marcha ocupará ruas de brasília em defesa da previdência ... · ronaldo barroso pec que anula...

12
Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro 17/Outubro/2007 Pág. 4 Marcha ocupará ruas de Brasília em defesa da previdência pública População de Maricá luta pela preservação de restinga Página 10 CCJ aprova PEC que anula taxação de aposentadorias Governo Lula prejudica quem assinou 47,11% após 29/06 Saúde estadual cobra incorporação da Geeled Jurídico mostra andamento de ações movidas pelo Sindsprev Congresso de Negras e Negros debaterá reparações Página 2 Sindicato quer luta dos selecionados em todas as unidades do MS Página 3 Cerca de mil agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de controle de endemias (ACEs) ocuparam as ruas do centro do Rio em ato público pela regularização funcional segundo o disposto na Lei 11.350, até hoje não cumprida pela maioria das prefeituras do Estado. Os trabalhadores entregaram suas reivindicações na Câmara Municipal e Alerj, onde cobraram a criação da Frente Parlamentar pela Efetivação - página 4. Página 11 Página 3 Páginas 6 e 7 Página 9 ACS e ACEs se mobilizam pela regularização funcional FOTO: FERNANDO FRANÇA FOTO: SAMUEL TOSTA

Upload: duongnhu

Post on 27-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Sindicato dos Trabalhadores emSaúde, Trabalho ePrevidência Socialno Estado doRio de Janeiro17/Outubro/2007

Pág. 4

Marcha ocupará ruas de Brasília emdefesa da previdência pública

População de Maricá luta pelapreservação de restinga

Página 10

CCJ aprova PEC que anulataxação de aposentadorias

Governo Lula prejudica quemassinou 47,11% após 29/06

Saúde estadual cobraincorporação da Geeled

Jurídico mostra andamento deações movidas pelo Sindsprev

Congresso de Negras e Negrosdebaterá reparações

Página 2

Sindicato quer luta dos selecionados em todas as unidades do MS

Página 3

Cerca de mil agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de controle deendemias (ACEs) ocuparam as ruas do centro do Rio em ato público pelaregularização funcional segundo o disposto na Lei 11.350, até hoje nãocumprida pela maioria das prefeituras do Estado. Os trabalhadoresentregaram suas reivindicações na Câmara Municipal e Alerj, onde cobrarama criação da Frente Parlamentar pela Efetivação - página 4.

Página 11

Página 3

Páginas 6 e 7

Página 9

ACS e ACEs se mobilizam pelaregularização funcional

FOTO: FERNANDO FRANÇA

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

2� 17 DE OUTUBRO DE 2007

Informativo do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde,Trabalho e Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro

Rua Joaquim Silva, 98-A - Centro - Rio de Janeiro� (21) 3478-8200 | fax: (21) 3478-8233

Edição: André Pelliccione (Mtb JP19301RJ) | Redação: Helcio Duarte Filho (Mtb JP16379RJ), Vânia Gomes (Mtb JP18880RJ), Olyntho Contente (Mtb JP14173RJ)e Ricardo Portugal (Mtb JP16959RJ) | Diagramação: Virginia Aôr (Mtb JP185880RJ) | Fotografia: Fernando de França | Tiragem: 30 mil exemplares | Impressão:Folha Dirigida | Secretaria de Imprensa e Divulgação Tel.: (21) 3478-8220 | Fax (21) 3478-8223 | website: http://www.sindsprevrj.org.br | e-mail:[email protected]

SERVIÇO PÚBLICO

FO

TO

: R

ON

AL

DO

BA

RR

OS

O

PEC que anula taxação das aposentadorias éaprovada na Comissão de Justiça da Câmara

Aposentados seorganizam na luta pela

paridade com ativosda importância deste setor da categoriase organizar para resistir aos ataquesdo governo. “Lula manteve a mesmapolítica do seu antecessor, FHC, e foiuma decepção para muitos. De lá paracá, já perdemos muitos direitos, o queaconteceu na aprovação da primeirareforma da Previdência. Agora estãopreparando o fim da aposentadoria in-tegral para os novos servidores e outrareforma da Previdência, o que traráimpacto para a ativa e aposentados.Temos que nos organizar para resistir aisto”, afirmou a dirigente.

Outra questão em debate é a lutapela isonomia, que, como FHC, Lulavem desrespeitando. “Houve muita pro-messa de valorização dos servidores,mas tudo não passou de conversa. Apontuação da GDASST dos aposenta-dos é a metade dos da ativa. Vamos con-tinuar lutando para que este direito sejarespeitado”, argumentou Edite.

40 sessões do Plenário para apresentarseu parecer. São necessários ao menos308 votos para que a PEC seja aprova-da, o que corresponde a três quintos dototal de deputados. A base governistana Câmara conta com cerca de 300 par-lamentares. Na avaliação do diretor doSindsprev-RJ Luis Henrique dos San-tos, da secretaria dos Aposentados e 3ªIdade, a aprovação na CCJ é “uma luzno fim do túnel”. Ele diz que a aprova-ção do projeto poria fim a uma injusti-ça. “É uma reivindicação de todos osaposentados, que pagaram a vida todapara a Previdência Social”, diz. O dire-tor do Sindsprev entende que o própriogoverno Lula deveria reconhecer isso.E vai além: defende a devolução do quejá foi cobrado, na sua opinião, de forma“irregular” dos aposentados.

Campanha defendea anulação da reforma

Há uma campanha nacional, lidera-da por sindicatos não-governistas e pelaConlutas (Coordenação nacional deLutas), da qual o Sindsprev participa,que defende a anulação da reforma daPrevidência sob o argumento de que elafoi aprovada por meio do esquema domensalão, isto é, com compra de votos

Por Hélcio Duarte Filho

projeto de emendaconstitucional que aca-

ba com a cobrança previdenciária deservidores aposentados obteve o sinalverde da Comissão de Constituição eJustiça da Câmara dos Deputados. Nodia 3/10, a comissão aprovou o parecerdo relator, deputado Arnaldo Faria de Sá,que considera que a proposta cumpre asexigências legais. A PEC, de autoria doex-deputado Carlos Mota, anula um dosaspectos mais criticados pelos servido-res na reforma da Previdência aprovadapelo governo Lula, em 2003: a taxaçãoem 11% das aposentadorias de quem nãoestá mais na ativa e já contribuiu duran-te a vida funcional para a Previdência.

Agora, será criada uma comissãoespecial da Câmara para analisar omérito da proposta. Caso seja aprova-da, ela segue para o plenário da Câma-ra, onde terá que passar por dois turnosde votação. De lá, segue para o Sena-do, onde será submetida à Comissão deJustiça antes de ir para o plenário, tam-bém em dois turnos. A proposta precisade três quintos do plenário.

Na Comissão Especial da Câmara,o relator, ainda indefinido, terá prazo de

O

bunal Federal o pedido de indiciamentode 40 pessoas, entre elas o ex-chefe daCasa Civil José Dirceu, por participa-ção no esquema de compra de votos. Adenúncia foi aceita pelo STF. Até omomento, no entanto, ele não cumpriua promessa de mover ação pela anula-ção da reforma da Previdência.

de deputados. Representação com esseteor foi levada em 2005 ao Procurador-Geral da República, Antonio FernandoSouza, que à época respondeu que, ha-vendo provas de que deputados foramcomprados, acataria o pedido e dariainício ao processo. Foi o próprio procu-rador-geral que levou ao Supremo Tri-

s servidores federaisaposentados da segu-ridade social realiza-ram assembléia no dia

16 de outubro, no Sindsprev, para orga-nizar os próximos passos da luta contraa reforma da Previdência e pelaisonomia, entre outros pontos importan-tes, e para receber informes sobre ne-gociações em Brasília a respeito deações judiciais como os 3,17% e os 28%,a cargo do Departamento Jurídico doSindsprev/RJ.

Foram dados, ainda, informes doVIII Congresso do Sindsprev e do en-contro de aposentados a ser realizadoem Santa Catarina. A assembléia foiorganizada pela Secretaria de Aposen-tados, Pensionistas e Terceira Idade doSindsprev/RJ.

A diretora da Secretaria de Aposen-tados, Edite Alves dos Santos, lembrou

Ato dos servidores em agosto de 2003, durante votação da primeira reforma daprevidência proposta pelo governo Lula, que taxou ativos e aposentados

O

PLEBISCITO POPULAR:

Mais de 3 milhões votampela reestatização da Vale

reestatização da empresa.Houve consulta em 3.157municípios do país, compelo menos 24.075 urnasinstaladas.

Do total de votantes,2,49 milhões responderama outras três perguntas:93,4% declararam-se con-tra a ‘reforma’ da Previdên-cia; 92,1% afirmam que ogoverno não pode pagar ju-ros das dívidas públicas emdetrimento das condições

de vida da população; e 93,7% votaramque o setor elétrico não pode ser explo-rado pelo capital privado.

Os resultados foram divulgados emBrasília nos dias 8 e 9 de outubro, du-rante entrevista coletiva. Os númerosforam levados ao Planalto, ao Congres-so Nacional, aos tribunais superiores eao Ministério Público. Os organizadoresda consulta, da qual o Sindsprev-RJparticipou, querem que a Justiça anuleo leilão.

O resultado do plebis-cito popular, realizado naprimeira semana de setem-bro, mostra uma grande re-jeição às privatizações, à‘reforma’ da Previdência eà política de ajuste fiscalque desvia recursos de áre-as sociais para pagar jurosdas dívidas públicas.

Mais de três milhõesde votos foram recolhidosna consulta favoráveis àreestatização da compa-nhia Vale do Rio Doce, privatizada dezanos atrás sob denúncias de subava-liação de preço e outras irregularidades.Existem cerca de 100 ações tramitan-do na Justiça que pedem a anulação doleilão.

Votaram no plebiscito 3.447.989pessoas. Destas, 94,5% defenderam a

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

�317 DE OUTUBRO DE 2007

47,11%: golpe do governo Lula acaba comretroatividade de quem optou depois de 29 de junho

Marcha ocupará Brasília no dia 24 paradizer ‘não’ à reforma da Previdência

Protesto também denunciará corrupção e exigirá mais investimentos em saúde e educação

outro governo, e por isso ocuparemosas ruas de Brasília. Também cobrare-mos a suspensão do pagamento das dí-vidas interna e externa, reforma agrá-ria já e mais investimentos em saúde eeducação”, explicou o diretor doSindsprev Júlio César Tavares, servidorda saúde federal.

A Marcha é organizada pela Con-lutas, Intersindical, MTL (MovimentoTerra Trabalho e Liberdade), Conferên-cia Nacional dos Aposentados (Cobap),Pastorais Católicas de São Paulo,Conlute, PSOL, PSTU e PCB, entrevárias outras entidades dos movimen-tos sindical, social, popular e estudantil.

Congresso Nacional um projeto de leique extingue a aposentadoria integralpara os novos servidores públicos, quepassariam a receber o mesmo teto dosetor privado: R$ 2.894,28. Caso quei-ram um valor complementar terão quepagar até mais 7,5%, sobre a parte dosalário que ultrapassar o teto, para umfundo de pensão privado, a ser criado.Os recursos seriam administrados e ca-pitalizados através de bancos e corre-toras, os grandes privilegiados com onegócio.

“Não aceitaremos a retirada dedireitos prevista nas reformas elabora-das pelo governo Lula ou por qualquer

Lula quer tirar ainda maisdireitos dos trabalhadores

No chamado Fórum Nacional de Pre-vidência, o governo Lula elabora umanova reforma que retira ainda mais di-reitos dos trabalhadores brasileiros. Essareforma prevê o aumento do tempo exi-gido para a concessão da aposentadoria,com a fixação da idade mínima de 65para homens e mulheres; redução dovalor das pensões; fim da contribuiçãopatronal; e aumento das restrições parao auxílio doença, entre outras medidas.

Paralelamente a essa reforma, nodia 6 de setembro o governo enviou ao

Por André Pelliccione

ervidores públicos das trêsesferas, trabalhadores da ini-

ciativa privada, estudantes, sem-terra esem-teto de todo o Brasil ocuparãoBrasília no próximo dia 24 de outubro,na Grande Marcha Contra a Reformada Previdência. A Marcha sairá do Gi-násio Mané Garrincha, às 9h30, percor-rendo o centro de Brasília e parando emfrente ao Ministério da Previdência So-cial, onde os manifestantes reafirmarãoa defesa da previdência pública, con-denando todas as reformas que tiremdireitos dos trabalhadores e da popula-ção. Em seguida a Marcha passará emfrente ao Palácio do Planalto e, no en-cerramento, serão feitas manifestaçõesespecíficas nos ministérios correspon-dentes a cada uma das categorias detrabalhadores presentes.

A Marcha do dia 24 também seráum protesto contra a corrupção e paracobrar do governo que cumpra o dese-jo da população quanto à reestatizaçãoda Companhia Vale do Rio Doce, ma-nifesto no plebiscito organizado em se-tembro deste ano pela CoordenaçãoNacional de Lutas (Conlutas) e outrasentidades.

A seguridade social participarámassivamente da Marcha, com carava-nas organizadas pelos sindicatos namaioria dos estados. O Sindsprev envia-rá seis ônibus a Brasília.

de opção até 31 de dezembro. “É im-portante que façam isto, não só paragarantir as parcelas restantes, comoporque, assim, apesar de não ter o re-troativo, terão assegurada a incorpora-ção dos percentuais de todos os mesesanteriores à opção”, explicou.

Governo erra

No encontro com Agnelo, os sindi-calistas reclamaram que houve casosde servidores que assinaram o termo deopção no prazo anterior e que mesmoassim não receberam o retroativo oureceberam um valor menor. Sucro dis-se que a orientação do Ministério é deque os servidores procurem o núcleo derecursos humanos de cada estado. Noencontro, Agnelo disse que esses errosserão corrigidos ainda este ano.

não pode ser sonegado, ainda mais destaforma, através da inclusão de uma clá-usula não negociada”, afirmou.

Segundo o dirigente, a Fenasps estáestudando medidas jurídicas para garan-tir o pagamento retroativo aos que assi-naram o termo de opção após o venci-mento do prazo anterior, 29 de junho.“Vamos, também, pressionar o governopara reverter esta situação. Estamostentando um encontro com o Ministériodo Planejamento, ainda este mês”,acrescentou o diretor do Sindsprev/RJ,Roberto Sucro, que também participouda reunião com Rafael Agnelo, junta-mente com Sidney e o coordenador doDepartamento Jurídico do Sindicato,Roberto Marinho.

O sindicalista frisou que, apesar damudança, todos devem assinar o termo

foi feito, segundo Rafael, pela Casa Ci-vil, comandada pela ministra DilmaRoussef. A limitação foi incluída atra-vés do item II do parágrafo único daMP 386, que afirma que “as opções noprazo reaberto”... “produzirão efeitosfinanceiros a partir do dia primeiro domês seguinte ao da assinatura do termode opção”.

Golpe

Para o diretor da Regional Leopol-dina do Sindsprev/RJ e da FederaçãoNacional dos Trabalhadores em Previ-dência, Saúde e Trabalho (Fenasps),Sidney Castro, a mudança foi mais umgolpe do governo Lula sobre os servi-dores federais. “Como sempre, o go-verno usa de subterfúgios para retirardireitos e economizar com o funciona-lismo. A retroatividade é um direito, e

Por Olyntho Contente

s servidores dos minis-térios da Saúde, Previ-

dência Social (exceto INSS) e do Tra-balho que assinaram depois de 29 de ju-nho de 2007 o termo de opção pela car-reira da Seguridade Social para recebe-rem o pagamento dos 47,11%, não terãodireito ao retroativo de 2006 para cá. Ainformação foi dada pelo assessor da se-cretaria de Recursos Humanos do Mi-nistério da Saúde, Rafael Agnelo, aos di-rigentes da Fenasps, no dia 3 de outubro,em Brasília.

Segundo Agnelo, o texto da MedidaProvisória 386, que prorrogou até 31 dedezembro deste ano o prazo para op-ção à carreira da Seguridade Social,também limitou ao prazo anterior, 29 dejunho, o pagamento do retroativo. Isto

O

S

Vigília de servidores na marcha da seguridade do dia 19 de setembro, em frente ao Ministério do Planejamento.

FO

TO: W

ELB

ER S

OU

ZA

4� 17 DE OUTUBRO DE 2007

PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

ACS e ACEs cobram cumprimento da lei 11.350Agentes Comunitários de Saúde e de Controle de Endemias ocupam centro do Rio para exigir

regularização funcional na Câmara de Vereadores e Assembléia Legislativa

tar que defende a efetivação imediatadestes trabalhadores. “A efetivação dosagentes, além de dar estabilidade a umacategoria que já passou por processoseletivo público, garante que os investi-mentos no programa tenham uma evo-lução progressiva e, principalmente, queos vínculos de confiança entre agentese comunidade sejam preservados”, dizo trecho final do manifesto.

Participaram da reunião represen-tando os trabalhadores do Rio, além de

documento do Ministério possui dois pro-blemas centrais: dá margem a que mu-nicípios usem os recursos para outrosfins, e não o custeio e regulamentaçãofuncional dos agentes; e faz referênciaapenas aos ACS (agentes comunitáriosde saúde), excluindo os ACE (agentesde controle de endemias). É o que infor-ma o agente comunitário de endemiasWesley de Paula, diretor da Regional No-roeste do Sindsprev-RJ e que integra acomissão do sindicato para regulamenta-ção funcional dos agentes comunitários.

Comissão cobra maisagilidade na efetivação

Temporão prometeu incluir os agen-tes de endemias e modificar o texto deforma a ficar evidenciado para as pre-feituras que os recursos são destinadosaos agentes comunitários. A portariafixa o repasse aos municípios em R$532,00 por agente comunitário registra-do no cadastro de equipes. O custeioanterior era de um salário mínimo.

Ficou acertada a criação de uma co-missão da qual participarão representan-tes dos trabalhadores nos estados, do mi-nistério e da Frente Parlamentar de Apoioaos Agentes. O objetivo é acompanhareste processo e tentar acelerar a regula-mentação funcional nos municípios.

Durante a audiência, o ministro re-cebeu o manifesto da Frente Parlamen-

Por Helcio Duarte Filho

erca de mil agentes comu-nitários de saúde (ACS) e

agentes de controle de endemias(ACEs) de todo o Estado realizaram dia17/10, no centro do Rio, importante atopúblico pela regularização funcional se-gundo o disposto na Lei 11.350, de ou-tubro de 2006. Saindo da Candelária edescendo em passeata pela Av. RioBranco, os manifestantes estiveram naCâmara Municipal — onde foram re-cebidos pela chefia de gabinete — e naAlerj (Assembléia Legislativa) para ins-talar a frente parlamentar pela imedia-ta efetivação. O deputado Marcelo Frei-xo (PSOL) propôs audiência públicapara tratar do assunto. A situação dos ACS e ACE continuaprecária no Estado, onde a maioria dasprefeituras vêm tratando com descaso aLei 11.350. No dia 2/10, durante audiência de ne-gociação com o Sindsprev, o ministro daSaúde, José Gomes Temporão, disse quevai reeditar a portaria que estabelece cri-térios e novo valor de repasse do incentivofederal aos municípios para custeio dosagentes comunitários de saúde. Tambémprometeu incluir os agentes de endemiasno texto que será modificado.

Publicado em julho mas com efei-tos financeiros a partir de agosto, o

Regional São Gonçalo organiza luta pelareadmissão dos ACS no município

Regional São Gonçalo doSindsprev reuniu-se no dia10/10 com o presidente daCâmara Municipal, verea-

dor Gilvan Aguiar, e no dia 11, com aCoordenação Estadual do PSF (Pro-grama de Saúde da Família) no Esta-do. Nos encontros, a Regional cobrouuma solução que ponha fim às demis-sões de trabalhadores do PSF e agen-tes comunitários de saúde (ACS). NaCâmara, a Regional cobrou também oandamento do Projeto de Lei (PL) queprevê a regularização funcional dos tra-balhadores do PSF segundo o regimede emprego público.

Elaborado por uma comissão com-posta pelo Sindsprev, Câmara Munici-pal e o sindicato local de servidores, oPL está sendo analisado pela Procura-doria de São Gonçalo, que estuda asimplicações, sobre o texto original doProjeto, da decisão do Supremo Tribu-nal Federal proibindo os entes públicos

“Ali – diz – as coordenadoras dizemabertamente que os agentes terão defazer campanha em favor da prefeita”.

No dia 24 de setembro, os traba-lhadores do PSF ocuparam a Secreta-ria Municipal de Saúde de São Gonça-lo para pressionar pela reversão dasdemissões. Dos 22 demitidos até o mo-

de contratarem trabalhadores pelaCLT. Em resposta às demandas, GilvanAguiar prometeu audiência pública coma prefeita Aparecida Panisset.

Desde junho deste ano, 22 traba-lhadores do PSF e ACS foram arbitra-riamente demitidos pela Prefeitura, quealegou ‘não estarem os agentes cum-prindo seu papel’. Outra alegação apre-sentada pela Prefeitura foi a de um su-posto ‘excesso de contingente’. “Asdemissões são inaceitáveis porque sãorealizadas pela prefeita AparecidaPanisset com o objetivo de substituiresses trabalhadores, que fizeram pro-cesso seletivo, por indicados políticose cabos eleitorais, pensando no pleitode 2008”, acusa a dirigente da Regio-nal São Gonçalo, Shirley Coelho. Se-gundo ela, a Prefeitura faz uma doutri-nação dos ACS nos chamados cursosde capacitação oferecidos pela Secre-taria Estadual de Saúde através daEscola de Enfermagem Isabel Santos.

A

Wesley, Jane, Lúcia Pádua, Felipe Tava-res e Renata.

Os agentes também estiveram com opresidente da Câmara dos Deputados,Arlindo Chinaglia (PT-SP), para cobrarapoio à efetivação. O deputado disse queapoiará o movimento e a Frente Parla-mentar, mas alegou que seu campo deatuação neste caso é bastante restrito.

Os ACS e ACE pretendem organi-zar novas manifestações (gerais e es-pecíficas) pelo cumprimento da Lei.

C

Manifestação de ACS e ACE no centro do Rio, dia 17, quando trabalhadores detodo Estado cobraram agilidade na aplicação da Lei 11.350, que já fez um ano.

mento, a Regional conseguiu a read-missão de 4 ACS, incluindo um dispen-sado durante as férias.

Em assembléia realizada no dia 4 deoutubro, na sede da Regional São Gon-çalo, os ACS referendaram a continui-dade das pressões pela reintegração detodos os demitidos no município.

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

Assembléia na Regional SãoGonçalo, que preparou luta contrademissões de ACS

FO

TO:

FE

RN

AN

DO

FR

AN

ÇA

�517 DE OUTUBRO DE 2007

FERROVIÁRIOS DA CBTU

Por Hélcio Duarte Filho

s ‘selecionados’receberam doMinistério da Saú-de a promessa de

mais transparência na convo-cação dos profissionais a se-rem reaproveitados nas uni-dades federais do Rio. Comdirigentes do Sindsprev-RJ,eles levaram suas reivindica-ções a Rafael, assessor jurí-dico do MS. Foi acertada aformação de uma comissãocom trabalhadores e sindicato paraacompanhar a convocação.

No Rio, a comissão foi recebida, nodia 16, pela coordenadora do Nerj (nú-cleo do ministério), Fátima Mateus. Elainformou que há 94 vagas no HGB aserem preenchidas já. Propôs que ospróprios selecionados decidam os cri-térios para isso – de quais unidades eem que proporção. A questão será le-vada à assembléia geral do setormarcada para 19 de outubro, às 17h, nosindicato. O objetivo do sindicato é uniros profissionais de todas as unidades emtorno de uma política em defesa da saú-de pública e da regularização da situa-ção funcional. A maioria prestou con-curso para o contrato temporário.

A coordenadora do Nerj não dissequal a previsão para novas vagas, ape-nas repetiu que ‘nem todos serãoreaproveitados’. Já o Ministério da Saú-de afirmou que o reaproveitamento sedará de acordo com a “devolução” de

as demissões”, critica Luis Henriquedos Santos, diretor do Sindsprev-RJque tem ajudado na mobilização.

Na assembléia realizada no dia 5de outubro, os trabalhadores decidi-ram intensificar a campanha pela re-gularização funcional e a coleta dedados para lista.

O ponto de referência dos sele-cionados do HGB, mesmo após o fimdo contrato, será a Praça da Liber-dade, no hospital. “Nossas assem-bléias serão aqui, públicas, para quetodo mundo nos veja, até que a genteconsiga a efetivação”, disse OsvaldoMendes, do Sindsprev. (HDF)

Os selecionados do HGB prepa-ram um cadastro com dados de todosos profissionais da unidade cujos con-tratos começaram a se encerrar no dia15 de outubro. O objetivo da lista éauxiliar a organização do setor e asnegociações com a coordenação doNúcleo do Ministério da Saúde no Riopela garantia do emprego.

A demissão das centenas de se-lecionados poderá abrir uma crisesem precedentes no hospital, avaliamprofissionais da área médica. Há se-tores em que os selecionados respon-dem por até 80% do pessoal. “É umcrime, a partir do dia 15 começaram

Selecionados do HGB preparam cadastroe querem forçar negociação

CONTRA AS DEMISSÕES NA SAÚDE

servidores municipais que estão nasunidades federais – não informandoquantos serão chamados.

Fátima Mateus concordou em vol-tar a chamar quem não foi localizadona primeira convocação. Mas se negououtra vez a fornecer a lista de convoca-ção. “Precisamos da lista para acom-panhar, se está seguindo rigorosamentea ordem da lista não tem porque nãodivulgar”, contesta Neiva Magrini, re-presentante dos selecionados do HSEque esteve nas negociações.

Também participaram da negocia-ção no Rio o diretor do Sindsprev Os-valdo Mendes, Josete (da Regional Cen-tro) e os selecionados Ana Cristina(HGB), Roberto (HTO) e Deise (HSE).

Eles prometem ir à marcha aBrasília de 24 de outubro, em defesados direitos trabalhistas e previden-ciários ameaçados. “Também devemosvoltar a pressionar o Ministério da Saú-de”, prevê Neiva.

Futuro do hospital preocupa‘mães da hemodiálise”

acontecerá com a hemodiálise do HGB,onde a maioria dos funcionários era se-lecionado, é preocupação comum àstrês. “O meu filho precisa e só tem doisanos de idade, isso tem me preocupadomuito, por isso estou aqui”, diz MônicaAmadeus de Souza, 32 anos, mãe deJoão Pedro e moradora do Lote XV,em Duque de Caxias.

A técnica de enfermagem Valé-ria Martins chega para chamá-laspara buscar os filhos, ainda em trata-mento lá dentro do hospital. Terminaa entrevista, as mães e amigas po-sam juntas para a foto. O ato aca-bou, a preocupação segue grande.“Está todo mundo desesperado”, de-sabafa Maria de Fátima, mãe de Ali-ne, de 8 anos, moradora de Itaipu, emBelford Roxo. (HDF)

Todas as segundas, quartas e sex-tas-feiras elas acordam por volta das4 horas da manhã para fazer uma pe-quena viagem. O objetivo é o mes-mo: levar os filhos ao Hospital Geralde Bonsucesso.

Rogéria, Mônica e Maria conhe-ceram-se na adversidade. Mães decrianças com problemas renais gra-ves, levam-nas à hemodiálise do HGBtrês vezes por semana. Tornaram-seamigas. “A gente é uma família”, re-sume Rogéria Ferraz, mãe de Rave-na, de 11 anos, moradora do Vale daRevolta, em Teresópolis. “Não temnem como não ficar [amigas], tá todomundo no mesmo barco”, diz.

As três participaram do ato, em se-tembro, na porta do hospital, contra asdemissões dos selecionados. O que

Os anistiados deverão retornar for-malmente à CBTU nas mesmas funçõesque ocupavam, e em seguida serãolotados em outros órgãos, a serem indi-cados pelo GT (Grupo de Trabalho) deanistiados do Planejamento. O retornonessas condições está previsto no De-creto 6.077/2006, e foi confirmado pelodiretor de programas do ministério, An-tônio Casella, pelo coordenador do GTde anistia, Emannuel Vasconcelos, e porCristina Montmor, da CBTU.

“Queremos uma solução sem maisadiamentos e já mostramos à CBTUque cerca de 150 anistiados precisamretornar imediatamente porque não têmoutra opção. Esperamos que agoraseja pra valer, pois é o Ministério e aprópria empresa que já falam concre-tamente numa solução”, afirma XistoNascimento Rodrigues, da comissão deanistiados.

Planejamento e empresaconfirmam entendimentos

para retorno de anistiadosPor André Pelliccione

egundo informações do Mi-nistério do Planejamento, Or-

çamento e Gestão (MPOG) e da própriaCBTU (Companhia Brasileira de TrensUrbanos), a solução definitiva para o re-torno dos ferroviários anistiados à empre-sa depende apenas da alocação dos tra-balhadores em outros órgãos de governono Rio. Em contato com a comissão deanistiados, realizado em setembro, a Su-perintendente de Recursos Humanos (RH)da empresa, Cristina Montmor, confirmouo recebimento de ofícios do Ministério doPlanejamento solicitando as informaçõesnecessárias para o retorno dos anistiados.Nos ofícios, o Planejamento pede que aempresa calcule a progressão salarial —ou quanto os anistiados estariam receben-do hoje se estivessem trabalhando — e acorreção de níveis salariais.

S

Selecionados cobramagilidade e

transparência do MSTrabalhadores e Sindsprev levam reivindicações

ao Ministério da Saúde, em Brasília,e à coordenação do ministério no Rio

O

Assembléia de selecionados no HGB

FO

TO:

NIK

O

FOTO: SAMUEL TOSTA

Rogéria, Mônica e Maria, na porta do HGB

� 6 17 OUTUBRO 2007

SAÚDE ESTADUAL

Estado nãomarca reuniãopara discutirincorporação daGEELED

pacientes evitarem os elevadores.

As portas da unidade estão trancadase guardadas porseguranças arma-dos, que impedem odireito das pessoas(servidores e usu-ários) de ir e vir. Osfuncionários sãoobrigados a entrarpela garagem. Es-ses mesmos segu-ranças fazem a tri-agem dos pacien-tes, o que deveriaser tarefa de técni-cos e auxiliares deenfermagem.

Além da faltade material, equi-pamentos, pessoal e insumos essenciaispara o funcionamento da unidade, o Hos-pital Carlos Chagas, em Marechal Hermes,sofre todos os problemas comuns aos de-mais hospitais da rede. Com um agravan-te: as firmas que fornecem alimentaçãoestão sem receber, descontam os saláriosdos funcionários e ainda ameaçam deixarservidores e pacientes sem comida.

“O governo está mais preocupado emcolocar ponto eletrônico do que resolvernossas condições de trabalho’, protestaRosimeri Paiva, diretora da Regional Bai-xada I. ‘Ponto eletrônico é supérfluo, secomparado ao que falta nos hospitais. Elacomemora a implementação da jornada de24 horas no centro cirúrgico, emergênciae no setor de curta permanência, além doavanço da mobilização em toda a unidade.

da saúde, que excluiria até o Iaserj (Insti-tuto de Assistência dos Servidores do Es-tado do Rio).

Enquanto o governo do estado man-tém essa ‘embromação’, como classificaa servidora Clara Fonseca, diretora do sin-dicato e presidente da Associação dosServidores do Hospital Rocha Faria, a si-tuação nas principais unidades de emer-gência do estado continua caótica.

Situação nas unidadescontinua caótica

Após 14 dias de intervenção no Hos-pital Rocha Faria, em Campo Grande, osecretário Sérgio Cortês não solucionounem o problema mais simples da unidade.O tomógrafo continua quebrado, elevado-res não funcionam, faltam insumos e mé-dicos, principalmente neurocirurgiões,anestesistas e cirurgiões. O ultra-som e oraio-x funcionam precariamente. Os fun-cionários são obrigados a deixar o carroem estacionamento pago ou na rua, por-que as vagas são reservadas para os dire-tores. Fora as perseguições políticas aosdirigentes sindicais e o assédio moral apacientes e usuários.

Nos últimos dias, houve um surto depercevejo no Hospital Pedro II, em SantaCruz. O tomógrafo não está funcionando,nem a UTI neonatal. A maternidade estáfechada e a gestante só é atendida quandoa criança está prestes a nascer. Tambémfaltam insumos. Pela emergência passa detudo: desde lixo, ambulância, carro de pas-seio até pacientes e servidores. Dos quatroelevadores, dois funcionam precariamente.O próprio diretor pede para funcionários e

Por Vânia Gomes

uma rápida passagem noCentro Cultural da Lapa,

que estava sendo inaugurado na semanapassada, o governador Sérgio Cabral, aoser abordado por dirigentes do Sindsprev,mostrou-se surpreso pelo fato de o secre-tário de Saúde ainda não ter marcado areunião – que seria na primeira quinzenadeste mês - para discutir o impacto da in-corporação da GEELED (gratificação deencargos especiais de lotação, exercício edesempenho) na folha de pagamento.

Já existe um estudo pronto, elaboradopela subsecretaria de Recursos Humanosda Secretaria de Saúde (SES), que apontaum acréscimo de quase R$ 35 milhões nafolha de pagamento. Pelos cálculos dasubsecretaria, a incorporação da gratifica-ção elevaria a remuneração do nível ele-mentar de R$ 567,10 para R$ 884,40; níveltécnico (1º grau), de R$ 601,29 para R$1.001,40; nível técnico (2º grau), de R$739,96 para R$ 1.260,60; nível superior C,de R$ 1.515,42 para R$ 2.680,00; nível su-perior B, de R$ 1.550,71 para R$ 2.648,00;nível superior A, de 1.589,66 para R$2.616,00.

Na última reunião com a categoria,Sérgio Cabral não descartou a possibilida-de de retirar, do PCCS (plano de cargos,carreiras e salários), as categorias que nãofazem parte especificamente da carreirada saúde, como é o caso do Departamen-to do Sistema Penitenciário do Rio de Ja-neiro (Desipe) e da Fundação para Infân-cia e Adolescência (FIA). Tudo isso coma finalidade de criar um plano exclusivo

Enquanto o governo não ccontinuam com míseros ven

cada vez mais insuportáaprofunda, mostrand

N

IASERJ

Unidade pode se

pós sucatear o IASERJ (Insti-tuto de Assistência aos Servi-dores do Estado do Rio de Ja-neiro) durante anos, e anunci-

ar a transferência do Instituto de Infectolo-gia São Sebastião para as dependênciasdo prédio-sede, a Secretaria de Saúde dei-xou servidores e usuários surpresos e per-plexos com a possibilidade do patrimônioser entregue ao Instituto Nacional do Cân-cer (INCA), vinculado ao Ministério daSaúde.

A diretora do Sindsprev e presidenteda Associação de Funcionários da unida-de, Mariléia Ormond, fica indignada só depensar nessa possibilidade. ‘Isso é inconsti-tucional porque o artigo 88 da Constitui-ção Estadual garante a existência doIASERJ, que é mantido pelos servidores

A

Ato em defesa do IASERJ, realizado

Não cumprimento de promessas por parte do gov

FOTOS: NIKO

�17 OUTUBRO 2007 7

IPERJ

Servidores lutam para que projeto de extinçãonão seja sancionado, mas sim o da fusão

permanente do RioPrevidência.Segundo Avanir Carvalho, o projeto

possui várias distorções que estão corri-gidas em um substitutivo, que os traba-lhadores não tiveram chance de apresen-tar. Entre elas, o projeto omite 18 cargosde oficiais de administração, dois de atu-ários e seis técnicos judiciários. Citam osímbolo SE como sendo do Presidente doIPERJ – quando, na realidade, é PR – ecomo sendo três as duas diretorias gerais– cujo símbolo é VP-1. Um dos proble-mas mais graves, na opinião da dirigente,é que, dos 358 servidores lotados no edi-fício-sede do IPERJ, só serão aproveita-dos 70, no máximo.

- A sugestão do presidente do RioPre-vidência, Wilson Risolia, é que, quem pre-ferir, pode solicitar ficar à disposição, ar-ranjando uma vaga com algum conhecidopolítico ou em outro órgão. O líder do go-verno na Alerj, Paulo Mello, disse que quemficar em disponibilidade não terá reduçãode salário e não será lotado em outro ór-gão. Ficará em casa até ser aproveitadono RioPrevidência. Isso não é resposta con-vincente – protestou a sindicalista.

ervidores do Instituto de Pre-vidência do Rio de Janeiro(IPERJ) intensificaram a mo-bilização, nos últimos dias, com

o objetivo de agendar uma audiência como governador Sérgio Cabral e impedir queele sancione o projeto de lei que extingueo Instituto sem as correções propostas pelostrabalhadores. Os servidores reivindicam,entre outros pontos, a inclusão do (IPERJ)no Plano de Cargos, Carreiras e Saláriosda Previdência Estadual, a manutençãodos servidores no quadro permanente e apreservação da previdência estadual noedifício-sede do Instituto.

O projeto que extingue o IPERJ am-plia a competência do RioPrevidência etransfere os estatutários do Instituto paraum quadro especial complementar – o que,na avaliação da diretora da RegionalSindsprev Centro, Avanir Carvalho Pon-tes, ‘significa a extinção paulatina dos car-gos à medida que os servidores forem seaposentando ou morrendo’. A outra ‘op-ção’ sugerida aos trabalhadores é que seinscrevam, quando forem abertas as ins-crições, no concurso público do quadro

não cumpre o prometido, servidores da saúde estaduals vencimentos, sem PCCS e trabalhando sob condiçõesportáveis. Caos na unidades de saúde continua e serando o colapso a que chegou o setor no Estado Se ser incorporada ao Instituto do Câncer

Em meados do mês, servidores do Iaserj-Niterói resistiram à tentativa do governo doestado de retirar da unidade equipamentos emateriais médicos. Junto com dirigentes doSindsprev, eles trancaram o prédio com ca-deado, impedindo que a ação fosse cumpri-da. Mariléia Ormond reclama, mais uma vez,do tratamento dispensado pelo Estado.

- Sérgio Cabral prometeu que o IASERJseria prioridade no governo, no entanto, nãoinveste em nenhuma unidade do instituto.Em Niterói não tem, sequer, lâmina parafazer o preventivo ginecológico. A intençãoé acabar com a rede’ – lamenta. ‘Já entra-mos com várias ações e, se for necessário,impetraremos mandado de segurança enotificaremos esse caos à Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) e à OrganizaçãoInternacional do Trabalho (OIT)’.

do estado’ – afirma. ‘Se o governador Sér-gio Cabral afirma ser defensor dos idosos,como os deixará desamparados’, indaga.

Mariléia reconhece, no entanto, que odestino do instituto é uma incógnita por-que a Secretaria de Saúde não dá infor-mação alguma sobre as mudanças quepretende fazer. ‘Só ficamos sabendo pelaimprensa quando o fato já está consuma-do’, critica.

Segundo ela, as principais clínicas eserviços estão fechados, como maternida-de, UTI neonatal, centro cirúrgico, pedia-tria, pneumologia e a entrada, que funcio-na como uma emergência. A sindicalistacritica ainda o convênio com o SUS (Sis-tema Único de Saúde) porque ninguém temconhecimento de como se deu o processonem como será o repasse.

alizado pelos servidores do Estado, em Niterói, no mês de setembro, com críticas ao governo

Crise da saúde foi motivo de debates específicos durante o VIII ConSindsprev

e do governador tem causado indignação entre servidores e população usuária

Audiência pública na Alerj que debateu a crise do IPERJ

8� 17 DE OUTUBRO DE 2007

Punições canceladas no Juradir Manfredini

Servidores do PAM Irajá conquistam parte dasreivindicações e suspendem greve

Os servidores do Hospital estavamem estado de greve desde 25 de setem-bro, quando decidiram aguardar até asassembléias pela resposta da subsecre-tária de Saúde Magda Rezende, à pau-ta de reivindicações encaminhada em25 de julho. As reivindicações são to-das relativas à falta de estrutura. Os ser-vidores reclamam, há anos, da falta decondições de trabalho e atendimento. Asituação se agravou ainda mais quan-do, por precariedade de funcionamen-to, a UPA (Unidade de Pronto Atendi-mento) do Irajá, recém-inaugurada pelogoverno estadual, passou a despejar pa-cientes no Francisco Telles.

A falta de condições mínimas de tra-balho do hospital vem desde os temposem que se chamava PAM Irajá. A ver-ba destinada ao hospital continua a mes-ma de quando era PAM: R$ 26 mil,quando seriam necessários, pelo menos,R$ 56 mil.

A situação se agravou com a voltaao funcionamento de um galpão próxi-mo, que passou a se chamar Posto de

Por Olyntho Contente

ontra as péssimas con-dições de trabalho e

atendimento no Hospital Francisco daSilva Telles (mais conhecido comoPAM Irajá), causadas pelo descaso doprefeito Cesar Maia, os servidores daunidade realizaram assembléias nosdias 9 e 10 de outubro, e decidiramcontinuar mobilizados por soluções daSecretaria Municipal de Saúde. A pro-posta de uma greve de 48h foi suspensaporque a direção da unidade atendeuparte das reivindicações dos servido-res, como a alocação de mais três mé-dicos no SPA e a garantia de que ne-nhum trabalhador será transferido doHospital. “O atendimento desses itensfoi um conquista da nossa mobilizaçãoe por isso continuaremos na luta con-tra o sucateamento porque saúde pú-blica é dever do Estado e direito da po-pulação”, afirma o diretor da RegionalLeopoldina do Sindsprev/RJ e daFenasps, Sidney Castro.

C

de de Tratamento Intensivo (UTI), jáque é um hospital, o que impede o fun-cionamento do SPA e da Emergência”,resume Sidney.

Documento conjunto aprovado em assembléiaAs negociações entre a direção do Jurandir Manfredini, o Sindsprev e a

comissão eleita dos trabalhadores do Manfredini resultaram num documen-to conjunto de 11 pontos, aprovado em assembléia. A seguir, alguns dosprincipais pontos:

retorno do servidor transferido da unidade- fim dos processos administrativos- retorno de servidores transferidos de horário- liberar funcionária para unidade própria do Ministério da Saúde- cumpri todas as determinações do Ministério Público do Trabalho,

de sua competência, e encaminhar por ofício as de outras instâncias- avaliar possíveis melhorias nas condições de trabalho- aquisição de equipamentos de copa-cozinha para o refeitório dos

trabalhadores- diálogos constantes através de reuniões semanais.

Em assembléia no fim de outubroque aprovou o estado de greve, PauloFagundes disse estar disposto a conver-sar sobre as reivindicações. ParaCristiane o resultado das negociaçõesfoi uma vitória da mobilização e do bomsenso. “Ganharam todos”, avaliou.

O canal de negociações foi abertopara procurar resolver outros problemassérios. O Jurandir Manfredini, hospitalpsiquiátrico situado na Colônia JulianoMoreira, em Jacarepaguá, está em con-dições de funcionamento precário porfalta de pessoal, recursos financeiros epor problemas de gestão.

O representante do Conselho Dis-trital de Saúde, Orlando Dias, disse queo problema é o de todas as unidades darede de saúde do município: o descasode Cesar Maia, a falta de investimen-tos, de equipamentos e de pessoal, e osucateamento.

direção do Hospital Muni-cipal Jurandir Manfredini,em Jacarepaguá, decidiuvoltar atrás nas medidas ad-

ministrativas impostas aos funcionáriosconsideradas verdadeiras punições. Adecisão foi tomada em negociação en-tre o diretor da unidade, Paulo Fagundes,e dirigentes do Sindsprev/Rj e da Fe-nasps, e conquistada graças à iminênciade greve dos servidores.

“O diretor concordou com a suspen-são das transferências e sindicâncias,garantindo a abertura de um canal denegociação para discutir outros proble-mas, como soluções para o funciona-mento da unidade”, afirmou a diretorado Sindsprev/RJ, Cristiane Gerardo.

Os servidores do Manfredini che-garam a entrar em ‘estado de greve’contra as medidas da direção e prepa-ravam-se para paralisar suas atividades,caso as negociações fossem frustradas.

Atendimento Alice Tibiriçá, e para oqual muitos servidores do hospital fo-ram transferidos. “Não há Centro deTratamento Intensivo (CTI) ou Unida-

Acima, dirigentes do Sindsprev conversam com usuários do Hospital sobre acrise da unidade, que se agravou com sobrecarga no SPA e outros setores

Fique mais forteSindicalize-se

Fortaleça o seu sindicato e a luta da nossa categoria.Preencha sua ficha de filiação ao Sindsprev-RJ

com um diretor em seu local de trabalho, na Regional maispróxima de sua residência ou na sede do Sindicato

(Rua Joaquim Silva, 98 - A, Lapa).

Assembléia dos servidores do Hospital, que organizou as mobilizações

A

FO

TO

: N

IKO

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

�917 DE OUTUBRO DE 2007

STF julga improcedente ação relativa à regrade transição para aposentadoria

interessados devem procurar o Jurídico(Rua Joaquim Silva, 98 - 3º andar).

PCCS (47,11%)

O Sindsprev está elaborando os cál-culos para executar os atrasados doINSS (processo 1663/90 RO 10199/93– 39ª Vara). Quanto ao Ministério daSaúde (processo 940029965-6 – 12ªVara), a sentença de extinção foi anula-da, e o sindicato já cumpriu o despachoda justiça. Isso porque todas as inti-mações tinham sido indicadas de forma

equivocada. Reafirmamos, no entanto,que a ação está ativa, aguardando deci-são judicial quanto à competência.

Geap

A Fenasps ajuizou ação ordinária(processo 20073400025337-5 – 15ªVara Federal de Brasília), com pedidode tutela antecipada, contra a União eo INSS para impedir a exclusão dosgenitores (pai e mãe dos servidores daUnião) como dependentes. O sindicatoestá aguardando despacho do juiz.

da Constitucional nº 41/2003 se hou-vesse ‘ofensa ao direito adquirido’.A relatora foi seguida pelos ministrosJoaquim Barbosa, Cezar Peluso,Gilmar Mendes, Ricardo Lewan-dowski, Menezes Direito e pela pre-sidente do STF, ministra Ellen Gracie.

A favor da reivindicação dos ser-vidores, votaram os ministros CarlosAyres Brito, Marco Aurélio Melo eCelso de Mello.

De acordo com o advogado PedroMaurício Pitta, que participou da de-fesa da Adin, de autoria da Conamp(Associação Nacional dos Membrosdo Ministério Público), os ministros fa-voráveis à ação sustentaram o voto“especialmente pela aplicação do prin-cípio da segurança jurídica”.

Supremo Tribunal Federaljulgou improcedente aAção Direta de Inconsti-tucionalidade nº 3.104, re-

ferente ao regime de aposentadoriados servidores públicos federais. A Adinreivindicava o direito dos servidoresque tomaram posse até 16 de dezem-bro de 1998 à regra de transição pre-vista na Emenda Constitucional nº 20.Tal direito foi retirado pela EmendaConstitucional nº 41, de 19 de dezem-bro de 2003, a ‘reforma’ previdenciáriado presidente Lula, que estabeleceunovas regras transitórias.

O voto da relatora, ministraCarmem Lúcia, foi contrário à Adin.Ela alegou que só poderia julgarinconstitucional o artigo 2º da Emen-

está ajustando os dados referentes acada servidor.

A forma de disponibilização dos da-dos magnéticos foi acertada de manei-ra a agilizar a liberação do passivo paraos 6 mil servidores que integram a ação.No momento, o juiz já determinou a ex-pedição dos precatórios e requerimen-tos no valor de até 60 salários mínimos,o que atinge a maioria dos servidoresque constam da ação.

Quanto ao Ministério da Saúde, ter-minou o prazo para que os servidoresajuízem novas ações. Os cálculos refe-rentes à ação dos funcionários da Funasa(processo 970104158-5 – 8ª Vara) já fo-ram apresentados, como também os daação dos servidores da Fiocruz (proces-so 970104160-7 – 1ª Vara), que está emprocesso de execução. Os 3,17% equi-valem à diferença concedida aos milita-res em 1995, quando estava em vigor oprincípio da isonomia.

GDASST(paridade ativos e inativos)

Os servidores do Ministério da Saú-de e os da Previdência Social aguardamsentença em relação a essa ação (pro-cesso 2003/5101019383-1 – 28ª Vara).Já o INSS (processo 2003/5101008086-6 – 6ª Vara) recorreu porque o TribunalRegional Federal julgou procedente o pro-cesso. O Sindsprev já apresentou contrarazão. O processo foi distribuído,concluso, para a 8ª turma do tribunal. OSindsprev está ajuizando ações indivi-duais para aqueles que desejarem. Os

28,86%

A Advocacia Geral da União (AGU)concordou com a maioria dos cálculosapresentados pelo sindicato em relaçãoaos atrasados dos servidores do Minis-tério da Saúde/DRT/Ministério da Pre-vidência (processo 950023278-2 – 20ªVara). O departamento jurídico doSindsprev já solicitou a liberação do pa-gamento desses servidores.

A AGU embargou alguns cálculosapresentados pelo sindicato porque dis-cordou de valores devidos aos servido-res de nível superior em final de carrei-ra, de quem fez acordo no decorrer doprocesso, de quem recebeu o valor cor-respondente através de alvará judicialou ingressou na justiça com ação parti-cular. Em relação a esses, o sindicatocontinuará dando andamento na ação.

Em breve, o sindicato divulgará umalista com os nomes e valores dos servi-dores que não tiveram os cálculos im-pugnados.

As demais ações estão no seguinteestágio: Fiocruz – entrou com recursode apelação quanto ao pagamento;INSS – o sindicato está aguardando jul-gamento do recurso do instituto; Funasa– os cálculos já foram apresentados.

3,17%

O pagamento dos atrasados dos ser-vidores do INSS relativos aos 3,17%(processo 970104157-7/18ª Vara) estádemorando porque ocorreram proble-mas na informática da Justiça, que já

Duas das principais ações impetradas pelo sindicato estão em fase conclusiva.A Advocacia Geral da União (AGU) concordou com a maioria dos cálculos apresentados pelo sindicato emrelação aos atrasados dos 28% dos servidores do Ministério da Saúde, DRT e Ministério da Previdência.

Quanto à liberação do pagamento dos atrasados dos 3,17% do INSS, a demora é conseqüência de problemasna informática do Tribunal, o que já está sendo resolvido

Veja como estão as principais ações judiciais

OSindicato quer mais ‘transparência’ no

pagamento de dívidas de exercícios anteriores

cebido algum valor atrasado.O Grupo de Trabalho do sindicato

que reúne servidores da Seguridade So-cial discutiu o problema ocasionado pelafalta de informações sobre o que estásendo pago e para quem. “Eles não for-neceram uma listagem para gente, masvamos tentar buscar essas informa-ções”, explica Julio Tavares, diretor doSindsprev-RJ. O sindicato estuda, inclu-sive, preparar uma lista própria com osservidores para verificar possíveis in-correções.

O sindicato também tentará saberdo Ministério do Planejamento se ha-verá nova leva de pagamentos de atra-sados ainda este ano.

Sindsprev-RJ vem cobrandodo governo federal maiortransparência no pagamentode valores atrasados de até R$

3 mil referentes a exercícios anteriores.O pagamento, que ocorreu no con-

tracheque de setembro de parcela dosservidores, decorre, principalmente, dadevolução de descontos previdenciáriosindevidos (PSSS), diferenças relativasà progressão funcional e atrasados deadicionais de insalubridade. Há outrasorigens para as dívidas da União com oservidor, acumuladas nos últimos cincoanos, mas estas são as principais razões.Cerca de 76 mil servidores – da Saúde,Previdência, DRT e INSS – teriam re-

O

SERVIDORES FEDERAIS

10� 17 DE OUTUBRO DE 2007

MORTE NA PORTA GIRATÓRIA

Caso Jonas terá segundo julgamentoTribunal anula primeiro julgamento, que inocentou segurança que matou

jornaleiro negro na porta giratória do Itaúcia, próximo das 13h30 da tarde daquela sexta-feira. Jonas, 32 anos, era negro.

O episódio acima relatado aconteceu dezmeses atrás, no dia 22 de dezembro de 2006.Em julho, o segurança da empresa Protege, queestava a serviço do Itaú no dia do crime, foi ino-centado por quatro votos a três no Conselho deSentença do Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.Venceu a tese de legítima defesa. No início deoutubro, três desembargadores do Tribunal deJustiça anularam o julgamento, determinaram avolta de Natalício à prisão e decidiram por novojulgamento.

Reacendeu a esperança de justiça na famí-lia. “Cometer crime e sair absolvido é fora depropósito em qualquer lugar do mundo”, disseJosias Santos de Souza, um dos irmãos da vítima,por telefone, à reportagem deste jornal. “É comose ele tivesse falecido duas vezes”, resumiu.

Por Hélcio Duarte Filho

Faltavam poucos dias para o Natal. O jorna-leiro Jonas Eduardo Souza Santos estivera emNiterói pela manhã. Fora tratar de assuntos liga-dos ao trabalho. À tarde, decidira ir à agênciabancária da qual era cliente há dez anos para sa-car algum dinheiro. Em mente, comprar um pre-sente para o sobrinho Jonathan, de 9 anos, filhodo irmão mais velho Josué. Tio e sobrinho se ado-ravam mutuamente.

Outra vez, porém, a porta giratória da agên-cia do banco Itaú da Almirante Barroso, no Cen-tro do Rio, implicou. Não era a primeira vez. Se-ria a última. Após insistir e se recusar a tirar ocinto, Jonas entrou na agência. Reclamou com osegurança Natalício Marins. Talvez de formaagressiva, mas sem arma de fogo ou cortante.Recebeu um tiro no peito. Morreu na própria agên-

concluiu: “Vocês estão sendo benevo-lentes em nos ouvir, se vocês não con-cordarem com nossas sugestões, elasnão servem para nada”, disse.

Comunidade vai à Alerj

Oito dias depois, na AssembléiaLegislativa, ocorreu a audiência públicaconvocada pelo deputado André do PV(presidente da comissão de Meio Am-biente) para discutir os projetos imobili-ários nas áreas ambientais de Maricá,Búzios e Cabo Frio.

A comunidade e o Sindsprev Comu-nitário denunciaram a contradição daconvocação da audiência se o própriopresidente da Feema afirmou que nãohá pedido de autorização para constru-ção de resort na APA de Maricá.

(por Hélcio Duarte Filho)

que a APA (Área de Proteção Ambien-tal) seja transformada em parqueambiental, o que impediria a construçãodo complexo hoteleiro. “Toda a áreacompõe o ecossistema da restinga, nãopode ter ocupação nenhuma”, disse.

O professor e dirigente sindicalLuciano Vasconcelos criticou a posiçãoda prefeitura e a ‘confusão’ em tornode ser ou não uma audiência pública.“Alguém viu no papel a promessa de40 mil empregos?”, perguntou. Ele dis-se estranhar o fato de o processo sobreo plano de manejo andar em ritmo ace-lerado após anos parado.

Outro morador da cidade, ÉlsonRabelo, indagou até que ponto eles le-variam em conta as propostas da co-munidade. Informado que seriam ape-nas ‘recomendações’ e ‘sugestões’,

prefeitura na internet convocava para“uma audiência pública”.

Prefeitura mostra suasvalas de esgoto

Após a Feema apresentar o planode manejo, o prefeito discursou. Con-trariando a idéia de que o resort não es-tava em pauta, disse que a prefeituranão tem dinheiro nem para o saneamen-to básico e sugeriu que isso depende do‘uso’ empresarial da restinga.

Se o prefeito não foi tão direto, omesmo não se pode dizer de um asses-sor da secretaria de Planejamento: eleapresentou na tela documento elabora-do pela prefeitura que defende aberta-mente o empreendimento. Para tentarjustificá-lo, mostrou fotos de criançasbrincando próximas a vala de esgoto àcéu aberto. Foi vaiado. “Isso mostra oque a prefeitura não faz”, comentou al-guém na platéia. Por fim, expôs anun-cio fictício de extraordinários 40 mil em-pregos numa rede hoteleira.

A presença da comunidade na au-diência, com apoio do Sindsprev Comu-nitário, foi marcante. Além das faixas,apitos e natural barulho, muita gente quedefende a restinga se pronunciou. Ageógrafa da Uerj Désirée Guichard,moradora de Maricá, disse que é con-tra a proposta de manejo e defendeu

restinga de Maricá,área de proteção am-biental, foi objeto deduas ‘audiências públi-

cas’ em nove dias. Convocadas pelogoverno do Estado, Assembléia Legis-lativa e Prefeitura, ocorreram no mo-mento em que empresários luso-espa-nhóis busca construir um resort dentroda restinga. O projeto só pode ser auto-rizado após análise de impacto ambiental.

As ‘audiências’ aconteceram sobdenúncias de uso da máquina pública,manipulação de horários e até dos ob-jetivos das convocações. Em Maricá,dezenas de pessoas lotaram o salão doclube para participar do evento, entreelas moradores de Zacarias, comunida-de tradicional da restinga. A chegadado prefeito ao local foi recebida combarulho: predominaram as vaias, mastambém houve aplausos para RicardoQueiroz – acusado de coagir funcioná-rios da prefeitura a irem à audiência.

O presidente da Feema (FundaçãoEstadual de Engenharia do Meio Ambi-ente), Axel Grael, disse que a reuniãonão poderia ser chamada de “audiênciapública” e que discutiria apenas o planode manejo da área. “Não vamos tratarde empreendimento, até porque não hánenhum pedido de autorização paraisso”, disse. No entanto, a página da

Reunião em Maricá, convocada pela Prefeitura e Feema: protestos

Josué, irmão de Jonas: família quer justiça

Sindsprev Comunitário apoiou participação dacomunidade, que luta contra ameaça

à restinga e à população

Comunidade protesta em ‘audiências’ pró-resortque privatizam restinga

A

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

�1117 DE OUTUBRO DE 2007

NEGRAS E NEGROS

cação”, diz ele, frisando que o verda-deiro objetivo deve ser a superação doEstado capitalista.

Cerca de 13 organizações nacionaise 54 instituições estaduais deverão par-ticipar do Congresso Nacional de Ne-gras e Negros. Entre elas, MNU, CAD,UNEGRO, Fórum Nacional de Mulhe-res Negras, Conlutas, Faferj, FAM Rio,Sindsprev e Sindjustiça.

Segundo cálculos dos movimentos

Gênero, Raça e Etnia do Sindsprev,Osvaldo Sergio Mendes, aludindo à re-tirada, do texto do Estatuto da Igualda-de Racial, dos artigos que previam acriação de um fundo para pagamentode reparações aos negros brasileiros.

“Queremos que o Estado brasileiroreconheça que nos deve, e queremosdiscutir medidas que nos incluam comocidadãos brasileiros, pois ainda somosconsiderados cidadãos de segunda clas-se. Tudo o que sofremos, incluindo oextermínio físico e a super-exploração,é o resultado de uma política imple-mentada sobretudo após o fim da es-cravidão”, complementa Ruth Pinheiro.

Representante do MNU (Movimen-to Negro Unificado), Haroldo Antonioda Silva explica que a proposta dos ne-gros brasileiros é ir muito além das re-parações. “Elas [as reparações] sãofundamentais. Mas o que queremos dis-cutir é um novo projeto de nação e deEstado, questionando o caráter burgu-ês, racista e elitista da ordem social vi-gente, onde os negros são os que rece-bem os menores salários e têm maioresdificuldades para acesso à saúde e edu-

Por André Pelliccione

través de sua Secre-taria de Gênero, Raça

e Etnia, o Sindsprev é uma das entida-des que tem contribuído ativamente napreparação do Congresso Nacional deNegras e Negros do Brasil, previstopara acontecer em julho de 2008, nacidade de Salvador-BA. O Congressoterá, como tema central, a definição deum projeto político do povo negro naperspectiva da reparação. A prepara-ção do evento está sendo feita atravésde três plenárias nacionais: a primeiraem outubro deste ano, em São Paulo;a segunda em dezembro, em Porto Ale-gre; e a terceira em Belém. Todas in-dicando propostas para Salvador. A es-colha dos 1.542 delegados de todo opaís está sendo feita em plenárias e/ouencontros estaduais, na proporção donúmero de negros de cada estado. NoRio serão 104 delegados.

Nos dias 29 de setembro, em Caxias,e 6 de outubro, no Rio, foram realiza-das plenárias estaduais temáticas comesta finalidade. “As reparações impli-cam no reconhecimento, pelo Estadobrasileiro, de que ele cometeu crimescontra a totalidade ou parte de sua po-pulação, como é o caso do povo negro.Já as ações afirmativas são um conjun-to de medidas para minorar dese-quilíbrios que atingem um determinadogrupo da sociedade”, explica Ruth Pi-nheiro, do CAD (Centro de Apoio aoDesenvolvimento), uma das organiza-ções que compõem a Executiva do Con-gresso Nacional de Negras e Negros.

“Minha expectativa é que as discus-sões envolvam negras e negros organi-zados ou não em partidos políticos ouentidades sindicais. E acho que já con-seguimos isto. Apresentaremos um pro-jeto de Estado, nação e economia, in-dependente do estatuto da igualdaderacial, que infelizmente foi deformadopelos parlamentares na Câmara e Se-nado”, avalia o diretor da Secretaria de

negros e organizações que combatem adiscriminação racial, o Estado brasileirodeveria pagar cerca de 102 mil dólares acada negro, a título de reparação.

“Negros e indígenas estão à mar-gem porque o projeto de nação que co-nhecemos é o da elite brasileira, de re-ferência européia. O Brasil precisaser concluído e redefinido como naçãopara que seu povo seja contemplado”,conclui Iedo Ferreira, do MNU.

Congresso Nacional de Negras e Negros daráimpulso à luta por reparações

Plenárias preparatórias nos estados elegerão os 1.542 delegados até 2008

A

MORTE NA PORTA GIRATÓRIA

Irmão vê relação com racismo e critica ‘conta fácil de Regina Casé’

caso. “O banco só está preocupadocom seu dinheirinho”, lamenta.

O comercial estrelado pela atrize apresentadora Regina Casé tam-bém é alvo de críticas. Na propa-ganda, Casé divulga uma modalida-de de conta da Caixa EconômicaFederal que não exige comprovantede renda. Ao passar pela porta gira-tória, diz que ela é chata mas está aípara ‘proteger’.

A família de Jonas vem recebendoapoio de entidades do movimento ne-gro, inclusive da Secretaria de Gênero,Raça e Etnia do Sindsprev-RJ. Ele éconsiderado vítima de ato racista.

A opinião é compartilha pelo irmãoJosias. “O que aconteceu foi um ca-pitão do mato dar um tiro em um clientede dez anos”, disse. O irmão mais novode Jonas também critica a atitude dobanco Itaú, que teria se omitido no

“Legal a Regina Casé fazer isso,mas o favelado vai lá e amanhã o bancoestá ferrando ele. “Essa porta é meiochata mas é para nossa segurança’,segurança a gente sabe de quem”, de-sabafou Josias. A reportagem tentoucontato com a atriz Regina Casé pormeio de mensagem eletrônica, paraque ela comentasse o caso, mas, atéo fechamento desta edição, não obte-ve retorno. (HDF)

Plenárias estaduais doRio de Janeiro e Caxias(ao lado e abaixo)discutiram temáticas queestarão no centro dosdebates durante oEncontro Nacional deNegras e Negros doBrasil. Sindsprev temparticipado ativamentedas discussões noEstado.

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

FO

TO:

SA

MU

EL

TO

ST

A

Itaú na Almirante Barroso: crime

12� 17 DE OUTUBRO DE 2007

O sindicato enviou ao gerente regi-onal do INSS, Manoel Lessa, documen-to comunicando o ocorrido em Cordei-ro e solicitando a abertura da discussãosobre o tema. Na resposta, ele diz queo ministério tem cuidado do tema commedidas como a instalação de portaisdetectores de metais, aumento de guar-das – com um para cada quatro consul-tórios – e campanha na mídia sobre oauxílio-doença.

O ritmo da implantação dessas me-didas, porém, parece lento e, o que épior, elas podem ser, na opinião de diri-gentes do sindicato que trabalham noINSS, insuficientes, inócuas ou até pre-judiciais, a depender da análise (ver tex-to ao lado).

Problemas estruturais do INSS, comodéficit de funcionários em todas as áre-as, agravam o cenário. Em Teresópolis,o quadro, mesmo no quesito vigilância, ébem distinto do traçado por ManoelLessa. Após sucessivas reduções, fica-ram dois vigilantes para quatro andares.Para Malu Titonelli, servidora da agên-cia e diretora da Regional Serrana doSindsprev, a responsabilidade quanto àsegurança de servidores e segurados édo INSS e do governo Lula, que não po-dem se omitir: “Temos que fazer umapergunta básica: vamos esperar morrermais alguém?”.

Por Hélcio Duarte Filho

agência e a rua do INSS emTeresópolis, região Serrana

do Rio, pararam durante quase todamanhã da quarta-feira, dia 17. Do ladode fora, uma multidão se formou paraobservar uma segurada que, faca empunho, ameaçava se jogar da janela doterceiro andar do prédio. Pouco antes,ela intimidara com a faca a médica pe-rita Maria do Carmo. A situação só foicontornada após a chegada da polícia edo Corpo de Bombeiros.

Foram quase três longas horas dra-máticas e inesquecíveis para os funci-onários do INSS na cidade. Mas quefazem parte de uma história que não énova. Faz menos de um mês, a segu-rada Sandra Maria Santana Borges,descontrolada, ameaçou atear fogo nomédico perito Jorge Roberto Vieira deBarros. No relato dos fatos à gerên-cia, a chefe da agência, Marize Topini,também ameaçada, descreve o ocor-rido: “A segurada forçava de todas asmaneiras a porta, no intuito de trancaro consultório, quando viu que não con-seguiria, tirou da bolsa um vidro con-tendo álcool ou éter (pelo odor era ál-cool), tirou também uma caixa de fós-foros, que não conseguiu riscar, impe-dida pelo vigilante”.

Os dois casos, que aconteceramnum intervalo de 21 dias na mesma re-gião, são exemplos mais graves de algoque parece ter se tornado rotina. EmPetrópolis, no dia anterior ao incidenteem Teresópolis, outra médica perita foiagredida verbalmente por uma segura-da. Faz poucos meses, uma servidoraadministrativa de Nova Friburgo rece-beu um soco de uma segurada.

Dois assassinatos emnove meses

A preocupação com a segurança nospostos do INSS tomou corpo com a mor-te dos médicos peritos Maria CristinaFelipe dos Santos, em GovernadorValadares, em setembro de 2006, e JoséRodrigues de Souza, em Patrocínio, emmaio de 2007, municípios de Minas Ge-rais. O ministro da Previdência, LuizMarinho, anunciou medidas comodetectores de metais na entrada de agên-cias, aumento de vigilantes e até entra-das secundárias para que os médicosperitos evitem contato com segurados.

AUXÍLIO-DOENÇA NO INSS

Ameaçado com ‘faca e fogo’, servidorvira ‘refém’ nas agências do INSS

Segurada ameaça se jogar de janela do INSS de Teresópolis após intimidar médica perita com faca;Em Cordeiro, tentativa foi de atear fogo em servidores: sindicato responsabiliza

governo por aumento da violência e da revolta de segurados

boradas são relacionadas à violência,lembra Fabiano Villardo, também deCordeiro. “De lá para cá nada foi feito,precisamos reabrir essa discussão”,propõe. Ele avalia que o auxílio-do-ença se transformou em um “proble-ma social” grave. “As pessoas vãonão só quando estão doentes, mas tam-bém pelo desemprego, pelo desespe-ro”, observa.

“O segurado se sente oprimido edesconta nos servidores, em especialos médicos peritos”, diz Luis Fer-nando Carvalho, do INSS de Duquede Caxias. “É uma barbárie”, afir-ma. Ele avalia que as medidas de se-gurança previstas pelo governo nãosão nem paliativas, pois podem au-mentar o estado de violência nas agên-cias. “São medidas que vão aparar ofogo com querosene, o governo nãopode tratar esse problema social daPrevidência dessa forma”, finaliza.

O sindicato voltou a solicitar au-diências com o ministro Luiz Marinhoe com o presidente do INSS para tra-tar deste tema e das demais reivindi-cações da categoria.

A violência aumentou paralela-mente ao agravamento da crise soci-al e à adoção de políticas que des-montam a Previdência, reduzem be-nefícios e buscam a ‘produtividade’.A ‘alta programada’ é parte desse‘modelo’ de seguridade. É o que afir-mam dirigentes do sindicato que tra-balham no INSS.

“Querem aplicar uma saúde de 1ºmundo em um país de 3º mundo”, dizRolando Medeiros, do INSS de Cor-deiro. A ‘alta programada’, analisa, estádeslocada do contexto social do país,onde as condições de saúde são péssi-mas e possibilidade de reabilitação real,reduzidas. “É um problema político”, diz.Rolando identifica ainda uma política de-liberada de desmonte e desgaste daimagem da Previdência pública, queacaba favorecendo a seguridade priva-da. “E que atende a quem mais contri-bui nas campanhas eleitorais: os ban-cos”, raciocina.

Em 2005, quando foi formado umgrupo de trabalho para tratar dos pro-blemas de segurança na concessãode benefícios, algumas propostas ela-

‘Problema é político e social’,afirmam dirigentes sindicais

Agencia do INSS no Rio: auxílio-doença vira problema social e crescem os casos de violência contra servidores

A