maria celina d' araujo coord. governo lula - contornos sociais e políticos da elite do poder

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  • 8/3/2019 Maria Celina D' Araujo coord. Governo Lula - contornos sociais e polticos da elite do poder

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    GovernoLula:Lula:contornos sociais

    e polticos da elite do poder

    Coordenao

    Maria Celina DAraujo

  • 8/3/2019 Maria Celina D' Araujo coord. Governo Lula - contornos sociais e polticos da elite do poder

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    CoordenaoMaria Celina DAraujo

    Assistentes de pesquisaAngela Moreira, Camila Lameiro e Vanusa Queiroz

    Estagirias e bolsistasJulia Vogel, Mayara Lobato e Thais Camargo

    Governo Lula:contornos sociais e polticos da elite do poder

    Centro de Pesquisa e Documentao de Histria Contempornea dFundao Getulio VargasCpdoc/FGV

    Apoio Fundao Ford

    Rio de Janeiro,julho de 2007

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    SUMRIO

    Apresentao | 5Objetivos | 6O que so cargos de DAS, histrico e funes | 7O que so cargos de NES, histrico e funes | 11A construo da amostra | 12Dez anos de cargos de DAS e NES 1996-2006| 15

    Quantitativos 1996-2006 | 15Idade 1996-2006 | 17Distribuio por sexo 1996-2006 | 17Remunerao 1996-2006 | 18Vnculo profissional 1998-2006 | 18Escolaridade 1996-2006 | 21

    Um perfil da amostra | 24Distribuio por sexo amostra | 24Idade amostra | 24Tipo de vnculo amostra | 25Escolaridade amostra | 25

    reas de formao acadmica amostra | 27Trajetria profissional amostra | 33Distribuio regional amostra | 34Etnia amostra | 35Escolaridade dos pais amostra | 35Filiao partidria amostra | 37Experincia poltica anterior amostra | 41Perfil ideolgico amostra | 43Perfil sindical e associativo amostra | 43

    Notas sobre o perfil dos ministros da Nova Repblica | 46Distribuio por sexo ministros | 46Distribuio regional ministros | 47Idade ministros | 48Escolaridade ministros | 48

    Trajetria poltica anterior ministros | 55Oposio poltica no consentida ministros | 56Sindicalizao e associativismo - ministros | 57

    Consideraes finais | 60Referncias bibliogrficas | 62Anexo | 66

    G721Governo Lula: contornos sociais e polticos da elite do poder /Coordenao

    Maria Celina DAraujo;Assistentes de pesquisa:Angela Moreira, CamilaLameiro e Vanuza Queiroz.- Rio de Janeiro: CPDOC ,2007.

    68 p.Inclui bibliografia

    1.Governo Luis Incio Lula da Silva (2003- ). 2. Nova Repblica I.DAraujo,Maria Celina.

    CDD: 320.981CDU: 981.085.14

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    A PRESENTAO

    A presenta-se aqui parte introdutria do estudo que estamos elaborando sobre o perfil da altdo Executivo da Unio.Tem-se como foco o perfil das pessoas que ocupam posies-chave ca federal nos ltimos anos, em particular no primeiro governo Luiz Incio Lula da Silva (Tomou-se como amostra um grupo de 302 pessoas ocupantes de cargos de Direo e Assessora

    nveis 5 e 6, e de cargos de Natureza Especial (NES), selecionados a partir de uma listagem oficialde Gesto do Ministrio de Planejamento, Oramento e Gesto,em 21 de julho de 2006.1 Outra importante fontemao foi o Boletim Estatstico de Pessoal (BEP) do Ministrio de Planejamento e Gesto.2

    Por serem cargos de livre provimento, representam um recurso poltico importante para incorpsaber,prestigiar aliados, cooptar opositores e controlar recursos de poder do ponto de vista econmicte e dos ministros, esta , do ponto de vista administrativo, a elite que governa o Brasil. Um grupo comeamos a conhecer. Deles esperado,segundo a lei, zelo pela coisa pblica, probidade,especialprestao de contas,mrito e transparncia.

    O objetivo central conhecer a trajetria desses funcionrios, seu papel e funes, bem como acom o servio pblico, a sociedade, terceiro setor, partidos, sindicatos, carreiras pblicas, empresassua formao acadmica,experincia profissional e traar uma radiografia desse corpo de funcionriformular algumas hipteses sobre a relao desses cargos de confiana com as carreiras de Estado e dade civil.

    Esta pesquisa insere-se dentro de um esforo mais amplo visando a entender critrios de nomea

    principais quadros do Executivo.Para isso comparamos nossa amostra com dados j existentes nos Btos que estamos coletando.Para efeitos de organizao metodolgica de nossas informaes,a pesquliminar,est dividida em trs partes.

    1 A primeira analisa dados quantitativos j disponveis emsites oficiais referentes aos anos posteriores aos cargos de Direo e Assessoramento Superior (DAS) e cargos de Natureza Especial (NES). Nsites encontranmero total desses funcionrios, curva de sua remunerao,escolaridade, idade e vnculo funcionalsecundrios,apresentamos alguns grficos e informaes que ajudam a visualizar indicadores bsiconrios e mudanas de tendncias no decorrer do tempo.

    2 A segunda parte tem carter indito. Examina resultados da pesquisa quantitativa que fizemtra, isto , 266 ocupantes de cargos de DAS e 36 de NES em meados de 2006,representando cerca dgos desse teor ocupados naquele momento. Por meio de um questionrio de 44 perguntas cobriram-aos seguintes grupos de temas: pessoal, profissional, poltico-partidrio e associativo.

    Com base nesses mesmos critrios, examina-se o perfil dos ocupantes de cargos de DAS-5 e 6governo Lula.A inteno poder comparar essa amostra com governos passados. Est em nossos pda amostra para o nvel de DAS-4 que representa 14,5% dos cargos de confiana em direo e assess2.900 pessoas) em fins do primeiro governo Lula. Queremos tambm refinar a pesquisa com dados entrevistas com atores estratgicos.

    1Explicamos adiante a natureza e as caractersticas desses cargos.2Disponvel no site http://www.servidor.gov.br/publicacao/boletim_estatistico/bol_estatistico.htm

    Este trabalho foi elaborado no Centro de Pesquisa e Documentao daFundao Getulio Vargas (Cpdoc/FGV) com o apoio da Fundao Ford,a quem somos imensamente gratas, em especial sua diretora Ana Toni e aseu assessor Aurlio Vianna.Agradecemos ainda a todos os que gentilmen-te responderam ao questionrio, ao diretor da Secretaria de Gesto doMinistrio de Planejamento,Oramento e Gesto,Valter Correia da Silva, quenos enviou,em julho de 2006, a relao de cargos de DAS-5 e 6 e NES, e aLuiz Alberto Santos, subchefe de Anlise e Acompanhamento de PolticasGovernamentais da Casa Civil da Presidncia da Repblica,que nos auxiliouno envio dos questionrios. Nossos agradecimentos tambm ao coordenadorde pesquisa do Cpdoc,Carlos Eduardo Barbosa Sarmento, que fez a leituracrtica deste relatrio.

    Reviso: Dora RochaProjeto Grfico:Hybris Design

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    mento democrtico,o entendimento da composio do governo portanto fundamental.Com o presente estudo estamos dando mais um passo para compreender o processo de democrat

    o papel da sociedade civil nesse desenrolar.Procuramos aqui a responder a questes como:1. Qual o perfil da elite que ocupa cargos de confiana no Poder Executivo. Quais seus vnculos c

    sindicatos,partidos, empresrios,formao acadmica, entre outros;2. Quais reas do governo esto mais sujeitas a indicaes por critrios partidrios e polticos e q

    nalizadas;3. Que mudanas podem ser detectadas na composio dessa elite ao longo dos governos da NoComo subsdio s discusses sobre democratizao,nosso estudo dever responder a questes-c

    Dagnino (2006), em relao a outras democracias da Amrica Latina, em especial no que toca s resociedade civil e as conexes entre partido, sindicatos e governo nos ltimos anos.

    Os resultados preliminares de nossa investigao j permitem delinear o carter classista dos galguns compromissos diferenciados no espectro poltico e social. Isso fica mais evidente quando se eFernando Henrique Cardoso e o primeiro de Luiz Incio Lula da Silva.

    O QUE SO CARGOS DEDAS,HISTRICO E DESCRIES

    Os cargos de Direo e Assessoramento Superior foram criados no mbito da reforma adcomo marco inicial a edio do decreto-lei n 200,de 25 de fevereiro de 1967. O objenar a administrao pblica mais eficiente e possibilitar um processo de desburocr

    pblicos.Tinha como meta estabelecer normas sobre a organizao da administrao federal e diradministrativa, alm de outorgar ao Executivo competncia para estruturar novos rgos e poderes ma.6

    Um dos passos que proporcionou a descentralizao de atividades foi a criao da SecretariaPresidncia da Repblica,em 1968, e a reduo do nmero de rgos subordinados Presidncia. Etribudos pelos ministrios, e um dos objetivos foi deixar os ministros livres dos procedimentos tempo suficiente para acompanhar projetos e cobrar da mquina administrativa eficincia e racionalidtarefas.7

    Durante o governo Mdici (1969-1974), foram criados os cargos de Direo e Assessoramentcomo cargos de Provimento em Comisso.8 O preenchimento desses cargos deveria ser regido pelo crit

    A regulamentao do Grupo - Direo e Assessoramento Superior aconteceu dois anos depois d9 e a

    tir de ento este Grupo passou a ser designado pelo cdigo DAS-100, dividido em duas categorias:

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    3 - A terceira parte trata de alguns dados do perfil dos ministros e secretrios de Estado no plano federal,desde 1985,quando foi instituda a Nova Repblica depois de 21 anos de governos militares.Nesse caso, usamos os mesmos indicadoresdo questionrio aplicado entre os ocupantes dos cargos de DAS e de NES. Com isso teremos uma base de dados uniformeque nos permitir comparar informaes sobre procedncia acadmica, formao,regio, filiao partidria,vnculos associa-tivos, etc. Esta parte do banco de dados ainda est em andamento, de modo que traremos aqui apenas algumas indicaesprovisrias.

    As partes dois e trs tm autonomia, mas, para efeitos metodolgicos, esto integradas numa nica base de dados.

    OBJETIVOS

    A pesquisa parte de um esforo, ainda quase isolado entre os cientistas sociais,no sentido de entender o fun-cionamento e a composio do Poder Executivo no decorrer da democracia que se iniciou com a Carta de1988. O Legislativo federal tem sido objeto de anlises de excelente qualidade.Conhecemos bem como fun-cionam os partidos no Parlamento,como so as votaes nominais, qual a dinmica das articulaes partidrias em torno dequestes oramentrias,por exemplo, e como se constroem acordos legislativos em geral.3

    Enfim, sabemos hoje mais e melhor sobre a importncia do papel do Congresso e dos partidos para a democracia no pase conhecemos mais nossas instituies partidrias e seu comportamento poltico no Parlamento.Da mesma forma, a pesqui-sa em sociologia eleitoral tem avanado e nos brinda com excelentes anlises sobre o perfil do eleitorado, as trajetrias par-tidrias, as lgicas, as constncias e a volatilidade do voto.4

    A academia ressente-se, em especial, de estudos sobre o governo Lula que saiam das costumeiras anlises sobre risco ecenrios, nem sempre de boa qualidade. H indagaes que s podem ser respondidas mediante pesquisas rigorosas. Umadelas : qual a extrao scio-econmica e o perfil poltico do grupo que chegou ao Poder Executivo em 2003? H mudan-as no perfil dos auxiliares do governo a partir da? Igualmente relevante examinar a contribuio dessa experincia para ofortalecimento de uma sociedade e de um Estado democrticos.Em suma, h que refletir em que esse experimento vem con-tribuindo para uma maior articulao entre sociedade civil e Estado. recorrentemente lembrado,especialmente na impren-sa, que o governo Lula aparentaria privilegiar suas relaes com os sindicatos e sindicalistas e que cooptaria as organizaesda sociedade civil, especialmente aquelas vinculadas a questes do trabalho.

    O Partido dos Trabalhadores (PT) chegou ao poder em 2003 detendo cerca de 17% das cadeiras no Congresso Nacional,o que o obrigou a compor com vrios partidos de matizes diversos para formar a base do governo. Como no Brasil ne-nhum partido consegue eleger um candidato Presidncia e, ao mesmo tempo,formar sozinho maioria parlamentar,a pol-tica de alianas torna-se necessria dando nome ao que se tem chamado de presidencialismo de coalizo.5 Isso significaque,dadas as caractersticas dos sistemas eleitoral e partidrio brasileiros, um presidente,qualquer que seja sua filiao par-tidria, s conseguir governar negociando uma coalizo parlamentar de apoio, o que implica automaticamente a partilha

    dos cargos no Executivo entre partidos e regies.Frente a esse quadro do presidencialismo brasileiro,os critrios de recrutamento da elite de governo so cruciais no spara a boa gesto da coisa pblica, mas tambm para a governabilidade e a estabilidade. Do ponto de vista do aprimora-

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    3 Ver MENEGUELLO (1998);FIGUEIREDO e LIMONGI (1999) e (2004);SANTOS (1999) e (2002);MAINWARING (2001); NICOLAU (2000) e (2002);AMO-RIM NETO e SANTOS (2003).4 Ver NICOLAU (2000) e (2002);FIGUEIREDO (1991) e LAVAREDA (1991).5 A expresso foi cunhada por ABRANTES (1988).

    6 VELLOSO (2001:608).7 Idem.8 Lei n 5.645, de 10 de dezembro de 1970.9 Decreto n 71.235, de 10 de outubro de 1972.

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    e ao Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Pessoal Civil e de Assessoramentsuas funes especficas, aos Ministros de Estado e ao Diretor-Geral do Departamento AdCivil.

    Nvel 1- Atividades de direo de unidades de segunda linha da estrutura organizaciondicos das autarquias federais incumbidas do ensino superior, do desenvolvimento do pas regional, da pesquisa cientfica e tecnolgica pura e aplicada, da previdncia e assistncia densino mdio federal e da pesquisa social para o desenvolvimento do pas no plano nacionao das unidades de segunda linha do rgo de Poltica Federal, atividades de SubprocuradPblico junto Justia Militar; atividades de chefia do Gabinete de dirigentes de Autarquiadas no nvel 3; atividades de direo de unidades de primeira linha, integrantes de rgoslinha dos sistemas de que trata este decreto; bem com atividades de assessoramento, no toc jurdicas e especficas ao Consultor-Geral da Repblica, ao Procurador-Geral da Repblices especficas, aos dirigentes das Autarquias federais e aos dirigentes dos rgos da admpreendidos nos nveis 3 e 2.13

    Avaliando os efeitos da reforma administrativa durante o regime militar,Bresser-Pereira analisa osileira nesse perodo e afirma que o conceito de carreira manteve-se limitado aos escales inferide direo superior passavam a ser preenchidos a critrio da Presidncia da Repblica, sendo o recrucialmente atravs das empresas estatais, de acordo com a filosofia desenvolvimentista ento vigen14 Uma das qncias inesperadas da reforma teria sido, segundo ele, a contratao de empregados sem concursosobrevivncia de prticas clientelistas.

    Em 1976 o Grupo - DAS foi reestruturado,15de modo que suas atividades passaram a abranger tambmcionadas a encargos financeiros.Os cargos em comisso e as funes de confiana passaram a ser dihierrquicos,cujo provimento se dava da seguinte forma:

    Nveis 3 a 6 e dirigentes de autarquia: por ato do presidente da Repblica;Nveis 1 e 2: por ato do ministro de Estado ou dirigente de rgo, integrante da Presidncia da R

    quia federal.Durante o governo do presidente Joo Batista Figueiredo (1979-1985),o ato de provimento dos

    das funes de confiana passou a ser feito da seguinte maneira:16Nveis 5 e 6 e dirigentes de autarquia: por ato do presidente da Repblica;Nveis 1 a 4: por ato ministro de Estado ou de dirigente de rgo integrante da Presidncia da R

    quia federal.Faremos a seguir um relato de como esses cargos foram regidos a partir do primeiro governo Fern

    (1995-1998) passando pelo segundo mandato (1999-2002) e indo at o fim do primeiro governo LuO ato de provimento definido no primeiro ms de governo de FHC (janeiro de 1995) prevaleceu

    mandato.17Os ministros de Estado e os titulares de rgos pblicos18eram responsveis pelo preenchimentoem comisso de DAS-101, nveis 1 e 2,alm dos de DAS-102, nveis 1 a 4.A Casa Civil da Presid

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    Os cargos da primeira categoria deveriam ser providos mediante livre escolha do presidente da Repblica, por pessoasque possussem qualificao e experincia administrativa.10Os cargos de assessoramento superior seriam aqueles de nveltcnico, complexidade, responsabilidade e conhecimentos especializados, destinados a assessorar as autoridades como con-sultor jurdico e assessor.11 O provimento dos cargos de DAS-102 tambm ficaria sob a responsabilidade do presidente daRepblica.

    Os profissionais que ocupassem esses cargos seriam responsveis pelas atividades de planejamento, orientao,coor-denao e controle, no mais alto nvel da hierarquia administrativa dos rgos da administrao federal direta das autarquiasfederais,com vistas formulao de programas,normas e critrios que devero ser observados pelos demais escales hierr-quicos.12

    Inicialmente,os cargos integrantes desse Grupo foram distribudos em quatro nveis,com caractersticas distintas:

    Nvel 4- Direo geral de rgos da Presidncia da Repblica,compreendendo atividades de assessoramen-to jurdico,de poltica de medicamentos e de pesquisa em mbito nacional;direo geral do Ministrio Pblico daUnio; direo geral do rgo central normativo do sistema de pessoal civil; direo geral do rgo de PolciaFederal; direo dos rgos central e setoriais do sistema de planejamento, coordenao e oramento dosMinistrios civis e do rgo central do sistema de administrao financeira,contabilidade e auditoria; direo dorgo central de administrao tributria federal e arrecadao de tributos.

    Nvel 3- Atividades de direo geral do rgo j urdico do Ministrio da Fazenda e do Ministrio Pblico junto Justia especializada; de direo do rgo incumbido da realizao de estudos e pesquisas visando ao planeja-mento integrado dos transportes nacionais; de direo de Autarquias federais incumbidas do ensino superior,deestudos e pesquisas de alto nvel relacionados com energia nuclear,do desenvolvimento do pas no plano nacio-nal ou regional e da previdncia e assistncia de mbito nacional e atividades de direo de Autarquia incumbi-da da impresso de valores e cunhagem de moedas.

    Nvel 2- Atividades de direo dos rgos setoriais de segurana e informaes;do sistema de administra-o financeira,contabilidade e auditoria; do sistema de pessoal civil, do sistema de administrao tributria fede-ral e arrecadao de tributos; de chefia dos Gabinetes de Ministros de Estado e de dirigente de rgo integranteda Presidncia da Repblica; atividades de Subprocurador-Geral do Ministrio Pblico junto Justia comum; dedireo de estabelecimento de ensino superior compreendendo unidades de pesquisas ou hospitalares; de dire-o dos rgos centrais da estrutura organizacional dos Ministrios civis encarregados de funes de administra-o de atividades especficas e auxiliares; de direo das unidades de segunda linha dos rgos integrantes daPresidncia da Repblica; de direo de rgo autnomo integrante do Gabinete Civil da Presidncia da

    Repblica;de direo de Autarquia incumbida da pesquisa social para o desenvolvimento do pas no plano nacio-nal ou regional e do ensino mdio federal,bem com atividades de assessoramento jurdico aos Ministros de Estado

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    Fonte:art. 3,do decreto n.71.235, de 10 de outubro de 1972

    10Art. 5 do decreto 71.235 de 10 de outubro de 1972.11 Assessor de ministros de Estado, de Consultor-Geral da Repblica,de Diretor-Geral do Departamento Administrativo de Pessoal Civil,Procurador-Geralda Repblica, de dirigentes dos rgos compreendidos nos nveis 3 e 2.12Art. 1. Sobre a reforma administrativa e a criao de cargos de confiana nesse perodo,ver o depoimento do ex-ministro do Planejamento (1969-1979), Joo Paulo dos Reis Velloso.ARAUJO e CASTRO (2004).

    13Decreto n 71.235, de 10 de outubro de 1972, art. 2.A lista dos cargos a que se referia este decreto pode ser encontrada node 11 de outubro de 1972. Em 1974, pelo decreto n 73.863, de 14 de maro,a discriminao e a classificao das atividadessofreram pequenas modificaes.14BRESSER-PEREIRA (2001:15-16).15Decreto n 77.336,de 25 de maro de 1976.16Decreto n 83.844,de 14 de agosto de 1979.17Decreto n 1.362, de 1 de janeiro de 1995.18Os rgos esto arrolados na Medida Provisria n 813,de 1 de janeiro de 1995, artigo 1.

    DAS-101 Categoria-Direo superior

    DAS-102 Categoria-Assessoramento superior

    Quadro 1Categorias iniciais de DAS-1972

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    A mudana mais significativa veio em junho de 2003.A partir de ento,o ministro Chefe da CasaJos Dirceu (PT), passou a ter competncia para provertodos os cargos de DAS no mbito da administrao ptendo ainda sob sua responsabilidade a indicao dos titulares de secretarias nacionais e similares liRepblica.23

    Em meados de 2005,foi decretado que 75% dos cargos de DAS, nveis 1 a 3, e 50% dos cargos riam ser ocupados, exclusivamente, por servidores de carreira.O Ministrio do Planejamento,Oramponsvel por normatizar,acompanhar e controlar esta disposio.24

    O QUE SO CARGOS DENES,HISTRICO E DESCRIES

    Os cargos de Natureza Especial do Poder Executivo (NES) foram criados durante o gFernando Collor.25Quando montamos nossa amostra,esses cargos, num total de 63,estavanos seguintes rgos:Advocacia Geral da Unio:6 (9,5%);Banco Central: 8 (12,7%);Casa Civil da Presidncia da Repblica: 4 (6,35%);Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia da Repblica:4 (6,3%);Ministrio da Defesa: 3 (4,8%);Ministrio da Justia: 3 (4,8%);Presidncia da Repblica: 6 (9,5%);Secretaria de Relaes Institucionais da Presidncia da Repblica: 3 (4,%).Ao todo, temos aqui 37 cargos de NES, 58,7% do total existente na ocasio em que definimos n26

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    ser previamente consultada em se tratando do provimento dos cargos de DAS-101, nveis 3 e 4. A indicao dos cargos deChefe de Assessoria Parlamentar, cdigo DAS-101.4, passaria pela apreciao do presidente da Repblica,por intermdio doChefe da Casa Civil.

    No incio do segundo governo (1999-2002), so feitas algumas mudanas aumentando a competncia dos ministros deEstado,que passam a ser responsveis pelo provimento dos cargos de DAS-101 e 102, nveis 1 a 4.19A Secretaria de Estadode Relaes Institucionais substituiu a Casa Civil no encaminhamento dessas nomeaes.A indicao dos DAS-101, nveis 3e 4, no entanto,deveria ser submetida apreciao prvia da Presidncia da Repblica,por meio daquela Secretaria. Aquitambm as resolues quanto s delegaes estipuladas no decreto no se aplicavam aos cargos de Chefe de AssessoriaParlamentar, cdigo DAS-101.4.

    Em 2000, nova mudana: as indicaes dos DAS-101, nveis 3 e 4, continuaram sendo submetidas Presidncia da

    Repblica, mas a partir de ento,por intermdio da Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica.20Em 2002, o Chefe da Casa Civil da Presidncia da Repblica volta a ter competncia para a nomeao dos cargos de

    DAS da Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano,da Secretaria de Estado de Comunicao de Governo e do Gabinetedo Presidente da Repblica, mediante proposta de seus titulares.21

    No primeiro ano do governo Lula (2003-2006), verificam-se vrias mudanas que refletem um crescente processo de cen-tralizao da Casa Civil da Presidncia da Repblica na escolha dos titulares desses cargos. Foi estabelecida tambm a nomen-clatura padro dos diferentes nveis hierrquicos existentes nos cargos de DAS, que ficou assim definida:22

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    10

    19Decreto n 2.947, de 26 de janeiro de 1999.20Decreto n 3.362, de 10 de fevereiro de 2000.21 Decreto n 4.243,de 22 de maio de 2002.22 Decreto n 4.567 de 1 de janeiro de 2003.

    23Decreto n 4.734, de 11 de junho de 2003.24Decreto n 5.497 de 21 de julho de 2005.25Lei n 8.028,de 12 de abril de 1990.26Se retirarmos o Ministrio da Defesa, cujos ocupantes so indicados por critrios de carreira e mrito corporativos, o perce

    DAS-101.6 Secretrio de rgos finalsticosDirigentes de autarquias e fundaesSubsecretrios de rgos da Presidncia da Repblica

    DAS-102.6 Assessor especialChefe de gabinete de Ministro de EstadoDiretor de DepartamentoConsultor jurdicoSecretrio decontrole internoSubsecretrio de planejamento, oramento e administrao

    DAS-102.5 Assessor especial de Ministro de EstadoDAS-101.4 Coordenador-geralDAS-102.4 AssessorDAS-101.3 CoordenadorDAS-102.3 Assessor tcnicoDAS-101.2 Chefe de DivisoDAS-102.2 Assistente

    DAS-101.1 Chefe de seo, assistncia intermediriaDAS-102.1 Assistente tcnico

    Quadro 2Nomenclatura dos nveis hierrquicos dos cargos de DAS-2003

    DAS-101.5

    Fonte:art. 4,do decreto 4.567,de 1 de janeiro de 2003.

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    * Elencamos apenas as funes que apareceram com maior freqncia nos 302 questionrios respondidos.No item outrosfunes:Adjunto, Assessor Especial de Controle Interno, Assessor Especial do Secretrio-Executivo,Assessor-Chefe,Chefe,Efetivo, Consultor Jurdico,Corregedor-geral,Defensor Pblico Geral da Unio, Diretor de Programa, Diretor-Executivo,DirProcurador Regional,Procurador-Geral, Procurador-Geral Adjunto,Procurador-Geral da Unio, Secretrio Especial,SecretriGeral,Subchefe, Subchefe-Adjunto,Subchefe-Executivo,Subprocurador,Superintendente, Superintendente-Adjunto e Vice-Pr

    Abaixo identificamos em que reas do Executivo nossa amostra atuava. Para tanto,reunimos osas reas tal como descritas na nota abaixo da tabela.

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    A CONSTRUO DA AMOSTRA

    Construmos nossa amostra a partir de uma listagem de 1.269 cargos de DAS-5 e 6 e de NES fornecida pelaSecretaria de Gesto do Ministrio de Planejamento, Oramento e Gesto, em 21 de julho de 2006. Desses1.269 cargos, 1.202 estavam ocupados com distribuio por 69 rgos,conforme informado no Anexo.Destetotal de 1.202, conseguimos identificar os nomes de 1.150, mas s conseguimos entrar em contato com 1.013 deles.27

    Uma vez identificados, buscamos seus e-mails e outros contatos possveis. Em setembro de 2006,os 1.013 question-rios comearam a ser enviados por meio de correio eletrnico.Na maioria dos casos o questionrio foi enviado mais de umavez e em muitos ainda usou-se o contato telefnico para reforar o pedido de preenchimento. Esta fase do trabalho demoroualguns meses,pois o retorno foi lento e demandou vrias tentativas. Em fevereiro de 2007 encerrou-se a consulta. Dos con-tatados, 278 responderam ao questionrio, um retorno de 27,4% dos questionrios enviados, percentual considerado altopelos especialistas, quando se lida com este tipo de pesquisa em um nvel to alto da elite.

    Para algumas pessoas, 24 no total, conseguimos preencher o questionrio por meio de seus currculos emsites oficiais ede informaes na imprensa.Com isso, chegamos a uma amostra de 302.

    Para termos uma idia mais concisa sobre nossa amostra e a forma como conseguimos as informaes temos o quadroabaixo:

    Este montante de 302 respostas corresponde a 23,8% do total de cargos informados pela Secretaria de Gesto doMinistrio de Planejamento, Oramento e Gesto, em meados de 2006, e a 25,1% dos cargos de DAS e de NES ocupadosnessa ocasio conforme se demonstra na tabela abaixo e mais detalhadamente no Anexo I.

    Nossa amostra de 302 pessoas acabou reunindo,proporcionalmente,mais ocupantes dos nveis mais altos de DAS assimcomo de NES.Rene tambm vrias funes,embora esteja concentrada na de diretor, conforme se pode ver abaixo. Este efei-to no esperado nas respostas aos questionrios acabou produzindo um resultado positivo,ou seja, ter a radiografia do grupomais importante dentro dessa categoria de funcionrios.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    12

    1.269 1.202 1.150 1.013 278 24 302

    Quadro 3Quantitativo - Cargos e questionrios

    Listaoriginal

    Cargosocupados

    Cargosidentificados

    Quest.enviados

    Quest.respondidos

    Quest.Preenchidos Amostra

    AMOSTRA LISTA ORIGINAL DAS-5 213 (21,3%) 1.002 (79%)DAS-6 53 (26%) 204 (16%)NES 36 (57,1%) 63 (5%)

    Total 302 1.269

    Tabela 1Quantitativo Cargos de DAS-5, DAS-6 e NES

    FUNO DAS-5 DAS-6 NES TOTAL Diretor 115 1 10 126 41,7%Secretrio 1 25 1 27 8,9%

    Assessor Especial 12 1 13 4,3%

    Presidente 12 1 13 4,3%Secretrio-Executivo 1 12 13 4,3%Secretrio-Adjunto 10 1 11 3,6%Chefe de Gabinete 9 1 10 3,3%Subsecretrio 7 3 10 3,3%Outros* 42 10 10 62 20,5% Total 213 70,8% 53 17,56% 36 11,6% 302 100%

    Tabela 2DAS-5, DAS-6 e NES - Distribuio por funes ocupadas

    Assessor Especialdo Ministro 17 17 5,6%

    DAS-5 DAS-6 NES TOTAL

    48 390 9 52 12 26 69 (22,8%) 468 (79 300 22 69 5 11 106 (35,1%) 380 (16 36 2 9 8 10 26 (8,6%) 55 (412 47 2 7 1 1 15 (5%) 55 (44 27 1 6 2 2 7 (2,3%) 35 (2

    16 49 6 16 3 3 25 (8,3%) 68 (522 90 8 28 3 4 33 (10,9%) 122 (916 63 3 17 2 6 21 (7%) 86 (6

    213 1.002 53 204 36 63 302 1.269 (

    bela 3AS-5, DAS-6 e NES Distribuio por reas de governo*

    Presidncia da RepblicaDesenvolvimentoEconmicaSadeCinciaSocialEducao, Cultura e LazerJustia

    Total

    ListagemoriginalAmostra

    ListagemoriginalAmostra

    Listagemoriginal

    ListageoriginAmostra Amostra

    Tabela 3DAS-5, DAS-6 e NES Distribuio por reas de governo*

    27Pesquisamos os nomes e os e-mails destas pessoas nos sites dos prprios rgos, no site do Sistema de Informaes Organizacionais do GovernoFederal SIORG (www.siorg.redegoverno.gov.br) e no site Dicas de Braslia (www.dicasdebrasilia.com.br),entre outros.

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    DEZ ANOS DE CARGOS DEDASE DENES1996-2006

    Em 1996, o Ministrio do Planejamento,Oramento e Gesto passou a divulgar, por meiosEstatstico de Pessoal, com dados agregados sobre o corpo de funcionrios do governo cpara os cargos de Direo e Assessoramento Superior (DAS), o que permite analisar adesse grupo por uma dcada.29

    O Boletim foi uma iniciativa do MARE, Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Est

    ministro Luis Carlos Bresser Pereira. Visava a dar maior transparncia aos dados sobre o funcionaliUnio e dos estados, bem como a informar sobre valores pagos a funcionrios, da ativa e aposentargo dos maiores salrios, qualificao dos funcionrios etc. No podemos aferir at onde as inBoletim esto completas, dadas as inconsistncias j mencionadas.

    Pelo primeiro Boletim, de maio de 1996,o pas tinha, em agosto de 1995,17 .227 cargos de DAde R$ 2.665,00 a R$ 6.339,00. Pelo Boletim de nmero 129, de janeiro de 2007, relativo a dezembdo primeiro governo Lula,verificamos a existncia de 19.797 cargos DAS e 50 NES com salrios vR$ 10.327,79 (mdia global).Nesses Boletins,nem sempre encontramos informaes sistematizadasgos de NES, o que dificulta uma compreenso de evoluo de tendncias nesse caso.

    Em dezembro de 2006, o Poder Executivo possua 73.065 cargos e funes de comisso e de gr27 categorias.A maior parte est concentrada nas seguintes reas:

    a) DAS,19.797b) Funo gratificada nas Instituies Federais de Ensino Superior, IFES, 18.610c) Funo gratificada (Lei 8.216/91), 17.13730

    d) Funo comissionada tcnica, 4.721e) Cargos de direo nas IFES,3.562.

    Os cargos de DAS e os de NES, por serem de confiana e no necessariamente de carreira,servprivilegiado para entender parte da dinmica da composio dos governos.

    Vamos comear dando uma viso geral da trajetria desta categoria de funcionrios, desde 1996,o do seu quantitativo. Para efeitos metodolgicos tomou-se como referncia os meses de maio e nov

    Q UANTITATIVOS 1996-2006A primeira observao o crescimento gradativo desse tipo de cargo,em especial a partir de 20

    nmero passou de 17.227 em 1996 para 19.797 em dezembro de 2006, o que representa um aumenPela tabela, embora a tendncia seja crescente, nota-se um decrscimo em 1998 e 1999 e outro em tambm que,pelos dados que temos nos BEPs, os maiores percentuais de crescimento ocorreram nos

    seguido pelo ano de 2000 (6,64%),exatamente os anos que se seguem aos de maiores quedas. Na mse dizer que esse crescimento tem sido gradativo e constante.31

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    * Elencamos os rgos da administrao federal nas seguintes reas de governo:Presidncia da Repblica= Advocacia Geral da Unio;Cas aCivil da Presidncia da Repblica;Controladoria-Geral da Unio; Fundao Alexandre de Gusmo;Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia daRepblica; Gabinete Pessoal do Presidente da Repblica; Instituto Nacional de Tecnologia da Informao; Ministrio das Relaes Exteriores; Ncleo deAssuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica;Presidncia da Repblica; Secretaria de Imprensa e Porta Voz da Presidncia da Repblica;Secretaria deRelaes Institucionais da Presidncia da Repblica; Secretaria-Geral da Presidncia da Repblica;Vice-Presidncia da Repblica.Desenvolvimento=Agncia de Desenvolvimento da Amaznia; Agncia de Desenvolvimento do Nordeste; Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes;Departamento Nacional de Obras Contra as Secas; Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica; Fundao Instituto Brasileiro de Geografia eEstatstica;Fundao I nstituto de Pesquisa Econmica Aplicada;Fundao Jorge Duprat Figueiredo, de Segurana e Medicina do Trabalho;Instituto Brasileirodo Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis; Instituto de Pesquisas Jardim Botnico do Rio de Janeiro;Instituto Nacional da Propriedade Industrial;Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria; Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial; Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento;Ministrio da Integrao Nacional; Ministrio das Cidades;Ministrio das Comunicaes; Ministrio de Minas e Energia;Ministriodo Desenvolvimento Agrrio; Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior; Ministrio do Meio Ambiente; Ministrio do Planejamento,Oramento e Gesto; Ministrio do Trabalho e Emprego; Ministrio dos Transportes; Secretaria Especial de Aqicultura e Pesca; Superintendncia da ZonaFranca de Manaus.Econmica= Banco Central do Brasil,Comisso de Valores Mobilirios; Ministrio da Fazenda;Superintendncia de Seguros Privados.Sade = Fundao Nacional de Sade; Ministrio da Sade.Cincia= Agncia Espacial Brasileira; Comisso Nacional de Energia Nuclear; ConselhoNacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico; Ministrio da Cincia e Tecnologia.Social= Instituto Nacional do Seguro Social; Ministrio daPrevidncia Social;Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome; Secretaria Especial de Polticas de Promoo da Igualdade Racial; SecretariaEspecial de Polticas para as Mulheres.Educao,Cultura e Lazer= Fundao Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior; FundaoJoaquim Nabuco; Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao;Instituto Brasileiro de Turismo; Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnsio Teixeira; Ministrio da Cultura;Ministrio da Educao; Ministrio do Esporte;Ministrio do Turismo.Justia= Conselho Administrativo de DefesaEconmica;Fundao Nacional do ndio; Ministrio da Defesa;Ministrio da Justia; Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

    Antes de nos determos nos resultados dos dados revelados pela pesquisa, vamos fornecer algumas informaes sobre asituao dos cargos de DAS e de NES no Brasil desde 1996, quando o governo passou a fornecer pelainternet dados siste-matizados sobre eles na pgina do Ministrio de Planejamento, Oramento e Gesto por meio do Boletim Estatstico dePessoal.

    Temos fortes indicaes de que os dados sobre essa populao total de cargos de DAS e de NES constantes no Boletimapresentam algumas inconsistncias. Sendo a nica fonte oficial de que dispomos, com ela que temos de trabalhar paraconhecer nossa populao, embora algumas vezes tenhamos descompassos em relao a nossa amostra.Por exemplo, nossaamostra reuniu informaes sobre 36 ocupantes de cargos de NES e dentre eles constatou-se haver 26 com curso de espe-cializao,mestrado ou doutorado.Pelos dados dos BEPs, contudo,quando h informao sobre escolaridade,todos so iden-tificados apenas como graduados.

    Temos dvidas tambm sobre a consistncia dos dados quanto ao total de cargos. Pelo Boletim de setembro de 2006,por exemplo,o pas tinha 19.645 cargos de DAS, e por outras fontes do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gestohavia 21.197, uma diferena de 1.552.28

    A confuso de nmeros parte ainda das estatsticas oficiais no pas em todos os poderes,apesar dos esforos crescen-tes nos ltimos anos para dar mais transparncias s aes pblicas.Apesar disso, vamos fazer um apanhado de uma dcada.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    14

    28Ver jornalContato, Boletim do Servido r,n. 50, 16 de junho de 2005. http://www.servidor.gov.br/publicacao/boletim_contato/bol_contato_05/conta-to_50.pdf Acesso em 15 de junho de 2007.

    29O Boletim Estatstico de Pessoal est disponvel no s ite http://www.servidor.gov.br/publicacao/boletim_estatistico/bol_esta30Lei que dispe sobre antecipao salarial a ser compensada quando da reviso geral da remunerao dos servidores pblitabelas de vencimentos e d outras providncias.31Em 18 de junho de 2007 o governo editou a Medida Provisria 377 aumentando em 626 o nmero de cargos de DAS.

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    Algumas alteraes so percebidas com o incio do governo Lula. O total de cargos de DAS-2pouco e aumentaram nos nveis 3 e 4. Teramos que examinar que funes passaram a ser exercidas gos de DAS de nveis mais altos. Por enquanto temos apenas esta constatao.

    IDADE 1996-2006A idade desses funcionrios estvel no decorrer da dcada aqui retratada. So pessoas na faix

    sua maioria do sexo masculino. No que toca idade,poderamos apontar,por exemplo, que esse grup jovem no governo Lula.Isso se explicaria, a nosso ver,por esses extratos superiores virem de uma no

    ticamente a partir dos anos 1970/1980, em contraposio aos quadros dos governos anteriores, quteriam vindo de carreiras polticas iniciadas nos anos 1960, ou antes. Isso se aplicaria tambm ao cveremos adiante.

    DISTRIBUIO POR SEXO 1996-2006Uma das principais demandas da sociedade democrtica a igualdade entre os sexos e a igualda

    pendentemente de etnia, posio social,preferncias sexuais e escolhas religiosas. No que toca s mulperodo,mas observam-se algumas mudanas nas curvas a partir de 2003. Seu percentual aumenta umcargos de DAS-3 e 4, mas cai no nvel 1. Nos superiores h tambm uma pequena queda na presen

    mente no nvel 6.Com essas variaes, mantm-se,contudo,o padro existente em anos anteriores. Oservador, em que a presena de mulheres vai se tornando mais escassa na medida em que aumenta o n32

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    Em termos grficos,e desdobrando por nvel de DAS e por NES, temos o resultado abaixo,tomando como base os mesesde maio e novembro de cada ano.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    16

    Grfico 1DAS e NES (1996-2006) - Quantitativo

    936

    6 .8 017.206

    5.66 15.339

    3.561

    2.26 5

    1.46 4

    2.88 7

    503194128 52 520

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    7000

    8000

    N ov 96 M ai 97 N ov 97 M ai 98 N ov 98 M ai 99 N ov 99 M ai 00 N ov 00 M ai 01 N ov 01 M ai 02 N ov 02 M ai 03 N ov 03 M ai 04 N ov 04 M ai 05 N ov 05 M ai 06 N ov 06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6 NES

    40

    42

    44

    46

    48

    50

    52

    54

    Nov 96 Mai 97 Nov 97 Mai 98 Nov 98 Mai 99 Nov 99 Mai 00 Nov 00 Mai 01 Nov 01 Mai 02 Nov 02 Mai 03 Nov 03 Mai 04 Nov 04 M

    41

    42

    44

    46

    48

    5051

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6 NES

    Grfico 2DAS e NES (1996-2006) Idade mdia

    Grfico 1DAS e NES (1996-2006) - Quantitativo

    Grfico 2DAS e NES (1996-2006) Idade mdia

    Fon

    32Em algumas carreiras,como a do Judicirio em geral e a Justia do Trabalho, em particular, j se observa uma forte presenmetade dos quadros.So carreiras moldadas em sua origem pelo recurso do concurso pblico o que propicia mais condies escolha.A esse respeito ver VIANNA (1995) e GOMES, PESSANHA e MOREL (no prelo).

    1996** 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

    DAS-1 7.206 6.820 6.554 5.681 6.503 6.665 6.733 6.551 6.761 7.054 6.821DAS-2 5.661 5.943 5.678 5.313 5.442 5.615 5.703 4.658 5.213 5.480 5.366DAS-3 2.265 2.472 2.490 2.690 2.826 2.828 2.954 3.055 3.420 3.509 3.588DAS-4 1.464 1.682 1.716 1.810 1.866 2.073 2.158 2.341 2.651 2.785 2.886DAS-5 503 558 607 666 606 662 672 772 852 911 943DAS-6 128 132 138 146 146 152 154 182 186 186 193NES 51 53 60 37 39 76 50 53 50 50 Total 17.227 17.607 17.183 16.306 17.389 17.995 18.374 17.559 19.083 19.925 19.797

    Tabela 4Quantitativo de todos os nveis DAS e NES (1996-2006) *

    * Fonte:BEPs n 08 e 129.** Dados desta coluna referem-se posio em agosto de 1995. Em relao aos demais anos,o quantitativo corresponde ao total vigente no ms dedezembro.

    Fonte:Boletim Estatstico de Pessoal,n 14,20, 26,32, 38,44, 50,56, 62,68, 74,80, 86,92, 98,104, 110,116, 122 e 128.

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    1. Servidor efetivo + requisitado significa tratar-se de um funcionrio de carreira oriundo do pque o ocupante do cargo de DAS e de NES serve ou que requisitado em outro rgo dessa mesmaseja, o governo federal. Neste tipo de vnculo, nota-se um ligeiro aumento de recrutamento nos nvee um declnio nos nveis mais baixos.

    2. Servidor requisitado de outros rgos e esferas so funcionrios pblicos dos nveis estaduados para ocupar os cargos de DAS e de NES no plano federal. Este recurso tem tendido tambm a aupara os nveis mais altos.

    3. No servidores so os ocupantes de cargos de DAS e de NES que vm do setor privado, o qutado no atual governo em todos os nveis.

    4. Aposentados categoria auto-explicativa na qual se observa uma ligeira alterao no govern

    de ocupantes dos cargos de DAS-5 e 6 e de NES com este tipo de vnculo vem caindo, sendo compquadros provenientes das demais categorias acima.

    Em suma, durante o governo Lula nota-se uma pequena tendncia no sentido de aumentar o nme de NES recrutados entre no servidores. Observa-se tambm uma diminuio do nmero de aposeos nveis. Enquanto caem os aposentados, uma curva que se manteve crescente foi a do recrutamenesferas do governo, ou seja, pessoas recrutadas das administraes estadual ou municipal,em especaltos de DAS.34

    Vamos descrever esses casos mais detalhadamente.

    De 2003 at 2004, h, pelos dados dos BEPs, uma queda no recrutamento entre servidores pblique comea a ser ligeiramente revertida em 2005.Essa queda deve ser examinada luz do Decreto ndesse ano,que estabeleceu que 75% dos cargos em comisso de DAS, nveis 1 a 3, e 50% dos cargo

    4 devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira.

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    R EMUNERAO 1996-2006Quanto remunerao,as mudanas so as mais significativas no primeiro governo Lula, especialmente para os nveis

    mais altos. Em alguns casos os aumentos chegaram a cerca de 50%.33

    V NCULO PROFISSIONAL 1998-2006A origem funcional e a trajetria profissional desses quadros tm sido um tema discutido em diferentes governos. Um

    dos pontos mais reclamados pela oposio ao longo da histria do pas o fato de cargos de confiana poderem servir demoeda poltica,e por isso, deixarem de ser preenchidos por funcionrios de carreira ou pelo critrio de mrito.

    Por lei, os cargos de DAS e NES podem ser preenchidos por servidores pblicos e por pessoas oriundas da iniciativa pri-vada.Dentro do servio pblico, contudo,a origem dos funcionrios pode ser distinta.A terminologia que usamos a mesmados BEPs e congrega quatro categorias:

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    18

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Mai 98 Nov 98 Mai 99 Nov 99 Mai 00 Nov 00 Mai 01 Nov 01 Mai 02 Nov 02 Mai 03 Nov 03 Mai 04 Nov 04 Mai 05

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 5DAS (1998-2006) - Tipo de vnculo: servidor efetivo + requisitado (%)

    Grfico 5DAS (1998-2006) - Tipo de vnculo: servidor efetivo + requisitado (%)

    34Em princpio isto se explicaria pelo fato de o PT ter mais quadros com experincia nas esferas de governo local.

    Font

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    Nov 96 Mai 97 Nov 97 Mai 98 Nov 98 Mai 99 Nov 99 Mai 00 Nov 00 Mai 01 Nov01 Mai 02 Nov 02 Mai 03 Nov 03 Mai 04 Nov 04 Mai 05 Nov 05 Mai 06 Nov 06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6 NES

    Grfico 3DAS e NES (1996-2006) - Participao do sexo feminino (%)Grfico 3DAS e NES (1996-2006) - Participao do sexo feminino (%)

    Fonte:idem.

    0

    2,000

    4,000

    6,000

    8,000

    10,000

    12,000

    Nov 96 Mai 97 Nov 97 Mai 98 Nov 98 Mai 99 Nov 99 Mai 00 Nov 00 Mai 01 Nov 01 Mai 02 Nov 02 Mai 03 Nov 03 Mai 04 Nov 04 Mai 05 Nov 05 Mai 06 Nov 06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6 NES

    Grfico 4DAS e NES (1996-2006) - Remunerao mdia (R$)

    Grfico 4DAS e NES (1996-2006) - Remunerao mdia (R$)

    Fonte:idem.

    33Um aumento nesses valores salariais foi efetuado pela Medida Provisria n. 375 de 15 de junho de 2007. Segundo dados da imprensa,por ela soprevistas aumentos de 30% a 140%.

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    ESCOLARIDADE 1996-2006A escolaridade um aspecto sobre o qual pretendemos nos deter no s para medir o nvel de form

    elite, mas tambm para detectar quais so suas reas de formao e sua origem institucional. Pelos mos apenas medir os nveis de escolaridade. Ou seja, no h ali dados sobre a rea de formao nemrgos do Executivo.

    Neste caso no se pode mostrar tendncias marcantes de governo para governo,mas, a serem verBEPs, visvel um ligeiro aumento no governo Lula de portadores de ttulos do 2 grau entre os ocup5 e 6 e dos que possuem apenas 1 grau entre os de DAS-1.Esses dados, contudo,quando confront

    amostra, no parecem consistentes.De uma forma geral, seguindo os dados dos BEPs, poderamos dizer que,em contraposio rem

    ta, a escolaridade teria diminudo, em particular, nos nveis de 1 a 4. O aumento na remunerao aumento na qualificao formal dos ocupantes dos cargos de confiana.Vejamos esses dados com m

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    A partir do governo Lula,em 2003, nota-se que h um crescente recrutamento de quadros de ocupantes dos cargos deDAS nos nveis estadual e municipal de governo.

    No grfico abaixo, vemos uma alta no recrutamento de no servidores, tendncia que tambm comea a ser ligeiramen-te revertida em 2005, em especial nos cargos de DAS-6.

    O decrscimo de envolvimento de aposentados nos cargos de DAS uma das tendncias mais marcantes dos dados com-pilados a partir dos BEPs.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    20

    2468

    1012141618

    Mai98 Nov98 Mai99 Nov99 Mai00 Nov00 Mai01 Nov01 Mai02 Nov02 Mai03 Nov03 Mai04 Nov04 Mai05 Nov05 Mai06 Nov06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 8DAS (1998-2006) - Tipo de vnculo: aposentado (%)

    Font

    0123456789

    10

    Nov96

    Mai97

    Nov97

    Mai98

    Nov98

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    Nov02

    Mai03

    Nov03

    Mai04

    Nov04

    Mai05

    Nov05

    Mai06

    N

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 9DAS (1996-2006) - Nvel escolar: 1 grau

    Mai01

    Fonte

    10

    20

    30

    4050

    60

    Mai98

    Nov98

    Mai99

    Nov99

    Mai00

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    Nov01

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    Nov04

    Mai05

    Nov05

    Mai06

    Nov06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 7DAS (1998-2006) - Tipo de vnculo: no servidor (%)

    Fonte:idem.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    Mai98

    Nov98

    Mai99

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    Mai00

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    Mai01

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    Nov02

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    Nov03

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    Nov04

    Mai05

    Nov05

    Mai06

    Nov06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 6DAS (1998-2006) - Tipo de vnculo: requisitado de outro rgo ou esfera (%)

    Fonte:idem.

  • 8/3/2019 Maria Celina D' Araujo coord. Governo Lula - contornos sociais e polticos da elite do poder

    13/36

    O nmero de portadores dos ttulos de especializao mantm-se estvel com deslocamentos deNa ps-graduao, abaixo, nota-se uma curva decrescente, cuja veracidade no podemos realmente inconsistncias assinaladas.

    Temos,no entanto, razes para temer que esses dados no estejam corretos,pois, a julgar por noridades a esse respeito so grandes. Nela, o percentual de portadores de ttulos de especializao dque essa titulao a mxima) e de ps-graduao (mestrado e doutorado) chega a 147 casos, isto amostra.

    Como resultado de uma dcada de estatsticas dos BEPs temos um quadro que cresce a cada anorado mas no se teria tornado mais qualificado em termos de escolaridade. Veremos agora como essportam em relao nossa amostra.

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    No grfico acima verifica-se uma tendncia de queda em quadros com apenas formao de primeiro grau, com exceodos casos de DAS-1, mas pelo grfico abaixo haveria um aumento de portadores do diploma de segundo grau nos cargos deDAS-5 e 6.

    Quanto escolaridade,em nvel de terceiro grau, o padro parece estvel desde 2000,com uma pequena queda dessatitulao no caso dos DAS-1.

    Na especializao,mestrado e doutorado, descritos nos prximos grficos,v-se certa estabilidade que, a serem verda-deiros os dados dos BEPs,indicaria uma preocupao: enquanto o pas est mais educado e produz mais mestres e doutoresa cada ano,no que toca s pessoas ocupantes dos cargos de DAS, essa percentagem continuaria pequena com uma tendn-cia ligeiramente decrescente nos ltimos anos. Os dados de nossa amostra no confirmam esta tendncia e mostram tratar-se de um grupo bastante educado para os padres brasileiros.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    22

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    Nov96

    Mai97

    Nov97

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    Nov98

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    Mai00

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    Mai01

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    Nov03

    Mai04

    Nov04

    Mai05

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    Ma06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 12DAS (1996-2006) - Nvel escolar: Especializao (%)

    Font

    0

    2

    4

    6

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    10

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    14

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    Nov96

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    Mai01

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    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 13DAS (1996-2006) - Nvel escolar: Ps-graduao (%) *

    Font

    * Ps-graduao corresponde ao mestrado, doutorado e livre docncia.

    0

    5

    10

    1520

    25

    30

    35

    40

    Nov96

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    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 10DAS (1996-2006) - Nvel escolar: 2 grau (%)

    Fonte:idem.

    40

    50

    60

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    80

    90

    100

    Nov96

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    Mai01

    Nov01

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    Nov04

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    Nov05

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    Nov06

    DAS 1 DAS 2 DAS 3 DAS 4 DAS 5 DAS 6

    Grfico 11DAS (1996-2006) - Nvel escolar: 3 grauGrfico 11DAS (1996-2006) - Nvel escolar: 3 grau

    Fonte:idem.

  • 8/3/2019 Maria Celina D' Araujo coord. Governo Lula - contornos sociais e polticos da elite do poder

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    TIPO DE VNCULO- AMOSTRA Sobre o tipo de vnculo profissional desse grupo, v-se que nossa amostra heterognea: 158

    rgo em que atuam ou so servidores no mbito federal,o que representa 53% dos 298 casos informvm de outra esfera de governo e 85 (28,5%) foram recrutados na iniciativa privada.Apenas 18, ou dos.Quando se isola a amostra por nvel de DAS, vemos que o padro do DAS-6 no ,percentualminformaes sobre tipo de vnculoque constam nos BEPs. Ou seja, no caso dos ocupantes dos cargno servidores e mais servidores efetivos do que o que consta nos Boletins. Quanto aos DAS-5, os plares, mas mantm-se um padro presente nos BEPs com o seguinte ordenamento: um maior nmere requisitados na esfera federal,seguido por no servidores, depois por servidores requisitados em o

    finalmente,por aposentados.Em termos grficos, essa distribuio est descrita abaixo.

    ESCOLARIDADE AMOSTRA Os dados de escolaridade de nossa amostra so os que mais destoam, como mencionamos, daqu

    BEPs. Pelos nossos dados,temos um grupo de pessoas com alto nvel de escolaridade.Cerca de 49% tm ps-graduaostricto sensu (mestrado,doutorado e ps-doutorado). Se incluirmos a

    chegamos a 81,7%,isto , 246 pessoas com nvel acima do terceiro grau,um quadro bem diferente daa partir dos dados dos BEPs.

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    UM PERFIL DA AMOSTRA Os grficos seguintes mostram um perfil mais acabado e mais detalhado desse corpo de funcionrios e nos permitem

    conhecer de perto essa elite em seus vrios contornos polticos e sociais.35

    DISTRIBUIO POR SEXO AMOSTRA Comeando pela distribuio por sexo, confirma-se a tendncia geral de que quanto mais elevado o nvel, menor a pre-

    sena feminina.

    IDADE AMOSTRA Quanto idade,assim como nos dados dos BEPs, temos aqui um grupo situado basicamente entre 40 e 50 anos de idade,

    com pouca variao entre homens e mulheres.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    24

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    4

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    13

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    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    Serv efet.+ req.(fed) Serv. req. de outrosrg./esf.

    No servidor Aposentado

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 16DAS 5, 6 e NES - Tipo de vnculo (%)*

    26.8

    73.2

    22.6

    77.4

    13.9

    86.1

    0102030405060708090

    DAS-5 DAS-6 NES

    Feminino Masculino

    Grfico 14DAS 5, 6 e NES - Distribuio por sexo (%)

    Distribuio correspondente amostra de 302 entrevistados, sendo 213 DAS-5, 53 DAS-6 e 36 NES.

    47

    49

    495048

    51

    444546

    474849505152

    DAS 5 DAS 6 NES

    Feminino Masculino

    Grfico 15DAS-5, 6 e NES - Mdia de idade por sexo

    Dados correspondentes amostra de 302 questionrios, sendo 74 mulheres e 228 homens.

    35Os valores totais apresentados nos grficos e tabelas desta pesquisa iro variar de acordo com o total de respostas obtidas em cada questionrio.

    At o ensino mdio 5 (1,7%)Ensino superior 50 (16,6%)Especializao 99 (32,9%)Ps-graduao 147 (48,8%) Total 301 (100%)*

    Tabela 5Escolaridade da amostra titulao mxima

    * Houve um ocupante de cargo de NES que no informou o nve

    Dados referentes amostra de 213 DAS-5, 53 DAS-6 e 36 NES.* Os valores acima das barras correspondem ao nmero absoluto de DAS-5, 6 e NES que mantm cada um dos tipos de vnc

  • 8/3/2019 Maria Celina D' Araujo coord. Governo Lula - contornos sociais e polticos da elite do poder

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    REAS DE FORMAO ACADMICA - AMOSTRA Os prximos dados so exclusivos da pesquisa amostral efetuada e por enquanto no podemos c

    es anteriores, nem com os problemticos dados dos BEPs. Nota-se, no que toca graduao, que aocupam, cada uma, mais de 5% dos cargos: economia, direito, administrao,medicina e cincias sotemos um setor bastante plural em termos de reas de conhecimento.

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    Na ps-graduaostricto sensu temos a seguinte distribuio, levando em conta a titulao mxima:77 (25,6%) fize-ram at o mestrado, 62 (20,6%) tm doutorado e 8 (2,7%), alm do doutorado, tm ps-doutorado.

    Em termos grficos,esta a visualizao:

    Nas tabelas abaixo, vemos com mais detalhes o nvel de formao em especializao e ps-graduao de nossa amos-

    tra.Verifica-se uma concentrao de pessoas com mais de uma diplomao acima do terceiro grau, o que revelador do nveleducacional deste grupo.A tabela a seguir,alm de mostrar a quantidade de cursos feitos pelo conjunto de pessoas da amos-tra e por cada uma delas, tambm indica o total de cursos informados (economia,administrao etc.), bem como o volumede instituies onde esses cursos foram realizados. Nmeros bastante expressivos que refletem densidade na educao for-mal desse grupo e na rede institucional de ensino no pas.

    A seguir, examinaremos aspectos da rea de formao acadmica do grupo, as reas de concentrao do conhecimento.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    26

    At o ensino mdio 5 301 301Curso superior 50 293 286 288Especializao 99 166 156 155Mestrado 77 138 131 131Doutorado +Ps-Doutorado

    N de pessoasque fizeramcada curso

    Total de cursosinformados em

    cada nvel

    Total de instituiesinformadas em

    cada nvel

    70 70 66 70

    Tabela 6Detalhamento da escolaridade da amostra

    Nvel mximode escolaridade

    0 5 10 15 20

    Outros

    Educao Fsica

    Pedagogia

    Engenharia Mecnica

    Psicologia

    Jornalismo

    Engenharia Florestal

    Engenharia Qumica

    Filosofia

    Letras

    Servio Social

    Agronomia

    Comunicao Social

    Engenharia e Arquitetura

    Histria

    Engenharia Agronmica

    Contabilidade

    Engenharia Civil

    Engenharia Eltrica / Eletrnica

    Cincias Sociais

    Medicina

    Administrao

    Direito

    Economia

    Grfico 18DAS 5, 6 e NES - reas dos cursos da 1 graduao (%)

    102

    75

    33

    3

    30

    13

    8

    2

    9

    11

    15

    0 10 20 30 40 50 60

    At o ensino mdio

    Ensino superior

    Especializao

    Ps-graduao *

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 17DAS 5, 6 e NES - Escolaridade (%)

    Dados organizados a partir de 286 respostas do total da amostra.

    Dados referentes a 99,7% (301 casos) da amostra, sendo 213 DAS-5,53 DAS-6 e 35 NES.* Ps-graduao corresponde ao curso de mestrado, doutorado e ps-doutorado.

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    Na especializao nota-se,abaixo, um dado importante no que toca s instituies onde os ocupane NES se titularam.Depois da Fundao Getlio Vargas (FGV), com cerca de 10%,vm as instituisoma quase 40% indicando que o pas dispe de uma vasta malha de rede de ensino neste nvel de que cincias sociais, to presente na graduao e na psstricto sensu , no aparece como rea de especializaoseja um nvel de ensino com caractersticas mais tcnicas e operacionais, sem nfase em formao b

    G O V E R N O L U L A : C O N T O R N O S S O C I A I S E P O L T I C O S D AE L I T E D O P O

    Outra preocupao foi detalhar em que instituies as pessoas se formaram, de quais escolas sai a elite administrativado pas. Tambm nesse caso nota-se um quadro bastante diversificado com algum destaque para instituies de excelnciaem vrias reas de ensino na graduao e na ps-graduao,como a USP e as universidades catlicas,cada uma delas comcerca de 10%. Os outros 80% esto distribudos por uma variada gama de instituies.

    Dessas 301 pessoas,166, 55,1%, independentemente de outras titulaes,fizeram algum curso de especializao,e das99 que tm a especializao como nvel alto de escolaridade, 34 fizeram mais de um curso desse tipo.

    Abaixo consideramos apenas a primeira especializao para aferir em que reas estudaram e qual a instituio. Nestecaso, as reas econmica,de gesto, direito e sade so as presentes. A pluralidade de cursos tambm imensa,indicandoque o governo dispe de saberes diversificados.

    C E N T R O D EP E S Q U I S A E D O C U M E N T A O D EH I S T R I A C O N T E M P O R N E A D OB R A S I L

    28

    0 5 10 15

    OutrosMarketing

    Tecnologia da Informao

    Contabilidade

    Recursos Humanos

    Comrcio Exterior

    Administrao Pblica

    Meio Ambiente / Saneamento

    Educao

    Gesto de Sistemas

    Engenharia e Arquitetura

    Medicina

    AgronomiaFinanas e Aturia

    Gesto de Polticas Pblicas

    Economia

    Sade Pblica / Cincias da Sade

    Administrao

    Direito

    Planejamento e Gesto

    Grfico 20DAS 5, 6 e NES - reas do 1 curso de especializao (%) *

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    DAS 5, 6 e NES - Instituies de ensino da 1 graduao (%)

    Grfico 19DAS 5, 6 e NES - Instituies de ensino da 1 graduao (%)

    * Dados organizados a partir de 156 respostas do total da amostra,que corresponde ao total de cursos deste nvel informados dentemente da escolaridade mxima, fizeram uma especializao. Sendo assim,das 16 6 pessoas que realizaram uma especialcaram o curso.

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    Vemos abaixo que, quanto s instituies onde nossa amostra obteve sua titulao de mestrado,geiras ocupam a segunda posio,sendo a USP novamente a lder. importante lembrar que esses dtivizados,pois no estamos medindo o tamanho das universidades nem o nmero de alunos que formao total de formados e ao tamanho da fatia que cada instituio tem no mercado de ps-graduao,instituies estejam melhor representadas do que as que lideram as posies neste grfico. De quaevidncias da visibilidade de algumas instituies acadmicas de excelncia entre os quadros do go

    Quando olhamos o nvel doutorado, trs reas se destacam: economia, cincias sociais e sade.Snomistas so os profissionais que mais tm se destacado em funes governamentais nas ltimas aqui constatada a emergncias das cincias sociais como rea de formao que fornece quadros paestamos falando de uma fatia de 70 pessoas, 23,2% dos ocupantes de cargos de DAS e de NES de nram doutorado e ps-doutorado, mas de toda forma uma evidncia que ajuda a pensar as interfaceadministrao pblica.

    05

    101520253035

    40

    Grfico 23DAS 5, 6 e NES - Instituies de ensino do 1 mestrado (%)

    0 5 10 15 20

    Outros

    Medicina

    Filosofia

    Engenharia Eltrica / Eletrnica

    Geocincias

    Engenharia e Arquitetura

    Histria

    Direito

    Educao

    Sade Pblica / Cincias da Sade

    Sociologia + Cincia Poltica

    Economia

    ,Grfico 24DAS 5, 6 e NES - reas do curso de doutorado (%) *

    * Dados organizados a partir de 66 respostas do total da amostra, que corresponde ao total de cursos deste nvel informados dentemente da escolaridade mxima,fizeram doutorado.Ou seja, das 70 pessoas que realizaram doutorado,apenas 66 nos ind

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    30

    0 5 10 15 20 25

    Outros

    Relaes Internacionais

    Educao

    Administrao

    Psicologia

    Comunicao Social

    Meio Ambiente / Saneamento

    Engenharia de Produo

    Planejamento e Gesto

    Arquitetura e Urbanismo

    Sade Pblica / Cincias da Sade

    Medicina

    Agronomia

    Direito

    Antropologia + Sociologia + Cincia PolticaEconomia

    Grfico 22DAS 5, 6 e NES - reas do 1 curso de mestrado (%) *

    * Dados organizados a partir de 131 respostas do total da amostra, que corresponde ao total de cursos deste nvel informados pelas pessoas que,indepen-dentemente da escolaridade mxima,fizeram um mestrado. Sendo assim,das 138 pessoas que realizaram um mestrado, apenas 131 nos indicaram o curso.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    r coDAS 5, 6 e NES - I nstituies de ensino da 1 especializao (%)Grfico 21DAS 5, 6 e NES - Instituies de ensino da 1 especializao (%)

    Na ps-graduaostricto sensu , diferindo mais uma vez dos indicadores dos BEPs, temos dados bem mais altos, ou seja,138 pessoas,45,7% de nossa amostra tm um curso de mestrado,e 13 pessoas, 4,3%, mais de um. Neste caso,as reas deconhecimento refletem a rede formal das ps-graduaesstricto-sensu do pas. Economia lidera com mais de 20%,seguidapor cincias sociais,com mais de 10%, e direito. Embora aqui a pluralidade seja grande, h uma maior concentrao e o campooutros fica em torno de 20%. Isso demonstra que as reas de conhecimento em nvel de mestrado e de doutorado so maisconcentradas.

    Grfico 22DAS 5, 6 e NES - reas do 1 curso de mestrado (%) *

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    32

    TRAJETRIA PROFISSIONAL AMOSTRA As duas tabelas seguintes dizem respeito trajetria dessa elite em cargos anteriores similares,

    DAS ou NES. Essa uma forma de aferir o nvel de profissionalizao e as relaes do servio pbfiana. O banco de dados permite saber,dentro da amostra, que cargos so preenchidos por pessoas clonga nesta esfera de atuao.Ao todo, 112 ocupantes de DAS-5,21 de DAS-6 e 16 de NES, um toticamente metade da amostra, passaram por experincias de trabalho similares.

    Pelo grfico acima, v-se que 112, ou cerca de 52% dos cargos de DAS-5, so ocupados por pessoalgum tipo de cargo de DAS ou de NES. Pelo grfico abaixo,vemos que a maior parte delas ocupou an

    Uma hiptese corrente na literatura e at mesmo na imprensa a de que a rea econmica rene sionalizadas e menos politizadas.36Os dados de nossa amostra, cruzados por rea de atuao,instituio,filito a movimentos sociais e carreiras,atestam, em princpio,esta hiptese.Vamos nos deter em alguns a

    Abaixo demonstramos onde os 149 ocupantes de cargos de DAS de nossa amostra, com experinistrao pblica, estavam localizados quando responderam ao questionrio.

    DAS-5: 112 sim e 99 no;DAS-6:21 sim e 32 no;NES:16 sim e 20 no.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    DAS-5 DAS-6 NES

    Sim

    No

    Grfico 26Ocupao anterior de cargos DAS e NES

    0102030405060708090

    DAS-1 DAS-2 DAS-3 DAS-4 DAS-5 DAS-6 NES

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 27DAS ou NES ocupados anteriormente

    36 Ver LOUREIRO e ABRCIO (1998 a, b e c) e (1999).

    Mais uma vez indagamos onde essas pessoas obtiveram sua titulao, no caso o ttulo de doutor. Embora estejamosfalando de um grupo com cerca de 50 anos de idade,ou seja, uma gerao que j podia fazer ps-graduao no Brasil, poisas escolas desse nvel de ensino j haviam comeado a se espalhar pelo pas, vemos que mais de um quarto formou-se noexterior.Depois vm os formados na USP e na Unicamp. No topo da educao, neste nvel de escolaridade, as duas institui-es do estado de So Paulo destacam-se na nossa amostra.

    A tabela a seguir mostra em que reas do governo esto concentrados os mestres e os doutores ouvidos na amostra.Verifica-se que em termos proporcionais esto mais presentes na rea de desenvolvimento.

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    Inst. estrangeiras USP UNICAMP UNB UFRJ Outros

    Grfico 25DAS 5, 6 e NES - Instituies do curso de doutorado (%)

    * Para a definio de cada uma dessas reas,ver tabela 3.

    Presidncia da Repblica 13 6 19 (12,9%) 4,1%Desenvolvimento 33 20 53 (36,1%) 13,9%Econmica 3 8 11 (7,5%) 20%Sade 8 7 15 (10,2%) 27,3%Cincia 5 5 (3,4%) 14,3%Social 8 5 13 (8,8%) 19,1%Educao, Cultura e Lazer 7 11 18 (12,2%) 26,5%

    Justia 5 8 13 (8,8%) 15,1%

    Total 77 70 147 11,6%

    % de mestres e doutoresem relao lista original

    por rea de governo

    Tabela 7Distribuio de mestres e doutores da amostra por reas de governo*

    Mestres Doutores Total

    C P D H C B G L C S P E P

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    34

    ETNIA AMOSTRA No que tange s etnias,a situao similar de muitas outras no governo:uma predominncia quas

    Importante notar que,mesmo em reas cujo ingresso regido pelo princpio do concurso,es ta clivagemainda gritante. No caso dos juzes do Trabalho,de uma amostra de 514, apenas 1,2% se declararam neg

    ESCOLARIDADE DOS PAIS- AMOSTRA

    A ascenso social dos temas mais importantes na sociologia brasileira.Tentou-se saber algo a rtra e para isso o indicador utilizado foi o da educao do pai e da me. Os grficos abaixo denotamamostra expressa ascenso social em relao ao pai, mas que 40,4% dela tm pai com nvel superiorenquanto as mes com esse nvel educacional representam 26,5%.Praticamente apenas 10% dela tmfundamental.Se comparada a outras categorias sociais, a ascenso social no , a princpio,to expreteriores examinaremos com mais rigor este aspecto.38

    1.99.0

    1.0 0.51.913.5

    84.6

    2.98.8

    87.6 88.2

    01020304050607080

    90

    Preto Pardo Branco Amarelo ndio

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 28DAS 5, 6 e NES - Distribuio por cor (%)100

    Obtivemos informaes de 296 pessoas, sendo que 210 DAS-5,52 DAS-6 e 34 NES. Classificao utilizada pelo IBGE.

    37 Ver GOMES,PESSANHA e MOREL (prelo).38 A ascenso social deste grupo deve ser examinada luz dos estudos que abordam este mesmo tpico em relao a outrosdos juzes do Trabalho,podemos nos beneficiar de pesquisas recentes.Ver a esse respeito,GOMES, PESSANHA e MOREL (importante nesta rea cujos autores tm outras importantes contribuies sobre o tema, HASENBALG, LIMA e SILVA (19

    Se tomamos as colunas de DAS-5 e 6, vemos que o maior percentual de pessoas com experincia anterior nesse tipo decargo (DAS) so os que esto na rea econmica,respectivamente 22,78% e 22,22%. Na ltima coluna,temos o total depessoas da amostra que exerceram anteriormente cargos de DAS e quanto representam em relao lista original, o total denossa populao. A rea econmica a que traz mais casos com experincia anterior, 27,27% .

    Ainda sobre experincia anterior, importante lembrar que algumas reas esto mais sujeitas a critrios mais rgidos de car-reira,tais como a de Justia, com rgos como Advocacia Geral da Unio,Controladoria Geral da Unio, e a rea militar, com oMinistrio da Defesa.

    DISTRIBUIO REGIONAL- AMOSTRA Averiguou-se tambm o estado de origem dos quadros de DAS de nossa amostra e agregou-se por regio.

    Pelos dados do IBGE, o Sul representa 14,7% da populao brasileira,o Sudeste 42,6%, o Centro-Oeste 7%,o Nordeste27,7% e o Norte 8%. Nota-se, portanto, uma sub-representao do Norte e Nordeste. A sobre-representao das demaisregies,especialmente a do Sudeste, deve ser investigada.Tudo leva a crer que seja uma constante dado o poder econmicoe poltico da regio.Teremos condies de mostrar,em relatrios posteriores se, pelos dados de nossa amostra,essa a regiocujos ocupantes de cargos de DAS e NES so mais filiados ao PT,mais escolarizados, de maior experincia profissional.

    De modo geral, quando olhamos os ministrios da Nova Repblica tambm observamos uma concentrao acentuadade ministros dessa regio.

    * Equivale aos ocupantes de cargos DAS e NES dos quais foi possvel identificar a regio onde residiam antes de assumir o cargo.

    Sul Sudeste Centro-oeste Nordeste Norte Total

    49

    (17,1%)163

    (56,8%)31

    (10,8%)32

    (11,1%)12

    (4,2%)

    Quadro 4Distribuio dos cargos DAS e NES por regio

    287 *

    Presidncia da Repblica 32 (8,21%) 3 (5,77%) 6 (23,08%) 41 (8,76%)

    Desenvolvimento 38 (12,67%) 9 (13,04%) 2 (18,18%) 49 (12,89%)

    Econmica 10 (27,78%) 2 (22,22%) 3 (30%) 15 (27,27%)

    Sade 6 (12,77%) 1 (14,29%) 1 (100%) 8 (14,55%)

    Cincia 1 (3,7%) 1 (16,67%) 2 (5,71%)Social 9 (18,37) 2 (12,5%) 2 (66,67%) 13 (19,12%)

    Educao, cultura e lazer 13 (14,44%) 3 (10,71%) 1 (25%) 17 (13,93%)

    Justia 3 (4,76%) 1 (16,67%) 4 (4,65%)

    Total 112 (11,18%) 21 (10,29%) 16 (25,4%) 149 (11,74%)

    Total da mostra eseu % em relao

    lista original

    reas de governo DAS-5 DAS-6 NES

    Tabela 8Distribuio por rea de governo dos DAS-5, 6 e NES com experincia anterior em cargos DAS

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    FILIAO PARTIDRIA - AMOSTRA

    Um dos temas mais recorrentes na imprensa e nas crticas feitas ao governo Lula est cArgumenta-se que a base sindicalista do governo est se espalhando na administrao pblicada pesquisa estamos selecionando matrias desse tipo cujo contedo analisaremos no decordelas insiste no aspecto protetor do governo em relao a aliados e filiados ao PT. DenunciaLula est sendo capturado por petistas e sindicalistas e est cooptando o movimento social, ereforma agrria.

    Resolvemos,por isso, aferir o grau de envolvimento das pessoas de nossa amostra com asmentos sociais e partidos.No temos ainda como comparar esses dados com os de governos anmos comparar esse engajamento com o da populao brasileira e com a dos ministros de outnada disso permite concluses retumbantes,apenas aferir que, de fato, a tese que insiste num partidrio est correta.

    Constatar isso no significa falar em melhor ou pior qualidade do governo, mas um indmos como os governos se organizam e pensam estrategicamente o seu futuro.Desde Edmundtas, tem havido uma forte corrente na literatura que atenta para o perigo de as massas chegareoutra parte, os vnculos classistas tambm tm sido nomeados como o mais importante trunfoco, tese que o socialismo abraou e que ainda tem vigor no Brasil.Est claro que estamos lidca na cincia poltica que separa, para fins analticos,o quem governado para quem govern, trata-se da questo de saber se a origem social ou se as instituies so mais importantesambas.A agenda de questes imensa a esse respeito. Vamos ver sucintamente o que nossos vimento com a sociedade organizada e com a poltica.

    0 5 10 15 20 25 30 35 40

    Fund. incomp.

    Fund.comp.

    At o ensino mdio

    Superior incomp.

    Superiorcomp.

    Especializao

    Mestrado

    Livre-docncia

    Doutorado

    Ps-doutorado

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 30DAS-5, 6 e NES - Escolaridade da me (%)

    Em termos grficos, temos as representaes abaixo que evidenciam com mais clareza que nossa amostra,em sua maiorparte, tem pai com nvel mdio ou superior. Em relao me a escolaridade menor, mas , no entanto,elevada no casodos ocupantes dos cargos de NES.

    0 5 10 15 20 25 30 35 40

    Fund. incomp.

    Fund.comp.

    At ensino mdio

    Superior incomp.

    Superiorcomp.

    Especializao

    Mestrado

    Livre-docncia

    Doutorado

    Ps-doutorado

    Carreira militar

    DAS-5 DAS-6 NES

    Grfico 29DAS-5, 6 e NES - Escolaridade do pai (%)

    Pai Me

    Fundamental incompleto 51 54Fundamental completo 30 34At ensino mdio 60 98Superior incompleto 11 11Superior completo 82 56Especializao 19 11Mestrado 8 7Livre-docncia 2 1Doutorado 9 4Ps-doutorado 2 1Carreira militar 3

    Total de respostas 277 277

    Tabela 9Nvel de escolaridade dos pais

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    Procuramos saber tambm qual o vnculo empregatcio dos funcionrios de nossa amostra que soutros partidos. Observa-se que a maior parte dos filiados vem do servio pblico estadual ou municiEste dado importante quando se pensa no carter partidrio do governo,o que o levaria a prestigiar fil

    servio pblico federal bem como no servidores.Os filiados so,em sua maior parte,outsiders da esfera pblica fedeOs dados quantitativos que temos no fornecem indicaes para explicar a pouca associao entr

    vio pblico federal. Intuitivamente,poderamos supor que a convocao de filiados passaria mais pque pela experincia profissional. Essa uma suposio que por enquanto carece de flego e que osiremos colher ajudaro a esclarecer.

    Vejamos a tabela:

    2.6

    86.9

    11

    0

    10

    20

    30

    4050

    60

    70

    80

    90

    Filiados No filiados Sem declarao

    Grfico 31Filiao partidria entre a populao com mais de 18 anos de idade nas regiesmetropolitanas de Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, So Paulo e Porto Al

    * Considerou-se a populao de 25.243.433 correspondente populao com 1 8 anos de idade ou mais das referidas regies

    * Dos 60 filiados ao PT um no informou seu tipo de vnculo.** A diferena em relao ao total da amostra ( 302) equivale aos entrevistados que no responderam a questo sobre o tipo

    Filiados ao PT 12 (7,6%) 16 (43,2%) 31 (36,5%) 59* (19Filiados a outros partidos 6 (3,8%) 1 (2,7%) 7 (8,2%) 1 (5,5%) 15 (5%)Sem filiao partidria 140 (88,6%) 20 (54%) 47 (55,3%) 17 (94,5%)223 (74,8

    Total 158 37 85 18 298 **

    Servidor efetivo+ requisitado

    Servidor requisitadode outro rgo

    e/ou esferaNo servidor Aposentado Tota

    abela 12iliao partidria por tipo de vnculo com a UnioTabela 12Filiao partidria por tipo de vnculo com a Unio

    As tabelas abaixo mostram o nvel de filiao partidria de nossa amostra.Um quarto dela (75 pessoas), tem filiao par-tidria e a maioria (60 pessoas) filiada ao PT.Apenas 15 so f iliados a outros partidos.

    Os dados abaixo evidenciam tambm a filiao ao PT por nvel de DAS e por NES. Dos cerca de 20% de nossa amostrafiliados ao PT, observa-se um percentual maior entre os DAS-6 (39,6% de filiados), seguido pelos NES (22,2%).Ou seja, maioro escalo, maior o percentual filiado ao PT.

    A seguir, mostramos a que outros partidos se filiaram as 15 pessoas que no so filiadas ao PT. Fica claro que ocupan-tes de cargos de DAS-5, DAS-6 e NES de nossa amostra com filiao partidria,ou esto filiados ao PT ou aos partidos dabase, com exceo de trs deles,vinculados ao Partido da Social Democracia Brasileiro (PSDB).39

    Importante lembrar que estas taxas de filiao observadas em nossa amostra so bastante elevadas se consideramos osdados do IBGE sobre filiao partidria da populao brasileira, ou seja, 2,6%. No temos ainda como aferir essa situaoem outros governos,mas de toda forma expressivo o compromisso partidrio do primeiro governo Lula.

    Abaixo temos um grfico que mostra esses dados.

    PT Outros partidos Sem filiao partidria Total da amostra

    DAS-5 31 14,50% 8 3,80% 172 81,52% 211 71,28%DAS-6 21 39,60% 4 7,50% 27 51,92% 52 17,50%NES 8 22,20% 3 8,30% 22 66,67% 33 11,15% Total 60 19,90% 15 5% 221 74,66% 296 100%

    Tabela 10DAS-5, DAS-6 e NES - Filiao ao PT ao assumir o cargo

    PC do B PDT PPS PSB PSDB PV PCB Total DAS-5 2 2 1 2 1 8DAS-6 1 1 1 1 4NES 1 1 1 3 Total 4 1 3 2 3 1 1 15

    Tabela 11DAS-5, DAS-6 e NES - Filiao a outros partidos ao assumir o cargo

    39Referimo-nos aos partidos aliados do governo: Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Democrtico Trabalhista (PDT),Partido Popular Socialista(PPS), Partido Socialista Brasileiro (PSB),Partido Verde (PV) e Partido Comunista Brasileiro (PCB).

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    Q

    40

    Considerando a distribuio por rgo dos filiados ao PT que so sindicalizados,temos o seguin

    E XPERINCIA POLTICA ANTERIOR - AMOSTRA Mediu-se tambm a experincia desse grupo na poltica representativa formal, e percebeu-se qu

    tiva. No que toca ao Legislativo,apenas quatro exerceram cargo de vereador,trs o de deputado estaral. Esses dados contrastam com os dos ministros do primeiro governo Lula,onde se observa uma aca parlamentar.

    Por outro lado, se olharmos a experincia dessas pessoas em cargos no Executivo, vemos que tenham ocupado cargos eletivos (um foi prefeito e outro governador),95 pessoas atuaram como secrplanos municipal e estadual,e 65 no nvel federal. Nota-se mais uma vez que so pessoas com algugos de mando na administrao pblica.

    2 2 2 2 23 3 3 3

    56

    0123456789

    10

    Grfico 32DAS 5, 6 e NES - Filiados ao PT sindicalizados por rgo

    M T E

    Grfico 32DAS 5, 6 e NES - Filiados ao PT sindicalizados por rgo

    * Advocacia Geral da Unio;Agncia de Desenvolvimento da Amaznia; Casa Civil da Presidncia da Repblica;ENAP; FunNacional de Tecnologia da Informao;Instituto Brasileiro de Turismo;Ministrio da Agricultura,Pecuria e Abastecimento;MMinistrio da Cultura;Secretaria Especial de Polticas para as Mulheres; Superintendncia da Zona Franca de Manaus.BC, Banco Central;MME, Ministrio de Minas e Energia;MTE, Ministrio do Trabalho e Emprego;SRI, Secretaria de RelaEspecial de Agricultura e Pesca; MDS, Ministrio do Desenvolvimento Social; MS, Ministrio da Sade; PR, Presidncia dEducao.

    A seguir,averiguamos a filiao partidria de nossa amostra em relao s reas de governo. Ou seja, procuramos saberem que reas os filiados petistas esto distribudos de forma a podermos estabelecer alguma correlao possvel entre parti-darismo e profissionalizao.

    O maior nmero de filiados est na rea de desenvolvimento (24) e na Presidncia da Repblica (14). Sade e Justiaaparecem como as reas, em nossa amostra, com menor concentrao dos filiados e, sintomaticamente,a rea econmicano tem nenhum.

    Examinamos abaixo a filiao partidria daqueles que vm de alguma esfera da administrao pblica para saber se emalguma delas municipal,estadual ou federal se concentram os filiados.Entre os servidores pblicos filiados ao PT, a mino-ria, apenas 5, est no servio pblico municipal, e 10 na esfera federal.A maior parte dos filiados ao partido est entre aspessoas oriundas das esferas municipal e estadual. Em contraposio,aqueles que vm da esfera federal concentram a maior

    parte de filiados a outros partidos,o que seria, em princpio,mais um indicador possvel de carreira e profissionalizao.

    Presidncia da Repblica 14 20,3% 2,99%

    Desenvolvimento 24 22,64% 6,32%Sade 3 20% 5,45%Social 7 28% 10,29%Educao, Cultura e Lazer 9 27,3% 7,38%Justia 3 14,3% 3,49%

    % em relao aototal da amostra

    % em relao ao totalda listagem original

    Tabela 13Filiados ao PT por reas de governo

    Filiados ao PT

    * Esse total equivale aos entrevistados que responderam serem servidores requisitados de outros rgos do governo federal ou de outras esferas de governo.

    Municipal Estadual Federal Total Filiados ao PT 5 10 10 25Filiados a outros partidos 1 5 6Sem filiao partidria 3 17 80 100 Total 8 (6,1%) 28 (21,4%) 95 (72,5%) 131 (100%) *

    Tabela 14Filiao partidria por esfera de governo requisitada

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    PERFIL IDEOLGICO AMOSTRA Um dado importante da democracia brasileira foi sua capacidade de incorporar quadros que mili

    consentida durante a ditadura e que se filiaram a organizaes clandestinas nessa ocasio.Os ocupantes de cargos de DAS-5, DAS-6 e de NES de nossa amostra evidenciam pouco envo

    eleitoral, embora 41% deles tenham exercido alguma funo executiva em diversos nveis do govere federal. Pela tabela abaixo, v-se tambm um alto nmero de pessoas (39) envolvidas em situaecipao em atividades polticas consideradas clandestinas pelos governos militares.A mesma pessoa vida em mais de uma situao, e por isso chegamos a um total de 61 ocorrncias. Mas, mesmo consnota-se um nvel de mobilizao poltica bem acima da mdia nacional.Mais uma vez, no temos com

    com o que se passou em outros governos, mas temos aqui evidncias de que o sistema poltico braside forma sistemtica, antigos opositores do regime militar que foram tratados na poca de forma dis

    PERFIL SINDICAL E ASSOCIATIVO- AMOSTRA A taxa de sindicalizados de nossa amostra expressiva: enquanto a mdia nacional de trabalhad

    tos , segundo o IBGE, 14,5%, a de nossa amostra 45%. Mais expressivo ainda o pertencimen(10,6%). A participao em conselhos profissional alcana 35,1%, tambm bem acima do padro na

    Se olharmos para os indicadores de associativismo, os resultados so tambm impressionantes pros. Um total de 46% declaram ter pertencido a algum movimento social,31,8% declaram ter pertenres e 23,8 a experincias de gesto l ocal.Apenas 5% pertenceram a associaes patronais.

    um grupo,portanto, altamente envolvido com sindicalismo,associativismo profissional e sociano local e terceiro setor. Um padro mobilizatrio maisrousseauniano do que brasileiro.

    De novo aqui preciso saber onde estas pessoas esto, que funes ocupam.Este seria um dos ino s militncia, mas tambm maior ou menor presena de profissionalizao.Vejamos esses nme

    Preso poltico Exilado poltico Anistiado Total

    DAS-5 6 2 6 19 33

    DAS-6 2 4 3 12 21NES 2 2 1 2 7

    10 8 10 33 61

    10 5 5 19 39

    Tabela 16DAS-5, 6 e NES - Atividades pol ticas de oposio no consentida e perseguio poltica

    Participaoorg.clandestina

    Total deocorrncias

    Total depessoas

    No grfico abaixo mostramos como a experincia no Executivo se distribui entre os nveis de DAS-5 e 6 e os NES.Observamos que quanto maior o nvel do cargo,maior o acmulo de experincia anterior nessa esfera de poder.

    Abaixo, examinamos em que ente federado (municpio, estado ou Unio) se deu a experincia em cargos executivos.

    * Secretrios no governo f ederal e ministros.

    33

    8 9

    24

    129

    46

    15 14

    05

    101520253035404550

    Esfera Municipal Esfera Estadual