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Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

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Page 1: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

Maria Lucia Fattorelli

UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011

CONJUNTURANacional

Internacional e a

Previdência Social

Page 2: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

CONJUNTURA GLOBAL

Crise financeira mundial

Causas: Desregulamentação do mercado financeiroDerivativos sem lastroAtivos “Tóxicos”

Efeitos:Grandes bancos internacionais em risco de quebraBad Banks?EUA e Europa se endividam para salvar setor bancárioExpansão da crise para outros setores

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CONJUNTURA GLOBAL

Crise financeira se transforma em CRISE DA DÍVIDA

Medidas de austeridade para destinar recursos ao pagamento da dívida: • Corte de gastos sociais• Congelamento e redução dos salários • Reformas da Previdência• Comprometimento dos Fundos de Pensão

EUROPA: REAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA Grandes mobilizações e GREVE GERAL

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Grécia Irlanda França

Portugal Inglaterra Espanha

Conjuntura Atual – EUROPAManifestações contra Troika (FMI, CE, Governos e

Bancos)

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CONJUNTURA ATUAL - Europa

GRÉCIA: Mobilização social pela criação de comissão para auditar a dívida pública

IRLANDA: Criada comissão popular de auditoria da dívida

ISLÂNDIA: Referendo eleitoral decide não pagar dívida feita para salvar bancos

PARLAMENTARES EUROPEUS: "[querem] que famílias paguem por erros de bancos. Os islandeses não entendem assim". (Marisa Matias)

"Ninguém debateu se os pagadores de impostos devem resgatar instituições financeiras (...) Espero que o espírito de luta dos islandeses

se espalhe.” (Eva Joly)

Folha Online de 23/04/2011

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SITUAÇÃO ATUAL – BRASIL

Governo não admite crise da dívida, mas qual a razão para:

Privilégio na destinação recursos para a dívida

Juros mais elevados do mundo

Carga tributária elevada e regressiva

Ausência de retorno em bens e serviços públicos

Contigenciamento de gastos sociais

Congelamento salários setor público

Prioridade para Metas de “Superávit Primário” e “Inflação”

Reformas neoliberais: Previdência, Privatizações

Ausência de controle de capitais

Page 7: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC

Pagamento antecipado ao FMI e resgates com

ágio

•Elevação juros

• Conversão da dívida pública e

privada para BC

Dívida da ditadura

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Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.

CPI: Ausência de Contrapartida

realMecanismos financeirosConflito de interesses

Falta de transparência

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PARADOXO BRASIL

7ª Economia Mundial

10ª Pior distribuição de renda do

mundo

73º no ranking de respeito aos Direitos

Humanos - IDH

POR QUÊ?

A DEPENDÊNCIA ECONÔMICA GERADA PELO

PROCESSO DE ENDIVIDAMENTO É O NÓ QUE AMARRA

O BRASIL

Page 10: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

Nota: Inclui o “refinanciamento” ou “rolagem” – Total do Orçamento 2010 = R$ 1,414 TrilhõesFonte: SIAFI - Banco de Dados Access p/ download (execução do Orçamento da União) – Disponível em

http://www.camara.gov.br/internet/orcament/bd/exe2010mdb.EXE. Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida

R$ 635 bilhões

Orçamento Geral da União – Executado em 2010

Page 11: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

QUEM GANHA E QUEM PERDE

Page 12: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

QUEM GANHA E QUEM PERDE

Fonte: Banco Central - http://www4.bcb.gov.br/top50/port/top50.asp

Aparente quedaAumento de

Provisões

Page 13: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

QUEM GANHA E QUEM PERDE

Lucro em 2010:

Itaú/Unibanco = R$ 13,3 bilhões

Bradesco = R$ 10 bilhões

Banco Brasil = 11,7

1º trimestre de 2011: crescimento recorde de 17%

Lucratividade exorbitante favorecida por:

“Sistema de Metas de Inflação”

Ausência de limites para os juros

Benesses tributárias

Falta de controle de capitais

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BANCO CENTRAL DO BRASIL

Ingresso de moeda

estrangeira aciona

Sistema de Metas de Inflação

TÍTULOS DA DÍVIDA INTERNA

Juros mais elevados do

mundo

Aplicação em Reservas

Internacionais

Juros quase zero

Prejuízo Banco Central 2009 = R$ 147 bilhões 2010 =

R$ 50 bilhões

QUEM GANHA E QUEM PERDE

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Acúmulo de Reservas = Explosão da Dívida Interna (R$ bilhões)

Fonte: Banco Central

Fonte: Banco Central. Nota: As reservas foram convertidas para Real à taxa de câmbio de R$ 1,80.

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A estratégia de manutenção do Poder e da

acumulação capitalista

Lucros crescentes para setor

financeiro/empresarial

Financiamento de campanhas eleitorais e

corrupção

Extremo poder da mídia ligada ao grande capital

Ilusória distribuição de riqueza

Pequenos ganhos para os pobres: Bolsa Família

Pífios reajustes para trabalhadores

Acesso a produtos baratos: sensação de melhoria de

vida

Acesso a crédito/financiamentos

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Quem ganha e quem perde

O AJUSTE FISCAL DE DILMA

Corte Recorde de R$ 50 Bilhões de gastos sociais no Orçamento Federal de 2011

ELEVAÇÃO DA TAXA SELIC

Em 19/01/2011, passou de 10,75% para 11,25%

Em 02/03/2011, novo aumento para 11,75%

Em 20/04/2011, aumentou para 12%

Em 05/06/2011, mais um aumento para 12,25%!

JUROS CONSOMEM MAIS de R$ 1 BILHÃO POR DIA

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Quem ganha e quem perdeModelo Tributário

CAPITAL e LUCRO: PRIVILÉGIOS Isenções e Liberdade de movimentação Deduções generosas, até de despesas fictícias Proposta de redução da Contribuição Patronal

TRABALHADORES: INJUSTIÇAS Fim de Deduções Redução da Progressividade Insuficiência de atualização da tabela do IRPF Agravamento dos tributos indiretos PEC-233: Reforma Tributária que transforma as contribuições sociais em impostos: Ameaça ao financiamento da Seguridade Social

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GASTOS PÚBLICOS: Diferença de Tratamento

Contagotas para Gastos Sociais Menos de 5% do orçado para “Prevenção e Preparação para Desastres” Apenas 20% do Orçamento do programa “Minha Casa Minha Vida” foram gastos em 2010Pífio reajuste do salário mínimo; congelamento servidores públicos

Ralo aberto para gastos com a Dívida Pública Pagamento antecipado ao FMI em 2005

Resgate antecipado de títulos da dívida externa desde 2005 e com pagamento de ágio Emissão de títulos para pagar juros AUSÊNCIA DE QUALQUER LIMITE para gastos com dívida

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Educação e CulturaSaúde e SaneamentoPrevidência e Assistência SociaisPessoalJuros e amortizações da dívida

Orçamento Geral da União – Gastos Selecionados (R$ milhões)

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da DívidaFonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou “refinanciamento” da Dívida

Juros e Amortizações da Dívida

Pessoal e Encargos Sociais

Saúde e Saneamento

Educação e Cultura

Previdência (INSS) e Assistência Social

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O VERDADEIRO ROMBO DO PAÍS NÃO É A PREVIDÊNCIA MAS SIM A DÍVIDA

PÚBLICA

Breve Análise

PL 1992/2007

Previdência Complementar dos servidores públicos

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PL 1992/2007

Encaminhado pelo Executivo ao Congresso, dia 11/09/2007

Posição atual: CTASP da Câmara dos Deputados (Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público)

Seguimento: CSSF (Comissão de Seguridade Social e Família), CFT (Finanças e Tributação) e CCJ (Constituição e Justiça) da Câmara

Após, irá diretamente ao Senado Federal, sem necessidade de apreciação pelo Plenário da Câmara

Caso seja aprovado pelo Senado na forma que vier da Câmara, irá à sanção presidencial

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL emendada pela EC-41/2003

Art. 40 § 15. “O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do

respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de

entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos

participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

CONTRIBUIÇÃO DEFINIDA: Risco zero para o mercado financeiro, para a União, autarquias e fundações públicas Risco TOTAL para o Servidor, cujo benefício dependerá do Mercado

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PRIVATIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS PARA OS BANCOS

Responsabilidade do Estado restrita ao pagamento e transferência de contribuições

Artigo 11 do PL:

Art. 11. A União, inclusive suas autarquias e

fundações públicas, são responsáveis, na qualidade

de patrocinadores, pelo pagamento de contribuições

e pela transferência à Funpresp das contribuições

descontadas dos seus servidores, observado o

disposto nesta Lei e no estatuto da entidade.

Page 25: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

PL 1992/2007

Futuros servidores e atuais que aderirem à Funpresp: Aposentadoria limitada ao teto do INSSAposentadoria Complementar pela Funpresp

Atuais servidores que não aderirem: Aposentadoria na forma da EC 41

Isca para atrair os atuais servidores à Funpresp: Oferta de “Benefício especial”, de modo a fazer jus às contribuições já feitas (acima do teto do INSS) até o momento da opção

Previdência é sinônimo de segurança. Como podemos colocar nosso futuro em “aplicações de

RISCO”?Ler: A FALÊNCIA MUNDIAL DOS FUNDOS

DE PENSÃO, de Osvaldo Coggiola

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PL 1992/2007

Artigo 3º, § 6º

OPÇÃO DEFINITIVA

§ 6º O prazo para opção de que trata o inciso II será de cento e oitenta dias, contados a partir da data de início do funcionamento da entidade de

que trata o art. 4º.

NÃO HÁ OPÇÃO PARA REVERSÃO

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PL 1992/2007

Contribuição à Funpresp (Art. 16)

Empregado: Percentagem a ser definida, incidente sobre a parcela do salário que exceder o teto do INSS

Empregador (governo): contribuição idêntica ao empregado, porém limitada a 7,5%.

A alíquota para o servidor pode se tornar excessiva, enquanto a contribuição patronal

está limitada a 7,5%

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PRIVATIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS PARA OS BANCOS

Artigo 15 do PL 1992/07

Art. 15. “A administração dos recursos

garantidores, provisões e fundos dos planos de

benefícios, resultantes das receitas previstas no

art. 10 desta Lei deverá ser realizada mediante

a contratação de instituições autorizadas

pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM

para o exercício da administração de carteira de

valores mobiliários (...)”

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PRIVATIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES PÚBLICOS PARA OS BANCOS

Artigo 19 do PL

Art. 19. Durante a fase de percepção de renda

programada e atendidos os requisitos

estabelecidos no plano de benefícios, o

assistido poderá transferir as reservas

constituídas em seu nome para entidade de

previdência complementar ou companhia

seguradora autorizada a operar planos de

previdência complementar, com o objetivo

específico de contratar plano de renda

vitalícia (...)

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EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO PL 1992/2007

“Isoladamente, a mudança de regime terá um

impacto negativo nas contas públicas no curto

prazo, na medida em que o governo deixará de

receber a contribuição sobre a parcela da

remuneração do servidor entrante que ultrapassar

o teto, e terá um gasto adicional, na medida em

que passará a contribuir para o regime

complementar, capitalizando reservas individuais

para os servidores.”

O próprio governo admite que a FUNPRESP causará prejuízo às contas públicas

Page 31: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS DO PL 1992/2007

“Para finalizar, vale destacar que a FUNPRESP

tende a ser a maior entidade fechada de

previdência complementar presente no mercado

brasileiro, tanto em quantitativo de participantes

como em volume de recursos administrados..”

Os estados e municípios também poderão aderir à Funpresp

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A FALÁCIA DO “DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA”Superávit da Seguridade Social em 2010 = R$ 58

bilhões

Fonte: ANFIP

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O SUPERÁVIT DA SEGURIDADE SOCIAL

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A ARMADILHA DOS FUNDOS DE PENSÃO

As sucessivas reformas da Previdência impõem aos trabalhadores a adesão ao sistema de Fundos de Pensão

Na Argentina, a moratória de 2002 fez os Fundos de Pensão perderem 75% de seu patrimônio

Nos Estados Unidos, desde 2008 milhões de trabalhadores perderam suas economias

Na Europa, até a OCDE já advertiu sobre o grave risco da queda nas Bolsas e dano ao Fundos de Pensão

INCALCULÁVEL RISCO

decorrente da desregulamentação do mercado financeiro, “Bad Banks” e “ativos

tóxicos”

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A PRIVATIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA

Fonte: FENAPREVI

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Receitas dos Planos de Previdência Privada (R$ milhões)

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A quem interessa as Reformas (Privatização) da Previdência???

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NOVA PROPOSTA DE REFORMA DA PREVIDÊNCIA REGIME GERAL

GOVERNO DILMAEstabelecimento de Idade Mínima para Aposentadoria

Aumento do Tempo de Contribuição - Principalmente para Mulheres

Redução das Pensões

Redução da Contribuição Patronal para o INSS

• Apropriação, pelos empresários, do salário indireto dos trabalhadores

• Fragilização do financiamento do INSS

• Risco para implementação de futuras reformas reduzindo ainda mais os direitos dos trabalhadores

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DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

Situação inaceitável para a 7a. Maior economia do mundo

Saúde Pública: Filas, Mortes sem atendimento, Insuficiência de leitos e UTI, Falta de médicos e profissionais de saúde, Baixos salários, Condições de trabalho aviltantes, Falta de materialidade

Educação: Ausência de políticas educacionais efetivas; Salários irrisórios para professores, apesar da sobrecarga de trabalho, provocando queda na qualidade do ensino básico; Insuficiência de vagas nas Universidades

Déficit Habitacional de 8 milhões de moradias, além de 11,2 milhões de domicílios inadequados (Fonte: Fundação João Pinheiro, 2007)

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DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

Pobreza: 40,4 milhões de pobres (2009) – Fonte IETS – Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade - http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=915

Fome: 9,6 milhões de famintos (2009) Fonte IETS – Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade - http://www.iets.org.br/article.php3?id_article=915

Analfabetismo: 20,3% da população brasileira com mais de 15 anos são analfabetos funcionais (Fonte: PNAD 2009)

Taxa de Desemprego: 12% nas Regiões Metropolitanas (Fonte: DIEESE, 2010)

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DIANTE DISSO:

NECESSIDADE DE

Rever a política monetária e fiscal, o modelo econômico que está propiciando a destinação da maior parte dos recursos públicos para o pagamento de uma dívida cuja contrapartida não representa bens e serviços à Nação, mas uma contínua sangria

Evidenciar que o VERDADEIRO ROMBO DAS CONTAS PÚBLICAS é a Dívida Pública

Juros e Amortizações da Dívida pagos nos últimos 16 anos

FHC em 8 anos = R$ 2,079 TrilhõesLULA em 8 anos = R$ 4,763 Trilhões

AUDITORIA DA DÍVIDA

Page 41: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

AUDITORIA DA DÍVIDA

Prevista na Constituição Federal de 1988

Plebiscito popular ano 2000: mais de seis milhões de votos

AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDAwww.divida-auditoriacidada.org.br

CPI da Dívida PúblicaPasso importante, mas ainda não significa o cumprimento

da Constituição

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DÍVIDA: impede a vida digna e o atendimento aos direitos humanos

De onde veio toda essa dívida pública?

Quanto tomamos emprestado e quanto já pagamos?

O que realmente devemos?

Quem contraiu tantos empréstimos?

Onde foram aplicados os recursos?

Quem se beneficiou desse endividamento?

Qual a responsabilidade dos credores e organismos internacionais nesse processo?

Somente a AUDITORIA responderá essas questões

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EQUADOR – Lição de Soberania

Comissão de Auditoria Oficial criada por Decreto

2009: Proposta Soberana de reconhecimento de no

máximo 30% da dívida externa representada pelos Bônus

2012 e 2030

95 % dos detentores aceitaram a proposta equatoriana, o

que significou anulação de 70% dessa dívida com os bancos

privados internacionais

Economia de US$ 7,7 bilhões nos próximos 20 anos

Aumento gastos sociais, principalmente Saúde e Educação

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CPI DA DÍVIDA – CÂMARA DOS DEPUTADOS

Criada em Dez/2008 e Instalada em Ago/2009, por iniciativa do Dep. Ivan Valente (PSOL/SP)

Concluída em 11 de maio de 2010

Identificação de graves indícios de ilegalidade da dívida pública

Momento atual: investigações do Ministério Público

NECESSIDADE DE PARTICIPAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL PARA EXIGIR A COMPLETA INVESTIGAÇÃO DA

DÍVIDA PÚBLICA E A AUDITORIA PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Page 45: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

CPI da Dívida: Articulação e participação social

Page 46: Maria Lucia Fattorelli UFRGS - Porto Alegre, 12 de julho de 2011 CONJUNTURA Nacional Internacional e a Previdência Social

Fonte: Banco Central (abri/2010) e Secretaria de Previdência Complementar (Estatística Mensal– Dez/2009)

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COMO SÃO DEFINIDAS AS TAXAS DE JUROS???

Convidados à 36ª Reunião do Banco Central com analistas independentes

Fonte: Ofício 969.1/2009-BCB/Diret, de 25/11/2009 (nomes dos convidados) e pesquisas na internet (cargos).

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CONCLUSÃO

Traçar estratégia de combateao projeto do governo de retirar nossos

direitos

• CONHECIMENTO DA REALIDADE para combater o foco dos problemas

• Auditoria da Dívida Pública

•Investigações pelo Ministério Público

• Rever a política monetária e fiscal

• Ampliar investimentos reais

• Garantir serviços públicos de qualidade

• Atender Direitos Humanos

• TRANSPARÊNCIA

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Obrigada

Maria Lucia Fattorelli

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