTAL E

EM/QHT_TOTAL para todas as idosas

Legenda: FI / QHT_TOTAL = razão entre nota de aspecto físico e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura FU / QHT_TOTAL = razão entre aspecto funcional e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura EM / QHT_TOTAL = razão entre aspecto emocional e nota atribuída pelo Questionário de Handicap para Tontura

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TABELA 8: Descritivas das informações de QHT_FI, QHT_FU e QHT_EM das idosas

incluídas na pesquisa divididas por não-institucionalizadas e institucionalizadas

VARIÁVEL INST. n Média DP 0 8 17,50 4,11 QHT_FI 1 7 12,00 8,41 0 8 13,75 5,06 QHT_FU 1 7 14,00 9,38 0 8 11,75 8,51

QHT_EM 1 7 12,86 10,06

Legenda: 0 = não-institucionalizada 1 = institucionalizada QHT_FI = aspecto físico do Questionário de Handicap para Tontura QHT_FU = aspecto funcional do Questionário de Handicap para Tontura QHT_EM = aspecto emocional do Questionário de Handicap para Tontura

FIGURA 15: Descrição das pontuações do QHT_FI, QHT_FU e QHT_EM das idosas

incluídas na pesquisa divididas por não-institucionalizadas e institucionalizadas

Legenda: QHT_FI = aspecto físico do Questionário de Handicap para Tontura QHT_FU = aspecto funcional do Questionário de Handicap para Tontura QHT_EM = aspecto emocional do Questionário de Handicap para Tontura

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TABELA 9: P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do QHT_FI,

QHT_FU e QHT_EM entre idosas dos dois grupos

Suposição QHT_FI QHT_FU QHT_EM Assumindo Variâncias iguais

0,124 0,949 0,821

Não assumindo Variâncias iguais 0,152 0,951 0,823

P-valor do teste de hipóteses t para comparação de médias de amostras independentes

Legenda: QHT_FI = aspecto físico do Questionário de Handicap para Tontura QHT_FU = aspecto funcional do Questionário de Handicap para Tontura QHT_EM = aspecto emocional do Questionário de Handicap para Tontura

FIGURA 16: Descrição da média de pontuação das idosas em cada questão da variável

QHT-TOTAL

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4.4 Variável Escala do Equilíbrio de Berg (EEB) TABELA 10: Medidas descritivas da variável EEB na pesquisa

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

EEB Geral 46,70 6,96 48,00 20,00 56,00 14,90% 44,83 48,56 EEB Inst. 42,11 7,11 12,00 20,00 51,00 18,88% 39,64 44,57 EEB Não Inst. 51,29 6,36 43,00 39,00 56,00 12,40% 49,81 52,77

Legenda: EEB = Nota atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg Inst.= institucionalizada D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson

FIGURA 17: Histograma da variável EEB para todas as idosas incluídas na pesquisa

Legenda: EEB_TOTAL = Nota total atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg

FIGURA 18: Box plot da variável EEB para todas as idosas incluídas na pesquisa

Legenda: EEB_TOTAL = Nota total atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg

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FIGURA 19: Box plot da variável EEB para as idosas divididas por não-

institucionalizadas e institucionalizadas

Legenda: EEB_TOTAL = Nota total atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg 0 = não-institucionalizada 1 = institucionalizada TABELA 11: P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios do EEB

entre idosas dos dois grupos

Suposição P-valor

Assumindo Variâncias iguais 0,000 *

Não assumindo Variâncias iguais 0,000 *

P-valor do teste de hipóteses t para comparação de médias de amostras independentes

TABELA 12: Descrição da prevalência de quedas entre as idosas institucionalizadas e

não-institucionalizadas de acordo com a variável EEB

EEB_TOTAL IDOSAS Não Institucionalizadas (0) Institucionalizadas (1)

Maior que 45 pontos 27 (79%) 7 (21%) Menor ou igual a 45 pontos 1 (5%) 21 (95%) TOTAL 28 28

Legenda: EEB_TOTAL = Nota total atribuída à Escala do Equilíbrio de Berg

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TABELA 13: Descrição da pontuação média para as todas as idosas e divididas por não-

institucionalizadas e institucionalizadas nas questões da variável EEB

Variáveis Média Geral Média Inst. Média Não Inst. EEB TOTAL 46,70 42,11 51,29 EEB 1 3,16 3,21 3,11 EEB 2 3,93 3,86 4,00 EEB 3 3,98 3,96 4,00 EEB 4 3,38 3,25 3,50 EEB 5 3,32 3,11 3,53 EEB 6 3,95 3,89 4,00 EEB 7 3,70 3,50 3,89 EEB 8 2,95 2,39 3,50 EEB 9 3,63 3,29 3,96 EEB 10 3,68 3,57 3,79 EEB 11 3,34 2,86 3,82 EEB 12 3,68 3,43 3,93 EEB 13 2,29 1,25 3,32 EEB 14 1,80 0,79 2,82

Legenda: EEB = Nota atribuída às questões da Escala do Equilíbrio de Berg Inst. = institucionalizada

FIGURA 20: Descrição da média de pontuação cada questão da variável Escala do

Equilíbrio de Berg para as idosas divididas por não-institucionalizadas e

institucionalizadas

Legenda: EEB = Nota atribuída às questões da Escala do Equilíbrio de Berg

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4.4 Variável Escala de Depressão Geriátrica TABELA 14: Medidas descritivas da variável Depressão na pesquisa

MEDIDAS DESCRITIVAS Intervalo de

confiança (95%) Variáveis

Média D.P. Mediana Mínimo Máximo CV

Pearson Limite Inferior

Limite Superior

GDS Geral 4,54 4,04 4,00 0,00 15,00 88,99% 3,45 5,62 GDS Inst. 6,25 3,86 5,50 0,00 14,00 61,76% 4,76 6,18 GDS Não Inst. 2,82 3,51 2,00 0,00 15,00 124,47% 1,46 4,18

Legenda: GDS = nota da variável Depressão Inst.= institucionalizada D.P. = desvio-padrão CV Pearson = Coeficiente de variabilidade de Pearson TABELA 15: P-valores do teste de hipótese de igualdade dos valores médios de

Depressão entre as idosas institucionalizadas e não-institucionalizadas

Suposição P-valor

(bicaudal)

Assumindo Variâncias iguais 0,001*

Não assumindo Variâncias iguais 0,001*

P-valor do teste de hipóteses t para comparação de médias de amostras independentes

TABELA 16: Tabela descritiva de associação entre as variáveis de escore de Depressão

e institucionalização ou não de idosas, com p-valor do respectivo teste

IDOSAS Sem Depressão (0) Com Depressão (1) TOTAL Não institucionalizadas (0) 24 4 28 Institucionalizadas (1) 14 14 28 TOTAL 38 18 56

* p-valor do teste de associação = 0,09

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FIGURA 21: Box plot da variável de escore de Depressão total para todas as idosas

incluídas na pesquisa

FIGURA 22: Box plot da variável Depressão Total para as idosas divididas por não-

institucionalizadas e institucionalizadas

Legenda: 0 = não-institucionalizada 1 = institucionalizada

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5 DISCUSSÃO

A amostra do estudo foi composta por 56 idosas, sendo 28 idosas residentes da

instituição de longa permanência Lar do Ancião Cidade Ozanan e 28 idosas não-

institucionalizadas. A opção de formar a população de estudo apenas com indivíduos

do sexo feminino se deu em virtude de que, a maior parte dos idosos residentes na

instituição Lar do Ancião Cidade Ozanan é do sexo feminino, fato igualmente relatado

nos estudos de Chaimowicz, Greco (1999), e também pela existência de incapacidade

cognitiva e/ou física dos idosos do sexo masculino residentes na instituição, impedindo-

os de se adequarem aos critérios de inclusão.

Observa-se que a média de idade total do grupo foi de 73,50 anos. A média de

idade das idosas institucionalizadas foi igual a 76,43, sendo este valor discretamente

superior à média de idade das idosas não-institucionalizadas, de 70,57 anos (Tabela

1).

O Mini Exame do Estado Mental (MEEM) foi a variável utilizada para avaliar a

capacidade cognitiva das idosas, sendo sua pontuação parte dos critérios de inclusão e

exclusão do estudo. Observa-se, na tabela 2, que o valor médio da pontuação das

idosas não-institucionalizadas (25,86 pontos) foi superior à média da pontuação das

idosas institucionalizadas (20,79 pontos), sendo o resultado das idosas residentes na

instituição superior aos dados encontrados nas pesquisas de Converso, Iartelli (2007) e

próximos aos encontrados nos estudos de Conradsson et al.(2007).

Na comparação entre a média dos dois grupos na variável MEEM (Tabela 3), foi

encontrada diferença estatisticamente significante (p= 0,000), o que indica que as

idosas institucionalizadas apresentam menor preservação dos aspectos cognitivos.

Estudos de Plati et al.(2006), afirmam que um pior desempenho cognitivo e uma maior

frequência de depressão em idosos parece estar relacionado como fator

institucionalização. Os dados encontrados corroboram, também, com os estudos de

Converso, Iartelli (2007), que encontraram uma alta porcentagem de indivíduos com

déficits cognitivos na população idosa institucionalizada.

O Questionário de Handicap para Tontura (QHT) foi realizado com as idosas

participantes do estudo que relataram ter o sintoma de tontura. Dentre as idosas

institucionalizadas, em 7 participantes foi encontrada a queixa de tontura. No grupo de

não-institucionalizadas a queixa de tontura foi relatada por 8 participantes (Tabela 4). A

prevalência da tontura nas pacientes do estudo, como fator que interfere diretamente

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na qualidade de vida e nas atividades de vida diária, corrobora com os achados de

Derebery (1999).

A média do QHT total para todas as idosas avaliadas foi de 41,07, bem superior

aos valores encontrados por Zanardini et al. (2007) quando realizou o questionário em

período pré e pós reabilitação vestibular. A média para as idosas institucionalizadas foi

de 38,86 pontos e para as idosas não-institucionalizadas de 43,00 pontos, indicando

que as participantes que não residem em instituição de longa permanência e que

relatam a queixa de tontura têm sua qualidade de vida mais afetada do que as idosas

residentes na instituição e que também possuem a queixa de tontura (Tabela 5). Os

resultados do P-valor do teste de igualdade de hipótese dos valores médios da

pontuação total do QHT entre as idosas dos dois grupos encontram-se na tabela 6, e

indicam que há uma diferença estatisticamente significante entre os grupos (p=0,000).

Não foram encontrados na literatura artigos com dados que possam ser

comparados a esses resultados. Admitiu-se que o valor obtido para a média do QHT

total foi maior para as idosas não-institucionalizadas devido ao fato de as idosas

institucionalizadas serem menos ativas fisicamente e, portanto, passarem por um

menor número de situações, como as descritas no questionário, que podem gerar as

queixas de tontura.

Quanto aos aspectos físico (FI), funcional (FU) e emocional (EM), subitens do

QHT, a média do resultado de todas as idosas avaliadas com o questionário é

apresentada na tabela 7, e indicou que o aspecto físico é o mais afetado pela

existência da tontura (14,93), seguido pelo aspecto funcional (13,87) e, posteriormente,

pelo aspecto emocional (12,27). Estes resultados corroboram com os estudos de

Zanardini et al. (2007), mas não com os estudos de Castro et al. (2007) que, ao realizar

a adaptação cultural do QHT para o português brasileiro encontrou, nos indivíduos

mais velhos de seu trabalho, uma alteração maior no aspecto funcional.

Quando os grupos são analisados separadamente (Tabela 8), observa-se que as

idosas institucionalizadas têm os aspectos funcional e emocional mais afetados,

enquanto que nas idosas não-institucionalizadas, os aspectos físico e funcional

aparecem como os mais prejudicados devido à tontura. Contudo, para esta

comparação, o resultado do P-valor foi maior que 0,05, demonstrando não haver

relação do aspecto mais afetado entre os grupos (Tabela 9).

Dentre as 25 questões propostas pelo questionário, a mais assinalada pelas

idosas institucionalizadas com a resposta “sim”, de valor 4 pontos, foi a número 12

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“Devido ao seu problema, você evita lugares altos?”. Para o grupo de idosas não-

institucionalizadas, a questão número 01 “Olhar para cima piora o seu problema?”

foi a mais assinalada no questionário com a resposta “sim” (Figura 16). Não foram

encontrados dados semelhantes na literatura.

A Escala do Equilíbrio de Berg foi realizada com todas as idosas participantes do

estudo, sendo a média total dos resultados igual a 46,70 pontos (Tabela 10), valor

inferior ao encontrado por Newton (1997). A média dos resultados para as idosas não-

institucionalizadas foi igual a 51,29 pontos, bem superior à média dos resultados das

idosas institucionalizas, cuja pontuação foi de 42,11, resultado semelhante ao

encontrado nos estudos de Holbein-Jenny et al. (2005) e superior aos achados nos

estudos de Conradsson et al. (2007). A diferença entre as médias foi uma variável

considerada estatisticamente significante (Tabela 11), o que indica que as idosas

institucionalizadas apresentam um maior déficit em seu equilíbrio funcional (p= 0,000).

Observa-se que há duas idosas no grupo das institucionalizadas e uma no grupo

das não-institucionalizadas (Figura 19), cujos resultados na Escala do Equilíbrio de

Berg foram discrepantes em relação à média de seus grupos. Este fato ocorreu devido

à presença de doenças de base, como alterações na coluna cervical, que impediram

que a realização dos procedimentos solicitados fosse feita com maior prontidão e

sucesso, o que corrobora com os estudos de Simoceli et al. (2003) e Gazzola et al.

(2006b).

A pontuação de corte definida como preditora de tendência à quedas é de 45

pontos (Thorbahn, Newton, 1996), sendo que 95% das idosas institucionalizadas (21

participantes), tiveram pontuação inferior a este limite na Escala do Equilíbrio de Berg,

enquanto que apenas 5% das idosas não-institucionalizadas (1 participante)

apresentou pontuação abaixo de 45 pontos (Tabela 12).

Estes dados indicam que as idosas institucionalizadas possuem uma alta

tendência à quedas, muito superior a das idosas não-institucionalizadas, o que

representa um grande problema, fato que pode ser verificado nos estudos de Stel et al.

(2004), Teixeira et al. (2006) e Gonçalves et al. (2008), uma vez que as quedas são

grandes causadoras de morbidades e mortalidade na população idosa. O dado da

maior prevalência do risco de queda entre as idosas institucionalizadas corrobora com

os estudos de Menezes, Bachion (2008).

A correlação entre a insuficiência das funções cognitivas e as alterações do

equilíbrio e dificuldades na mobilidade, juntamente com o agravante da depressão

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pode ser fator para elevar o risco de quedas na população idosa (Stel et al., 2004;

Gleason et al., 2009).

Dentre as quatorze questões propostas pela escala para avaliar o equilíbrio

funcional de idosos, as questões de número 13 “Permanecer em pé sem apoio com

um pé à frente”, e de número 14, “Permanecer em pé sobre uma perna”, foram as

questões relatadas pelas participantes de ambos os grupos como sendo as tarefas

mais difíceis de serem executadas e foram também as tarefas de menor média para

todas as idosas avaliadas no estudo. Esses dados corroboram com o estudo de Wang

et al. (2006). Contudo, quando as médias das questões dos grupos são analisadas

separadamente, a questão 1 teve menor média de pontuação que a questão 13 para o

grupo das idosas não-institucionalizadas. A questão 14 é, para as idosas

institucionalizadas e não-institucionalizadas, a de menor média de pontuação (Tabela

13; Figura 20).

A Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) foi utilizada neste estudo no intuito

de verificar a existência de tendência à depressão dentre as participantes (Yesavage et

al., 1983).

Observa-se, na tabela 14, que o resultado da média para as idosas

institucionalizadas (6,25 pontos) é superior ao o resultado para as idosas não-

institucionalizadas (2,82 pontos). Na comparação entre as médias dos grupos (Tabela

15), foi observada diferença estatisticamente significativa (p=0,001). Entretanto,

quando se realiza o teste de associação para verificar se a diferença entre o número de

idosas institucionalizadas com tendência à depressão (n=14) e o número de idosas

não-institucionalizadas com tendência à depressão (n=4) é estatisticamente

significante, o p-valor encontrado é de 0,09 (Tabela 16). Acredita-se que a ausência de

significância estatística encontrada seja devido à pequena amostra utilizada neste

estudo.

Na GDS-15, considera-se o idoso como tendo tendência à depressão quando

sua pontuação no questionário é igual ou acima de 5 pontos. Neste estudo, observa-se

que, das 56 participantes, 18 apresentaram tendência à depressão, indicando que este

é um problema relativamente comum na população idosa. Estes achados corroboram

com os estudos de Blazer et al. (1991), Saks et al. (2001) e Oliveira et al. (2006).

Dentre as 28 idosas não-institucionalizadas, quatro apresentavam pontuações

superiores ao ponto de corte, sendo que três destas apresentavam uma pontuação

discrepante em relação ao restante grupo (Figura 22). No grupo de idosas

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institucionalizadas, 14 participantes tiveram escore igual ou superior a cinco pontos,

fato que indica uma maior prevalência da tendência à depressão neste grupo. Esses

dados corroboram com os estudos de Santana, Barbosa Filho (2007), que encontraram

alta prevalência de sintomas depressivos em idosos institucionalizados.

Sabe-se que a depressão pode ser um fator gerador de grandes alterações na

vida do individuo idoso, podendo aumentar o risco de morbidade e mortalidade (Stella

et al., 2002) sendo, inclusive um fator que pode ser predisponente à quedas (Moreland

et al., 2003). A influência da depressão associada à ansiedade, propiciando a

ocorrência de quedas foi também apontada nos estudos de Rubenstein, Josephson

(2002) e Grunfeld et al. (2003).

Foi encontrado na literatura relato de que a tendência à depressão pode ser

gerada devido a fatores como a existência de deficiências e alterações na saúde física,

por suporte social inadequado, fatores sócio-econômicos desfavoráveis e problemas

com o local de controle da saúde (Harris et al., 2003).

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6 CONCLUSÕES

A partir do presente trabalho, pode-se concluir que:

1. As idosas institucionalizadas apresentam menor preservação dos aspectos

cognitivos do que as idosas não-institucionalizadas;

2. As idosas institucionalizadas possuem um pior perfil do equilíbrio funcional

quando comparadas às idosas não-institucionalizadas;

3. As idosas institucionalizadas possuem um maior risco de tendência

à quedas que as idosas não-institucionalizadas;

4. As idosas institucionalizadas apresentam maiores alterações nos aspectos

funcional e emocional devido à queixa de tontura. No grupo das idosas não-

institucionalizadas, os aspectos físico e funcional são considerados os mais

afetados;

5. As idosas institucionalizadas possuem maior tendência à depressão quando

comparadas às idosas não-institucionalizadas.

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7 ANEXOS Anexo 1

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Anexo 2

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Anexo 3

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidada a participar como voluntária da pesquisa

COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS

INSTITUCIONALIZADAS E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE

BELO HORIZONTE cujo objetivo principal é avaliar os aspectos funcionais,

emocionais e físicos e o equilíbrio funcional de idosas não residentes e também

residentes em instituições de longa permanência de Belo Horizonte, e que

podem estar comprometidos devido às alterações do equilíbrio.

A realização dos procedimentos será feita em uma sala individual e com o

tempo aproximado de 40 minutos, sendo que se não for possível concluí-la em

um dia, serão realizadas duas sessões, de forma que as atividades diárias da

senhora e da instituição não sejam prejudicadas.

Se a senhora se dispuser a participar, passará por quatro avaliações. Em

primeiro lugar, serão feitos à senhora alguns questionamentos sobre orientação

espacial e local e sobre reconhecimento de objetos, será pedido que repita

algumas palavras, siga algumas orientações e escreva uma frase. Em segundo

lugar, a senhora responderá a um questionário simples, com perguntas de “sim”

e “não” sobre como a senhora se sente em relação à sua vida. Em terceiro lugar,

caso a senhora apresente queixa de tontura, um questionário sobre o seu

equilíbrio com 25 itens será lido e a senhora deverá responder as perguntas com

“sim”, “não” e “às vezes”. A aplicação deste questionário não será filmada ou

gravada. Por último, será pedido que realize 14 itens simples e que representam

atividades do seu dia-a-dia como levantar-se de uma cadeira ou ficar de pé

durante alguns minutos, após explicação e, em alguns casos, após

demonstração. Nenhuma das avaliações oferece risco à sua saúde.

Para as voluntárias nas quais forem encontradas alterações do equilíbrio,

serão oferecidas orientações, além de 4 a 6 sessões de reabilitação vestibular

para melhorar o seu equilíbrio corporal.

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Todos os gastos da pesquisa serão pagos pelas pesquisadoras que

também fornecerão os materiais necessários para a realização das avaliações.

Não está prevista remuneração das participantes.

Caso a senhora se disponibilize a participar, poderá abandonar a pesquisa

no momento em que desejar. Sua identidade ficará em sigilo e o material

utilizado será mantido sob a guarda das pesquisadoras.

Em caso de quaisquer dúvidas, a senhora poderá entrar em contato com as

pesquisadoras:

-Marina Garcia Borges – MG-12031276 – 84156627 ou 30729508

-Patrícia Cotta Mancini - M-3990743 – 84647090

-Érica Araújo Brandão Couto - M-8911725 – 99779063

Ou com o Comitê de ética e pesquisa da UFMG, situado à Avenida Presidente

Antônio Carlos, 6627 – Unidade Administrativa II – 2° Andar – sala 2005 – Cep

31270-901 – BH-MG, telefone (031) 3409-4592 – e-mail: [email protected]

Gratas por sua atenção, disponibilidade e participação.

____________________ ____________________

Marina Garcia de S. Borges Patrícia Cotta Mancini

_______________________

Érica Araujo Brandão Couto

Eu _________________________________________________, declaro

que estou totalmente esclarecida sobre a presente pesquisa e desejo participar

como voluntária da mesma aceitando os termos descritos acima.

___________________________

Liliane Ribeiro da Rocha – Fga da Instituição Cidade Ozanam

Belo Horizonte, / /2009 N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________

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Anexo 4

Mini Exame do Estado Mental

N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________ IDADE:________

Adaptação do Folstein Mini Mental Status Examination TOTAL Orientação Data (que dia é hoje ? registre os itens omitidos)

dia ( ), mês ( ), ano ( ), dia da semana ( ), manhã / tarde ( )

Total: 5 pts

Orientação Local (onde você está ? pergunte os itens omitidos) país ( ), estado ( ), cidade ( ), local ( ), andar ( )

Total: 5 pts

Registro de objetos (nomeie clara e lentamente 3 objetos e peça ao paciente para repetir)

vaso ( ), carro ( ), tijolo( ) Total: 3 pts

Sete Seriado (diminuir 7 de 100 sucessivamente ou soletrar MUNDO ao contrário)

93 ( ), 86 ( ), 79 ( ), 72 ( ), 65 ( ) ou O ( ), D ( ), N ( ), U ( ), M ( ) Total: 5 pts

Recordar Objetos (relembrar os 3 objetos citados anteriormente) janela ( ), casaco ( ), relógio ( )

Total: 3 pts

Denominação (aponte para o relógio e pergunte “O que é isto ?”. Repita com um lápis)

relógio ( ), lápis ( ) Total: 2 pts

Repetição (repetir a frase “casa de Ferreiro, espeto de pau” ou “nem aqui, nem ali, nem lá”)

repetição correta na 1ª tentativa ( ) Total: 1 pto

Comando Verbal (pegue o pedaço de papel, dobre-o ao meio e coloque-o sobre a mesa)

pegar o papel ( ), dobrar ao meio ( ), colocar sobre a mesa ( ) Total: 3 pts

Comando Escrito (mostrar um pedaço de papel com a frase “Feche os olhos”) fechou os olhos ( )

Total: 1 pto

Escrita (escrever uma frase) Sentença com sujeito + verbo e que faça sentido ( )

Total: 1 pto

Desenho (copiar o desenho da interseção de 2 pentágonos) figura com 10 cantos e 2 linhas de interseção ( )

Total: 1 pto

TOTAL (máximo = 30)

Interpretação: Somar um 1 ponto para cada um dos itens ( ) respondidos corretamente e registrar o total na coluna da direita. O escore final é a soma dos pontos, sendo considerado normal quando superior a 24. Bertolucci e col., 1994 aplicaram o FMMS em 530 brasileiros com vários graus de escolaridade e obtiveram os seguintes pontos de corte para normalidade: analfabetos = 13; 1 a 8 anos escolaridade = 18 e > 8 anos escolaridade = 26

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Anexo 5

Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15)

N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________ IDADE:________

Ordem: Para cada questão, escolha a opção que mais se assemelha ao que você está sentindo nas últimas semanas Questões Respostas

-Você está basicamente satisfeito com sua vida? Sim NÃO

-Você se aborrece com frequência? SIM Não

-Você se sente um inútil nas atuais circunstâncias? SIM Não

-Você prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? SIM Não

-Você sente que sua situação não tem saída? SIM Não

-Você tem medo que algum mal vá lhe acontecer? SIM Não

-Você acha que sua situação é sem esperança? SIM Não

-Você acha maravilhoso estar vivo? Sim NÃO

-Você sente que sua vida está vazia? SIM Não

-Você sente que a maioria das pessoas está melhor que você? SIM Não

-Você se sente com mais problemas de memória do que a maioria? SIM Não

-Você deixou muitos de seus interesses e atividades? SIM Não

-Você se sente de bom humor a maior parte do tempo? Sim NÃO

-Você se sente cheio de energia? Sim NÃO

-Você se sente feliz a maior parte do tempo? Sim NÃO

Pontuação total:

Resultados:

� de 0 a 5 pontos – Resultado normal � acima de 5 pontos – Resultado indicando tendência à

depressão

(Validação: ALMEIDA, O. P., Arq. Neuropsiquiat, 1999, vol. 57, p. 421-426)

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Anexo 6

Questionário de Handicap para Tontura (QHT)

N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________ IDADE:________

01. FI - Olhar para cima piora o seu problema? sim � não � às vezes �

02. EM - Você se sente frustrado(a) devido ao seu problema? sim � não � às vezes �

03. FU - Você restringe suas viagens de trabalho ou lazer por causa do problema?

sim � não � às vezes �

04. FI - Andar pelo corredor de um supermercado piora o seu problema? sim � não � às vezes �

05. FU - Devido ao seu problema, você tem dificuldade ao deitar-se ou levantar-se da cama?

sim � não � às vezes �

06. FU - Seu problema restringe significativamente sua participação em atividades sociais tais como: sair para jantar, ir ao cinema, dançar ou ir a festas?

sim � não � às vezes �

07. FU - Devido ao seu problema, você tem dificuldade para ler? sim � não � às vezes �

08. FI - Seu problema piora quando você realiza atividades mais difíceis como esportes, dançar, trabalhar em atividades domésticas tais como varrer e guardar a louça?

sim � não � às vezes �

09. EM - Devido ao seu problema, você tem medo de sair de casa sem ter alguém que o acompanhe?

sim � não � às vezes �

10. EM – Devido ao seu problema, você se sente envergonhado na presença de outras pessoas?

sim � não � às vezes �

11. FI - Movimentos rápidos da sua cabeça pioram o seu problema? sim � não � às vezes �

12. FU – Devido ao seu problema, você evita lugares altos? sim � não � às vezes �

13. FI - Virar-se na cama piora o seu problema? Sim � não � às vezes �

14. FU - Devido ao seu problema é difícil para você realizar trabalhos domésticos pesados ou cuidar do quintal?

sim � não � às vezes �

15. EM - Por causa de seu problema, você teme que as pessoas achem que você está drogado (a) ou bêbado (a)?

sim � não � às vezes �

16. FU - Devido ao seu problema é difícil para você sair para caminhar sem ajuda?

sim � não � às vezes �

17. FI - Caminhar na calçada piora o seu problema? sim � não � às vezes �

18. EM - Devido ao seu problema, é difícil para você se concentrar? sim � não � às vezes �

19. FU - Devido ao seu problema é difícil para você andar pela casa no escuro?

sim � não � às vezes �

20. EM – Devido ao seu problema, você tem medo de ficar em casa sozinho (a)?

sim � não � às vezes �

21. EM – Devido ao seu problema, você se sente incapacitado? sim � não � às vezes �

22. EM - Seu problema prejudica suas relações com membros de sua família ou amigos?

sim � não � às vezes �

23. EM - Devido ao seu problema, você está deprimido? sim � não � às vezes �

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24. FU - Seu problema interfere em seu trabalho ou responsabilidades em casa?

sim � não � às vezes �

25. FI - Inclinar-se piora o seu problema? sim � não � às vezes �

Legenda: FI = aspecto físico FU = aspecto funcional EM = aspecto emocional

Pontuação: A cada resposta sim = 04 pontos/ às vezes = 02 pontos/ não = 00 pontos

TOTAL:

___________________________________________________________________________________

FI:_____________________________

FU:____________________________

EM:____________________________

OBSERVAÇÕES: ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

(Jacobson, Newman, 1990; adaptada para o português brasileiro por Castro et al., 2007)

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Anexo 7

Escala de Equilíbrio de Berg (Berg Balance Scale)

N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________ IDADE:________

TAREFA PONTUAÇÃO

1. Posição sentada para posição em pé 4 3 2 1 0

2. Permanecer em pé sem apoio 4 3 2 1 0

3. Permanecer sentado sem apoio nas costas 4 3 2 1 0

4. Posição em pé para posição sentada 4 3 2 1 0

5. Transferências 4 3 2 1 0

6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados 4 3 2 1 0

7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos 4 3 2 1 0

8. Alcançar a frente com o braço entendido 4 3 2 1 0

9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé

4 3 2 1 0

10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros 4 3 2 1 0

11. Girar 360 graus 4 3 2 1 0

12. Posicionar os pés alternadamente ao banquinho 4 3 2 1 0

13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente

4 3 2 1 0

14. Permanecer em pé sobre uma perna 4 3 2 1 0

ESCORE TOTAL (Máximo = 56)

Escala desenvolvida e validada por Berg et al (1992) e adaptada transculturalmente para sua aplicação no Brasil (Miyamoto, 2003; Miyamoto et al, 2004)

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Anexo 8

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Você está sendo convidada a participar como voluntária da pesquisa

COMPARAÇÃO DO EQUILÍBRIO FUNCIONAL DE IDOSAS

INSTITUCIONALIZADAS E NÃO-INSTITUCIONALIZADAS DA CIDADE DE

BELO HORIZONTE cujo objetivo principal é avaliar os aspectos funcionais,

emocionais e físicos e o equilíbrio funcional de idosas não residentes e também

residentes em instituições de longa permanência de Belo Horizonte, e que

podem estar comprometidos devido às alterações do equilíbrio.

A realização dos procedimentos será feita em um cômodo de sua

residência e com o tempo aproximado de 40 minutos.

Se a senhora se dispuser a participar, passará por quatro avaliações. Em

primeiro lugar, serão feitos à senhora alguns questionamentos sobre orientação

espacial e local e sobre reconhecimento de objetos, será pedido que repita

algumas palavras, siga algumas orientações e escreva uma frase. Em segundo

lugar, a senhora responderá a um questionário simples, com perguntas de “sim”

e “não” sobre como a senhora se sente em relação à sua vida. Em terceiro lugar,

caso a senhora apresente queixa de tontura, um questionário sobre o seu

equilíbrio com 25 itens será lido e a senhora deverá responder as perguntas com

“sim”, “não” e “às vezes”. A aplicação deste questionário não será filmada ou

gravada. Por último, será pedido que realize 14 itens simples e que representam

atividades do seu dia-a-dia como levantar-se de uma cadeira ou ficar de pé

durante alguns minutos, após explicação e, em alguns casos, após

demonstração. Nenhuma das avaliações oferece risco à sua saúde.

Para as voluntárias nas quais forem encontradas alterações do equilíbrio,

serão oferecidas orientações, além de 4 a 6 sessões de reabilitação vestibular

para melhorar o seu equilíbrio corporal.

Todos os gastos da pesquisa serão pagos pelas pesquisadoras que

também fornecerão os materiais necessários para a realização das avaliações.

Não está prevista remuneração das participantes. Você terá acesso a todos os

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resultados obtidos e caso queira desistir da pesquisa poderá fazê-lo a qualquer

momento.

Caso a senhora se disponibilize a participar, poderá abandonar a pesquisa

no momento em que desejar. Sua identidade ficará em sigilo e o material

utilizado será mantido sob a guarda das pesquisadoras.

Em caso de quaisquer dúvidas, a senhora poderá entrar em contato com as

pesquisadoras:

-Marina Garcia Borges - MG-12031276 – 84156627 ou 30729508

-Patrícia Cotta Mancini - M-3990743 – 84647090

-Érica Araújo Brandão Couto - M-8911725 – 99779063

ou com o Comitê de ética e pesquisa da UFMG, situado à Avenida Presidente

Antônio Carlos, 6627 – Unidade Administrativa II – 2° Andar – sala 2005 – Cep

31270-901 – BH-MG, telefone (031) 3409-4592 – e-mail: [email protected]

Gratas por sua atenção, disponibilidade e participação.

_______________________ ___________________

Marina Garcia de S. Borges Patrícia Cotta Mancini

______________________

Érica Araujo Brandão Couto

Eu ____________________________________________, declaro que

estou totalmente esclarecida sobre a presente pesquisa e desejo participar como

voluntária da mesma aceitando os termos descritos acima.

Belo Horizonte, / /2009 N° DE IDENTIFICAÇÃO: ________

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Abstract

Purpose: To evaluate the institutionalized and non-institutionalized seniors' functional

balance in the city of Belo Horizonte, indicating the existence of any risk of falls and

researching the correlations with the cognitive status and tendency to the depression.

Methods: This research and its amendment were approved in COEP / UFMG and it is a

cross-sectional study. We evaluated 56 elderly, 28 residents in the institution Lar do

Ancião Cidade Ozanan and 28 non-institutionalized seniors, selected by convenience

sample. Mini-Mental Status Examination (MMSE), the Geriatric Depression Scale

(GDS-15) and the Berg Balance Scale data were collected from medical records or

made with all seniors. The elderly women who reported symptoms of dizziness were

also evaluated by the Dizziness Handicap Inventory (DHI). The results went by

statistical analysis, and a level of significance of 5% was adopted. Results: The mean

age of the group of institutionalized elderly women was slightly higher than the average

of non-institutionalized seniors. The MMSE results indicated a lower preservation of the

cognitive aspects than the institutionalized elderly. A greater number of non-

institutionalized elderly reported that their quality of life changed because of dizziness,

and the average found in DHI in this group was superior to the average found in the

institutionalized elderly. In the assessment of functional balance it was observed that

the institutionalized elderly women had a lower average score than the one of those

non-institutionalized, and they also presented a larger tendency to falls. It was also

verified that the institutionalized elderly present a larger tendency to depression.

Conclusions: The institutionalized elderly women have worse outcomes than the non-

institutionalized elderly in evaluations of cognitive, functional assessment of balance

and check the tendency to fall, and in the evaluation of the tendency to depression,

which indicates that this is a group that deserves more attention regarding these studied

variables.

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