marcondes neto no brasil econômico - 02/07/2015 - p. 31
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Ações da PDG ON (em R$)
1/730/629/626/624/6
0,36
0,380,37
0,36
0,39
Grécia no sufoco entre o sim e o nãoPensionistas gregos tentam entrar em agência bancária, um dia após o país deixar de pagar uma parcela ao FMI. O primeiro-ministro Alexis Tsipras fez pronunciamento na TV pedindo que a população diga não aos termos do resgate proposto pela UE. P23
CÂMBIO
Dólar sobe com saída de recursosA moeda americana fechou ontem cotada a R$ 3,145, uma alta de 1,16%, refl etin-do o movimento de fuga de capitais. Apenas nos dois úl-timos meses saíram US$ 11,64 bilhões pela conta fi nanceira da balança comercial. P20
VAREJO
Perdigão volta às prateleirasEnquanto relança produtos das categorias presunto, apre-suntado, linguiça defumada e cortes suínos, a BRF planeja expandir a presença da mar-ca pernambucana em regiões do exterior onde a empresa já tem distribuição. P14
Popularidade de Dilma cai para 1 dígito
GOVERNO
Apenas 9% dos eleitores acham que a presidenta Dil-ma realiza um governo ótimo ou bom. Outros 21% consi-deram seu governo regular, mostra pesquisa CNI/Ibope. O resultado sinaliza que cerca de 40% dos eleitores de Dilma estão insatisfeitos. P4
Conta mais cara faz consumidor cortar gasto com energiaO consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, como r e fl exo do aumento de tarifas. A queda foi puxada pelas regiões Sul e Sudeste, onde o reajuste médio este ano chega a 40%. No Nordeste, com alta de preços de 7%, a demanda das famílias permanece em alta. No geral, a venda de energia caiu 1,5%, em relação a igual mês do ano passado. P11
Pagamos conta mais alta devido à inefi ciência do estado de gerar energia. P15
NADJA SAMPAIOBoa parte da crise resulta de temas tratados de forma inadequada no passado. P7
CARLOS THADEUExecutiva renuncia após ser presa por entrar no Japão com remédio controlado. P13
TOYOTA
Louisa Gouliamaki/ AFP
EconomicoBrasilINDICADORES
brasileconomico.com.br
PUBLISHER RAMIRO ALVES . CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA . EDITORA CHEFE SONIA SOARES . QUINTA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2015 . ANO 6 . Nº 1.462 . R$ 3,00
No index Ser ou não ser
Crise hídrica sai decena, mas aindaafeta orçamentos
Chegou a hora doBrasil focar no queé prioritário?
Retração nãoafasta brasileiro demercado de luxo
Um senador aliado do governo não entendeu aconversa do presidente Lula com o PMDB naterça-feira. Há uma semana, ele reuniu omesmo grupo para criticar o governo, alfinetarministros e falar de dificuldades. Nesta, pediucompreensão, o esquecimento de mágoas eapoio à presidente Dilma para o bem do país."Não entendi", resumiu o político. Como oex-presidente é um mestre do cálculo político,há grande curiosidade a respeito daquilo quefez Lula mudar de opinião.
É incompatível coma atual situaçãoeconômica do Brasil,é insustentável doponto de vista fiscale injusto do ponto devista social
Segundo a percepção das empresas estrangeirasde petróleo, a recepção ao projeto de José Serraque retira a exclusividade da Petrobras naexploração do pré-sal demonstra que a propostatem apoio da maioria dos senadores e da própriaestatal. O debate realizado no plenário do Senadona terça-feira teria deixado claro que, a exemplodo presidente Lula, os parlamentares precisamapenas de um bom motivo para aprovar o texto.Como grandes interessadas, as empresasmonitoram de perto sua tramitação.
O presidente da CNI, RobsonBraga, entrou na blacklist doPalácio do Planalto na categoriaadversário. A última pesquisa doIbope para a confederação coma má notícia da popularidade deDilma de um dígito foi a gotad'água. Confirmou diagnósticode conselheiros da presidentede que a representaçãopatronal é ruim.
Não faz parte dos planos deMichel Temer deixar acoordenação política, ainda que,mesmo no PMDB, exista quemdefenda sua saída como forma dese autopreservar. Sem o apoio daCasa Civil no cumprimento decompromissos políticos nãovaleria a pena continuar. Para ele,o papel de salvador da pátria éobviamente o mais conveniente.
“
Aderrota sofrida pelo governo, no Senado, com a aprovação de aumento médio de 59,5% para os servidores do
judiciário desgastou ainda mais a difícil relação entre o PT e o PMDB no Senado. No partido do governo, reclamava-se
que a bancada ficou sozinha na defesa da negociação de proposta alternativa capaz de amortecer o impacto antiajuste
fiscal. Entre os pemedebistas, a culpa pelo tropeço era atribuída à Casa Civil, acusada de deixar tudo para a última hora.
A velha fórmula de ceder à aprovação de um projeto ou medida provisória numa seguida de veto acoplado a nova proposta é
considerada a pior possível. Expõe a presidente a uma negociação em desvantagem e sob ameaça de derrubada do veto.
O Ibovespa fechou em queda de 0,61%, a 52.757 pontos, terminando asessão no menor patamar desde 1º de abril. O volume financeironovamente ficou abaixo da média do ano, totalizando R$ 5,8 bilhões.
NelsonBarbosa, ministro doPlanejamento, criticando ao aumentodo Judiciário aprovado pelo Senado aser vetado pela presidente
É revoltante saber que estenovo aumento da energia em SãoPaulo se deve à crise hídrica docomeço do ano. Outra vez apopulação arca pela falta deplanejamento dos setoresresponsáveis. Será que teremosque passar outra vez por estasituação em 2016? O assunto saiude cena nos noticiários, mascontinua impactando nas contas.
O país deveria aproveitar adiscussão sobre a maioridadepenal e unir forças para melhoraro sistema que abriga os menores.Não podemos nem usar a palavraacolhe porque, em geral , asinstituições são depósitos que sóretiram os jovens das ruas. Acolher,reequilibrar e desenvolver sãoações fundamentais para quemestá excluído da sociedade.
Brasileiro gasta como se nãohouvesse amanhã, independentede classe social. Enquanto fatiasmenos privilegiadas investem emalimentação e lazer, o mercado deluxo do país continua firme,apesar da crise generalizada.Marcas internacionais ainda sãocobiçadas mesmo que os seusprodutos sejam infinitamentemais caros do que no exterior.
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OLHAR DO PLANALTO
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cia
PT
FernandaCorreiaSão Paulo, SP
RubensSampaioSão Paulo, SP
LuisBastosRio de Janeiro, RJ
TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA
▲ Dólar comercial (R$ / US$) 3,1443 3,1450
▲ Euro (R$ / E) 3,4751 3,4768
JUROS META EFETIVA
■ Selic (ao ano) 13,75% 13,65%
BOLSAS VAR. % ÍNDICES
▼ Bovespa - São Paulo -0,61% 52.757,54
▲ Dow Jones - Nova York 0,79% 17.757,91
▲ FTSE 100 - Londres 1,34% 6.608,59
2 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Aprovado relatório preliminar da LDOA Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou ontem o relatório
preliminar ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
O texto considera que as projeções para o Orçamento de 2016
refletem “um quadro de desaceleração econômica, crescimento da
inflação e aperto monetário, antevendo uma melhoria do cenário a
partir de 2016”. ABr
As recentes derrotas do governoem votações no Congresso de me-didas que propõem aumento degastos públicos acenderam um si-nal de alerta no Palácio do Planal-to. Em menos de uma semana, abase aliada do governo contabili-zou seguidas derrotas em vota-ções de “pautas-bomba” para ascontas públicas. Entre elas, a apro-vação na terça-feira, pelo Senado,do reajuste de 59,5% a servidoresdo Judiciário, medida que custaráaos cofres públicos, em quatroanos, cerca de R$ 25,7 bilhões.Não por acaso, ontem, o ministrodo Planejamento, Nelson Barbo-sa, adiantou que a presidenta Dil-ma Rousseff deverá vetar o aumen-to e indicar uma alternativa queenvolva todos os poderes. Em via-gem aos EUA, onde acompanha acomitiva presidencial, Barbosaconsiderou a proposta como “in-defensável do ponto de vista so-cial e fiscal” e frisou que o reajusteaprovado pelo Congresso aumen-tará “ainda mais” a diferença en-tre os salários dos servidores do Ju-diciário e carreiras similares doExecutivo. “Atualmente já há umganho a maior de até 60% em fa-vor do Judiciário. Com a proposta,essa diferença subiria para170%”, disse o ministro, via asses-soria de imprensa.
Em São Francisco, a presidentaDilma comentou que a aprovaçãopelo Congresso do reajuste seria“lamentável” em função da neces-sidade do governo em cortar gas-tos para conseguir cumprir a me-ta de superávit primário de 1,1%do Produto Interno Bruto (PIB),mas evitou indicar, de forma cla-ra, se vetaria ou não a propostaaprovada no Senado. “É insusten-tável para um país como o nosso,em qualquer circunstância, dar ní-veis de aumento tão elevados (de59,5%)”, disse Dilma. A presiden-ta mencionou que a maior preocu-pação do governo, no momento, éassegurar o ajuste fiscal, e afir-mou que derrotas no Congressosão vistas com naturalidade.
“Como estamos na democraciaé assim: tem dia que você ganha etem dia que você perde. Mas nósainda teremos oportunidades deavaliar como vai ser a questão do
aumento (do Judiciário). Agora,de fato, (essa medida) comprome-te o ajuste fiscal”, contou.
Mas não é só a aprovação doreajuste do Judiciário que tem tira-do o sono do governo. Na semanapassada, o Planalto também foiderrotado na votação pela Câma-ra que estendeu a regra de corre-ção do salário mínimo acima da in-flação a todos os aposentados epensionistas do INSS. Caso entreem vigor ainda este ano, a medidacustaria aos cofres da PrevidênciaSocial cerca de R$ 4,6 bilhões. Apartir de 2016, no entanto, o gastoaumentaria para cerca de R$ 9,2bilhões por ano. O governo aindaespera derrotar a medida no Sena-do, mas já admite que, se não hou-ver acordo, o desfecho deverá sermesmo o veto presidencial. “Daforma como a proposta foi aprova-da pela Câmara, a presidenta veta-ria, porque não caberia nas contaspúblicas neste ano”, frisou um as-sessor presidencial.
Também entrou no radar do Pa-lácio do Planalto a discussão, quedeverá chegar ao Senado nas pró-ximas semanas, do reajuste pedi-do por servidores do MinistérioPúblico da União e do ConselhoNacional do MP. Eles querem osmesmos 59% de reajuste que fo-ram concedidos aos servidores doJudiciário da União, na votação doSenado de terça-feira. A ideia dogoverno é tentar atrasar ao máxi-mo a votação no Congresso e ofere-cer à categoria um reajuste em li-nha ao que foi apresentado aos de-mais servidores do Executivo ci-vil. Ou seja, um reajuste de 21,3%escalonado em três anos, a partirde 2016.
O presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB-AL) já avi-sou que, se governo e sindicalistasnão chegarem a um acordo, porá oassunto em votação.
Também tem sido motivo depreocupação da articulação políti-ca do governo a negociação com
os senadores do projeto de lei quepropõe a reversão parcial da deso-neração da folha de salários. A me-dida que foi aprovada na Câmaraganhou substitutivos do relatordo projeto, deputado LeonardoPicciani (PMDB-RJ), que redu-zem de R$ 12,5 bilhões para me-nos de R$ 9 bilhões a possibilida-de de arrecadação para o governo.Porém, a ordem no Palácio do Pla-nalto é votar a medida da formacomo ela foi proposta, para quepossa entrar em vigor “o mais rápi-do possível”. “Cada mês de atrasona aprovação da desoneração dafolha, o governo perde cerca deR$ 1 bilhão em receitas”, disseuma fonte do Planalto.
Caso não consiga vencer essasvotações, a presidenta Dilma jáavisou que vetará qualquer proje-to que ponha em risco o ajuste fis-cal. Nem a queda da popularidadeserá um problema, avisou um in-terlocutor da presidenta: “É preci-so assegurar o ajuste fiscal”.
Divulgação
Deco [email protected]
BRASIL
Brasília
PERDAS DO AJUSTE
Editor: Paulo Henrique de [email protected]
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EdilsonRodrigues/AgênciaSenado
Pautas-bomba no Congressopõem em risco o ajuste fiscal
R$25,7biGastoprevistocomreajusteaosservidoresdoJudiciárioemquatroanos.
R$4,6biGastoadicionalem2015comoreajustedosaláriomínimoatodososaposentados.
R$3biPrejuízoqueUniãopodetercasoumnovoindexadordadívidadosestadosemunicípios jápasseavalerem2015.
ORÇAMENTO
SessãoplenáriadoSenado:reajusteaprovadoparaoJudiciário jáestásendopleiteadopelosservidoresdoMinistérioPúblicodaUnião
Nelson Barbosa, dos EUA, já adiantou que a presidenta Dilma deverá vetar reajuste de 59,5% aprovado pelo
Senado para servidores do Judiciário. Medida custará aos cofres públicos mais de R$ 25 bilhões em quatro anos
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 3
A nova Pesquisa CNI-Ibope deAvaliação do Governo DilmaRousseff, divulgada ontem, sina-liza que cerca de 40% dos eleito-res que votaram na petista para aPresidência, no segundo turnodas eleições de novembro, po-dem estar insatisfeitos ou muitoinsatifeitos com seu governo. Apesquisa do Ibope revela que, demaneira segmentada, a queda depopularidade da presidenta foimaior entre as pessoas com me-nor grau de instrução e na RegiãoNordeste — dois segmentos ondeDilma teve ampla votação emsuas duas eleições.
De acordo com o Ibope, a pes-quisa — realizada com 2.002 entre-vistados entre os dias 18 e 21 de ju-nho, em 141 municípios — mostraa pior avaliação de um presidentedesde julho de 1989, quando ape-nas 7% avaliaram o governo JoséSarney como Ótimo ou Bom.
Agora em junho, apenas 9%acham que a presidenta Dilma rea-liza um governo Ótimo/Bom. Ou-tros 21% consideram seu governoRegular. A soma de Ótimo/Bomcom Regular dá 30% da amostra.Como Dilma teve 51,65% dos vo-tos válidos no segundo turno, épossível supor que cerca de 21%do eleitorado (equivalente a 40%dos que votaram em Dilma) consi-deram seu governo Ruim ou Péssi-mo. Na pesquisa do Ibope, o totalde entrevistados que avaliaram ogoverno Dilma como Ruim/Péssi-mo é de 68%.
A pesquisa CNI-Ibope mostraque, entre os entrevistados que afi-raram ter votado em Dilma na últi-ma eleição, houve forte queda naavaliação da petista. Em dezem-bro de 2014, 63% disseram queseu governo, no final do primeiromandato, era Ótimo ou Bom; emjunho, esse percentual despencoupara apenas 19%.
Confirmando o que já foi mos-trado pela última pesquisa Datafo-lha, a enquete CNI-Ibope apontaque a presidenta vem perdendo ra-pidamente popularidade entre tra-
dicionais grupos de eleitores doPT. Na segmentação por nível deeducação, a maior perda de Dilmase dá entre os eleitores com escola-ridade até a 4ª série do Ensino Fun-damental: o percentual de Ótimo/Bom caiu de 18%, em março, paraapenas 13% em junho; e o totalque confia em Dilma recuou 9 pon-tos percentuais (p.p.), para 24%.
Na Região Nordeste, tradicio-nal basião eleitoral do PT desde aprimeira eleição de Lula em 2002,o total de avaliação Ótimo/Bomdo atual governo caiu 5 p.p., para13%; e a confiança na presidentaDilma recuou de 34% para 28%. Apior avaliação regional de Dilmase dá no Sudeste, onde o governoda presidenta petista tem apenas8% de Ótimo/Bom e somente14% confiam na mandatária.
Um dado curioso da pesquisamostra que a popularidade de Dil-ma cresce à medida que o entrevis-tado tem mais idade. Apenas 6%dos que têm de 16 a 24 anos avalia-ram bem o governo. Esse percen-tual cresce para 9% na faixa de 25a 44 anos; vai a 11% entre os de 45a 54 anos; e atinge 14% entre oscom mais de 54 anos.
De acordo com o Ibope, a apro-vação do eleitorado à gestão do go-verno Dilma na área econômicavem se deteriorando fortementedesde o fim de seu primeiro man-dato. Apesar de a geração de em-pregos ter sido um dos trunfos elei-torais das três gestões do PT no Pla-nalto, o item “Combate ao desem-prego” foi o que teve pior quedana avaliação. Na pesquisa de de-zembro, 54% desaprovavam a ges-tão do governo; em junho, esse nú-mero saltou para 83%.
Outros dois itens tiveram maisde 20 p.p. de aumento da avalia-ção negativa: “Taxa de juros” (pas-sou de 68% em dezembro para90% em junho) e “Combate à fo-me e à pobreza”, marca registradados governos petistas (de 43% a68%, no mesmo período). Os de-mais itens econômicos da pesqui-sa também tiveram mais desapro-vação: “Combate à inflação” (de69% a 86%) e “Impostos” (de72% a 90%).
BRASIL
Paulo Henrique de [email protected]
Eleitores deDilma cada vezmais reprovamseu governo
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Nova pesquisa CNI-Ibope mostra perda de
popularidade em redutos eleitorais petistas
Piores momentos de cada presidentePeríodo pós-ditadura militar
Desaprovação do governona gestão da economia
Comparação do governo Dilma com oprimeiro mandato
José Sarney(jul/1989)
Fernando Collor(ago/1992)
Itamar Franco(jan/1994)
FHC - 1º mandato(mai/1998)
FHC - 2º mandato(jul/1999)
Lula - 1º mandato(set/2005)
Lula - 2º mandato(set/2007)
Dilma - 1º mandato(jun/2014)
Dilma - 2º mandato(jun/2015)
PESQUISA CNI-IBOPE
AVALIAÇÃO DOGOVERNO DILMA
Avaliação de quem votouna presidenta em 2014Consideravam o governo ótimo/bom
Em DEZ/2014
Em JUN/2015
JUN2015MAR2015DEZ20-14SET2014JUN2014MAR2014NOV2013SET2013JUL2013JUN2013MAR2013
Ruim/Péssimo Ótimo/bom
Impostos
Combate à fomee à pobreza
Combateà inflação
Combate aodesemprego
Taxa de juros
DEZ/2014MAR/2015JUN/2015
MAR/2015JUN/2015
Pior
Igual
Melhor68%
4%3%
18%14%
76%82%
89%90%
54%79%
83%
69%
43%64%
72%90%90%
68%
84%86%
64% 7%
12%
16%
29%
48%
31%
9%
12%
33%
68%
59%
40%
26%
52%
32%
18%
33%
Confiança na presidenta
JUNMAR2015DEZSETJUNMAR2014NOVSETJULJUNMAR2013
75%
63%68%
63%19%
21%
9%
29%
7%
78%
20%22%
Não confia
Confia
Ótimo/bom
Ruim/péssimo
Regular
4 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Produção aumenta 10,2% em maioA produção de petróleo aumentou 10,2% em maio, na comparação
com igual mês de 2014. Em relação a abril, o acréscimo foi de 0,7%.
A produção de gás natural cresceu também 10,2% sobre maio do ano
passado, mas registrou queda de 1,3% comparado a abril. Os dados
foram divulgados ontem pela Agência Nacional de Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP). ABr
Divulgação
Em seu quinto e último dia de via-gem pelos Estados Unidos, a presi-denta Dilma Rousseff chegou on-tem à sede do Google, em SãoFrancisco, a bordo de um carro au-tônomo desenvolvido pela empre-sa e que não necessita de motoris-ta. Ao desembarcar e ser recepcio-nada pelo presidente-executivodo Google, Erick Schmidt, a presi-denta brincou: “Eu acabei de des-cer do futuro”. Ela disse que ficou“enormemente impressionada”com o avanço tecnológico do veí-culo que a conduziu ao complexoda empresa do Vale do Silício.
Em reunião com Schmidt ecom altos executivos do Google, apresidenta expressou sua vontadede que a internet seja levada aáreas ainda desconectadas no ter-ritório nacional. “Estamos tentan-do equalizar o problema da comu-nicação na Amazônia”, disse Dil-
ma, em pronunciamento em SãoFrancisco, cidade onde ela chegouna terça-feira à noite, depois decumprir agenda oficial em Wa-shington, com o presidente dos Es-tados Unidos, Barack Obama. Sch-midt, por sua vez, expressou, emcomunicado, sua intenção de am-pliar o centro de engenharia doGoogle em Belo Horizonte. “Éuma visita muito oportuna, duassemanas antes de comemorarmosnosso décimo aniversário no Bra-sil”, disse o executivo.
Ontem pela manhã, antes da vi-sita ao Google, Dilma foi recebidapela presidente da Universidadeda Califórnia, Janet Napolitano, epelo reitor da Universidade de Ber-keley, Nicholas Dirks. A reuniãoteve como objetivo a ampliação deparcerias na área da educação e ointercâmbio de pesquisadores en-tre instituições dos dois países.
Os ministros da Educação, Re-nato Janine Ribeiro, e da Ciência,Tecnologia e Inovação, Aldo Rebe-
lo, além de representantes daCoordenação de Aperfeiçoamen-to de Pessoal de Nível Superior (Ca-pes) e do Conselho Nacional de De-senvolvimento Científico e Tecno-lógico (CNPQ), também participa-ram da reunião. O ministro Rebe-lo afirmou que há um interesse doBrasil em promover a expansão doprograma de pesquisa e formaçãode brasileiros nas universidadesamericanas nas áreas de engenha-ria, biotecnologia, algoritmo e al-gumas outras carreiras de interes-se do país.
Segundo Aldo Rebelo, a reu-nião foi construtiva e houve a de-monstração da parte da comitivade que professores, pesquisadorese estudantes dos Estados Unidosestejam presentes em centros einstitutos de universidades brasi-leiras. Ele afirmou que Janet Napo-litano já tinha conhecimento da“presença brasileira nas universi-dades americanas e demonstroutoda boa vontade e todo interesse
em colaborar para que o Brasil am-plie a sua presença e que seja tam-bém ampliado o intercâmbio”, ob-servou o ministro.
Após os compromissos, a presi-denta participou de um almoçooferecido pela ex-secretária de Es-tado dos Estados Unidos Condo-leezza Rice. Dilma também con-versou e posou para fotos comCondoleezza na Universidade deStanford, onde a ex-secretária daadministração de George W. Bushé professora de Ciência Política.
A agenda presidencial de on-tem incluía, ainda, uma reuniãono SRI International, o antigo Ins-tituto de Pesquisa da Universida-de de Stanford, hoje um dos maisimportantes centros de excelên-cia na área de inovação do mun-do, onde estava previsto que Dil-ma fosse recebida pelo presidenteda entidade, o PhD em Astrono-mia, Bill Jeffrey. Em seguida, se-gundo o Palácio do Planalto, a pre-sidenta teria outra reunião, destavez com empresários do setor ae-roespacial. A última agenda de Dil-ma pelos Estados Unidos, antesdo retorno ao Brasil, foi uma visitaao Centro de Pesquisas da NASA.
A visita da presidenta a NovaYork (onde encontrou empresá-rios e investidores), Washington(para visita de Estado e reuniãocom o presidente Barack Obama)e São Francisco visam estreitar asrelações entre os dois países, umano e dez meses depois que Dilmacancelou sua viagem, após denún-cias de espionagem da agência desegurança dos EUA, a NSA.
Eduardo [email protected]
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Dilma pede ao Googleinternet na AmazôniaEm seu último dia nos Estados Unidos, presidenta visitou universidades e Centro de
Pesquisa da Nasa na Califórnia, para buscar parcerias em educação e tecnologia
PETRÓLEO
DilmachegouàsededoGoogle,noValedoSilício,abordodocarroautônomodaempresa:“Euacabeidedescerdofuturo”,disseela
Viagem presidencial,que incluiu visita deEstado à Casa Branca,acontece um ano edez meses depois queo Planalto cancelou idade Dilma aos EstadosUnidos, após denúnciasde espionagem da NSA
Em reunião comexecutivos do Google,presidenta expressousua vontade deque a internet sejalevada a áreas aindadesconectadas doterritório nacional,como a Amazônia
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 5
A Comissão Especial da Câmarados Deputados que analisa mudan-ças no Supersimples aprovou on-tem a possibilidade de inclusãodos fabricantes de cervejas, cacha-ças, vinhos e licores artesanaisnesse regime. O texto ainda preci-sa passar pelo plenário da Casa an-tes de seguir para o Senado e o Exe-cutivo. A inclusão veio depois deum movimento organizado pelaAbracerva (Associação Brasileirade Cervejas Artesanais), cujos di-retores estiveram ontem em Brasí-lia para acompanhar a apreciaçãoda proposta.
O texto aprovado é um relató-rio final elaborado pelo deputadoJoão Arruda (PMDB-PR), aprova-do na forma de substitutivo ao pro-jeto original. O relatório tambéminclui a possibilidade de trabalha-dores rurais autônomos (como tra-toreiros e semeadores) serem in-cluídos na categoria de microem-preendedores individuais (MEI).Segundo o relator, a proposta fazcom que 90% das empresas dopaís possam aderir ao programa.O ministro da Secretaria da Microe Pequena da Presidência da Repú-blica, Guilherme Afif Domingos,esteve presente à reunião e disseque a proposta aprovada tem
apoio do governo.O substitutivo também eleva
os valores para enquadramentodas empresas no regime tributá-rio do Supersimples. No caso dasmicroempresas, o limite de recei-ta bruta anual passa de R$ 360 milpara R$ 900 mil. Para as pequenasempresas, o teto é elevado de R$3,6 milhões para R$ 14,4 milhões.O relator também propôs mecanis-mos para o acesso dessas empre-sas ao mercado internacional, oaumento do prazo de parcelamen-to de débitos de 60 para 120 parce-las e a simplificação das tabelas deenquadramento das pequenas emicroempresas. Hoje, existe umatabela para o setor industrial, ou-tra para o comércio e quatro para aárea de serviços. Arruda pretendeque passem a existir apenas duaspara serviços. “Com isso, elimina-se circunstância que, na prática,inibe o crescimento dos partici-pantes do Simples Nacional ou,pior, enseja ‘crescimento lateral’,isto é, uma mesma micro ou pe-quena empresa; em vez de cres-cer, segrega-se em outras de mo-do a não avançar nas atuais faixascumulativas do Simples Nacio-nal”, justificou.
A situação dos produtores arte-sanais, principalmente de cerve-ja, ganhou destaque depois que en-trou em vigor a Lei 13.097/2015,em maio, que alterou a tributaçãodo produto. Microcervejeiros ale-gam que a alteração aumentava ex-cessivamente a tributação em seumercado específico, ao se pautarpela situação apenas das grandesempresas do setor.
A balança comercial do país fe-chou o primeiro semestre com su-perávit acumulado de US$ 2,222bilhões, segundo o Ministério doDesenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior (Mdic). O resulta-do é o melhor para o período des-de 2012, a última vez que o indica-dor tinha registrado superávit nosseis primeiros meses do ano.
No acumulado do ano, a melho-ria do resultado da balança decor-reu do fato de que as importaçõesestão caindo mais que as exporta-ções. De janeiro a junho, o Brasilexportou US$ 94,329 bilhões, que-da de 14,7% pela média diária. Asimportações somaram US$92,107 bilhões, com recuo de18,5% também pela média diária.
Em junho, a balança registrousuperávit de US$ 4,527 bilhões, re-vertendo o resultado negativo decerca de US$ 2,305 bilhões acumu-lados até maio. No mês passado, opaís exportou US$ 19,628 bilhõese importou US$ 15,101 bilhões. Se-gundos os dados, o superávit emjunho foi o segundo melhor resul-tado para o mês, perdendo apenaspara junho de 2009 (US$ 4,603 bi-lhões).
Contribuíram para o superávitda balança os embarques da safrade grãos, principalmente de soja,e a exportação de uma plataformade petróleo de US$ 690 milhões.Vendido pela Petrobras a uma sub-sidiária da estatal no exterior, oequipamento foi alugado pela pe-troleira e não chegou a sair dopaís. Tanto o Ministério quanto aPetrobras asseguraram que a ope-ração seguiu as normas de contabi-lidade internacional.
Em relação às exportações, to-das as categorias de produtos acu-mulam queda no ano. A venda deprodutos básicos caiu 21,6% noprimeiro semestre, sobre mesmoperíodo de 2014, impactadas prin-cipalmente pela queda no preçointernacional das commodities(bens agrícolas e minerais com co-tação internacional).
As exportações de manufatura-dos caíram 8% de janeiro a junho,com destaque para óleos combus-tíveis (-63,4%) e motores e gera-dores (-25,8%). As vendas de se-mimanufaturados recuaram3,9%, puxadas por couros e peles(-15%), açúcar em bruto(-13,9%) e óleo de soja em bruto(-12,4%).
Nas importações, as maioresquedas registradas foram na com-pra de combustíveis e lubrifican-tes (-36%) e de bens de capital(-15,8%). A importação de maté-rias-primas caiu 15,1% e a com-pra de bens de consumo teve retra-ção de 13,7%.
Há poucos dias, o ministro doMdic, Armando Monteiro, esti-mou que a balança comercial fe-chará 2015 com superávit entreUS$ 5 bilhões e US$ 8 bilhões.
Aumento na quantidade nãocompensou queda nos preçosO aumento nas quantidades ex-portadas no primeiro semestre foiinsuficiente para compensar aqueda nos preços internacionais.Apesar de alguns produtos — co-mo soja, carne de frango, petróleoe minério de ferro — terem batidorecorde no volume vendido, a re-dução dos preços das commodi-
ties (bens agrícolas e mineraiscom cotação internacional) re-sultou em queda nos valores ex-portados.
De acordo com o Mdic, aquantidade exportada cresceu8,1% de janeiro a junho em rela-ção ao mesmo período do anopassado. O preço internacio-nal, no entanto, caiu 20,6%.Nas importações, tanto o volu-me (-8,8%) quanto os preçosmédios (-10,7%) caíram noacumulado do ano.
Segundo o diretor de Estatís-ticas e de Apoio às Exportaçõesdo Ministério, Herlon Bran-dão, a safra recorde de grãos, oaumento no investimento emextração de minério de ferro, arecuperação da economia dosEUA e a reabertura de platafor-mas de petróleo que estavamem manutenção nos últimosanos contribuíram para o au-mento das exportações. ABr
Leonardo [email protected]
BRASIL
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SALDO POSITIVO
Balança fechao 1º semestrecom superávit
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Proposta aprovada emcomissão tem apoio dogoverno e ainda precisapassar pelo plenário
R$94,3biTotaldeexportaçõesnosprimeirosseismesesde2015.
R$92,1biImportaçõesacumuladasnoprimeirosemestredoano.
US$4,5biSuperávitdabalançaemjunho.ExportaçãodeplataformadaPetrobrascontribuiucomUS$690milhões.
Microcervejeirosfizerampressãopela inclusãonosubstitutivo
Saldo positivo de US$ 2,222 bilhões é o melhor para os primeiros
seis meses do ano desde 2012. Importações, em queda, ajudaram
Relatório incluibebidas artesanaisno Supersimples
A quantidadede mercadoraisexportadasaumentou noprimeiro semestre,mas não foi suficientepara compensara queda nospreços internacionais
6 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Éconsenso geral que a economia brasileira vive um momento
complexo, em que a maioria dos indicadores mais
significativos mostram resultados desanimadores. O saldo do
PIB do primeiro trimestre e os números mais recentes de diversos
setores direcionam as expectativas para uma conseguinte queda da
atividade no segundo semestre. Esses resultados dão continuidade
ao enfraquecimento da atividade que já era observado desde o ano
anterior e que foi aprofundado pelas medidas de política monetária e
fiscal aplicadas mais intensamente neste ano, como a continuidade
da política monetária contracionista, com aumento de juros e
consequente aperto ao crédito, o reajuste dos administrados e o
ajuste fiscal. Essas medidas, em conjunto com a taxa de câmbio — que
está um pouco mais livre, em razão da diminuição das intervenções
no mercado futuro —, objetivam um ambiente de negócios que
suporte o crescimento sustentável por meio da solução das
problemáticas atuais de inflação elevada, déficit em transações
correntes e contas públicas enfraquecidas.
*Carlos Thadeu de Freitas é chefe da DivisãoEconômica da Confederação Nacional doComércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)e ex-diretor do Banco Central
ALÍVIO À VISTA?
O processo de ajuste já está emcurso, e é possível que esse sejaum dos momentos mais complica-dos, já que só é possível sentir osefeitos negativos, que deverão, nofuturo, conduzir às melhorias pre-tendidas.
O esforço governamental nosentido de progressos fiscais é per-ceptível. Há medidas emergen-ciais que já estão sendo aplicadas,como a redução de despesas discri-cionárias. E também há medidascom caráter de longo prazo, queobjetivam aperfeiçoar as bases deincidência de impostos e alíquotasaplicadas e revisar desoneraçõesconcedidas anteriormente. Alémdisso, há planos para rever os pro-gramas de transferência, comoabono salarial, seguro-desempre-go, entre outros. Os números doprimeiro semestre mostram umamelhora na tendência de deteriora-ção dos superávits primários, ain-da que estejam mais fracos do queos previstos inicialmente.
Há diversas discussões entre osanalistas sobre em que medida odesequilíbrio atual é conjunturalou estrutural. No entanto, é bas-tante claro que boa parte das ques-tões atuais advêm de temas quenão foram encaminhados de for-ma adequada no passado.
A inflação, por exemplo, é umaquestão estrutural, pois já está lon-ge da meta há diversos períodos eainda se mostra elevada mesmocom o desaquecimento da deman-da. O principal entrave à sua que-da é o reajuste dos preços adminis-trados. No último relatório de in-flação o Banco Central declarou es-perar que ela atinja 9% ao final de2015. A última previsão para o IP-CA, de março deste ano, estavaem 7,9%. No Relatório Trimestralde Inflação (RTI) o Copom tam-bém atribui a alta dos preços aoprocesso de realinhamento dos ad-ministrados e dos preços livres.Adicionalmente, o RTI ressaltouque o real se depreciou significati-
vamente nos últimos três anos emrelação a outras moedas relevan-tes, e por isso já ocorre realinha-mento entre preços domésticos einternacionais. Essa desvaloriza-ção em relação ao dólar, que nosúltimos 12 meses foi de 30% emtermos nominais, já mostra efei-tos nas transações correntes. O dé-ficit registrou queda pelo segundomês consecutivo — um sinal deque o câmbio pode estar cami-nhando para seu valor de equilí-brio, que seria aquele que levaria àredução do déficit em conta cor-rente e à estabilização da relaçãoentre o passivo externo e o PIB.Em termos reais, a taxa de câmbiobrasileira teve queda próxima de16% no mesmo período — a maiordesvalorização em uma lista de 61nações, de acordo com o BIS.
Há a expectativa de que o orça-mento das famílias esteja menosapertado na segunda metade doano, por conta de um possível alí-vio na inflação. O primeiro semes-tre foi marcado por intensos rea-justes de tarifas públicas, princi-palmente as de energia, reduzin-do a renda disponível para consu-mo. Para o segundo semestre, nãosão esperados novos reajustes, ouestes acontecerão com menor in-tensidade. O comportamento dainflação nos próximos meses serádecisivo para os rumos das vendasno varejo no segundo semestre.
Em duas das pesquisas apura-das pela CNC, é possível ver algunssinais, embora leves, de um olharmenos pessimista para os próxi-mos meses. Na pesquisa Índice deConfiança do Empresário do Co-mércio (Icec) houve retração de0,2% em maio ante abril, porémfoi a menor queda nessa base decomparação desde setembro.O de-sempenho melhor do índice foiconduzido pelo subíndice do Icecdenominado Índice de Expectati-vas do Empresário do Comércio(IEEC), que registrou alta de 1,0%em maio ante abril — a primeira
em oito meses na comparaçãocom o mês imediatamente ante-rior. Ainda assim, o IEEC recuou16,2% em relação a maio de 2014.
A pesquisa Intenção de Consu-mo das Famílias (ICF), também daCNC, registrou uma redução no rit-mo de queda. Apesar de os compo-nentes estarem nos menores pata-mares históricos, o indicador de-monstrou redução no ritmo dequeda mensal. Em abril e maio aqueda foi em torno de 7%, e em ju-nho, de 4,8%.
O índice de Confiança do Con-sumidor da FecomércioSP de ju-nho, em relação a maio, caiu1,3%, enquanto o mesmo indica-dor correspondente de maio emrelação a abril caíra 9,5%.
Na pesquisa de confiança do co-mércio da FGV também houve me-lhora. Em maio o indicador caiu0,3% ante abril, após alta de0,5%. Os dois resultados foramconsiderados como uma estabili-
dade, após uma queda de 15,3%acumulada entre dezembro de2014 e março de 2015.
Nas expectativas também hou-ve evolução positiva. O índice su-biu 2,1% em abril e progrediu4,1% em maio, atingindo a maio-ria dos setores. Entre os que mos-traram melhora estão tecidos evestuário, equipamentos e mate-rial de escritório e informática eartigos farmacêuticos.
Esses resultados, porém, devemservistoscomcautela,poisamelho-ra ainda é limitada. A continuidadedo ajuste fiscal e a busca da realida-demonetáriasemexcessossãocon-dições fundamentais, que devemcontinuar sendo perseguidas.
Coluna publicada às quintas-feiras
PONTO DE [email protected]
EditoriadeArte
Há a expectativade que o orçamentodas famíliasesteja menosapertado na segundametade do ano,por contade um possívelalívio na inflação
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 7
Apenas 22% dos brasileiros ado-tampráticas deconsumo conscien-te. É o que aponta o levantamentorealizado pelo Serviço de Proteçãoao Crédito (SPC), realizado em par-ceria com o portal Meu Bolso Feliz.E, ao contrário do que levar crer osenso comum, são os mais velhos,e não os mais jovens, que se preo-cupam mais com o impacto deseus hábitos de consumo no meioambiente e na sociedade.
“O percentual deatitudes corre-tas é maior entre os consumidorescom idade acima de 56 anos, de74,2%. Entre os jovens, com idadeentre 18 e 29anos, o percentual éde 64,5%, índice inferior à mediageral do país, de 69,3%”, afirmaMarcela Kawauti, economista doSPC. Segundo ela, o dado surpreen-deu os pesquisadores, já que a gera-ção mais jovem é bombardeada pe-lo discurso ambiental nas escolas eno meio social desde cedo.
“Acreditamos que essa poucaconsciência percebida entre os jo-vens sedevea uma postura mais in-dividualista, mas também a faltade experiência que a nova geraçãocom as diversas crises enfrentadasno país. Os mais velhos, entre ou-tras situações como planos econô-micos, vivenciaram a ameaça deapagão elétrico de2001, quecontri-buiu para disseminar a ideia do usoracional de energia”, argumenta.
Outro aspecto revelado pelo le-vantamento é que a principal moti-vação dos brasileiros ao adotarboas práticas de consumo é a pre-servação do próprio bolso. Cercade 35% dos entrevistados afir-mam que a principal vantagem doconsumo consciente é economi-zar e fazer o dinheiro render mais.A sensação de dever cumprido ede estar fazendo o que é correto pa-ra a sociedade é a segunda maiormotivação, citada por 30,1% do to-tal. A satisfação por saber que estáfazendo algo positivo para o futurodas próximas gerações foi a vanta-gem apontada por 18,6% e a pre-servação do meio ambiente foimencionada por 5,8%. “Ou seja, obem coletivo está no segundo pla-no dos brasileiros”.
Para construir o indicador deconsumo consciente o SPC elabo-rou questões que envolviam a ava-liação de práticas ambientais, co-mo uso racional de água, energiae descarte de lixo doméstico;além de práticas financeiras, co-mo a compra por impulso e o uso
irracional dos serviços de teleco-municações; e o engajamento so-cial, como a compra de produtospiratas e reutilização de roupas ebens adquiridos. O que se perce-beu é que, na média, os brasilei-ros adotam 69,3% das ações lista-das pela entidade, sendo classifi-cado como um consumidor emtransição para a classe dos consu-midores conscientes, que adotampelo menos 80% das práticas.Abaixo de 60%, o consumidor éconsiderado pouco consciente.
A falta de tempo é apontadapor 26,5% dos consumidorescom o principal impeditivo naadoção de práticas de consumoconsciente. Distração e esqueci-mento são a justificativa encon-trada por 25,4%, a falta de infor-mação foi citada por 17% e a per-cepção de que essas ações indivi-duais não fazem diferença foiapontada por 16,2%. “O que ficaclaro é que os impeditivos aponta-dos indicam que há uma falta deprioridade no dia a dia com as
ações de consumo consciente,apesar de essas ações serem atitu-des bem simples”, diz Marcela.
As boas práticas ambientais sãoas mais disseminadas entre os con-sumidores brasileiros, com percen-tual médio de 71,7%. Entre as atitu-des mais praticadas estão a doaçãoe troca de produtos que não sequer mais,antes de jogar fora; a derestringir o uso do carro em deslo-camentos de curta distância; e anão impressão de papéis para pre-servar o meio ambiente.
Estudo realizado pela empresade pesquisa web-mobileMeSeems identificou que amaioria dos brasileiros alterouhábitos de consumo em funçãodo cenário econômico maisadverso. Dos 1.650entrevistados, das regiõesNordeste, Sudeste e Sul, 43%afirmaram que passaram aprocurar alternativas maisbaratas para seus hábitos deconsumo, ou deixaram deconsumir a maioria dosprodutos ou serviços quecostumavam adquirir.
Os demais 40%continuaram a consumiros mesmos produtos e serviçose apenas 17% não sentiramos efeitos da criseem seus cotidianos.
A pesquisa revelou aindaque, no últimos dois anos, asatividades que mais sofreramcom a desaceleração daeconomia foram o comércio deimóveis e automóveis novos eseminovos. Cerca de 60% dosentrevistados diminuíram afrequência com que efetuavamtal tipo de compra e só 30% amantiveram.
Entre as prioridades deconsumo, os entrevistadosapontaram a compra demantimentos nosupermercado (86%), seguidade medicamentos na farmácia(75%) e consumo de roupas ecalçados (62%).
O levantamento reveloutambém a mudança noshábitos de lazer. Do total deentrevistados, 45% reduziramas idas ao cinema e ao teatro.
Patrycia Monteiro [email protected]
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São Paulo
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Consumo pouco consciente
Crise mudahábitos deconsumo
Experiênciacomasdiversascrisestrouxemaisconsciênciaaosconsumidoresdaterceira idade
Pesquisa do SPC aponta que apenas 22% dos consumidores brasileiros adotam práticas como o uso racional
de energia e água. Entre os que têm mais de 55 anos, entretanto, há maior consciência na hora de consumir
Cerca de 35% dosentrevistados afirmamque a principalvantagem do consumoconsciente éeconomizar e fazero dinheiro render mais.O bem estar coletivofica no segundo plano
8 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Propinas na Receita e na Casa da Moeda
Se por um lado osagricultores brasileirosse beneficiam docâmbio desvalorizado,por outro ele torna oscustos de produçãomais pesados,comprometendo aindamais o orçamento”
A Polícia Federal cumpriu ontem 23 mandados de busca e apreensão
em dependências da Receita Federal e da Casa Moeda, além da sede
da empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas. A Operação
Vícios investiga suspeita de pagamento de R$ 100 milhões em
propinas a servidores públicos, para facilitar fraudes no Sistema de
Controle da Produção de Bebidas (Sicobe). Reuters
FelipePrinceEconomista da Agro Security
“
Divulgação
Após seis safras consecutivas decolheitas recordes, a produçãobrasileira de soja não deve crescerem 2016. Com 75% dos insumosimportados, a alta do dólar — emR$ 3,10 — se tornou um desafio amais aos produtores, que tambémcontam com crédito mais caro erestrito neste ano. Para analistas,embora ainda haja chances deatingir os mesmos 96 milhões detoneladas previstos para este ano,a soja brasileira não deve seguir omesmo ritmo de expansão de áreaplantada do passado.
“Em regiões do Mato Grosso,onde o preço da soja é mais baixoe a rentabilidade menor, pode ha-ver, sim, redução de área planta-da, especialmente, entre os produ-tores que não contam com áreaprópria e têm custo mais elevadocom o arrendamento”, afirma oeconomista da consultoria AgroSecurity, Felipe Prince. Só nesteano, a soja passou a ocupar mais1,7 milhão de hectares, atingindo31,902 milhões de hectares.
A grande dúvida em torno dogrão está na combinação do baixopreço cotado na Bolsa de Chicagoe o aumento dos custos dos insu-mos, em dólar. A perspectiva deprodução recorde mundial de sojatem rebaixado o preço do produ-to. Com quase 100% da área colhi-da, assim como o Brasil, a Argenti-na deve produzir 57 milhões de to-neladas. Já os Estados Unidos,maior produtor mundial, deveatingir os 104,780 milhões de to-
neladas, segundo dados do relató-rio do USDA, o Ministério da Agri-cultura dos Estados Unidos.
“A perspectiva de que as chu-vas nos Estados Unidos tenhamcomprometido a produção já me-xeu com os preços, elevando o va-lor da saca para R$ 71,50, em Para-naguá (PR). Patamar bom, masque não deve se sustentar, poisguarda o efeito especulativo doanúncio do USDA”, diz Prince.
“O fato de o real estar desvalo-rizado torna vantajoso o preço dasoja, que há 15 dias era de R$66,80. Mas se olharmos o preçoem Chicago, a soja está custandobem menos. Se por um lado osagricultores brasileiros se benefi-ciam do câmbio desvalorizado,por outro torna os custos de produ-ção mais pesados, comprometen-do o orçamento”, acrescenta.
Outro elemento tem tornado ocaixa dos produtores ainda maisapertado, elevando os riscos deinadimplência: o pagamento dacompra de maquinário. Incenti-vados pelas linhas de crédito comtaxas de juros subsidiadas peloBanco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BN-DES), tais como PSI-BK (Progra-ma de Sustentação do Investi-mento para Aquisição de Bens deCapital) e o PCA (Programa paraConstrução e Ampliação de Ar-mazéns), os produtores adquiri-ram equipamentos que começa-rão a ser pagos neste ano.
“Os anos de 2012 e 2013 foramde vendas elevadas de tratores ecolheitadeiras, efetivadas pelas li-nhas de crédito disponibilizadaspelo BNDES a taxas de 2,5% a 3%ao ano e carência de dois anos pa-
ra o pagamento. Logo, quem com-prou em 2013, o maior volume,vai começar a pagar as parcelasneste ano, num período em queplantar soja não garante uma lu-cratividade tão alta quanto no pas-sado”, explica Prince. Em 2013, asoja em Paranaguá (PR) era comer-cializada a R$ 69,70, e em Sorriso(MT) R$ 57,10. No entanto, Princecalcula que o custo com insumosera 40% menor.
Para combinar o cenário poucootimista, há o crédito mais caro erestrito. Embora o Plano Safra,cujos recursos começaram a ser li-berados ontem, tenha tido um au-mento de 20% no montante dispo-nibilizado para a agricultura em-presarial, saindo dos R$ 156 bi-lhões para R$ 187,7 bilhões, os ju-ros estão mais altos.
Deste montante, R$ 147,5 bi-
lhões estão reservados para o cus-teio de lavouras e comercializaçãoda produção, sendo que R$ 94,5 bi-lhões serão liberados a juros con-trolados — 7,75% ao ano para pro-dutores médios; 8,75% para gran-des produtores. Já os outros R$ 53bilhões estão disponíveis a juros li-vres, a ser decidido pelo banco.
“Num cenário contínuo de ele-vação da Selic, a tomada de em-préstimo por parte dos agriculto-res fica ainda mais complicada”,avalia a consultora da MB AGRO,Ana Menegatti.
“Embora o crédito mais caroainda não esteja restringindo oplantio da safra 15/16, é precisoconsiderar que, com margens me-nores ao produtor, não teremos omesmo dinamismo na produção,acompanhado em expansão deárea”, salienta Menegatti.
Aline [email protected] Soja deve quebrar
série de produçãorecorde em 2016Alta do custo com insumos e crédito mais caro reduzem margens
dos produtores, que já descartam ampliar a área de produção
CORRUPÇÃO
*Estimativa em junho/2015 Fonte: Conab
RENTABILIDADEOPERACIONAL
VENDA DEEQUIPAMENTOS
PRODUÇÃOBRASILEIRADE SOJAEm toneladas
Lucro/custo do produtor (%)
OS NÚMEROS DA SOJANA SAFRA 2015/2016
Londrina(PR)
Ijuí(RS)
Dourado(MS)
RioVerde(GO)
Barreiras(BA)
Sorriso(MT)
10,3
25,0 26,527,9
39,6
54,5
Fonte: Agrometrika Fonte: Anfavea e Cepea/ESALQ
2011 2012 2013 2014 2015*
Preçoda soja
Tratores
Colheitadeiras
2014/2015*
2013/2014
2012/2013
2011/2012
2010/2011
2009/2010
2008/2009
2007/2008
2006/2007
2005/2006
2004/2005
2003/2004
2002/2003
2001/2002
2000/2001
ÃODUÇÃOPROASILEIRABRASOJADE neladasEm to
38,4 mil
96,0 mil
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 9
Qual a importância da nãoaprovação da redução damaioridade penal pela Câmarana noite de terça?
Significativa, embora não se di-ga que a discussão está sepulta-da (ontem, uma manobra do pre-sidente da Câmara, EduardoCunha, recolocou a emenda emvotação, punindo apenas cri-mes com morte e estupro). Masacredito que esta resposta sedeu a partir de uma reflexão so-bre as consequências maléficasque a redução traz. Além de seruma questão jurídica polêmica,que acabará nos tribunais, por-que viola cláusula pétrea daConstituição e não poderia serfeita por emenda. Há estudos nomundo mostrando que sempreque se reduz a maioridade, há au-mento da violência. Ou seja,quando trato jovem como adul-to e aplico a lei penal, faço comque estes jovens sejam postosem unidades prisionais junto aadultos, cortando a chance de re-cuperação. Os presídios, em suamaioria, têm a presença do cri-me organizado. Este jovem quepraticou um delito vai entrar lá esair com um potencial de delin-quência muito maior. E tem tam-bém a questão do sistema prisio-nal brasileiro, com mais de 220mil vagas de déficit, superlota-dos, com taxa de ocupação de160%. Temos mais de 400 mil or-dens de prisão que têm de sercumpridas! Se somar, precisode mais 600 mil vagas hoje, umoutro sistema prisional. Mesmoque eu tivesse dinheiro para
construir presídios alucinada-mente, e preciso de quatro anospara entregar uma unidade no-va, as cidades não querem presí-dios por perto.
Seria a hora de uma agendapropositiva sobre como o Estadoe a sociedade tratam menores?
Sim, e ela passa por um melho-ria do sistema de unidades queaplicam medidas sóciocorreti-vas. Muitas delas são iguais a pre-sídios, fazem violações e impe-dem a recuperação de jovens.Qual o caminho? Melhorar asunidades. Temos exemplos co-mo o do Acre, onde visitei umacasa em que o índice de recupe-ração é de 80%. Situações destetipo é que devem ser objeto de in-vestimento do Estado.
Diante do aumento de crimesviolentos cometidos tambémpor menores, há quem defendaa revisão do Estatuto da Criançae Adolescente...
Sou a favor, sim. O governo temdefendido uma melhoria doECA sob dois aspectos: o prazode internação previsto é muitobaixo quando se praticam cri-mes hediondos com violência,e esta retenção tem que ser feitanão só para que a sociedade nãotenha agravamento da situa-ção, mas também porque tenhoque melhorar o atendimentodeste jovem para que ele possase recuperar: se eu casar inter-nação com medidas sóciocorre-tivas bem aplicadas, tenhobons resultados. Então, é me-lhorar o ECA e investir mais nasunidades para que não tenha
um sistema tão desvirtuado eperverso como o atual.
Há quem diga que o mesmogoverno que defende a nãoredução, deixa de investir empolíticas preventivas deinclusão social...
Temos que olhar a realidade co-mo ela é. É evidente que todo mi-nistro gostaria de ter mais ver-bas para suas políticas, eu tam-bém gostaria, mas temos que
ser solidários com o que é neces-sário para a economia brasileira.A equipe econômica tem feito asmedidas necessárias para quepossamos ter equilíbrio fiscal eestabilidade. Se o dinheiro nãoexiste, temos que respeitar a rea-lidade, tenho que ser solidáriocom aqueles que dirigem a eco-nomia do país.
Recentemente o Secretário deSegurança do Rio, José MarianoBeltrame, disse que a guerra àsdrogas está perdida. É verdade?
Primeiro, não me agrada esta ex-pressão, eu prefiro enfrentamen-to às drogas, porque eu tenhoque diferenciar duas questões: otraficante, efetivamente, temque estar submetido à organiza-ção penal. Então quando eu faloem guerra às organizações crimi-nosas, acho que existe algumsentido em usar esta expressão.Agora, em relação ao usuário, de-pendente químico, não se tratade guerra, trata-se de buscarum tratamento de saúde, a rein-serção social desta pessoa. Ou se-ja: para o traficante o rigor da leipenal; para o usuário, a aplica-
ção de políticas de saúde e so-ciais. Eu tenho que distinguir is-to. Acho a fala do Beltrame mui-to desesperançosa. A desespe-rança não serve a nada.
Chegou a hora de um pacto nasociedade contra a violência,reduzindo os homicídios?
Estamos desenvolvendo um pro-jeto. O Brasil tem índices de vio-lência inaceitáveis. Eu diria quenenhum estado brasileiro, ho-je, possui um padrão ajustadode violência, e isso se mede pe-lo número de homicídios, altís-simo. Nós temos lições de boaspráticas que podem ser replica-das por todo o Brasil, como o‘Brasil mais Seguro’, em Ala-goas, que era o estado mais vio-lento do país, e por força desteprograma, há três anos, já não éo estado mais violento do país.Pretendemos discutir todas es-tas questões com os governado-res. Temos que lembrar que a se-gurança pública é um questãoatribuída aos estados, e não aogoverno federal, para fazermosum grande pacto nacional de re-dução de violência.
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BRASIL
Todo ministro gostariade ter mais verbas parasuas políticas. Se odinheiro não existe,temos que respeitara realidade, tenhoque ser solidário comaqueles que dirigema economia do país”
ENTREVISTA
André [email protected]
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‘É PRECISO REFORMAR ASUNIDADES DE MENORES’
ABr
Um pacto contra a violência, que passe o protagonis-mo da segurança pública à União através de uma mu-dança na Constituição e ajude o país a reduzir sua po-pulação carcerária — a quarta maior do mundo. Este éum dos legados que a negativa da Câmara à reduçãoda maioridade penal, na versão votada terça-feira ànoite, deixará. Em entrevista por e-mail, o Ministroda Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a admitirque os presídios estaduais são masmorras medievais,defendeu a ampliação para oito anos do tempo de de-tenção de adolescentes e reconheceu que o dependen-te de drogas deve ser tratado sob a ótica da saúde, nãomais a de segurança.
JOSÉ EDUARDO CARDOZOMinistro da Justiça
10 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Atraso em novas usinas custou R$ 1,9 biO brasileiro pagou R$ 1,9 bilhão nas contas de luz entre janeiro e
abril, somente para compensar o atraso na entrada em operação de
novas usinas, segundo cálculos da consultoria PSR. O montante foi
composto por quase a metade da arrecadação com as bandeiras
tarifárias, que representaram um faturamento extra de R$ 3,9
bilhões no mesmo período, segundo dados da Aneel. Reuters
Divulgação
O consumo residencial de energiano país apresentou queda de 2,5%em maio, na comparação com omesmo mês do ano anterior, indi-cando que o brasileiro começa aeconomizar no gasto de eletricida-de. Segundo a Empresa de Pesqui-sa Energética (EPE), foi a primeiraqueda no ano, puxada pelo desem-penho das regiões Sul e Sudeste,onde o reajuste médio das tarifaschega a 40%.
Em geral, o consumo de ener-gia no país caiu 2,2% em maio,mês em que o único segmento queapresentou alta foi o comercial —ainda assim, em ritmo bem infe-rior a meses anteriores.
“Uma parcela dos consumido-res já teve a tarifa reajustadaduas vezes neste ano: o reajusteextraordinário de março e o rea-juste anual ordinário. O conjun-to desses consumidores equiva-le a quase 40% do consumo nabaixa tensão e agrega distribui-doras do Sul e do Sudeste em suamaior parte. Para esse grupo, atarifa foi reajustada, em média,em cerca de 40%”, analisam ostécnicos da EPE, na ResenhaMensal do Mercado de EnergiaElétrica, divulgado ontem. NoNordeste, onde o reajuste médioé de 7%, o consumo residencialcresceu 2,5% em maio.
A EPE ressalta que o consumode eletricidade pelas residênciasvinha apresentando taxas meno-res de crescimento nos últimosmeses, mas a estatística está con-taminada pelos grandes volumesregistrados no verão de 2014,quando as altas temperaturas pro-vocaram uma sucessão de recor-des de demanda no país. “Já o re-sultado de maio, livre dessas in-fluências, parece refletir os efeitoscombinados da queda do poderaquisitivo das famílias com o au-mento das tarifas de eletricidade,aplicado em todas as distribuido-ras”, conclui o documento.
O expressivo aumento das tari-fas de energia reflete a política de“realismo tarifário” implementa-da no início do segundo mandatode Dilma Rousseff, que repassouaos consumidores custos que vi-nham sendo represados nos últi-mos anos. Além disso, criou o me-canismo de bandeiras tarifárias,
segundo o qual os gatos com ener-gia gerada por térmicas são ratea-dos na conta mensal de luz — an-tes, o repasse era feito apenas umavez por ano, no reajuste anual dasdistribuidoras.
Na Região Sudeste, o consumoindustrial também tem sentido osimpactos da retração econômica edos aumentos da conta de luz. Emmaio, a demanda total da regiãocaiu 3,9%, na comparação com omesmo mês do ano anterior. As in-dústrias do Sudeste utilizaram umvolume de energia 4,5% inferior,puxadas pelo desempenho de SãoPaulo, com queda de 7,4%. Nestesegmento, Minas Gerais e EspíritoSanto destoam, com crescimentona demanda provocado pelos seto-res de papel e celulose e extraçãode minerais metálicos.
O consumo residencial no Su-deste caiu 4,2% e o comercial,1,5%. “Além do desaquecimentoda atividade econômica, o consu-mo na região já reflete os reajus-tes tarifários e, no caso de São Pau-lo em particular, efeitos da severacrise hídrica, conforme reporta-do pelas distribuidoras que atuamno estado”, comentaram os técni-
cos da EPE. A redução no consu-mo de energia é citada por espe-cialistas no setor como um dos fa-tores determinantes para que osreservatórios das hidrelétricascheguem ao final do período secoainda em condições de abastecero mercado.
Depois de prever uma queda de0,5% no consumo em julho, oOperado Nacional do Sistema Elé-trico (ONS) — que ainda não divul-gou as estatísticas do mês passado— diz acreditar em estabilidadeem julho, com relação ao mês an-terior. Porém, no subsistema Su-deste/Centro-Oeste, onde hámaiores restrições hídricas, a pro-jeção é de queda de 2,3%. O Nor-deste deve continuar apresentan-do crescimento, de 9,3% de acor-do com projeções do operador.
Mesmo com a redução na de-manda, no entanto, o ONS pre-vê queda no nível dos reservató-rios do Sudeste/Centro-Oesteeste mês. De acordo com as pro-jeções divulgadas anteontem,as hidrelétricas do subsistemachegarão ao fim do mês com34,7% de sua capacidade de ar-mazenamento de energia.
Nicola [email protected]
ECONOMIA
Divulgação
Conta de luz salgada levaconsumidores a economizar
28,5TWhConsumonacionaldeenergiaemmaio,segundoaEPE,querepresentaumaquedade1,5%comrelaçãoaomesmoperíododoanoanterior.
9%QuedanoconsumoresidencialdeenergiaemMinasGeraisnomêsdemaio.Aotodo,oconsumoresidencialcaiu4,2%naRegiãoSudeste.
ENERGIA ELÉTRICA
Alémdaeconomianasresidências,oEstadodeSãoPauloregistrouquedade7,4%noconsumoindustrialdeeletricidadeemmaio
Segundo EPE, consumo residencial de eletricidade caiu 2,5% em maio, refletindo aumento médio de 40% nas
tarifas das regiões Sul e Sudeste e queda do poder aquisitivo. Consumo industrial apresenta queda de 4,2%
No Sudeste, o consumoindustrial tem sentidoos impactos da retraçãoeconômica e dosaumentos da contade luz. Em maio,a demanda total daregião caiu 3,9%, sobreo mesmo mês em 2014
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 11
Até junho do próximo ano, aCPFL Energia vai concluir a mi-gração de todos os seus clientesde alta e média tensão — respon-sáveis por cerca de 40% da recei-ta do negócio de distribuição dacompanhia — para um sistemaeletrônico de medição à distân-cia, num investimento total deR$ 67 milhões. Até dezembro, aempresa terá 23,5 mil consumido-res do chamado Grupo A conecta-dos à plataforma de leitura e fatu-ramento automáticos. Outrostrês mil serão adicionados atémeados de 2016. A telemedição éapenas parte de uma estratégiamais ampla de modernização dasredes e das operações das oito dis-tribuidoras da CPFL, orçada emcerca de R$ 250 milhões.
Com uma base de 7,5 milhõesde clientes nos estados de SãoPaulo, Rio Grande do Sul, MinasGerais e Paraná, a empresa nego-cia a compra de dois milhões demedidores digitais de consumode energia. A previsão inicial erade que os aparelhos começas-sem a ser instalados ainda esteano, mas a negociação com for-necedores se estendeu e o contra-to de compra deverá ser fechadoapenas em outubro ou novem-bro. Depois, os medidores inteli-gentes terão de ser homologadospelo Instituto Nacional de Metro-logia, Qualidade e Tecnologia(Inmetro). Se o cronogramaatual for mantido, a instalaçãocomeçará no segundo semestredo próximo ano.
Além da leitura e faturamentoautomáticos, a companhia traba-lha também na montagem deum portal em que os clientes dealta e média tensão poderãoacompanhar praticamente emtempo real o seu consumo de ele-tricidade. A página está previstapara entrar no ar até o fim desteano. O envio das contas de con-sumo por e-mail já é oferecido àtoda a base de consumidores daCPFL — a meta é chegar a um mi-lhão de clientes cadastrados ain-da em 2015, contra um totalatual de 700 mil.
No caso dos clientes de médiae alta tensão (Grupo A), a teleme-dição é feita via rede de radiofre-quência do tipo Mesh, tecnologiaamplamente utilizada nos Esta-dos Unidos. A principal diferen-ça é que no mercado americanoos medidores normalmente es-tão instalados a curta distânciauns dos outros, enquanto no casoda CPFL os clientes estão maisdispersos, numa área de conces-são de aproximadamente 180 milquilômetros quadrados. “Nos Es-tados Unidos, os dados ‘pulam’de um medidor para outro até oponto concentrador, de onde sãotransmitidos”, explica PauloBombassaro, diretor de Engenha-ria da CPFL. “Aqui, 90% dos
clientes são atendidos com tecno-logia Mesh e 10% com GPRS(transmissão de dados usando re-de celular)”. O GPRS provê a co-nexão em clientes mais distan-tes. Dos 26,5 mil consumidoresdo Grupo A, cerca de três mil nãopodem ser atendidos com nenhu-ma das duas tecnologias, seja porquestões técnicas ou de custos.“Os projetos serão feitos caso acaso”, diz o diretor de Engenha-ria da CPFL.
Ainda dentro dos investimen-tos de modernização da rede, acompanhia inaugurou em maioum centro de despacho para aten-dimento de todas as solicitaçõesde clientes. As ordens de serviçosão enviadas eletronicamente,via sinal de celular ou satélite, àsequipes de campo, dotadas de ta-blets. Em julho do ano passado, aCPFL já havia inaugurado umcentro de operações, voltado pa-ra o controle do sistema elétrico.
Desde 2010, a companhia ins-talou cerca de 4,8 mil equipamen-
tos (chaves) telecomandados,via GPRS, que possibilitam mano-bras remotas na rede, tais como oisolamento de trechos com defei-to e o restabelecimento automáti-co do fornecimento de energia.Até o fim do ano, a CPFL adiciona-rá à rede 640 novos religadores,com tecnologia Mesh, que vão sesomar a outros 45 instalados noano passado. A modernizaçãopermitirá à companhia disputarnovos mercados. “Com a redeMesh, vamos poder oferecer ou-tros serviços, como por exemploa telegestão de iluminação públi-ca”, justifica Bombassaro.
O esforço da CPFL para au-mentar a eficiência das opera-ções inclui ainda a “primariza-ção” — desde 1º de maio — de 139equipes de serviços técnicos e co-merciais, num total de quase 300colaboradores. As equipes deatendimento emergenciais jáeram próprias, assim como asdos call centers da companhiaenergética.
Medição automatizadapara grandes clientes
Editora: Flavia [email protected]
EMPRESAS
Rodrigo [email protected]
NÚMEROS
▲
Divulgação
CPFL investe R$ 67 milhões em sistema de leitura e faturamento para consumidores de
alta e média tensão, responsáveis por 40% da receita do seu negócio de distribuição
R$250miÉototalaproximadoorçadopelaCPFLparaoseuprojetodemodernizaçãodaredeedasoperaçõesdacompanhia.
139Foiototaldeequipesdeserviçostécnicosecomerciais“primarizadas”pelaempresaemmaio.Essasequipessomamumtotalaproximadode300colaboradores.
Aempresaabsorveurecentementecolaboradoresterceirizadosquefaziampartedasequipesdecamponasáreastécnicaecomercial
Ainda dentro dosinvestimentos demodernização da rede,a companhiainaugurou em maioum centro de despachopara atendimento detodas as solicitaçõesde clientes
12 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Negócio com a GE nos EUA é bloqueadoO governo dos EUA decidiu bloquear o processo de compra, pela
Electrolux, da divisão de eletrodomésticos da General Electric (GE),
anunciada em setembro de 2014, no valor de US$ 3,3 bilhões. Segundo
Leslie Overton, vice-procurador geral assistente nos EUA, a operação
pode prejudicar os consumidores “deixando milhões de americanos
vulneráveis a aumento de preços em produtos importantes”. Bloomberg
BartekSadowski/Bloomberg
A Toyota informou ontem que Ju-lie Hamp, diretora de Comunica-ção e primeira mulher a ocuparum alto cargo executivo na em-presa, renunciou depois de ter si-do presa no mês passado por sus-peita de importação ilegal doanalgésico oxicodona no Japão.
Cidadã americana, Julie deixaa Toyota cerca de um mês após ter
se mudado para Tóquio para assu-mir o posto de executiva de comu-nicação da montadora japonesa.A nomeação dela foi parte de umesforço da companhia para diver-sificar sua equipe de executivos,majoritariamente masculina.
Em comunicado curto, a Toyo-ta disse que aceitou a renúnciade Julie após considerar as preo-
cupações e os inconvenientesque os acontecimentos causa-ram. Julie foi presa em 18 de ju-nho, após autoridades aduanei-ras encontrarem comprimidosde oxicodona em um pacote en-viado a ela dos Estados Unidos.De acordo com a polícia, Julie ale-gou que não achava ter importa-do uma substância ilegal.
Ela segue sob custódia da polí-cia. Como ainda terá de ser pro-cessada, pode seguir detida poraté 20 dias após a prisão, de acor-do com a lei japonesa. Esse prazotermina em 8 de julho. A oxicodo-na é um analgésico potente e comgrande potencial de causar de-pendência. O medicamento évendido somente com prescrição
médica nos Estados Unidos e noJapão. Para que um cidadão possaentrar no Japão com o produto énecessária aprovação prévia dogoverno local.
Julie trabalhava desde 2012 nasubsidiária americana da Toyotae em abril passou a comandar a di-visão de comunicação da monta-dora. Reuters
Executiva deixa a Toyota após ser presa
ELECTROLUX
TECNOLOGIA APLICADA AO RISCO E A GESTÃO DO TRANSPORTE DO BRASIL S.A.CNPJ/MF: 13.877.690/0001-03
Ativo 2014 2013Circulante 6.638.991 4.951.645
Caixa e equivalentes de caixa 1.090.155 2.784.015Clientes 1.043.994 77.508Adiantamentos a fornecedores 460.409 132.450Créditos de funcionários 187.931 145.341Créditos com pessoas ligadas 1.630.202 –Impostos e contribuições a recuperar 2.226.300 1.773.894Despesa antecipada – 38.437
Não Circulante 1.692.882 2.247.712Depósitos e cauções 36.625 36.625IR e CS diferidos 1.506.257 2.061.087Títulos de capitalização 150.000 150.000
884.524 1.518.703Imobilizado 684.256 1.224.405Intangível 200.268 294.298Total do Ativo 9.216.397 8.718.060
Passivo 2014 2013Circulante 5.417.170 5.645.104
Impostos, taxas e CS a recolher 1.192.463 734.474Salários e encargos sociais a pagar 419.376 450.447Fornecedores 265.431 115.307Financiamentos e empréstimos financeiros 2.287.863 3.354.161Provisão para férias 1.252.037 990.714
Não Circulante – 1.809.897Financiamentos e empréstimos financeiros – 1.809.897
Patrimônio Líquido: 3.799.227 1.263.059Capital social 3.741.748 3.741.748Reserva legal 57.479 –Prejuízos acumulados – (2.478.689)
Total do Passivo 9.216.397 8.718.060
2014 2013Receita Bruta de Vendas 41.313.032 36.152.079Deduções da Receita Bruta:
Impostos incidentes sobre vendas (5.890.198) (5.156.447)Receita Líquida de Vendas 35.422.834 30.995.632Custo dos Produtos Vendidos (22.661.517) (20.587.345)Lucro Bruto 12.761.317 10.408.287Receitas (Despesas) Operacionais:
Administrativas e gerais (6.632.123) (5.132.070)Tributárias (12.436) (7.847)Depreciação/Amortização (229.187) (185.516)Receitas financeiras 40.522 52.196Despesas financeiras (524.519) (1.256.504)Outras Receitas/Despesas 35.932 79.017
Lucro (Prejuízo) antes do IR e da CS 5.439.506 3.957.563Imposto de renda e contribuição social (1.811.244) (1.317.287)Lucro Líquido do Exercício 3.628.262 2.640.276Lucro por ação integralizada 0,97 0,71
Fluxo de caixa das atividades operacionais 2014 2013Lucro líquido (prejuízo) do exercício 3.628.262 2.640.276
Depreciação e amortização 693.954 725.508Imposto de renda e contribuição social diferidos – 402.386
4.322.216 3.768.170Variações nos ativos e passivos operacionais
Aumento/redução no contas a receber de clientes (966.486) 253.633Aumento/redução nos impostos e contribuições
a recuperar (452.406) 655.336Aumento de depósitos e cauções – (1.000)Aumento de impostos, contribuições e taxas
a recolher 457.989 108.768Aumento/redução de fornecedores 150.124 (319.348)Redução de outras contas a pagar – (1.926.728)Aumento/redução de adiantamento de fornecedores (327.959) 462.725Aumento/redução de outros ativos circulantes 550.677 30.654Aumento de outros passivos circulantes 230.252 11.033
(357.809) (724.928)Disponibilidades líquidas aplicadas nas
atividades operacionais (357.809) (724.928)Fluxo de caixa das atividades de investimento
Investimento no imobilizado/intangível (59.775) (49.051)(59.775) (49.051)
Fluxo de caixa das atividades de financiamentosAumento de capital – 10.000Pagamento de empréstimos, financiamentos
e mútuos (4.506.398) (2.653.963)Distribuição de dividendos (1.092.094) –
(5.598.492) (2.643.963)Redução (aumento) de caixa e equivalentes
de caixa (1.693.860) 350.228Caixa e equivalentes de caixa no início do período 2.784.015 2.433.787Caixa e equivalentes de caixa no final do período 1.090.155 2.784.015
(1.693.860) 350.228
Capitalsocial
Capitalsocial a
integralizarReserva
legal
Prejuízosacumu-
lados TotalSaldo em 31/12/2012 733.449 (10.000) – (5.118.965) (4.395.515)Aumento de capital
no período 3.008.298 10.000 – – 3.018.298Lucro líquido do exercício – – – 2.640.276 2.640.276Saldo em 31/12/2013 3.741.748 – – (2.478.689) 1.263.059Distribuição de dividendos
conforme AGO – – – (1.092.094) (1.092.094)Lucro líquido do exercício – – – 3.628.262 3.628.262Constituição de
reserva legal – – 57.479 (57.479) –Saldo em 31/12/2014 3.741.748 – 57.479 – 3.799.227
1.Contexto operacional:ATecnologia Aplicada ao Risco e a Gestão doTransportedoBrasilS.A.-TARGETBRASIL foi constituídaem06/05/2008comsedenaCidadee Estado do Rio de Janeiro, e tem por objeto a prestação de serviços relacionados àanáliseegestãoderiscoesistemaassociadosaotrânsito,ao transporte,àgestãodefrota e segurança viária, consultoria de projeto, prospecção, operação,documentação, capacitação, educação e gerenciamento de equipamentos einfraestrutura. 2. Base de preparação e apresentação das demonstraçõesfinanceiras: A divulgação das demonstrações financeiras foi autorizada peladiretoria em 30/04/15. As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordocomaspráticascontábeisadotadasnoBrasil, consubstanciadasnaResoluçãoCFCnº 1.329/11 - NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas,incluindoos pronunciamentos, orientaçõese interpretaçõesemitidaspeloComitêdePronunciamentos Contábeis (CPC) e Resoluções do Conselho Federal deContabilidade (CFC). O processo de elaboração das demonstrações financeirasenvolve a utilização de estimativas contábeis.Essas estimativas foram baseadas emfatores objetivos e subjetivos, com base no julgamento da Administração paradeterminação do valor adequado a ser registrado nas demonstrações financeiras.Estimativas e premissas são utilizadas na seleção de vida útil do ativo imobilizado enaanálisedesuarecuperabilidade,naanálisedo riscodecréditoparadeterminaçãoda provisão para créditos de liquidação duvidosa sobre as contas a receber, assimcomo na análise de risco para determinação de outras provisões, inclusive paracontingências. Os ativos e passivos são classificados como circulante quando suaprovável realização ou liquidação ocorra nos próximos doze meses.Caso contrário,são demonstrados como não circulantes. 3. Resumo das principais práticascontábeis: a) Instrumentos financeiros: A Sociedade reconhece os ativosfinanceiros não derivativos na data de negociação na qual se torna uma das partesdas disposições contratuais do instrumento. No final do exercício, a Sociedadeapresentava os seguintes ativos financeiros não derivativos: contas a receber,impostos e contribuições a recuperar e ativos financeiros registrados pelo valor justopor meio de resultado. Da mesma forma, também apresentava os seguintespassivos financeiros não derivativos: fornecedores, financiamentos, impostos econtribuições a pagar e contas a pagar.Tais passivos financeiros são reconhecidosinicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis.A Sociedade não apresentava em 31/12/14 e de 2013 saldos com instrumentosfinaceiros derivativos.b) Apuração do resultado: O resultado é apurado de acordocom o regime de competência, além de considerar os rendimentos, os encargos eos efeitos de acordo com os índices e taxas oficiais sobre os ativos e passivos aovalor de realização, quando aplicável. c) Caixa e equivalentes de caixa:Compreende o saldo dos numerários em caixa, conta-corrente e as aplicaçõesfinanceiras de liquidez imediata, com baixo risco de variação no valor de mercado,registrados ao custo, acrescidos dos rendimentos auferidos até a data do balanço.
8. Imobilizado:Custo
Máquinas eequipamentos
Móveis eutensílios
Equipamentosde comunicação Veículos
Equipamentosde informática Benfeitorias
Adianta-mentos Total
Em 01/01/2013 143.350 369.080 5.810 1.360.499 1.086.085 269.283 – 3.234.108Adições – 40.989 – 9.246 11.579 – – 61.814Em 31/12/2013 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921Depreciação acumulada:Em 01/01/2013 (32.529) (69.164) (2.614) (648.255) (468.819) (220.392) – (1.441.773)Depreciação anual (14.903) (74.774) (1.162) (272.410) (217.603) (48.892) – (629.744)Em 31/12/2013 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516)Custo:Em 01/01/2014 143.350 410.069 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.295.921Adições – 59.775 – – – – – 59.775Em 31/12/2014 143.350 469.844 5.810 1.369.745 1.097.664 269.283 – 3.355.696Depreciação acumulada:Em 01/01/2014 (47.432) (143.938) (3.776) (920.664) (686.422) (269.283) – (2.071.516)Depreciação anual (14.335) (90.946) (1.162) (273.949) (219.533) – – (599.924)Em 31/12/2014 (61.767) (234.884) (4.938) (1.194.613) (905.955) (269.283) – (2.671.441)Valor contábil:Em 01/01/2014 95.918 266.131 2.034 449.080 411.242 – – 1.224.405Em 31/12/2014 81.583 234.960 872 175.132 191.709 – – 684.256
9. Intangível: Custo Software Marcas e Patentes TotalEm 01/01/2013 482.910 4.200 487.110Adições 7.782 – 7.782Baixas (20.545) – (20.545)Em 31/12/2013 470.147 4.200 474.347
Amortização acumuladaEm 01/01/2013 (84.285) – (84.285)Amortização anual (95.764) – (95.764)Em 31/12/2013 (180.049) – (180.049)
Valor contábilEm 01/01/2013 398.625 – 402.825Em 31/12/2013 290.098 – 294.298
CustoEm 01/01/2014 470.147 4.200 474.347Em 31/12/2014 470.147 4.200 474.347
Amortização acumuladaEm 01/01/2014 (180.049) – (180.049)Amortização anual (94.029) – (94.029)Em 31/12/2014 (274.078) – (274.078)
Valor contábilEm 01/01/2014 290.098 4.200 294.298Em 31/12/2014 196.069 4.200 200.269
10. Empréstimos financeiros: Vencimento 2014 2013Banco Bradesco S.A. (a) 2015 2.287. 863 5.045.576Bradesco Administradora
de Consórcios S.A. 2014 – 118.482Bradesco Leasing S.A. 2013 – –
2.287.863 5.164.058Circulante (2.287.863) (3.354.161)Não circulante – 1.809.897Vencimento 2014 – 3.354.161Vencimento 2015 2.287.863 1.809.897Total 2.287.863 5.164.058(a)Osempréstimosforamcontratadoscomafinalidadedeaumentarocapitaldegiro,aplicação no desenvolvimento de novos projetos, visando a criação de novosprodutos para entrada de novos negócios na empresa e com gastos em benfeitoriasdo escritório.O saldo atualizado por juros tem vencimentos até 04/2015.11.Provisões e contingências trabalhistas:A Cia.configura como reclamada emações trabalhistas onde, respeitando o rito processual, contesta ou contestará asdemandas através dos recursos pertinentes, os quais, quando aplicáveis, sãoamparadas por depósitos judiciais. Referidos processos são oriundos,substancialmente, de reclamatórias promovidas por ex-funcionários.Amparada pelaopiniãodeseusconsultores legaisexternose, também,porcontadafaseprocessualdas ações, a Administração da Cia. decidiu por não registrar provisão
AosAdministradoresdaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransportedo Brasil S.A. - TARGET BRASIL - Rio de Janeiro/RJ - Examinamos asdemonstrações financeiras da Tecnologia Aplicada ao Risco e a Gestão doTransporte do Brasil S.A. - TARGET BRASIL, que compreendem o balançopatrimonialem31/12/14easrespectivasdemonstraçõesdoresultado,dasmutaçõesdopatrimônio líquidoedosfluxosdecaixa,paraoexercício findoem31/12/14,assimcomo o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas.Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras:A administração da Sociedade é responsável pela elaboração e adequadaapresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticascontábeis adotadas no Brasil para pequenas e médias empresas - PronunciamentoTécnicoCPCPME-ContabilidadeparaPequenaseMédiasEmpresas,assimcomopelos controles internos que ela determinou como necessário para permitir aelaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante,independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dosauditores independentes: Nossa responsabilidade é a de expressar uma opiniãosobreessasdemonstraçõesfinanceirascombaseemnossaauditoria,conduzidadeacordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normasrequerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria sejaplanejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que asdemonstraçõesfinanceirasestãolivresdedistorçãorelevante.Umaauditoriaenvolvea execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeitodos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras.
Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo aavaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras,independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, oauditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequadaapresentação das demonstrações financeiras da Sociedade para planejar osprocedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não parafins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos daSociedade. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticascontábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pelaadministração, bem como a avaliação da apresentação das demonstraçõesfinanceiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida ésuficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Base para Opinião semRessalva:Emnossaopinião,asdemonstrações financeirasanteriormente referidasapresentamadequadamente,emtodososaspectosrelevantes,aposiçãopatrimoniale financeiradaTecnologiaAplicadaaoRiscoeaGestãodoTransportedoBrasilS.A.-TARGETBRASIL,em31/12/14,odesempenhodesuasoperaçõeseosseusfluxosde caixa, para o exercício findo em 31/12/14, de acordo com as práticas contábeisadotadasnoBrasilaplicáveisparapequenasemédiasempresas.OutrosAssuntos:Asdemonstrações financeirasdoexercício findoem31/12/2013,apresentadasparafins de comparabilidade, foram por nós examinadas, e nosso relatório datado de06/05/14 não conteve ressalva.11/05/2015. KBRG Auditores e Consultores -CRC RJ005333/O-0. Paulo Buzzi Filho - Contador - CRC - RJ - nº 071138/O-5.
Javier E. MacielDiretor-Presidente
Andres Hernan NavarroDiretor Operacional
Raimundo Marcos Silva RoldanCRC/RJ 082.456/O-8
d)Contasareceber:Estãoapresentadospeloseuvalorefetivo,nãosendoaplicáveloajusteavalorpresente,poiso recebimentocomoregrageraldá-seemcurtoprazo,e deduzido da provisão para crédito de liquidação duvidosa que é calculada combase nas perdas estimadas e seu montante é considerado suficiente pelaAdministração para fazer face a eventuais perdas na realização desses créditos.e) Imobilizado: O imobilizado está demonstrado ao custo de aquisição, deduzidodas depreciações.A depreciação é calculada pelo método linear, utilizando-se taxasque levam em consideração a vida útil-econômica dos bens. f) Intangível: Ativosintangíveis são reconhecidos pelo custo de aquisição e deduzidos da amortizaçãoacumulada.g)Avaliaçãoderecuperaçãodeativos- imobilizadoeintangível:Osbens do imobilizado e do intangível são avaliados anualmente para identificarevidências de perdas não recuperáveis utilizando o contexto de indícios internos eexternos que interfiram na recuperação desses ativos.Nos exercícios de 2013 e de2012 não foram necessários ajustes a esses ativos. h) IR e CS: O IR e a CS sãoapurados com base no lucro real, de acordo com a legislação vigente, às alíquotasde 15%, acrescidas do adicional de 10% sobre o lucro tributável excedente deR$240.000,00milpara IRe9%sobreo lucro tributávelparaCSsobreo lucro líquido.i)Outrosativosepassivos:UmativoéreconhecidonobalançoquandoforprovávelqueseusbenefícioseconômicosfuturosserãogeradosemfavordaSociedadeeseucusto ou valor puder ser mensurado com segurança.Um passivo é reconhecido nobalanço quando a Sociedade possui uma obrigação legal ou constituída comoresultado de um evento passado, sendo provável que um recurso econômico sejarequeridopara liquidá-lo.Asprovisõessãoregistradas tendocomobaseasmelhoresestimativas do risco envolvido.4. Caixa e equivalentes de caixa: Descrição 31/12/2014 31/12/2013Caixa 1.571 1.890Contas-correntes bancárias (1.831) 163.728Aplicações financeiras 1.090.415 2.618.397
1.090.155 2.784.015O saldo bancário está livre e desembaraçado não havendo acordos paramanutenção de saldos médios. 5. Contas a receber: O montante a receber em31/12/2014 e 2013 é de R$ 1.043.994 e R$ 77.508, respectivamente, correspondeaosserviçosprestadosaosclientesnomercado interno.Alémdisso,aadministraçãoda Companhia não constituiu provisão para devedores duvidosos em função dasexpectativas de recebimentos na sua totalidade.6. Impostos e contribuições a compensar e a recuperar:Descrição 31/12/2014 31/12/2013Saldo negativo de imposto de renda 468.495 680.407Saldo negativo de contribuição social 132.737 132.737INSS 5.902 5.902Imposto de renda sobre aplicações financeiras 2.891 2.891PIS 44.699 31.474COFINS 206.037 145.123Impostos retidos na fonte 1.256.884 775.360
2.117.645 1.773.8947. IR e CS diferida: Foram revisados e reconhecidos em 31/12/2014 e 2013diferimentos do IR sobre prejuízos fiscais e da CS sobre a base de cálculo negativa:
Prejuízo fiscal e base de cálculo negativaIRPJ diferido CSLL diferida
Ano calendário 2010 3.102.384 775.596 279.215Ano calendário 2011 443.398 110.849 39.906Ano calendário 2012 2.516.239 629.060 226.462Total 6.062.022 1.515.505 545.582A constituição dos saldos foi com base na expectativa dos administradores daSociedade gerar lucros tributáveis futuros, para os quais foram elaborados fluxos decaixa descontados, conforme abaixo:Fluxo de Caixa Descontado:Lucro tributávelfuturo: 2015: 3.000.862; 2016: 4.010.228; 2017: 5.780.874; 2018: 7.749.646; 2019:8.524.611.
para as contingências trabalhistas, apenas registrando em nota o quadro resumodestas, por interpretação do Pronunciamento Técnico 25 do CPC, como segue:Demandas trabalhistas em 31 de dezembro de 2014Processo Valor Causa Resultado Provisão %1 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 502 de 11 50.000,00 Possível desfavorável 25.000,00 505 de 11 35.000,00 Possível desfavorável 17.500,00 507 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 508 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 5010 de 11 29.000,00 Possível desfavorável 14.500,00 5011 de 11 30.000,00 Possível desfavorável 15.000,00 50
Total a ser possível 116.500,0012. Capital social: Em 31/12/2014, o capital social da companhia é de R$3.741.747,77, representado por 3.741.747 ações, das quais 1.870.873 ordinárias e1.870.874 são preferenciais, todas nominativas, com valor nominal de R$ 1,00 cadauma, todas emitidas e integralizadas. Segue abaixo o quadro acionário:
AcionistaNº de Ações
Subscritas EspécieValor
Nominal (R$)% do
CapitalKilness 1.870.874 Preferencial 1,00 50%Target Américas 785.766 Ordinária 1,00 21%Compass
Consultoria 785.767 Ordinária 1,00 21%AHN Consultoria 299.340 Ordinária 1,00 8%Total 3.741.747 – – 100%13.Outras informações:Os registros contábeis e as operações estão sujeitos aosexames das autoridades fiscais e a eventuais notificações para recolhimentosadicionaisde impostos, taxasecontribuiçõesduranteprazosprescricionaisvariáveis,consoante à legislação aplicável.
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 13
Estávamos em 60%do mercado totalde frios e embutidos.No momento em queretornam essas quatrocategorias, voltamosa atuar em mais 23%,chegando, portanto,a 83%”FabioMirandaDiretor de Marketing da Perdigão
■ AntesdafusãocomaSadia,formandoaBRF,aPerdigãoatuavaem22categorias;
■ Apósafusão,oCadesuspendeuosprodutosdaPerdigãoemnovecategorias;
■ Hoje,aPerdigãopossui23%demarketshareemtodasasáreasdomercadodefrioseembutidosemqueatua;
■ Depoisdavoltadascategoriasdepresunto,apresuntado, linguiçadefumadaecortessuínos,nesteano,seráavezdoretornoàscategoriassalame(em2016),elasanha,carnessaudáveiscomopeitodeperu,pizzacongelada,quibeealmôndegas(em2017);
■ ABRFplaneja investirR$1,8bilhãoatéofinaldoano;
■ OsetordealimentosfaturouR$9,7bilhõesem2013.Noanopassado,areceitadosetor foideR$11,8bilhões.
“
Ao mesmo tempo em que traz devolta ao mercado produtos das ca-tegorias presunto, apresuntado,linguiça defumada e cortes suí-nos da Perdigão, a BRF planeja ex-pandir a presença da marca per-nambucana em regiões no exte-rior em que já atua. Atualmente,a Perdigão está no Oriente Médioe na África com o nome de Per-dix. “Estamos analisando expan-di-la para todas as regiões em quea BRF está presente”, disse o dire-tor-nacional de Vendas do grupo,Rafael Ivanisk.
A empresa anunciou ontem avolta de quatro das nove catego-rias de produtos da Perdigão queestavam suspensas há três anos,após aprovação pelo Conselho Ad-ministrativo de Defesa Econômica(Cade) da fusão da companhiacom a Sadia, como medida toma-da pelo regulador para equilibrar omercado. Antes da fusão, a Perdi-gão atuava em 22 categorias.
Voltam às gôndolas presunto,apresuntado e linguiça defuma-da. No final do ano será a vez dosprodutos-símbolo do Natal — ten-der, pernil, paleta e lombo — re-tornarem.
Segundo os executivos da Perdi-gão, o posicionamento de marcaserá semelhante ao utilizado antesda interrupção das vendas, comprodutos com preços mais baixosdo que os encontrados na marcaSadia. “Pretendemos tornar nossoportfólio mais acessível ao consu-midor”, disse Ivanisk. As nove ca-tegorias suspensas pelo Cade repre-sentam juntas 40% do mercado defrios e embutidos. “Estávamos em60%do mercado. Com esses lança-mentos, voltamos a atuar em 83%do mercado”, ressaltou o diretorde Marketing da marca Perdigão,Fabio Miranda.
A Perdigão possui, atualmente,23% de market share em todas asáreas do mercado de frios eembuti-dos em que atua — atrás apenas daSadia. Em 2016, retornará à catego-ria de salame e, em 2017, será a vezde lasanha, peito de peru, pizzacongelada, quibe e almôndega.
Desde o início do ano, a BRF tra-balha no relançamento da marcaPerdigão. Para isso, parte dos R$1,8 bilhão eminvestimentos previs-tos paraeste ano vai justamente pa-ra as campanhas dos produtos damarca e para a readequação das li-
nhas de produção, já que os itenspossuem diferenças de formula-ção e processo, na comparaçãocom a irmã Sadia.
“A Perdigão faz parte do dia adia do brasileiro. Continuamos aser ‘Top of Mind’ nas categoriasem que estávamos alienados, co-mo presunto e linguiça (...) A voltadas categorias representa um re-lançamento da marca como um to-do, já que estávamos menos pre-sentes namídia”,destacou ageren-te de Marketing da Perdigão, An-drea Dietrich.
Segundo ela, a contratação docasal Angélica e Luciano Huck co-
mo garotos-propaganda e o patro-cínio ao “Big Brother” reforçam aimportância da marca para a BRF.“Temos um plano de comunicaçãocompleto. Posso dizer que é omaior investimento em comunica-ção da marca nos últimos anos. Va-mos ter tambémembalagens refor-muladas”, completou.
A empresa não divulga qual é ocrescimento de vendas previsto pa-ra a BRF com a volta dos produtosda Perdigão. Os executivos dizemapenas que a retomada será peçafundamental para uma expansão“robusta” da companhia em 2015,mesmo com um cenário econômi-co mais difícil.“O setor de alimen-tos tem grande potencial. Subiu deR$ 9,7 bilhões de faturamento, em2013, para R$ 11,8 bilhões no anopassado. É um mercado estimulan-te, mas concorrido, por isso preci-samos sempre de renovação”, des-tacou Ivanisk.
JBS compra unidade desuínos da Cargill nos EUAA empresa de alimentos JBS in-formou ontem a compra da uni-dade de suínos da Cargill nos Es-tados Unidos por US$ 1,45 bi-lhão, livre de dívidas. Em fato re-levante, a companhia brasileirainformou que o valor será pago àvista e em dinheiro.
EMPRESAS
Gabriela [email protected]
A volta às gôndolas de maisprodutos da Perdigão
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Divulgação
PONTO-A-PONTO
AndreaDietrich:“Avoltarepresentaumrelançamentodamarca”
Enquanto isso, a BRF — dona também da Sadia — planeja expansão da marca pernambucana no mercado externo
A BRF não divulga qualé o crescimento devendas previsto.Os executivos dizemapenas que a retomadaserá peça fundamentalpara uma expansão“robusta” dacompanhia em 2015
14 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Fico muito irritada quando o governo coloca nas costas do
consumidor a culpa pelo preço da energia e diz que é preciso
economizar mais. É óbvio que as pessoas já estão
economizando, até porque, o aumento da conta foi uma facada nas
costas. Agora, não venham dizer que estamos pagando mais pela
bandeira tarifária porque o consumo está alto e é preciso utilizar
as termelétricas. Estamos pagando mais por causa da ineficiência
do Estado de gerar energia. E quem cuida da energia, há pelo
menos 12 anos, é a própria presidenta Dilma. Nem pode terceirizar
esta responsabilidade.
QUEM CUIDA DA ENERGIA DO BRASIL?
Algo que me irritou muito foi umanúncio feito pela Agência Nacio-nal de Energia Elétrica (Aneel) epela Associação Brasileira de Dis-tribuidores de Energia Elétrica(Abradee), que, felizmente, jásaiu do ar. Na propaganda, o textointerpretado pela atriz Taís Araú-jo, dizia que as bandas tarifárias fo-ram criadas para avisar ao consu-midor quando era preciso econo-mizar. Como assim? As bandeirastarifárias indicam que a produçãode energia está baixa e, por causadisso, será necessário comprarenergia das termelétricas, nãotem nada a ver com o uso.
E por que a produção de ener-gia está baixa? O governo vai res-ponder que é porque não choveunas cabeceiras dos rios e, portan-to, as hidrelétricas estão com ní-veis muito abaixo do necessário. Ecomo o consumidor poderia fazerpara chover mais e melhorar o ní-vel dos reservatórios? Mesmo senão usássemos nenhuma energia,os reservatórios continuarão bai-xos. Portanto, o consumidor nãotem culpa de a bandeira tarifáriaestar sempre vermelha e nada po-de fazer para ela voltar a ser verde.
Aliás, se o consumidor pudes-se fazer alguma coisa, faria, por-que a invenção das bandeiras foiuma forma de o governo repassarum custo que ele deveria absor-ver. O governo está se aproveitan-do deste fator para aumentar a ta-rifa das bandeiras. Somente nostrês primeiros meses deste ano, acobrança adicional por conta dasbandeiras tarifárias chegou a R$600 milhões. E como o consumi-dor não pode fazer nada para se li-vrar deste novo imposto que aca-bou incorporado à tarifa, a contapoderá ser aumentada a qualquermomento, basta o governo au-mentar o valor. Como já o fez. Aoanunciar as bandeiras, o valor pa-ra a vermelha era de R$ 3 para ca-da 100kW/h. O Governo, então,aumentou para R$ 5 a mais por ca-da 100kW/h para a bandeira ver-melha, e R$ 2,50 por 100kW/h, sefor amarela.
E, ainda por cima, levamos ou-tro tranco financeiro, desta vez dogoverno estadual, porque os 27%do Imposto sobre Circulação deMercadorias (ICMS) e os 9% de
PIS/Cofins são calculados em ci-ma do valor total da conta de ener-gia, incluindo a nova cobrançadas bandeiras. Quer dizer, o con-sumidor está pagando a mais e osgovernos, federal e estadual, es-tão se aproveitando da falta dechuva no lugar certo, para engor-darem seus cofres. Até porque ademanda de energia caiu. E não sóporque o consumidor está econo-mizando, mas porque o país estáem recessão, produzindo menos,inclusive produtos de alto gastoenergético, como aço. O gasto émenor, mas o governo ganhamais com a conta de luz.
O governo culpa a seca, e só seesqueceu de combinar com SãoPedro onde ia chover. Era melhorcontratar um pajé para Ministrode Minas e Energia, pelo menos se-ria alguém com mais conhecimen-to da natureza. Mas nem era neces-sário contratar um adivinho. É sóolhar para os estudos que confir-mam o aquecimento global e o des-matamento da Amazônia para sa-ber que não dá para contar com osrios para sempre, principalmenteporque estamos assoreando e ma-tando as nascentes.
Ao invés de passar anos discu-tindo o impacto ambiental e im-pondo a hidrelétrica de Belo Mon-te às populações ribeirinhas, o go-verno federal poderia ter investi-do mais em energia eólica no Nor-deste, por exemplo, e feito linhasde transmissão suficientes paraque as energias alternativas nãoutilizadas se somassem à rede elé-trica. Este é o caso do parque deOsório, no Rio Grande do Sul, quenão utiliza toda a energia produzi-da e poderia transferir à rede.
E já que a própria presidentaera a mãe do PAC, poderia ter jun-tado à construção das casas o usode placas solares, o que traria di-versos resultados. O morador eco-nomizaria na conta de energia elé-trica e teria água quente; o que nãofosse utilizado de energia poderiaserdevolvido para a rede e isso esti-mularia os empresários na área deenergia solar a investirem, já queteriam uma demanda garantida.No longo prazo, diminuiria o valorinicial de implantação da energiasolar, o que seria um benefício pa-ra toda a população que optasse
por utilizar esta forma de energiaalternativa.
Agora, a presidenta diz, emum acordo com o presidente dosEstados Unidos, Barack Obama,que vai erradicar o desmatamen-to ilegal até 2030. Não está fazen-do mais do que a obrigação, se éilegal. O duro de ouvir é que vai le-var 15 anos para cumprir a lei.Aliás, a gente tem tudo para fazero melhor, mas vive na lanterni-nha. Fomos os primeiros a ter umbiocombustível como o etanol,primazia elogiada no mundo to-do. O que fizemos? Acabamoscom o projeto do etanol e os car-ros flex só estão rodando a gasoli-na. Por outro lado, a presidentamanteve o valor dos combustí-
veis mais baixos do que no merca-do internacional, o que ajudou aquebrar a Petrobras. Temos amaior mata atlântica do mundo,e o que estamos fazendo? Esta-mos desmatando para o agronegó-cio e para a criação extensiva debois, o que foi aplaudido pela pre-sidenta. No outro lado do mundo,a China, que nunca teve sol e chu-va como nós, dos trópicos, estáganhando, de lavada, no uso daenergia solar. O país quer produ-zir dois gigawatts a cada dois me-ses com energia solar. Esta é a me-ta brasileira, para um ano, masem 2023. Quem é mesmo que cui-da da energia no Brasil?
EditoriadeArte
Coluna publicada às quintas-feiras
CLIENTE & [email protected]
Somente nos trêsprimeiros meses desteano, a cobrançaadicional por contadas bandeiras tarifáriaschegou a R$ 600milhões. A contapoderá ser aumentadaa qualquer momento
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 15
Temos produtos,qualidade e os nossospreços sãocompetitivos. Mas oconsumidor brasileiroainda não conhece aNissan. É o que nosfalta e é o nosso grandedesafio no país”
Em momentos de crise, grandeparte das empresas adota a cautelacomo guia para superar o cenárioturbulento. Esse parece não ser ocaso da Nissan. No mesmo dia emque a indústria automotiva brasi-leira confirmou seu pior desempe-nho semestral desde 2007 — comqueda nas vendas de 19,7% —, amontadora japonesa apresentousua nova campanha com foco nosJogos Olímpicos e Paralímpicos de2016, dos quais é uma das patroci-nadoras oficiais. Com a assinatura“Quem se atreve vai além”, a açãoé mais um componente da estraté-gia da empresa para ganhar traçãono mercado brasileiro e desafiar asperspectivas pessimistas do setor.
Criada pela Lew’Lara\TBWA,a campanha estreia domingo comum filme veiculado na TV aberta
em horário nobre, além de outrosdois filmes, também para TV aber-ta e paga, que irão ao ar em maiode 2016. A iniciativa inclui aindainserções em jornais e revistas, eações digitais, entre elas, filmesinterativos que contarão a trajetó-ria “atrevida” de parte do TimeNissan, equipe de 29 atletas olím-picos e paralímpicos brasileirospatrocinados pela marca.
Mais que uma ação isolada, acampanha integra um plano de in-vestimentos de R$ 2,6 bilhões nopaís até 2017. Entre outras frentes,o montante incluiu a instalação,em 2014, de uma fábrica em Resen-de (RJ), cujo aporte estimado foide R$ 1 bilhão. “Pela primeira vez,a Nissan está patrocinando a Olim-píada e a Paralimpíada. Nesse ano,ampliamos em 20% nossos investi-mentos emmarketing.É umaapos-ta atrevida fazer todos esses apor-tes,especialmente emum momen-to tão complicado para o setor”,
disse Ronaldo Znidarsis, vice-pre-sidente de vendas e marketing daNissan no Brasil. “Nós acreditamosno Brasil. Ainda somos pequenosno país, mas estamos ganhandoparticipação, enquanto o mercadoestá em queda. Tivemos um cresci-mento de 0,5% em participaçãoem junho, para 2,7%”, afirmou.
A ideia da Nissan é aproveitar avisibilidade dos eventos para con-solidar seu posicionamento nomercado brasileiro. “Temos pro-dutos, qualidade e os nossos pre-ços são competitivos. Mas o brasi-leiro ainda não conhece a Nissan.É o que nos falta e é o nosso gran-de desafio no país”, observou.“Trouxemos novos produtos, te-mos uma rede de concessionáriasem todo o país, mas percebemosque isso não era suficiente. Quan-do perguntávamos aos consumi-dores, muitos deles não sabiam,por exemplo, se a Nissan era umamarca japonesa ou coreana”, ex-
plicou Eva Ng Kon Tia, gerente depatrocínios da Nissan no Brasil.
Como parte dessa estratégia, aNissan identificou a necessidadede ativar as ações relacionadas aosdois eventos com uma boa antece-dência. Segundo Eva, em média,os Jogos Olímpicos e Paralímpicostêm 65 patrocinadores, com níveisdiferentes de exposição e apoio. Es-sa massa ganha ainda mais forçacom as ações desenvolvidas pelosconcorrentes dessas empresas du-rante as competições. “A maioriados patrocinadores começa a ati-var suas campanhas perto dos Jo-gos. É um momento em que tere-mos muitas marcas falando, por is-so entendemos que era preciso nosdiferenciar”, disse.
Nesse contexto, além da veicu-lação da campanha e de outras ini-ciativas, os esforços da Nissanirão incluir ações no revezamentodas tochas Olímpicas e Paralímpi-cas — que irá percorrer todo o país— e nos Live Sites, como são cha-mados os espaços públicos queirão abrigar eventos gratuitos rela-cionados às duas competições.
Embora não tenha revelado de-talhes, Znidarsis afirmou aindaque a Nissan pode estender o con-ceito de atrevimento a outras fren-tes, como a oferta de novas linhasno país. “Hoje, com a linha atualde quatro modelos cobrimos cer-ca de 70% da indústria brasileira,nos segmentos mais competiti-vos. Estamos analisando trazer ou-tros modelos para o país, mas an-tes de querer correr, precisamosaprender a caminhar”, observou.
RonaldoZnidarsisVP de Vendas e Marketingda Nissan
Olimpíada será vitrineda Nissan no Brasil
NÚMEROS
“
Moacir [email protected]
EMPRESAS
São Paulo US$103biFoiareceita líquidaglobaldaNissannoanofiscalencerradoem31demarço,oquerepresentouumcrescimentode8,5%sobreoexercício fiscalanterior.
2,39%FoiaparticipaçãodemercadodaNissannoBrasilemmaio,segundodadosdaFenabrave.Umanoantes,amontadoradetinhaumafatiade1,93%.
▲
PierviFonseca
Com a assinatura “Quem se atreve vai além”, montadora lança campanha publicitária
com foco na competição e investe para aumentar o conhecimento de sua marca no país
16 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Ele é mais doce que o champanhe mais doce,
leva 60 gramas de açúcar por litro,
enquanto um champanhe doux leva 50
gramas, e foi especialmente criado para se
misturar. Assim é o Clicquot Rich, um corte de
Pinot Noir (45%), Pinot Meunier (40%) e
Chardonnay (15%), que acaba de ser lançado pela
maison Veuve Clicquot. A maior presença de Pinot
Meunier dá mais frescor e notas frutadas à bebida,
que também tem notas cítricas e florais. A ideia
não é beber puro, mas com gelo, chás, frutas e até
vegetais. Na lista das
recomendadas estão
as cítricas como
abacaxi, grapefruit
ou limão; vegetais
como pimentão,
aipo ou pepino e
chás como Earl
Grey ou todos
com bergamota.
Ao contrário dos
champanhes mais
secos, que ficam
uma delícia
harmonizados com
frutas vermelhas, ele não
combina porque elas
produzem muita espuma.
Laranja e limão siciliano
também não caem bem. A
preferência é por cítricos mais
azedos por causa da doçura da
bebida. As misturas são
deliciosas e um desafio para a
imaginação. A garrafa
também se destaca na cor
prata com a âncora,
símbolo da marca,
gravada.
■ EMBAIXADORAAchefRenataVanzettoéanovaembaixadoradolicorsul-africanoAmarula.Eladesenvolveucomolicorcomoingredienteprincipalumaentrada(TirinhasdeMignoncommolhodeAmarulaeshitake),duassobremesas(VerrineePanacotadeAmarula)etrêscoquetéisespeciais(EmaRula,AmarulaSensationeApple
Amarula).AsreceitasestarãonoFacebookdaAmarula.
■ RODÍZIOJAPONÊSOchefNaoHaraapresentaumanovaopçãoparaoseuJabaB,noJardimBotânico(RJ).ÉorodíziojaponêscompreçosapartirdeR$52,quealémdostradicionaissushisesashimis,apresentamsurpresascriadaspelochef.
■ CERVEJAGOURMETElastêmaromasdemel,caramelo,própolis,notasherbais,amêndoasebaunilhadevidoàsfolhasdeoliveiraquesãoadicionadasàmistura.ÉanovalinhadecervejasgourmetmediterrâneadaempresapaulistaFolhasdeOliva.AMissouriéumaNorthernEnglishBrowAlecomnotasdeaçúcarmascavo,baunilha,própolis,melecaramelo.ALuisianaéumaDryStout,comaromasdepãotostado,amêndoaeherbalcítrico.AKentuckyéumaScottishHeavy,comsaborearomadepão,herbal,cítrico,floral,alémdemel,açúcarmascavo,temperosecanela.EaMississippitemestilo,comsaborearomadepãoetoffe,herbalcítrico,damasco,açúcarmascavoebaunilha.
A tradicional
pizzaria Bráz abre
o inverno com sua
pizza do Queijeiro,
que leva
mussarela, queijo
suíço, o mesmo
que é usado em
raclette, e tomate.
Ela é uma delícia,
harmonizada como
o novo vinho da casa. O Mazzei Bráz
vem direto da Toscana, na Itália, e é
um corte de Sangiovese com
Alicante. Ele tem cor rubi, aromas
de frutas vermelhas maduras e
taninos muito bem equilibrados.
A importadora
Qualimport organizou
umadegustação
para apresentar as
novas safras dos
vinhos que traz
para o Brasil. Entre
os destaques estava
oXisto Roquette &
Cazes Douro, com
sua cor rubivioleta,
notas de frutas
negras,especiarias e tostados.
Tambémse ressaltou a qualidadedo
EsporãoPrivate Selection Branco.
Elaborado coma uva Semillon, ele
tem notas de complexidade
aromática com notas defurtas
brancas e tostados, devidoa seu
estágio deseis meses em barrica.
A vinícola Larentis
acaba de incluir
uma novidade na
sua visitação: a
degustação de
vinhos em barrica.
A partir do dia 11 de
julho, o turista vai
poder acompanhar
o enólogo André
Larentis na
degustação das
barricas da vinícola. É uma
oportunidade única, por exemplo,
de degustar o Mérito 2012, produto
ícone da Larentis, recentemente
apresentado ao mercado. O tempo
total do programa é de
aproximadamente 1h30 e para
participar é preciso fazer antes um
agendamento.
OUTROS COPOS
Coluna publicada às quintas-feiras
Pizza e vinho
Nova safra
Direto da fonte
ALÉM DA TAÇA
FEITOPARASERMISTURADO
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 17
Com essa operação,vamos adicionar aonosso portfólio noBrasil quase 60 milmodelos das duasempresas. Isso éimportante para onegócio e para ocliente”PhilippPovelCEO de Operações da GFG
“
A Global Fashion Group (GFG),companhia que no Brasil é donada empresa de e-commerce Dafi-ti, adquiriu ontem as lojas onlineKanui, especializada em produtosesportivos e estilo de vida, e Tri-cae, de venda virtual de produtospara bebês e crianças. A GFG foicriada pelos fundos Kinnevik e Ro-cket Internet e reúne as marcas Ja-bong (India), Lamoda (Rússia),Namshi (Oriente Médio) e Zalora(Sudeste da Ásia e Austrália).
A Tricae é uma loja online deprodutos infantis com itens parabebês e crianças. Já a Kanui é umadas mais bem-sucedidas lojas on-line de artigos esportivos do país,sendo a empresa que mais cresceem seu ramo. “Foi um processonatural e vínhamos conversandosobre esse movimento. Foi quan-do concluímos que fazia muitomais sentido nos juntarmos. Comessa operação, vamos adicionarao nosso portfólio no Brasil quase60 mil modelos das duas empre-sas. Isso é importante para o negó-cio e para o cliente, que terá umagama ainda maior de opções”, co-menta Philipp Povel, CEO de Ope-rações da GFG para a América Lati-na, sem no entanto revelar o valordo negócio, alegando questões deconfidencialidade. Ao unir forçascom a Dafiti, Kanui e Tricae prove-rão aos seus clientes o melhor ser-viço de entrega, com uma ofertacompleta de moda, esportes e esti-lo de vida no Brasil, informa a em-presa em nota.
Segundo Povel, o maior pesodessa operação será mesmo para omercado brasileiro. No caso espe-cífico da Tricae, que aparece nacondição de liderança no segmen-to online de produtos infantis, Po-vel destaca o ganho de escala quea Dafiti terá no Brasil.
“A categoria infantil vinha ten-do uma presença menor e, com ainserção da Tricae, vamos ganharum mercado relevante e que preci-sa cada vez mais de variedade deprodutos e agilidade de opera-ções. Dos 60 mil novos produtos
que serão adicionados com estaoperação, 30 mil itens são do seg-mento infantil”, adianta o executi-vo da GFG.
Segundo Wilson Cimino, CEOda Tricae, vai levar para dentro daDafiti um portfólio de produtos in-fantis que alcançará cinco mi-lhões de clientes. Atualmente, aTricae oferece produtos de marcascomo Disney, Mattel e Carter’s.“Aexpertise operacional da Dafiti vainos permitir uma entrega aindamais rápida para uma base declientes ainda maior”, completaCimino.
Bruno Henriques, CEO da Ka-nui, informou que acredita na for-ça da marca Dafiti para ampliar oganho de mercado na venda deprodutos esportivos e ligados aum estilo de vida saudável. Combi-nadas, as três empresas tiveramuma receita líquida de R$ 773 mi-lhões em 2014. A Dafiti anunciou
recentemente uma receita líquidade R$ 592 milhões em 2014, o querepresenta um crescimento de41% em comparação com 2013.Com esta transação, a GFG LatAmpassa a empregar aproximada-mente 3.100 funcionários, sendo2.400 só no Brasil.
“As duas empresas vão traba-lhar e se manter de forma indepen-dente,com suas marcas e sites.Certamente teremos algumas si-nergias e vamos trazer para den-tro da empresa novos talentos queirão aprimorar o nosso negócios.Cada empresa terá também o seucentro de distribuição indepen-dente. Tanto a Tricae quanto a Ka-nui têm centros de distribuiçãoem Jundiaí (SP), onde a Dafiti tam-bém tem”, acrescentou Povel.
A Dafiti divulgou ontem os re-sultados de 2014 da companhia,que — ao final de dezembro — che-gou a 2,1 milhões de clientes ati-vos. Também no ano passado, aDafiti apostou no investimentoem infraestrutura logística, tecno-logias móveis e interativas e novasopções de frete, além de reforçaro posicionamento em moda com adiversificação e a expansão do por-tfólio de marcas com atuação glo-bal, caso de Benetton e DorothyPerkins.
Este ano, a empresa lançou aDafiti Live, primeira loja físicaconceito temporária, na Rua Os-car Freire, em São Paulo, e a pri-meira coleção própria, a Dafiti Col-lection, ambas em março. A em-presa ainda tem como previsão pa-ra esse ano a expansão de novoscentros de distribuição em paísesonde atua e mais investimentosem interatividade móvel. A aber-tura de lojas físicas, diz Povel, nãoé uma estratégia da empresa, masuma opção a mais de negócio.Quanto à aquisição de novas em-presas de e-commerce, ele dizque a GFG sempre observa o mer-cado mas que operações deste ti-po são sempre mais complexas.
EMPRESAS
Erica [email protected]
Dafiti ampliaoferta de itensesportivos epara crianças
▲
Divulgação
Empresa adquire as marcas Tricae e Kanui e
acrescenta 60 mil produtos ao e-commerce
OS NÚMEROSDA EMPRESA
Operação em 5 países
COLÔMBIAMÉXICO
ARGENTINA
CHILE
Receita líquidaR$ 592 milhões, alta de 41% ante 2013
Número de pedidos4,4 milhões, 34% a mais do que no ano anterior
Mais de 2 mil marcas e 200 mil produtos
Plataforma universal mobile – tablets e
smartphones - para sistemas operacionais IOS
e Android
Resultados 2014
NO BRASIL• Mais de mil marcas e 110 mil produtos em seis categorias: roupas, sapatos, acessórios, beleza, casa/mesa/banho e decoração• 1700 funcionários
As empresas do GFG atuam em 27 mercados e, em 2014, alcançaram nove milhões de clientes ativos, receberam 19 milhões de pedidos e obtiveram mais de 1 bilhão de euros de volume bruto de mercadorias
Criação do Global Fashion Group (GFG), em setembro. A Dafiti, junto a outras ventures, criou o maior grupo de moda em mercados emergentes do mundo que inclui: Jabong (India), Lamoda (Russia), Namshi (Oriente Médio) e Zalora (Sudeste da Ásia e Austrália)
Combinadas, as trêsempresas tiveram umareceita líquida de R$773 milhões em2014.Com estatransação, GFG LatAmpassa a empregaraproximadamente3.100 funcionários
18 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Saldo de junho é negativo em US$ 3,9 bi
Hoje México é nossaprincipal convicçãoem América Latina.Uma aposta maispositiva é Méxicoe Argentina éuma apostaacima de neutra”
Muita atividade emfusões e aquisições,tanto de investidorestratégico que estáfora do Brasil comolocal. O estratégicoestá olhando o Brasilpara cinco, dez anos”
As saídas de dólares do país em junho até o dia 26 superaram as
entradas em US$ 3,933 bilhões, de acordo com dados do Banco
Central (BC). As saídas de dólares são todas do segmento fluxo
financeiro, com registro de US$ 6,084 bilhões. O fluxo comercial
registrou saldo positivo de US$ 2,151 bilhões. De janeiro a 26 de junho,
o saldo do fluxo cambial ficou positivo em US$ 11,860 bilhões.
CarlosConstantiniEstrategista-chefe do Itaú BBA
Jean-MarcEtlinVice-presidente executivo Itaú BBA
““
O cenário de crescimento negati-vo do Produto Interno Bruto(PIB), aumento do desemprego equeda da renda real fez com quemercado de renda variável brasi-leiro deixasse de ser a opção núme-ro um do Itaú BBA, que passou aconsiderar o México. No entanto,este cenário tem chances de mu-dar a partir do ano que vem.
De acordo com o estrategista-chefe do Itaú BBA, Carlos Constan-tini, hoje o banco está “underwei-ght” para Brasil, ou seja, está apos-tando de forma negativa, abaixoda alocação neutra. “Hoje Méxicoé nossa principal convicção emAmérica Latina. Uma aposta maispositiva é México e Argentina éuma aposta acima de neutra”,diz, acrescentando que não des-carta possibilidade de o Brasil vol-tar a ser a principal opção a partirde 2016, quando a economia vol-tar a dar sinais de crescimento.
O executivo pondera, no entan-to, que a queda do PIB não impli-ca, necessariamente, em recuo daBolsa. Mas destacou que o movi-mento do mercado de renda variá-vel tem forte relação com o retor-no sobre patrimônio líquido(ROE). “A Bolsa pode subir inde-pendentemente do PIB, mas oROE não sobe porque as empresaspassam a pagar mais impostos emtempos de retração econômica”,diz,ressaltando ainda que tem ocusto da dívida das companhias.
De acordo com Constantini, ho-je o valuation da Bolsa está em12,5X o lucro projetado, acima damédia histórica de 9X, apesar dofraco desempenho do mercadoacionário. “Atualmente, está em12,5X em função da entrada de re-cursos”, diz, ressaltando aindaque este movimento reflete o ex-cesso de liquidez no mundo.
Desde o início de os estrangei-ros trouxeram para o Brasil R$ 57bilhões. Ainda de acordo com ele,houve uma forte entrada de estran-geiros no país após a forte desvalo-rização do real no início desteano, que levou o dólar a ser nego-ciado acima de R$ 3,00. “Este nãoé um fenômeno apenas de Brasil.Existe tendência em outros paísescomo Rússia, China, mercadosemergentes, México e Índia”, diz,
acrescentando que “quando seconstrói a tese de investimento so-bra pouco upside na Bolsa”.
Para o executivo a expectativade expansão do Ibovespa é de 19%,com o índice chegando em 63 milpontos em 12 meses. “Consideran-do o nível da taxa de juro, fica umaclassedeativoquestionáveldopon-to de vista de alocação, principal-mente no curto prazo. Fica questio-nável investir em ações com o atualpatamar de juros", diz. Esse movi-mento se concentra emtrês setores:consumobásico,commoditieseser-viços financeiros. "São os setores danossa lista de apostas”, afirma.
O vice-presidente executivodo banco, Jean-Marc Etlin, desta-cou que o mercado de fusões eaquisições está bastante atuanteeste ano e renda fixa está relativa-mente estável. “Muita atividadeem fusões e aquisições, tanto deinvestidor estratégico que está fo-
ra do Brasil como local. O estraté-gico está olhando o Brasil para cin-co, 10 anos. Acho que os estrangei-ros entenderam que o Brasil e aAmérica Latina são regiões volá-teis, mas que têm recursos natu-rais importantes e grande popula-ção”, diz, acrescentando que emmomentos como este tem visto ointeresse do estratégico. “Ele pre-cisa estar no Brasil, principalmen-te em momento de estresse econô-mico e estamos visto isso esteano”, acrescenta.
Ele ressaltou que o mercado dedívida doméstica brasileira já estádando sinais de aumento da ativi-dade. Além disso, ele não descar-ta novas ofertas públicas de ações(IPO, na sigla em inglês) este ano.“Acho bem possível, pode haverum descasamento entre o interes-se do controlador e do mercado,mas é possível”, afirma, sem que-rer destacar algum setor.
Alessandra [email protected]
Editora: Eliane [email protected]
FINANÇAS
São Paulo
▲
Itaú BBA ainda está cautelosocom investimentos no Brasil
Bloomberg Divulgação
FLUXO CAMBIAL
Para a instituição, a bolsa brasileira deixou de ser a primeira opção de investimento. Agora, o banco sugere renda
variável no México, mas não descarta a possibilidade de o Ibovespa voltar à primeira posição a partir de 2016
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 19
Odólar subiu ontem 1,16%, cotado a R$ 3,1450. Passado o
vencimento de junho dos contratos de derivativos cambiais
na BM&F, o dólar libertou-se das amarras atadas pelos
vencedores “vendidos” e pôde refletir a cena externa delicada e a
fuga de investidores estrangeiros do Brasil. Persiste vigorosa e
perigosa a saída líquida de capitais externos do país. Só na semana
passada, a remessa líquida de capitais pela conta financeira da
balança cambial atingiu US$ 2,283 bilhões, elevando para US$ 6,084
bilhões o déficit acumulado em junho até o dia 26. Como em maio a
fuga tinha sido de US$ 5,56 bilhões, apenas nos dois últimos meses
(faltando ainda contabilizar os dois dias úteis finais de junho), foram
embora US$ 11,64 bilhões pela conta que registra a movimentação
dos investimentos financeiros de fora.
Deve-se insistir neste ponto: afuga está acontecendo a despeitode o Banco Central ter melhoradomais ainda a rentabilidade dasaplicações financeiras. Nesse pe-ríodo considerado, houve duas al-tas de 0,50 ponto da Selic. A taxasubiu de 12,75% para 13,75%, am-pliando a remuneração recordistamundial, com o BC tendo, adicio-nalmente, sinalizado que poderáavançar o juro básico até 14,5%,e, mesmo assim, o capital finan-ceiro externo arrumou as malas epartiu. A razão fundamental vemdo manual básico do investidor:se a esmola é demais, desconfie.Se um banco ou país pagam jurosexcessivos, acima dos de merca-do, é porque podem quebrar. Arentabilidade, embora exagerada,não compensa inteiramente o ris-co — um risco que pode se tornardesmedido se vingar o cenárioatual, que concilia a provável ex-pulsão da Grécia da eurolândia e aquase certeza dos mercados deque o Federal Reserve (Fed) inicia-rá a marcha da taxa básica ameri-cana em setembro.
Este cenário pode ser dramati-camente desfavorável ao Brasil,pois implicaria em nova dispara-da do dólar. Nos últimos 12 mesesterminados na terça-feira, a moe-da americana valorizou-se40,61%. O dólar comercial saltoude R$ 2,211 em 30 de junho de2014 para R$ 3,1089 em 30 de ju-nho de 2015. Se toda essa alta foirepassada aos preços, engordou oIPCA em dois pontos percentuais.Sem ela, não estaria hoje na faixade 8,5%, mas no teto de 6,5% dabanda inflacionária. Aos poucos,a competitividade externa brasi-leira começa a reanimar-se porcausa desta “supermaxidesvalori-zação” cambial, mas a inflação serobustece, exigindo um ataquemonetário que aprofunda a reces-são. As consequências do Grexit eda decisão do Fed podem alimen-tar o circuito viciado de mais infla-ção e mais recessão. Mais lenhanessa caldeira pode ser jogada pe-las agências de rating. O rebaixa-mento brasileiro ao desqualifica-do grupo de países de grau especu-
lativo redundará em mais inflaçãoe mais recessão. Quanto mais for-te for a recessão, menor será o po-der do ajuste fiscal em evitar a ex-plosão da dívida pública.
O investidor estrangeiro de por-tfólio pesa tudo isso em sua balan-ça e, sem muito esforço, concluique está na hora de reduzir sua ex-posição ao Brasil. De que vale umjuro real de 7,8%? Quanto mais ju-ro o país pagar, mais rápido estaráno caminho da insolvência. O paísjá está naquela espiral sem saídaque estigmatiza os caloteiros.
Deve-se entender que essesUS$ 11,64 bilhões que saíram ape-nas nos dois últimos meses sãouma parte muito pequena dos in-vestimentos estrangeiros de por-tfólio. Se a aposta fosse no caos,as portas seriam muito estreitas eo dólar já estaria rondando os R$4,00. O mercado opera com umpé atrás, mas de olho nas revira-voltas. E as guinadas são semprepossíveis. Se tinha ontem muitagente comprando dólar por me-do da Grécia, do Fed, do enfraque-cimento do governo Dilma Rous-seff relatado pelas pesquisas deopinião, também operavam osque vendiam por acreditar na ate-nuação do risco. Em relação à Gré-cia, por exemplo, nada estará de-cidido antes de abertas as urnasdo plebiscito de domingo. As pes-quisas mostram que vencerá aaprovação popular à austeridadeimposta por Bruxelas. Nesse ca-so, o premiê Alexis Tsipras assina-rá o acordo e, como defensor fer-renho do “não” — não se sabe sede maneira sincera ou como par-te de um jogo de cena para livraro Syriza da acusação de não cum-primento das promessas eleito-rais —, lavará as mãos.
Na hipótese de reconciliaçãoda Grécia com a zona do euro, oFed não terá mais constrangi-mento externo para agir livre-mente (se é que alguma vez al-gum americano conseguiu enxer-gar em qualquer parte do mundomotivo suficiente para não fazeraquilo que gostaria de fazer). Li-vre como um falcão, o que fará oFed em setembro? Nada de muito
dramático. A “fed fund rate” de-ve subir de 0,25% para 0,50%, etodas as cautelas de praxe serãoreafirmadas. Claramente, o mer-cado secundário de títulos do Te-souro americano não está com-prando as visões apocalípticas.O rendimento do papel de 10anos subiu ontem de 2,36% para2,42% porque dois indicadoresvieram melhores do que as expec-tativas. O setor privado dos EUAgerou 237 mil empregos em ju-nho quando os analistas previam220 mil. E o índice de atividadeindustrial ISM subiu de 52,8 emmaio para 53,5 em junho quandoo mercado esperava alta para53,2. Nada que requeira um aper-to monetário digno do nome.
O pregão de juros futuros daBM&F solidarizou-se com o dó-lar, justamente no momento emque parcela de tesoureiros e gesto-res comemorava a capitulação doBC no impasse monetário. Partedo mercado vinha apostando que,em algum momento, a autoridadeiria desistir da perseguição obses-siva à meta de inflação de 4,5% noano que vem. O início da retiradajá aconteceu, mas ontem os DIs fo-ram obrigados a subir por causado dólar. A taxa para a virada doano subiu de 14,24% para 14,27%.E o contrato com vencimento emjaneiro de 2017 avançou de13,94% para 14,02%.
PERSISTE A FUGA DE CAPITAL
O MERCADO COMO ELE É...
EditoriadeArte
LUIZSÉRGIOGUIMARÃ[email protected]
De que vale um juroreal de 7,8%? Quantomais juro o país pagar,mais rápido estará norumo da insolvência.O país já está naquelaespiral sem saídaque estigmatizacaloteiros
20 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Abertura de capital da BR será estudadaA Petrobras informou que sua diretoria autorizou, em reunião
ocorrida no dia 30, a elaboração de estudos para analisar a busca de
um sócio estratégico e a abertura de capital em bolsa da Petrobras
Distribuidora, como parte do plano de desinvestimentos da estatal.
Ontem, a Caixa Econômica Federal anunciou a criação da Caixa
Seguridade, que também deve ter capital aberto. Redação
O desenrolar das investigações decorrupção cada vez mais amplono Brasil está levando investido-res em bonds do país a se prepara-rem para mais problemas. Após es-peculações de que o país havia su-perado a pior parte de uma amplainvestigação de corrupção, repor-tagens publicadas na última sema-na colocaram o assunto novamen-te no centro das atenções.
Essa situação está disseminan-do pessimismo entre os investido-res em bonds, que já lidam com opior prejuízo dos últimos doisanos já que, sete meses depois deter surgido, o escândalo continuaprovocando efeitos danosos. Asnotas denominadas em dólares dopaís perderam 1,5% no primeirosemestre de 2015, contra um ga-nho médio de 1,5% nos mercadosemergentes.
“A situação política é muito,muito ruim no momento”, disseJuan Carlos Rodado, diretor depesquisa para América Latina dobanco Natixis North AmericaLLC, por telefone, de Nova York.“Nós deveríamos nos preparar pa-ra muito mais barulho. O que vi-mos até aqui pode ser apenas aponta do iceberg”.
Os bonds do Brasil caíram na úl-tima quinta-feira depois que a im-prensa informou que uma medidalegal havia sido apresentada paraevitar que o ex-presidente LuizInácio Lula da Silva fosse preso.Um porta-voz de Lula, disse queele não havia adotado tal ação.
Um tribunal do Paraná rece-beu, no mês passado, um pedidode habeas corpus em nome de Lu-la, segundo um documento em seusite. O pedido, que permite que ospresos sejam liberados de uma de-tenção ilegal, foi feito por MaurícioRamos Thomaz, que não estava re-presentando Lula, segundoa porta-voz de imprensa do tribunal.
Marcela Meirelles, estrategistade mercados emergentes da TCWGroup Inc., disse que os bonds doBrasil já refletem o dano do escân-dalo. Os yields médios sobre suadívida em dólar subiram 0,57 pon-to porcentual neste ano, para5,46%, segundo o JPMorgan Cha-se Co.“As pessoas podem argu-
mentar se eles estão plenamenteprecificados ou não, mas é justo di-zer que, em grande parte, estãoprecificados”, disse ela por telefo-ne, de Los Angeles. “É muito im-portante que os investidores real-mente reconheçam seus riscos eidentifiquem os fatores com osquais se sentem mais confortáveise que apresentam uma chance me-lhor de se saírem bem se as investi-
gações da Lava Jato continuareme aumentarem. Essa tem sido anossa abordagem”. A TCW man-tém bonds soberanos e corporati-vos do Brasil.
Ricardo Pessoa, presidente deuma empresa construtora que assi-nou um acordo de delação premia-da, disse que diversos políticos li-gados ao Partido dos Trabalhado-res estavam envolvidos no esque-ma de corrupção na Petrobras. En-tre os apontados está o ministro daComunicação Social do Brasil, Edi-nho Silva, que negou as acusaçõesde que o dinheiro dos supostos su-bornos era usado para fazer doa-ções quando ele era tesoureiro dacampanha de reeleição de Dilma.
Durante uma coletiva de im-prensaemWashingtoncomopresi-dente dos EUA, Barack Obama, naterça-feira,Dilmadisse queespera-rá a revelação dos fatos da chamadaOperação Lava Jato relacionadosaos executivos da Petrobrasquesu-postamente aceitaram propinasem troca de contratos. Bloomberg
A Bovespa abriu o segundo se-mestre com o seu principal índi-ce em queda, pressionado pelodeclínio de Petrobras em meioao forte recuo do petróleo, compedidos do premiê grego paraque a população rejeite a ajudainternacional em referendo pre-visto para o domingo tambémminando os negócios.
O Ibovespa fechou ontem emqueda de 0,61%, a 52.757 pon-tos, e terminou a sessão no me-nor patamar desde 1º de abril. Ovolume financeiro novamente fi-cou abaixo da média do ano, tota-lizando R$ 5,8 bilhões.
Um dia após Atenas dar calo-te no Fundo Monetário Interna-cional (FMI) e menos de 24 horasdepois de o premiê grego escre-ver a credores se dizendo dispos-to a aceitar sua oferta com algu-mas mudanças, Alexis Tsipras re-petiu a acusação de que o país es-tava sendo "chantageado" e pe-diu ao povo que rejeite o acor-do.A atitude do primeiro-minis-tro grego destruiu qualquer pers-pectiva de reparar as relaçõescom os parceiros da União Euro-peia antes do referendo no do-mingo que pode decidir o futuroda Grécia na zona do euro.
O índice acionário europeuFTSEurofirst 300 ainda fechouem alta de 1,57%, mas o S&P500 reduziu um pouco o avanço,fechando com ganho de 0,69%.
O tom defensivo também pre-valece nas estratégias para as
ações brasileiras para o mês com-piladas pela Reuters, em meio àdebilidade da economia local enovos desdobramentos no frontpolítico, enquanto a Grécia apa-rece como risco externo.
Petrobras cedeu mais de 4%nas preferenciais, em meio ao de-clínio acentuado dos preços dopetróleo, com investidores tam-bém atentos a uma reunião comacionistas da estatal na qual esta-va prevista a votação de uma sé-rie de mudanças no estatuto dacompanhia, que pode diluir po-der dos diretores.
Vale fechou com queda ao re-dor de 1%, em sessão com novodeclínio nos preços do minériode ferro na China.
Na ponta positiva, o destaquefoi Cetip, com ganho de quase4%, após a Agência Estado publi-car na véspera que o Itaú Uniban-co adotou ferramenta desenvol-vida pela empresa para registroeletrônico de contratos de finan-ciamentos imobiliário. "Este éum marco importante no desen-volvimento do negócio de regis-tro de hipotecas da Cetip", disseo Bradesco BBI em nota. Reuters
FINANÇAS
Investigações semfim ameaçambonds do Brasil
Bolsa cai abaixo de53 mil pontos, namínima desde abril
Índice desvaloriza 0,61%,encerrando a sessão a52.757, por pressãonegativa da Petrobras
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Notas denominadas em dólares do país caíram 1,5% no 1º semestre,
contra um ganho médio de 1,5% nos mercados emergentes
AFP
Bloomberg
Marcela Meirelles, daTCW Group Inc., osbonds do Brasil járefletem o dano doescândalo. Os yieldsmédios sobre sua dívidaem dólar subiram5,46%, segundo oJPMorgan Chase Co
PETROBRAS
OsbondsdoBrasil já refletemodanodasinvestigações
Alémdaquedadopetróleo,crisegregacontribuiuparaorecuo
Cetip foi destaquepositivo após notíciade que o ItaúUnibanco adotou suaferramenta pararegistro eletrônicode contratos definanciamentosimobiliário
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 21
De acordo com pesquisarealizada pelo Departamentode Economia da UniversidadeOhio State, nos EstadosUnidos, cada vez mais cresce onúmero de jovens comproblemas financeiros,adquiridos muitas vezes antesmesmo de eles concluírem ocurso universitário. A pesquisavai ao encontro dos estudosrealizados no Brasil. Segundolevantamento do GrupoCercred, cerca de 6,85% dosjovens do país, entre 20 e 30anos, são inadimplentes.
Já levantamento do SPCBrasil sobreconsumoconscienteaponta queos mais jovens sãoosquemenos adotampráticasadequadasdeconsumo,somandoum totalde64,5%entre o universodeconsumidores com idade que vaide 18a 29 anos.Quandocomparado aogeral, amaiorconcentração deentrevistadosnacategoria dos “nadaoupoucoconscientes”, éencontrada,justamente na faixade 18 a29anos:46,3% contra somente31,2% dototaldapopulação.
Mesmocomosaltosíndicesdeendi-vidamentoeinadimplência,obrasi-leironãoparoudeconsumir.Segun-do um levantamento nacional doServiço de Proteção ao Crédito(SPCBrasil) edo portal deeducaçãofinanceira Meu Bolso Feliz, mais dametade dos consumidores, o equi-valentea53%,admitemterrealiza-dopelomenosumacompraporim-pulso nos últimos três meses.
Quando perguntados sobre osprodutos que menos resistiram eacabaram comprando mesmosem haver necessidade, o itemmais citado são as roupas, soman-do 24%, seguidos pelos calçados,com 12%, CDs e DVDs, com 7%,smartphones, com 7%, e livros,atingindo 6%.
Já entre as motivações quemais levam os consumidores a fa-zer uma compra sem planejamen-to prévio, o levantamento apontaque a principal delas é a promo-ção, atingindo 51% dos casos.Também foram mencionados ou-tros estímulos como a atrativida-de do preço, com 31%, as caracte-rísticas do produto, como funcio-nalidade e beleza (6%) e a facilida-de de pagamento (4%).
Para os economistas do SPCBrasil, as compras por impulsosão um dos principais responsá-veis pela falta de controle orça-mentário e um impeditivo paraque os consumidores tenhamuma reserva financeira para lidarcom imprevistos .
“Um dos problemas associadosao comportamento impulsivo é orisco de endividamento em exces-so.Quandoasdívidasvãoseacumu-lando e comprometem o dinheirodestinado aos gastos imprescindí-veis, como despesas da casa e con-tas de primeira necessidade, é horadeoconsumidorprocurarajudapa-ra regularizar os atrasos porque ele
pode cair na inadimplência”, afir-ma o educador financeiro do portalMeu Bolso Feliz, José Vignoli.
Oslocaisemqueascomprasim-pulsivas maisocorremsãoossuper-mercados, em 30% dos casos, se-guido por shopping centers, com20%, e as lojas virtuais, com 17%.“Atualmente, os supermercadosoferecem em suas gôndolas produ-tos que vão além dos itens básicoscomoalimentação,higieneelimpe-za da casa. As grandes redes de su-
permercados investem cada vezmaisparadespertarodesejodecon-sumo”, afirma a economista-chefedo SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O estudo mostra ainda que navisão dos consumidores entrevis-tados, as lojas de departamento,com 28%, e os sites na internet,com 22%, são as que mais facili-tam o acesso ao crédito, estimu-lando, consequentemente, ascompras de itens não considera-dos tão necessários.
A Superintendência de Relaçõescom Empresas da Comissão de Va-lores Mobiliários (CVM) divulgouontem a relação de nove compa-nhias abertas que estão inadim-plentes em, no mínimo, três me-ses, no envio de informações pe-riódicas à autarquia, vinculada aoMinistério da Fazenda.
Segundo o superintendente deRelações com Empresas da CVM,Fernando Soares Vieira, o comuni-cado tem o objetivo de “alertar aosinvestidores e ao público em geral,que considerem essa informaçãonas suas relações com as citadascompanhiasabertas,ounassuasde-cisões de investimento”.
Entreasnovecompanhiasrelacio-nadas, estão a construtora MendesJúnior Engenharia, do Grupo Men-des Júnior, envolvido na OperaçãoLavaJato,daPolíciaFederal;eaRefi-naria de Manguinhos, cujos gestoresforam denunciados por sonegação,
noiníciodomêspassado,pelaCoor-denadoria de Combate à SonegaçãoFiscal do Ministério Públicodo Esta-dodoRiodeJaneiro(MP-RJ).
Entre os relatórios não enviadosà CVM estão os formulários de De-monstrações Financeiras Padroni-zadas (DFP), de Informações Tri-mestrais (ITR) e de Referência(FRE).Asdemaiscompanhiasaber-tas em atraso quanto ao envio dosdocumentos à autarquia fiscaliza-dora do mercado de capitais são aCerâmica Chiarelli, atualmente emrecuperação judicial; ConstrutoraSultepa; DHB Indústria e Comér-
cio; DUXXIImobiliária; IGB Eletrô-nica;RJCapitalPartners;eSDVAd-ministradora de Shopping Centers.
Ontem, a CVM também determi-nou a imediata suspensão das ofertasdecontratos deinvestimento coletivopelaTradeInvest–InvestimentoeDe-senvolvimento S/A e seus responsá-veis Sebastião Sussai e Bernardo Ca-lientoGonçalves.AlémdaPanelaFute-bolClubeIntermediaçõesdeNegóciosLtdaeseussóciosAlexFabianoSantosde Paulo, Diego Fernandes, EvandroNunesJunior,GeanCarlosMoreiraMo-raes, Menfis Augusto Nogueira e SilvaeRobertodeAssisMoreira.Com Abr
FINANÇAS
Mariana [email protected]
Entre os relatórios nãoenviados estão os deDemonstraçõesFinanceiras, InformaçõesTrimestrais e Referência
Cresce númerode jovenscom dívidas
Entre as novecompanhias estão aconstrutora MendesJúnior Engenharia, doGrupo Mendes Júnior,envolvido na OperaçãoLava Jato, da PolíciaFederal; e a Refinariade Manguinhos
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Consumidor endividadocontinua a comprar
CVM divulga alerta a investidores sobrecompanhias que sonegam informações
MarcelaBeltrão
Entreos itensmaisconsumidosestãoasroupas,somando24%,seguidospeloscalçados,com12%
Dentre as motivaçõespara compras semplanejamento prévio,o levantamentoaponta que a principaldelas é a promoção,atingindo 51% dosentrevistados
Segundo SPC Brasil, 53% dos entrevistados compraram por impulso nos últimos três meses
22 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Moody’s rebaixa classificação grega
Um voto pelo'não' é um passodecisivo nadireção de umacordo melhor quepretendemosassinar logodepois do resultadode domingo
Este referendo éesperado comtranquilidadeporque a Europaé forte. Um bomeuropeu não é o quebusca a qualquerpreço umcompromisso"
A agência de classificação de riscos Moody's cortou o rating da
Grécia para Caa3, ante Caa2, conforme o país se tornou a primeira
economia desenvolvida a ficar inadimplente com o Fundo
Monetário Internacional (FMI). A Moody's informou esperar que o
país dê o calote em sua dívida sem apoio continuado de seus
credores oficiais. Reuters
AlexisTsiprasPrimeiro-ministro da Grécia
AngelaMerkelChanceler da Alemanha
“
“No cabo-de-guerra entre credo-res insatisfeitos e um país inadim-plente, o referendo convocado pe-lo governo de Atenas para o próxi-mo domingo, dia 5, pode ser o fielda balança, que decidirá o destinoda Grécia na Europa.
De um lado, O primeiro-minis-tro Alexis Tsipras, que pediu aosgregos que rejeitem o resgate inter-nacional, destruindo qualquerperspectiva de reparar as relaçõescom os parceiros da União Euro-peia. Tsipras disse que “um 'não'supõe uma forte pressão para umacordo economicamente viável,que solucionará a dívida pública,que o governo grego pede a rees-truturação", insistiu.
O primeiro-ministro assegu-rou que quer a todo custo manterseu país na zona do euro, e que "ogoverno grego continua negocian-do, e continuará até o final".
Do lado dos credores, a chance-ler alemã, Angela Merkel, afir-mou que a Grécia não cumpriusuas obrigações e, embora não des-carte novas negociações, não daráum passo enquanto a Grécia avan-çar para realizar o referendo. “An-tes do referendo, nenhuma nego-ciação a mais sobre o programa deajuda pode acontecer”.
Menos de 24 horas após escre-ver a credores se dizendo dispostoa aceitar sua oferta se algumascondições fossem alteradas, Tsi-pras repetiu em discurso na televi-são sua acusação de que a Gréciaestá sendo “chantageada” e des-cartou rumores de que pode adiarou cancelar a votação.
O discurso deu força à atmosfe-ra frenética e algumas vezes sur-real dos últimos dias. Mensagensásperas do governo têm se alterna-do com ofertas de concessões pa-ra retomar as negociações.
Umdia depois de a Grécia setor-nar a primeira economia avança-da a dar calote no FMI, longas filasem caixas automáticos servem co-mo um símbolo da pressão sobreTsipras, que chegou ao poder emjaneiro prometendo acabar com aausteridade e proteger os pobres.
“Um voto pelo 'não' é um pas-so decisivo na direção de um acor-do melhor que pretendemos assi-nar logo depois do resultado de do-mingo”, disse, rejeitando os repe-
tidos alertas de parceiros euro-peus de que o referendo será efeti-vamente um voto sobre se a Gré-cia permanece na zona do euro ouvolta a usar o dracma.
O presidente do Conselho Euro-peu, Donald Tusk, afirmou emum tuíte: “A Europa quer ajudar aGrécia. Mas não pode ajudar nin-guém contra sua própria vontade.Vamos aguardar os resultados doreferendo grego”.
Ministros das Finanças da zonado euro discutiram o pedido gregoem teleconferência e Tsipras disseque responderia "imediatamente"a qualquer sinal positivo. O minis-tro das Finanças da Eslováquia, Pe-ter Kazimir, afirmou também noTwitter após a teleconferência queo Eurogrupo concordou em aguar-dar os resultados do referendo nodomingo para retomar as negocia-ções com o governo da Grécia.
Em carta aos credores, Tsiprasconcordou em aceitar a maioriadas exigências para impostos ecortes de aposentadorias, e pediu
um empréstimo de 29 bilhões deeuros para cobrir todos os paga-mentos de serviço de dívida quevencem nos próximos dois anos.
Mas o ministro alemão das Fi-nanças, Wolfgang Schaeuble, jogouágua fria sobre as esperanças de um
rápido avanço, dizendo que a cartachegou tarde demais e que aindanão está claro o que a Grécia deseja.
“Ela não deu mais clareza", dis-se ele, acrescentando que não ha-via base para negociações sériascom Atenas no momento.
Entretanto, mesmo que as ne-gociações sejam retomadas após oreferendo, a Alemanha e outrosdeixaram claro que qualquer con-versa sobre o um novo programateria que começar do zero, com di-ferentes condições.
No discurso no Parlamento ale-mão, Merkel afirmou que a crisegrega não coloca em jogo "o futuroda Europa" e recusou "um compro-missoaqualquerpreço" coma Gré-cia, que busca um acordo com seuscredores.Edeixoutransparenceral-guma esperança em relação a um“sim” no próximo domingo, ao di-zer que o referendo “é esperadocom tranquilidade porque a Europaé forte”. Segundo a chanceler, "umbom europeu não é o que busca aqualquer preço um compromisso".
André [email protected]
Fotos:EFE
Referendo pode definir futuroda Grécia na zona do euro
RATING
EDITAL DE CITAÇÃO - PRAZO DE 20 DIAS. PROCESSO Nº 0705167-62.2012.8.26.0704 A MMa. Juíza de Direito da 2ª VaraCível, do Foro Regional XV - Butantã, Estado de São Paulo, Dra. Monica Lima Pereira, na forma da Lei, etc. FAZ SABER a(o)Sandra Regina Gonçalves Freire que Porto Seguro Cia de Seguros Gerais lhe ajuizou, bem como a Aztrazeneca do BrasilLtda uma Ação ordinária Reparação de Danos, objetivando a condenação da ré em R$ 22.567,86 (10/2012), relativo aosdanos causados em automóvel segurado da autora, conforme descrito na inicial. Estando a ré em lugar ignorado foi deferidaa citação por edital, para que, no prazo de 15 dias a fluir após o prazo supra, conteste a ação, sob pena de presumirem-seaceitos os fatos. Será o presente edital, por extrato, afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Dado e passado nestacidade de São Paulo, aos 17 de junho de 2015.
Citação, Prazo 20 dias, Processo 0137479-46.2011.8.26.0100. A Dra. Lúcia Caninéo Campanhã. Juízade Direito da 6ª Vara Cível da Capital. Faz saber a Dental Solução Comércio de Produtos OdontológicosLtda, com que Pedro Paulo Bak Mansi, ajuizou Ação de Consignação em Pagamento, objetivando que sejadeclarada cumprida a obrigação do requerente, dando por quitado o débito de R$ 346,60, dando-se porsatisfeito e considerado como liquido e certo pela quantia depositada em juízo. Estando o réu em lugarignorado, citada fica para que em 15 dias, a fluir após os 20 dias supra, levante o deposito ou conteste apresente ação, sob pena de presumirem-se aceitos os fatos.
Em Atenas, o primeiro-ministro Tsipras defende o “não” ao acordo de resgate, acreditando que o país se
fortalecerá nas negociações. Em Berlim, a chanceler Merkel diz que negociações estão paralisadas até a votação.
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 23
24 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Em meio a instabilidade, mais dois IPOs
Portugal pode ter ganho o direitode contar vantagem. O impactorelativamente brando sobre suasações e bonds decorrente da tur-bulência na Grécia — uma gran-de diferença em relação a quatroanos atrás, quando o início da cri-se repercutiu no sul da Europa —está trazendo alívio e satisfaçãopara o país ibérico.
Embora seja uma evidência dafé dos investidores nas proteçõesdesenvolvidas para conter umaocorrência do tipo, a calma tam-bém se dá em função das medi-das adotadas pelo país, segundolíderes políticos e empresariaisde Portugal.
“A situação do país é completa-mente diferente da que vimosem 2012”, disse Gonçalo MoraisSoares, diretor financeiro daREN-Redes Energéticas Nacio-nais SA. “A percepção de riscoque os investidores institucio-nais atribuem a Portugal é muitomais baixa hoje. Nos diálogosque tivemos fora do país, todos re-conheceram o esforço de consoli-dação do orçamento”.
A operadora das redes de eletri-cidade e gás natural de Portugal,que tem sede em Lisboa, vendeuem fevereiro € 300 milhões, (US$335 milhões) em bonds de dezanos. A REN, que tem rating degrau de investimento, pode teracesso ao mercado “quando e co-mo quiser”, disse Soares.
Em 2011, Portugal seguiu oexemplo da Grécia e da Irlanda epediu resgate à União Europeia eao Fundo Monetário Internacio-nal (FMI). Atualmente a Grécia es-tá atolada em uma crise por nãoter chegado a um acordo com oscredores, enquanto Portugal, as-sim como a Irlanda, deixou seuprograma de ajuda em 2014. Nestemês, o país realizou seu segundopagamento antecipado do emprés-
timo do FMI depois que os custosdos empréstimos caíram devidoao plano de compra de bonds doBanco Central Europeu.
O yield do bond português de10 anos estava em 2,94%, depoisque o primeiro-ministro grego,Alexis Tsipras, rejeitou, no fimde semana, a última proposta deajuda dos credores. Embora esseyield esteja mais elevado do quena sexta-feira, ele é mais baixodo que há oito dias de negocia-
ção. O custo dos empréstimos de10 anos de Portugal subiu paramais de 18% em 2012. E despen-cou para 1,509 em 12 de março, onível mais baixo desde que aBloomberg começou a registraros dados, em 1997.
“Não tememos nenhum contá-gio financeiro de forma equivalen-te a 2010”, disse o primeiro-minis-tro português, Pedro Passos Coe-lho, em 22 de junho. A dívida dopaís continua classificada abaixodo grau de investimento por FitchRatings, Moody’s Investors Servi-ce e Standard Poor’s.
A EDP-Energias de PortugalSA, maior distribuidora de eletrici-dade do país, vendeu em abril €750 milhões em bonds de 10 anosdepois que a Moody’s elevou seurating de crédito para o grau de in-vestimento, no início deste ano.
“Diversos fatores contribuempara a melhoria dos mercados dedívida”, disse o diretor financeiroda EDP, Nuno Alves, em 17 de ju-nho. “Claramente o fator mais re-levante é a melhoria dos indicado-res macroeconômicos de paísescomo Portugal, Espanha e Irlan-da, que reduziram significativa-mente a incerteza em relação àsaúde de suas finanças públicas”.Bloomberg
O regulador dos mercados da China informou ontem que aprovou
pedidos de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês)
apresentados pelo banco de médio porte Bank of Jiangsu e a
Zhoushan Port. As aprovações ocorrem enquanto o governo tenta
estabilizar o mercado de ações do país, que teve na sexta-feira sua
maior queda de um dia desde a crise financeira global. Reuters
ReproduçãodaInternet
AFP
FINANÇAS▲
Contágio grego tem efeitobrando em Portugal
CHINA
Portugal: recuperaçãodosfundamentosmacroecnômicos
País que sofreu as duras consequências da crise da dívida em 2010, deixou o programa
de resgate em 2014 e já fez o segundo pagamento antecipado do empréstimo do FMI
A percepção de riscoque os investidoresinstitucionaisatribuem a Portugalé muito maisbaixa hoje.A calma se dá emfunção das medidasadotadas pelo país
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 25
O fim do degelojá é agora oficial
O próximo dia 20 entrará para ahistória: Estados Unidos e Cubairão finalmente reabrir as suas res-pectivas embaixadas em Havana eem Washington. Seis meses de-pois de intensas negociações, des-de o anúncio de 17 de dezembro so-bre o início da reaproximação, osdois países informaram ontem ofi-cialmente a sua decisão de restabe-lecer relações diplomáticas ple-nas, deixando para trás mais demeio século de ruptura, tensões edesconfiança mútua.
“Hoje posso anunciar que osEUA acordaram formalmente orestabelecimento de relações di-plomáticas com Cuba e a reabertu-ra de embaixadas em nossos res-pectivos países”, disse Obama noJardim Rosado da Casa Branca, aolado do vice-presidente Joe Bi-den. A TV cubana divulgou o con-teúdo de uma carta do presidenteRaúl Castro a Obama confirman-do o acordo.“Cuba decidiu resta-belecer relações diplomáticascom os EUA e abrir missões diplo-máticas permanentes em nossosrespectivos países em 20 de julhode 2015”, afirmou Castro. Obamainformou que caberá ao secretáriode Estado, John Kerry, ir a Hava-na hastear a bandeira americana“sobre nossa embaixada outravez”. Este gesto, acrescentou opresidente, “não é meramentesimbólico”, já que com as mudan-ças, os EUA “serão capazes de au-mentar substancialmente nossoscontatos com os cubanos”. O go-verno cubano informou que seuchanceler, Bruno Rodríguez, pre-sidirá a abertura da embaixada deseu país em Washington. Obamalembrou que ele mesmo nasceuem 1961, o ano em que Washing-ton decidiu romper unilateralmen-te as relações com Cuba, colocan-do em evidência que o cenário dasrelações internacionais se modifi-
cou de forma dramática no últimomeio século. Neste período, disseObama, os EUA se apegaram auma “política que não funcio-nou”.
“Já passamos do momento emque devemos assumir que estaabordagem não funciona. Não fun-cionou em 50 anos. Deixou osEUA fora do futuro de Cuba e ape-nas torna pior a vida dos cuba-nos”, disse o presidente. Desde ofim dos anos 70, EUA e Cuba opera-vam suas missões diplomáticas,chamadas de Seções de Interes-ses, em suas capitais. As missõesestavam tecnicamente sob a prote-ção da Suíça, mas não tinham omesmo status de embaixadas.Obama reiterou seu apelo ao Con-gresso americano para que colo-que fim ao embargo sobre Cuba.“Americanos e cubanos estão dis-postos a avançar. É o momento dede o Congresso fazer o mesmo. Oembargo impede os americanosde viajar e fazer negócios emCuba”, disse.
Para Peter Hakim, presidentedo centro de estudos Inter Ameri-can Dialogue, Obama mostrou
uma visão ambiciosa com relaçãoao que pode ser conquistado comCuba, mas o fimdas sanções serámais difícil de ser alcançado. Aomodificar normas sobre viagens ecomércio, Obama começou a ero-dir o embargo, explicou ele. “E es-ta erosão continuará. Empresasirão atuar em Cuba. Veremos umaabertura gradual, em vez de umaabertura súbita”, disse o especialis-ta. Já o acadêmico William Leo-
Grande, da American University,disse que os dois países ainda têmpela frente um longo processo. Pa-ra LeoGrande, o anúncio de ontem“tem consequências práticas aodar a diplomáticos um melhoracesso ao governo e à sociedadecubana, mas o elemento mais im-portante é a conquista simbólica”.
Geoff Thale, do centro Washing-ton Office on Latin America (WO-LA), afirmou que “se trata de uma
MUNDO
Editora: Florência [email protected]
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O presidente BarackObama informou quecaberá ao secretário deEstado, John Kerry, ir aHavana, no próximodia 20, para hastear abandeira americana“sobre nossaembaixada outra vez”
Após 54 anos, EUA e Cuba anunciam oficialmente a retomada das relações e informam
que vão reabrir suas embaixadas em Havana e em Washington no próximo dia 20
SeçãodeInteressesdeCubaemWashington,tecnicamentesobaproteçãodaSuíça,massemstatusdeembaixada
1959Revolução sob o comando de Fidel Castro
1962Fevereiro: EUA impõem embargo a Cuba
1961Em janeiro, EUA rompem relações diplomáticas com Cuba
1980Êxodo de Mariel: 125 mil cubanos emigram para Miami
1966EUA aprova lei que oferece abrigo a cubanos que emigrem legalmente
1977Washington e Havana abrem Seções de Interesses
MAIS DE MEIO SÉCULO DEUMA RELAÇÃO CONTURBADA
26 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Diplomacia silenciosa busca o reatamentoO presidente Barack Obama e o venezuelano Nicolás Maduro têm
avançado no diálogo para reestabelecer relações diplomáticas
plenas, depois de anos de hostilidades, de acordo com um
funcionário de alto escalão do governo americano. As negociações
ainda estão no começo, mas há uma intensa “diplomacia silenciosa”
com o objetivo de reaproximar os dois países. Reuters
mudança de política necessária, eque abre as portas a uma colabora-ção prática para discutir nossas di-vergências de uma forma séria”.No Congresso, o anúncio provocoureações imediatas entre os legisla-dores que se opõem a qualquer mu-dança de política ou reaproxima-ção com Cuba. O aspirante presi-dencial republicano Marco Rubio,filho de imigrantes cubanos, disseque Washington deveria cessar as
“concessões a este regime odio-so”, e que bloquearia qualquer no-meação de um novo embaixadorem Cuba.
O restabelecimento de relaçõesdiplomáticas permitirá um nívelelevado de diálogo para resolver ostemas pendentes, em especial ofim do embargo econômico e finan-ceiro à ilha. Mas este embargo seapoia em um enorme emaranhadolegal codificado em lei, de forma
que apenas o Congresso tem emsuas mãos a chave para iniciar seudesmonte.Com suas 40 páginas deextensão, a chamada “ Lei Liber-tad”, conhecida como Helms-Bur-ton, é a compilação de todas as san-ções em vigor contra Cuba. Esta leidetermina as restrições ao comér-cio e às viagens, o veto de Washing-ton à participação de Cuba em orga-nismos multilaterais e sanções aempresas americanas ou de tercei-
ros países que invistam em Cuba,entre muitos outros dispositivos.
As duas câmaras do Congressosão controladas pelo opositor Par-tido Republicano, motivo peloqual Obama não conseguiu atéagora aprovar, por exemplo, umaampla reforma do sistema migra-tório. Este é o cenário que gera dú-vidas sobre sua capacidade de con-vencer o Capitólio a remover o em-bargo a Cuba. Outro tema penden-te é a negociação bilateral peloenorme número de ações judiciaisnos EUA por propriedades expro-priadas pelo governo cubano nadécada de 1960. Hoje existem5.911 processos abertos nos EUA,por parte de empresas e cidadãoscubanos e americanos, por pro-priedades expropriadas em Cuba,concessões e bens perdidos, quesomariam atualmente entre US$ 7e 8 bilhões. Deste volume total decompensações, cerca de 90% cor-respondem a empresas cujas insta-lações e operações foram naciona-lizadas depois de 1959, como aCuban Electric Company, ITT,North Sugar Company, StandardOil e Texaco, entre outras. Já Cubaaprovou a lei 80/1996, que admitea necessidade de encontrar umasolução negociada a estas exigên-cias. Mas esta lei condiciona umeventual acordo a uma negocia-ção paralela pelos danos provoca-dos em Cuba pelo embargo ameri-cano de meio século. Autoridadescubanas estimaram estes danosem US$ 100 bilhões. Finalmente,também resta a situação da basenaval que os EUA mantêm desde1903 no município de Caimanera,em Guantánamo. O governo ame-ricano estuda formas de fecharum polêmico centro de detençãoque opera na base, mas no mo-mento não considera negociar adevolução do espaço a Cuba. Reda-
ção, com AFP e Reuters
RELAÇÕES EUA-VENEZUELA
Reuters
1998Em março, EUA autoriza remessas de dinheiro para Cuba. Em setembro, dois agentes cubanos são presos
2011EUA flexibilizam viagens
1996Novo aumento no embargo causado pela derrubada de dois pequenos aviões de organização anticastrista por MIGs cubanos
2015Janeiro: primeira rodada de negociações em Havana.Abril: os presidentes dos dois países têm encontro histórico na Conferência das Américas no Panamá.Maio: EUA retiram Cuba da lista de países pró-terroristas.Junho: Washington e Havana marcam para 20 de julho a data de abertura de suas embaixadas e anunciam oficialmente o reestabelecimento de suas relações
1992O embargo torna-se mais forte
2004EUA reforçam ajuda a dissidentes; Cuba suspende o dólar na ilha
2013No funeral de Nelson Mandela, acontece aperto de mão histórico entre Barack Obama e Raúl Castro
1993Fidel autoriza a circulação do dólar na ilha
2009Obama suspende as barreiras às viagens de cubanos nos EUA para Cuba e ao envio de dólares; o diálogo sobre imigração entre os dois países é retomado. O empresário americano Alan Gross é preso em dezembro
2014Em dezembro, os dois países concordam em reestabelecer relações diplomáticas. Troca de presos cubanos por Alan Gross
Há temas pendentes,como o fim do embargoeconômico, as açõesjudiciais nos EUA porpropriedadesexpropriadas na ilha, eas compensações pordanos provocados emCuba pelas sanções
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 27
Ministros alemães grampeados pela NSAAlém de espionar a chanceler Angela Merkel, a Agência de
Segurança Nacional dos EUA (NSA) grampeou várias autoridades do
país, como os ministros da Economia e da Fazenda, informaram o
jornal alemão “Sueddeutsche Zeitung” e a rede de TV “ARD”. Com
base em documentos do site WikiLeaks, a mídia alemã disse que a
NSA vigiou 69 números de telefone do governo alemão. Reuters
No ringue político da Argentina,um governador e um prefeito sãoaté agora os principais concorren-tes da eleição presidencial de 25outubro que decidirá quem vai su-ceder a presidente Cristina Kirch-ner. Daniel Scioli, governador deBuenos Aires, do partido da presi-dente, está em primeiro lugar naspesquisas de opinião, à frente deseu principal rival, o prefeito dacapital argentina Maurício Macri,este último defensor de políticaseconômicas mais ortodoxas. Am-bos são de famílias ricas, filhos deempresários italianos bem sucedi-dos nos ramos de construção civil(no caso de Macri) e de vendas deeletrodomésticos ( Scioli).
A quatro meses do pleito geralna Argentina, Daniel Scioli, daFrente pela Vitória (FPV), tem36,9% das intenções de voto en-quanto o oposicionista MaurícioMacri (do partido PRO, de direita)tem 31,6%, de acordo com levan-tamento feito pela consultoria Ma-nagement & Fit. Uma outra pes-quisa divulgada na segunda-feirapela Ricardo Rouvier & Associates-mostra Scioli com 35.1%contra26.9 % de Macri. Em terceiro lu-gar está um deputado dissidentedo oficialismo, Sergio Massa, com10%. A presidente está constitu-cionalmente impedida de tentarum terceiro mandato. Mas Kirch-ner, cujos aliados vão procurar for-talecer seu controle no Congressona eleição geral de outubro, pode-rá concorrer novamente no pleitode 2019. A presidente deixará a Ca-sa Rosada no dia 10 de dezembro.
Daniel Scioli, 58 anos, ex-campeão de motonáutica, é umobcecado por esportes, a pontode ter construído em sua residên-cia uma quadra de futebol de sa-lão e comprado um time. Duran-te os anos em que participava decampeonatos com sua lancha, te-ve um acidente no qual perdeu obraço direito.
Ex-vice-presidente de NéstorKirchner (2003-2007), o maridofalecido de Cristina, Scioli éatualmente governador da pode-rosa província de Buenos Aires.Mas apesar da participação no go-verno de Néstor Kirchner, osdois não mantiveram uma boa re-lação e isso teve reflexos no con-tato com a presidente. Antes deaceitá-lo como candidato oficia-lista, Cristina Kirchner não es-condia que o menosprezava. Scio-li entrou para a política pelasmãos do ex- presidente CarlosMénem, que o promoveu por cau-sa de sua fama nos esportes.
O extrovertido e carismáticoScioli é político há quase duas dé-cadas. Mas faz de tudo para nãoser visto como um político. Sabeusar sua imagem de vencedor,lembrando as vitórias que tevecom sua lancha, a tragédia quelhe custou um braço, mas que
mesmo assim é capaz de levar avida adiante, sem esmorecer.Sua mulher, a empresária daárea de cosméticos Karina Rabo-lini, trabalhou como modelo nadécada de 80.
O principal candidato presiden-cial até agora se comprometeu adar continuidade aos programasda presidente. Scioli escolheu nes-te mês um dos assistentes maispróximos a Cristina Kirchner co-mo seu vice-presidente e disse,em um salão cheio de executivosbancários, que não cederia aos cre-dores de títulos não reestrutura-dos do calote do país em 2001, quecontam com a decisão favorávelde um tribunal para receber o pa-gamento por seus bonds inadim-plentes. Redação, com agências
O papa Francisco é a personalida-de mais popular e admirada naArgentina, mas o giro que ele fa-rá a partir deste final de semanapela América do Sul não incluiráa sua terra natal. Assim, o Pontífi-ce evitará ter a sua imagem usa-da politicamente em um momen-to eleitoral na Argentina. O plei-to para a sucessão de Cristina Kir-chner será no dia 25 de outubro.
A imagem positiva de JorgeBergoglio, nascido há 78 anosno bairro de Flores, em BuenosAires, atingiu o ápice em seupaís. Ele é hoje a personalidademais admirada do país em déca-das. “Francisco tem na Argenti-na uma imagem positiva em tor-no de 89%”, disse Jorge Giacob-be, sociólogo e pesquisador , ci-tando o Ranking Anual de Pes-soas Honestas. “ Uma reputa-ção tão positiva o obriga a ma-nejar com sabedoria o seu po-der”, explicou ele. “Já me sentiusado pela política do país”,confessou Francisco em março,sem apontar nomes de políti-cos, em entrevista ao canal detelevisão mexicano Televisa.Ele já recebeu por cinco vezes apresidente Cristina Kirchner.Fontes do Vaticano ressaltaramque “seu propósito é ajudar seupaís a fazer uma transição pací-fica e ordenada” neste ano elei-toral. Em dezembro, quando apresidente deixará o governo,estará encerrado o ciclo de 12anos de poder do kirchnerismo(uma espécie de peronismo decentro-esquerda). Qualquercandidato daria tudo para teruma bênção do “papa pop”.
“Desde a sua eleição comoPontífice, Francisco procuroumanter-se afastado de qual-quer disputa política. Seus atose gestos têm procurado promo-ver a moderação em um cenáriopolítico muitas vezes intoleran-te e radicalizado”, explicou Ni-colás Solari, analista senior daPoliarquía Consultores. A visitado papa à Argentina está marca-da para 2016, quando o país já te-rá um novo presidente. Entre ospróximos dias 5 e 12, no entan-to, Francisco estará bem pertode sua terra: visitará o Equador,a Bolívia e o Paraguai. “Espera-mos uma grande presença de ar-gentinos durante a estadia do
papa no Paraguai”, disse seuporta-voz Federico Lombardi.Centenas de milhares de pere-grinos cruzarão a fronteira emônibus e carros, a pé ou a cava-lo, para assistir a pelo menosuma das duas missas previstasna agenda de Francisco no Para-guai, no sábado e no domingo.
“A importância do papa égrande, dada a sua grande popu-laridade e conhecimento, tantoda política argentina como deseus personagens”, comentouRosendo Fraga, cientista políti-co e diretor da consultoria Nue-va Mayoría. “Francisco é umavoz autorizada e reconhecida pe-los argentinos, situação que fazcom que ele seja um persona-gem altamente influente”, expli-cou Giacobbe.
Por este motivo, setores con-servadores não esconderam seudescontentamento diante das ce-nas do papa recebendo Kirch-ner. “A pergunta difícil é o quan-to isso influi no cenário eleitorale no desempenho dos candida-to”, questionou Giacobbe. “Fran-cisco está além da política eleito-ral e seus objetivos para a Argen-tina têm mais a ver com o médioe longo prazos. Por isso ele nãovisitará o seu país em um anoeleitoral”, observou o analistada Poliarquía. AFP
MUNDO
Redaçã[email protected]
Daniel Scioli,apoiado porKirchner,lidera pesquisas
Francisco excluiArgentina de seu tourpela América do Sul paraevitar clima eleitoral
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Governador de Buenos Aires é candidato a
presidente na eleição geral de outubro
AF
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O papa Franciscorevelou em março,durante umaentrevista ao canalde televisão mexicano‘Televisa’, que já sesentiu usado pelospolíticos argentinos,sem citar nenhumnome
ESPIONAGEM AMERICANA
ScioliapoiadoporKirchner, temcomorivaloprefeitodacapital
Daniel Scioli, 58 anos,de família rica,ex-campeão demotonáutica, é umobcecado por esportese faz de tudo para nãoparecer um político,apesar de já estar há20 anos na política
Papa, no auge dapopularidade, evitair à sua terra natal
28 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
Ataques matam mais de 100 no EgitoTrezentos militantes do Estado Islâmico atacaram mais de 15 postos
militares na província egípcia do Sinai do Norte, entre Israel, a Faixa
de Gaza e o Canal de Suez. Mais de 100 pessoas foram mortas
(militares e civis) em uma das ações mais ousadas dos militantes na
história do país. O grupo Província do Sinai, afiliado do EI no Egito,
disse que realizou também três atentados suicidas. Reuters
Reuters
Um total de 137 mil migrantes,um número recorde, arriscousuas vidas para atravessar o Medi-terrâneo durante o primeiro se-mestre de 2015. Este número re-presenta 83% a mais em relaçãoao mesmo período de 2014, infor-mou ontem a Organização das Na-ções Unidas (ONU). O número demortos nesta travessia, que foi de588 no ano passado, triplicou, che-gando a 1867 nos primeiros seismeses deste ano. Só em abril fo-ram registradas 1.308 mortes.
O balanço pode aumentar du-rante o verão (no hemisfério nor-te), quando os traficantes de sereshumanos intensificam sua ativida-de. O número de migrantes no Me-diterrâneo passou de 75 mil pes-soas no primeiro trimestre de2014 para 219 mil no fim do ano,segundo o Alto Comissariado dasNações Unidas para os Refugiados(Acnur). “A Europa enfrenta umacrise de refugiados por via maríti-ma que alcança níveis históri-cos”, alertou o alto comissário An-tonio Guterres, do Acnur. Um ter-ço das mulheres, homens e crian-ças que alcançaram a costa da Gré-
cia ou da Itália neste ano partiramda Síria, país devastado desde2011 pela guerra. Os refugiados daviolência do Afeganistão e do regi-me repressivo da Eritreia represen-tam 12%, segundo o relatório daAcnur. Somália, Nigéria, Iraque eSudão são outros dos principaispaíses de origem dos migrantes.
Muitos procuram, no início, serefugiar em países vizinhos. Umadas nações que mais recebe estecontingente é o Líbano, onde um
quarto de seus habitantes são refu-giados sírios. O relatório do Acnurtambém aponta uma mudançanos itinerários dos migrantes. Otrajeto da Turquia à Grécia substi-tui a travessia entre o norte da Áfri-ca e a Itália. Cerca de 170 mil mi-grantes chegarem à costa italianano ano passado. O país registrou67.500 novas chegadas durante oprimeiro semestre de 2015.
Já a Grécia, recebeu 43.500 mi-grantes em 2014, registrou a che-gada de 68 mil pessoas nos primei-ros seis meses de 2015, em meio àcrise econômica. Muitos refugia-dos e migrantes continuam sua ro-ta em direção à Alemanha e à Sué-cia, por serem países considera-dos mais abertos a acolhê-los.Eles enfrentam então uma novaviagem, frequentemente pelasmãos de traficantes, através dosBálcãs e da Hungria. O Acnur elo-giou a decisão europeia de dividirentre vários países os 40 mil pedi-dos de asilo sírios e eritreus paradiminuir a pressão sobre a Itália ea Grécia, mas afirmou que serãonecessárias mais medidas. Reda-
ção, com AFP
Milhares de manifestantes saíramàs ruas de Hong Kong ontem — nodia em que a devolução da ex-co-lônia britânica à China completou18 anos— em um protesto por de-mocracia plena e pela renúnciados líderes da cidade, controladospela China. A manifestação ocor-reu semanas depois de o Legislati-vo local ter votado contra um pa-cote de reforma eleitoral apoiadopelos dirigentes do Partido Comu-
nista em Pequim e que havia pro-vocado protestos que um dos maisgraves desafios dos últimos anospara a China.
A multidão, acompanhada deperto por dezenas de policiais, eramenor do que um ano atrás, quan-do meio milhão de pessoas compa-receu na marcha de julho, data doaniversário do retorno da cidade àChina em 1997. Na época, a polí-cia prendeu mais de 500 pessoasque bloquearam uma via no distri-to financeiro, numa prévia do mo-vimento Occupy de setembro. Al-guns manifestantes, que defen-dem maior autonomia e até mes-mo a independência da China, se-
guravam cartazes pedindo uma“Nação Hong Kong”. Outros por-tavam bandeiras antigas da era co-lonial de Hong Kong, nas quaisaparece a bandeira do Reino Uni-do. “Eu quero um verdadeiro su-frágio universal” gritava a multi-dão em um dia abafado, com mui-tos levando guarda-chuvas amare-los, símbolo do “Movimento Guar-da-Chuva” do ano passado, quan-do manifestantes pressionaramPequim para permitir eleições di-retas em 2017.
Hong Kong voltou para a Chinasob a fórmula “um país, dois siste-mas” que concedeu à cidade liber-dades negadas no restante do
país. A China também prometeu osufrágio universal. O plano eleito-ral rejeitado pelos legisladores nomês passado permitiria eleiçõesdiretas para o executivo-chefe dacidade em 2017, mas só em candi-datos pré-selecionados, pró-Pe-quim. O atual chefe do Executivo,Leung Chun-ying, lamentou a ati-tude dos parlamentares e criticouos ideais democráticos, citando asituação da Grécia. “Como mostraa experiência de países europeus,os procedimentos democráticosnão são a panaceia para a econo-mia”, disse durante comemora-ção da devolução de Hong Kong àChina. Redação, com Reuters e AFP
Triplica númerode mortes noMediterrâneo
Os manifestantes pediramainda a renúncia doslíderes da cidade,controlados por Pequim
Migrantes mortos na travessia em direção à Europa chegam a 1867
neste ano, três vezes mais do que no mesmo período de 2014
Milhares marcham pela democracia plena emaniversário de devolução de Hong Kong à China
A multidão,acompanhada porpoliciais, era menor doque há um ano, quando500 mil pessoasparticiparam damarcha de julho, paralembrar o retorno dacidade à China
ESTADO ISLÂMICO
No primeiro semestredeste ano, 137 milmigrantes arriscaramas suas vidasatravessando o MarMediterrâneo nadireção da Europa, umaumento de 83% emrelação ao ano passado
MARROCOS
LÍBIA
TURQUIA
EGITO
ESPANHA
ITÁLIAGRÉCIA
MALTA
IMIGRANTES ILEGAISNA EUROPA
Principais rotas
2012
22.500 2013
60.000
2014
219.000
2015Até 29 de junho
137.000500 20201320
0600.0000. 0
2014
219.000
20152Até 2A 29 de ju29
1337.003
TOTAL
POR PAÍS2014 2015
Malta
Espanha
Itália
Grécia 43.000
170.000
68.000
67.500
1.230
94
Até 26 de junho
Até 29 de junho
Até 29 de junho
Até 31 de maio
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 29
Os mercados e as economias emtodo o mundo vivem momen-to de quase nenhuma trégua.No cenário internacional, aGrécia, depois de muito assus-tar os investidores, teve piora
na situação. O dirigente Tsipras deci-diu fazer referendo no próximo dia 5de julho para que a população diga simou não à proposta dos credores de ajus-te, incluindo ao previdência social. Is-so foi uma reviravolta nas negociaçõesduras que vinham ocorrendo, e a rea-ção europeia foi equivalente. O BCE(BC europeu) não ampliou a linhaemergencial aos bancos gregos, obri-gando o país a caminhar para feriadobancário prolongado e limitação de sa-ques pela população.
Além disso, na virada do mês de ju-nho, o país teria que quitar débito jun-to ao FMI em montante de 1,6 bilhãode euros, o que pode lançar a Gréciaem situação de defaut, caso não hajaacordo de última hora. O primeiro mi-nistro Tsipras pede adiamento de paga-mento, mas a pressão continua e dificil-mente terá êxito em seu pleito. Tsiprasalega que não existe mandato para ex-cluir a Grécia da Zona do Euro, mascom a iminência de default tudo secomplica.
Ainda no cenário externo, dadosmelhores da conjuntura americanapodem indicar que o FOMC do FED po-de antecipar do fim do ano para a reu-nião de setembro o primeiro aumentoda taxa de juros básica, mas a Gréciafunciona como limitador. Esse seránovo instrumento de pressão sobre aseconomias de países emergentes, es-pecialmente para o Brasil, mas sensí-vel a isso e tendo que produzir ajustesexpressivos em sua economia em desa-celeração e com forte necessidade deinvestimentos, notadamente estran-geiro. De quebra ainda temos a desace-leração econômica da China, apesardos esforços recentes do país para esti-mular a economia e flexibilizar a polí-tica monetária.
Por aqui, mesmo que excluíssemosos efeitos externos, ainda assim não te-ríamos qualquer trégua. A cena políti-ca continua dominando o quadro eco-nômico dificultando ajustes tão neces-sários. Na semana que passou, a dela-ção premiada de Ricardo Pessoa daUTC caiu como uma bomba no colo do
governo e de alguns ministros impor-tantes da presidente Dilma. Isso podetrazer de volta discussões sobre o pro-cesso de impeachment da presidente,situação de longa duração e de grandesofrimento para todos os brasileiros.
Na hipótese disso ser verdadeiro, te-ríamos ainda maiores dificuldades emimplementar ajustes na economia e acredibilidade seguiria arranhada.Aliás, nesse mês de julho, o governo de-ve reduzir a meta original de superávitprimário de 1,1% do PIB, cortando pro-vavelmente pela metade, segundo pre-visões. A visita da presidente Dilmacom seus ministros aos EUA tem comoobjetivo seduzir investidores locais ereforçar o canal comercial, mas a fragi-
lidade política do governo inibe postu-ra proativa de empresários e investido-res, dificultando ainda o deslanche doprograma de investimentos em infraes-trutura recentemente divulgado.
Colocando todas essas variáveis emtela, o resultado transportado para osmercados seria ainda de enorme volati-lidade e comportamento errático, aosabor do desenvolvimento do noticiá-rio local e externo. Nesse cenário, os in-vestidores devem seguir destinando re-cursos para aplicação em renda fixaaté que seja possível obter maiores defi-nições sobre o comportamento das va-riáveis macroeconômicas .
Alvaro Bandeira é economista
Momentosem tréguaAlvaro [email protected]
Por aqui, mesmo queexcluíssemos os efeitosexternos, não teríamostrégua. A cena políticacontinua dominandoo quadro econômico edificultando ajustes
OPINIÃO
EditoriadeArte
30 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015
MANOELMARCONDESMACHADONETOProfessor associado da Faculdade de
Administração e Finanças da Uerj
ROBERTOMEIREspecialista em relações de consumo
A atriz Fernanda Torres declarouque não se pode definir — para punir— quem é “consagrado”. E o cineas-ta Cacá Diegues escreveu que é mes-mo impossível, além de antidemo-crático, definir o que ou quem é con-sagrado.
Seria fácil para parlamentaresque não ficassem apenas digladian-do-se por emendas para quadras defutebol e centros de assistência so-cial definir que não deveriam rece-ber incentivos integrais artistas comcontratos vigentes, portanto remu-nerados, em emissoras, gravadoras,editoras e produtoras, estabelecen-do uma prática que a antiga Lei Sar-ney inspirou — a de faixas de benefí-cio fiscal. Por exemplo: apenasquem doava (sem fazer propaganda)é que tinha renúncia de 100% daquantia investida em cultura. Já parapatrocinar e bradar aos quatro ven-tos a sua “filantropia”, os capitãesde indústria tinham que colocar tam-bém uma boa dose de “dinheirobom”, do próprio bolso, como sem-pre repete Juca Ferreira.
Dinheiro “ruim”, para o minis-tro, deve ser o do povo. A ComissãoNacional de Incentivo à Cultura nãoestabelece o que é “cultural” ou não.Não faz distinção entre produções co-mo “Super Xuxa contra o baixo as-tral” e “Amarelo manga”. Não se
atém a aspectos “comerciais” ou “devanguarda” de cada proposta. Todostêm o sagrado direito de pedir incen-tivo fiscal. Do “Ovo” do Cirque du So-leil à quermesse da esquina, todos osprodutores saem das longas reuniõesda CNIC com seu certificado debaixodo braço. E partem para mobilizar re-cursos.
Só que o MinC autoriza, em certifi-cados, mais de dez vezes o valor totalque a poderosa Receita Federal per-mitirá renunciar no fim de cada ano.Ou seja, há um cruel funil que estrei-tará a oferta de cultura à população.
A verdade é que o Ministério daCultura, hoje, é pálida representaçãodo que foi sua ideia por Celso Furta-do, que desejava “enriquecimentocultural da sociedade” com a ação deum órgão recortado no figurino doMinistère de la Culture et de la Com-munication francês. Repare que o mi-nistério que cuida de conteúdo, porlá, é também o que cuida de antenas,satélites, cabos, pinos e tomadas (si-necura que, aqui, ninguém aceitaabrir mão de controlar). E assistire-mos, leremos e dançaremos confor-me a música dos gerentes de marke-ting da hora.
Enquanto a Unesco recomenda in-vestimento de pelo menos 1% do or-çamento público à cultura, sob penade inanição e morte de valores e pa-trimônios culturais, o Brasil tem a co-ragem de chamar de ministério umórgão com cerca de 0,05% a 0,08%do orçamento da União.
Seria de melhor tom, sobretudoem época de ajuste, ouvir o eco da tei-mosa sigla “MEC” e devolver a Cultu-ra à esfera da Educação — de onde,aliás, instituições como as combali-das Funarte e Biblioteca Nacionalnunca deveriam ter saído.
Vivemos em um país cuja mão deobra tem baixa qualificação, a educa-ção é de péssimo nível, tem proble-mas gigantescos de infraestrutura eos investimentos em tecnologia e eminovação são pífios. Não à toa, o traba-lhador brasileiro tem apenas um quar-to da produtividade do americano.
Em meio a tudo isso, tentam nosconvencer de que a moda do omni-channel vai pegar no Brasil e será asolução dos problemas de atendi-mento ao cliente, ruptura de estoquee baixa produtividade. Não, não se-rá. E explico os motivos.
Nosso mercado tem uma escalamuito menor. Poucas são as redes,mesmo incluindo as franquias, quetêm mais de 500 lojas no Brasil. NosEstados Unidos, qualquer rede regio-nal atinge esse tamanho. E tamanhoé, sim, documento: mais escala geracustos unitários menores, mais fatu-ramento, mais oportunidades de lu-cro e ganhos de produtividade.
Se o mercado é menor, o custo deimplantação de qualquer sistema émaior e o mercado como um todo fi-ca menos interessante para fornece-dores de soluções.
Ainda relacionada à escala está aquestão de oportunidades para ino-var. Em uma estrutura maior, é possí-veltestarprocessos,ferramentasetec-nologias diferentes em lojas diferen-
tes e acelerar a obtenção de respostas.Uma rede de 600 lojas que faça trêstestes diferentes em 20 lojas-pilototem resultadosmais rápidosdoque al-guém quesó consegue testar uma coi-sa por vez. Como no Brasil temos, demodo geral, redes pequenas e medode inovar, perdemos duplamente.
Mais um complicador é a questãotributária: os impostos inacreditá-veis, cobrados para sustentar uma so-ciedade pouco produtiva, paralisamquem tem disposição (ou teimosia)para continuar a investir por aqui.
É sempre mais fácil buscar um fa-vor de alguém, ao invés de batalharpor uma sociedade mais justa. Issotambém inibe a inovação e nos man-tém no atraso. O fato de, em pleno sé-culo XXI, o estado mais rico do Brasilconviver com falta de água mostra oquanto estamos ficando para trás.
Some isso à educação de má quali-dade, que forma profissionais quemal conseguem compreender umtexto, e temos um cenário pavoroso,que impacta empresas de todos ossegmentos, indistintamente. Esse éo verdadeiro nó do Brasil.
Pois bem: as consultorias interna-cionais e as gigantes de software que-rem vender ao varejo soluções mági-cas de omnichannel, que, por causada falta de escala do mercado e dosimpostos, custam três vezes maisque nos Estados Unidos, exigem umaprendizado maior e pressupõemuma estrutura que ainda é de sonhospara a maior parte das empresas.
Empresas com mais de R$ 1 bi-lhão de faturamento anual ainda con-trolam estoque no Excel e você acre-dita que omnichannel irá emplacar?Melhor fazer primeiro o básico mui-to bem feito, para depois perder tem-po com discursos megalomaníacos.
Ser ou não ser ‘consagrado’?A questão da cultura no Brasil
Porque o omnichannelnão vai emplacar no Brasil
Publisher Ramiro Alves
Chefe de Redação Octávio Costa
Editora-Chefe Sonia Soares
Diretor de arte André Hippertt
Editor de arte Carlos Mancuso
Designers Pablo Tavares
e Tathiana Marceli
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Parem as máquinas! O ministro da Cultura está na mídia pa-ra dizer que uma política nacional das artes está em discus-são e que, em março do próximo ano, a teremos, boa e formo-sa. E isto, num ministério com orçamento diminuído 21%em relação a 2014. Ora, Juca Ferreira está “discutindo a rela-ção” de artistas e produtores com o Ministério da Cultura des-de 2003, quando era secretário-geral do MinC. E vem anun-ciar “um plano” para daqui a nove meses? Peraí! Alguémtem que parar já esta gestação de risco.
O mercado brasileiro adora importar expressões, manias emodismos dos Estados Unidos. Talvez por um problema deautoestima, vemos o que vem de fora como algo mágico, fan-tástico, que certamente resolvera todos os problemas de pro-cessos das empresas e, rapidamente, fazer com que nossa so-ciedade de consumo seja realmente de primeiro mundo.Grande ilusão. A realidade é mais complicada do que os dis-cursos de marketing das consultorias e empresas de tecnolo-gia querem nos mostrar.
Enquanto a Unescorecomenda investimentode pelo menos 1% doorçamento, o Brasil tem acoragem de chamar deministério um órgão comcerca de 0,05% a 0,08%
Se o mercado é menor, ocusto de implantação dequalquer sistema émaior e o mercadocomo um todo ficamenos interessante parafornecedores de soluções
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra MascarenhasDiretor Presidente José Mascarenhas
Quinta-feira, 2 de julho, 2015 Brasil Econômico 31
■ Oministrodoplanejamento,NelsonBarbosa, dissequeoreajustemédiode59,5%paraoJudiciárioaprovadopeloSenado"éinsustentáveldopontodevistafiscale injustodopontodevistasocial".
■ AuditoriadaControladoria-GeraldeMinasGerais levantousuperfaturamentodeR$42,5milhõesnagestãododeAntonioAnastasiacomempresasqueconstroemeadministrampenitenciáriasemBeloHorizonte.
Nuncavitantadelação.Queelas,todaselas,tenhamsidoespontâneas.AssentoqueelesqueremcolaborarcomaJustiça,emboraoobjetivomaiorsejasalvaraprópriapeleouamenizarumapenafutura”MarcoAurélioMelloMinistro do STF
“
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O ministro Marco Aurélio Mello,do Supremo Tribunal Federal(STF), afirmou que o objetivomaior dos delatores é “salvar a pró-pria pele” ou amenizar uma penafutura. Ao deixar a última sessãodo STF antes do recesso de julho,o ministro disse esperar que as de-lações assinadas na Operação La-va Jato tenham sido espontâneas.
“O momento é alvissareiro,porque, quando as coisas não sãovarridas para debaixo do tapete, atendência é corrigir-se rumos. Is-so é muito importante para ter-mos dias melhores no Brasil”, de-clarou o ministro.
Marco Aurélio estranha a quan-tidade de pessoas que aderiram àdelação premiada. Desde o iníciodas investigações da Lava Jato, 18acusados assinaram acordo de de-lação com o Ministério Público Fe-deral (STF), órgão que coordenaas apurações. Entre os delatores es-
tão os ex-diretores de Serviços ede Abastecimento da Petrobras,respectivamente Pedro Barusco ePaulo Roberto Costa, parentes dePaulo Roberto Costa, o doleiro Al-berto Youssef, além de executivosde empreiteiras.
“Devo admitir que nunca vitanta delação. Que elas, todaselas, tenham sido espontâneas.Assento que eles querem colabo-rar com a Justiça, embora o objeti-vo maior seja salvar a própria peleou amenizar uma pena futura”,acrescentou Marco Aurélio.
Ontem, a Justiça Federal no Pa-raná determinou que o executivoPaulo Dalmazzo, ex-diretor daempreiteira Andrade Gutierrez,que estava preso desde o dia 19sob suspeita de participação no es-quema de corrupção na Petro-bras, fosse solto. O juiz Sergio Mo-ro avaliou que, como o Dalmazzonão tem mais vínculo empregatí-cio com a Andrade nem com outraempresa suspeita, não há risco àordem pública nem de que outroscrimes se repitam. O executivo ne-gou as acusações dos delatores deque era intermediário nos contra-tos com a Petrobras. ABr
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AROEIRA
Marco Aurélio diz que delatoresquerem ‘salvar a própria pele’
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Div
ulg
ação
Ab
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SOBEEDESCE
Ministro do STF estranha o número de acusados da Operação Lava Jato que aderiram à delação premiada
32 Brasil Econômico Quinta-feira, 2 de julho, 2015