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51 O equipamento utilizado foi o microscópio de força atômica (AFM)
Shimadzu SPM9700 no modo contato instalado no LFFPP do ICTE da UFTM e
a rugosidade calculada, a partir das imagens, com o software Shimadzu Manager
V.4.01.O equipamento pode ser visualizado nas figuras 22a 22b e as
especificações técnicas na tabela 3.
Figura 22 - Shimadzu SPM9700 (a) partes do equipamento, (b) foto no LFFPP
(a)
Fonte: catalogo do equipamento
(b)
Fonte: elaborada pelo autor
52 Tabela 3 � especificações técnicas do AFM Shimadzu SPM9700
Especificação Descrição
Faixa de varredura máxima (x, y,z) Standard scanner X and Y: 30 "m Z: 5 "m
Tamanho de amostra maximo Max.: 24 mm dia. × 8 mm
Resolução X, y- 0,2 nm
Z � 0,01 nm
Modos de observação
padrão: Contact, Dynamic, Phase Lateral
Force (LFM), Force Modulation
opcional: Magnetic Force (MFM), Current
Surface, Potential (KFM)
Fonte: catálogo do equipamento
As medidas de rugosidade e morfologia foram analisadas em 12
amostras, sendo um grupo de quatro amostras para cada um dos três tipos de
filme metálico produzidos. Em cada grupo foram medidas quatro rugosidades e
avaliadas morfologias diferentes para cada valor de espessura dos filmes. No
item 4.1 são apresentados os resultados e as imagens tridimensionais da
rugosidade e morfologia dos filmes analisados.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para comprovar a o funcionamento adequado da fonte quatro amostras
dos materiais Aço inox 304, cobre e tungsténio foram produzidas e analisadas.
Serão apresentadas as medidas de espessura, resistência, resistência de folha,
resistividade e rugosidade para cada uma das amostras. Uma discussão será
realizada a respeito do comportamento da resistividade em função da espessura.
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4.1. ANALISE DAS AMOSTRAS DE FILMES PRODUZIDOS
4.1.1. Aço inoxidável 304
Na tabela 4 estão apresentados os valores das medidas de espessura,
rugosidade e resistência nos filmes de aço inoxidável 304. As medidas foram
obtidas pelas técnicas de medição de perfilometria, método das quatro pontas e
microscopia de força atômica, já descritas anteriormente. Serão apresentadas
também, a resistência de folha e a resistividade, por meio de cálculos, cujas
equações foram apresentadas em secções anteriores. Na figura 23 apresenta-
se a variação da resistividade em função da espessura.
Para o gráfico da figura 23, é possível observar que há para pequenas
espessuras a resistividade do filme de aço inoxidável 304 (AI) aumenta
consideravelmente. Este efeito se deve provavelmente a dois fatores, sendo
eles, o efeito do tamanho dos grãos que formam o filme bem como o efeito da
espessura de oxido formado quando os filmes são expostos à atmosfera. Para
valores maiores de espessura, é possível notar que o valor da resistividade tende
ao valor de resistividade do aço inoxidável 304 encontrado na literatura que é de
3,83x10-8 .m!(Moleda, Fontana, limberger, & Silva, 2010).
Tabela 4- Medidas dos filmes de aço inoxidável 304
Filmes de aço inoxidável 304
Amostra
Espessura
(nm)
Resistência
( )
Resistência
de folha
( /!)
Resistividade
( .m)
Rugosidade
(nm)
AI01 70,0±2,7 2,322±0,076 10,520±0,343 7,4±0,4 x 10-7 1,2
AI02 56,8±3,9 3,798±0,089 17,207±0,402 9,8±0,7 x 10-7 0,7
AI03 47,0±3,8 24,466±1,652 110,833±7,483 5,2±0,5 x 10-6 0,5
AI04 26,3±2,0 1039,730±130,859 4710,042±588,250 1,2±0,2 x 10-4 0,4
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Figura 23- Variação da resistividade em função da espessura para as amostras de aço
inoxidável 304. A linha que liga os pontos do gráfico possui mera função de orientação visual e não
representa uma linha de tendência.
Fonte: elaborada pelo autor
4.1.1.1. Medidas de morfologia de superfície para o aço inoxidável
304
Nas figuras 24 a 27 são apresentadas as características morfológicas dos
filmes de aço inoxidável 304 obtidas através do microscópio de força atômica,
usando o modo contato. É possível observar pelas figuras que não se pode
estabelecer uma relação entre a espessura dos filmes e a variação em Z de cada
amostra. No caso do filme da figura 24 com espessura de 70,04 nm Z varia de 0
a 20 nm e no filme da figura 25 de 56,76 nm Z varia de 0 a 9,4 nm. No filme da
figura 26 de espessura 46,96 nm Z varia de 0 a 8,25 nm e no filme da figura 27
de 26,33 nm Z varia de 0 a 7,24 nm. A análise aprofundada desse
comportamento não é o foco deste trabalho, mas os dados obtidos podem servir
a estudos futuros.
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Figura 24 -Morfologia da amostra 1 de aço inoxidável 304, espessura de 70,04 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 25 - Morfologia da amostra 2 de aço inoxidável 304, espessura de 56,76 nm
Fonte: elaborada pelo autor
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Figura 26 -Morfologia da amostra 3 de aço inoxidável 304, espessura de 46,96 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 27 - Morfologia da amostra 4 de aço inoxidável 304, espessura de 26,33 nm
Fonte: elaborada pelo autor
57 4.1.2. Cobre
Na tabela 5 estão apresentados os valores das medidas de espessura,
rugosidade e resistência nos filmes de cobre. Da mesma forma que nas medidas
dos filmes de aço inoxidável 304, as medidas para o cobre foram obtidas pelas
técnicas de medição de perfilometria, método das quatro pontas e microscopia
de força atômica, já descritas anteriormente.
Tabela 5- medidas dos filmes de cobre
Filmes de cobre
Amostra
Espessura
(nm)
Resistência
( )
Resistência
de folha
( /!)
Resistividade
( .m)
Rugosidade
(nm)
Cu01 156,0±9,7 0,078±0,002 0,355±0,008 5,5±0,4 x 10-8 0,2
Cu02 138,7±8,0 0,100±0,003 0,454±0,016 6,3±0,4 x 10-8 0,6
Cu03 104,3±3,8 0,592±0,034 2,682±0,156 2,8±0,2 x 10-7 0,5
Cu04 21,3±1,9 48,710±1,585 220,660±7,181 4,7±0,4 x 10-6 0,3
Também estão apresentadas a resistência de folha e a resistividade, que
neste caso, foram obtidas por cálculos, cujas equações também já foram
descritas. Na figura 28 apresenta-se a variação da resistividade em função da
espessura.
Para o gráfico da figura 28, é possível observar que o comportamento da
resistividade em função da espessura do cobre se assemelha ao comportamento
apresentado no aço inoxidável 304, ou seja, para pequenas espessuras a
resistividade do filme de cobre aumenta consideravelmente. Este efeito também
se deve provavelmente a dois fatores, sendo eles, o efeito do tamanho dos grãos
que formam o filme bem como o efeito da espessura de oxido formado quando
os filmes são expostos à atmosfera. Um outro fator que influenciou no valor da
resistividade foi o fato do material de cobre utilizado como alvo não ser puro.
Para valores maiores de espessura, é possível notar que o valor da resistividade
tende a estabilizar-se se aproximando do valor de resistividade para o cobre
encontrado na literatura que é de 1,723x10-8 .m.!(Boylestad, 2004).
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Figura 28 - Variação da resistividade em função da espessura para as amostras de cobre. A linha que liga os pontos do gráfico possui mera função de orientação visual e não representa uma linha
de tendência.
Fonte: elaborada pelo autor
4.1.2.1. Medidas de morfologia de superfície para o cobre
Nas figuras de 29 a 32 são apresentadas as características morfológicas
dos filmes de cobre obtidas através do microscópio de força atômica. Como nos
filmes de aço inox 304, as variações em Z dos filmes de cobre não apresentaram
um padrão de comportamento que pode ser relacionado com a espessura, mas
que possivelmente está relacionado ao material do filme e à região em que a
amostra foi analisada. Estes dados podem servir a estudos futuros porem não
foram o foco deste trabalho.
59
Figura 29 - Morfologia da amostra 1 de cobre, espessura de 156 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 30 - Morfologia da amostra 2 de cobre, espessura de 138,7nm
Fonte: elaborada pelo autor
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Figura 31 - Morfologia da amostra 3 de cobre, espessura de 104,25 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 32 - Morfologia da amostra 4 de cobre, espessura de 21,34 nm
Fonte: elaborada pelo autor
61 4.1.3. Tungstênio
Na tabela 6 estão apresentados os valores das medidas de espessura,
rugosidade e resistência nos filmes de Tungstênio. Da mesma forma que nas
medidas dos filmes de aço inoxidável 304 e de cobre, as medidas para o
tungstênio foram obtidas pelas técnicas de medição de perfilometria, método das
quatro pontas e microscopia de força atômica, já descritas anteriormente.
Tabela 6 - Medidas dos filmes de tungstênio
Filmes de tungstênio
Amostra
Espessura
(nm)
Resistência
( )
Resistência
de folha
( /!)
Resistividade
( m)
Rugosidade
(nm)
W01 92,8±2,9 23,515±0,731 106,522±3,311 9,9±0,4 x 10-6 0,9
W02 52,7±3,5 37,894±2,212 171,663±10,021 9,0±0,8 x 10-6 1,2
W03 36,8±3,4 173,362±8,371 785,339±37,920 2,9±0,3 x 10-5 0,2
W04 26,9±3,0 1814,429±113,045 8219,478±512,083 2,2±0,3 x 10-4 1,2
Também estão apresentadas a resistência de folha e a resistividade, que
neste caso, foram obtidas por cálculos, cujas equações também já foram
descritas. Na figura 33 apresenta-se a variação da resistividade em função da
espessura.
Para o gráfico da figura 33, é possível observar que o comportamento da
resistividade em função da espessura do tungstênio se assemelha ao
comportamento apresentado no aço inoxidável 304 e do cobre, ou seja, para
pequenas espessuras a resistividade do filme de tungstênio aumenta
consideravelmente, é possível notar que o valor da resistividade diminui mas
tende a estabilizar-se em um valor 100 vezes maior que o valor encontrado na
literatura para o tungstênio que é de 5,6x10-8 .m!(Boylestad, 2004). O motivo
dessa diferença não foi alvo de investigação neste trabalho. As motivações desta
grande diferença na resistividade, pode ser atribuída às explicações
apresentadas ao final deste capítulo.
62
Figura 33 - Variação da resistividade em função da espessura para as amostras de tungstênio. A linha que liga os pontos do gráfico possui mera função de orientação visual e não
representa uma linha de tendência.
Fonte: elaborada pelo autor
4.1.3.1. Medidas de morfologia de superfície para o tungstênio
Nas figuras de 34 a 37 são apresentadas as características morfológicas
dos filmes de Tungstênio obtidas através do microscópio de força atômica. A
variação em Z dos filmes de tungstênio também não apresentaram um padrão
de comportamento que pode ser relacionado com a espessura, mas que
possivelmente está relacionado ao material do filme e à região em que a amostra
foi analisada. Estes dados podem servir a estudos futuros porem não foram o
foco deste trabalho.
63
Figura 34 - Morfologia da amostra 1 de tungstênio, espessura de 92,8 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 35 - Morfologia da amostra 2 de tungstênio, espessura de 52,7 nm
Fonte: elaborada pelo autor
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Figura 36 - Morfologia da amostra 3 de tungstênio, espessura de 36,8 nm
Fonte: elaborada pelo autor
Figura 37 - Morfologia da amostra 4 de tungstênio, espessura de 26,9 nm
Fonte: elaborada pelo autor
65 Quando se trata de filmes finos, os valores encontrados para as
resistividades medidas não são os mesmos que os encontrados na literatura
para os mesmos materiais. Um fator que possivelmente influencia no valor da
resistividade, é a exposição à atmosfera após a deposição. Esta exposição
provoca a oxidação da superfície do filme e influência no valor da resistividade.
Outro fator pode ser atribuído ao processo de formação dos cristais que em
filmes finos são menores que no material em volume (Miyazaki & FU, 2009).
Nos filmes mais finos estudados observa-se que as resistividades
aumentam consideravelmente para todos os materiais. Esse resultado pode ser
devido a dois processos que ocorrem durante o crescimento dos filmes. Como o
processo de formação do filme se dá pela aderência das partículas (Chapman,
1980), vão se formando ilhas que em filmes muito finos podem não se tocar.
Devido à falta de conexões entre essas ilhas a dificuldade para circulação da
corrente aumenta e consequentemente a resistividade aumenta
consideravelmente. Em filmes muito finos, a camada de óxido formada devido à
exposição ao ar atmosférico é considerável comparada à camada não oxidada
do filme. Como os óxidos geralmente são materiais semicondutores ou isolantes,
haverá grande influência do óxido no valor da resistividade medida tendendo a
aumentá-la consideravelmente.
66
5. CONCLUSÕES
A experiência adquirida durante o desenvolvimento deste projeto mostrou
que desenvolver equipamentos de alta tensão requer cuidados especiais devido
à formação de campos elétricos de grande intensidade de forma a não
comprometer o funcionamento do mesmo e a segurança do operador.
De modo geral para todos materiais analisados, a resistividade diminuiu
em função do aumento da espessura. A resistividade obtida para os filmes mais
espessos aproximou-se dos valores existentes na literatura nos casos do aço
inoxidável e do cobre e se apresentou distante para caso o tungstênio. Fato que
não foi alvo de investigação desse trabalho.
Nas características morfologias das amostras de cada material analisado,
não foi possível observar uma relação direta entre a espessura e a rugosidade.
A fonte de alta tensão desenvolvida neste trabalho atendeu
satisfatoriamente a todos os propósitos para os quais ela foi construída, ou seja,
deposição de diferentes filmes finos em diferentes condições de deposição.
Como exemplo de aplicação foram depositados filmes de aço inox 304, cobre e
tungsténio, em diferentes espessuras e com todos os resultados de resistividade
obtidos em função da espessura. Portanto este trabalho oferece as informações
de projeto, confiabilidade necessárias e um custo dos materiais de
aproximadamente R$ 3600,00. Este resultado viabiliza a reprodução do
equipamento por outros laboratórios e centros de pesquisa afins.
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6. BIBLIOGRAFIA
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Anexo1
Desenhos das peças que compõem o equipamento