mapeamento dos movimentos sociais via web no perÍodo de 2008 a outubro de 2012

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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE LETRAS: HABILITAÇÃO EM PORTUGUÊS E INGLÊS Manuela Marques de Jesus MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012 Sorocaba/SP 2012

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Na Era da Informação, os sites de redes sociais unem indivíduos pelos seus interesses, independente da localização geográfica de cada um deles. Os movimentos sociais sempre estiveram presentes em nossa sociedade e agora eles também têm seu lugar no ciberespaço gerando assim o ciberativismo. A finalidade deste trabalho é mapear os movimentos sociais que surgiram na web de 2008 a 2011, levantar suas propostas e formas de utilizar os sites de redes sociais. Tal mapeamento foi realizado através do Site de Participação Cidadã da Cidade de São Paulo e foram consideradas as categorias de Movimentos Sociais, Redes, Associações e Organizações Virtuais. A conclusão desta pesquisa mostra que os movimentos sociais seguem o perfil daqueles que surgiram na década de 90 os quais se dividem em grupos que lutam por seus ideais e inclusão social. A maioria utiliza os sites de redes sociais para apoiar e conscientizar as pessoas dos seus objetivos, contudo somente alguns para mobilizar encontros off-line e on-line.

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Page 1: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CURSO DE LETRAS: HABILITAÇÃO EM PORTUGUÊS E INGLÊS

Manuela Marques de Jesus

MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO

PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Sorocaba/SP

2012

Page 2: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Manuela Marques de Jesus

MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO

PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência para obtenção do Diploma de

Graduação em Letras: Habilitação em

Português e Inglês, da Universidade de

Sorocaba.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes

Sorocaba/SP

2012

Page 3: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Manuela Marques de Jesus

MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO

PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como exigência para obtenção do Diploma de

Graduação em Letras: Habilitação em

Português e Inglês, da Universidade de

Sorocaba.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA:

Ass. _________________________________

Pres.: ________________________________

Ass. _________________________________

1.º examinador _________________________

Ass. _________________________________

2.º examinador _________________________

Page 4: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

Dedico este trabalho a todos os educadores

que fazem a diferença e que lutam por uma

sociedade mais justa.

Page 5: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

AGRADECIMENTOS

Muitas pessoas ajudaram-me ao longo da minha formação para a realização deste

trabalho, mas algumas foram indispensáveis. Primeiramente, agradeço aos meus pais pelo

apoio incondicional que sempre me deram. Acredito que educar não é uma das tarefas mais

fáceis de realizar, no entanto, admito que ambos nasceram com esse dom e todas as minhas

conquistas estão fundamentadas nessa educação que recebi dentro de casa. Ao meu irmão que

diversas vezes sentou ao meu lado e disse ―Escreve, não desista!‖. Marcel, muito obrigada

mesmo. Ao meu esposo que teve muita paciência quando eu estava totalmente envolvida com

esta pesquisa, respeitou todos os meus momentos e sempre falou que tudo daria certo no final.

Quero agradecer, também, aos meus professores da UNISO, especialmente ao meu

orientador professor Dr. Luiz Fernando Gomes que acreditou nos meus projetos e que sempre

esteve presente quando precisei. Aos meus colegas da faculdade e ao meu amigo Jansen pelos

diversos trabalhos e momentos divididos ao longo desses três anos.

Acima de tudo, agradeço a Deus por ter me proporcionado uma vida cheia de

conquistas e agora, por mais esta vitória.

Page 6: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

―Os movimentos são o coração, o pulsar da sociedade.‖

(Touraine)

Page 7: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

RESUMO

Na Era da Informação, os sites de redes sociais unem indivíduos pelos seus interesses,

independente da localização geográfica de cada um deles. Os movimentos sociais sempre

estiveram presentes em nossa sociedade e agora eles também têm seu lugar no ciberespaço

gerando assim o ciberativismo. A finalidade deste trabalho é mapear os movimentos sociais

que surgiram na web de 2008 a 2011, levantar suas propostas e formas de utilizar os sites de

redes sociais. Tal mapeamento foi realizado através do Site de Participação Cidadã da Cidade

de São Paulo e foram consideradas as categorias de Movimentos Sociais, Redes, Associações

e Organizações Virtuais. A conclusão desta pesquisa mostra que os movimentos sociais

seguem o perfil daqueles que surgiram na década de 90 os quais se dividem em grupos que

lutam por seus ideais e inclusão social. A maioria utiliza os sites de redes sociais para apoiar e

conscientizar as pessoas dos seus objetivos, contudo somente alguns para mobilizar encontros

off-line e on-line.

Palavras-chave: Internet. Redes Sociais na Internet. Comunidades Virtuais. Ciberativismo.

Movimentos Sociais.

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ABSTRACT

In the Age of Information, sites of social networks bring individuals together by their

interests, independently of the geographical localization of each one of them. Social

movements have always been present in our society and they now too have their place in the

cyberspace, thus generating the cyber-activism. This work aims at mapping the social

movements which arose in the web from 2008 to 2011, highlighting their proposals and forms

of utilizing social networks. Such mapping was done through the Site of Citizenship

Participation of Sao Paulo city, having taken into consideration the categories of Social

Movements, Networks, Associations and Virtual Organizations. The conclusion of this

research shows that these social movements follow the profile of those which arose during the

decade of the 90s, which are divided in groups that fight for their ideals and social inclusion.

Most of these groups use sites of social networks to support and make people aware of their

objectives, while only some of these groups use them to mobilize online and offline

encounters.

Keywords: Internet. Social Networks on the Internet. Virtual Communities. Cyber-Activism.

Social Movements.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................11

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................13

1.1. Internet.........................................................................................................................13

1.2. Redes Sociais na Internet............................................................................................15

1.3. Comunidades Virtuais..........................................................................,.....................18

1.4. Ciberativismo...............................................................................................................20

1.5. Movimentos Sociais.....................................................................................................25

2. METODOLOGIA...................................................................................................30

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS..............................................................31

3.1. Movimentos Sociais, Redes e Associações.................................................................31

3.1.1. Adote um Vereador.....................................................................................................31

3.1.2. Árvores Vivas...............................................................................................................32

3.1.3. Associação Cidade Escola Aprendiz..........................................................................33

3.1.4. Associação Nacional de Transportes Públicos — ANTP.........................................33

3.1.5. Associação Outras Palavras.......................................................................................34

3.1.6. Associação Portal de Santana — APSA....................................................................35

3.1.7. Associação Preserva São Paulo..................................................................................35

3.1.8. Associação Rede Rua..................................................................................................36

3.1.9. Comissão Pró-Índio de São Paulo – CPI – SP..........................................................36

3.1.10. Frente de Lutas por Moradia – FLM........................................................................37

3.1.11. Grupo de Incentivo à Vida – GIV..............................................................................38

3.1.12. Instituto de Fomento à Tecnologia do Terceiro Setor — IT3S...............................38

3.1.13. Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social...............................................39

3.1.14. Movimento Ministério Público Democrático – MPD...............................................39

3.1.15. Movimento Pró Autista – MPA..................................................................................40

3.1.16. Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo – PFP ASP...........................40

3.1.17. Projeto Juventude Ecológica......................................................................................41

3.1.18. SPressoSP.....................................................................................................................42

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3.1.19. Teatro Silva..................................................................................................................42

3.1.20. Transition Brasilândia – TTBrasa.............................................................................43

3.1.21. União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES.......................................43

3.2. Organizações Virtuais.................................................................................................44

3.2.1. Ciclobr..........................................................................................................................44

3.2.2. Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo................................44

3.2.3. Cidade Democrática....................................................................................................45

3.2.4. Good News Brasil........................................................................................................45

3.2.5. Hortelões Urbanos.......................................................................................................46

3.2.6. Observatório da Educação.........................................................................................46

3.2.7. Transporte Ativo.........................................................................................................47

3.2.8. Vote na Web.................................................................................................................47

3.3. Discussão de Dados......................................................................................................48

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................53

REFERÊNCIAS......................................................................................................................54

LISTA DE SITES....................................................................................................................57

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INTRODUÇÃO

Os indivíduos sempre viveram em comunidades. Os interesses sociais, econômicos e

históricos fazem com que os homens organizem-se em grupos. As comunidades formadas por

diferentes redes sociais procuram sempre o seu bem-estar e seus direitos. Os objetivos dos

movimentos sociais variam de acordo com a situação socioeconômica que a sociedade

encontra-se no momento. Houve diversos movimentos sociais ao longo da história brasileira,

desde a luta pela independência até os dias atuais.

A década de 70 foi muito importante para a formação comunicacional da sociedade

contemporânea. O surgimento da Internet mudou a forma das pessoas se comunicarem. A

partir da criação da web, os grupos sociais não precisaram mais compartilhar o mesmo

momento e espaço geográfico para poder se comunicar. A Internet é uma ferramenta que

complementa o mundo real. Sites de redes sociais surgiram e facilitaram a criação de

comunidades virtuais. As pessoas agrupam-se de acordo com seus interesses,

independentemente de sua localização.

A partir da década de 90, os Movimentos Sociais brasileiros sofreram algumas

mudanças e a mídia nacional passou a exercer um papel muito significativo junto aos

movimentos nacionais. Um exemplo foi o Movimento Nacional Ética na Política, responsável

pela articulação que depôs o ex-presidente Collor de Mello em 1992. Diversos grupos

passaram a lutar pelos direitos civis e, inclusive, apareceram certos movimentos

antiglobalização. Na era da Internet, esta desenvolve um papel diferenciado dentro desses

movimentos, facilitando fóruns de discussão e protestos on-line e off-line.

Estudar sobre os Movimentos Sociais é explorar e analisar os ideais e os objetivos da

sociedade em que vivemos. Saber e compreender o motivo pelos quais as pessoas lutam evita

a alienação e melhora a nossa leitura sobre o mundo. Na Era da Informação, a Internet

desenvolve um papel de extrema importância para comunicação de tudo o que acontece e os

sites de redes sociais são cada vez mais usados como forma de mídia alternativa. Foram esses

fatores que me levaram a explorar um pouco mais sobre esses assuntos que sempre

despertaram o meu interesse.

De acordo com Maria da Glória Gohn, ―Enquanto houver injustiças sociais e

desigualdades socioeconômicas, haverá movimentos sociais‖. Assim sendo, o objetivo dessa

pesquisa é fazer um levantamento dos movimentos sociais nacionais que surgiram na web no

período de 2008 a 2011. Bem como, levantar os seus ideais e sua forma de utilização dessa

ferramenta comunicacional, chamada Internet.

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Para alcançar esse objetivo foram escolhidas as seguintes questões para esta pesquisa

exploratória:

- Quais o movimentos sociais nacionais que surgiram na Web?

- Que propostas trazem?

- Com qual finalidade utilizam os sites de redes sociais?

Para chegar às respostas dessas perguntas foram utilizados diversos autores, entre eles

Maria da Glória Gohn e Raquel Recuero, após a fundamentação teórica a pesquisa foi

realizada no Mapa da Participação Cidadã da Cidade de São Paulo, o qual está disponível no

site http://www.mapadaparticipacao.org.br.

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1. Fundamentação Teórica

Este primeiro capítulo abordará as definições das palavras-chave (Internet, redes

sociais na internet, comunidades virtuais, ciberativismo, movimentos sociais) utilizadas neste

trabalho de acordo com a visão de diferentes autores.

1.1 Internet

A internet é a revolução da comunicação e da informática. De acordo com Leiner et al.

(2012), o telégrafo, o telefone, a rádio e o computador foram os alicerces para esse

instrumento comunicacional, até então, inédito. ―A internet é uma ferramenta de emissão

mundial, um mecanismo para disseminar informação e um meio para a colaboração e a

interação entre pessoas e seus computadores‖ 1

(LEINER ET AL., 2012, online).

Para Castells (2003), a internet de hoje pode ser comparada à rede elétrica ou ao motor

elétrico na Era Industrial, pois promove a informação a todos os domínios da atividade

humana. Da mesma forma que a energia fundamentou a sociedade industrial, a internet é a

base tecnológica da era da informação.

A internet é o tecido de nossas vidas. Se a tecnologia da informação é hoje o que a

eletricidade foi na Era industrial, em nossa época a internet poderia ser equiparada a

uma rede elétrica quanto a um motor elétrico, em razão de sua capacidade de

distribuir a força da informação por todo o domínio da atividade humana.

(CASTELLS, 2003, p.7)

Para Bogo (2000), a internet pode ser considerada o maior sistema de comunicação

criado pelo homem. Dominar e utilizar todos os seus recursos não é mais uma questão de

escolha ou luxo. A afirmação de Bogo (2000) é complementada por Leiner et al. (2012,

online) o qual diz que a influência da internet abrange a toda a sociedade, ―já que nos

movemos a um uso maior das ferramentas em linha para o comércio eletrônico, a obtenção de

informação e as operações comunitárias ‖

De acordo com Castells (2003, p. 13), a internet é uma ―aventura humana

extraordinária‖ e seu processo de formação iniciou-se na década de 1960, com a criação da

Arpanet e sua explosão foi na década de 1990 com a World Wide Web. Em 1958, o

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Departamento de Defesa dos Estados Unidos criou a Advaced Research Projects Agency

(ARPA) com intuito de apresentar uma superioridade tecnológica militar frente à União

Soviética, após o lançamento do primeiro Sputnik em 1957. Foi então que em 1962, um

departamento da Arpa iniciou o projeto da Arpanet para que as pesquisas em computação

interativa fossem estimuladas (CASTELLS, 2003).

O objetivo desse departamento, tal como definido por seu primeiro diretor, Joseph

Licklider, (...) era estimular a pesquisa em computação interativa. Como parte desse

esforço, a montagem da Arpanet foi justificada como uma maneira de permitir aos

vários centros de computadores e grupo de pesquisa que trabalhavam para a agência

compartilhar on-line tempo de computação. (CASTELLS, 2003, p.14)

No entanto, para Bogo (2000), até a criação da Arpanet toda a comunicação da defesa

norteamericana estava centralizada no Pentágono, o que a tornava muito vulnerável

considerando que se vivia a era na guerra fria e qualquer ataque da antiga União Soviética ao

Pentágono poderia ser fatal para a defesa comunicacional dos Estados Unidos. Com um Back

Bone instalado por baixo da terra, essa rota de informações seria quase indestrutível. Para

Castells (2003) tal projeto de rede de comunicação flexível resistente a um ataque nuclear,

fora feito pela Rand Corporation – instituto californiano de pesquisas – e nunca foi o objetivo

da Arpanet.

Assim sendo, a Arpanet continuou crescendo ano após ano e em 1970 passou a

trabalhar com o protocolo chamado Network Control Protocol (NCP) (LEINER ET AL.,

2012).

Castells (2003) afirma que depois de 1973 já haviam sido criadas outras redes de

computadores, no entanto era necessária uma padronização do protocolo de comunicação para

que todas as redes pudessem transmitir informações de uma para a outra.

No final da década de 1970, o NCP tornou-se inapropriado e mudou para Transfer

Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP). (BOGO, 2000).

Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo

chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em

UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na

época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de

implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de

computador. (BOGO, 2000, online)

Em 1990, a Arpanet foi extinta e deu lugar a que hoje conhecemos como Internet.

Muitos provedores já tinham a sua própria porta de comunicação (CASTELLS, 2003).

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Castells (2003, p. 15) afirma que ―o formato atual da internet é também o resultado de uma

tradição de base de formação de redes de computadores‖. Baseando-se em todas as teorias, até

então consideradas utópicas, Berners-Lee e Robert Cailliau construíram um programa

navegador, chamaram ―esse sistema de hipertexto de world wide web, a rede mundial. O

software do navegador da web foi lançado na Net (...) em agosto de 1991‖ (CASTELLS,

2003, p.16).

Castells (2003, p. 16) ainda confirma que muitos hackers criaram seus próprios

navegadores com base nesse primeiro projeto e em 1995 o Natscape Navigator tornou-se

gratuito para ―fins educacionais e ao custo de 39 dólares para uso comercial‖. No mesmo ano

a Microsoft, criou seu próprio navegador, o Internet Explorer, junto com o software Windows

95. Em 1998, a Netscape liberou o código-fonte do Navigator, aumentando a competição com

a Microsoft.

Dessa forma, na metade da década de 90 havia muitos navegadores e os computadores

de todo o mundo já estavam conectados e a www funcionando apropriadamente.

(CASTELLS, 2003).

Embora a internet tivesse começado na mente dos cientistas da computação no início

da década de 1960, uma rede de comunicações por computador tivesse formada em

1969, e comunidade dispersas de computação reunindo cientistas e hackers tivessem

brotado desde o final da década de 1970, para a maioria das pessoas, para os

empresários e para a sociedade em geral foi em 1995 que ela nasceu. (CASTELLS,

2003, p.17)

De acordo com Recuero (2009) a internet permite uma maior interação e comunicação

entre as pessoas e possibilidade de Redes Sociais na Internet. Tal fenômeno será apresentado

a seguir.

1.2 Redes Sociais na Internet

Desde o nascimento, o ser humano está implantado em uma sociedade. Ele se

relaciona com diversas pessoas, primeiramente, no entorno familiar, logo no escolar, no

profissional, enfim, esses relacionamentos consolidam e fortificam a esfera social. ―A própria

natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a sociedade em rede‖ afirmam Tomaél;

Alcará; Chiara (2005, p. 93).

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Marteleto (2001) afirma que as redes sociais são formadas por determinadas pessoas

que compartem ideias e objetivos em comum.

As redes nas ciências sociais designam normalmente – mas não exclusivamente – os

movimentos fracamente institucionalizados, reunindo indivíduos e grupos em uma

associação cujos termos são variáveis e sujeitos a uma reinterpretação em função

dos limites que pesam sobre suas ações. É composta de indivíduos, grupos ou

organizações, e sua dinâmica está voltada para a perpetuação, consolidação e

desenvolvimento das atividades dos seus membros (MARTELETO, 2001, p. 73)

As redes sociais são dinâmicas, flexíveis, descentralizadas e não obedecem a uma

linearidade. São utilizadas para que informação e conhecimento sejam compartilhados. Os

lugares de tal compartilhamento poderão ser virtuais ou presenciais. O importante é que seus

atores continuem gerando informações relevantes. O contato entre os atores pode ser direto,

pessoalmente, ou indireto, através de mediadores como a Internet, o telefone. Evidentemente,

na Era da Informação a rotina das pessoas mudaram e, após a criação da Internet, a troca de

informações não depende mais do espaço geográfico e físico, ou seja, ela ocorre em qualquer

lugar e em qualquer momento. As redes sociais mantêm seus atores ligados entre si.

(TOMAÉL; ALCARÁ; CHIARA, 2005)

Redes sempre pressupõem agrupamentos, são fenômenos coletivos, sua dinâmica

implica relacionamento de grupos, pessoas, organizações ou comunidades,

denominados atores. Possibilitam diversos tipos de relações – de trabalho, de estudo,

de amizade, entre outras –, apesar de quase sempre passarem despercebidas.

(TOMAÉL; ALCARÁ; CHIARA, 2005, p. 94)

Para Recuero (2009) a rede é composta de dois elementos: os atores e as conexões. Os

atores são as pessoas, grupos ou instituições: os nós da rede. As conexões são as interações e

os laços sociais.

Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo

social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem de

rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores

sociais e nem suas conexões. (RECUERO, 2009, p.101)

Segundo Recuero (2009), as redes sociais na Internet, dividem-se em duas topologias:

as redes de filiação e as redes emergentes. As redes de filiação são mantidas pelo próprio

sistema e exigem menos esforço dos atores. Como por exemplo: a lista de seguidores de um

blog. As redes emergentes exigem maior dedicação de seus atores, pois é representada pelo

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uso de suas ferramentas para a interação de seus atores. Exemplo: um comentário deixado no

blog de outra pessoa. ―Como particularidade, estão as redes de filiação como as redes mais

facilmente perceptíveis nos sites de redes sociais e as redes emergentes como decorrentes da

permanência das interações no ciberespaço‖ (Recuero, 2009, p. 101)

Para o estudo das redes sociais na Internet, Recuero (2009) cita, também, a existência

de diversos sites de redes sociais. ―Sites de redes sociais são os espaços utilizados para a

expressão das redes sociais na Internet‖. (Recuero, 2009, p.102).

Os sites de redes sociais são aqueles que permitem que o usuário crie um perfil, tenha

uma lista de contatos a qual poderá acessar e interagir com os outros usuários. Esses sites não

se tornam únicos porque permitem o contato entre pessoas desconhecidas, mas sim por

permitir que seus usuários articulem suas redes sociais e tornem-nas visíveis. (Boyd; Ellison,

2007)

Recuero (2009) também ressalta tal diferença:

A grande diferença entre sites de redes sociais e outras formas de comunicação

mediada pelo computador é o modo como permitem a visibilidade e a articulação

das redes sociais, a manutenção dos laços sociais estabelecidos no espaço off-line.

(RECUERO, 2009, p.102)

Recuero (2009) ressalta também que os sites de redes sociais não se tratam de redes

sociais em si. Eles são somente um sistema apresentá-las e auxiliá-las. O que constituem a

rede são os atores que as utilizam. A autora dividem os sites de redes sociais em dois grupos:

sites de redes sociais propriamente ditos e sites de redes sociais apropriados.

Segundo Recuero (2009) Facebook e Orkut são exemplos de sites de redes sociais

propriamente ditos, pois são aqueles que publicam e expõe as redes sociais dos atores.

Sites de redes sociais propriamente ditos são aqueles que compreendem a categoria

dos sistemas focados em expor e publicar as redes sociais dos atores. São sites cujo

foco principal está na exposição pública das redes conectadas aos atores, ou seja,

cuja finalidade está relacionada à publicação dessas redes. (RECUERO, 2009,

p.104)

O Twitter, o Fotolog e os weblogs são exemplos de sites de redes sociais apropriados,

pois os atores que os utilizam com tal fim. (RECUERO, 2009)

Sites de redes sociais apropriados são aqueles sistemas que não eram, originalmente,

voltados para mostrar redes sociais, mas que são apropriados pelos atores com este

fim. (...) São sistemas onde não há espaços específicos para perfil. Esses perfis são

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construídos através de espaços pessoais ou perfis pela apropriação dos atores.

(RECUERO, 2009, p. 104)

A existência de redes sociais na internet cria a possibilidade de comunidades virtuais,

que podem ser consideradas como grupos sociais que surgem no ciberespaço. (RECUERO,

2009)

As comunidades virtuais serão apresentadas a seguir.

1.3 Comunidades Virtuais

A sociedade está em constante transformação e assim mesmo as comunidades vêm

recriando-se e ressurgindo. Consideradas como algo do passado, as comunidades estão

revigoradas e mantêm-se vivas. A primeira vista a globalização seria responsável pelo

desaparecimento das formas comunitárias de comunicação, no entanto, houve uma dinâmica

de criação e recriação de comunidades. (PERUZZO, 2002).

Para Peruzzo (2002), o termo comunidade não tem um rigor conceitual, no entanto ela

afirma que tal termo está sendo usado como sinônimo para outras agrupações sociais.

O termo comunidade passa a ser utilizado, nos anos recentes, em várias perspectivas

e sem rigor conceitual. Tem servido para referenciar qualquer tipo de agregação

social, por vezes, servindo mais como termo ou expressão decorativa visando

chamar a atenção ou passar um ―ar‖ de atualidade. Tem sido usado na tentativa de

explicar fenômenos os mais diversos. Por vezes é empregado como sinônimo de

sociedade, organização social, grupos sociais ou sistema social. É também utilizado

para designar segmentos sociais como por exemplo, comunidade universitária,

comunidade negra, comunidade religiosa, comunidade de informação, comunidade

científica, comunidades dos artistas etc. Usa-se o termo comunidade, ainda, para

caracterizar agrupamentos sociais situados em espaços geográficos de proporções

limitadas (bairro, vila, lugarejo) e para designar grupos de interesse afins,

interconectados na rede mundial de computadores, chamados de ―comunidades

virtuais‖, entre outros. (PERUZZO, 2002, p. 2)

Assim sendo, a autora ressalta que com as mudanças na sociedade surge, também, a

importância de repensar a definição de comunidade. Entretanto, de acordo com Peruzzo

(2002, p. 2) ―falar em comunidade significa falar de fortes laços, de reciprocidades, de sentido

coletivo dos relacionamentos‖.

Segundo Castells (2003, p.105) a proposta de comunidades virtuais ―chamava a

atenção para o surgimento de novo suportes tecnológicos para a sociabilidade, diferentes das

formas anteriores de interação‖. Tal proposta realizada, pelos pioneiros da interação social na

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Internet, era apenas distinta das anteriores e não inferior, porém a utilização do termo

comunidade foi um grande erro, pois se iniciou uma discussão ideológica.

(...) induziu também a um grande equívoco: o termo ―comunidade‖, com todas as

suas fortes conotações, confundiu formas diferentes de relação social e estimulou

discussão ideológica entre aqueles nostálgicos da antiga comunidade, espacialmente

limitada, e os defensores entusiásticos da comunidade de escolha possibilitada pela

Internet.(CASTELLS, 2003, p. 105)

.

Para Castells (2003) os laços sociais não têm como base a localização espacial e sim

as afinidades. A Internet da ênfase ao papel de apoio que as comunidades desempenham entre

os indivíduos e famílias. O autor também ressalta a necessidade da redefinição de

comunidade. Castells (1999) define comunidade virtual como ―a comunicação entre pessoas

através de meios eletrônicos.‖

Desde o desenvolvimento das telecomunicações as noções de tempo e espaço estão

sendo reorganizadas. Com o ciberespaço não há mais necessidade de transporte físico, contato

face a face e de estar no mesmo território geográfico para a realização de um processo

comunitário. (PERUZZO, 2002)

De acordo com Rheingold (1995 apud RECUERO, 2009, p. 137),

As comunidades virtuais são agregados virtuais que surgem da Rede (Internet),

quando uma quantidade suficiente de gente leva adiante essas discussões públicas

durante um tempo suficiente com suficientes sentimentos humanos, para formar

redes de relações pessoais no ciberespaço.

Castells (2003) afirma que a Internet já foi acusada pelo distanciamento entre

indivíduos. Dessa forma, as pessoas prefeririam viver em uma realidade virtual. No entanto,

não foi esse o papel que a Internet desempenhou em nossa sociedade. Na realidade ela é uma

extensão de nossa vida fora do ciberespaço. O seu uso está ligado ao trabalho, à família e à

vida cotidiana. O que ocorreu foi um deslocamento da comunidade para a rede. ―Dessa forma,

a grande transformação da sociabilidade em sociedades complexas ocorreu com a substituição

de comunidades espaciais por redes como formas fundamentais de sociabilidade.‖

(CASTELLS, 2003, p. 107)

Ainda segundo Castells (2003), as pessoas estão distribuídas não somente em redes

sociais, mas em redes sociais mediadas por computadores. A estrutura das relações sociais

recebe uma grande contribuição da Internet para o desenvolvimento de um novo padrão de

sociabilidade com base no individualismo. ―O individualismo em rede é um padrão social,

não um acúmulo de indivíduos isolados.‖ (CASTELLS, 2003, p. 109) Assim sendo, o autor

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20

afirma que devido à flexibilidade comunicacional oferecida pela internet, as pessoas montam

suas próprias redes (on-line e off-line) de acordo com seus projetos, valores, afinidades e

interesses.

Por causa da flexibilidade e do poder de comunicação da Internet, a interação social

on-line desempenha crescente papel na organização social como um todo. As redes

on-line, quando se estabilizam em sua prática, podem formar comunidades,

comunidades virtuais, diferentes das físicas, mas não necessariamente menos

intensas ou menos eficazes na criação de laços e na mobilização. (CASTELLS,

2003, p.109)

Assim sendo, a dinâmica existente no ciberespaço não inibe a heterogeneidade, assim

sendo o ativismo político também está aí presente. (LEMOS, 2002)

1.4 Ciberativismo

A Internet atua como um instrumento indispensável para as lutas sociais

contemporâneas pelas facilidades proporcionadas em relação a custo e tempo; por reunir e

mobilizar pessoas e entidades em prol de causas locais ou internacionais. Ela também anuncia

informações sobre qualquer assunto e rompe o monopólio de emissão. Dessa forma,

―indivíduos, movimentos e organizações fundam, a partir do uso da Internet, o chamado

ciberativismo, ativismo digital ou ativismo on-line‖. (RIGITANO, 2003, p.3)

Rodrigues, Silval (2011) afirmam que para uma melhor compreensão da prática do

ciberativismo é preciso aprimorar o conhecimento de ciberespaço e cibercultura.

De acordo com Lemos (2002, p. 93):

A cibercultura vai se caracterizar pela formação de uma sociedade estruturada

através de uma conectividade telemática generalizada, ampliando o potencial

comunicativo, proporcionando a troca de informações sob as mais diversas formas,

fomentando agregações sociais. O ciberespaço cria um mundo operante, interligado

por ícones, portais, sítios e home pages, permitindo colocar o poder de emissão nas

mãos de uma cultura jovem, tribal, gregária, que vai produzir informação, agregar

ruídos e colagens, jogar excesso ao sistema.

Segundo Nasi, Raddatz (2009) o termo ciberativismo originou-se de um neologismo

do termo ‗ciberespaço‘. Tal designação apareceu a primeira vez em 1984, no livro de ficção

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científica, Neuromancer, de William Gibson. Desde então, tem sido utilizado pelos

estudiosos. Lemos (2002) diz que atualmente vemos o prefixo ‗ciber‘ em quase todas as

coisas que dizem à cibercultura. Para o autor cada forma tem suas particularidades,

semelhanças e diferenças.

Na Internet, por meio do ciberativismo os ativistas visam aprimorar as atividades dos

grupos bem como desenvolver outras. Por meio da rede os grupos reivindicam e divulgam

informações sem mediações. A rede pode desempenhar diferentes papéis; online permitindo a

criação e organização dos grupos e off-line como um outro canal de comunicação.

(RIGITANO, 2003)

A partir da incorporação da Internet, os ativistas expandem suas atividades

tradicionais e/ou desenvolvem outras. A utilização da rede por parte desses grupos

visa, dentre outras coisas poder difundir informações e reinvindicações sem

mediação, com o objetivo de buscar apoio e mobilização para uma causa; criar

espaço de discussão e troca de informação; organizar e mobilizar indivíduos para

ações e protestos on-line e off-line. (RIGITANO, 2003, p. 3)

Moraes (2001, p.2) garante que ―a Internet vem dinamizar as lutas das entidades civis

a favor da justiça social num mundo que globaliza desigualdades de toda ordem‖. Assim

sendo, o autor afirma que nessa luta de direitos e valores democráticos a organização em rede

é totalmente inovadora, pois ela permite o agrupamento heterogêneo de pessoas que defendem

os mesmos desejos, anseios e visões de mundo.

De acordo com Moraes (2001, p. 3) a internet oferece diversos instrumentos para

dinamizar os movimentos sociais, principalmente no que diz respeito a espaço e tempo.

A internet oferece novas ferramentas de intervenção como campanhas virtuais, o

correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns, salas de conversação, boletins,

manifestos on line, murais, anéis de sites e árvores de links. É uma arena

complementar de mobilização e politização, somando-se a assembleias, passeatas,

atos públicos e panfletos. (MORAES, 2001, p. 3)

Utilizando as ferramentas disponíveis na Internet (sites de redes sociais, fóruns, chats)

o ciberativismo tem como objetivo criar canais de participação autênticos e eliminar o

desinteresse pelos assuntos públicos. Indivíduos que ocupam diferentes espaços ―podem

organizar movimentos, difundir opinião e informação, agregar outras pessoas, promover ações

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22

físicas e eletrônicas, expressar seus descontentamentos em relação aos problemas cotidianos‖.

(CAVALCANTE, 2010, p. 40)

Conforme Moraes (2001, p.1):

As vozes que se somam no ciberespaço representam grupos identificados com

causas e comprometimentos comuns, a partir da diversidade de campos de interesse

(educação, saúde, direitos humanos e trabalhistas, cidadania, minorias e etnias, meio

ambiente, ecologia, desenvolvimento sustentável, defesa do consumidor,

cooperativismo, habitação, economia popular, reforma agrária, Aids, sexualidade,

crianças e adolescentes, religiões, combate à fome, emprego, comunicação e

informação, arte e cultura), de metodologias de atuação (movimentos autônomos ou

redes), de horizontes estratégicos (curto, médio e longo prazos) e de raios de

abrangência (internacional, nacional, regional e local). Essas variáveis, muitas vezes,

entrelaçam-se, fazendo convergir formas operativas e atividades.

O ativismo digital surgiu no momento em que a World Wide Web tornou-se mais

popular e as pessoas tinham acesso à rede. Um dos primeiros movimentos sociais a usar a

Internet foi o EZLN – Exército Zapatista de Libertação Nacional. O Movimento teve algumas

modificações ideológicas desde a sua concepção. Ao início, tratava-se de um movimento

socialista que visava tomar o poder do Estado mexicano e transformá-lo em socialismo, por

meio de lutas armadas. Atualmente, EZLN não luta mais pela tomada do poder, mas sim,

pelas comunidades indígenas e comunidades excluídas socialmente por governos neoliberais.

―Hoje o EZLN se caracteriza por buscar um constante diálogo com a sociedade organizada

mexicana e internacional – com uso das redes de computadores‖. (RIVELLO; PIMENTA,

2008, p. 1)

Conforme Rivello, Pimenta, (2008) a primeira aparição pública do EZLN foi de

janeiro de 1994. Nessa época, a internet ainda estava conquistando o seu espaço. As pessoas

usavam e-mails e algumas empresas já tinham sua página web. No entanto, somente no ano de

1996 o movimento Zapatista cria seu site oficial e começa a utilizar a internet de forma

indireta, pois seus comunicados eram enviados somente para jornais locais e nacionais. A

partir desse momento, simpatizantes do movimento começaram a enviar os documentários e

gerar discussões por e-mail. ―Esse foi o embrião do ciberativismo do EZLN‖. (RIVELLO;

PIMENTA, 2008 p. 6)

No Brasil o ciberativismo consagrou-se em 2001, no Fórum Social Mundial, quando

se constatou que as organizações não governamentais e entidades civis utilizam a cada vez

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mais a Internet para divulgar, reivindicar, mobilizar as pessoas e criar uma maior interação

entre elas na luta pela cidadania. (MORAES, 2001, p. 1)

Para Cavalcante (2008), outro exemplo é o MST – Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra. A autora afirma que após serem marginalizados pelas grandes mídias os

ativistas criaram sua própria página web, a qual contém informações sobre o movimento, sua

agenda, suas bandeiras de lutas e todas as informações que dizem respeito ao movimento.

Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008) dividiu o ciberativismo em três categorias.

A primeira delas é Conscientização/Apoio. Nesta categoria a Internet atua como uma fonte de

comunicação alternativa. Muitas informações não são divulgadas nas grandes mídias, assim

sendo elas estão difundidas pela Internet. De acordo com Vegh (2003 apud RIGITANO,

2003), por meio dessas informações os ativistas podem gerar discussões, fóruns, fazer com

que a notícia chegue a diferentes localidades, podendo sensibilizar pessoas, mobilizá-las em

prol de alguma causa e motivar protestos on-line e off-line.

Para Rigitano (2003), a relevância dessa categoria está em difundir informações de

uma minoria, geralmente marginalizada.

A maioria das organizações ativistas que podem ser classificadas nessa categoria de

conscientização e apoio, tem como objetivo proteger e reivindicar os direitos de

segmentos marginalizados, como minorias étnicas e mulheres, por exemplo. Sua

atuação é muito importante na divulgação de informações provenientes de

localidades com regimes antidemocráticos. (RIGITANO, 2003, p. 3)

Na segunda categoria citada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), a Internet

atua como organizadora e mobilizadora. No entanto, essa segunda categoria caracteriza-se em

três formas: i) convite para uma ação off-line, ii) convite para uma ação que geralmente

ocorre off-line, porém pode ser mais eficiente on-line, iii) o convite para uma ação que só

pode ser realizada on-line.

Nessa primeira forma os convites são enviados por e-mails e difundidos na rede. Neles

contêm as informações sobre as mobilizações; como lugar, horário e causa. (VEGH, 2003

apud RIGITANO, 2003)

Rigitano (2003) cita como exemplo os movimentos ―antiglobalização‖ que tiveram seu

espaço off-line. No entanto, suas informações estavam disponíveis on-line, no site dos

movimentos ou enviados para listas de e-mails. Nos sites dos movimentos constavam

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informações de como participar, bem como, fóruns, calendários, lugares dos protestos,

instruções de como chegar, enfim toda a mobilização foi feita on-line. Alguns exemplos de

sites mencionados pela autora são: http://www.a16.org (protesto de Washington) e

http://www.s26.org (protesto de Praga).

Já a segunda forma, de acordo com Cavalcante (2008), a mobilização on-line para a

participação de movimentos resulta muito mais eficiente e impactante, principalmente pela

economia de tempo.

De acordo com Cavalcante (2008), a última forma desta segunda categoria consiste em

ações on-line como, por exemplo, o envio de spams. O objetivo de um envio em massa de

spams é saturar o servidor. A ideia é enviar mensagens ―em uma quantidade e frequência que

sature a capacidade de resposta e, portanto, perturbe e pare o servidor da entidade alvo.‖

(VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008, p. 46)

Rigitano (2003) inclui nesta subcategoria as campanhas on-line que tem como objetivo

arrecadar fundos assistenciais. ―A partir de um clique em um determinado banner de um

anunciante ou do tempo de permanência do internauta no site, empresas credenciadas fazem

doações‖. (RIGITANO, 2003, p. 5)

A última categoria citada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008) é chamada de

Ação/Reação. O autor também a chama de hacktivismo, pois muitas de suas ações exigem

conhecimentos específicos de hackers. Em prol de uma causa financeira ou política é umas

das ações mais agressivas e proativas da internet. Segundo Rigitano (2003, p. 5) o

―‗hacktivismo‘ envolve diversos atos, como apoio on-line, invasão e/ou congestionamento de

sites e, até mesmo cibercrimes ou ciberterrorismo‖.

Cavalcante (2008) cita como exemplo de hacktivismo a criação de páginas falsas de

sites de grandes instituições internacionais como, por exemplo, a OMC – Organização

Mundial do Comércio. Assim sendo, quando as páginas eram acessadas o texto que aparecia

era aquele que os hackers queriam que fosse lido e não o qual estava no site oficial. Vegh

(2003 apud RIGITANO, 2003) afirma que tal procedimento ocorreu nas manifestações

―antiglobalização‖ enquanto os protestos aconteciam nas ruas (off-line), o site da OMC era

invadido.

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Para Rigitano (2003) os movimentos ―antiglobalização‖ que ocorreram nas cidades de

Seattle, Washington, Praga, Gênova, entre outras, são ótimos exemplos de ciberativismo. Pois

tais movimentos utilizaram a Internet de diversas formas: na divulgação de informações

referentes aos protestos, na mobilização on-line e off-line e iniciativas de hacktivismo.

Cavalcante (2008) afirma que as novas mídias – entre elas a Internet – estão mudando

uma característica importante dos movimentos sociais: a localidade. Para maior informação

sobre tal afirmação, o próximo item abordará tal tema.

1.5 Movimentos Sociais

Apesar de parecer clara a definição de movimentos sociais o termo vem sendo

empregado de diversas formas quando se refere a revoluções sociais e políticas que ocorreram

desde século XIX. (DOWNING, 2002).

Contudo, Downing (2002, p. 55) afirma que ―os movimentos sociais constituem uma

das expressões mais dinâmicas de resistência, em comparação com instituições mais estáveis

e duradouras, como sindicatos e partidos‖.

Gohn (1997, p. 247) afirma que ainda não há um único conceito para Movimentos

Sociais. A autora afirma que ―movimento social refere-se à ação dos homens na história‖. No

entanto, apesar de assumir que pode ter se equivocado, Gohn (1997, p. 251) assim o

conceituou:

Movimentos sociais são ações sociopolíticas construídas por atores sociais coletivos

pertencentes a diferentes classes e camadas sociais, articuladas em certos cenários da

conjuntura socioeconômica e política de um país, criando um campo político de

força social na sociedade civil. As ações se estruturam a partir de repertórios criados

sobre temas e problemas em conflitos, litígios e disputas vivenciados pelo grupo na

sociedade. As ações desenvolvem um processo social e político-cultural que cria

uma identidade coletiva para o movimento. Esta identidade é amalgamada pela força

do princípio da solidariedade e construída a partir da base referencial de valores

culturais o políticos compartilhados pelo grupo, em espaços coletivos não-

institucionalizados. Os movimentos geram uma série de inovações nas esferas

pública (estatal e não-estatal) e privada; participam direta ou indiretamente da luta

política de um país, e contribuem para o desenvolvimento e a transformação da

sociedade civil e política. Estas contribuições são observadas quando se realizam

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análises de períodos de média ou longa duração histórica, nos quais se observam os

ciclos de protestos delineados. Os movimentos participam portanto da mudança

social histórica de um país e o caráter das transformações geradas poderá ser tanto

progressista como conservador ou reacionário, dependendo das forças sociopolíticas

a que estão articulados, em suas densas redes; e dos projetos políticos que constroem

com suas ações. Eles têm como base de suporte entidades e organizações da

sociedade civil e política, com agendas de atuação construídas ao redor de demandas

socioeconômicas ou político-culturais que abrangem as problemáticas conflituosas

da sociedade onde atuam.

Arato e Cohen (1992 apud Downing, 2002) classificam os movimentos sociais de

acordo com seus modelos. O primeiro modelo foi um ativismo descontrolado, um tumulto

formado pelos operários e socialistas indignados pela Revolução Francesa. As ações desse

primeiro modelo foram impetuosas e descontroladas. O segundo modelo, veio de encontro a

este primeiro modelo, com autores coerentes, geralmente pobres e que criavam saídas

alternativas para influenciar os processos políticos. Entre as ações estão: as greves, passeatas,

ocupações, paralisações do trânsito. Não eram ações impetuosas e eram levadas a cabo

detalhadamente. O terceiro modelo é chamado de Novos Movimentos Sociais (NMSs).

Downing (2002) afirma que os Novos Movimentos Sociais são diferentes a todos os

movimentos anteriores pois representam a cultura política contemporânea. Enquanto os

movimentos operários lutavam por ganhos econômicos com características capitalistas, os

NMSs lutam pelas interações das identidades pessoais, ou seja, tratam-se de movimentos

ecológicos, feministas, pacifistas, entre outros.

O ponto essencial é que, na vida dos movimentos sociais, existem altos e baixos

vertiginosos, momentos dramáticos, conflitos e cisões e, geralmente, uma intensa

interação com as forças e as subculturas que estão em suas fronteiras, bem como em

oposição a eles. (DOWNING, 2002, p. 59)

Gohn (1997) divide os Movimentos Sociais em três paradigmas: Paradigma Norte-

americano, Paradigma Europeu e Paradigma Latino-americano. A autora justifica para a

divisão utilizou um critério geográfico-espacial e refere-se a um recurso pedagógico que não

busca definir as diferentes teorias aplicadas ao termo e sim localizá-los a partir de realidade

específicas. Segundo Gohn (1997, p. 13) ―A América do Norte, a Europa e a América Latina

possuem contextos históricos específicos, e lutas e movimentos sociais correspondentes a

eles‖.

Para Gohn (1997) o paradigma europeu aborda duas correntes teóricas: a marxista e a

dos Novos Movimentos Sociais.

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A corrente marxista tem seu foco nas contradições e nas lutas sociais que ocorreram

ao longo da história. Algumas categorias básicas criadas pelos estudiosos para a análise dessa

corrente são: as classes sociais e suas lutas, a reprodução da força de trabalho, consciência,

interesses e conflitos de classes. Foram desenvolvidas também algumas noções e conceitos

como: a experiência coletiva, organização popular, cultura política, movimentos sociais

urbanos etc. (GOHN, 1997)

Os Novos Movimentos Sociais são encontrados no campo político ou nos

microprocessos do cotidiano. Cultura, autonomia, subjetividade, cotidiano, interações

políticas são algumas categorias básicas de análise desse paradigma. Alguns conceitos e

noções desenvolvidas são: identidade e representações coletivas, política de grupos sociais,

solidariedade, redes sociais etc. (GOHN, 1997)

O paradigma norte-americano tem suas explicações focadas nas estruturas dos

sistemas sociopolítico e econômico. Algumas de suas categorias básicas de estudo são: ação

coletiva, comportamento organizacionais, integração social etc. Uns conceitos e noções

desenvolvidos a partir desse paradigma são: escolhas racionais, ciclos de protestos,

micromobilizações, oportunidades políticas etc. (GOHN, 1997)

Conforme Gohn (1997), a partir dos anos 80 o paradigma dos Novos Movimentos

Sociais passou a envolver os americanos e a estender-se por toda a América.

Gohn (1997) explica que o paradigma dos movimentos sociais latino-americanos tem

seu foco na busca pela liberdade e pelos direitos civis.

O paradigma latino-americano concentrou-se, em sua quase totalidade, nos estudos

sobre os movimentos sociais libertários ou emancipatórios (índios, negros, mulheres,

minorias em geral); nas lutas populares urbanas por bens e equipamentos coletivos,

ou espaço para moradia urbana (nas associações de moradores e nas comunidades de

base da Igreja), e nas lutas pela terra, na área rural. (GOHN, 1997, p. 15)

De acordo com Gohn (1997) durante os anos 70 os movimentos latino-americanos

seguiam o paradigma marxista. Houve uma transformação política-cultural dos países que

estavam em fase de redemocratização. Um grupo social de minoria e oprimidos opôs-se a um

Estado que tinha total poder em suas mãos. No entanto a autora afirma que embora as pessoas

participassem desses movimentos ―a articulação só ocorria em grandes eventos ou por

acontecimentos excepcionais, como na solidariedade diante da morte‖. (GOHN, 1997, p. 237)

Nos anos 90 iniciou-se um novo período conhecido como a era da globalização. O

capitalismo derrubou barreiras, a economia informal cresceu, houve uma nova redefinição do

trabalho e o desemprego chegou ao ‗Primeiro Mundo‘. Houve demissões em massa e a rotina

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dos trabalhos transformou-se. Esse cenário atual trouxe consigo novas lutas e movimentos

sociais. (GOHN, 1997)

Ao realizar um estudo sobre a estrutura atual dos movimentos sociais latino-

americanos, Gohn (2008) criou três subdivisões de acordo com a frente de ação, as demandas,

os formatos organizativos e seu campo de atuação. A autora afirma que tais subdivisões foram

criadas somente para fins didáticos, uma vez que as frentes de ações misturam-se entre si:

Primeira tipologia: movimentos que lutam pelos direitos sociais, econômicos, políticos

e culturais. Incluem-se, também, os tipos de movimentos que concernem a uma camada mais

popular e a uma minoria social (GOHN, 2008)

Movimentos identitários que lutam por direitos sociais, econômicos, políticos, e,

mais recentemente, culturais. São movimentos de segmentos sociais excluídos,

usualmente pertencentes às camadas populares (mas não exclusivamente). Podem-se

incluir, nesse formato, as lutas das mulheres, dos afro-descendentes, dos índios, dos

grupos geracionais (jovens, idosos), grupos portadores de necessidades especiais,

grupos de imigrantes sob a perspectiva de direitos, especialmente dos novos direitos

culturais construídos a partir de princípios territoriais (nacionalidade, Estado, local),

e de pertencimentos identitários coletivos (um dado grupo social, língua, raça,

religião etc.). (GOHN, 2008, p. 440)

Segunda: ―movimentos de luta por melhores condições de vida e de trabalho, no meio

urbano e no rural, que demandam acesso e condições para terra, moradia, alimentação,

educação, saúde, transportes, lazer, emprego, salário etc.‖ (GOHN, 2008, p. 440)

Terceira: conforme Gohn (2008) são movimentos globais que caracterizam o que há

de novo no cenário dos movimentos sociais.

Gohn (2008, p. 440) afirma que:

São lutas que atuam em redes sociopolíticas e culturais, via fóruns, plenárias,

colegiados, conselhos etc. Essas lutas são também responsáveis pela articulação e

globalização de muitos movimentos sociais locais, regionais, nacionais ou

transnacionais. Na realidade, essa forma de movimento constitui a grande novidade

deste novo milênio. (GOHN, 2008, p. 440)

No mundo globalizado estão aparecendo novos atores nos movimentos sociais latino-

americanos. Surgiram os novos movimentos antiglobalização e eles abordam as mais diversas

temáticas como lutas étnicas e religiosas de diferentes crenças. Os movimentos se

intercionalizam rapidamente e explodem com grande facilidade. (Gohn, 2008)

Gohn (2008) afirma que nas últimas décadas no século XX houve mudanças que

alteraram o conceito teórico dos movimentos sociais latino-americanos, tais alterações

defrontam com novas demandas, lutas e conflitos. Os movimentos antiglobalização venceram

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as fronteiras e tornaram-se transnacionais. A autora também chama atenção para a

importância das redes sociais para a visibilidade dos movimentos.

O tema dos movimentos sociais retoma um lugar central no plano internacional

como objeto de investigação por intermédio do movimento antiglobalização, de uma

nova perspectiva: como movimento global que rompe as barreiras das nações e se

torna não apenas internacional, mas transnacional. A ênfase está nas redes que

constroem e os projetos sociais que se inserem; os fóruns que realizam são seus

momentos principais de visibilidade. (GOHN, 2008, p. 442)

Gohn (2008, p. 442) afirma que os Movimentos Sociais na América Latina ―não mais

se limitam à política, à religião ou às demandas socioeconômicas e trabalhistas. Movimentos

por reconhecimento, identitários e culturais, ganharam destaques ao lado de movimentos

sociais globais‖.

Os Movimentos Sociais atuam como um sujeito social coletivo, assim sendo não

podem ser analisados fora de um contexto histórico. Ele assume uma identidade, que pode

variar de acordo com os contextos. (GOHN, 2008)

Segundo Gohn (2008) a tendência dos movimentos sociais no Brasil é a organização

por meio de grupos sociais e novos atores sociais como entidades do Terceiro Setor e ONGs.

Os projetos sociais desses novos grupos sociais influenciaram, também, a realidade social.

Resulta desse cenário que a sociedade civil organizada passou a ser orientada por

outros eixos, focada menos nos pressupostos ideológicos e políticos, e mais nos

vínculos sociais comunitários organizados segundo critérios de cor, raça, idade,

gênero, habilidades e capacidades humanas. Dessas articulações surgem as redes

sociais e temáticas (gênero, faixas etárias, questões ecológicas e socioambientais,

étnicas, raciais, religiosas), os fóruns, as câmaras, etc. (GOHN, 2008, p. 446)

De acordo com Castells (2003), as sociedades administradas politicamente mudam por

meio de conflitos sociais. O autor afirma, também, que a Internet tem mudado a organização

comunicacional da esfera dos movimentos sociais. Para Castells (2003, p. 114) ―os

movimentos sociais do século XXI, ações coletivas deliberadas que visam à transformação de

valores e instituições da sociedade‖. Para o autor a Internet é a base para que os movimentos

produzam uma nova sociedade, ela é uma ferramenta organizacional.

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30

2. Metodologia

O objetivo deste capítulo é detalhar o processo da coleta de dados e sua análise. Para

tal detalhamento, foram utilizadas as referências teóricas apresentadas no capítulo anterior.

Considerando o objetivo do trabalho de mapear os Movimentos Sociais na web, ou

seja, o ativismo digital ou ciberativismo; a pesquisa será realizada no ciberespaço. Assim

sendo, serão analisados os movimentos sociais que usam como ferramenta os sites de redes

sociais. Serão considerados os sites de redes sociais propriamente ditos (Facebook, Orkut) e

os apropriados (Twitter, weblogs). (RECUERO, 2009)

A pesquisa dos sites de redes sociais utilizados pelos Movimentos Sociais será feita no

site http://www.mapadaparticipacao.org.br. Neste site encontramos o Mapa da Participação

Cidadã da cidade de São Paulo, no qual os Movimentos Sociais cadastram-se gratuitamente.

O objetivo desse site é informar aos cidadãos sobre os Movimentos existentes e fortalecê-los.

Assim sendo, aqueles que utilizam a Internet como uma ferramenta comunicacional estarão

devidamente cadastrados neste site. O Mapa da Participação Cidadã apresenta diferentes tipos

de organização, no entanto, serão considerados somente aqueles classificados de

―Movimentos Sociais, Redes e Associações‖ e as ―Organizações Virtuais‖.

Para analisar os movimentos sociais serão consideradas as três categorias de

ciberativismo apresentadas por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008). Dessa forma, serão

utilizadas as seguintes questões de pesquisa:

1 – Em qual categoria ciberativista estão classificados tais Movimentos Sociais?

2 – Há convite para mobilizações (on-line ou off-line)?

3 – Quais sites de redes sociais são utilizados pelos Movimentos?

Serão consideradas todas as tipologias de Movimentos Sociais apresentadas por Gohn

(2008). Assim sendo, todas as áreas de atuações propostas pelo Mapa da Participação Social.

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31

3. Análise e Discussão de Dados

O Mapa da Participação Cidadã de Cidade de São Paulo está dividido por categorias

estabelecidas por seus organizadores. Para a discussão dos dados serão consideradas as

seguintes categorias:

3.1 Movimentos Sociais, Redes e Associações

Seguem os movimentos sociais, redes e associações que utilizam os sites de Redes

Sociais para contribuir com suas mobilizações ou como fonte de mídia alternativa.

3.1.1 Adote um Vereador

Área de atuação: Cidadania

Endereço: R. Francisco Muniz Barreto, 221 — Vila Sônia

Site: http://www.adoteumvereadorsp.com.br/

Esse movimento foi criado em 2008 e seu objetivo é fazer com que um cidadão

informe-se a respeito de um determinado vereador, deputado ou senador e disponibilize essa

informação em um blog, que deve ser criado para essa finalidade.

O movimento propõe que os participantes informem-se através de rádio, TV, jornais,

sites, blogs, sites de redes sociais, por telefone e que façam visitas a Câmara Municipal, a

Assembleia ou ao Congresso, se for necessário.

Os vereadores adotados são informados pelo próprio site, bem como, os blogs

responsáveis pela divulgação das suas atividades parlamentares. De acordo com a

classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à

primeira categoria ciberativista, pois utiliza a Internet como conscientizadora e apoiadora.

Atualmente, o movimento é formado pelos seguintes blogs:

http://adoteianibaldefreitas.wordpress.com

Vereador adotado: Anibal de Freitas

http://a1vabouanni.wordpress.com

Vereador adotado: Abbou Anni

http://deolhonoacr.wordpress.com

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32

Vereador adotado: Antonio Carlos Rodrigues

http://vereadordonatosp.blogspot.com.br

Vereador adotado: Donato

http://adoteiumvereador.blogspot.com.br

Vereador adotado: José Police Neto

http://deolhonorolim.wordpress.com

Vereador adotado: José Rolim

http://adoteidrmarcoaureliocunha.blogspot.com.br

Vereador adotado: Marco Aurélio Cunha

http://mbserel.blogspot.com.br

Vereadora adotada: Marta Costa

http://cuidandodacidadania.blogspot.com.br

Vereador adotado: Netinho de Paula

3.1.2 Árvores Vivas

Área de atuação: Meio Ambiente

Endereço: Alameda Cleveland, 733 – Bom Retiro

Blog: http://arvoresvivas.wordpress.com

Twitter: http://www.twitter.com/arvoresvivas

Facebook: http://www.facebook.com/arvoresvivas

O objetivo desse movimento é a conscientização e a sensibilização das pessoas em

relação às árvores e à natureza presentes no nosso cotidiano. Além de disponibilizar

informações históricas, culturais e científicas; o movimento desenvolve passeios, caminhadas

em parques, produtos ecológicos, mudas e sementes, oficinas artísticas, projetos de

paisagismo e consultoria para o plantio de árvores.

No Facebook (utilizado a partir de 2010) são postadas fotos e frases sobre árvores e

meio ambiente. Também são publicadas as datas e os locais das próximas caminhadas e

―Passeios Verdes‖. O Twitter também é usado para publicar os próximos eventos. Conforme

com a classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o movimento

pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza a Internet como conscientizadora,

apoiadora, organizadora e mobilizadora.

Page 33: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

33

3.1.3 Associação Cidade Escola Aprendiz

Área de Atuação: Cidadania e educação

Endereço: Rua Belmiro Braga, 146, Vila Madalena

Site: http://www.cidadeescolaaprendiz.org.br

Twitter: http://twitter.com/ceaprendiz

Facebook: http://www.facebook.com/associacaocidadeescolaaprendiz

O objetivo dessa organização é construir um sistema de corresponsabilidade, no qual

famílias, escolas e comunidades dividem o compromisso do desenvolvimento integral de

jovens e crianças.

Com a definição de Bairro-Escola, a organização quer acabar com a ideia que a escola

é o único lugar onde os jovens e as crianças podem aprender. Visando assim a criação uma

comunidade educativa.

As informações sobre a finalidade e o foco dessa associação estão disponíveis no site.

Mas no Facebook (página criada em 2011) são postadas matérias sobre educação e cultura; a

agenda dos encontros propostos pela associação, observações e fotos dos eventos realizados.

No Twitter são postadas, principalmente, as datas dos eventos, saraus, oficinas e

encontros sugeridos pela associação. Segundo a classificação dada por Vegh (2003 apud

CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza

a Internet como conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora.

3.1.4 Associação Nacional de Transportes Públicos — ANTP

Área de Atuação: Transporte

Endereço: Alameda Santos nº 1000 - 7º andar - conj. 71 – Jd. Paulista

Site: http://portal1.antp.net

Facebook http://www.facebook.com/antpbrasil

Twitter: http://twitter.com/antpbr

A ANTP fundada em 1977, essa organização tem como objetivo desenvolver e

divulgar informações sobre o transporte público tendo em vista o seu aprimoramento.

No site da associação encontra-se a agenda das reuniões e dos fóruns que os

participantes e parceiros podem comparecer.

Page 34: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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O Facebook (página criada em 2011) é utilizado somente para a conscientização da

importância e do papel do transporte público. Para isso, há postagens de entrevistas e artigos

sobre o assunto. Os links dessas entrevistas e artigos também são postados no Twitter.

Conforme com a classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o

movimento pertence à primeira categoria, pois utiliza a Internet como conscientizadora e

apoiadora. A Internet é uma mídia alternativa para o movimento, mas toda a informação

disponível nos sites de redes sociais é controlada pelo próprio movimento. Não há links para

outros blogs ou sites.

3.1.5 Associação Outras Palavras

Área de Atuação: Comunicação

Endereço: Rua Augusta, 1239 - Consolação

Site: http://www.outraspalavras.net

Twitter: http://twitter.com/outraspalavrass

Facebook: http://www.facebook.com/outraspalavras

O movimento funciona como uma mídia alternativa. No site pode-se encontrar

diversos artigos sobre variados assuntos: políticos, sociais, feministas, financeiros.

No Facebook (página criada em 2010) e no Twitter são postados artigos e entrevistas

presentes no site do movimento ou em blogs. Os links desses artigos e entrevistas

encaminham o usuário para o site do movimento ou para blogs que têm a mesma finalidade.

Esse movimento é composto da reunião de textos disponíveis no site e de textos de

outros blogs. Clicando em um texto de um blog, o usuário é encaminhado para este e terá

acesso a todo o seu conteúdo. De acordo com a classificação dada por Vegh (2003 apud

CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à primeira categoria, pois utiliza a Internet

como conscientizadora e apoiadora. A Internet é uma mídia alternativa e nesse site há

diversos emissores. Em alguns blogs ou entrevistas há informações sobre mobilizações off-

line, mas a Internet não atua como organizadora e mobilizadora.

Page 35: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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3.1.6 Associação Portal de Santana — APSA

Área de Atuação: Cidadania

Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 972 - Santana

Blog: http://portaldesantana.blogspot.com

O objetivo do Portal de Santana é a implementação de projetos sociais, ambientais,

econômicos e culturais que beneficiem à localidade de Santana – Zona Norte de São Paulo.

Seus integrantes utilizam o blog para informar os projetos que beneficiarão à localidade, as

solicitações já atendidas pelas autoridades, bem como fotos das últimas reuniões.

Para participar do movimento é necessário comparecer as reuniões. No entanto, no

blog não consta as datas das mesmas. Conforme com a classificação dada por Vegh (2003

apud CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à primeira categoria, pois utiliza a

Internet como conscientizadora e apoiadora.

3.1.7 Associação Preserva São Paulo

Área de Atuação: Arte e Cultura

Endereço: Senador Feijó, 30 - 6º andar - sala 607 - Centro

Site: http://www.preservasp.org.br/

Facebook: http://www.facebook.com/preservasp

Twitter: http://twitter.com/preservasp

Flickr: http://www.flickr.com/groups/preservasp/pool/

Yahoo Groups: http://br.groups.yahoo.com/group/preservasp/

O objetivo dessa associação é a preservação do patrimônio histórico, arquitetônico,

cultural e paisagístico da cidade de São Paulo. No site do movimento podem-se encontrar

todas as formas de participar da associação e a agenda das reuniões.

No Facebook (página criada em 2011) do movimento são postados artigos e fotos

antigas dos patrimônios urbanos. As datas das reuniões também são postadas.

O Twitter é utilizado, principalmente, para divulgar as datas dos encontros. No Yahoo

Groups ocorre uma discussão online sobre a preservação dos patrimônios urbanos. Já no

Flickr há diversas fotos de prédios, igrejas, parques, museus, fotos do cotidiano das pessoas

na cidade de São Paulo. Segundo a classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE,

2008), o movimento pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza a Internet como

Page 36: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

36

conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora. O Movimento propõe encontros

off-line assim como discussões através de fóruns on-line.

3.1.8 Associação Rede Rua

Área de Atuação: Assistência Social

Endereço: Rua Sampaio Moreira, 110/C9 - Brás

Site: http://www.rederua.org.br

Facebook: http://www.facebook.com/rederua.org

Youtube: http://www.youtube.com/user/RedeRuadeComunicacao

O movimento social atua na luta da população de rua pelos seus direitos de uma

moradia e uma vida digna.

A página do Facebook passou a ser usada a partir de Agosto de 2012. Ela está

composta principalmente de fotos de mobilizações off-line e de informações sobre as mesmas.

O Movimento também disponibilizou um canal no youtube onde há diversos vídeos para a

conscientização da luta da população de rua. Seguindo a classificação dada por Vegh (2003

apud CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à primeira e à segunda categoria, pois

utiliza a Internet como conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora de encontros

off-line.

3.1.9 Comissão Pró-Índio de São Paulo – CPI – SP

Área de Atuação: Arte e Cultura, Direitos Humanos, Raça e Etnia

Endereço: Rua Padre Carvalho, 175 - Pinheiros

Site: http://www.cpisp.org.br/

Facebook: http://www.facebook.com/comissao.proindio

Twitter: http://twitter.com/proindio

Blog: http://comissaoproindio.blogspot.com.br/

Através do fortalecimento da democracia e o reconhecimento dos direitos das minorias

étnicas, o objetivo desse movimento é garantir os direitos territoriais, políticos e culturais dos

índios e quilombolas.

Page 37: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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O Blog (criado em 2009) é utilizado como um diário dessa comissão. Nele são

postadas as informações pertencentes à comissão, artigos de jornais ou revistas relacionados

aos indígenas, datas e objetivos dos encontros off-line e até mesmo vagas de empregos

disponíveis na associação.

O Facebook (criado em 2011) traz muitas fotos dos eventos realizados e convites para

os próximos eventos. Há, também, alguns links que direcionam ao blog da comissão. No

Twitter há links para a leitura de textos que estão relacionados aos direitos indígenas.

Conforme a classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o movimento

pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza a Internet como conscientizadora,

apoiadora, organizadora e mobilizadora de encontros off-line. A comissão aproveita os três

sites de redes sociais (Facebook, Twitter e Blog) de formas diferentes e não de maneira

repetitiva, pois usa o Blog como um diário, o Facebook como um álbum de fotos e o Twitter

oferecendo diferentes links sobre o assunto.

3.1.10 Frente de Lutas por Moradia – FLM

Área de Atuação: Habitação

Endereço: Avenida São Jõao, 1495 - 2 piso - Centro

Site: http://www.portalflm.com.br

Facebook: http://www.facebook.com/lutamoradia.frentedelutapormoradia

Twitter: http://twitter.com/LutaMoradia

Flickr: http://www.flickr.com/photos/frentedelutapormoradia

Este movimento luta para conquistar projetos habitacionais destinados à população de

baixa renda. Além disso, estimula e articula lutas populares com a participação das famílias.

A página do Facebook (criada em 2011) publica fotos de prédios ocupados pelas

famílias e das lutas populares. Há o convite para a participação de algumas passeatas e

debates políticos, mas não há datas das invasões. No Twitter está o passo a passo da frente e

alguns links que encaminham ao site oficial do movimento e a pagina do Facebook. No Flickr

há exposição de fotos das diversas ocupações realizadas pelo grupo.

Obedecendo à classificação de Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), a FLM

utiliza a Internet como conscientizadora e apoiadora, assim sendo pertence à primeira

categoria. Há convites para mobilizações off-line, mas que não pertencem ao movimento

como, por exemplo, convites para passeatas e debates políticos.

Page 38: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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3.1.11 Grupo de Incentivo à Vida – GIV

Área de Atuação: Saúde

Endereço: Rua Capitão Cavalcante, 145 – Vl. Clementino

Site: http://www.giv.org.br/

Facebook: http://www.facebook.com/pages/GIV-Grupo-de-Incentivo-%C3%A0-

Vida/259788710699286

Esse grupo tem como objetivo oferecer alternativas para uma melhor qualidade de

vida das pessoas portadoras do vírus HIV. As alternativas são tanto no âmbito social quanto

no da saúde física e mental. Além disso, ele está envolvido politicamente na maior parte das

decisões e reivindicações que são importantes para essas pessoas.

Na página do Facebook (criada em 2011) encontramos diversas matérias sobre a

AIDS. Muitas são relacionadas às pesquisas da doença e são de sites estrangeiros. Há também

algumas noticias de esfera política. No entanto, todas as informações referentes aos encontros

e mobilizações off-line não são encontradas nessa página.

De acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à

primeira categoria, uma vez que utiliza sua página no Facebook como conscientizadora e não

como mobilizadora.

3.1.12 Instituto de Fomento à Tecnologia do Terceiro Setor — IT3S

Área de Atuação: Cidadania e comunicação

Endereço: Rua Emiliano Cardoso de Melo - Rio Pequeno

Site: http://it3s.org/

Facebook: http://www.facebook.com/IT3S.org?ref=ts&fref=ts

Blog: http://blog.it3s.org/

O objetivo desse movimento é promover a comunidade Mootiro, uma rede de

organizações sociais que trabalham em prol da construção colaborativa de conhecimentos

relevantes para a área social e a implantação de software para apoiar os trabalhos sociais.

O Blog foi utilizado como um diário da pesquisa desse novo software. Após a

implantação do mesmo, o blog não foi mais atualizado. O Facebook (criado em 2010) atua

como um divulgador dos trabalhos efetuados pelo software e propõe, também, algumas

atividades culturais relacionadas com o tema, como por exemplo, visitas a exposições e a

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39

museus. A Mootiro tem diversas ferramentas para serem usadas em prol das organizações e

ONG‘s.

A Internet atua como conscientizadora e apoiadora na conquista desse novo software,

pertencendo assim à primeira categoria ciberatisvista, de acordo com Vegh (2003 apud

CAVALCANTE, 2008).

3.1.13 Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social

Área de atuação: Comunicação

Endereço: Rua Rego Freitas, 454 - Cj 122 12º andar - República

Site: http://www.intervozes.org.br

Facebook: http://www.facebook.com/intervozes

Esse movimento luta pela concretização do direito à comunicação. A organização

acredita que o direito à comunicação está plenamente associado ao exercício da cidadania

democrática. Um dos objetivos do grupo é promover uma mídia diversa e fortalecer a

comunicação popular.

O coletivo criou sua página no Facebook no ano de 2011. Desde então, publica fotos

de mobilizações e links que encaminham para reportagens, entrevistas, blogs e artigos

relacionados com a democratização da comunicação. Internet é utilizada como

conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora de encontros off-line. Assim sendo,

o grupo pertence à primeira e à segunda categoria ciberativista, segundo Vegh (2003 apud

CAVALCANTE, 2008).

3.1.14 Movimento Ministério Público Democrático – MPD

Área de atuação: Cidadania

Endereço: Rua Riachuelo, 217, 5 andar — Sé

Site: http://www.mpd.org.br/

Facebook: http://www.facebook.com/MPDemocratico

Twitter: https://twitter.com/mpdemocratico

O objetivo do movimento é fazer com que a justice esteja ao alcance de todos. Para

promover a conscientização da sociedade quanto aos seus direitos, o movimento oferece

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palestras, cursos, seminários e outras atividades para orientar a população sobre os seus

diretos e como acioná-los.

Em sua página do Facebook (criada no início de 2012) o grupo expõe entrevistas,

reportagens, artigos e textos relacionados com o tema. Além disso, divulga as datas de

diversos eventos e como participar de cada um deles. Há também diversas fotos dos eventos

realizados. O Twitter traz links para acessar assuntos relacionados com o tema e chamados

para os eventos. Ambos os sites de redes sociais propõem mobilizações off-line. Como a

Internet executa o papel de conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora de

encontros off-line, esse movimento concerne à primeira e à segunda categoria ciberativista, de

acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008).

3.1.15 Movimento Pró Autista – MPA

Área de atuação: Pessoa com Deficiência

Endereço: R. Teixeira Dormundo, 78 - Limão

Blog: http://www.movimentopro-autista.blogspot.com.br/

Facebook: https://www.facebook.com/groups/104726526298376/

O Movimento busca melhorar a vida dos autistas. Para isso pais, profissionais e

amigos orientam sobre características do autismo e estudam a melhor forma de enfrentá-las.

No Blog há postagens sobre eventos voltados para pais e profissionais, textos sobre os

direitos dos autistas e outros links que encaminham para sites relacionados com o tema.

Foi criado, também, um grupo no Facebook, no qual amigos trocam experiências e

publicam assuntos relacionados com o autismo. Conforme com a classificação dada por Vegh

(2003 apud CAVALCANTE, 2008), o movimento pertence à primeira categoria, pois utiliza a

Internet como conscientizadora e apoiadora. Há proposta de diversos cursos, palestras e

simpósios sobre autismo que acontecem em diversas localidades, mas não há proposta de

mobilizações off-line.

3.1.16 Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo – PFP ASP

Área de Atuação: Cidadania

Endereço: Av. Higienópolis, 890 - Consolação

Page 41: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

41

Site: http://www.pastoralfp.com

Blog: http://www.pastoralfp.blogspot.com.br

Facebook: http://www.facebook.com/pastoralfp

O objetivo do grupo é atuar na formação cidadã, política, religiosa e social da

comunidade cristã. Para tanto, o grupo propõe diversas atividades que são realizadas em

diferentes arquidioceses de São Paulo.

No blog, o grupo publica diversos textos relacionados à sociedade, política e religião,

além de publicar a agenda mensal dos eventos que acontecerão nas Arquidioceses. A página

do Facebook (criada no início de 2012) publica os links do que já foi postado no blog.

A organização pertence à primeira categoria ciberativista (VEGH, 2003 apud

CAVALCANTE, 2008), pois utiliza a Internet como conscientizadora e apoiadora. Apesar de

publicar agendas com encontros off-line, os mesmos não se tratam de mobilizações, estão

somente relacionados com o objetivo do movimento.

3.1.17 Projeto Juventude Ecológica

Área de Atuação: Juventude e Meio Ambiente

Endereço: Parque da Juventude - Santana/Zona Norte

Blog: http://www.juventudeecologica.blogspot.com.br

O objetivo desse grupo é a conscientização da importância da preservação do meio

ambiente e da proteção e defesa dos animais. Para tanto o grupo organiza encontros e

mobilizações, além de atividades culturais, educativas e esportivas.

No Blog do grupo podemos encontrar informações sobre as leis que protegem o meio

ambiente, bem como informações sobre fóruns e convites para mobilizações off-line. No

entanto, a atualização do blog não tem sido feito regularmente, pois a última postagem data

fevereiro de 2012 (blog acessado em 11-11-2012). Por organizar mobilizações e difundir

informações sobre o meio ambiente apoiando a importância da sua preservação, pode-se

classificar esse projeto na primeira e na segunda categoria ciberativista (VEGH, 2003 apud

CAVALCANTE, 2008).

Page 42: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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3.1.18 SPressoSP

Área de Atuação: Arte e cultura, cidadania, comunicação, direitos humanos, raça e

etnia, gênero, pessoa com deficiência, idosos, criança e adolescente, diversidade sexual,

educação, esporte e lazer, habitação, juventude, meio ambiente, saúde, segurança, trabalho e

transporte.

Endereço: Rua Senador César Lacerda Vergueiro, 73 - Pinheiros

Site: http://www.spressosp.com.br/

Facebook: http://www.facebook.com/pages/SPressoSP/219966481393891

O objetivo desse grupo é divulgar todas as informações referentes à cidade de São

Paulo. Devido à dimensão da cidade, o próprio movimento afirma que fazer um jornal

regional da cidade é um desafio. Por interessar-se por todas as notícias relacionadas à cidade o

movimento classifica-se em todas as áreas de atuação.

A página do Facebook (criada em 2011) é utilizada para divulgar todas as informações

contidas no site. As notícias abordam diversos assuntos como as mobilizações que acontecem

na cidade, politica, economia, esportes e tudo o que estiver relacionado à cidade. Há

informações sobre encontros que acontecerão off-line, debates que acontecerão on-line, mas

SPressoSP não organiza mobilizações off-line ou on-line. Assim sendo, a Internet atua como

conscientizadora e apoiadora desse movimento, pertencendo assim à primeira categoria

ciberatisvista, de acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008).

3.1.19 Teatro Silva

Área de Atuação: Arte e Cultura

Endereço: Rua Céu Azul, 24, Vila Mirante - Pirituba

Blog: http://teatrosilva.wordpress.com

Facebook: http://www.facebook.com/teatrosilva

O objetivo deste grupo é levar o teatro para a periferia. O grupo visa transformar

jovens e idosos dessa região em profissionais da área teatral como, por exemplo, atores,

contra-regras, iluminadores, dramaturgos.

O blog atua como um diário onde o grupo registra todo o trabalho é realizado. A

página do Facebook (criada em 2011) divulga fotos dos eventos realizados, links que

encaminham para o blog e organiza encontros off-line. Por ser conscientizadora, apoiadora,

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organizadora e mobilizadora de encontros off-line, esse movimento concerne à primeira e à

segunda categoria ciberativista, de acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008).

3.1.20 Transition Brasilândia – TTBrasa

Área de Atuação: Arte e cultura, cidadania, comunicação, direitos humanos, raça e

etnia, gênero, pessoa com deficiência, idosos, criança e adolescente, diversidade sexual,

educação, esporte e lazer, habitação, juventude, meio ambiente, saúde, segurança, trabalho e

transporte.

Blog: http://transitionbrasilandiablog.blogspot.com.br/

Facebook: http://www.facebook.com/transition.brasilandia?fref=ts

O objetivo desse grupo é lutar em coletivo pelos interesses da comunidade de

Brasilândia. Esses interesses podem ser desde a comunicação até temas que envolvem a

segurança, bem-estar de crianças e adolescentes.

Para manter todos informados sobre o que está acontecendo na comunidade, o

movimento dispõe de um blog que traz atualizações e convites das mobilizações off-line. No

Facebook do movimento podem-se encontrar fotos, convites e reportagens de interesse da

organização. A Internet executa o papel de conscientizadora, apoiadora, organizadora e

mobilizadora de encontros off-line, dessa forma movimento diz respeito à primeira e à

segunda categoria ciberativista (VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008).

3.1.21 União Municipal dos Estudantes Secundaristas – UMES

Área de Atuação: Cidadania e Educação

Endereço: Professor Filadelfo Azevedo, 642 – Vl. Nova Conceição

Facebook: http://www.facebook.com/groups/507207909291767/?fref=ts

Esse movimento tem como objetivo defender os interesses dos estudantes e visa um

ensino público de qualidade. Não consta nenhum site do movimento, mas há um grupo no

Facebook (desde outubro de 2012) que divulga assuntos que interessam aos estudantes do

Ensino Fundamental e Médio. Há diversas reportagens e links que encaminham para outros

sites relacionados com esse tema. O movimento pertence à primeira categoria ciberativista,

Page 44: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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pois utiliza a Internet como apoiadora e conscientizadora. (VEGH, 2003 apud

CAVALCANTE, 2008).

3.2 Organizações Virtuais

O site do Mapa da Participação Cidadã da Cidade de São Paulo considera alguns

movimentos como organizações virtuais por não terem uma sede em um lugar determinado.

Seguem tais organizações que utilizam os sites de redes sociais:

3.2.1 Ciclobr

Área de atuação: Transporte

Site: www.ciclobr.org.br

Twitter: https://twitter.com/CicloBR

Youtube: http://www.youtube.com/CicloBR

Vímeo: http://vimeo.com/ciclobr

Flickr: http://www.flickr.com/photos/ciclobr

O objetivo desse grupo é divulgar o uso da bicicleta como um meio de transporte

alternativo e uma alternativa de melhora da qualidade de vida.

O movimento utiliza os sites de redes sociais para informar sobre os passeios

ciclísticos e também posta vídeos e fotos dos mesmos. O grupo também expõe a ideia de

Bicicromia: arte, grafite e bicicleta. De acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE,

2008), o movimento pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza a Internet como

conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora de passeios ciclísticos.

3.2.2 Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo

Área de Atuação: Transporte

Site: http://www.ciclocidade.org.br/

Facebook: http://www.facebook.com/ciclocidade?fref=ts

Page 45: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

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Twitter: http://twitter.com/ciclocidade

Esse movimento tem como objetivo difundir a cultura da bicicleta. Em diálogo com

entidades políticas o grupo defende assuntos de interesse dos ciclistas na capital e na região

metropolitana de São Paulo.

O coletivo tem uma página no Facebook (desde 2009) que divulga os passeios,

encontros, eventos e festas da Associação. Tais divulgações também são feitas através do

Twitter. Esse Movimento pertence à primeira e à segunda categoria ciberativista, pois a

Internet atua como organizadora, conscientizadora, apoiadora e mobilizadora de diversos

eventos off-line. (VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008)

3.2.3 Cidade Democrática

Área de atuação: Cidadania

Site: http://www.cidadedemocratica.org.br

Facebook: http://www.facebook.com/cidademocratica?fref=ts

Twitter: https://twitter.com/intent/user?screen_name=cidademocratica

O objetivo desse grupo é promover um espaço onde cidadãos expressam suas opiniões

sobre qualquer assunto referente à cidade em que vivem. O site tem um desenho bem similar

ao do Facebook e seu funcionamento é bem similar a um site de rede social, ou seja, usuários

criam um perfil e relacionam-se de acordo com interesses em comum e que visam uma

sociedade melhor para se viver.

O Facebook (criado em 2011) e o Twitter postam diversas informações sobre os

serviços oferecidos pelo site, encontros off-line e links de outros sites que tratam sobre

cidadania. Segundo a classificação dada por Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008), o

movimento pertence à primeira e à segunda categoria, pois utiliza a Internet como

conscientizadora, apoiadora, organizadora e mobilizadora.

3.2.4 Good News Brasil

Área de atuação: Cidadania

Facebook: http://www.facebook.com/GoodNewsBrasil/photos_stream

Page 46: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

46

O único objetivo desse grupo, o qual está no Facebook desde 2011, é publicar somente

boas notícias sobre os mais diversos assuntos: saúde, terceira idade, política, economia, entre

outros. Esse grupo não propõe nenhuma mobilização on-line ou off-line. A Internet é

somente conscientizadora e apoiadora, por isso pertence à primeira categoria ciberativista.

(VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008)

3.2.5 Hortelões Urbanos

Área de Atuação: Meio Ambiente

Facebook: http://www.facebook.com/groups/170958626306460/

O objetivo desse grupo é dividir experiências e trocar informações sobre plantio e

agroecologia. Pertence à primeira categoria ciberativista, pois utiliza a Internet como

conscientizadora e apoiadora. (VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008)

O grupo não propõe discussões e mobilizações off-line ou on-line.

3.2.6 Observatório da Educação

Área de Atuação: Educação

Site: http://www.observatoriodaeducacao.org.br

Twitter: https://twitter.com/obseducacao

Facebook:http://www.facebook.com/pages/Observat%C3%B3rio-da-

Educa%C3%A7%C3%A3o/144459215564840

Youtube: http://www.youtube.com/observatorioeducacao

O objetivo desse grupo é difundir informações sobre a educação no Brasil e as ações

do poder público nesse campo.

A página do Facebook (criada em 2010) e o Twitter divulgam as matérias expostas no

site oficial do movimento, bem como, links de outros sites que têm o mesmo tema. No

Youtube, há vídeos de palestras e debates sobre Educação. A Internet é conscientizadora e

apoiadora, portanto pertence à primeira categoria ciberativista segundo Vegh (2003 apud

CAVALCANTE, 2008)

O movimento não propõe mobilizações on-line ou off-line.

Page 47: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

47

3.2.7 Transporte Ativo

Área de Atuação: Transporte

Site: http://www.ta.org.br

Facebook: http://www.facebook.com/transporteativo?fref=ts

Blog: http://www.blog.transporteativo.org.br/

Twitter: https://twitter.com/TransporteAtivo

O objetivo do grupo é a conscientização da importância de diversos meios de

transporte eficazes e seguros para os grandes centros urbanos. O coletivo defende que as

cidades devem ter diferentes opções de transportes como trens, metros, bicicletas, ônibus e

carros. Todos devem ter segurança e suas devidas rotas dentro do espaço urbano.

O Blog do movimento traz diferentes informações e ideias para solucionar os

problemas de transporte em grandes cidades. Há fotos e curiosidades dos costumes de outros

países e também palestras a respeito desse tema. A página do Facebook (criada em 2009) e o

Twitter trazem diferentes links para o blog do movimento e links de assuntos relacionados ao

movimento. A internet é utilizada como apoiadora e conscientizadora do movimento, assim

sendo, este pertence à primeira categoria ciberativista. (VEGH, 2003 apud CAVALCANTE,

2008).

3.2.8 Vote na Web

Área de Atuação: Cidadania

Site: http://www.votenaweb.com.br/

Facebook: http://www.facebook.com/votenaweb?fref=ts

Twitter: http://twitter.com/votenaweb_

Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=96457509

O objetivo desse movimento é aproximar os cidadãos dos assuntos que são decididos

no Congresso Nacional.

O site do grupo é bem interativo e propõe votações on-line sobre o que foi decidido

pelos políticos. A Comunidade do Orkut não foi atualizada desde abril de 2011. No entanto, a

página do Facebook (criada em 2010) está atualizada e nela são postados diferentes links que

encaminham ao site do movimento e às votações. Na página do Facebook, também há links

que encaminham o internauta para outros sites que trazem discussões políticas. Apesar de não

Page 48: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

48

propor nenhuma discussão online, o grupo faz algumas enquetes e geram uma troca de ideias.

O Twitter também é utilizado para encaminhar o internauta ao site da organização e para as

enquetes do mesmo. Pertence à primeira categoria ciberativista, pois utiliza a Internet como

conscientizadora e apoiadora. (VEGH, 2003 apud CAVALCANTE, 2008)

3.3 Discussão dos Dados

Os sites de redes sociais ocupam um lugar cada vez mais relevante para a formação de

grupos sociais que dividem as mesmas ideias, mas que muitas vezes não dividem o mesmo

espaço geográfico. Dos trinta e oito movimentos sociais abordados no site de Participação

Cidadã da Cidade de São Paulo, vinte e um utilizam essa ferramenta para, pelo menos,

divulgar seus ideais, objetivos e missões. Considerando esses movimentos, onze deles

utilizam os sites de redes sociais para a conscientização dos cidadãos sobre os seus interesses.

Essa conscientização é feita de diversas formas como vídeos, reportagens e até mesmo links

de outros sites que abordam temas de interesse de cada um dos movimentos. Os outros dez

além de utilizar os sites de redes sociais como conscientizadores e apoiadores, também

agendam e promovem encontros off-line. Esses encontros podem ser passeatas, workshops,

passeios, debates, enfim, das mais diversas formas. No entanto, somente um deles tem um

grupo de discussão on-line (Associação Preserva São Paulo).

Vivendo na Era da Informação, a comunicação não era para ser um dos problemas

para os Movimentos Sociais, no entanto, ainda é. Muitos grupos, que constam no site de

Participação Cidadã da Cidade de São Paulo não têm sites. Seguem grupos que não contam

com tal ferramenta comunicacional:

- Associação Feminina Comunitária Conjunto Habitacional Brigadeiro Eduardo

Gomes (Pirituba)

- Casa dos Meninos (Jd. Fim de Semana - Jd. Fim de Semana)

- Ecopress - Agencia de Notícias Ambientais — Ecopress (Itaim Bibi)

- Instituto Terra, Guardião da Natureza e Assistencial (Cidade Dutra)

- Rede das Agendas 21 de São Paulo — Rede21sp (Moema)

- Movimento Defenda São Paulo (Moema)

- Movimento Nossa Zona Leste (São Miguel)

- União dos Movimentos em Defesa das Moradias e Melhorias das Comunidades do

Completo Paraisópolis — UMMCP (Paraisópolis)

Page 49: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

49

Outros grupos têm sites, mas não têm perfil criado em sites de redes sociais. Seguem

tais grupos:

- Associação Saúde Sem Limites — SSL (Centro)

- Confederação Nacional das Associações de Moradores — CONAM (Centro)

- Movimento de Defesa do Favelado – MDF (Vl. Alpina)

- Rede Mulher de Educação — RME (Santa Efigênia)

- União dos Movimentos de Moradia da Grande São Paulo e Interior — UMM

(Liberdade)

- Movimento dos Idosos Solidários – MIS (Morumbi)

- Rádio Jaraguá FM (Jaraguá)

Esses problemas não são somente dos Movimentos Sociais que possuem sede física.

Algumas organizações virtuais também não têm nenhum site de rede social. Seguem essas

organizações:

- Associação Bike Brasil

- Respira São Paulo

- Arqueiros do Apocalipse ZenSurreal - Espaço de Criação da Arte Viva Quotidiana -

AAZS-ECAVQ

Outros estavam com o site fora do ar (acesso realizado em 22 de novembro de 2012) e

também não consta perfil em site de redes sociais:

- SACSP - Sistema de estatísticas e acompanhamento das reclamações dos munícipes

da cidade de São Paulo

- Urbanias

A comunicação estabelecida pelos sites de redes sociais é muito relevante para os

movimentos. Pois o primeiro passo para que um movimento obtenha um número considerável

de militantes é a sensibilização. Essa sensibilização pode ocorrer facilmente no ciberespaço e,

especialmente, em sites de redes sociais. Somente a partir desse momento é que tais

organizações criam autonomia para lutar por seus ideais e organizar protestos e encontros off-

line para pode alcançar importantes resultados. (GOHN, 2012).

Page 50: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

50

Outro problema comunicacional que notamos nos grupos estudados é que eles ainda

não se comunicam em rede, ou seja, não estabelecem um contato entre si. Por exemplo, os

movimentos sociais que atuam na área de transportes não se comunicam com outros da área

da cidadania ou do meio ambiente. Notamos que ainda está muito forte a característica dos

movimentos que surgiram na década de 90. Cada grupo luta pelo seu próprio interesse.

(GOHN, 2012). Se os movimentos estabelecessem uma comunicação entre si, aperfeiçoariam

seu poder de informação e poderiam criar diferentes estratégias para organizar e orientar seus

participantes (MARTELETO, 2001)

Assim sendo, pode-se considerar que a maioria dos movimentos e organizações

virtuais estudadas utilizam os sites de rede sociais como apoiadores e conscientizadores.

Alguns propõem mobilizações off-line e somente um propõe discussões on-line. Ainda

seguem o perfil dos movimentos da década de 90, pois estão divididos em grupos que lutam

por seus ideais e inclusão social. Para uma melhor visualização dos dados coletados seguem

duas tabelas. A primeira aborda os Movimentos Sociais, Redes e Associações; a categoria

ciberativista, de acordo com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008) e os respectivos sites

de redes sociais. A segunda traz as Organizações Virtuais; a categoria ciberativista, de acordo

com Vegh (2003 apud CAVALCANTE, 2008) e seus respectivos sites de redes sociais.

Nome do

Movimento

Categoria

Ciberativista

Mobilização Sites de Redes Sociais

Off-line On-line

3.1 Adote um

Vereador 1ª Não Não www.adoteumvereadorsp.com.br

3.2 Árvores Vivas 1ª e 2ª Sim Não

arvoresvivas.wordpress.com

www.twitter.com/arvoresvivas

www.facebook.com/arvoresvivas

3.3

Associação

Cidade Escola

Aprendiz

1ª e 2ª Sim Não www.facebook.com/associacaocidadeescolaaprendiz

twitter.com/ceaprendiz

3.4

Associação

Nacional de

Tranportes

Públicos - ANTP

1ª Não Não

www.facebook.com/antpbrasil

twitter.com/antpbr

vimeo.com/antp

3.5

Associação

Outras Palavras -

OP

1ª Sim Não www.facebook.com/outraspalavras

twitter.com/outraspalavrass

3.6

Associação Portal

de Santana -

APSA

1ª Não Não portaldesantana.blogspot.com

Page 51: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

51

3.7

Associação

Preserva São

Paulo

1ª e 2ª Sim Sim

www.facebook.com/preservasp

twitter.com/preservasp

www.flickr.com/groups/preservasp/pool/

br.groups.yahoo.com/group/preservasp/

3.8 Associação Rede

Rua 1ª e 2ª Sim Não

www.youtube.com/user/RedeRuadeComunicacao

www.facebook.com/rederua.org

3.9

Comissão Pró-

Índio de São

Paulo CPI-SP

1ª e 2ª Sim Não

www.facebook.com/comissao.proindio

twitter.com/proindio

comissaoproindio.blogspot.com.br/

3.10

Frente de Lutas

por Moradia -

FLM

1ª Sim Não

www.facebook.com/lutamoradia.frentedelutapormoradia

twitter.com/LutaMoradia

www.flickr.com/photos/frentedelutapormoradia

3.11

Grupo de

Incentivo à Vida -

GIV

1ª Não Não www.facebook.com/pages/GIV-Grupo-de-Incentivo-à-

Vida/259788710699286

3.12

Instituto de

Fomento à

Tecnologia do

Terceiro Setor -

IT3S

1ª Não Não

www.facebook.com/IT3S.org

blog.it3s.org/

3.13

Intervozes -

Coletivo Brasil

de Comunicação

Social

1ª e 2ª Sim Não www.facebook.com/intervozes

3.14

Movimento

Ministério

Público

Democrático -

MPD

1ª e 2ª Sim Não

www.facebook.com/MPDemocratico

twitter.com/mpdemocratico

3.15 Movimento Pró

Autista - MPA 1ª Não Não

www.facebook.com/groups/104726526298376/

www.movimentopro-autista.blogspot.com.br/

3.16

Pastoral Fé e

Política da

Arquidiocese de

São Paulo - PFP

ASP

1ª Não Não

www.facebook.com/pastoralfp

www.pastoralfp.blogspot.com.br/

3.17 Projeto Juventude

Ecológica 1ª e 2ª Sim Não www.juventudeecologica.blogspot.com.br

3.18 SPressoSP 1ª Sim Não www.facebook.com/pages/

SPressoSP/219966481393891

3.19 Teatro Silva 1ª e 2ª Sim Não www.facebook.com/teatrosilva

teatrosilva.wordpress.com

3.20

Transition

Brasilândia -

TTBrasa

1ª e 2ª Sim Não transitionbrasilandiablog.blogspot.com.br/

www.facebook.com/transition.brasilandia?fref=ts

3.21

União Municipal

de

Estudantes

Secundaristas -

UMES

1ª Não Não www.facebook.com/groups/507207909291767/?fref=ts

Page 52: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

52

Nome do Movimento Categoria

Ciberativista

Mobilização Sites de Redes Sociais

Off-line On-line

3.2.1 Ciclobr 1ª e 2ª Sim Não

www.youtube.com/CicloBR

vimeo.com/ciclobr

www.flickr.com/photos/ciclobr

twitter.com/CicloBR

3.2.2

Ciclocidade - Associação dos

Ciclistas

Urbanos de São Paulo

1ª e 2ª Sim Não www.facebook.com/ciclocidade?fref=ts

twitter.com/ciclocidade

3.2.3 Cidade Demorática 1ª e 2ª Sim Não www.facebook.com/cidademocratica?fref=ts

twitter.com/intent/user?screen_name=cidademocratica

3.2.4 Good News Brasil - GNB 1ª Não Não www.facebook.com/GoodNewsBrasil/photos_stream

3.2.5 Hortelões Urbanos 1ª Não Não www.facebook.com/groups/170958626306460/

3.2.6 Observatório da Educação 1ª Não Não

www.youtube.com/observatorioeducacao

www.facebook.com/pages/Observat%C3%B3rio-da-

Educa%C3%A7%C3%A3o/144459215564840

twitter.com/obseducacao

3.2.7 Transporte Ativo 1ª Não Não

www.facebook.com/transporteativo?fref=ts

www.blog.transporteativo.org.br/

twitter.com/TransporteAtivo

3.2.8 Vote na Web 1ª Não Não

www.facebook.com/votenaweb?fref=ts

twitter.com/votenaweb_

www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=96457509

Page 53: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

53

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Mesmo vivendo em sociedade, muitos não participam ativamente de movimentos

sociais enquanto outros batalham por uma causa até o fim. Algumas questões, no entanto, não

saiam da minha cabeça: Onde estão os Movimentos Sociais? Nossa sociedade está satisfeita

com a política, a economia e com a educação? Ao levantar essas questões, passei a observar

melhor e ver que certos grupos como os movimentos feministas, os movimentos gays e os

movimentos negros estavam alcançando importantes conquistas de inclusão social. Foi então

que percebi que os movimentos ainda existiam, mas em pequenos grupos e que seus ideais

também haviam mudado, pois lutavam pela inclusão social. Apesar disso, dificilmente

podemos encontrar notícias sobre tais movimentos nos jornais ou na TV.

A Internet revolucionou a forma das pessoas se comunicarem. Além dos e-mails, sites

e chats ela trouxe também os Sites de Redes Sociais. As pessoas sempre gostaram de estar em

grupos, isso já faz parte da natureza humana e agora não é mais necessário estar no mesmo

lugar geográfico de outras pessoas para compartilhar as mesmas ideias. Não é necessário, nem

mesmo, marcar hora para um diálogo no mundo virtual. Tais mudanças também começaram a

fazer parte do mundo dos movimentos sociais e abriram novas portas para os movimentos do

século XXI. Um exemplo foi o movimento do Ocuppy Wall Street. Ele aconteceu em

novembro de 2011, era contra o sistema capitalista e foi considerado como um movimento

transnacional, pois ocorreram manifestações em diversas cidades do mundo.

Nas análises dos dados dessa pesquisa pude concluir que muitos movimentos ainda

seguem o perfil dos movimentos da década de 90, os quais são grupos separados de acordo

com sua raça, sexo, classe ou interesses em comum. A maioria utiliza os sites de redes sociais

para difundir seus objetivos e alguns organizam e convidam para mobilizações off-line. Ainda

assim não estabelecem uma comunicação em rede, conforme característica dos movimentos

da década de 90. Além disso, notei que muitos não utilizam todas as ferramentas desses sites,

somente um deles organiza uma discussão on-line e poucos geram pequenos debates. A

maioria posta reportagens e textos sobre a área de atuação dos movimentos.

A configuração dos Movimentos Sociais está mudando, como já observado a respeito

do Occupy Wall Street, no entanto, acredito que os educadores têm um papel muito

importante que é parar de ―produzir‖ robôs que sabem somente obedecer e passar a serem

mediadores de uma educação que ensine a pensar.

Page 54: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

54

REFERÊNCIAS

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Disponível em: < http://jcmc.indiana.edu/vol13/issue1/boyd.ellison.html > Acesso em 21

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GOHN, Maria da Glória. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e

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LEINER, Barry M. et al. Breve História de Internet. Disponível em <

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LEMOS, André. Cibercultura, tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto

Alegre: Ed. Sulina, 2002.

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MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais – aplicação nos estudos de

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< http://bocc.ufp.pt/pag/rigitano-eugenia-redes-e-ciberativismo.pdf > Acesso em 30 de maio

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Page 57: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

57

LISTA DE SITES

Acessados em 28 de outubro de 2012

http://www.mapadaparticipacao.org.br

http://www.adoteumvereadorsp.com.br/

http://arvoresvivas.wordpress.com

http://www.twitter.com/arvoresvivas

http://www.facebook.com/arvoresvivas

http://www.cidadeescolaaprendiz.org.br

http://twitter.com/ceaprendiz

http://www.facebook.com/associacaocidadeescolaaprendiz

http://www.cafeaprendiz.com.br/

http://www.outraspalavras.net/

http://twitter.com/outraspalavrass

http://www.facebook.com/outraspalavras

http://portaldesantana.blogspot.com.br/

http://www.preservasp.org.br/

http://www.flickr.com/groups/preservasp/pool/

http://br.groups.yahoo.com/group/preservasp/

http://twitter.com/preservasp

http://www.facebook.com/preservasp?fref=ts

Acessados em 04 de novembro de 2012

Page 58: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

58

http://www.rederua.org.br

http://www.youtube.com/user/RedeRuadeComunicacao

http://www.facebook.com/rederua.org?fref=ts

http://www.saudesemlimites.org.br/oquefazemos

http://www.cpisp.org.br/

http://www.facebook.com/comissao.proindio

http://twitter.com/proindio

http://comissaoproindio.blogspot.com.br/

http://www.conam.org.br/

http://www.portalflm.com.br

http://www.flickr.com/photos/frentedelutapormoradia

http://www.twitter.com/LutaMoradia

http://www.facebook.com/lutamoradia.frentedelutapormoradia

http://www.giv.org.br/giv/reunioes.htm

http://www.facebook.com/pages/GIV-Grupo-de-Incentivo-%C3%A0-

Vida/259788710699286?fref=ts

Acessados em 09 de novembro de 2012

http://www.intervozes.org.br

http://www.facebook.com/intervozes

http://www.mdf.org.br

http://www.idosossolidarios.com.br/

http://www.mpd.org.br/

http://www.facebook.com/MPDemocratico?fref=ts

Page 59: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

59

https://twitter.com/mpdemocratico

http://www.movimentopro-autista.blogspot.com.br/

https://www.facebook.com/groups/104726526298376/

http://www.pastoralfp.blogspot.com.br/

http://www.facebook.com/pastoralfp

http://www.pastoralfp.com/

Acessados em 11 de novembro de 2012

http://www.juventudeecologica.blogspot.com.br

http://www.jaraguafm.radio.br/default.php?p=faleconosco.php

http://www.jaraguafm.radio.br

http://www.redemulher.org.br

http://www.spressosp.com.br

http://www.facebook.com/pages/SPressoSP/219966481393891

http://www.facebook.com/teatrosilva

http://teatrosilva.wordpress.com

http://transitionbrasilandiablog.blogspot.com.br/

http://www.facebook.com/transition.brasilandia?fref=ts

http://www.sp.unmp.org.br

Acessados em 22 de novembro de 2012

https://twitter.com/CicloBR

www.ciclobr.org.br

Page 60: MAPEAMENTO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS VIA WEB NO PERÍODO DE 2008 A OUTUBRO DE 2012

60

http://vimeo.com/ciclobr

http://www.youtube.com/CicloBR

http://twitter.com/ciclocidade

http://www.ciclocidade.org.br/

http://www.facebook.com/ciclocidade?fref=ts

http://www.cidadedemocratica.org.br/

https://twitter.com/intent/user?screen_name=cidademocratica

http://www.facebook.com/cidademocratica?fref=ts

http://www.facebook.com/GoodNewsBrasil/photos_stream

http://www.facebook.com/groups/170958626306460/

http://www.respirasaopaulo.com.br/

http://www.youtube.com/observatorioeducacao

https://twitter.com/obseducacao

http://www.facebook.com/pages/Observat%C3%B3rio-da-

Educa%C3%A7%C3%A3o/144459215564840

http://www.observatoriodaeducacao.org.br

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