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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?
Ricardo Resende – Direito do Trabalho
Dicas gerais de preparação para o AFT 2009/2010
Caros colegas concurseiros,
A idéia de escrever este texto partiu da vontade de compartilhar com vocês algumas experiências
minhas, bem como algumas opiniões sobre o próximo concurso para AFT. Já disse isso e faço questão
de repetir: não tenho informações privilegiadas; não conheço ninguém “dos bastidores”; e,
sinceramente, não tenho muito interesse por estas questões. Dessa forma, as próximas linhas são
apenas observações minhas, que podem lhe ser úteis, no todo ou em parte, ou não.
Perspectivas quanto ao cronograma do concurso
Como vocês já devem saber, saiu hoje, 03.09.2009, a autorização para realização do próximo concurso
para AFT. O prazo para publicação do edital, conforme dispõe a Portaria nº 277 do MPOG, é de 4
(quatro) meses, contados a partir de hoje. Tendo em vista que o Decreto nº 6.944/2009 dispõe que, em
regra, deverá haver um intervalo de pelo menos 60 dias entre a publicação do edital e a data da prova,
teríamos um prazo de aproximadamente seis meses até as provas, considerando, obviamente, que o
MTE utilizará os quatro meses para publicação do edital, não o fazendo antes. Pelo pouco que eu
conheço do MTE, acredito que será mais ou menos assim. Apostaria (pouco, é verdade) na publicação
do edital no finalzinho de dezembro. Isso porque o MTE deverá (ao menos em tese), antes de publicar o
edital, abrir o concurso de remoção interno. Esse processo demora aproximadamente uns dois meses,
com muita boa vontade. Como o concurso para AFT não tem curso de formação como parte integrante
do concurso, nos moldes do concurso da Receita Federal, há que se ter as vagas oferecidas no concurso
já conhecidas quando da divulgação do edital. Assim, só dá para pensar em edital depois do concurso
interno de remoção. Como as coisas costumam ficar sempre pra última hora, acho que utilizarão os
quatro meses.
Quanto à data da prova, aí é querer demais... Não tenho a mínima idéia. Se eu fosse vocês, me
prepararia para a prova daqui a seis meses. Se for depois, melhor.
Estratégia de estudo daqui pra frente
Estratégia de estudo é um negócio complicado, pois é pessoal demais. Cada um tem uma maneira de
ver as coisas e uma forma diferente de lidar com suas habilidades e com suas limitações. Acredito que a
melhor forma de definir uma estratégia vencedora seja diagnosticando da forma mais realista possível
este binômio habilidade/deficiência. Se você tem muita habilidade em alguma matéria, invista nela para
“fechar a prova”. Se, por outro lado, tem muita dificuldade em determinada matéria (desde que não
seja uma das principais, naturalmente), talvez seja inteligente deixá-la de lado para não perder tempo.
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Também influi demais na estratégia de estudo a situação em que cada um se enquadra atualmente.
Utilizando um método para mim muito eficaz que vi uma vez em um texto do Alex Meirelles, sujeito de
bom gosto, grande vascaíno, tentarei emitir a minha opinião diante de diversas situações-tipo,
logicamente as mais comuns. Por favor, não me mandem e-mail com o seu caso pedindo dicas
individualizadas de preparação, senão não sobrará tempo de produzir nenhum material para ajudar
vocês em Direito do Trabalho... E-mails com este teor não serão respondidos. Faça um esforço e tente
enquadrar a sua história numa das situações-tipo apresentadas, e então adapte as dicas ao seu gosto.
Hipótese 1: Você nunca estudou para concursos e quer tentar AFT
Bom, o concurseiro sempre tem que começar um dia, não é mesmo?! Desde que você tenha em mente
que não terá tantas chances quanto alguém que já está “na estrada” há algum tempo, beleza. Quando
menos, você terá a oportunidade de se apaixonar por Direito do Trabalho... hehehe... Agora falando
sério: se este é o seu caso, não tem jeito, tente passar rapidamente pelas matérias básicas apenas. Só
demore mais em Direito do Trabalho, e aposte que não cairá SST, porque efetivamente não dará tempo
de estudar básicas + Direito do Trabalho + SST em seis meses, a não ser que você não faça mais nada na
vida e tenha uma capacidade de memorização extraordinária. Estudando as matérias básicas você terá,
no mínimo, começado a edificar sua “carreira de concurseiro”, quem sabe podendo colher frutos em
breve. Se passar para AFT, melhor ainda!
Hipótese 2: Você já estuda há algum tempo para concursos, mas nunca viu Direito do Trabalho
Você tem boas chances, desde que organize bem o seu tempo. Se você tem uma boa base em Direito
Constitucional e Direito Administrativo, tem facilidade em Português, e tem o livro do João Antonio (de
Informática, claro), está no bom caminho. Aprenda Direito do Trabalho, revise as outras matérias
básicas até a publicação do edital, e depois concentre-se nas matérias específicas.
Hipótese 3: Você já estuda há algum tempo para concursos, tem um bom conhecimento de Direito do
Trabalho, e agora resolveu prestar para AFT
Você tem meio caminho andado (ou mais). Se tiver uma boa base em Direito Administrativo, Direito
Constitucional e Direito do Trabalho, terá tempo de sobra para revisar estas matérias, além de
acrescentar outras ao seu ciclo de estudos. Neste caso, seria bom dar algumas lidas nas NR’s, porque se
forem cobradas como no último concurso, provavelmente não dará tempo depois do edital.
Hipótese 4: Você estava estudando para a Receita Federal, e agora não sabe o que faz
Dúvida boa. Mas é preciso escolher o canto pra pular... Neste caso, acho que depende basicamente de
duas coisas: a) qual dos dois cargos você preferiria exercer? b) você acha que teria boas chances no
concurso da Receita?
Quanto à segunda pergunta, se você acha que estava “bem na fita” pro concurso da Receita, talvez seja
temerário mudar de direção. Entretanto, há outros fatores, como lotação, por exemplo. Normalmente é
mais fácil ficar em cidades melhores como AFT que como AFRFB, principalmente neste próximo
concurso (da Receita) que, segundo dizem, oferecerá a grande maioria das vagas para a fronteira.
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Agora peço licença para emitir uma opinião que deixará muita gente insatisfeita. Sempre vejo em fóruns
o pessoal dizendo que “o concurso para AFT é tão ou até mais difícil que o da Receita”. Não acho de
jeito nenhum. Na minha modesta opinião, nem se comparam, o da Receita é muito mais difícil. Por uma
razão muito simples: no AFT você pode montar sua estratégia como bem entender, conforme sua
conveniência, pois não tem mínimo por matéria. Você precisa fazer aproximadamente 70% do total da
prova pra passar (tem sido mais ou menos este o ponto de corte), mas pode fazer 70% só nas matérias
que você gosta e/ou tem facilidade. Já na Receita você precisa “quebrar tudo”, porque se não fizer 40%
por prova está fora. E, cá entre nós, 40% em Estatística, por exemplo (sem entrar no mérito se esta
matéria cairá ou não na Receita, por favor), não é mole...
Enfim, nesta hipótese acho que você deve pesar sua individualidade. Gosto pelas atribuições de cada
cargo, afinidade com as matérias (Contabilidade vs. Direito do Trabalho... hehehe...), etc. Acho que só
não dá pra arriscar nos dois, porque geralmente não dá certo. Como os concursos devem sair muito
próximos um do outro, acho que o foco em um deles é necessário. Na minha turma teve gente que
passou em dois (na época os três concursos AFT-AFRF-AFPS coincidiram) , mas é minoria. Antes que me
perguntem por e-mail, lembro de quatro que passaram para AFT e mais um dos outros dois concursos
(dois para AFRF e dois para AFPS), e, dos quatro, apenas um dos AFRF preferiu ser AFT.
Hipótese 5: Você está estudando para AFT desde o último concurso
Parabéns, você é um dos favoritos! Basta manter a concentração até o final da batalha e é provável que
uma vaga seja sua. Nesta situação, eu me concentraria em fazer uma revisão constante de Direito do
Trabalho e estudaria (tentaria memorizar o máximo, na verdade) as famigeradas NR’s até a publicação
do edital, e depois do edital me debruçaria sobre as específicas (Economia e Sociologia do Trabalho,
Administração Pública).
Só por curiosidade, na minha época (2003) eu me enquadrava na “hipótese 3”. Tinha terminado a
faculdade há um ano e meio, e então comecei a estudar só Direito do Trabalho, com vistas à
Magistratura do Trabalho. Quando estava terminando de estudar o livro do Godinho (na época recém-
lançado), saiu o edital para AFT, e não tive dúvidas, fiz minha inscrição. Tinha uma boa base “nos
direitos”, então fiquei por conta de Direito do Trabalho (revisão e condicionamento), Administrativo,
Constitucional, Informática, Administração Pública e Sociologia do Trabalho. Foi o suficiente pra mim.
Por isso eu defendo a estratégia e acho o concurso para AFT muito mais fácil que o concurso da Receita.
Eu jamais conseguiria aprovação lá (na Receita) com uma preparação desse tipo.
Ainda por curiosidade, costumava fazer o seguinte para definir a estratégia: como a nota de corte é
sempre próxima dos 70%, distribuía as matérias, conforme seus pesos e números de questões, de forma
que, ao final, eu contasse com aproximadamente 74% (para garantir certa margem de erro). Assim, por
exemplo, em Português, que eu tenho facilidade, eu teria que acertar 16 em 20, mas em Língua
Estrangeira, que eu tenho sérias limitações, eu teria que acertar só 4 em 10, e assim por diante, de forma
que ao final eu tivesse 74% da prova. A partir daí eu definia o tempo de estudo para cada matéria.
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Matérias do concurso:
Ninguém sabe quais entram, quais saem, e quais continuam. Então, pensemos nas que têm sido
cobradas. Depois do edital, façam os ajustes devidos.
Fiz um pequeno quadro comparativo entre as matérias (e respectivos pesos) dos dois últimosconcursos. Vejamos:
AFT 2003
Mínimos
Matéria Peso Nº Questões Valor total % p/ disc. p/ prova total
P1
Língua Portuguesa 1 20 20 6,6 8
30
180
InglêsE
Espanhol 1 10 10 3,3Ética na Administração Pública 1 10 10 3,3
Raciocínio Lógico-Quantitativo 1 10 10 3,3
Informática 1 10 10 3,3
P2
Direito Constitucional e Administrativo 2 20 40 13,3
60Direito (Civil, Penal, Proc. Penal, Comercial) 2 20 40 13,3
Administração Pública 2 20 40 13,3
P3Direito do Trabalho 2 40 80 26,6
60Economia do Trab. e Sociologia do Trabalho 2 20 40 13,3
300
AFT 2006
Mínimos
Matéria Peso Nº Questões Valor total % p/ disc. p/ prova total
P1
Língua Portuguesa 1 20 20 5,5 8
30
216
Inglês OU Espanhol 1 10 10 2,7
Ética na Administração Pública 1 10 10 2,7
Raciocínio Lógico-Quantitativo 1 5 5 1,4
Informática 1 5 5 1,4
Administração Pública 1 10 10 2,7
P2Direito do Trabalho 2 30 60 16,6
60Direito Constitucional e Administrativo 2 15 30 8,3
Direito Civil, Comercial e Penal 2 15 30 8,3
P3Segurança e Saúde no Trabalho 3 50 150 41,7
90Economia do Trab. e Sociologia do Trabalho 3 10 30 8,3
360
Assim, podemos dizer, simplificando ao máximo, que no concurso de 2003 era mais fácil variar a
estratégia, dada a melhor distribuição das matérias. No de 2006, entretanto, era praticamente SST,
Direito do Trabalho, Constitucional e Administrativo. Penso que no concurso de 2006 foramextremamente infelizes na distribuição dos pesos, especialmente pelo desequilíbrio absoluto entre SST
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e as demais, bem como pela desvalorização do Direito do Trabalho. No próximo, acredito (e espero)
que busquem reequilibrar os fatores. Se a ênfase não for “legislação”, ao menos deveriam cobrar meio-
a-meio Direito do Trabalho e SST. Se for meio-a-meio, digo a vocês que acho mais fácil estudar as outras
matérias (todas!) que SST.
Bom, a partir de agora vou discorrer brevemente sobre cada uma das matérias. Advirto, entretanto, queas minhas impressões sobre as matérias (exceto Direito do Trabalho, claro) podem estar defasadas,
tendo em vista que não mais as estudei para este tipo de concurso depois de 2003. No máximo folheei
um livro ou outro.
1. Português
Português costuma ser o cartão de visitas da ESAF. Sim, acredito que a banca será a ESAF.
Então tudo que direi será com base nessa premissa. Prova muito pesada, com textos longos e
muitas vezes complexos. É para testar os nervos do candidato. Por isso é a primeira prova. Saí
da P1 do meu concurso como se tivesse sido atropelado por um trator. Mas não há muito o queestudar. A prova é muito instrumental, sem cobrar aquela decoreba de regras de gramática. Isso
é bom. Se você não tem muita afinidade com a língua portuguesa, pegue um livro de “questões
ESAF” e não perca muito tempo com ele. Já ouvi boas referências sobre o livro do Décio Sena,
mas não o conheço (aqui em casa tem, da minha esposa, mas nunca sequer o folheei). O grande
diferencial da prova de Português é que normalmente serve como critério de desempate. Logo,
você pode ficar dois Estados mais longe de casa por conta de um mau desempenho em
Português. :-P
2. Inglês e/ou Espanhol
Não sabemos se a língua estrangeira será cumulativa (“e”, como em 2003) ou alternativa (“ou”,
como em 2006). De qualquer maneira, vá para a prova com o que você já tem. Se tem facilidade
em uma (ou nas duas), mande bala. Se não, estude algo que valha mais. É a minha sincera
opinião!
3.
Ética na Administração Pública
Bom, essa matéria tem um programa curioso. É praticamente a Lei 8.112, que também integra o
programa de Direito Administrativo. Eu fiz a prova só com o que já conhecia da Lei 8112, mais
uma leitura rápida das outras leis mencionadas no programa. Acho que vale dar uma lida porque
são pontos importantes para o mínimo na P1. Não conheço nenhum livro desta matéria, mas sei
que atualmente existem alguns no mercado.
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4. Raciocínio Lógico
Se você está lendo este texto, é porque freqüenta o EVP. Se é assim, tem à sua disposição o
melhor professor de Raciocínio Lógico do Brasil, que é, sem nenhuma dúvida, o Sérgio Carvalho.
Não preciso dizer mais nada! Também é uma matéria que rende bons pontos na P1. Lógico que
estou considerando que reequilibrarão o número de questões, porque realmente estudar umamatéria inteira para fazer 5 questões num concurso que não tem mínimo por matéria é dureza.
5. Informática
Idem anterior. Não tem pra ninguém: o João Antonio é o papa da informática. Não, colegas, não
estou “puxando saco” não... Para vocês terem uma idéia, na época do meu concurso, estudei
Informática exclusivamente por uma apostila disponibilizada pelo João Antonio no site dele.
Naquela época não tinha essa molezinha de livros para concursos, etc e tal. O fato é que “só”com a apostila do João fiz 60% da prova de Informática, considerada uma prova muito difícil
para os padrões da época. Talvez não estivesse no MTE hoje não fosse Informática, porque
passei beirando na P1. Vale também a observação anterior sobre o número de questões.
6. Administração Pública
No concurso de 2003 foi peso 2. No de 2006, peso 1. Acho que vale a pena esperar o edital para
avaliar o quanto investir nesta matéria. É uma matéria muito fácil de estudar, então acho quevale tanto com peso 1 quanto com peso 2. Estudei por apostila e acertei 18 em 20. Com peso 2,
foi fundamental na minha aprovação. Hoje em dia já tem um monte de livros da matéria. Não
conheço nenhum, então não posso opinar.
7. Direito Constitucional e Direito Administrativo
Aqui normalmente todos devem fazer boa pontuação, pois são as duas matérias comuns a
todos os concursos. Então, nem pense em perder muitos pontos nestas matérias. São básicas
para qualquer concurseiro. A prova de Direito Constitucional costuma explorar bastante ajurisprudência do STF, então é bom estudar por um livro que acompanhe de perto o
posicionamento do Supremo. Dos livros que já li, os melhores são os “Descomplicados”. São
muito bem atualizados e objetivos. O Prof. Sylvio Motta tem também um livro bacana de Direito
Constitucional. O Pedro Lenza (Direito Constitucional) também é bom, mas acho que foge um
pouquinho da proposta da prova de AFT. Seria melhor, eu acho, para as primeiras fases das
carreiras jurídicas. Há outros bons livros de Direito Administrativo, como o do Barchet, o do
Cláudio José, etc. Aí é questão de gosto, porque boas obras é o que não falta.
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8. Direito Civil, Comercial e Penal
Apesar de ter peso 2, os programas são imensos. Então, se você não tem formação jurídica, tem
um problema para resolver. Não dá tempo de aprender tudo isso até o edital. Escolha um deles
(ou dois, se você tiver muito tempo livre), e estude o que puder. Para quem nunca viu a matéria,
talvez seja interessante procurar um livro “concurseiro” mesmo. Tem alguns no mercado, masnão os conheço. Procurem se informar com os professores destas matérias aqui no EVP. Para
quem tem formação jurídica, acho que uma boa revisão (com resumos ou sinopses) é o
bastante.
9. Economia e Sociologia do Trabalho
Essas vocês terão que estudar, não tem jeito. Mas sugiro que aguardem o edital para confirmar
que elas estarão lá. Não acredito que tirem nenhuma das duas, mas dá tempo de estudá-las
tranquilamente depois do edital, desde que vocês estejam organizados em relação às demais
matérias.
Nenhuma das duas tem material regular para estudo (livros). Então, vocês terão que aguardar
as famosas “apostilas”, e/ou procurar algum curso específico isolado. Não conheço nenhum
bom, nem apostila nem curso, mas na minha época as apostilas, mesmo ruins, eram suficientes.
Sociologia do Trabalho é, por assim dizer, a história do Direito do Trabalho. Para quem gosta de
história, é prato cheio. Dá pra fazer a prova praticamente com interpretação de texto, pois os
enunciados das questões trazem, geralmente, o indício da resposta.
Quanto a Economia do Trabalho, aí o bicho pega, pois é muito chato estudar aquilo. Mas énecessário. E não tem livro “arrumadinho” como vocês têm na maioria das outras matérias. É
“na unha” e nas apostilas “meia-boca” mesmo.
10. Saúde e Segurança do Trabalhador – SST
Como já mencionei outras vezes, não acredito muito que neste próximo concurso a ênfase em
SST seja tão grande como foi no último (2006). Alguns dizem que cai em todo concurso para
AFT, que caiu no de 2003, mas não é verdade. Não tinha nada de SST (leia-se NR’s) na prova de
2003. De qualquer forma, é uma matéria complicada, pois é extensa demais para vocês
esperarem o edital a fim de começar o estudo. Eu faria assim: montaria um cronograma de
estudos, conforme a estratégia individual montada, e incluiria SST na base de 15 a 20% do total
dos pontos.
Não conheço nenhuma obra satisfatória desta matéria. Iria só pelas Normas Regulamentadoras
– NR’s “secas” mesmo (sem as tabelas/anexos, pelo amor de Deus...).
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11. Direito do Trabalho
Bom, nem preciso dizer o quanto acho esta matéria importante, né?! Sério gente, dá pra pensar
num Fiscal do Trabalho que não saiba Direito do Trabalho? Para sorte de vocês, assim como D.
Administrativo e D. Constitucional, há farto material de qualidade para estudo. Não acho
nenhum livro impecável, mas há muitos livros corretos. Tenho o projeto pessoal de escrever umcom o que acho essencial, mas tem me faltado tempo. Ao contrário do estudo para analista e
técnico dos TRT’s, acho que o estudo de Direito do Trabalho para AFT não deve começar pela
“lei seca”. Para fazer prova da ESAF você deve entender como funciona este ramo jurídico, isto
é, conhecer seus princípios, sua estrutura. Então é interessante ler um livro, ainda que bem
simplificado, a fim de conhecer este conjunto. Aí sim, depois é hora de dar uma passada pela
CLT e pelas leis específicas (FGTS, portuários, estágio, etc). Muitos alunos me pedem
referências sobre CLT’s comentadas. Particularmente não gosto delas para estudo. São úteis
para operadores do direito, mas acho meio contraproducentes para concurseiro. Isso porque as
referências são, no mais das vezes, descontextualizadas, de forma que você não encontra uma
lógica nos autores. E, quando encontra, geralmente é uma lógica meio “patronal”... Quanto ao
estudo da jurisprudência, normalmente as súmulas do TST são mencionadas no programa. Caso
queiram se adiantar, sigam pelo programa do último concurso. Caso contrário, dá tempo de
decorar as súmulas depois do edital (no último concurso foram apenas 29 súmulas; menos de
uma para cada NR, por exemplo... hehehe...).
Temos uma infinidade de livros adequados para estudo do Direito do Trabalho. Como cada dia
um monte de gente pergunta sobre um diferente, farei uma resenha dos que eu conheço. Os
não mencionados eu não conheço, então não posso opinar sobre eles.
a) Direito do Trabalho – Renato Saraiva
É talvez o livro mais indicado para concursos atualmente. É bem atualizado (comprei
recentemente a edição de 2009 e ela trata de temas bem atuais, como, por exemplo, a base
de cálculo do adicional de insalubridade) e sucinto. De leitura rápida, mas há alguma
desconexão entre os assuntos. Não é o que se pode chamar de completo, mas é objetivo e
apresenta bom custo/benefício, considerando-se volume de informações, tempo de leitura e
preço.
b) Manual de Direito do Trabalho – Vicente Paulo & Marcelo Alexandrino
Também é muito bem recomendado para este concurso. É um livro de concepção mais
antiga que o do Renato Saraiva (em 2003 já estudei por ele a revisão para o meu concurso).
Também não é completo, mas trata de alguns assuntos interessantes para AFT que outros
sequer mencionam, como Seguro-Desemprego, PAT (que ainda que não caia no concurso é
interessante conhecer o básico), entre outros. A grande falha deste livro, na minha opinião,
é a cultura dos autores de não referenciarem o que escrevem. Assim, o leitor fica meio
perdido quanto à fonte da informação, se confiável ou não. Mas, de forma geral, ainda
considero um bom manual.
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c) Curso de Direito do Trabalho – Gustavo Filipe Barbosa Garcia
É um livro bem novo, e um pouco “maior” que os dois primeiros. O autor foi AFT, então há
algumas citações bem ligadas ao cotidiano da fiscalização, menção a PrecedentesAdministrativos do MTE, enfim, uma linguagem “caseira” em relação à fiscalização.
Entretanto, não acho que isso tenha peso para o concurso em questão. Uso para consulta,
mas não é meu livro de cabeceira. Acho o autor pouco preciso em alguns posicionamentos.
d) Curso de Direito do Trabalho – José Cairo Júnior
Comprei muito recentemente este livro, então li bem pouco dele até agora. Pela extensão,
não me impressionou muito o conteúdo. Prefiro um dos dois primeiros (“a” ou “b”).
e) Curso de Direito do Trabalho Aplicado – Homero Batista Mateus da Silva
É um curso novo em vários volumes. Acho descabido para este concurso, até porque as
questões discutidas são mais voltadas para os concursos da Magistratura. Uso para
consulta, e assim mesmo raramente.
f) Direito do Trabalho – Vólia Bomfim Cassar
É um livro ótimo, mas muito extenso para quem tem pouco tempo. Se você tem tempo de
ler 1300 páginas sem prejuízo do estudo das outras matérias, dá para considerar a utilização
deste livro. A vantagem, na minha opinião, é a ilustração de boa parte das situações com
exemplos práticos. Mas não acho a consistência teórica impecável. É um livro do tamanho
do Godinho, sem o brilhantismo do Godinho. Porém, a leitura é muito mais fácil que a do
livro do Godinho. A referência a este livro é voltada para aqueles que já leram algo mais
básico, como os dois primeiros (“a” e “b”), e agora querem aprofundar um pouco mais.
g) Curso de Direito do Trabalho – Maurício Godinho Delgado
Este é o meu livro de cabeceira! Mas não significa seja o que eu recomendo para AFT. É um
livro muito pesado, muito extenso, muito caro e muito repetitivo. Mas é o melhor de todos!
Hehehe... Bom, sou fã de carteirinha do Min. Godinho. Aprendi Direito do Trabalho com ele
ainda na faculdade, quando ainda não existia o Curso de Direito do Trabalho, e sim algumas
monografias do Godinho e alguns artigos em uma obra coletiva que eu adotei como manual
na faculdade (“Curso de Direito do Trabalho – Estudos em Memória de Célio Goyatá”,coordenado pela Profª. Alice Monteiro de Barros). Aliás, é exatamente em razão da
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existência dessas monografias que o livro dele é repetitivo em vários assuntos. O seu
“Curso de Direito do Trabalho” é, de certa forma, uma compilação dessas várias
monografias, então ele acabou repetindo a introdução um monte de vezes.
Prós do livro: consistência teórica inigualável; as bancas adoram o autor; ele representa o
que há de moderno em Direito do Trabalho no Brasil que é aceito no mundo dos concursos.
Contras do livro: leitura pesada; atualização deficiente (nada muito comprometedor, mas
não é aquele livro que você compra a edição recém-lançada e lê ali uma decisão do TST do
mês anterior); não trata de vários assuntos (é um livro mais conceitual, mais doutrinário
mesmo, então não se propõe a esgotar os assuntos cobrados em concursos).
h) Curso de Direito do Trabalho – Alice Monteiro de Barros
É um livro interessante, pois trata de vários assuntos pontuais (bem específicos). Porém, o
faz de forma também pontual, muitas vezes superficial. Não o utilizo muito atualmente. AProfª. Alice é imbatível quando se trata de contratos especiais de trabalho, tema que
desenvolve, inclusive, em um livro específico de grande valor, chamado “Contratos e
Regulamentações Especiais de Trabalho”.
i) Outros autores consagrados, como Amauri Mascaro do Nascimento, Sérgio Pinto Martins,
Octávio Bueno Magano, Orlando Gomes, entre outros.
Não recomendo, porque são livros mais adequados para a graduação. Não foram feitos para
concurseiros e, dentre tantas opções interessantes, não faz sentido usar um desses. É o que
eu acho.
j) Livros de questões comentadas
Não conheço nenhum que tenha me convencido. Tenho o do Fábio Goulart Villela e o da
Maria da Graça Manhães Barreto. Acho que servem como revisão, não mais que isso.
Custo/benefício ruim.
k) Livros de comentários às súmulas do TST
Acho um exagero pra esse concurso, até porque as súmulas geralmente são cobradas de
forma literal. Eu uso, para consulta, os “Comentários às Súmulas do TST”, do Francisco
Antonio de Oliveira. Se você tiver dinheiro sobrando, pode até valer a pena.
l) CLT + leis
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Quanto ao Curso Completo, solicitei à coordenação o sinal verde para filmar mais intensivamente, com
vistas a adiantar bastante ou quiçá até mesmo concluir todo o programa até a época das provas, mas
ainda não obtive resposta. A questão, no caso, é espaço na agenda do site. Caso considerem a
possibilidade válida, “encham a caixa de e-mails” do João Antonio (como ele mesmo costuma
“orientar”), para que fique clara a importância do Direito do Trabalho para os parceiros do site.
Distribuição das vagas
Não tenho a mínima idéia também. Por lógica (e por direito) deverá ser feito, antes do concurso
externo, um concurso interno de remoção. A partir daí, as vagas deixadas pelos removidos seriam
oferecidas no concurso. O justo, mais uma vez, seria a remoção com efeito cascata, isto é, alguém sai,
por exemplo, de Vitória da Conquista e vai pra Salvador, e a vaga aberta em Vitória da Conquista fica
aberta para um colega lotado em Rio Branco, e assim por diante. Se for feito assim, naturalmente as
vagas oferecidas para o concurso externo serão “piores”. Mas, de uma forma geral, sempre tem vagasboas nos concursos para AFT. Ao menos para os primeiros 30 ou 40 primeiros colocados. E outra coisa:
cada ponto a menos deixa vocês dois ou três Estados mais longe de casa. Pensem nisso na hora de
montar sua estratégia e desprezar determinadas matérias. Eu desprezei língua estrangeira, por
exemplo, e fui parar a 1500km de casa por isso... :-P
Impressões sobre o trabalho do AFT
O trabalho do AFT é bem bacana. A atividade é dinâmica e depende muito de onde você estará lotado.A questão externo / interno, por exemplo, varia muito. Há lugares onde ninguém quer assumir as
chefias, então você consegue ficar interno com facilidade, embora a maioria dos AFT’s fiquem externos.
Há ainda algumas Gerências “unipessoais”, ou seja, com apenas um AFT lotado. Nestas, a solidão faz
com que ele bata o escanteio e corra pra cabecear. Os deslocamentos da sede também variam muito
conforme o lugar. São mais constantes em Estados do centro-oeste e norte, onde as distâncias entre as
Gerências/Superintendências são maiores.
Não há divisão formal por áreas, como muitos ainda teimam em dizer. Os últimos concursos foram para“generalistas”, e o próximo com certeza também o será. Na prática, há uma divisão de trabalho por
afinidade. O pessoal do último concurso, por exemplo, que devorou as NR’s, acaba tendendo à
fiscalização de “SST”, ao passo que povo do meu concurso, na sua maioria pessoas que estudaram
muito Direito do Trabalho (40 questões com peso 2!), tende à “legislação”.
Outro mito a ser derrubado: para ser AFT o curso superior faz diferença. Não faz! É claro que se você
tem formação jurídica, terá algumas facilidades, tanto no concurso quanto no cotidiano. Se for
engenheiro de segurança, em tese terá mais facilidade com as NR’s. Mas eu posso dizer a vocês, com
conhecimento de causa, que alguns dos melhores AFT’s que conheço não têm formação “específica”.
Há enfermeira (brilhante auditora!), fisioterapeuta, nutricionista, físico, dentista, enfim, basta estudarcom inteligência e organização.
8/7/2019 Manual_do_Futuro_AFT
http://slidepdf.com/reader/full/manualdofuturoaft 13/14
13 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?
Muita gente pergunta sobre a questão da segurança pessoal. Olha, não somos queridos por boa parte
da população, isto é um fato. Mas também não é uma coisa ostensiva, de forma que você saia de casa
“com medo”. Se você não gosta nada de enfrentamento, acho que deve procurar outro cargo para
disputar. Se convive bem com isso, tranqüilo.
Bom, se quiserem saber “mais detalhes”, dêem uma olhada nos fóruns, pois há muita informação. Nãotratarei mais desse assunto por e-mail.
Remuneração
Não vejo nenhum problema em tratar do tema com vocês aqui, a uma porque a remuneração dos
servidores públicos federais é publicada periodicamente no site www.servidor.gov.br (confira em
http://www.servidor.gov.br/publicacao/tabela_remuneracao/tab_remuneracao/tab_rem_09/tab_48_20
09.pdf), e a duas porque a remuneração será divulgada também no próprio edital do concurso.
Atualmente, nos termos da Lei nº 11.890/2008, o subsídio do AFT nível A 1 (inicial) é de R$13.067,00. Isso
líquido, sem desconto por dependente, dá R$8.980,30.
Outro mito a ser quebrado: há sempre um monte de penduricalhos no salário de servidor, então no final
das contas a remuneração é sempre bem maior. Não é! Ao menos no caso do Executivo Federal. Desde
a EC 19 o servidor federal ficou só com o “basicão”, ainda mais agora, com o subsídio, cuja finalidade é
exatamente esta. Não sei dizer como está a questão dos servidores que já “traziam” adicionais
(anuênios, qüinqüênios, etc) de outros órgãos. Como eu não tenho nada disso, não obstante seja
servidor público desde 1997, não sei como funciona. Além do subsídio, só verbas indenizatórias, quesão duas:
Auxílio-alimentação: conhecido carinhosamente como “vale-coxinha”, alcança atualmente a
importância de aproximadamente R$140,00 (aproximadamente porque varia conforme a cidade/região
de lotação) por mês. O meu é R$143,99. Acho que é isso que está desequilibrando as contas da União!
Indenização de transporte: conhecido como pezinho, no valor fixo de R$17,00 por dia que você tenha
utilizado veículo próprio para fiscalizar. Não interessa se andou 1km ou 100km, o valor é fixo.
Ah, ia me esquecendo, há também a Assistência Pré-Escolar para quem tem filho menor de 6 anos.
R$66,75 per capita, e ainda incide IR.
Considerações finais
Pessoal, “concurso é sorte”!!!
8/7/2019 Manual_do_Futuro_AFT
http://slidepdf.com/reader/full/manualdofuturoaft 14/14
14 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?
Quanto mais você estuda, mais sorte você tem!
Isso é “batata”. Procurem se organizar e estudem com inteligência. Utilizem o que o AFT lhe
proporciona de bom: flexibilidade na hora de estudar. Escolham as matérias nas quais vocês irão investir
e o façam com vigor, com gana.
Como falta pouco tempo para a linha de chegada, é hora de renunciar a algumas coisas. Aproveitem seu
tempo e serão abundantemente recompensados depois. Vale cada minuto de sono perdido, de futebol
perdido, de jornal perdido. Só não abandonem suas famílias, pois elas são o que de melhor vocês têm. E
aproveitem cada minuto de suas vidas, cada sorriso de cada um. Fiquem com Deus.
Boa “sorte” pra vocês!
Abraço e bons estudos!
Ricardo Resende