maomé uma apologitca crista

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M A O M ÉUMA APOLOGÉTICA CRISTÃ

Jay Smith

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M A O M ÉUMA APOLOGÉTICA CRISTÃ

INTRODUÇÃO1) FOI MAOMÉ UM PROFETA

A. A POSIÇÃO MUÇULMANA1. O testemunho sobrenatural que indica a vocação profética de Maomé2. O analfabetismo do criador do Corão como indicação de sua vocação profética3. As profecias entregues por Maomé indicam sua vocação profética4. Milagres realizados apontam para sua vocação profética

B. A POSIÇÃO CRISTÃ1. Quem qualifica Maomé como um profeta de Deus?

 A. Um profeta precisa ter nascido de uma raça proféticaB. Um profeta precisa falar em o Nome do SENHOR (YAHWEH ou Jeová)C. A mensagem de um profeta deve conformar-se à revelação anterior D. As predições de um profeta devem ser verificáveis

2. Quais destas qualificações bíblicas podem ser encontradas na vida de Maomé? A. Maomé nasceu de uma linhagem profética?B. Maomé falou em nome do “Eterno”, YAHWEH ?C. A revelação trazida por Maomé se conforma à mensagem que o precedeu?D. Durante o tempo de vida de Maomé houve alguma de suas predições que pôde

ser constatada como verdadeira? 

2) QUESTÕES CONCERNENTES AO MINISTÉRIO PROFÉTICO DE MAOMÉ

A. Maomé - Profeta universal ou específico?

B. Maomé – Profeta aos judeus?C. Maomé – profeta aos cristãos?D. Maomé – O Selo dos profetas?

1. Sobre Jesus2. Sobre os outros profetas3. Sobre Maomé

a - As concessões de Maomé a pessoas específicasb - A Sexualidade de Maoméc – A proeminência de Maoméd – O pecado de Maomé

3) SUPOSTAS PROFECIAS REFERENTES A MAOMÉ: FATO OU FÁBULA

A. DEUTERONÔMIO 18 – PREDIÇÃO SOBRE MAOMÉ?

1) Comparação – “Um profeta como Moisés” 2) Contraste – Tal profeta não pode ser Maomé3) Considerando – Tal profeta tem de ser Jesus4) Conclusão – Sem uma profecia a seu respeito, onde reside a autoridade de

Maomé?

B. EXISTEM OUTRAS PREDIÇÕES A RESPEITO DE MAOMÉ NO ANTIGO TESTAMENTO?  1) É possível encontrar menção de Maomé no Antigo Testamento?

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2) Os muçulmanos dizem encontrar menções a Maomé no Antigo Testamento3) Nomes que, supostamente, indicariam Maomé4) Cantares de Salomão 5:165) O Problema desta Tentativa

B. PROFECIAS A RESPEITO DE MAOMÉ NO NOVO TESTAMENTO – VERDADE OU MITO?1) Parakletos ou Periklytos?2) O grego confirma a presença da palavra “parakletos” no texto  3) Os manuscritos gregos confirmam a presença da palavra “parakletos” no texto 4) Maomé simplesmente não pode ser o “parakletos” 5) Então, quem é o “parakletos”? 6) “Parakletos” - o Espírito Santo, que veio 50 dias mais tarde

CONCLUSÃO

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INTRODUÇÃO

Todos nós já tivemos ou teremos debates com muçulmanos concernentes às nossas diferentes crenças. Se suaexperiência foi como a minha, no objetivo de dialogar convincentemente com um muçulmano, você precisará ressuscitar a espinhosa questão a respeito da fundação, do alicerce da fé muçulmana. E, para tratar a respeito destas fundações, énecessário abordar a questão do próprio fundador destas crenças.

De acordo com as tradições muçulmanas (curiosa e insistentemente oponente às evidências históricas e científicas), oislã foi criado por Allah, mas a revelação final e verdadeira do islã “desceu” (Nazil) à Humanidade por meio do anjo Jibril(Gabriel) até Maomé. Maomé, portanto, é a autoridade final e representante da revelação de Allah na Terra.

Conseqüentemente, se iremos dialogar com um muçulmano, é imperativo que comecemos com o fundador de suascrenças, Maomé. Este é o personagem que porta o manto do “selo dos profetas”, o principal e derradeiro porta-voz deDeus.

Mas, onde estão as provas para tal título? Quão diferente é este homem de qualquer outro homem, pensador ouestadista que o precederam ou sucederam? Em Isaías 41:21-23, encontramos um desafio àqueles que alegam ter vindoem o nome do Senhor. Isaías escreve:

“Apresentai a vossa demanda, diz o SENHOR; trazei as vossas firmes razões, diz o Rei de Jacó. Tragam e anunciem-nos as coisas que hão de acontecer; anunciai-nos as coisas passadas, para que atentemos para elas, e saibamos o fimdelas; ou fazei-nos ouvir as coisas futuras. Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois

deuses; ou fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente o vejamos.” 

Como Isaías em seus dias, nós também lançamos o mesmo desafio, convocando muçulmanos a fornecerem provas dostatus profético de Maomé. Vejamos, então, as bases de seus argumentos sobre o tema.

1. ERA MAOMÉ UM PROFETA?

Os muçulmanos apresentam não somente uma prova, mas um grande número de fatores que, segundo seuentendimento, substanciam sua reivindicação quanto à autoridade profética de Maomé. Ser-nos-á interessante analisar tais fatores no objetivo de chegarmos a alguma conclusão concernente à veracidade ou não do caráter profético dopersonagem central do islã.

A) O Parecer Muçulmano 

O nome “Maomé”, semelhantemente a “Ahmed”, significa “o louvado”. É muito provável que este não tenha sido o nomeoriginal do fundador do islã, mas que lhe tenha sido atribuído mais tarde, em algum ponto de sua vida, após tornar-sereconhecido profeta aos árabes. Estudiosos acreditam que seu nome de infância era “Amin”, nome que se originou no desua mãe, “Amina”, que morreu quando Maomé tinha seis anos de idade.

Seu pai chamava-se “Abdullah”, mas Maomé jamais o conheceu, já que ele morreu antes do nascimento de Maomé. Após a morte de sua mãe, Maomé foi criado por seu avô e, após a morte deste, seu tio, Abu Talib, assumiu aresponsabilidade de cuidar do menino. Em sua juventude, Maomé viajava constantemente a camelo em caravanascomerciais. É neste ponto de sua história que, segundo a tradição muçulmana, alguns episódios específicos acontecemem sua vida que se tornariam os indicadores de seu status especial entre todos os homens.

Um testemunho Sobrenatural aponta o Caráter Profético de Maomé

Quando Maomé tinha apenas três anos de idade, dois anjos vieram do céu, retiraram seu coração de seu peito,purificaram-no com água gelada, devolveram o órgão a seu lugar original e foram embora. Ao fazer isto, os anjossupostamente prepararam-no para sua missão na Terra.

Outra história que chega a nós via tradições muçulmanas menciona que, após a morte de seu avô, Abdu-Mutalib, Maoméfez uma visita a um monge católico juntamente com seu tio, Abu-Talib. Está registrado que o monge viu uma nuvem queprotegia especificamente Maomé contra os raios do sol. Foi assim que ele soube que aquele jovem era alguém especial.

 Aos 25 anos, Maomé se casou com Khadijah, uma viúva quinze anos mais velha do que ele, que era também, suaempregadora. O casamento era feliz e daria origem a dois meninos e quatro meninas, ainda que os dois meninos não

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viveram o suficiente para alcançar a maturidade. Khadija faleceu 25 anos após ter-se casado com Maomé. Durante esteprimeiro período, Maomé não tomaria nenhuma outra mulher por esposa.

Em 612 d.C., Maomé adotou um comportamento mais reservado e passou a ir com freqüência ao monte Hira, situadonas proximidades de Meca, para ali meditar e foi ali, segundo a tradição, que Maomé teve sua primeira revelação.

No Mishkat-ul-Massabih, volume IV, páginas 356 e 357, lemos o relato de Aisha (esposa favorita de Maomé) a respeito

desta primeira revelação:

“A primeira revelação enviada ao Apóstolo de Allah foi um sonho veraz durante o sono. Ele não viu osonho, mas este lhe veio como a aurora. Após tal fato, a solitude se lhe tornou preciosa, ele passoua isolar-se na caverna de Hira e, ali, se engajava, então, a profunda devoção (e isso é serviçodivino) por muitas noites antes de voltar a casa e se prover de alimento. Então, ele voltava a Khadijae tomaria alguns víveres suficientes para as noites até que, finalmente, a verdade lhe veio enquantoele estava em Hira. O anjo apareceu diante dele e disse: “Lê!”. Ele disse, “Não sei ler.”. Ele narrou:“Então, ele tomou-me e apertou-me com grande força, até que grande exaustão me sobreviesse,após o que ele me soltou e me disse: “Lê!”. Eu repeti, “Não sei ler.”. Então, ele tomou-me e apertou-me uma segunda vez, até que grande exaustão me sobreviesse, após o que ele me soltou. Eledisse: “Lê!”. Eu disse, “Não sei ler.”. Então, ele tomou-me e apertou-me uma terceira vez, até quesobre mim sobreviesse grande exaustão, após o que ele me soltou. Ele diss e: “Lê, em o nome doSenhor que te criou, criou o homem a partir de um coágulo. Lê e teu Senhor é Misericordioso, que

ensinou com a caneta, ensinou o homem o que ele não conhecia”. Então, o profeta retornou dacaverna e, com seu coração tremendo, foi a Khadijah e disse: “Envolve-me! Envolve-me!”. Então, oenvolveram até que o pavor se afastasse dele”. 

Como qualquer indivíduo que fora agarrado por um anjo (algumas tradições dizem que ele fora agarrado pelo pescoço),Maomé foi possuído de pavor e correu para casa, para sua mulher, que, por sua vez, possuía seus próprios (einteressantes) meios de averiguar se o marido estava ou não falando a verdade. Ela o fez sentar-se alternadamentesobre cada uma de suas coxas e perguntou-lhe se ele havia realmente visto o anjo, ao que ele respondeu que sim.Então, ela se despiu diante dele e lhe perguntou mais uma vez e, quando ele disse que não, ela finalmente creu que elehavia recebido revelações autênticas.

Khadija o levou a um monge nestoriano em Meca, chamado Waraqa ibn Nofal, que estava traduzindo o livro de Mateuspara o árabe naquela época. Ele, quando questionado, confirmou que Maomé era realmente um profeta. Infelizmente,este monge provavelmente não havia traduzido Mateus 24:24 por aquele tempo, pois, caso o tivesse, Maomécertamente não teria tomado o rumo do ministério profético.

Os relatos acima, de acordo com a Tradição Muçulmana, são as provas de como Maomé obteve autoridade para dar início a seu ministério, de como ele recebeu credibilidade como sendo um profeta de Deus e, mais ainda, como sendo openúltimo profeta de Deus, o “selo de todos os profetas” (de acordo com a sura 33:40).  

Existem ainda outras “provas” apresentadas pelos muçulmanos para substanciar sua reivindicação quanto ao ministérioprofético de Maomé.

O analfabetismo do criador do Corão é indicador de seu ministério profético

Os muçulmanos alegam que Maomé era analfabeto. Eles, então, raciocinam: “Como pode um analfabeto compor umlivro como o Corão?”. Por tal lógica, os muçulmanos compreendem que a autoria do Corão não poderia pertencer aalguém que não fosse capaz de ler e escrever e, conseqüentemente, sua composição é um autêntico milagre, já que talobra só pode ser oriunda de Allah. Assim, concluem eles, o milagre do Corão confere a Maomé o direito de reivindicar seu ministério profético.

Para melhor entender este argumento, precisamos nos reportar à passagem que fala de seu analfabetismo. Na sua7:157, lemos:

“Aqueles que seguem o Apóstolo, o profeta iletrado, o qual encontram menci onado nas suaspróprias [Escrituras]; na Lei e no Evangelho; pois ele lhes ordena o que é justo e lhes proíbe o que émal: ele lhes permite aquilo que, de acordo com a lei, é bom”. 

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Para podermos entender o que as palavras “profeta iletrado” realmente sign ificam, precisamos analisar o texto nooriginal árabe. O original diz “na-nabiyyal-ummi”. “Nabi” é um termo de fácil tradução. Significa “profeta”. Isto é bem claro.

 A palavra “ummi”, entretanto, não é tão clara assim. Para discernir seu significado, precisamos nos reportar a outro versono Corão que usa a mesma palavra, como na sura 62:2, que diz:

“Foi Ele que enviou aos iletrados, um profeta dentre eles mesmos, para apresentar -lhes Seus sinais,para santificá-los e para instruí-los nas Escrituras e na Sabedoria”.

Quem são os “iletrados” neste texto? O comentário de Yusuf Ali a respeito deste texto é um tanto claro quanto a quemseriam estes “iletrados”. Em sua nota de rodapé nº 5451, “Os iletrados; quando aplicado a um povo, refere -se aosárabes, em comparação com o Povo do Livro, que possuíam uma extensa tradição no aprendizado, mas cuja falha éreferida no versículo 5, abaixo. O termo, quando aplicado a indivíduos, significa que a Revelação de Allah serve para obenefício de todos os homens, quer possuam o aprendizado terreno ou não”. A palavra “ummiyyun” usada na sura 62:2é a forma plural da palavra “ummi”, encontrada na sura 7:157. Portanto, o que descobrimos é que a palavra “ummi” foiusada para pessoas ou um povo que não possuíam escrituras, em contraste com judeus e cristãos. Para simplificar aquestão, eles eram “sem escritura”, se é que assim podemos dizer. Maomé se considerou a si mesmo como sendo oprofeta aos “sem escritura”, um profeta àqueles que não contavam com nenhum Livro, nenhuma “Revelação”, em outraspalavras, aos árabes. Portanto, a sura 7:157 não pode ser usada como uma prova que Maomé fosse analfabeto.

O que podemos dizer, além disso, é que é mais que provável que Maomé fosse alfabetizado. Ele era responsável pelascaravanas de Khadija, estava constantemente empreendendo viagens e tinha que manter registros de suas transações.

O Hadis de Ibn Sa”d faz alusão ao fato de que Maomé era capaz de escrever. Ibn Sa”d afirma: 

“O profeta, que Allah o abençoe, se adoentou na quinta -feira. Então ele (i.e. Ibn Abas) começou achorar e disse: “Maldita seja esta quinta-feira!”. A enfermidade do profeta, que Allah o abençoe,tornou-se severa; então, ele disse: “Dá-me um tinteiro e algo [papel ou pedaço de papiro ou qualquer outro material utilizado para escrita] sobre o que eu possa escrever. Eu irei [escrever-te] umdocumento e tu jamais te confundirás quanto ao caminho a seguir” (Ibn As”d, pg. 302). 

Todo este argumento, entretanto, é, pelo menos, discutível se considerarmos que o Corão que possuímos hoje não é arevelação que adentrou o mundo via Maomé. Na verdade, de acordo com as tradições, o livro é o resultado do trabalhodo secretário de Maomé, Zaid ibn Thabit, que terminou o trabalho de compilação de tais revelações 14 anos após amorte de Maomé, durante o reinado de Utman. Assim, nos perguntamos: onde é que se pode encontrar o milagre emtudo isso?

 A partir de uma perspectiva histórica, o argumento cai em ainda maior descrédito, já que muitos historiadores acreditam

que muito pouco do atual Corão foi realmente escrito por Maomé; estes historiadores sugerem que o livro é o resultadode um conjunto de escritos polêmicos em evolução que acabaram sendo canonizados entre o nono e décimo séculos,cerca de 200 a 300 anos após a morte de Maomé. Podemos crer que tudo isso é realmente um milagre?

 À medida que exploramos os fatos, torna-se claro que o Corão não é exatamente o milagre para o qual os muçulmanosapontam como prova da credibilidade de Maomé como um profeta.

O Profetizar Indica seu Caráter Profético

Outra prova de seu caráter profético, de acordo com os muçulmanos, emerge do fato de que Maomé profetizou eventosno futuro, que, eventualmente, vieram a se cumprir. Apenas um profeta de Deus poderia saber o que aconteceria nofuturo e, portanto, Maomé foi um profeta. Entretanto, a única profecia “real” registrada, a qual os muçulmanos atribuem aMaomé, é a encontrada na sura 30:2-4, que diz:

“Os bizantinos foram derrotados. Em terra muito próxima; porém, depois de sua derrota, vencerã o.Dentro de alguns anos; porque é de Deus a decisão do passado e do futuro. E, nesse dia, os fiéis seregozijarão”. 

Esta passagem se refere à derrota dos bizantinos na Síria ante os persas sob o comando de Khusran Parvis (em 615d.C.), seis anos antes de Hijra.

 A derrota dos persas, entretanto, logo aconteceria  – “dentro de alguns anos”. À luz de tal predição, Abu -Bakr fez umaaposta com Ubai-ibn-Khalaf, afirmando que a predição se cumpriria em três anos. Entretanto, Abu-Bakr foi corrigido por Maomé, que afirmou que “dentro de alguns anos” significava algo entre três e nove anos (Al-Baizawi).

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Os muçulmanos afirmam que os bizantinos derrotaram seus inimigos no espaço de sete anos. Entretanto, a verdade éque os bizantinos derrotaram a Pérsia em 628 d.C. (comentário de Al-Baizawi). Isto se deu doze anos após a prediçãode Maomé. Conseqüentemente, esta passagem não pode ser qualificada como uma profecia, particularmente pelo fatodo tempo entre a divulgação da profecia e o tempo de seu cumprimento ser por demais curto, além do fato de oacontecido ser algo tão facilmente previsível. As chances são de apenas 50 % para o erro ou para o acerto.

 As outras “profecias” às quais os muçulmanos se referem tratam também das vitórias de Maomé e do próprio Corão.

 Aliás, é praticamente impossível precisar se estas profecias sequer foram feitas antes de seu próprio cumprimento. Alémdisso, semelhantemente ao exemplo anterior, tais profecias eram também ora facilmente previsíveis, ora apenaspropaganda de guerra. Em tal contexto, mesmo George Bush poderia ser chamado de profeta, já que, quando da Guerrado Golfo, ele predisse que a Coalizão do Golfo venceria a guerra contra o Iraque.

Milagres Indicam seu Caráter Profético

Os muçulmanos também alegam que Maomé realizou milagres e isto é uma prova ainda mais sólida a respeito de seucaráter profético. Interessantemente, a despeito desta reivindicação por parte dos muçulmanos, o Corão, a cujaautoridade se reportam, nega que Maomé tenha realizado qualquer milagre.

Tome como exemplo a sura 17:90-93. Nela, Maomé é desafiado a realizar milagres para provar sua credibilidade, ao queele responde admitindo que ele nada mais é do que um homem, um apóstolo. Há outras suras similares que tratamsobre o desafio por um sinal aos incrédulos, seguido pela enfurecida resposta por parte de Maomé, afirmando ele ser 

meramente um “admoestador”, um “guia” e um “alvissareiro” (suras 2:118,119; 6:37 e 124 e 17:59). 

Os Hadis, por sua vez, reportam um certo número de milagres aos quais os muçulmanos se referem prontamente comoprova da autoridade profética de Maomé. Em Mishkat IV, página 411, lê-se:

“O profeta olhava enquanto cavalgava seu mulo, como quem parece desejoso de matá -los. Então,disse ele: “Agora se me ferveu o sangue nas veias”. Após isto, tomou alguns seixos e, atirando-os àsfaces dos infiéis, disse: “Encontrai o caminho correto, pelo Senhor Maomé!”. 

E, no Mishkat IV, páginas 419-420, lemos:

“Anás relatou: um homem escreveu ao profeta sugerindo-lhe que apostatasse do islã e que seunisse aos infiéis. O profeta disse: “Verdadeiramente, a terra não o aceitará”. Abu Talhah meinformou que, certa vez, acabou passando pelo local onde o escritor da carta morrera. Ele encontrouo corpo jogado para fora da cova. Ele disse: “O que aconteceu  com ele?”. Responderam-lhe:

“Enterraram-no várias vezes, mas a terra não o aceitou!””. 

Entretanto, talvez o milagre mais popular já registrado no Hadis e fomentado por alguns muçulmanos (mesmo no tempopresente) foi a rachadura da Lua, realizado por Maomé. Está registrado em Sahih Muslim IV, página 1467:

“Este Hadis foi transmitido na autoridade de Abdullah b. Mas”ud (que disse): “Estávamos nacompanhia do Mensageiro de Allah (que a Paz repouse sobre ele) em Mina, quando a Lua partiu-seem duas partes. Uma das partes ficou atrás da montanha, enquanto a outra permaneceu deste ladoda montanha. O Mensageiro de Allah (que a Paz repouse sobre ele) nos disse: “Dai testemunhodisso.””. 

O partir da Lua não se trata apenas de uma simples fábula do Hadis, mas possui também uma alusão no Corão. A sura54, intitulada “A Lua”, começa dizendo: 

“A Hora (do Juízo) se aproxima, e a lua se fendeu...” 

De acordo com o contexto, é óbvio que tal episódio deveria ter sido reconhecido como um sinal, mas o povo o rejeitouem seu desejo de criar alguma prova sobrenatural para sua fé interpretada palavra-por-palavra. Mesmo hoje, vocêpoderá ouvir muçulmanos alegando que os astronautas americanos, ao aterrissar em solo lunar, fotografaram umaextensa fenda, uma fissura na superfície da lua, o que nada mais é do que as marcas da rachadura provocada por Maomé.

Tais relatos, para os cristãos, soam muito semelhantes às histórias dos Evangelhos Apócrifos ao Novo Testamento. Ainda que se tratem de relatos permeados de significado, estes, quase sempre, são de caráter apenas fantasioso. Estesrelatos carecem de um simples ingrediente: autenticidade.

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 As primeiras datas dos Apócrifos são do segundo século (ou seja, de 70 a 170 anos após a morte de Jesus). O Hadis,por sua vez, foi compilado aproximadamente de 250 a 300 anos após a Hijra. Antes de tal data, todo o material ehistórias haviam sido transmitidos de geração a geração por meio da tradição oral. Não é de se admirar, portanto, que, acada geração que passava, mais conteúdo era adicionado à história para incrementar a imagem e o caráter do profeta!

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Portanto, poderíamos nós dizer que estas quatro provas apresentadas pelos muçulmanos são suficientes para conferir validade à reivindicação de Maomé como sendo um verdadeiro profeta? Penso que não. Entretanto, de acordo com atradição muçulmana, estas histórias formam o conjunto de tudo o que seria necessário para conferir a Maomé o título de“Rasu-ul- Allah”. 

Eu ouso discordar. Com base na discussão que acabamos de apresentar, é claro que os testemunhos sobrenaturaissão, provavelmente, adições feitas por parte de tradições muçulmanas mais recentes, enquanto o argumento sobre oanalfabetismo de Maomé, ainda que questionável, considerando-se seu contexto e vocação, é totalmente fora dequestão, já que, segundo a nova pesquisa realizada pelo SOAS, o Corão nem sequer foi escrito por ele, de qualquer maneira. Seu argumento sobre profetizar, além disto, é tão válido como o que você ou eu seriamos capazes de formar,considerando que Maomé jamais passou de uma situação onde as chances eram de 50%. Por fim, os milagres a eleatribuídos são tão indignos de crédito que, hoje, se fala muito mais das polêmicas tradições do fim do século X do quepropriamente destes, supostamente acontecidos no isolamento do século VII, na Arábia.

Obviamente, os muçulmanos necessitarão de melhores argumentos e excelentes defesas se quiserem substanciar averacidade do ministério profético de Maomé. Entretanto, a questão não termina aí, já que nós, como cristãos, estamosigualmente interessados na questão da autenticidade do caráter profético do fundador do islã. Delinear o exato perfil deum verdadeiro profeta é e sempre será algo de nosso maior interesse, visto termos sido recomendados a estar alertasquanto a falsos profetas que possam atravessar nosso caminho (Mateus 24:24). Analisemos, então, alguns critériosfornecidos por nossas Escrituras para descrever um profeta verdadeiro.

A) O PARECER CRISTÃO 

Permita-me começar fazendo uma pergunta. Como você definiria um profeta? Melhor ainda, como você saberia, comcerteza, que se tratava de um profeta (ou profetiza) quando se deparasse com um(a)? Seria alguém letrado, talvezusando uma longa barba (se homem), talvez vestido com uma túnica, carregando um bordão, dotado de olhos ferozes evoz ressonante, utilizando “Tu” e “Vós” em seu linguajar? É assim que Hollywood retrataria um profeta. Entretanto,seriam este os critérios que Deus usou para descrever um profeta? É este o tipo de homem que Deus escolheu para

representá-lO na Terra, para carregar Sua mensagem ao mundo?

O que eu gostaria de fazer agora é tentar responder à pergunta a respeito de quem, segundo as escrituras, pode ser qualificado para ser chamado de profeta. Certamente, se Deus enviou indivíduos para serem Seus representantes naTerra, Ele certamente nos teria deixado alguns critérios pelos quais pudéssemos reconhecê-los, alguns meios pelosquais pudéssemos saber quais deles eram verdadeiramente enviados de Sua parte e quais não o eram. Passemosentão às Escrituras, sua revelação a nós, para descobrir quem Deus qualifica como um verdadeiro profeta.

1) Quem pode ser qualificado como verdadeiro profeta de Deus? 

“Certamente o Senhor DEUS não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, osprofetas.” Amós 3:7 

Tanto muçulmanos como cristãos concordariam com este versículo de Amós. Deus usa profetas para cumprir Seuspropósitos sobre a Terra. Por vezes, indivíduos são usados para profetizar eventos específicos (como Miriam, Balaão eSaul no Antigo Testamento ou Ana, no Novo Testamento, em Lucas 2:36). O ofício de um profeta, entretanto, é umatarefa específica confiada a apenas alguns poucos homens escolhidos. Muitos e nós sabemos os nomes dos profetasmais famosos, tais como Moisés, Abraão, Isaías, Ezequiel, Yahya (João, o Batista) e assim sucessivamente... Osmuçulmanos acrescentariam à nosa lista de profetas um outro nome, o de Maomé, no qual crêem como tendo sido oderradeiro e maior de todos os profetas. De acordo com o Corão, lemos:

“...Em verdade, Mohammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e oprostremos dos profetas.” Sura 33:40 

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Hoje, precisamos nos perguntar como estes homens obtiveram o direito ao ofício de profeta. O que lhes dá autoridadepara se chamarem a si mesmos profetas? Quando voltamos a nossas Escrituras, vemos que Deus apresenta quatrocategorias de qualificações, ou requisitos, para o ofício de profeta:

1. UM PROFETA DEVE TER NASCIDO DE UMA RAÇA PROFÉTICA;2. UM PROFETA DEVE FALAR EM NOME DE DEUS;3. SUA MENSAGEM DEVE SE CONFORMAR À MENSAGEM ANTERIORMENTE ENTREGUE POR

OUTROS PROFETAS DE DEUS;4. DEVEM HAVER CUMPRIMENTOS VERIFICÁVEIS DAS PROFECIAS OU PREDIÇÕES ENTREGUESPELOS PROFETAS. 

1. UM PROFETA DEVE TER NASCIDO DE UMA RAÇA PROFÉTICA:

Para começar, um profeta deve ser descendente da mesma linhagem ou raça de profetas. A Bíblia deixa claro quelinhagem profética é esta. Em Gênesis 12:1-3, vemos que a linhagem aqui mencionada se refere à família de Abraão(ver também Gálatas 3:8), continuada através de seu filho Isaque (Gênesis 17:2,7,8,15-17; 21:10-12; 22:2). O Corão, nasura Al”Ankabut 29:27, também fala especificamente desta linhagem profética, dizendo: “E o agraciamos com Isaac eJacó, e designamos, para a sua prole, a pr ofecia e o Livro...” (ver também a sura Al Jathiyah, 45:16). 

Se continuarmos através de Gênesis 25:23, 31-33; 26:1 e 2, veremos que a aliança passa para Jacó, que foisubseqüentemente nomeado Israel (ver Gênesis 28:13-15; 32:28). Mais à frente, em Gênesis 49:1-4, 8-10, esta aliança

passa a repousar sobre Judá. Em realidade, se continuarmos a analisar ao longo do Antigo Testamento, veremos que aobra de Deus na Terra se desenvolve unicamente através da linhagem de Isaque e Jacó. É somente através destalinhagem que Deus desenvolve Sua Obra na Terra. Mesmo em Deuteronômio 18, quando Moises promete ao povo deIsrael um profeta semelhante a ele, fica claro que tal profeta viria “de teus irmãos, do meio de to”, um israelita, dalinhagem de Jacó.

Dando seqüência a este tema, lemos, mais tarde, em 2 Samuel 7:4-16 e no Salmo 89:35-38, que a aliança de Deus coma Humanidade passa por Davi e é final e totalmente cumprida em Jesus Cristo, 1000 anos depois (Mateus 22:42).

Em nenhuma destas passagens encontramos qualquer outra linhagem mencionada ou reconhecida como tendo sidoescolhida para o ofício do ministério profético.

2. UM PROFETA DEVE FALAR EM NOME DE DEUS (=YAHWEH ou Jeová):

Em segundo lugar, um profeta de Deus deve falar em nome de Deus, o único Nome a ser usado por Sua criação, dado a

esta pelo próprio Deus. O que, exatamente, é este Nome? Tradicionalmente, tal Nome era conhecido como o“Tetragrama” (YHWH). Hoje, o representamos pela forma Yahweh ou Jeová, dependendo das vogais usadas. Este é onome de Deus em hebraico revelado a Moisés no Monte Sinai (em Êxodo 3), consistindo das quatro consoantes YHWH.Não sabemos quais vogais eram usadas, já que tal nome jamais era pronunciado audivelmente, devido ao fato de queeste era visto pelos judeus como sendo nome por demais sagrado para ser pronunciado.

Em Êxodo 3:1-6,13-15, onde Deus fala com Moisés na sarça ardente, vemos Deus se referindo a Si mesmo como “EUSOU”, cujo equivalente em hebraico significa “YAHWEH”, ou, em português, “AQUELE QUE É”. Isto é de su maimportância. O que Deus está dizendo aqui é que este nome significa Sua completa auto-existência, ou seja, o fato deque Ele não depende de absolutamente nenhum outro ser para existir. Sendo auto-existente, Deus é, necessariamente,auto-suficiente e, portanto, todo-suficiente. Não há ser, com exceção do próprio Deus, no Universo que possa alegar sobre si mesmo o ser auto-existente e, portanto, ninguém pode reclamar como sendo seu o Nome de “EU SOU”. Estepertence única e tão somente a Ele.

Deus vai além, dizendo que “este é meu Nome para sempre”, implicando que este é Seu Nome eterno, o Nome quesomente Deus pode tomar como sendo seu e o Nome pelo qual os judeus no Egito O reconheceriam (ver também Salmo79:17-19 e Apocalipse 1:8,17).

Podemos ver agora por que os judeus da palestina se mostraram tão irados quando Jesus tomou o mesmo Nome sobreSi, chamando-se a Si mesmo “EU SOU”, em João 8:24,58. Os judeus, automaticamente, tomaram pedras para matá-lO,

 já que Ele ousara tomar o Nome de Deus para referir-se a Si mesmo, ou seja, uma blasfêmia, pecado cuja pena era amorte por apedrejamento.

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Os muçulmanos não conhecem o contexto histórico deste Nome, nem tampouco a profundidade de seu significado,razão pela qual se riem ao ver Jesus referindo-se a Si mesmo como “EU SOU”, em João 8. Seria de grande valia leva-los a Êxodo 3, à passagem da sarça ardente, já que tal história também se encontra no Corão.

Se fizéssemos uma análise a respeito dos nomes usados para Deus na Bíblia e no Corão, descobriríamos um contrasteno mínimo interessante. O Nome Genérico de Deus em hebraico é “Eloim”, que é mencionado 2.550 vezes. O NomeGenérico de Deus em árabe é “ Allah”. O Nome Descritivo para Deus em hebraico é “ Adonai”, que significa “Senhor”, e é

mencionado apenas 340 vezes. O equivalente em árabe é “Rabb”. Mas o nome Específico e Pessoal para Deus emhebraico, o Nome que Deus disse a Moisés que usasse ao se referir a Ele, é “Yahweh”, que significa “Aquele que é”. TalNome é repetido 6.823 somente no Antigo Testamento! As evidências são suficientes para lhe permitir analisar por simesmo a importância deste Nome.

Nota: em algumas versões da Bíblia em Português, Yahweh pode ser facilmente identificado. Nestas traduções, todas asvezes em que a palavra “Senhor” é escrita utilizando somente letras maiúsculas (i.e. “SENHOR”), está substituindo apalavra “Yahweh”. Portanto, todos os antigos profetas bíblicos se referiram a Deus valendo -se deste Nome. Entretanto,este Nome de Deus não é usado sequer uma vez em todo o Corão e nem mesmo possui um equivalente em árabe, alíngua que, segundo os muçulmanos, é o idioma de Deus.

3. A MENSAGEM DE UM PROFETA DEVE SE CONFORMAR À MENSAGEM ANTERIORMENTE ENTREGUE POROUTROS PROFETAS DE DEUS

Uma terceira qualificação do profeta tem a ver com o conteúdo de sua mensagem. Esta, para que possua crédito, deve

ser coerente com a revelação dada por Deus anteriormente. A palavra de Deus deve permanecer consistente, ou seja,imutável, pois, se assim não for, tornar-se-á inútil, uma ferramenta nas mãos de governantes corruptos e de ditosprofetas, que torcem e distorcem a Palavra à medida que as conveniências e as gerações mudam com o passar dotempo.

 A imutabilidade da Palavra de Deus é freqüentemente evocada nas Escrituras. Em Deuteronômio 4:1-2, Isaías 8:20,Mateus 5:17-18 e 24:35 e em Apocalipse 22:18-20 encontramos veementes recomendações quanto a não alterar ouapagar trechos da Palavra de Deus. A Palavra deve permanecer constante, imutável. No Salmo 89:35 lemos que Deusnão pode contradizer Sua própria Palavra.

O Corão, igualmente, concorda com esta diretriz nas suras “Al An”am”, 6:34 e “Yunus”, 10:64. Na sura “Qaf” 50:28 -29,lemos o relato no qual Allah diz:

“Dir -lhes-á (Deus): Não disputeis em Minha presença, uma vez que nos enviei antecipadamente aadvertência.A palavra é insubstituível perante Mim, e jamais sou injusto para com os Meus servos.”  

De fato, o Corão alega de si mesmo ter sido enviado para guardar as revelações anteriores (Al Ma”idah 5:47 -51).Portanto, aquilo que os profetas revelaram não pode ser contraditório e, se assim o for, não pode ser confiável.

Há, entretanto, muitas histórias corânicas que contradizem o relato bíblico (a revelação dada anteriormente). Nãodispomos de tempo suficiente aqui para nos aprofundarmos em todas elas, mas seria oportuno apenas relatar algumasdas mais relevantes:

1) Muitas contradições podem ser encontradas concernentes a Abraão:a. o pai de Abraão é erroneamente chamado de “Azar”, ao invés de “Tera” (al An”am 6:74 versus Gênesis

11:26).b. O patriarca não formou seus filhos no vale de Meca, mas em Hebrom (Gênesis 13:14-18).c. O nome de sua cidade natal não era Meca, mas Ur dos Caldeus. Mesmo as placas Elba (de caráter 

secular), encontradas recentemente na Síria, dão provas claras a esse respeito (ver Gênesis 11:31).d. Abraão peregrinou pela terra de Harã, não pela Arábia, e foi para Canaã, e não para o vale de Meca.

 As placas Elba também provam isso (Gênesis 11:31 e 12:5)e. Ele quase sacrificou seu filho isaque, e não Ismael, uma vez que o Senhor fizera Sua Aliança com o

filho dado à luz por Sua intervenção, e não com o filho da escrava egípcia, Agar (Gênesis 17:18-21;22:2).

f. Não há registros de que ele e Ismael tenham ido à Arábia e construído a Kaaba em Meca, ainda que Abraão tenha passado algum tempo no Egito.

2) Os muçulmanos presumem que os árabes são descendentes de Ismael  

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a. Entretanto, de acordo com os melhores registros históricos, o primeiro pai dos árabes foi Qahtan, ouJoctão. Alguns dos nomes de seus filhos ainda são encontrados em algumas regiões da Arábia nosdias de hoje, como Shéba, Hazarmavet, Ofir e Havilá.

b. Além disso, o sobrinho de Abraão, Ló, é um outro ancestral dos árabes, da mesma maneira como o éo irmão gêmeo de Jacó, Esaú, o pai dos Edomitas e Moabitas.

c. Finalmente, Quetura, a terceira esposa de Abraão, teve seis filhos, os quais se tornaram os ancestraisdos Árabes (i.e. Sheba e Dedan, situados no Iêmen) (Gênesis 25)

3) Outros erros que contradizem a Bíblia podem ser encontrados no Corãoa. no Corão, Maria é descrita como a irmã de Arão e como a filha de Anrão, ao mesmo tempo em que

aparece como sendo a mãe de Jesus (sura Maryam, 19:28). Entretanto, a Maria do Corão, retratadacomo a mãe de Jesus, viveu 1570 anos depois de Maria, a irmã de Arão (também chamada de Miriã,na Bíblia).

b. Hamã, não o nome de origem egípcia, mas o de babilônica, é mencionado como o Vizir do Faraó, nassuras 28:5; 29:38; 40:25 e 38; entretanto, o livro de Éster corretamente se refere a ele, como um oficialdo rei Xerxes, na Babilônia.

c. O Corão apresenta uma visão freqüentemente contraditória e confusa a respeito do Espírito Santo. Eleé chamado de “Fôlego de Deus” *15:29), de “anjo Gabriel” (19:17) e de “divina inspiração” (16:62).

Estes são alguns dos exemplos que podemos dar; cada um deles demonstra claramente que existem problemas muitopalpáveis quanto à conformidade da revelação de Deus quando comparada nas duas escrituras.

4. AS PREDIÇÕES DE UM PROFETA TÊM DE SER COMPROVÁVEIS  

 A qualificação final de um profeta tem a ver com a veracidade de sua mensagem, ou seja, se esta pode ou não ser comprovada. Um profeta demonstra sua autenticidade quando prevê eventos que podem ser comprovados por testemunhas. As predições que envolvem um período longo até seu cumprimento são as mais relevantes para nós e, por isso, concentraremos nossa atenção sobre elas. Entretanto, de acordo com o princípio anunciado em Deuteronômio18:21-22, Isaías 43:9 e João 13:18-21, é importante que haja outras profecias de curto prazo que possam ser comprovadas por contemporâneos do profeta. Estas predições servem para identificá-lo imediatamente como profeta e,assim, conferir credibilidade às profecias futuras, de longo prazo.

Quando tomamos o exemplo de Moisés, vemos que sua predição a respeito da morte e da derrota do exército egípcio foiimediatamente cumprida (Êxodo 14:13, 14, 27 e 28). O mesmo pode ser dito a respeito do profeta Isaías, que profetizouque Deus pararia o sol por dez degraus (ou horas) para permitir que Ezequias derrotasse o inimigo assírio, prediçãocumprida no mesmo dia (Isaias 38:5-8). Uma outra profecia entregue por Isaías, a respeito da derrota dos 185.000

soldados de Senaqueribe se cumpriu na manhã seguinte (Isaías 37:21-38).

Imagine que você fosse contemporâneo de Moisés ou de Isaías e visse estas profecias se cumprindo. Como você teriase sentido? Tenho certeza que sua estima por estes dois homens aumentaria drasticamente. Esta é uma das razões daexistência destas profecias. Elas concediam credibilidade imediata àquele que as transmitiam ao povo.

 Alguém poderia argumentar que é simples predizer a vitória ou a derrota de inimigo, uma vez que a chance de se estar correto é de 50%. Portanto, outras profecias eram necessárias para substanciar a palavra do profeta, especialmentepara as gerações posteriores, que não teriam condições de conhecer o profeta pessoalmente. Em Deuteronômio 28:1,15, 64-66 e 30:1, 4 e 5, Moisés transmite uma profecia a respeito das bênçãos e maldições de Deus aos filhos de Israelque dependeriam de sua obediência ou de sua desobediência. Estas maldições se cumpriram num futuro muito distante,séculos mais tarde e, conseqüentemente, não serviram de prova para aqueles que ouviram a profecia originalmente.

Uma profecia de Isaías a Ezequias, concernente ao cativeiro e à escravidão de seus descendentes por parte dosgovernadores da Babilônia se cumpriu 150 anos mais tarde, em 606  d.C. (Isaías 39:6 e 7).

Mesmo a profecia concernente à queda da Babilônia se cumpriu 200 anos mais tarde. Na realidade, alguns acreditamque o cumprimento desta profecia permanece ativo até hoje (Isaías 13:1, 19 e 20).

 A Babilônia foi destruída em 539 a.C., 200 anos após a profecia ter sido transmitida por Isaías. Interessantemente,entretanto, até hoje, cerca de 2.500 anos mais tarde, ninguém jamais tentou viver no local onde se situava a Babilônia.Os árabes se recusam mesmo a passar a noite ali, mesmo que não saibam nada a respeito desta profecia, uma vez queela não se encontra registrada no Corão.

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Finalmente, chegamos a uma outra profecia que muitos acreditam estar se cumprindo em nossos dias (Isaías 11:11 e12). Esta predição foi transmitida por Isaías no ano 750 a.C., mais de 140 anos antes da primeira dispersão, queocorreu em 606 a.C. Os registros históricos mostram que o primeiro retorno se deu em 536 a.C. A História também nosconta que a segunda dispersão se deu em 70 d.C., enquanto, segundo o que dizem alguns estudiosos, o segundoretorno teve início por volta do início deste século, em 1900, e persiste até o dia de hoje.

Estas profecias nos são particularmente úteis nos dias de hoje, milhares de anos mais tarde, uma vez que, ao fazermos

uma observação retrospectiva na história, somos capazes de ver a autenticidade dos chamados de Moisés e de Isaías.Devido ao fato de que as profecias entregues por eles há tanto tempo atrás se cumpriram e, ainda hoje, têm-secumprido, o que estes homens falam a respeito de outros assuntos ganha ainda maior credibilidade, pois sabemos queestes eram verdadeiros homens de Deus, que por Ele foram usados.

Uma vez que a “impressão digital” de Deus é evidenciada nestas profecias cumpridas, esta mesma impressão digitalpode ser atribuída a outras declarações feitas por estes homens de Deus.

Há algo importante a ser ressaltado neste ponto: por que existem tantas provas dadas por Deus às profeciastransmitidas por Isaías? Penso ser pelo fato de que ele desfruta de uma posição singular entre os demais profetas, por ser ele que profetiza, mais do que qualquer outro profeta, sobre:

1. A vinda de Jesus (Isaías 7:14 & 9:6, cumprida em Mateus 1:22);2. A morte de Jesus (Isaías 35:4 e 5 & 53:1-12, cumprida em Lucas 7:18-22, 24-27);3. Finalmente, a ressurreição de Jesus (Isaías 53:11, cumprida em Lucas 18:33; 24:6 e 7).

Não há dúvidas que estes homens eram verdadeiros profetas de Deus, já que falaram de coisas que somente Deuspoderia saber, que se cumpriram tanto em sua época, para que seus contemporâneos pudessem identificá-los comoprofetas, como a longo prazo, para que nós, hoje, pudéssemos também reconhecer a mão de Deus em suas vidas eministérios.

2.QUAIS DESTAS QUALIFICAÇÕES SÃO DEMONSTRADAS POR MAOMÉ?

Surge, então, a pergunta: quais, dentre estas quatro qualificações bíblicas, podem ser identificadas na vida de Maomé?Era ele nascido de linhagem profética? Falou ele em nome de Deus? Sua mensagem se conformou à mensagemrevelada anteriormente? Há quaisquer acontecimentos que comprovem a autenticidade de seu ministério e damensagem por ele entregue?

a. Maomé nasceu de uma linhagem profética?

Para começar, devemos nos perguntar se Maomé provém de uma linhagem profética. Na sura 29:27, lemos que aProfecia e o Livro (Escrituras) adentraram o mundo unicamente pela semete de Isaque e Jacó (sura 45:16 corrobora areferência da sura 29).

Não há (pelo menos até onde sei) qualquer muçulmano no mundo hoje que acredite que Maomé era descendente deIsaque. Ainda que haja uma grande discussão sobre a veracidade da tese sobre Maomé ter sido um descendente deIsmael, esta hipótese é amplamente tida como certa pelos muçulmanos de hoje. Entretanto, tal linha especulativa é umtanto questionável, já que tanto o Corão como a Bíblia afirmam que todos os profetas provêm da linhagem de Isaque,cumprindo a promessa feita a Abraão em Gênesis 17:20 e 21, que somente através de Isaque, e não Ismael, a Aliançade Deus seria definitivamente estabelecida.

b. Maomé falou em nome do “Eterno”, YAHWEH? 

Em segundo lugar, deve-se averiguar se Maomé falou em nome de Deus, utilizando o nome pelo qual Deus dava aassinatura de Sua autoridade, ou seja, YAHWEH . Ainda que o termo YHWH tenha sido utilizado 6.823 vezes na Bíblia,não é usado uma vez sequer no Corão, e, provavelmente, nem sequer era conhecido por Maomé, já que, se ele eraanalfabeto em sua própria língua, o árabe, é virtualmente impossível que fosse capaz de ler e escrever em hebraico.

Entretanto, não é um tanto curioso que Maomé, o “selo dos profetas”, aquele que fora comissionado para trazer a“revelação final”, nem sequer sabia o nome do Deus por quem ele fora comissionado? Não é também curioso que oDeus de Abraão, Isaque, Moisés e Davi se daria ao trabalho de revelar Seu Nome único e eterno na língua hebraica eentão, zelar para que este fosse transmitido de geração a geração, até os dias de hoje mas, por alguma razão, permitiuque esse Nome fosse esquecido ou, talvez, nem sequer fosse revelado e conhecido na língua que Maomé dizia ser oidioma particular de Deus, o árabe?

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Moisés era capaz de falar aos israelitas no Egito com credibilidade, já que falava em nome de Deus. Por que, então,Maomé presumiu que os descendentes dos israelitas que viviam em Medina o aceitariam como profeta se ele nemmesmo sabia o verdadeiro nome de Deus?

Você aceitaria minha autoridade como professor de Apologética Cristã se eu jamais tivesse mencionado o Nome deDeus, ou se nem sequer soubesse que este Nome existe? É claro que não!

Um profeta, por definição, é alguém que traz uma mensagem que não é de seu próprio cunho (a palavra em árabe quedenota profeta é “rasul ”, que significa “o enviado”). Conseqüentemente, para conferir sentido à sua mensagem , tem dehaver um enviador, alguém que criou a mensagem, cuja assinatura acompanha esta mensagem, para identificá-la comoproveniente de si. Se eu não conhecer quem me envia, minha mensagem certamente perderá sua credibilidade. Se eufalar como um cristão, sem entretanto conhecer o Nome de Jesus Cristo, eu seria uma criatura um tanto miserável eindigna da minha vocação.

Muito semelhantemente, a mensagem de Maomé perde completamente sua credibilidade, já que ele nem sequer estavacônscio do nome de seu enviador, Yahweh, “Aquele que É”.

Conseqüentemente, se Maomé nem mesmo conhecia o verdadeiro Nome de Deus, se este Nome nem mesmo erausado na língua de Maomé, então, como pôde ter ele alegado ter vindo verdadeiramente de Deus?

c. A revelação trazida por Maomé se conforma à mensagem que o precedeu?

Em terceiro lugar, devemos questionar se a revelação veiculada por Maomé se confroma à mensagem que o precedeu,revelada através dos demais profetas. Vimos que há muitas contradições entre o Corão e a Bíblia, cuja mais nociva trataa respeito de quem Jesus é e do propósito de Sua missão na Terra.

Tanto a Bíblia como o Corão concordam que a Palavra de Deus não pode mudar, e, certamente, não pode contradizer aquilo que foi dito há muito tempo atrás. Por que, então, encontramos todas estas contradições na revelação entreguepor Maomé?

Se Maomé é responsável por ter recebido estas contraditórias revelações, segundo ele, da parte de Deus, não seria estemesmo fato o maior oponente quanto à veracidade de seu ministério profético? Certamente sim. Se Deus manteve aHistória em um curso justo e verdadeiro por milhares de gerações, desde Abraão até Jesus, fazendo com que cadaprofeta, sucessivamente, confirmasse e corroborasse a mensagem entregue por aqueles que o antecederam, então, por que, de repente e sem a menor explicação, Deus anularia o conteúdo revelado, alterando-o drástica e contraditoriamente

menos de 700 anos mais tarde, na pessoa do profeta Maomé? Nem muçulmanos nem cristãos ousariam atribuir contradições a Deus. A culpa deve, obrigatoriamente, repousar sobre o mensageiro. Ou todos os profetas enviados aolongo da História estão errados ou o último deles é que, necessariamente, está. Seria doentiamente inocente pensar que, por milhares de anos, os profetas judeus consistentemente profetizaram mensagens corrompidas, todasconcordantes quanto ao conteúdo, sem sequer esboçar a tentativa de corrigir supostos erros aparentes e, então, o últimodos profetas finalmente recebe a revelação correta e traz a mensagem de volta ao curso planejado por Deus desde ocomeço. Isto me faz lembrar da mãe que, assistindo seu filho em um desfile, sussurra a sua amiga: “Veja, todos osintegrantes da banda estão fora do compasso, menos meu filho Juninho!”. 

Se a mensagem de um profeta vai de encontro às predições feitas anteriormente e confirmadas pelos fatos históricos,então, tal profeta não mais pode ser classificado como um profeta verdadeiro.

d. Durante o tempo de vida de Maomé, houve alguma de suas predições que pôde ser constatada comoverdadeira?

E, finalmente, houve alguma das profecias de Maomé que pôde ser atestada durante o tempo de sua vida? Ainda queMaomé, na ocasião, tenha predito a vitória do islã nas batalhas travadas na Arábia, não há qualquer outra prediçãoprecisa das quais tenhamos conhecimento que seja capaz de demonstrar que sua autoridade veio de Deus (é válidolembrar que o resultado final de uma batalha tem 50% de chance de ser positivo ou negativo para cada um dos lados).Na verdade, este era um fator preocupante mesmo para o próprio Maomé, que, por várias vezes no Corão, menciona odescrédito por parte de outros em sua capacidade de realizar um sinal miraculoso que pudesse substanciar suaautoridade (ver suras 10:21, 13:7 e 13:27).

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Há poucas evidências em nossas Escrituras que mostram que Maomé possuía qualquer autoridade profética: não eraoriundo da linhagem de Jacó, não falava em nome de Yahweh, suas revelações não eram conformes às que oprecederam, além do fato de que nenhuma de suas predições pôde ser constatada como verdadeira.

 Assim, qual deve ser a nossa conclusão? Em Mateus 24:24 e 25, lemos:

“...Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se

possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vo-lo tenho predito”. 

Em Deuteronômio 18:19-22, encontramos um aviso ainda mais veemente:

“E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu orequererei dele. Porém o profeta que tiver a presunção de falar alguma palavra em meu nome,que eu não lhe tenha mandado falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profetamorrerá. E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou?Quando o profeta falar em nome do SENHOR, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o SENHOR não falou; com soberba a falou aquele profeta; nãotenhas temor dele”. 

3. QUESTÕES CONCERNENTES AO MINISTÉRIO PROFÉTICO DE MAOMÉ:

No presente estudo, temos nos perguntado se Maomé poderia ser classificado como um verdadeiro profeta de Deus. Apresentamos as evidências apresentadas pelos muçulmanos para defesa da autenticidade de seu ministério profético:o testemunho sobrenatural a sua autoridade profética ocorrido ainda em sua infância, o fato de Maomé ter sido capaz detransmitir o Corão a despeito do fato de ser ele analfabeto e os milagres e profecias que, na visão muçulmana, indicamclaramente seu caráter profético.

 Após ter apresentado argumentos contrários a todas as quatro supostas evidências, expusemos quatro quesitosencontrados nas Santas Escrituras que nos possibilitaram precisar as qualificações consideradas por Deus comoobrigatórias ao oficio e caráter de um profeta, a saber: o profeta deve vir de uma linhagem profética, deve falar em Nomede YAHWEH, sua mensagem deve conformar-se ou concordar com as revelações precedentes e suas predições têm deser atestáveis. Concluímos, então, que Maomé não se enquadra em nenhuma destas quatro categorias.

 Agora se faz necessário levar este mesmo argumento um pouco mais adiante e fazer algumas perguntas um tantoincômodas no intuito de verificarmos se Maomé poderia ser qualificado como um verdadeiro profeta de Deus, nãosomente para os árabes, mas para o mundo como um todo. Começaremos, então, a partir deste mesmo ponto: Maoméfoi escolhido como profeta para o mundo ou seu chamado era limitado unicamente à Arábia?

a. Maomé - Profeta universal ou específico?

Quando lemos o Corão, vemos que o próprio Maomé acreditava ser um admoestador à Arábia, na sucessão aosprofetas bíblicos. É evidente a partir destas passagens no Corão que ele considerava como sendo tarefa sua, levar a mesma mensagem que pode ser encontrada na Bíblia, mas, desta feita, no idioma árabe. A Tora era o livro dos

 judeus, o Injil era o livro dos cristãos e, então, o Corão seria o livro dos árabes. Esta era sua compreensão inicial.

 Analisemos algumas das mais antigas suras que parecem indicar a tarefa específica que Maomé pretendia cumprir era simplesmente alertar e, ao mesmo tempo, revelar a palavra de Allah não em qualquer língua, mas,especificamente, no árabe:

Sura 2:119 – “Por certo (ó Mensageiro) que te enviamos com a verdade, como alvissareiro e admoestador,

e que não serás responsabilizado pelos réprobos”. 

Sura 14:4 – “Jamais enviamos mensageiro algum, senão com a fala de seu povo, para elucidá-lo...”. 

Sura 17:93  –  “...Dize-lhes: Glorificado seja o meu Senhor! Sou, porventura, algo mais do que umMensageiro humano?”. 

Sura 26:195 e 196 – “... Em elucidativa língua árabe. E, em verdade, está mencionado nos Livros sagradosdos antigos”. 

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Sura 27:91 – “Tem-me sido ordenado adorar o Senhor desta Metrópole, o Qual a consagrou - a Ele tudopertence -, e também me foi ordenado ser um dos muçulmanos”. 

Sura 42:7  – “...E assim te revelamos um Alcorão árabe para que admoestes a Mãe das Metrópoles e tudoao seu redor...”. 

Sura 43:3  – “Nós o fizemos um Alcorão árabe, a fim de que o compreendêsseis”. 

Sura 46:12  –  “Porém, antes deste, já existia o Livro de Moisés, o qual era guia e misericórdia. E este(Alcorão) é um livro que o corrobora, em língua árabe, para admoestar os iníquos, e é alvíssaras para osbenfeitores”. 

Se continuarmos a analisar o livro, veremos que tal posição é alterada. Ele se torna não somente um profeta aos árabes,dotado simplesmente de um Corão em árabe, mas passa a expandir a idéia de que ele mesmo era o profeta derradeiro euniversal para todos os povos da Terra.

Sura 33:40 – “ Em verdade, Mohammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageirode Deus e o prostremos dos profetas; sabei que Deus é Onisciente”. 

Sura 34:28 – “E não te enviamos, senão como universal (Mensageiro), alvissareiro e admoestador para oshumanos; porém, a maioria dos humanos o ignora”. 

Enquanto estava em Meca, onde as suras mais antigas foram escritas (o primeiro grupo citado acima) Maomé seconsiderava a si mesmo como um admoestador, uma sentinela aos povos árabes. Esta postura contraria a reivindicaçãofeita hoje pelos muçulmanos de que Maomé sempre foi um mensageiro universal para todos os povos, por todos ostempos.

O termos “Corão em Árabe” (nas suras 42:7; 42:3 e 46:12 – ver acima) parecem pressupor que havia, pelo menos, umoutro Corão. O termo traz em si mesmo uma inferência ao “Corão” em hebraico e, provavelmente, também ao “Corão”em grego (nada mais do que o Antigo Testamento e o Novo Testamento). Os muçulmanos não afirmariam que taisescrituras são contraditas pelo Corão, ao contrário, afirmariam que aquelas são confirmadas por este.

Entretanto, temos um problema aqui. Um Corão em árabe não foi anunciado “nos Livros sagrados dos antigos”(sura26:196). Para simplificar, o que estou querendo dizer é que não existe, nos dias de hoje, o referido livro que fala deste“Corão em árabe”, em contraste com os “Corões” anteriores. Tal livro nem sequer era conhecido no tempo de Maomé, jáque temos muitos manuscritos em nossa possessão, através dos quais pudemos verificar se tal anúncio foraefetivamente feito ou não.

 Assim, inicialmente, Maomé era simplesmente um mensageiro para o povo árabe. Ele viu o politeísmo que invadia a Arábia e buscou erradicá-lo com as “mensagens” que passou a receber por meio do anjo Gabriel. 

Quando, então, ele passou a ser um profeta universal? Há os que acreditem que tal mudança ocorreu por causa de seussucessos nos campos de batalha. À medida que se tornava mais proeminente, sua autoridade crescia sobre povos quenão eram necessariamente árabes. Em outras palavras, sua mensagem monoteísta sobrenatural tinha que acompanhar a realidade natural politeísta em seu território. As suras 33:40 e 34:28 lhe outorgam autoridade suficiente para cumprir esta missão.

Uma hipótese bem mais provável, entretanto, é que os redatores do Corão impuseram esta aplicação universal aMaomé, uma vez que as fronteiras do islã se estenderam além do Hijaz (Arábia). Sem erradicar as suras que tratavamde sua missão específica entre os árabes, os redatores simplesmente impuseram esta nova categoria, ao mesmo tempo

em que aplicavam a lei da anulação das suras mais antigas.

b. Maomé – Um profeta aos judeus?

 A segunda pergunta que devemos fazer é se Maomé foi um profeta enviado aos judeus. Em Medina haviam algunspovos judeus denominados de Kahinan. Eles eram os mais ricos habitantes de Medina e viviam em fortalezas nosarredores da cidade. Haviam três tribos principais vivendo em Medina (de acordo com a tradição muçulmana): osKaynuka, os al-Nadir e os Kurayza. Todos estes povos possuíam ótimas relações com os judeus do norte(especialmente em Kaybar).

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Durante seu primeiro ano em Medina, Maomé dedicou considerável atenção aos judeus residentes na região,denominando-se a si mesmo como o profeta enviado àquele povo (aos judeus), que poderia, inclusive, ser localizado nalonga linhagem dos profetas.

Para apaziguá-los, Maomé adotou muitas observâncias da religião judaica, entre as quais podemos citar:

1. Manter o décimo dia de Muharram como dia de jejum, algo muito semelhante ao jejum de Yom

Kippur.

2. Praticar rituais de oração três vezes ao dia (contra os dois Salats observados por Maomé antes deHijra, quando ele ainda se encontrava em Meca).

3. As reuniões semanais de adoração comunitária, no princípio das tardes de sexta-feira (ao que seseguia a preparação para o Sabbath judaico)(nota: isso fazia todo o sentido, já que sexta-feira erao dia de mercado, o dia em que o maior número de pessoas viriam a Medina.

4. E, finalmente, Maomé também adotou o Quibla em direção ao norte, ou seja, a prática de virar-seem direção a Jerusalém ao orar.

Logo tornou-se evidente que os judeus de Medina não aceitariam a reivindicação do ministério profético de Maomé eisto, por um certo número de razoes, que podemos encontrar na sura 17:90-93. Os judeus não aceitariam um profeta

arabo-fone. Eles nem sequer aceitaram Jesus como um profeta, ele, que era um judeu de fala aramaica! Desta forma,por que os judeus mudariam de opinião tão repentinamente? Suas primeiras oposições, como podemos concluir aolermos a sura 17, encontraram base no fato de que Maomé apresentou-lhes alguns “milagres supérfluos”. 

Na sura 3:183 e 184, os judeus pedem um sinal similar ao de Elias como prova do ministério profético de Maomé. Aoposição dos judeus de Medina a Maomé parece ter causado um grande impacto no processo de modelagem do islã,pois foi exatamente neste momento e aparentemente em resposta à rejeição por parte dos judeus, que a comunidademuçulmana assumiu um caráter pronunciadamente nacional, através da adoção de diversos elementos dos cultosárabes antigos. Tal fato ocorreu no segundo ano após Hijra e foi assinalado pela mudança da direção da Quibla. Aoinvés de se voltarem para Jerusalém, agora os devotos deveriam se voltar em direção a Meca, ao fazerem suas orações.

 Aqui encontramos uma ruptura nas raízes judias de Maomé, ao mesmo tempo em que percebemos uma declaraçãosimbólica de que o Islã, agora, tomava o rumo de uma trajetória árabe.

Esta nacionalização do islã deu a Maomé uma certa legitimidade e expandiu sua autoridade aos olhos do mundo árabe. Ao invés de adorar ou adotar um deus estrangeiro (algo que acontecera com a maior parte da história pré-islâmica),Maomé pôde, então, oferecer um deus universalmente aceito, que fora adaptado específica e unicamente à comunidadenativa da região. Isto não somente elevou o status do povo árabe (cuja submissão era em extremo necessária a Maomé,caso este desejasse dar continuidade a suas conquistas militares), como também elevou em muito o status de Maomé,estabelecendo-o como o porta-voz do Deus Verdadeiro. Além disso, a nacionalização do islã ampliou a visão de Maomépra introduzir seu elevado conceito a respeito de Deus em todo o mundo civilizado.

Maomé se mostrou ao mundo como o restaurador da religião de Abraão, religião que havia sido distorcida pelos judeuse, mais tarde, pelos cristãos. Abraão se tornara, agora, o grande Hanif, e não um judeu ou um cristão. Recaiu sobre ele ahonra de ser o “primeiro muçulmano”, ou seja, “alguém totalmente submisso ao único Deus verdadeiro”, como informamas suras 2:135, 3:67 e 95, 6:161 & 16:123.

 Abraão e seu filho Ismael, a quem o mundo inteiro conhecia como tendo vindo de Ur dos Caldeus, agora era visto comosendo o antecessor direto dos árabes e passaram a ser considerados como os fundadores do santuário de Meca e dosritos ali celebrados.

 A tarefa de Maomé, portanto, era restaurar os antigos rituais a seu estado monoteísta original, uma vez que esteshaviam sido corrompidos pelas gerações politeístas que habitavam a região.

Nota: é altamente improvável que Maomé sequer conhecesse a idéia da conexão entre Abraão e a Kaaba antes de Hijra, já que esta relação não é mencionada em absolutamente nenhum dos numerosos trechos revelados durante seu períodoem Meca que tratam da importância da Kaaba. Esta aparente evolução na teologia de Maomé parece ter tido sua origemno relacionamento de Maomé com os judeus.

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Seria interessante, aqui, tratarmos do que aconteceu aos judeus que acabaram por ficar sob a jurisdição de Maomé.Estes, desnecessário é dizer, não aceitaram muitas destas novas revelações com respeito a seu próprio Deus. Assim, oque fazer com eles? Vejamos o que a tradição muçulmana nos diz.

Em 624 d.C., Maomé assaltou um grupo de 900 homens de Meca, valendo-se de uma tropa de apenas 300 homens, naBatalha de Badr. Esta batalha assumiu um caráter de extrema importância para a História do Islã. Maomé viu, na vitóriaconquistada, uma poderosa confirmação para sua crença em um só Deus (suras 3:123; 8:17 e 65) e em seu próprio

chamado.

 A notícia da derrota dos homens de Meca correu rápido entre as populações estabelecidas nos arredores. Quando deseu retorno a Medina, Maomé deu início ao sítio à tribo judia remanescente, os Kaynuka (sura 59:14). Alguns dizem queo profeta do islã tomou esta decisão pelo fato destes judeus não o haverem apoiado quando de sua decisão de enfrentar os homens de Meca, em Badr. Os judeus foram forçados a abandonar suas fortalezas e a se transferirem para o norte,onde haviam outros assentamentos judeus, deixando para trás todas as suas possessões.

Em 625 d.C., Meca enviou um exército de 3.000 homens e derrotaram Maomé na batalha de Uhud, ferindo-o. Mas,valendo-se de sua eloqüência, ele conseguiu elevar ânimo de seus homens através de exortações e de censurasigualmente (sura 3:11).

Em 627 d.C., Maomé consegue parar um exército de 10.000 homens vindos de Meca, construindo uma trincheira aoredor de Medina (acontecimento conhecido como “A Batalha da Trincheira”). Assim que o exército de Meca, frustrado,bateu em retirada, Maomé declarou guerra à última tribo judia em Medina, os Kurayza. Ao contrário das outras famílias

 judias antes deles, os Kurayza não receberam qualquer clemência. De acordo com Ibn Hisham, todos os homens, emnúmero entre 600 e 900, foram decapitados e tiveram suas propriedades divididas entre os muçulmanos, ao passo quesuas mulheres e crianças foram levadas cativas (para maiores informações, leia o livro “Cristãos Perguntam aosMuçulmanos”, de Gerhard Nehls). 

 A expulsão ou eliminação destas três tribos judias deixou Maomé mais próximo da realização de seu sonho de organizar uma umma de caráter estritamente religioso. Muitos muçulmanos hoje argumentam que os Kurayza foram os únicosresponsáveis por sua própria destruição, já que adotavam sempre uma atitude traiçoeira para com Maomé e serecusavam reconhecer e aceitar sua autoridade. De acordo com o Corão, entretanto, seu único pecado foi o de “desa fiar Deus e seu mensageiro” (sura 59:4). Os Kurayza foram eliminados, ao que parece, pelo simples fato de haverempermanecido neutros.

Nota: se tomarmos o extermínio dos Kurayza como um precedente, considerando-se o fato de que o ato fora autorizadopelo próprio Maomé, é por acaso surpreendente que tantos não-muçulmanos no mundo hoje estremeçam ao pensar em

uma dominação muçulmana em seus países? Os muçulmanos discursam freqüentemente a respeito dos direitos dosnão-muçulmanos em um Kilafa muçulmano, mas, ainda assim, quando observamos os exemplos dados anteriormente,instantaneamente nos perguntamos onde tais direitos começam e onde os “direitos de expressão” terminam. Seria esta arazão pela propagação de uma outra fé ser considerada ilegal em terras muçulmanas na atualidade? Não seria a“blasfêmia” também proibida e punida com a pena de morte? 

 A questão que devemos nos perguntar é se Maomé foi um profeta aos judeus. Vemos que, inicialmente, este foi seuintento, o que o levou a incorporar muitas práticas religiosas judaicas ao seu próprio estilo de vida. Aliás, espera-se queum profeta proceda de tal forma.

Os judeus então exigiram que ele lhes provasse sua autoridade como profeta através de sinais. O Corão alega que taissinais seriam de natureza miraculosa. Não possuímos qualquer meio de averiguar se tais sinais foram as únicas provasrequeridas pelos judeus, mas é muito provável que estes tenham questionado se o caráter das profecias reveladas por Maomé eram concordes com as profecias judaicas manifestas anteriormente.

Torna-se óbvio, pela análise dos relatos históricos, bem como dos registros corânicos, que Maomé não foi capaz deapresentar nenhum dos dois tipos de provas, sendo, conseqüentemente, rejeitado pelos judeus.

 Ao invés de permitir uma mudança em suas crenças, Maomé decidiu combater os judeus, o que podemos ver claramente ao observarmos as expulsões e execuções das três maiores tribos judias de Medina, usando-os como algosemelhante a um bode expiatório pela derrota em Uhud. Entretanto, ainda mais significante, é o fato de que todas asriquezas pertencentes aos judeus foram roubadas pelo próprio Maomé, em companhia de seus seguidores. Estes eram,portanto, os mais ricos habitantes de Medina doravante que, ao se apossarem dos bens dos aldeões judeus, nãosomente enriqueceram a si mesmos e a Maomé, como também elevaram o respeito e engrandeceram a imagem de seulíder em meio aos outros árabes.

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Por causa de suas ações, é muito provável que Maomé não tenha sido reconhecido como um profeta aos judeus, nemem Medina, no século VII, nem tampouco nos dias de hoje, em pleno século XXI. Tais fatos também nos ajudam aentender o porquê do imenso abismo existente hoje entre judeus e muçulmanos.

c. Maomé – Um profeta aos cristãos?

Restam então, os cristãos. Teria sido Maomé um profeta aos cristãos? Inicialmente, segundo a tradição muçulmana, os

cristãos achavam graça aos olhos de Maomé. Podemos ver esta atitude na sura 5:82-86.

Nesta passagem, Maomé menciona que os judeus e os pagãos eram os mais afastados dos fiéis, enquanto os cristãoseram os “ aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis...”. Isto, de acordo com a sura 5, se devia ao fato de que oscristãos eram homens de mente aberta para o aprendizado, que haviam renunciado o mundo e não eram arrogantes(possivelmente, uma referência aos monges com os quais Maomé tivera contato tempos antes). Ele prossegue dizendoque quando os cristãos ouviram sua mensagem, eles a aceitaram com lágrimas e, imediatamente pediram para seremcontados entre aqueles que creram.

Obviamente, temos um problema quanto a esta definição de “cristão”. As pessoas mencionadas na passagem emquestão não são cristãos como hoje conhecemos, mas, simplesmente, indivíduos que negociaram sua fé por puro medoda morte ou que se converteram do cristianismo ao islã. Seria por demais dificultoso acreditar que cristãos poderiamfazer tais afirmações a respeito de sua fé diante de Maomé e, ainda assim, chamarem-se a si mesmos de cristãos. Estesindivíduos, verdadeiramente, apostataram de sua fé.

 A suposta afinidade de Maomé com os cristãos foi, de qualquer maneira, de curtíssima duração. O texto corânico dá aentender que havia uma deterioração gradativa dos relacionamentos dos muçulmanos para com os cristãos, na sura57:27. Aqueles que seguiam a Jesus, filho de Maria, haviam sido conclamados a “buscar a prática somente daquilo queagrada a Deus”, mas, de acordo com esta mesma sura, estes seguidores logo se tornaram transgressores rebeldes.

Se lêssemos outras suras referentes a judeus e cristãos, logo perceberíamos que tanto cristãos como judeus eramconsiderados como sendo apenas um pouco mais do que inimigos dos pagãos. Os adeptos destes dois grupos apenasse tornavam aceitáveis aos olhos de Maomé após o reconhecerem publicamente como profeta (sura 5:86). Na verdadeexistem suras específicas que alertam os fiéis a não cultivarem relacionamento com cristãos e judeus, afirmando que taisindivíduos estavam apenas interessados em converter os fiéis (muçulmanos) ao cristianismo ou ao judaísmo. Observe otrecho a seguir:

Sura 2:120: “Nem os judeus, nem os cristãos, jamais estão satisfeitos contigo, amenos que abraces os seus credos. Dize-lhes: "Por certo que a orientação de Deus é a

Orientação!" Se te renderes aos seus desejos, depois de te Ter chegado oconhecimento, fica sabendo que não terás, em Deus, Protetor, nem Defensor”. 

Sura 3:28: “Que os fiéis não tomem por confidentes os incrédulos, em detrimento deoutros fiéis. Aqueles que assim procedem, de maneira alguma terão o auxílio de Deus,salvo se for para vos precaverdes e vos resguardardes. Deus vos exorta a d”Ele voslembrardes, porque para Ele será o retorno”. 

Sura 5:51: “Ó fiéis, não tomeis por confidentes os judeus nem os cristãos; que sejamconfidentes entre si. Porém, quem dentre vós os tomar por confidentes, certamenteserá um deles; e Deus não encaminha os iníquos”. 

Com citações como as anteriores, seria possível, ainda assim, argumentar que Maomé tenha sido um profeta aoscristãos? Tal idéia é, no mínimo, altamente improvável. Parece que Maomé, e todos aqueles que o seguiam, só

poderiam aceitar judeus e cristãos se estes, antes, renunciassem sua própria fé e crenças e seguissem Maomé como o“derradeiro e supremo profeta”. Não se trata, aqui, de um acordo ou de uma negociação, mas, antes, uma a meaça e,finalmente, uma denúncia e condenação de tudo aquilo em que os judeus e cristãos prestavam tão fervorosa devoção.

d. Maomé – O derradeiro dos profetas?

Chegamos, finalmente, à questão sobre se Maomé tinha ou não o direito de reclamar para si a condição de “o maior entre todos os profetas”, “a revelação final de Deus”, “o parâmetro de acordo com o qual todos os povos serão julgados”. 

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Para a maioria dos cristãos, esta questão é marcada por polêmica controvérsia, uma vez que sugere que Maomépoderia ser considerado como um profeta legítimo. Há ainda alguns poucos cristãos que poderiam fazer tal afirmação.Entretanto, pelo bem da discussão, suponhamos que Maomé tivesse o direito de reivindicar a autenticidade de seucaráter e ministério proféticos. Poderia ele ser realmente o “selo dos profetas”? Seria ele o maior de todos os profetas?Seu caráter lhe dá autoridade para fazer tal reivindicação?

O Corão é muito claro ao responder positivamente a estas perguntas. Na sura 33:40 lê-se: “Em verdade, Mohammad

não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o prostremos dos profetas; sabei que Deusé Onisciente”. 

1. Sobre Jesus

Como, enquanto cristãos, devemos tratar de tal assunto? Em essência, o que o Corão afirma em tal passagem é queMaomé desfruta de uma posição diante de Deus que é superior à do próprio Jesus. Sabemos que o Corão não atribuidivindade a Jesus, mas o considera meramente como um dentre muitos profetas. Ainda assim, tanto nas páginas daBíblia como nas do Corão, Jesus é descrito como possuindo uma singularidade que o situa acima de todos os outrosprofetas. O Corão está repleto de atributos conferidos a Jesus que jamais são aplicados a qualquer outro profeta:

1. Nasceu de uma virgem (suras 19:16-34; 21:91)

2. Era unicamente santo, puro e sem falta, segundo a sura 19:19. (nota: na tradução de Yusuf Ali, Jesus é

descrito como “santo”; na tradução de Arberry, Ele é chamado de “puro” e, na tradução de Pickthall, oatributo de Jesus, neste verso, é “sem falta”). 

2. Sobre outros profetas

Compare o argumento islâmico com os exemplos dos outros profetas. Sabemos que na Bíblia, todos os profetas eramfracos e pecadores. Nenhum deles possuía a pretensão de atingir a mesma excelência e padrão cumpridos por Jesus. OCorão também descreve muitos pecados cometidos pelos profetas. Veja os seguintes exemplos:

Adão: Na sura 20:119, ele desobedeceu a seu Senhor e, portanto, pecou. Na sura 2:33, vemos que Adão violoua ordem de não comer do fruto da árvore do conhecimento. A culpa por tal pecado, segundo o verso 34, recai sobreSatanás, mas, a despeito disso, Adão é acusado de pecado. Finalmente, na sura 7:23, Adão e Eva pedem perdão por sua transgressão.

Noé: na sura 71:24-28, encontramos Noé amaldiçoando os infiéis, rogando a Deus que os aniquile a todos e,mais tarde, pede perdão por seu pedido. Na sura 11:45-47, Noé pede perdão a Deus por seu filho ilegítimo, Canaã, e érepreendido por Deus por tê-lo pedido, o que implica em repreensão e ameaça para Noé. O subseqüente pedido deperdão por parte de Noé é prova de sua culpa.

Abraão: vários pecados lhe são atribuídos no Corão, como, por exemplo, idolatria (sura 6:77), dúvida (2:263),engano (37:39) e adivinhação (37:86). Estas suras mostram que Abraão adorava planetas, questionava o poder deDeus, mentiu por diversas vezes e consultava as estrelas.

Ló: é acusado de pecar por haver falhado em confiar no Senhor, na sura 22:82, quando os homens de Sodomarecusaram o presente por ele oferecido (suas duas filhas) em lugar dos anjos.

Arão: é acusado de juntar-se aos israelitas na construção do bezerro de ouro e, portanto, de fazer o mal naausência de Moisés (suras 7:146-151 e 20:86-96).

Moisés: acusado de ordenar a confecção de dois querubins de ouro, na sura 2:248. Além disso, Moisés éacusado de assassinato e, portanto, precisa de perdão, o que se pode ver na sura 28:14 e 15. Moisés também permiteque os feiticeiros pratiquem magia na sura 26:42 e pede perdão a Deus por sua ira, na sura 7:147-150.

Davi: pede o perdão do Senhor por seu pecado (que alude a seu adultério com a mulher de Urias, Bate-Seba)sura 38:20-24.

Salomão: pede perdão por permitir que cavalos de raça o desviassem de sua devoção ao Senhor, na sura38:31-35.

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Podemos, portanto, afirmar que mesmo o Corão demonstra, categoricamente, que os profetas, todos eles, pecaram,provando que, ao contrário de Jesus, eram falhos e pecadores. É verdade que temos de analisar calma e atentamentepara percebermos tais pecados (i.e., o Corão apenas faz alusão ao pecado de Davi, ao invés de pronunciar enfaticamente qual fora o pecado cometido, na dura 38), mas os relatos corânicos admitem que os santos emissários deDeus eram menos do que perfeitos. Somente Jesus é apresentado como “infalível”. 

Nota: é importante lembrar que seus pecados se enquadram, todos, no nível de debilidades pessoais, enquanto sua

infalibilidade é evocada quanto à transmissão da mensagem divina a eles revelada. Em tais instâncias, estes profetasnão cometem quaisquer erros. É este fator que parece confundir a tantos muçulmanos, possivelmente por crerem emrevelações de caráter “Nazil” no que diz respeito ao conteúdo corânico. 

Jesus é o único de caráter infalível, tanto no âmbito pessoal, como quanto à perfeição com a qual transmite a vontaderevelada de Deus. Não há evidências registradas na Bíblia ou no Corão que mencionem Jesus cometendo pecado, quer em oculto, quer publicamente.

3. Sobre Maomé

Finalmente, o que podemos dizer sobre Maomé? Se ele é o derradeiros dos profetas, deveria possuir um histórico muitomelhor do que todos os outros mencionados anteriormente. Vejamos, portanto, o que podemos descobrir sobre esteaspecto da pessoa de Maomé:

a. As concessões de Maomé a pessoas específicas:

Deus enviou Seus profetas a nações que cometeram diversos pecados. Ainda que tais profetas fossem tambémpecadores, jamais se comprometeram com os atos e práticas dos povos aos quais haviam sido enviados.Profetas como Elias e Miquéias, ainda que se tenham deparado com ferrenhas oposições (i.e. 400 falsosprofetas, seu rei e seu povo), jamais abandonaram sua posição profética, nem tampouco buscaram qualquer nova mensagem que buscasse apaziguar e satisfazer às expectativas de sua audiência.

Entretanto, Maomé agiu de maneira muito diferente. Ibn Abbas violou a restrição de ter relações sexual com aesposa logo que ambos acordassem pela manhã, lei fomentada por Maomé e, portanto, pediu perdão aoprofeta do islã que, tendo recebido a sura 2:187, repentinamente permite que os homens pratiquem aquilo que,outrora, era proibido.

Maomé legalizou casamentos “Muta” (casamentos motivados simplesmente pelo prazer) para seus seguidoresdurante a batalha de Khaybar e Fath (ver a obra de al-Bukhari, “al-Jami al-Sahih”, pg. 423). Ele, então, proíbetais casamentos durante a batalha de Wadaa, uma vez que passou a crer que tais práticas se assemelhavam afornicação (al-Jami al-Sahih, de Imam Muslim, pgs. 130 e 131).

Os versos satânicos encontrados na sura 53:19 e 20, que falam sobre as deusas Allat, Manat e Al Uzza foramreconhecidos por Maomé, durante um período de desencorajamento, em Meca. Quanto Maomé os mencionou,os habitantes de Meca se alegraram em extremo e se uniram a ele em oração. Então, Gabriel, supostamente,lhe ordenou que mudasse esta revelação.

b. A Sexualidade de Maomé:

 A sexualidade de Maomé é assunto um tanto controvertido e polêmico para a maioria dos muçulmanos queacreditam que as regras sexuais praticadas por Maomé e seus seguidores eram uma questão limitadaunicamente aos dias do profeta e, portanto, devemos enxergá-lo dentro deste contexto.

O argumento apresentado pelos muçulmanos é que, durante esta “Guerra Santa”, quando muitos homensforam mortos, a poligamia, por exemplo, era uma provisão justificável quanto às viúvas. Entretanto, de acordocom as notas de Sahih Muslim III, pg. 941, em todas as 82 hostilidades durante a vida de Maomé, apenas 259muçulmanos perderam suas vidas. Maomé se migrou para Meca em companhia de 10.000 homens. Quantos,dentre estes homens, tiveram a chance de tomar como esposa uma destas viúvas? Apenas 2% deles! (dadosrecentes mostram uma super-população masculina, devido ao abortamento de fetos do sexo feminino, feitosbaseados nos achados de testes de aminio-centese: há 20 milhões de meninos a mais do que o número demeninas na China).

 Assim, o que mais podemos dizer sobre a Poligamia?

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Somos relembrados das palavras de Jesus, quando disse: “...e aquele que casa com a repudiada pelo marido,adultera também”.

Pelo fato da poligamia excluir o amor devoto, pois o amor entre os sexos é exclusivo, o casamento é rebaixado,em essência, à mera satisfação sexual masculina. Nenhuma esposa que ama seu marido e que deseja tambémser completamente amada por ele pode tolerar uma parceira (se assim não fosse, por que, então, Hafsa irou -setanto contra Maomé quando este levou a cóptica Maria para sua cama?).

Tome o exemplo uma declaração de Aisha, a esposa favorita de Maomé (registrada no Mishkat 1, pg. 210,também mencionada nos Hadis coletados por al-Bukhari e Muslim). Este relato contém a citação de Aisha quediz: “Eu costumava caluniar aquelas (fêmeas) que se ofereciam ao Mensageiro de Allah. Então, perguntei: E épossível que uma mulher se ofereça? Então, o Todo-Poderoso Allah revelou: “Podes abandonar, dentre elas, asque desprezares e tomar as que te agradarem; e se desejares tomar de novo a qualquer delas que tiveresabandonado, não terás culpa alguma” (da sura 33:51). Parece-me que teu Senhor se apressa em satisfazer teus desejos”. 

Há, ainda, um outro aspecto: a monogamia outorga reconhecimento, status e integridade a uma mulher. Seriapor demais simplista argumentar que uma sociedade polígama torna a prostituição algo desnecessário. O quedizer sobre a satisfação sexual da mulher que é obrigada a compartilhar seu marido com outras esposas? E oque dizer dos homens que certamente têm de viver sem esposa alguma, pelo fato de outrem (normalmente, umhomem mais velho e mais rico) ter mais de uma mulher?

 Ao analisarmos a vida de Maomé, encontramos ainda maiores ênfases no sexo e na satisfação de desejoscarnais. Considere os seguintes exemplos:

1) 13 esposas: um homem muçulmano tem permissão de tomar para si até quatro esposas (semcontar concubinas) de acordo com a sura 4:3. Maomé havia sido casado durante 25 anos com suaprimeira esposa, Khadija. Após a morte desta, data que praticamente corresponde à Hijra até Medina,ele casou-se com, aproximadamente, 13 esposas (o número exato ainda é discutido). Todas, àexceção de Aisha, eram viúvas ou divorciadas.

Está registrado na sura 33:50: “Ó Profeta, em verdade, tornamos lícitas, para ti as esposas que tenhasdotado, assim como as que a tua mão direita possui (cativas), que Deus tenha feito cair em tuas mãos,as filhas de teus tios e tias paternas, as filhas de teus tios e tias maternas, que migraram contigo, bemcomo toda a mulher fiel que se dedicar ao Profeta, por gosto, e uma vez que o Profeta queira desposá-la; este é um privilégio exclusivo teu, vedado aos demais fiéis. Bem sabemos o que lhes impusemos

(aos demais), em relação às suas esposas e às que suas mãos direitas possuem, a fim de que nãohaja inconveniente algum para ti. E Deus é Indulgente, Misericordioso”. 

Esta sura concede a Maomé direito a um número ilimitado de mulheres que viviam dentro de seu lar enas imediações deste, estabelecendo, porém, restrições quanto ao mesmo assunto, aos demais fiéis.

2) Zeinabu: foi a esposa de seu filho adotado, Zaid. Quando Zaid percebeu que Maomé adesejava, se divorciou de sua esposa, para que Maomé pudesse possuí-la (para este caso, ver sura33:36-38).

3) Preferência: na sura 33:51, lemos: “Podes abandonar, dentre elas, as que desejares e tomar as que te agradarem; e se desejares tomar de novo a qualquer delas que tiveres abandonado, nãoterás culpa alguma. Esse proceder será sensato para que se refresquem seus olhos, não se aflijam ese satisfaçam com o que tiveres concedido a todas, pois Deus sabe o que encerram os vossos

corações; e Deus, é Tolerante, Sapientíssimo”. 

De acordo com Al-Hasan, esta frase significa: “Que o Senhor (louvado e exaltado seja) permitiu queMaomé abandonasse ou dormisse com qualquer uma de suas mulheres, de acordo com seu própriodesejo”. Maomé fez repousar seu amor sobre Aisha, Hafsa, Um Salama e Zeinabu constante eigualmente e deferiu o retorno de cinco de suas mulheres (Umu Habiba, Maymuna, Sawda, Juwarid eSafiyya). A estas, ele rendia visitas conforme lhe aprazia. (comentário de al-Zamakhshari sobre overso).

1) Maria: segundo a tradição, Maomé adotava uma escala rotativa quanto a suas esposas, dormindo comcada uma delas de acordo com a posição de cada uma delas na escala. Uma noite, na vez correspondente

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a Hafsa, esta lhe pediu permissão para visitar seu pai, o que lhe foi concedido por Maomé. Durante suaausência, entretanto, Maomé tomou a jovem escrava cóptica, Maria, e dormiu com ela na cama de Hafsa.Quando Hafsa retornou, irou-se sobremaneira e confrontou Maomé. Ele prometeu (sob juramento) jamaistocar em Maria outra vez caso Hafsa mantivesse o episódio em segredo e, então, lhe prometeu que seupai, Omar, seria seu sucessor após Abu-Bakr (de acordo com al-Sira al-Halabiyya).

Hafsa, entretanto, contou a Aisha a respeito do incidente e, durante um mês inteiro, Maomé não teve

qualquer relação com nenhuma destas duas esposas, passando as noites exclusivamente com Maria. Aisha repreendeu Maomé por sua trapaça, quando, então, ele finalmente recebeu a visão registrada nasura 66:1, no intuito de se defender das acusações (Mizanu”l Haqq, pg. 330 e Mishkat II, pgs. 680 e681)(ver a versão de Ali sobre a sura 66:1 e suas notas de rodapé).

 A sura mencionada diz o seguinte: “Ó profeta, por que te absténs daquilo que Deus te concedeu,procurando, com isso, agradar as tuas esposas, quando sabes que Deus é Indulgente,Misericordiosíssimo?”. De acordo com este verso, parece que Deus firmemente se engajou não somentena missão de tirar Maomé de suas “encrencas”, como também na tarefa de justificar sua infidelidade etambém sua trapaça.

2) Aisha: de acordo com Saih Muslim (pg. 716), Aisha relatou que Maomé a tomou em matrimônio quandotinha apenas sete anos de idade; foi, então, levada à casa de Maomé, na condição de noiva, aos nove anosde idade, juntamente com suas bonecas. Quando Maomé morreu, Aisha tinha apenas dezoito anos.

3) Paixões: existem diversos relatos da destreza com a qual Maomé lidava com as mulheres. As tradiçõessustentam que seus múltiplos casamentos foram, primariamente, um ato de compaixão para com as viúvaspor ele tomadas em matrimonio. A evidência, no entanto, parece ter algo diferente a dizer quanto a isto.

De acordo com Al-Bukhari (1, pg. 165), “o profeta tinha o hábito de visitar todas as suas esposas emseqüência, tanto durante o dia, como durante a noite, sendo onze o número de suas esposas. Certa vez,perguntei a Anas: “O profeta tem energia suficiente para tantas esposas?”, ao que Anas respondeu que“costumávamos dizer que ao profeta foi concedida a força de trinta [homens]”. Sa”id, sob a palavra deQatada, disse que Anas lhe havia falado a respeito de nove esposas apenas (e não onze)”.  

Ibn Sa”d dá respaldo a tal relato ao afirmar (1, pg. 438): “O apóstolo de Al lah, que Allah o abençôe, disse:“Gabriel trouxe-me um caldeirão de cujo conteúdo comi e, assim, recebi o poder do intercurso sexual[equivalente] ao de quarenta homens””. 

É estranho que Deus concederia, a um de Seus profetas, o receptáculo das revelações finais, a indulgênciaà lascívia e ao deleite com mulheres a seu bel-prazer. Maomé acolhia àquelas que cativavam sua mente ecoração pela beleza, como Aisha e Zeinabu, e tratava as demais miseravelmente.

 À exceção de Salomão (o qual muitos nem sequer consideram como profeta), é possível encontrar outroprofeta tão claramente controlado pelo sexo ou sequer envolvido em semelhante estilo de vida? É claro quenão! Ficaríamos embasbacados se um profeta permitisse que seus desejos carnais o controlassem demaneira tão poderosa e envolvente e ainda usasse a Palavra de Deus como um meio de escape emsituações vexatórias (como notamos no caso de Zeinabu ou ainda no incidente de Hafsa e Aisha).

c. A Proeminência de Maomé:

 Analisando as “revelações” do Corão e das tradições dos Hadis, não nos é difícil perceber que muitas passagenstratam de vantagens pessoais e concedem a Maomé um status um tanto peculiar que o coloca muito acima e

além de outros profetas.

Vemos que todos os devotos devem seguir seu exemplo. Malek-b-Anas relata uma tradição defeituosa, em cujotexto Maomé teria dito: “...deixo-vos duas orientações e, enquanto vos apegardes a ambas, jamais vos desviareis:o livro de Allah e a Sunnah (o modelo baseado no estilo de vida de Maomé) de Seu mensageiro” (ver Mishkat I,pg. 159).

 Abu Hu”airah escreveu que o mensageiro de Allah disse: “Todo aquele que me seguir entrará no Paraíso, excetoaquele rejeita”. Foi-lhe, então, perguntado: “E quem recusou [a Verdade]?”, ao que ele respondeu: “Todo aqueleque me obedece há de adentrar o Paraíso e todo aquele que me desobedece, rejeitou” (Mishkat 1, pg. 173).

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 Assim, a partir de então, não devemos obedecer somente a Deus, mas também é requisito que obedeçamos aMaomé, se desejarmos adentrar o Paraíso!

O Corão também confere a Maomé um elevadíssimo status: o de exemplo supremo, na sura 33:21, que diz:“Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo para aqueles que esperam contemplar Deus,deparar-se com o Dia do Juízo Final, e invocam Deus freqüentemente”. Mais à frente, no verso 36, umareprimenda é dada a todo aquele que questionar a autoridade do profeta, igualando a autoridade do profeta à de

 Allah: “Não é dado ao fiel, nem à fiel, agir conforme seu arbítrio, quando Deus e Seu Mensageiro é que decidem oassunto. Sabei que quem desobedecer a Deus e ao Seu Mensageiro desviar-se á evidentemente”. 

d. O pecado de Maomé:

Nosso último tópico questiona se Maomé, diferentemente de Jesus (Sura 19:19), cometeu pecado. Pode o mesmoque foi dito a respeito de Jesus, ser também dito sobre Maomé? Eu creio que não!

O Corão admite que os pecados de Maomé eram muitos e que exerciam grande peso sobre ele. A sura 94:1-3trata disto ao dizer: “Acaso, não confortamos o teu peito, E aliviamos o teu fardo, Que feria as tuas costas?”Estes versos indicam que Allah teve de remover o fardo (pecados?) de suas costas. Os muçulmanos contendemdizendo que tais fardões foram cometidos antes que Maomé se tornasse um profeta (antes de 610 d.C.).entretanto, basta-nos analisar a sura 48:2, que diz o seguinte a respeito de Maomé: “Para que Deus perdoe astuas faltas, passadas e futuras...”, indicando que, mesmo antes que a sura fosse revelada, Allah já esperava queMaomé pecasse.

Nas suras 40:55 e 47:19, encontramos o seguinte trecho: “... implora o perdão das tuas faltas...”. Tal ordemparece um tanto clara e objetiva, até lermos a nota de rodapé de Ali Yusuf (4428), que explica que, devido àsresponsabilidades do profeta, este pede perdão de maneira representativa, em favor de outros. Se deixarmos delado a “exegese” de Yusuf Ali, vermos, sem qualquer dificuldade, que Maomé, homem falho e pecaminoso,desvanece em comparação a Jesus, o Próprio Deus encarnado, perfeito e sem pecado.

Se observássemos à distância, ficaríamos simplesmente incrédulos ao descobrir que a Maomé foi concedida apermissão de viver fora das regras que ele próprio estabeleceu sobre seus seguidores (i.e., foi-lhe permitido tomar mais de quatro esposas, bem como casar-se com a esposa de seu filho adotivo e ainda consumar um matrimôniocom uma menina de apenas nove anos de idade).

 Ainda assim, de acordo com o islã, ele é, ao mesmo tempo, o exemplo supremo, a partir do qual todo muçulmanodeve ser modelado. Somos, então, deixados com um conjunto de contradições sobre a mesa: como podemos

seguir o exemplo de um profeta que abole, no tocante a si mesmo, os mesmos parâmetros que ele próprioestabeleceu para que os seguíssemos? Aliás, seguir seu exemplo, implicaria em quebrar as leis e mandamentosque ele mesmo estabeleceu! Se uma pessoa é instruída a seguir um certo líder, consideraria antes os “prós econtras” antes de tomar uma decisão definitiva. Além disso, quando coisas como verdade e vida eterna estãoenvolvidas, conveniências temporais e passageiras não mais se aplicam. Assim, quando somos orientados aseguir as pegadas de um líder espiritual, nossa confiança não pode basear-se somente no emocional; nossaconfiança deve ser, obrigatoriamente, racional.

Isto exige portanto, um estudo tão profundo quanto possível, da qualidade da vida do exemplo a ser seguido. Nãose devem ignorar informações negativas, contanto que sejam comprováveis e verídicas. Além disso, não se devetentar explicar eventuais imperfeições. Mas, acima de tudo, deve-se possuir um parâmetro firme e sólido quepossa servir de referência certo e errado, bem e mal. Como cristãos, utilizamos o padrão encontrado na Bíblia.Em última estância, nosso conceito do que é moral e do que é imoral terá suas raízes nesta mesma Escritura.

Somos sinceramente interessados na questão de ministérios proféticos verdadeiros. É e sempre será de nossomais alto interesse delinear o perfil de um profeta verdadeiro, pois fomos orientados a estar alertas e vigilantes arespeito de falsos profetas que atravessariam nosso caminho (Mateus 24:24).

 À luz disto, perguntamos se Maomé segue os padrões por ele mesmo estabelecidos e o encontramos em falta. Osregistros históricos nos mostram que ele aboliu seu chamado aos judeus ao bani-los de Medina e ao executar oshomens da tribo dos Kurayza. Sua reivindicação quanto a ser o derradeiro dos profetas soa como um débilgemido à luz de seus desajustes e inadequações carnais, especialmente quando comparado com outros profetasque o precederam.

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Por fim, perguntamos se Maomé apresenta os requisitos de um profeta encontrados em nossas própriasEscrituras. Este é o verdadeiro teste, a prova real para nós, cristãos. A partir de nosso estudo é fácil demonstrar que Maomé falha, também nesta categoria. Resta-nos lidar ainda com um último quesito: o argumentoapresentado pelos muçulmanos que diz que Maomé foi prometido e anunciado pelos profetas que o precederam eque tais profecias podem ser encontradas nos respectivos escritos destes profetas. Analisaremos, portanto, esteúltimo domínio para concluir nosso estudo.

3. EXISTIA ALGUMA PROFECIA REFERENTE A MAMOMÉ?

Chegamos finalmente a terceira e última categoria deste estudo, onde inquiriremos quanto à veracidade daafirmação feita pelos muçulmanos de que os profetas que viveram há milênios atrás um dia profetizaram sobreMaomé. Para começar, analisemos Moisés e vejamos se Maomé é, alguma vez, mencionado na Torá.

 _____________ 

Iniciemos com uma questão hipotética: o que você diria se alguém, como eu, por exemplo, aparecessereivindicando ser o profeta final, o selo, a plenitude, a conclusão de uma extensa linhagem profética; proclamandoque toda palavra que sai da minha boca vem, em verdade, da boca de Deus e, portanto, deve ser tomado comomandamento e prescrição dotados de autoridade divina? Obviamente, você pediria minhas credenciais comoporta-voz de Deus, como um profeta. Com um nome como, por exemplo, “Joseph Smith”, o mesmo nome dofundador do mormonismo, eu não seria o primeiro a fazer esta mesma reivindicação e, como ele, tudo o que euteria a fazer seria escrever um livro que prescrevesse um novo estilo de vida, uma nova revelação à Humanidadee, então, sair à caça de alguns discípulos que cressem em mim voluntariamente.

Curiosamente, há um outro profeta que fez tal reivindicação, um profeta que veio algumas centenas de anos antesde mim; todos vocês o conhecem pelo nome de Maomé, nascido em 570 da era cristã.

Tudo começou quando ele recebeu visões trazidas pelo anjo Gabriel na caverna de Hira, nas imediações deMeca, quando tinha idade de quarenta anos. Interessantemente, foi seu tio, um cristão nestoriano, a primeirapessoa a lhe dizer que as visões eram dotadas de autoridade divinas. Entretanto, inicialmente, pouquíssimaspessoas o levaram a sério ou creram nele como um profeta. Na verdade, quando de sua fuga para Medina, oitoanos mais tarde, em 622 d.C. (fato que se tornou conhecido como a Hijra), Maomé possuía menos de 100seguidores (menos do que o número de membros de uma igreja de pequeno porte atualmente).

Foi somente quando Maomé conquistou algum poder político, o que lhe conferiu poder econômico e influência,que ele foi levado a sério, de um ponto de vista religioso. Tal situação se firmou especialmente após a Batalha de

Badr, quando ele se voltou contra os judeus de Medina, com os quais ele, outrora, estabelecera firmes e estáveisalianças diplomáticas.

Podemos dizer, então, que sua credibilidade religiosa era diretamente proporcional à sua ascendência política,que culminaram em seu retorno triunfal a Meca oito anos depois, após o que uma autêntica teocracia foiestabelecida, a qual, por sua própria natureza e essência, neutralizava quaisquer possibilidades de crítica oudesconfiança quanto a sua credibilidade religiosa.

Por causa de seu poder e influência em Meca e Medina, a autoridade de Maomé não era questionada há 1.400atrás, mas hoje, certamente, tal autoridade se encontra muito longe de ser um absoluto entre a Humanidade. Hámuitos que hoje questionam de onde Maomé recebeu a dita autoridade que fazia dele um profeta. Profetas que oprecederam eram comprovadamente dotados de autoridade, antes de mais nada, pelo fato de pertencerem a umalinhagem de profetas (a tribo de Israel) e, além disso, pelo fato de que suas revelações concordavam econfirmavam o que fora profetizado anteriormente, e, efetivamente, davam continuidade ao mesmo tema: a

promessa de um Messias que viria para salvar o mundo do pecado e, assim, trazer os filhos de Deus de volta aum relacionamento de amor com Ele.

Entretanto, ao analisarmos as revelações que Maomé deu ao mundo, descobrimos inúmeras contradições comrelação às escrituras que o precederam. Algumas dentre as mais comuns você já conhece bem:

1) A afirmação de que foi Ismael, ao invés de Isaque, o filho que seria sacrificado por Abraão e queos dois (o pai e o filho) foram os edificadores da Kaaba, em Meca;

2) O relato absolutamente equivocado sobre o sepultamento de Abel, feito por seu irmão Caim;

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3) O relato no mínimo miraculoso sobre o rei Salomão encontrando-se com a rainha de Sabá, apóster o rei dialogado com seu pássaro Hoopoo;

4) O miraculoso nascimento de Jesus que, de acordo com o Corão, se deu sob uma palmeira;

5) A história de Jesus falando quando ainda bebê...

6) E, mais tarde, o menino Jesus, soprando o fôlego de vida em pássaros de barro. Mas, dentretodas as contradições encontradas no Corão, talvez a mais danosa seja...

7) O fato do Corão não somente negar a doutrina da Trindade, como também em rejeitar a divindadede Jesus, bem como Sua crucificação e ressurreição, fatos que são simplesmente centrais notestemunho bíblico.

Pelo fato de que tantos aspectos importantes desta “nova revelação” apresentam enormes variações quandocomparados com o que fora revelado e escrito anteriormente, é imprescindível que se peçam provas daautoridade do profeta responsável por essa “nova revelação”, o que tem acontecido freneticamente nos dias dehoje. E é por essa razão que os muçulmanos tem se esforçado para terem uma defesa pronta, sempre à mão.

Inicialmente, os muçulmanos alegavam que as diferenças entre a Bíblia e o Corão surgiram pela perversaintervenção dos judeus e dos cristãos que, segundo acreditam, conspiraram para corromper suas Escrituras de

modo a rejeitarem as palavras do profeta do islã. É válido perguntar como os cristãos e judeus sabiamexatamente o que alterar em suas escrituras, considerando-se que estes grupos teriam de ter realizado seu“trabalho” centenas de anos antes da chegada do Corão, já que possuímos milhares de manuscritos que datamde muito antes do Corão, que, sem exceções, comprovam a veracidade da Escritura que hoje temos em nossasmãos.

O próprio Corão, nas suras 5:47-51, 6:34 e 10:64 diz que Deus não pode alterar Sua Palavra e que o Corão foienviado para guardar (confirmar) as revelações precedentes. Por isso, muitos estudiosos muçulmanos foramforçados a negar a possibilidade de corrupção da Palavra de Deus contida na Bíblia. Conseqüentemente,procuraram outras direções nas quais concentrar suas investidas e, assim, iniciaram uma busca ferrenha por predições a respeito de Maomé nas predições precedentes. E é isto que nos importa esclarecer neste ponto denosso estudo.

A estratégia muçulmana:

Os muçulmanos alegam que, no Corão, podem ser encontradas duas ayas (versos) que falam de duasprofecias referentes a Maomé presentes tanto na Taurat como no Injil (a Torá e os Evangelhos). São elas:

1) Sura 7:157  –  “São aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontrammencionado em sua Tora e no Evangelho...”. 

2) Sura 61:6  –  “E de quando Jesus, filho de Maria, disse: Ó israelitas, em verdade, sou omensageiro de Deus, enviado a vós, corroborante de tudo quanto a Torá antecipou no tocanteàs predições, e alvissareiro de um Mensageiro que virá depois de mim, cujo nome será

 Ahmad!”(“o louvado”).... 

Estas duas ayas dizem claramente que Maomé foi mencionado tanto na Taurat, como no Injil (a Torá e osEvangelhos). Nossa preocupação aqui é averiguar se tal afirmação é verdadeira, ou seja, se há realmentequaisquer predições a respeito de Maomé fora do Corão.

Em outras palavras, estamos interessados em descobrir qualquer evidência de que, verdadeiramente, asEscrituras judaicas e cristãs falaram a respeito de Maomé antes de sua vinda.

 A maioria dos muçulmanos crêem que na Torá (Especialmente em Deuteronômio 18:18) existe uma referência àprofecia encontrada no Corão 7:157 e 61:6 a respeito de Maomé. Assim, é a esta passagem que primeirorecorreremos no intuído de verificar a autenticidade ou não deste argumento muçulmano.

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DEUTERONÔMIO 18 – PREDIÇÃO SOBRE MAOMÉ?

Em Deuteronômio 18:18 lemos:

“Eis lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu (Moisés), e porei as minhas palavrasna sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar”. 

1) Comparação – “Quem é o profeta como Moisés”? 

Neste ponto, nos concentraremos em encontrar as evidências que sustentam o argumento muçulmano de queMaomé é, na verdade, o “profeta como Moisés”. Seria esta passagem de Deuteronômio uma referência velada aMaomé? Se assim for, surge, então uma fortíssima contradição ao argumento cristão de que o profetamencionado nesta passagem se trata de Jesus, o Messias prometido.

No intuito de corroborar sua reivindicação, apologetas muçulmanos se esforçaram para elaborar uma lista decritérios comuns tanto a Moisés como a Maomé, que afirma que “ambos eram casados e tinham filhos, amboscomandaram seu povo em batalhas, ambos eram líderes políticos, etc...”. Por outro lado, o que os apologetasdeixam de levar em consideração é que qualquer outro profeta poderia se encaixar em muitos destes critérios.

Uma estratégia um pouco mais elaborada, entretanto, seria identificar os aspectos que são peculiares a Moisés ea seu ministério que, por sua vez, seriam idênticos àqueles do “profeta como tu (Moisés)”. 

2) Contraste – Tal profeta não pode ser Maomé.

Poderíamos, portanto, dizer que Maomé é o prometido, o “profeta como Moisés”? De acordo com o queacabamos de ler, vemos que Maomé não era oriundo da linhagem profética de Moisés, não possuía qualquer relacionamento com Deus e nem tampouco foi colocado em posição de autoridade por Deus, como o foram tantoMoisés como Jesus.

 Além disso, a missão de Maomé não pode nem sequer ser comparada com as de Moisés e Jesus, pois foramestes que se ofereceram como sacrifício pelos pecados de seu povo (Êxodo 32:30-32; Deuteronômio 34:10-12 eMateus 26:28).

 Ainda mais significante, entretanto, é o fato de que, começando por Moisés e concluindo em Jesus Cristo, vemosos métodos de perdão e reconciliação com Deus (Levítico 4:2; 6:24 & 25; 14:13 e Hebreus 19:22). Estes são os

verdadeiros critérios para se identificar “um profeta como tu (Moisés)”. muitos profetas podem alegar terem sidocomo Moisés do ponto de vista do raciocínio humano, porém somente um pode declarar ser como Moisés doponto de vista divino. Seu desejo de salvar a Humanidade, simbolicamente iniciada por Moisés e seu anseio detirar o povo de Israel das escravidão do Egito, é plenamente contemplado em Jesus, Aquele que libertou a todoaquele que crê, há dois mil anos atrás.

3) Consideração – Tal profeta tem de ser Jesus:

Maomé jamais pode reivindicar ser o detentor dos essenciais e peculiares aspectos do ministério de Moisés naTerra, da forma como se pode notar tão claramente em Jesus. Aqueles que trabalharam lado a lado com Jesus eque precederam Maomé em cerca de 700 anos chegaram a esta mesma conclusão. Considere os seguintestestemunhos, dados por João e Lucas:

João 1:45 – “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei”. 

João 5:46 – “... porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de mim escreveu ele”. 

João 6:14  – “... este (Jesus) é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo”. 

Atos 3:22 – “... porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãosum profeta semelhante a mim...” (i.e. vossos irmãos = os filhos de Israel). 

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4) Conclusão – Sem uma profecia a seu respeito, onde reside a autoridade de Maomé?

Na intenção de provar que Maomé é um profeta verdadeiro, o Corão estipulou que as predições presentes naTaurat e no Injil podiam ser relacionadas a Maomé (ver suras 7:157 e 61:6, mencionadas há pouco). Entretanto,não encontramos nenhuma destas profecias nem na Taurat, nem tampouco no Injil (i.e. João 16:7, passagem queabordaremos mais à frente). O que dizer, então, a respeito da autoridade profética de Maomé?

 A essência da argumentação, para um muçulmano, é o desejo de encontrar alguma profecia a respeito de Maoméfora do Corão, ou seja, na Taurat e no Injil (como sugerido na sura 7:157). Sem isto, o único critério que alega aautoridade de Maomé é o próprio Corão, ao mesmo tempo em que a autoridade do Corão repousa única e tãosomente sobre a pessoa de Maomé. Isto nada mais é do que andar em círculos, algo absolutamente nulo emtermos de argumentos acadêmicos. Uma vez que a evidência de profecias a respeito de Maomé simplesmentenão existe na Taurat, surge um desconcertante problema para os muçulmanos que, por sua vez, se vêemobrigados a produzirem um critério externo que comprove a autenticidade de seu profeta.

Sem tal critério externo, Maomé não possui qualquer evidência externa para provar sua autoridade profética. Ainda mais desconcertante, é a afirmação feita pelo próprio Corão, na sura 29:27, que diz que o ministérioprofético pertence única e tão somente à linhagem de Isaque e Jacó, com os quais Maomé não tem parte alguma.

Conseqüentemente, a autoridade sobre a qual se baseia a fé de mais de um bilhão de muçulmanos ao redor domundo, depende unicamente do testemunho único de um homem finito (nota: um homem que admite, com suaspróprias palavras, sua limitação, na sura [Ta Ha] 20:49 e sua pecaminosidade na sura [Ghafir] 40:55, não podeser comparado a Jesus, que diz “ter todo o poder”, em Mateus 28:18 e não ter qualquer pecado, em I Pedro 2:22,idéia que também pode ser encontrada na sura 19:19).

 À medida que lemos estes versos e consideramos o que foi escrito, é fácil concluir que esta profecia entregue por Moisés em Deuteronômio 18 somente pode ser atribuída a Jesus, o Cristo. Ele é o nascido da linhagem deMoisés e que possuía profundo relacionamento com Deus, sendo Ele Mesmo, Deus. Ele foi estabelecido por Deuscomo autoridade por Deus e, como Moisés, ofereceu-Se a Si Mesmo como sacrifício pelos pecados de outros (emSeu caso, por toda a Humanidade). É este último critério que separa estes dois dos demais profetas. SomenteMoisés e Jesus possuíram esta missão singular: promover uma renovação no relacionamento entre Deus e aHumanidade; Moisés, resgatando o povo da escravidão no Egito e Jesus, libertando os homens da escravidão dopecado em seus corações... por toda a Eternidade.

A) EXISTEM OUTRAS PREDIÇÕES A RESPEITO DE MAOMÉ NO ANTIGO TESTAMENTO? 

Verificaremos agora se existem outras profecias a respeito de Maomé no Antigo Testamento. De acordo com osmuçulmanos, há um número considerável de passagens onde se pode encontrar referências a respeito deMaomé e temos de estar preparados para responder também a essa alegação feita pelos muçulmanos.

1. É po ssível enc on trar Maoméno Ant igo Testam ent o? 

Sabemos que as suras 7 e 61 afirmam que Maomé é, supostamente, mencionado em algum lugar dasescrituras precedentes e, inevitavelmente, os muçulmanos têm tentado, de maneira desesperada, encontrar taispredições com respeito a seu profeta em tais escrituras (a Taurat, Zabura e Injil), mas tais tentativas semostram invariavelmente vãs. Ironicamente, os muçulmanos têm sido compelidos, por sua própria escritura, aafirmar a credibilidade de seu profeta baseados no Antigo Testamento, o mesmo livro que eles próprios afirmamser corrompido e sem qualquer valor real (ainda que esta afirmação jamais tenha sido feita pelo Corão).

Tanto muçulmanos como cristãos concordam que a vinda de Cristo fora predita várias vezes nos escritos do

 Antigo Testamento. Entretanto, se Deus intentasse enviar outro profeta maior e mais importante do que Jesuspoderíamos, sem qualquer dificuldade, encontrar predições com respeito a este outro enviado. Curiosamente,nenhuma citação pode ser encontrada. Assim sendo, a ausência de uma predição faz com que o único critériopara a autoridade de Maomé repousa única e tão somente sobre o Corão, cuja única testemunha quanto àautenticidade é o próprio Maomé, o que, por razoes óbvias, é absolutamente impraticável.

2. Os muçulm anos dizem encon trar menções a Maoméno Ant igo Testam ento: 

Pelo fato de se encontrarem em situação tão desconfortável, os muçulmanos empreenderam desesperada efrenética pesquisa em nossa Bíblia, tendo sido capazes de “identificar” um grupo de 12 passagens do Antigo

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Testamento, as quais, segundo eles, se referem a Maomé. Com exceção da passagem de Deuteronômio 18(sobre a qual tratamos anteriormente), todas as demais passagens que, supostamente, se referem a ummensageiro, se mostram um tanto genéricas em seu conteúdo:

a. O personagem seria um homem que fazia uso de uma espada (Salmo 45:2-5; 149 e Isaías 63).Entretanto, se continuarmos a leitura destes trechos, veremos que o contexto destas passagensindicam que o portador da espada é identificado como Deus, Criador, o Deus de Israel e o Senhor 

dos Exércitos. Conheço alguns muçulmanos que pronta e alegremente atribuiriam tais descriçõesa Maomé.

b. O personagem seria alguém cujo estilo de vida se assemelharia ao estilo de vida dos tempos deMaomé (i.e. andaria a camelo, viveria em um deserto) (Isaías 21:7 e Isaías 53). Ainda assim, ocontexto, mais uma vez, se refere tanto a um mensageiro vindo da Babilônia, como a um servoque foi esmagado, traspassado e ferido por causa de outros, algo um tanto incompatível com avida de Maomé.

c. O personagem é alguém cuja origem geográfica coincidiria com a de Maomé (Deuteronômio33:2; Isaías 63 e Habacuque 3:3). Entretanto, o monte Parã (o qual é identificado pelosmuçulmanos como sendo Meca) se localiza, não na península arábica, mas na do Sinai, enquantoBozra não é Basra, mas, sim, a atual cidade de Al-busairah, situada em Edom, ao sul do Mar Vermelho.

Em Habacuque 3:3, lemos que “Deus veio de Temã”. 

Os muçulmanos sustentam que Temã se refere ao Islã! Para ser consistentes em seu argumento,é necessário que este corresponda às outras profecias concernentes a Temã. O verso 20 diz queo povo de Temã ficaria estarrecido com seu destino. Ezequiel 25:13 promete que Deus tornaráTemã em uma terra deserta, enquanto Amós 1:12 diz que Deus enviará fogo sobre Temã eObadias conclui dizendo que não haverá sobreviventes, nos versos 8, 9 e 10. isto sugere que nãohá sabedoria no islã e que o fim de todo muçulmano é a destruição pelo fogo que os consumirá!

Felizmente para os muçulmanos, sabemos que tal destino não se encaixa no âmbito real, poisquando analisamos o texto bíblico mais demoradamente, vemos que Temã não tem qualquer conotação com o islã, antes, se trata de uma cidade próxima a Jericó, no território de Edom.

d. O personagem seria alguém cujo nome possui o mesmo radical do nome de Maomé. Em Gênesis

49:8-10, este é Judá; em Cantares de Salomão 5:16, este é Ahmed; e em Ageu 2:7, este éHemdah. Esta quarta categoria necessita de uma abordagem mais profunda, uma vez que é a elaque os muçulmanos mais ferrenhamente aderem como prova de profecia a respeito de Maomé no

 Antigo Testamento.

3. Nom es que, sup ost amente, indi cariam Maomé: 

Os muçulmanos acreditam que todas estas três passagens utilizam nomes que podem ser traduzidos como“louvor” (Judá, Ahmed e Hemdah) e são semanticamente similares a “Maomé”, que significa “o louvado”.Entretanto, o verbo árabe “Hamada” (louvar) é também o radical de muitas outras palavras. Ainda assim, nãovemos muçulmanos substituindo o nome “Maomé” pelo verbo “Hamada”. 

Tome, por exemplo, a primeira sura do Corão. Na segunda ayya (verso), lemos: “Louvado (al -hamadi) sejaDeus”. Ousamos substituir o sujeito desta oração por “Maomé”? Obviamente que não! Isto não seria outra coisa

senão um sacrilégio.Em Ageu 2:7, os muçulmanos crêem que “Hemdah” (“o desejo de nações”) provém do mesmo radical formador do nome “Maomé”. Entretanto, imagino que estes mesmos muçulmanos se contorcem de pavor ao descobriremque esta mesma palavra é utilizada em Daniel 11:37 para se referir a um personagem “desejado de mulheres”,um falso deus dos pagãos.

4. Cant ares de Salomão 5:16: 

Porém, o melhor exemplo para demonstrar as dificuldades encontradas ao se permutar uma palavra por outra éencontrado em Cantares de Salomão, capítulo 5, verso 16. Em se tratando desta passagem, os muçulmanos

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afirmam que a palavra hebraica “Machmad” (“totalmente desejável”) pode ser traduzida como “louvor” ou como“Ahmad”. Eis o texto traduzido de acordo com Nova Versão Internacional: 

“Sua boca é a própria doçura; ele é mui desejável. Esse é o meu amado, esse é o meu querido, ómulheres de Jerusalém”. 

Cantares de Salomão é uma poética história de amor entre o Amado e sua Amante. É uma obra que explora a

beleza de um relacionamento matrimonial entre um rei e sua esposa.Os muçulmanos acreditam que o conjunto advérbio-adjetivo “totalmente desejável” pode ser transformado emum nome próprio, “Maomé”. O texto, traduzido para o Português segundo esta crença, seria o seguinte:

“Sua boca é a própria doçura; ele é Maomé . Este é o meu amado, este é o meu querido, ó mulheresde Jerusalém”. 

Esta interpretação deveras permissiva implica, entretanto, em algumas questões referentes ao contexto geraldo livro em questão:

  Quem são as ditas “mulheres de Jerusalém”? Por acaso, Maomé, alguma vez,cortejou alguma de suas esposas em Jerusalém?

Se o personagem desta passagem é realmente Maomé, qual de suas esposas estáfazendo tais declarações? O profeta do islã, alguma vez, casou-se com uma mulher 

oriunda do Líbano, de pele bronzeada?  Maomé, em alguma ocasião de a sua existência, alegou ser “rei”?  

O que, então, diz esta profecia? A palavra sublinhada no texto acima é a versão em português da palavrahebraica “machmad”. A concordância Strongs define “machmad” como: “desejo, objeto desejável, objetoagradável”.

 Assim sendo, a palavra “machmad” poderia, efetivamente, significar “Maomé”? Homens sábios concordam que,quando um verso tem significado dúbio, é justificável explicar tal passagem utilizando-se um outro texto bíblico.

 A palavra “machmad” aparece por mais doze vezes no Antigo Testamento. Uma vez que os muçulmanosparecem tão empenhados em encontrar o nome de Mao mé na palavra hebraica “mahcmad”, é importante queeles se mantenham firmes em tal intento, até o fim, a despeito do resultado. Para contribuir com essa tarefa,fizemos uma lista como estes doze versos “proféticos” para que o próprio leitor verifique se ta is versos aceitama tradicional tradução muçulmana da palavra “machmad”. É importante lembrar que temos sido perseverantes,pelo bem do argumento muçulmano, em traduzir esta palavra como o “nome próprio” que foi negligenciado

pelos tradutores do Antigo Testamento ao longo dos séculos, como sugerem os muçulmanos.

1. I Reis 20:6  –  “Todavia amanhã a estas horas enviarei os meus servos a ti, eesquadrinharão a tua casa, e as casas dos teus servos; e há de ser que tudo o que deMaomé tiveres, eles tomarão consigo, e o levarão.

2. II Crônicas 36:19 – “E queimaram a casa de Deus, e derrubaram os muros de Jerusalém, etodos os seus palácios queimaram a fogo, destruindo também todos os seus vasosMaomé”. 

3. Isaías 64:11  –  “A nossa santa e gloriosa casa, em que te louvavam nossos pais, foiqueimada a fogo; e todas as nossas coisas Maomé se tornaram em assolação”. 

4. Lamentações 1:10  –  “Estendeu o adversário a sua mão a todas as coisas mais Maomé dela; pois ela viu entrar no seu santuário os gentios, acerca dos quais mandaste que nãoentrassem na tua congregação”. 

5. Lamentações 1:11 – “Todo o seu povo anda suspirando, buscando o pão; deram as suascoisas mais Maomé a troco de mantimento para restaurarem a alma; vê, SENHOR, econtempla, que sou desprezível”. 

6. Lamentações 2:4 – “Armou o seu arco como inimigo, firmou a sua destra como adversário,e matou tudo o que era Maomé à vista; derramou a sua indignação como fogo na tenda dafilha de Sião”. 

7. Ezequiel 24:16 - “Filho do homem, eis que, de um golpe tirarei de ti o Maomé dos teusolhos, mas não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas”. 

8. Ezequiel 24:21 – “Dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu profanarei omeu santuário, a glória da vossa força, o Maomé dos vossos olhos, e o anelo das vossasalmas; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à espada”. 

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9. Ezequiel 24:25 – “E quanto a ti, filho do homem, não sucederá que no dia que eu lhes tirar a sua força, a alegria da sua glória, o Maomé dos seus olhos, e o anelo de suas almas,com seus filhos e suas filhas,...”. 

10. Oséias 9:6  –  “Porque, eis que eles se foram por causa da destruição, mas o Egito osrecolherá, Mênfis os sepultará; o Maomé da sua prata as urtigas o possuirão por herança,espinhos crescerão nas suas tendas”. 

11. Oséias 9:16 – “Efraim foi fer ido, secou-se a sua raiz; não darão fruto; sim, ainda que gerem,

matarei os frutos Maomé do seu ventre”. 12. Joel 3:5 – “Visto como levastes a minha prata e o meu ouro, e as minhas coisas Maomé eformosas pusestes nos vossos templos”. 

Se a mutilação das Escrituras parece ridícula para você, significa que alcançamos nosso objetivo, poisela demonstra a qualidade da teoria por trás do argumento muçulmano.

 Ao analisarmos logicamente esta questão, concluímos que a estratégia beira à zombaria, ao ridículo,em termos de gramática hebraica. Por que um elemento adjetivo deveria assumir a função de um nome próprio,quando traduzido? “Machmad”, entretanto, já possui um nome próprio correspondente, muito mais ligado aosentido do adjetivo, Chemdan (ou Hemdan), o primogênito de Dishon de Anah, the Horite.  Se “machmad” tivessesido escrito em sua forma de nome próprio, o resultado final seria o nome “Chemdan”.

5. O Probl ema desta Tentativa: 

O argumento muçulmano apresentado acima é muito semelhante à questão do “paracletos”, do livro de João (daqual trataremos mais adiante). Muitos muçulmanos argumentam que esta passagem se trata de mais umaprofecia a respeito de Maomé. Entretanto, esta profecia de João 14 e 16 foi mostrou-se verdadeira por si mesma – uma profecia a respeito do Espírito de Deus. Acho um tanto interessante o fato de os muçulmanos, em um dostextos, basearem seu argumento sobre o significado de uma palavra às custas de sua pronúncia ( paracletos verus

 paraclytos) enquanto, em outro texto, baseiam sua reivindicação sobre a pronúncia de uma simples palavra àscustas de seu significado (desejo versus louvor )!

Se estas técnicas hermenêuticas estiverem corretas, então, não seria surpreendente encontrar, como substitutopara a palavra “paracletos”, um profeta chamado “Perry Clinton”, cujo nome verdadeiramente significa “odesejado!” Absurdo? Claro que sim! E é justamente isto que queremos demonstrar aqui. Valendo-se destastécnicas, qualquer um pode evocar uma

profecia e fazer com que esta se relacione com praticamente qualquer profeta fantasiado por uma de tantascrenças ou com qualquer outro personagem criado e mitificado por uma mente um pouco mais criativa.

Em contrapartida, um Hindu poderia alegar que, na sura 30:1, a palavra “al -rum” (usada para descrever os“romanos”), que também pode ser escrita “Ram”, se refere ao deus hindu “Rama”.

Uma ironia ainda mais desastrosa é o fato de que o nome “Maomé” nem mesmo é o nome de nascença doprofeta nem tampouco o nome pelo qual ele atendia durante a infância. De acordo com a tradição muçulmana, emsua juventude, Maomé era chamado de “Amin”, um nome árabe muito comum, cujo significado é “fiel” ou “dignode confiança”. Amin recebeu tal nome por ser este pertencente à mesma raiz gramatical do nome de sua mãe,“Amina”. 

Compreendemos o desejo dos muçulmanos em encontrar qualquer profecia que confira crédito a Maomé, pois, anão ser pelas tentativas acima, Maomé não possui qualquer evidência externa que comprove sua autoridadeprofética. Isto significa que a fé de mais de um bilhão e meio de pessoas repousa, exclusivamente, sobre osolitário testemunho de um simples homem finito.

Questionamos, entretanto, por que os muçulmanos não distorcem nem atacam as Escrituras para corroborar suaspróprias teorias e estratégias. É sempre surpreendente o fato de que os muçulmanos consigam ser tão críticos, aomesmo tempo em que são mordomos das Santas Escrituras judaico-cristãs. Seria de muito bom tom se osmuçulmanos possuíssem um só pensamento.

Se os muçulmanos firmemente acreditam que as Escrituras são inadequadas, então, deveriam se comportar conforme tal parecer e se absterem de selecionar e retirar o que lhes apraz de um livro que, segundo elespróprios, é irremediavelmente corrompido e inadequado.

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Se verdadeiramente cremos nas Escrituras e desejamos encontrar as profecias nelas contidas, devemos cultivar ohábito de lê-las e aprender a seu respeito, com mentes e corações abertos. Precisamos nos submeter sinceramente aos ensinamentos COMPLETOS e dotados de autoridade divina, de uma Escritura que foidiligentemente preservada ao longo dos séculos.

B) EXISTEM PROFECIAS A RESPEITO DE MAOMÉ NO NOVO TESTAMENTO?

Trataremos agora do último argumento muçulmano quanto a menções de Maomé exteriores ao Corão, que supõeque uma profecia a respeito de Maomé pode ser encontrada no Injil, ou seja, no Novo Testamento.

1. Pakletos ou Per ik ly tos? 

 As duas ayas citadas no início desta seção falam de um profeta ou mensageiro que teria sido descrito tanto naTaurat como no Injil, incapaz de ler ou escrever, que viria posteriormente a Jesus e que se chamaria “Ahmed”. Osmuçulmanos fizeram diversas tentativas, a partir de meados do século X, de encontrar versos na Bíblia que,supostamente, falariam a respeito de Maomé, versos como Gênesis 16:9-12; 17:20-21; 21:21 e Deuteronômio33:2 e 12. Os argumentos muçulmanos baseados sobre estes textos oferecem pouquíssima resistência contrauma análise mais apurada do texto e, por isso, não dedicaremos tempo ao estudo dos mesmos neste momento.

Outro texto freqüentemente citado pelos muçulmanos como prova definitiva da existência de uma profecia comrespeito a Maomé encontrada no Novo Testamento é o de João 14:16 e 16:7. É do conteúdo destas passagens

que trataremos a partir de agora.

Leia em sua Bíblia as passagens mencionadas (João 14:16 e 16:7).

 A discussão tem origem na palavra “Consolador”. Todo o mal-entendido que separa judeus, cristãos emuçulmanos provém da maneira pela qual se pronuncia ou se escreve a palavra “parakletos”, traduzida pelostradutores dos Evangelhos como “Consolador”. Popularmente, existem duas formas distintas de se soletrar estapalavra – “parakletos” e “periklytos”.

Os muçulmanos, conscientes de que o Novo Testamento foi originalmente escrito em grego, optaram por escolher a segunda forma da palavra, “periklytos”, que em grego significa “glorioso”, ao invés e “parakletos”, cujosignificado é “conselheiro” ou “advogado”.

Em defesa do texto corânico, os muçulmanos alegam que João 14:16 e 16:7 são nada menos do que profecias arespeito da vinda de Maomé, uma vez que a palavra “periklytos” (glorioso) se refere ao “Ahmed”, mencionado na

sura 61:6, uma das formas do nome “Maomé”, uma vez que ambos os nomes significam “o louvado”. 

2. O grego confirma a presença da palavra “parakletos” no text o : 

Os muçulmanos tentaram, então, substituir as vogais como mais lhes fosse conveniente, trocando a seqüência “a-a-e-o” em “parakletos” pela seqüência “e-i-y-o”, em “periklytos”. Tanto no hebraico, como no árabe, háintermináveis discussões quanto ao real sentido que o autor desejava dar a uma palavra que, originalmente, nãoconta com vogais em sua construção (como, por exemplo, em “YHWH”); entretanto, tal debate jamais aconteceem grego, uma vez que as vogais são claramente grafadas nas palavras de todos os textos gregos.

 Abullah Yusuf Ali, ao se referir a esta passagem em suas notas de rodapé no Corão, diz: “Nossos doutoresafirmam, categoricamente, que “Paracletos” é uma forma corrupta de “periklytos” e que, em seu discurso original,Jesus profetizara a respeito de nosso Santo Profeta Ahmed, mencionando-o pelo nome” (pg. 14:61, nota nº 5438). 

3. Os manuscritos gregos confirmam a presença da palavra “parakletos” no texto: 

Teria sido muito de grande valia se, antes de construir este argumento tão equivocad o, Ali e seus “letrados”doutores tivessem consultado os manuscritos existentes (incluindo dois dos mais antigos  – o Código Sinaítico e oCódigo Alexandrino, ambos disponíveis no Museu Britânico, em Londres).

Existem mais de 70 manuscritos gregos em existência nos dias de hoje (inclusive o livro de João), escritos muitotempo antes de Maomé e, curiosamente, nenhum deles utiliza a palavra “periklytos”, ao contrário, todos elestrazem a palavra “parakletos” presente no texto original. Ainda mais grave – a palavra “periklytos” nem sequer aparece na Bíblia! Assim, como podem os muçulmanos aplicar tal palavra nestes dois casos?

4. Então Maomé simplesmente não pode ser o “parakletos”: 

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 Assim sendo, por que os muçulmanos persistem em se agarrar com tanto afinco à errônea tradução destapalavra? Obviamente, como mencionamos anteriormente, Yusuf Ali e seus amigos possuem um profundo desejode encontrar qualquer profecia referente à vinda de Maomé, não importando se na Taurat, ou no Injil. O fato é quenão somente o Corão menciona que a referida profecia existe nas escrituras precedentes, como, ainda maisdanoso para os dias de hoje, sem a suposta predição, o único critério para determinar a autoridade de Maomécomo profeta é caracterizado por um pensamento inválido e cíc lico, que, em termos gerais, diz: “Maomé recebe

sua autoridade do Corão, que recebe sua autoridade de Maomé, que recebe sua autoridade do Corão,...” e assim,sucessivamente. Não existe qualquer fonte de autoridade externa a este ciclo que confira ao profeta acredibilidade da qual ele necessita para ser reconhecido como tal.

 A evidência da dita profecia entregue por Jesus a respeito de Maomé simplesmente não existe no Injil, o que geraum grave problema para os muçulmanos que, por sua vez, se vêem na ingrata obrigação de fabricar outroscritérios externos, na tentativa de defender a autenticidade de seu profeta. Trata-se de uma tarefa inviável, por cuja realização eu, particularmente, não gostaria de ser o responsável.

5. Então, quem é o “parakletos”? 

Os muçulmanos enfrentam ainda um outro problema ao argumentarem a respeito destes dois versos. João 14:16diz: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre...”. A maioria dosmuçulmanos cita somente a primeira metade deste verso, bem como somente a primeira metade do verso 7 deJoão 16 e, então, fecham a Bíblia.

O que eles falham em compreender é que, exatamente como no caso da maioria das obras literárias, éextremamente perigoso tentar interpretar qualquer verso ou mesmo frase sem, primeiro, analisar seu contexto.

Se prosseguirmos na leitura deste texto, lendo além dos capítulos 14 e 16, veremos que Jesus prediz os detalhesespecíficos da vinda e da identidade do “parakletos”. Portanto, de acordo com o contexto dos capítulos 14 e 16 deJoão, concluímos que:

a. Segundo Jesus, o Espírito Santo não é um ser humano:  14:16  –  “...para que fique convosco para sempre” (um ser humano não vive para

sempre).   14:17 – “O Espírito da Verdade...” (um ser humano difere de um espírito).   14:17 – “... que o mundo não vê...” (um humano é visível).   14:17 – “... nem o conhece...” (um ser humano é conhecido por outros).   14:17 – “... estará em vós...” (um ser humano não pode estar em outros). 

b. Segundo Jesus, o “parakletos” tem uma missão específica: guiar os homens aJesus.  14:26 – “... que o Pai enviará em meu (de Jesus) nome...”.   14:26 – “... vos fará lembrar de tudo quanto eu (Jesus) vos tenho dito”.   16:8 – “... convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”.   16:14 – “Ele me (Jesus) glorificará...”. 

c. Finalmente, Jesus disse ser o “parakletos” um espírito:   14:17 – “O Espírito de verdade...”.   14:26 – “... aquele Consolador, o Espírito Santo...”. 

6. ”Parakletos” – o Espírito Santo, que veio 50 dias mais tarde:

O contexto deixa claro que nenhum profeta humano nem tampouco qualquer ser angelical pode ser qualificadocomo sendo o “parakletos”. Consideremos o que estes versos dizem: Ele estará com os homens para sempre,não será conhecido e nem visto pelo mundo, mas habitará nos homens e terá por missão o relembrar às pessoasa respeito da obra de Jesus, ao mesmo tempo em que O glorificará. Somente um ser há que se encaixa em todosestes requisitos: o Espírito Santo do Injil, a quem Jesus claramente identifica como o “parakletos”. Este é o únicocapaz de cumprir todas as exigências listadas acima.

Em Atos 1, Jesus, quarenta dias após ter mencionado o Espírito Santo pela primeira vez e pouco antes de ser elevado aos céus, uma vez mais fala sobre este “presente”: 

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  Verso 4: “...que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes”.   Verso 5: “...vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias”. 

É obvio que o Consolador do qual Jesus fala nestas passagens é, sem qualquer sombra de dúvida, o EspíritoSanto, que desceu com poder, 50 dias após estas promessas terem sido feitas aos discípulos, no dia dePentecostes (que, traduzido, quer dizer “Quinquagésimo dia”), 537 anos antes da vinda de Maomé.  

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CONCLUSÃO

Finalmente, o que pudemos aprender com este conteúdo? Iniciamos o estudo questionando se Maomé pode ser 

classificado como sendo um verdadeiro profeta de Deus. Apresentamos as opiniões e posições muçulmanas,esclarecendo que os muçulmanos defendem a autoridade profética de Maomé baseados nos testemunhossobrenaturais quanto a seu ministério profético durante sua infância, alem do fato de que ele tenha sido oreceptáculo do Corão, mesmo sendo analfabeto, e pelo fato de que tanto suas profecias como seus milagresindicam seu caráter profético.

Em seguida, apresentamos refutações contra todos os quatro argumentos e, tendo fornecido quatro outroscritérios baseados nas Escrituras, concluímos que Maomé simplesmente não é aprovado em nenhuma destasquatro categorias.

Então, nos aprofundamos mais na questão ao questionarmos se a mensagem de Maomé era voltada tão somenteaos árabes ou se era de caráter universal. Ainda que estes versos possam ser encontrados no Corão (quesustenta ambas as opções), observamos que esta revelação particular havia possivelmente evoluído e sidodirecionada à realidade politeísta da Arábia daquela época.

Questionamos também se Maomé poderia ter sido um profeta aos judeus e aos cristãos e ficamos estarrecidoscom a violência usada por Maomé contra estes dois grupos.

Neste ponto, o questionamento passou a ser a respeito de Maomé poder ou não ser considerado “o selo dosprofetas”. Ao compará-lo a Jesus e aos profetas precedentes, logo comprovamos que Maomé nem mesmo seaproxima daqueles. Ele não somente faz concessões quanto a suas profecias às pessoas a seu redor, comotambém possui enorme apetite sexual, ao mesmo tempo em que se eleva quase à posição de Allah. Finalmente,ele próprio reconhece que cometera pecado e, por isso, necessita de perdão.

Em todas as categorias, Maomé falha em convencer-nos quanto a poder ser considerado como um verdadeiroprofeta de Deus. Entretanto, nossos questionamentos ainda não haviam se esgotado. Precisaríamos ainda,investigar se outros profetas, em algum lugar, haviam profetizado a respeito de Maomé anteriormente à sua vinda.

Nas suras 7:157 e 61:6, lemos a respeito de um profeta, “Ahmed” (ou “Maomé”), que fora predito, muito tempoantes, na Taurat (Torá) e no Injil (Evangelho). Pelo fato d e estas suras estarem inclusas na “eterna e perfeita

revelação” para os muçulmanos, é imperativo, portanto, que estas passagens sejam encontradas, pois, sem elas,Maomé não conta com nenhuma outra evidência para provar seu caráter profético além de seu própriotestemunho.

 A palavra e autoridade de Maomé eram suficientes em si mesmas naquele dias “impetuosos e obstinados” doséculo VII, quando ninguém ousava contradizer sua alegação quanto ao próprio ministério profético, um tempo emque revelações um tanto convenientes eram “enviadas” regularmente para conceder -lhe credibilidade diante deseu povo. Mas hoje, fora do domínio da autoridade e da jurisdição islâmicas, e na trilha de um pensamento críticorevigorado e contínuo, os homens demandam mais provas, sem as quais a autoridade sustentadora da fé de maisde um bilhão e meio de muçulmanos repousa unicamente sobre o testemunho solitário de um homem finito, denome Maomé. Muitas das crenças oriundas das revelações do profeta do islã são radicalmente opostas àsrevelações contidas nas duas Escrituras que o precederam, aliás, as mesmas Escrituras pesquisadas pelosmuçulmanos nos dias de hoje em busca de uma profecia a respeito de seu profeta, que lhe possa conferir acredibilidade necessária.

Não existem, no entanto, quaisquer passagens na Taurat ou no Injil (essencialmente, o Antigo e NovoTestamentos) que mencionem o profeta do islã. Nem sequer uma única predição.

Os muçulmanos certamente evocarão a passagem de Deuteronômio 18, ou a de Cantares de Salomão 5:16, ouainda os textos de João capítulos 14 e 16, como sendo passagens referentes a “Ahmed”, ou “Maomé”. Entretanto,seria este um argumento legítimo? Poderia este “profeta semelhante a Moisés”, “o prometido”, “o consolador”, ser um simples homem, um mero profeta, ou estas profecias se referem a alguém muito superior a um ser humanofinito? Não seria este o Próprio Deus, na forma de um homem ou, como encontramos em João, na forma doEspírito Santo?

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 À medida que lemos estes versos e consideramos o que foi dito até aqui, somos profundamente encorajados pelofato de que, sem sombras de dúvidas, servimos ao Verdadeiro Deus, Aquele que decidiu revelar-Se a nós demaneira clara e simples, de Gênesis ao Apocalipse, munido do firme propósito de retomar um relacionamentoconosco, seres por Ele criados, vindo até nós na forma de um homem da linhagem de Moisés, relacionando-Seconosco pelo Espírito Santo, mediando a presença de Cristo em nós.

Por não entenderem Deus nestes parâmetros, não é de nos surpreender que os muçulmanos estejam confusos

quanto ao fato de que ser Jesus, e não Maomé, o prometido que levaria a cabo a missão da reconciliação entre ohomem e Deus, e é o Espírito Santo o prometido para dar continuidade a esta mesma missão nos dias de hoje,aqui e agora, até que todos estejamos uma vez mais a Seu lado por toda a Eternidade... contanto quesimplesmente creiamos.