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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Tecnologia
Programa de Pos-Graduacao em Engenharia Eletrica e Computacao
Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e
Estrutura Variavel Aplicado ao Controle de Angulo
de Carga e Fluxo de Campo de um Gerador Sncrono
Marcus Vinicius Araujo Fernandes
Orientador: Prof. Dr. Aldayr Dantas de Araujo
Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Lucio de Araujo Ribeiro
Natal/RN - BrasilOutubro de 2008
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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Tecnologia
Programa de Pos-Graduacao em Engenharia Eletrica e Computacao
Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e
Estrutura Variavel Aplicado ao Controle de Angulo
de Carga e Fluxo de Campo de um Gerador Sncrono
Marcus Vinicius Araujo Fernandes
Dissertacao de Mestrado submetida ao Pro-
grama de Pos-Graduacao em Engenharia
Eletrica e Computacao da Universidade Fe-
deral do Rio Grande do Norte (area de con-
centracao: Automacao e Sistemas) como
parte dos requisitos para a obtencao do grau
de Mestre em Ciencias.
Orientador: Prof. Dr. Aldayr Dantas de Araujo
Co-orientador: Prof. Dr. Ricardo Lucio de Araujo Ribeiro
Natal/RN - BrasilOutubro de 2008
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Divisao de Servicos Tecnicos
Catalogacao da publicacao na fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Fernandes, Marcus Vinicius Araujo.
Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel Aplicado ao Controle
de Angulo de Carga e Fluxo de Campo de um Gerador Sncrono / Marcus Vinicius Araujo
Fernandes. - Natal, RN, 2008
94 f.
Orientador: Aldayr Dantas de Araujo.
Co-orientador: Ricardo Lucio de Araujo Ribeiro.
Dissertacao (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecno-
logia. Programa de Pos-Graduacao em Engenharia Eletrica e Computacao.
1. Controle Adaptativo Robusto - Dissertacao. 2. Sistemas com Estrutura Variavel -
Dissertacao. 3. Desacoplamento - Dissertacao. 4. Gerador Sncrono - Dissertacao. I. Araujo,
Aldayr Dantas de. II. Ribeiro, Ricardo Lucio de Araujo. III. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. IV. Ttulo.
RN/UF/BCZM CDU 681.326(043.3)
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Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e
Estrutura Variavel Aplicado ao Controle de Angulo
de Carga e Fluxo de Campo de um Gerador Sncrono
Marcus Vinicius Araujo Fernandes
Dissertacao de Mestrado aprovada em 23 de Outubro de 2008 pela banca axaminadora
composta pelos seguintes membros:
Prof. Dr. Aldayr Dantas de Araujo (orientador) DEE/UFRN
Prof. Dr. Ricardo Lucio de Araujo Ribeiro (co-orientador) DEE/UFRN
Prof. Dr. Jose Alvaro de Paiva CEFET/RN
Prof. Dr. Allan de Medeiros Martins DEE/UFRN
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Dedico esta dissertacao as pessoas que me amam.
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Agradecimentos
Ao Professor Aldayr Dantas de Araujo pelos ensinamentos e orientacoes academicas
desde a Iniciacao Cientfica ao Mestrado.
Ao Professor Ricardo Lucio de Araujo Ribeiro pelos ensinamentos e ajuda na sua
especialidade estudada neste trabalho.
A todos os meus familiares e amigos, que me incentivaram e me apoiaram nessa etapa
de minha vida. Em especial a minha mae Denise; meu pai Nivaldo; meu irmao Luiz;
aos meus amigos: Bruno, Pedro, Rafael e Andre; e minha namorada Camila que me
acompanharam e me apoiaram em todos os momentos.
Aos companheiros e amigos do LACI, entre eles: Kurios, Erico, Liviane, Marcelo e
Iuri pelas avidas discussoes academicas e nao-academicas.
A todos os professores do PPGEEC que me transmitiram seus conhecimentos e ex-
periencias profissionais durante este perodo.
Aos funcionarios da UFRN e a todos que, direta ou indiretamente, contriburam para
a realizacao deste trabalho.
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Resumo
Nesta dissertacao de mestrado e apresentada uma aplicacao do Controlador Adapta-
tivo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel em um Gerador Sncrono conectado
a um barramento infinito, para o controle do angulo de carga e fluxo de campo deste
gerador. Uma teoria de desacoplamento e usada no modelo do Gerador Sncrono para se
obter dois subsistemas, onde o angulo de carga e o fluxo de campo podem ser controlados
independentemente. A avaliacao da estrategia de controle proposta sera realizada atraves
de simulacoes para o modelo desacoplado do Gerador Sncrono. Tambem sera feita uma
comparacao com os controladores Proporcional Derivativo aplicado ao Gerador Sncrono
desacoplado e Proporcional Integrativo Derivativo aplicado ao Gerador Sncrono aco-
plado, sendo este ultimo, o sistema vigente hoje no Brasil. Os resultados das simulacoes
comprovarao a eficiencia e robustez desta estrategia de controle.
Palavras-Chave: Sistemas com Estrutura Variavel, Controle Adaptativo Robusto, De-
sacoplamento, Gerador Sncrono.
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Abstract
In this dissertation an application of a Variable Structure Model Reference Adaptive
Controller on a Synchronous Generator connected to an infinite-bus power system to
control the generators load angle and field flux is presented. A decoupling theory is
used on the Synchronous Generator model to obtain two subsystems, where load angle
and field flux can be controlled independently. This control strategy evaluation shall be
attained through simulations for the decoupled Synchronous Generator model. Then the
control strategy proposed will be compared with the Proportional Derivative Controller
applied for the decoupled Synchronous Generator model and the Proportional Integrative
Derivative Controller applied for the coupled one, being this last one, the system used
in Brazil nowadays. Simulation are used to verify the efficiency and robustness of this
control strategy.
Keywords: Variable Structure Systems, Robust Adaptive Control, Decoupling, Synch-
ronous Generator.
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Conteudo
Lista de Figuras v
Lista de Tabelas vi
Glossario de Termos vii
Lista de Smbolos viii
1 Introducao 1
1.1 Motivacao e Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Sistemas de Potencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2.1 Gerador Sncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2.2 Sistema de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Controladores Adaptativos Robustos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4 Estrutura da Dissertacao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2 Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 9
2.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.2 Modelo do Gerador Sncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Acoplamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4 Desacoplamento de um Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.4.1 Algoritmo de Inversao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5 Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3 Controlador Adaptativo Robusto 24
3.1 Introducao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
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3.1.1 Sistemas de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.2 Controle Classico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
3.1.3 Controle Adaptativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.2 Controle Adaptativo por Modelo de Referencia . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3 Sistemas com Estrutura Variavel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.3.1 Descricao Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3.4 Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel . . 36
4 Resultados das Simulacoes 42
4.1 Projeto dos Controladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424.1.1 Controle do Fluxo de Campo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.1.2 Controle doAngulo de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
4.2 Simulacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.2.1 Resultados das Simulacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5 Conclusoes e Perspectivas 53
5.1 Conclusoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
5.2 Perspectivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Apendices 55
A Conceitos sobre Sistemas 55
A.1 Representacao de um Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
A.2 Funcao de Transferencia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
A.3 Polinomios Coprimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
B Conceitos sobre Estabilidade 59
B.1 Definicao de Estabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
B.2 Metodo Direto de Lyapunov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
B.2.1 Funcoes Definidas Positivas e Negativas . . . . . . . . . . . . . . . . 60
B.2.2 Translacao da Origem do Sistema de Coordenadas . . . . . . . . . . 60
B.2.3 Teoremas sobre Estabilidade (Segundo Lyapunov) . . . . . . . . . . 61
B.2.4 Analise de Sistemas baseado no Metodo Direto de Lyapunov . . . . 62
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C Robustez e Desempenho de um Sistema 63
C.1 Estabilidade e Desempenho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
C.1.1 Avaliacao do Comportamento Estacionario . . . . . . . . . . . . . . 64
C.1.2 Avaliacao do Comportamento Transitorio . . . . . . . . . . . . . . . 64
C.2 Robustez do Sistema de Controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
C.2.1 Limitacao da Resposta do Atuador . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
C.2.2 Perturbacoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
C.2.3 Atraso de Transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
C.2.4 Variacoes Parametricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
C.2.5 Dinamica nao Modelada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
C.2.6 Rudos de Medicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
D Algoritmos 68
D.1 Controlador PI Aplicado ao Gerador Sncrono Acoplado . . . . . . . . . . . 68
D.2 Controlador PD Aplicado ao Gerador Sncrono Desacoplado . . . . . . . . 71
D.3 VS-MRAC Aplicado ao Gerador Sncrono Desacoplado . . . . . . . . . . . 75
Bibliografia 87
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Lista de Figuras
2.1 Esquema do modelo matematico do gerador sncrono. . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Sistema multivariavel (MIMO) com duas variaveis de entrada e sada. . . . 13
2.3 Sistema inverso a esquerda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.4 Sistema inverso a direita. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.5 Sistema multivariavel (MIMO) com desacoplador. . . . . . . . . . . . . . . 15
2.6 Dois Subsistemas Monovariaveis (SISO). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.7 Diagrama de Blocos do Sistema. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1 Sistema de Controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 Controlador PID. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
3.3 Estrutura de um Controlador Adaptativo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4 MRAC direto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.5 Superfcie de deslizamento em um sistema com estrutura variavel. . . . . . 35
3.6 Diagrama de Blocos do VS-MRAC para plantas com grau relativo maior
que 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.1 Diagrama de Blocos Completo do Sistema Simulado. . . . . . . . . . . . . 43
4.2 Controle de um Gerador Sncrono Desacoplado com Variacao Parametrica
usando VS-MRAC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.3 Controle de um Gerador Sncrono Desacoplado com Perturbacao na En-
trada usando VS-MRAC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.4 Controle de um Gerador Sncrono Acoplado com Variacao Parametrica
usando Controladores PID. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.5 Controle de um Gerador Sncrono Acoplado com Perturbacao na Entradausando Controladores PID. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
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4.6 Controle de um Gerador Sncrono Desacoplado com Variacao Parametrica
usando Controladores PD. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
4.7 Controle de um Gerador Sncrono Desacoplado com Perturbacao na En-
trada usando Controladores PD. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
v
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Lista de Tabelas
3.1 Algoritmo do controlador MRAC convencional. . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2 Algoritmo do controlador VS-MRAC compacto. . . . . . . . . . . . . . . . 40
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Glossario de Termos
APPC Adaptive Pole Placement Controller(Controlador Adaptativo por Posi-
cionamento de Polos)
DMAC Dual Model Adaptive Controller(Controlador em Modo Dual Adapta-
tivo)
DMARC Dual Mode Adaptive Robust Controller (Controlador em Modo Dual
Adaptativo Robusto)
ERP Estritamente Real Positivo
IVS-MRAC Indirect Variable Structure Adaptive Model Reference Controller (Con-
trolador Adaptativo Indireto por Modelo de Referencia e Estrutura
Variavel)
MIMO Multiple Input, Multiple Output(Multivariavel)
MIT Massachusetts Institute of Technology
MRAC Model Reference Adaptive Controller(Controlador Adaptativo por Mo-
delo de Referencia)
MRC Model Reference Controller (Controlador por Modelo de Referencia)
PID Proporcional Integrativo Derivativo (controlador)
SISO Single Input, Single Output (Monovariavel)
VS-APPC Variable Structure Adaptive Pole Placement Controller (Controlador
Adaptativo por Posicionamento de Polos e Estrutura Variavel)
VS-MRAC Variable Structure Model Reference Adaptive Controller (Controlador
Adaptativo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel)
VSMFC Variable Structure Model-Following Controller(Controlador Seguidor de
Modelo e Estrutura Variavel)
VSC Variable Structure Controller(Controlador por Estrutura Variavel)
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Lista de Smbolos
Sistema de Potencia
Parametros do Modelo do Gerador Sncrono Conectado a um
Barramento Infinito
d constante de amortecimento (s)
H constante de inercia (s)
xd reatancia de armadura de eixo direto (p.u.)
xq reatancia de armadura de eixo em quadratura (p.u.)
xd reatancia transitoria de eixo direto (p.u.)
xaf reatancia mutua de eixo direto (p.u.)
xt reatancia da linha de transmissao (p.u.)
xf reatancia de campo (p.u.)
rf resistencia de campo (p.u.)
Te constante de tempo da excitacao de campo (s)
ke ganho da excitacao de campo (adimensional)
Tt constante de tempo da turbina (s)
Tg constante de tempo da governadora (s)
0 velocidade sncrona (rad/s)
f frequencia (Hz)
V voltagem no barramento infinito (p.u.)
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Variaveis do Modelo do Gerador Sncrono Conectado a um Bar-
ramento Infinito
angulo rotorico (rad)
perturbacao na frequencia (rad/s)
f fluxo de campo (p.u.)
Ef d voltagem de campo (p.u.)
Pm potencia mecanica no eixo (p.u.)
Pg potencia mecanica de sada da governadora (p.u.)
ue sinal atuando na excitacao de campo (p.u.)
ug sinal atuando na valvula do regulador de velocidade (p.u.)
Pe potencia eletrica gerada (p.u.)
Vt tensao terminal (p.u.)
Sistema de Controle
Desacoplador
nin numero de entradas do sistema
nout numero de sadas do sistema
u vetor de entradas do desacoplador
u1 entrada do desacoplador para o fluxo de campo (p.u.)
u2 entrada do desacoplador para o angulo de carga (rad)
y sada do desacoplador
ordem de rastreamento
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Controlador
d grau do denominador da planta
dm denominador do modelo de referencia
dp denominador do modelo da planta
ea erro aumentado
e0 erro entre a sada da planta e a sada do modelo de referencia
e erro auxiliar
fi funcao de modulacao do rele i
fN funcao de modulacao do rele N
F1 filtro passa baixa
G(s) modelo da planta
h passo de integracao
km ganho do modelo de referencia
kp ganho da planta
L(s) polinomio usado para tornar o produto M(s)L(s) ERP
M(s) modelo de referencia
n grau do numerador da planta
nm numerador do modelo de referencia
np numerador do modelo da planta
n grau relativo
r sinal de referencia
ui sinal de controle do rele i
unom sinal de controle obtido do vetor de parametros nominais nom
(ui)eq sinal de controle equivalente
v1 filtro de entrada
v2 filtro de sada
ya predicao do erro
ym sada do modelo de referencia
x
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vetor filtrado do vetor regressor
vetor com amplitudes dos reles
vetor de parametros adaptativos
vetor de parametros na condicao de matching
2n+1 estimativa para (
2n)1
nom vetor de parametros nominais
parametro auxiliar
parametro auxiliar na condicao de matching
nom parametro auxiliar nominal
vetor filtrado de entrada
vetor regressor
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Captulo 1
Introducao
1.1 Motivacao e Objetivos
O grande avanco verificado na tecnologia analogica e digital nos ultimos anos tem
possibilitado o desenvolvimento de leis de controle bastante complexas, com a utilizacao
de algoritmos nao lineares. Como uma consequencia direta do desenvolvimento dessas
leis, tem-se a possibilidade de representar o sistema que se deseja controlar, atraves de
um modelo nao linear bastante realstico, em uma ampla regiao do espaco de estado.
Entretanto, a maior parte das leis de controle, ja implementadas, ainda foram dedu-
zidas a partir da linearizacao do sistema em torno de um ponto de operacao nominal.
Embora funcionem de uma forma bastante satisfatoria nas aplicacoes normalmente pre-
vistas, apresentam limitacoes que, para determinadas situacoes, podem comprometer o
desempenho do sistema.
Estas limitacoes devem-se ao fato de que o modelo do sistema so e valido em umacerta vizinhanca do ponto de operacao nominal e que, para certos sistemas fortemente
nao lineares e com alto grau de acoplamento, esta vizinhanca e bastante reduzida. Grandes
perturbacoes no sistema e/ou a necessidade de grandes manobras, podem ultrapassar esta
vizinhanca. Alem disso, para o caso em que ha a necessidade de uma analise mais acurada
do comportamento do sistema, o modelo linearizado pode nao apresentar resultados muito
satisfatorios, tendo em vista que, na realidade, e uma simplificacao de um modelo mais
elaborado.Esta dissertacao tem como ob jetivo apresentar uma tecnica em que o gerador sncrono
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Captulo 1. Introducao 2
(sistema) com uma modelagem bastante realstica e controlado por um controlador adap-
tativo robusto, o que diminui consideravelmente as limitacoes de utilizacao de um modelo
linearizado. As leis de controle deduzidas baseiam-se em um algoritmo nao linear e apre-
sentam uma grande flexibilidade para melhorar o desempenho dinamico do sistema.
1.2 Sistemas de Potencia
Energia eletrica e uma forma de energia baseada na geracao de diferencas de potencial
eletrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente eletrica entre ambos. E
uma das formas de energia que o homem mais depende e utiliza na atualidade, gracas a sua
facilidade de transporte e baixo ndice de perda energetica durante conversoes. Mediante
a transformacao adequada e possvel que tal energia mostre-se em outras formas finais
de uso direto, em forma de luz, movimento ou calor, segundo as leis de conservacao da
energia.
A funcao de um sistema eletrico de energia, ou sistema de potencia, e converter energia
de uma das formas naturais disponveis para a forma eletrica e transporta-la ate os pontos
de consumo. Um sistema de potencia e constitudo por uma rede interligada por linhas
de transmissao (transporte). Nessa rede estao ligadas as cargas (pontos de consumo de
energia) e os geradores (pontos de producao de energia).
Idealmente, as cargas devem ser supridas com confiabilidade, alem de tensao e frequen-
cia constantes em todos os instantes. E tambem necessario que os geradores nao percam
o sincronismo apos a ocorrencia de uma falta no sistema. Impactos de potencia aleatorios
podem ocorrer durante a operacao de um sistema de potencia e esta variacao de demanda
deve ser suprida pelos geradores. Com o intuito de manter a estabilidade, diversos nveis
de controle atuam no sistema para manter essas caractersticas [1].
Termeletricas, hidreletricas, usinas eolicas e usinas termonucleares sao as principais
instalacoes, hoje, ligadas a rede de transporte que injetam a energia solicitada pelas cargas.
A geracao de energia eletrica, em sua maioria, da-se basicamente pela transformacao de
energia cinetica em energia eletrica. Basicamente, uma usina geradora de energia a partir
de energia cinetica, seja qual for a fonte primaria, e composta de turbina, maquina eletrica,
sistema condicionador de potencia e sistema de controle [2].
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Captulo 1. Introducao 3
O objetivo da turbina e transformar a energia cinetica em energia mecanica para que a
maquina eletrica, acoplada ao seu eixo, possa gerar a diferenca de potencial necessaria para
o aparecimento de uma corrente eletrica em uma certa potencia. O sistema condicionador
de potencia tem composicoes diversas que dependem da fonte primaria de energia utilizada
e do tipo de maquina eletrica. Em uma hidreletrica, por exemplo, esse sistema e composto
por transformadores de potencia que irao condicionar a tensao para a transmissao e por
outros dispositivos para sincronizacao, protecao e supervisao do sistema [2].
O sistema de controle atua com o objetivo de manter valores nominais de sada para o
sistema, mantendo, por exemplo, tensao e frequencia constantes. Para tanto, sao usados
dois reguladores: o de tensao que controla a tensao nos terminais do gerador, atuando
na tensao aplicada (e, portanto, na corrente) no enrolamento do rotor (enrolamento de
excitacao), e o de velocidade que controla a frequencia, atraves da variacao de potencia,
atuando na valvula de entrada de agua da turbina. O regulador de velocidade tambem
pode ser conhecido como governadora.
1.2.1 Gerador Sncrono
O Gerador Sncrono e o tipo de maquina eletrica predominante nos sistemas de geracao
de energia eletrica. O nome sncrono se deve ao fato de esta maquina operar com uma
velocidade de rotacao constante sincronizada com a frequencia da tensao eletrica alternada
presente nos terminais da mesma. Com o mesmo pode-se controlar a geracao de potencia
ativa e reativa independentemente e e importante devido as suas caractersticas de controle
de tensao.
O sincronismo entre os torques dos geradores do sistema de potencia e necessariopara manter um sistema equilibrado. Um dos grandes problemas enfrentados na gera cao
de energia eletrica e a dificuldade de manter valores de sada nominais para grandes
variacoes de carga. Para isso o gerador sncrono deve suprir cargas com tensao e frequencia
constantes em todos os instantes, independente de perturbacoes, ou mesmo, de problemas
maiores, como: linhas desconectadas, geradores fora de sincronismo, mudancas na carga,
etc [1].
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Captulo 1. Introducao 4
1.2.2 Sistema de Controle
O problema de controle de frequencia e tensao em geradores sncronos em sistemas de
potencia interligados e bastante complexo tendo em vista a caracterstica multivariavel
(MIMO - Multiple Input, Multiple Output), imprecisao no conhecimento dos parametros
dos modelos das maquinas, presenca de nao linearidades e alto grau de acoplamento entre
as variaveis [3].
Este acoplamento pode ser percebido ao se tentar controlar a frequencia, atraves do
regulador de velocidade, e observar uma variacao tambem na tensao terminal desse gerador
sncrono. Assim como, ao se controlar a tensao terminal, atraves do regulador de tensao
(excitatriz), observar uma variacao na variavel de frequencia. Apesar da presenca de
acoplamento das variaveis do gerador sncrono, ao se realizar o seu controle nas usinas
geradoras de energia hoje no Brasil, este fato e desconsiderado.
O modelo utilizado para cada maquina e normalmente um modelo linearizado em
torno do ponto de operacao em regime permanente e, consequentemente, nao e adequado
para grandes perturbacoes no sistema. E claro que um unico controlador para a excitacao
de campo e para o regulador de velocidade de cada maquina, utilizando um modelo maiscompleto do sistema, tornaria bem melhor o desempenho deste.
Tradicionalmente, o controle de um sistema de potencia e feito da seguinte forma.
Para cada maquina, considera-se o restante do sistema como um barramento infinito e,
por simplicidade, projeta-se o controlador da excitacao de campo independentemente do
regulador de velocidade. Assumindo torque mecanico de entrada constante, projeta-se o
controlador da excitacao de campo para regular a tensao terminal e aumentar o domnio
de estabilidade do gerador. Assumindo fluxo de campo constante, projeta-se o controladorpara o regulador de velocidade, regulando a potencia e a frequencia simultaneamente.
Na maioria das usinas geradoras de energia, para o controle de tens ao e frequencia dos
geradores sncronos sao usados controladores Proporcional Integrativo Derivativo (PID).
Mais precisamente, para a malha da excitatriz e utilizado um PI e para a malha do regula-
dor de velocidade, um PID com uma parte derivativa bem pequena. Estes controladores
sao ajustados atraves de modelos linearizados e parametros fornecidos pelo fabricante.
Devido aos motivos expostos acima, pode ser notado que este tipo de controle pode n ao
ser a melhor alternativa.
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Captulo 1. Introducao 5
Uma estrategia alternativa de controle e apresentada nesta dissertacao, na qual as
mesmas variaveis de entrada usadas nas estrategias de controle padrao (tensoes aplicadas
na excitatriz e no regulador de velocidade) sao usadas para controlar diretamente dife-
rentes variaveis de sada do gerador sncrono (angulo de carga e fluxo de campo) com um
controlador adaptativo robusto ([4], [5] e [6]). Assim, como resultado dessa estrategia, e
esperado um aumento do domnio de estabilidade, devido ao controle do angulo de carga
diretamente, mantendo o sincronismo do sistema de potencia, assim como, indiretamente,
a tensao e a frequencia em seus valores nominais. Sera ainda aplicada uma teoria de
desacoplamento e sistema inverso para sistemas nao lineares ([7], [8], [9] e [10]).
Em [11] e [12], diferentes estrategias de controle sao testadas em geradores sncronos
e comparadas ao controlador PID, todos na estrategia padrao de controle (excitatriz e
regulador de velocidade controlam tensao terminal e fluxo de potencia [1]).
Os artigos a seguir aplicaram uma teoria de desacoplamento em um gerador sncrono.
Em [13], o uso de controladores adaptativos e ressaltado como essencial para o controle
de grandes sistemas de potencia apresentando um rapido transitorio e melhorando o de-
sempenho. Uma tecnica de desacoplamento atraves do Metodo da Perturbacao Singular e
usada em [14] e [15], particionando o sistema em dois subsistemas com diferentes escalas
de tempo para o controle do gerador sncrono.
Em [10] e [16], uma funcao de reprodutibilidade assintotica e aplicada ao modelo de um
gerador sncrono, atraves de uma tecnica de desacoplamento ([7], [8] e [9]). Em [17] e [18],
e apresentado um esquema de controle de um robo movel com desacoplamento, similar
ao usado nesta dissertacao. Em [19] e [20], o gerador sncrono e desacoplado atraves do
acionamento vetorial orientado pelo fluxo estatorico.
1.3 Controladores Adaptativos Robustos
O Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia (MRAC - Model Reference Adap-
tive Controller) foi sugerido em [21] e [22] para solucionar o problema de controle no piloto
automatico de aeronaves. Posteriormente, Controladores MRAC baseados na teoria de
Lyapunov (Apendice B) foram projetados e analisados em [23], [24] e [25]. Alguns des-
tes controladores possuam garantia de estabilidade e foram acompanhados por diversas
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Captulo 1. Introducao 6
aplicacoes bem sucedidas ([26], [27] e [28]). Nos trabalhos [23] e [29] demonstrou-se que
os controladores MRAC poderiam ser instaveis na presenca de pequenos disturbios, fato
esse somente corrigido com a proposta dos controladores adaptativos robustos ([23], [30]
e [31]).
Nos dias de hoje, ainda se busca um controlador adaptativo robusto, com um bom
comportamento tanto no transitorio como em regime permanente. Tem-se obtido bons
resultados integrando-se duas ou mais tecnicas distintas, explorando o que cada uma tem
de melhor. Em [32] e [33], controladores adaptativos sao testados e afirmados como uma
alternativa confiavel a solucao usual de controle PID.
Um exemplo bem sucedido de associacao de tecnicas distintas e o Controlador Adapta-
tivo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel ([34], [35], [36], [37] e [38]) (VS-MRAC
- Variable Structure Model Reference Adaptive Controller), o qual associa a estrutura
variavel [39] do Controlador por Estrutura Variavel [40] (VSC - Variable Structure Con-
troller) com modos deslizantes a uma estrutura do MRAC.
O controlador MRAC convencional usa leis integrais de adaptacao e faz com que a
sada da planta siga a sada de um modelo de referencia especificado ([4], [5], [6] e [41]).
Em geral o MRAC possui um transitorio lento e oscilatorio. Entao, em [34] foi proposto
o controlador VS-MRAC que utiliza a estrutura do MRAC, substituindo as leis integrais
de adaptacao por leis chaveadas, assim resultando em um sinal de controle chaveado,
como nos sistemas a estrutura variavel ([38], [42] e [43]). Apesar do bom desempenho
transitorio, em geral tem-se a presenca do fenomeno de chaveamento em alta frequencia,
tambem conhecido como chattering.
Diversos outros controladores adicionam a estrutura variavel [39] para melhorar o
transitorio e a robustez de seus controladores originais. Alem do VS-MRAC direto, ha
o Controlador Adaptativo Indireto por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel (IVS-
MRAC - Indirect Variable Structure Model Reference Adaptive Controller) ([44] e [45]).
E ainda no modo indireto, o Controlador Adaptativo por Posicionamento de Polos e Es-
trutura Variavel (VS-APPC - Variable Structure Adaptive Pole Placement Controller)
([46] e [47]) e o Controlador Adaptativo Backstepping a Estrutura Variavel ([48] e [49])
(VS-ABC - Variable Structure Adaptive Backstepping Controller), que utilizam a estru-
tura do Controlador Adaptativo por Posicionamento de Polos [4] (APPC -Adaptive Pole
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Captulo 1. Introducao 7
Placement Controller) e Controlador Adaptativo Backstteping [50], respectivamente. Em
[51] e [52] o Controlador Seguidor de Modelo e Estrutura Variavel (VSMFC - Variable
Structure Model-Following Controller) e apresentado e aplicado.
Para utilizar o que havia de melhor entre as tecnicas adaptativas da literatura, foram
propostos controladores que utilizavam a uniao de duas tecnicas adaptativas. Em [53] foi
proposta uma estrutura de Controle em Modo Dual Adaptativo (DMAC - Dual Model
Adaptive Controller) para uma classe de sistemas nao lineares, a qual utiliza uma rede
neural para adaptativamente compensar a nao linearidade da planta. A estrategia de
aprendizado da rede neural e baseada na combinacao entre os parametros de adaptacao
do aprendizado e um controle por estrutura variavel.
O Controlador em Modo Dual Adaptativo Robusto ([54], [55] e [56]) (DMARC -
Dual Mode Adaptive Robust Controller) que foi proposto em [54] faz um ligacao entre
o MRAC convencional e o VS-MRAC. O objetivo e conseguir um sistema robusto, com
desempenho transitorio rapido e pouco oscilatorio (caractersticas do VS-MRAC), e sinal
de controle suave em regime permanente (caracterstica do MRAC). A transicao entre as
duas estrategias de controle e feita, em tempo real, atraves de um parametro que varia
em funcao do erro entre a sada da planta e a sada do modelo de referencia (ou de um
erro auxiliar para o caso de plantas com grau relativo maior que 1).
Tecnicas de Estrutura Variavel com Modo Observador sao usadas para o controle
de um gerador sncrono com o metodo da Perturbacao Singular ([14], [15], [57], [58],
[59] e [60]) e com o Princpio do Bloco de Controle ([57], [58], [59] e [60]). Em [52], o
controle da excitatriz de um gerador sncrono e investigado por diversos controladores:
MRAC, VSMFC e PI. Em [17] e [18], e apresentado um esquema de controle de um robo
movel com desacoplamento utilizando dois DMARCs independentes para cada subsistema
desacoplado, de uma forma similar a estrategia apresentada nesta dissertacao.
1.4 Estrutura da Dissertacao
Esta dissertacao de mestrado esta organizada da seguinte forma: no captulo 2 sao
apresentados o modelo matematico do gerador sncrono utilizado, a teoria de desaco-
plamento para sistemas nao lineares e a aplicacao deste metodo ao gerador sncrono,
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Captulo 1. Introducao 8
formando o modelo desacoplado do gerador sncrono.
No captulo 3 sao apresentados os controladores adaptativos e classicos utilizados na
dissertacao, entre eles: PID, MRAC e VS-MRAC.
No captulo 4 sao apresentadas as simulacoes dos controladores aplicados ao modelo
do gerador sncrono desacoplado e sao realizadas comparacoes com a estrutura classica
do controlador PID aplicada ao modelo do gerador sncrono desacoplado..
Finalmente no captulo 5 sao apresentadas as conclusoes e perspectivas de trabalhos
futuros desta dissertacao.
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Captulo 2
Modelo Desacoplado do Gerador
Sncrono
2.1 Introducao
Na maquina sncrona operando como gerador, a energia mecanica e suprida pela
aplicacao de um torque ao seu eixo. Esta fonte de energia mec anica pode ser, por exem-plo, uma turbina hidraulica, a gas ou a vapor. Para que a maquina sncrona seja capaz
de efetivamente converter a energia mecanica aplicada ao seu eixo, e necessario que o
enrolamento de campo localizado no rotor da maquina seja alimentado por uma fonte de
tensao contnua de forma que, ao girar o campo magnetico gerado pelos polos do rotor,
exista um movimento relativo aos condutores dos enrolamentos do estator.
Devido a esse movimento relativo entre o campo magnetico dos polos do rotor e o
estator, a intensidade do campo magnetico que atravessa os enrolamentos do estator iravariar no tempo, e assim teremos pela lei de Faraday uma inducao de tensoes nos terminais
dos enrolamentos do estator. Devido a distribuicao e disposicao espacial do conjunto de
enrolamentos do estator, as tensoes induzidas em seus terminais serao alternadas senoidais
trifasicas [61].
A corrente eletrica utilizada para alimentar o campo e denominada corrente de ex-
citacao. Quando o gerador esta funcionando isoladamente em um sistema eletrico (ou
seja, esta em uma ilha de potencia), a excitacao do campo ira controlar a tensao eletrica
gerada. Quando o gerador esta conectado a um sistema eletrico que possui diversos ge-
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 10
radores interligados, a excitacao do campo ira controlar a potencia reativa gerada. Uma
vez estando o gerador ligado a rede eletrica, sua rotacao e ditada pela frequencia da rede,
pois a frequencia da tensao trifasica depende diretamente da velocidade da maquina [1].
O modelo utilizado para cada maquina sncrona e normalmente, um modelo lineari-
zado em torno do ponto de operacao em regime permanente e, consequentemente, nao e
adequado para grandes perturbacoes no sistema. Perturbacoes, tais como, desligamento
de linhas, sada de geradores e mudancas de carga, podem afetar seriamente o comporta-
mento do sistema, e para isso, um modelo nao linear se faz necessario.
Nesta dissertacao, considera-se o controle de sistemas de potencia submetidos a faltas
severas que e considerado um problema de grande importancia [1]. Para isso, utiliza-se
um modelo nao linear que inclui o efeito de polos salientes no desempenho da maquina
sncrona, e que considera a variacao do fluxo de campo no perodo transitorio. Ademais,
uma teoria de desacoplamento e sistema inverso a direita para sistemas nao lineares ([7] e
[8]) e usada no modelo do gerador sncrono [9], para que dois subsistemas independentes
sejam obtidos [10].
2.2 Modelo do Gerador Sncrono
O modelo matematico de um sistema de potencia ligado a um barramento infinito e
similar ao usado em [9] e pode ser representado atraves da Figura 2.1. Os parametros e
variaveis sao definidos em [62].
Figura 2.1: Esquema do modelo matematico do gerador sncrono.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 11
A maquina sncrona (2.1) e representada por
= p1sin 2p2p3fsin + p4Pm
f=p5cos p6f+p7Ef d(2.1)
onde e o angulo rotorico, f e o fluxo de campo, Pm e a potencia mecanica no eixo e
Ef d e a voltagem de campo.
O sistema de excitacao (2.2) e dado por
Te Ef d= Ef d+ keue (2.2)
onde Te e a constante de tempo da excitacao de campo, ke e o ganho da excitacao de
campo e ue e o sinal atuando na excitacao de campo.
A turbina (2.3) e o regulador de velocidade (2.4) s ao representados por
Tt Pm= Pm+ Pg (2.3)
onde Tt e a constante de tempo da turbina e Pg e a potencia mecanica de sada da
governadora.
Tg Pg = Pg+ ug (2.4)
onde Tg e a constante de tempo da governadora e ug e o sinal atuando na valvula do
regulador de velocidade.
Os parametros do gerador sncrono [62] sao
p1= 0V
2 (xq x
d)
4H(xt+ xd) (xt+ xq) p2=
0d
2H p3 =
0V xaf
2Hxf(xt+ xd)
p4= 0
2H
p5= 0rfV xaf
xf(xt+ x
d)
p6 =0rf(xt+ xd)
xf(xt+ x
d)p7=
0rf
xfxd=xd
x2af
xf0= 2f
As sadas escolhidas para serem controladas sao o fluxo de campo f e o angulo de
carga , pois alem de facilitarem a modelagem do sistema para o desacoplamento, tem
um importante papel na analise de estabilidade de um sistema de potencia. Escrevendo
as equacoes do gerador sncrono na forma vetorial segue
x (t) =A (x) + Bu, x R6
y (t) =C(x) =
f
, y (t) R2 (2.5)
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 12
onde
x=
f
Ef d
Pm
Pg
(2.6)
u= ue
ug
, u R
2
(2.7)
A (x) =
a1
a2
a3
a4
a5
a6
=
p1sin 2p2 p3fsin + p4Pm
p5cos p6f+p7Ef d
Ef dT1
e
(Pm+ Pg) T1
t
PgT1g
(2.8)
B =
0 0 0 keT1e 0 0
0 0 0 0 0 T1g
T
(2.9)
e = e a perturbacao na frequencia.
A partir das variaveis escolhidas para serem controladas (fluxo de campo e angulo de
carga) e possvel calcular a potencia eletrica gerada Pe e a tensao terminal Vt [62]
Pe= p1sin 2+p3fsin
p4(2.10)
Vt=
V xqsin
xq+ xt
2+
V xdcos
xd+ xt+
xafxtf(xd+ xt) xf
2(2.11)
Portanto, usando o angulo de carga e o fluxo de campo como variaveis controladas, a
amplitude da tensao terminal e sua frequencia podem ser controladas.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 13
2.3 Acoplamento
Frequentemente dois ou mais sistemas fsicos interagem entre si, tornando impossvela solucao independente de qualquer um destes sistemas sem que as solucoes dos demais
sejam simultaneamente consideradas. Tais sistemas sao denominados acoplados, sendo a
intensidade do acoplamento funcao do grau de interacao entre os sistemas componentes.
Formulacoes de sistemas acoplados sao aquelas aplicaveis a variaveis dependentes e
domnios multiplos, os quais usualmente (mas nao necessariamente) descrevem diferentes
fenomenos fsicos e nos quais nenhum dos domnios pode ser resolvido de forma separada
dos demais; ou nenhum conjunto de variaveis pode ser explicitamente eliminado ao nvelde equacoes diferenciais, caso do gerador sncrono. Na analise de sistemas acoplados e
usual que um ou mais dos domnios considerados possuam comportamento nao linear,
comportamento esse que deve ser considerado de forma apropriada.
As variaveis do modelo das maquinas sncronas possuem um alto grau de acoplamento
(Figura 2.2). O problema do acoplamento acontece quando a alteracao de qualquer uma
das entradas interfere nas suas sadas simultaneamente. Por exemplo, alterando-se o sinal
na excitatriz ue, interfere-se no fluxo de campo fe no angulo de carga e alterando-se
o sinal no regulador de velocidade ug, interfere-se no fluxo de campo f e no angulo de
carga. Como solucao para este problema sera aplicada uma teoria de desacoplamento e
sistema inverso para sistemas nao lineares ([7] e [8]).
Figura 2.2: Sistema multivariavel (MIMO) com duas variaveis de entrada e sada.
2.4 Desacoplamento de um Sistema
O desacoplamento do sistema e feito por uma tecnica de inversao de sistemas nao
lineares [7]. O sistema inverso pode ser a direita ou a esquerda. O sistema inverso
a esquerda (Figura 2.3), fornece a entrada a partir do conhecimento de sua sada. O
sistema inverso a direita (Figura 2.4) fornece a entrada requerida a fim de que se tenha
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 14
uma certa sada desejada e por isso serve como um controlador, forcando a sada y(t) do
sistema original a seguir o sinal desejado [8].
Figura 2.3: Sistema inverso a esquerda.
Figura 2.4: Sistema inverso a direita.
O metodo de inversao de sistemas nao lineares transforma um sistema originalmente
multivariavel (MIMO - Multiple Input, Multiple Output) em um grupo de sistemas mo-
novariaveis (SISO - Single Input, Single Output). O desacoplamento do sistema e feito
por uma tecnica de inversao de sistemas nao lineares. Para garantir que se tenha um
sistema inverso estavel, o sistema em discussao deve ser de fase mnima (Apendice A)
com a dinamica de estado nulo, se existente, assintoticamente estavel.
Devido ao alto grau de acoplamento entre as variaveis do modelo das maquinas
sncronas, uma teoria de desacoplamento ([7] e [8]) para sistemas nao lineares e usada
[9]. Para o uso deste algoritmo de desacoplamento no gerador sncrono, um sistema in-
verso e obtido de forma que apenas uma das entradas atue no angulo de carga e a outra,
apenas no fluxo de campo. E necessario tambem que os parametros do gerador sncrono
sejam conhecidos com exatidao, mas, comumente estes parametros sao conhecidos com
incertezas [10].
O desacoplador para o gerador sncrono e um sistema de duas entradas (nin = 2) e
duas sadas (nout = 2) com as sadas ligadas como entradas do gerador. Ao se alterar uma
das entradas do desacoplador, alteram-se as duas sadas do mesmo e, consequentemente,
as duas entradas do gerador que, por fim, altera apenas uma de suas sadas. Ou seja,
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 15
alterando-se u1, sao gerados ue e ug de forma que apenas f seja alterada. Da mesma
forma, alterando-seu2, sao gerados ue e ug de forma que apenas seja alterada (Figura
2.5). Para o gerador, um sistema inverso sera obtido de forma que apenas uma das
entradas atue no angulo de carga e a outra entrada atue no fluxo de campo do rotor,
obtendo-se, entao, dois sistemas monovariaveis (SISO) independentes (Figura 2.6).
Figura 2.5: Sistema multivariavel (MIMO) com desacoplador.
Figura 2.6: Dois Subsistemas Monovariaveis (SISO).
Nesta dissertacao e usada a tecnica do sistema inverso a direita para o modelo do
gerador sncrono desacoplado ligado ao barramento infinito. Isso e alcancado de forma
que cada sada do gerador sncrono seja modificada apenas por uma entrada do sistema
inverso a direita. Na Figura 2.7, o diagrama de blocos completo do sistema de controle e
apresentado.
A caixa tracejada (Figura 2.7) indica os modelos usados para a planta desacoplada
nas simulacoes. O algoritmo de desacoplamento ([7] e [8]) consiste na derivacao do vetor
de sada consecutivamente ate que se encontre uma matriz D (onde e a ordem de
rastreamento) que admita pseudo-inversa. Logo, as entradas do sistema inverso a direita
sao essas derivadas das sadas do gerador sncrono e, quando e considerado como um
Figura 2.7: Diagrama de Blocos do Sistema.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 16
sistema, o sistema inverso a direita conectado ao gerador sncrono (caixa tracejada) e
formado por dois sistemas desacoplados compostos por integradores puros.
Devido aos parametros do gerador sncrono serem, em geral, conhecidos com incerte-
zas [13], o desacoplamento nao gera integradores puros. Esta e uma razao a mais para
determinar o uso de um controlador adaptativo. Se as equacoes usadas como funcao de
transferencia dos subsistemas para calculo dos parametros dos controladores forem inte-
gradores puros (o que significa que o desacoplamento e completo), as demais dinamicas
geradas no sistema inverso a direita acoplado ao gerador sncrono sao tratadas como
dinamicas nao modeladas (Apendice C).
2.4.1 Algoritmo de Inversao
Considerando uma classe de sistemas nao lineares da forma x(t) =A (x(t)) + B (x(t)) u(t); x My (t) =C(x(t)) (2.12)
onde M n (espaco euclidiano de dimensao n) e o espaco de estado, A, B1, . . . , Bm sao
funcoes vetoriais analticas reais em M e u = [u1, . . . , ui], onde ui e i = 1, . . . , m e uma
funcao analtica real de [0, ) em .
Para o sistema 2.12 pode-se associar inversibilidade a esquerda e/ou a direita. A seguir,
o algoritmo original para inversao de sistemas nao lineares multivariaveis desenvolvido em
[7] e [8] sera apresentado de uma forma mais simples, utilizando os conhecimentos usuais
da algebra matricial e da resolucao de equacoes diferenciais.
Definicao 2.4.1 O sistema nao linear e inversvel a direita se, para qualquer sada de-
sejavel y() = f() definida em [0, ), existe um controle u() e uma escolha de x0, tal
quey(t) =y(t) =f(t) para todo t [0, ).
Se for desejado que a saiday(, u , x0) siga uma determinada funcao analticaf(t), deve-
se construir um sistema inverso ao sistema original, dirigido por derivadas apropriadas
de f(t), que seja capaz de gerar a entrada u(t) necessaria para o rastreamento de f(t)
pela sada do sistema original. O sistema inverso utilizado desta forma e denominado desistema inverso a direita.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 17
O algoritmo de inversao sera aplicado ao caso em estudo nesta dissertacao, no qual
o numero de sadas do sistema nout e igual ao numero de entradas nin. Para aplicar o
algoritmo sera necessario derivar o sinal de sada y(t) do sistema 2.12, consecutivamente,
obtendo uma sequencia de sistemas. O primeiro passo e
dy
dt =y (1) =
dC(x)
dt =C1(x) + D1(x)u (2.13)
e este procedimento continuara ate que se obtenha uma matriz D(x) que seja inversvel.
Derivando-se o sinal de sada do sistema 2.12, obtem-se
Sistema 1: x(t) =A(x) + B(x)u; x M1 Mz1 = C1(x) + D1(x)u (2.14)
onde
z1=R0dy
dt
C1(x) =R0C1(x)
D1(x) =R0D1(x)
eR0 e uma matriz elementar nout ninque reordena as linhas D1(x), tal que as primeiras
r1 linhas sejam linearmente independentes para algumx M1. Denomina-ser1 de ndice
de inversibilidade do sistema 1.
Constroi-se, entao, indutivamente uma sequencia de sistemas nao lineares, tal que o
k-esimo sistema seja
Sistema k:
x(t) =A(x) + B(x)u; x Mk M
zk =Ck(x) + Dk(x)u(2.15)
onde Mk e um subconjunto de M, Ck(x) e Dk(x) sao matrizes nout 1 e nout nin,
respectivamente, cujos elementos sao funcoes analticas reais em Mk, e
Dk(x) =
Dk1(x)
0
com Dk1 sendo a matrix rk nin de posto rk para todo x Mk.
Na construcao acima, e produzida uma sequencia de inteiros nao negativosr1, r2, . . . , rk
onde rk e denominado ndice de inversibilidade do k-esimo sistema. Por construcao 0
r1 r2 . . . nout.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 18
Definicao 2.4.2 A ordem de rastreamento do sistema 2.12 e definida como o mnimo
inteiro k tal querk =nout ou= serk < nout para todo k >0 [8].
Para continuar o desenvolvimento da teoria de inversao de sistemas, deve-se garan-
tir que a sada zk do k-esimo sistema, para todo k > 0, e dependente da entrada u()
implicitamente e nao explicitamente.
Teorema 2.4.1 Seja o sistema nao linear 2.12 com ordem de rastreamento < , ou
seja, finita.
Se 2 e
BiAjRk() 0emM (2.16)
para0 k 2, 0 j 2 k, ei = 1, . . . , nin, entao, a sada do k-esimo sistema
2.12 pode ser decomposta como
zk =
zk
zk
=
Hk(x)
Jk(x)
yk =Kk(x)yk (2.17)
ondeyTk = (y(1))T . . . (y(k))T ey(i) =dyi
dti.
Isto significa dizer que a sada zk do k-esimo sistema, k = 1, . . . , , e dependente
implicitamente da entrada u(). Tem-se, entao,
zk(x) =
Hk(x)
Jk(x)
yk =
Ck(x)
Ck(x)
+
Dk1(x)
0
u(t) (2.18)
Observa-se, que para < , o -esimo sistema e dado por
Sistema : x= A(x) + B(x)u; x Mz=C(x) + D(x)u (2.19)
onde a matriz D(x)noutnin de posto nout tem a inversa D1 (x) em M
z=K(x)y=H(x)y
onde H(x) e uma matriz nout nout.
Definicao 2.4.3 Diz-se que uma funcao f(t) definida em [0, ) pode ser reproduzida
funcionalmente pela saday(t) do sistema 2.12, para uma dada condicao inicialx(0), se
existe algum controleu(), tal quey(t) =f(t) para todo t [0, )
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 19
Em [8] e desenvolvida uma condicao suficiente para a reprodutibilidade funcional.
Teorema 2.4.2 Seja o sistema nao linear 2.12 com ordem de rastreamento < e,para 2, supoe-se que a condicao 2.16 seja satisfeita.
Seja f(t) uma funcao analtica real e o estado inicial x(0) = x0 M. Entao, f() =
y(, u , x0) para algum controle admissvel u, se e somente se,
f(0) =C(x0) e
Jk(x0) Fk(0) = Ck(x0) , parak = 1, . . . , 1
onde
Fk(t) =
f(1)(t)...
f(k)(t)
Corolario 2.4.1 Seja o sistema nao linear 2.12 com ordem de rastreamento < e,
para 2, supoe-se que a condicao 2.16 seja satisfeita. Entao, o sistema
x=
A (x) +
B (x) u; x M, x(0) =x0
y= C(x) + D (x) u(2.20)
com
A (x) =A (x) B (x) D(x) C(x)
B (x) =B (x) D(x) H(x)
C(x) = D(x) C(x)
D (x) =D(x) H(x)
D
(x) =DT
DDT
1
(2.21)
atua como um sistema inverso a direita para o sistema 2.12 [8], ondeu ey sao a entrada
e a sada do sistema inverso a direita, respectivamente.
Em particular, se f() pode ser reproduzida por y(, u , x0) para algum u e x0 M,
entao, f() = y(, uf, x0) onde uf = y(, F, x0). Em [10], o algoritmo de inversao ([7]
e [8]) e apresentado de forma detalhada e com o enfoque na area de controle. Tambem
sao apresentadas as provas e teoremas. Para maiores detalhes faz-se necessaria a leitura
dessas referencias.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 20
2.5 Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono
Ao sistema 2.5, aplica-se a tecnica de inversao a direita desenvolvida em [7] e [8],resultando em dois sistemas desacoplados e, assim, e possvel pro jetar um controlador
para cada um dos subsistemas resultantes.
O numero de entradas e sadas (nin = nout) e igual a 2, e foi aplicado o algoritmo de
inversao ([7] e [8]), previamente detalhado. O resultado apos a aplicacao do algoritmo,
para este caso, sera uma sequencia de quatro sistemas (ordem de rastreamento = 4)
compostos pelas derivadas dos sinais de sada de uma maneira similar a forma mostrada
nas equacoes 2.20 e 2.21. A construcao do primeiro sistema e obtida derivando-se o sinalde sada y em relacao ao tempo.
Sistema 1
z1= z1= y=
(1)f
(1)
= C1(x(t)) + D1u(t) =
a3
onde
C1= C1=
a3
D1=
0 0
0 0
e
R0(x) =R0= I(22) (matriz identidade de ordem 2)
r1= 0
K1(x) =K1 = J1 =
1 0
0 1
Para o segundo sistema, deriva-se o sinal z1 em relacao ao tempo.
Sistema 2
z2 =
z2
z2
=
(2)f
(2)
= C2(x(t)) + D2u(t) =
= a3
= p5 sin p6a3+ p7a4+ (p7ke) T1e
a2
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 21
onde
C2 = C2
C2=
p5 sin p6a3+ p7a4
a2 (2.22)
D2 =
(p7ke) T1e 0
0 0
e
R1(x) =R1=I(22)
r2= 1
K2(x) =K2= H2
J2=
0 0 1 0
0 0 0 1
Nota-se que para o fluxo de campo f, o objetivo do algoritmo de inversao foi al-
cancado, logo, nao e mais necessaria a derivacao dos termos correspondentes ao fluxo de
campo. Para o terceiro sistema, deriva-se o sinal z2 em relacao ao tempo.
Sistema 3
z3 =
z3
z3
=
(2)f
(3)
= C3(x(t)) + D3u(t) =
=
a3
a2
=
p5 sin p6a3+ p7a4+ (p7ke) T1e
2p1 cos2p2a2 p3(a3sin + fcos ) +p4a5
onde
C3 = C3
C3
= C2
2p1 cos2p2a2 p3(a3sin + fcos ) +p4a5
(2.23)
D3 = D2
e
R2(x) =R2 = I(22)
r3 = 1
K3(x) =K3 =
H3
J3
=
0 0 1 0 0 0
0 0 0 0 0 1
Para o quarto sistema, deriva-se o sinal z3 em relacao ao tempo.
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 22
Sistema 4
z4= z4=
(2)f(4)
= C4(x(t)) + D4u(t) = a3
C3
onde
C4 = C4 =
C2
C4
(2.24)
C4(x) = 2p1(a2cos 2 22 sin2) p2C3 p3
C2 f
2
sin +
+ (2a3+ fa2)cos ] +p4(a5+ a6) T1
t
(2.25)
D4=
p7keT1e 0
p3p7kesin T1
e p4(TtTg)1
(2.26)
e
R3(x) =R3 = I(22)
r4 = 2
K4(x) =K4=H4=
0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 1
(2.27)
Nota-se que D4 =D14 , e
D14 =
Te(p7ke)1 0
p3p14 TtTgsin p
14 TtTg
(2.28)
Como o sistema 4 possui ordem de rastreamento = 4 e sua sada e dependente
implicitamente da entrada uT =
ue ug
, entao o sistema
A (x) =A (x) B (x) D4(x) C4(x)
B (x) =B (x) D4(x) H4(x)
C(x) = D4(x) C4(x)
D (x) =D4(x) H4(x)
D4(x) =DT4
D4D
T4
1
(2.29)
atua como sistema inverso a direita do sistema 2.5. E importante destacar que o vetor de
tensao u e obtido a partir do vetor de sada y do sistema inverso.
Em [16] esses resultados sao usados para gerar uma funcao de reprodutibilidade as-
sintotica. Nesta dissertacao este rastreamento assintotico e obtido por um controlador
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Captulo 2. Modelo Desacoplado do Gerador Sncrono 23
adaptativo robusto que, mesmo na presenca de incertezas parametricas e dinamicas nao
modeladas (Apendice C), deve levar as sadas do gerador sncrono ao seu estado de
equilbrio x = (f, )T.
As sadas do sistema inverso a direita (e, consequentemente, as entradas do gerador
sncrono) seguem
u=
ue
ug
=
Te
C2(x) + u1(t)
(p7ke)1
p3TtTgsin
C2(x) + u1(t)
p14 +
+ TtTg
C4(x) + u2(t)
p14
(2.30)
onde u1(t) e u2(t) sao os sinais de entrada do sistema inverso a direita geradas pelo
controlador.
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Captulo 3
Controlador Adaptativo Robusto
3.1 Introducao
3.1.1 Sistemas de Controle
Um sistema a ser controlado pode ser representado, de forma simplificada, conforme
a Figura 3.1
Figura 3.1: Sistema de Controle.
O sistema a ser controlado e chamado de processo ou planta (Apendice A). O sinal
aplicado na(s) entrada(s) de controleue chamado sinal de controle, e tambem e conhecido
como variavel manipulada. O sinal de sada do processo y e chamado de variavel contro-
lada ou variavel de processo, e e a variavel cujo comportamento se deseja controlar. Alem
disso, o sistema esta, em geral, sujeito a acao de sinais exogenos chamados de perturbacoes
(Apendice C), que sao sinais de entrada cujos valores nao podem ser manipulados [63].
A classificacao de um sistema de controle divide-se em malha aberta e malha fechada.Em um sistema de controle em malha aberta, o sinal de sada nao e medido nem reali-
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 25
mentado para comparacao com o sinal de entrada. No controle em malha fechada, o sinal
de erro atuante, que e a diferenca entre o sinal de entrada e o sinal realimentado (que
pode ser o proprio sinal de sada ou uma funcao do sinal de sada e suas derivadas), e
introduzido no controlador de modo a reduzir o erro e trazer a sada do sistema a um
valor desejado. As desvantagens dos sistemas a malha aberta, especificamente a sensibi-
lidade a perturbacoes e a incapacidade de corrigir os efeitos destas perturbacoes, podem
ser superadas no sistema a malha fechada.
O controlador e um dispositivo que realiza determinadas operacoes matematicas sobre
o sinal de erro a fim de produzir uma acao de controle que, ao ser aplicado ao processo, faz
com que sejam satisfeitos determinados objetivos de desempenho do sistema de controle.
A estas acoes matematicas da-se o nome de acoes de controle [63].
O calculo do sinal de controle pode ser realizado baseado somente na sada, ou nas
variaveis de estado do sistema. Nesta dissertacao e suposto que e mensurado apenas a
sada do sistema y. A forma de calcular as acoes de controle depende da teoria de controle
utilizada.
3.1.2 Controle Classico
Dentro da teoria de controle classico, a acao de controle pode ser calculada de diversas
formas. As principais formas sao: atraves da combinacao da acao proporcional, integral
e derivativa (PID) [70], do posicionamento de polos, de um compensador em atraso, em
avanco e da realimentacao de estados.
Estes controladores possuem uma estrutura fixa, ou seja, seus parametros sao estaticos
no tempo, sao sintonizados para um ponto ou uma regiao de operacao de um processo eessa sintonia nao e modificada automaticamente caso seja necessario. Assim, a modelagem
do processo e uma etapa importante para uma boa sintonia do controlador.
Atualmente, controladores de estrutura simples e padronizada, como os controladores
PID, representam a imensa maioria das malhas de controle industriais em todo o mundo
[63]. Nos controladores PID comercializados, apenas os ganhos dessas acoes sao ajustados.
Este possui uma estrutura fixa e permite realizar seu projeto de forma simples e eficiente.
A depender da necessidade do projeto, uma ou mais acoes do controlador PID podem
nao ser utilizadas. A acao proporcional usualmente e empregada e, assim, as quatro
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 26
configuracoes utilizadas sao: P, PD, PI e PID, sendo admissvel utilizar as acoes separadas
em uma malha ou em diferentes malhas do sistema.
O sinal de controle, em um controlador PID, e calculado em funcao do sinal de erro,
e a estrutura, em diagrama de blocos, mais utilizada, pode ser vista na Figura 3.2.
Figura 3.2: Controlador PID.
Nas usinas geradoras de energia, para o controle de tensao e frequencia dos geradores
sncronos sao usados controladores PID. Mais precisamente, para a malha da excitatriz
e utilizado um PI e para a malha do regulador de velocidade, um PID com uma partederivativa bem pequena. Estes controladores sao ajustados atraves de modelos lineariza-
dos e parametros fornecidos pelo fabricante. Devido aos motivos expostos acima, pode
ser notado que este tipo de controle pode nao ser a melhor alternativa. Nesta dissertacao,
um controlador adaptativo robusto e proposto em substituicao ao PID classico.
3.1.3 Controle Adaptativo
O projeto de um controlador, na maioria dos casos, depende do modelo da planta em
uma determinada condicao de operacao. Porem, a modelagem pode apresentar grande
dificuldade, alem de, em diversos processos, alguns parametros da planta serem desco-
nhecidos ou parcialmente conhecidos (conhecidos com incertezas). Assim, surgiu a neces-
sidade de tecnicas de estimacao desses parametros com o intuito de melhor entender o
comportamento da planta.
A motivacao da adaptacao em sistemas de controle surgiu do desenvolvimento de um
piloto automatico de alto desempenho no incio da decada de 50 ([21] e [22]), devido a
aeronave operar em uma grande faixa de velocidades e alturas, e sua dinamica ser nao
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 27
linear e conceitualmente variante no tempo [4].
O final dos anos 70 marcou significativamente o progresso da teoria do controle adap-
tativo, em termos de obtencao de provas de estabilidade assintotica global (Apendice B)
e unificacao dos diversos algoritmos adaptativos ([23], [24] e [25]). Todas as provas de
estabilidade elaboradas, nesta epoca, tem em comum uma hipotese bastante restritiva.
A hipotese assume que o grau relativo n do sistema, que e a diferenca entre o grau do
denominador e do numerador, e conhecido, alem da necessidade de excitacao rica em
frequencias. Apesar da existencia de provas de estabilidade para os sistemas de controle
adaptativo, em [23] e [29] foi mostrado que varios algoritmos podem tornar-se instaveis
quando algumas suposicoes requeridas pela prova de estabilidade nao sao satisfeitas [6].
Uma estrutura de controle adaptativo, em geral, contem uma malha de realimentacao,
um estimador de parametros e um controlador com ganhos ajustaveis, como mostra a
Figura 3.3.
Figura 3.3: Estrutura de um Controlador Adaptativo.
A estimacao de parametros pode ser feita off-line, ou seja, apos um certo tempo os
parametros sao estimados atraves do processamento dos dados armazenados, ou a es-
timacao pode ser feita on-line, onde periodicamente os parametros sao atualizados com
base em estimativas anteriores e novos dados e, assim, esta estimacao e executada con-
correntemente com o sistema de controle.
Controle adaptativo consiste, portanto, em aplicar alguma tecnica de estimacao paraobter os parametros do modelo do processo e de seu meio a partir de medicoes de sinais
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 28
da entrada e da sada da planta, e usar este modelo para projetar um controlador [5].
A estrutura de controle adaptativo e classificada em indireta e direta. No controle
adaptativo indireto (tambem chamado de controle adaptativo explcito) os parametros da
planta sao estimadoson-linee usados para calcular os parametros do controlador. No con-
trole adaptativo direto, o modelo da planta e parametrizado em termos dos parametros
do controlador, os quais sao estimados diretamente sem calculos intermediarios envol-
vendo estimativas dos parametros da planta. E tambem chamado de controle adaptativo
implcito por ser baseado na estimacao de um modelo implcito da planta [4]. Em ambas
as estruturas, os calculos dos parametros do controlador sao feitos por leis de adaptacao.
As principais tecnicas de controle adaptativo sao: PID adaptativo, Controlador Adap-
tativo por Modelo de Referencia (MRAC - Model Reference Adaptive Controller), Con-
trolador Adaptativo por Posicionamento de Polos (APPC - Adaptive Pole Position Con-
troller), Controlador Adaptativo Auto Oscilatorio e Controlador com Ganhos Ajustaveis
(Gain Scheduling) ([4], [5] e [41]).
Devido a exigencia de parametros exatos para a aplicacao da teoria de desacoplamento
para sistemas nao lineares, faz-se necessaria a aplicacao de controladores adaptativos
robustos ao modelo desacoplado do gerador sncrono. O primeiro subsistema e referente
ao fluxo de campo e seu modelo e de grau relativo 2. O segundo subsistema e referente
ao angulo de carga e seu modelo e de grau relativo 4. Entao, podem ser usados modelos
e controladores diferentes, para cada subsistema do gerador sncrono.
3.2 Controle Adaptativo por Modelo de Referencia
O MRAC convencional usa leis integrais de adaptacao e a sada da planta segue um
modelo de referencia especificado [4]. O erro e0 entre a sada da planta e a sada do mo-
delo de referencia e utilizado por um algoritmo de adaptacao para ajustar os parametros
do controlador. Assim, a dinamica da planta e forcada a seguir a dinamica do modelo.
O algoritmo convencional apresenta problemas de estabilidade sob condicoes nao ideais e
mesmo com as modificacoes para aumentar a robustez (Apendice C) do algoritmo con-
vencional [4], em geral o transitorio e lento e oscilatorio.
O MRAC e derivado do Controle por Modelo de Referencia (MRC - Model Reference
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 29
Control). No MRC, um bom conhecimento da planta e dos parametros de desempenho
fornecem ao projetista as ferramentas necessarias para se obter o modelo, chamado de
modelo de referencia, que descreve as propriedades de entrada/sada requeridas da planta
em malha fechada. O objetivo do MRC e obter a lei de controle que modifica a estrutura
e a dinamica da planta para que suas propriedades de entrada/sada sejam exatamente
como as do modelo de referencia. A funcao de transferenciaM(s) do modelo de referencia
e escolhida para que um dado sinal de entrada r(t) leve sua sada ym(t) a apresentar a
resposta desejada da sada da plantay(t).
O controlador e escolhido tal que seus sinais sejam uniformemente limitados e a sada
da funcao de transferencia (Apendice A) da planta em malha fechada siga a sada do
modelo de referencia. Essa condicao de igualdade garante que para uma dada referencia,
o erro de sada, que representa a diferenca entre o sinal de sada da planta e a sada do
modelo, convirja a zero. A condicao de igualdade entre as funcoes de transferencia do
modelo de referencia e do sistema em malha fechada e conseguida atraves do cancelamento
de zeros da funcao transferencia da planta e substituicao dos mesmos por aqueles presentes
no modelo. O cancelamento dos zeros da planta, entao, faz com que a planta seja de fase
nao mnima (Apendice A). Se algum zero da planta estiver no semiplano direito, seu
cancelamento pode levar a sinais nao limitados.
O projeto do controlador requer o conhecimento dos coeficientes da funcao de trans-
ferencia da planta. Quando esses coeficientes sao desconhecidos, ou conhecidos com in-
certezas, o MRC nao pode ser implementado. Uma maneira de tratar com o caso dos
parametros desconhecidos e usar metodos de estimacao de parametros que substituam
os parametros desconhecidos na lei de controle, obtidos pelo metodo direto ou indireto.
Tem-se, entao, o MRAC (Figura 3.4).
O MRAC e usado em plantas com parametros incertos, sendo projetado para atender
especificacoes de desempenho definidas pelo modelo de referencia. Tradicionalmente, o
MRAC vem sendo desenvolvido em uma abordagem direta, e este e constitudo de uma
estrutura de controle parametrizada e um mecanismo de aprendizagem ou adaptacao
utilizando somente medicoes da entrada e sada da planta. Como caractersticas deste
controlador com leis integrais de adaptacao tem-se um desempenho transitorio lento,
porem em regime permanente, um sinal de controle suave. Os parametros do controlador
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 30
Figura 3.4: MRAC direto.
sao ajustados atraves do erro entre a sada da planta e a sada do modelo de referencia.
Considere uma planta linear, monovariavel, com incertezas parametricas e invariante
no tempo com funcao de transferencia
G(s) =kp np(s)
dp(s) (3.1)
sendo u o sinal de entrada e y o sinal de sada. Considere, tambem, um modelo de
referencia, que possui r como sinal de entrada e ym como sinal de sada
M(s) =kmnm(s)
dm(s) (3.2)
O objetivo e encontrar uma lei de controle u(t) para que o erro de sada e0
e0 = y ym
tenda para zero assintoticamente, para condicoes iniciais quaisquer e sinais de referencia
r(t) contnuos por partes e uniformemente limitados.
As seguintes hipoteses sao assumidas:
a. np(s) edp(s) sao polinomios monicos (Apendice A) de grau [dp(s)] =n e grau [np(s)] =
m;
b. nm(s) edm(s) sao polinomios monicos de mesmo grau relativo que a planta (em geral,
de mesmo grau que np(s) e dp(s), respectivamente);
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 31
c. A planta deve ser controlavel e observavel, ou seja,np(s) e dp(s) sao coprimos (Apendice
A);
d. kp e km (ganhos de alta frequencia) com o mesmo sinal. Em geral, kp >0 e km >0;
e. A planta e de fase mnima;
f. Somente a entrada e a sada da planta sao mensuraveis.
Como o numero de parametros da planta e igual a 2n, e os sinais disponveis sao r
e y, sao necessarios 2n 2 sinais adicionais para gerar o sinal de controle u. Utiliza-se,
entao, sinais filtrados da entrada e sada, como segue v1 = v1+ gu, v1
n1
v2 = v2+ gy, v2 n1
(3.3)
onde e escolhido tal quenm(s) seja um fator de det (sI ). O vetor regresor e definido
como
=
v1
y
v2
r
e o sinal de controle u
u= T
onde
(t) =
v1
n
v2
2n
e o vetor de parametros adaptativos [41].
Baseado nas hipoteses anteriores, segundo [4], existe um unico vetor constante tal
que a funcao de transferencia da planta em malha fechada (com u = T)) se comporte
exatamente como o modelo de referencia M(s) (condicao de matching). Obviamente
somente pode ser conhecido se a planta for conhecida, o que e bastante difcil na
pratica. Quando isto nao e o caso, (t) e adaptado ate que e0(t) 0 quando t e,
eventualmente sob alguma condicao de riqueza de sinal, (t) .
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 32
Seja
A b hT
uma realizacao mnima da planta, e x n o respectivo vetor de
estado. Entao, a planta com os filtros podem ser representados como xc= A0xc+ b0uy = hTcxc (3.4)
onde
xc=
x
v1
v2
, xc 3n2, A0 =
A 0 0
0 0
ghT 0
, b0 =
b
g
0
, hTc =
hT 0 0
Nota-se que = xc+ brr com
=
c
0
c=
0 I 0
hT 0 0
0 0 I
br =
0
0
0
1
Tem-se, entao,
xc= Acxc+ bc
2n
u T
+ bcr
y = hTcxc
(3.5)
onde Ac = A0+ b0Tr c,
Tr =
1 . . .
2n1
, xc
3n2, bc =
2nb0 e
2n =
km
kp>0.
Ac bc hTc
e uma realizacao nao mnima e estavel de M(s) [6], ou seja, o modelo
de referencia pode ser representado como xcm=Acxcm+ bcr, xcm
3n2
ym=hTcxcm
(3.6)
Definindo o vetor de erro por e= xm xcm, tem-se a seguinte equacao do erro
ecm=Ace + bc
2n
u T
e0 = h
Tce
(3.7)
e, na forma entrada/saida
e0 = 1
2nM
u T
(3.8)
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 33
Considere um polinomio L(s) de grau N = n 1, de forma que M(s)L(s) seja
Estritamente Real Positivo (ERP). Seja um sinal auxiliar, interpretado como predicao do
erroe0 [64],
ya = M L2n+1
L1u TL1
(3.9)
onde 2n+1 e sao estimativas para
2n1 e (parametros de matching), respectiva-
mente. O erro aumentado e definido como
ea= (y ym) ya= e0 ya (3.10)
Em [65] foi proposta uma modificacao em ya
, com a intencao de tornar o sistema
adaptativo globalmente estavel. Tem-se, entao,
ya=M L
2n+1
L1T TL1
+ ea
L1T
L1
, >0 (3.11)
As seguintes leis integrais de adaptacao sao utilizadas para atualizar (t) e 2n+1(t)
= ea
L1
(3.12)
2n+1=ea
L
1T TL
1
(3.13)
A Tabela 3.1 resume o algoritmo de um controlador MRAC convencional.
O algoritmo MRAC para ser globalmente estavel (Apendice B) na presenca de per-
turbacoes necessita da introducao de normalizacao, o que pode levar os transitorios de
adaptacao a serem demasiadamente lentos. Mesmo com a excitacao rica em frequencias,
a qualidade do transitorio de adaptacao (quando esta distante de ) nao e uniforme
e a convergencia dos paramentros adaptativos e muito lenta. Apesar do comportamento
transitorio nao ser totalmente aceitavel, em algumas situacoes, o sinal de controle e suave,
tornando-o adequado para a condicao de regime permanente.
3.3 Sistemas com Estrutura Variavel
A teoria de modos deslizantes em sistemas com estrutura variavel [39] tem sido uti-
lizada em sistemas de controle. Neste metodo, as funcoes de chaveamento das variaveis
de controle devem ser projetadas de modo a restringir a dinamica do sistema a uma su-
perfcie deslizante no espaco de estado. Assim, as trajetorias do sistema tendem a alcancar
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 34
Tabela 3.1: Algoritmo do controlador MRAC convencional.
Inicializacao de variaveis:Constantes: g, ,
Variaveis: (0), 2n+1(0), (0), ym(0), ea(0), ya(0)
Composicao do vetor regressor :
v1 = v1+ gu
y = Gu
v2 = v2+ gy
r
Calculo do erro de sada e0:
ym = Mr
e0 = y ym
Calculo do erro de predicao ya:
2n+1 = eaL1T TL1
ya = ML
2n+1L1T TL1
+ ea
L1
TL1
Calculo do erro aumentado ea:
ea = e0 ya
Calculo do vetor de parametros adaptativos:
= eaL1
Calculo do sinal de controle u:
u = T
e manter-se na superfcie de deslizamento, tornando-se, entao, insensveis as incertezas da
planta.
As principais caractersticas de um controle adaptativo com estrutura variavel sao a
rapidez no transitorio e a robustez a variacoes parametricas e perturbacoes, dentro de uma
certa faixa de tolerancia. Contudo, tem tambem como caracterstica, um chaveamento
em alta frequencia no sinal de controle e, ou em variaveis onde este metodo e aplicado,
fenomeno conhecido como chattering.
Em seguida e apresentada, resumidamente, a teoria para sistemas com estrutura
variavel.
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Captulo 3. Controlador Adaptativo Robusto 35
3.3.1 Descricao Geral
Para as demonstracoes sera considerado o seguinte sistema de segunda ordem x1 = x2x2 = a1x1+ a2x2+ u (3.14)
com a1 e a2 conhecidos com incertezas.
Define-se uma superfcie de chaveamento scomo
s=
x R2 | s(x) =cx1+ x2 = 0, c >0
(3.15)
na qual deseja-se que permanecam as variaveis de estado x1 e x2 (dinamica do sistema).
Deve ser satisfeita a condicao ss < 0 para se ter o comportamento ilustrado na Figura
3.5.
Figura 3.5: Superfcie de deslizamento em um sistema com estrutura variavel.
Em um problema de estabilizacao deve-se ter: limt
x1(t) = 0 e limt
x2(t) = 0.
Utiliza-se u(x) = 1x1+ 2x2 de forma que
u(x) =
u
+(x), se s(x)> 0
u(x), se s(x)< 0(3.16)
Obtem-se a convergencia das trajetorias para s(x) = 0 com
1= 1sgn(sx1) , 1 > |a1|
2= 2sgn(sx2) , 2 > |c + a2|(3.17)
Os valores dos parametros determinam a rapidez com que a trajetoria atinge a
superfcie de deslizamento.
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Desta forma, o sistema torna-se
x= f
+(x), se s(x)> 0
f(x), se s(x)< 0 (3.18)
tendo como condicao de deslizamento
s(x) s(x)< 0 (3.19)
Pode-se interpretar a condicao de deslizamento como a derivada (negativa) da funcao1
2s(x)2, que e uma medida da distancia a superfcie de deslizamento s(x) = 0.
Se a condicao de deslizamentos(x) s(x)< 0 e satisfeita em uma vizinhanca des(x) =0, os campos vetoriais representados por f+(x) e f(x) apontam para esta superfcie e,
portanto, se uma trajetoria alcanca s(x), e forcada a permanecer (deslizar) sobre esta.
3.4 Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia
e Estrutura Variavel
Uma alternativa para melhorar o desempenho transitorio e a robustez consiste na
utilizacao de estrutura variavel combinada com controle adaptativo. E neste contexto
que se encontra o Controlador Adaptativo por Modelo de Referencia e Estrutura Variavel
(VS-MRAC - Variable Structure Model Reference Adaptive Controller), que utilizou a
estrutura do controle por modelo de referencia do MRAC, com medicoes apenas da entrada
e sada da planta, e leis chaveadas para o sinal de controle. O VS-MRAC e robusto a
variacoes parametricas da planta e perturbacoes, apresentando um transitorio rapido e
poucas oscilacoes como pode ser visto em [34], [35], [36] e [38].
Considerando a existencia de incertezas parametricas, perturbacoes, alto grau de aco-
plamento, nao linearidades e variacoes parametricas no sistema a ser controlado (Apendice
C) nesta dissertacao, um controlador adaptativo robusto pode ser usado para levar o sis-
tema de potencia a um bom desempenho transitorio e em regime permanente.
O VS-MRAC foi desenvolvido em [34] com o intuito de se ter um controlador que
tornasse o sistema em malha fechada robusto em relacao as incertezas parametricas,
disturbios externos e dinamica nao modelada, e com um desempenho transitorio me-
lhor que os algoritmos baseados em identificacao de parametros. Esta solucao usou a
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estrutura do MRAC [4] com a substituicao das leis integrais de adaptacao por leis cha-
veadas a estrutura variavel [39]. Isto leva o erro de sada e0(t) = 0 para uma superfcie
deslizante no espaco de estado do erro do sistema.
O algoritmo para plantas de ordem superior a 1, assim como a prova de estabilidade,
podem ser encontradas nos trabalhos [35], [37] e [38]. No caso de plantas com grau relativo
n maior que um, e necessaria a introducao de uma cadeia de erros auxiliares ei e duas
cadeias de parametros auxiliares i ei para que seja possvel o rastreamento do modelo
de referencia [35].
No algoritmo original, os erros auxiliares ei sao definidos em funcao de controles equi-
valentes em modos deslizantes. Entretanto, em uma implementacao pratica, eles sao
substitudos pelos sinais de controle medios obtidos atraves de filtros com uma constante
de tempo suficientemente pequena.
O algoritmo apresentado em [35] foi modificado em [36], o que reduziu o numero de
reles e possibilitou a obtencao de um algoritmo mais simples. Esse algoritmo foi chamado
de VS-MRAC compacto, sendo este, o algoritmo usado nesta dissertacao. Na Figura 3.6,
e mostrado o diagrama de blocos do VS-MRAC compacto.
Figura 3.6: Diagrama de Blocos do VS-MRAC para plantas com grau relativo maior que 1.
Como no MRAC, para grau relativo maior que um, nao e possvel escolher M(s) ERP.
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Portanto e necessario usar um polinomio
L(s) =L1(s)L2(s) . . . LN(s)
tal queM(s)L(s) seja ERP, onde Li(s) =s + i, i >0, (i= 0, . . . , N ). A introducao dos
seguintes vetores de sinais filtrados sao necessarios
i= (Li+1 . . . LN)1
, i= 0, 1, . . . , N 1
N=(3.20)
i= (Li+1 . . . LN)1
u, i= 0, 1, . . . , N 1
N=u(3.21)
O sinal adicional ya em 3.9 e redefinido e, utilizando a nomenclatura dada em 3.20 e
3.21, resulta em
ya=M L2n+1
0 T0
(3.22)
Define-se os seguintes sinais
ui= Tii, i= 0, 1, . . . , N
ui =i i
Tnomi
, i= 0, 1, . . . , N 1
ui=u
i u
i, i= 0, 1, . . . , N 1
uN= u
N
u= uN+ unom
e
unom= Tnom (3.23)
onde nom 2n e um vetor de parametros nominais obtidos do modelo nominal da
planta, onde idealmente nom= .
Baseado nas definicoes realizadas e manipulando-se a equacao 3.22, obtem-se um novo
formato para a predicao do erro
ya= nomM L
u0 L1uN
(3.24)
com nom sendo o valor nominal para =
1
2n. A definicao dos parametros do contro-
lador e dada por
> || = nom
nom ij >
j j,nom , i= 1, . . . , N 1, j= 1, . . . , 2nN j >
j j,nom , j = 1, . . . , 2n(3.25)
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onde = + 1 e kappa= 12n . Para finalizar, deve-se definir as funcoes de modulacaofi
e a lei de controle u
fi = i Tnomi + 2n
j=1
Ti,j |i,j| , i= 0, 1, . . . , N 1
fN=TN |N|
(3.26)
ui= fisgn(e
i) , i= 0, 1, . . . , N
u= unom uN(3.27)
As leis de adaptacao a estrutura variavel sao escolhidas de forma que os erros auxili-
ares ei
(i = 0, 1, . . . , N ) tornem-se modos deslizantes em um tempo finito. Os controles
equivalentes (ui)eq sao obtidos assintoticamente de ui por meio de um filtro passa-baixa
F1 com frequencia de corte suficientemente elevada.
A malha de realimentacao do algoritmo do VS-MRAC e interpretada como uma serie
de Nfiltros em avanco a estrutura variavel, cuja funcao consiste em obter a condicao de
matching. Estes filtros sao necessarios devido a introducao do sinal adicional