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Unidade 01 - Economia e Modelos de Gestão Visão geral : Nesse momento, você pode estar se perguntando: por que eu, futuro Gestor de Recursos Humanos, preciso estudar Economia? Ao longo de nossos encontros perceberemos que conhecer Economia é fundamental para profissionais de uma área tão estratégica nas empresas como é a área de Recursos Humanos. A seguir, apresentarei os objetivos e conteúdos de nossa disciplina para que vocês saibam o que abordaremos ao longo de nossos encontros. Temos como objetivo desenvolver os nossos conhecimentos sobre economia, destacando sua importância para a gestão estratégica das organizações. Visamos ainda discutir a realidade econômica brasileira, mostrando alguns cenários importantes da economia e a inserção do Brasil no contexto internacional. Além disso, temos um objetivo muito importante, que é auxiliar o aluno a desenvolver os requisitos necessários para interpretar os fatos econômicos de forma que estes possam ser utilizados para a tomada de decisão nas organizações. Pensaram que era só isso .... não! Tem mais olha aí: Fornecer conhecimentos básicos de Administração através da fundamentação teórica que proporcione compreensão e análise dos conceitos, importância e aplicações nas organizações; Contribuir para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao profissional da área de Recursos Humanos, para que este possa executar de forma eficiente as funções administrativas e operacionais da Administração de Recursos Humanos; Analisar cenários futuros e abordagens contemporâneas de Administração; Diagnosticar e solucionar demandas e contingências nas organizações, envolvendo os conteúdos abordados. O conteúdo programático da disciplina está dividido em quatro unidades: UNIDADE 1 – CONCEITOS INICIAIS Conceitos fundamentais da ciência econômica; Objeto de estudo da ciência econômica e sua importância para a gestão estratégica das organizações; As subdivisões da economia; Introdução à evolução do pensamento econômico. UNIDADE 2 – INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA 1

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Page 1: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Unidade 01 - Economia e Modelos de Gestão

Visão geral

:

Nesse momento, você pode estar se perguntando: por que eu, futuro Gestor de Recursos Humanos, preciso estudar Economia? Ao longo de nossos encontros perceberemos que conhecer Economia é fundamental para profissionais de uma área tão estratégica nas empresas como é a área de Recursos Humanos.

A seguir, apresentarei os objetivos e conteúdos de nossa disciplina para que vocês saibam o que abordaremos ao longo de nossos encontros.

Temos como objetivo desenvolver os nossos conhecimentos sobre economia, destacando sua importância para a gestão estratégica das organizações. Visamos ainda discutir a realidade econômica brasileira, mostrando alguns cenários importantes da economia e a inserção do Brasil no contexto internacional. Além disso, temos um objetivo muito importante, que é auxiliar o aluno a desenvolver os requisitos necessários para interpretar os fatos econômicos de forma que estes possam ser utilizados para a tomada de decisão nas organizações.

Pensaram que era só isso .... não! Tem mais olha aí:

Fornecer conhecimentos básicos de Administração através da fundamentação teórica que proporcione compreensão e análise dos conceitos, importância e aplicações nas organizações;

Contribuir para o desenvolvimento das habilidades necessárias ao profissional da área de Recursos Humanos, para que este possa executar de forma eficiente as funções administrativas e operacionais da Administração de Recursos Humanos;

Analisar cenários futuros e abordagens contemporâneas de Administração;

Diagnosticar e solucionar demandas e contingências nas organizações, envolvendo os conteúdos abordados.

O conteúdo programático da disciplina está dividido em quatro unidades:

UNIDADE 1 – CONCEITOS INICIAIS

Conceitos fundamentais da ciência econômica;

Objeto de estudo da ciência econômica e sua importância para a gestão estratégica das organizações;

As subdivisões da economia;

Introdução à evolução do pensamento econômico.

UNIDADE 2 – INTRODUÇÃO À MICROECONOMIA

Oferta e demanda de mercado;

Introdução às estruturas de mercado;

UNIDADE 3 – INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

Políticas econômicas e seus objetivos;

Indicadores econômicos;

Agregados econômicos (preços, renda, emprego)

UNIDADE 4 - ECONOMIA BRASILEIRA

Transformações econômicas recentes e problemas estruturais da economia brasileira;

Os Planos Econômicos;

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Page 2: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

A economia atual e as perspectivas para os próximos anos;

Inserção da economia brasileira no contexto internacional;

Cenários econômicos

Metodologia:

Os conteúdos programáticos ofertados nessa disciplina serão desenvolvidos por meio das Tele-Aulas de forma expositiva e interativa (chat – tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade por Chatpara aprofundamento e reflexão e Web Aulas que estarão disponíveis no Ambiente Colaborar, compostas de conteúdos de aprofundamento, reflexão e atividades de aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão também realizadas atividades de acompanhamento tutorial, participação em Fórum, atividades práticas e estudos independentes (auto estudo) além do Material do Impresso por disciplina.

Avaliação Prevista:

O sistema de avaliação da disciplina compreende em assistir a tele-aula, participação no fórum, produção de texto/trabalho no portfólio, realização de duas avaliações virtuais, uma avaliação presencial embasada em todo o material didático, tele-aula ewebaula da disciplina.

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Page 3: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Unidade 1

Web Aula 1 – Conceitos Econômicos Fundamentais

Olá pessoal! Bem-vindos à nossa primeira web aula da disciplina de Economia e Modelos de

Gestão. Quero começar com uma pergunta: Qual a primeira palavra que lhe vem à mente quando

falamos a palavra “economia?”

Se for a palavra “dinheiro”, você está no caminho... mas não é só isso.

Na verdade, a ciência econômica estuda não apenas o dinheiro, mas todos os bens

considerados escassos, ou seja, bens que não são infinitos! Para entendermos melhor, vamos

refletir um pouco sobre a palavra escassez. Pensem no seguinte: se todos os bens e serviços

consumidos pelas pessoas “caíssem do céu”, ninguém precisaria estudar economia, pois não

haveria escassez. É bem provável que todos conheçam a expressão “não existe almoço grátis”.

Essa expressão resume o objeto de estudo da economia: para que exista um almoço, alguém teve

que comprar os ingredientes. Para ter dinheiro para comprar os ingredientes, alguém teve que dar

algo em troca: o dinheiro. Para conseguir dinheiro, alguém teve que vender alguma coisa: a sua

força de trabalho. Ou seja, as pessoas trabalham para outras pessoas (vendendo sua força de

trabalho) e recebem algo em troca (dinheiro); é com esse dinheiro que as pessoas compram os bens

e serviços de que necessitam e desejam. Vejam a imagem abaixo:

Seja qual for o produto, será que o frete é grátis mesmo? Para o consumidor que o está comprando,

sim... mas alguém está pagando por esse frete! Ele não “caiu do céu”. Esses exemplos, portanto,

ilustram o conceito central da economia: a escassez. Mas o que mais pode ser escasso? O tempo

das pessoas, por exemplo, é um bem escasso. O espaço físico é um bem escasso. Mão-de-obra

qualificada também pode ser um bem escasso.

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A ciência econômica torna-se mais complexa à medida que confrontamos a escassez dos bens com

as necessidades das pessoas. Pense no seguinte: há pouco mais de dez anos atrás os celulares

não existiam! Mas atualmente o brasileiro não “vive” sem celular... em breve, atingiremos a marca de

um celular por habitante! Ou seja, a necessidade de uso do celular desenvolveu-se recentemente. E

essa é exatamente a lógica do desenvolvimento econômico: novos produtos e serviços são

desenvolvidos constantemente; e as pessoas passam a desejar esses novos produtos e serviços,

colocando “lenha” na locomotiva da economia.  Mas se as necessidades das pessoas estão sempre

se renovando, a “conta” não fecha, pois estas nunca serão satisfeitas! Assim, devido à escassez de

recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos

resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. Assim, a questão central do

estudo da economia é como alocar recursos limitados para satisfazer todas as necessidades da

população. Esse é realmente um desafio para qual o mundo ainda não encontrou resposta!  Se os

recursos produtivos (dinheiro, espaço físico, mão-de-obra, recursos naturais) existissem de forma

abundante, a ciência econômica perderia importância.

A partir da definição da economia, surge um conceito importante, chamado custo de oportunidade.

Esse conceito ilustra a ideia de que uma escolha por algo implica na renúncia de outras coisas. Veja

a seguinte frase, de Sartre: "Estamos condenados a ser livres, pois temos que fazer escolhas; e toda

escolha implica necessariamente em renúncia".

A frase acima ilustra muito bem o conceito de custo de oportunidade. Para uma melhor

compreensão, observe o seguinte exemplo: você tem no bolso dois reais. Minha pergunta é: o que

você faria agora com esse dinheiro? Com certeza, a resposta de cada um que está lendo este texto

será diferente; porém, há uma certeza: não importa como você gaste seus dois reais, pois, de

qualquer maneira, você terá dois reais a menos para gastar em qualquer outra coisa. Isso é o custo

de oportunidade! Outro exemplo: o custo de oportunidade de João comprar uma lata de refrigerante

é ele deixar de comprar 1Kg de açúcar; ou seja, João escolheu empregar seus recursos escassos (2

reais em dinheiro) para comprar refrigerante ao invés de açúcar. Outra pessoa poderia ter escolhido

o açúcar, mas isso vai depender das necessidades de cada um. O raciocínio básico nesse conceito

é: ao gastar 2 reais com refrigerante, João passa a ter 2 reais a menos para gastar com qualquer

outra coisa.

O conceito de custo de oportunidade ilustra bem a ideia de escolha que decorre da escassez.

Importante observar que as pessoas e empresas enfrentam escolhas todos os dias, sendo que

grande parte destas podem ser analisadas sob a ótica da Economia. As escolhas da sociedade,

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Page 5: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

como um todo, podem ser compreendidas através dos chamados “problemas econômicos

fundamentais”, assim enunciados:

O que e quanto produzir?

Como produzir?

Para quem produzir?

Essas questões não têm resposta simples! Basicamente, essas questões ilustram verdadeiros

dilemas econômicos. Vejam: que tipo de produtos as fábricas, lavouras e prestadores de serviços

devem produzir em um país? Em que quantidade? Utilizando quais tecnologias? Quem irá

consumir? Você pode responder algo como: DEPENDE. Mas depende do que?

Em primeiro lugar, devemos notar que essas questões só ganham importância devido ao fato de os

recursos serem escassos. Mas como repondê-las? Basicamente, existem dois caminhos opostos: o

caminho do livre mercado e o caminho do controle governamental.

Nesse momento, gostaria que vocês começassem a pensar sobre os dois caminhos e suas

implicações:

A. De forma simplificada, no livre mercado, as pessoas fariam tais escolhas de forma livre, sem

intervenção governamental. Os empresários seriam livres para montar seu próprio negócio,

aceitando os riscos, mas também podendo usufruir dos benefícios; por um lado, esse modelo

tende a gerar alto crescimento econômico; por outro lado, as pessoas menos favorecidas da

sociedade ficam “órfãs”, sem muito apoio;

B. Num regime com intervenção governamental, tais escolhas seriam limitadas pelas decisões

governamentais, que têm controle sobre os negócios que são abertos e sobre os lucros que

os empresários podem obter; por um lado, a riqueza da sociedade é mais bem distribuída e

gera-se menos desigualdade; por outro lado, o desenvolvimento econômico fica prejudicado.

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Page 6: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Os “caminhos” acima ilustram, em linhas gerais, as formas de organização econômica que os países

podem escolher: o sistema capitalista (livre mercado) e osistema socialista (alta intervenção

estatal)

O sistema capitalista (ou economia de mercado) – predominante no mundo contemporâneo – é

regido pelas forças do mercado (oferta e demanda), predominando a livre iniciativa e a propriedade

privada dos meios de produção. Nesse sistema, os “problemas econômicos fundamentais” são

decididos livremente pelas pessoas e empresas, com mínima intervenção do Estado. Por exemplo,

João pode decidir se tornar empresário e escolher fabricar sapatos, por exemplo. Ele deve decidir a

quantidade a ser fabricada, a tecnologia e mão-de-obra a ser empregada e o público ao qual o

produto será oferecido. Ou seja, os “problemas econômicos fundamentais” são decididos livremente

pelas pessoas.

No sistema socialista (ou economia centralizada), predomina a propriedade pública dos meios de

produção, sendo que os “problemas econômicos fundamentais” são predominantemente decididos

pelo Estado, de acordo com as necessidades do país. Ou seja, questões como preços dos bens e

serviços, salários, quantidade produzida e distribuição das riquezas são decididas pelo governo, não

pela lei da oferta e demanda. Um bom exemplo de um país com estas características é Cuba, onde

há restrições à liberdade individual.

De forma geral, é possível afirmar que o sistema capitalista privilegia a eficiência,enquanto o

sistema socialista privilegia a equidade. O conceito de eficiência implica em aproveitar ao máximo

os recursos disponíveis (pessoas e empresas buscam maximizar seus interesses individuais). O

conceito de equidade está ligado à disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um

(igualdade).

Como regra geral, o socialismo é considerado fracassado no mundo pela maioria dos analistas.

Embora seus objetivos sejam muito virtuosos, na prática, o socialismo não se desenvolveu como se

desejava. Ao mesmo tempo, o capitalismo “selvagem” continua sendo criticado e tem buscado se

renovar para tornar-se mais justo.

Para conhecer um pouco mais sobre as características do capitalismo e do socialismo, leia o artigo

“AS DIFERENÇAS ENTRE O CAPITALISMO E O SOCIALISMO”, disponível no seguinte

link: http://www.administradores.com.br/artigos/as_diferencas_entre_o_capitalismo_e_o_socialismo/

23420/

É importante observar que nem mesmo os capitalistas que criticam o socialismo são totalmente

contra a intervenção do Estado na economia, desde que seja uma intervenção moderada. Nesse

ponto, podemos falar um pouco sobre a evolução do pensamento econômico, que está totalmente

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Page 7: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

relacionada ao grau de intervenção do Estado na economia. Até o final do século XIX, acreditava-se

que o papel do Estado seria o de somente garantir a livre concorrência do mercado; esse

pensamento levou o nome de liberalismo econômico (cujo principal defensor era o escocês Adam

Smith).

Assista ao vídeo a seguir para saber um pouco mais sobre Adam Smith e o liberalismo econômico:

http://www.youtube.com/watch?v=GzWpkGa4Sz4&feature=related

Smith e os economistas liberais (também chamados de clássicos) acreditavam que o mercado seria

autoajustável, ou seja, à medida que as pessoas buscassem, de forma eficiente o desenvolvimento

de seus próprios negócios, as empresas cresceriam, empregos seriam gerados e toda a sociedade

automaticamente seria beneficiada. No entanto, com o desenvolvimento do sistema capitalista e a

formação das grandes empresas e monopólios no final do século XIX, os princípios do liberalismo

econômico foram perdendo força; após a I Guerra Mundial, o Estado já toma a frente na

recuperação dos países e, com a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, o liberalismo cede

espaço de vez para o keynesianismo (do inglês John Maynard Keynes). Keynes, que pregava a

intervenção estatal na economia para assegurar o bem-estar da população, tornou-se o economista

mais célebre do século XX, cujas ideias foram adotadas em praticamente todo o mundo capitalista.

 

Assista ao vídeo a seguir para conhecer um pouco mais sobre a crise de 1929, que deu força às

ideias de Keynes, que defendia a intervenção estatal na economia:http://www.youtube.com/watch?

v=CxwZmdPvwA4&NR=1

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Page 8: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Mais recentemente, a partir da década de 70, uma nova onda liberal, chamada neolibreralismo,

começa a ganhar força. O link abaixo contém um artigo de Reginaldo C. Corrêa de Moraes para

conhecer as características do neoliberalismo e uma comparação deste com o liberalismo

clássico:http://firgoa.usc.es/drupal/node/3039

PARA SABER MAIS: Para conhecer mais sobre Adam Smith, Keynes e sobre o pensamento

econômico, visite o site “História do Pensamento Econômico”, no

link:http://www.pensamentoeconomico.ecn.br.

Unidade 1

Web Aula 2 – A Lei da Oferta e Demanda e o Funcionamento dos Mercados

Primeiramente, conhecemos um pouco sobre o objeto de estudo da economia, cujo foco é a

escassez. Da escassez de recursos, derivam-se as escolhas, e destas, o conceito de custo de

oportunidade. Além disso, aprendemos algo sobre sistemas capitalistas e socialistas; por fim,

conhecemos um pouco da evolução do pensamento econômico.

Estamos, portanto, aptos a avançar um pouco em nosso conteúdo. Acredito que muitos de vocês já

ouviram falar da “lei da oferta e demanda” (ou “lei da oferta e procura”). Para lembrarmos-nos do

que se trata, veja a charge abaixo:

 

A charge acima ilustra um típico movimento de livre mercado: começa a chover e o vendedor

aumenta o preço do guarda-chuva. Essa é uma decisão bastante eficiente, pois ele sabe que, devido

à chuva, as pessoas estão mais dispostas a pagar um pouco mais caro pelos produtos. Esse

movimento de oferta e demanda é típico do sistema capitalista: o vendedor (ofertante) aproveita uma

situação favorável para aumentar o preço de seu produto; já o comprador (demandante), devido a 8

Page 9: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

uma necessidade, acaba dispondo-se a pagar um pouco mais pelo produto. Caso pare de chover ou

caso os compradores achem que o vendedor de guarda-chuvas está explorando demais no preço,

haverá, provavelmente, uma queda na demanda (pessoas compram menos). Essa queda na

demanda forçará o vendedor de guarda-chuvas a reduzir o preço para conseguir vender. Essa

sequência de movimentos é a chamada lei da oferta e demanda, que é um dos princípios mais

conhecidos da economia. A lei da oferta e demanda não é a única, mas é uma boa forma de explicar

como acontecem os movimentos de preços e quantidades vendidas nos mercados.

Podemos entender a lei da oferta e demanda como um mecanismo de livre ajustamento do mercado

(ao estilo Adam Smith). Nesse contexto, é importante observar que alguns economistas são grandes

defensores da liberdade de mercado (estilo Adam Smith); outros são defensores da intervenção

estatal na economia (estilo Keynes). Evidentemente, outros ficam no meio termo entre liberdade e

intervenção.

Como vocês devem saber, estamos vivendo atualmente uma crise econômica, que se iniciou nos

Estados Unidos e está se espalhando em escala global. É difícil prever se esta crise irá perdurar

muito tempo e qual será seu grau de profundidade, mas a previsão de desempenho da economia

brasileira para este ano de 2009 é inferior ao desempenho de 2008. Esta crise oferece vários

exemplos desse dilema sobre o qual comentamos acima, entre liberdade de mercado e intervenção

do estatal na economia. Antes de ilustrar tais exemplos, vamos lembrar como começou essa crise. O

trecho abaixo, adaptado por mim de um texto com autor anônimo, fala, em tom de brincadeira, sobre

a crise. É apenas uma sátira, mas explica de forma interessante o seu início:

O seu Zé tem um mercadinho e decide que vai vender os seus produtos fiado, ou como ele

gosta de falar, “na caderneta”, aos seus leais fregueses, quase todos sem emprego fixo.

Como decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço dos produtos, para

compensar o risco da venda. O gerente do banco do seu Zé decide que as cadernetas das

dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível no futuro, e começa a adiantar dinheiro

ao estabelecimento tendo a caderneta dos fiados como garantia. Depois, executivos de

alguns bancos de investimento lastreiam os tais recebíveis do banco do seu Zé, e os

transformam em títulos, que passam a ser oferecidos ao mercado, pagando boas taxas de

juros, pois a ponta inicial da cadeia são as cadernetas de fiado do seu Zé. Esses títulos

alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações financeiras no mercado futuro,

cujo lastro inicial (as cadernetas de fiado) todo mundo desconhece (menos os bancos que as

transformaram em títulos de investimentos). Esses derivativos passam a ser negociados

como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países. Até

que alguém descobre que grande parte dos clientes do seu Zé não tem dinheiro para pagar

as contas, e o mercadinho vai à falência, levando todo o restante da cadeia junto.9

Page 10: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Bom... o exemplo acima foi uma explicação bem-humorada para o início da crise. O jornal “A folha

de São Paulo” publicou no seu site (www.folhasp.com.br) uma explicação mais detalhada dessa

crise, em forma de imagem. Confira:

PARA SABER MAIS: Para saber um pouco mais sobre a crise, leia o artigo “Entenda a crise

financeira que atinge a economia dos EUA”, disponível no

link:http://www.administradores.com.br/artigos/entenda_a_crise_financeira_que_atinge_a_economia

_dos_eua/25360/

E para conhecer em detalhes alguns impactos da crise no Brasil, leia o artigo “A CRISE

FINANCEIRA MUNDIAL: IMPACTOS SOBRE O BRASIL”, disponível no

link:http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/08/slmp.htm

Voltando ao assunto anterior, o fato é que os economistas muitas vezes discordam. Sendo o

assunto a crise ou qualquer outro assunto. Veja os seguintes exemplos:

A. Observem o blog do Doutor em Economia Adolfo Sachsida, cujo slogané “um blog dedicadao

à liberdade”. Os diversos textos presentes no mesmo ilustram a clara opinião do economista

a favor das ideias liberais. Visitem o blog no link a seguir e conheçam algumas das ideias de

Sachsida: http://bdadolfo.blogspot.com/

B. O segundo texto, de Joseph Stiglitz, economista que já ganhou um prêmio Nobel de

economia, ilustra uma posição tipicamente intervencionista. Leia entrevista com Stiglitz

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Page 11: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

em:http://blogs.universia.com.br/alfredopassos/2008/10/28/joseph-stiglitz-e-a-crise-

americana/

Tratando-se da crise, em específico, o próprio presidente Lula tem advogado a favor de maior

intervenção do Estado na economia. Exemplo dessa opinião foi publicada pelo jornal “O GLOBO”.

Leia a notícia no link a

seguir:http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/10/28/lula_defende_intervencao_na_economia_di

z_que_chegou_hora_dos_politicos_agirem-586157566.asp

Para “montar o quebra-cabeça” e juntar tudo o que foi exposto até agora, podemos afirmar que a

economia possui um princípio amplamente aceito de como os mercados funcionam: a lei da oferta e

demanda. No entanto, é também amplamente aceito que nem sempre a lei da oferta e demanda

funciona perfeitamente; em outras palavras, nem sempre o livre mercado é capaz de eliminar todas

as imperfeições da economia. Nesse sentido, entram em cena outros tipos de mercado que não

funcionam tão bem pela lei da oferta e demanda. Por isso, são chamados de mercados imperfeitos.

Vamos destacar dois destes modelos de mercados imperfeitos: o monopólio e o oligopólio.

Monopólio: O monopólio ilustra um mercado no qual existe uma única empresa, que vende a todos

os consumidores. Como não há concorrência nem produtos substitutos, o monopolista tem o poder

de determinar os preços. Assim, os preços não se ajustam de forma perfeita, apenas pela lei da

oferta e demanda. Dessa forma, o governo age para evitar ou regular monopólios para que o

consumidor não seja prejudicado. Assista ao vídeo abaixo para conhecer um caso de investigação

de monopólio na economia brasileira: o caso da Nestlé.

http://www.youtube.com/watch?v=eJeeLORfbtc

Oligopólio: O oligopólio pressupõe a existência de pequeno número de empresas no mercado

(como no setor automobilístico e aviação) ou a existência de grande número de empresas, mas com

o domínio de poucas (como no mercado de cervejas). Em oligopólios, as empresas nem sempre

competem agressivamente; ou seja, é comum que estas evitem a concorrência e colaborem entre si

para manter os preços altos. Essa prática de cooperação leva o nome de cartel. Assista ao vídeo

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abaixo para conhecer um caso de investigação de cartel na economia brasileira: o caso dos postos

de combustíveis.

Leia mais sobre o cartel

http://economia.estadao.com.br/noticias/not_8606.htm

CANSOU?

Bom... Chegamos ao fim de nossa primeira unidade. Vamos lá,

fôlego e direto para nossa segunda unidade.

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Page 13: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Unidade 2

Web Aula 1 – Políticas Econômicas

Olá pessoal! Bem-vindos à nossa primeira web aula desta segunda unidade, da disciplina de

Economia e Modelos de Gestão. Na web anterior, nós conhecemos, primeiramente, alguns

conceitos básicos da economia; em seguida, nós fomos apresentados à “lei da oferta e demanda” e

conhecemos um pouco sobre o mecanismo de funcionamento dos mercados. A lei da oferta e

demanda, como observado, ilustra como as pessoas tomam decisões de compra e venda. Nesse

sentido, há uma análise individual, ou microeconômica, como os economistas gostam de chamar.

A partir de agora, nós avançaremos um pouco mais e conheceremos um outro lado da economia,

que não aborda as decisões individuais, mas o funcionamento da economia como um todo. Esse

ramo da economia é conhecido como macroeconomia.

É muito importante entender que a diferença entre microeconomia emacroeconomia não está no

tamanho, mas no grau de agregação. Por exemplo: ao estudar o que João decide fazer com seu

salário, eu estou fazendo uma análise microeconômica; ao estudar o nível de renda e desemprego

da cidade onde João mora, eu estou fazendo uma análise macroeconômica. E se eu estivesse

analisando o nível de desemprego do bairro onde João mora? A análise seria microeconômica ou

macroeconômica?

A análise continua sendo macroeconômica, pois não estou estudando indivíduos,

mas um conjunto de famílias, de forma agregada. Na análise macroeconômica, não cabe estudar se

João ou Maria estão desempregados, mas o percentual de toda a cidade ou bairro que está sem

emprego.

A macroeconomia está mais próxima de nós do que pensamos: o noticiário jornalístico, por exemplo,

é lotado de notícias macroeconômicas, como por exemplo, informações sobre a inflação, taxa de

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Page 14: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

juros, desemprego. Além disso, o governo é responsável pela condução das políticas

macroeconômicas no país; ou seja, o governo gerencia a economia do país, com resultados sobre

todos nós.

Vamos, então, conhecer um pouco mais sobre essas políticas macroeconômicas, que podemos

chamar simplesmente de “políticas econômicas”, como são popularmente conhecidas. O governo

tem quatro grandes objetivos de política econômica:

Redução do desemprego e aumento do crescimento econômico;

Redução da inflação (evitar aumento generalizado dos preços);

Equilíbrio nas contas externas (buscar saldo positivo nas transações com o exterior)

Justa distribuição da renda.

A grande questão é como conciliar os quatro objetivos. Embora todos sejam importantes, o

cumprimento de um deles pode implicar no descumprimento de outros. Por exemplo: o governo

brasileiro, atualmente, tem priorizado a redução da inflação.

A questão é que, para reduzir a inflação, o governo pode se valer de medidas que atrapalham o

crescimento econômico. Exemplo: aumento das taxas de juros. Para entender melhor o papel dos

juros, assista ao vídeo abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=6A51lzDBXSU&feature=channel

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Page 15: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Pode-se observar, ao assistir ao vídeo, que há uma pressão sobre o governo para redução das

taxas de juros. Isso porque, ao reduzir os juros, estimula-se o consumo das pessoas, o que “aquece”

a economia e gera crescimento econômico. Porém, quando muita gente começa a comprar demais e

as empresas começam a vender mais do que conseguem produzir, há uma tendência para que os

preços aumentem; em outras palavras, pode ocorrer inflação!

Outro exemplo de política econômica é a recente redução do IPI (Imposto sobre Produtos

Industrializados). Assista ao vídeo abaixo, sobre o tema:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM962948-7823-

REDUCAO+DO+IPI+ESTIMULA+A+VENDA+DE+CARROS,00.html

Ao reduzir alguns impostos, o governo também “aquece” a economia, pois estimula a venda de

carros. Com isso, menos pessoas ficam desempregadas e o país exporta mais. Podemos observar

três objetivos de política econômica cumpridos nessa situação: estímulo ao emprego e ao

crescimento econômico, melhoria da distribuição da renda (indiretamente) e melhoria das contas

externas (via exportações). Porém, o efeito negativo é novamente a possibilidade de aumento da

inflação.

Mas por que a inflação é ruim? Veja a imagem abaixo:

A imagem ilustra o efeito da inflação sobre as pessoas: a corrosão do poder de compra. Mas como

isso acontece? Em resumo, quando os preços sobem, os salários das pessoas não sobem na

mesma proporção ou no mesmo momento. Com isso, o poder de compra das pessoas diminui, pois

com o mesmo valor em dinheiro é possível comprar menos bens.

Por outro lado, alguns economistas consideram que um pouco de inflação é bom, pois indica que a

economia está aquecida, ou seja, as empresas estão produzindo e as pessoas estão comprando, o

que significa que há baixo desemprego na economia. Essa relação entre inflação e desemprego é

chamada de “curva de Phillips”. Como já mencionado, em épocas nas quais há baixo desemprego,

as pessoas estão consumindo mais; e maior nível de consumo faz com que as empresas produzam

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Page 16: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

“a todo vapor”.  Nesse contexto, se houver mais procura por bens do que as empresas podem

oferecer, há uma pressão natural pelo aumento dos preços; ou seja, ocorre inflação. Por outro lado,

economia com baixo desemprego significa economia em crescimento (mesmo que o “preço” pelo

crescimento seja um pouco de inflação). Da mesma forma, quando há alto nível de desemprego, o

nível de consumo na economia é mais baixo, deixando de sobrecarregar o nível de produção das

empresas e deixando de gerar pressões inflacionárias.

PARA SABER MAIS: A curva de Phillips tem sido muito discutida na economia, por ser um tema

controverso. Nesse sentido, convido vocês a ler dois textos que falam sobre o tema. O primeiro

chama-se “O real dilema entre inflação e Crescimento”, do economista Márcio P. Garcia. O artigo

encontra-se no seguinte

link:http://www.econ.puc-rio.br/Mgarcia/Artigos/Artigos%20Valor/050415%20Real%20dilema.pdf

O outro artigo foi publicado na revista VEJA sob o título “Missão quase impossível”, escrito por

Marcelo Carneiro. O texto mostra alguns dados que sugerem que poucos países conseguiram

crescer com inflação baixa. O artigo encontra-se no seguinte

link: http://veja.abril.com.br/240402/p_054.html

Recentemente, vivemos no Brasil uma época de alta nos preços dos alimentos. Veja a charge

abaixo: inserir imagem:

Esse aumento dos alimentos teve algumas causas distintas, mas uma delas foi o aumento do

volume de consumo no Brasil, que acabou pressionando a produção. A alta dos alimentos foi ruim,

pois o valor da cesta básica aumentou (como ilustrado pela charge); porém, essa inflação, causada

por aumento no consumo é uma inflação boa, até certo ponto, pois indica que a economia está

crescendo. De fato, no ano de 2008, o Brasil apresentou o maior crescimento econômico da última

década.

16

Page 17: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Perceberam o “nó” entre todas as decisões de política econômica? Por um lado, gerar crescimento

econômico pode significar aceitar um pouco de inflação; por outro lado, inflação corrói o poder de

compra das pessoas. Por um lado, o governo deve gastar para incentivar o desenvolvimento

econômico; por outro lado, se o governo gasta demais ele se endivida e os juros ficam altos, pois o

governo passa a emprestar dinheiro demais dos bancos, encarecendo o crédito no país... e se os

juros são altos, o crescimento econômico fica prejudicado!

Mais um exemplo: o governo pode ter como um dos objetivos de política econômica promover uma

justa distribuição da renda. Para isso, ele pode se valer da execução de políticas sociais. Uma

política social bastante utilizada pelo atual governo é um programa de transferência de renda

chamado “bolsa família”. Assista ao vídeo abaixo para conhecer algumas características desse

programa e a importância que este tem no programa do atual governo:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM956353-7823-

GOVERNO+VAI+AUMENTAR+OS+GASTOS+COM+BOLSA+FAMILIA,00.html

Quais são os benefícios e os problemas desse tipo de programa? Por um lado, mais pessoas

passam a ter renda extra, o que estimula o consumo e o crescimento econômico. Por outro lado, o

dinheiro gasto no Bolsa Família é um dinheiro que deixa de ser gasto em outras áreas prioritárias

para gerar mais emprego e desenvolvimento de longo prazo, como por exemplo, na infraestrutura do

país rodovias, aeroportos, etc.). Além disso, essa massa de trabalhadores que recebem essa ajuda

de custo passa a consumir mais, pressionando a inflação.

Um último exemplo sobre políticas econômicas é o objetivo de manter as contas externas positivas.

Assista ao vídeo abaixo, que explica como o valor do dólar afeta exportadores e importadores: 

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM890963-7823-

VARIACAO+DO+DOLAR+AFETA+EMPRESAS+IMPORTADORAS+E+EXPORTADORAS,00.html

17

Page 18: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

O governo pode atuar junto ao mercado cambial para tentar conter uma alta ou uma baixa

indesejada do dólar. Mas como decidir as ações para tal intervenção? O vídeo acima mostra que o

dólar valorizado é bom para empresas exportadoras, mas prejudica empresas importadoras; por

outro lado, o real valorizado é bom para importadores, mas ruim para exportadores. Achar um ponto

ideal de valor do real frente ao dólar é uma decisão difícil de política econômica, principalmente

quando percebemos que há uma relação direta entre a cotação do dólar e outros agregados

econômicos. Nesse contexto, assista ao vídeo a seguir, que mostra a relação entre dólar e inflação:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM890511-7823-

DOLAR+EM+ALTA+PRESSIONA+A+INFLACAO+NO+BRASIL,00.html

Bom... falamos aqui de dólar, inflação, taxa de juros, crescimento econômico, desemprego,

distribuição de renda. Mas como podemos monitorar esses fatores? Para isso, a economia trabalha

com os chamados indicadores econômicos (ou índices econômicos). Vamos conhecer alguns

desses indicadores:

Indicador de crescimento

econômico:

PIB (renda do país);

PIB per capita (renda média por pessoa)

Produção industrial

Taxa de desemprego

Indicadores de inflação IPCA

IGP-M

INPC

Indicadores das contas

externas

Taxa de câmbio

Balança comercial

Indicador da Taxa de juros SELIC

Indicador de distribuição

de renda

Índice de GINI

PARA SABER MAIS: Para conhecer estes e outros indicadores econômicos, acesse o site do IPEA

DATA: www.ipeadata.gov.br. Lembre-se que existem muitos outros indicadores econômicos, sendo

que cada um deles possui finalidades específicas.18

Page 19: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Unidade 2

Web Aula 2 – A Economia Brasileira

Acabamos de conhecer o que são políticas econômicas e como o governo as utiliza para tomar

decisões na economia. Vimos ainda quais são objetivos de política econômica, vimos como estes

são inter-relacionados entre si e vimos como as decisões de política econômica do governo afetam a

vida de todas as pessoas. Por fim, conhecemos alguns indicadores econômicos que devem ser alvo

de monitoramento constante por parte das empresas.

Agora, conheceremos um pouco sobre a economia brasileira – transformações recentes, pontos

fortes, problemas estruturais e perspectivas. Falaremos também um pouco sobre a conjuntura

econômica global.

É importante observar que, no Brasil, especificamente, há uma preocupação muito grande com a

inflação, pois na década de 80 e início da década de 90 tivemos altíssimas taxas de inflação no

Brasil, configurando a chamada “hiperinflação”. Assista ao vídeo abaixo sobre o assunto. A

reportagem relembra o período de alta inflação no Brasil e destaca a mudança do comportamento do

brasileiro ao longo do tempo.

http://www.youtube.com/watch?v=HYJDk2DrYIE

O plano econômico que acabou por “domar o dragão” da inflação foi o Plano Real, lançado em 1994.

Mas antes deste plano, houve tentativas para acabar com a inflação? Sim. Ao longo da década de

80 e início de 90, vários planos econômicos foram implantados no Brasil. O vídeo a seguir traça um

breve panorama desses planos econômicos. Note que abaixo, no vídeo, há uma descrição das

principais medidas de cada plano. Assista ao

vídeo:http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM721183-7823-

JORNAL+DA+GLOBO+ANOS+OS+PLANOS+ECONOMICOS,00.html

PARA SABER MAIS: Para saber mais sobre a evolução da economia brasileira, conheça o livro de

Werner Baer, chamado “A economia brasileira”. Na busca de livros do google, esta obra está

disponível parcialmente. Acesse o livro no seguinte livro:http://books.google.com/books?

id=QWhjy1WVj74C&printsec=frontcover&dq=%22economia+brasileira%22&hl=pt-BR

A partir da implantação do Plano Real, o Brasil foi, ao longo dos anos, retomando o crescimento

econômico. Atualmente, a economia brasileira, que é muito mais respeitada internacionalmente, tem

como fundamento três pilares: a) Regime de metas de inflação (a partir de 1999); b) câmbio flutuante

(a partir de 1999) e; c) Política fiscal apertada (governo busca arrecadar mais do que gasta, sem

19

Page 20: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

contar os gastos com juros). Dentre estes fatores, vamos destacar o regime de metas de inflação

(também conhecido como “inflation target”), que é a principal ferramenta de política econômica do

atual governo. Cabe observar que este sistema foi implantado no governo Fernando Henrique

Cardoso, tendo continuidade no governo Lula.

O artigo da revista EXAME, chamado “O nosso pilar mais sólido”, de Ângela Pimenta, explica o

sistema de metas de inflação. Clique no link a seguir para ler o

artigo:http://portalexame.com.br/revista/exame/edicoes/0936/economia/nosso-pilar-mais-solido-

419595.html

Já o link a seguir contém entrevistas sobre o regime de metas de inflação com Armínio Fraga, ex-

Presidente do Banco Central (órgão responsável pela política econômica do país) e com Henrique

Meirelles, atual presidente do Banco Central. O link para a entrevista, publicada no Portal EXAME,

encontra-se a seguir:

http://portalexame.abril.com.br/financas/dez-anos-metas-inflacao-arminio-fraga-henrique-meirelles-

419749.html

O regime de metas inflacionárias tem sido muito eficiente em termos de política econômica na

economia brasileira. Porém, o desenvolvimento do país não se resume a este tipo de ação. É nesse

sentido que discutiremos agora alguns problemas estruturais do Brasil. Que problemas são estes?

Qual seu impacto no crescimento e desenvolvimento econômico? Veja o quadro a seguir, publicado

na revista VEJA

20

Page 21: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Esse quadro ilustra um estudo da empresa de consultoria McKinsey, que identificou alguns

problemas estruturais do Brasil, considerados entraves ao crescimento do país. Segundo a

consultoria, o Brasil só poderá deslanchar e se desenvolver se conseguir resolver tais problemas.

Dentre estes, gostaria de destacar a questão da infraestrutura. 

No início de 2007, o governo federal lançou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento),

conjunto de medidas para proporcionar maior crescimento econômico do país, com ações previstas

até 2010 e uma meta de gastos de 500 bilhões de reais. Dentre as resoluções do PAC, o maior

destaque é para os investimentos em infraestrutura, embora o pacote também contemple áreas

como desoneração tributária, acesso ao crédito e meio ambiente. O vídeo a seguir contém uma

reportagem sobre o PAC, comentando o aumento de verbas para o programa, anunciado

recentemente pelo governo. No vídeo, fica claro que o governo aposta no PAC como um “remédio”

contra a crise. Assista ao vídeo:http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM960171-7823-

GOVERNO+APOSTA+NO+PAC+CONTRA+A+CRISE,00.html

Dentro do próprio PAC, o governo estruturou recentemente um programa para troca de geladeiras. A

ideia é que a população entregue suas geladeiras antigas e receba incentivo financeiro para comprar

uma nova. Existem nessa ação dois objetivos explícitos: aquecer a economia e reduzir a emissão de

CFC, gás contido em geladeiras fabricadas antes de 2001 e que é prejudicial ao meio ambiente.

21

Page 22: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM960405-7823-

GOVERNO+CRIA+PROGRAMA+DE+TROCA+DE+GELADEIRAS+PARA+COMBATER+A+CRISE,0

0.html

No entanto, o PAC tem recebido muitas críticas, com o argumento de que suas obras deveriam estar

em ritmo mais avançado; alguns críticos ainda argumentam que o governo está exagerando nos

valores divulgados sobre o PAC. A charge abaixo ilustra um pouco a visão dos críticos.

PARA SABER MAIS: O link a seguir direciona para um artigo publicado na revista Veja, chamado

“Vai doer, mas não tem jeito”, de Giuliano Guandalini e Chrystiane Silva. No artigo, os autores

levantam a importância que a racionalização dos gastos governamentais tem para reduzir a dívida

pública e possibilitar a queda dos juros no país. Leia o

artigo: http://veja.abril.com.br/080206/p_054.html

A questão dos gastos governamentais torna-se especialmente importante quando percebemos que

as altas taxas de juros no Brasil têm uma relação direta com o endividamento do governo. Como o

governo gasta mais do que arrecada, precisa emprestar dinheiro junto aos bancos. Sendo o governo

um grande tomador de empréstimos, os bancos, não tem estímulos para oferecer taxas mais baixas

à população. À medida que o governo precisar de menos dinheiro emprestado, os bancos terão que

redirecionar seu crédito para o restante da população e empresas, o que tende a baratear o crédito e

criar condições para que as taxas de juros caiam. Stephen Kanitz, que é administrador formado em

Harvard, publicou em seu site um artigo que trata desse assunto, chamado “Por que os juros não

baixam?”. O link a seguir direciona para o artigo: http://www.kanitz.com/veja/baixar_o_juro.asp

Outro problema grave do Brasil é a informalidade. Mas por que a informalidade é ruim? Não é

melhor estar empregado informalmente do que sem emprego? Do ponto de vista individual, sim.

Porém, acompanhem este raciocínio:

a. O setor informal não paga impostos;

b. O governo não quer reduzir a arrecadação;

22

Page 23: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

c. A carga tributária é elevada, de forma que os que pagam impostos acabam pagando também

pelos que não pagam;

d. Com impostos altos, as pessoas e empresas sonegam, prejudicando a arrecadação;

e. Além disso, muitas empresas fecham suas portas, gerando desemprego e realimento à

informalidade.

Perceberam o ciclo vicioso?

A revista ÉPOCA publicou uma matéria bastante completa sobre a informalidade no país, intitulada

“como os outros fizeram”, de autoria de Leandro Loyola. Basicamente, o artigo aponta os seguintes

aspectos como causas da informalidade no Brasil:

a. Alta carga tributária;

b. Leis trabalhistas arcaicas e muito rígidas;

c. Excesso de burocracia para abertura de empresas.

Leia o artigo completo no seguinte link: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG74273-

6009,00.html

Para detalhar mais a questão da carga tributária, sugiro que visitem um link da revista VEJA,

chamado “Em profundidade – impostos e carga tributária”. Neste link, há um retrato – em forma de

gráficos – da carga tributária do país, destacando a evolução desta ao longo do tempo e

comparações com outros países. O material ainda possui um glossário para os impostos que

pagamos, propostas para mudar a situação, além de uma recuperação do acervo da VEJA sobre o

tema. Acesse o material através do seguinte link:

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/impostos-carga-tributaria/index.html

Na primeira unidade, conhecemos um pouco como começou a atual crise econômica que estamos

vivendo. Como já vimos, esta crise começou devido a problemas no mercado imobiliário americano,

mas acabou se alastrando pelo mundo. Mas por que esse contágio? Existem dois motivos básicos:

a. Os Estados Unidos é o país que mais consome no mundo e absorve grande parte das

exportações mundiais; ou seja, se os Estados Unidos comprarem menos, muitos países

venderão menos e terão que demitir funcionários;

b. Há uma percepção geral de que os Estados Unidos é o país mais seguro para investimentos

no mundo. Se alguma crise acontece por lá, há uma espécie de “colapso” ou “crise de

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Page 24: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

confiança”. Em resumo, se os Estados Unidos estão em crise, muita gente prefere guardar o

dinheiro “embaixo do colchão” e esperar a turbulência passar. Esse comportamento de

desconfiança acaba afetando o restante dos países, principalmente os emergentes como o

Brasil.

De qualquer maneira, a crise é uma realidade e o Brasil está buscando meios de não se prejudicar

tanto. Nesse contexto de crise, assista ao vídeo a seguir, vinculado no Programa “Roda Viva” da TV

Cultura. O material fornece um breve panorama sobre esta crise econômica. Assista ao vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=TRgrXibeio8&feature=related

O fato é que o Brasil já está enfrentando consequências da crise. O vídeo a seguir comenta sobre

um efeito que tem consequências sobre toda a economia, que é a queda de produção industrial. Por

que esse é um indicador importante? Por que a indústria é o setor da economia que mais emprega

no país. Se a indústria não está produzindo muito é porque não se está vendendo muito; assim, a

economia está desaquecida. Além disso, o vídeo destaca a falta de crédito, que é fundamental para

a indústria. Por fim, é evidente que se as indústrias perdem força, o nível de desemprego aumenta

na economia, gerando um ciclo negativo de desaceleração. Assista ao vídeo:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM959597-7823-

PRODUCAO+INDUSTRIAL+TEM+A+MAIOR+QUEDA+EM+ANOS,00.html

Bom... chegamos ao fim desta web aula e também ao fim da primeira unidade da

nossa disciplina de Economia e Modelos de Gestão. Lembrem-se de responder às

questões de fixação e de acessar o fórum de discussões para enriquecer seu

conteúdo. Até a próxima!

Unidade 3Web Aula 1 – Conceitos Básicos, Abordagem Clássica e Abordagem Humanística

Orientações:

Caro Aluno,

OLÁ!

Esta é a nossa primeira web aula da terceira unidade. Por esse motivo, vamos usá-la para aprofundar o conhecimento  sobre  importância da administração, fundamentos, princípios e

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Page 25: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

história.

ADMINISTRAÇÃO: CONCEITO E IMPORTÂNCIA

"Administrar é, portanto, um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla uma administração." KWASNICKA (pág. 17, 1995) 

A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO

Segundo Kwasnicka (1995, p.17), a tarefa de administrar, é um processo integrativo da atividade organizacional que permeia nossa vida diária que não se encontra restrito às fábricas, hospitais, lojas e escolas.  É importante em qualquer atividade formalmente estruturada que envolva recursos humanos e materiais, tecnologia, restrição ambiental, entre outros. Trata-se de um processo consistente de tomada de decisões, envolvendo recursos e objetivos com o intuito de assegurar a eficiência e eficácia, na obtenção de resultados específicos. Portanto, administrar é um processo realizado em uma organização, um departamento, um setor ou área, independente da sua ordem de grandeza.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO

Os princípios estabelecidos para a administração no início do século XX previam uma administração rígida, onde o chefe ou o proprietário, no caso da pequena empresa, eram os donos absolutos das decisões; a autoridade vinha de cima para baixo e as suas atividades principais eram mandar fazer as tarefas e controlá-las com muito rigor. O objetivo principal era produzir mais e com mais eficiência, para que o lucro fosse maior.

Não havia qualquer tipo de comunicação entre as pessoas do setor administrativo da empresa ou pessoas próprias para executar tal tarefa (administração); não havia confiança para delegar ou tomar decisões, apenas os donos  das empresas executavam as ideias que achavam certas.

HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA

Onde se inicia a história da administração é puramente uma questão de escolha. Nós podemos, por exemplo, começar pela Antiguidade, Idade Média ou Renascimento; outros preferem iniciar pela Revolução Industrial.

A Antiguidade caracteriza-se por ter sido uma época particularmente profícua para as ciências. Seus pensadores e filósofos criaram e desenvolveram muitas áreas do conhecimento humano com tal profundidade que até hoje se fazem sentir os efeitos dos seus trabalhos.

No que se refere à administração, nunca foram encontradas obras que comprovem seu desenvolvimento na Antiguidade, entretanto, a construção de uma pirâmide, a estrutura da uma cidade como Atenas e a administração de um império tão vasto, como o Império Romano, certamente revelam conhecimentos de administração. É difícil compreender, à primeira vista, por que a administração não recebeu igual tratamento na época; porém, a realidade social contemporânea torna mais fácil a compreensão deste fenômeno. Predominava, nessa época, um forte preconceito em relação ao trabalho, a tal ponto que era considerado uma atividade desprezível.

Uma das principais razões para esse preconceito foi a escravidão, que na época era legalizada, oferecendo solução fácil aos problemas práticos e, ao mesmo tempo, criando uma inevitável correlação entre trabalho e escravo.

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Page 26: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Outra razão, também importante, foi a orientação de povos primitivos para a guerra, na sobressai a importância do soldado e, consequentemente, a inferioridade social daqueles que trabalham e que, portanto, não podem dedicar-se às guerras.

Os antigos acreditavam que havia dois campos antagônicos de atuação: o intelectual, cabível aos cidadãos, e o material, cabível aos escravos. A aplicação das ciências em problemas práticos era condenada.

ENFOQUES TEÓRICOS

PRINCÍPIOS DE TAYLOR:

Frederick Winslow Taylor entrou em contato com os problemas de administração em 1884. Ele reconheceu que eram os trabalhadores que moviam as fábricas.

A primeira apresentação sistemática de Taylor foi formulada após ele verificar que no sistema de pagamento, por dia de trabalho, os homens diminuíam a produção, prolongando assim os dias de trabalho, evitando desta forma os possíveis cortes de funcionários. Taylor intitulou este trabalho "A piece-rate system", usando dois métodos no tratamento desta questão:

1. O estudo do tempo base para obter o tempo-padrão, concebendo um método para a fixação prévia e precisa de um padrão de desempenho que permitia a extensão do sistema para o trabalho não repetitivo.

2. Projetou um esquema de pagamento por peça, diminuindo os ganhos daqueles que não atingissem os padrões, salários substancialmente altos aos bons trabalhadores, assegurando-lhes que, se mantivessem o ritmo de trabalho especificado, seus salários nunca seriam cortados.

Taylor viu, assim, que uma das formas de atingir seus objetivos era introduzir métodos de trabalho eficientes que incluíam:

padronização de ferramentas e equipamentos; rotina de programação;

cartões de instrução;

estudos de movimentos;

seleção de trabalhadores mais adequados;

garantia de amplo material para os trabalhadores;

introdução de símbolos como índices.

A alteração mais evidente na organização foi a introdução de um departamento de planejamento que Taylor definiu como centro cerebral da empresa.

As descobertas de Taylor representam uma evolução que continuou sendo aperfeiçoada, mesmo depois de sua morte, por Henry Laurence Gantt, que se preocupou com o aspecto psicológico e humanístico, insistindo na importância do elemento humano na produtividade. Gantt desenvolveu um plano de salários e incentivos ao trabalho operário e o auxílio do planejamento do trabalho do indivíduo, desenvolvendo um gráfico de distribuição de carga de trabalho, denominado Gráfico de Gantt.

Outro nome que contribuiu para o desenvolvimento do trabalho de Taylor foi Frank Buncker Gilbreth, seguidor da mesma linha de Gantt.

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Page 27: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

CONTRIBUIÇÕES DE HENRY FAYOL

O trabalho de Henry Fayol foi considerado uma das maiores contribuições para o campo da gerência e da administração.

Ao contrário de Taylor, Fayol trabalhou nos níveis organizacionais, preocupado com a função administrativa da direção. Com isso, concluiu que há uma necessidade definida e uma possibilidade de ensinar administração. Publicou um trabalho em 1908 que intitulou "Os Princípios da Administração", onde procurou, de forma mais clara, os  elementos primários do processo administrativo, que vêm sendo utilizados até hoje:

PLANEJAMENTO, ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO, E CONTROLE.

A Tarefa

Você está sendo convidado a realizar um pequeno estudo de caso para verificar se ficou bem clara a distinção entre esses dois autores da abordagem Clássica. (Taylor e Fayol)

Processo

1) Após a leitura, resolva este "case".

O Faraó Quéps reúne-se com dois grandes consultores em administração que vieram do futuro.O Faraó pretende construir uma grande pirâmide, com cerca de 2.300.000 blocos de pedra. Ele quer recomendações desses consultores para assegurar a realização do projeto. Um escriba anota as recomendações, mas registra erradamente os nomes dos consultores. Corrija o trabalho do escriba. Escreva embaixo de cada recomendação o nome do consultor que pode tê-la feito. Os consultores que estavam presentes na reunião eram: Taylor e Fayol.

Recomendações:

a) Não se esqueça de que você é o Faraó. Sua principal tarefa é garantir a construção da Pirâmide.  Não se perca com detalhes operacionais. Mantenha-se em seu papel de executivo do projeto.

Autor:________________

b) Uma das formas para você atingir seus objetivos é o trabalho ser realizado de acordo com ferramentas padronizadas, uma rotina de programação, e com  trabalhadores adequados.

Autor:________________

Aprofundando o conhecimento: Explore mais esse assunto por meio da leitura da Unidade 2 da sua apostila (Teorias da Administração).

Continuando:

Considerações: Esta leitura auxilia no desenvolvimento das habilidades conceituais, para que se possa compreender o que são as teorias e sua importância para a administração.

Conclusão

Este exercício tem como objetivo mostrar a contribuição desses dois autores para  a administração.

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Page 28: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Abordagem Humanística

A Tarefa

Dando sequência à contextualização teórica, vamos aprofundar o conhecimento  sobre a Abordagem Humanística.

Leia o texto abaixo:

RELACÕES HUMANAS

FILOSOFIA DAS RELACÕES HUMANAS

Um dos fundadores da escola humana da filosofia da administração foi Elton Mayo.

O "Experimento de Hawthorne" é o estudo mais citado para investigar o complexo da natureza humana no trabalho. O propósito inicial do experimento era verificar o efeito da iluminação no trabalhador e em seu trabalho. Grupos de funcionários foram selecionados para tal estudo. Estes funcionários sentiram-se motivados e, consequentemente, a produtividade aumentou. O "Estudo de Hawthorne" foi um marco na teoria comportamental humana. As conclusões mais importantes foram:

1. Determinação do nível de produção por normas sociais e integração do indivíduo ao grupo.

2. Os indivíduos não agem isoladamente, mas seguem o grupo.

3. As recompensas e sanções impostas pelo grupo determinam o comportamento do indivíduo.

4. O reconhecimento da existência de grupos informais bem estruturados.

5. As relações humanas constituem as interações entre pessoas e grupos.

6. A importância do conteúdo do cargo no moral do indivíduo.

Processo

1 - Após realizar a webaula 1 e fazer a leitura do texto da webaula 2, observe o quadro  abaixo.

COMPARAÇÃO ENTRE A TEORIA CLÁSSICA E A TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

TEORIA CLÁSSICA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Trata a organização como máquina Trata a organização como grupos de pessoas;

Enfatiza as tarefas ou a tecnologia Enfatiza as pessoas

Inspirada em sistemas de engenharia Inspirada em sistema de psicologia

Autoridade centralizada Delegação de autoridade

Linhas claras de autoridade Autonomia dos empregados

Especialização e competência técnica Confiança e abertura

Acentuada divisão do trabalho Ênfase nas relações entre as pessoas

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Page 29: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

Confiança nas regras e nos regulamentos Confiança nas pessoas

Clara separação entre linha e staff Dinâmica grupal e interpessoal

Fala-se agora em:

Motivação; Liderança;

Comunicação;

Organização informal;

Dinâmica de grupo, etc

MOTIVAÇÃO HUMANA

A motivação procura explicar por que as pessoas se comportam. O ser humano é motivado, não por estímulos econômicos e salariais, mas por recompensas sociais,

simbólicas e não materiais.

1. TEORIA DE CAMPO DE LEWIN

Kurt Lewin elaborou a teoria de campo que se baseia no seguinte:

O comportamento humano não depende somente do passado, ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e presente.

Campo dinâmico é o espaço de vida que contém a pessoa e o seu ambiente psicológico.

Para Lewin, toda necessidade cria um estado de tensão no indivíduo, uma predisposição à ação.

2. NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS

A TRH constatou a existência das necessidades humanas básicas. Necessidades ou motivos são forças conscientes ou inconscientes que levam o

indivíduo a um determinado comportamento.

A motivação refere-se ao comportamento que é causado por necessidade dentro do indivíduo e que é dirigido em direção aos objetivos que podem satisfazer essas necessidades.

O ser humano é considerado um animal dotado de necessidades.

Satisfeita uma necessidade, surge outra em seu lugar, e, assim por diante, contínua e infinitamente.

Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de Motivação: à medida que cresce e amadurece, vai ultrapassando os estágios mais baixos e desenvolvendo necessidades de níveis mais elevados.

a) Necessidades Fisiológicas:

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Page 30: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

São as necessidades primárias, vitais ou vegetativas, relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas.

Exige satisfação periódica e cíclica.

São as de alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo, proteção contra os perigos.

b) Necessidades Psicológicas

São necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais

elevado e complexo de necessidades.

As necessidades psicológicas são:

Necessidade de segurança íntima: leva o indivíduo à autodefesa, procura de proteção contra o perigo, ameaça ou privação.

Necessidade de participação: aprovação social, reconhecimento do grupo, de dar e receber amizade.

Necessidade de autoconfiança: refere-se à maneira pela qual cada pessoa se vê e se avalia, ao autorrespeito e à consideração que tem para consigo mesmo.

Necessidade de afeição: é a necessidade de dar e receber afeto, amor e carinho.

c) Necessidades de Autorrealização

São as necessidades mais elevadas e decorrem da educação e da cultura da pessoa. É o impulso de realizar o próprio potencial de estar em contínuo autodesenvolvimento.

3. CICLO MOTIVACIONAL

O ciclo motivacional começa com o surgimento de uma necessidade.

Toda vez que surge uma necessidade, esta rompe o estado de equilíbrio do organismo, causando um estado de tensão, insatisfação, desconforto e desequilíbrio.

Esse estado leva o indivíduo a um comportamento ou ação capaz de descarregar a tensão ou de livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio.

Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao equilíbrio, caso contrário, ela pode ser frustrada.  

Outras vezes a necessidade não é satisfeita nem frustrada, mas transferida ou compensada, ou seja, quando o motivo de uma promoção para um cargo superior é contornado por um bom aumento de salário ou por uma nova sala de trabalho.

4. MORAL E CLIMA ORGANIZACIONAL

O moral é uma decorrência do estado motivacional provocado pela satisfação ou não satisfação das necessidades individuais das pessoas.

O moral é responsável pelas atitudes das pessoas.

O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identificação, aceitação, entusiasmo e impulso positivo em relação ao trabalho.

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Page 31: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

O moral baixo é acompanhado por atitudes de desinteresse, negação, rejeição, pessimismo e apatia com relação ao trabalho.

Clima Organizacional é o ambiente psicológico e social que existe em uma organização e que condiciona o comportamento de seus membros.

LIDERANÇA

LIDERANÇA: TEORIAS DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE

traços físicos: energia, aparência e peso traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e autoconfiança

traços sociais: cooperação, habilidades administrativas e interpessoais

traços relacionados à tarefa: iniciativa, persistência e impulso de realização

LIDERANÇA: TEORIA SOBRE ESTILOS DE LIDERANÇAS

AUTOCRÁTICA - centralização total da autoridade e das decisões na pessoa do líder.

 

Autocrática: o trabalho somente se desenvolve com a presença física do líder.

LIBERAL - total liberdade do grupo para tomada de decisões; o líder apenas participa quando é solicitado.

Liberal: pouco respeito em relação ao líder e forte individualismo agressivo

DEMOCRÁTICA - caracterizada pela figura do líder como orientador do grupo. As decisões são discutidas pelo grupo com a presença do líder. 

 

Democrática: líder e subordinados desenvolvem uma comunicação franca, espontânea e cordial. Há um sentido de responsabilidade mútua.

LIDERANÇA: TEORIA SITUACIONAL

Não existe um único estilo ou característica de liderança válida para toda e qualquer situação.

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Page 32: MarcoAntonioEconomiaeModeloDeGestao_UNOPAR

É primordial que o gerente tenha consciência de qual estilo é mais presente na sua administração com o objetivo de melhor avaliar a situação e poder fortalecer o seu desempenho.

Enfim, o melhor estilo é aquele em que o gerente tenha abertura para perceber a situação, de uma forma tal que consiga optar pelo estilo mais adequado.

Quanto menor o uso de autoridade pelo administrador, maior a área de liberdade dos subordinados e vice-versa.

COMUNICAÇÃO

Proporciona informação e compreensão necessárias para que aspessoas possam se conduzir em suas tarefas;

proporciona as atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e satisfação nos cargos;

a pessoa trabalha melhor quando conhece os padrões de seu trabalho;

a organização opera mais eficientemente quando a pessoa e seu chefe têm um entendimento comum de suas responsabilidades e padrões de desempenho que a empresa espera obter deles.

cada pessoa pode ser auxiliada a dar a máxima contribuição à organização e a utilizar ao máximo as suas habilidades e capacidades.

ORGANIZAÇÃO INFORMAL

Conjunto de interações e relacionamentos que se estabelecem entre as pessoas.

Características:

Relação de coesão ou de antagonismo: relações pessoais de simpatia ou de antipatia, de diferentes intensidades.

Status: o prestígio está mais ligado na participação do indivíduo na organização informal (grupo), do que propriamente na organização formal (cargo).

Colaboração espontânea

A possibilidade da oposição à organização informal: esta pode se desenvolver contra a organização formal, devido à inabilidade da direção de propiciar um clima favorável.

Padrões de relações e atitudes

Mudanças de níveis e alterações dos grupos informais: devido à mudança de pessoal na organização formal.

DINÂMICA DE GRUPO

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Kurt Lewin é fundador da Escola da Dinâmica de Grupo; Dinâmica de grupo é a soma de interesse dos componentes dos grupos e que pode ser

ativada por meio de estímulos e motivações, no intuito de maior harmonia e melhor relacionamento humano.

O comportamento, as atitudes, as crenças e os valores do indivíduo baseiam-se firmemente nos grupos aos quais pertencem.

ATIVIDADE

Para refletir:

Assista ao vídeo:

Gladiador: como vencer conflitos preservando os valores éticos.

http://www.youtube.com/watch?v=I1JAud8xWc8

Conclusão

Os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais de administração passam a ser contestados.

O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo;

O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo.

O homo economicus cede o lugar ao homem social.

Essa revolução na Administração ocorreu nos prenúncios da Segundo Guerra Mundial, ressaltando o caráter democrático.

A ênfase nas tarefas e na estrutura é substituída pela ênfase nas pessoas.

Parabéns a todos que chegaram até aqui!

Unidade 4

Web Aula 1 – Abordagem Organizacional e Processo Administrativo

Evolução histórica e atuais tendências.

Introdução

Olá a todos!

Você está sendo convidado a realizar uma reflexão sobre a área de Recursos Humanos.

A Tarefa

1 - Leia o texto abaixo para acompanhar a evolução da área de Recursos Humanos.

RECURSOS HUMANOS NA HISTÓRIA DAS ORGANIZAÇÕES

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Considerando o avanço ocorrido no tradicional departamento de pessoal da década de 1950, passando pela divisão de relações industriais na década de 1960 à recente área de recursos humanos, observam-se significativas mudanças destes paradigmas que apontam para uma nova fase de gestão de pessoas.

Por conseguinte, a gestão de pessoas surge na atualidade como o núcleo vital e estratégico para assegurar o funcionamento do organismo empresarial, uma vez que a principal tarefa relacionada a ela é exatamente a de cuidar do valioso patrimônio intelectual das organizações, ou seja, as pessoas.

Ao longo de toda história da humanidade sucedem-se os desdobramentos da atividade laboral do ser humano. A partir da Revolução Industrial é que surge o  conceito atual de trabalho.

Na era da industrialização clássica, a organização era vista, basicamente, como uma estrutura formal, constituída de órgãos, cargos e tarefas. O trabalho era rotineiro, com pequeno grau de envolvimento dos operários. A cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para conservação das tradições e valores.  As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos organizacionais. Dentro dessa concepção, a administração das pessoas recebia a denominação de Relações Industriais.

A teoria clássica foi substituída pela teoria neoclássica da administração e o modelo burocrático foi redimensionado pela teoria estruturalista. A teoria das  Relações Humanas foi substituída pela Comportamental. Ao longo do período,  surge a teoria da Contingência.  A visão sistêmica e multidisciplinar e o relativismo   tomam conta da teoria administrativa.

A escola neoclássica deu ênfase à prática da administração e ao processo administrativo que envolvia planejar, organizar, dirigir e controlar, tendo em vista os  objetivos  almejados.   Em decorrência, surgiu a chamada administração por objetivos, que visava a organização racional das atividades humanas.

Assim, as organizações passaram a ser vistas como sistemas sociais  abertos.  A cultura organizacional deixou de privilegiar as tradições, cedendo lugar à inovação. A concepção das Relações Industriais foi substituída pela nova maneira de administrar as pessoas, a qual recebeu o nome de Administração de Recursos Humanos.

Na década de 90 começou a era da informação, que está em vigor até hoje.  O capital financeiro deixou de ser o recurso mais importante, cedendo lugar ao  conhecimento.

Nestas circunstâncias, a antiga Administração de Recursos Humanos cedeu  lugar  a uma nova abordagem: Gestão de Pessoas. A gestão de pessoas, no contexto atual, considera as pessoas o principal ativo da organização. Daí a necessidade de tornar as organizações mais conscientes e atentas a seus funcionários.

Processo

2 - Agora, leia o texto abaixo e reflita sobre as exigências do mercado nos dias de hoje e sobre o seu papel neste processo.

PROCURA-SE: O ESPECIALISTA EM TUDO

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O mercado de trabalho está mais apertado do que nunca. Ao escutar os recrutadores das empresas e ler os anúncios de empregos, você poderia concluir que os empregadores querem a pessoa impossível: "menos de 25 anos, cinco anos de experiência em programação, com fortes habilidades gerenciais demonstradas, desejável experiência em internet." As organizações não somente querem habilidades técnicas nos novos empregados, mas também sabedoria em negócios e gerenciamento. As empresas estão procurando além do típico especialista em ciência da computação e sistemas de informação. Elas querem mais estudantes com habilidades em ciências humanas, finanças, marketing recursos humanos. Querem habilidades técnicas também - tudo na mesma pessoa. Pessoas com fortes habilidades em comunicações e relacionamento são especialmente valorizadas. Uma série de pesquisas de empregadores mostra uma tremenda necessidade das chamadas habilidades "leves", ou seja, capacidade de escutar, sensibilidade, maneira de escrever e de se expressar, capacidade de trabalhar em equipe. Em muitas empresas modernas, os especialistas em sistemas de informação se reportam não somente à gerência dos sistemas de informação, mas também às gerências dentro das unidades de negócio, como vendas, finanças ou produção. Nesses casos, as habilidades em comunicação são indispensáveis.

Os especialistas em contratações concordam que as habilidades "leves" são ainda mais importantes para uma carreira em sistemas de informação do que as habilidades técnicas. Pelo fato de a direção da tecnologia e dos negócios mudarem tão rapidamente, o indivíduo deve ser capaz de dominar novas tecnologias enquanto usa suas habilidades "leves" para ficar em contato com as necessidades da empresa e da direção do mercado.

Muitos acreditam que a eficácia da empresa é aumentada quando um especialista em sistemas de informação pode fazer estágios para conhecer melhor as operações da empresa, para ver onde a tecnologia é aplicada, ou quando um técnico especialista tem experiência com sistemas de informação.  A combinação das duas experiências ajuda ambos os especialistas a ver formas de usar a tecnologia da informação para melhorar o negócio. John Zarb, responsável pela área da tecnologia da informação da Libbey, Inc., lê livros de filosofia empresarial e também publicações sobre tecnologia. Ele recomenda que sua equipe participe de seminário da indústria, visite os locais onde operam seus usuários e receba treinamento formal em oratória, escrita ou habilidades de comunicação interpessoal.

Fonte: LAUDON, Kenneth C. e LAUDON, Jane P. - Sistemas de Infomação -com internet: Rio de Janeiro, LTC, 1999 p. 25.

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PARA ONDE VAI A TGA (TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO)?

Caro Aluno,

A teoria Administrativa tem pouco mais de cem  anos,  mas  já  passou por grandes transformações.  Agora está enfrentando a forte turbulência da Era da Informação.

As mudanças e transformações passam a ser gradativamente mais rápidas e intensas . Elas são diversas e alcançam patamares completamente diferentes do passado.  O centro da  sociedade moderna é a Tecnologia da Informação.

A ERA DA INFORMAÇÃO: MUDANÇA E INCERTEZA

A Era da Informação surgiu na década de 1990, graças ao desenvolvimento tecnológico. Neste momento, então, o capital financeiro cede o espaço para o capital intelectual, para o conhecimento.

A influência da Tecnologia da informação

Computador, televisão e as telecomunicações invadem a vida das pessoas, trazendo também o conceito de escritório virtual ou não-territorial, acabando com o papelório e necessidade de grandes móveis.

Na era da informação instantânea, as coisas mudam rápida e incessantemente. A administração torna-se um artigo de primeira necessidade.

A NOVA LÓGICA DAS ORGANIZAÇÕES

A velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado estão conduzindo a um sentido de emergência quanto ao ajustamento e adaptabilidade das organizações.

O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

A teoria administrativa está passando por uma profunda e intensa revisão. O mundo mudou e muita gente acha que ela também deve mudar. Certamente. Mas, para onde? Em que direção? Algumas abordagens a seguir poderão mostrar os caminhos futuros da teoria administrativa.

GESTÃO DO CONHECIMENTO E CAPITAL INTELECTUAL

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A era da informação transformou os paradigmas de recursos para as organizações, ou seja, o capital financeiro e os demais recursos têm sua relativa importância, mas cedem lugar ao capital intelectual, o qual é baseado no conhecimento.

O conhecimento vem das pessoas. São as pessoas que  aprendem, desenvolvem e aplicam o  conhecimento na utilização adequada dos demais recursos organizacionais. Portanto, os demais recursos são dependentes da inteligência humana.

Organizações bem sucedidas são aquelas que identificam, conquistam, motivam pessoas para que estas aprendam e apliquem conhecimento adquiridos na solução de problemas e na busca continuada da inovação dos processos, objetivando à excelência da qualidade.

A organização baseada no conhecimento depende da gestão deste, que é um processo integrado destinado a criar, organizar, disseminar e intensificar o capital intelectual, visando melhorar o desempenho global da organização.

Visando melhorar a gestão do seu capital intelectual, muitas organizações desenvolvem processos de educação corporativa, universidades corporativas e virtuais.

Os objetivos da educação corporativa envolvem: processo de aprendizagem; foco nos assuntos empresariais de maior importância; proporciona currículo fundamentado em cidadania corporativa; contexto situacional e competências básicas; treina toda a cadeia de valor (clientes, distribuidores, fornecedores, terceiros, instituições de ensino superior, etc.); proporciona diferentes formatos de apresentação da aprendizagem; encoraja e facilita o comprometimento das lideranças com o aprendizado; globalização do desenvolvimento de soluções de aprendizagem; proporciona vantagens competitivas para a organização entrar em novos mercados.

A base para o sucesso não depende somente da organização do conhecimento da empresa, mas também em identificar e utilizar todas as informações internas e externas em prol do ambiente de negócios, buscando produtividade, dinamismo e competitividade.

Considerações

Ao longo do tempo, as teorias administrativas apresentam diferentes abordagens para a administração das organizações, refletindo cada qual os fenômenos históricos, sociais, culturais, tecnológicos e econômicos de sua época. É prematuro afirmar que uma ou outra teoria está ultrapassada nos dias atuais. Cabe ao administrador ter visão eclética de todas as teorias, procedendo à leitura da realidade atual, diagnosticando a situação e antevendo a abordagem mais indicada a ser aplicada.

A administração moderna surge como única instituição comum que promove o desenvolvimento das organizações e países, transcendendo todas as fronteiras mundiais. É a ferramenta que torna as organizações capazes de gerar resultados e produzir o desenvolvimento.

Atividade

Você que vai administrar o recurso mais importante de uma organização,

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assista ao vídeo: VIDA DE ADMINISTRADOR e aproveite para refletir.

 Avaliação

A unidade 2, composta por estas duas webaulas, será avaliada através de questões objetivas e dissertativas.

Conclusão

As organizações não somente querem habilidades técnicas nos novos empregados, mas também sabedoria em negócios e gerenciamento. Elas querem mais estudantes com habilidades em ciências humanas, finanças, marketing, recursos humanos.

"A administração não é um modo de vida ou filosofia isolada; é o pensamento e ação que unem a vida humana na busca dos valores sociais." KWASNICKA (2006)

Segundo a autora, a administração deve ser encarada como parte da sociedade, e sua atividade,  como consequência  dos valores sociais. Hoje, ao se falar em administração, não se pode deixar de fora  temas como: ética e responsabilidade social, desenvolvimento sustentável, empreendedorismo e administração participativa.

As futuras  organizações  levarão em consideração essas tendências atuais,  a valorização do  indivíduo, a preservação  do ambiente em que atuam. A automação e outros avanços tecnológicos continuarão a mudar a composição básica da força de trabalho, com grande ênfase na especialização e na administração do conhecimento.

Haverá sistemas adaptáveis, mudando rapidamente, com uma crescente regularidade.

A administração definida como planejamento, organização, direção e controle das atividades da empresa continua como filosofia administrativa, mas enfrentará os desafios do futuro.

Curiosidades

Oração do Administrador

"Senhor, diante das organizações devo ter CONSCIÊNCIA de minhas responsabilidadescomo ADMINISTRADOR.Reconheço minhas limitações,mas,humildemente, junto com meus companheiros de trabalho busco o consenso para alcançar aSOLUÇÃO e tornar o trabalho menos penoso e mais produtivo; Senhor, despido do egoísmo, quero crescer, fazendo crescer, também, os que me cercam e que são a razão de minha escolha profissional; Senhor, ADMINISTRE o meu coração para que ele siga o caminho do bem, pois, a mim caberá realizar obras sadias para tornar as organizações cada vez melhores e mais humanas."

Juramento do Administrador

"Prometo dignificar minha profissão, consciente de minhas responsabilidades legais, observar o Código de Ética, objetivando o aperfeiçoamento da Ciência da Administração, o desenvolvimento das instituições e a grandeza do homem e da pátria".

Saudações!

Parabéns a todos que chegaram até aqui!

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Boa sorte e sucesso na carreira e no curso!!!

Bibliografia

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 7.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2002. 457p.

LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003.

LAUDON, Kenneth C. e LAUDON, Jane P. - Sistemas de Infomação -com internet: Rio de Janeiro, LTC, 1999.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à administração. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 434p.

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