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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO MARIANA COATES FURQUIM WERNECK DETERMINANTES DA EFICIÊNCIA DE ESCALA NA INDÚSTRIA DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO LONGITUDINAL COM ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA) RIO DE JANEIRO 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

MARIANA COATES FURQUIM WERNECK

DETERMINANTES DA EFICIÊNCIA DE ESCALA NA INDÚSTRIA DE

OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO LONGITUDINAL COM

ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)

RIO DE JANEIRO

2011

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Mariana Coates Furquim Werneck

DETERMINANTES DA EFICIÊNCIA DE ESCALA NA INDÚSTRIA DE

OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO LONGITUDINAL COM

ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Administração

Orientador: Prof. Peter Fernandes Wanke

Rio de Janeiro

2011

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FICHA CATALOGRÁFICA

Werneck, Mariana Coates Furquim.

Determinantes da Eficiência de Escala na Indústria de Operadores

Logísticos no Brasil: Um Estudo Longitudinal com Análise Envoltória

de Dados (DEA). / Mariana Coates Furquim Werneck. – 2011.

117 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade

Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Instituto COPPEAD de

Administração, Rio de Janeiro, 2011.

Orientador: Peter Fernandes Wanke

1. Operadores Logísticos. 2. DEA. 3. Mensuração de Eficiência 4.

Logística. I. Wanke, Peter Fernandes. (Orient.). II. Universidade

Federal do Rio de Janeiro. Instituto COPPEAD de Administração. III.

Título.

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MARIANA COATES FURQUIM WERNECK

DETERMINANTES DA EFICIÊNCIA DE ESCALA NA INDÚSTRIA DE OPERADORES LOGÍSTICOS NO BRASIL: UM ESTUDO LONGITUDINAL COM

ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS (DEA)

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração, Instituto COPPEAD de Administração, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Administração

Aprovada em ____________________________________________________

Prof. Peter Fernandes Wanke, D.Sc (Orientador) COPPEAD/UFRJ

____________________________________________________

Prof. Rebecca Arkader, D.Sc. COPPEAD/UFRJ

____________________________________________________

Prof. Elton Fernandes, Ph.D PEP - COPPE/UFRJ

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vi

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Victoria e Rogério, que sempre acreditaram em mim até mais do que eu mesma.

Aos meus irmãos, Renato e André, por serem os amigos mais fiéis.

Ao Marcos, a melhor companhia do mundo antes, durante e depois da dissertação, no Fundão e fora

dele, por me apoiar em absolutamente todos os momentos.

Aos meus amigos maduros do mestrado, que contribuíram enormemente para a minha felicidade

nestes últimos dois anos e que, certamente, contribuirão por muitos anos que ainda estão por vir.

Em especial à Fernanda Rios, que não me larga desde a 1ª série primária.

A todos os amigos, que sempre torceram por mim, enquanto aguentavam minhas ausências

prolongadas.

Ao meu orientador, Peter Wanke, pela paciência, tempo dedicado e valiosas sugestões na longa

jornada de elaboração deste trabalho.

Aos professores do COPPEAD, que investem diariamente no sucesso da escola. Agradeço,

particularmente, à professora Rebecca Arkader, pela leitura cuidadosa e pelos preciosos

comentários.

Ao professor Elton Fernandes, pela gentileza de aceitar participar da banca examinadora.

Finalmente, a todos os funcionários do COPPEAD, em especial aos da Secretaria Acadêmica, da

Biblioteca e da cantina, obrigada pela preocupação e pelo carinho constantes.

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RESUMO

WERNECK, Mariana C. F.. Determinantes da Eficiência de Escala na Indústria de Operadores

Logísticos no Brasil: Um Estudo Longitudinal com Análise Envoltória de Dados (DEA). Orientador:

Peter Fernandes Wanke. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2011. Dissertação (Mestrado em

Administração).

O setor de Operadores Logísticos (OLs) vem sendo cada vez mais pressionado por clientes e

concorrentes a prover altos níveis de serviços para uma ampla gama de produtos logísticos. Esta

combinação de fatores gera uma competição mais acirrada que, por sua vez, faz com que se torne

cada vez mais necessária a medição adequada da eficiência relativa de cada operador, de forma que

estes possam melhor se posicionar frente à concorrência.

Mais precisamente, a eficiência pode ser dividida em eficiência técnica e de escala, sendo a última o

foco desta pesquisa. A literatura aponta que mecanismos de coordenação e tecnologias da

informação influenciam a alocação de recursos disponíveis aos operadores logísticos. Assim, o

objetivo primordial deste trabalho é o de analisar que impacto estas variáveis exercem sobre a

eficiência de escala dos operadores, verificando se, de fato, geram um processo mais eficiente de

transformação de insumos em produtos e, portanto, uma operação mais próxima do seu tamanho de

escala mais produtivo (MPSS - Most Productive Scale Size).

Para tanto, fez-se uso de uma metodologia de DEA (Data Envelopment Analysis – Análise Envoltória

de Dados) em três estágios. Inicialmente, a técnica de DEA foi utilizada para se chegar aos escores de

eficiência de cada OL, tendo como base o painel incompleto de dados da pesquisa anual realizada

pela Revista Tecnologística sobre o setor de OLs, de 2001 a 2010. A fim de avaliar, além da eficiência

relativa, os fatores determinantes desta eficiência, recorreu-se à análise fatorial para agregar as

possíveis variáveis contextuais – inerentes aos operadores, mas fora de seu controle – que afetam

estes escores e, posteriormente, à técnica de regressão Tobit para regredir estes fatores contra os

escores de eficiência de escala e, assim, se chegar aos principais determinantes destes escores.

Os resultados corroboram a hipótese de que os mecanismos de coordenação e, em especial, as TIs,

são importantes determinantes da eficiência de escala dos OLs no Brasil. Em particular, destacam-se

os serviços e TIs relacionadas a logística expressa.

Palavras-chave: Operadores Logísticos, DEA, Mensuração de Eficiência, Eficiência de Escala,

Tecnologia da Informação, Mecanismos de Coordenação.

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ABSTRACT

WERNECK, Mariana C. F. Determinantes da Eficiência de Escala na Indústria de Operadores

Logísticos no Brasil: Um Estudo Longitudinal com Análise Envoltória de Dados (DEA). Orientador:

Peter Fernandes Wanke. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2011. Dissertação (Mestrado em

Administração).

Nowadays the 3PL industry is being pressured by clients and competition to provide high service

levels for a wide range of logistics services. This combination of factors enhances competition and

makes it increasingly necessary to properly measure relative efficiency, so that 3PLs can better

choose their competitive position.

More precisely, efficiency can be divided into technical and scale efficiency. Although this research

presents both results, our focus remains on the latter. Literature suggests that coordination

processes and information technology (IT) may influence 3PLs’ available resources’ allocation. Thus,

the primary aim of this work is to analyze the impact these variables have on the scale efficiency of

3PLs, in order to confirm if they indeed create a more efficient process of transformation of inputs

into outputs and therefore an operation which is closer to the most productive scale size (MPSS).

To achieve this goal, we used a 3-stage DEA (Data Envelopment Analysis) technique. We started with

DEA to estimate technical and scale efficiency scores for each company, based on the data from 2001

to 2010 from the annual survey on the 3PL industry conducted by Revista Tecnologística. In addition

to the assessment of this relative efficiency, we used factor analysis to reduce possible external

variables – inherent to 3PLs but outside their control – and Tobit regression to regress these factors

against scale efficiency scores in order to identify the main determinants of these scores.

Results corroborate evidence in the literature of the importance of coordination processes and,

especially, of ITs on the scale efficiency of Brazilian 3PLs. Services and IT related to express logistics

seem to stand out.

Keywords: 3PL, DEA, Efficiency Measurement, Scale Efficiency, Information Technology, Coordination

Processes.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Modelo de DEA ....................................................................................................................... 64

Figura 2: Fluxograma Metodológico ..................................................................................................... 73

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Medidas de eficiência em um caso simples (FARRELL, 1957) .............................................. 15

Gráfico 2: Comparação entre fronteira de DEA e regressão (COOPER et al., 2007) ............................. 16

Gráfico 3: Eficiência de Produto X Eficiência de Recursos (baseado em COOPER et al., 2007) ............ 17

Gráfico 4: Efeito da escala sobre a produtividade ................................................................................ 21

Gráfico 5: Fronteira exemplo 1 CCR X BCC ............................................................................................ 22

Gráfico 6: Evolução da mediana da receita bruta do OLs (em R$ milhões) .......................................... 76

Gráfico 7: Evolução da mediana de anos de mercado dos OLs ............................................................ 76

Gráfico 8: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de controle de estoque ...... 77

Gráfico 9: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de embalagem .................... 77

Gráfico 10: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de montagem de kits ........ 77

Gráfico 11: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de logística reversa ........... 77

Gráfico 12: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de desenvolvimento de

projetos ................................................................................................................................................. 77

Gráfico 13: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de distribuição .................. 77

Gráfico 14: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço porta-a-porta .................... 77

Gráfico 15: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de transferência................ 77

Gráfico 16: Evolução da percentagem de empresas que têm escritórios próprios .............................. 78

Gráfico 17: Evolução da percentagem de empresas que utilizam WMS e ERP .................................... 79

Gráfico 18: Evolução da percentagem de empresas que têm certificação........................................... 79

Gráfico 19: Teste scree para análise fatorial com 7 fatores .................................................................. 82

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas .................................. 30

Quadro 2: Resumo dos Estudos de DEA em Ferrovias .......................................................................... 36

Quadro 3: Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano .......................................................... 38

Quadro 4: Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais .......................................................... 44

Quadro 5: Resumo dos Estudos de DEA em Outras Aplicações Logísticas ........................................... 49

Quadro 6: Resumo dos Estudos de DEA em Operadores Logísticos ..................................................... 53

Quadro 7: Painel Incompleto de Dados – Indústria Brasileira de OLs .................................................. 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Correlações tau-b de Kendall entre inputs e outputs ............................................................ 57

Tabela 2: Estatísticas Descritivas das Medidas de Input e Output ........................................................ 58

Tabela 3: Estatísticas descritivas do input número de funcionários ..................................................... 74

Tabela 4: Estatísticas descritivas do input área total ............................................................................ 74

Tabela 5: Estatísticas descritivas do input armazéns próprios .............................................................. 75

Tabela 6: Estatísticas descritivas do input armazéns de clientes .......................................................... 75

Tabela 7: Estatísticas descritivas do output número de clientes .......................................................... 75

Tabela 8: Estatísticas descritivas do output receita bruta .................................................................... 75

Tabela 9: Resumo dos escores de eficiência calculados por ano .......................................................... 80

Tabela 10: KMO e teste Bartlett de esfericidade .................................................................................. 82

Tabela 11: Matriz de componentes rotacionados – processos de coordenação e Tecnologias de

informação ............................................................................................................................................ 83

Tabela 12: Análise de correlação entre os fatores e a outra variável independente ........................... 84

Tabela 13: Resultados da Regressão Tobit para Dados em Painel Incompleto .................................... 84

Tabela 14 - Resultados da DEA: Escores CCR ...................................................................................... 109

Tabela 15 - Resultados da DEA: Escores BCC ...................................................................................... 112

Tabela 16 - Resultados da DEA: Escores de eficiência de escala ......................................................... 115

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LISTA DE SIGLAS

BCC – Banker, Charnes e Cooper (retornos variáveis de escala)

CCR – Charnes, Cooper e Rhodes (retornos constantes de escala)

DEA – Data Envelopment Analysis (Análise Envoltória de Dados)

DMU – Decision-Making Unit (Unidade de Tomada de Decisão)

EE – Eficiência de Escala

ERP – Enterprise Resource Planning (Sistemas Integrados de Gestão Empresarial)

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional de Padronização)

MPSS – Most Productive Scale Size (Escala de Produção Mais Produtiva)

MQO – Mínimos Quadrados Ordinários

OL – Operador Logístico

PIB – Produto Interno Bruto

SFA – Stochastic Frontier Analysis (Análise Estocástica de Fronteira)

TI – Tecnologia da Informação

TMS – Transportation Management System (Sistema de Gestão de Transportes)

WMS – Warehouse Management System (Sistema de Gestão de Armazéns)

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Sumário

1 Introdução ....................................................................................................................................... 1

1.1 Objetivos ................................................................................................................................. 1

1.2 Relevância do Estudo .............................................................................................................. 1

1.3 Organização do Estudo ............................................................................................................ 5

2 Revisão de Literatura ...................................................................................................................... 6

2.1 Operadores Logísticos ............................................................................................................. 6

2.1.1 Fundamentos Conceituais ............................................................................................... 6

2.1.2 Influência de insumos, produtos e variáveis contextuais na eficiência de escala dos OLs

10

2.2 Análise Envoltória de Dados/Data Envelopment Analysis (DEA) .......................................... 14

2.2.1 Modelo CCR ................................................................................................................... 18

2.2.2 Modelo BCC ................................................................................................................... 20

2.2.3 Eficiência de Escala ........................................................................................................ 22

2.2.4 DEA em Três Estágios .................................................................................................... 23

2.3 Aplicações de DEA no Setor de Logística .............................................................................. 28

2.3.1 Aeroportos .................................................................................................................... 29

2.3.2 Ferrovias ........................................................................................................................ 35

2.3.3 Transporte Urbano ........................................................................................................ 38

2.3.4 Portos e Terminais Portuários ....................................................................................... 43

2.3.5 Outras Aplicações Logísticas ......................................................................................... 49

2.3.6 Operadores Logísticos ................................................................................................... 50

3 Metodologia de Pesquisa .............................................................................................................. 54

3.1 Base de Dados Utilizada ........................................................................................................ 54

3.2 Tratamento Inicial de Dados e Escolha de Variáveis ............................................................. 55

3.2.1 Seleção de Inputs e Outputs .......................................................................................... 55

3.2.2 Seleção das Variáveis Contextuais ................................................................................ 58

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3.2.3 Escolha das DMUs ......................................................................................................... 60

3.3 O Modelo de DEA em Três Estágios ...................................................................................... 63

3.3.1 O Modelo de DEA .......................................................................................................... 63

3.3.2 Análise Fatorial .............................................................................................................. 64

3.3.3 Regressão Tobit ............................................................................................................. 67

3.4 Fluxograma Metodológico .................................................................................................... 73

4 Análise e Discussão de Resultados ................................................................................................ 74

4.1 Apresentação dos Resultados ............................................................................................... 74

4.1.1 Estatísticas Descritivas .................................................................................................. 74

4.1.2 Resultados da DEA ......................................................................................................... 80

4.1.3 Resultados da Análise Fatorial ...................................................................................... 81

4.1.1 Resultados da Regressão Tobit ..................................................................................... 84

4.2 Análise dos Resultados .......................................................................................................... 85

5 Conclusões e Implicações Gerenciais ............................................................................................ 87

5.1 Resumo .................................................................................................................................. 87

5.2 Conclusões............................................................................................................................. 88

5.3 Limitações do Estudo ............................................................................................................ 89

5.4 Sugestões para Estudos Futuros ........................................................................................... 90

Referências Bibliográficas ..................................................................................................................... 91

Anexo 1: Exemplo Numérico de DEA .................................................................................................. 104

Anexo 2: Resultados da DEA por DMU ................................................................................................ 109

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1

1 Introdução

1.1 Objetivos

A exploração de economias de escala é o ponto fundamental da própria existência dos operadores

logísticos (OLs). Estes conseguem auferir ganhos expressivos tanto em custo quanto em nível de

serviço pela consolidação de demandas aliada a sua alta especialização. Assim, este estudo visa

investigar os principais determinantes que afetam a eficiência de escala na indústria de OLs no Brasil.

Para isto, a pesquisa fará uso, inicialmente, de uma combinação de modelos de Análise Envoltória de

Dados (Data Envelopment Analysis – DEA) para estimar a eficiência dos OLs. As eficiências técnica e

de escala são determinadas para se avaliar a eficiência relativa de suas operações, analisando os

benchmarks de cada unidade ineficiente. Desta forma, chega-se à pergunta principal da pesquisa:

“Quais os principais fatores que afetam a eficiência de escala dos operadores logísticos no Brasil?”. A

partir dela, pode-se explorar o tema pelo ponto-de-vista gerencial, analisando maneiras pelas quais

os operadores poderiam melhorar sua eficiência de escala.

1.2 Relevância do Estudo

Muitos autores, como Hum (2000), vêem a logística como a última fronteira onde ainda há espaço

para que as empresas desenvolvam vantagens competitivas estratégicas. Sendo assim, empresas que

não têm as operações logísticas como competência central (PRAHALAD e HAMEL, 1990) buscam a

terceirização como forma de alcançar estas vantagens e, para isso, contam com o uso de operadores

logísticos. Esta, que é uma das tendências mais poderosas para a maior parte das empresas (RAJESH

et al., 2011), pode ser comprovada pelo índice de terceirização logística1 em diferentes regiões do

globo: 47% nos EUA, 62% na Ásia, 65% na Europa e 63% no Brasil (COPPEAD, 2009). O alto percentual

de terceirização no país evidencia a importância do papel dos prestadores de serviços logísticos na

economia brasileira.

Pode-se constatar que a terceirização logística é um fenômeno mundial. Nos EUA, o início da década

de 90 viu uma expansão espetacular da indústria de operadores logísticos: 100 novos operadores

surgiram entre 1990 e 1995. As receitas praticamente dobraram de US$65 bilhões em 2001 para

US$128,7 bilhões em 2008 (FIELD, 2009). Na China, o mercado dos OLs era estimado em US$55,8

bilhões em 1999, US$90 bilhões em 2005 e esperava-se que atingisse a marca de US$120,8 bilhões

1 Percentagem do total de gastos com logística.

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em 2010. Entretanto, empresas com negócios neste país pareciam estar preocupadas com o

aumento dos custos – por motivos como precariedade da infraestrutura, burocracia e corrupção –,

que poderiam colocar em perigo a vantagem competitiva chinesa, uma vez que os gastos logísticos

chegaram a 21,5% do PIB em 2002 (ZHOU et al., 2008). Pode-se traçar um paralelo da evolução

chinesa com a evolução brasileira.

A indústria de operadores logísticos no Brasil só começou sua real evolução depois da estabilização

econômica resultante do Plano Real (FLEURY e RIBEIRO, 2001), na segunda metade da década de 90,

com a entrada de importantes empresas internacionais e o desenvolvimento de empresas locais. A

expansão do uso de operadores logísticos veio com cerca de 10 anos de atraso em relação aos EUA e

à Europa, por exemplo, mas resultou em uma expansão de 286% de 2000 a 2003 no tamanho do

mercado, sem que, na verdade, o número de prestadores de serviço aumentasse tanto – de 98 para

116 firmas (FLEURY, 2004). Cristiano Koga, diretor de Vendas e Engenharia do operador Penske,

coloca, em entrevista à edição de junho de 2010 da Revista Tecnologística, que o movimento

europeu e americano de terceirização dos últimos anos deve se repetir aqui, porque não há mais

como as empresas crescerem a taxas exponenciais mantendo internas certas atividades. A receita

média dos OLs aumentou de R$32 milhões em 2000 para R$203 milhões em 2007. Considerando o

setor como um todo, os gastos com logística no Brasil, em 2008, corresponderam a

aproximadamente R$192 bilhões ou 11,7% do PIB nacional (COPPEAD, 2009).

Na visão da maioria dos embarcadores nacionais, a terceirização gera redução de custos, sendo este

o principal motivador para se terceirizar, citado por 81% das empresas. O segundo (73%) e terceiro

(73%) motivos foram, respectivamente, focar no core business e aumentar a eficiência operacional. É

interessante notar a evolução do motivo “trazer maior know-how para geração de novas soluções

logísticas”, que, apesar de continuar pouco expressivo, evoluiu de 35% em 2003 para 53% em 2008,

evidenciando um amadurecimento do setor (COPPEAD, 2009).

Uma pesquisa sobre o transporte rodoviário de cargas no Brasil publicada pelo Instituto ILOS em

2010 mostrou que havia restrição de oferta de transporte no curto prazo, tendo sido constatado que

a demanda nesse ano já poderia ser maior que a disponibilidade de ativos para determinados setores

(ARAÚJO, 2010). Além disso, há todo um processo de interiorização do país, com avanço de

fronteiras em direção ao Norte e ao Centro-Oeste, regiões com extraordinárias possibilidades,

principalmente de extração mineral e produção agrícola (MAGALHÃES, 2009). Isto resulta em

distâncias maiores a serem percorridas na prestação de serviços logísticos. Por este setor ainda não

ser tão desenvolvido aqui quanto em outros países e por haver um crescimento da adoção do

conceito de logística integrada, o mercado brasileiro apresenta enorme potencial. Entretanto, os OLs

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enfrentam uma série de problemas no país, dentre os quais os principais são a infraestrutura

precária, os entraves regulatórios e burocráticos, a ineficiente legislação tributária e o pouco

conhecimento acerca da indústria.

O negócio de operadores logísticos vem evoluindo de acordo com a demanda por serviços mais

sofisticados. A globalização, a redução dos lead times, a orientação para o consumidor e a

terceirização são algumas das mudanças drásticas que contribuíram para o aumento do interesse em

logística. A integração da cadeia de suprimentos apresenta oportunidades de ganho em vantagem

competitiva e, como resultado, a função dos OLs está mudando tanto em papel quanto em

complexidade (HERTZ e ALFREDSSON, 2003). Assim, o crescimento da importância dos operadores

logísticos e da terceirização na economia mundial suscitou o interesse de diversos pesquisadores

pelo tema. Os aspectos pesquisados incluem o critério de seleção, o leque de serviços oferecidos e a

extensão da terceirização (ZHOU et al., 2008).

Tomando o exemplo do caso norte-americano, Min e Joo (2006) acreditam que, após duas décadas

de evolução, a indústria de operadores logísticos atingiu a maturidade. Partindo-se deste

pressuposto, o mesmo estaria acontecendo no Brasil em alguns anos. A maior complexidade do setor

somada ao aumento da exigência dos clientes gera a necessidade de se conseguir um bom

posicionamento frente à concorrência. Fleury e Ribeiro (2001) citaram a pressão por melhoria de

desempenho como sendo o fator que mais impacta o setor de OLs, seguido de perto pela pressão

por redução de preços. Mais recentemente, Wang et al. (2008) também mencionam a existência de

crescentes pressões por redução de custos e provisão de melhores serviços no setor de logística. A

crise mundial que atingiu o Brasil principalmente em 2009 foi outro fator que estimulou a redução de

custos através do aumento da eficiência, transformando o que antes era uma estratégia na única

alternativa possível. Assim, hoje em dia, são grandes as pressões por redução de custo e aumento do

nível de serviço, por integração dos serviços e, consequentemente, por melhorias na eficiência

operacional. Esta combinação de fatores torna fundamental a avaliação de eficiência dos OLs, apesar

de, até hoje, a análise de eficiência não ter sido muito pesquisada, mostrando uma lacuna

importante na literatura.

Nesta empreitada, a DEA – desenvolvida há mais de 30 anos, embora seu uso só se tenha

disseminado há alguns anos (COOK e SEIFORD, 2009) – é considerada uma poderosa ferramenta,

capaz de processar simultaneamente diversos inputs e outputs, auxiliando os gestores na tomada de

decisão. Ela produz uma única medida de desempenho para cada uma das unidades analisadas,

chamadas DMUs (decision-making units ou unidades de tomada de decisão), e constrói

empiricamente uma fronteira eficiente, após ter identificado as DMUs eficientes e ineficientes

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(WAGNER e SHIMSHAK, 2007). Sua maior vantagem em relação às técnicas paramétricas é que os

pesos relativos das variáveis não precisam ser conhecidos a priori.

Esta técnica é capaz de gerar escores tanto de eficiência técnica quanto de eficiência de escala. Esta

eficiência é tão importante no setor de logística que até mesmo um decreto presidencial sobre

fomento do setor de portos coloca que o plano geral de outorgas deve estar de acordo com a

“expansão da oferta de serviços portuários, baseada na eficiência de escala da exploração das

atividades e redução dos custos unitários” (DECRETO no 6.620 de 29 de outubro de 2008, Art. 44º,

inciso II). Em um momento em que a tendência generalizada de consolidação no setor de operadores

logísticos se torna patente (SELVIARIDIS e SPRING, 2007), surge a questão de se operadores maiores

são, de fato, mais eficientes. A própria existência dos operadores logísticos se baseia nas economias

de escala que eles conseguem auferir com a consolidação de diversas demandas por um mesmo

serviço e pela especialização em serviços correlatos. Liu et al. (2008) defendem que, dado que os

custos de desenvolver a logística nas empresas são altos, a melhor forma de reduzir custos logísticos

é subcontratando OLs. Rajesh et al. (2011) aprofundam esta idéia e mostram que os operadores

utilizam melhor sua capacidade, distribuindo os custos entre os clientes e, assim, tomando proveito

de economias de escala. Os OLs são capazes de movimentar mais produtos utilizando menos ativos,

ainda mantendo o nível de serviço exigido pelo cliente, alguns otimizam redes de distribuição e

consolidam rotas, além de alavancarem, com o alto volume, a adoção de novas tecnologias.

Isso mostra que a melhor adequação da escala à demanda é crucial para o seu bom desempenho.

Min e Joo (2006) acreditam que os OLs que não conseguirem sustentar suas economias de escala

podem acabar vítimas de fusões e aquisições. Neste contexto torna-se cada vez mais importante

mensurar de forma acurada os determinantes da eficiência no setor. Hertz e Alfredsson (2003)

defendem que o aumento da competição de novas empresas frente às transportadoras e aos

armazéns tradicionais exige um posicionamento competitivo mais interessante. Para adicionar valor

para o cliente, é necessário desenvolver habilidades e competências e ganhar vantagens em escala e

escopo, explorando a co-utilização de recursos, a coordenação de atividades no portfólio de clientes

e a criação de conhecimento específico. Este equilíbrio entre escala e escopo é um dos principais

desafios enfrentados pela indústria e determina o desenvolvimento estratégico dos OLs, em termos

de recursos críticos, serviços oferecidos e competências-chave a serem estimuladas (HERTZ e

ALFREDSSON, 2003).

Em conjunto com técnicas multivariadas de análise de dados, a DEA permite a mensuração do

impacto de variáveis contextuais nos escores de eficiência (COOPER et al., 2007).

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O único artigo que deu a devida importância à análise de fatores que afetam à eficiência de escala foi

o de Ross e Droge (2004), que o fizeram na avaliação de eficiência de unidades de uma extensa rede

de distribuição de petróleo. Assim, o tema é bastante inovador de forma geral, mas ainda mais no

que tange à análise de eficiência de operadores logísticos, que, em si, também é bastante pouco

explorada com uso de DEA.

A próxima seção apresentará a organização do estudo.

1.3 Organização do Estudo

O presente estudo está dividido em cinco capítulos. O primeiro apresentou os objetivos que serão

perseguidos, bem como sua relevância. O segundo capítulo traz a revisão de literatura sobre o tema.

Inicia-se com uma caracterização geral da indústria de operadores logísticos no Brasil, discutindo o

seu papel nas cadeias de suprimentos, os principais serviços prestados e as tecnologias de

informação (TIs) comumente adotadas. Em seguida, vem uma explicação sobre a técnica de DEA e

seus modelos – assim como sobre a combinação desta com outras técnicas multivariadas. Na última

seção são resumidos os principais estudos que aplicaram DEA no setor de logística, dando destaque,

especificamente, à aplicação em OLs, que até hoje ocorreu em pouquíssimos estudos e apenas em

outros países.

O capítulo 3 apresenta a metodologia do estudo, expondo os métodos utilizados e o processo de

análise. A primeira seção dá especial atenção às motivações para a escolha do escore de eficiência de

escala para análise mais profunda. As seções subsequentes apresentam a base de dados utilizada,

detalhando a escolha de variáveis e DMUs. A última seção é a principal, onde é detalhado o modelo

de DEA em três estágios utilizado na pesquisa, dividida em DEA, análise fatorial e regressão Tobit.

O quarto capítulo mostra e discute os resultados e a análise da aplicação da técnica de DEA, da

análise fatorial das variáveis contextuais e, finalmente, da regressão Tobit, que determina os

principais fatores que afetam a eficiência de escala na indústria brasileira de OLs.

No quinto e último capítulo as conclusões são apresentadas e são sugeridas estratégias gerenciais

para se aumentar a eficiência. Também serão abordadas as limitações do trabalho, assim como

recomendações para estudos futuros sobre este mesmo tema.

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2 Revisão de Literatura

Este capítulo traz uma revisão de literatura, dividida em três seções, que propiciará ao leitor um

embasamento teórico da pesquisa levada a cabo. A primeira seção trata do tema operadores

logísticos, da mensuração de eficiência neste setor, dos processos de coordenação na cadeia de

suprimentos e, por fim, aborda a utilização da tecnologia da informação. A segunda, por sua vez,

apresenta um resumo da DEA e versa sobre seus principais modelos e sua aplicação em três estágios.

Isto é feito para orientar o leitor acerca da metodologia utilizada com o objetivo de determinar os

principais fatores que impactam a eficiência de escala dos OLs. Por fim, a última seção traz uma

junção dos dois assuntos, mostrando aplicações da técnica de DEA na logística e, mais

especificamente, no setor de operadores logísticos.

2.1 Operadores Logísticos

2.1.1 Fundamentos Conceituais

A ABML, a Fundação Getúlio Vargas e a Associação Brasileira de Movimentação e Logística definiram,

em conjunto, que “operador logístico” é

O prestador de serviços logísticos, especializado em gerenciar e executar

todas ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de

suprimentos de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e

que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços

nas três atividades básicas de controle de estoques, armazenagem e gestão

de transportes (ABML, 1999).

A proliferação de operadores logísticos é uma tendência que veio se consolidando ao longo do

tempo. Por um lado, o crescimento da complexidade das atividades logísticas dificultou o

acompanhamento das exigências competitivas, que seguiam tendência de aumento. Por outro, à

medida que esta complexidade crescia, a necessidade de investimentos que capacitassem as

empresas a realizar as atividades logísticas também aumentava. Assim, a contratação de

especialistas para gerenciá-las tornou-se cada vez mais indispensável (FIGUEIREDO e MORA, 2009).

Segundo Fleury (1999, p.1),

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as operações logísticas têm se tornado mais complexas (o que tende a gerar

mais custos), mais sofisticadas tecnologicamente (implicando em maiores e

mais frequentes investimentos) e mais importantes sob o ponto-de-vista

estratégico (por permitir maior agregação de valor e maior diferenciação

competitiva), favorecendo a utilização de especialistas.

Há diversos motivos que contribuem para este aumento da complexidade. Um deles é a globalização,

que “resulta em maior número de clientes e fornecedores, maior número de locais para suprimento

e distribuição, maiores distâncias a serem percorridas, maior complexidade cultural e regulatória”

(FLEURY, 1999, p.1).

Adicionalmente, os clientes têm exigido serviços cada vez mais confiáveis, rápidos, flexíveis (WANG

et al., 2010) e variados (RAJESH et al., 2011). O resultado é a adequação à conveniência do cliente em

todos os aspectos, como é o caso do lugar e da hora de entrega desejados, da velocidade em que o

pedido chega e dos serviços de pós-compra (GOTZAMANI et al., 2010). As altas expectativas dos

clientes aliadas ao maior nível de competição global fazem com que um número cada vez maior de

empresas terceirize suas atividades logísticas (VAIDYANATHAN, 2005).

Outros fatores de grande influência para o aumento da demanda por operadores logísticos são a

tendência de aumento da frequencia de lançamento de novos produtos juntamente com a difusão

do conceito de segmentação dos mercados. Atualmente, os sistemas logísticos têm de suportar

maior flexibilidade tanto no número de linhas de produtos quanto nos múltiplos canais de vendas

pelos quais eles são distribuídos. A consequente fragmentação do volume de produtos nestes

diversos canais aumenta a complexidade e os custos da logística, uma vez que diminui as

oportunidades de consolidação (BOWERSOX e CLOSS, 2007).

Finalmente, aliada à complexidade operacional, a sofisticação tecnológica também tem contribuído

para o aumento da demanda por operadores logísticos. A baixa taxa de adoção de tecnologias pelas

empresas evidencia amplas oportunidades para que os operadores logísticos as adotem e explorem

(LAI et al., 2006). Rajesh et al. (2011) confirmam que as economias de escala atingidas pelos

operadores logísticos na prestação de serviços para terceiros ocorrem tanto em ativos quanto em

conhecimento. Sendo assim, viabilizam investimentos em tecnologia, permitindo-lhes oferecer maior

flexibilidade operacional para seus clientes a menores custos. Adicionalmente, Gotzamani et al.

(2010) registram que os OLs usam significantemente mais métodos e ferramentas de forma a

corretamente identificar as necessidades e percepções dos clientes.

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Figueiredo e Mora (2009) identificam a adoção do conceito de produção enxuta pelas indústrias

como fator de grande importância no aumento da complexidade das atividades logísticas. Desde que

o paradigma da produção em massa foi substituído pela filosofia Just in Time (JIT), a necessidade de

entrega rápida de matérias-primas e produtos acabados tornou necessária a contratação de

especialistas (FIGUEIREDO e MORA, 2009). Outros fatores importantes foram a busca por aumentar a

flexibilidade operacional e o foco nas competências-chave do negócio, derivado das idéias de

Prahalad e Hamel (1990) (apud WILDING e JURIADO, 2004).

Sob o ponto-de-vista operacional, os operadores podem ser baseados em ativos, ou seja, ter seus

próprios armazéns, frota, etc., ou baseados em informação e gestão, vendendo soluções advindas de

seu know-how de gerenciamento baseado em sistemas de informação e capacidade analítica

(FLEURY, 1999). Em média, 92% da frota de veículos de carga, 27% dos armazéns e 32% dos

equipamentos de armazenagem pertencem aos OLs (COPPEAD, 2009). A maior parte dos OLs

brasileiros são baseados em ativos2 e seu crescimento se deu, em parte, graças à falta de uma boa

infraestrutura de armazenagem pública e à capacidade de provisão de serviços de transporte

confiáveis (HOFER, 2007).

O surgimento de operadores pode se dar por ampliação de serviços a partir de empresas

especializadas em transporte ou armazenagem, por exemplo, ou por diversificação de atividades,

dentro de uma empresa industrial ou comercial que, tendo desenvolvido competências logísticas

internas, decide criar um prestador de serviços logísticos para terceiros (FLEURY, 1999). Uma das

vantagens deste tipo de desenvolvimento é que as firmas que não eram transportadoras não têm

redes de distribuição muito fortes: as empresas podem querer terceirizar diferentes partes de seus

negócios para diferentes operadores, esperando objetividade dos prestadores de serviço; a

desvantagem é o fato de o cliente da transportadora ser também um cliente potencial do novo

operador, e poder se desenvolver juntamente com ele. Para exemplificar esta situação, Hertz e

Alfredsson (2003) citam como exemplo a Cat Logistics, que se desenvolveu a partir do serviço de

MRO da Caterpillar. O sucesso levou a divisão, que hoje é uma unidade separada (existem casos de

empresas que se separaram totalmente da matriz, para que os clientes as considerassem “neutras”),

a lentamente adicionar clientes externos, inicialmente clientes e fornecedores da própria Caterpillar.

Hoje, muitos dos seus novos clientes acreditam que a sua origem industrial pode ser fonte de

conhecimentos importantes.

2 Segundo Paulo Fleury, em entrevista para a edição de junho de 2008 da Revista Tecnologística, há poucos OLs

não baseados em ativos no Brasil, uma vez que isto tende a deixar o cliente inseguro.

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O Brasil está seguindo a tendência mundial, mas a oferta de serviços de maior valor agregado está

evoluindo lentamente. De fato, Selviaridis e Spring (2007) identificam que existe um contínuo

movimento de consolidação one-stop shop, graças às economias de escala, à expansão da cobertura

geográfica, à possibilidade de expansão das capacitações e à necessidade de grandes investimentos

em equipamentos e TI. Fleury (2008, p.68) afirma que “as tendências dos mercados mais

desenvolvidos acabam vindo para cá.”

Os OLs se diferenciam em diversas alternativas de atuação, dentre as quais os tipos de serviços

oferecidos, o escopo geográfico, os tipos de indústria atendidos, as características dos ativos

utilizados e a atividade de origem. O transporte e a armazenagem, atividades que deram origem à

enorme maioria dos operadores, continuam sendo os serviços que mais contribuem para seu

faturamento (FLEURY e RIBEIRO, 2001).

Figueiredo e Mora (2009) argumentam que, dada a busca cada vez maior dos embarcadores por

soluções completas, os OLs estão sendo obrigados a repensar estratégias para melhorar seu

desempenho, fazendo escolhas de com que serviços e em que segmentos atuar. Wanke, Arkader e

Hijjar (2007) concordam com a atratividade desta estratégia. Os autores mediram a segmentação dos

OLs brasileiros com base na sofisticação logística do embarcador, chegando à conclusão de que

quanto maior a sofisticação, maior a busca por prestadores de serviço integrados, embora esta

escolha dependa, em última análise, do tipo de indústria sendo analisado. Realmente, na direção

contrária ao aumento do leque de serviços observado no passado, existe uma tendência de

segmentação dos prestadores de serviços logísticos, não só pela demanda dos clientes por

especialização e experiência em setores específicos, mas também de acordo com uma estratégia de

diversificação do portfólio de clientes. Esta tendência acaba sendo uma vantagem para pequenos

prestadores, dado que são necessários menos investimentos em ativos, gestão e TI (FIGUEIREDO e

MORA, 2009).

Para aumentar a eficiência, algumas empresas apelam para o transporte colaborativo de cargas, com

acordos com o embarcador para consolidação de cargas e/ou para frete de retorno (FIGUEIREDO e

EIRAS, 2007). Em linha, Min e Joo (2006) colocam que, em momentos de cortes de pessoal e aperto

financeiro, a eficiência operacional dos operadores logísticos dita não só sua competitividade como

também sua sobrevivência.

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2.1.2 Influência de insumos, produtos e variáveis contextuais na eficiência de escala dos OLs

Como qualquer unidade produtiva, os operadores logísticos utilizam inputs para produzir outputs. Os

principais insumos encontrados em artigos de aplicação da técnica de DEA no setor de OLs são,

basicamente, trabalho (salários, horas de trabalho por ano), propriedades e equipamentos (número

de equipamentos, depreciação e amortização de propriedade, área, ativo permanente), contas

financeiras (contas a receber, custo de vendas, despesas de vendas, despesas operacionais ex-

salários) e, até mesmo, informação. Os produtos podem ser medidos por throughput, número de

ordens, lucro, receita, etc. (ROSS e DROGE, 2004; MIN e JOO, 2006; HAMDAN e ROGERS, 2008; ZHOU

et al., 2008; MIN e JOO, 2009).

Os OLs típicos contratam um grande número de funcionários – entre os quais gerentes,

despachantes, motoristas, separadores de pedidos –, dada a natureza intensiva em mão-de-obra da

indústria de logística, fazendo com que os custos com pessoal representem grande parte dos custos

totais de um operador (ZHOU et al., 2008; MIN e JOO, 2006; MIN e JOO, 2006). Assim, Min e Joo

(2006) acreditam que os salários refletem a eficiência do investimento direto em recursos humanos

e, em sua pesquisa, tiveram acesso à folha de pagamentos dos OLs. Zhou et al. (2008) também

consideram os salários como um de seus inputs, e Hamdan e Rogers (2008) utilizam a variável horas

trabalhadas por ano.

Equipamentos e infraestrutura também são vistos como recursos importantes, pois a correta

utilização da capacidade pode aumentar a eficiência dos OLs em atender as demandas de seus

clientes. Estes recursos permitem o oferecimento de serviços de transporte e armazenagem, com a

oportunidade de consolidação e de oferta de serviços de maior valor agregado (MIN e JOO, 2006).

Estas atividades, que deram origem à maioria dos operadores, continuam sendo os serviços que mais

contribuem para o seu faturamento, embora os serviços mais lucrativos sejam os de maior valor

agregado (FLEURY e RIBEIRO, 2001).

Assim, Zhou et al. (2008) consideraram o ativo imobilizado líquido como um de seus inputs, incluindo

armazéns, terminais, caminhões, aviões, contêineres, computadores, etc., na crença de que

geralmente são recursos críticos para o aumento das vendas e, consequentemente, da receita

(especialmente no caso de OLs baseados em ativos), representando bem a eficiência no uso dos

ativos. Hamdan e Rogers (2008), em sua análise de eficiência de armazéns operados por operadores

logísticos, escolheram o espaço de armazenagem, em volume, como input, assim como o número de

equipamentos para manuseio de materiais.

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Além destes inputs, a tecnologia da informação também é considerada nos estudos sobre operações

logísticas. Ross e Droge (2004) incluíram a previsão de demanda e Hamdan e Rogers (2006), o custo

anual dos gastos com tecnologia.

A escolha de outputs financeiros é comum, seja o lucro operacional (MIN e JOO, 2006; ZHOU et al.,

2008), seja a receita do operador (MIN e JOO, 2009). Entretanto, Hamdan e Rogers (2008), em seu

artigo sobre operadores de armazenagem, dão prioridade aos produtos operacionais resultantes

destas operações: throughput, número de ordens por ano e utilização do espaço de armazenagem.

Contudo, a eficiência não é afetada somente pela destreza em minimizar insumos ou maximizar

produto. Fried et al. (2002) colocam que três fenômenos muito diferentes afetam o desempenho das

DMUs: a eficiência desta transformação de inputs em outputs; o impacto da sorte, de variáveis

omitidas ou de eventos relacionados, resumidos no que seria o termo de erro em uma regressão; e

as características contextuais das atividades do processo de produção. O primeiro fenômeno é

endógeno, enquanto os outros dois são exógenos, sendo interessante separar estes dois efeitos.

Fried et al. (1999) destacam a importância da exploração das razões para as diferenças entre os

escores de eficiência das DMUs, por meio do relacionamento das medidas de ineficiência a

características do ambiente operacional em que as DMUs estão inseridas. Assume-se que estas

características são não-discricionárias, ou seja, não podem ser mudadas à discrição do gestor, mas

ainda assim são capazes de influenciar sua habilidade de transformar insumos em produtos, ou

inputs em outputs. A natureza da ineficiência é importante para que se possa desenhar políticas

adequadas de melhoria na alocação de recursos.

Ross e Droge (2004) fizeram esta análise para um grande sistema de distribuição, separando a

eficiência em administrativa, de escala das operações dado um mercado e de alocação de recursos

dada uma escala e, depois, analisando o impacto que variáveis não-discricionárias poderiam ter

sobre a eficiência. Diferenças nos processos de coordenação do sistema levam a diferenças na

alocação de recursos das atividades operacionais, que, por sua vez, afetam os resultados de

desempenho. Modelos que incorporam variáveis não-discricionárias tendem a ter maior eficiência de

escala, mostrando que elas de fato têm impacto sobre o escore de eficiência de escala. A seguir,

estas variáveis contextuais serão analisadas mais profundamente.

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2.1.2.1 Mecanismos de Coordenação

Como já mencionado, o objetivo básico desta pesquisa é avaliar quão próximos os OLs estão de seu

tamanho de escala mais produtivo (MPSS – most productive scale size) e quanto isso é reflexo dos

processos de coordenação na cadeia de suprimentos (WANKE, 2003), além de determinar as

condições objetivas de seu desempenho.

Dado que os inputs e outputs são os insumos e produtos diretos de uma operação, são eles que

determinarão o nível de eficiência do operador. Entretanto, não explicam os motivos pelos quais o

operador se encontra naquele nível. Para entender estas razões, é preciso lançar mão de variáveis

adicionais, que expliquem o contexto no qual o operador logístico trabalha: serviços oferecidos,

tecnologias adotadas, tempo de experiência, etc.

As variáveis contextuais, neste trabalho, são utilizadas para verificar a influência dos mecanismos de

sincronização da cadeia de suprimentos: JIT, milk-run, gerenciamento intermodal, etc. A

coordenação é essencial no gerenciamento da cadeia de suprimentos, sendo crescente o interesse

por mecanismos de coordenação que eliminem as ineficiências (FUGATE et al., 2006). Os processos

de coordenação em sistemas de grande escala, como é o caso específico dos operadores logísticos,

impactam a alocação de recursos específicos nas operações (ROSS e DROGE, 2004), e sua melhor

alocação pode levar a uma também melhor adequação da escala do OL à sua demanda. A

organização do negócio e de sistemas e a gestão dos fluxos de informação para a coordenação de

diversos clientes é fundamental para o dimensionamento de recursos e, portanto, para a exploração

de economias de escala. Assim, acredita-se que estes processos têm impacto positivo sobre o

desempenho logístico e, mais especificamente, sobre a eficiência de escala dos OLs.

Embora o reconhecimento da importância da coordenação na cadeia de suprimentos não seja algo

novo (NG et al., 1997), a tecnologia da informação mudou totalmente a forma como os processos

são levados a cabo e ajudou a melhorar extraordinariamente o desempenho das cadeias de

suprimentos. A próxima seção trata deste assunto.

2.1.2.2 Tecnologia da Informação no setor de OLs

A tecnologia da informação é “o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para geração e

uso da informação” (MENDONÇA et al., 2009, p.75). Envolve tanto hardware quanto software e pode

ser aplicada tanto no fluxo de dados e informações quanto nas operações em si. São exemplos de

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hardware os códigos de barras, o leitor ótico, a rádiofrequência e o GPS. Por outro lado,

roteirizadores, sistemas ERP, sistemas GIS, simuladores e sistemas de planejamento de redes são

softwares (FLEURY, 1999), uma vez que são apenas programas.

Banker et al. (1990) chegaram à conclusão, através de seu estudo, de que a tecnologia da informação

pode ajudar a reduzir custos operacionais. Em geral, as TIs aumentam a visibilidade da demanda,

levando geralmente à redução de custos e melhoria do nível de serviço. Esta melhor adequação

entre os recursos e a demanda acaba por diminuir os tempos de ciclo e a variabilidade nos tempos

de resposta ao mesmo tempo em que aumenta a precisão dos serviços (MASON et al., 2003).

Com o intuito de gerenciar o aumento da complexidade, advindo da globalização, da maior exigência

por parte dos clientes, da segmentação dos mercados e da proliferação de produtos, tem havido

maior busca por sofisticação tecnológica. Segundo Fleury e Ribeiro (2001, p.10), “A melhoria da

competência em TI é percebida como sendo a principal oportunidade para a melhoria de

desempenho por parte dos operadores. Esta percepção está condizente com os investimentos em

sistemas observados em quase todas as empresas.” Ainda segundo eles, nos EUA, por outro lado,

provavelmente a adoção de TI é importante já há algum tempo, não constituindo, atualmente, uma

grande oportunidade de diferenciação. Lá, os clientes consideram o uso de TI como um item básico a

ser fornecido pelos OLs (LIEB, 2005).

De fato, a adoção de complexas tecnologias da informação é cada vez mais comum em OLs que

coordenam uma ampla gama de atividades para seus clientes, dado que um dos principais desafios

na prestação de serviços logísticos é a transmissão da informação correta, para a pessoa correta, no

tempo certo e numa forma em que possa ser utilizada (YOUNGBERG, 2009).

Serviços baseados em TI são cada vez mais demandados. O aumento da competência em TI é uma

resposta óbvia à pressão que os OLs têm sofrido simultaneamente por melhoria do serviço e redução

de custos. Fleury e Ribeiro, em pesquisa realizada em 2001, mostram que os OLs percebem a

melhoria da competência em TI como sendo a principal oportunidade para melhoria de

desempenho. Sete dentre as oito empresas por eles entrevistadas mencionaram o e-commerce como

sendo a maior oportunidade. Em pesquisa apresentada por Lieb e Lieb (2008), o domínio das TIs é

considerado uma vantagem competitiva chave no setor de OLs.

Muitas vezes, a criação e implementação de tecnologias é terceirizada. Fleury e Ribeiro (2001)

mencionam o desenvolvimento de softwares, aplicação de Internet e de EDI como exemplos de

atividades terceirizadas na pesquisa que conduziram com alguns OLs. Segundo Fleury (2008), após

um período de decepção com alguns produtos superdimensionados para as necessidades locais, que

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tinham muitas funcionalidades, mas ao custo de preços altos e dificuldades de implementação, hoje

existe uma tendência a se investir em sistemas mais simplificados, muitas vezes desenvolvidos

internamente e, portanto, adaptados à realidade local.

Em sua pesquisa, Mendonça et al. (2009) constataram que a adoção de TI é muito mais frequente em

companhias de maior porte, nas regiões mais desenvolvidas do país e nos setores produtivos mais

intensivos em conhecimento. Empresas que adotam TI possuem, em média, empregados 13,24%

mais produtivos do que empresas não adotantes. “De forma geral, a revisão da literatura sugere que

os efeitos das TI no crescimento econômico e, mais especificamente, na produtividade do

trabalhador se dão de forma inequívoca, mesmo levando em conta amostras completamente

distintas e técnicas de estimação diversas” (MENDONÇA et al., 2009, p.77).

Boudreau et al. (1998) colocam que a tecnologia da informação cria economias de escala tanto na

manufatura quanto nos serviços. Na mesma linha, Martins e Oliveira (2008), afirmam que as

inovações tecnológicas aumentam a escala dos negócios. Dado que é de se esperar que a grande

maioria dos OLs opere sob retornos de escala crescentes, a tecnologia melhoraria sua eficiência de

escala. Wang et al. (2008) defendem que as TIs têm papel crucial na sincronização e coordenação de

processos complexos da cadeia de suprimentos.

Em resumo, as TIs e os processos de coordenação – as variáveis contextuais do modelo – são

responsáveis por alavancar a eficiência de escala dos operadores logísticos. Justifica-se, assim, a

escolha do escore de eficiência de escala como meio de se avaliar o impacto dos processos de

coordenação no desempenho logístico. Na seção 3, a modelagem de DEA em três estágios, que

permitirá a avaliação deste impacto, será apresentada mais detalhadamente.

2.2 Análise Envoltória de Dados/Data Envelopment Analysis (DEA)

As bases da mensuração de eficiência produtiva foram colocadas por Farell já no ano de 1957,

apoiado nos trabalhos de Koopmans (1951) e Debreu (1951). Em seu artigo, publicado no Journal of

Royal Statistical Society, ele critica tentativas frustradas de mensuração então utilizadas, como a

produtividade média do trabalho – dado que ela leva em consideração apenas um input, que pode

nem mesmo ser o mais importante – e os índices de eficiência, pela necessidade de determinação de

pesos para os inputs, introduzindo um elemento arbitrário na medida. Sendo assim, argumenta a

favor de uma medida de eficiência simples que, ao mesmo tempo, leve em consideração todos os

inputs sem atribuir a eles pesos arbitrários. Sugere que ela é formada por dois componentes: a

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eficiência técnica, que reflete a habilidade da firma de obter o produto máximo a partir de uma dada

quantidade de recursos, e a eficiência de preço, que diz respeito à habilidade de utilizar os recursos

na proporção ótima, dados os preços e a tecnologia de produção. Juntos, estes dois componentes

determinariam a eficiência total.

No gráfico, retirado do artigo, SS’ é a isoquanta de firmas perfeitamente eficientes (assumindo

retornos constantes de escala), ou seja, as várias combinações de fatores de produção que uma

firma eficiente pode usar para produzir uma unidade de produto. Os pontos representam a

quantidade utilizada de fator por unidade de produto. A firma P não está sobre a isoquanta SS’,

sendo, portanto, ineficiente. O ponto Q é a representação de uma firma eficiente que utiliza apenas

OQ/OP dos fatores para produzir a mesma quantidade de produto. Assim, OQ/OP é a chamada

eficiência técnica da firma P. Por outro lado, a inclinação da reta AA’ é igual à razão de preços entre

os fatores x e y. Isto deixa claro que o método ótimo de produção é Q’, e não Q, pois o custo de

produção em Q’ seria apenas a fração OR/OQ do custo em Q. Esta razão é a chamada eficiência de

preço de Q. Desta forma, a eficiência total da firma P poderia ser representada pela multiplicação

entre essas duas razões, o que levaria à razão OR/OP.

Gráfico 1: Medidas de eficiência em um caso simples (FARRELL, 1957)

A análise envoltória ou envelopamento de dados (DEA - Data Envelopment Analysis), desenvolvida

posteriormente por Charnes et al. em 1978 e expandida por Banker, Charnes e Cooper (1984), é uma

técnica não-paramétrica que deriva a medida de eficiência da utilização de inputs em relação aos

outputs correspondentes. Ela converte, por meio de processos iterativos (HAMDAN e ROGERS, 2008),

múltiplos inputs e outputs medidos de maneiras diferentes em uma medida escalar de eficiência

operacional relativa para cada unidade avaliada (ZHOU et al. 2008).

PS

A

Y

X

A’

S’Q’R

Q

0

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16

Assim como a técnica de Farrell, também não requer a pré-determinação de pesos: os pesos são

variáveis e derivados dos próprios dados, resultando na maximização da razão inputs/outputs para

cada ponto – ou DMU (decision-making unit)3 – analisado. Além de evitar a pré-determinação da

relação entre inputs e outputs, ou seja, da forma funcional regendo a produção (necessária quando

da utilização, por exemplo, de métodos estocásticos), nem mesmo requer que relação seja a mesma

para todas as DMUs (FANCHON, 2003).

Ao contrário da regressão linear, a DEA reflete a performance da DMU mais eficiente em vez de

refletir a média de todas, estimando a performance das outras DMUs em relação à melhor delas

(COOPER et al., 2007). Ou seja, é uma técnica direcionada à estimação de fronteiras em vez de

tendências centrais, como fica claro no Gráfico 2.

Gráfico 2: Comparação entre fronteira de DEA e regressão (COOPER et al., 2007)

Isto quer dizer que a utilização da DEA resulta em uma abordagem diferente em relação ao processo

de melhoria, uma vez que leva a uma comparação apenas com o benchmark. É possível identificar a

fonte e o tamanho da folga em cada input ou output para cada unidade produtora analisada, e o

aumento da eficiência pode se dar tanto pela diminuição dos inputs quanto pelo aumento dos

outputs, como ilustrado nos gráficos abaixo.

3 Uma DMU é uma entidade responsável pela conversão de inputs em outputs, cuja performance será

analisada (COOPER et al., 2007). Um conjunto de DMUs pode ser um conjunto de firmas privadas, ONGs, departamentos, unidades administrativas ou qualquer grupo que tenha objetivos, funções, padrões e segmentos de atuação no mercado similares (MIN e JOO, 2006). Neste trabalho as DMUs são operadores logísticos.

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17

Gráfico 3: Eficiência de Produto X Eficiência de Recursos (baseado em COOPER et al., 2007)

A escolha do objetivo vai depender de qual destes fatores é mais facilmente controlado pelas DMUs.

O caso dos operadores logísticos parece ter de ser tratado como um caso de minimização de inputs,

uma vez que a demanda por serviços depende de uma variedade de fatores externos, dado que os

serviços logísticos são considerados de apoio a outras atividades econômicas. Como colocam Odeck e

Alkadi (2001), de nada adianta aumentar o output se não há demanda para isso. É importante citar,

entretanto, que alguns autores consideram que a escolha da orientação é irrelevante, resultado

empírico ao qual chegam Coelli e Perelman (1999), por exemplo. Este resultado pode ser

tranquilizador nos casos em que a escolha da orientação é muito complexa.

Em linha com o que foi sugerido por Farrell, a ineficiência de uma DMU pode ser de dois tipos:

ineficiência técnica, que pode ser suprimida com o aumento ou a diminuição de inputs e outputs

embora sem alteração da proporção entre eles, e/ou ineficiência do mix, que demanda a alteração

da proporção entre inputs e outputs para ser eliminada.

Emrouznejad (2008) identificou mais de 4000 artigos sobre DEA publicados em periódicos ou

capítulos de livros. A busca mostra que esta técnica de benchmarking pode ser usada em diversos

setores, sendo os mais populares o de bancos, ensino e assistência média, e para diversos fins, como

a priorização do uso de recursos e a avaliação dos efeitos de investimentos, por exemplo. Uma vez

que permite estabelecer padrões confiáveis de medida, ajuda na avaliação de forças e fraquezas,

vantagens competitivas e na incorporação destes conhecimentos em planos estratégicos (MIN e JOO,

2006). Sendo assim, proporciona oportunidades de colaboração entre analistas e tomadores de

decisão, tanto na escolha de inputs e outputs quanto na seleção das análises de sensibilidade

adequadas em relação aos competidores, uma vez que tem a capacidade de levar em consideração

múltiplos aspectos da performance operacional, resultando em importantes insights sobre como agir

em diferentes cenários (COOPER et al. 2007).

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18

Há diversas variações da técnica de DEA, em relação a retornos de escala e como medir a distância

entre as DMUs ineficientes e a fronteira, como pode ser visto no artigo de Cook e Seiford (2009).

Modelos mais avançados podem incluir termos estocásticos, técnicas de Monte Carlo ou

bootstrapping (SIMAR e WILSON 98; DARAIO e SIMAR, 2007), para avaliar a significância dos escores

de eficiência. Entretanto, como Graham (2008), neste trabalho se decidiu utilizar basicamente as

técnicas BCC e CCR, que estão entre as mais fundamentais disponíveis, e sua escolha se deu

exatamente por elas serem conceitualmente diretas e fáceis de interpretar, além de serem as mais

usadas na literatura. Contudo, estas serão aplicadas em um contexto de DEA em três estágios, que

será apresentado mais adiante. Assim, os escores serão mais profundamente analisados no segundo

e no terceiro estágios.

A seguir, são apresentadas as técnicas de DEA utilizadas neste estudo.

2.2.1 Modelo CCR

O Modelo CCR foi inicialmente proposto por Charnes, Cooper e Rhodes, em 1978. Para contornar o

problema de arbitrariedade de pesos identificado por Farrell (1957), ele determina os pesos de

inputs e outputs via programação linear de forma a gerar pesos ótimos para cada DMU, tendo como

premissa retornos constantes de escala. Originalmente, foi apresentado como um problema de

maximização de outputs, mas, dado que se irá usar neste trabalho a orientação a input, o modelo é

apresentado sob esta forma.

Resolve-se o problema de programação fracionária (orientado a inputs) para cada uma das DMUs:

(1) (FPo)

,

(2) s.a.

,

(3) ,

(4) .

Onde

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19

A primeira restrição diz simplesmente que não se é possível obter mais produto do que os insumos

utilizados, enquanto a segunda e a terceira garantem a não-negatividade dos pesos, uma vez que se

assume que os inputs e outputs também o são.

Para diminuir a complexidade computacional associada à forma fracional não-linear das equações

acima, este problema pode ser transformado no seguinte problema de programação linear, seguindo

a teoria de programação fracionária de Charnes e Cooper (1962), onde arbitrariamente assume-se

que a soma dos outputs é igual à unidade4:

(5) (LPo)

,

(6) s.a.: ,

(7) ,

(8) ,

(9) .

Onde

4 Isto não muda o resultado. Para mais detalhes, ver Cooper et al. (2007).

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20

5

A solução ótima para o problema acima é representada por (θ*, ω*, μ*), onde ω* e μ* são os pesos

ótimos para cada DMU e θ* é o seu escore de ineficiência relativa. A DMU só é eficiente se θ*=1 e se

existe uma solução ótima (ω*, μ*) com ω*, μ*≥0. Caso contrário, ela é ineficiente.

O escore de 1 indica que a operação está na fronteira eficiente. Qualquer valor menor que 1 pode ser

multiplicado pelo nível observado de inputs para estimar a quantidade de insumos que seria

adequada numa operação eficiente que produzisse o mesmo nível de produto. Por outro lado, nas

estimativas de eficiência orientadas a output, todos os outputs devem ser multiplicados por 1/escore

para que a DMU atinja a eficiência (COOPER et al., 2007).

Como já foi dito anteriormente, o modelo CCR não leva em consideração a possibilidade de se obter

economias de escala com mudanças no nível de produção das DMUs. Para contornar esta limitação,

Banker, Charnes e Cooper (1984) desenvolveram o modelo BCC, apresentado a seguir.

2.2.2 Modelo BCC

A premissa de retornos constantes de escala não é muito razoável empiricamente. É possível que

uma firma seja técnica e alocativamente eficiente, mas que a escala de sua operação não seja ótima:

ela pode ser pequena demais, operando na parte da função de produção onde há retornos

crescentes de escala, ou grande demais, operando na parte onde há retornos decrescentes de escala

(COELLI et al. 2005).

Todas as firmas no gráfico abaixo são tecnicamente eficientes, uma vez que operam na fronteira de

produção. Entretanto, não são igualmente produtivas, como pode ser confirmado pela diferença na

inclinação das três retas (Y/X), pois, tomando-se o ponto B como referência, a firma A está operando

na parte da função de produção onde há retornos crescentes de escala (ou seja, a economia nos

inputs é superada pelo ganho nos outputs) e a firma C o faz na parte onde há retornos decrescentes

(a economia nos inputs supera o ganho nos outputs). Ambas podem melhorar sua produtividade

5 No artigo original de 1978, os autores simplesmente restringiram as variáveis para que fossem não-negativas

(ε=0). A imposição de um limite inferior estritamente positivo (ε>0) foi feita em um artigo subsequente (CHARNES et al., 1981). O infinitesimal não-arquimediano é um número menor que qualquer número real positivo e, de fato, o produto de ε por qualquer número real, não importando quão grande é o multiplicador, continua menor que qualquer número real positivo (COOPER et al., 2007).

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movendo-se para o ponto B, que é o tamanho de escala mais produtivo (MPSS – most productive

scale size).

Gráfico 4: Efeito da escala sobre a produtividade

Para levar em consideração as diferenças de escala, em 1984, Banker, Charnes e Cooper

desenvolveram o modelo BCC. Ele se diferencia do modelo CCR em uma única restrição:

(10) DEA-CCR (orientado a input) (11) DEA-BCC (orientado a input)

Onde e é um vetor-linha com todos os elementos iguais a um, o que impõe uma restrição de

convexidade.

No caso de retornos variáveis de escala, não necessariamente o nível de eficiência de input é igual a

um menos o nível de eficiência de output (JOHNSON et al., 2010). Entretanto DMUs que são

eficientes sob a premissa de retornos constantes de escala necessariamente o são também sob a

premissa de retornos variáveis, ainda que a recíproca não seja verdadeira (ROSS e DROGE, 2004).

C

B

A

Y

X

,𝜆

. . 𝑋𝜆 0

𝑌𝜆

𝜆 0

,𝜆

. . 𝑋𝜆 0

𝑌𝜆

𝜆 0

𝜆 = 1

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Gráfico 5: Fronteira exemplo 1 CCR X BCC

Os retornos de escala podem ser determinados inspecionando-se a soma dos pesos de acordo com

as especificações do modelo CCR: se a soma for igual a um, os retornos são constantes, mas se ela for

inferior ou superior a um, eles são, respectivamente, crescentes e decrescentes, considerando-se um

modelo orientado a inputs (ODECK e ALKADI, 2001). Em outras palavras, em cada um destes casos

um aumento em todos os inputs resulta, respectivamente, em um aumento proporcional, mais do

que proporcional e menos do que proporcional nos outputs. No caso de um modelo orientado a

output, o contrário acontece.

Existem modelos alternativos que permitem inferir o tipo de retorno de escala. Os modelos

multiplicativos, como o apresentado por Banker et al. (2004), ao invés de minimizar input ou

maximizar output, trabalham com excesso de input e déficit de output simultaneamente, de uma

forma que os minimiza conjuntamente. Estes modelos determinam elasticidades de escala “exatas”

sem a dependência de propriedades analíticas, como as associadas ao uso de derivadas parciais, por

exemplo, uma vez que não estão confinados a fronteiras de eficiência côncavas. Com isso é possível

determinar quantitativamente os retornos de escala (COOPER et al., 2007). Os modelos baseados em

bootstrap, técnica que faz uma reamostragem aleatória da amostra original (com reposição)

tentando repetir a experiência para determinar intervalos de confiança (HAIR et al., 2005), são outra

forma de inferir o tipo de retorno de escala (SIMAR e WILSON, 2002).

2.2.3 Eficiência de Escala

A eficiência de escala pode ser definida como EE= / e é uma forma de identificar quanto da

ineficiência de uma DMU é causada especificamente por estar operando em uma escala ineficiente.

Este valor estará no intervalo (0,1], em que 1 indica que a DMU está operando na escala ótima e os

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valores menores que 1 indicam o tamanho da divergência da escala da DMU analisada para seu

MPSS. A EE é utilizada para determinar se as DMUs estão ou não operando no seu tamanho mais

produtivo, dados seus inputs e outputs. Caso não estejam, pode-se calcular quão distantes estão

dele, por meio da razão entre o escore de eficiência CCR e o BCC, e entender se as ineficiências se

dão por retornos crescentes ou decrescentes de escala.

O escore BCC contém informações sobre a ineficiência técnica, enquanto o escore CCR as contém

tanto sobre a técnica quanto sobre a de escala. A eficiência técnica é determinada por um sem-

número de dimensões. A eficiência de escala, por outro lado, em última instância pode ser reduzida à

decisão de aumentar ou diminuir as operações, ou seja, o cálculo da eficiência de escala ajuda a

estimar se é possível melhorar o desempenho com a mudança do mix de recursos.

Como será visto adiante, é comum que grande parte das DMUs de uma amostra sejam julgadas

eficientes tecnicamente e, neste caso, a melhoria de desempenho estaria relacionada apenas à EE e

poderia ser resolvida tanto com a venda de ativos, no caso de deseconomias de escala, quanto com o

crescimento orgânico ou fusões e aquisições, no caso de retornos crescentes. Assim, para maximizar

a produtividade, deve-se buscar aumentar a escala do processo, se este se encontra na região de

retornos crescentes, e diminuí-la (via downsizing, consolidação ou encerramento) caso contrário.

Entretanto, é importante frisar a dificuldade inerente tanto à redução de inputs quanto ao aumento

de outputs. Por um lado, a redução de inputs, na prática, pode vir a ser uma alternativa complicada,

uma vez que talvez se precise dar um fim aos ativos tangíveis e que a diminuição dos ativos

intangíveis se prove muito complicada. No caso, por exemplo, de o modelo indicar que é preciso

diminuir o nível de experiência dos funcionários, provavelmente não seria rentável nem viável

demiti-los e contratar outros. Nestes casos, se possível, dever-se-ia optar pelo aumento dos outputs

(ROSS e DROGE, 2004). Contudo, este só pode ser alcançado se houver demanda para tal (ODECK e

ALKADI, 2001) – com a crise mundial de 2009, por exemplo, esta tampouco seria uma alternativa

viável. Assim, é importante que esta análise seja feita caso a caso, levando-se em consideração a

viabilidade econômica de cada uma das opções.

2.2.4 DEA em Três Estágios

Apesar de muito utilizada, há até alguns anos, a técnica de DEA era desacreditada por muitos por não

ser considerada “estatística”. Em uma famosa declaração, Schmidt (1985) mostrou ser cético em

relação a métodos não-estatísticos de mensuração de dados, não vendo qualquer valor neles. De

fato, segundo Von Hirschhausen e Cullman (2008), por serem não-estatísticas e determinísticas, as

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técnicas de DEA são muito sensíveis a valores extremos e outliers e não consideram a presença de

ruído nos dados. Outras críticas dizem respeito à robustez e validação dos resultados. Em resposta,

Banker (1993) publicou uma base estatística formal para a DEA, identificando as condições sob as

quais seus estimadores são estatisticamente consistentes e maximizam a verossimilhança.

Desde então, a abordagem estatística complementar à abordagem de envelopamento de dados veio

sendo largamente utilizada, de diversas formas.6 Há um número crescente de estudos que combinam

os resultados gerados pela técnica de DEA, aplicada em um primeiro estágio, com análises

multivariadas aplicadas posteriormente, como, por exemplo, a Análise de Regressão e a SFA

(Stochastic Frontier Analysis ou Análise Estocástica de Fronteira) (COOPER et al., 2007).

Muitos avanços ocorreram no desenvolvimento de testes de hipótese baseados em DEA. Alguns

deles são os de comparação da eficiência entre grupos, de adequação de formas funcionais

paramétricas na estimação de funções de produção monotônicas e côncavas, de verificação de

separação e substituição de inputs em sistemas de produção, os clássicos de existência de

ineficiência alocativa e avaliação da evolução técnica e da produtividade, além dos de impacto de

variáveis contextuais sobre a produtividade (BANKER e NATARAJAN, 2004).

Estes últimos são bastante importantes, pois o entendimento das possíveis razões por trás da

ineficiência é fundamental para melhorar os níveis eficiência, embora elas possam ser muitas, difíceis

de quantificar e interdependentes, tornando este tipo de análise muito desafiadora (CULLINANE e

WANG, 2006). Panayides et al. (2009) comentam a relevância da aplicação de modelos de DEA

dependentes do contexto, uma abordagem considerada das mais modernas.

Os escores de eficiência derivados da aplicação de DEA às DMUs podem ser significativamente

influenciados por três fenômenos bastante distintos: a eficiência gerencial em si, as características do

ambiente em que a DMU opera e ruído estatístico, ou seja, o impacto da sorte, de variáveis omitidas

e outros fenômenos relacionados que estariam no termo de erro aleatório em uma avaliação de

desempenho baseada em regressão. Para um melhor entendimento dos escores relativos e para

estimar a verdadeira performance das DMUs, é interessante decompô-los nestas três partes, e, para

isso, é preciso utilizar uma ou mais técnicas adicionais para ajustar os escores, penalizando aqueles

produtores operando em condições relativamente favoráveis e indicando caminhos mais realistas

para melhorar a eficiência (FRIED et al., 2002).

6 Para uma lista extensiva, consultar Simar e Wilson (2007).

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A maior parte dos modelos de DEA podem ser considerados determinísticos, uma vez que não têm

um termo de erro estatístico explícito. Para capturar a aleatoriedade associada às observações, é

preciso construir um modelo estocástico (FRIED et al., 2002). Uma das formas de se fazer isso é

utilizando a outra principal técnica de mensuração de eficiência (CULLINANE et al., 2009): a SFA. Esta

é um método paramétrico de estimação de fronteira baseado em regressão que leva em

consideração os erros de medida e o ruído estatístico. Entretanto, apesar de apontar se as variações

nos escores são produto da aleatoriedade ou não, a SFA falha em apontar as razões, ou seja, as

variáveis contextuais da produtividade.

Uma maneira de lidar com essas limitações é usando modelos Tobit, como se fará adiante. Simar e

Wilson (2007) apontaram diversos problemas de inferência nas abordagens mais comuns de DEA em

dois estágios, mas Souza e Staub (2007) afirmaram que estes não são gerais. Na mesma direção,

Banker e Natarajan (2008) mostram que os procedimentos de segundo estágio utilizando Mínimos

Quadrados Ordinários (MQO), máxima verossimilhança e Tobit têm desempenho tão bom quanto o

melhor dos métodos paramétricos de estimação do impacto de variáveis contextuais sobre a

produtividade.

Como coloca Giménez et al. (2007), há diversas sugestões na literatura de como tratar fatores

ambientais em DEA, embora ainda não se tenha chegado a um consenso. A primeira alternativa

envolve o agrupamento das DMUs baseado nos fatores ambientais mais importantes e a estimação

de fronteiras separadas (CHARNES et al., 1981; BANKER e MOREY, 1986a; BROCKETT e GOLANY,

1996). Entretanto, é preciso selecionar estes fatores a priori. A segunda opção é a inclusão das

variáveis contextuais diretamente no modelo de DEA, algo que foi sugerido por Banker e Morey

(1986b) e Charnes et al. (1994). A terceira e última abordagem, escolhida neste estudo, é a de

modelos de DEA em múltiplos estágios, em que a técnica não-paramétrica é combinada a técnicas

paramétricas – frequentemente econométricas – que explicam os efeitos das variáveis sobre os

escores de eficiência. Alguns autores sugerem que se leve a cabo etapas de correção das variáveis

dummy contextuais ou nos níveis iniciais de input e output e depois se recalcule a DEA (FRIED et al.,

1999). Neste estudo, o primeiro estágio do cálculo dos escores de DEA será seguido pela análise

fatorial das variáveis contextuais, cujos fatores determinados serão utilizados na regressão Tobit

subsequente para a avaliação de seu impacto sobre a eficiência de escala.

Houve já outro estudo brasileiro que fez uso destas mesmas etapas da metodologia aqui utilizada:

Didonet (2007), em tese de doutorado acerca da eficiência no setor supermercadista, utilizou

inicialmente a técnica de DEA para chegar aos escores de eficiência dos supermercados, reduziu as

variáveis contextuais que afetavam estes escores por meio de análise fatorial e, posteriormente,

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26

recorreu à regressão Tobit para estimar os impactos destas variáveis contextuais sobre a eficiência

dos supermercados.

2.2.4.1 Aplicação de DEA e Análise Fatorial

Os estudos que combinam DEA e análise fatorial normalmente o fazem para reduzir inputs e outputs,

como os trabalhos de Vargas e Bricker (2000), Kuo (2004) e Nadimi e Jolai (2008). Entretanto, alguns

utilizam a técnica após a estimação dos escores de DEA. Alguns exemplos estão listados abaixo,

embora nem todos se refiram ao trabalho com variáveis contextuais.

Yeh (1996) empregou a técnica de análise fatorial após a estimação dos escores de DEA para avaliar o

desempenho de bancos taiwaneses. Estes tiveram seus escores classificados em baixo, médio ou

alto. Doze índices financeiros de cada um foram agrupados em fatores por meio de análise fatorial

para que se pudesse estimar a diferença entre as médias dos fatores de cada grupo de bancos, com o

objetivo de entender as diferentes estratégias financeiras por trás da eficiência ou da ineficiência.

Athanassopoulos (1997) escreveu um artigo sobre a sinergia entre a qualidade de serviço e a

eficiência operacional em bancos gregos em que a análise fatorial também é utilizada após a

estimação dos escores de DEA. Contudo, o objetivo é reduzir variáveis a três dimensões de qualidade

de serviço, que são elementos controláveis da operação, não podendo tampouco ser considerados

variáveis contextuais.

Um dos poucos exemplos de uso da técnica de análise fatorial para redução de variáveis contextuais

é o artigo de Giménez et al. (2007). Os autores defendem que, na avaliação da eficiência de sistemas

educacionais, é preciso que se leve em consideração a importância do possível impacto de fatores

ambientais e contextuais, especialmente na comparação entre países, como vem a ser o caso. Como

os modelos de DEA perdem capacidade de discriminação à medida que o número de variáveis

aumenta, foi levada a cabo uma análise fatorial com o objetivo de reduzi-lo. A análise prévia da

matriz de correlações indicava que a técnica era apropriada, dadas as altas correlações.

Adicionalmente, ambos o teste KMO (Kaiser-Meyer-Olkin) quanto o teste de esfericidade de Bartlett

confirmaram estas correlações, assim como a matriz de correlação anti-imagem mostrou valores

bem baixos fora da diagonal. O método de extração escolhido foi o da máxima verossimilhança, sob

o critério da raiz latente. A rotação Equamax permitiu uma melhor interpretação tanto dos fatores

como das variáveis. Afinal, se chegou a quatro fatores: atitude positiva em relação ao estudo,

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disponibilidade de recursos em casa, nível de renda da família e expectativas em relação à

dificuldade das matérias.

Vê-se que este método pode complementar o trabalho com DEA de diversas maneiras. A técnica, em

si, será apresentada no próximo capítulo, referente à metodologia.

2.2.4.2 Aplicação de DEA e Regressão Tobit

A utilização da regressão Tobit em conjunto com a técnica de DEA é largamente difundida: há

inumeráveis estudos em diversos países do mundo, dos quais o precursor é o de McCarthy e

Yaisawarng (1993). Mesmo no Brasil, existe um número bastante considerável de estudos, referentes

a diversos setores: educação (BARBOSA, 2007; BARBOSA e WILHELM, 2009), agropecuária (OTSUKI,

REIS e HARDIE, 1999; SOUZA, 1999; SOUZA, 2006; GONÇALVES et al., 2008), bancos (SOUZA e TABAK,

2002), telecomunicações (RESENDE e TUPPER, 2004), bens de consumo (DIDONET, 2007; CUNHA et

al., 2009), serviços de utilidade pública (MARINHO, 2001; TUPPER e RESENDE, 2004) e comércio

exterior (DE NEGRI e FREITAS, 2004).

Em quase todos estes estudos, assim como nos estudos em geral, utiliza-se a regressão Tobit para

examinar efeitos de variáveis de contexto sobre a eficiência das DMUs, variáveis estas não presentes

no modelo de DEA por não consistirem em insumos ou produtos diretos das operações. Assim, a

regressão tem como variável dependente os escores de eficiência e como variáveis independentes

estas variáveis contextuais, que explicarão quais fatores fora do alcance dos gestores são

importantes para o escore de eficiência.

Contudo, é interessante notar que Resende e Tupper (2004), assim como Tupper e Resende (2004),

fazem uso da regressão Tobit para controlar os escores para heterogeneidade das DMUs e depois

redimensioná-los com base nos resíduos da regressão, de forma a permitir uma análise mais

adequada do problema. De Negri e Freitas (2004) têm uma abordagem ainda mais alternativa:

utilizam o escore de eficiência de escala como variável independente, em conjunto com a

escolaridade média da mão-de-obra dos trabalhadores ocupados na empresa em uma regressão em

que a variável dependente é a quantidade exportada pela firma. Vê-se, assim, que o trabalho

conjunto das duas técnicas pode assumir diversas formas.

Tanto é assim que o único estudo brasileiro relacionado a logística em que a regressão Tobit é

utilizada complementarmente à análise envoltória de dados, aquela não é empregada com o objetivo

de avaliar efeitos das variáveis contextuais. Um dos artigos que Rios e Maçada (2006b) escreveram

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28

sobre a análise da eficiência relativa de terminais de contêineres do Mercosul tem como diferencial

inovador na literatura a utilização dos mesmos inputs do modelo de DEA na regressão Tobit, como

maneira de identificar as variáveis que têm maior efeito sobre a eficiência das DMUs analisadas e,

desta forma, possibilitar que se faça uma análise mais acurada do modelo.

No presente trabalho, entretanto, o modelo de regressão Tobit será usado da forma tradicional,

permitindo a mensuração do impacto de variáveis contextuais na eficiência de escala do setor e,

assim, explicitando os determinantes destes escores de eficiência.

2.3 Aplicações de DEA no Setor de Logística

A utilização de DEA na logística é bastante extensa. Embora existam poucos artigos referentes ao

setor de operadores logísticos especificamente, a DEA tem sido empregada com sucesso, por

exemplo, em empresas do setor aéreo, aeroportos, transporte urbano, redes de distribuição, portos,

entre outros. Cabe, assim, levar a cabo uma análise dos estudos prévios em logística que utilizaram

esta técnica, cuja amplitude de utilização gerou grande volume de produção literária. Assim, foram

analisados neste trabalho 62 artigos publicados entre 2005 e 2010, chegando-se a um panorama

bastante completo dos estudos de DEA em logística.

A diversidade de abordagens abrange aspectos como o número e as características dos inputs e

outputs utilizados, o tamanho e o tipo de amostra, sua concentração geográfica, e a incorporação ou

não do tempo na análise, dividindo os dados em transversais ou longitudinais.

A análise de quais modelos foram utilizados deixa clara a variedade de aplicações da técnica. Embora

as técnicas clássicas tenham preponderância – os modelos DEA-CCR e DEA-BCC foram utilizados em

71% e 59% dos artigos, respectivamente – outras 33 metodologias também foram utilizadas, em

conjunto ou não com as duas primeiras. Esta multiplicidade de modelos ajuda os pesquisadores a

melhorar a fundamentação dos resultados, evitando limitações oriundas da utilização de um só

modelo. Quanto à orientação, a orientação a input foi escolhida por 45% dos pesquisadores,

enquanto 60% escolheram a orientação a output. Em 5% das vezes ambas as orientações foram

utilizadas.

A amostra média é de 36 DMUs, em um range de 5 a 179. O número médio de inputs utilizados é de

3,5, com média de 2,3 outputs por modelo. Mais de metade das análises (57%) aferiram a eficiência

de DMUs dentro de um mesmo país, algo positivo do ponto-de-vista da homogeneidade da amostra,

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29

enquanto 18% o fizeram em uma mesma região do globo e 25% em todo o mundo. Apesar da

superioridade da análise de dados em painel, que atenuam possíveis especificidades ocasionais de

algum período, muitos estudos ainda utilizam dados transversais (42%). Dos estudos que lançam

mão dos dados longitudinais, a média de anos na amostra é de 7,1, com range entre 2 e 32 anos.

Apenas 4 dos 66 artigos têm amostra de tamanho menor do que o produto entre o número de inputs

e o número de outputs, que, segundo Panayides et al. (2009), seria a amostra mínima necessária para

gerar resultados confiáveis. Entretanto, Sinuany-Stern (1998) e Cooper et al. (2007) defendem que o

número de DMUs deve ser ao menos três vezes maior do que a soma dos inputs e outputs, o que

resultaria em 16 modelos, ou quase um quarto do total, sendo inadequados. No setor de OLs,

especificamente, todos os quatro modelos são considerados inadequados sob esta perspectiva.

O presente capítulo está dividido em seis seções, uma para cada um dos seguintes temas:

aeroportos, ferrovias, transporte urbano, portos e terminais portuários, outras aplicações logísticas e

operadores logísticos. Estas seções provêem uma análise mais detalhada de cada um dos subsetores

analisados, contendo tabelas que sintetizam os principais parâmetros dos artigos em questão, assim

como seu objetivo e suas conclusões.

2.3.1 Aeroportos

Os dados do setor de aeroportos e companhias aéreas são, em grande maioria, longitudinais (89%), o

que é bastante positivo, pois este tipo de dados contém mais informações. Há amostras de

aeroportos e companhias aéreas – divididos em 79% e 21%, respectivamente – com média de 31

DMUs, em intervalo de 8 a 58. Em sua maioria, são comparações dentro de um mesmo país (74%),

embora existam estudos sobre regiões e sobre o mundo.

A análise de eficiência de aeroportos tem como vantagem a disponibilidade de diversos inputs

diferentes. Os mais comuns são o número de funcionários ou custo do trabalho, o número de pistas e

a área do terminal, total, das pistas, etc. Entretanto, as opções são muito variadas: combustível,

número de aeronaves, número de esteiras de bagagem, horas de utilização da aeronave, entre

muitos outros. Já os principais outputs são operacionais, como o fluxo de passageiros, a

movimentação de cargas e o número de pousos e decolagens, embora, neste setor, a utilização de

dados monetários seja mais difundida (ex: receitas totais, lucro comercial por passageiro por

quilômetro).

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30

Os métodos CCR e BCC são dominantes, com participação em 68% e 47% dos modelos,

respectivamente, embora em apenas um estudo eles não sejam utilizados em conjunto com outros

modelos ou métodos. Cerca de dois terços dos modelos são orientados a output.

Segue abaixo uma compilação dos principais artigos sobre DEA no setor aeroportuário a partir de

2005.

Quadro 1: Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

1. Lin e

Hong

(2006)

Estimar a

eficiência física

relativa de 20 dos

mais importantes

aeroportos do

mundo

20 dos mais

importantes

aeroportos

do mundo

(2003)

DEA-CCR, DEA-

BCC, SCE, DEA de

supereficiência,

FDH

-no

funcionários

-no pistas

-no vagas de

aviões

-no esteiras

de bagagem

-no rampas

-fluxo

passageiros

-no pousos e

decolagens

-crescimento

do país e fato

de ele ser um

hub

influenciam

desempenho

operacional

-no pistas e

vagas de aviões

são inputs mais

influentes

-Europa e

América do

Norte mais

eficientes que

Ásia e Austrália

2. Martín e

Román

(2006)

Estimar a

eficiência relativa

de aeroportos

espanhóis

comparando os

métodos de DEA

e SMOP

34

aeroportos

espanhóis

(1997)

SMOP, DEA de

eficiência cruzada

e DEA de

eficiência virtual

orientados a

input, DEA de

supereficiência

orientado a output

-custo

trabalho

-custo capital

-custo

material

-no pousos e

decolagens

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-rankings são

consistentes e

não dependem

do método

-modelo de

DEA de

eficiência

cruzada é o

melhor

3. Pacheco

et al.

(2006)

Investigar o

impacto das

mudanças no

sistema de

gerenciamento

sobre o

desempenho dos

aeroportos

58

aeroportos

brasileiros

(1998-2001)

DEA-BCC

orientado a input

-salários e

benefícios

-despesas

operacionais

e não-

operacionais

-no

funcionários

-receitas

operacionais

-receitas

comerciais

-outra receitas

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-preparação

pela INFRAERO

para

privatização,

com mudança

de estilo

gerencial,

melhorou

desempenho

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31

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

4. Vogel

(2006)

Analisar o

impacto da

privatização

total ou parcial

no desempenho

financeiro e

econômico dos

aeroportos

europeus

31

aeroportos

e 4 sistemas

de

aeroportos

europeus

(1990-2000)

PFP, FRA, DEA-

CCR, DEA-BCC

orientados a

input

-custos totais -receitas totais

-privatização

aumenta eficiência,

mas não

necessariamente

retorno, uma vez

que aeroportos

públicos podem se

endividar e alavancar

mais por serem

apoiados pelo

governo

5. Barros

e Dieke

(2007)

Estimar a

eficiência

relativa

financeira e

operacional de

aeroportos

italianos

31

aeroportos

italianos

(2001-2003)

DEA-CCR, DEA-

BCC, DEA de

eficiência

cruzada e DEA

de

supereficiência

orientados a

output

-custo

trabalho

-capital

investido

-custos

operacionais

ex-trabalho

- no aviões

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-receitas

aeronáuticas

-receitas

manuseio

-receitas

comerciais

-aeroportos italianos

têm habilidades

gerenciais

relativamente altas

-maior parte deles é

eficiente dada a sua

escala

6. Barros

(2008)

Estimar a

eficiência

relativa de

aeroportos

argentinos

durante um

período de

intensa crise

econômica

32

aeroportos

argentinos

(2003-2007)

DEA-CCR

orientado a

output,

regressão

proposta por

Simar e Wilson

(2007)

-

comprimento

pistas

-no rampas

-área

terminal

-no

funcionários

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-no pousos e

decolagens

-alguns aeroportos

se mantiveram

eficientes apesar da

crise

-pequenos

aeroportos regionais

mais sensíveis

-economias de escala

são importantes

nesta amostra

7. Barros

e Dieke

(2008)

Estimar os

determinantes

de eficiência de

aeroportos

italianos

31

aeroportos

italianos

(2001-2003)

DEA-CCR, DEA-

BCC orientado a

outputs, modelo

de Simar e

Wilson (2007)

-custo

trabalho

-capital

investido

-custos

operacionais

ex-trabalho

-no aviões

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-receitas

aeronáuticas

-receitas

manuseio

-receitas

comerciais

-amostra

heterogênea em

termos de eficiência

-quase todos têm

alto grau de

eficiência técnica

-eficiência aumentou

ao longo do tempo

-hubs e/ou

parcialmente

privados são mais

eficientes

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32

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

8. Barros

e Dieke

(2008)

Estimar os

determinantes de

eficiência de

aeroportos

italianos

31

aeroportos

italianos

(2001-2003)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientado a

outputs,

modelo de

Simar e

Wilson

(2007)

-custo trabalho

-capital

investido

-custos

operacionais

ex-trabalho

-no aviões

-fluxo

passageiros

-movimentação

carga

-receitas

aeronáuticas

-receitas

manuseio

-receitas

comerciais

-amostra

heterogênea em

termos de

eficiência

-quase todos têm

alto grau de

eficiência técnica

-eficiência

aumentou ao

longo do tempo

-hubs e/ou

parcialmente

privados são

mais eficientes

9. Fung et

al.

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

de aeroportos

regionais chineses

25

aeroportos

regionais

chineses

(1995-2004)

DEA-CCR

orientado a

output,

Malmquist

-comprimento

pistas

-área terminal

-fluxo

passageiros

-movimentação

carga

-no pousos e

decolagens

-crescimento

médio na

produtividade é

de 3%, maior

fonte o

progresso

técnico

- reformas

deveriam focar

em aeroportos

que não são

hubs nem

listados em bolsa

e aeroportos no

NE

10. Greer

(2008)

Examinar

mudanças na

produtividade de

companhias

aéreas norte-

americanas

durante o começo

conturbado dos

anos 2000

8 companhias

aéreas de

passageiros

norte-

americanas

(2000 e 2004)

DEA-CCR

orientado a

input,

Malmquist

-no

funcionários

em tempo

integral

(equivalente)

para atender

passageiros

-combustível

para atender

passageiros

-no assentos

-assentos-milhas

-entre 2000 e

2004, perigo de

falência e

liquidação fez

com que as

companhias

buscassem

aumentar

produtividade

-maior parte

dessa melhora

veio de aumento

da eficiência,

pequena parte

da adoção de

novas

tecnologias

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33

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

11. Pathomsiri et al. (2008)

Estimar a

eficiência relativa

de aeroportos

norte-

americanos,

levando em

consideração a

existência de

outputs

desejados e

indesejados

56

aeroportos

norte-

americanos

(2000–2003)

DEA/função

de distância

direcional,

Luenberger

orientado a

output

-área total

-no pistas

-área pistas

-no pousos e

decolagens

-no passageiros

-ignorar medidas

importantes

como os outputs

indesejados pode

levar a medidas

de eficiência

inapropriadas,

que podem

resultar em

políticas de

incentivos pouco

sensatas (por

exemplo,

aumento do

tráfego sem

considerar

aspectos

negativos)

-área total

-no pistas

-área pistas

-no pousos e

decolagens

-no passageiros

-

movimentação

carga

-área total

-no pistas

-área pistas

Outputs

desejados:

-no pousos e

decolagens

-no passageiros

-

movimentação

carga

Outputs

indesejados:

-no vôos

atrasados

-tempo atraso

12. Bhadra

(2009)

Analisar a

eficiência entre

companhias

aéreas e

intertemporal

13

companhias

aéreas

norte-

americanas

(1985-2006)

DEA-BCC

orientado a

output, Tobit

-combustível

-no

funcionários

em tempo

integral

-horas

vôo/horas

viagem

-horas

utilização

aeronave

-no

assentos/

aeronave

-no

aeronaves

- assentos-

milhas

disponíveis

-demanda tem

grande influência

na eficiência

transversal

-11/09 teve

pouco impacto na

ineficiência

intertemporal,

mas diminuiu

eficiência

transversal

-diminuição dos

tempos de vôo

tende a aumentar

a eficiência

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34

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

13. Barros e

Peypoch (2009)

Estimar os

fatores que

afetam a

produtividade

de companhias

aéreas

européias

27 das

principais

companhias

aéreas

européias

(2000-2005)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientado a

output,

modelo de

Simar e

Wilson

(2007)

-no

funcionários

-custo

operacional

-no aviões

-lucro

operacional/

passageiro/

quilômetro

-EBIT

-a eficiência parece

aumentar ao longo

do tempo, mas a

taxas decrescentes

-as companhias

low-cost são as

mais eficientes

-alianças

melhoram a

eficiência

14. Barros e

Weber (2009)

Entender as

causas do

declínio da

eficiência

técnica dos

aeroportos do

Reino Unido

27

aeroportos

do Reino

Unido

(2000/01-

2004/05)

DEA-CCR

orientado a

input,

Malmquist

-no

funcionários

-valor ativos

fixos

-valor outros

custos

-fluxo

passageiros

-

movimentação

carga

-no pousos e

decolagens

- aeroportos se

tornaram menos

eficientes, mas

também

regrediram

tecnologicamente

15. Chi-Lok e

Zhang (2009)

Investigar a

influência que

a competição e

a política de

avião têm

sobre a

eficiência de

aeroportos

chineses

25

aeroportos

chineses

(1995-2006)

DEA-CCR

orientado a

output,

MQO,

Tobit,

Malmquist

-

comprimento

pista

-área

terminal

-fluxo de

passageiros

-

movimentação

de carga

-número de

pousos e

decolagens

-aeroportos

listados em bolsa

são mais

eficientes, assim

como os que

sofrem mais

competição

- programa de

localização de

aeroportos

estimula eficiência

e progresso

tecnológico

16. Jarzemskiene

(2009)

Desenhar um

modelo

sistemático de

avaliação e

predição de

indicadores de

eficiência

baseados nos

resultados de

estudos

anteriores

- - - -

-DEA parece

apropriada para a

mensuração de

produtividade de

sistemas

complexos como

terminais

aeroportuários

-modelo CCR mais

analisa do que gera

soluções

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35

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Aeroportos e Companhias Aéreas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

17. Lam et al.

(2009)

Estimar a

eficiência

relativa dos

mais

importantes

aeroportos da

região Ásia-

Pacífico

11 dos mais

importantes

aeroportos da

região Ásia-

Pacífico

(2001-2005)

DEA-CCR,

DEA-BCC,

DEA-SBM

orientados a

input, DEA

de eficiência

virtual

-trabalho

-capital

-terceirização

-valor

comercial

-número de

pousos e

decolagens

-fluxo de

passageiros

-

movimentação

de carga

-eficiências

técnica, de escala

e de mix são altas

dentre os mais

importantes

aeroportos da

Ásia-Pacífico

-há muitas

disparidades no

quesito eficiência

em custos, graças

a efeitos

específicos dos

países e

ineficiências

alocativas

18. Michaelides

et al. (2009)

Comparar as

eficiências de

diversas

companhias

aéreas pelos

métodos de

SFA e DEA

24 das

maiores

companhias

áreas do

mundo

(1991-2000)

SFA, DEA-

CCR

orientado a

output

-no

funcionários

-combustível

- no

aeronaves

para

operações de

passageiros

-passageiros-

km/ano

-as estimativas de

DEA e SFA são

altamente

correlacionadas

-as empresas

americanas e

asiáticas são as

mais eficientes

tecnicamente

-as empresas se

deparam com

retornos

constantes à

escala

-a privatização de

algumas

companhias

aéreas não alterou

sua eficiência

técnica

2.3.2 Ferrovias

Os estudos sobre ferrovias são os mais escassos.

Os principais inputs são não-monetários (número de funcionários, o comprimento da linha férrea e

vagões), assim como todos os outputs, com destaque para passageiros-km e toneladas-km. Martin e

Reggiani (2007) foram os únicos que utilizaram outputs não relacionados à distância percorrida: o

mercado potencial e a acessibilidade dos passageiros à linha férrea.

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36

Em dois terços dos artigos os dados utilizados são transversais e as amostras incluem uma rede

intermodal de rodovias e ferrovias com 88 cidades, 43 operadores de ferrovias, 20 ferrovias, etc.,

com uma média de 43 DMUs. Geograficamente, como se poderia esperar pela própria característica

do modal, as DMUs abrangem regiões específicas ou todo o mundo, não havendo estudos que

foquem em um só país.

Não existe consenso quanto à orientação a inputs ou outputs e os modelos CCR e BCC não são tão

preponderantes como em outros setores. Apesar da pouca quantidade de trabalhos, a utilização de

modelos mais sofisticados de DEA permeia esta amostra.

A seguir, um resumo dos estudos de DEA em ferrovias.

Quadro 2: Resumo dos Estudos de DEA em Ferrovias

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Conclusões

19. Driessen

et al. (2006)

Explorar a

relação entre

competição e

eficiência

produtiva

14 sistemas

ferroviários

europeus

(1990-2001)

DEA-BCC

orientado a

input, regressão

Tobit

-no

funcionários

-

comprimento

linha férrea

-estoque

ativos

-passageiros-

km

-carga-km

-livre entrada e

mais autonomia

gerencial

diminuem a

eficiência

produtiva

-leilão

competitivo

aumenta a

eficiência

20. Growitsch

e Wetzel

(2007)

Estimar a

eficiência

relativa de

ferrovias

européias

54 ferrovias

em 27 países

(2000-2004)

DEA-CCR, DEA

de

supereficiência

-no

funcionários

-estoque em

ativos

-

comprimento

linha férrea

-custo

operacional

-trem-km

-passageiros-

km

-ton-km

-economias de

escala são a

regra para a

maior parte das

ferrovias

européias

21. Martin e

Reggiani

(2007)

Analisar e

comparar

índices de

acessibilidade

para medir o

impacto de

trens de alta

velocidade em

cidades

européias

Rede

intermodal de

ferrovias e

rodovias com

+-7000 arcos

e 4000 nós de

88 cidades

européias

com mais de

300 mil

habitantes em

1996

Método de

abordagem

parcial, DEA

orientado a

output, PCA

-localização

-mercado

potencial

-

acessibilidade

diária

-PCA produz

resultados mais

influenciados

pelo potencial

de mercado,

DEA é mais

afetada pela

acessibilidade

diária

-diferentes

conclusões

resultam de

diferentes

indicadores de

acessibilidade

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37

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Ferrovias

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

22. Yu

(2008)

Estimar a

eficiência

relativa das

ferrovias

40 ferrovias

da Ásia,

Europa e

África (2002)

TDEA

orientado a

input e

output,

NDEA

-no funcionários

-no vagões

passageiros

-no vagões carga

-comprimento

total linha

férrea

-outputs

produzidos:

trem-km

passageiros,

trem-km

carga

-outputs

consumidos:

passageiros-

km,

toneladas-km

-diferentes técnicas de

DEA normalmente não

mudam o ranking,

mas podem fazer com

que os escores variem

consideravelmente

-ferrovias da Europa

Ocidental têm a maior

eficiência técnica

-ferrovias africanas

têm maior nível de

serviço e efetividade

tecnológica que as de

outras regiões

-aumentar a

quantidade de

passageiros ou carga é

crucial

23. Yu e Lin

(2008)

Estimar a

eficiência

relativa das

ferrovias

20 ferrovias

europeias

(2002)

MNDEA

-no funcionários

-comprimento

total linha

férrea

-no vagões

-no vagões carga

-outputs

produzidos:

trem-km

passageiros,

trem-km

carga

-outputs

consumidos:

passageiros-

km,

toneladas-km

-dentre as ferrovias

com mau

desempenho, algumas

devem melhorar a

produção, enquanto

outras devem focar

nas medidas de

performance

24. Merkert

et al. (2010)

Estimar a

eficiência

relativa de

companhias

operadoras

de ferrovias

43

companhias

operadoras

de ferrovias

suecas,

alemãs e

britânicas

(2006/2007)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a input,

regressão

Tobit

-custos anuais

da operação ex-

trabalho

-no total de

funcionários, no

de funcionários

de gerência, no

de funcionários

de produção

- no

de

funcionários

gerenciais de

transação, no

de

funcionários

não-gerenciais

de transação,

resto dos

funcionários

-trem-km

-passageiros-

km

-ton-km

-fatores transacionais

influenciam mais a

eficiência do que

fatores institucionais

ou competitivos

-menos competição é

positiva para a

eficiência de

operadores de carga

-custos de transação

mais altos estão

associados a

operações ineficientes

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38

2.3.3 Transporte Urbano

Os estudos sobre a eficiência de transportes urbanos englobam companhias e linhas de ônibus,

estacionamentos, pedágios, sistemas ferroviários urbanos e, de forma mais geral, companhias de

transporte público. Pelo caráter local deste setor, quase 90% dos estudos abrangem apenas um país.

A média das amostras é de 42 DMUs, mas o intervalo vai de 15 a 179. Retirando este estudo de Von

Hirschhausen e Cullman (2008), a média cai para 33,6.

Graças a esta heterogeneidade, os inputs são muito variados. Os outputs, por outro lado, se

concentram em veículos-km, número de passageiros e passageiros-km, apesar de outros outputs,

como proporção de viagens pontuais, evidenciarem a ampla gama de objetivos com que o transporte

urbano se defronta. Os dados transversais são os mais comuns (71%), assim como a orientação a

inputs. Esta se dá, provavelmente, pela dificuldade de controlar a demanda, graças a restrições

geográficas e regulatórias.

Como esperado, os modelos CCR e BCC são os mais utilizados, sendo muitas vezes os únicos

métodos. Um fato interessante é a maior utilização do modelo BCC em relação ao CCR, algo que

acontece apenas neste setor. Dentre outras técnicas usadas estão a SFA, o DEA de supereficiência e

até mesmo um modelo desenvolvido por Yu e Fan (2009): o MSNDEA.

Em seguida, são apresentados os estudos sobre transporte urbano que utilizaram a técnica de DEA.

Quadro 3: Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano7

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Conclusões

25. Barnum

et al.

(2006)

Apresentar um

método de

comparação de

eficiência de

subunidades de um

sistema de

transporte

(estacionamentos)

16

estacionamentos

de intercâmbio do

Chicago Transit

Authority (1º

trimestre de 2005)

DEA

orientado

a output,

SFA

-no vagas

-custos

operacionais

diários

médios

-no médio de

carros

estacionados

em dias úteis

-receita diária

média

-escores podem

ser usados para

identificar as

ineficiências de

cada unidade,

para melhorar

desempenho da

subunidade e

do sistema

-com SFA,

medidas podem

ser ajustadas a

fatores

ambientais

7 Baseado, em parte, em De Borger et al. (2002).

Page 54: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

39

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Conclusões

26. Odeck

(2006)

Determinar o

impacto que os

inputs como

consumo de

combustível e

número total

de

funcionários

têm sobre a

eficiência dos

operadores na

indústria de

ônibus

norueguesa

33

companhias

de ônibus

norueguesas

(1994)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientado

a input

-consumo de

combustível

-equipamentos

-horas de direção

-no assentos

-no funcionários

-assentos-km

-passageiros-

km

-potencial de

economia no setor

de 21%

-ineficiências são

geradas por má

alocação de

inputs,

essencialmente

pré-determinada

pelo tamanho das

companhias de

ônibus

-alto grau de

congestão de

inputs (aumento

de input diminui o

output) no setor

27. Margari

et al.

(2007)

Analisar o

impacto dos

fatores

ambientais,

regulatórios e

do ruído

estatístico de

sistemas de

trânsito

públicos

42

companhias

de transporte

público local

italianas

(1993-1999):

15 urbanas,

10

interurbanas

e 17 mistas

DEA-BCC

orientado

a input,

SFA

-no motoristas

-no funcionários

indiretos

-combustível

-custos de materiais

e serviços

-assentos-km

-habilidades

gerenciais têm

papel menor,

fatores exógenos e

eventos aleatórios

afetam mais a

eficiência

-contratos de

incentivos

poderosos e

melhoria das

condições

ambientais das

redes impactam

muito a melhoria

da eficiência

28. Sheth

et al.

(2007)

Desenvolver

um framework

em que as

agências de

transporte

público são

avaliadas

quanto à

maximização

da eficiência

do serviço com

minimização

dos desvios em

relação aos

objetivos

sociais

Dados

simulados de

60 rotas de

ônibus

DEA-CCR,

DEA-BCC

-Diferença de tempo

entre dois veículos

consecutivos

-tempo de provisão

do serviço em uma

rota/dia

-custo total/dia

-no encruzilhadas na

rota

-no corredores

prioritários para

ônibus

-veículos-

milhas

-proporção de

viagens

pontuais

-tempo médio

de duração da

rota

-framework pode

ser usado por

gerentes de

agências de

transporte,

planejadores e

engenheiros de

tráfego

-no longo prazo,

permitirá uso mais

eficiente dos

recursos da

sociedade,

maiores níveis de

serviço e a

consideração de

objetivos sociais

muitas vezes

conflitantes

-veículos-milhas

-proporção de

viagens pontuais

-tempo médio de

duração da rota

-passageiros-

milhas

Page 55: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

40

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

29. Barnum

et al.

(2008)

Comparar o

desempenho de

diversas rotas de

ônibus dentro de

um mesmo

sistema de

transporte

urbano

46 rotas de

ônibus de uma

agência de

trânsito

americana

(dados dos dias

de semana da

primavera de

2005)

Regressão,

DEA-CCR

orientado a

output

-Assentos-km

-assentos-

hora

-no

passageiros

-proporção

de viagens

pontuais

-tempo de

provisão de

serviço em

uma

direção/dia

-frequência

diária média

de serviço

-frequência

máxima

diária de

serviço

-novo

procedimento

ajusta os dados

para influências

ambientais antes de

aplicar o método

-o uso de DEA para

avaliar a eficiência

de subunidades de

sistemas de

transporte urbano é

um procedimento

promissor na

melhoria do

desempenho

30. Graham

(2008)

Formular e

comparar

estimativas de

eficiência

paramétricas e

não-

paramétricas

para companhias

ferroviárias

urbanas

89 sistemas

ferroviários

urbanos de três

tipos: metrôs,

ferrovias leves

e ferrovias

suburbanas

(1995/1996)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientado a

input, TFP

-no

funcionários

-capacidade

da frota

-comprimento

da via férrea

-vagões-km

por ano

-tipo de sistema,

vitalidade

econômica da

cidade e densidade

populacional

influenciam a

produtividade

-estimativas de

retornos de escala

de TFP e DEA são

muito diferentes,

mas ranking de

eficiência é

semelhante

31. Jain et

al. (2008)

Analisar a

relação entre

estrutura de

propriedade e

eficiência técnica

dos sistemas

ferroviários

urbanos

15 sistemas

ferroviários

urbanos de

trânsito de

cidades ao

redor do

mundo (1992-

2002)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a output

-no

funcionários

-no vagões e

unidades

elétricas

múltiplas

-comprimento

total da linha

férrea

-viagens de

passageiros

-vagões-km

-privatização tem

efeito direto e

positivo no

aumento da

eficiência,

resultando em uma

tendência de

melhoria ao longo

do tempo

-corporatização

deve preceder a

privatização, para

fazer com que o

sistema se torne

auto-sustentável

Page 56: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

41

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

32. Lin et

al.

(2008)

Estimar o

desempenho da

aderência ao

horário e da

regularidade

das rotas de

ônibus de

Chicago, não

sua eficiência

29 semanas de

dados de

localização

automática de

veículos em 24

rotas (48

direções) do

CTA entre

janeiro e junho

de 2006

-DEA de

supereficiência

orientado a

input, dados em

painel

-% menor

tempo de rota

-% maior

tempo de rota

-% mais curto

intervalo entre

ônibus

-% mais longo

intervalo entre

ônibus

-igual à

unidade

-indicador

construído

identifica os

benchmarks e

prioriza as DMUs

que precisam de

atenção

-artigo sai da

convencional

análise de

organizações de

trânsito para a das

suas subunidades

organizacionais que

realizam atividades

paralelas

33. Odeck

(2008a)

Estimar quanto

as fusões

impactam o

desempenho

das companhias

de ônibus

Dados do

RTOMR de 17

operadores de

ônibus no

período (1995-

1999) e 10 no

período 2000-

2002

DEA-CCR, DEA-

BCC orientados

a input,

Malmquist

-no total de

assentos

-combustível

-horas de

direção e horas

totais

trabalhadas

excluindo os

motoristas

-

assentos-

km

-companhias

fundidas tiveram

melhor

desempenho em

eficiência de escala

-houve ganhos de

produtividade em

ambos os grupos,

depois das fusões,

pois as não-

fundidas tiveram

que se tornar mais

inovadoras para

competir

34. Odeck

(2008b)

Estimar a

eficiência

relativa de

companhias de

pedágio

norueguesas

sem fins

lucrativos

18 companhias

de pedágio

norueguesas

(2001-2004)

DEA-CCR, DEA-

BCC orientados

a input,

regressão

truncada,

Malmquist

-pagamento ao

conselho de

administração

-custo

operacional

-tráfego

anual

-no pistas

-na média,

companhias

conseguiriam

reduzir seus inputs

em 16%

-setor apresenta

economias de

escala

-houve aumento da

produtividade ao

longo dos anos e

um deslocamento

da fronteira de 17%

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42

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

35. Von

Hirschhausen

e Cullmann

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

de empresas de

ônibus alemãs

179

empresas

alemãs de

ônibus

médias e

grandes

que fazem

transporte

público

(1990-

2004)

DEA-CCR, DEA-

BCC orientados

a input, DEA de

supereficiência,

bootstrap

-no

funcionários

em tempo

integral e

parcial

-no ônibus

-ônibus-

km/assentos-

km

- eficiência

técnica média

das empresas é

relativamente

baixa

-empresas

pequenas

normalmente

enfrentam

retornos

crescentes à

escala

36. Lao e Liu

(2009)

Avaliar o

desempenho das

linhas de ônibus

do sistema de

transporte público

de Monterey-

Salinas, levando

em consideração

seus aspectos

espaciais

24 linhas

fixas de

ônibus do

sistema de

Monterey-

Salinas

DEA-BCC

orientado a

output

Mod. de

eficiência

operacional:

-tempo

operação

-distância da

rota até o

ponto de

partida

-no paradas

de ônibus

-no

passageiros

atendidos

-não existe

associação clara

entre eficiência

operacional e

efetividade

espacial para as

linhas de ônibus

-o sistema de

informação

geográfica (GIS)

pode ajudar a

analisar a

variação

espacial da

eficiência e da

efetividade em

relação a

variáveis

demográficas

Mod.

efetividade

espacial:

-no

passageiros

-população

acima de 65

anos

-no

deficientes

físicos

-número de

passageiros

atendidos

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43

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Transporte Urbano

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais Conclusões

37. Yu e

Fan

(2009)

Propor um método de

DEA de estrutura em

rede mista (MSNDEA)

que pode ser utilizada

para estimar

simultaneamente a

eficiência de produção

e a efetividade de

serviço e operacional

de empresas de

transporte multimodal

Sistema de

ônibus de

Taiwan de 23

cidades

MSNDEA

Rodoviário:

-no motoristas

-no veículos

-combustível

-comprimento

rede de trânsito

-no funcionários

gerenciais

-no mecânicos

-veículos-km

-esta abordagem

é mais

apropriada para a

alocação de

inputs comuns

em termos de

otimizar suas

proporções e

fazer dos

processos de

produção e de

consumo um

único modelo

Urbano:

-no motoristas

-no veículos

-combustível

-comprimento

da rede de

trânsito

-no funcionários

gerenciais

-no mecânicos

-veículos-km

Processo de

consumo:

-no funcionários

de vendas

-no funcionários

gerenciais

-

passageiros-

km

2.3.4 Portos e Terminais Portuários

Os principais inputs utilizados nos estudos analisados são o número de equipamentos de cais e de

pátio, o comprimento do cais e a área do terminal. No caso dos portos, o número de funcionários

claramente é secundário, principalmente em relação aos outros setores. Uma abordagem

interessante foi feita por Lee et al. (2005), que utilizou o tempo de atraso como input, mostrando

que é possível que existam outros objetivos além do throughput. Em todos os casos, o output

escolhido foi a carga movimentada pelo porto, embora apenas os estudos de Diaz-Hernandez et al.

(2008) e Park (2008) levem em consideração cargas não-conteinerizadas, mostrando a limitação de

escopo dos artigos que utilizam DEA no setor portuário.. A orientação a input ou a output não mostra

uma tendência muito clara, evidenciando a falta de consenso na literatura a este respeito

(CULLINANE et al., 2006).

Nos muitos estudos, são utilizados tanto dados transversais quanto dados longitudinais em

praticamente igual proporção. As amostras são de portos ou de terminais, com alguma

preponderância dos terminais (62,5% vs. 37,5%), o que é bastante positivo, dado que, segundo

Page 59: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

44

Cullinane et al. (2006), os terminais são mais comparáveis do que os portos. O ideal seria que

houvesse competição entre as DMUs (CULLINANE et al., 2006), mas as amostras são bastante

heterogêneas: a maior parte dos autores estudaram terminais de todo o mundo, embora outros o

tenham feito dentro de uma região (Mercosul ou Ásia, por exemplo) ou, ainda, de um mesmo país. O

tamanho médio da amostra é de cerca de 39 DMUs, em um intervalo que vai de 10 a 70.

Apenas um dos estudos não utilizou o método CCR (RIOS e MAÇADA, 2006) e o método BCC também

foi largamente utilizado (mais de 80% dos estudos). Outros métodos ainda não são consensuais,

embora muitos dos estudos tentem a utilização conjunta dos modelos básicos com outros mais

sofisticados ou mesmo outras técnicas complementares.

O Quadro 4 identifica os principais estudos de DEA em portos e terminais portuários.

Quadro 4: Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais8

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

38. Cullinane

et al. (2005a)

Avaliar e

comparar a

eficiência

relativa dos

portos,

utilizando duas

técnicas

alternativas:

DEA e FDH

57 terminais

de contêiner

localizados nos

30 principais

portos do

mundo (1999)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados a

input, FDH

-comprimento

cais

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no straddle

carriers

-TEUs

movimentados

-dados em painel,

em vez de

amostras

transversais, levam

a melhores

estimativas de

eficiência

-DEA e FDH

tendem a ter

resultados

bastante

diferentes, e uma

análise combinada

pode ser útil

- terminais

normalmente

operam sob

economias de

escala

39. Cullinane

et al. (2005b)

Analisar a

relação entre a

privatização e a

eficiência

relativa dos

portos, com

ênfase no caso

chinês

30 portos de

contêiner

internacionais:

25 entre os 30

principais do

mundo e 5

chineses

adicionais

(1992-1999)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados a

output

-comprimento

cais

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no straddle

carriers

-TEUs

movimentados

-não existe relação

clara entre a

privatização ou a

propriedade das

terras e maior

eficiência

8Em parte, baseado em Valente (2007).

Page 60: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

45

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

40. Lee et al.

(2005)

Estimar a

eficiência relativa

de portos de

contêiner

asiáticos do

Pacífico e fazer

uma comparação

com os portos

taiwaneses

16 portos de

contêiner

asiáticos do

Pacífico (1996)

DEA-CCR

orientado a

input, RDEA

-no berços

-no guindastes

-no

rebocadores

-no

funcionários

da autoridade

portuária

-área terminal

-tempo atraso

-TEUs

movimentados

-contêineres

movimentados/

hora

-RDEA tem

todas as

vantagens da

DEA, mas provê

um ranking

mais completo

e acurado dos

escores

41. Lin e

Tseng (2005)

Comparar os

métodos de DEA

e SFA na

aplicação sobre

portos de

contêiner

internacionais

27 portos de

contêiner do

mundo (1999-

2002)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a input, SFA

-no guindastes

-comprimento

cais

-equipamentos

estiva

-TEUs

movimentados

-SFA é melhor

que DEA em

medir eficiência

portuária

-crescimento

econômico do

país influencia

muito a

eficiência

42. Cullinane

e Wang

(2006)

Estimar a

eficiência relativa

de terminais

europeus

69 terminais

de contêineres

europeus, em

24 países, com

throughput de

mais de

10.000 TEUs

por ano (2002)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a output

-comprimento

cais

-área terminal

-no

equipamentos

-TEUs

movimentados

-existem

economias de

escala

-terminais

britânicos são

os mais

eficientes,

enquanto os

menos

eficientes

encontram-se

na Escandinávia

e na Europa

Oriental

43. Cullinane

et al. (2006)

Estimar a

eficiência relativa

dos portos e

terminais,

comparando os

métodos de DEA

e SFA

57 terminais

de contêiner

localizados

nos 30

principais

portos do

mundo (2001)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a output,

SFA

-comprimento

cais

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no straddle

carriers

-TEUs

movimentados

-resultados são

robustos para

DEA e SFA

-maior escala,

maior

participação do

setor privado e

terminais de

transbordo

estão

associados a

maior eficiência

Page 61: MARIANA COATES FURQUIM WERNECK - coppead.ufrj.br · universidade federal do rio de janeiro mariana coates furquim werneck determinantes da eficiÊncia de escala na indÚstria de operadores

46

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

44. Rios e

Maçada

(2006)

Estimar a

eficiência

relativa de

terminais de

contêineres

do Mercosul e

verificar quais

deles servem

como

referência

23 terminais

de contêiner

do Mercosul –

15 brasileiros,

seis argentinos

e dois

uruguaios

(2002-2004)

DEA-BCC

-no guindastes

-no berços

-no

funcionários

-área terminal

-no

equipamentos

de pátio

-TEUs

movimentados

-contêineres

movimentados

/hora

-no de terminais

eficientes

diminuiu de

2002 para 2004

45. Cullinane

e Wang

(2007)

Estimar a

eficiência

relativa dos

terminais,

comparando

uma análise

transversal a

outra

longitudinal

57 terminais

de contêiner

localizados nos

30 principais

portos do

mundo (2001),

25 dos 30 mais

importantes

portos de

contêiner do

mundo (1992-

1999)

DEA-CCR, DEA-

BCC

orientados a

output, DEA-

análise de

janela

-comprimento

cais

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no straddle

carriers

-TEUs

movimentados

-eficiência dos

terminais flutua

ao longo do

tempo, podendo

a análise cross-

section levar a

erros

-desperdício

substancial nas

operações: em

média, o output

poderia ser

aumentado em

70%

-amostra exibe

todo tipo de

retorno de

escala

46. Lin e

Tseng (2007)

Comparar a

eficiência dos

terminais

asiáticos à luz

de diversos

modelos de

estimação de

eficiência

10 terminais

de contêiner

asiáticos

(dados de

1998 a 2001)

DEA-CCR, DEA-

BCC, DEA de

supereficiência

-comprimento

cais

-área terminal

-no berços e

guindastes

-no

embarcações

atracadas

-no contêineres

movimentados

47. Diaz-

Hernandez et

al. (2008)

Analisar a

eficiência

relativa de

portos

espanhóis

21 portos

espanhóis

(1994-1998)

DEA-CCR, DEA-

BCC

orientados a

input,

Malmquist

-horas

trabalho

-horas

guindastes

-carga geral

conteinerizada

-carga geral

não

conteinerizada

-granel sólido

-mudanças na

eficiência

técnicadevidas

principalmente à

eficiência de

escala

-portos com

maiores taxas de

mudança técnica

são aqueles

onde há mais

volume,

terminais e

guindastes

privados

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47

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

48. Park

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

de terminais de

contêiner

coreanos

24 terminais

de contêiner

coreanos

(2002-2004)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a input,

bootstrap

-no

funcionários

-comprimento

berço

-área pátio de

contêineres

-no guindastes

-TEUs

movimentados

-taxa anual de

ocupação do

berço

-toneladas de

carga geral

-DEA e correção

de viés de

bootstrapping

dão resultados

bastante

diferentes

-autores

recomendam o

segundo

49. Wu e Lin

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

de terminais de

contêiner de

países

desenvolvidos e

em

desenvolvimento,

com foco na Índia

22 maiores

portos de

contêiner

em 22 países

(2000-2005)

RCA, DEA-

CCR, DEA-

BCC

orientados

a output,

DEA de

supereficiê

ncia

-área terminal

-comprimento

cais

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no straddle

carriers

-no contêineres

movimentados

-eficiência

operacional dos

portos indianos é

relativamente

baixa

- setor de carga

na Índia é

competitivo em

relação ao setor

de transporte de

passageiros

50. Koster et

al. (2009)

Comparar a

eficiência relativa

de terminais de

contêiner com a

de estudos

anteriores

38 terminais

de contêiner

(2005/2006/

2007)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a input e

output,

FDH

-no guindastes

de cais

-comprimento

cais

-área terminal

-TEUs

movimentados

- terminais norte-

americanos têm

eficiência relativa

mais baixa

- terminais mais

eficientes são os

do Oriente Médio

-existem

economias de

escala

-terminais de

transbordo são

mais eficientes

que os de

importação/

exportação

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48

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Portos e Terminais

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

51. Panayides

et al. (2009)

Fazer uma

revisão crítica

da literatura

sobre o uso de

DEA para a

mensuração de

eficiência de

portos

marítimos

- - - -

-apesar de muito

usado como output, a

movimentação no

porto por si só ignora

certas dimensões

importantes

-importância da

homogeneidade da

amostra e da

pesquisa sobre a

evolução da

eficiência ao longo do

tempo

-novas abordagens de

DEA devem ser

exploradas

52. Sharma e

Yu (2009)

Estimar a

eficiência

relativa de

terminais de

contêiner

70

terminais

de

contêiner

do mundo

DEA-CCR

orientado a

output,

SOM

-área terminal

-

comprimento

cais

-no guindastes

de cais e

pátio

-no straddle

carriers

-no reach

stackers

-no contêineres

movimentados

-passo-a-passo para

que terminais

ineficientes alcancem

a fronteira que lhes é

permitido alcançar

dadas sua capacidade

e sua similaridade

com o benchmark

53. Hung et

al. (2010)

Estimar a

eficiência

relativa de

portos de

contêiner

asiáticos

31 portos

de

contêiner

asiáticos

(2003)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a output,

bootstrap,

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no berços

-

comprimento

cais

-TEUs

movimentados

-ineficiência dos

portos de contêiner

asiáticos se dá mais

pela ineficiência

técnica do que pela

ineficiência de escala

-maior parte opera

sob retornos

crescentes de escala

54. Sharma e

Yu (2010)

Estimar a

eficiência

relativa de

terminais de

contêiner

70

terminais

de

contêiner

do mundo

DEA-CCR

orientado a

output,

árvore de

decisão

-

comprimento

cais

-área terminal

-no guindastes

de cais

-no guindastes

de pátio

-no reach

stackers

-no straddle

carriers

-TEUs

movimentados

-passo-a-passo para

que terminais

ineficientes alcancem

a fronteira

-para terminais que

se deparam com mais

ameaças, pode ser

interessante investir

em equipamentos de

ponta, times

gerenciais fortes e

melhores instalações

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49

2.3.5 Outras Aplicações Logísticas

O agrupamento “outras aplicações logísticas” contém basicamente uma comparação de eficiência

entre diferentes modais e três trabalhos relacionados a redes de armazéns/centros de distribuição.

Destes três, um é apenas teórico, pois somente apresenta uma metodologia, sem aplicá-la de forma

prática. Assim, não se pode afirmar nada sobre tendências ou procedimentos comuns neste

agrupamento, uma vez que ele nem mesmo consiste em um setor.

Esta compilação de estudos de DEA em logística cobre apenas os últimos cinco anos, mas mostra que

a literatura da aplicação da técnica é bastante extensa. Entretanto, a aplicação específica no setor de

operadores logísticos é muito limitada, como veremos a seguir.

O quadro a seguir detalha outros estudos de DEA em outras aplicações logísticas que não se inserem

nas categorias anteriores.

Quadro 5: Resumo dos Estudos de DEA em Outras Aplicações Logísticas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Conclusões

55. Ramanathan

(2005)

Estimar a

eficiência relativa

dos transportes

rodoviário e

ferroviário

indianos,

estimando o

consumo de

energia e as

emissões de

carbono para os

anos 2005-2006

e 2020-2021

Dados de

ferrovias e

rodovias

indianas

(1980-1994) e

valores

estimados

para os anos

de 2005-2006

e 2020-2021

-DEA-

Aditivo

-

consumo

energia

-

passageiros-

km

-toneladas-

km

-Se o modal ferroviário

fosse responsável por

50% da matriz de

transportes nos anos

2005-2006 e 2020-

2021, pouparia 35% do

consumo de energia e

emissões em

comparação com o

status quo

56. Korpela et

al. (2007)

Propor uma nova

abordagem para

a seleção de

redes de

armazéns

utilizando AHP e

DEA

-5 armazéns

-AHP,

DEA-CCR

orientado

a output

-custos

diretos

-custos

indiretos

-tempo de

entrega

-entregas de

emergência

-qualidade

-quantidade

-pedidos

especiais

-frequência

-capacidade

-abordagem proposta

provê um método

sistemático e flexível

para a seleção de

armazéns, levando em

conta fatores

quantitativos e

qualitativos, que,

depois da

implementação, pode

ser usada para

acompanhar o

desempenho

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50

Continuação do Resumo dos Estudos de DEA em Outras Aplicações Logísticas

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

57. Koster e

Balk (2008)

Análise

transversal e

longitudinal de

centros de

distribuição

europeus

65 armazéns

contendo 140

operações de

distribuição

européias,

asiáticas e

americanas

(2000-2004)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados

a input,

Malmquist

-no horas

trabalhadas/

funcionário

em tempo

integral

-área

armazém

-grau

automação

-no diferentes

SKUs

armazenados

-no ordens

atendidas

-nível de

atividades

logísticas de

adição de valor

-no processos

especiais

levados a cabo

para otimizar o

desempenho

-% ordens

enviadas

corretamente

-flexibilidade

ordens

-armazéns

europeus são mais

eficientes que

asiáticos e

americanos

-operações

terceirizadas

tendem a ser as

mais eficientes

-a eficiência

diminuiu ao longo

dos anos, levando

também a uma

diminuição da

produtividade

apesar de maior

disponibilidade de

tecnologia

58. Johnson

et al. (2010)

Demonstrar uma

metodologia de

benchmarking

em larga escala

baseada na

coleta de dados

por internet para

a indústria de

armazenagem

-

DEA-BCC

orientado a

input e

output,

MQO

-horas de

trabalho

-área do

armazém

-

equipamentos

-número caixas

não-completas

enviadas

-número de

caixas

completas

enviadas

-número de

pallets

-índice de

consolidação

-armazenagem

-à medida que a

competição global

aumenta, o

benchmarking

online se tornará

cada vez mais

importante para

identificar e

compartilhar

melhores práticas

-também ajudarão

a aumentar a

interação entre

acadêmicos e

profissionais

2.3.6 Operadores Logísticos

Apesar da profusão de estudos sobre a aplicação de DEA em logística, os estudos que tratam

especificamente do setor de OLs são escassos e recentes. O modelo CCR é utilizado por todos os

autores, enquanto o BCC o é em dois dos quatro artigos. O estudo de Hamdan e Rogers (2008) é o

único que utiliza dados transversais e orientação a input, sendo sua unidade de estudo também

singular (armazéns de um OL).

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51

Os inputs mais comuns estão relacionados a propriedades/equipamentos e trabalho, sendo este

tratado tanto em horas quanto em custo financeiro (salários). A mediana dos inputs é quatro,

enquanto, em geral, usa-se apenas um output. Em três dos artigos o output escolhido foi financeiro

(lucro ou receita operacional). As amostras, por sua vez, são restritas, tendo todos os artigos número

de DMUs inadequado de acordo com método de Sinuany-Stern (1998) e de Cooper et al. (2007).

Mais especificamente, o primeiro artigo a aferir a eficiência de operadores logísticos pelo método de

DEA foi publicado apenas em 2006. Tomando o exemplo do caso norte-americano, Min e Joo (2006)

acreditam que, após duas décadas de evolução, a indústria de operadores havia atingido a

maturidade, o que levaria a maiores pressões por redução de custo e aumento do nível de serviço,

por integração dos serviços e, consequentemente, por melhorias na eficiência operacional. Nesta

situação, o benchmarking seria uma das formas para se avaliar as forças e fraquezas internas da

companhia, assim como as vantagens competitivas dos maiores rivais e identificar as melhores

práticas, visando atingir um posicionamento mais bem-sucedido. Os autores usam como amostra seis

dos maiores operadores americanos e aplicam o modelo CCR orientado a output. Entre as mais

importantes conclusões estão o fato de que a performance dos operadores está intrinsecamente

correlacionada com o crescimento da indústria manufatureira – normalmente seu cliente mais

importante –, que uma ampla gama de serviços tende a aumentar a eficiência e que a oportunidade

de crescimento das receitas pode influenciar a eficiência, ainda que seu tamanho absoluto não o

faça.

De acordo com estudos publicados pelo CSCMP, a maior parte das empresas não mede sua

performance logística, e mesmo as que têm os melhores desempenhos não sabem o potencial que

poderiam alcançar pela medição. No artigo de Hamdan e Rogers (2008), primeiramente é aplicado a

um grupo de 19 armazéns um modelo de DEA orientado a inputs – uma vez que são mais

controláveis que os outputs – e sob retornos constantes que, posteriormente, é restringido e

reaplicado, de forma a levar em consideração informações específicas e importantes sobre os pesos.

Esta restrição é feita utilizando a opinião de conhecedores do assunto, assim como a missão e os

objetivos da organização. As principais conclusões são que os armazéns de granéis tendem a ser mais

eficientes, assim como os menores e aqueles que têm corredores mais largos. Por outro lado, é

importante notar que a mecanização nem sempre aumenta a eficiência da operação.

Zhou et. al. (2008) escreveram um dos mais recentes artigos sobre o tema, focado no mercado

chinês de operadores logísticos. Este cresceu vertiginosamente nos últimos anos, mas o crescimento

dos custos logísticos começou a se tornar uma preocupação, podendo comprometer a vantagem

competitiva do país. Para analisar a eficiência dos operadores, mas também identificar as causas da

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52

ineficiência, aplicaram o modelo CCR orientado a outputs seguido do BCC em 10 empresas

selecionadas, para estimar a eficiência técnica e de escala. Para identificar fatores que possivelmente

impactam o desempenho dos OLs, seguiu-se uma regressão múltipla dos escores obtidos contra

quatro possíveis fatores. Entretanto, os autores reconhecem que o modelo Tobit poderia ser mais

adequado que o de MQO, dado o viés e a inconsistência que podem resultar da aplicação de MQO

neste tipo de amostra censurada. Dentre as principais conclusões, destaca-se que a receita

acumulada de vendas parece permitir uma melhor utilização dos recursos e que o nível de

conhecimento técnico também é positivamente correlacionado com a eficiência operacional, o que

leva a pensar que o sucesso dos operadores depende da sua habilidade de reter pessoal capacitado.

Além disso, ao contrário do que se esperaria, o tamanho do OL não parece ter impacto direto sobre

sua performance.

Em um segundo artigo, Min e Joo (2009) avaliaram a eficiência financeira relativa de um grupo de 12

dos principais operadores logísticos norte-americanos no período de 2005 a 2007, visando

estabelecer benchmarks que permitissem identificar possíveis áreas de melhorias. Para isto,

aplicaram o método CCR orientado a outputs, seguido também do método BCC, para mitigar os

efeitos do tamanho sobre a eficiência financeira dos OLs. Os autores chegaram à conclusão de que,

apesar do aumento dos custos de trabalho e combustível, a maior parte dos operadores conseguiu

controlar suas despesas. Além disso, aqueles operadores baseados em ativos sofrem de subutilização

de seus ativos, o que leva a ineficiência financeira, e operadores não-baseados em ativos têm

maiores oportunidades de melhorar sua eficiência financeira. Min e Joo (2009) reconhecem que este

tipo de análise pode ser estendida, para incluir um maior número de outputs e operadores ao redor

do mundo.

Assim, tendo os pouquíssimos artigos existentes sobre aplicação de DEA em operadores logísticos

sido feitos com poucas empresas e no exterior, fica clara a lacuna, na literatura brasileira, de uma

análise de eficiência baseada em DEA para os OLs locais.

A seguir, um resumo dos principais estudos da aplicação da DEA em operadores logísticos, apresentado no

apresentado no

Quadro 6.

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53

Quadro 6: Resumo dos Estudos de DEA em Operadores Logísticos

Autores Objetivos Amostra Método Inputs Outputs Principais

Conclusões

Min e

Joo

(2006)

Estimar a

eficiência relativa

de OLs

6 dos maiores

OLs norte-

americanos

(1999-2002)

DEA-CCR

orientado a

output

-contas a receber

-salários

-despesas

operacionais ex-

salários

-propriedade e

equipamentos

-lucro

operacional

-performance dos

operadores está

correlacionada com

crescimento da

manufatura,

normalmente o cliente

mais importante

-ampla gama de

serviços tende a

aumentar a eficiência

-oportunidade de

crescimento das

receitas pode

influenciar a eficiência,

ainda que o tamanho

absoluto não o faça

Hamdan

e Rogers

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

dos armazéns

19 armazéns

operados por

um OL (2004)

DEA-CCR

orientado a

input, DEA

com

restrição de

pesos

-horas

trabalho/ano

-área armazém

-custo anual de

tecnologia

-equipamentos

para manuseio de

materiais

-

throughput

caixas

-no

ordens/ano

-utilização

espaço

-os armazéns de

granéis, os menores e

os que têm corredores

mais largos tendem a

ser mais eficientes

-mecanização nem

sempre aumenta a

eficiência da operação

Zhou et

al.

(2008)

Estimar a

eficiência relativa

dos OLs e

identificar suas

causas

10 empresas

(2000-2004)

DEA-CCR e

DEA-BCC

orientados a

output,

regressão

múltipla

MQO

-ativo permanente

líquido

-salários

-despesas

operacionais ex-

salários

-passivo circulante

-lucro

operacional

-receita acumulada de

vendas parece permitir

melhor utilização dos

recursos

-nível de conhecimento

técnico é

positivamente

correlacionado com a

eficiência operacional

-tamanho do OL não

parece ter impacto

direto sobre seu

desempenho

Min e

Joo

(2009)

Estimar a

eficiência

financeira relativa

dos OLs,

identificando

fatores que a

afetam

12 dos

principais OLs

norte-

americanos

(2005-2007)

DEA-CCR,

DEA-BCC

orientados a

output

-custo de vendas

-despesas de

vendas, gerais e

administrativas

-depreciação e

amortização de

propriedades e

equipamentos

-ativo circulante

-ativo permanente

-outros ativos

-receita -maior parte dos

operadores conseguiu

controlar suas

despesas mesmo com

o aumento dos custos

de trabalho e

combustível

-operadores baseados

em ativos sofrem de

subutilização de seus

ativos, o que leva a

ineficiência financeira

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54

3 Metodologia de Pesquisa

O principal objetivo deste capítulo é apresentar a metodologia escolhida para a realização da

pesquisa. A primeira parte do capítulo apresenta a base de dados utilizada. Segue uma seção sobre o

tratamento dos dados e a escolha das variáveis, que relata a escolha dos inputs, outputs e das

variáveis contextuais, além da filtragem das DMUs. A última seção envolve as descrições dos

métodos de pesquisa utilizados com o intuito de alcançar os objetivos traçados no Capítulo 1.

O método em questão é um método de DEA em três estágios: inicialmente se utilizará a DEA para

aferir a eficiência de escala dos OLs, utilizando os dados de input e output selecionados. Em seguida,

as variáveis contextuais serão identificadas, organizadas em fatores, por meio de uma análise

fatorial, e testadas. Finalmente, se fará uso de regressão Tobit para estimar o efeito destes fatores

sobre os escores de eficiência de escala dos OLs.

3.1 Base de Dados Utilizada

Como já mencionado, este estudo visa determinar os principais fatores que afetam a eficiência de

escala na indústria de operadores logísticos no Brasil, e a avaliação da eficiência operacional

utilizando DEA começa com a seleção das variáveis adequadas para formar medidas de input e

output que possam ser agregadas em um índice de desempenho composto (ZHOU et al., 2008).

Os dados utilizados foram retirados de edições especiais da revista Tecnologística dedicadas à

caracterização do mercado de operadores logísticos no Brasil publicadas nos meses de junho dos

anos de 2001 a 2010. Esta pesquisa tem a participação de mais de uma centena de empresas, sendo

o maior levantamento logístico do país. A lista de operadores vem juntamente com seus ativos,

serviços prestados e características mais importantes.

Cabe salientar que dados secundários, como os que foram utilizados, têm vantagens e desvantagens.

Dado o provável desalinhamento entre os objetivos da pesquisa que coletou os dados e os objetivos

da pesquisa que utilizará estes dados, eles raramente são precisamente adequados ao propósito da

pesquisa, fazendo com que o uso de proxies se torne indispensável, embora elas não

necessariamente sejam muito correlacionadas com o que se gostaria de medir (HAIR et al., 2003).

Além disso, é preciso simplesmente confiar na integridade da fonte original para assegurar-se da

precisão, uma vez que normalmente não se pode avaliar a qualidade do método de coleta (HAIR et

al., 2003). Adicionalmente, ao longo do tempo, algumas variáveis podem deixar ou passar a integrar

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55

o questionário de pesquisa, assim como sua definição também pode mudar. Isto, de fato, aconteceu

nesta amostra. Por outro lado, as vantagens em relação à economia de tempo e dinheiro na

condução de uma pesquisa extensiva como esta (HAIR et al., 2003) superam largamente suas

limitações, uma vez que o objetivo é se chegar a um resultado generalizável e que não seria nem

mesmo possível coletar dados para todos os operadores nos dez últimos anos.

A próxima seção aborda o tratamento inicial de dados e a escolha de variáveis para a aplicação da

técnica de DEA.

3.2 Tratamento Inicial de Dados e Escolha de Variáveis

3.2.1 Seleção de Inputs e Outputs

A seleção de inputs e outputs deve se basear na significância destes recursos e nos objetivos

estratégicos da empresa. Dado que o principal objetivo da técnica é fazer uma avaliação global da

eficiência das DMUs e dado que esta eficiência é determinada pelos recursos e produtos, é crítico

que eles sejam representativos (HAMDAN e ROGERS, 2008), tanto financeira quanto

operacionalmente (ZHOU et al., 2008). Neste trabalho foram usadas variáveis identificadas na

literatura (Seção 2.1.2) que estivessem disponíveis na pesquisa anual sobre operadores logísticos da

Revista Tecnologística.

Levando em conta o objetivo de identificar os principais determinantes da eficiência de escala dos

OLs, foram escolhidos inputs que ajudassem a reconhecer o tamanho da empresa.

No presente estudo, usaremos o número de funcionários (envolvidos tanto em atividades

operacionais quanto em atividades estratégicas) como proxy9 para traduzir a utilização da força de

trabalho, embora a folha de pagamentos seja uma medida mais exata e comumente utilizada do

valor do trabalho empregado, uma vez que provavelmente há variação salarial entre os cargos.

Dado que a literatura aponta equipamentos e infraestrutura como recursos importantes, não se

poderia deixar de incluí-los. A armazenagem foi a atividade terceirizada que mais cresceu no período

de 2001 a 2008 (FLEURY, 2008), embora o seu índice de terceirização esteja abaixo da média

internacional (COPPEAD, 2009), indicando mais crescimento adiante. Levando-se isto em

consideração, faz-se necessária a escolha de medidas que traduzam como os OLs lidam com a

9 Uma variável proxy é uma medição indireta daquilo que o investigador pretende estudar, usada quando o

objeto de estudo é difícil de medir ou de observar.

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56

armazenagem. Foram selecionados tanto a área total de armazenagem quanto o número total de

armazéns próprios e de clientes, caso em que o armazém é um recurso operacional do OL, embora

não pertença a ele.

Pelo lado dos outputs, o mesmo racional de se escolher variáveis representativas foi utilizado, tendo-

se o cuidado de abranger, com elas, tanto aspectos financeiros quanto aspectos operacionais. Pela

falta de dados de lucro operacional, escolhemos a receita bruta anual do operador como um dos

outputs. Do ponto-de-vista da operação, nos dados disponíveis na base da Tecnologística, o volume

de produtos gerenciados é coletado em itens ou em peso e não há qualquer informação sobre o

número de pedidos, não sendo possível conseguir um dado padronizado que seja comparável.

Portanto, neste trabalho, o aspecto operacional é coberto pelo número total de clientes da empresa,

que pode refletir não só uma boa imagem no mercado como também a complexidade operacional.

Os resultados da DEA dependem fortemente de quais inputs e outputs são considerados na análise

(WAGNER e SHIMSHAK, 2007). Apesar de que todos os recursos utilizados por uma DMU são inputs,

em geral, a literatura propõe a limitação do número de variáveis. Segundo Friedman e Sinuany-Stern

(1998), este deveria ser menos de um terço do total de DMUs sendo analisadas, dado que, quanto

maior o número de variáveis, maior é a dimensionalidade10 do espaço de solução da programação

linear e menos acurada é a análise (JENKINS e ANDERSON, 2003).

Segundo Simar e Wilson (2007), o método de DEA sofre de dimensionalidade, ou seja, a quantidade

de dados a serem estimados (a soma do número de inputs e de outputs) cresce rapidamente. Assim,

uma especificação parcimoniosa do modelo, com apenas os insumos e produtos mais críticos, é

fundamental (JOHNSON et al., 2010).

Quanto maior o número de medidas de input e output, menos discriminatório é o modelo, uma vez

que é possível que uma DMU domine as outras em uma das medidas, colocando-a na fronteira

eficiente. Se outras medidas são dominadas por diferentes DMUs, muitas serão identificadas como

eficientes, fazendo com que a análise perca seu poder (PATHOMSIRI et al., 2008).

Há diversas formas de se escolher as variáveis mais significativas (WAGNER e SHIMSHAK, 2007).

Alguns estudos sugeriram o julgamento por especialistas, que indicassem as variáveis mais

importantes para o modelo (GOLANY e ROLL, 1989), outros, a análise de regressão, de forma a

verificar quais variáveis são mais altamente correlacionadas, ou seja, redundantes, e poderiam ser

eliminadas sem que a informação contida nelas comprometesse as análises (LEWIN et al., 1982).

10

Do inglês dimensionality.

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57

Entretanto, já se provou que a eliminação/adição de variáveis por análise de correlação pode alterar

significativamente os escores de eficiência em DEA, devendo, portanto, ser utilizada apenas como

um método auxiliar (NUNAMAKER, 1985). O método proposto por WAGNER e SHIMSHAK (2007) é

baseado na mudança média mínima dos escores à medida que são retiradas/adicionadas variáveis

(backwards e forwards approach, respectivamente), uma a uma. O resultado final do método

stepwise proposto por eles é um modelo central, denominado “core model”, no qual resta apenas

um input e um output e que pode proporcionar alguns insights sobre sua influência sobre a eficiência

das DMUs.

Para validar as variáveis selecionadas, foi realizada uma análise de correlação Tau-b de Kendall entre

inputs e entre outputs, indicada para dados não-paramétricos (PRESS et al., 1993). A grande maioria

das correlações apresentou boa significância estatística, mas todos os valores são relativamente

baixos. Assim, podemos confirmar que não há forte colinearidade e, portanto, a eliminação de

variáveis foi descartada.

Estes coeficientes de correlação são apresentados na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1: Correlações tau-b de Kendall entre inputs e outputs

INPUTS Funcionários Área Total Armazéns Próprios

Armazéns de Clientes

Funcionários 1.00

Área Total 0.41 1.00

Armazéns Próprios 0.22 0.36 1.00

Armazéns de Clientes 0.29 0.22 0.06 1.00

OUTPUTS Clientes Receita Bruta

Clientes 1.00

Receita Bruta 0.34 1.00

Em última análise, a determinação do melhor modelo depende do julgamento gerencial da atividade

em questão mais do que da resposta mecânica de um modelo.

Assim, para a construção dos modelos de DEA, foram selecionados inicialmente quatro inputs –

número de funcionários, área total de armazenagem (em metros quadrados), número de armazéns

próprios e número de armazéns de clientes – e dois outputs – número de clientes e receita bruta (em

milhões de reais (R$) por ano). Suas estatísticas descritivas resumidas são apresentadas na tabela

abaixo.

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58

Tabela 2: Estatísticas Descritivas das Medidas de Input e Output

Mínimo Máximo Média Mediana Desvio Padrão

CV Curtose Assimetria

(I) Funcionários 5 12,018 889 301 1,656 1.86 17.74 0.47

(I) Área Total (m2) 2,100 1,512,000 202,358 105,000 239,775 1.18 6.38 0.55

(I) Armazéns Próprios 1 47 7 5 8 1.10 6.62 0.29

(I) Armazéns de Clientes 1 40 5 3 7 1.34 8.33 -

(O) Clientes 1 12,000 210 18 1,119 5.34 88.21 0.26

(O) Receita Bruta (mi R$) 0.2 5,000 111 25 343 3.08 145.73 0.59

É importante frisar que quanto maior o desvio-padrão e a discrepância entre os valores máximo e

mínimo, melhor será o poder de discriminação da variável e, portanto, da DEA (GOLANY e ROLL,

1989).

Como a DEA resulta em medidas de eficiência relativa, ou seja, determina a eficiência ou ineficiência

de uma DMU pela comparação de seus inputs e outputs com o de outras DMUs, unidades que

operam com níveis de input ou output suficientemente maiores ou menores que as outras podem ser

consideradas eficientes simplesmente graças à falta de unidades comparáveis. Todavia, em amostras

grandes, estes problemas são minimizados (ODECK e ALKADI, 2001).

3.2.2 Seleção das Variáveis Contextuais

As demais variáveis são variáveis de controle, uma vez que não constituem nem insumos nem

produtos, mas características dos processos. Estas são importantes para a identificação dos

determinantes de eficiência de escala dos OLs, por explicarem o contexto. Zhou et al. (2008)

destacam a importância de se identificar fatores endógenos e exógenos que afetam

significativamente as operações de forma a entender as causas da eficiência/ineficiência operacional

e de escala.

A base de dados retirada da Revista Tecnologística foi novamente utilizada. Foram pesquisados as

características tradicionais e os serviços normalmente oferecidos pelos OLs, que serviram como

variáveis de controle, dado que representam simplesmente atributos, e não insumos ou produtos do

processo de produção. As variáveis contextuais escolhidas foram limitadas pela disponibilidade de

dados em todos os anos, uma vez que a pesquisa muitas vezes mudou de ano para ano. Todas são

variáveis dummy, ou seja, assumem valor 1 se estiverem presentes no OL e valor zero caso contrário,

com exceção do tempo de mercado, medido em anos.

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59

Como o surgimento maciço de operadores logísticos é um fenômeno relativamente recente no Brasil,

as empresas pesquisadas não são muito antigas. Entretanto, o tempo de mercado pode influenciar

positivamente a eficiência, pelo acúmulo de experiências e pelo possível estreitamento do

relacionamento entre o OL e seu cliente, o que levaria a um maior comprometimento de ambas as

partes e a um uso mais extensivo dos serviços (BATHNAGAR et al., 1999).

Este comprometimento pode ser mais facilmente alcançado se o operador logístico tiver alguma

certificação. As certificações internacionais são um quesito bastante valorizado na indústria de OLs,

principalmente graças à globalização, que estimulou as empresas a buscar padrões internacionais

para reduzir as barreiras comerciais (LO et al., 2009). Além disso, os níveis de serviço prestados

podem aumentar por meio da estruturação e da implantação de procedimento padronizados.

Estabelecer e manter um sistema de qualidade documentado significa entregar o que foi prometido,

no tempo em que foi prometido, levando à sustentabilidade da satisfação do consumidor. Lo et al.

(2009) compararam a mudança nos estoques, nas contas a receber e no ciclo operacional de

empresas que tinham ISO 9000 com empresas que não o tinham, controlando para o tipo de

indústria, o tamanho e o desempenho pré-certificação. Foi empiricamente comprovado que a ISO

9000 melhora a eficiência de tempo logo após a certificação, em termos de fluxos mais rápidos de

materiais e informações, e que o ciclo operacional continua diminuindo ao longo do tempo. Assim,

há evidência de que ela está associada a eficiência na cadeia de suprimentos.

A indústria de OLs tem evoluído para o foco na gestão do conhecimento (ZHOU et al., 2008), o que

pode ser evidenciado pelo aumento do número de serviços baseados em tecnologia avançada, como,

por exemplo, WMS e rastreamento por radiofrequência. Desta forma, Zhou et al. (2008) julgam

importante estimar como o grau de eficiência técnica (BCC) é influenciado pelo nível de expertise

tecnológica da DMU. Neste trabalho analisaremos as tecnologias de software de simulação e

otimização, WMS, TMS, ERP, consultas pela internet e pelo celular e as tecnologias de rastreamento

e roteirização.

O Enterprise Resource Planning (ERP), por exemplo, é popular por sua capacidade de melhorar a

eficiência operacional. Estes sistemas padronizam e integram as informações de demanda, tornando-

as mais confiáveis para o planejamento dos recursos de transporte e armazenagem do OL

relativamente aos estoques do cliente, possibilitando, assim, a melhoria de seu desempenho

operacional (CHOU e CHANG, 2008). Este é um dos exemplos de como a TI pode impactar a eficiência

dos operadores. De outro ponto-de-vista, é possível que os armazéns se encontrem em regiões de

retornos crescentes ou decrescentes de escala, dependendo da utilização da TI e das ferramentas de

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60

controle e movimentação de estoques por parte dos OLs, sendo muito pequenos ou grandes em

relação aos seus níveis de estoque e movimentação de carga (ROSS e DROGE, 2004).

É possível que escritórios próprios no exterior sejam evidência da eficiência dos operadores, uma vez

que seria razoável que a expansão internacional só acontecesse depois que as operações em

território nacional estão funcionando bem.

Todos os serviços oferecidos pelo OL serão analisados. A lista encontra-se no quadro 1, junto com o

resto das variáveis, e inclui armazenagem, controle de estoque, gerenciamento de terceiros,

desembaraço aduaneiro em importação e exportação, suporte fiscal, desenvolvimento de projetos,

coordenação, milk-run, gerenciamento intermodal, entre outros. O oferecimento de cada um destes

serviços pode influenciar a eficiência de diferentes formas. O controle de estoques, por exemplo,

pode permitir uma maior integração do fluxo de produtos do cliente com os equipamentos de

transporte e armazenagem do OL, melhorando a coordenação. Marino (2009) cita uma empresa de

cosméticos que aumentou a eficiência com aumento da visibilidade da carga para permitir

consolidações e melhor utilização dos ativos do operador logístico. Por outro lado, alguns dos

serviços podem não ser prestados para um número suficiente de clientes de forma que tenham a

escala necessária para serem lucrativos. Isto se torna mais provável à medida que a empresa oferece

uma gama mais ampla de serviços.

No total, foram pesquisadas 24 variáveis contextuais: certificação ISO, consultas pela internet,

controle de estoque, desenvolvimento de projetos, distribuição, embalagem, ERP, escritórios no

exterior, gerenciamento intermodal, desembaraço aduaneiro, JIT, logística reversa, milk run,

montagem de kits, porta a porta, rastreamento por satélite para frota própria, rastreamento por

satélite para frota terceirizada, outro tipo de rastreamento para frota própria, outro tipo de

rastreamento para frota terceirizada, roteirizadores para frota própria, suporte fiscal, tempo de

mercado, transferência e WMS.

3.2.3 Escolha das DMUs

Inicialmente, foram descartados todos os operadores para os quais não foram coletadas informações

para pelo menos um dos inputs ou outputs escolhidos, como também o fizeram Von Hirschhausen e

Cullman (2008) em seu estudo sobre companhias de transporte urbano. Nesta mesma linha, também

foram excluídas as DMUs que não tivessem informação completa nas variáveis contextuais, ou seja,

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61

para as quais houvesse respostas “NF” (dados não-fornecidos pela empresa). As variáveis contextuais

consideradas foram aquelas para as quais havia observações para todos os anos, de 2001 a 2010.

Um dos requisitos básicos dos modelos de DEA é a garantia de que todas as DMUs são homogêneas

(HAMDAN e ROGERS, 2008). Ainda que seja normal que alguns inputs e outputs sejam mais

importantes para algumas DMUs do que para outras, é importante que a amostra selecionada reflita

semelhança de objetivos e estratégias ou concorrência entre as DMUs (PANAYIDES et al., 2009).

Buscando esta homogeneização, foram excluídos da análise aqueles operadores que não fossem

eminentemente rodoviários, ou seja, que tivessem ativos dos modais aquaviário, ferroviário e/ou

aéreo ou cujas operações fossem dedicadas primordialmente a um deles. A única exceção a este

grupo é uma empresa de movimentação interna, fornecedora de empilhadeiras, que também foi

retirada. Mantê-los na análise causaria um viés (podendo tanto ser positivo quanto negativo),

tirando parte do significado da comparação. Quando incluídas na análise, estas companhias muitas

vezes aparecem como benchmark em relação a outros operadores, embora suas operações não

possam ser diretamente comparadas.

Assim, o painel incompleto de dados utilizado é formado por 122 indivíduos, totalizando 290

observações distribuídas ao longo de dez anos (ver Quadro 7).

Quadro 7: Painel Incompleto de Dados – Indústria Brasileira de OLs

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2 ALIANÇAS

4PL 4PL

5

ESTRELAS

ABRANGE ABRANGE

ADDRESS

ADL

AGI

AGM AGM AGM AGM AGM

AGR AGR AGR

AGUIA BRANCA

AGV AGV AGV AGV AGV AGV

ARGECAMP

ARGIMPEL

ARMAVALE

ATLAS ATLAS ATLAS ATLAS

BINOTTO BINOTTO BINOTTO

BMS BMS

BPL

BRASEX

BRASILMAXI BRASILMAXI BRASIL MAXI

BRASIL MAXI

BRASIL MAXI

BRASILMAXI

BRUCAI BRUCAI BRUCAI BRUCAI BRUCAI BRUCAI BRUCAI BRUCAI

BUENO

CAM CAM CAM

CARDOSO MINAS

CARDOSO

MINAS

CARDOSO MINAS

CENTER CARGO

CESA CESA CESA CESA CESA

CEVA CEVA CEVA CEVA

COIMEX

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62

Painel Incompleto de Dados – Indústria Brasileira de OLs

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

COLUMBIA COLUMBIA COLUMBIA COLUMBIA COLUMBIA COLUMBIA

CONSEIL CONSEIL CONSEIL CONSEIL

COOPER-CARGA

CSI CSI CSI CSI CSI CSI CSI

CUSTODIA

DAL

DEICMAR DEICMAR

DELARA

DELTA DELTA DELTA DELTA DELTA DELTA DELTA

DEX DEX

DGT

DI CI

DIGILOG

DRY PORT

DSR DSR DSR

EADI STO ANDRE

EADI STO ANDRE

EADI STO ANDRE

EBAMAG

EICHENBERG EICHENBERG

EMBAGE EMBAGE

ENAR

ESTRELA

EXATA EXATA EXATA EXATA EXATA EXATA EXATA EXATA EXATA

EXEL

EXO-

LOGISTICA

EXO-LOGISTICA

EXP

BRILHANTE

EXP JUNDIAI EXP JUNDIAI

EXP NEPO-MUCENO

FANTINATI

FORT FORT FORT

GATX

GEFCO GEFCO GEFCO GEFCO GEFCO

G-LOG G-LOG

GRANVALE GRANVALE GRANVALE

GRECCO

GTECH GTECH GTECH GTECH GTECH

HIPERCON HIPERCON

ID

INTER

MARITIMA

IRAPURU IRAPURU IRAPURU IRAPURU IRAPURU IRAPURU

ITAMARATI

JOACABA

JULIO

SIMÕES JULIO

SIMÕES JULIO

SIMÕES JULIO

SIMÕES JULIO SIMÕES

JULIO SIMÕES

JULIO SIMÕES

KEEPERS KEEPERS KEEPERS KEEPERS KEEPERS KEEPERS

KMC

KRUGER

K-WAY

LC LC LC LC

LÍDER

LIMEIRA

LINKERS LINKERS LINKERS

LOGHIS LOGHIS

LOGISPLAN LOGISPLAN

LOGISTOCK

MARBO MARBO

MCLANE

MERCURIO MERCURIO MERCURIO

METODO

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

METRO-POLITAN

MIRASSOL MIRASSOL

MSLOG

N SRA FATIMA

N SRA FATIMA

OTM

OURO PRATA OURO PRATA OURO PRATA

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63

Painel Incompleto de Dados – Indústria Brasileira de OLs

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

PANAZZOLO

PENNACCHI

PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE PENSKE

PRONTO

QUICK QUICK QUICK QUICK

QUIMITRANS

RAPIDÃO RAPIDÃO RAPIDÃO RAPIDÃO

RAPIDO 900 RAPIDO 900

RODO-

BORGES RODO-

BORGES

RYDER RYDER RYDER RYDER RYDER

SADA

SALVADOR

SANTOS BRASIL

SATLOG SATLOG SATLOG

STOCK TECH

SUPPORT SUPPORT

TA TA TA

TARGET

TDS TDS TDS

TGESTIONA TGESTIONA TGESTIONA TGESTIONA

TONIATO

TORA TORA TORA

TPC TPC TPC

TRANS-CASTRO

TRANSMIRO

TRANSWORLD

TRIALE

ULTRACARGO ULTRACARG

O ULTRACARGO

USIFAST USIFAST

VILLANOVA VILLANOVA

3.3 O Modelo de DEA em Três Estágios

3.3.1 O Modelo de DEA

No primeiro estágio, os modelos DEA-CCR e DEA-BCC orientados a input foram executados dez vezes,

uma para cada um dos anos do período de 2001 a 2010. Para isto, foi utilizado o software DEA Excel

Solver 1.0, incluído em Zhu (2002). Na análise de Richard Barr (2004) sobre os softwares disponíveis

para se levar a cabo análises envoltórias de dados, o DEA Excel Solver é considerado o mais

completo, provendo um grande número de modelos (muitos dos quais são únicos dentre todos os

pacotes examinados), além de ser conciso nos relatórios apresentados.

O modelo utilizado é mostrado abaixo.

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64

Figura 1: Modelo de DEA

Cooper et al.(2007) colocam que o tamanho mínimo da amostra deve ser ao menos três vezes maior

do que a soma de inputs e outputs. Isto só não acontece em um dos anos (2002).

Os modelos CCR e BCC são orientados para minimização de inputs. Para valores de eficiência

menores do que 1 no modelo BCC, as DMUs são denominadas tecnicamente ineficientes. Os escores

de eficiência de escala foram encontrados dividindo o escore CCR pelo BCC. A análise dos retornos de

escala foi feita a partir da soma dos pesos (lambdas) determinados no modelo CCR: pesos maiores

que 1 indicam retornos decrescentes; iguais a 1, retornos constantes; e menores que 1, retornos

crescentes de escala.

O método stepwise de Wagner e Shimshak (2007), que leva a um modelo core, de um input e um

output, foi utilizado para ajudar na compreensão de quais variáveis são mais importantes para os

operadores.

3.3.2 Análise Fatorial

A análise multivariada de dados acomoda múltiplas variáveis na tentativa de compreender relações

complexas. Entretanto, dado que o aumento do número de variáveis também aumenta a

probabilidade de nem todas serem não-correlacionadas e representativas, o agrupamento de

variáveis pode ser uma boa opção. A utilização de muitas variáveis como forma de representar

muitas dimensões de um problema complexo pode complicar a interpretação devido à redundância

(HAIR et al., 2005).

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Segundo Hair et al. (2005, p.89), “Durante a década passada, a técnica estatística multivariada de

análise fatorial encontrou uso crescente em todas as áreas de pesquisa relacionadas a negócios.”

Quando a comparabilidade ao longo do tempo é exigida, como neste estudo, a utilização deste

método se torna ainda mais crítica.

“Análise fatorial é um nome genérico dado a uma classe de métodos estatísticos multivariados cujo

propósito principal é definir a estrutura subjacente em uma matriz de dados” (HAIR et al., 2005,

p.91). Ela é particularmente adequada para a análise de relações complexas multidimensionais, uma

vez que examina padrões ou relações latentes para um grande número de variáveis com o objetivo

de condensar e resumir as informações em um conjunto menor de componentes ou fatores comuns

que descrevem os dados em um menor número de conceitos. Estes fatores são variáveis estatísticas,

ou seja, a composição linear de variáveis, formados para maximizar o poder de explicação do

conjunto inteiro de variáveis. É uma técnica de interdependência, na qual todas as variáveis são

consideradas simultaneamente, cada uma relacionada a todas as outras, podendo-se dizer que cada

uma é prevista por todas as outras.

O propósito geral da técnica é a busca e definição dos constructos fundamentais ou dimensões

assumidas como inerentes às variáveis originais. Mais especificamente, ela pode ser usada para dois

objetivos: identificação da estrutura por meio do resumo de dados ou redução de dados. No

presente trabalho, o objetivo é reduzir o número de variáveis, mantendo a natureza e o caráter das

variáveis originais, para simplificar a análise multivariada (regressão Tobit) a ser empregada

subsequentemente.

Para se poder trabalhar com os conceitos de processos de coordenação e tecnologias da informação,

foi feita uma análise fatorial com rotação Varimax padronizada, utilizando o pacote SPSS 17.0, de

forma a reduzir as variáveis categóricas a um número menor de dimensões.

Como regra geral, deve-se ter no mínimo cinco vezes mais observações que variáveis a serem

analisadas. Nesta pesquisa há 290 observações e 23 variáveis contextuais, enquanto 23 X 5=115, o

que mostra que o número de observações está adequado.

Existem dois métodos básicos para extração de fatores, embora a pesquisa empírica tenha

demonstrado, em muitos casos, resultados análogos entre as duas abordagens. A análise de

componentes deve ser usada quando o objetivo é resumir a maior parte da informação original a um

número mínimo de fatores com o propósito de fazer previsões, enquanto a análise de fatores

comuns deve ser usada para identificar dimensões latentes que reflitam o que as variáveis têm em

comum (HAIR et al., 2005). Embora os modelos subjacentes sejam diferentes, o método de cálculo é

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66

o mesmo (VARGAS e BRICKER, 2000). Neste trabalho será usada a análise de componentes principais,

considerado o método mais simples e computacionalmente eficiente (SAS, 1988).

Outra questão é a computação de correlações parciais entre variáveis, ou seja, correlações entre

variáveis quando outras variáveis são levadas em consideração. Se estas correlações forem altas, não

existem fatores latentes “verdadeiros” e, portanto, a análise fatorial não é adequada. Analisa-se,

para tal, a matriz de correlação anti-imagem, que é o valor negativo da correlação parcial. Como se

esperaria, valores maiores são indicativos de que a matriz de dados talvez não seja adequada para a

técnica aqui apresentada. Outros métodos de medida de adequação da amostra utilizados são o

teste Bartlett de esfericidade e a medida de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) (HAIR et al., 2005).

No que tange à decisão sobre o número de fatores a serem estimados, deve-se frisar sempre a

importância da parcimônia, embora a seleção de poucos fatores possa levar à omissão de dimensões

importantes, assim como a escolha de fatores em excesso dificulta a interpretação quando os

resultados são rotacionados. Como recomendado por Hair (2005), foram usados primeiramente o

critério da raiz latente como orientação para a primeira tentativa de interpretação e, a seguir, o teste

scree para determinar o número ótimo de fatores que podem ser extraídos antes que a quantidade

de variância única (associada apenas àquela variável) comece a dominar a estrutura de variância

comum (a todas as variáveis). O ponto no qual o gráfico começa a ficar horizontal é indicativo do

número de fatores que devem ser extraídos.

O primeiro fator pode ser visto como o melhor resumo de relações lineares nos dados, o segundo,

como a melhor combinação a partir da variância residual (ou seja, sujeito à restrição de ser ortogonal

ao primeiro fator), e assim por diante até que toda a variância seja dissipada.

A rotação fatorial, na qual os eixos de referência dos fatores são rotacionados em torno da origem

até que alguma outra posição seja alcançada, é uma importante ferramenta na interpretação de

fatores. Ela maximiza a carga de uma variável em um único fator, objetivando atingir um padrão

fatorial mais simples e, teoricamente, mais significativo. Isto faz com que fique mais fácil agrupar

variáveis em fatores diferentes, reduzindo algumas das ambiguidades que frequentemente

acompanham a análise preliminar. O caso mais simples é a rotação ortogonal. Embora a rotação

oblíqua faça um agrupamento com maior precisão, uma vez que as dimensões não são supostas sem

correlação entre si, os procedimentos analíticos para levá-la a cabo ainda não são amplamente

aceitos. Ademais, Hair et al. (2005) colocam que “se o pesquisador quer reduzir um número maior de

variáveis para um conjunto menor de variáveis não-correlacionadas para uso subsequente em

regressão ou outras técnicas de previsão, uma solução ortogonal é a melhor”. Dentre os principais

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67

critérios de rotação ortogonal, foi escolhida a rotação Varimax, a mais comum e que oferece uma

clara separação dos fatores: “o método Varimax tem sido muito bem-sucedido como uma

abordagem analítica para obtenção de uma rotação ortogonal de fatores” (HAIR et al., 2005).

Sendo a meta identificar variáveis apropriadas para a aplicação subsequente da regressão Tobit,

pode-se tanto selecionar a variável com maior carga fatorial em cada fator para atuar como uma

variável substituta representativa daquele fator (escala múltipla) quanto substituir o conjunto

original de variáveis por um menor e inteiramente novo (escore fatorial). Por muitas das variáveis

terem cargas significantes próximas umas das outras, escolheu-se o método de escore fatorial,

computado com base nas cargas de todas as variáveis no fator.

Neste trabalho, a intenção é identificar se existem variáveis mais gerais, ao invés de itens tão

específicos como os providos pela Revista Tecnologística, de modo a facilitar a análise, permitindo

que as dimensões sejam interpretadas e descritas. Além disso, também a torna mais efetiva, uma vez

que itens específicos altamente correlacionados serão considerados elementos daquela dimensão

mais ampla. A partir daí, os fatores podem ser utilizados para definir áreas também amplas de

planejamento e ação.

3.3.3 Regressão Tobit

3.3.3.1 Dados em Painel

Dados longitudinais ou em painel têm dimensões tanto de corte transversal (vários indivíduos em um

determinado período) quanto de série temporal (um único indivíduo em diversos períodos).

Consistem em n sujeitos ou entidades (pessoas, firmas, ações, etc.) medidos ao longo de T períodos

(meses, trimestres, anos, etc.), resultando em nT observações. O ideal é tentar acompanhar os

mesmos indivíduos, empresas, cidades, etc., ao longo do tempo, de modo a analisar variações dentro

de um grupo e/ou variações do grupo ao longo do tempo (PARK, 2009).

A definição de Wooldridge (2006) é:

Um conjunto de dados construído de cortes transversais repetidos ao longo

do tempo. Com um painel equilibrado, as mesmas unidades aparecem em

cada período de tempo. Com um painel não-equilibrado, algumas unidades

não aparecem em cada período de tempo, frequentemente devido a

problemas de redução da amostra.

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O trabalho com painéis não-equilibrados apresenta desafios adicionais, mas normalmente é

facilitado pelos pacotes econométricos. Entretanto, se os dados estiverem muito desequilibrados, o

resultado deve ser encarado com cautela e pode-se mesmo considerar a exclusão de observações

muito incompletas (PARK, 2009).

Podemos separar os fatores não-observados que afetam uma variável em dois tipos: os que são

constantes (efeitos fixos) e os que variam ao longo do tempo (efeitos aleatórios). Um modelo de

efeitos fixos analisa como o grupo e/ou o tempo afetam o intercepto, assumindo variância dos erros

constante entre as observações da amostra. Já um modelo de efeitos aleatórios explora os efeitos

proporcionados pelos grupos e/ou pelo tempo sobre a estrutura de variância dos erros, funcionando

as variáveis dummy como um termo de erro. As inclinações permanecem constantes entre os grupos

e os períodos em ambos os modelos (PARK, 2009).

Começando com o modelo de primeiras diferenças, para estimar o parâmetro de interesse β1 a partir

de dois anos de dados em painel, pode-se rodar a regressão:

(13)

onde é a variável independente, é a variável dependente e t é o período. A variável d2 é uma

variável dummy que assume valor 0 quando t=1 e 1 quando t=2. Assim, em t=1 o intercepto é e

em t=2, é . Como ele não muda com i, não tem este subscrito. Por outro lado, a variável só

varia ao longo de i, captando todos os fatores constantes no tempo que afetam . Por isso é

comumente chamada de efeito fixo e o modelo acima é chamado de modelo de efeitos não-

observados ou de efeitos fixos. O erro idiossincrático representa fatores não-observados que

afetam e mudam ao longo do tempo (WOOLDRIDGE, 2006).

Entretanto, mesmo sob a hipótese de que seja não-correlacionado com , o uso de MQO

agrupado para os dois anos será viesado e inconsistente se e forem correlacionados (como

costuma acontecer), por causa da omissão de uma variável constante no tempo. Para corrigir este

problema, pode-se construir uma equação para cada um dos anos:

(14)

(15)

E, em seguida, subtrair uma da outra:

(16)

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69

(17) , onde representa a mudança de t=1 para t=2

Nesta equação de primeiras diferenças, o efeito foi eliminado. Esta diferenciação pode ser feita

para quaisquer N períodos de tempo (WOOLDRIDGE, 2006).

Outra forma de lidar com dados em painel é utilizar a estimação de efeitos fixos. Considerando o

modelo com uma única variável explicativa:

(18)

É possível calcular sua média ao longo do tempo.

(19)

Como é fixo, ele aparece em ambas as equações. Subtraindo a segunda da primeira, chega-se a:

(20)

(21)

onde as variáveis com trema representam os dados temporais reduzidos. Com este método, o efeito

também foi eliminado (WOOLDRIDGE, 2006).

Quando T=2, os dois métodos geram estimativas idênticas. Entretanto, quanto T≥3, para N grande e

T pequeno, a escolha dependerá da eficiência relativa dos estimadores, que, por sua vez, depende da

correlação serial nos erros idiossincráticos: quando estes não são correlacionados, o estimador de

efeitos fixos é mais eficiente que o de primeiras diferenças. Caso contrário, o último deve ser usado,

embora a maior parte dos modelos sejam definidos com erros não-correlacionados, ainda que esta

hipótese não seja sempre verdadeira (WOOLDRIDGE, 2006).

Os métodos de efeitos fixos podem ser aplicados a painéis desequilibrados,11 mas é preciso assumir

que os períodos faltantes não são sistematicamente correlacionados aos erros idiossincráticos, o que

pode ser uma hipótese um tanto restritiva, pois a razão pela qual uma empresa deixa a amostra pode

ser correlacionada com os fatores não-observados que mudam ao longo do tempo e a afetam

(WOOLDRIDGE, 2006).

11

Um grau de liberdade será perdido em cada observação faltante, mas normalmente os ajustes já são feitos pelo software econométrico (WOOLDRIDGE, 2006).

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70

O estimador de efeitos aleatórios, por outro lado, deve ser escolhido quando se acredita que o efeito

não-observado não é correlacionado com nenhuma das variáveis explicativas.12 É apropriado usá-lo

em amostra de indivíduos retirados aleatoriamente de uma grande população. (PARK, 2009) O

modelo de efeitos aleatórios é igual ao modelo de efeitos não-observados, com a diferença de que se

tem de deixar no erro para evitar uma estimação ineficiente e, então, resolve-se a correlação

serial ao longo do tempo por Mínimos Quadrados Generalizados (WOOLDRIDGE, 2006).

Neste trabalho, será aplicado a um painel incompleto de dados um modelo Tobit, que será detalhado

em seguida.

3.3.3.2 Modelo Tobit

O modelo Tobit é uma extensão do modelo Probit, na medida em que trabalha com variável

dependente limitada, específico para dados com concentração de observações em um único valor.

Estas amostras são chamadas censuradas, uma vez que existe um limite superior e/ou inferior onde

ocorre a concentração (WOOLDRIDGE, 2006). Isto pode se dar pela censura de dados de fato, como

no caso em que há faixas do tipo “maior/menor do que X” ou, no caso em questão, pela própria

construção do método de DEA. Muitos autores têm defendido que a amostra de estimativas de

escores de eficiência de DEA é uma amostra censurada, uma vez que, tipicamente, há diversas

observações iguais a 1 (SIMAR e WILSON, 2007). O modelo Tobit com dados em painel censurado

pode ser usado para investigar a influência das variáveis contextuais sobre os escores de eficiência

encontrados por DEA.

Utilizando o método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), cujos resultados costumam ser

parecidos, a estimação com a amostra censurada seria viesada, pela correlação dos erros com as

variáveis independentes. Simar e Wilson (2007) colocam que a amostra sofre também de correlação

serial, uma vez que os escores são relativos e, portanto, mudanças na fronteira influenciarão os

outros escores.

A situação de dados em painel incompleto com amostra censurada pode ser acomodada com o

método da máxima verossimilhança para estimação destes parâmetros. Como a variável

dependente, ou seja, a eficiência de escala, é contínua, mas censurada em 1, assume-se para ela uma

distribuição normal truncada em vez da distribuição normal assumida no método de MQO (SOUZA e

STAUB, 2007).

12

Isto pode ser testado com o teste de Hausman (PARK, 2009).

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71

Em geral, a resposta observada, y (no caso, os escores de eficiência), é expressada em termos de

uma variável latente subjacente:

(33) 𝑌 𝑋 𝑋 𝑋 𝑋 𝑋

A derivação completa do modelo encontra-se em Wooldridge (2006).

Em 1975, Rosett e Nelson desenvolveram o modelo Tobit com dois limites, permitindo as censuras

inferior e superior.

(34)

Onde é a variável latente, é o limite inferior e é o limite superior.

Os vínculos com outros modelos podem ser encontrados variando os τs. Se = , o modelo é

reduzido para o modelo Probit. Se =∞, o modelo é Tobit com censura inferior e se =-∞, o modelo

é Tobit com censura superior (LONG, 1997).

3.3.3.3 Aplicação do Modelo Tobit

Para aumentar o entendimento em relação à eficiência dos operadores, optou-se, nesta pesquisa,

por estender a metodologia para além da DEA, com a utilização da regressão Tobit como forma de

responder à questão crucial de quais fatores afetam a eficiência de escala dos operadores logísticos.

Nesta etapa foram incluídas variáveis contextuais (apresentadas no Erro! Fonte de referência não

ncontrada.) não contempladas na técnica de DEA, por não serem insumos ou produtos diretos das

operações, mas que possivelmente contribuem para a eficiência das DMUs.

Assim como o modelo de DEA, o de regressão também foi construído a partir dos dados retirados da

Revista Tecnologística, embasados nos estudos apresentados nas seções 2.1.2.1 e 2.1.2.2.

Entretanto, para facilitar a interpretação dos resultados, foram utilizados como variáveis explicativas

os fatores resultantes da análise fatorial, dado que a redução das variáveis dá maior clareza ao

significado dos fatores.

O pacote econométrico gratuito Gretl 1.9.3cvs (disponível em

http://gretl.sourceforge.net/gretl_portugues.html) foi usado para executar a regressão Tobit no

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72

painel incompleto de dados. A partir da mensuração de desempenho, foi aplicado o método

estatístico de regressão múltipla, com 6 variáveis dependentes, expresso pela equação abaixo:

(35)

Onde i é a DMU e t é o período.

A variável dependente é o escore de eficiência de escala (i.e. escoreCCR/escoreBCC) e, como variáveis

independentes foram usados os fatores resultantes da análise fatorial, por facilitarem a

interpretação dos resultados, acrescidos da variável Anos_de_Mercado, totalizando seis variáveis

explicativas, além da constante.

O coeficiente estimado para cada variável independente representa a variação esperada na variável

explicada resultante de uma variação de uma unidade naquela variável explicativa. No caso de

variáveis dummy, a interpretação do coeficiente é o aumento decorrente da presença da

característica na observação.

O nível de significância escolhido foi o de 0,05 a 0,10, como vem sendo costume nos estudos de

logística (MENTZER e FLINT, 1997; WANKE e HIJJAR, 2009).

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73

3.4 Fluxograma Metodológico

Abaixo, é apresentado um fluxograma que resume as etapas da dissertação.

Figura 2: Fluxograma Metodológico

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74

4 Análise e Discussão de Resultados

Para atingir o resultado final do modelo, foi preciso passar por três etapas: a etapa de DEA, dividida

em CCR e BCC, a análise fatorial e, finalmente, a regressão Tobit. Nas próximas seções, os resultados

de cada etapa e final serão descritos e discutidos.

4.1 Apresentação dos Resultados

A apresentação dos resultados começa com uma contextualização das variáveis utilizadas, com suas

estatísticas descritivas. Seguem os resultados da DEA, da análise fatorial e, finalmente, da regressão

Tobit.

4.1.1 Estatísticas Descritivas

Na descrição dos resultados, primeiramente é feita uma contextualização quantitativa do setor de

OLs. As tabelas abaixo resumem as estatísticas descritivas de cada um dos inputs e outputs.

Tabela 3: Estatísticas descritivas do input número de funcionários

Funcionários 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 5 22 25 18 13 25 14 70 35 22 5

Máximo 4,379 3,864 1,200 4,765 5,692 6,500 8,651 7,300 11,841 12,018 12,018

Média 535 526 263 644 1,160 1,141 915 810 1,128 1,439 889

Mediana 270 130 173 205 700 477 411 309 375 363 301

D.P. 894 989 277 1,118 1,409 1,593 1,687 1,425 2,115 2,526 1,656

C.V. 1.67 1.88 1.05 1.74 1.22 1.40 1.84 1.76 1.87 1.76 1.86

Tabela 4: Estatísticas descritivas do input área total

Área Total (mil m2) 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 3 22 2 2 2 4 4 19 6 9 2

Máximo 786 1,132 1,512 550 1,224 600 842 939 1,171 1,171 1,512

Média 195 256 155 144 248 190 213 198 210 225 202

Mediana 110 115 66 87 105 106 110 122 105 100 105

D.P. 206 310 272 144 301 176 216 212 269 254 240

C.V. 1.06 1.21 1.75 1.00 1.21 0.93 1.01 1.07 1.28 1.13 1.18

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75

Tabela 5: Estatísticas descritivas do input armazéns próprios

Armazéns Próprios 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 1 2 1 1 1 2 1 1 1 1 1

Máximo 28 18 22 20 32 20 33 42 36 47 47

Média 6 7 4 5 7 6 7 9 8 11 7

Mediana 5 5 2 4 5 5 5 7 5 6 5

D.P. 6 5 5 5 8 4 6 9 9 13 8

C.V. 0.88 0.75 1.18 0.93 1.12 0.78 0.95 0.98 1.09 1.16 1.10

Tabela 6: Estatísticas descritivas do input armazéns de clientes

Armazéns de Clientes 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Máximo 25 6 40 18 24 25 37 35 38 35 40

Média 4 3 4 4 6 7 6 6 6 5 5

Mediana 2 3 2 3 4 5 4 2 3 3 3

D.P. 5 2 7 4 6 6 8 9 8 8 7

C.V. 1.27 0.60 1.66 1.04 1.05 0.90 1.26 1.44 1.45 1.39 1.34

Tabela 7: Estatísticas descritivas do output número de clientes

Clientes 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 1 3 3 3 2 4 3 3 3 1 1

Máximo 3,200 2,895 2,500 100 1,339 255 387 561 12,000 12,000 12,000

Média 147 373 198 21 85 34 46 59 316 592 210

Mediana 11 36 15 11 22 17 18 24 19 18 18

D.P. 575 861 566 25 288 57 89 115 1,748 2,163 1,119

C.V. 3.91 2.31 2.86 1.23 3.38 1.69 1.91 1.95 5.52 3.65 5.34

Tabela 8: Estatísticas descritivas do output receita bruta

Receita Bruta 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Mínimo 1 2 1 1 2 0 5 3 2 1 0

Máximo 5,000 250 170 444 326 397 443 763 1,300 1,600 5,000

Média 193 45 29 52 82 78 91 92 155 178 111

Mediana 13 15 15 15 42 27 43 40 61 44 25

D.P. 879 72 41 96 107 113 119 148 258 328 343

C.V. 4.57 1.60 1.43 1.84 1.30 1.45 1.31 1.60 1.66 1.84 3.08

Para avaliar a evolução dos inputs e outputs ao longo dos anos, foi escolhida sua mediana anual, pelo

fato de a média ser muito afetada por observações individuais. Como o objetivo era obter um

panorama generalizável a partir de um painel desequilibrado, era importante minimizar o efeito das

observações. Assim, acredita-se que a mediana reflete de forma mais acurada o real

desenvolvimento do setor.

Um dos pontos que mais chamou a atenção foi o aumento da mediana da receita bruta, que

aumentou quase 5 vezes nestes 10 anos. O gráfico abaixo ilustra este crescimento.

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76

Gráfico 6: Evolução da mediana da receita bruta do OLs (em R$ milhões)

Outro dado que confirma o que se falou anteriormente é a evolução dos anos de mercado dos OLs.

Sua idade mediana praticamente dobrou – de seis para 12 anos – nos últimos 10 anos, apesar de

todo o movimento de entrada e saída no setor, o que denota o amadurecimento já mencionado.

Gráfico 7: Evolução da mediana de anos de mercado dos OLs

Para analisar as variáveis contextuais, utilizou-se a média de cada uma das variáveis dummy. Como

os valores eram só 0 ou 1, sua média resulta na percentagem de empresas que prestam aquele

serviço. Inicialmente, chegou-se à conclusão de que existem diversos serviços cuja percentagem de

empresas que os prestam é, de forma constante, próxima a 90%. Estes serviços – controle de

estoque, embalagem, montagem de kits, logística reversa, desenvolvimento de projetos, distribuição,

porta-a-porta e transferência – são os mais tradicionais. Apesar de a alta média indicar que eles já

estão enraizados como “básicos”, nem todos são serviços simples de transporte e armazenagem.

Alguns, como a montagem de kits e o porta-a-porta, são serviços de valor adicionado, o que,

novamente, mostra que a indústria brasileira de OLs está cada vez mais sofisticada.

y = 4.8203x + 5.0633R² = 0.7628

-

10

20

30

40

50

60

70

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Mediana

Tendência

y = 0.5879x + 5.4667R² = 0.8882

-

2

4

6

8

10

12

14

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Mediana

Tendência

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77

Gráfico 8: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de controle de estoque

Gráfico 9: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de embalagem

Gráfico 10: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de montagem de kits

Gráfico 11: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de logística reversa

Gráfico 12: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de desenvolvimento de projetos

Gráfico 13: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de distribuição

Gráfico 14: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço porta-a-porta

Gráfico 15: Evolução da percentagem de empresas que prestam serviço de transferência

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

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20

07

20

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20

09

20

10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

20

02

20

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20

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20

05

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20

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20

10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

20

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20

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20

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20

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20

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20

10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

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20

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20

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20

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20

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20

10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

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10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

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10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

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20

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20

10

0.80 0.82 0.84 0.86 0.88 0.90 0.92 0.94 0.96 0.98 1.00

20

01

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20

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20

09

20

10

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78

Por outro lado, o comércio exterior, nesta amostra, não têm a mesma generalidade. Claro que é

importante frisar que este resultado pode ter sido influenciado pelo filtro realizado nas DMUs, tanto

retirando empresas que não tivessem resposta para todas as variáveis quanto eliminando aquelas

dedicadas a outros modais que não o rodoviário, que são os modais que, de fato, concentram as

atividades de comércio exterior. O Gráfico 16 mostra que apenas cerca de 60% das empresas fazem

despacho aduaneiro e 30% têm escritórios próprios no exterior, e que estes números foram

relativamente constantes ao longo dos anos.

Gráfico 16: Evolução da percentagem de empresas que têm escritórios próprios no exterior e das que prestam serviço de despacho aduaneiro

Já em relação à adoção de tecnologia, pode-se notar uma clara tendência de crescimento. Se, em

2001, apenas cerca de 53% das empresas utilizavam ERP e 75% utilizavam WMS, estes números

saltaram para impressionantes 87% e 97%, respectivamente, nos 10 anos analisados. O Gráfico 17

ilustra este crescimento.

-0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70 0.80 0.90 1.00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Despacho Escritórios Próprios no Exterior

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Gráfico 17: Evolução da percentagem de empresas que utilizam WMS e ERP

Outro ponto já mencionado é a importância da certificação. Esta fica clara no aumento da

percentagem de empresas que têm certificação ao longo dos anos, que passou de cerca de 40% para

cerca de 80%.

Gráfico 18: Evolução da percentagem de empresas que têm certificação

Em resumo, pode-se verificar, fazendo-se uma generalização dos dados aqui apresentados, que a

importância dos operadores logísticos realmente é maior a cada ano, como evidencia o aumento

impressionante da receita bruta. Esta importância está intrinsecamente ligada ao amadurecimento

da indústria, que também ficou claro com os dados de anos de mercado, do número de empresas

certificadas e do leque de serviços que são amplamente oferecidos. A mais ampla utilização das TIs

está conectada com estas duas dimensões, uma vez que é reflexo tanto da maior exigência dos

clientes quanto da busca por maior eficiência por parte dos próprios operadores. Os únicos dados

dissonantes são aqueles de comércio exterior, mas, provavelmente, se deve, em parte, à

concentração do estudo no modal rodoviário. A seguir, serão apresentados os resultados da análise

envoltória de dados.

0.50

0.60

0.70

0.80

0.90

1.00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

ERP WMS

y = 0.0504x + 0.3963R² = 0.6038

-

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

0.90

1.00

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Média

Tendência

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80

4.1.2 Resultados da DEA

A Tabela 9 mostra as estatísticas descritivas dos escores computados pelos modelos CCR e BCC para

os anos de 2001 a 2010, utilizando o já mencionado add-in DEA Excel Solver 1.0.13

Tabela 9: Resumo dos escores de eficiência calculados por ano

ESCORE Ano 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

CCR

Média 0.19 0.76 0.47 0.76 0.67 0.83 0.44 0.54 0.27 0.41 0.48

Máximo 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Mínimo 0.00 0.24 0.06 0.18 0.11 0.33 0.05 0.11 0.02 0.05 0.00

Desvio-padrão 0.29 0.28 0.35 0.27 0.34 0.26 0.35 0.31 0.33 0.30 0.36

Coef. de variação 1.49 0.36 0.73 0.36 0.50 0.32 0.80 0.57 1.21 0.72 0.76

# DMUs eficientes 3 6 6 9 9 11 7 6 6 6 69

% DMUs eficientes 9% 40% 19% 41% 43% 61% 21% 20% 13% 15% 24%

BCC

Média 0.70 0.97 0.86 0.88 0.84 0.90 0.67 0.78 0.71 0.76 0.78

Máximo 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Mínimo 0.17 0.76 0.38 0.27 0.11 0.52 0.06 0.24 0.11 0.24 0.06

Desvio-padrão 0.30 0.07 0.21 0.24 0.30 0.17 0.34 0.27 0.34 0.26 0.29

Coef. de variação 0.42 0.07 0.24 0.27 0.36 0.18 0.50 0.35 0.48 0.34 0.37

# DMUs eficientes 15 12 19 17 16 13 15 16 26 18 167

% DMUs eficientes 47% 80% 61% 77% 76% 72% 44% 53% 54% 46% 58%

EE

Média 0.24 0.78 0.54 0.86 0.82 0.90 0.62 0.70 0.40 0.55 0.59

Máximo 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00 1.00

Mínimo 0.01 0.24 0.06 0.34 0.29 0.48 0.17 0.11 0.02 0.10 0.01

Desvio-padrão 0.28 0.27 0.33 0.19 0.26 0.18 0.31 0.29 0.36 0.31 0.35

Coef. de variação 1.15 0.35 0.61 0.21 0.31 0.21 0.49 0.41 0.90 0.57 0.60

# DMUs eficientes 3 6 6 9 9 11 7 6 6 6 69

% DMUs eficientes 9% 40% 19% 41% 43% 61% 21% 20% 13% 15% 24%

# DMUs 32 15 31 22 21 18 34 30 48 39 290

# DMUs RCS 3 6 6 9 9 11 7 6 6 6 69

# DMUs RVS - Cresc. 29 9 25 11 10 6 24 21 40 33 208

# DMUs RVS - Decresc. 0 0 0 2 2 1 3 3 2 0 13

RCS = Retornos Constantes de Escala/RVS = Retornos Variáveis de Escala

Como esperado, os modelos CCR apresentaram escores mais baixos que os BCC, ou seja,

identificaram menos operadores eficientes, uma vez que estes modelos assumem uma tecnologia de

produção com retornos constantes de escala, fazendo com que a comparação possa ser “injusta”

caso os retornos não sejam constantes. A diferença entre as médias dos dois modelos foi de nada

menos que 0,30 (0,78-0,48). Em outras palavras, sob o modelo de retornos variáveis de escala foram

13

Resultados mais detalhados – por DMU – podem ser encontrados no segundo anexo.

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81

identificadas 167 DMUs eficientes, das 290 da amostra, enquanto o modelo de retornos constantes

identificou apenas 69.

Como se pode ver pelo resultado do modelo BCC, muitas das DMUs se mostraram eficientes

tecnicamente (média de 58% ao longo dos dez anos), ou seja, apresentaram escore 1 sob este

modelo. Entretanto, poucos OLs (13% e 15%, respectivamente, em 2009 e 2010) operam no MPSS

(lembrando que o modelo CCR captura tanto a eficiência técnica quanto a de escala).

A análise de retornos de escala mostra que a grande maioria dos OLs se depara com retornos

crescentes de escala (cerca de 72%), em segundo lugar vêm aqueles com retornos constantes, com

24% e, em último, os operadores que têm retornos de escala decrescente (apenas 4% do total).

O modelo core baseado no método stepwise (SIMAR e WILSON, 2007) foi baseado em quatro etapas,

ao final das quais se chegou a um input e um output fundamentais. Os resultados mostram que, no

caso CCR, o principal input é o número de funcionários (em seis dos dez anos) e o principal output é a

receita bruta (em sete dos dez anos). Sob o modelo BCC, o output continuou sendo a receita (em oito

dos dez anos), mas o principal input passou a ser o número de armazéns de clientes (em sete dos dez

anos). Estes resultados estão em linha com o que havia sido dito anteriormente. Em relação ao

número de funcionários, frisou-se a natureza ainda intensiva em mão-de-obra dos operadores

logísticos. Já em relação ao número de armazéns de clientes, é claro ver que esta variável é,

provavelmente, a que é menos proporcional à escala do OL, uma vez que depende muito mais da sua

estratégia do que do seu tamanho.

4.1.3 Resultados da Análise Fatorial

Analisou-se a adequação da amostra pelos testes Bartlett de esfericidade e KMO (Tabela 10). Este

apresenta valor entre 0 e 1 e indica que proporção da variância das variáveis é devida a fatores

comuns. Neste caso, a relação entre as variáveis é considerada entre medíocre e razoável por estar

entre 0,6 e 0,7 (SHARMA, 1996). O teste de Bartlett, por sua vez, é baseado na distribuição qui-

quadrado e testa a hipótese nula de que a matriz de correlação é uma matriz identidade, ou seja, que

a correlação entre as variáveis é zero (PETT et al., 2003). O nível de significância do teste foi

p<0,0001, confirmando a possibilidade de uso do método.

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82

Tabela 10: KMO e teste Bartlett de esfericidade

Foi realizada uma análise fatorial exploratória com extração dos componentes principais e rotação

Varimax utilizando as variáveis apresentadas no Erro! Fonte de referência não encontrada..

nicialmente se utilizou o critério da raiz latente, para se ter uma idéia inicial do número de fatores a

serem extraídos. Esta rodada resultou em sete fatores que explicavam 58,8% da variância total. A

variável anos de mercado, única variável quantitativa, foi retirada das análises fatoriais posteriores,

pois acredita-se que não faria sentido perder informações sobre ela (transformando-a em um fator)

dado que sua comunalidade com as outras era baixa (0,36). Assim, decidiu-se utilizá-la originalmente

na regressão Tobit pela importância que ela poderia ter para o modelo. Analisando o teste scree

(Gráfico 19) e prezando pela parcimônia, o modelo foi rodado novamente com apenas 5 fatores.

Gráfico 19: Teste scree para análise fatorial com 7 fatores

Escolher as cargas fatoriais que vale a pena considerar é fundamental na interpretação dos fatores.

Pode-se considerar que cargas fatoriais maiores 0,30 atingem o nível mínimo, cargas de 0,40 são

consideradas mais importantes e de 0,50 ou mais são consideradas com significância prática14 (HAIR

et al., 2005). Assim, foram retiradas as variáveis que não se haviam provado importantes para

nenhum fator neste modelo (cargas < 0,5), e o modelo foi reespecificado. O último modelo resultou

em cinco componentes ortogonais que, juntas, explicam 61,1% da variância total. Isto está de acordo

14 Dado que a carga fatorial é a correlação entre a variável e o fator, a variância total da variável explicada pelo

fator é a carga ao quadrado. Desta forma, uma carga de 0,50 reflete uma explicação de aproximadamente 25%.

Essas orientações são aplicáveis quando a amostra tem 100 ou mais observações (HAIR et al., 2005).

.647

Aprox. Qui-

quadrado1433.050

df 136

Sig. .000

Kaiser-Meyer-Olkin

Teste Bartlett

de

Esfericidade

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83

com Hair et al. (2005), que afirma que a solução, nas ciências sociais, deve explicar pelo menos 60%

da variância total15.

A seguir, foram designados significados e nomes para os fatores. Assim, a Tabela 11 apresenta os

cinco fatores relacionados aos processos de coordenação e às TIs – os construtos teóricos desta

pesquisa – obtidos.

Tabela 11: Matriz de componentes rotacionados – processos de coordenação e Tecnologias de informação

O primeiro fator pode ser interpretado como a dimensão de serviços e TIs relacionados a estocagem

e armazenagem, contendo controle de estoques, embalagem, montagem de kits, suporte fiscal e

WMS. O segundo fator são as TIs relacionadas ao apoio de frota própria, incluindo roteirização e

rastreamento por satélite e não-satélite. O fator 3 agrupa os serviços clássicos de transporte –

distribuição, transferência e porta-a-porta. Já o quarto está mais ligado à logística expressa e ao JIT,

compreendendo esta variável, além dos rastreamentos para frota terceirizada e do gerenciamento

intermodal. O quinto e último fator diz respeito às operações internacionais e de comércio exterior,

contendo escritórios no exterior e importação/exportação e despacho aduaneiro.

Foram estimadas as correlações entre os fatores e a variável anos de mercado, que será utilizada na

regressão Tobit, para garantir que a correlação entre eles fosse baixa, dado que se fez a rotação

ortogonal justamente para evitar o problema de multicolinearidade. Os resultados encontrados

(Tabela 12) garantem que ela não será um problema.

15

Em alguns casos, os autores afirmam que este número pode ser até menor.

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84

Tabela 12: Análise de correlação entre os fatores e a outra variável independente

Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5

Anos de Mercado

Fator 1: Serviços e TIs relacionadas a estoque

e armazenagem 1.00

Fator 2: TIs de apoio a frota própria

0.00 1.00

Fator 3: Serviços clássicos de transporte

0.00 0.00 1.00

Fator 4: Serviços e TIs relacionados a logística

expressa 0.00 0.00 0.00 1.00

Fator 5: Comércio exterior

0.00 0.00 0.00 0.00 1.00

Anos de Mercado 0.02 0.17 0.00 0.12 0.12 1.00

4.1.1 Resultados da Regressão Tobit

A Tabela 13 apresenta os resultados da regressão Tobit para cada um dos seis fatores a que se

chegou na análise fatorial, acrescidos da variável Anos_de_Mercado. Ressalta-se que os dados dos 10

anos foram analisados conjuntamente.

Tabela 13: Resultados da Regressão Tobit para Dados em Painel Incompleto

O modelo aponta alguns direcionadores para o desempenho dos OLs. Ao nível de significância de

0,10, as variáveis relevantes são o fator 4, resultante do agrupamento de variáveis ligadas a serviços

e TIs relacionados a logística expressa, a variável Anos_de_Mercado e o fator 2, referente a TIs de

apoio a frota própria.

O coeficiente de determinação múltipla ou R2 indica quanto da variação do desempenho é explicada

pelas variáveis de controle. Em um modelo de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), o R2 é

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85

calculado como a razão entre a variação explicada pelo modelo e a variação total na variável

dependente, traduzidas como a soma explicada dos quadrados divida por sua soma total

(WOOLDRIDGE, 2006). Entretanto, em uma regressão Tobit, não existe uma estatística equivalente

ao R2, uma vez que as estimativas resultantes do modelo são de máxima verossimilhança por meio

de um processo iterativo, e não de minimização da variância, como no MQO. Por isso, alguns pseudo-

R2 foram criados, assim chamados porque variam de 0 a 1, com valores mais altos indicando melhor

ajuste, embora não possam ser interpretados como o R2 tradicional. Assim, foi calculado o pseudo-R2

de McFadden, cuja fórmula é apresentada abaixo, para avaliar o nível de explicação do modelo

(UCLA).

Como a verossimilhança é um valor entre 0 e 1, seu logaritmo é menor ou igual a zero. Se um modelo

tem uma verossimilhança alta, seu logaritmo será baixo, assim como a razão. Desta forma, um R2 alto

indica que o modelo completo, isto é, com todas as variáveis, tem um ajuste melhor que o modelo

rodado apenas com a constante (UCLA). O valor do R2 de McFadden tende a ser menor do que o do

R2 normal (CSUN) e, neste modelo, foi de 0,23, sendo valores entre 0,2 e 0,4 considerados altamente

satisfatórios (CSUN).

4.2 Análise dos Resultados

No presente trabalho, duas técnicas multivariadas permitiram verificar os possíveis fatores que

contribuem para a ineficiência de escala das operações. Foram usadas, adicionalmente à DEA, a

análise fatorial das variáveis contextuais e a regressão Tobit para dados em painel.

Os retornos crescentes de escala apresentados pela grande maioria dos OLs dá força à hipótese de

Fleury e Ribeiro (2001) de que a grande discrepância entre o porte dos operadores logísticos no

Brasil e nos Estados Unidos aumentava a perspectiva de consolidação. Esta constatação sugere que

OLs maiores são mais eficientes. Os resultados de DEA mostraram que a maior parte dos OLs é

eficiente tecnicamente, mas poucos também o são em escala, o que evidencia a importância da

análise de impactos sobre sua eficiência de escala.

Para isso, foram gerados fatores de variáveis contextuais por meio de uma análise fatorial, que

agruparam variáveis relacionadas TIs e mecanismos de coordenação, como previsto na metodologia.

A regressão Tobit permitiu avaliar os efeitos destas variáveis sobre o escore de eficiência. Os

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resultados apresentados na Tabela 13 confirmam o impacto positivo dos processos de coordenação

e, em particular, das TIs na melhoria da eficiência de escala dos OLs brasileiros.

O fator 4, de logística expressa, é o que tem maior coeficiente e maior significância, denotando sua

importância sobre o desempenho do OLs no que tange à eficiência de escala. Especificamente,

compõem este fator o rastreamento de frota terceirizada, just-in-time e gerenciamento intermodal.

Assim, pode-se atribuir tal resultado à maior facilidade que os grandes OLs têm de desenvolver uma

capacitação de prover serviços de logística expressa, uma vez que têm mais equipamentos, recursos

administrativos, além de maior poder econômico para adotar as tecnologias necessárias.

O fator 2, de TIs de apoio a frota própria, afeta positivamente a variável dependente, o que pode ser

explicado pelos benefícios na escala auferidos com o gerenciamento eficiente da frota.

Como esperado, o tempo de mercado dos operadores impacta positivamente a eficiência de escala,

o que provavelmente se deve tanto ao posicionamento avançado na curva de aprendizado quanto ao

estreitamento do relacionamento com os clientes, que permite melhor ajuste dos serviços às

demandas. Entretanto, enquanto os fatores ligados às TIs têm coeficientes mais altos, esta variável

parece ter um impacto reduzido sobre a eficiência de escala, dado seu coeficiente próximo de zero,

evidenciando a proeminência das tecnologias da informação no panorama atual de mercado.

Ainda que o fator 3 (serviços clássicos de transporte) tenha um coeficiente relativamente alto, não

foi considerado significante. Tampouco o foram os fatores 5 (comércio exterior) e 1 (serviços e TIs

relacionadas a estoque e armazenagem). Apesar disso, é interessante notar que este último foi o

único que parece exercer impacto negativo sobre a eficiência de escala. Isto pode possivelmente ser

explicado pela comum má utilização das tecnologias de estoque e armazenagem, dado que, como

tratado na seção 2.1.2.2, muitas vezes não se destina a atenção devida à adaptação do software ou

sistema à empresa que o adota.

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87

5 Conclusões e Implicações Gerenciais

5.1 Resumo

Este estudo teve como objetivo estimar o nível de eficiência de escala dos operadores logísticos

brasileiros e, mais especificamente, determinar os principais fatores que a afetam. Isto permitiu que

se chegasse a uma visão geral da indústria de serviços logísticos no país, assim como à identificação

das principais lacunas que impedem que os OLs operem de forma mais eficiente. Levando-se em

consideração a natureza cada vez mais ampla e complexa dos serviços por eles oferecidos em

conjunção com o aumento da exigência dos clientes, sugere-se o emprego da técnica de DEA para

avaliação de desempenho e apoio à tomada de decisão.

Com esse intuito, a ferramenta escolhida foi um método de DEA em três estágios com uso adicional

de análise fatorial e de regressão Tobit, para que fosse possível explorar a profundidade do tema de

forma adequada. Na primeira etapa, os dados foram tratados, homogeneizando a amostra, e foram

escolhidas as variáveis disponíveis no Panorama de Operadores Logísticos da Revista Tecnologística

que poderiam ser utilizadas como inputs, outputs e variáveis contextuais. A seguir foram rodados os

modelos CCR e BCC para as 290 observações completas colhidas de 2001 a 2010. Utilizou-se o

método stepwise para precisar quais insumos e produtos mais influenciam a eficiência dos OLs,

chegando-se aos inputs fundamentais número de funcionários (sob o modelo CCR) e armazéns de

clientes (sob o BCC) e ao output fundamental receita. Tendo os escores dos modelos de retornos

constantes e variáveis, pôde-se calcular o escore de eficiência de escala, pela razão entre os dois

(EE= / ). A análise fatorial serviu, então, para agrupar as possíveis variáveis em fatores, o que

deixaria mais fácil a posterior interpretação dos determinantes de eficiência. Estes fatores, por sua

vez, foram empregados como variáveis independentes em um modelo de regressão Tobit para dados

censurados, em que a variável dependente era o próprio escore de eficiência de escala, cujos valores

se encontram no intervalo entre 0 e 1.

A sequência metodológica aqui utilizada, que se destaca pela singularidade, tanto em estudos sobre

OLs quanto em temas de forma geral, permitiu que se chegasse a resultados claros e precisos sobre

as implicações gerenciais do estudo. A amostra é grande e suficientemente bem distribuída ao longo

do tempo para que os resultados encontrados sejam robustos. Por outro lado, a maior incidência de

observações nos últimos anos faz com que as conclusões sejam atuais.

Em consonância com a literatura, os resultados mostram que os mecanismos de coordenação, em

especial as TIs, levam a uma alocação mais racional dos recursos. A disponibilidade de informação

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em tempo real, mais especificamente na logística expressa e no apoio à frota própria, estimula o

desenvolvimento de uma operação mais próxima do tamanho de escala mais produtivo (MPSS).

5.2 Conclusões

As deseconomias de escala encontradas a partir da DEA ajudam a identificar oportunidades de

expansão, consolidação, downsizing ou mesmo encerramento das atividades. Como mais de 70% das

DMUs operam sob retornos crescentes de escala, o crescimento é uma estratégia que, na grande

maioria dos casos, é vencedora.

Uma forma de crescer rapidamente é através de fusões e aquisições. Esta tendência já está

ganhando forma no mercado brasileiro: em pesquisa realizada em 2010 pelo Instituto ILOS, 77% de

61 transportadoras afirmaram que estão ocorrendo fusões e aquisições de empresas de transporte

no país (ILOS, 2010). Este processo de profissionalização e consolidação em curso tem, como

exemplos, a aquisição da Lubiani Logística e da Transportadora Grande ABC pelo Grupo Julio Simões,

da Mercúrio e da Expresso Araçatuba pela TNT (TORRES, 2010) e, mais recentemente, da Exata

Logística pela AGV Logística (PIRES, 2011). Sendo assim, a análise da eficiência de escala é crucial do

ponto-de-vista estratégico, uma vez que permite que as empresas entendam melhor seu

posicionamento no mercado, assim como o de seus concorrentes, levando a uma visão completa das

oportunidades que se delineiam. As DMUs com menores escores de eficiência de escala são fortes

candidatas à consolidação.

O crescimento orgânico, por sua vez, pode assumir diversos formatos: o OL pode ampliar sua oferta

de serviços nos mesmos setores em que já atua, entrar em novos setores oferecendo os mesmos

serviços ou mesmo entrar em setores novos ampliando, ao mesmo tempo, o escopo dos serviços

oferecidos. Em todos os casos, a ferramenta apresentada neste estudo pode ser largamente

utilizada, tanto na escolha de novos serviços quanto de novos setores que mais contribuam para o

aumento da eficiência de escala, assim como na avaliação constante do desempenho ao longo dessa

exploração de novos nichos de mercado.

Os resultados têm forte caráter prático, deixando clara a aplicabilidade da técnica de DEA na

mensuração da eficiência de operadores logísticos. Mais ainda, eles devem ser vistos pelos OLs como

uma possibilidade de modernização dos processos operacionais com consequente atingimento de

novos patamares de eficiência de escala. A indicação de áreas críticas que mais contribuem para o

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aumento da eficiência é também uma indicação de em que áreas há espaço para investimentos e

onde eles trarão maior retorno para a companhia.

As variáveis utilizadas, assim como as DMUs de comparação, podem ser facilmente modificadas para

que se consiga um modelo específico de avaliação para cada empresa, podendo os resultados ser

atualizados a cada nova informação disponível, acompanhando a dinâmica da companhia e do setor.

5.3 Limitações do Estudo

O método de pesquisa aqui utilizado apresenta algumas limitações. Em primeiro lugar estão as já

mencionadas limitações com o trabalho com dados secundários em vez de dados primários, embora

ele também traga vantagens. Dentre estas limitações, as principais são relacionadas ao conjunto de

inputs e outputs escolhidos, dado que ele pode não cobrir todos os aspectos que seriam relevantes

na estimação de uma fronteira eficiente. Por ter sido escolhida a realização de uma pesquisa

extensiva, com muitas empresas, os inputs e outputs tiveram de ser os disponíveis. Caso se

escolhesse levar a cabo uma pesquisa própria, as variáveis provavelmente seriam mais adequadas,

embora se viesse a perder muito na generalidade dos resultados.

Outra questão é a filtragem de dados: foram rejeitadas DMUs que não tivessem dados completos

para todos os inputs e outputs selecionados, assim como para as variáveis independentes escolhidas,

de maneira a tornar a informação suficientemente homogênea para a análise. Dada esta depuração

da base de dados original, não se pode afirmar que a amostra a que se chegou seja aleatória na

dimensão do corte transversal, uma vez que é possível que as DMUs rejeitadas seguissem um

padrão, viesando-a.

Um terceiro ponto importante no que tange à pesquisa com dados secundários é que também foram

excluídas variáveis contextuais que não estavam disponíveis para todos os anos, de 2001 a 2010. São

elas as variáveis dummy (1) frota própria de transporte, (2) roteirizadores de terceiros, (3)

gerenciamento de terceiros, (4) paletização, (5) cross-docking, (6) monitoramento de desempenho,

(7) suprimento, (8) coordenação, (9) software de simulação, (10) TMS e (11) consultas por celular.

Não é possível afirmar que elas não fossem importantes, embora se acredite que as dimensões que

elas formam já estejam representadas de alguma maneira nos fatores resultantes da análise fatorial.

Outras limitações decorrem da própria utilização do método de DEA. Uma delas é a comparação de

DMUs sem que necessariamente elas sejam de fato homogêneas: é possível que o benchmark

sugerido para as DMUs não seja inerentemente similar nas suas práticas, como sugerem Doyle e

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Green (1994). Adicionalmente, a técnica carece de intervalo de confiança, assim como não permite o

emprego de fatores estocásticos ou medidas de erro e de dispersão (BICHOU, 2006), fazendo com

que erros de medida possam ter grande efeito sobre o resultado. Acredita-se, no entanto, que os

pontos positivos apresentados anteriormente superem estas limitações.

Algumas das desvantagens da utilização da análise fatorial são a controvérsia sobre qual das várias

técnicas usar, a existência de muitos aspectos subjetivos e, muitas vezes, a falta de confiabilidade,

uma vez que os dados mudam de acordo com mudanças na amostra e que qualquer análise

específica não é totalmente segura (a plausibilidade não necessariamente é garantia de validade ou

mesmo estabilidade).

5.4 Sugestões para Estudos Futuros

É possível realizar uma série de outras análises utilizando esta mesma base de dados. Uma delas

seria a análise conjunta de DEA para todos os anos, que levaria a benchmarks absolutos para a

amostra (tomando-se o cuidado de atualizar os valores dos dados financeiros de receita dos OLs).

Poder-se-ia também examinar a evolução do que seria a empresa padrão da amostra, de forma a

estudar o comportamento do setor como um todo ao longo do tempo.

No que diz respeito à escolha dos operadores a serem utilizados na análise, este estudo se baseou

nos dados da Revista Tecnologística, mas também nos websites da empresas, para buscar maiores

informações acerca das principais atividades levadas a cabo pelo OL. Entretanto, não se pode afirmar

que as informações estivessem atualizadas e nem que fossem acuradas para os anos anteriores.

Desta forma, uma sugestão é a realização de uma análise mais aprofundada para a escolha das DMUs

de forma a tornar a amostra ainda mais homogênea.

Especificamente, poder-se-ia tentar conseguir um painel completo de dados, ainda que para um

número menor de anos, de forma que eles pudessem ser comparados ano a ano e se pudesse

observar a evolução dos escores e do perfil dos operadores. Também poderia ser interessante

conhecer melhor a história das empresas, de forma a conseguir montar um painel que permitisse

uma análise histórica da eficiência nesta indústria que levasse em consideração as fusões, aquisições

e extinções que ocorreram ao longo dos anos.

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104

Anexo 1: Exemplo Numérico de DEA

O exemplo que utilizaremos aqui foi retirado de Cook e Seiford (2009). Digamos que existam sete

DMUs cujos inputs X e outputs Y estão explicitados abaixo.

DMU 1 DMU 2 DMU 3 DMU 4 DMU 5 DMU 6 DMU 7

X 2 3 6 9 5 4 10

Y 2 5 7 8 3 1 7

Nossa função objetivo para a primeira DMU é:

Min θ = 2v

s.a. 2u = 1 8u ≤ 9v

2u ≤ 2v 3u ≤ 5v

5u ≤ 3v u ≤ 4v

7u ≤ 6v 7u ≤ 10v

Onde u é o peso dos outputs e v é o peso dos inputs. Queremos minimizar os inputs multiplicados

pelo seu peso, sujeito às restrições de produção daquela DMU e à restrição de que a quantidade de

produto deve ser igual ou menor do que a quantidade de insumos.

Pela primeira restrição, podemos ver que u=0,5 e que, por conseguinte:

2v ≥ 1 v ≥ 0,5

3v ≥ 2,5 v ≥ 0,8333

6v ≥ 3,5 v ≥ 0,5833

9v ≥ 4 v ≥ 0,4444

5v ≥ 1,5 v ≥ 0,3

4v ≥ 0,5 v ≥ 0,125

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105

10v ≥ 3,5 v ≥ 0,35

A mais restritiva das restrições é a segunda e, portanto, é a que será utilizada na função objetivo.

Assim, podemos ver que min θ = 2 X 0,8333 = 1,6667. Neste caso, o escore de eficiência seria

1/1,6667 = 0,6.

No caso da segunda DMU, a função passa a ser:

Min θ = 3v

s.a. 5u = 1 8u ≤ 9v

2u ≤ 2v 3u ≤ 5v

5u ≤ 3v u ≤ 4v

7u ≤ 6v 7u ≤ 10v

Pela primeira restrição, podemos ver que u=0,2 e que, por conseguinte:

2v ≥ 0,4 v ≥ 0,2

3v ≥ 1 v ≥ 0,3333

6v ≥ 1,4 v ≥ 0,2333

9v ≥ 1,6 v ≥ 0,1778

5v ≥ 0,6 v ≥ 0,12

4v ≥ 0,2 v ≥ 0,05

10v ≥ 1,4 v ≥ 0,14

A restrição mais restritiva é a segunda, que, portanto, será substituída na função objetivo. Desta

forma, min θ = 3 X 0,3333 = 1. O escore de eficiência é 1/1=1 e esta DMU é considerada eficiente.

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106

Segue-se o mesmo processo para cada uma das DMUs e, no final, se chegará ao seguinte resultado:

DMU Escore de Eficiência CCR

DMU 1 0,6

DMU 2 1,0

DMU 3 0,7

DMU 4 0,5333

DMU 5 0,36

DMU 6 0,15

DMU 7 0,42

A fronteira resultante é a do gráfico abaixo.

Agora demonstraremos este exemplo utilizando o software DEA Excel Solver 1.0, incluído em Zhu

(2002).

Para realizar o procedimento, é necessário instalar o add-in de Excel e colocar os dados como

demonstrado abaixo: denominar a planilha como “Data” e colocar os inputs separados dos outputs

por uma coluna.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

0 2 4 6 8 10 12

Ou

tpu

t

Input

DMU 1

DMU 2

DMU 3

DMU 4

DMU 5

DMU 6

DMU 7

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107

Depois é preciso clicar no add-in DEA e escolher a opção “Envelopment Model”.

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O programa possibilita a utilização da orientação a input e a output e de quatro diferentes tipos de

fronteira.

Escolhendo a orientação a input e retornos de escala constantes, chegamos ao mesmo resultado

demonstrado acima.

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Anexo 2: Resultados da DEA por DMU

Tabela 14 - Resultados da DEA: Escores CCR

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2 ALIANÇAS 0,28

4PL 0,45 0,11

5 ESTRELAS 0,62

ABRANGE 0,14 0,33

ADDRESS 0,12

ADL 1,00

AGI 0,29

AGM 0,43 0,46 1,00 0,33 0,20

AGR 0,30 1,00 0,03

AGUIA BRANCA 0,10

AGV 0,05 0,32 0,28 0,31 0,14 0,24

ARGECAMP 0,29

ARGIMPEL 1,00

ARMAVALE 0,75

ATLAS 1,00 0,36 1,00 1,00

BINOTTO 1,00 0,70 0,62

BMS 0,12 0,58

BPL 0,65

BRASEX 0,17

BRASILMAXI 0,22 0,85 1,00 1,00 0,09 0,63

BRUCAI 0,07 0,58 0,15 0,34 1,00 0,31 0,30 0,06

BUENO 0,37

CAM 0,27 0,06 0,17

CARDOSO MINAS 0,05 0,17 0,09

CENTER CARGO 0,43

CESA 0,03 1,00 1,00 1,00 0,47

CEVA 0,38 0,73 0,12 0,69

COIMEX 1,00

COLUMBIA 1,00 1,00 1,00 1,00 0,55 1,00

CONSEIL 1,00 1,00 1,00 1,00

COOPERCARGA 0,52

CSI 0,03 0,22 0,31 0,34 0,49 0,23 0,07

CUSTODIA 0,37

DAL 0,26

DEICMAR 0,05 0,96

DELARA 0,10

DELTA 0,22 1,00 0,61 0,65 1,00 0,72 0,14

DEX 0,04 0,27

DGT 0,18

DI CI 0,10

DIGILOG 0,69

DRY PORT 0,02

DSR 0,54 0,37 0,02

EADI STO ANDRE 0,42 0,24 0,06

EBAMAG 0,05

EICHENBERG 0,20

EMBAGE 0,44

ENAR 0,61 0,07

ESTRELA 1,00

EXATA 1,00

EXEL 0,07 1,00 0,15 0,53 1,00 0,26 0,44 0,20 0,41

EXOLOGISTICA 1,00

EXPRESSO BRILHANTE 0,19 0,05

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Resultados da DEA: Escores CCR

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

EXPRESSO JUNDIAI 0,22

EXPRESSO NEPOMUCENO 0,06 0,17

FANTINATI 0,84

FORT 0,21

GATX 1,00 1,00 1,00

GEFCO 1,00

G-LOG 1,00 1,00 1,00 0,22 1,00

GRANVALE 0,38 1,00

GRECCO 0,09 1,00 0,08

GTECH 0,06

HIPERCON 0,44 1,00 0,86 0,68 0,07

ID 1,00 1,00

INTERMARITIMA 0,40

IRAPURU 0,25

ITAMARATI 0,18 0,27 1,00 0,35 0,24 0,34

JOACABA 0,05

JULIO SIMÕES 0,08

KEEPERS 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,80 1,00

KMC 0,34 1,00 0,72 0,80 0,13 0,41

KRUGER 0,23

K-WAY 0,89

LC 0,02

LÍDER 0,25 0,63 0,47 0,53

LIMEIRA 0,78

LINKERS 0,08

LOGHIS 0,11 0,05 0,16

LOGISPLAN 0,14 0,15

LOGISTOCK 0,06 0,23

MARBO 0,09

MCLANE 0,52 1,00

MERCURIO 0,21

METODO 0,44 0,29 0,97

METROPOLITAN 0,33

MIRASSOL 0,09 0,87 0,58 0,77 0,40 0,29 0,92 0,19

MSLOG 1,00 0,94

N SRA FATIMA 0,03

OTM 0,02 0,38

OURO PRATA 0,04

PANAZZOLO 0,08 1,00 0,68

PENNACCHI 0,05

PENSKE 0,91

PRONTO 0,05 0,75 0,84 1,00 0,81 0,11 0,40 0,22 0,52

QUICK 0,17

QUIMITRANS 0,30 0,08 0,09 0,13

RAPIDÃO 0,05

RAPIDO 900 0,11 0,05 1,00 1,00

RODOBORGES 0,35 0,12

RYDER 0,06 0,13

SADA 0,15 1,00 0,94 1,00 0,33

SALVADOR 1,00

SANTOS BRASIL 0,31

SATLOG 1,00

STOCK TECH 0,30 0,05 0,30

SUPPORT 0,18

TA 0,06 0,77

TARGET 0,28 0,13 0,15

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Resultados da DEA: Escores CCR

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

TDS 0,75

TGESTIONA 0,07 0,19 0,13

TONIATO 0,11 0,42 0,08 0,61

TORA 0,44

TPC 0,00 1,00 0,20

TRANSCASTRO 0,28 0,04 0,16

TRANSMIRO 0,08

TRANSWORLD 1,00

TRIALE 0,43

ULTRACARGO 1,00

USIFAST 0,31 1,00 0,22

VILLANOVA 1,00 1,00

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Tabela 15 - Resultados da DEA: Escores BCC

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2 ALIANÇAS 1,00

4PL 0,63 0,17

5 ESTRELAS 1,00

ABRANGE 1,00 1,00

ADDRESS 1,00

ADL 1,00

AGI 1,00

AGM 0,46 0,51 1,00 0,56 0,55

AGR 0,33 1,00 0,25

AGUIA BRANCA 1,00

AGV 1,00 1,00 0,50 0,32 0,15 0,24

ARGECAMP 1,00

ARGIMPEL 1,00

ARMAVALE 1,00

ATLAS 1,00 1,00 1,00 1,00

BINOTTO 1,00 1,00 0,66

BMS 0,35 0,76

BPL 1,00

BRASEX 1,00

BRASILMAXI 1,00 1,00 1,00 1,00 0,40 1,00

BRUCAI 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,50 0,72 0,69

BUENO 1,00

CAM 1,00 1,00 1,00

CARDOSO MINAS 0,50 0,99 1,00

CENTER CARGO 0,91

CESA 0,17 1,00 1,00 1,00 1,00

CEVA 1,00 1,00 0,12 0,69

COIMEX 1,00

COLUMBIA 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

CONSEIL 1,00 1,00 1,00 1,00

COOPERCARGA 1,00

CSI 1,00 0,38 0,33 0,35 0,52 0,24 0,50

CUSTODIA 1,00

DAL 0,55

DEICMAR 0,37 0,96

DELARA 0,56

DELTA 0,51 1,00 0,72 0,70 1,00 0,76 0,50

DEX 1,00 1,00

DGT 0,62

DI CI 1,00

DIGILOG 1,00

DRY PORT 0,50

DSR 1,00 0,57 0,13

EADI STO ANDRE 1,00 1,00 1,00

EBAMAG 0,21

EICHENBERG 1,00

EMBAGE 0,54

ENAR 1,00 0,61

ESTRELA 1,00

EXATA 1,00

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Resultados da DEA: Escores BCC

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

EXEL 0,51 1,00 0,47 0,59 1,00 0,46 0,57 1,00 0,52

EXOLOGISTICA 1,00

EXPRESSO BRILHANTE 1,00 0,46

EXPRESSO JUNDIAI 1,00

EXPRESSO NEPOMUCENO 0,73 0,51

FANTINATI 1,00

FORT 0,72

GATX 1,00 1,00 1,00

GEFCO 1,00

G-LOG 1,00 1,00 1,00 0,33 1,00

GRANVALE 0,54 1,00

GRECCO 1,00 1,00 1,00

GTECH 1,00

HIPERCON 1,00 1,00 1,00 0,70 0,15

ID 1,00 1,00

INTERMARITIMA 1,00

IRAPURU 0,50

ITAMARATI 0,27 0,32 1,00 0,38 0,32 0,35

JOACABA 1,00

JULIO SIMÕES 0,25

KEEPERS 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

KMC 0,77 1,00 0,94 1,00 1,00 1,00

KRUGER 1,00

K-WAY 1,00

LC 1,00

LÍDER 1,00 1,00 1,00 1,00

LIMEIRA 1,00

LINKERS 1,00

LOGHIS 1,00 0,60 0,53

LOGISPLAN 1,00 0,50

LOGISTOCK 0,34 0,43

MARBO 1,00

MCLANE 1,00 1,00

MERCURIO 1,00

METODO 0,77 1,00 1,00

METROPOLITAN 1,00

MIRASSOL 0,51 0,87 0,77 1,00 1,00 0,73 1,00 1,00

MSLOG 1,00 1,00

N SRA FATIMA 1,00

OTM 0,50 0,76

OURO PRATA 0,35

PANAZZOLO 0,50 1,00 1,00

PENNACCHI 0,50

PENSKE 1,00

PRONTO 0,53 1,00 1,00 1,00 0,83 0,17 0,41 0,38 0,56

QUICK 1,00

QUIMITRANS 1,00 0,33 0,25 0,25

RAPIDÃO 0,47

RAPIDO 900 0,11 0,06 1,00 1,00

RODOBORGES 0,62 0,33

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114

Resultados da DEA: Escores BCC

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

RYDER 0,33 0,66

SADA 0,61 1,00 1,00 1,00 0,69

SALVADOR 1,00

SANTOS BRASIL 1,00

SATLOG 1,00

STOCK TECH 0,90 0,50 0,60

SUPPORT 0,47

TA 1,00 1,00

TARGET 0,50 1,00 1,00

TDS 1,00

TGESTIONA 1,00 0,50 0,34

TONIATO 0,35 0,55 0,25 0,68

TORA 0,54

TPC 0,25 1,00 0,76

TRANSCASTRO 0,30 0,11 0,26

TRANSMIRO 1,00

TRANSWORLD 1,00

TRIALE 1,00

ULTRACARGO 1,00

USIFAST 0,33 1,00 0,22

VILLANOVA 1,00 1,00

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Tabela 16 - Resultados da DEA: Escores de eficiência de escala

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2 ALIANÇAS 0,28

4PL 0,72 0,66

5 ESTRELAS 0,62

ABRANGE 0,14 0,33

ADDRESS 0,12

ADL 1,00

AGI 0,29

AGM 0,94 0,89 1,00 0,58 0,36

AGR 0,92 1,00 0,13

AGUIA BRANCA 0,10

AGV 0,05 0,32 0,56 0,99 0,89 0,98

ARGECAMP 0,29

ARGIMPEL 1,00

ARMAVALE 0,75

ATLAS 1,00 0,36 1,00 1,00

BINOTTO 1,00 0,70 0,94

BMS 0,33 0,76

BPL 0,65

BRASEX 0,17

BRASILMAXI 0,22 0,85 1,00 1,00 0,22 0,63

BRUCAI 0,07 0,58 0,15 0,34 1,00 0,63 0,42 0,08

BUENO 0,37

CAM 0,27 0,06 0,17

CARDOSO MINAS 0,09 0,17 0,09

CENTER CARGO 0,47

CESA 0,20 1,00 1,00 1,00 0,47

CEVA 0,38 0,73 0,98 0,99

COIMEX 1,00

COLUMBIA 1,00 1,00 1,00 1,00 0,55 1,00

CONSEIL 1,00 1,00 1,00 1,00

COOPERCARGA 0,52

CSI 0,03 0,57 0,96 0,99 0,93 1,00 0,14

CUSTODIA 0,37

DAL 0,46

DEICMAR 0,15 1,00

DELARA 0,18

DELTA 0,43 1,00 0,85 0,93 1,00 0,94 0,29

DEX 0,04 0,27

DGT 0,30

DI CI 0,10

DIGILOG 0,69

DRY PORT 0,03

DSR 0,54 0,64 0,15

EADI STO ANDRE 0,42 0,24 0,06

EBAMAG 0,27

EICHENBERG 0,20 0,81

EMBAGE 0,61 0,11

ENAR 1,00

ESTRELA 1,00

EXATA 0,13 1,00 0,32 0,89 1,00 0,56 0,78 0,20 0,78

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Resultados da DEA: Escores de eficiência de escala

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

EXEL 1,00

EXOLOGISTICA 0,19 0,10

EXPRESSO BRILHANTE 0,22

EXPRESSO JUNDIAI 0,08 0,33

EXPRESSO NEPOMUCENO 0,84

FANTINATI 0,30

FORT 1,00 1,00 1,00

GATX 1,00

GEFCO 1,00 1,00 1,00 0,66 1,00

G-LOG 0,70 1,00

GRANVALE 0,09 1,00 0,08

GRECCO 0,06

GTECH 0,44 1,00 0,86 0,97 0,44

HIPERCON 1,00 1,00

ID 0,40

INTERMARITIMA 0,51

IRAPURU 0,66 0,85 1,00 0,91 0,75 0,99

ITAMARATI 0,05

JOACABA 0,32

JULIO SIMÕES 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 0,80 1,00

KEEPERS 0,45 1,00 0,76 0,80 0,13 0,41

KMC 0,23

KRUGER 0,89

K-WAY 0,02

LC 0,25 0,63 0,47 0,53

LÍDER 0,78

LIMEIRA 0,08

LINKERS 0,11 0,09 0,31

LOGHIS 0,14 0,30

LOGISPLAN 0,17 0,54

LOGISTOCK 0,09

MARBO 0,52 1,00

MCLANE 0,21

MERCURIO 0,57 0,29 0,97

METODO 0,33

METROPOLITAN 0,18 1,00 0,75 0,77 0,40 0,40 0,92 0,19

MIRASSOL 1,00 0,94

MSLOG 0,03

N SRA FATIMA 0,04 0,50

OTM 0,12

OURO PRATA 0,16 1,00 0,68

PANAZZOLO 0,10

PENNACCHI 0,91

PENSKE 0,10 0,75 0,84 1,00 0,98 0,68 0,98 0,59 0,92

PRONTO 0,17

QUICK 0,30 0,25 0,37 0,51

QUIMITRANS 0,10

RAPIDÃO 0,97 0,83 1,00 1,00

RAPIDO 900 0,56 0,35

RODOBORGES 0,17 0,20

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Resultados da DEA: Escores de eficiência de escala

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

RYDER 0,25 1,00 0,94 1,00 0,48

SADA 1,00

SALVADOR 0,31

SANTOS BRASIL 1,00

SATLOG 0,33 0,10 0,50

STOCK TECH 0,39

SUPPORT 0,06 0,77

TA 0,55 0,13 0,15

TARGET 0,75

TDS 0,07 0,38 0,39

TGESTIONA 0,30 0,76 0,30 0,89

TONIATO 0,82

TORA 0,01 1,00 0,26

TPC 0,93 0,37 0,60

TRANSCASTRO 0,08

TRANSMIRO 1,00

TRANSWORLD 0,43

TRIALE 1,00

ULTRACARGO 0,94 1,00 0,99

USIFAST 1,00 1,00

VILLANOVA 1,00 0,22