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Orientações Gerais para Profissionais da Área de Alimentos MÃOS À REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA: Indústrias de Alimentos e Vigilância Sanitária em Território Mineiro Ivone Maria de Melo Carneiro Autora e Organizadora 2016

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Orientações Gerais para Profissionais da Área de Alimentos

MÃOS À REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA:

Indústrias de Alimentos e Vigilância

Sanitária em Território Mineiro

Ivone Maria de Melo Carneiro Autora e Organizadora

2016

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Orientações Gerais para Profissionais da

Área de Alimentos

MÃOS À REGULARIZAÇÃO

SANITÁRIA:

Indústrias de Alimentos e

Vigilância Sanitária em

Território Mineiro

Ivone Maria de Melo Carneiro Autora/Organizadora Déborah Santesso Bonnas Maurício de Oliveira Fernanda Barbosa Borges Jardim Gisely Remy Rodrigues da Cunha Colaboradores

Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM/Uberaba

Núcleo de Vigilância Sanitária da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba

NUVISA/SRS/URA-MG 2016 (Versão 1)

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Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total deste Instrutivo, desde que citada a fonte e a autoria e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Carneiro, Ivone Maria de Melo C215m Mãos à regularização sanitária: indústrias de alimentos e Vigilância

sanitária em território mineiro/Ivone Maria de Melo Carneiro; colaboladores: Déborah Santesso Bonnas, Maurício de Oliveira, Fernanda Barbosa Borges Jardim, Gisele Remy Rodrigues da Cunha – Uberaba - MG, 2016.

78 f. : il

(Orientações Gerais para Profissionais da Área de Alimentos)

1. Alimentos - Controle sanitário. 2. Vigilância sanitária. 3. Indústria alimentícia. 4. Regularização sanitária. I. Carneiro, Ivone Maria de Melo. II. Bonnas, Déborah Santesso. III. Oliveira, Maurício de. IV. Jardim, Fernanda Barbosa Borges. V. Cunha, Gisele Remy Rodrigues da. VI.Título.

CDD 363.19264

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Autora/Organizadora: Ivone Maria de Melo Carneiro Graduada em Biologia pela Universidade do Cerrado Patrocínio – UNICERP (2004), tendo finalizado a graduação como aluna destaque da turma. Cursou especialização latu sensu em Saúde Pública pela UNICERP (2005), especialização latu sensu em Microbiologia pela Universidade de Uberaba – UNIUBE (2009) e é Mestra em Ciência e Tecnologia dos Alimentos pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM campus Uberaba (2016). Atuou como fiscal sanitário, do quadro efetivo da Prefeitura Municipal de Monte Carmelo, entre os anos de 1999 a 2006. Desde 2008 é servidora pública efetiva da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, atuando profissionalmente na área de Vigilância Sanitária, como Autoridade Sanitária, lotada no Núcleo de Vigilância Sanitária da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba/MG - NUVISA/SRS/URA/MG. Colaboradores: Déborah Santesso Bonnas Profa. Dra. do Instituto Federal do Triângulo Mineiro – IFTM campus Uberlândia. Participou da revisão geral. Maurício de Oliveira Mestre em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, Autoridade Sanitária e Coordenador da Vigilância em Saúde da SRS/URA. Participou da revisão geral. Fernanda Barbosa Borges Jardim Profa. Dra. do Instituto Federal do Triângulo Mineiro - IFTM campus Uberaba. Participou da revisão geral. Gisele Remy Rodrigues da Cunha Especialista em Arquitetura, Cidades e Projeto Urbano, Autoridade Sanitária e Coordenadora de Vigilância Sanitária/NUVISA/SRS/URA. Responsável pelas ilustrações.

Considerações:

Este Manual Técnico é parte integrante da dissertação de Mestrado intitulada Formação do responsável técnico para a indústria alimentícia: análise prospectiva dos papéis institucionais da Vigilância Sanitária, Conselhos Profissionais e Instituições de Ensino Superior de Uberaba – MG, elaborada pela autora acima mencionada.

Cumpre ressaltar que não foram utilizados recursos públicos para a impressão desse

material, uma vez que os serviços gráficos foram custeados pela autora.

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Dedico aos profissionais da área de alimentos. Que este material possa ser um novo espectro de reflexão sobre Vigilância Sanitária, permitindo que pontos de distanciamento se convertam em pontos de aproximação.

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APRESENTAÇÃO O Manual Técnico Mãos à Regularização Sanitária: Indústrias de Alimentos e

Vigilância Sanitária em Território Mineiro tem por objetivo orientar sobre a regularização sanitária das indústrias de alimentos no Estado de Minas Gerais, desde a aprovação de projetos arquitetônicos à concessão de alvará sanitário, e apresentar informações e conceitos relacionados à Vigilância Sanitária para subsidiar a atuação dos profissionais da área de alimentos. Para outras localidades (fora do Estado de Minas Gerais) é provável que existam normas específicas sobre essa pauta.

Obviamente, não há a pretensão de esgotar o tema “Vigilância Sanitária na

Indústria de Alimentos”, mas sim ampliar os conhecimentos dos profissionais da área de alimentos, pautando-se pelas normas sanitárias vigentes.

Inicialmente uma tiragem de quinhentos (500) exemplares foi destinada a consultas nas bibliotecas das Instituições de Ensino Superior de Uberaba/MG e região, que ofertam cursos da área de alimentos e afins, aos conselhos de classe profissionais, Núcleos de Vigilância Sanitária do Estado de Minas e outros órgãos de interesse.

O presente Manual pode ser acessado, na íntegra, na página eletrônica do site

Regularização Sanitária, www.regularizacaosanitaria.com.br. Além do Manual estão disponíveis videoaulas que discutem as normas sanitárias. O site é uma linha de comunicação com autora que responderá suas dúvidas e orientará sobre assuntos diversos de Vigilância Sanitária. O acesso ao site é gratuito.

Boa leitura e mãos à regularização sanitária!

Ivone Maria de Melo Carneiro

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LISTA DE SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point) ASO - Atestado de Saúde Ocupacional BPF - Boas Práticas de Fabricação (GMP – Good Manufacturing Practices) CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CONASS - Conselho Nacional de Secretários de Saúde CRT - Certificado de Responsabilidade Técnica CS - Código de Saúde DIEF - Diretoria de Infraestrutura Física DAE - Documentos de Arrecadação Estadual DOU - Diário Oficial da União DVA - Diretoria de Vigilância de Alimentos FAO - Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura GRS - Gerência Regional de Saúde GRU - Guia de Recolhimento da União IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IGAM - Instituto Mineiro de Gestão das Águas IMA - Instituto Mineiro de Agropecuária INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada LMT - Limite Máximo de Tolerância MG - Minas Gerais NBR - Norma Brasileira Regulamentadora NUVISA - Núcleo de Vigilância Sanitária MBPF - Manual de Boas Práticas de Fabricação MRA - Avaliação de Risco Microbiológico OMC - Organização Mundial do Comércio OMS - Organização Mundial de Saúde PAS - Processo Administrativo Sanitário PCMSO - Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional PEP - Ponto de Envenenamento Permanente PROGVISA/MG - Programa de Monitoramento da Qualidade dos Alimentos comercializados em Minas Gerais POP/PPHO - Procedimentos Operacionais Padronizados/Procedimentos Padrão de Higiene Operacional RDC - Resolução da Diretoria Colegiada RT - Responsável Técnico SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial SES - Secretaria de Estado de Saúde SISBI/POA - Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal SIF - Serviço de Inspeção Federal SIM - Serviço de Inspeção Municipal SRS - Superintendência Regional de Saúde TQM - Gerenciamento da Qualidade Total VISA - Vigilância Sanitária

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SUMÁRIO 1. VIGILÂNCIA SANITÁRIA (VISA): CONHECENDO UM POUCO MAIS....... 10 1.1 Evolução.................................................................................................. 10 1.2 Conceitos e importância.......................................................................... 11 1.3 Âmbito de atuação.................................................................................. 12 2. INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA: AUTORIZAÇÃO PARA PRODUZIR E

COMERCIALIZAR................................................................................. 2.1 Microempreendor Individual, Agricultura Familiar e Empreendedor da Economia Solidária: Controvérsias à parte, inclusão produtiva com segurança sanitária........................................................................................

16 17

2.2 O que é avaliado pelos fiscais de VISA durante a inspeção sanitária?.... 19 3. RESPONSABILIDADE TÉCNICA NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS............. 21 3.1 Quem poderá ser o Responsável Técnico - RT?....................................... 21 3.2 O que o Responsável Técnico - RT precisa verificar?............................... 22 4. LICENCIAMENTO SANITÁRIO - O ALVARÁ........................................... 24 4.1 Quem concede o Alvará Sanitário, o Estado ou o Município?................. 24 4.2 Há cobrança de taxas para solicitação do Alvará Sanitário?................... 24 4.3 Documentos necessários para a solicitação do Alvará Sanitário............. 24 5. PASSOS PARA REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA: ABRINDO O DIÁLOGO

COM OS RESPONSÁVEIS TÉCNICOS E DEMAIS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE ALIMENTOS.........................................................................

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5.1 Conhecer a situação da Indústria frente a VISA...................................... 26 5.2 Projeto arquitetônico.............................................................................. 27 5.3 Processo para solicitação/concessão ou renovação do Alvará Sanitário........................................................................................................

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5.4 Discussão do Relatório de Inspeção Técnica........................................... 31 5.5 Comunicação de Início de Fabricação de Produtos Dispensados de Registro - Anexo X ou Registro de Alimentos................................................

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5.5.1 Produtos dispensados da Obrigatoriedade de Registro....................... 33 5.5.2 Registro e demais procedimentos administrativos referentes ao registro de produtos pertinentes ao Ministério da Saúde/ANVISA..............

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5.6 Verificando o rótulo................................................................................. 36 6. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES QUE TODO PROFISSIONAL DA ÁREA

DE ALIMENTOS PRECISA SABER........................................................... 39

6.1 Indústrias que possuam em suas dependências unidades de laboratório de controle de qualidade, ambulatório, refeitório/cozinha

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industrial ....................................................................................................... 39 6.2 Serviços prestados por terceiros em indústria de alimentos.................. 40 6.3 Controle de vetores e pragas urbanas e manejo de resíduos................. 40 6.4 É obrigatório possuir nas dependências da indústria laboratório de controle de qualidade?..................................................................................

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6.5 Processo Administrativo Sanitário - PAS................................................. 43 6.6 Saneantes e graxas na indústria de alimentos........................................ 44 6.7 Aditivos e coadjuvantes de tecnologia.................................................... 45 6.8 Novos alimentos e novos ingredientes.................................................... 46 6.9 Alimentos com alegação de propriedades funcionais ou de saúde........ 46 6.10 Garantia da Qualidade na Indústria de Alimentos................................ 47 6.10.1 Boas Práticas de Fabricação - BPF...................................................... 48 6.10.2 Procedimentos Operacionais Padronizados - POP............................. 50 6.10.3 Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC............................................................................................................

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6.11 Rastreabilidade na indústria de alimentos............................................ 53 6.12 Controle sanitário dos alimentos pós-mercado.................................... 53 6.13 Higiene das mãos na indústria de alimentos......................................... 55 6.14 Indústrias clandestinas.......................................................................... 55 6.15 Sistemas de insuflamento de ar e Ar comprimido................................ 56 REFERÊNCIAS........................................................................................... 57 ANEXO A - Categorias de Alimentos Dispensados de Registro: preenchendo o Anexo X da Resolução nº 23/2000.......................................

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ANEXO B - Lista de documentos para requerer o Alvará Sanitário............... 67

ANEXO C - Programa físico-funcional mínimo para Indústria de Alimentos (Anexo 10 da DIEF/SES/MG)..........................................................................

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ANEXO D - Documentos para protocolo de projetos arquitetônicos........... 71

ANEXO E - Check list para verificação dos dizeres de rotulagem.................. 74

APÊNDICE A - Orientações para emissão do Documento de Arrecadação Estadual - DAE ..............................................................................................

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APÊNDICE B - E-mails de contato dos NUVISA do Estado de Minas Gerais.................................................................................................

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APÊNDICE C - Sites de interesse.................................................................... 78

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1. VIGILÂNCIA SANITÁRIA: CONHECENDO UM POUCO MAIS 1.1 Evolução

Achados arqueológicos mostravam que os egípcios, os sumérios e os babilônios já adotavam medidas para prevenir doenças como o controle dos alimentos, a higiene pessoal, a limpeza das cidades (ANVISA, 2007).

O poder público sempre procurou responder ao risco sanitário, determinando regras que disciplinassem comportamentos e relações e exercendo a fiscalização de seu cumprimento (COSTA, 1999). Podemos reconhecer nessas ações as origens de parte daquelas que hoje são desenvolvidas pela área da Saúde Pública que, no Brasil, são desenvolvidas pela Vigilância Sanitária (VISA). Diz-se que a VISA é a face mais complexa da Saúde Pública (COSTA, 2009).

No Brasil, o desenvolvimento dessas ações ganhou organicidade no início no século XVIII, seguindo o modelo e os regimentos adotados por Portugal. Mas, foi com a chegada da família real que se incrementaram as intervenções de cunho sanitário e se estruturou a Saúde Pública, com foco na contenção de epidemias e inserção do país nas rotas de comércio internacional (BRASIL, 2007). Assim, por meio da promulgação de leis, da estruturação e reformas de serviços sanitários e dos rearranjos da estrutura do Estado, a intervenção sanitária foi institucionalizada no país.

Este subsetor da Saúde organizou suas ações tendo como esteio o poder de polícia, cuja face mais visível é a fiscalização e a aplicação de penalidades, complementada por outras ações de natureza administrativa, regulatória e informativa.

Em 1961, foi regulamentado o Código Nacional de Saúde e no final dos anos 1960 foi editado o Decreto-Lei nº 986/69 que estabeleceu as normas básicas para os alimentos (BRASIL, 1969). Na década seguinte, houve uma intensa produção legislativa e foram estabelecidos os fundamentos para a ação e organização da VISA. Destaca-se a Lei nº 6.437/77, que configura as infrações sanitárias e as penalidades (BRASIL, 1977). Vale lembrar que tanto o Decreto-Lei nº 986/69 e a Lei nº 6.437/77, embora com algumas alterações, estão em vigência na atualidade e são boas fontes de consulta (BRASIL, 1969; BRASIL, 1977).

Ao longo das décadas, com as mudanças sociais e econômicas do Brasil a VISA expandiu suas atribuições e foi assumindo aspectos importantes na sociedade. O movimento da Reforma Sanitária, a VIII Conferência Nacional de Saúde de 1986 e a Conferência Nacional de Saúde do Consumidor foram determinantes na reformulação do fazer e pensar da VISA. Ações de prevenção e redução de riscos à saúde sobressaíram, com destaque para o controle das infecções hospitalares e o monitoramento da qualidade do sangue, hemoderivados e serviços de diálise. Essas Atividades foram incluídas àquelas já existentes como o registro e controle dos alimentos (BRASIL, 2007).

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Em 1999 foi criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, através da publicação da Lei nº 9.782, ligada administrativamente ao Ministério da Saúde e responsável pela coordenação do sistema nacional de VISA. Contudo as ações de VISA são desenvolvidas pelas três esferas de governo – federal - estadual - municipal, com atribuições bem definidas (BRASIL, 1999).

Desde a criação do Sistema Único de Saúde – SUS, em 1990, tem-se realizado um esforço para que os municípios assumam sua responsabilidade na realização das ações de VISA, pois se crê que quanto mais próximo os agentes de fiscalização estejam dos problemas, com mais eficácia, eficiência e oportunidade gerencia-se o risco sanitário (BRASIL, 1990).

Na VISA, o risco é avaliado em processos, procedimentos, ambientes, produtos e serviços de interesse da saúde e suas ações visam inibir ou minimizar efeitos indesejáveis à saúde da população (COSTA, 2009).

O olhar da sociedade sobre a VISA, na maioria das vezes, é indiferente. Porém, o órgão desempenha ações cotidianas no setor de produtos e serviços, tendo como missão garantir a segurança alimentar e dos serviços de saúde.

1.2 Conceito e importância

Conforme disposto no artigo 75 da Lei nº 13.317/99 que institui o Código de Saúde do Estado de Minas Gerais entende-se por Vigilância Sanitária o conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos e agravos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o controle de todas as etapas e processos da produção de bens de consumo que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde, bem como de sua utilização (MINAS GERAIS, 1999).

Dentre estabelecimentos sujeitos ao controle sanitário estão os serviços de saúde e os serviços de interesse da saúde. Entre os serviços de interesse da saúde estão os que produzem, beneficiam, manipulam, fracionam, embalam, reembalam, acondicionam, conservam, armazenam, transportam, distribuam, importam, exportam ou vendem alimentos, bebidas, matérias-primas alimentares, produtos dietéticos, aditivos, coadjuvantes, artigos e equipamentos

??

PODER DE POLÍCIA, O QUE É ISSO? É o poder exercido por autoridades sanitárias que

permite limitar e controlar os direitos individuais, assegurados em lei, em benefício do bem estar da coletividade. No uso regular do poder de polícia, a VISA expede regulamentos e demais normas para o exercício dos direitos e atividades que afetam a coletividade (COSTA, 2009). É isso aí!

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que entrem em contato com alimentos (MINAS GERAIS, 1999). Nesses serviços de interesse da saúde estão compreendidas as indústrias de alimentos.

A VISA compete “gerenciar” riscos associados às diversas atividades com esses bens e evitar que sejam produzidas ou ampliadas nocividades para a população e o ambiente. Esse gerenciamento de riscos pode-se se dar através da fiscalização, inspeção sanitária, educação sanitária, dentre outras ações pautadas no princípio da precaução (BRASIL, 2007). Um bom exemplo das ações de VISA pautadas no referido princípio são os programas de monitoramento dos Estados e ANVISA, que utilizam tecnologias laboratoriais para analisar a qualidade sanitária dos alimentos comercializados. Outro ponto importante é a função mediadora que a VISA exerce entre os interesses econômicos e os interesses da saúde, protegendo a saúde dos consumidores.

A VISA confere as condições higiênico-sanitárias nas indústrias de alimentos, constatada a regularidade concede-se o alvará sanitário, documento que garante que foram observadas, pelos fiscais sanitários, condições de infraestrutura física, boas práticas de industrialização, equipamentos entre outros aspectos. Confirmada a suficiência para desempenhar o que se propõe, fica a cargo da indústria a responsabilidade pela garantia da qualidade dos alimentos produzidos. Contudo caso a indústria não mantenha condições adequadas à industrialização de alimentos, cometa infrações sanitárias e descumpra as normas que lhe cabem, poderá sofrer processo administrativo sanitário e ser interditada cautelarmente, se o risco for iminente para a saúde pública.

Sobre o alvará sanitário falaremos no item 4.3.

1.3 Âmbito de atuação Os produtos alimentícios são regulamentados e inspecionados por dois ministérios: o Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Cabe ao MAPA a regulamentação dos produtos de origem animal. O Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é responsável pelo registro e/ou notificação de categorias de alimentos específicas e definidas pela Resolução RDC nº 27/2010 e do licenciamento dos respectivos fabricantes (ISNP, 2011; BRASIL, 2010b). Assim há uma divisão de competências entre o Ministério da Agricultura e Ministério da Saúde, vamos a eles:

SAIBA MAIS! Risco: é a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos relacionados a objetos submetidos a controle sanitário. (...) A legislação mais recente procura utilizá-lo na forma de expressões mais precisas, tais como fatores de risco, grau de risco, potencial de riscos, grupos de risco, gerenciamento de risco e risco potencial (COSTA, 2000).

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Ministério da Agricultura: registra as indústrias e produtos de origem animal. A depender do território de comércio que se queira atingir a indústria deverá procurar um dos seguintes órgãos de fiscalização: Serviço de Inspeção Federal – SIF (território brasileiro), Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA (território estadual), Serviço de Inspeção Municipal – SIM (território municipal) ou Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SISBI/POA (território brasileiro).

Exemplos de atividades e produtos passíveis de inspeção e registro pelo Ministério da Agricultura:

Abate de animais de quaisquer espécie;

Industrialização de produtos de origem animal: embutidos, carne de sol, ovos em conserva, doce de leite, iogurtes, hamburguers, leites, queijos e derivados;

Pescados (abate e industrialização);

Entrepostos de ovos;

Polpas de frutas;

Bebidas alcóolicas;

Refrigerantes;

Sucos de frutas;

Mel (extração, envase).

Ministério da Saúde/Vigilância Sanitária: Agora vamos falar das categorias

de alimentos e embalagens passíveis de inspeção e licenciamento pela VISA, que

SABENDO UM POUCO MAIS... Apesar dos produtos de origem animal não serem passíveis de

fiscalização sanitária na origem (industrialização) pela VISA, todos serão inspecionados pela VISA no comércio varejista, como as carnes nos açougues, doce de leite na mercearia (BRASIL, 1989). E lembre-se: desde a hora em que o cidadão acorda e durante todo o dia ele lida com objetos, produtos e serviços que interferem na sua saúde. O creme dental que utiliza, os produtos na mesa do café da manhã, os medicamentos que porventura consome, o material de limpeza que utiliza em sua casa, as creches e as escolas onde os filhos passam boa parte do dia, a academia de ginástica onde faz atividade física, tudo isso são exemplos de serviços ou produtos que fazem parte do dia-a-dia e que podem, em maior ou menor grau, trazer riscos à saúde (BRASIL, 2007). O fato é que interagimos com estabelecimentos inspecionados pela VISA todos os dias, é tudo tão natural que não damos conta dessa percepção de que alguém está cuidando de nós, certo?

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estão previstas nos Anexos I e II da Resolução – RDC nº 27/2010/ANVISA (BRASIL, 2010b), como segue:

ANEXO I: Alimentos e Embalagens Isentos da Obrigatoriedade de Registro Sanitário

CÓDIGO CATEGORIA

100115 Açúcares e Produtos para Adoçar

4200047 Aditivos Alimentares

4100114 Adoçantes Dietéticos

4300164 Águas Adicionadas de Sais

4200020 Água Mineral Natural e Água Natural

4200038 Alimentos e Bebidas com Informação Nutricional Complementar

4300083 Alimentos para Controle de Peso

4300078 Alimentos para Dietas com Restrição de Nutrientes

4300086 Alimentos para Dietas com Ingestão Controlada de Açúcares

4300088 Alimentos para Gestantes e Nutrizes

4300087 Alimentos para Idosos

4300167 Balas, Bombons e Gomas de Mascar

4100018 Café, Cevada, Chá, Erva-Mate e Produtos Solúveis

4100166 Chocolate e Produtos de Cacau

4200055 Coadjuvantes de Tecnologia

4200071 Embalagens

4300194 Enzimas e Preparações Enzimáticas

4100042 Especiarias, Temperos e Molhos

4200012 Gelados Comestíveis e Preparados para Gelados Comestíveis

4200123 Gelo

4200098 Mistura para o preparo de Alimentos e Alimentos Prontos para o Consumo

4100158 Óleos Vegetais, Gorduras Vegetais e CremeVegetal

4300151 Produtos de Cereais, Amidos, Farinhas e Farelos

4300196 Produtos Proteicos de Origem Vegetal

4100077 Produtos de Vegetais (exceto palmito), Produtos de Frutas e Cogumelos Comestíveis

4000009 Vegetais em Conserva (palmito)

4100204 Sal

4200101 Sal Hipossódico/Sucedâneos do Sal

4300041 Suplemento Vitamínico ou Mineral

ANEXO II: Alimentos e Embalagens com Obrigatoriedade de Registro Sanitário

4300032 Alimentos com Alegação de Proproedade Funcional ou de Saúde

4300033 Alimentos Infantins

4200081 Alimentos para Nutrição Enteral

4300031 Embalagens Nocas e Tecnologias (recicladas)

4300030 Novos Alimentos e Novos Ingredientes

4300090 Substâncias Bioativas e Probióticas Isoladas com Alegação de Propriedades Funcionais ou de Saúde.

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Consulte o ANEXO A deste instrutivo, pois os códigos trazidos por esta norma são utilizados no preenchimento de formulários previstos na Resolução nº 23/2000/ANVISA, de preenchimento obrigatório pelas indústrias. Cabe lembrar que órgãos do poder público, como o Ministério Público/Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON e Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO podem compartilhar responsabilidades no controle e fiscalização dos alimentos.

Agora que já sabemos identificar quando uma empresa é licenciada pela

Vigilância Sanitária, sigamos então às minúcias da regularização sanitária.

AINDA NA DÚVIDA? Há indústrias que irão fabricar produtos passíveis de registro pelo

Ministério da Agricultura e licenciados pelo Ministério da Saúde. Como

exemplo citamos a indústria que produz doce de frutas (inspecionado pela

VISA) e polpa de fruta e doce de leite (registrados pelos órgãos do Ministério

da Agricutura). Essa indústria deverá requerer o licenciamento nos dois

serviços de inspeção e seguir as orientações prestadas pelos dois órgãos.

Provavelmente serão requeridas áreas de produção distintas para os produtos

da VISA e do Ministério da Agricultura, podendo porém compartilhar alguns

ambientes, contudo há de se esperar a aprovação de projeto arquitetônico

pelos dois órgãos fiscalizadores. Orienta-se aprovar primeiro em um e depois

apresentar esse projeto no outro. Se ainda está com dificuldades em saber

quais produtos são licenciados pela VISA, procure a Vigilância Sanitária de seu

município. Eles irão fornecer as informações necessárias, ou se preferir acesse

o site http://portal.anvisa.gov.br

?

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2. INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA: AUTORIZAÇÃO PARA PRODUZIR E COMERCIALIZAR As indústrias de alimentos estão no grupo de serviços de interesse da saúde

e só poderão funcionar após emitida sua Licença Sanitária ou Licença de Funcionamento, nomeada pela VISA do Estado de Minas Gerais como Alvará Sanitário, expedido pela autoridade competente (artigo 85 da Lei nº 13.317/99 CS/MG), com validade de um ano a partir de sua emissão devendo sua renovação ser requerida no mínimo cento e vinte dias antes do término de sua vigência (MINAS GERAIS, 1999).

A concessão ou renovação do alvará sanitário fica condicionada ao cumprimento de requisitos técnicos e à inspeção da autoridade sanitária competente, podendo este ser suspenso, cassado ou cancelado, no interesse da saúde pública, sendo assegurado ao proprietário do estabelecimento o direito de defesa em processo administrativo instaurado pela autoridade sanitária.

Mais adiante falaremos um pouco mais sobre o Alvará Sanitário. Na atualidade está em discussão a publicação de uma legislação estadual

que trata do Microempreendedor Individual e é defendida a possibilidade de estabelecer atividades em residências seguindo-se critérios específicos que gerenciem o risco sanitário. Contudo isso requer que as atividades industriais não sejam realizadas compartilhando ambientes dos domicílios, por exemplo: cozinha para produzir as refeições e os alimentos que serão comercializados, devendo ser construídos ambientes específicos e isolados das atividades domésticas, afinal residência e indústria de alimentos tem finalidades totalmente diferenciadas e conforme estudos já realizados, grande parte das Doenças Veiculadas por Alimentos – DVAs ocorrem em residências (LUCA, KOERICH, 2009). Falaremos um pouco mais no item 2.1.

Fiquem ligados, a legislação será publicada em breve e poderá ser consultada através do site www.saude.mg.gov.br - clicando em Profissional - normatizações da VISA - Alimentos!

VOCÊ SABIA? Em 2009, com a Lei nº 11.947, a Agricultura Familiar passa também a fornecer gêneros alimentícios a serem servidos nas escolas da Rede Pública de Ensino. Do total dos recursos repassados pelo FNDE para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no mínimo 30% deve ser comprado em gêneros alimentícios da agricultura familiar, e do empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e comunidades quilombolas, sem intermediários e dispensando o processo licitatório.

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2.1 Microempreendor Individual, Agricultura Familiar e Empreendedor da Economia Solidária: Controvérsias à parte, inclusão produtiva com segurança sanitária

A ANVISA tem se empenhado no sentido de promover maior integração das ações do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), junto aos empreendedores de baixa renda, contribuindo para criar novas oportunidades de desenvolvimento local, uma vez que o Estado está empenhado em promover a inclusão social e produtiva.

No intuito de trazer os “clandestinos” para a formalidade os agentes sanitários tem papel primordial no processo da inclusão produtiva, pois na medida em que estão em contato direto com a população, podem informar, orientar e esclarecer sobre esse assunto. Ideal seria que o empreendedor procurasse previamente ao início das atividades, o serviço de vigilância sanitária, assim já começaria fazendo o certo e com certeza diminuiria custos no seu negócio. Contudo é comum os empreendedores, antes de buscarem a formalização, já desempenharem suas atividades produtivas na informalidade.

A formalização do empreendimento abre várias portas, desde a participação em licitações ao acesso às linhas de créditos para ampliação das atividades.

A Lei Federal 11.598/07 que criou a Rede Nacional para Simplificação do Registro e Legalização de Empresas e Negócios – REDESIM determinou a simplificação de requisitos de segurança sanitária, para que o empreendimento possa iniciar suas atividades logo após o registro, desde que não apresente altos riscos para a saúde humana.

Em 2013 a ANVISA publicou a RDC nº 49 que trata da regularização para o exercício de atividade de interesse sanitário do microempreendedor individual, do empreendimento familiar rural e do empreendimento econômico solidário, alguns podendo exercer atividades em residências (BRASIL, 2013). Teve como objetivo auxiliar na erradicação da pobreza no Brasil, por meio da geração de trabalho, emprego, renda e inclusão social, no que tange ao SNVS.

As atividades econômicas consideradas de baixo risco podem começar ou continuar suas atividades imediatamente, sendo licenciados automaticamente e depois serem inspecionados pela VISA, já as de alto risco necessitam de vistoria prévia da VISA e o licenciamento fica condicionado à verificação de quesitos sanitários.

Contudo a classificação das atividades, em baixo e alto risco estão em processo de análise pela ANVISA e em breve será publicada.

Com a RDC nº 49, abre-se a possibilidade de estabelecer o negócio em residência e em áreas sem regularização fundiária e neste caso quando o empreendedor busca sua formalidade fica compreendido que ele concorda com a fiscalização dos agentes sanitários, assim se a VISA não tiver permissão para

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acessar os ambientes de produção de alimentos, a regularização sanitária não será concedida, ou caso já possua regularização, ela poderá ser suspensa.

E a responsabilidade técnica como fica? A responsabilidade técnica passa a ser simplificada, os responsáveis

técnicos não precisam ser obrigatoriamente funcionários, sócios ou contratados pelo empreendimento. Essa função poderá ser desempenhada, por profissionais devidamente habilitados, de órgãos governamentais ou não governamentais, a exceção de agentes da VISA. Universidades e Institutos podem apoiar esses empreendimentos fornecendo os serviços de responsabilidade técnica que serão atestados perante a VISA.

Mais informações sobre a inclusão produtiva com segurança sanitária poderá ser obtida através do link: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33856/2846016/Orienta%C3%A7%C3%A3o+para+gestores.pdf/8688186a-4809-41a6-b342-1965ba6e56a8.

Agora a controvérsia, a ANVISA ainda não publicou a classificação das atividades de alto e baixo riscos. No Estado de Minas Gerais “O local de manipulação de alimentos não poderá ter comunicação direta com a moradia” Letra b, item 2 do Anexo I da Resolução SES/MG nº 145/1992 (MINAS GERAIS, 1992). A casa é o asilo inviolável do cidadão, para qualquer pessoa estranha entrar na residência é necessário respeitar as situações previstas na Constituição Federal, assim não devem ser confundidas as finalidades de residência e produção de alimentos, uma vez que na indústria de alimentos a autoridade sanitária tem livre acesso e na residência de qualquer cidadão isso não é permitido, salvo em situações previstas em lei (BRASIL, 1988).

Afinal residência e indústria de alimentos tem finalidades totalmente diferenciadas e conforme estudos já realizados, grande parte das Doenças Veiculadas por Alimentos – DVAs ocorrem em residências (LUCA, KOERICH, 2009).

São muitas questões ainda há esclarecer, contudo é inegável que há de se dar condições aos empreendedores de se estabelecerem e que a VISA terá um papel importante nesse processo orientando sobre boas práticas e outros requisitos sanitários necessários à garantia de alimento seguro ao consumo, bem como será importante encontrar parceiros nessa empreitada, como as Instituições de ensino Superior, que poderão fornecer Responsáveis Técnicos para esses empreendimentos.

Vamos ficar ligados às cenas dos próximos capítulos e recorrer a VISA para avaliação das atividades e licenciamento e em breve a ANVISA irá lançar a classificação das atividades de alto e baixo risco, vamos monitorar o site da ANVISA.

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2.2 O que é avaliado pelos fiscais de VISA durante uma inspeção sanitária? O profissional de VISA, investido na função de fiscal sanitário ou autoridade

sanitária terá livre acesso aos ambientes da indústria, previsto no artigo 77 da Lei nº 13.317/99, que contém o Código de Saúde de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 1999). Ele não precisa marcar hora para inspecionar o estabelecimento. Ao mesmo tempo em que o fiscal tem o DIREITO de livre acesso às instalações, ele tem o DEVER de verificar todas as eventuais condições de risco para, se necessário, obrigatoriamente intervir nessa situação e prevenir riscos à saúde da população.

Durante o processo de licenciamento e inspeções de rotinas ele deverá gerenciar os riscos. Poderá requisitar informações e realizar as seguintes verificações, dentre outras (BRASIL, 2002c): Identificação do estabelecimento: necessita-se saber sobre o endereço,

número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, inscrição estadual, telefone, horário de funcionamento, quantidade de trabalhadores/turno, dados pessoais dos responsáveis legal e técnico;

Documentação e registros: alvará sanitário, manual de boas práticas, procedimentos operacionais padronizados, contrato com prestadores de serviços, registros das manutenções de equipamentos, planilhas de controle de temperaturas, registros de todos os processos de produção e sua reastreabilidade, registros sobre o controle de pragas e vetores, gerenciamento de resíduos, potabilidade da água, categorias de alimentos produzidos e quantidade média mensal, tipos de embagens primárias, secundárias e terciárias, documento de regularidade junto ao conselho profissional, entre outros;

Estrutura físico-funcional: existência de projeto arquitetônico aprovado pela VISA e se a edificação está de acordo com o que fora proposto neste projeto. Serão vistoriadas as condições da edificação quanto à localização, acessos, revestimentos (dos pisos, paredes, forros,...), proteção contra vetores e pragas, ventilação, iluminação, instalações sanitárias, condições de lavagem das mãos, abrigo de resíduos, higiene ambiental;

Equipamentos e utensílios: verificará o tipo de material, conservação, tipos de produtos utilizados no processo de higienização;

Quanto aos colaboradores: observará se os uniformes são compatíveis com as atividades realizadas e sua conservação, hábitos de higiene, treinamentos, controle do estado de saúde através dos exames laboratorias e avaliação clínica;

Fluxo de produção e controle de qualidade: avaliará se o fluxo de produção é linear, controle das características organolépticas do produto acabado, tipos de embalagens utilizadas e os dizeres de rotulagem, seleção de fornecedores, controles na recepção de matérias-primas, controle do uso de aditivos e coadjuvantes de tecnologia, análises realizadas no produto

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acabado, transporte, programa de recolhimento de alimentos, reserva de amostras de referência futura de cada lote produzido (shelf life); conduta adotada quanto aos produtos, matérias-primas, embalagens e ingredientes não conformes.

FIQUE SABENDO! Nenhuma indústria poderá produzir e comercializar sem Alvará Sanitário/Licença Sanitária atualizada, emitido pela autoridade sanitária competente. Esse documento trata de ato administrativo vinculado, privativo do órgão de saúde competente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, permitindo o funcionamento dos estabelecimentos que desenvolvam qualquer das atividades sob regime de Vigilância Sanitária, desde que estes atendam à legislação sanitária vigente (MINAS GERAIS, 2014).

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3. RESPONSABILIDADE TÉCNICA NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS 3.1 Quem poderá ser o Responsável Técnico - RT?

Quem respalda os profissionais para atuar como RT são os conselhos de classe profissionais. Esses órgãos emitem o Certificado de Responsabilidade Técnica – CRT ou outro documento equivalente, garantindo habilitação técnica para a função pretendida. Há de se lembrar que a Portaria nº 1.428/93/MS regula que o exercício da Responsabilidade Técnica deve ser feito no sentido de atender às exigências legais e aos requisitos básicos que norteiam essa norma, tais como (BRASIL, 1993): compreensão dos componentes do Sistema de Avaliação dos Perigos e

Pontos Críticos de Controle - APPCC; capacidade de identificação e localização de Pontos Críticos de Controles

(PCCs) em fluxogramas de processos; capacidade de definir procedimentos, eficazes e efetivos, para os controles

dos PCCs; conhecimento da ecologia de microrganismos patogênicos e

deterioradores; conhecimento da toxicologia alimentar; capacidade para selecionar métodos apropriados para monitorar (PCCs),

incluindo estabelecimento de planos de amostragem e especificações; capacidade de recomendar o destino final de produtos que não satisfaçam

aos requisitos legais. Para que o RT possa exercer a sua função ele deve contar com autoridade e

competência para: elaborar as Boas Práticas de Fabricação; responsabilizar pela aprovação ou rejeição de matérias-primas, insumos,

produtos semielaborados e produtos terminados, procedimentos, métodos ou técnicas, equipamentos ou utensílios, de acordo com normas próprias estabelecidas nas Boas Práticas de Fabricação;

avaliar a qualquer tempo: registros de produção, inspeção, controle e de prestação de serviços, para assegurar-se de que não foram cometidos erros, e se esses ocorreram, que sejam devidamente corrigidos e investigadas suas causas;

supervisionar os procedimentos de fabricação para certificar-se de que os métodos de produção e de prestação de serviços, estabelecidos nas Boas Práticas de Fabricação estão sendo seguidos;

adotar métodos de controle de qualidade adequados, bem como procedimentos a ser seguidos no ciclo de produção e/ou serviço que garantam a identidade e qualidade dos mesmos;

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adotar o método de APPCC - Avaliação de Perigos e Pontos Críticos de Controle, para a garantia de qualidade de produtos e serviços.

3.2 O que o Responsável Técnico precisa verificar? Inicialmente o RT deve verificar se a indústria possui os seguintes

documentos: Licença Sanitária vigente: no Estado de Minas Gerais, em boa parte dos

municípios, adota-se o nome de Alvará Sanitário. Trata de um documento impresso em papel timbrado do município onde a indústria estiver localizada, ou em papel timbrado do Estado de Minas Gerais. Tem validade de um ano a contar da data de emissão. Poderá estar assinado pelo coordenador, diretor ou chefe de vigilância sanitária e em alguns municípios traz a assinatura do secretário municipal de saúde (MINAS GERAIS, 1999; MINAS GERAIS, 2014);

Projeto arquitetônico aprovado pela Vigilância Sanitária: O projeto arquitetônico deve possuir carimbo de aprovação do órgão de VISA. Localize também um documento denominado de Parecer Técnico (documento que afirma a aprovação do projeto, redigido em papel timbrado contando com a assinatura do arquiteto ou engenheiro responsável pela aprovação). Tanto o carimbo quanto o Parecer Técnico serão dotados de número idêntico e data de aprovação, por exemplo: Parecer Técnico nº 048/2015, de 21 de janeiro de 2015;

Anexo X: documento/formulário a ser protocolado na Vigilância Sanitária para todos os produtos fabricados dispensados de registro, conforme categorias citadas no item 5.5.1 deste manual;

Registro(s) dos produtos: publicado(s) pela ANVISA na impressa oficial (Diário Oficial da União – DOU), conforme categorias citadas no item 5.5.2 deste manual;

SAIBA MAIS .... Boas Práticas de Fabricação: abrangem um conjunto de medidas que devem ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com regulamentos técnicos (BRASIL, 1997). APPCC: ferramenta de gestão da segurança de alimentos é recomendada por organismos internacionais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização Mundial de Saúde (OMS) (SENAC, 2001).

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Cadastro da indústria junto ao Conselho Profissional: dê entrada na documentação da indústria e na sua documentação junto ao seu conselho profissional requerendo a responsabilidade técnica para a implantação, implementação e supervisão das boas práticas de fabricação. Você necessitará deste documento para atualizar a documentação de requerimento de alvará sanitário junto a VISA, inclusive solicitar a troca do alvará sanitário, caso esteja vigente, no qual deverá constar o seu nome e o número de registro no seu conselho profissional (MINAS GERAIS, 2014). Caso tenha existido um responsável técnico anterior verifique se este solicitou a baixa junto ao conselho e se comunicou sua saída ao órgão de VISA. Pois bem assim que se inteirar sobre a existência ou inexistência destes

documentos procure o serviço de VISA do município onde a indústria estiver instalada para comunicar formalmente a assunção da responsabilidade, ou se esta for licenciada pelo Estado de Minas Gerais, procure os Núcleos de Vigilâncias Sanitárias.

Os tópicos citados a seguir lhe darão subsídios para conhecer tais documentos e orientação sobre os passos a serem seguidos, rumo à regularidade sanitária.

MUDOU O RESPONSÁVEL TÉCNICO? VAMOS COMUNICAR. Toda mudança de responsável técnico deve ser comunicada imediatamente à VISA e ao Conselho Profissional, requerendo a atualização dos documentos pertinentes a cada um destes órgãos. Perante a VISA será necessário preencher novos Formulários de Requerimento de Alvará Sanitário e Responsabilidade Técnica, os quais falaremos adiante. Quando a indústria for licenciada pela VISA estadual, deverão ainda ser recolhidas 25 (vinte e cinco) Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais – UFEMG’s, através de Documento de Arrecadação Estadual - DAE, no código 159-4, citando no histórico deste documento: substituição de responsável técnico. Após recolhimento vá com a via original do DAE e cópia até ao órgão de VISA, portando também os formulários acima citados, a carteira profissional original e cópia das páginas que constam a contratação ou contrato de trabalho, o comprovante de vínculo do RT com a empresa emitido pelo conselho profissional, alvará sanitário original expedido em data passada, requerendo a substituição deste documento, no qual passará a constar os dados do novo responsável técnico.

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4. LICENCIAMENTO SANITÁRIO – O ALVARÁ SANITÁRIO 4.1 Quem concede o Alvará Sanitário, o Estado ou Município?

Vai depender do município onde a indústria estiver instalada. Alguns municípios do Estado de Minas Gerais já contam com equipe técnica de VISA treinada para realizar a inspeção sanitária nas indústrias de alimentos e decidir pela emissão da Licença Sanitária, mas outros municípios não. Assim será necessário procurar o serviço de VISA do município onde a indústria estiver instalada para informações precisas ou entre em contato com os Núcleos de Vigilância Sanitárias da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, consulte os e-mails no Apêndice B. 4.2 Há cobrança de taxas para solicitação da Licença Sanitária?

Toda cobrança de taxa é regulamentada, ou seja, deve haver um respaldo legal que a sustente. Cada ente federativo (União, Estado e Município) é competente para estabelecer os valores de suas taxas. Os valores cobrados também poderão variar em função das categorias de alimentos produzidos.

Informe-se da condição de licenciamento, se estadual ou municipal, entrando em contato com a VISA do município de localização da indústria.

Para o recolhimento dos valores da taxa de fiscalização sanitária deverão ser emitidos documentos oficiais para o pagamento, seja a nível municipal, quanto estadual, portanto nunca dê dinheiro a nenhum agente público e sim recolha os valores em instituições financeiras (bancos, correspondentes bancários, etc.) e arquive o comprovante.

Comumente a nível municípal são emitidos o Documento de Arrecadação Municipal – DAM ou outro equivalente. No Estado de Minas Gerais emiti-se o DAE – Documento de Arrecadação Estadual. Os valores no Estado de Minas Gerais são cobrados em moeda específica, a Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais – UFEMG, cujos valores são reajustados anualmente.

Para a emissão do DAE siga os passos citados no Apêndice A.

4.3 Documentos necessários para compor o processo de requerimento de Alvará Sanitário

Não há legislação federal que defina no âmbito da União (Brasil) listagem padronizada dos documentos necessários para compor o processo de requerimento de Alvará Sanitário. Cada ente federativo é competente para definir a sua listagem de documentos, portanto para saber qual documentação será necessária para compor o processo de requerimento de licença sanitária o interessado deverá dirigir-se até à Vigilância Sanitária do município de localização da indústria para informações precisas, se tratar de licenciamento municipal.

No Estado de Minas Gerais foi publicada a Resolução SES/MG nº 4.300/2014 que regulamenta os procedimentos e a documentação necessários

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para requerimento e protocolo de concessão/renovação de Alvará Sanitário e padroniza procedimentos de emissão desse documento pelos Núcleos de Vigilância Sanitária da SES/MG (MINAS GERAIS, 2014). Quando o município não contar com legislação própria para esta pauta poderá fazer uso desta Resolução. Em meados de 2016 essa Resolução entrou em processo de revisão, portanto realize consultas prévias antes de providenciar a documentação de licenciamento.

Nesta Resolução, estão previstos todos os documentos necessários, os quais devem ser protocolados fisicamente nas sedes das Superintendências Regionais de Saúde ou Gerências Regionais de Saúde aos cuidados da Coordenadoria do Núcleo de Vigilância Sanitária. O Estado de Minas Gerais já possui um projeto para implantação do protocolo de requerimento de licença sanitária online, vamos aguardar.

A listagem dos documentos para compor o processo de requerimento de Alvará Sanitário está contida no Anexo B. Consulte!

INDÚSTRIAS DE GRANDE PORTE? Indústrias dotadas de laboratório interno de controle de qualidade, ambulatório médico e serviço de alimentação? Fique ligado nos próximos tópicos: a documentação para requerimento de alvará irá sofrer alterações!

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5. PASSOS PARA REGULARIZAÇÃO SANITÁRIA: Abrindo o Diálogo Com Responsáveis Técnicos e Demais Profissionais da Área de Alimentos e Afins

5.1 Conhecer a situação da indústria frente a VISA Responsáveis legais e técnicos dialoguem francamente sobre a existência

(ou não) do Alvará Sanitário/Licença Sanitária. Investiguem, leiam com atenção os documentos emitidos por este órgão fiscalizador, caso existam. Se verificarem determinações emitidas pela VISA vejam se a indústria já providenciou os seus cumprimentos.

Caso a indústria não possua tais documentos, lembrem-se sobre a obrigatoriedade de regularização junto ao órgão fiscalizador e dirijam-se o mais rápido possível até o serviço de VISA do município onde a indústria foi instalada para buscar informações e orientações.

Se existir documentos de inspeção, conhecidos como Termos de Inspeção, Termos de Notificação, Relatórios de Inspeção, entre outros, façam uma leitura minuciosa e estabeleça um cronograma para cumprimento das determinações organizando os prazos conforme o risco de cada determinação imposta pela VISA e leve este cronograma até o serviço de inspeção que emitiu os documentos para negociar sobre os prazos de cumprimento. Ao elaborar o cronograma não se esqueça de citar os números dos documentos que foram emitidos pela VISA. Exemplo: para a correção das irregularidades citadas no Relatório de Inspeção Técnica nº 001/2016 solicitamos prazo de (citar quantos dias).

Cumpre ressaltar que os serviços de VISA estão abertos ao diálogo e com certeza essa atitude será bem vista e bem acolhida.

A seguir falaremos de todos os documentos necessários à regularização de indústria de alimentos junto a VISA, assim você conhecerá cada um deles, facilitando a busca nos arquivos da indústria e seus encaminhamentos.

ATENÇÃO! Ao elaborar documentos para encaminhamento aos serviços de VISA, estude todas as normas aplicáveis à atividade econômica da indústria, pois os documentos emitidos pela VISA são embasados em normas sanitárias e os prazos estipulados para correção de irregularidades são determinados a partir dos riscos identificados!

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5.2 Projeto Arquitetônico As normas que tratam sobre as Boas Práticas de Fabricação em indústrias

alimentícias, a exemplo a Resolução RDC nº 275 de 21 de setembro de 2002, que se aplica a todos e quaisquer estabelecimentos processadores/industrializadores, nos quais sejam realizadas algumas das seguintes atividades: produção/industrialização, fracionamento, armazenamento e transporte de alimentos industrializados, prevê a avaliação de questões relacionadas ao acesso na indústria, piso, paredes, teto, sanitários, ventilação e climatização, leiaute, e outros pontos importantes à garantia das condições higiênico-sanitárias necessárias à industrialização (BRASIL, 2002c).

Do exposto há de se pensar em construir, adequar, ampliar ou reformar a área física focando nas características do produto a ser industrializado e no risco, formulando infraestrutura física funcional que vá garantir fluxos lineares, ordenados e contínuos; área específica para abrigo de resíduos; condições de lavagem de mãos; sanitários localizados fora das áreas de manipulação de alimentos; acessos exclusivos para recebimento de matérias-primas, funcionários; barreiras físicas que impeçam a entrada de animais e outras garantias à qualidade e inocuidade do alimento que se quer produzir. Assim a análise prévia de projeto arquitetônico pela VISA é fundamental para contribuir com a indústria, ajudando a pensar no alimento e nos riscos associados à sua produção.

Para facilitar o contato com as indústrias de alimentos a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais – SES/MG criou o Anexo 10, que define ambientes mínimos necessários a qualquer atividade, faça uma leitura do documento que está disponível no Anexo C.

Enfatizamos que a padronização de documentos pela SES/MG facilita e harmoniza as análises dos projetos arquitetônicos, garantindo a todas as indústrias isonomia nos documentos exigidos.

O projeto arquitetônico aprovado pelo órgão de VISA é um dos documentos que compõe o processo de requerimento de Alvará Sanitário, portanto, condição prévia para o funcionamento de qualquer indústria de alimentos. O objetivo principal da aprovação deste projeto “é avaliar a adequação da área física às atividades desenvolvidas nos estabelecimentos, seja nos casos de nova obra, reforma e/ou ampliação” (MINAS GERAIS, 2008), contribuindo na garantia de fluxos adequados de produção, fato já respaldado pela Resolução – SES/MG nº 145/92 sobre a apresentação de planta baixa do estabelecimento para avaliação do fluxo de produção dos alimentos (MINAS GERAIS, 1992).

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A depender da condição do município esta aprovação poderá ser realizada por ele, contudo busque a informação sobre a competência técnica para avaliação de projetos junto à Vigilância Sanitária do município onde a indústria estiver instalada.

Cumpre reiterar que a aprovação de projeto arquitetônico é condição prévia para construção, ampliação, reforma ou adequação de qualquer área física que irá comportar a atividade de fabricação/industrialização de alimentos, seja este alimento dispensado ou não da obrigatoriedade de registro. Então: Não construa, reforme ou amplie a área física antes da aprovação do projeto pela equipe de VISA responsável pela análise, assim evitam-se gastos financeiros desnecessários.

Quando o projeto arquitetônico estiver concluído e forem juntados todos os documentos necessários, estes deverão ser encaminhados para o serviço de VISA responsável pela Análise. Caso seja o Núcleo de Vigilância Sanitária da Vigilância Sanitária Estadual, os documentos serão conferidos e, verificada a

regularidade destes eles serão protocolados.

Conforme informações coletadas na Vigilância Sanitária Estadual, da data do protocolo do projeto vigorará um prazo médio de 90 (noventa) dias para análise e emissão de Análise Preliminar ou Parecer Técnico (este prazo é uma meta interna da SES/MG, assim a análise poderá acontecer em menor ou maior prazo a depender do volume de processos protocolados para análise, complexidade da atividade produtiva proposta, dentre outros) (NUVISA, 2016).

Caso o projeto não seja passível de aprovação imediata, receberá primeiramente do Serviço de Vigilância Sanitária uma Análise Preliminar (documento encaminhado fisicamente onde são listadas as inadequações a serem sanadas em uma nova versão do projeto que deverá ser novamente apresentada pelo requerente). Neste caso, o projeto arquitetônico deverá ser reapresentado após ser reformulado para atender às inadequações listadas na referida análise, então siga a risca as orientações desta Análise Preliminar e não demore a reapresentar o projeto, dando continuidade ao processo. Não é necessário recolher taxas para reapresentação do projeto após correção das inadequações,

AGRICULTURA FAMILIAR? Indústrias e produtores rurais que se enquadram nos requisitos do Decreto nº 45.821, de 19/12/2011, deverão apresentar a documentação de requerimento de Alvará Sanitário no município sede da Indústria, inclusive a planta baixa será avaliada pela VISA municipal (BRASIL, 2011). Dê uma boa olhada nesta norma, a relação de documentos relativos ao projeto arquitetônico é reduzida.

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exceto se a indústria aumentar a área construída, nesse caso cabendo recolher o DAE somente sobre a área ampliada.

Somente após ser emitido um Parecer Técnico o projeto será considerado aprovado para fins de construção, adequação ou reforma não necessitando, portanto, ser reencaminhado para nova avaliação. Somente após a emissão do Parecer Técnico, as obras de construção, adequação, reforma ou ampliação poderão ser iniciadas.

É bom lembrar que neste Parecer poderão constar algumas observações na forma de “quesitos não atendidos” que deverão ser lidos com atenção e executados na íntegra, uma vez que durante a inspeção o atendimento destes quesitos será também verificado pela equipe de inspeção.

A área física deverá ser condizente com o projeto aprovado e sempre que houver modificação da área física, tal como ampliação, mudança de tecnologia de produção que necessite de adequação da área física, entre outros que modifique o projeto atualmente aprovado, deverá ocorrer nova apresentação do projeto que contemple todas as alterações realizadas. Este novo projeto será analisado como aquele primeiro aprovado.

Após a construção, adequação ou reforma o responsável pela empresa deverá solicitar inspeção com a finalidade de avaliação prévia da área e licenciamento “requerimento de alvará sanitário” para dar início à produção e comercialização dos produtos fabricados.

Se a indústria funciona sem projeto arquitetônico aprovado, fato infelizmente comum de ser encontrado, sobretudo em pequenas empresas, procure o serviço de VISA para negociar a apresentação de projeto arquitetônico e adequação da área física.

Alertando sobre o Glúten:

Se a indústria desejar produzir tanto a linha de produtos “Contém Glúten” e “Não Contém Glúten” deverão ser previstos ambientes segregados fisicamente para a industrialização dos dois tipos de alimentos. Isso evitará contaminações dos produtos isentos de glúten, garantindo alimentos seguros ao consumo para Doentes Celíacos.

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Toda a documentação necessária para a indústria realizar o protocolo do projeto arquitetônico nos Núcleos de Vigilância Sanitária da SES/MG consta no Anexo D.

5.3 Processo para solicitação de concessão ou renovação de Alvará Sanitário A concessão ou renovação do Alvará Sanitário fica condicionada ao cumprimento de requisitos técnicos previstos nas normas e à inspeção da autoridade sanitária competente.

Previamente à inspeção deverão ser encaminhados, ao serviço de Vigilância Sanitária responsável pelo licenciamento, os documentos citados neste Manual especificados no Anexo B.

DÚVIDAS DURANTE A ELABORAÇÃO DO PROJETO?

Primeiramente o responsável pela elaboração do projeto (engenheiro ou arquiteto) deverá se inteirar das normas que regulam a atividade de produção dos alimentos e discutir sobre fluxos e ambientes com o responsável técnico da indústria. Caso queira o responsável pela elaboração do projeto poderá marcar um horário com o engenheiro ou arquiteto da Vigilância Sanitária, para esclarecer dúvidas, então no dia da reunião tenha em mãos o projeto que se pretende executar. Se o seu projeto for protocolado no Núcleo de Vigilância Sanitária da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba, ligue para 34 3074-1222 e marque um horário com o engenheiro ou arquiteta para esclarecimento das dúvidas, reiterando que esse profissional de VISA poderá apenas orientar ou esclarecer dúvidas, sendo que a elaboração e concepção do projeto são de responsabilidade do arquiteto/engenheiro contratado pela empresa, em consonância com o proprietário e o responsável técnico, que devem ter conhecimento da legislação aplicada à atividade que se pretende dar início. Dica: 1) Não se esqueça de prever Acessibilidade que “trata da possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos” (ABNT NBR 9050, 2004). 2) Garanta também condições adequadas de ventilação/climatização e iluminação, para tanto será necessário elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

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Lembramos: para se informar sobre o serviço de VISA responsável pela inspeção utilize a lista de contatos disponível Apêndice B, ou procure o serviço de Vigilância Sanitária do município de localização da indústria.

Juntando todos os documentos protocole a entrega no serviço de VISA e aguarde a inspeção. Arquive o documento de protocolo que será fornecido, ele garante a comprovação da boa fé da indústria na busca pela regularidade sanitária, pois a qualquer momento a indústria pode ser inspecionada.

É necessário que as normas e rotinas básicas escritas de boas práticas, sejam providenciadas previamente à inspeção inicial, para que possa ser verificado pelos fiscais sanitários o conteúdo destes documentos e devem ser definidos os dizeres de rotulagem do produto {sobre rotulagem, pesquisar as normas: Resolução RDC nº 360 de 23 de dezembro de 2003; Resolução RDC nº 359, de 23 de dezembro de 2003 (BRASIL, 2003d; BRASIL, 2003c); Resolução RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002 (BRASIL, 2002b); Portaria INMETRO nº 157, de 19 de agosto de 2002 (BRASIL, 2002a); Lei nº 10.674, de 16 maio de 2003 (BRASIL, 2003b), Informe Técnico nº 26, de 14 de junho de 2007 (ANVISA, 2007b); Resolução RDC nº 54 de 12 de novembro de 2012 (BRASIL, 2012b)} e outras disponíveis no site http://portal.anvisa.gov.br, Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Legislação – Legislação horizontal – Rotulagem de alimentos.

Após inspeção sanitária será expedido pela VISA o Relatório de Inspeção Técnica no qual serão registradas as constatações da equipe responsável pela inspeção.

5.4 Discussão do Relatório de Inspeção Técnica:

Como dito no parágrafo acima, após inspeção será emitido relatório técnico e caso necessite será emitida uma Notificação, este último documento discrimina prazos para o cumprimento de determinações levantadas com base nas irregularidades identificadas pela autoridade sanitária responsável pela inspeção e assim será decidido pela concessão imediata ou não do Alvará Sanitário.

Caso a autoridade sanitária constate irregularidades que coloquem em risco a saúde da coletividade, a indústria poderá sofrer uma interdição cautelar (empresa paralisa suas atividades enquanto permanecer as irregularidades identificadas) com instauração imediata de processo administrativo sanitário,

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conforme respaldo legal dado pelo artigo 102 da Lei nº 13.317/99/CS/MG (MINAS GERAIS, 1999).

Para a discussão do Relatório serão convocados representantes da empresa, geralmente o responsável técnico e proprietário/responsável legal.

5.5 Comunicação de Início de Fabricação de Produtos Dispensados de Registro – Anexo X ou Registro de Alimentos:

Tão logo seja concedido o Alvará Sanitário, o estabelecimento deverá providenciar o processo de dispensação da obrigatoriedade de registro ou registro(s) do(s) alimento(s) que será(ão) produzido(s) e protocolar tais documentos no serviço de VISA que realizou a inspeção.

A Resolução nº 23/2000/ANVISA estabelece que quando o formulário de comunicação de início de fabricação for protocolado na VISA, a empresa já poderá dar início ao processo de comercialização, contudo o protocolo será concretizado se a indústria possuir o Alvará Sanitário, pois a ausência deste Alvará impossibilita o comércio dos alimentos, portanto um documento completa o outro (BRASIL, 2000).

RELATÓRIO DE INSPEÇÃO TÉCNICA, O QUE HÁ NESSE DOCUMENTO?

Este instrumento de registro é elaborado fazendo-se constar os documentos apresentados pela indústria e o que foi observado pela equipe técnica de VISA durante a inspeção sanitária. Sua estrutura conta basicamente com as seguintes informações: identificação do estabelecimento; objetivo da inspeção sanitária; período da inspeção; instrumentos normativos; equipe técnica; pessoas contactadas no estabelecimento; documentação apresentada pela indústria; introdução; serviços terceirizados; situação encontrada – infraestrutura física, equipamentos, procedimentos de trabalho e dados estatísticos; recursos humanos e saúde ocupacional; condições de saneamento e gerenciamento de resíduos; controle da potabilidade da água; controle de vetores e pragas urbanas; transporte de alimentos; embalagens; rotulagem, etc. e conclusão. Prioriza citar as irregularidades obervadas pela equipe e o documento deverá ser assinado pelas autoridades sanitárias fiscalizadoras e ter a ciência formal dos responsáveis pela indústria (NUVISA, 2016). Geralmente anexo ao Relatório há a NOTIFICAÇÃO, um documento que define prazos para acorreção das irregularidades citadas no Relatório de Inspeção.

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Já para compor o processo de registro de alimentos na ANVISA/Ministério da Saúde será necessário juntar à documentação estabelecida nesta Resolução, o Alvará Sanitário e deverá aguardar a publicação do número de registro para veiculá-lo no rótulo.

A grande maioria das categorias de alimentos, exatamente um número de 30, é dispensada da obrigatoriedade de registro e todas estão relatadas no item 5.5.1 deste Instrutivo, restando apenas 06 (seis) categorias com registro obrigatório (BRASIL, 2010b).

Então vamos às explicações:

5.5.1 Produtos dispensados da Obrigatoriedade de Registro Todos devem ser cadastrados no serviço de VISA responsável pelo

licenciamento da indústria produtora, utilizando-se do Formulário de Comunicação de Início de Fabricação de Produto Dispensado de Registro – Anexo X da Resolução 23/2000/ANVISA (BRASIL, 2000);

Previamente a esta Comunicação, a indústria deverá: a) possuir alvará sanitário; b) verificar a que categoria o produto industrializado pertence, verificando os Anexos da Resolução RDC nº 27/2010/ANVISA (BRASIL, 2010b); c) consultar e obedecer ao Decreto-Lei nº 986, de 21/10/1969 (BRASIL, 1969); d) verificar e atender o Regulamento Técnico ou o Padrão de Identidade e Qualidade do produto cadastrado. Os regulamentos técnicos podem ser consultados http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Legislação – Legislação por categoria de produto; e) verificar e atender as normatizações sobre rotulagem de alimentos; f) verificar e atender as normatizações de aditivos e coadjuvantes de tecnologia;

Protocolar no serviço de VISA o Anexo X em três vias originais de igual teor (BRASIL, 2000);

Após conferência pelo serviço de VISA será devolvida uma das vias para arquivamento na indústria e a indústria poderá produzir e comercializar o produto;

O Estado de Minas Gerais não cobra taxas para conferência e protocolo do Anexo X das indústrias inspecionadas pelos Núcleos de Vigilância Sanitária da SES/MG.

Para orientações sobre o preenchimento do Anexo X, previsto na Resolução nº 23/2000/ANVISA, consulte o Anexo A.

5.5.2 Registro e demais procedimentos administrativos referentes ao registro de produtos pertinentes ao Ministério da Saúde/ANVISA

Registro é o ato legal que reconhece a adequação de um produto à legislação vigente, é fornecido por um órgão competente, nesse caso pelo Ministério da Saúde/ANVISA, e formalizado por meio de publicação no Diário

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Oficial da União (BRASIL, 2009). Até meados do ano 2000 todos os alimentos passíveis de inspeção pela VISA eram registrados no Ministério da Saúde.

Em dias atuais apenas 06 (seis) categorias de produtos necessitam de registro são: alimentos com alegação de propriedade funcional ou de saúde, alimentos infantis, alimentos para nutrição enteral, embalagens novas e tecnologias (recicladas), novos alimentos e novos ingredientes, substâncias bioativas e probióticas isoladas com alegação de propriedades funcionais ou de saúde (BRASIL, 2010b).

Resumidamente a indústria deverá: Previamente à solicitação de registro:

a. possuir alvará sanitário; b. verificar a que categoria o produto industrializado pertence, verificando os

Anexos da Resolução RDC nº 27/2010/ANVISA (BRASIL, 2010b); c. consultar e obedecer ao Decreto-Lei nº 986, de 21/10/1969; d. verificar e atender o Regulamento Técnico ou o Padrão de Identidade e

Qualidade do produto cadastrado. Os regulamentos técnicos podem ser consultados em http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Legislação – Legislação por categoria de produto;

e. verificar e atender as normatizações sobre rotulagem de alimentos; f. verificar e atender as normatizações de aditivos e coadjuvantes de

tecnologia; g. verificar e atender as normatizações aplicáveis aos alimentos que se queira

registrar. Visite o portal da ANVISA e clique sobre Alimentos – Legislações e faça as buscas;

h. consultar a Resolução nº 23, de 15/03/2000 e providenciar os documentos previstos nesta norma (BRASIL, 2000);

i. consultar a RE nº 1, de 05/02/2002 e RDC nº 204, de 06/07/2005 para conhecimento quanto à elaboração, a forma de apresentação de petição e dos documentos de instrução, bem como a regulamentação do procedimento das petições (BRASIL, 2002d; BRASIL, 2005a);

j. consultar a RDC nº 222, de 28/12/2006 para tomar ciência dos procedimentos de petição, arrecadação eletrônica no âmbito da ANVISA e verificação do valor da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária a ser paga quando do requerimento do registro e demais procedimentos administrativos referentes ao registro de produtos pertinentes à área de alimentos (BRASIL, 2006);

Realizar cadastramento da indústria: Acesse o portal da ANVISA, Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Empresas – Registros e Autorizações (leia “Quais são as etapas necessárias para fazer o seu pedido?”, leia todos os seis itens

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disponíveis você precisará se informar sobre eles para então cadastrar a empresa) – Sistemas. Obs. As guias de recolhimento da União permitem as opções de impressão para pagamento em rede bancária ou o débito em conta. O pagamento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária deverá ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a contar da data de emissão da guia pelo sistema de petição eletrônica, sob pena de cancelamento da transação. Os valores das Taxas devem ser consultados na Tabela do Anexo I, da Resolução RDC nº 222, de 28/12/2006 (BRASIL, 2006). Visite o site da ANVISA, os valores das taxas poderão sofrer alterações;

Após o efetivo recolhimento da Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária a empresa deverá encaminhar para análise toda a documentação exigida pela legislação à Superintendência Regional de Saúde (SRS) ou Gerência Regional de Saúde (GRS) responsável em dar suporte técnico ao município onde a indústria esta instalada, sob pena de arquivamento do processo;

Aguardar análise do processo pela Vigilância Sanitária Estadual (Diretoria de Vigilância Sanitária de Alimentos, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais – DVA/SES-MG). OBS: Caso o processo de registro apresente irregularidades quanto ao não cumprimento da legislação, a empresa será comunicada através de documento contendo exigências, as quais deverão ser cumpridas no prazo máximo de 30 (trinta) dias, a partir da data da confirmação de recebimento da exigência. Após análise final, o processo de registro será deferido ou indeferido, sendo, posteriormente, enviado à ANVISA para deferimento e publicação no Diário Oficial da União. Se a indústria desejar consultar andamento do processo poderá solicitá-lo através do e-mail [email protected], informando os dados do processo: nº de protocolo, nome do produto, empresa fabricante e Superintendência ou Gerência Regional de Saúde a que pertence;

Aguardar o deferimento ou indeferimento do processo pela ANVISA, através de publicação realizada por meio de Resolução Específica - RE no Diário Oficial da União (DOU). Obs. A empresa poderá verificar a situação de qualquer documento submetido à ANVISA. É possível fazer consulta dos processos protocolizados, através do portal da ANVISA – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Registros e Autorizações – Alimentos – Consulta à Situação de Documentos;

Somente após a publicação o produto poderá ser produzido e comercializado. Os registros tem validade de 05 (cinco) anos necessitando ser revalidado após esta data, contudo o requerimento deve ocorrer antes da expiração do registro. Formulários para requerer o registro de alimentos, disponíveis na Resolução

nº 23/2000/ANVISA, poderão ser baixados http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (campo esquerdo da tela) – Empresas – Registros e autorizações – Formulários e modelos.

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5.6 Verificando o rótulo Várias são as legislações que tratam de rotulagem de alimentos e as legislações estão disponíveis no portal da ANVISA. Para produtos de origem animal deverão ser consultadas também as legislações estabelecidas pelo Ministério da Agricultura. Podemos pensar no rótulo como a carteira de identidade do alimento, a carta de apresentação onde constam informações sobre o fabricante e validade. As informações dispostas no rótulo não podem induzir os consumidores a erro ou engano, por exemplo: coloca-se a foto de um morango num picolé, contudo não há morangos na lista de ingredientes existindo aroma artificial de morango. A foto sugestiona o consumidor induzindo que há morango naquele produto. Também não é permitido fazer alegações medicamentosas no rótulo ou em qualquer tipo de propaganda do alimento (BRASIL, 1977). Todo alimento contido em uma embalagem pronta para ser oferecida ao consumidor, e que tenha sido embalado na ausência deste consumidor deve possuir um rótulo, e de acordo Resolução RDC nº 259/2002/ANVISA, deve obrigatoriamente conter as seguintes informações (BRASIL, 2002b):

Denominação de venda do alimento; Lista de ingredientes; Conteúdos líquidos; Identificação da origem; Nome ou razão social e endereço do importador, no caso de alimentos

importados; Identificação do lote; Prazo de validade; Instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário;

RELAÇÃO DE ASSUNTOS PARA AS PETIÇÕES A ANVISA disponibiliza um check list de documentos e referências legais a serem atendidas sobre os assuntos diversos que se queira solicitar. Exemplo de assunto: Avaliação de Alimentos com Alegação de Propriedade Funcional ou de Saúde. Para tanto acesse o Portal da ANVISA – clicando em Alimentos – Registros e Autorizações – Sistemas (Códigos de Assunto) – Nova consulta – Aparecerá uma caixa chamada “Seleção de Área”, não marque a opção “Funcionamento de Empresa” e escolha Área de “Alimento” e clique em Consultar – Abrirá a tela Relação de Assuntos, clique sobre aquele que a empresa requer.

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Considerações: Tabela nutricional (Informação

Nutricional): Não há obrigatoriedade de citar a Tabela nos casos: a) para alimentos como sal, café, especiarias, vinagre e alguns outros alimentos referenciados no item 1 do Anexo da Resolução RDC nº 360/2003/ANVISA (BRASIL, 2003d); b) alimentos com embalagens com superfície visível para a rotulagem que seja menor ou igual a 100 cm2, exceto para alimentos com fins especiais ou que apresentem declarações de propriedade nutricional.

: a ANVISA criou um Sistema de Rotulagem Nutricional com objetivo de auxiliar as empresas no cálculo de informações nutricionais de seus produtos, no entanto é responsabilidade das empresas cumprirem as determinações do item 3.5 da Resolução RDC nº 360/2003. Siga os seguintes passos para acessar o sistema: http://portal.anvisa.gov.br - ASSUNTOS: Alimentos (canto esquerdo da tela) - ALIMENTOS: Consultas e Serviços (canto esquerdo da tela) - Sistema de Rotulagem Nutricional (previamente será necessário cadastrar-se);

Lista de ingredientes: a) os ingredientes devem ser informados em ordem decrescente (do maior para o menor); b) a água deve-se ser declarada, exceto se fizer parte de salmoura, caldas e similares, ou, se no processo de produção sofrer evaporação; c) alimentos com ingredientes únicos, por exemplos açúcar e farinha de trigo, não precisam veicular no rótulo a lista de ingredientes; d) os aditivos devem ser citados logo após os ingredientes precedidos da função tecnológica, podendo vir descritos por extenso ou por seu Sistema Nacional de Numeração - INS, exceto o corante Tartrazina que deve vir em letra maiúscula e por extenso (Consulte Resolução RDC nº 340/2002) (BRASIL, 2002e). Veja outras considerações no item 6.2 da Resolução RDC nº 259/2002/ANVISA (BRASIL, 2002b);

Cuidados de Conservação: será cabível para alimentos perecíveis, entre outros (BRASIL, 2002b);

Advertência do Glúten: é obrigatório fazer constar no rótulo a advertência: “não contém glúten” ou “contém Glúten”. Consulte a Lei nº 10.674, de 16/05/2003 (BRASIL, 2003b);

Organismo Geneticamente Modificado – OGM: todos os alimentos que possuem transgênicos devem trazer essa informação no rótulo e também o símbolo (triângulo equilátero de contornos pretos preenchido em amarelo e com a letra “T” na região central). Consultar Decreto nº 4.680, de

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24/04/2003 e Portaria nº 2.658, de 22/04/2003 (BRASIL, 2003a; BRASIL, 2003d). Em meados de 2015 discute-se no congresso a desobrigação de indicar essa informação no rótulo, contudo consulte sempre os sites de interesse para manter-se atualizado(a) e até que as normas antes citadas sejam revogadas a obrigatoriedade de identificação da presença de OGM nos alimentos permanece e é obrigatória;

Fenilalanina: sempre que este aminoácido estiver presente nos alimentos deverá constar no rótulo a advertência “Contém fenilalanina”. Verifique a Resolução RDC nº 19 de 05/05/2010/ANVISA (BRASIL, 2010a);

Aromas: Consultar Informe Técnico nº 26, de 16/06/2007/ANVISA, em consonância com os artigos 14, 15, 1 e 17 do Decreto-Lei nº 986/69, que trata dos procedimentos para o uso de aromas na rotulagem dos alimentos (ANVISA, 2007b; BRASIL, 1969);

Alergênicos: a Resolução RDC nº 26, de 02 de julho de 2015 regulamenta sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais alimentos que causam alergias alimentares (BRASIL, 2015b).

Há um check list que tornará o trabalho de avaliação do rótulo mais eficiente e rápido, pois aponta normas básicas que deverão ser atendidas, verifique o Anexo E.

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL COMPLEMENTAR – INC INC é qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um alimento possui

propriedades nutricionais particulares, em relação ao seu valor energético e/ou ao seu conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos e fibra alimentar, assim como seu conteúdo de vitaminas e minerais (BRASIL, 2012b). Compreendem:

1. Declarações de propriedades relativas ao conteúdo de nutrientes (Conteúdo absoluto): é a INC que descreve o nível e/ou a quantidade de um ou mais nutrientes e/ou valor energético contido no alimento. Os claims são relativos aos atributos “Baixo”, “ Não Contém”, “Alto conteúdo”, “Muito Baixo”, “Sem adição”, “Fonte”. Exemplos: Fonte de Fibra, Rico em vitaminas, Não contém gorduras trans.

2. Declarações de propriedades comparativas (Conteúdo comparativo): é a INC que compara os níveis do(s) mesmo(s) nutriente(s) e ou valor energético do alimento objeto da alegação com o alimento de referência. Os claims são relativos aos atributos “Reduzido” e “Aumentado”. Exemplos: Light (50% menos Sódio); Reduzido em Açucar (30% menos açúcar). A norma que trata destes requisitos é a Resolução RDC nº 54, de 12/11/2012 e

merece minuciosa leitura. Um dos seus objetivos é facilitar o conhecimento do consumidor sobre propriedades nutricionais dos alimentos, contribuindo para a seleção adequada!

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6. CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES QUE TODO PROFISSIONAL DA ÁREA DE ALIMENTOS PRECISA SABER

6.1 Indústrias que possuam em suas dependências Unidades de Laboratório de Controle de Qualidade, Ambulatório, Refeitório/Cozinha Industrial:

As indústrias de maior porte, por exemplo, as usinas de cana–de–açúcar, geralmente terão refeitórios/cozinhas industriais, laboratório, ambulatório médico, estação de tratamento de água, e outros. Na apresentação do projeto arquitetônico estas áreas e outras que existirem deverão constar na planta, pois são áreas que necessitam de atenção especial no momento da avaliação do projeto arquitetônico. Informe-se no serviço de VISA quando da montagem do projeto arquitetônico, pois algumas áreas deverão fazer parte do projeto, contudo não será necessário incluí-las no cálculo da taxa/DAE, a exemplo: estação de tratamento de efluentes, caldeira.

Perante a VISA este tipo de estabelecimento indicará apenas um responsável técnico que responderá pela atividade de produção do açúcar (boas práticas de fabricação), e este por sua vez deverá requerer declaração de vínculo com a indústria junto ao seu conselho de classe. Contudo para cada unidade da indústria haverá responsável técnico habilitado para supervisionar atividade específica, a exemplo: avaliar clinicamente o colaborador, função essa do profissional médico. Assim vamos percorrer os possíveis ambientes de apoio e suas especificidades.

Ressaltamos que apenas a produção do açucar branco (cristal, refinado), demerara ou outros destinados ao consumo humano é licenciada pela VISA, quando se tratar de açucar VHP destinado a outras finalidades não será necessário requerer o licenciamento, contudo permanecerão sendo inspecionados o ambulatório médico e refeitório, devendo ser requerido o licenciamento sanitário dessas áreas.

A cozinha industrial/refeitório industrial deverá contar com responsável técnico habilitado para supervisão do processo de produção das refeições, incluindo aplicação das boas práticas de manipulação de alimentos e também deverá requerer junto ao conselho de classe certificado de regularidade ou documento equivalente.

Caso o refeitório/cozinha industrial seja de responsabilidade de terceiros, ou seja, de empresa com razão social e CNPJ diferentes da indústria de alimentos, deverá, o responsável legal do estabelecimento em questão, requerer o alvará sanitário específico para sua empresa, preenchendo e encaminhando, ao serviço de Vigilância Sanitária responsável pela inspeção e licenciamento, toda a documentação necessária à concessão/renovação do Alvará Sanitário (consultar nos serviços de VISA quantidade e valor das UFEMG’s para preenchimento do DAE) e também cópia do contrato firmado com a indústria de alimentos

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contratante. Os documentos necessários ao processo de requerimento de alvará sanitário são os mesmos daqueles citados no Anexo B.

O ambulatório médico deverá contar com um médico especialista em medicina do trabalho que deverá assumir a responsabilidade técnica pela unidade. O conselho de Classe deverá emitir o certificado de pessoa jurídica para este ambulatório, no qual constarão os dados do profissional médico. Haverá também nesta unidade os profissionais da enfermagem que deverão requerer sua regularidade junto ao Conselho Regional de Enfermagem (MINAS GERAIS, 1992).

O laboratório de controle de qualidade atualmente regulamentado pela Resolução RDC nº 11/2012/ANVISA, conforme artigo 6º deve contar com responsável técnico, legalmente habilitado, em número e qualificação necessários para atender seu escopo, especificidade e complexidade de atividade. Esse responsável técnico deverá estar inscrito no seu conselho de classe e poderá ser o responsável técnico pela produção, desde que o seu conselho de classe profissional o respalde explicitando no certificado de regularidade técnica pela indústria, além da atividade de implantação e supervisão das boas práticas de fabricação a atividade relacionada à supervisão das atividades técnicas do laboratório de controle de qualidade (BRASIL, 2012a).

Deverão ser encaminhados junto com ao requerimento de alvará sanitário Termo de Responsabilidade para cada um dos responsáveis técnicos de cada setor da indústria (modelo fornecido pela Resolução SES MG nº 4300/2014), bem como a comprovação de vínculo do RT com a empresa, expedido pelo conselho profissional (esse documento expedido pelo conselho recebe nomes variáveis, como por exemplo: Certificado de Responsabilidade Técnica – CRT, Anotação de Responsabilidade Técnica) (MINAS GERAIS, 2014).

6.2 Serviços prestados por terceiros em indústrias de alimentos

Todos os serviços contratados, pela indústria, tais como análise de água, higienização do reservatório, controle de vetores e pragas urbanas, transporte de alimentos, etc., deverão possuir licenciamento junto ao respectivo órgão fiscalizador além de outros documentos que garantam a regularidade da empresa prestadora de serviços. Deverão ser arquivados para consulta pela VISA o contrato com estes prestadores e cópias de seus alvarás sanitários.

6.3 Controle de Vetores e Pragas Urbanas e Manejo de Resíduos

É importante falar um pouco mais do controle integrado de vetores e pragas, pois o conceito de Controle Integrado de Vetores e Pragas para a VISA vai além de técnicas e procedimentos de dedetização.

Como o próprio nome da atividade denomina-se trata da integração de várias práticas desenvolvidas por vários setores dentro de um estabelecimento com o objetivo de evitar o aparecimento indesejado de vetores e pragas, que podem gerar situações de risco aos produtos sob controle sanitário e também

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podendo causar eventos adversos associados à prestação de serviços (BRASIL, 2009).

Os vetores e pragas são os roedores, pássaros, insetos, e inúmeros outros, devendo-se também ficar atento aos acessos de animais domésticos, tal como cães e gatos nas áreas da indústria, pois estes também serão fontes de contaminação.

A indústria deve efetuar todos os registros que comprovem a execução dos serviços prestados por terceiros, providenciar barreiras físicas (telas, tampas escamoteáveis nos ralos de escoamentos de águas residuais, vedação de frestas no teto, portas ajustadas aos batentes, rotinas de fechamento de portas, etc.), não deixar Água, Alimento e Abrigo (AAA) disponíveis aos vetores e pragas. Os arredores da indústria devem ser mantidos limpos. O combate químico só deverá ser usado quando todos os demais controles falharem.

Importante ressaltar que algumas indústrias de alimentos querem assumir o combate químico de suas dependências. É bom lembrar que são competentes para realizar este controle, profissionais com formação específica e com registro ativo junto ao conselho profissional. Para o fracionamento, preparo da calda, armazenamento dos produtos químicos, é necessária área física adequada com chuveiro de emergência e lava-olhos, banheiros para uso dos aplicadores, procedimentos escritos para inutilização e descarte das embalagens, uso de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, dentre outros requisitos (BRASIL, 2009). Essa área deve fazer parte do projeto arquitetônico aprovado.

Deve-se ter atenção, cuidado e rotinas adequadas para o manuseio das armadilhas para roedores, conhecidas como Pontos de Envenenamento Permanente - PEP, que são caixas fixadas nas paredes/pisos e em seu interior há iscas ou fitas adesivas, de forma a evitar prejuízos para a saúde do trabalhador. Por exemplo, em indústrias localizadas em áreas de risco (zona rural e perirrural) para roedores transmissores da hantavirose as armadilhas adesivadas são perigosas para os trabalhadores uma vez que prendem os roedores que poderão transmitir o hantavírus ao trabalhador quando da verificação da armadilha, essa contaminação é perigosa e poderá evoluir para óbito. Assim: Muito Cuidado nessa hora! Apenas os funcionários da desinsetizadora devem manipular essa armadilha, os quais deverão estar equipados com os EPI's necessários.

Os resíduos gerados na indústria merecem atenção e disponibilização de tempo para avaliação de questões do tipo: Frequência das coletas; Todas as lixeiras devem possuir tampas, acionada sem contato manual,

revestidas com saco plástico e identificadas; Existência de Abrigo Temporário de Resíduos com ponto de água e ralo,

com tampa escamoteável, para escoamento de águas;

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Rotina de higienização das lixeiras (produto utilizado, tempo de contato, local destinado à higienização);

Implantar coleta seletiva de resíduos.

6.4 É obrigatório possuir nas dependências da indústria laboratório de controle da qualidade?

A legislação não cita sobre essa obrigatoriedade. A Resolução RDC nº 275/2002 estabelece como necessidade possuir um programa de amostragem para análise laboratorial do produto final e que deve haver laudo laboratorial atestando a segurança sanitária do produto final, assinado pelo técnico da empresa responsável pela análise, seja este de empresa terceira ou da própria indústria, portanto abre-se precedente para a contratação deste serviço (BRASIL, 2002c). Contudo há de se mensurar questões de logística para envio de amostras, custo-benefício, rapidez que se quer dos ensaios, dentre outros.

Quando a indústria optar em contratar os serviços de um laboratório este deverá possuir regularidade junto a VISA ou órgãos da agricultura. Se optar pelo laboratório nas dependências da indústria deve manter todos os equipamentos, insumos, área física e profissionais para a realização das análises.

Reitera-se que os laboratórios de controle da qualidade das indústrias de alimentos são regidos pela Resolução RDC nº 11/2012/ANVISA. Conforme dispõe no artigo 6º “o laboratório deve contar com responsável técnico, legalmente habilitado, em número e qualificação necessários para atender seu escopo, especificidade e complexidade da atividade” (BRASIL, 2012a).

Qualquer laboratório que realize análises em alimentos e bebidas embaladas, prontos ao consumo, ao emitir seus laudos devem considerar as normas sanitárias para cada parâmetro que se queira emitir um resultado, por exemplo: padrões microbiológicos: regulamento técnico sobre padrões

microbiológicos para alimentos instituído pela Resolução RDC nº 12/2001/ANVISA (BRASIL, 2001c). Esta norma está para sofrer alterações então fique atento ao site da ANVISA, brevemente haverá nova publicação;

matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas: limites de tolerância instituídos pela Resolução RDC nº 14/2014/ANVISA (BRASIL, 2014a);

aditivos: acessar página http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (campo esquerdo da tela) – aditivos alimentares e coadjvantes de tecnologia (campo esquerdo da tela) – Legislação – Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia;

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micotoxina: Resolução RDC nº 7, de 18/02/2011/ANVISA dispõe sobre limites máximos tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos (BRASIL, 2011a);

Outros contaminantes alimentares acesse: http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (campo esquerdo da tela) – Legislação horizontal – Contaminantes;

6.5 Processo Administrativo Sanitário - PAS

As atividades da Vigilância Sanitária são materializadas através de atos administrativos executados por seus agentes. Dentre os atos administrativos que os profissionais da VISA executam rotineiramente podemos citar as inspeções sanitárias, a emissão/lavratura de autos ou termos, as coletas de produtos, a instauração e tramitação dos processos administrativos sanitários, etc. (BRASIL, 2007).

O processo administrativo constitui uma série ordenada de atos e formalidades praticadas pela Administração Pública que antecedem e preparam o ato administrativo. Ele propicia que a decisão final seja conveniente e oportuna para o Estado, e, ao mesmo tempo, garante aos administrados o direito de defesa, a oportunidade para contestar a acusação, acompanhar os atos da instrução e utilizar-se dos recursos cabíveis que protejam contra possíveis arbítrios das autoridades administrativas. Cabe destacar que o processo administrativo sem oportunidade de defesa ou com defesa cerceada é nulo (BARRETO, 2000).

Portanto a ação da VISA deve pautar-se nos ritos estabelecidos pelo Direito Administrativo e nos princípios que regem a Administração Pública. Tendo em vista seu poder de impor penalidades e de restringir a atuação dos administrados ela deve assegurar o amplo direito de defesa, daí a importância de sua estrutura e organização propiciar um processo de trabalho organizado e eficiente (BRASIL, 2009).

Além de contar com Lei Federal nº 6.437/77, em Minas Gerais a Lei Estadual 13.317 de 1999 (Código de Saúde) define as infrações à legislação sanitária vigente, estabelece, em seu artigo 98, que as infrações sanitárias serão apuradas em processo administrativo próprio, iniciado com a lavratura do auto de infração, observados os ritos e prazos nela estabelecidos (BRASIL, 1977; MINAS GERAIS, 1999).

O funcionamento de indústrias que não possuam alvará sanitário atualizado, assistência de responsável técnico legalmente habilitado, aquelas que rotulam seus produtos em desacordo com as normas legais, mantém condições de trabalho que cause dano à saúde do trabalhador, opõe-se à ação fiscalizadora das autoridades sanitárias competentes no exercício de suas funções, industrializa alimentos em condições higiênico-sanitárias que coloquem em risco a inocuidade destes alimentos, dentre outras infrações sanitárias previstas no artigo 99 da Lei

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nº 13.317/99 CS/MG, poderá responder pelo fato mediante Processo Administrativo Sanitário – PAS, resultando na aplicação de penas que variam desde advertência, multa a interdição do estabelecimento, entre outras (MINAS GERAIS, 1999).

Outro fato é que a indústria que apresenta situação de risco para a saúde da população, constatando-se infração sanitária, poderá ser interditada cautelarmente (imediatamente deverá parar de produzir e comercializar), lavrando-se para tanto um Termo de Interdição Cautelar, embasando-se no art. 102 da Lei 13.317/99 CS/MG. A medida de interdição cautelar poderá ser total, parcial, do estabelecimento ou do produto, perdurando até que sejam sanadas as irregularidades, objeto da ação fiscalizadora, podendo tornar-se definitiva mediante processo administrativo (MINAS GERAIS, 1999).

Ainda, conforme parágrafo único do art. 110 da Lei nº 13.317/99 CS/MG “As infrações sanitárias que configuram ilícitos penais serão comunicadas à autoridade policial e ao Ministério Público” e, cumpre salientar que responderão pelas infrações sanitárias os responsáveis administrativos ou proprietários do estabelecimento que infringiu as normas e os atos emanados de autoridades sanitárias e também os responsáveis técnicos na medida e sua responsabilidade pelo evento danoso (MINAS GERAIS, 1999).

Se comprovado o envolvimento dos responsáveis técnicos nos eventos danosos é dado ciência dos fatos ao seu respectivo conselho de classe.

Apesar de todas estas questões gerarem desconforto aos profissionais da área de alimentos é importante citá-las e orientar que busquem a vigilância sanitária para esclarecer dúvidas, solicitar prazos para adequações e outros assuntos diversos.

6.6 Saneantes e graxas na Indústria de Alimentos

Todos os saneantes utilizados devem ter regularidade junto à ANVISA, portanto selecione aqueles de uso em indústrias de alimentos, requeira dos fornecedores o alvará sanitário.

Leia os rótulos, use nas concentrações e tempos recomendados pelo fabricante e mantenha a Ficha de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ para eventuais consultas. Fiquem atentos aos testes a serem realizados na linha de produção para verificação de residual de saneantes depois dos processos de higienização a fim de garantir que estes não sejam um agente de contaminação química para o alimento industrializado.

As graxas utilizadas na indústria nos equipamentos que entram em contato com o alimento deverão ter grau alimentício, portanto selecione criteriosamente estes fornecedores e quando receber as graxas armazene-as em locais adequados e livres de contaminações. Os utensílios utilizados para aplicação das graxas grau alimentícios também devem ser de uso exclusivo para esta finalidade.

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Imagem: http://foodsafetybrazil.org/

6.7 Aditivos e Coadjuvantes de Tecnologia Aditivo é “qualquer ingrediente

adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento”, já Coadjuvante de Tecnologia é “toda substância, excluindo os equipamentos e os utensílios utilizados na elaboração e/ou conservação de um produto, que não se consome por si só como ingrediente alimentar e que se emprega intencionalmente na elaboração de matérias-primas, alimentos ou seus ingredientes, para obter uma finalidade tecnológica durante o tratamento ou fabricação. Deverá ser eliminada do alimento ou inativada, podendo admitir-se no produto final a presença de traços de substância, ou seus derivados” (BRASIL, 1997b).

O que se espera dos aditivos entre outras funções tecnológicas é que funcionem no alimento como emulsificantes, estabilizantes, espessantes, agentes de corpo, espumantes, antiespumantes, melhoradores de farinha, conservadores, antioxidantes, regulador de acidez, sequestrantes, corantes ou aromatizantes, entre outras.

Alguns aditivos podem ser utilizados na quantidade desejada para obter o efeito desejado, outros já devem ser utilizados respeitando-se os limites máximos aceitáveis e para as categorias de alimentos que foram autorizados. Aqui coloco a seguinte advertência:

A legislação sanitária é positiva, ou seja, aditivos e coadjuvantes de tecnologia só podem ser utilizados se estiverem explicitamente previstos em legislação específica, com as respectivas funções, limites máximos e categorias de alimentos permitidas. O QUE NÃO CONSTA DA LEGISLAÇÃO NÃO TEM PERMISSÃO DE USO NOS ALIMENTOS.

Estude um pouco mais sobre esse assunto, acesse página http://portal.anvisa.gov.br – Alimentos (campo esquerdo da tela em ASSUNTOS) – aditivos alimentares e coadjvantes de tecnologia (campo esquerdo da tela) – Legislação – Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia ou http://portal.anvisa.gov.br – Alimentos (campo esquerdo da tela em ASSUNTOS) – Empresas – Aditivos Alimentares e Coadjuvantes de Tecnologia.

Ainda ficou na dúvida? Procure a Vigilância Sanitária.

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6.8 Novos Alimentos e Novos Ingredientes De acordo com a Resolução nº 16/1999/ANVISA, novos alimentos são

aqueles sem tradição de consumo no país, aqueles que contenham novos ingredientes, aqueles contendo substâncias já consumidas e que, entretanto venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados nos alimentos que compõem uma dieta regular. Todos devem possuir registro na ANVISA (BRASIL, 1999c).

Apesar da ANVISA não registrar ingredientes alimentares, a segurança dos “novos ingredientes” deve ser comprovada com base na Resolução nº 17/1999, por meio do encaminhamento de documentação técnico-científica à ANVISA (código do assunto da petição: 404) (BRASIL, 1999d).

A comprovação pré-mercado da segurança de uso de determinados alimentos e ingredientes é uma exigência legal, estabelecida pela ANVISA, com objetivo de proteger a saúde da população e reduzir os riscos associados ao consumo desses produtos, em resposta às constantes inovações tecnológicas e ao aumento do comércio internacional (ANVISA, 2013a; ANVISA, 2014b).

Alerto que: O consumo de produtos a base de plantas segue uma tendência crescente, possivelmente associado à percepção do consumidor de que os produtos menos industrializados (também classificados como naturais) são sinônimos de bem estar e qualidade de vida (ANVISA, 2013a). Nem sempre essa percepção está correta e, às vezes, novas evidências científicas levam à revisão de práticas e hábitos. Por exemplo, Silveira et al. (2008) ressalta o aumento no número de reações adversas notificadas nos Estados Unidos, no Reino Unido e no Japão, sendo associadas ao uso de plantas medicinais. Entretanto, a ocorrência de reações adversas pode ser muito maior em função da baixa taxa de comunicação destas aos órgãos de saúde, conforme relatado em pesquisa feita pelo Food and Drug Administration (FDA) (WALKER, 2000).

Portanto antes de expor à venda essa categoria de alimentos comprove a segurança do uso junto à ANVISA e aguarde a autorização deste órgão. Para registro de alimentos releia o item 5.5.2 deste Manual e para saber um pouco mais sobre comprovação de segurança de alimentos e ingredientes, digite em sites de busca “Guia para Comprovação da Segurança de Alimentos e Ingredientes – ANVISA – 2013”, este material lhe fornecerá subsídios para requerer registro junto à ANVISA.

6.9 Alimentos com alegação de propriedades funcionais ou de saúde

Os produtos em questão devem atender ao disposto na Resolução nº 17/1999/ANVISA, que dispõe sobre as diretrizes básicas para a avaliação de risco e segurança dos alimentos, e na Resolução nº 18/1999/ANVISA, que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais ou de saúde (BRASIL, 1999d; BRASIL, 1999e). Esses requerimentos são essenciais para

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garantir que os produtos disponíveis no mercado sejam seguros para consumo e tenham um nível adequado de qualidade e eficácia.

Portanto, as empresas que tenham interesse em comercializar essa categoria de alimentos devem protocolar a respectiva petição de registro de alimentos com alegações de propriedades funcionais ou de saúde (códigos 4045, 4046, 4047 ou 4048). Siga as orientações para registro de alimentos referenciado no item 5.5.2 deste Manual.

Conforme orienta a ANVISA a comprovação da eficácia das propriedades funcionais ou de saúde alegadas deve ser realizada por meio dos estudos científicos exigidos na Resolução nº 18/1999. Avaliações científicas conduzidas por autoridades internacionais reconhecidas também podem ser consideradas (BRASIL, 1999e).

Apesar da diversidade de evidências científicas que podem ser apresentadas, a Gerência Geral de Alimentos entende ser indispensável a apresentação de estudos controlados conduzidos em humanos para comprovar a eficácia do benefício alegado. Nesse contexto, é fundamental que os produtos utilizados nos estudos estejam adequadamente descritos e sejam os mesmos do produto objeto de análise. Essa orientação também vale para os novos alimentos.

Além disso, os efeitos avaliados nos estudos clínicos devem ser reproduzíveis para as condições de uso propostas para o produto considerando, por exemplo, a matriz alimentar (umidade, acidez, componentes inibidores), as instruções de preparo do alimento (temperatura, adição de ingredientes) e atividade enzimática no organismo (BRASIL, 1999d).

Em relação às propostas de alegações, as empresas devem evitar alegações demasiadamente gerais, que não tenham relação com os desfechos avaliados ou que possam ser interpretadas como indicações terapêuticas ou medicamentosas. As alegações devem evitar informações que possam sugerir ao consumidor o uso exagerado ou inadequado do produto.

6.10 Garantia da Qualidade na Indústria de Alimentos A qualidade envolve muitos aspectos simultaneamente e sofre alterações conceituais ao longo do tempo. Paladini, 1996, define qualidade como o grau de ajuste de um produto à demanda que pretende satisfazer (PALADINI, 1996 apud FIGUEIREDO; NETO, 2001).

Uma indústria de alimentos pode diferenciar-se de outra pela qualidade que seus produtos apresentam, sobretudo porque qualidade envolve o aspecto segurança dos alimentos, portanto primar pela qualidade de seus produtos a coloca em posição de destaque no comércio de alimentos.

Conforme Ribeiro - Furtine e Abreu, 2006, das ferramentas disponíveis para garantir a qualidade dos alimentos estão disponíveis as Boas Práticas de Fabricação - BPF, Procedimentos Operacionais Padronizados - POP, Avaliação de Risco Microbiológico - MRA, Gerenciamento da Qualidade (Série ISO),

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Gerenciamento da Qualidade Total - TQM e o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC. As ferramentas de gestão da qualidade como 5S, e de garantia da qualidade (BPF e POP), embora consideradas de caráter genérico, são indispensáveis como pré-requisitos para o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC e, a série ISO 9000, é uma ferramenta de controle de processo e gestão da qualidade, por isso, necessita do APPCC como complemento para a segurança sanitária (RIBEIRO-FURTINI; ABREU, 2006) O Codex Alimentarius define programas de pré-requisitos como os procedimentos, incluindo as BPF e POP, para a base higiênica e sanitária necessária para implementar o sistema de APPCC adequado. Já APPCC é tratado como um sistema que identifica, avalia e controla os perigos significativos para inocuidade dos alimentos. Nesse sistema encontram-se Pontos Críticos de Controle (PCC) e Pontos de Controle (PC). O primeiro trata de etapa ou procedimento operacional em uma etapa, ponto ou procedimentos onde se pode aplicar um controle fundamental (crítico) para evitar, reduzir ou eliminas perigos relacionados à inocuidade do alimento. O segundo trata de etapa ou procedimento operacional em um processo, método de produção, ou em uma formulação, em que os perigos biológicos, químicos ou físicos podem ser controlados através de programas de pré-requisitos (OPAS, 2006). Do exposto para que o sistema APPCC funcione de modo eficaz são necessários os programas de pré-requisitos e cumpre reforçar que o Certificado ISO 9000 não garante a qualidade do produto, pois existe a frequente confusão de que essa ferramenta garante 100% de produtos de primeira qualidade (STRINGER, 1994 apud FIGUEIREDO; NETO, 2001). A ISO irá contribuir como suporte para implementação do APPCC, assim enquanto o APPCC identifica os PCC's a ISO 9000 controla e monitora os aspectos críticos para a qualidade. Podemos dizer que a implantação de sistemas de qualidade em indústrias ainda é um nó crítico, pois requer investimento financeiro, bem como demandam pessoas com conhecimentos específicos, sobretudo nas pequenas indústrias, onde até mesmo os programas de pré-requisitos ainda são um fato mal resolvido, mesmo sendo obrigatórios pelas normas vigentes (FIGUEIREDO; NETO, 2001). Vamos a breves esclarecimentos sobre alguns programas de pré-requisitos e sistema de APPCC:

6.10.1 Boas Práticas de Fabricação - BPF Boas Práticas de Fabricação abrangem um conjunto de medidas que devem

ser adotadas pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos especificos (ANVISA, 2015).

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O RT da Indústria, juntamente com o colaboradores deverão elaborar todas as normas e rotinas escritas que garantam as boas práticas de fabricação. Envolver toda a equipe na elaboração deste documento pode ser uma boa estratégia para que seja efetivamente válido. Conforme Resolução RDC nº 275/2002/ANVISA, legislação aplicável a qualquer indústria de alimentos, o Manual de Boas Práticas de Fabricação - MBPF deverá dispor de

informações mínimas sobre: requisitos sanitários dos edifícios; manutenção e higienização das instalações, dos equipamentos e dos utensílios; controle da potabilidade da água de abastecimento; controle integrado de vetores e pragas urbanas; controle de saúde dos manipuladores e controle e garantia de qualidade do produto final (BRASIL, 2002c). Os documentos devem ser claros e objetivos, não há necessidade de introduções longas que contem a história do alimento na sociedade. Ponto importante a ser definido é a rastreabilidade que garanta o controle desde a seleção de fornecedores à exposição ao consumo.

O controle de qualidade deve prever análise do produto final considerando a Resolução RDC nº 12/2001/ANVISA e/ou Resolução nº 07/2011/ANVISA e/ou Resolução RDC nº 14/2014/ANVISA e outras aplicáveis (BRASIL, 2001c; BRASIL, 2011a; BRASIL, 2014a).

FIQUE LIGADO NA SAÚDE DE SEUS COLABORADORES: O Responsável Técnico da Indústria, juntamente com o médico responsável pela

elaboração do Programa de Controle Médico e de Saúde Ocupacional – PCMSO devem decidir juntos quais exames laboratorias deverão ser submetidos os trabalhadores, em função do grau de manipulação dos alimentos (BRASIL, 1994). Os médicos geralmente se preocupam exclusivamente com a saúde do trabalhador e não com a qualidade sanitária dos alimentos, assim poderão deixar de indicar exames importantes tal como o swab nasal-orofaringe e a coprocultura. Fique atento, uma cópia dos exames laboratorias deve ser arquivada na pasta funcional dos trabalhadores juntamente com o Atestado de Saúde Ocupacional – ASO e deverá estar disponível para consulta pelos fiscais sanitários, inclusive o Código Sanitário de Minas Gerais, instituído pela Lei nº 13.317/99, no 84 trata que “a autoridade sanitária poderá exigir exame clínico ou laboratorial de pessoas que exerçam atividades em estabelecimentos sujeitos ao controle sanitario” (MINAS GERAIS, 1999). Após a realização dos exames laboratoriais, verifique junto ao médico os resultados e remaneje para funções outras os trabalhadores que estão portadores de microrganismo potencialmente patogênico como a Salmonella spp. identificada através da coprocultura e que pode ser veiculada para o alimento durante a manipulação. Só depois que o trabalhador for tratado, repetir o exame e se o resultado for negativo para este patógeno, ou qualquer outro potencialmente perigoso identificado, ele poderá voltar para a sua função de manipulador de alimentos. Se ligue no comportamento deste trabalhador, idas repetidas ao banheiro pode indicar problema de saúde, faça-o se sentir à vontade para comentar sobre possíveis episódios de diarréia, vômitos, etc., que representem risco ao alimento manipulado, assuma conduta de parceiro dos colaboradores, desenvolva ações de cumplicidade e não de acusações, assim ganhamos todos!

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6.10.2 Procedimentos Operacionais Padronizados – POP’s A Resolução RDC nº 275/2002/ANVISA define POP como procedimento

escrito de forma objetiva que estabelece instruções seqüenciais para a realização de operações rotineiras e específicas na produção, armazenamento e transporte de alimentos. Este Procedimento pode apresentar outras nomenclaturas desde que obedeça ao conteúdo estabelecido nesta Resolução (BRASIL, 2002c).

Estão previstos minimamente 08 POP’s obrigatórios, são eles: 1) Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios; 2) Controle da Potabilidade da água; 3) Higiene e Saúde dos Manipuladores; 4) Manejo de Resíduos; 5) Manutenção preventiva e calibração de equipamentos; 6) Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas; 7) Seleção de matérias-primas, ingredientes e embalagens; 8) Programa de Recolhimento de Alimentos (recall). Evidencio que para algumas categorias de alimentos, tais como gelados

comestíveis, água mineral, amendoim e derivados e palmito há legislações de Boas Práticas de Fabricação específicas, uma vez que são consideradas categorias de alimentos que possuam especificidades particulares.

Os POP’s devem ser aprovados, datados e assinados pelo responsável técnico, responsável pela operação, responsável legal e ou proprietário firmando o compromisso de implementação, monitoramento, avaliação, registro e manutenção dos mesmos. Havendo equipe de controle da qualidade na indústria estes procedimentos podem receber novas assinaturas, contudo o responsável técnico deve assinar o documento, considerando ser ele o responsável perante a vigilância sanitária.

As estruturas dos POP’s variam conforme cada empresa, mas seu conteúdo não deve deixar de possuir as seguintes informações:

1) Título; 2) Data da emissão; 3) Nº da revisão e/ou data; 4) Nº de folhas e/ou páginas; 5) Objetivo do procedimento; 6) Campo de Aplicação/abrangência; 7) Descrição do procedimento (fluxograma); 8) Frequência do procedimento; 9) Responsáveis pela atividade; 10) Formas de registros do procedimento. Uma boa lida na RDC nº 275/2002/ANVISA vai direcioná-los a todas as

informações necessárias para elaborar este documento.

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6.10.3 Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle – APPCC Para que o sistema de APPCC tenha sucesso:

1. Descreva o alimento produzido assim você irá conhecê-lo melhor. Informações a serem descritas: nome do produto, ingredientes, características importantes (Aw, pH, etc.), formas de uso do produto pelo consumidor, tipo de consumidor, características da embalagem, prazo de validade, locais de venda, modo de preparo, controles durante o transporte, controle durante o armazenamento, principais fontes de contaminação, microrganismos;

2. Para o APPCC: deverão ser descritas as etapas do processo; perigos biológicos, químicos ou físicos potenciais introduzidos, mantidos ou controlados em cada etapa; se esses perigos são potenciais à inocuidade do alimento; medidas preventivas em cada etapa; identificação dos pontos de controle de cada etapa ou se essa etapa é um ponto crítico de controle;

3. Descrever o fluxograma do processo produtivo permite leitura rápida dos pontos críticos de controle.

O Codex Alimentarius preconiza 07 (sete) princípios para o APPCC, quais sejam (OPAS, 2006):

1. Realizar Análise dos Perigos (avaliar os perigos em cada etapa do processamento, observar as práticas reais em cada etapa do processamento, medidas de controle dos perigos, etc.);

DICA: O QUE NÃO PODE DEIXAR DE CONSTAR NAS ROTINAS ESCRITAS

SOBRE CONTROLE DA POTABILIDADE DA ÁGUA? Não esqueça de relatar sobre: nº de reservatórios e suas respectivas localizações e fontes de abastecimento, capacidades e constituição; material da linha de distribuição/rede; origem da água (rede pública ou captação alternativa, esta última deverá ter outorga emitida pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM e seguir a Portaria nº 2.914/2011/MS (BRASIL,2011), e relatar sobre a forma de tratamento, análise diária de cloro residual, análises microbiológicas e fisico-químicas, mapeamento dos pontos de coleta e identificação de tais pontos); se a higienização do reservatório é própria ou realizada por empresa terceirizada, a qual deverá ter alvará sanitário concedido pela VISA; produto utilizado para desinfecção, concentração e tempo de contato e periodicidade da higienização e critérios para a higienização emergencial dos reservatórios; instrumento de registro da higienização dos reservatórios; se reaproveita água residual para outros processos, entre outros.

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2. Estabelecer os Pontos Críticos de Controle - PCC (revisar os perigos identificados);

3. Estabelecer limites para os PCC (limites críticos e operacionais); 4. Estabelecer Procedimentos de monitoramento dos PCC (definir o que será

monitorado, medidas preventivas, frequência dos monitoramentos, etc.); 5. Estabelecer ações corretivas (desvios, registros dos desvios e ações

corretivas, etc.); 6. Estabelecer Procedimentos de Verificação do APPCC (descrever a atividade

de verificação, planos de amostragem e análise, etc.); 7. Estabelecer procedimentos de registro do APPCC (documentos de apoio,

registros dos monitoramentos de todos os PCC relatórios de auditorias, etc.).

Formar uma equipe para implantar ferramentas de controle é uma boa

estratégia para o sucesso, inclusive trazendo os executores das atividades para discutirem sobre as propostas que se queiram implantar. Maiores informações poderão ser obtidas através de sites de busca da internet digitando “APPCC – Codex Alimentarius”. Pesquise também sobre a origem do APPCC - ele foi criado pensando na saúde dos astronautas.

PROGRAMA 5 S E ISO 9000 5S: Surgiu no Japão na década de 1950 e foi aplicado após a 2a Grande Guerra, com a finalidade de reorganizar o país quando vivia a chamada crise da competitividade. Este programa tem como objetivo principal promover a alteração do comportamento das pessoas, proporcionando total reorganização da empresa através da eliminação de materiais obsoletos, identificação dos materiais, execução constante de limpeza no local de trabalho, construção de um ambiente que proporcione saúde física e mental e manutenção da ordem implantada. A denominação 5S vem das iniciais das 5 palavras de origem japonesa: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que são as máximas do movimento (BRITTO; ROTTA, 2001 apud RABELLO, 2005). Foi adequado à língua portuguesa na forma de 5 sensos: de seleção (descarte), de organização (ordenação), de limpeza (saúde), de padronização (sistematização) e de autodisciplina (manutenção da ordem). ISO: significa Organização Internacional para Normalização (International Organization for Standardization) localizada em Genebra, Suíça. A sigla ISO é uma referência à palavra grega ISO, que significa igualdade. O propósito da ISO é desenvolver e promover normas e padrões mundiais que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio internacional. A ISO tem 130 países membros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT é o representante brasileiro. A ISO 9000 é um guia que descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da qualidade e especifica a sua terminologia. O que significa obter a certificação ISO 9000? Significa que o Sistema de Qualidade da Organização foi avaliado por uma entidade independente reconhecida por um organismo nacional de acreditação, e considerado de acordo com os requisitos da norma ISO 9001. A certificação tem validade de 3 anos e depois desse tempo necessita ser renovado. Durante o tempo da certificação a empresa é auditada a cada 6 meses. (Disponível em <http://www.pgpconsultoria.com.br/servicos_iso9000.php> acesso em 25/01/2016). Lembramos que a ISO não substitui o Alvará Sanitário e apenas este último garante o direito de produzir e comercializar.

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6.11 Rastreabilidade na Indústria de Alimentos Toda indústria de alimentos deve possuir controle

pleno sobre cada lote de produto industrializado. O lote de produto pode ser entendido como conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo fabricante ou fracionador, em um espaço de tempo determinado, sob condições essencialmente iguais (BRASIL, 2015a). Do exposto através de planilhas ou outro meio de registro a indústria deve relacionar todos as matérias-

primas/ingredientes utilizados na construção do lote do produto que será exposto à venda, sendo possível identificar os fabricantes de cada componente da formulação, suas validades, também seus lotes, e outras informações que julgar necessárias. Além das matérias-primas/ingredientes é necessário ter informações sobre os equipamentos utilizados e do manipulador que operou este equipamento e/ou pesou os ingredientes e/ou manipulou manualmente o alimento, entre outros. Ainda é necessário manter outros registros, como o da higienização do equipamento antes da industrialização dos lotes de produtos. Esses controles garantem identificar possíveis irregularidades, caso o alimento apresente alguma inconformidade que o torna impróprio ao consumo. De cada lote produzido é necessário reservar uma amostra de referência futura, em local segregado e de acesso restrito até expirar a sua validade. Há de realizar estudos sobre a vida de prateleira e caso ocorra problemas com lotes deste alimento exposto no comércio varejista, seja identificado pelo consumidor ou através de análises realizadas pelos órgãos fiscalizadores, você poderá utilizar a sua amostra para a realização de possíveis análises e justificativas.

No dia 08 de junho de 2015, a ANVISA publicou a Resolução RDC nº 24 que regulamenta sobre o recolhimento de alimentos e sua comunicação à ANVISA e aos consumidores, portanto leiam com atenção esta norma (BRASIL, 2015a). 6.12 Controle Sanitário dos alimentos pós-mercado São Atividades desenvolvidas com foco no processo e nos riscos, após a alocação de produtos para o consumo, contudo a responsabilidade pela qualidade do produto permanece conferida à indústria. Entre estas atividades estão as ações de fiscalização para verificação da implementação das boas práticas, vigilâncias das Doenças Veiculadas pelos Alimentos, os programas de monitoramento da qualidade dos alimentos expostos ao consumo, entre outros. Evidencia-se que após a entrada do produto no mercado o consumidor adquire papel fundamental, fornecendo informações sobre a segurança dos produtos consumidos. Dentre as ações de monitoramento estão as coletas de alimentos, realizadas em sua maioria nos comércios varejistas, com o objetivo de verificar de fato como esse produto se apresenta ao consumidor.

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A ANVISA possui vários programas de monitoramento, já no Estado de Minas Gerais há o PROGVISA - Programa de monitoramento da qualidade dos alimentos comercializados no Estado de Minas Gerais. São objetivos do PROGVISA o controle e fiscalização de diversos produtos alimentícios expostos ao consumo, avaliação do padrão sanitário por meio de análises físico-químicas, microbiológicas, contaminantes, microscopia e rotulagem. Os alimentos são coletados no comércio varejista e escolhidos com base no elevado consumo pela população, maior risco epidemiológico e disponibilidade no mercado local (MINAS GERAIS, 2015). Os alimentos coletados são encaminhados ao laboratório oficial de referência, no caso de Minas Gerais a Fundação Ezequiel Dias - FUNED, acondicionados em sacos-lacres, identificados, acompanhados de um formulário denominado Termo de Coleta (contendo os dados do produto, local da coleta, identificação do serviço de VISA responsável pela coleta, assinaturas da autoridade sanitária e responsável pelo comércio varejista, entre outros), para realização das análises. Geralmente é realizada análise fiscal (coleta de amostra do produto apreendido pela autoridade fiscalizadora competente e que servirá para verificar a sua conformidade com os dispositivos das normas legais e regulamentares) (BRASIL, 2007). As análises fiscais, na sua grande maioria são realizadas em triplicata, ou seja, coleta três amostras de um mesmo lote (a quantidade a ser coletada de cada alimento vai depender dos tipos de análises que se queiram realizar), colocando-se as quantidades definidas previamente em cada saco-lacre, num total de três sacos-lacres. Um saco-lacre ficará sob a guarda do responsável legal/técnico pelo comércio varejista, que deverá manter a integridade do alimento até que a VISA se posicione, dois seguirão para o laboratório oficial. Sendo analisada a primeira amostra e o resultado for insatisfatório, pode ser requerida abertura de Processo Administrativo Sanitário - PAS, a depender do risco ao consumidor. O fabricante será comunicado do laudo insatisfatório e terá o direito a recorrer contra o laudo insatisfatório comunicando ao serviço de VISA responsável pela coleta, o interesse em realizar a análise de contra-prova da amostra que se encontra de posse do estabelecimento varejista. A VISA irá liberar a amostra para o fabricante que deverá comparecer ao laboratório da Fundação Ezequiel Dias, em dia e hora marcados para acompanhar a abertura desta amostra e o início dos ensaios, podendo inclusive ir acompanhado de um técnico de sua confiança que tenha conhecimento sobre as análises que serão realizadas. No caso de um segundo laudo condenatório, os lotes envolvidos podem ter sua interdição cautelar e recolhimento determinados no âmbito do Estado, por meio de resolução da autoridade sanitária publicada no Diário Oficial do Estado,

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devendo também ser dado ciência à ANVISA para possíveis intervenções a nível federal (BRASIL, 2007). Já se a segunda análise apresentar resultado satisfatório é realizada análise na terceira amostra que estava de posse do laboratório, identificada como amostra testemunho. O resultado desta amostra irá definir o andamento das medidas a serem adotadas, ou seja, resultado insatisfatório ensejará em processo administrativo, interdição cautelar, se for o caso, entre outros. Se resultado for satisfatório encerra-se o processo, porém não excluirá a necessidade de realização de inspeção sanitária na indústria e outros cuidados baseados no princípio da precaução. 6.13 Higiene das mãos na indústria de alimentos

Manter abastecidos os dispensadores de sabão líquido e antisséptico, e os suportes de papel toalha dos lavatórios de mãos são essenciais para contribuir para a correta higienização das mãos dos manipuladores de alimentos. É necessário que seja previsto na área de manipulação de alimentos um lavatório exclusivo para esta finalidade e que treinamentos sejam implementados para reforçar a importância desta conduta dentro das indústrias de alimentos. São indicadas torneiras com acionamento automático, papel de secagem de mãos de primeiro uso (não reciclados) ou outros sistemas seguros e higiênicos. Armazene comprovantes que atestem que os insumos de lavagem das mãos tem propriedades antissépticas.

6.14 Indústrias Clandestinas

Podemos inferir que indústrias clandestinas são aquelas que não possuem autorização dos órgãos fiscalizadores para comercializar os alimentos que produz, não recolhe impostos, entre outras.

No que tange à VISA, são indústrias que não foram vistoriadas pelas autoridades sanitárias competentes para que se comprovasse sua capacidade técnica, operacional, de infraestrutura, recursos humanos, que garantam a inocuidade do alimento produzido, portanto o alimento foi produzido às escondidas da fiscalização, na informalidade.

Essa é uma realidade que deve ser encarada de frente pela VISA, pois o Brasil é um dos campeões nesse território. Nada menos do que 52,6% dos brasileiros que praticam alguma atividade remunerada gravitam em ambientes informais. Os dados estão em estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) feitos com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O problema é crescente, especialmente nas regiões metropolitanas, e dentro delas no setor de serviços (FERNANDES JUNIOR, 2004).

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Existem duas visões sobre o setor informal. A primeira delas parece entendê-lo como a utilização de recursos ilícitos. Para ganhar alguma vantagem competitiva, perante uma legislação não muito boa, onde as regras mudam, a sociedade não se sente suficientemente convencida de que deve enquadrar o informal, o sujeito que emprega o dumping ou algum outro recurso ilícito, explica Ricardo Paes de Barros, pesquisador do Ipea (FERNANDES JÚNIOR, 2004). Quem defende esta visão, acredita que o problema se resolve arrumando as leis e combatendo a burla à legislação. A segunda visão identifica várias vantagens em uma pessoa optar por ser informal. A ela faltaram oportunidades, como educação, acesso ao crédito ou até mesmo herança familiar. Neste caso, a informalidade tem raízes em coisas que o Estado deixou de fazer (FERNANDES JÚNIOR, 2004).

É necessário estabelecer diálogo com esses informais e sensibilizá-los a buscar a formalidade, pois o que se quer é que todos tenham êxito, o produtor e o consumidor, para tanto há de requerer condições mínimas para o funcionamento destas indústrias e ao mesmo tempo negociar com os produtores sobre tais condições mínimas, uma vez que ele também precisa de sua fonte de renda.

A VISA está apta a negociar sobre as condições de cada empreendedor, no que se refere às condições higiênico-sanitárias, ela também possui uma face de educação sanitária, intervindo em prol da saúde da coletividade, contudo há de se entender as ações mais energéticas quando tomadas por este órgão, pois medidas mais firmes sempre são respaldadas pelo risco verificado.

Se o Brasil conseguir atrair mais empresas para a formalidade, a tendência é de que elas busquem aumentar a sua eficiência e produtividade. A economia brasileira ganhará. A estimativa da McKinsey é de que o PIB brasileiro poderia crescer dois pontos percentuais por ano se apenas 20% das empresas que atualmente estão na informalidade fossem incorporadas à economia formal (FERNANDES JÚNIOR, 2004). 6.15 Sistemas de Insuflamento de ar e Ar Comprimido

Deverão ser realizados controles efetivos e manutenções periódicas nesses sistemas, afim da garantir a qualidade do ar utilizado na indústria de alimentos. Avaliem nos manuais técnicos as especificações destes equipamentos e sigam a risca a orientação dos fabricantes para a garantia do funcionamento correto. Registrem todas as manutenções realizadas. Geralmente para os ambientes que requerem insuflamento também irão requerer sistema de exaustão, propiciando a troca do ar.

QUALIDADE DO AR DE INTERIORES DE AMBIENTES CLIMATIZADOS Pesquisem sobre o PMOC – Plano de Manutenção, Operação e Controle. A sua não implementação poderá desencadear uma micro epidemia de doenças oriundas da má qualidade do ar (Síndrome do Edifício Doente).

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BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Agenda Regulatória Biênio 2013/2014. Define e divulga os temas prioritários para atuação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília, DF, 24 set. 2013. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Eixo I, texto 2: O que fazer com a vigilância sanitária? Cadernos de Textos da Conferência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2001b. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária: caderno de textos. Brasília: Anvisa, 2001 a, 183p. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Técnico nº 26, de 14 de junho de 2007. Procedimento para indicação do uso de aroma na rotulagem de alimentos. Disponível em < http://portal.ANVISA.gov.br/wps/content/ANVISA+Portal/ANVISA/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/Informes+Tecnicos> Acesso em: 21 dez. 2014. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instituto de Defesa do Consumidor. Vigilância sanitária: alimentos, medicamentos, produtos e serviços de interesse à saúde. Brasília, DF: ANVISA, IDEC, 112p. (Guia Didático) ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC N° 24, de 08 de junho de 2015. Dispõe sobre o recolhimento de alimentos e sua comunicação à ANVISA e aos consumidores. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 jun. 2015a. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 16, de 30 de abril de 1999. Aprova o regulamento técnico de procedimentos para registro de alimentos e ou novos ingredientes, constante do anexo desta portaria. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, DF, 03 dez. 1999c, Seção 1. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999. Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para a avaliação de risco e segurança dos alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 dez. 1999d, Seção 1. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999. Aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 mai. 1999b.

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BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 18, de 30 agosto de 1999. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos, constante do anexo desta portaria. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 03 mai. 1999e. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 340, de 13 de dezembro de 2002. As empresas fabricantes de alimentos que contenham tartrazina (INS 102) devem obrigatoriamente declarar na rotulagem, na lista de ingredientes, o nome do corante tartrazina por extenso. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Seção 1, 18 dez. 2002. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC n. 54, de 7 de outubro de 2014. Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre enzimas e preparações enzimáticas para uso na produção de alimentos em geral. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 8 out. 2014. (2014b) ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 07, de 18 de fevereiro de 2011. Dispõe sobre os Limites Máximos Tolerados (LMT) para micotoxinas em alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 09 mar. 2011a. Seção I, nº 46. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 11, de 16 de fevereiro de 2012. Dispõe sobre o funcionamento de laboratórios analíticos que realizam análises em produtos sujeitos à Vigilância Sanitária e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 22 dez. 2012a Seção 1. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 14, de 28 de março de 2014. Dispõe sobre matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, seus limites de tolerância e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 mar. 2014a. Seção I, nº 61. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 19, de 05 de maio de 2010. Dispõe sobre a obrigatoriedade das empresas informarem à ANVISA a quantidade de fenilalanina, proteína e umidade dos alimentos, para elaboração de tabela do conteúdo de fenilalanina em alimentos, assim como disponibilizar as informações nos sítios eletrônicos das empresas ou serviços de atendimento ao consumidor (SAC). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2010a. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 204, de 06 de julho de 2005. Regulamenta o procedimento de petições submetidas à análise pelos setores técnicos da ANVISA e revoga a RDC nº 349, 03 dez. 2003. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 07 jul. 2005a. ______. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 222, de 28 de dezembro de 2006. Dispõe sobre os procedimentos de petição e arrecadação eletrônica no âmbito da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA de suas coordenadorias estaduais e municipais de Vigilância Sanitária e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2006.

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______. Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002. Dispõe sobre o regulamento técnico de procedimentos operacionais padronizados aplicados aos estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos e a lista de verificação das boas práticas de fabricação em estabelecimentos/ industrializadores de alimentos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 out. 2002c. Disponível em: < http://www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/5125403/4132350/ResoluuoRDC27521.10.2002.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2016. COSTA, E. A. Conceitos e áreas de abrangência. In: ROZENFELD, S., (Org.). Fundamentos da vigilância sanitária. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000, p. 41-48. ______. Vigilância sanitária: temas para debate. Salvador: EDUFBA, 2009. 240 p. (Coleção Sala de Aula, 7). COSTA, E. A. Vigilância sanitária: proteção e defesa da saúde. São Paulo: Hucitec 1999. FERNANDES JUNIOR, O. Economia Brasil Dividido. Rev. IPEA desafios do desenvolvimento, n.1, ed. 4, nov. 2004. Disponível em < http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=823:reportagens-materias&Itemid=39> Acesso em: 27 fev. 2016. FIGUEIREDO, V. F. de; NETO, P. L. de O. Implantação do HACCP na indústria de alimentos. Revista Gestão & Produção, v. 8, n. 1, p. 100-111, abr. 2001. FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS. Manual de coleta de amostras. Belo Horizonte, MG, 2015, 61p. INSTITUTO SOCIEDADE, POPULAÇÃO e NATUREZA. Caderno de normas fiscais, sanitárias e ambientais para regularização de agroindústrias comunitárias de produtos de uso sustentável da biodiversidade. Brasília, 2011. p. 30-51. LUCA, A.N.B.; KOERICH, G.M.D. Perfil epidemiológico dos surtos de DTA causado por Salmonella sp. em Santa Catariana, Brasil, notificados no SINAN NEET de 2006 a 2008. 2009. 20 f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Microbiologia). Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2009. MCKRAY, G. Consumer protection. The federal food, drug and cosmetic act. In: ROEMER, R. & MCKRAY, G. Legal aspects of health policy: issues and trends. Conecticut, USA: Greenwood Press, 1980. p-33-60. MINAS. GERAIS. Decreto nº 45.821, de 19 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a habilitação sanitária do agricultor familiar e do estabelecimento agroindustrial rural de pequeno porte e dá outras providências. Diário do Executivo -Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 20 dez. 2011. Disponível em : <www.iof.mg.gov.br>. Acesso em: 13 fev. 2015. ______. Lei nº 13.317, de 24 de setembro de 1999: contém o código de saúde do Estado de Minas Gerais, Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Diário do Executivo -Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, 25 set. 1999.

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______. Resolução SES/MG nº 145, de 06 de janeiro de 1992: Normas para concessão de alvará de funcionamento para indústrias de alimentos e laboratórios de controle de qualidade de indústria de alimentos. Belo Horizonte, 1992. ______. Resolução SES/MG nº 236, de 29 de maio de 1992. Estabelece normas para a concessão de alvará de funcionamento (inicial ou renovação) para estabelecimentos destinados à promoção, proteção e recuperação da saúde do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 1992. MINAS GERAIS. Resolução SES/MG nº. 4300 de 05 de maio de 2014. Regulamenta os procedimentos e a documentação necessários para requerimento e protocolo de concessão/renovação de Licença Sanitária e padroniza procedimento de emissão de Alvará Sanitário pela Vigilância Sanitária do Estado de Minas Gerais. Diário do Executivo - Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 07 maio 2014. ______. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Seminário de pactuação dos programas de monitoramento da vigilância sanitária de Minas Gerais. Belo Horizonte: SES, 2015. PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: a nova dimensão da gerência de produção. Trabalho apresentado à UFSC como parte dos requisitos de concurso de professor titular na área de gerência de produção. 1996. RABELO, M. A. De. F. R. Implantação do Programa de 5 S para a conquista de um ambiente de qualidade na biblioteca do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. Revista Digital Biblioteconomia Ciência da Informação, Campinas, v. 3, n. 1, p. 165-182, jul./dez., 2005. RIBEIRO-FURTINI, L. L. ; ABREU, L. R. de. Utilização de APPCC na indústria de alimentos. Revista Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 30, n. 2, p. 358-363, mar./abr., 2006. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Guia para elaboração do plano APPCC: geral. Brasília: SENAI, 1999. 298 p. (Série Qualidade e Segurança Alimentar). SILVEIRA PF, BANDEIRA MAM, ARAIS, PSD. Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, n. 4, p. 618-626, out./ dez., 2008. WALKER A. M. The relation between voluntary notification and material risk in dietary supplement safety. Food and drug administration, docket 00N-1200, 2000. Disponível em: <http://www.fda.gov/ohrms/dockets/00n1200> Acesso em: 02 jan. 2016.

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ANEXO A - Categoria de Alimentos Dispensados de Registro: preenchendo Anexo X da

Resolução nº 23/2000 (Fonte: Res. nº 23/2000/ANVISA)

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Ao preencher o Anexo X siga as seguintes instruções:

O formulário poderá ser baixado para digitação através do portal da ANVISA: http:portal.anvisa.gov.br – Alimentos (clicando em ASSUNTOS) – Empresas – Registros e Autorizações – Formulários e Modelos – Comunicação de Início de Fabricação;

Preencher quantas cópias do verso do formulário for necessário para informar todos os produtos com início de fabricação pela indústria;

Os documentos deverão ser preenchidos à máquina ou com letra de forma legível, não podendo conter rasuras;

Os formulários devem ser preenchidos em 03 (três) vias, sendo que uma delas é devolvida ao usuário como recibo, após protocolização no serviço de Vigilância Sanitária responsável pelo licenciamento;

No preenchimento dos campos quadriculados devem ser consideradas as seguintes informações:

o Cada quadrícula deve conter apenas um caractere alfanumérico; o Em se tratando de campo numérico, iniciar com o preenchimento sempre

da direita para a esquerda; o Em se tratando de campo alfabético, iniciar o preenchimento pela

primeira quadrícula à esquerda, deixando sempre uma quadrícula em branco entre as palavras ou expressões;

o Campo quadriculado com mais de uma linha deve ser considerado como única linha de preenchimento, não sendo consideradas as regras de divisão silábica na mudança de linha e utilização de hífen;

o Quando o campo for insuficiente para a informação, devem ser mantidas as palavras-chave e abreviadas as demais, sem prejuízo do entendimento da informação. Não será aceita folha em anexo para complementação do nome, marca e etc.

Campos do formulário:

Anexo X - Frente:

Campo A (Recebimento VISA/Data): a indústria deverá deixar esse campo em branco uma vez que o preenchimento é de uso exclusivo da VISA;

Campo B (Dados da empresa detentora do produto/marca): preencher completamente as informações requeridas da indústria que é detentora dos produtos e responsável pela comunicação do início de fabricação;

Campo C (Dados da unidade fabril): dados do estabelecimento que produz o alimento. A detentora da marca/produto pode terceirizar a produção, portanto os dados do Campo B e C poderão não ser coincidentes;

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Campo D (Termo de responsabilidade): preencha a data do início de fabricação dos produtos; o prazo previsto em dias para iniciar a comercialização; nome da cidade sede da indústria produtora ou detentora da marca/produto; nome do responsável pela empresa e apor a assinatura do detentor da marca/produto;

Campo E (Dados da Inspeção na Indústria): a indústria não deverá preencher este campo que é de uso exclusivo da VISA, que irá completar com a data da última inspeção realizada na Unidade Fabril.

Anexo X - Verso:

Campo F (Produtos dispensados de registro com fabricação iniciada), preencher:

o o número de CNPJ da empresa detentora do produto/marca; o o número do CNPJ da unidade fabril; o controle dos anexos (ex. se forem cadastrados 06 produtos o processo

de dispensa será composto de 03 folhas, sendo uma frente e duas verso, portanto teremos folhas 01 de 03, folhas 02 de 03 e folha 03 de 03);

o categoria: utilizar o número do código disponível na Resolução RDC nº 27/2010;

o descrição da categoria: utilizar a descrição disponível na Resolução RDC nº 27/2010;

o preencher o nome completo do alimento, por exemplo: biscoito de polvilho, farinha de mandioca, pão de mel, café torrado e moído, etc.;

o tipos de embalagens: neste campo preencher apenas os dados da embalagem primária, ou seja, daquela que entra em contato direto com o alimento. Caso sejam utilizadas embalagens de constituição diferentes todas devem ser declaradas. Informe também o volume da embalagem, por exemplo: saco de polietileno 50 g; pote de vidro 500 g, etc.;

o validade e perspectiva comercial marque os campos que couber ao alimento.

Uma vez preenchido o Anexo X e protocolado na VISA não caberá mais renovação deste documento, exceto se ocorrer mudança na legislação, alteração no tipo de embalagem, unidade fabril e outras informações que forem alteradas pela indústria.

Pretende-se criar um sistema, a ser gerido pela ANVISA, para preenchimento online pelas indústrias, validação online pelas VISAs e consultas online pelos interessados.

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ANEXO B - Lista de documentos para requerer o Alvará Sanitário (Fonte: Resolução SES MG nº 4.300/14 e Lei nº 13.317/99/CS/MG) I - Requerimento de Concessão/Renovação da Licença Sanitária (trata de um documento padronizado, cujo modelo está disponível na referida Resolução); II - Termo de Responsabilidade Técnica perante a Vigilância (trata de um documento padronizado, cujo modelo está disponível na referida Resolução); III - Alvará de Localização e Funcionamento (comentário: este documento é emitido pela prefeitura do município onde a indústria estiver instalada); IV - Documento de constituição da empresa, fundação, autarquia, órgão (contrato social, estatuto ou legislação de criação do estabelecimento); V - Prova de habilitação legal válida do Responsável Técnico (RT) junto ao Conselho de Classe, conforme exigências da categoria profissional (comentário: esse documento é a carteira profissional); VI - Comprovação de vínculo do RT com a empresa, expedida pelo Conselho profissional, quando aplicável (comentário: esse documento recebe nomes variáveis, a depender do Conselho de Classe, como por exemplo: Certificado de Responsabilidade Técnica - CRT, devendo constar que o RT é responsável pelas boas práticas de fabricação e outras atividades que for assumir a exemplo: laboratório de controle de qualidade); VII - projeto arquitetônico aprovado pela Vigilância Sanitária ou documento equivalente previsto em legislação (quando exigido em legislação específica) (comentário: não protocole os documentos originais que se referem ao projeto, estes devem ficar arquivados na indústria, basta anexar cópia do referido projeto que se compõe de plantas baixas com carimbos da vigilância sanitária

VAI UM EXEMPLO DE CÓDIGO E CATEGORIA? A descrição expressa do ANEXO X deverá ser coerente com o número da

categoria. Suponhamos que se quer cadastrar o seguinte alimento: Biscoito de polvilho. Este alimento está inserido no Regulamento Técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos, regulamentado pela Resolução RDC nº 263, de 22/09/2005/ANVISA (BRASIL, 2005c). Portanto deverá ser utilizado o código 4300151 e a descrição será: Produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos. Para localizar a categoria do alimento que se quer cadastrar acesse: http://portal.anvisa.gov.br – Em ASSUNTOS clique em Alimentos (canto esquerdo da tela) – Legislação – Legislação por Categoria de produto. Boa busca!!!

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estadual, RAPA, Relatório Técnico, Parecer Técnico, Memorial Descritivo, ART emitida pelo CREA ao autor do projeto, comprovante de pagamento do DAE); VIII - comprovante de pagamento da Taxa de Expediente referente à fiscalização da Vigilância Sanitária por meio de Documento de Arrecadação Estadual (DAE), quando aplicável (comentário: os valores a serem recolhidos variam conforme atividade econômica realizada, contudo todos os recolhimentos deverão ser realizados no código 159-4 – Para gerar esse documento leia o Apêndice A).

Observações: Para fins de renovação da Licença Sanitária, os documentos para instrução do

processo previstos nos incisos IV e VII somente deverão ser reapresentados no caso de alteração na constituição da empresa ou da área física. (comentário: caso não tenha ocorrido alterações nesses dois itens é importante informar através de correspondência subscrita pelo responsável legal ou técnico a inexistência de alterações na área física e anexar o documento “Parecer Técnico” emitido pela vigilância sanitária estadual que se encontra compondo a documentação do projeto arquitetônico e relatar a não alteração, por exemplo, no contrato social de constituição da indústria);

Conforme artigo 85 da Lei nº 13.317/99 CS/MG “Os estabelecimentos sujeitos ao controle e à fiscalização sanitária terão alvará sanitário expedido pela autoridade sanitária competente, municipal ou estadual, conforme habilitação e condição de gestão, com validade de um ano a partir de sua emissão, renovável por períodos iguais e sucessivos, devendo sua renovação ser requerida no mínimo 120 dias antes do término de sua vigência”.

ANEXO C - Programa físico-funcional mínimo para indústria de alimentos (Anexo 10 da DIEF/SES/MG)

Documento estabelecido pela SES/MG para definir os requisitos básicos

observados em projetos de construção, reforma e ampliação de indústria alimentícia e produtos afins, encaminhados à DIEF - Diretoria de Infraestrutura Física para análise e parecer. Define as áreas mínimas, contudo a definição final das áreas irá depender da tecnologia empregada, do tipo de alimento produzido, dentre outras especificidades do ramo de atividade que se requeira análise: Programa Físico-Funcional mínimo: Sala(s) administrativa(s) com entrada exclusiva; Sanitário(s) exclusivo(s) da(s) sala(s) administrativa(s), anexo(s) ou

contíguo(s) à(s) sala(s) administrativa(s);

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Área coberta para descarga de matéria-prima e embalagens; Área coberta com tanque, para recepção/separação de gêneros; Salas distintas para armazenamento de: gêneros perecíveis e não

perecíveis; frascos e material de embalagem; produtos acabados. Sala(s) exclusiva(s) e com acesso(s) restrito(s) para processamento de

gêneros, com área compatível com o volume de produção, conforme a natureza dos produtos;

Área distinta para acondicionamento e rotulagem dos produtos fabricados; Área para referência futura com acesso restrito; Área com acesso restrito para armazenamento de insumos reprovados, de

produtos refugados e/ou devolvidos; Boxe para lavagem de utensílios utilizados na produção; Área para expedição de produtos acabados, com área coberta anexa para

carga; Laboratório microbiológico caso exigido em legislação pertinente; Refeitório/copa dotada de bancada com pia, bebedouro e lavatório(s), com

área compatível com o número de usuários; Vestiários para funcionários, da área de produção, diferenciados por sexo,

de acordo com as normas do Ministério do Trabalho, dispondo de área para escaninhos e troca de roupa, além de banheiro anexo dotado de chuveiro(s) e bacia(s) sanitária(s) em boxes individualizados;

Depósito de material de limpeza, com tanque - DML; Abrigo de recipientes de resíduos sólidos (lixo), de acordo com sua

natureza, provido de ponto de água, vão de ventilação protegido por tela milimétrica, ralo sifonado com fechamento hídrico e abertura de porta no sentido de fuga;

Banheiro opcional e em local de fácil acesso externo, para ajudantes e motoristas de caminhão;

Casa de máquinas com área compatível com o porte dos equipamentos, quando necessária;

Demais ambientes de acordo com as especificidades de cada indústria. Requisitos específicos: Setorização e localização de áreas e ambientes, de tal forma a garantir um

fluxo linear de produção, sem retorno e trânsito indesejável pelas demais áreas, desde a recepção de matéria-prima e embalagens até a expedição do produto acabado, para evitar contaminação cruzada;

Leiaute adequado, principalmente nas áreas de produção, de tal forma a não dificultar o deslocamento de equipamentos, pessoal e os serviços de manutenção e limpeza;

Entrada de matéria-prima diferenciada da saída de produto acabado;

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Bancada com pia nas salas de processamento de alimentos líquidos e semissólidos;

Área anterior à sala de processamento de alimentos sólidos ou boxe fechado até o teto provido de bancada com pia e exaustão;

Lavatório(s) estrategicamente situado(s) nas áreas de produção; Largura das circulações compatível com sua utilização, ou seja, mínimo de

1,50m para cargas e 1,20m para trânsito de pessoal; Abertura das portas das áreas críticas no sentido de fuga, em vez de portas

corrediças, devendo a largura dessas portas ser compatível com o porte dos equipamentos;

Monta-carga para transporte vertical de carga em edificação com mais de um pavimento;

Tela milimétrica nas janelas e demais aberturas das áreas não estanques, para evitar entrada de aves, insetos e roedores;

Ralo sifonado com fechamento hídrico, nos ambientes onde forem instalados;

Depósito de gases separado do corpo do prédio, de acordo com orientações do Corpo de Bombeiros.

Observações: Este Anexo está sujeito a atualizações; Os projetos de prevenção e combate a incêndio deverão ser aprovados

pelo Corpo de Bombeiro; Consultar as normas pertinentes, bem como os Anexos 01, 18 e 23

específicos da DIEF – Diretoria de Infraestrutura Física da SES/MG; Os projetos deverão ser encaminhados à DIEF para análise e parecer

exclusivamente através das Gerências Regionais de Saúde ou Superintendências Regionais de Saúde à qual as indústrias estão vinculadas, acompanhados do RAPA – Requerimento de Aprovação de Projeto Arquitetônico;

Projeto devolvido à DIEF para reavaliação deverá ser acompanhado de cópia da Análise Preliminar anterior;

É de responsabilidade do autor do projeto o cumprimento das normas vigentes sobre projetos físicos desta natureza, assim como a correção das inadequações que, eventualmente, venham a ser detectadas pela DIEF, antes da aprovação definitiva do projeto.

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ANEXO D - Documentação para o protocolo de projetos arquitetônicos (Fonte: NUVISA/SRS/URA) A. Requerimento de aprovação de projeto - RAPA preenchido e assinado: Formulário disponível no site: www.saude.mg.gov.br. No campo de buscas

digite “Requerimento de aprovação”, depois em “documentação necessária”, “RAPA” e imprimir.

B. Projeto arquitetônico em duas vias: O projeto deverá conter no mínimo Planta Baixa com layout (escala 1/50) e

dimensionamento completo dos ambientes e esquadrias, representação das cotas de nível, cortes, fachadas, planta de cobertura, planta de situação/locação;

No carimbo da(s) prancha(s) deverá constar a identificação do estabelecimento – razão social/nome fantasia, endereço, nome/assinatura do proprietário e do autor do projeto, data e identificação da prancha.

Obs.: Estabelecimentos que contarem com projeto anterior aprovado pela Vigilância Sanitária deverão encaminhar cópia deste juntamente com o Parecer Técnico correspondente, para fins de comparação com a nova proposta.

C. Relatório Técnico em duas vias contendo: Dados cadastrais do estabelecimento (razão social, endereço, CNPJ,

proprietário); Descrição dos objetivos e das atividades do estabelecimento: tal descrição é

imprescindível, uma vez que, a análise da área física depende destas informações – em linhas gerais deve ser descrita sua finalidade, fluxograma dos processos industriais desde a entrada da matéria-prima até a saída do produto acabado; relação das matérias- primas e embalagens utilizadas; descritivo das etapas de produção e da tecnologia empregada nela; nº de funcionários (masculino e feminino) por turnos de trabalho; alimentos a ser produzidos, volume médio mensal de produção, volume médio de ingredientes e matérias-primas estocadas; se serão produzidos alimentos sem glúten ou lactose ou outro produto que pode ser alergênico para um grupo populacional;

Descrição sobre a coleta, o volume aproximado, acondicionamento temporário, transporte e destinação dos resíduos sólidos;

Demais informações que possam contribuir na compreensão do funcionamento do estabelecimento e consequentemente do projeto;

No caso da indústria possuir cozinhas/restaurantes/refeitórios industriais informar número de refeições produzidas por turno (citar nº de refeições

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servidas no refeitório e nº marmitex, este último quando couber); nº de funcionários (masculino e feminino) por turnos de trabalho;

No caso da indústria possuir ambulatório médico: descrever os procedimentos de enfermagem e médicos que serão realizados; se pretende estocar e administrar medicamentos; esterilizar materiais/quais, etc.;

No caso da indústria possuir laboratório de controle de qualidade: ensaios que serão realizados, nº médio previsto de cada ensaio mês. OBS. Relatório deve conter data de elaboração e assinatura dos responsáveis legal e técnico do estabelecimento.

D. Memorial Descritivo do projeto Descrição das soluções adotadas em projeto, considerações gerais sobre fluxos

internos e externos, especificação básica de materiais de acabamento (piso, teto e parede) e, a depender do tipo de estabelecimento, relação de equipamentos, etc.

E. Cópia da ART-CREA ou CAU de autoria do projeto quitada. O profissional responsável pelo projeto deve emitir a Anotação de

Responsabilidade Técnica – solicite a ele a ART do projeto.

F. Comprovante de pagamento do DAE (Documento de Arrecadação Estadual) Para emitir o Boleto do DAE para pagamento:

Entre no site da Secretaria Estadual de Fazenda, através do link abaixo: Cite no campo Informações Complementares: “análise de projeto arquitetônico de indústria de alimentos”. Resumidamente segue os passos: http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/documentos_arrecadacao/dae.htm - clique em “DAE Avulso – SIARE” e preencha corretamente os campos solicitados: Identificação do estabelecimento: informe CNPJ ou CPF; Tipos de receita: Taxas - Receita: código 159-4 (Taxa de expediente de saúde pública); Valor: calcular 0,5 UFEMG* X área construída, reformada, ampliada ou adequada (*UFEMG = sofre variação de valores anualmente, consulte o serviço de Vigilância Sanitária ou Secretaria da Fazenda Estadual.)

Obs.: São isentos da taxa os estabelecimentos públicos ou filantrópicos. No último caso apresentar comprovação filantropia.

G. Memória de cálculo das áreas, quando não for isento da taxa pública. Trata de planta evidenciando apenas o perímetro da edificação e as áreas

passíveis de análise. A apresentação da memória de cálculo é obrigatória quando for necessária

mais de uma operação aritmética para calcular as áreas a construir, reformar e ampliar do estabelecimento.

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Deverá ser apresentado o perímetro por pavimento, em escala reduzida, das áreas a construir, reformar e ampliar (se for o caso), subdividido em polígonos regulares devidamente cotados e calculados, sendo indispensável a indicação das operações aritméticas, bem como a indicação de ângulos, raios e diâmetros utilizados no cálculo de cada polígono e de formas circulares (Vide Exemplo).

Observações Gerais:

1. Para mais informações consulte: www.saude.mg.gov.br. Neste endereço eletrônico existem anexos explicativos:

Anexo 01 – informações sobre a documentação necessária, o Relatório Técnico, a representação gráfica do projeto e o dimensionamento mínimo de alguns ambientes; Anexo 18 – informações sobre a elaboração da memória de cálculo; Anexo 23 – informações sobre materiais de acabamento; Anexo 10 – Ambientes mínimos de indústria de alimentos.

Caso não consiga acessá-los dirija-se a um Serviço de Vigilância Sanitária e

solicite os documentos.

2. É importante lembrar que a análise dos projetos é uma atividade minuciosa e detalhada, que leva um determinado tempo. O prazo para emissão do Parecer da Vigilância Sanitária (com aprovação ou não do projeto) vai depender do número de projetos acumulados para avaliação no momento, da qualidade do projeto apresentado, das informações complementares apresentadas, etc. Desta maneira é imprescindível que o projeto seja apresentado previamente ao início de atividades do estabelecimento.

Exemplo:

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ANEXO E: Check list para verificação dos dizeres básicos de rotulagem (Fonte: adaptações de FUNED)

Item Informação Legislação Atende

Observações Sim Não Não Aplica

01

Denominação de Venda

Item 6.1 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA e Regulamento Técnico específico do alimento de acordo com a categoria que pertence

02 Lista de Ingredientes Item 6.2 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

03 Aditivos Item 6.2.4 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

04

Corantes/Aromas

Artigos 13, 14, 15 e 16 e 17 da Resolução RDC nº 2/200; Decreto-Lei nº 986/1969; Informe Técnico nº 26, de 16/06/07/ANVISA

05 Glúten Artigo 1º da Lei nº 10.674/2003

06

Conteúdo Líquido

Itens 3.1, 3.7, 4.1, 5.1 da Portaria nº 157/2002/INMETRO

07 Corante Amarelo Tartrazina – INS 102

Artigo 1º da Resolução RDC nº 340/2002/ANVISA

08 Identificação de origem Item 6.4 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

09 Identificação do lote Item 6.5 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

10 Prazo de validade Item 6.6 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

11

Cuidados especiais de conservação

Item 6.6.2 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

12 Instruções sobre o preparo e uso do alimento, se couber

Item 6.7 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

13

Denominações, símbolos, emblemas, ilustrações que causam equívoco, erro, confusão ou engano

Item 3.1 alínea “a” da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

14

Informação Nutricional

Resolução RDC nº 359/03/ANVISA, Resolução RDC nº 360/03/ANVISA, Resolução RDC nº 163/06/ANVISA, Informe Técnico nº 36/08.

15 Apresentação e Distribuição da Informação Obrigatória

Item 8 da Resolução RDC nº 259/02/ANVISA

(continua)

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APÊNDICE A - Orientações para emissão do Documento de Arrecadação Estadual – DAE, através do site da receita fazendária estadual

A. Digite na barra de endereços: http://www.fazenda.mg.gov.br – ao abrir a página clique apenas uma vez, pausadamente, nos seguintes ícones que vão aparecendo. Nada de “dedinho nervoso”, espere a página abrir e vá observando com cautela as informações:

B. Empresas (campo superior da tela); C. Documentos de Arrecadação (lado esquerdo da tela); D. Documentos de Arrecadação Estadual (DAE): clique na opção DAE Avulso –

SIARE, localizada ao final da tela; E. Na tela “Grupo de Receita”: clique apenas na caixa em frente à opção

“Taxas” e escolha a opção: “OUTRAS TAXAS” e depois no ícone “CONFIRMAR”;

F. Para iniciar o preenchimento do DAE: Observe a opção “filtro” e clique na caixa “Selecione o tipo de

identificação” escolhendo a opção CNPJ ou CPF ou Inscrição Estadual. O CPF é uma opção para pessoas físicas, as indústrias deverão optar pelo CNPJ ou inscrição estadual.

Na caixa localizada em frente ao ícone “Identificação” preencha os dados do CNPJ, CPF ou da Inscrição estadual, conforme você tenha escolhido na caixa acima citada. Logo após clique em “PESQUISAR”. Aguarde o sistema localizar os demais dados e realizar o auto preenchimento dos dados: Identificação do Contribuinte;

16 Informação Nutricional Complementar (Light; Rico em...; Fonte...)

Resolução RDC nº 54, de 12/11/2012, Resolução RDC nº 269, de 22/09/05/ANVISA

17 Advertência “Fenilalanina” Resolução RDC nº 19, de 05/05/10/ANVISA

18 Alimentos Diet Portaria nº 29, de 13/01/98

19 Organismos geneticamente modificados como ingrediente

Decreto nº 4.680, de 24/04/03; Portaria nº 2.658, de 22/04/2003

20 Alimentos alergênicos* Resolução RDC nº 26, de 02 /07/2015/ANVISA

Obs. Alimentos para fins especiais (praticantes de atividade física, nutrição enteral, lactentes, etc.) consulte site da ANVISA. *Deverá ser avaliado o uso de luvas de látex para a manipulação de alimentos uma vez que o látex da luva poderá migrar para o produto manipulado e contaminá-lo.

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No campo Dados para Emissão do DAE: Na caixa “Selecione taxa” localizada em frente ao ícone Taxas: escolha a

opção: “0159-4 – TAXA DE EXPEDIENTE – SAÚDE PÚBLICA”. No ícone data do vencimento: escolha a data em que o documento será

pago, caso opte pelo mês de março, por exemplo, digite o último dia deste mês, assim você poderá pagar a taxa até este dia. Cuidado se ultrapassar esta data, no ato do recolhimento você pagará multas. Você poderá realizar a digitação da data (dia, mês e ano) diretamente na caixa vazia ou escolher clicando no calendário ao lado.

No ícone “Período de referência”: basta marcar o mês e ano que você escolheu na caixa acima;

No ícone “Receita (R$)”: digitar na caixa à frente o “valor em Reais” a ser recolhido, por exemplo, se quer recolher o valor de 106 UFEMG’s (valor devido para a atividade de fabricação de açúcar em bruto), antes do preenchimento desta caixa, será necessário transformá-la para valor em Real, Exemplo: 106 UFEMG’s X R$ 3,0109 (valor de cada UFEMG no ano de 2016) = R$ 319,1554, arredonda-se para R$319,15.

No ícone “Total”: repita o valor lançado no ícone Receita (R$); No ícone “Informações complementares”: preencha resumidamente o que

se requer com esse recolhimento: por exemplo: “Requerimento de renovação de alvará sanitário” ou “substituição das informações do responsável técnico no Alvará Sanitário”.

No Ícone “GERAR DAE”: verifique todos os dados e depois é só clicar neste campo e o documento será gerado para impressão e pagamento.

Consulte os valores da UFEMG para o ano em exercício

acessando: http://www.fazenda.mg.gov.br/empresas/legislacao_tributaria/resolucoes/ufemg.htm. Após a emissão e pagamento do DAE, ela terá validade de 01 (um) ano, para apresentação nos órgãos públicos, devendo estar devidamente paga. Vencendo-se esse período deverá haver novo recolhimento.

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APÊNDICE B - E-mails de contato das Vigilâncias Sanitárias do Estado de Minas Gerais e Diretoria de Vigilância Sanitária de Alimentos.

SRS Alfenas: [email protected] SRS Barbacena: [email protected] SRS Belo Horizonte: [email protected] SRS Coronel Fabriciano: [email protected] SRS Diamantina: [email protected] SRS Divinópolis: [email protected] SRS Governador Valadares: [email protected] GRS Itabira: [email protected] GRS Ituiutaba: [email protected] GRS Januária: [email protected] SRS Juiz de Fora: [email protected] GRS Leopoldina: [email protected] GRS Manhumirim: [email protected] SRS Montes Claros: [email protected] SRS Passos: [email protected] SRS Patos de Minas: [email protected] GRS Pedra Azul: [email protected] GRS Pirapora: [email protected] SRS Ponte Nova: [email protected] SRS Pouso Alegre: [email protected] GRS São João Del Rei: [email protected] SRS Sete Lagoas: [email protected] SRS Teófilo Otoni: [email protected] GRS Ubá: [email protected] SRS Uberaba: [email protected] SRS Uberlândia: [email protected] GRS Unaí: [email protected] SRS Varginha: [email protected]

Diretoria de Vigilância Sanitária de Alimentos: [email protected]

Obs. Cada regional de saúde é responsável pela assessoria técnica, entre outras atividades a determinado número de município. Abaixo segue Mapa do território de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba.

Fonte: imagem adaptada de MALACHIAS et al.,PDR, 2013

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APÊNDICE C - Sites de interesse

ANVISA: http://portal.anvisa.gov.br Biblioteca Virtual em Saúde: http://bvsalud.org/ CREA/MG: http://www.crea-mg.org.br/ CRN/MG: http://www.crea-mg.org.br/ CRQ/MG: http://www.saude.mg.gov.br/ Codex Alimentarius: http://www.fao.org/waicent/faoinfo/economic/esn/codex Discussão sobre normas sanitárias: http://www.regularizacaosanitaria.com.br EMBRAPA: http://www.embrapa.br/agroindustria-de-alimentos FDA - Food and Drug Administration: http://www.fda.gov/ Foodsafety: http://www.foodsafety.org/ FUNED/MG: http://www.funed.mg.gov.br/ IMA: http://www.ima.mg.gov.br/ INMETRO: http://www.inmetro.gov.br/ Ministério da Agricultura: http://www.agricultura.gov.br/ Ministério da Saúde: http://portalsaude.saude.gov.br/ OMS: http://www.who.int/en/ PROCON/MG: https://www.mpmg.mp.br/areas-de-atuacao/defesa-do-cidadao/consumidor/apresentacao/ SES/MG: http://www.saude.mg.gov.br/ Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais: http://www.fazenda.mg.gov.br/