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Manuela Sanches-Ferreira [email protected] Escola Inclusiva VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA P ARA T ODOS”. VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA P ARA T ODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Page 1: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Manuela Sanches-Ferreira

[email protected]

Escola Inclusiva

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS”.

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Adaptado de Steer (2009)

Filosofia (Valores/Definiçã

o)

Implementação (Prática)

Legislação

ENSINO / AVALIAÇÃO

G

U

I

Ã

O

2VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 3: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

“o movimento de inclusão foi, em primeira instância, um movimento de educação especial” (Finley Snyder, 1999 cited in Shaddock et al., 2009)

Evolução do Entendimento da Educação Inclusiva

Legislação

Implementação

Filosofia

Como organizar a educação especial para ensinar os alunos com incapacidades

(Florian, 2008)

Como organizar a escola para ensinar todos os alunos em risco educativo

(Arduin, 2015; Thomas, 2013)

BASEADA NO LOCAL

• Inclusão como a integração de alunos com deficiência numa sala de aula regular;

ESPECÍFICA INDIVIDUALIZADA

• Inclusão como resposta às necessidade sociais e académicas dos alunos com deficiência;

Educação para alunos com incapacidades

GERAL INDIVIDUALIZADA COMUNIDADE

• Inclusão como resposta às necessidades sociais e académicas de todosos alunos.

• Inclusão como meio de criar comunidades.

Educação para todos os alunos

Ad

aptad

o d

e Go

ransso

n&

Nilh

olm

, 2014

3VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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“o movimento de inclusão foi, em primeira instância, um movimento de educação especial” (Finley Snyder, 1999 cited in Shaddock et al., 2009)

Evolução do Entendimento da Educação Inclusiva

Legislação

Implementação

Filosofia

Como organizar a educação especial para ensinar os alunos com incapacidades

(Florian, 2008)

Como organizar a escola para ensinar todos os alunos em risco educativo

(Arduin, 2015; Thomas, 2013)

BASEADA NO LOCAL

• Inclusão como a integração de alunos com deficiência numa sala de aula regular;

ESPECÍFICA INDIVIDUALIZADA

• Inclusão como resposta às necessidade sociais e académicas dos alunos com deficiência;

Educação para alunos com incapacidades

GERAL INDIVIDUALIZADA COMUNIDADE

• Inclusão como resposta às necessidades sociais e académicas de todosos alunos.

• Inclusão como meio de criar comunidades.

Educação para todos os alunos

Ad

aptad

o d

e Go

ransso

n&

Nilh

olm

, 2014

4

Alguns alunos podem necessitar de mais tempo, mais prática, mais repetições, podem apresentar um

progresso mais lento, realizar menos tarefas,... mas as estratégias que garantem bons resultados são as

mesmas, independentemente das razões por detrás das não aprendizagens

Florian, 2018

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Diferentes Definições de Educação Inclusiva

Legislação

Implementação

Filosofia

5

UN, 1990 – Declaração Mundial sobre Educação para Todos – Jomtien, Tailândia• Todos os indivíduos devem ter acesso a oportunidades de aprendizagem para que possam desenvolver as

suas potencialidades e participar ativamente no seu progresso.

UNESCO, 1994 – Declaração de Salamanca

• Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos

• A escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos às especificidades da escola

• O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças

• As escolas inclusivas são a forma mais eficaz de combater atitudes discriminatórias

UN, 2006 – Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência

• Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Com vista ao exercício deste direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes asseguram um sistema de educação inclusiva a todos os níveis e uma aprendizagem ao longo da vida (Artigo 24.º)

UNESCO, 2009

• Um sistema educativo só pode ser inclusivo se as escolas regulares se tornarem mais inclusivas, isto é, se melhorarem a educação de todas as crianças e jovens

UNICEF, 2015

• Educação inclusiva significa criar nas escolas regulares ambientes de aprendizagem e de ensino para todas as crianças, independentemente das diferenças da origem socioeconómica, incapacidade, raça, cor, orientação sexual, religião e etnia…

ESCOLA INCLUSIVA - MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Diferentes Definições de Educação Inclusiva

Legislação

Implementação

Filosofia

6

UN, 1990 – Declaração Mundial sobre Educação para Todos – Jomtien, Tailândia• Todos os indivíduos devem ter acesso a oportunidades de aprendizagem para que possam desenvolver as

suas potencialidades e participar ativamente no seu progresso.

UNESCO, 1994 – Declaração de Salamanca

• Independente das diferenças individuais, a educação é direito de todos

• A escola deve adaptar–se às especificidades dos alunos, e não os alunos às especificidades da escola

• O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças

• As escolas inclusivas são a forma mais eficaz de combater atitudes discriminatórias

UN, 2006 – Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência

• Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Com vista ao exercício deste direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os Estados Partes asseguram um sistema de educação inclusiva a todos os níveis e uma aprendizagem ao longo da vida (Artigo 24.º)

UNESCO, 2009

• Um sistema educativo só pode ser inclusivo se as escolas regulares se tornarem mais inclusivas, isto é, se melhorarem a educação de todas as crianças e jovens

UNICEF, 2015

• Educação inclusiva significa criar nas escolas regulares ambientes de aprendizagem e de ensino para todas as crianças, independentemente das diferenças da origem socioeconómica, incapacidade, raça, cor, orientação sexual, religião e etnia…

Pontos em comum:

Assentam na premissa de que TODOS os alunos têm direito à educação;

Têm subjacentes valores como participação, democracia, benefício, acesso igualitário, qualidade, equidade e justiça;

A inclusão implica participação na cultura escolar e curricular para TODOS os alunos.

A educação inclusiva é então, acima de tudo, um imperativo moral:

• facilmente aceite e dificilmente contestável (Haug, 2017)

• não necessita suporte empírico (Cara, 2013; Lindsay, 2007)

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Legislação

Implementação

Filosofia

ONDE SE ENCONTRA PORTUGAL?

7VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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“o movimento de inclusão foi, em primeira instância, um movimento de educação especial” (Finley Snyder, 1999 cited in Shaddock et al., 2009)

Diferentes Definições de Educação Inclusiva

Legislação

Implementação

Filosofia

BASEADA NO LOCAL ESPECÍFICA INDIVIDUALIZADA GERAL INDIVIDUALIZADA COMUNIDADE

Decreto-Lei N.º 3/2008Decreto-Lei N.º 319/91 Decreto-Lei N.º 54/2018

Escola aberta a alunos com NEE numa perspectiva de escola para todos;

O regime educativo especial consiste na adaptação das condições em que se processa o ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educativas

especiais

Os apoios especializados visam responder às needos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e da participação, num ou vários

domínios de vida, decorrentes de alteraçõesfuncionais e estruturais

A escola tem por objectivo promover competências universais que permitam a autonomia e o acesso à

condução plena da cidadania por parte de todos

A escola deve responder à diversidade das necessidades e potencialidades de todos e

de cada um dos alunos, através do aumento da participação nos processos de

aprendizagem e na vida da comunidade educativa

Escola num processo de mudança cultural, organizacional e operacional

8VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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DECRETO-LEI N.º54/2018Educação para TODOS os alunos

Implementação

Legislação

Filosofia

Princípios orientadores da educação inclusiva (Artigo 3.º)

Educabilidade universal

Equidade

Inclusão

Personalização

Flexibilidade

Autodeterminação

Envolvimento parental

Modelo de intervenção multinível (medidas universais, selectivas e adicionais)

Recursos específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão

Implementação

Legislação

Centro de Apoio à Aprendizagem

Equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva

9

Estratégia Nacional de

Educação para a Cidadania Programa

Nacional de Promoção do

Sucesso Escolar

Autonomia e flexibilidade

curricular

12 Anos de escolaridade obrigatória

Redução do tamanho da

turma

Aprendizagens Essenciais

Perfil do Aluno à Saída da

Escolaridade Obrigatória

D.L. n.º 54/2018

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Princípios orientadores da educação inclusiva (Artigo 3.º)

Educabilidade universal

Equidade

Inclusão

Personalização

Flexibilidade

Autodeterminação

Envolvimento parental

Modelo de intervenção multinível (medidas universais, selectivas e adicionais)

Recursos específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão

Implementação

Legislação

Centro de Apoio à Aprendizagem

Equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva

10

Estratégia Nacional de

Educação para a Cidadania Programa

Nacional de Promoção do

Sucesso Escolar

Autonomia e flexibilidade

curricular

12 Anos de escolaridade obrigatória

Redução do tamanho da

turma

Aprendizagens Essenciais

Perfil do Aluno à Saída da

Escolaridade Obrigatória

D.L. n.º 54/2018

Congruência da legislação portuguesa do ponto de vista da filosofia e dos dispositivos legais de

suporte à implementação

DECRETO-LEI N.º54/2018Educação para TODOS os alunos

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Educação Inclusiva e Educação para TODOS os alunos

11

O debate deixou de ser acerca de “O QUE É A INCLUSÃO OU PORQUE É NECESSÁRIA” para ser

“COMO CONSEGUIREMOS ALCANÇÁ-LA, COMO SE FAZ”Agência Europeia para as Necessidades Especiais e a Educação Inclusiva (EASNIE, 2014

Embora alguns possam dizer que testemunhamos a "globalização da inclusão", ainda

restam dúvidas sobre de que modo se “espalhou“ (Graham & Jahnukainen, 2011)

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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DESAFIOS

Inclusão passou, não raramente, a ser sinónimo de Escola para Todos, o que a torna mais complexa e exigente de

colocar em prática

1. Entre o discurso de equidade e o discurso de excelência

2. Entre o ensino de qualidade para todos e a ausência de recursos

3. Entre a inclusão como oportunidades de aprendizagem e a inclusão como colocação nas escolas.

12

Educação Inclusiva e Educação para TODOS os alunos

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Exemplo – Dinamarca

13

Shaddock, 2006

Implementação de um esquema de monitorização baseado em indicadores, para alcançar as novas metas nacionais quantificáveis, segundo as quais 80% dos alunos devem ter proficiência em leitura e matemática, e o número de melhores alunos deve aumentar a cada ano

Discurso de excelência que não se correlaciona com o discurso de equidade

Exemplo – Portugal

1. DESAFIO – o discurso de equidade e o discurso de excelência

Entre 2015 e 2018

Transição: de 92,1% para 94,9% no ensino básico; de 83,4% para

86,1% no ensino secundário

DGEEC, 2017

Estudantes portugueses apresentam resultados "significativamente superiores" à média da OCDE nos testes PISA em ciências e leitura

(PISA, 2015)

Aumento progressivo do número de alunos com necessidades educativas especiais a frequentar o 3.º ciclo e o ensino secundário

DGEEC, 2017

Mais de metade (57%) dos alunos com CEI passa menos de 40% do

tempo letivo com a turma e quase 30% passam menos de 20% do

tempo com a turma

DGEEC, 2017Engsig & Johnstone, 2015

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 14: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Exemplo – Dinamarca

14

Shaddock, 2006

Implementação de um esquema de monitorização baseado em indicadores, para alcançar as novas metas nacionais quantificáveis, segundo as quais 80% dos alunos devem ter proficiência em leitura e matemática, e o número de melhores alunos deve aumentar a cada ano

Discurso de excelência que não se correlaciona com o discurso de equidade

Exemplo – Portugal

1. DESAFIO – o discurso de equidade e o discurso de excelência

Entre 2015 e 2018

Transição: de 92,1% para 94,9% no ensino básico; de 83,4% para

86,1% no ensino secundário

DGEEC, 2017

Estudantes portugueses apresentam resultados "significativamente superiores" à média da OCDE nos testes PISA em ciências e leitura

(PISA, 2015)

Aumento progressivo do número de alunos com necessidades educativas especiais a frequentar o 3.º ciclo e o ensino secundário

DGEEC, 2017

Mais de metade (57%) dos alunos com CEI passa menos de 40% do

tempo letivo com a turma e quase 30% passam menos de 20% do

tempo com a turma

DGEEC, 2017

Educação para TODOS falta de

monitorização do sistema educativo como um

todo

Engsig & Johnstone, 2015

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

ESCOLA INCLUSIVA - MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Os professores consideram não ter as

condições de trabalho adequadas para

lidar com os desafios da educação

inclusiva numa perspectiva de ensino

para todos.(Kreitz-Sandberg, 2015; Norwich, 2014)

PROFESSORES

2. DESAFIO – ensino de qualidade para todos e ausência de recursos

15

Shaddock, 2006

Barreiras percebidas pelos professores:

Falta de tempo;

Dificuldade em individualizar dentro do grupo;

Formação e recursos inadequados;

Falta de suporte da escola.

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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O ensino numa sala de aula regular poderá diminui o acesso

a serviços especializados

3. DESAFIO – a inclusão como oportunidades de aprendizagem e a

inclusão como colocação nas escolas

16

(Norwich, 2008)

A solução inclusiva é reunir estas duas

alternativas e combiná-las

(Hansen e Qvortrup 2013; Norwich 2014)

Risco de que os interesses dos alunos com incapacidades se tornem secundários ou negligenciados relativamente a outros interesses de minorias, como género ou estatuto social

(Kreitz-Sandberg, 2015; Norwich, 2014)

CARÁTER DILEMÁTICO DO CONCEITO DE INCLUSÃO

O ensino em ambientes separados resulta em exclusão e

desvalorização

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Educação Inclusiva e Educação para TODOS os alunos

17

POLÍTICAS SUBSTANTIVAS /MATERIAIS(Taylor et al., 1997)

POLÍTICAS SIMBÓLICAS

Inclusão como INTENÇÃOInclusão como PRÁTICA

AUMENTAR O USO DE EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS DE QUALIDADE PARA SUSTENTAR AS PRÁTICAS DE ENSINO

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Educação Inclusiva e Educação para TODOS os alunos

18

Como fazer para que o D.L. n.º 54 / 2018 não se

torne numa política simbólica na sua

implementação?

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

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Modelo Multinível nos Sistemas de Saúde

Sistema de Saúde

Reduzir a incidência e a prevalência

das doenças

Aumentar a saúde enquanto bem-estar

físico, psíquico e social

19

Prevenção terciária:

Reduzir as complicações

do estado de doença,

reabilitação

Prevenção secundária:

Tratar sintomaticamente e restituir a saúde tanto

quanto possível

Prevenção Primária:

Identificação precoce dos factores de risco e promoção

de saúde

e.g. controlo de danos;

internamento; amputação,

e.g. tomar medicação específica (insulina);

e.g. ações de sensibilização nos centros de saúde, nos canais de

entretenimento;

Profissionais

e.g., médicos, enfermeiros, outros profissionais

Protocolos

e.g., Programa Nacional de Controlo da Diabetes; adequados por faixa etária;

Duração

e.g., curta-duração ouprolongada/crónica

Indicadores

e.g., manifestaçõessintomáticas, resultados de análises;

Adaptado de Simeonsson, 2015

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 20: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Prevenção

Terciária:

Evitar as restrições associadasà situação de incapacidade, i.e., reabilitação, instrução

especializada, intensiva, dirigida por objectivos

Prevenção Secundária:

Intervir sintomaticamente, i.e., nas aprendizagens emque o aluno está a ter dificuldade, dando reforço

nessas áreas de conhecimento/competência por forma a impedir, dificultar a passagem ao terceiro nível

Prevenção Primária:

Identificação precoce dos factores de risco de

aprendizagem com vista à sua promoção

Sistema Educativo

Reduzir as não aprendizagens e as

restrições na participação

Aumentar as aprendizagens e a

participação

Necessidades comuns ou gerais

Necessidades distintas

Necessidades únicas

Sanches-Ferreira, 2015

20

Modelo Multinível na Educação Inclusiva

e Educação para todosSanches-Ferreira, 2015

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 21: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Modelo Multinível na Educação Inclusiva

e Educação para todos

Prevenção

Terciária:

Evitar as restrições associadasà situação de incapacidade, i.e., reabilitação, instrução

especializada, intensiva, dirigida por objectivos

Prevenção Secundária: Intervir sintomaticamente, i.e., nas aprendizagens em

que o aluno está a ter dificuldade, dando reforço nessasáreas de conhecimento/competência por forma a

impedir, dificultar a passagem ao terceiro nível

Prevenção Primária:

Identificação precoce dos factores de risco de

aprendizagem com vista à sua promoção

Necessidades comuns ou gerais

Necessidades distintas

Necessidades únicas

Recursos humanos (docentes,

staff, família, pares,

profissionais)

Estratégias de ensino,

indicadores, tempos,

tecnologias de apoio,

equipamentos, avaliação,

Supervisão, protocolos

Sanches-Ferreira, 2015

21

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 22: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Legislação

Implementação

Filosofia

22

Ensino e aprendizagem especializados e individualizados, frequentemente vinculados a um PEI e a apoio externo

Ensino adaptado e suporte intensivo com base na identificação das necessidades ao nível de escola

Ensino flexível e oportunidades de aprendizagens na sala de aula

Recursosalocados a alunos

individuais que precisam de

suporte adicionalintensivo

Recursos alocados a escolaspara grupos de alunos em riscoeducativo que necessitam de

suporte adicional

Recursos alocados a escolas para a educação de todos os alunos

in EASNIE (2016)

Financiamento Tipo de intervenção

FINANCIAMENTOEASNIE (2016)

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 23: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

23

PaísAlunos com

incapacidade

Alunos com NSE

baixoAlunos sobredotados

Alunos de minorias étnicas

(língua materna não-

nacional)

Alunos com

dificuldades de

aprendizagem

Croácia X X X X X

Estónia X - - X -

Finlândia X X - X X

Itália X - - - -

Letónia X - - X -

Lituânia X - X X X

Luxemburgo X - - - X

Malta X - - - -

Países Baixos X - - X -

Noruega X - - X X

Polónia X - - - -

Portugal X - - - -

Eslovénia X - - X X

Suécia X - - - -

RU(Inglaterra) X X - X X

RU (Escócia) X X - X X

RU (Paíse de Gales) X X - X X

Mapa de Financiamento da Educação Inclusiva

Ad

aptad

o d

e Euro

pean

Agen

cy, 2011

Adaptado de EASNIE (2016)

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 24: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

24

PaísAlunos com

incapacidade

Alunos com NSE

baixoAlunos sobredotados

Alunos de minorias étnicas

(língua materna não-

nacional)

Alunos com

dificuldades de

aprendizagem

Croácia X X X X X

Estónia X - - X -

Finlândia X X - X X

Itália X - - - -

Letónia X - - X -

Lituânia X - X X X

Luxemburgo X - - - X

Malta X - - - -

Países Baixos X - - X -

Noruega X - - X X

Polónia X - - - -

Portugal X - - - -

Eslovénia X - - X X

Suécia X - - - -

RU(Inglaterra) X X - X X

RU (Escócia) X X - X X

RU (Paíse de Gales) X X - X X

Mapa de Financiamento da Educação Inclusiva

Ad

aptad

o d

e Euro

pean

Agen

cy, 2011

Adaptado de EASNIE (2016)

Para que os alunos não progridam napirâmide dos suportes é necessárioque uma grande quantidade dosrecursos estejam alocados na base

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

VII CONVENÇÃO NACIONAL “DESAFIOS E EXIGÊNCIAS DA ESCOLA PARA TODOS” - ESCOLA INCLUSIVA, MANUELA SANCHES-FERREIRA 2019

Page 25: Manuela Sanches-Ferreira - Fapemaia...escolaridade obrigatória Redução do tamanho da turma Aprendizagens Essenciais Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória D.L. n.º

Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

FINANCIAMENTO

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

25

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadores

Padrão

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

FINANCIAMENTO

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

26

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Avaliação sistemática e intencional do aluno ao longo do programa com vista à adequação do ensino ou do nível de

resposta

Identificação, planificação e apoio aos alunos com dificuldades no acesso ao currículo; a intensidade das respostas aumenta em função das necessidades

de suporte dos alunos

Critérios definidos no programa de intervenção de acordo com o

currículo para cada nível de resposta; utilização de medidas baseadas no

currículo escolar; avaliação da leitura, da escrita, da matemática, etc

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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27

Questões associadas ao Modelo multinível RTI

Decreto-Lei n.º 54/2018 ?

Avaliação e Intervenção

Profissionais

Prevenção

Quão precocemente estão a ser identificados os alunos em risco?

Que actividades de prevenção são adoptadas e quem as executa?

Quais os factores de risco educativo e como estão a ser medidos em cada um dos níveis?

Qual a sequência de procedimentos para reduzir a incidência, a prevalência e as complicações das não-aprendizagens?

Quais os instrumentos para medir a aprendizagem?

Quais os critérios para decidir que os alunos necessitam de respostas de diferentes níveis?

Qual a duração da intervenção em cada um dos níveis?

Que espaço existe para as reuniões entre profissionais?

Qual o papel de cada profissional na intervenção em cada um dos níveis?

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

FINANCIAMENTO

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

28

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadoresStandards

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

FINANCIAMENTO

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

29

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Os dados do aluno (académicos e comportamentais) são recolhidos de forma sistemática e estandardizada

pelos professores

Identificação e suporte dos comportamentos expectáveis em

contexto escolar e redução / eliminação dos comportamentos

problemáticos com vista aodesenvolvimento óptimo de todos

A escola fornece critérios e grelhas de implementação do PBIS comuns a todos os profissionais; estabelece

procedimentos a aplicar quando há incumprimento dos alunos

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Interferem com:

a aprendizagem

o ensino

a vida familiar

a vida social

Podem provocar danos no próprio e nos outros

Podem levar à restrição na participação;

Porque é que as questões do comportamento são - cada vez -

mais importantes?

A importância dos comportamentos

• 20% dos alunos — apresentam problemas de comportamento (K) prejudiciais ao funcionamento da aula, com impacto negativo no professor e nos colegas, comprometendo o funcionamento da sala de aula e a aprendizagem (Brauner & Stephens, 2006; Satcher, 2004).

• As turmas com alunos com problemas de K têm menos 4 horas de ensino por semana. (U.S. Department of Education [USDOE], 2006; Walker, Ramsey, & Gresham, 2004).

• O tempo de aula dedicado ao ensino e à aprendizagem diminuiu nos últimos 5 a 10 anos nos países da OCDE (TALIS, 2018)

• Em Portugal, os docentes dedicam em média 74% do tempo de aula ao ensino e à aprendizagem (média da OCDE – 78%), e 15,7% a manter a ordem na sala (média da OCDE – 13,1%) (OCDE, 2019)

• 85% dos professores dizem ter que acalmar ou controlar alunos com comportamentos disruptivos frequentemente (média OECD: 65%) (OCDE, 2019)

• Os professores despendem de mais tempo na gestão de sala de aula, mas sentem-se menos capazes de o fazer com eficácia (OCDE, 2019)

• 76,4% dos professores portugueses apresentam sintomas de exaustão esgotamento emocional, apontando causas à excessiva burocracia e às dificuldades em lidar com a indisciplina dos alunos; mais de metade dos professores inquiridos sentem níveis de stress laboral elevado na sua profissão (Varela et al., 2018)

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

FINANCIAMENTO

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Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

31

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadoresStandards

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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• Recursos financeiros

– Alocados de acordo com a % de alunos em cada nível de suporte

• Recursos humanos:

– Rácio professor/aluno

– Diferentes professores ou outro profissional

– Formação aos professores e a outros profissionais

32

FINANCIAMENTO

Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

Financiamento

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

RECURSOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO

PROFISSIONAL

Liderança

33

Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadoresStandards

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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34

PaísAlunos com

incapacidade

Alunos com NSE

baixoAlunos sobredotados

Alunos de minorias étnicas

(língua materna não-

portuguesa)

Alunos com

dificuldades de

aprendizagem

Croácia X X X X X

Estónia X - - X -

Finlândia X X - X X

Itália X - - - -

Letónia X - - X -

Lituânia X - X X X

Luxemburgo X - - - X

Malta X - - - -

Países Baixos X - - X -

Noruega X - - X X

Polónia X - - - -

Portugal X - - - -

Eslovénia X - - X X

Suécia X - - - -

RU(Inglaterra) X X - X X

RU (Escócia) X X - X X

RU (Paíse de Gales) X X - X X

Mapa de Financiamento da Educação Inclusiva

Ad

aptad

o d

e Euro

pean

Agen

cy, 2011

Adaptado de EASNIE (2016)

Para que os alunos não progridam napirâmide dos suportes é necessárioque uma grande quantidade dosrecursos estejam alocados na base

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Aluno – representam 50% do sucesso

Professores – representam 30% do sucesso, confirmando a importância da utilização de estratégias de

ensino fundamentadas empriricamente

Escolas – representam 5–10% do sucesso. Esta influência é mediada principalmente através dos diretores

Pares – representam 5–10% do sucesso

Casa – representam 5–10% do sucesso, especialmente através das expetativas e encorajamento parentais

Influência no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos

35

RECURSOS HUMANOS E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Mitch

ell, 20

14

Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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Diferentes profissionais dentro da sala de aula Especialização dos professores

Educação Inclusiva e Educação para TODOS os alunos

Modelo Multinível

36

Professor de ensino regular

Professor de apoio à aprendizagem

Professor de educação especial

Psicólogos, terapeutas, outros

Responsabilidade de ensinar TODOS os alunos, ajudando os alunos com necessidades adicionais de suporte a atingir os objetivos estabelecidos nos seus Planos Educativos Individuais

Garante um ensino adicional, sobretudo nas áreas académicas (e.g., matemática…) a alunos com baixo desempenho

Pode facilitar a gestão, organização e coordenação de intervenções e, se necessário, aconselhar e apoiar outros professores

Ensino dos alunos, individualmente, em pequenos grupos, em aulas extra ou através do ensino cooperativocom os colegas

Também deve ter um papel de consultoria, aconselhamento e apoio a outros funcionários e auxiliares nagestão e implementação de políticas e procedimentos inclusivos para toda a escola

Responsáveis pelo apoio especializado ao alunos (e.g., coordenação da intervenção, trabalho com os pais) Consultoria e aconselhamento e apoio a outros profissionais

Legislação

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Factores associados a uma implementação bem-sucedida do Modelo Multinível

Financiamento

RTI - Resposta à Intervenção

Foco nos resultados académicos

-

PBIS – Intervenção / Suporte aos Comportamentos Positivos

Foco nos comportamentos

-

MTSS – Sistema de SuporteMultinível

Foco nas barreiras à aprendizagem

Recursos humanos e Desenvolvimento

profissional

LIDERANÇA

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Adaptado de Harlacher e Siler (2011)

Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadoresStandards

Legislação

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Proporcionam os recursos e detêm o poder de tomada de decisões necessárias à implementação da Escola Inclusiva

38

PAPEL DOS DIRECTORES

Estabelecimento de uma orientação comum

• Identificação e articulação de uma visão

• Criação de significados partilhados

• Estabelecimento de altas expectativas

• Promover a aceitação de objetivos comuns pela equipa

• Monitorização do desempenho

• Comunicação

Desenvolvimento profissional

• Criação de oportunidades de desenvolvimento profissional

• Apoio e motivação dos professores

• Facilitação de práticas reflexivas

• Enfoque na aprendizagem

Desenvolvimento Organizacional

• Criação e manutenção de uma cultura de escola inclusiva

• Desenvolvimento de práticas colaborativas

• Parceria com os pais e a comunidades

• Distribuição de lideranças

Ad

aptad

o d

e Skoglu

nd

& Stacker, 2

01

6

LIDERANÇA

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Monitorização do aluno

Procedimentos

CritériosIndicadoresStandards

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Foco nas barreiras à aprendizagem

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SISTEMA DE SUPORTE MULTINÍVEL

Desenvolvimento profissional

Práticas baseadas na evidência; tomada de decisão baseada em dados e em critérios

Responsabilidade partilhada e colaboração; alocação de recursos; utilização de um modelo de planeamento baseado na evidência científica.

(Kansas State Department of Education, 2011, 2019)

Legislação

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41

Critérios e

Conteúdos

definidos para o

nível de ensino

Critérios e

Conteúdos definidos

para o nível de

ensino

Com indicadores de

desempenho

modificados

Critérios e Conteúdos

definidos para o nivel

de ensino

Com indicadores de

desempenho

alternativos

Aprendizagem de

larga-escala

Testes com ou sem

Adaptações

Avaliação

Modificada

Avaliação Alternativa

Escalas de pontuação,

Portfolio ou avaliação

do desempenho

Critérios de

Proficiência

definida para o

nível de ensino

Critérios de

proficiência

modificados

Critérios de

proficiência

alternativos

Relatório de

Progresso de

todos os

alunos;

Avaliação das

escolas.

(Elliot & Roach, 2007)

Ranking,

financiamento

...

Critérios de Aprendizagem e de Avaliação da Escola para TODOS os alunos

Adaptado por Sanches-Ferrreira, 2016 (CNE, 2016)

Legislação

ImplementaçãoFilosofia

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OBRIGADA!

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Manuela Sanches-Ferreira

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Escola Inclusiva

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