marcelle marie buso ramos atividade ... irmã michelle e meu avô joão buso. morre a matéria mas o...

77
MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ANTICANDIDA E CITOTOXICIDADE DO ÓLEO ESSENCIAL DE PSIDIUM CATTLEYANUM (ARAÇÁ-AMARELO). Piracicaba 2017 Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Upload: ledien

Post on 03-Jan-2019

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

MARCELLE MARIE BUSO RAMOS

ATIVIDADE ANTICANDIDA E CITOTOXICIDADE DO ÓLEO

ESSENCIAL DE PSIDIUM CATTLEYANUM (ARAÇÁ-AMARELO).

Piracicaba

2017

Universidade Estadual de Campinas

Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Page 2: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

MARCELLE MARIE BUSO RAMOS

ATIVIDADE ANTICANDIDA E CITOTOXICIDADE DO ÓLEO

ESSENCIAL DE PSIDIUM CATTLEYANUM (ARAÇÁ-AMARELO).

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia

de Piracicaba da Universidade Estadual de

Campinas como parte dos requisitos exigidos

para a obtenção do título de Doutora em Biologia

Buco-Dental, na Área de Microbiologia e

Imunologia.

Orientador: Prof. Dr. José Francisco Höfling

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÂO

FINAL DA TESE DEFENDIDA PELA ALUNA

MARCELLE MARIE BUSO RAMOS, ORIENTADA

PELO PROF. DR. JOSÉ FRANCISCO HÖFLING.

Piracicaba

2017

Page 3: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e
Page 4: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e
Page 5: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

EPÍGRAFE

“Porque Dele, e por meio Dele, e para Ele são todas as coisas.

A Ele, pois, a glória eternamente. Amém!”

Rom. 11: 36

“Não há acaso, sina, destino, que possa limitar, impedir ou controlar a firme

resolução de uma alma determinada”

Ella Wheeler Wilcox

Page 6: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

À Aquele que está acima de todas as coisas, Deus, que em sua infinita bondade

me concedeu o dom da vida, me protegeu e permitiu a superação de desafios,

me indicando sempre um caminho de Paz.

À minha família que amo muito, minha irmã Emmanuelle, meu cunhado André,

meu sobrinho João Paulo e meu pai Manoel, que suportam a distância e sem os

quais não poderia eu ter chegado onde estou. Muito obrigada!

Aos que a saudade é eterna e eterno será nosso reencontro: minha mãe Neusa,

minha irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive.

Obrigada pela proteção e constante exemplo.

Ao companheiro e marido que aceitou o desafio de ser o par de uma

pesquisadora/professora, Marcos Rosse. Obrigada por sempre me apoiar na vida

da academia e suportar minha ausência! Obrigada pela paz, pelo seu amor tão

gratuito, pelos “puxões de orelha” que me tiram do computador. Quão bom é

compartilhar a vida com você!

Ao orientador e amigo José Francisco Höfling, por ter aceitado o desafio de me

orientar em um momento tempestuoso. Admiro sua coragem e conhecimento.

Obrigada pela confiança a mim dada, pelo incentivo científico e pelo crescimento

humano proporcionado, os quais me deram suporte para superar os obstáculos.

Obrigada por sempre se importar com o futuro de seus orientados!

Page 7: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

AGRADECIMENTOS

À Universidade de Campinas- UNICAMP - Faculdade de Odontologia de Piracicaba

e ao Programa de Pós-graduação em Biologia Buco-Dental na pessoa de sua

coordenadora, Profa. Dra. Maria Beatriz Duarte Gavião, pela oportunidade de

realização do Curso de Doutorado em Biologia Buco-Dental, área de Microbiologia e

Imunologia.

À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP - Faculdade de

Odontologia de Araçatuba por minha formação e ao Laboratório de Microbiologia,

em particular aos exemplares Prof. Elerson Gaetti Jardim Júnior e Profª. Ana Cláudia

Okamoto pela confiança e parceria na doação das cepas clínicas utilizadas neste

estudo.

Ao Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas –

CPQBA/UNICAMP, na pessoa da Profª. Drª. Mary Ann Foglio, pela análise

cromatográfica do óleo essencial de P. cattleyanum.

Ao Prof. Jacks Jorge Júnior, obrigada pela disponibilidade, paciência e pelas

orientações na confecção do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com a

implementação do Biorrepositório, assim como todos da equipe do CEP-FOP.

À equipe da Coordenadoria de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de

Piracicaba - UNICAMP, especialmente à coordenadora Profa. Cínthia Pereira

Machado Tabchoury e à funcionária Ana Paula Carone.

Page 8: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

Aos professores membros efetivos da banda examinadora, José Francisco Höfling,

Elerson Gaetti Jardim Júnior, Marcelo Fabiano Gomes Boriollo, Priscilla de Laet

Sant'ana e Janaína de Cassia Orlandi Sardi, e aos membros suplentes Ana Cláudia

Okamoto, Natália Leal Vizoto e Karina Cogo Müller. Obrigada pela parceria

científica, disponibilidade e pelos preciosos ensinamentos e correções deste

trabalho.

Às amigas e pós-graduandas da área de Microbiologia e Imunologia, Simone Nataly

Busato de Feiria, Giovana Cláudia Boni e Thaís Oliveira Rossini, que vivenciaram de

perto meus momentos no doutorado, sempre me incentivando e me dando suporte.

Agradeço em especial à Simone, pelo sentimento de irmã de coração construído

neste período e que levarei para a vida toda!

Aos pós-graduandos e demais pesquisadores da Área de Microbiologia e Imunologia

pela amizade compartilhada durante o período de pós-graduação principalmente ao

Jeferson da Silva Júnior, Janaína Priscila Barbosa, Natália Leal Vizoto, Paula

Cristina Anibal, Lívia de Araújo Alves, Felipe Joia, Talita Graziano, Danielle Puppin,

Rodrigo Bassi e Prof. Rafael de Nobrega Stipp.

Aos amigos e técnicos do Laboratório de Microbiologia e Imunologia da Faculdade

de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, Anderson Laerte Teixeira e Valéria

Franco, e à secretária da Área de Microbiologia e Imunologia da Faculdade de

Odontologia de Piracicaba – UNICAMP, Ivete Ribeiro. Ao amigo e técnico do

Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Odontologia e Araçatuba - UNESP,

Robson Varlei Ranieri. Obrigada pelo companheirismo e suporte à pesquisa.

Aos tios queridos e participativos em meu crescimento Irani Buzzo e José Carlos

Vidotto, obrigada pelo apoio e incentivo de sempre!

Page 9: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

Aos parentes amados que se acostumaram com a ausência mas que sempre

estão presentes: minha sogra Dirce e meu sogro Aristides, meus cunhados

Silvia, Wilson, Marcelo e Tamires, além de meus sobrinhos Lucas, Artur e Pedro.

Obrigada por todo o apoio!

Aos amigos que Deus preparou para convivermos como família em minha nova

morada: Adelaide, Paulo e Júlia; Keiti, Karen, Davi e Kléber; Noemia e Leones.

Obrigada por todos os momentos de descontração, pelo companheirismo, pelos

desabafos e pela amizade. Somos uma grande família!

À irmã na fé e mãe de coração Teresa Nunes, que juntamente com os demais

irmãos da Sã Doutrina Espiritual do Sétimo Dia de Rio Claro - SP e de Piracicaba

- SP, acolheram eu e meu esposo com um amor incondicional.

Ao cãozinho Bob, cuja a inocência e amor são sempre presentes. Até mesmo

nos momentos mais difíceis seu companheirismo é balsamo e sândalo para o

espírito.

À Microbiologia e à Imunologia, ciências apaixonantes que completam minha

existência e que situam minha função neste mundo.

À Odontologia que me ofereceu a base profissional e realização pessoal, além de

me dar oportunidade de exercer o amor ao próximo a cada paciente.

A CAPES e ao CNPq pela concessão de Bolsa de Estudo, suporte à pesquisa e

financiamento para participação em congressos.

Page 10: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

À Prefeitura Municipal de Araçatuba, pela colaboração na localização da espécie

Psidium cattleyanum var. lucidum e por conceder a coleta de folhas para estudos

preliminares.

Aos pacientes envolvidos na pesquisa, mesmo que indiretamente, pela participação

e contribuição com o desenvolvimento da ciência.

E aos que de alguma forma contribuíram e me auxiliaram na realização dessa tese

de doutorado.

Minha sincera gratidão, hoje e sempre!

Page 11: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

RESUMO

Psidium cattleyanum apresenta efeitos antibacterianos demonstrados na

literatura, porém pouco se sabe sobre sua ação antifúngica e citotóxica. O

objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antifúngica do óleo essencial de

folhas de Psidium cattleyanum var. lucidum Hort em cepas padrão de Candida

spp. e cepas clínicas de C. albicans, C. krusei e C. tropicalis. O óleo essencial

estudado foi caracterizado por Cromatografia Gasosa (CG) e sua concentração

inibitória mínima (CIM) foi determinada por microdiluição seriada (CLSI, 2008)

nas cepas padrão, espécimes clínicos e grupos controles, dos quais três

concentrações acima das CIMs foram plaqueadas para se obter a concentração

fungicida mínima (CFM). Os antifúngicos comerciais Nistatina e Fluconazol como

parâmetros de susceptibilidade para MIC e MFC. O óleo de P. cattleyanum foi

testado nos biofilmes de C. albicans SC5314 em formação e maduro e suas

respectivas viabilidades celulares foram obtidas pelo corante XTT e leitura em

Espectrofotômetro de Microplaca. Imagens dos biofilmes testados e tratados com

o óleo foram capturadas por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). A

atividade antiproliferativa do óleo em células HaCaT foi realizada. Todos os

ensaios foram feitos em três experimentos independentes. As análises

estatísticas foram feitas pelo teste ANOVA um critério, variação Dunnett. Os

compostos mais encontrados pela CG foram 1,4 - cineol (33,19%), tricicleno

(27,05%) e o cariophileno (18,94%). P. cattleyanum apresentou CIMs nas cepas

padrão de C. albicans 90028 e C. albicans SC5314 de 16 mg/ml e 8 mg/ml,

respectivamente, porém em C. albicans 562 apresentou CIM de 8 mg/ml e CFM

de 16 mg/ml. Nas demais espécies padrão, com exceção de C. lusitaniae 06 com

CIM e CFM de 4 mg/ml, o óleo apresentou as CFMs superiores às CIMs. Nas

cepas clínicas P. cattleyanum apresentou em C. albicans CIM e CFM de

16mg/ml, enquanto que em C. krusei e C. tropicalis as CIMs foram de 8 mg/ml e

as CFMs de 16 mg/ml. As concentrações de CIMs para o antifúngico Nistatina

variaram nas cepas padrão entre 0,5 a 8 µg/ml e apresentou CFMs entre 4 e 8

µg/ml, enquanto que nas cepas clínicas as CIMs foram de 2 a 4 µg/ml e as CFMs

de 4 a 8 µg/ml. Nos testes com o Fluconazol as CIMs nas cepas padrão foram

0,03125 a 2 µg/ml, enquanto nos espécimes clínicos as CIMs foram de 0,03125

a 0,5 µg/ml. P. cattleyanum mostrou ação antibiofilme no biofilme em formação de

Page 12: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

C. albicans melhor a 0,250 mg/ml com 9,5% de viabilidade celular (p<0,01)

enquanto que, no biofilme maduro, P. cattleyanum apresentou a 1 mg/ml com

viabilidade celular de 18,9% (p<0,01). O MEV revelou nos biofilmes testados de C.

albicans desestruturação do biofilme, diminuição da densidade de hifas, morfologia

anormal de hifas e, no biofilme em formação, rupturas do envelope celular. A

atividade antiproliferativa de P. cattleyanum não apresentou IC50 nas HaCat em

todas concentrações, sugerindo baixa citotoxicidade. P. cattleyanum é

biologicamente ativo contra as Candida spp. e apresenta atividade antifúngica,

antibiofilme de Candida e baixa citotoxicidade, constituindo assim um potencial

agente antimicrobiano de uso clínico.

Palavras-chave: Candida; Antifúngicos; Plantas Medicinais; Psidium cattleyanum.

Page 13: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

ABSTRACT

The antibacterial effects of Psidium cattleyanum are widely described; however,

few investigations characterize its antifungal and cytotoxic action. The aim of this

study was to verify the antifungal activity of the essential oil from leaves of

Psidium cattleyanum var. lucidum Hort against Candida spp. Gas

Chromatography (GC) characterized the essential oil and the its minimum

inhibitory concentration (MIC) was determined by serial microdilution (CLSI,

2008) in the standard strains, clinical specimens and control. Oil concentrations

above the MICs were plated to obtain minimum fungicidal concentration (MFC).

Nystatin and Fluconazole were used to check the fungal susceptibility for MIC

and MFC. The essential oil of P. cattleyanum was tested on early and mature C.

albicans SC5314 biofilms stained with XTT; their cellular viability was determined

using Reader Microplate Spectrophotometer. Early and mature biofilms images

were captured by Scanning Electron Microscopy (SEM). The anti-proliferative

activity of the oil in HaCaT cells was tested. Data were submitted to one-way

ANOVA test, Dunnett variation. The most prevalent compounds (GC) were 1,4-

cineole (33.19%), tricyclene (27.05%) and cariophilene (18.94%). In the standard

strains, P. cattleyanum presented MICs of 16 mg/mL and 8 mg/mL for C. albicans

90028 and C. albicans SC5314, respectively. C. albicans 562 showed a MIC of 8

mg/mL and MFC of 16 mg/mL. The others standard species, except C. lusitaniae

06, showed MFC values above those of MIC. In clinical specimens, P.

cattleyanum presented a MIC and MFC of 16 mg/mL for C. albicans, whereas C.

krusei and C. tropicalis showed a MIC of 8 mg/mL and MFC of 16 mg/mL. In the

standard strains, the MIC and MFC for Nystatin varied from 0.5 to 8 μg/mL and 4

to 8 μg/mL, respectively, while in the clinical specimens, the MIC ranged from 2

to 4 μg/mL and the MFC from 4 to 8 μg/mL. In the standard strains, Fluconazole

showed MIC values between 0.03125 μg/mL and 2 μg/mL, while the clinical

specimens showed MICs between 0.03125 μg/mL and 0.5 μg/mL. P. cattleyanum

oil at 0.250 mg/mL showed the best antibiofilm activity for C. albicans with 9.5%

cell viability (p <0.01) in the early biofilm. In the mature biofilm, P. cattleyanum oil

at 1 mg/mL disrupted the biofilm structure, with cell viability of 18.9% (p <0.01). In

early and mature biofilms of C. albicans, SEM revealed biofilm disorganization,

reduction in hyphae density, abnormal morphology of the hyphae, and, in early

Page 14: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

biofilms, ruptures in the cell wall. The oil anti-proliferative assay on HaCat cells

showed low cytotoxicity. P. cattleyanum oil has antifungal and anti-biofilm activity

against Candida spp. and could be used as a potential clinical antimicrobial

agent.

Keywords: Candida; Antifungics; Medicinal Plants; Psidium cattleyanum.

Page 15: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS - Acquired Immunodeficiency Syndrome

ATC – Ácido Triclocoacético

CBS - Centraal Bureau voor Schimmelcutures

CDC - E.U.A - Centers for Disease Control and Prevention – Estados Unidos da América

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CFM - Concentração Fungicida Mínima

CG/EM - Cromatografia Gasosa com Espectrometria De Massas

CiBio – Comitê Interno de Biossegurança

CIM - Concentração Inibitória Mínima

CLSI - Clinical Laboratorial Standart Investigation

CPQBA - Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas

DMSO - Dimetil sulfóxido

DO - Densidade Óptica

ECM – Extracellular Matriz

ELISA - Enzyme Linked Immunosorbent Assay

h - horas

HIV - Human Immunodeficiency Virus

IZ - Instituto Zimotécnico-ESALQ/USP

KPC – Klebsiella pneumoniae resistente a Carbapenemicos

LSD - Dietilamida do Ácido Lisérgico

MEC – Matriz Extracelular

MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura

mg - miligramas

ml – mililitros

MRSA – Staphilococcus aureus resistente a Meticilina

OE – Óleo essencial

OMS – Organização Mundial da Saúde

PBS - Phosphate Buffered Saline

PGA – Fosfoglicerato

PMA - Polimetilmetacrilato

RMS - Reader Microplate Spectrophotometer

RPMI–1640 - Meio de cultura desenvolvido por Roswell Park Memorial Institute

SAP - Secreted Aspartyl Proteinase

Page 16: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

SDA - Sabouraud Dextrose Agar

SEM - Scanning Electron Microscopy

SFB - Soro Fetal Bovino

SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

SRB - Sulforrodamina B

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

µg – microgramas

var. – variedade

VRSA – Staphilococcus aureus resistente a Vancomicina

WHO – World Healthy Organization

XTT - 2,3-Bis(2-methoxy-4-nitro-5-sulfophenyl)-2H-tetrazolium-5-carboxanilide

YPD - Yeast Peptone Dextrose

Page 17: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Araçá-amarelo (Psidium cattlyanum var. lucidum). 24

Figura 2 - Esquema de Formação de biofilme por Candida spp. 35

Gráfico 1 - Viabilidade celular do biofilme em formação de C. albicans SC5314

tratados com óleo essencial de P. cattleyanum. 48

Gráfico 2 - Viabilidade celular do biofilme maduro de C. albicans SC5314

tratados com óleo essencial de P. cattleyanum. 49

Figura 3 - Imagens de M.E.V. do biofilme em formação de C. albicans SC5314

tratados com óleo essencial de P. cattleyanum. 50

Figura 4 - Imagens de M.E.V. do biofilme maduro de C. albicans SC5314

tratados com óleo essencial de P. cattleyanum. 51

Gráfico 3 - Atividade antiproliferativa do óleo essencial de P. cattleyanum em

células HaCat. 52

Page 18: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Compostos do óleo essencial de Psidium cattleyanum identificados por

CG/EM. 46

Tabela 2 - Concentração mínima inibitória e concentração fungicida mínima do óleo

essencial de P. cattleyanum, Nistatina e Fluconazol em Candida spp. 47

Page 19: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 20

2 REVISÃO DA LITERATURA 23

3 PROPOSIÇÃO 36

4 MATERIAL E MÉTODOS 37

5 RESULTADOS 46

6 DISCUSSÃO 53

7 CONCLUSÃO 59

REFERÊNCIAS 60

ANEXOS 70

ANEXO 1 – Comitê de Ética Em Pesquisa – FOP/UNICAMP. 70

ANEXO 2– Declaração de Autorização para Uso de Cepas de Microrganismos

– FOA/UNESP. 75

ANEXO 3 - Picos cromatográficos (CG/EM) do óleo essencial de Psidium

cattleyanum var. lucidum. 76

ANEXO 4 - Compostos, Índices de Retenção e suas porcentagens identificados

no óleo essencial de Psidium cattleyanum através de Cromatografia Gasosa em

aparelho com Espectrometria de Massas (CG/EM). 77

Page 20: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

20

1 INTRODUÇÃO

Os efeitos das plantas medicinais no tratamento de doenças/infeções

são culturalmente apreciados e aplicados por diversas civilizações. A vasta

biodiversidade de espécies e os diferentes biomas pertencentes ao território

brasileiro transforma o Brasil em um verdadeiro celeiro de plantas medicinais

que, associadas a uma rica diversidade étnico-cultural, compõem um valioso

conhecimento tradicional e popular do uso das plantas medicinais (Bakkali et al.,

2008).

A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1979, incentiva que

seus países membros estabeleçam políticas públicas para o desenvolvimento da

chamada medicina tradicional incentivando o uso de plantas medicinais

localmente e popularmente utilizadas na atenção à saúde primária e preventiva

(WHO,1079a). Em 2002, um novo documento da OMS relata que um terço da

população mundial não tem acesso periódico a medicamentos essenciais, sendo

necessário que se invista na medicina tradicional como forma de ajudar a

melhorar o status sanitário, reafirmando a necessidade do emprego das plantas

medicinais na atenção básica à saúde (WHO, 2002b).

As plantas medicinais culturalmente associadas à um efeito curativo ou

paliativo são estudas pela etnobotânica, que trabalha em estreita cumplicidade com

a etnofarmacologia, a qual consiste na exploração científica de compostos e agentes

biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem

(Amoroso, 1996). Estudos envolvendo a investigação de princípios oriundos de

plantas medicinais popularmente empregadas avançaram nas últimas décadas

na tentativa de se caracterizar cientificamente os possíveis efeitos benéficos e

efeitos colaterais, bem como a determinação de uma dose de uso segura de

produtos derivados das plantas medicinais (Bakkali et al., 2008).

Dentre as famílias de plantas com propriedades medicinais, destaca-

se a família Myrtaceae, cujo gênero Psidium agrega espécies frutíferas

populares com efeitos medicinais como a Psidium guajava, a popular goiaba.

Contudo, a espécie Psidium cattleyanum, conhecido como Araçá-amarelo, vem

Page 21: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

21

sendo estudada nas últimas décadas por deter efeitos medicinais analgésicos

(Alvarenga et al., 2013), antiproliferativos (Medina et al., 2011; Jun et al., 2011;

Faleiro et al., 2016), antioxidantes (Medina et al., 2011; Faleiro et al., 2016),

anticâncer (Faleiro et al., 2016) e antimicrobianos (Brighenti et al., 2012). Na

medicina popular P. cattleyanum é conhecido por sua atuação frente a diabetes,

dores de barriga, doenças das vias urinárias e diarréia, onde recomenda-se o

uso de brotos, folhas e a casca do tronco (Vendruscolo e Mentz 2006) (Boscolo e

Senna Valle, 2008).

O aumento das investigações sobre a ação de plantas medicinais como

agente antimicrobianos está altamente relacionado com o surgimento das chamadas

superbactérias da família Enterobacteriaceae resistentes a Carbapenemicos

(Klebsiella pneumoniae - KPC) e a ocorrência de infecções por Staphylococcus

aureus resistentes a Meticilina/Vancomicina (MRSA/VRSA) (Hiramatsu, 2001) A

multirresistência à drogas apresentadas por essas superbactérias marcam o início

da era Pós-antibiótica no mundo, onde a escassez de fármacos eficazes e o

aumento da resistência aos antimicrobianos existentes no mercado levou a indústria

farmacêutica a pesquisar novas fontes de moléculas antimicrobianas (CARS, et al.,

2013). Em microrganismos eucariotos, o surgimento de resistência aos

antifúngicos por espécies de Candida é relacionado com a prescrição de altas

doses de antifúngicos (Johnson et al., 1995) e pela administração de

antifúngicos por longos períodos de internação do paciente (Ruhnke et al.,

2000).

Espécies do gênero Candida, principalmente Candida albicans, estão

presentes na boca, estômago e intestino de maneira comensal e oportunamente

causam a Candidose quando o hospedeiro demostra debilidade imunológica

associada ou não ao tratamento de uma doença base. (Nobile & Johnson, 2015).

Modificações ambientais na boca podem também favorecer a proliferação e

estabelecimento das Candidoses. Pacientes portadores de próteses bucais totais

e parciais são propícios a desenvolverem Candidose bucal, pois a idade e baixa

imunidade dos pacientes usuários de prótese aliada a uma má higienização da

prótese/boca passam a favorecer a proliferação fúngica, tornando as próteses

bucais verdadeiros reservatórios de fungos (Barbeau et al., 2003)

Page 22: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

22

Em pacientes portadores da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(SIDA) não medicados por antirretrovirais é frequente a ocorrência da

Candidíase Pseudomembranosa, sendo este um estabelecido sinal clínico

indicativo do estágio avançado de imunocomprometimento e alta carga viral do

paciente soro positivo (Cavassani et al., 2002). Outra parcela de pacientes

imunologicamente debilitados susceptíveis a desenvolveram Candidíase se

encontra entre pacientes hospitalizados, os quais recebem a administração de

agentes polienos (nistatina e anfotericina B) e de triazóis (fluconazol) na forma

tópica, por via oral e até mesmo endovenosa. Contudo, em pacientes

hospitalizados já foram relatados o isolamento de cepas do gênero Candida

resistentes ao fluconazol (Ruhnke et al., 2000).

Neste cenário, a utilização de plantas medicinais com efeitos

popularmente conhecidos para tratamento de infecções passou a ganhar

protagonismo em estudos que envolvam extratos e óleos essenciais extraídos de

plantas medicinais, na tentativa da descoberta e aplicação de novas moléculas

antimicrobianas e/ou moléculas coadjuvantes aos antimicrobianos existentes no

mercado (Gibbons, et al, 2005).

Os efeitos antimicrobianos da folha de Araçá-amarelo (Psidium

cattleyanum var. lucindum Hort) recentemente foram avaliados por Gaetti-Jardim

et al (2009) e Brighenti et al (2008 e 2012), os quais demonstraram, em estudos

“in vitro”, a ação antibacteriana dos extratos aquoso e hidroalcoólico de folhas de

Araçá-amarelo contra microrganismos orais. Entretanto, estudos envolvendo a

susceptibilidade de microrganismos orais, principalmente do gênero Candida, ao

óleo essencial extraído das folhas de Psidium cattleyanum var. lucindum Hort

(Araçá-amarelo), bem como estudos que contemplem a indicação dos compostos

químicos que possam estar relacionados com a ação antimicrobiana oriundos

desse óleo essencial se encontram em escassez na literatura, necessitando de

maiores caraterizações da ação antifúngica deste óleo essencial sobre a biologia

do gênero Candida e sua possível citotoxicidade celular sobre o indivíduo.

Page 23: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

23

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Origem e efeitos medicinais do Psidium cattleyanum (Araçá-amarelo).

O gênero Psidium tem sua distribuição nativa percorrendo o sul do

México até a Argentina, incluindo as Ilhas do Caribe e os arquipélagos de

Galápagos e Revillagigedo ao longo do Oceano Pacífico. Fruto do sucesso

adaptativo do gênero em variados habitats, a diversidade de espécies de

Psidium se apresenta em centros geográficos que se estendem das Ilhas de

Cuba e Hispaniola passando pelo norte da América do Sul (Peru, Venezuela e

Guianas) até chegar ao Sul do Brasil e Paraguai, caracterizando assim o gênero

como Neotropical (Frazon et al., 2009).

Pertencente à família das Myrtaceae (que inclui Eugenia, Acca e

Myrciaria), o gênero Psidium apresenta espécies frutíferas de importância

comercial como a goiabeira (Psidium guajava) e os araçás ou araçazeiros

(Psidium cattleyanum e Psidium guineense). O nome araçá vem do tupi ara’as,

ou do guarani ara (céu) e aza (olho), que significa fruta com olhos ou olhos

voltados ao céu, característica que remete ao formato do fruto (Foto 1)

(Biegelmeyer et al.,2011).

O Psidium cattleyanum apresenta frutos de cor amarela ou vermelha

(Correa, 1926), porém alguns autores o descreve como produtora de frutos

somente amarelos (Mattos, 1978). Em recente estudo, Rocha et al., 2008,

demonstrou diferenças estruturais na organização do caule da planta definindo

assim duas variedades botânicas (dois táxons) a serem consideradas: o Psidium

cattleyanum variedade cattleyanum como produtora de frutos vermelhos e

Psidium cattleyanum var. lucidum como produtora de frutos amarelos

(Biegelmeyer et al.,2011).

Page 24: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

24

Figura 1: Araçá-amarelo, P. catteyanum var. lucidum.

Fonte: http://www.floriculturaursula.com.br/

Em ambas as variedades, a floração estende-se de setembro a março,

podendo entrar em até três períodos de floração dependendo da região em que

se encontra (quanto menos rigoroso o outono, maior possibilidade da terceira

floração e frutificação). As flores hermafroditas apresentam coloração branca e

as folhas são simples e opostas, de superfície lisa e brilhosa (Frazon et al.,

2009).

Dentre as propriedades medicinais, o Araçá é uma fruta rica em

minerais como o cálcio, o ferro e o fósforo. Possui ainda um alto teor de

vitaminas A, B, C, antioxidantes, carboidratos e proteínas, sendo indicado para

tratamentos contra a gripe e resfriados (Wille et al., 2004). É uma fruta

mucilaginosa e adstringente, constituídas por compostos bioativos, como

carotenoides e antocianinas (Fetter et al., 2010).

Devido aos seus minerais e propriedades medicinais, plantas de

Psidium spp. são utilizadas pela medicina popular como anti-hemorrágica e anti-

inflamatória na China, para o tratamento de escorbuto na Ásia e África, para

tratamento de tosse e doenças pulmonares na Bolívia e Egito, como calmante e

antidiarreico no México (Lozoya, et al., 1994) (Jaiarj et al., 1999) e para doenças

gastrointestinais no Brasil (Giraldi & a Hanazaki, 2010).

Page 25: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

25

2.2 Constituição fitoquímica e ação antimicrobiana do Psidium cattleyanum.

As plantas medicinais são consideradas úteis na cura e prevenção de

uma grande parcela de doenças, principalmente as infecciosas, por conter uma fonte

rica de agentes antimicrobianos em sua composição (Holetz et al., 2002). Devido a

um aumento rápido da taxa de infecções, aumento da resistência aos antibióticos

por microrganismos antes susceptíveis e os efeitos secundários dos antibióticos

sintéticos, as plantas medicinais estão ganhando popularidade como precursoras de

compostos bioativos em medicamentos nas diversas áreas da saúde (Smullen, et

al., 2007) (Jebashree et al., 2011).

Os recursos vegetais para fins medicinais é usado em todas as

civilizações e culturas e, portanto, as plantas têm desempenhado um papel

fundamental nos sistemas de saúde em todo o mundo. Na Odontologia, por

exemplo, é comum o emprego de compostos bioativos como a Benzoína derivada

da planta Estoraque (Styrax tonkinensis) que exibe ação desinfetante em cremes

dentais e do Eugenol que é derivado do Cravo-da-india (Syzygium aromaticum) e

comumente utilizado no dia a dia na prática clínica juntamente com o Óxido de Zinco

no capeamento pulpar, na obturação temporária de cavidades, na cimentação

provisória de peças protéticas, como cimento cirúrgico e para aliviar a dor (Kabra et

al., 2012).

Os compostos bioativos secundários em plantas são oriundos do

metabolismo secundário, o qual não está envolvido nas vias metabólicas essenciais

para a vida da planta, porém desempenham o papel de defesa nas plantas, ou seja,

são metabólitos secundários que constituem um meio de defesa contra bactérias,

fungos, vírus, estresse ambiental e ataque de herbívoros (Müller et al., 2012), além

de participarem na atração de agentes polinizadores. Estes compostos bioativos

secundários se dividem basicamente em três tipos: terpenos, compostos fenólicos e

alcaloides os quais são oriundos do metabolismo do Piruvato 3PGA e da Via do

Mevalonato, da Via do Mevalonato e Via do Ácido Chiquímico, e da Via do Ácido

Chiquímico, respectivamente (Simões et al, 2004).

Os compostos fenólicos são os maiores responsáveis pela atividade

antioxidante em frutos, fazendo destes uma fonte natural de antioxidantes. Estes

Page 26: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

26

compostos são substratos para enzimas responsáveis pelo escurecimento dos

vegetais frescos e alimentos processados. Suas moléculas possuem ao menos um

grupo hidroxila ligado diretamente a um anel aromático, podendo formar compostos

fenólicos simples até estruturas mais complexas. Esse grupo compreende os

flavonoides, ácidos fenólicos, estilbenos e polifenóis (Angelo e Jorge, 2007). Em

relação a atividade antimicrobiana, os compostos fenólicos atuam na degradação da

parede celular bacteriana, danos à membrana citoplasmática, extravasamento de

material celular, coagulação do citoplasma e à desregulação do sistema de

transporte de íons e elétrons no sistema membranário, sendo que o rompimento da

membrana citoplasmática leva a saída de elementos vitais e a entrada de

substâncias nocivas a célula bacteriana (Burt, 2004) (Tavares, 1999).

Os compostos secundários alcalóides são compostos orgânicos que

apresentam um átomo de Nitrogênio em seu anel e exibem um caráter alcalino, com

excessão da colchinina. São famosos pela presença de atividade sobre o Sistema

Nervoso Central, sendo utilizados desde a antiguidade como venenos e

alucinógenos, e dos dias atuais, de forma benéfica (como a cafeína e morfina) e de

forma maléfica (cocaína e base para drogas sintéticas como LSD) (Simões et al.,

2004).

Nos óleos essenciais, o grupo de compostos com atividades medicinais

encontrados são os terpenóides. Os óleos essenciais, ou essências são princípios

aromáticos encontrados em diferentes órgãos vegetais. Por evaporarem quando

expostos ao ar em temperatura ambiente, são também chamados óleos voláteis ou

óleos etéreos e esta característica é que confere o odor característico dos vegetais,

tanto para atração dos polinizadores como repelente de insetos e herbívoros.

Quimicamente, são misturas de diversos compostos, os quais podem ser divididos

em dois grandes grupos: os derivados terpênicos (mentol e citronelol) e os derivados

do fenilpropano (anetol e eugenol). As principais características farmacológicas dos

terpenos nos óleos essenciais estão relacionadas ao emprego como antisséptico,

anti-inflamatório e antipirético (Simões, et al., 2004).

Os terpenóides mais encontrados em óleos esseciais são os

monoterpenos e os sesquiterpenos. Segundo Zore et al, 2011, os mecanismos

antimicrobianos apresentados pelos compostos terpenóides envolvem a fluidificação

Page 27: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

27

da membrana, desestabilização das proteínas de ligação à membrana envolvidas

em sinalização e ancoragem, estacionamento do ciclo celular e consequente

apoptose, porém estudos mais aprofundados devem ser realizados para se

caracterizar detalhadamente esses mecanismos.

Os principais substratos das plantas utilizados para a obtenção do óleo

essencial e de extratos alcoólicos e hidroalcoólicos são as folhas, fruto, casca,

caules, raízes/tubérculos e flores. Na família das Myrtaceae, o óleo essencial está

geralmente concentrado nas folhas, tornando-as alvo principal da técnica de

hidrodestilação para obtenção do óleo essencial (Siani et al., 2000).

Em 2007, Paroul et al. identificaram por Cromatografia Gasosa acoplada

à Espectrometria de Massas (CG/EM) como principais componentes do óleo

essencial de folhas de Psidium cattleyanum (Araçá-Amarelo) os compostos

pertencentes aos grupos funcionais de sesquiterpenos (63%), sesquiterpenos

oxigenados (15,1%) e monoterpenos oxigenados (12,5%), sendo que, dentre as 25

substâncias identificadas, as marjoritárias foram o 1,8-cineol e o trans-cariofileno

com 11,9% e 20,2%, respectivamente.

No trabalho de Marques et al. (2011), a comparação da composição do

óleo essencial de folhas de P. cattleyanum oriundas de Cuba com a variante do

Brasil demonstraram diferenças de composição através da análise por CG/EM. Na

variante brasileira, foram obtidos 33 componentes que correspondiam a 96,9% do

óleo. Os principais constituintes do óleo essencial foram α-thujene (25,2%), seguido

pelo 1,8-cineole (16,4%) e β-caryophyllene (10,2%). Em contrapartida, a variante

cubana apresentava diferentes compostos, sendo Epi-α-muurolol (21,9%) o mais

abundantes, seguido por α-cadinol (20%) e Epi-α-cadinol (16,7%). Portanto, fica

evidente que P. cattleyanum produz diferentes metabólitos voláteis em resposta a

diferentes caraterísticas físicas e atmosféricas de cada tipo de ecossistema, região

de crescimento e período do ano que foram feitas as coletas.

Na literatura, P. cattleyanum teve seu óleo essencial estudado quanto a

sua propriedade antimicrobiana não apresentando os efeitos desejados, no entanto,

o extrato produzido com acetato de etila apresentou ação moderada contra bactérias

Gram positivas com CIM igual a 62,5 μg/ml (Desoti et al., 2011) (Prestes et al.,

Page 28: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

28

2011). Estes resultados opostos podem estar relacionados com o método extrativo e

o solvente utilizado no processo, já que os autores utilizaram solventes e métodos

extrativos distintos, o que pode ter influenciado no isolamento dos compostos

bioativos e na determinação das propriedades dos vegetais (KOBA et al., 2007).

Alterações climáticas, temporais ou ambientais como sazonalidade,

desenvolvimento, altitude, ritmo circadiano, temperatura, disponibilidade hídrica,

nutrientes, radiação ultravioleta, poluição atmosférica e ataque de patógenos são

alguns fatores que podem modificar a produção de compostos bioativos e influenciar

na resposta esperada, produzindo assim uma diversidade de resultados observados

nos estudos conduzidos por outros pesquisadores (Gobbo-Neto e Lopes, 2007).

2.3 Características do gênero e infecções oportunistas por Candida spp.

As infecções bucais costumam ter caráter multimicrobiano devido a

cavidade bucal albergar uma ampla variedade de microrganismos comensais e

transitórios em variados habitats ecológicos com diferentes desafios ambientais

limitantes (atmosfera, pH, agentes oxidantes, imunoglobulina e saliva), os quais

exercem uma pressão seletiva das espécies nos diferentes habitats bucais

(Jenkinson & Lamont, 2005). Espécies altamente adaptadas colonizam as

superfícies de dentes, mucosas, dorso da língua e sulco gengival causando

infecções bacterianas como a Cárie, Doença Periodontal, bem como infecções

fúngicas oportunistas causadas principalmente por fungos do gênero Candida

(Ghannoum et al., 2010).

As 200 espécies do gênero Candida pertencem ao Reino Fungi,

divisão Eumycota, subdivisão Deuteromycotina, classe Blastomycetes e família

Cryptococcaceae, embora algumas espécies estejam agrupadas na subdivisão

Ascomycotina. O gênero Candida compreende microrganismos eucarióticos não

produtores de pigmentos fotossintetizantes que possuem envoltório celular rígido

formado pela parede celular composta por quitina e membrana plasmática

fosfolipídica contendo esteróis, com predomínio do ergosterol (Santana et al.,

2013).

Page 29: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

29

As Candida spp. utilizam como fonte nutricional a degradação de

proteínas e carboidratos para a captação de Carbono e Nitrogênio provenientes

dos mais variados ecossistemas que o gênero pode habitar, como o solo,

alimentos, água, superfícies abióticas, além de fazer parte da microbiota da pele

e mucosas de homens e animais. São microrganismos comensais, que habitam

primariamente o trato gastrointestinal, fazendo parte também da microbiota

vaginal, da uretra e dos pulmões (Santana, et al., 2013).

As espécies de Candida fazem parte da microbiota comensal nas

superfícies das mucosas e pele de seres humanos e apenas 10% destas

leveduras são reconhecidas como agentes etiológicos em infecções humanas

(Alonso-Valle et al., 2003). Atualmente estima-se que de 20 a 50% da população

alberga microrganismos do gênero Candida na cavidade bucal, sendo C.

albicans identificada entre 60 a 90% dos isolamentos, C. tropicalis cerca de 7%,

outras espécies como C. krusei, C. guillermondii, C. glabrata e C. parapsilosis

são evidenciadas em menor frequência (Valle et al., 2010).

Candida spp. colonizam a superfícies de mucosas e pele de maneira

comensal, contudo podem se tornar patogênicas caso ocorra um desequilíbrio

em sua relação com o hospedeiro, por isso são consideradas oportunistas sendo

responsáveis por 80% dos casos de infecção fúngica sistêmica (Candidemias).

Essa modificação do perfil patogênico do gênero Candida ocorre devido ao

comprometimento dos mecanismos de defesa do hospedeiro (extremos de idade,

doença de base, imunossupressão) ou rompimento das barreiras anatômicas,

como queimaduras, cateteres ou cirurgias invasivas (Calderone et al., 2001).

Candida albicans é a espécie de maior relevância em função da sua

prevalência tanto em hospedeiros hígidos como aqueles com algum

comprometimento imune (Valle et al., 2010). C. albicans é uma levedura

comensal facilmente encontrada na mucosa bucal, trato gastrointestinal, trato

urogenital e pele de seres humanos desde o nascimento, mas em circunstâncias

excepcionais quando ocorre uma ruptura do equilíbrio biológico devido a fatores

predisponentes - patológicos, fisiológicos, imunológicos e mecânicos – pode

haver um aumento na multiplicação e invasão dos tecidos por estes

Page 30: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

30

microrganismos, ocasionando infecções denominadas candidoses (Vandeputte et

al., 2012).

Em infecções fúngicas provocadas por Candida, a identificação de sua

espécie é essencial, uma vez que a patogenicidade e o perfil de sensibilidade a

um determinado antifúngico são variáveis entre as diferentes espécies. Apesar

de a Candida albicans ser a espécie mais comumente isolada nas infecções

superficiais ou invasivas, a incidência de infecções provocadas por Candida não-

albicans é crescente e, em alguns casos, associada a altas taxas de mortalidade

(Urizar et al., 2002). Estudos recentes apontam as espécies de C. tropicalis, C.

parapsilosis, C. glabrata e C. krusei como as espécies não-albicans mais

frequentes em processos infecciosos (Valle et al., 2010) (Urizar et al., 2002).

Nos últimos 10 anos, alguns estudos relataram uma mudança na

etiologia das candidemias. Enquanto C. albicans ainda é considerada a espécie

mais comum causando candidemia, taxas crescentes de candidemias causadas

por C. tropicalis, C. parapsilosis, C. glabrata e C. krusei têm sido relatadas em

todo o mundo. As razões para o aumento de infeções por espécies não-albicans

não são completamente compreendidas, mas algumas condições médicas

podem impactar de forma consistente o risco de desenvolver candidemia por

espécies não-albicans. A fungemia por C. parapsilosis tem sido associada com

cateteres vasculares e nutrição parenteral, a candidemia por C. tropicalis está

associada ao câncer e neutropenia, e as fungemias de C. krusei e C. glabrata

estão associadas à exposição prévia a azóis (Hinrichsen et al., 2008).

A Vigilância e Controle Brasileiro de Patógenos de Importância

Epidemiológica (BrSCOPE) realizou um estudo multicêntrico de vigilância em 16

hospitais distribuídos em cinco regiões do Brasil para avaliar a incidência,

distribuição de espécies de Candida, susceptibilidade antifúngica e fatores de risco

para infecções de corrente sanguínea. De junho de 2007 a março de 2010, foram

um total de 2.563 episódios de infecção nosocomial da corrente sanguínea. Candida

spp. foi o sétimo agente mais prevalente na maioria dos pacientes que,

marjoritariamente, eram do sexo masculino, com idade média de 56 anos, sendo

que um total de 64 pacientes (46,7%) já estavam na UTI quando ocorreu a

candidemia. As espécies não-albicans de Candida foram prevalentes em 65,7% dos

Page 31: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

31

137 isolados de levedura, sendo Candida parapsilosis (24,1%), Candida tropicalis

(15,3%) e Candida glabrata (10,2%) as espécies mais encontradas. Contudo, C.

albicans (34,3%) ainda é a leverua mais prevalente isoladas. Apenas 47 dos 137

isolados de Candida foram enviados ao laboratório de referência para o teste de

sensibilidade aos antifúngicos. Todos os isolados de C. albicans, C. tropicalis e C.

parapsilosis foram suscetíveis aos 4 antifungicos testados (anfotericina B,

fluconazol, variconazol e anidulafungina). Entre os 11 isolados de C. glabrata, 36%

eram resistentes ao fluconazol e 64% sucesptíveis dose dependente, sendo que

todos foram suscetíveis à anidulafungina e à anfotericina B, assim C. glabrata está

emergindo como um importante fungo entre as Candida spp não-albicans e é

preocupante sua resistência ao fluconazol, assim como apresentada por C. krusei. A

resistência de Candida spp. as equinocandinas e anfotericina B ainda permanece

rara no Brasil (Doi et al., 2016)

2.4 Patogenicidade e fatores de virulência de Candida albicans.

C. albicans é um dos microrganismos mais frequentemente

identificados em infecções nosocomiais devido sua capacidade de invadir

variados locais do hospedeiro humano, desde tecidos e órgãos profundos até

locais superficiais (Verstrepen, et al.,2004). Mais significativamente, a C.

albicans é capaz de aderir-se a cateteres, próteses bucais e implantes médicos

internos, sendo atualmente classificada pelo Centers for Disease Control and

Prevention – CDC/E.U.A. como o terceiro patógeno mais comumente isolado em

pacientes hospitalizados com uma taxa de mortalidade de até 50% (Mathé e Van

Dijck 2013).

A levedura C. albicans apresenta ótima adaptação ao corpo humano

podendo colonizá-lo comensalmente sem produzir sinais de doença. Este

equilíbrio entre C. albicans e o hospedeiro é propiciada pela manutenção da

integridade das barreiras teciduais, pela relação harmônica com a microbiota

autóctone e pelo funcionamento adequado do sistema imunológico humano. Por

ser um fungo pleomórfico, a capacidade de transição de C. albicans de comensal

para sua forma patogênica é diretamente relacionada à sua aptidão de realizar a

Page 32: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

32

mudança morfológica de levedura para sua forma invasiva com a formação de hifas

(Tsui et al., 2016).

As células de Candida albicans possuem a parede celular composta

de aproximadamente 80 a 90% de polissacarídios de glicose (Glucanos) com

ramificações e ligações β-1,6 e β-1,3. Moléculas de N-acetil-D-glicosamina

ligadas a quitina contendo ligações β-1,4 e polímeros de manose ligados

covalentemente as manoproteínas, também são encontradas na composição

desta estrutura, além de proteínas (6 a 25%) e pequenas quantidades de

lipídios. Sabe-se que o arranjo molecular está disposto em camadas, entretanto,

ainda não há consenso sobre a quantidade de camadas existentes (Verstrepen

et al., 2004).

Os fatores de virulência das Candida spp. propiciam o sucesso no

estabelecimento de Candidoses e Candidemias dependendo do estágio e também

da natureza da resposta do hospedeiro. Geralmente, estes processos infecciosos

são favorecidos pela ruptura do equilíbrio parasita-hospedeiro. Aderência,

polimorfismo, variabilidade fenotípica, produção de enzimas extracelulares que

degradam os tecidos, toxinas que causam lesão celular, formação de biofilmes

sobre células e superfícies inanimadas, produção de tubo germinativo por

algumas espécies de Candida, produção de hemolisinas, hidrofobicidade da

superfície celular e resistência ao peróxido de hidrogênio constituem os principais

fatores descritos deste gênero que lhe conferem a habilidade de colonizar e

oportunamente causar infecção (Calderoni e Fonzi, 2001).

A maioria das infecções produzidas por Candida albicans está

relacionada pela sua capacidade de diferenciação morfológica (de levedura para

hifas) e consequente adesão e desenvolvimento do biofilme em superfícies

bióticas ou abióticas. O crescimento das hifas é um mecanismo de virulência

importante na invasão de tecidos e na resistência a fagocitose (Jayatilake et al.,

2006). Os biofilmes são comunidades biológicas com um alto grau de

organização, em que os microrganismos se coagregam de maneira estruturada,

coordenada e funcional, os quais se apresentam embebidos por uma matriz

extracelular (MEC) (Figura 1) (Chandra et al., 2001).

Page 33: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

33

O fator primário na colonização fúngica de tecidos e superfícies abióticas

é a capacidade de adesão às superfícies, que passa a ser induzida pela percepção

da modificação do ambiente (ambiente favorável) o qual ativa várias cascatas de

sinalização celular no fungo. O estabelecimento inicial da adesão é preconizada

inicialmente pela ligação das células de Candida às superfícies por fatores não-

específicos (hidrofobicidade e forças eletrostáticas) formados entre as proteínas do

tipo adesinas presentes na superfície das células fúngicas que se ligam a proteínas

presentes no ambiente como o fibrinogênio e fibronectina e também em aminoácidos

e açúcares de superfície presentes em outras células. (Verstrepen e Klis, 2006).

A invasão e a destruição dos tecidos hospedeiros são promovidas por

enzimas hidrolíticas (fosfolipases e proteases - proteínas SAP) que constituem

um grupo de isoenzimas de proteinase aspártica (Sap) com massas moleculares

entre 35 e 50 kDa e são codificados por um conjunto de genes que vão do SAP1

ao SAP10. O papel de genes SAP1 a SAP6 estão relacionados com a aderência,

lesão tecidual e mudanças na resposta imune (Sardi et al., 2013).

Ramage e López-Ribot (2005), relataram que são quase inexistentes

infecções causadas por Candida em sua forma planctônica nos tecidos do

hospedeiro. Portanto, é o biofilme que constitui o fator de virulência mais

importante pois protege a comunidade microbiana de mecanismos imunológicos

do hospedeiro, promove a resistência contra o tratamento antifúngico e a

resistência à competição com a microbiota autóctone, além de facilitar o

desenvolvimento das relações simbióticas e sinalizações entre as células da

comunidade do biofilme, conferindo maior proteção contra radiações UV e

desidratação, permitindo assim melhora na adaptação e sobrevivência à

ambientes hostis.

In vitro, a camada de biofilme basal é composta por células de

leveduras a partir das quais as células filamentosas emanam (hifas), sendo estas

células envolvidas por uma densa camada de matriz extracelular (MEC) (Figura

2), a qual é composta por β-glucano que tem a capacidade de se ligarem a

antifúgicos como o fluconazol e à anfotericina-B, impedindo a penetração destas

drogas no biofilme (Finkel & Mitchell, 2011). Além disso, a MEC contém DNA

Page 34: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

34

extracelular (eDNA), que também contribui para a integridade estrutural dos

biofilmes de Candida spp. (Tobudic et al., 2011).

Estudos recentes sugerem que o desenvolvimento primário, a

maturação e o envelhecimento de um biofilme são regulados pela expressão de

genes ativados pela transmissão de sinais entre as células (Khan et al., 2009)

(Albuquerque et al., 2012). Uma das propriedades do biofilme é promover a

sinalização celular (quorum sensing - sensor de quorum) que corresponde a um

processo de comunicação intra e interespécies microbianas e é fundamental na

formação de biofilmes microbianos mono e multiespécies. Esta comunicação

através de moléculas sinalizadoras e autoreguladoras tem como principal

objetivo impedir a superpopulação desnecessária e controlar a competição por

nutrientes, além de exibir implicações importantes no processo infeccioso,

particularmente para disseminação e estabelecimento de sítios de infecções

(Ramage et al., 2005).

Analisando composto bioativos oriundos de óleos e extratos de plantas

medicinais e compostos vindo de produtos naturais, estudos recentes verificaram

que esses compostos naturais atuam como moléculas quorum sensing

(moléculas autoreguladoras do biofilme) como o farnesol (Jeon et al., 2011)

(Albuquerque et al., 2012) e dodecanol (Hall et al., 2011), que exibem a ação de

inibir a filamentação (hifamento) no biofilme de C. albicans e que tem sido

associado à hidrofobicidade de superfície celular. Em contrapartida, outros

compostos bioativos naturais como o tirasol desempenha ação no crescimento e

na morfogênese de C. albicans, estimulando a produção de hifas em condições

permissivas para a formação do tubo germinativo, apesar do seu papel não estar

ainda esclarecido em biofilmes (Ramage et al., 2005).

Page 35: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

35

Figura 2 – Representação esquemática do crescimento do biofilme de Candida

albicans em uma superfície de tiras de Polimetilmetacrilato (PMA).

Legenda: Early – inicial; Intermediate – intermediário; Mature – Maduro;

Irregular PMA surface - Superfície irregular de PMA; ECM – Matriz

(polissacarídeo) extracelular;

Fonte: Adaptado de Chandra et al., 2001.

Page 36: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

36

3 PROPOSIÇÃO

3.1 Objetivo Geral

Avaliar os efeitos antimicrobianos em Candida spp e no biofilme de Candida

albicans SC5314 e antiproliferativo em células HaCat do óleo essencial das

folhas de Psidium cattleyanum var. lucidum.

3.2 Objetivos Específicos

1) Avaliar a composição do óleo essencial de folhas de Psidium cattleyanum;

2) Determinar a mínima concentração inibitória do óleo essencial das folhas

de Psidium cattleyanum sobre microrganismos do gênero Candida (cepas padrão

e espécimes clínicos);

3) Determinar a ação fungicida/fungistática do óleo essencial das folhas de

Psidium cattleyanum sobre sobre microrganismos do gênero Candida (cepas

padrão e espécimes clínicos);

4) Avaliar a atividade antibiofilme de Candida albicans (SC5314) do óleo

essencial das folhas de Psidium cattleyanum exposto a diferentes

concentrações;

5) Avaliar as modificações morfológicas microscópicas do biofilme de

Candida albicans SC5314 ocasionadas pelo óleo essencial das folhas de

Psidium cattleyanum através de Microscopia Eletrônica de Varredura;

6) Avaliar a capacidade antiproliferativa do óleo essencial de folhas de

Psidium cattleyanum sobre células epiteliais humanas (HaCat).

Page 37: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

37

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Local de Realização da Pesquisa

Este estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

(CEP) da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – FOP/UNICAMP (CAAS:

60614316.5.0000.5418) (ANEXO A).

As análises experimentais do presente projeto foram feitas utilizando-se a

estrutura do laboratório de cultura, laboratório de biologia molecular e laboratório de

cultura de células da Área de Microbiologia e Imunologia – Departamento de

Diagnóstico Oral – FOP/UNICAMP. Telefone: (019) 2106-5321 / 2106-5322;

Endereço para correspondência: Faculdade de Odontologia de Piracicaba -

UNICAMP. Área de Microbiologia e Imunologia. Avenida Limeira, 901. CEP:13414-

018, Piracicaba, SP, Brasil.

O Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas –

CPQBA/UNICAMP forneceu a estrutura para análises cromatográficas do óleo

essencial, como instituição co-participante.

O Laboratório de Microbiologia da Universidade Estadual “Júlio de

Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araçatuba – F.O.A/UNESP, forneceu

os espécimes clínicos (ANEXO B), realizando o isolamento e identificação das

mesmas, como instituição co-participante.

4.2 Material vegetal

O material vegetal comercial utilizado foi do gênero Psidium e pertence a

espécie Psidium cattleyanum var. lucidum Hort (TreeTech® Óleos Essencias), o qual

foi extraído o óleo essencial a partir de suas folhas.

Page 38: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

38

4.3 Cromatografia

O óleo essêncial de P. cattleyanum passou por uma análise de

qualificação e quantificação dos compostos presentes nas amostras por

cromatografia gasosa.

4.3.1 - Cromatografia Gasosa (CG)

Foi utilizado cromatógrafo gasoso Hewlett-Packard 5890 Serie II,

equipado com detector seletivo de massas Hewlett40 Packard 5971, injetor

split/splitless, utilizando-se uma coluna capilar HP-5 (25m x 0,2mm x 0,33μm).

Temperaturas: injetor = 220°C, detector = 280°C, coluna = 60°C, 3°C.min-1, 240°C

(7 minutos). A vazão do gás de arraste (He super seco) foi igual a 1,0 ml.min-1.

A análise dos dados da CG foi levada a efeito de acordo com a equação

de Van den Dool e Kratz para a obtenção do Índice de Retenção seguida de

comparação dos índices de retenção e picos cromatográficos dele obtidos com os

encontrados na literatura.

IR= [(Ts-Tcn-1)/Tcn-Tcn-1)x100 + 100cn-1, onde:

IR= índice de retenção;

Ts= tempo de retenção da substância analisada;

Tcn= tempo de retenção do n-alcano que elui após a substância

analisada;

Tcn-1= tempo de retenção do alcano que elui antes da substância

analisada;

Cn-1= número do alcano que elui antes da substância analisada.

Page 39: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

39

4.4 Cepas de Candida spp.

Para as análises foram utilizadas cepas de diferentes espécies de

Candida spp. descritas a seguir:

Cepas padrão adquiridas de bancos de microrganismos (CBS-

Centraalbureau voor Schimmelcultures; IZ-Instituto Zimotécnico-ESALQ/USP):

Candida albicans (CBS 562), C. albicans (ATCC 90028), C. utilis (CBS 560), C.

lusitaniae (IZ 06); C. parapsilosis (CBS 604), C. dubliniensis (CBS 7987), C.

guilliermondii (CBS 566), C. krusei (CBS 573), C. tropicalis (CBS 94), C. rugosa (IZ

12), C. glabrata (IZ 07) e a cepa C. albicans SC5314.

Os espécimes clínicos de Candida spp. provenientes de pacientes

imunodeprimidos, em estágio avançado da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

(HIV), foram coletadas de amostras de aspirados brônquicos e, a partir delas,

isoladas 5 espécimes clínicos da espécie Candida albicans, 5 espécimes clínicos de

Candida krusei e 5 espécimes clínicos de Candida tropicalis, as quais estão

depositadas em Biorrepositório no Laboratório de Microbiologia e Imunologia da

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - F.O.A, as quais foram gentilmente cedidas

pelo Prof. Titular Elerson Gaetti Jardim Júnior. Estes espécimes clínicos foram

coletadas de pacientes adultos, capazes, sem distinção de gênero, com faixa etária

de 22 a 37 anos, sob tratamento na Santa Casa de Misericórdia de Araçatuba - SP

que fizeram parte de uma pesquisa científica sob responsabilidade do Prof. Titular

Elerson Gaetti Jardim Júnior e da Profª. Drª. Ana Cláudia Okamoto da Faculdade de

Odontologia de Araçatuba - F.O.A.- UNESP (Projeto Aprovado pelo Comitê de Ética

em Pesquisa Humana - F.O.A. - UNESP com o título “Microbiota bucal e sua relação

com infecções oportunistas em pacientes mantidos em unidades de terapia

intensiva”, número CAAES: 14982313.1.0000.5420). Todos os pacientes ou seus

responsáveis assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) do

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Araçatuba - F.O.A.-

UNESP permitindo a coleta de material. A coleta do material foi feita por

procedimento de aspiração brônquica, onde parte do material aspirado foi

imediatamente colocado em meio de cultura de transporte e, no laboratório, parte do

material foi inoculado em meio de cultura seletivos para Candida spp. Quando houve

o crescimento de leveduras, as mesmas foram isoladas por meios específicos e

Page 40: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

40

armazenadas em Skim milk em criogenia. Todas os espécimes clínicos foram

mantidos em meio líquido à -70ºC no Laboratório de Microbiologia e Imunologia da

Faculdade de Odontologia de Araçatuba - F.O.A.- UNESP.

Microrganismos do gênero Candida são pertencentes microbiota

endógena humana de maneira comensal e oportunamente ocasionam doença

quando o hospedeiro apresenta imunidade debilitada, sendo então classificadas

como tendo baixo risco biológico (Classe 2). Todas as técnicas de cultivo e

manutenção destes microrganismos seguiram os padrões de biossegurança

requeridos e instituídos na área de Microbiologia e Imunologia da FOP/UNICAMP

em conformidade com a CiBio/F.O.P.

4.5 Grupos testes utilizados nos ensaios com P. cattleyanum var. lucidum.

Para os ensaios os grupos controles e testes foram os seguintes:

Grupo controle (CG) positivo: para o crescimento dos fungos sem a

presença do óleo;

GC negativo: somente meio de cultura sem inóculo;

GC negativo do óleo essencial: verificar contaminação do óleo

essencial de P. cattleyanum var. lucidum Hort;

GC negativo do Tween: verificar contaminação do diluente estoque;

Grupo teste: presença da espécie de Candida testada exposta a

diferentes concentrações do óleo testado ou antifúngico comercial.

Page 41: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

41

4.6 Avaliação da atividade antifúngica em células planctônicas (Concentração

Inibitória Mínima - CIM).

As amostras de Candida spp. foram testadas quanto a sua

susceptibilidade ao óleo essencial de Psidium cattleyanum, e, como padrão

comparativo, foram testadas também pela Nistatina e Fluconazol. Foi utilizada a

técnica de microdiluição em caldo seguindo a padronização descrita no documento

M27-A3 (CLSI, 2008).

Em uma microplaca estéril de 96 poços foram depositados 100µl de meio

RPMI-1640 e em seguida, 100 µl do óleo essencial na concentração inicial de 16

mg/ml, diluído em Tween 80 a 0,025% + RPMI. Em seguida, foram feitas diluições

seriadas do óleo (16 mg/ml à 0,015625 mg/ml). Posteriormente foram adicionados

100 µl de inóculo da levedura em solução salina ajustando-se a turbidez

correspondente a 0,5 na escala McFarland, a uma absorbância de 0,08 a 0,10A em

530nm (5,0 x 106 UFC/ml) no espectrofotômetro. O inóculo ajustado posteriormente

foi diluído em RPMI para a fim de se obter 2,5x103 UFC/ml que foi acrescentado à

placa com o óleo essencial em diferentes concentrações. As placas foram incubadas

em estufa de aerobiose por 48h a 37°C, e após a concentração inibitória mínima

(CIM) foi determinada por leitura visual. Os antifúngicos Nistatina e Fluconazol,

foram preparados ressuspendidos com DMSO e as soluções de trabalho foram

feitas com RPMI-1640, sendo acrescentados na placa com concentração de 16

µg/ml e diluído seriadamente até 0,015625 µg/ml para Nistatina e para Fluconazol foi

acrescentado em concentração de 64 µg/ml e diluído seriadamente até 0,015625

µg/ml.

A Concentração Inibitória Mínima (CIM) foi definida a partir da

concentração onde não se observa crescimento das leveduras. Para a identificação

da concentração fungicida mínima (CFM), 20 µl da suspensão da CIM, CIM-1 e

CIM+1 foram plaqueadas em Ágar Saboraud Dextrose (SDA) e incubadas por 24h

em aerobiose. A CFM foi identificada a partir do não crescimento de colônias a partir

da CIM. Foram realizados três experimentos independentes de cada teste.

Page 42: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

42

4.7 Análise da viabilidade celular de biofilmes de Candida albicans (SC5314)

4.7.1 Preparo e ajuste do inóculo.

O óleo essencial de Psidium cattleyanum foi testado em biofilme de C.

albicans (SC5314) em formação (biofilme com 2 horas de crescimento) conforme

descrito por Silva et al. (2010) com algumas adaptações e testado em biofilme

maduro (biofilme com 24 horas de crescimento) conforme descrito por Pierce et al.

(2008).

Para ambos os tipos de biofilmes, a cultura overnight foi preparada em

YPD e incubada sob agitação a 30 rpm em 37°C. Uma alíquota de 7 ml do inóculo

foi centrifugada e lavada em 14 ml de PBS por 2x, e ao pellet obtido, foram

adicionados 7 ml de RPMI-1640. Desta suspensão celular resultante foi preparada a

diluição de 1:100 e as células foram contadas em hemocitômetro em microscópio

óptico (aumento de 400x), proporcionando a contagem celular, a qual foi utilizada

para o cálculo do volume necessário para o ajuste do inóculo de trabalho com uma

suspensão final de 1,0 x 106 células/ml, em RPMI- 1640.

4.7.2 Formação e análise do Biofilme em formação (pré-incubação por 2 horas) e

Biofilme maduro (pré-incubação de 24 horas).

Para o biofilme em formação, na microplaca estéril de 96 poços tipo PS

(fundo U) foram depositados 100 μl de inóculo, o qual que foi incubado por 2h sob

agitação (100 rpm a 37°C) em incubador de microplaca. Em seguida, a placa foi

lavada 3x com NaCl a 0,9% e foi adicionado 100 μl do óleo essencial diluído em

cada concentração testada (32 mg/ml a 0,03125 mg/ml). A placa contendo o inóculo

e óleo foi incubada por 24h a 37°C em estufa de aerobiose. Para o biofilme maduro,

na microplaca de 96 poços com fundo U foram depositados 100 μl de inóculo o qual

foi incubado por 24h. Posteriormente, a placa foi lavada 3x com NaCl a 0,9% e

foram adicionados 100 μl do óleo essencial diluído em cada concentração testada

(16 mg/ml a 0,0156 mg/ml). A placa foi incubada por 24h a 37°C em estufa de

aerobiose.

Para a análise da ação do óleo essencial sobre os tipos de biofilme, as

placas de biofilme em formação e de biofilme maduro foram, posteriormente à

Page 43: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

43

incubação, lavadas 3x com solução salina a 0,9%, a fim de remover as células

planctônicas presentes e o óleo essencial. Os biofilmes aderidos às placas foram

então corados com 80 μl de XTT (2,3-Bis(2-methoxy-4-nitro-5-sulfophenyl)-2H-

tetrazolium-5-carboxanilide) em cada poço para se determinar a viabilidade celular

dos biofimes tratados, devido ao XTT modificar sua coloração de amarela para

laranja em resposta à uma oxirredução sofrida na respiração celular. Após

incubação por 4h a 37ºC sobre abrigo da luz, os poços com atividade celular

adquiram coloração mais alaranjada, podendo ser quantificada a viabilidade celular

pela mensuração de sua densidade óptica em Espectrofotômetro de Microplaca a

490nm. Os ensaio foram feitos em três experimentos independentes.

4.8 Microscopia Eletrônica de Varredura dos tipos de biofilmes de C. albicans.

4.8.1 Preparo do inóculo

Os microrganismos cultivados em microtubos tipo eppendorf e ajustados

a 1x106 céls/ml foram préincubados conforme o biofilme em formação (2h) e o

biofilme maduro (24h) juntamente com seus respectivos grupos controles (sem

tratamento com o óleo essencial) como descrito anteriormente, sob aerobiose em

lâminas de vidro para MEV (BD Culture Slide) em duplicata.

4.8.2 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

Após a incubação prévia, as placas foram lavadas duas vezes com NaCl

0,9% e depois foram adicionados 300 ul de óleo essencial em 3 concentrações

distintas foram adicionadas ao biofilme em formação (1 mg/ml, 0,5 mg/ml e 0,250

mg/ml) e ao biofilme maduro (0,5 mg/ml, 1 mg/ml e 2 mg/ml). As lâminas com os

grupos testes (concentrações de óleo essencial) e o grupo controle (sem a ação do

óleo essencial) foram incubadas por 24h em aerobiose a 37ºC. Após 24h de

incubação, os poços das lâminas foram lavados com PBS (2x) e, em seguida, foi

adicionado 100 ul de glutaraldeído a 2% (v/v), por 30 minutos. As amostras foram

então desidratadas com banhos sequenciais de etanol, nas concentrações de 50%,

70%, 90% e etanol absoluto (2X). Posteriormente, as lâminas passaram pelo

processo de metalização com ouro, por 120s, em metalizador BAL-TEC SCD 050

Page 44: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

44

(Balzers Liechtensteis). A análise das imagens das amostras foi feita em Microscópio

Eletrônico de Varredura JSM-5600 Lv da JEOL (Tóquio, Japão), com aceleração de

15KV.

4.9 Ensaio de atividade antiproliferativa em células HaCat.

As células epiteliais utilizadas para este estudo são da linhagem celular

de queratinócitos normais humanos imortalizada, mas não transformada,

denominada HaCat. Estas células foram gentilmente doadas pelo Prof. Dr. Ricardo

Della Coletta, da Área de Patologia (FOP/UNICAMP), as quais foram cultivadas na

presença do óleo essencial testado para determinar se o mesmo apresenta efeito

antiproliferativo e até mesmo tóxico sobre elas.

Após serem reativadas e atingirem a confluência de 90%, as células

foram cultivadas com RPMI + 10% de SFB em placas de 96 poços e incubadas a

37ºC em estufa de CO2 (5%) por 24h. Após 24h, 100 ul de óleo essencial de P.

cattleyanum foi adicionado em concentrações de 32 mg/ml a 0,5 mg/ml e incubadas

por 48h a 37°C em estufa de CO2 (5%). Após esse período, as células foram fixadas

com 50 ul de Ácido Tricloroacético (TCA) a 50% e incubadas por 1h a 4ºC. Na

sequência, as placas foram lavadas com PBS (3x) e secas em temperatura

ambiente, para serem coradas com 50 ul da solução de Sulforrodamina B (SRB)

0,4% com ácido acético 1% por 60min a 4ºC, onde as proteínas da superfície celular

de células HaCat aderidas e biologicamente ativas se ligam à solução que passa a

corar as células.

Após a incubação as placas foram lavadas com Ácido Acético 1% para

retirada de ligações inespecíficas do corante e celular não aderidas e foi adicionado

100 ul de Trizma Base para a ressuspensão do corante anteriormente ligado às

proteínas de superfície celular. A leitura das placas foi feita em Espectrofotômetro de

Microplaca (530nm) para medir a densidade óptica. Foi utilizado como parâmetro

Dose Letal 50, como descrito previamente por Endo et al. (2010). Os ensaio foram

feitos em três experimentos independentes.

Page 45: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

45

4.10 Análise estatística

Para as avaliações comparativas foi utilizada a análise estatística ANOVA

um critério, variação Dunnett, bilateral (p<0,05), (Programa Biostat 5.0), onde a

porcentagem de crescimento do grupo controle (sem tratamento com óleo) foi

comparada individualmente com as porcentagens de crescimento dos grupos testes

representados pelas diferentes concentrações testadas do óleo essencial de P.

cattleyanum.

Page 46: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

46

5 RESULTADOS

5.1 Cromatografia Gasosa (CG)

A análise cromatográfica do óleo essencial das folhas de P. cattleyanum

detectou uma relação de compostos diversos e seus percentuais em uma amostra

de 100 ul de óleo (ANEXO C) (ANEXO D). Os compostos mais abundantes foram os

monoterpenos 1,4 - Cineol (33,19%) e Triciclene (27,05%), e o sesquiterpeno

Cariofileno (Z) (18,94%) (Tabela 1).

Tabela 1. Compostos do óleo essencial de Psidum cattleyanum var. lucidum

identificados por CG/EM.

Compostos de Psidium cattleyanum

var. lucidum

IR* %

1,4 – Cineol 1016 33.19%

Tricicleno 926 27.05%

Cariofileno (Z) 1404 18.94%

β - Pineno 980 5.49%

Butirato de Linalol 1422 4.41%

Ledol 1565 3.87%

β - Felandreno 1031 3.83%

α - Terpineol 1189 3.23%

PMR1 e outros2 - -

*Índice de Retenção;

1- Compostos sem identificação;

2- Compostos identificados, porém sem porcentagem definida: Sabineno,

Isosilvestreno, β - Ocimeno (Z), α - Acetato de Terpineol, β - Ocimeno (E) e α

– Cubeno.

Page 47: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

47

5.2 Atividade antifúngica do óleo essencial de P. cattleyanum, Nistatina e

Fluconazol em Candida spp. padrão e espécimes clínicos.

Tabela 2 - Concentração mínima inibitória e concentração fungicida mínima do óleo

essencial de P. cattleyanum, Nistatina e Fluconazol em Candida spp.

a: cepa padrão

b: cepas oriundas de amostras clínicas;

c: Fluconazol tem ação fungistática (CLSI, 2008);

* Intrisicamente resistente ao Fluconazol;

1 a 5: número de amostras clínicas testadas.

CIM: concentração inibitória mínina;

CFM: concentração fungicida mínima.

Candida spp.

Padrãoa e Clínicasb

P. cattleyanum Nistatina Fluconazolc

CIM CFM CIM CFM CIM

mg/ml µg/ml µg/ml

C. albicans 90028a 16 16 2 4 1,0

C. albicans 5314a 8 8 2 4 0,125

C. guilliermondi 566a 4 8 2 2 0,125

C. krusei 573a* 4 8 2 4 64

C. utilis 560a 0,5 2 0,5 4 0,5

C. rugosa 12a 4 8 0,5 4 0,5

C. lusitaniae 06a 4 4 2 4 0,125

C. glabrata 07a 8 16 2 4 0,125

C. dubliniensis 7987a 4 8 4 4 4

C. tropicalis 94a 8 16 2 8 0,250

C. albicans 562a 8 16 2 8 0,250

C. parapsilosis 604a 2 8 1 4 0,5

C. albicans 1b a 5b 16 16 4 8 0,06125

C. krusei 1b a 5b 8 16 4 4 2 1ª4 e 0,1255

C. tropicalis 1b a 5b 8 16 4 4 0,125

Page 48: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

48

O óleo essencial de P. cattleyanum apresentou ação antimicrobiana nas

espécies de Candida em estado planctônico, tanto nas espécies de referência

quanto nas espécies clínicas, entretanto, o desempenho antimicrobiano do óleo

essencial de P. cattleyanum não se mostrou superior aos antifúngicos Nistatina e

Fluconazol testados.

5.3 Análise de viabilidade celular nos tipos de biofilmes de Candida albicans

(SC5314) tratados com óleo essencial de P. cattleyanum.

Gráfico1 - Viabilidade celular do biofilme em formação.

*Significância estatística p<0,01 Teste ANOVA 1 critério, variação de Dunnett.

Comparado ao grupo não tratado, o biofilme de C. albicans em formação

submetido às diferentes concentrações do óleo essencial de P. cattleyanum (Gráfico

1) mostrou melhor controle da progressão do biofilme até a concentração de 0,250

mg/ml com 9,5% de viabilidade celular. A retomada de formação do biofilme é

observada a partir da concentração de 0,125 mg/ml onde ocorreu um aumento de

29,7 % de células viáveis em relação ao grupo controle, porém a progressão do

Page 49: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

49

biofilme se mostra ainda estatisticamente controlada até a última concentração

testada (p<0,01).

Gráfico2 - Viabilidade celular do biofilme maduro

*Significância estatística p<0,01 Teste ANOVA 1 critério, variação de Dunnett.

O biofilme maduro tratado com as diferentes concentrações do óleo

essencial de P. cattleyanum (Gráfico 2) apresentou controle do biofilme de Candida

albicans até a concentração de 1 mg/ml com viabilidade celular de 18,9% (p<0,01)

comparado ao controle, entretanto, uma baixa desorganização do biofilme maduro

foi observada a partir de 0,5 mg/ml com o aumento da viabilidade celular para

64,7%, sem diferença estatística ao controle.

Page 50: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

50

5.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (M.E.V.)

5.4.1 Biofilme em formação

Figura 3. Imagens de MEV do biofilme em formação de C. albicans SC5314 tratados com

diferentes concentrações do óleo de P. cattleyanum var. lucidum.

1Controle sem tratamento em aumento de 500x e 5000x (A);

2Concentrações testadas de P. cattleyanum no biofilme de C. albicans SC5314 em

aumento de 500x e 5000x em B (1mg/ml), C (0,5mg/ml) e D (0,250mg/ml).

Entre as concentrações testadas (1 mg/ml (B); 0,5 mg/ml (C); 0,250 mg/ml

(D)), as imagens da microscopia eletrônica em aumento de 500x do biofilme em

formação de C. albicans SC5314 exibem na coluna B (1 mg/ml) a maior diminuição

da densidade de hifas comparada ao grupo controle (A). Em aumento de 5000x, a

imagem com tratamento de 1 mg/ml (B) exibe a desorganização de hifas, ruptura do

A – Controle1

B – 1 mg/ml2 C – 0,5 mg/ml2 D – 0,250 mg/ml2

Page 51: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

51

envelope celular e extravasamento de conteúdo intracelular. Na imagem com

tratamento de 0,250 mg/ml (C) há desorganização de hifas e alteração da morfologia

das mesmas, mesmo com o restabelecimento da densidade de hifas do biofilme

(Figura 3).

5.4.2 Biofilme Maduro

Figura 4. Imagens de MEV do biofilme maduro de C. albicans SC5314 tratados

com diferentes concentrações do óleo de P. cattleyanum var. lucidum.

1Controle sem tratamento em aumento de 500x e 5000x (A);

2Concentrações testadas de P. cattleyanum no biofilme de C. albicans SC5314 em

aumento de 500x e 5000x em B (2mg/ml), C (1mg/ml) e D (0,5mg/ml).

No biofilme maduro (Figura 4), entre as concentrações testadas do

óleo de P. cattleyanum (2mg/ml (B); 1mg/ml (C); 0,5mg/ml (D), as imagens das

A - Controle1

C – 1 mg/ml2 D – 0,5 mg/ml2 B – 2 mg/ml2

Page 52: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

52

colonas B e C apresentaram colapso, estiramento e ruptura de hifas,

características essas pouco evidentes em D no aumento de 5000x, porém de

maneira geral, no aumento de 5000x ocorreu uma reestruturação do biofilme na

concentração de 0,5 mg/ml.

3.5 Ensaio de atividade antiproliferativa

Gráfico 3 - Atividade antiproliferativa do óleo de P. cattleyanum sobre

células HaCat.

# Sem diferença estatística ao grupo controle não tratado.

O ensaio de atividade antiproliferativa realizado em células HaCat

(Gráfico 3) incubadas nas concentrações do óleo essencial de P. cattleyanum

(32 mg/ml a 0,5 mg/ml) apresentaram proliferação celular das células HaCat

acima de 50% em todas as concentrações testadas (não apresentou IC50),

indicando baixa citotoxicidade.

Page 53: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

53

6 DISCUSSÃO

Devido aos efeitos colaterais dos compostos antimicrobianos sintéticos

e o aumento da resistência microbiana frente aos antimicrobianos comerciais

atuais, pesquisas com produtos naturais que incentivam a descoberta de

compostos ativos com propriedades antimicrobianas têm aumentado nas últimas

décadas, haja visto a ausência ou baixos efeitos tóxicos à saúde humana

(Bakkali et al., 2008) (Duarte et al., 2005).

O metabolismo secundário das plantas promove a produção de

compostos ativos que estão envolvidos em seu sistema defensivo a fim de se obter

adaptação a meios inóspitos, conferindo defesa contra insetos nocivos,

microrganismos e parasitas ambientais, além da atração de agentes polinizadores

para perpetuação das características da espécie. Estes metabólitos são extraídos de

diferentes modos e de diferentes partes da planta, mas compõem principalmente os

óleos essenciais e extratos produzidos com diferentes veículos.

A cromatografia gasosa do óleo das folhas de P. cattleyanum revelou

principalmente, quanto a sua constituição fitoquímica, a presença de três

terpernóides: 1,4 Cineol, Tricicleno e Cariofileno. A literatura relata que o 1,4 Cineol

e Tricicleno oriundos do óleo de P. cattleyanum apresentam ação antioxidante

(Faleiro et al.,2016), 1,4 Cineol e Cariofileno apresentam atividade analgésica

(Chavan et al., 2010). O Cariofileno, além de suas propriedades analgésicas

apresenta, atividade antitumoral (Park et al., 2011) e atividade antifúngica contra

dermatófitos (Yang et al., 2000).

Os demais compostos terpenóides encontrados, β –Pinene, Butirato de

Linalol, Ledol, β – Felandreno e α – Terpineol, foram identificados em baixa

porcentagem individualmente, totalizando 20,72% da amostra, de maneira que suas

atividades medicinais não possam ser consideradas tão efetivas, contudo, de

maneira geral, todos os compostos terpenóides são considerados agentes com

potencial antimicrobiano, pois apresentam baixo peso molecular e características

hidrofóbicas, permitindo assim, a incorporação desses composto à membrana

celular e, consequentemente, seu rompimento (Dalleau et al., 2008) (Zore et al.,

2011).

Page 54: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

54

Diferentes de nossos resultados onde o 1,4 Cineol e Tricleno foram os

mais abundantes compostos identificados, Chalannavar et al. (2012), em estudo que

caracterizou a constituição fitoquímica do Psidium cattleyanum var. lucidum por

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC-MS), demonstrou

que o principal composto terpenóide encontrado na planta cultivada na África do Sul

foi o Cariofileno que apresenta efeitos antitumorais e antimicrobianos em potencial.

O Cariofileno é presente em outras espécies do gênero Psidium, porém a sua

abundância em Psidium cattleyanum var. lucidum torna a espécie um alvo para mais

estudos de extração e purificação do Cariofileno, além de aumentar seu interesse

comercial.

Essa variação de resultados de constituição fitoquímica no teor e

composição do óleo podem ser atribuído a fatores relacionados ao ecotipo, fenófase

de coleta e ambiente de cultivo, incluindo temperatura, umidade relativa, irradiância

e fotoperíodo. No presente estudo, encontramos diferentes resultados ao

apresentados na literatura, podendo ser oriundas de diferentes fatores ambientais e

genéticos, diferentes quimiotipos e o estado nutricional das plantas, bem como

outros fatores que podem influenciar a composição. Estes resultados mostram que

P. cattleianum var. lucidum é uma espécie com notável variação fitoquímica

(Chalannavar et al., 2012).

Os extratos das folhas de Psidium cattleyanum são relatados na

literatura como detentores de ação antibacteriana bem caracterizada (Menezes et

al., 2010) (Brighenti et al., 2008), contudo o óleo essencial das folhas de Psidium

cattleyanum, tanto sua variedade de fruto amarelo (P. catteyanum var. lucidum

Hort.) e sua variedade vermelha (P. cattleyanum var. cattleyanum Sabine),

encontram seus efeitos antifúngicos relatados de maneira escassa na literatura,

sem parâmetros ideais para comparação de resultados, o que indica a

necessidade de maiores estudos que venham ampliar os conhecimentos em

relação a esses óleos.

A concentração inibitória mínima (CIM) do óleo essencial de P.

cattleyanum sobre as células planctônicas nas cepas padrão de Candida testadas e

nas espécies clínicas de C. albicans, C. krusei e C. tropicalis ocorreu entre 2 mg/ml a

16 mg/ml, com exceção da espécie ambiental C. utilis (0,5 mg/ml). Segundo os

Page 55: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

55

critérios que avaliam o potencial de aplicação sistêmica de drogas e fitoterápicos

descrito por Duarte et al. (2005) e Aligiannis et al. (2001) - que propõem que

concentrações inibitórias mínimas de drogas com até 0,5 mg/ml são consideradas

com portencial forte, de 0,55 a 1,5 mg/ml são consideradas com potencial

moderado e acima de 1,5 mg/ml são consideradas com potencial fraco - nossos

resultados demonstram um fraco potencial antifúngico para a aplicação sistêmica do

óleo P. cattleyanum sob células planctônicas de Candida spp. padrão, assim como

nos espécimes clínicos de C. albicans (16 mg/ml), C. krusei e C. tropicalis (ambas

8mg/ml), com exceção da espécie ambiental C. utilis cujo o CIM de 0,5 mg/ml é

considerado moderado. Portanto uma utilização sistêmica do óleo P. cattleyanum

nas altas concentrações de CIM apresentadas se demonstra inviável, porém não se

pode descartar sua utilização tópica como colutórios e sob o tratamento

antimicrobiano de próteses e superfícies.

A concentração fungicida mínima (CFM) do óleo essencial de P.

cattleyanum nas cepas padrão de Candida testadas apresentou-se entre 2 mg/ml a

16 mg/ml, sendo expressa em concentração superior ao CIM, com exceção das

cepas de C. albicans 90028 e C. albicans SC5314 cujo a concentração fungicida

mínima se iguala à mínima concentração inibitória (16 mg/ml e 8 mg/ml,

respectivamente). Nas cepas de origem clínica C. krusei e C. tropicalis apresentaram

CFM de 16 mg/ml e apenas C. albicans apresentou o CFM igual ao CIM (16 mg/ml).

Quando comparado ao antifúngico comercial testado, os resultados de

CIM do óleo essencial de P. cattleyanum foram menos eficientes aos demonstrados

pela Nistatina (0,5 µg/ml a 4 µg/ml) nas Candida spp. testadas, onde o perfil

fungicida (CFM) variou de 2 µg/ml a 8 µg/ml entre as cepas de referência e de 4

µg/ml a 8 µg/ml entre as espécies clínicas. O antifúngico Fluconazol apresentou

menores CIMs nas cepas padrão (0,0125 µg/ml a 4 µg/ml) e nas cepas clínicas

(0,06125 µg/ml e 0,125 µg/m) comparadas às CIMs do óleo de P. cattleyanum e

Nistatina nas cepas padrão e cepas clínicas.

Mesmo apresentando valores de CIMs em concentrações acima aos

valores de CIMs do antifúngico comercial, o óleo essencial das folhas de P.

cattleyanum não pode ser descartado como fonte de moléculas com atividade

antimicrobiana, visto que muitos de seus compostos constituintes podem agir de

Page 56: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

56

maneira sinérgica e até mesmo antagônicas entre si, diminuindo sua ação

antimicrobiana. Em estudos com compostos oriundos de plantas medicinais, outro

aspecto a ser levantado é que um composto ou óleo que apresente atividade

antimicrobiana fraca sobre células planctônicas possa ser utilizado como

componente adjuvante à antimicrobianos comercias (GIbbons, et al, 2005), além

também de poder apresentar ação contra fatores de virulência, como por exemplo,

combater a capacidade de formar biofilmes em superfícies bióticas e abióticas, ação

essa diretamente relacionada à resistência a antifúngicos (Aligiannis et al., 2001).

Biofilmes são um habitat protegido para microrganismos, onde eles estão

seguros do tratamento antimicrobiano, criando assim uma fonte de infecção

persistente e muitas vezes refratárias ao tratamento. Ramage et al., 2001, em

estudo que avaliou a capacidade de formação de biofime de C. albicans, verificou

que um biofilme em suas etapas iniciais de estruturação (biofilme em formação) se

estabele em 2h de incubação e que em 24h de incubação um biofilme maduro já se

encontra estabelecido, porém as propriedades adesivas de C. albicans e,

consequentemente sua virulência, se apresentam diferentes entre as cepas (Vargas

et al., 1994).

Nos ensaios de viabilidade celular do biofilme em formação e do biofilme

maduro de Candida albicans SC5314, mesmo baixas concentrações do óleo testado

alteraram a estrutura de ambos os tipos de biofilmes (0,250 mg/ml para o em

formação e 1 mg/ml para o maduro) indicando que o óleo das folhas de P.

cattleyanum apresenta atividade antibiofilme de Candida. Esta atividade antibiofime

foi observada por Brighenti et al., 2012, porém em ensaio com o extrato

hidroalcoólico de P. catteyanum sob o biofilme de S. mutans - no qual ocorreu a

redução da produção de polissacarídeos extracelulares causando assim, a redução

da matriz extracelular do biofilme de S. mutans - essa redução, segundo os autores,

sugere ser proveniente da inibição da ação de glicosiltransferases.

Ao analisarmos as imagens de MEV que apresentaram modificações da

estrutura do biofilme causadas pelo tratamento com o óleo de P. cattleyanum, foram

observadas rupturas do envoltório celular, deformidades na superfície das hifas e

diminuição da densidade do biofilme (diminuição do hifamento) nas concentrações

do óleo em que houve melhor controle da progressão/estruturação do biofilme. Esta

Page 57: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

57

desestruturação do biofilme apresentada nas imagens de MEV sugerem que o óleo

essencial de P. cattleyanum possa atingir estruturas da superfície celular pela

inibição da ação de glucosiltransferases e até mesmo pela redução de expressão de

genes de fatores de virulência ligados à produção de glucanos e matriz extracelular

de leveduras, assim como o extrato hidroalcoólico apresentou atividade antibiofilme

de S. mutans (Brighenti et al., 2012).

É sábido pelos conhecimentos já obtidos em relação ao desenvolvimento

da estrutura do biofilme, que após a fase de adesão às células do hospedeiro ou

superfícies, a Candida albicans prolifera formando microcolônias e começam a

produzir a matriz extracelular. Neste momento, a fim de se evitar uma

superpopulação e modular a formação do biofilme, surge a ação de mecanismos de

comunicação intercelulares (Quorum sensing) que promovem a expressão

diferencial de genes. Esses genes são responsáveis na transição de leveduras para

hifas, na arquitetura da parede celular e na coesividade do biofilme dada pela matriz,

promovendo um crescimento tridimensional da comunidade (Santana et al., 2013).

O biofilme confere à comunidade microbiana maior resistência às drogas,

contudo em nosso estudo o óleo essencial das folhas de P. cattleyanum apresentou

melhor eficácia contra o biofilme de C. albicans comparado ao seu efeito

antimicrobiano considerado fraco sob células planctônicas de C. albicans. A esse

fato consideramos que o desempenho antimicrobriano superior do óleo de P.

cattleyanum sobre os tipos de biofilmes testados, sugere que a ação antimicrobiana

conhecida dos terpenos (Zore et al., 2011) presentes no óleo possivelmente foi

potencializada por um ação de compostos autoreguladores do biofilme, que

passaram a interferir na comunicação intercelular no mesmo, promovendo a

diminuição de sua densidade.

Além da ação antimicrobiana e antibiofilme, o óleo de Psidium

cattlleyanum no ensaio de atividade antiproliferativa das células epiteliais humanas

HaCat, em todas as concentrações testadas (32 mg/ml a 0,5 mg/ml), não apresentou

IC50, ou seja, foi identificado um aumento na proliferação celular em todas as

concentrações acima de 50%, o que sugere que adicionalmente à atividade

anticandida o óleo das folhas de P. cattleyanum var. lucidum apresente também uma

atividade proliferativa em queratinócitos, caracterizando uma baixa citotoxicidade.

Page 58: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

58

Baghla et al., 2013, estudando o poder de cicatrização e reparação

tecidual do extrato aquoso de Psidium quajava, uma outra espécie do gênero

Psidium, verificaram que Psidium quajava apresenta atividade antioxidante potente

por inibir a peroxidação lipídica e aumentar a atividade da Superóxido Dismutase

(SOD) e Catalase, além de diminuir o período o de re-epitelização de feridas em

ratos ao promover contração da ferida e aumento da resistência à tração. Assim, a

atividade de cicatrização de feridas pode ser devido à potente atividade de

eliminação de radicais livres causada pelos compostos de Psidium guajava, poder

esse que sugere estender-se aos compostos com ação antioxidante de Psidium

cattleyanum, que sobre as células HaCat podem estar atuando como agentes

antioxidantes a ponto de favorecer o aumento de proliferação celular, contudo

estudos que verifique o potencial antioxidante do óleo testado ainda são

necessários.

Os resultados da presente investigação vão de encontro aos efeitos

relatados pela medicina popular descrita para o Araçá-amarelo (Psdium cattleyanum

var. lucidum), assim como corroboram com os estudo científicos que comprovam

seus efeitos antimicrobianos. Portanto, estudos com óleos essenciais e extratos de

plantas medicinais que caracterizem cientificamente seus efeitos medicinais e sua

composição fitoquímica devem ser incentivados com o intuito de se propor futuras

alternativas clínicas de substâncias/compostos para o combate clínico de infeções,

bem como para o controle de crescimento de microrganismos e tratamento de

superfície como ação preventiva e profilática ao desenvolvimento de biofilme, com o

objetivo de que no futuro, possam ser aplicados na área da saúde de maneira

economicamente viável.

Page 59: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

59

7 CONCLUSÃO

O OE das folhas de Psidium cattleyanum é biologicamente ativo de

maneira dose dependente contra as Candida spp. testadas em estado

planctônico.

O OE das folhas de Psidium cattleyanum é biologicamente ativo nos

biofilmes em formação e maduro de C. albicans, controlando a progressão do

biofilme e causando a desestruturação do mesmo, respectivamente.

O OE das folhas de Psidium cattleyanum atua em C. albicans,

rompendo a integridade do envoltório celular e modulando a produção de hifas

nos biofilmes testados, sugerindo potencial ação regulatória quorum sensing.

O OE das folhas de Psidium cattleyanum é considerado de baixa

citotoxicidade em células HaCat por não ter apresentado IC50.

Page 60: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

60

REFERÊNCIAS

1. Albuquerque P, Casadevall A. Quorum sensing in fungi – a review. Medical

mycology. 2012;50(4):337-345.

2. Aligiannis N, Kalpoutzakis E, Mitaku S, Chinou IB. Composition and antimicrobial

activity of the essential oils of two origanum species. J. Agric. Food Chem. 2001;

49:4168-4170.

3. Alonso-Valle H, Acha O, García-Palomo JD, Fariñas-Alvarez C, Fernández-

Mazarrasa C, Fariñas MC. Candidemia in a tertiary care hospital: epidemiology

and factors influencing mortality. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 2003;22(4):254-

257.

4. Alvarenga FQ, Mota BC, Leite MN, Fonseca JM, Oliveira DA, Royo Vde A, Silva

ML, Esperandim V, Borges A, Laurentiz RS. In vivo analgesic activity, toxicity

and phytochemical screening of the hydroalcoholic extract from the leaves of

Psidium cattleianum Sabine. J Ethnopharmacol. 2013;150(1):280-284.

5. Amoroso MCM. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais.

In: Di Stasi LC. Plantas medicinais: arte e ciência. São Paulo; 1996. p.47-68.

6. Angelo PM, Jorge J. Compostos fenólicos em alimentos – uma breve revisão.

Revista Instituto Adolfo Lutz. 2007;66(1):232-240.

7. Baghla Ad, Agarwal K, Verma R, Nanda D. Wound healing effect of the aqueous

extract of the leaves of Psidium guajava linn. Int J Chem and Life Science.

2013;02(03):1104-1106.

8. Bakkali FS, Averbeck S, Averbeck D, Idaomar M. Biological effects of

essential oils – a review. Food and Chemical Toxicology. 2008;46(2):446–

475.

De acordo com as normas da UNICAMP/FOP, baseadas na padronização do International Committee of Medical

Journal Editors - Vancouver Group. Abreviatura dos periódicos em conformidade com o PubMed.

Page 61: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

61

9. Barbeau J, Séguin J, Goulet JP, De Koninck L, Avon SL, Lalonde B, Rompré P,

Deslauriers N. Reassessing the presence of candida albicans in denture-related

stomatitis. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2003;95(1):51-59.

10. Biegelmeyer R, Andrade JMM, Aboy AL, Apel MA, Dresch RR, Marin R, Raseira

MCB, Henriques AT. Comparative Analysis of the chemical composition and

antioxidant activity of red (Psidium cattleianum) and yellow (Psidium cattleianum

var. lucidum) strawberry guava fruit. Journal of Food Science. 2011;76(7):991-

996.

11. Boscolo OH, Senna Valle, L. Plantas de uso medicinal em Quissamã, Rio de

Janeiro, Brasil. Iheringia, Série Botânica. 2008;63(2):263-277.

12. Brighenti FL, Gaetti-Jardim E Jr, Danelon M, Evangelista GV, Delbem AC. Effect

of Psidium cattleianum leaf extract on enamel demineralisation and dental biofilm

composition in situ. Arch Oral Biol. 2012;57(8):1034-40.

13. Brighenti FL, Luppens SBI, Delbem ACB, Deng DM, Hoogenkamp MA, Gaetti-

Jardim Jr. E, Dekker HL, Crielaard W, ten Cate JM. Effect of Psidium cattleianum

leaf extract on Streptococcus mutans viability, protein expression and acid

production. Caries Res. 2008;42:148–154.

14. Burt S. Essential oils: theirs antibacterial properties and potencial applications in

foods a review. International Jounal of Microbiology. 2004;94(3):223-253.

15. Calderone RA, Fonziwa WA. Virulence factors of C. albicans. Trends Microbiol.,

Cambridge, 2001;9:327-335.

16. Calderoni RA, Fonzi WA. Virulence factors of Candida albicans. Trends in

Microbiol. 2001;9:327-35.

17. Cars, O. et al., Antibiotic resistance - the need for global solutions. The Lancet

Infectious Diseases. 2013;13(12):1057–1098.

18. Cavassani VGS, Sobrinho JA, Homem MGN, Rapoport A. Candidíase oral como

marcador de prognóstico em pacientes portadores do HIV. Rev Bras

Otorrinolaringol. 2002;68(5):630-634.

Page 62: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

62

19. Chalannavar RK, Narayanaswamy VK, Baijnath H, Odhav B. Chemical

composition of essential oil of Psidium cattleianum var. lucidum (Myrtaceae)

African Journal of Biotechnology 2012l;11(33):8341-8347.

20. Chandra, J. et al. Biofilm formation by the fungal pathogen Candida albicans:

Development, Architecture, and Drug Resistance. Journal of Bacteriology.

2001;183(18):5385-5394.

21. Chavan MJ, Wakte PS, Shinde DB (2010). Analgesic and antiinflammtory activity

of caryophyllene oxide from Annona squamosa. L. bark. Phytomedicine 17:149-

151.

22. CLSI. Método de referência para testes de diluição em caldo para determinação

da sensibilidade a terapia antifúngica das leveduras; Norma Aprovada – Terceira

Edição. Norma M27-A3. 2008.

23. Correa PM. Dicionário das plastas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio

de Janeiro: Imprensa Nacional, 1926:140-144.

24. Dalleau S, Cateau E, Bergès T, Berjeaud JM, Imbert C. In vitro activity of

terpenes against Candida biofilms. International Journal of Antimicrobial Agents.

2008;31:572–576.

25. Desoti VC, Maldaner CL, Carletto MS, Heinz AA, Coelho MS, Piati D, Tiuman,

TS. Triagem fitoquímica e avaliação das atividades antimicrobiana e citotóxica

de plantas medicinais nativas da região oeste do estado do Paraná. Arquivos de

Ciências da Saúde. 2011;15(1):3-13.

26. Doi AM, Pignatari ACC, Edmond MB, Marra AR, Camargo LFA, Siqueira RA, et

al. Epidemiology and microbiologic characterization of nosocomial candidemia

from a brazilian national surveillance program. PLoS One. 2016;11(1):1-9.

27. Duarte MCT, Figueira GM, Sartoratto A, Rehder VLG, Delarmelina C. Anti-

Candida activity of brazilian medicinal plants. J Ethnopharmacol. 2005

Fevereiro;97(2):305–11.

Page 63: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

63

28. Endo EH, Cortez DAG, Ueda-Nakamura T, Nakamura CV, Dias Filho BD, Potent

Antifungal activity of extracts and pure compound isolated from pomegranate

peels and synergism with fluconazole against Candida albicans. Res Microbiol.

2010;161:534-40.

29. Faleiro JH, Gonçalves RC, Santos MNG, Silva DP, Naves PLFN, Malafaia G.

The chemical featuring, toxicity, and antimicrobial activity of Psidium

cattleianum (Myrtaceae) leaves. New Journal of Science. July 2016;1-8.

30. Fetter MR, Vizzotto M, Corbelini DD, Gonzalez TN. Propriedades funcionais

de araçá-amarelo, araçá-vermelho (Psidium cattleyanum Sabine) e araçá-

pera (P. acutangulum D.C.) cultivados em Pelotas/RS. Braz. J. Food

Technol. 2010;92:95.

31. Finkel JS, Mitchell AP. Genetic control of Candida albicans biofilm development.

Nat Rev Microbiol. 2011;9:109–118.

32. Frazon RC, Campos LZO, Proença CEB, Sousa-Silva JC. Araçás do gênero

Psidium: principais espécies, ocorrência, descrição e usos. Documentos

266/Embrapa Cerrados. 2009:1-48.

33. Gaetti-Jardim Júnior E, Landucci LF, Gaetti-Jardim EC, Sangalli J, Sousa FRN.

Atividade inibitória de extratos do cerrado brasileiro sobre microrganismos

anaeróbios e associados a infecções nosocomiais. R Bras Ci Saúde.

2009;13(2):43-52.

34. Ghannoum MA, Jurevic RJ, Mukherjee PK, Cui F, Sikaroodi M. Naqvi A, Gillevet

PM. Characterization of the oral fungal microbiome (Mycobiome) in healthy

individuals. PLoS Pathog. 2010;6(1):1-8.

35. Gibbons S. Plants as a source of bacterial resistance modulators and anti-

infective agents. Phytochemistry Reviews. 2005;4:63–78.

36. Giraldi M, Hanazaki N. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais no

Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta bot. bras. 2010;24(2): 395-

406.

Page 64: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

64

37. Gobbo-Neto L, Lopes NP. Plantas medicinais: fatores de influência no

conteúdo de metabólitos secundários. Quimica Nova. 2007;30(2):374-387.

38. Hall RA, Turner KJ, Chaloupka J, Cottier F, De Sordi L, Sanglard D, Levin LR,

Buck J, Mu¨hlschlegel FA. The quorum-sensing molecules farnesol/homoserine

lactone and dodecanol operate via distinct modes of action in Candida albicans.

Eukaryotic Cell. 2011;10(8):1034–1042.

39. Hinrichsen SL, Falcão E, Vilella TAS, Colombo AL, Nucci M, Moura L, Rêgo L,

Lira C, Almeida L. Candidemia em hospital terciário do nordeste do Brasil.

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 2008;41(4):394-398.

40. Hiramatsu, K. Vancomycin-resistant Staphylococcus aureus: a new model of

antibiotic resistance. The Lancet Infectious Diseases. 2001;1(3):147–155.

41. Holetz FB, Pessini GL, Sanches NR, Cortez DAG, Nakamura CV, Filho BPD.

Screening of some plants used in the brazilian folk medicine for the treatment

of infectious diseases. Mem Inst Oswaldo Cruz. 2002;97(7):1027-1031.

42. Jaiarj P, Khoohaswan P, Wongkrajang Y, Peungvicha P, Suriyawong P,

Saraya ML. Anticough and antimicrobial activities of Psidium guajava Linn.

leaf extract. J Ethnopharmacol. 1999;67:203-212.

43. Jayatilake JA, Samaranayake YH, Cheung LK, Samaranayake LP. Quantitative

evaluation of tissue invasion by wild type, hyphal and SAP mutants of Candida

albicans, and non-albicans Candida species in reconstituted human oral

epithelium. J Oral Pathol Med. 2006;35:484–491.

44. Jebashree HS, Kingsley SJ, Sathish ES, Devapriya D. Antimicrobial activity of

few medicinal plants against clinically isolated human cariogenic pathogens—

an in vitro study. International Scholarly Research Network. 2011:1-6

45. Jenkinson HF, Lamont RJ. Oral microbial communities in sickness and in Health.

Trends Microbiol. 2005;13: 589–595.

46. Jeon J-G, Pandit S, Xiao J, et al. Influences of trans-farnesol, a membrane-

targeting sesquiterpenoid, on Streptococcus mutans physiology and survival

Page 65: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

65

within mixed-species oral biofilms. International Journal of Oral Science.

2011;3(2):98-106.

47. Johnson, EM, Warnock DW, Luker J, Porter SR, Scully, C. Emergence of

azole drug resistance in Candida species from hiv-infected patients receiving

prolonged fluconazole therapy fororal candidosis. J Antimicrob Chemother.

1995;(35):103–14.

48. Jun NJ, Mosaddik A, Moon J-Y, Jang K-C, Lee D-S, Ahn KS, Cho SK. Cytotoxic

activity of β-Caryophyllene oxide isolated from jeju guava (Psidium cattleianum

Sabine) leaf. Rec Nat.Prod. 2011;5:242–246.

49. Kabra P, Loomba K, Krishna SK, Majumdar DSP, Kumar N. medicinal plants in

the treatment of dental caries. Asian Journal of Oral Health & Allied Sciences.

2012;2 (1)1-6.

50. Khan MSA, Zahin M, Hasan S, Husain FM, Ahmad I. Inhibition of quorum

sensing regulated bacterial functions by plant essential oils with special reference

to clove oil. Letters in Applied Microbiology. 2009;49:354–360.

51. Koba K, Matsouka A, Osada K, Huang Y. Effect of loquat (Eriobotrya

japonica) extracts on LDL oxidation. Food Chemistry. 2007;104(1):308-316.

52. Lozoya X, Meckes M, Aboud-Zaid M, Tortoriello J, Nozzolillo C, Amason J.T.

Quercetin glycosides in Psidium Guajava leaves and determination of

spasmolytic principle. Arch Med Res. 1994; 25:11-15.

53. Marques FA, Wendler EP, Maia BHLN, Coffani-Nunes JV, Campana J,

Guerrero Jr. PG. Volatile oil of Psidium cattleianum Sabine from brazilian

atlantic forest. Journal of Essential Oil Research. 2011;20(6):519-520.

54. Mathé L, Van Dijck P. Recent insights into Candida albicans biofilm resistance

mechanisms. Curr Genet. 2013 Nov;59(4):251-64.

55. Mattos JR. Frutos indígenas comestíveis do Rio Grande do Su. Porto Alegre:

Secretaria da Agricultura. 1978:1-31.

Page 66: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

66

56. Medina AL, Haas LIR, Chaves FC, Salvador M, Zambiazi RC, da Silva WP,

Nora L, Rombaldi CV. Araca (Psidium cattleianum Sabine) fruit extracts with

antioxidant and antimicrobial activities and antiproliferative effect on human

cancer cells. Food Chem. 2011;128:916–922.

57. Menezes TEC, Delbem ACB, Brighenti FL, Okamoto AC, Gaetti-Jardim Jr

E(2010). Protective efficacy of Psidium cattleianum and Myracrodruon urundeuva

aqueous extracts against caries development in rats. Pharm. Biol. 48:300-305.

58. Müller NTG, Fasolo D, Bertê R, Ely CV, Holz DT. Análise fitoquímica das folhas

de Myrtaceae: Psidium cattleianum SABINE e Campomanesia guazumaefolia

(CAMB.) Berg. Vivências. 2012;8(14):65-71.

59. Nobile CJ, Johnson AD. Candida albicans biofilms and human disease. Annu.

Rev. Microbiol. 2015.69:71–92.

60. Park K-R, Nama D, Yun H-M, Lee S-G, Jang H-J, Sethi G, Cho SK, Ahn KS.

Caryophyllene oxide inhibits growth and induces apoptosis through the

suppression of PI3K/AKT/mTOR/S6K1 pathways and ROS-mediated MAPKs

activation. Cancer Letters. 2011;312:178–188.

61. Paroul N, Mossi AJ, Cansian RL, Emmerich D, Faggion A, Scoloski E, Liotto

FR, Rovani AC, Filla J, Munik R. Caracterização química e atividade

antimicrobiana do óleo essencial de Psidium Cattleianum (Araça-Do-Campo).

In: 30 Reunião anual da SBQ, Águas de Lindóia, 2007.

62. Pierce CG, Uppuluri P, Tristan AR, Wormley FLJr, Mowat E, Ramage G., et al. A

simple and reproducible 96-well plate-based method for the formation of fungal

biofilms and its application to antifungal susceptibility testing. Nat. Protoc.

(2008);3:1494–1500.

63. Prestes LS, Schuch LFD, Alves GH, Santos MAZ, Rodrigues MRA, Meireles M

CA. Evaluación de la actividad bactericida de aceites esenciales de hojas de

guayabo, pitango y arazá. Revista Cubana de Plantas Medicinales, 2011;16(4):

324-330.

Page 67: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

67

64. Ramage G, Vande-Walle K, Wickes B L, López-Ribot, Jl. Standardized method

for in vitro antifungal susceptibility testing of Candida albicans biofilms.

Antimicrobial Agents and Chemotherapy. 2001;45(9):2475–2479.

65. Ramage G. & López-Ribot J. L. Techniques for antifungal susceptibility testing of

Candida albicans biofilms. Methods Mol Med. 2005;118:71–79.

66. Ramage, G. et al. Candida Biofilms: an update. American Society for

Microbiology. 2005 Apri;4(4);633-638.

67. Rocha LD, Preussler KH, Pegorini F, de Farias V, Maranho LT. Estudo

anatômico comparativo da casca do caule do araçá-amarelo e araçá-vermelho,

Psidium cattleianum Sabine, Myrtaceae. Acta Bot Bras. 2008;22(4):1114–22.

68. Ruhnke M, Schmidt-Westhausen A, Morschhauser J. Development of resistance

to fluconazole in Candida albicans and Candida dubliniensis in a patient with

AIDS. J Antimicrob Chemother. 2000;46:291-5.

69. Santana DP, Ribeiro EL, Menezes ACS, Naves PLF. Novas abordagens

sobre os fatores de virulência de Candida albicans. Rev. Ciênc. Méd. Biol.,

Salvador mai./ago 2013;12(2):229-233.

70. Siani AC, Sampaio ALF, Souza MC, Henriques M, Ramos MFS. Óleos

essenciais: potencial anti-inflamatório. Revista Biotecnologia Ciência &

Desenvolvimento. 2000;3(16):38-43.

71. Silva, W. J.; Seneviratne, J.; Samaranayake, L.P.; Del Bel Cury, A.A. Bioactivity

and architecture of Candida albicans biofilms developed on poly(methyl

methacrylate) resin surface. Journal of Biomedical Materials Research B: Applied

Biomaterials. 2010;94:149-156.

72. Simões CMO, Spitzer V. Óleos Voláteis. In: Simões CMO et al. Farmacognosia:

da planta ao medicamento 5.ed. Porto Alegre / Florianópolis:

Universidade/UFRGS. 2004:247-262.

Page 68: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

68

73. Smullen J, Koutsou GA, Foster HA, Zumbe A, Storey DM. The antibacterial

activity of plant extracts containing polyphenols against Streptococcus

mutans. Caries Research. 2007;41(5):342–349.

74. Tavares, W. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 2.ed. São

Paulo: Atheneu, 1999.

75. Tobudic, S., Kratzer, C., Lassnigg, A., Graninger, W. & Presterl, E.). In vitro

activity of antifungal combinations against Candida albicans biofilms. J.

Antimicrob Chemother. 2011;65:271–274.

76. Tsui C, Kong EF, Jabra-Rizk MA. Pathogenesis of Candida albicans biofilm.

Pathog Dis. 2016;74(4):18.

77. Urizar JMA. Candidíasis orales. Rev. Iberoam. Micol., Barcelona. 2002;19:17-

21.

78. Valle GC, Rende JC, Okura MH. Estudo da Incidência do Gênero Candida em

Hospital Público Universitário. NewsLab., São Paulo. 2010;17(101):202-222.

79. Vandeputte P, Ferrari S, Coste AT. Antifungal resistance and new strategies to

control fungal infections. International Journal of Microbiology. 2012:20-6.

80. Vendruscolo GS, Mentz L A. Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas

como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio

Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica. 2006.61(1):83-103.

81. Verstrepen KJ, Klis FM. Flocculation, adhesion and biofilm formation in yeasts.

Mol Microbiol. 2006 Apr;60(1):5-15.

82. Verstrepen KJ, Reynolds TB, Fink GR. Origins of variation in the fungal cell

surface Nature Reviews Microbiology. 2004 July;2:533-540.

83. Wille GMFC. Desenvolvimento de tecnologia para a fabricação de doce em

massa com araçá-pêra (Psidium acutangulum D. C.) para o pequeno produtor.

Ciência e Agrotecnologia, Lavras 2004;28(6):1360-1366.

Page 69: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

69

84. World Health Organization. Who policy perspectives on medicines: traditional

medicine – growing needs and potential. Geneva. 2002;(2):1- 6.

85. World Health Organization. World Health Organization encourages traditional

medicine in the third world. Dev Dir. 1979;2(4):16.

86. Yang D, Michel L, Chaumont JP, Clerc JM. Use of caryophyllene oxide as an

antifungal agent in an in vitro experimental model of onychomycosis.

Mycopathologia. 2000;148:79-82.

87. Zore GB, Thakre AD, Jadhav S, Karuppayil SM. Terpenoids inhibit Candida

albicans growth by affecting membrane integrity and arrest of cell cycle.

Phytomedicine. 2011;18(13):1181-90.

Page 70: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

70

ANEXO 1

Page 71: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

71

Page 72: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

72

Page 73: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

73

Page 74: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

74

Page 75: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

75

Anexo 2

Page 76: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

76

ANEXO 3 - Representação dos Picos cromatográficos do óleo essencial de Psidium cattleyanum. Análise realizada através de Cromatografia gasosa em aparelho com espectrometria de massas.

Page 77: MARCELLE MARIE BUSO RAMOS ATIVIDADE ... irmã Michelle e meu avô João Buso. Morre a matéria mas o espírito vive. Obrigada pela proteção e constante exemplo. Ao companheiro e

77

ANEXO 4 - Compostos, Índices de Retenção e suas porcentagens identificados no óleo essencial de Psidium cattleyanum através de Cromatografia Gasosa em aparelho com Espectrometria de Massas (CG/EM).