manual transporte bea mapa

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    Brasil. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento.

    Boas prticas de manejo, transporte/ Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo. Mateus

    J.R. Paranhos da Costa, Murilo Henrique Quitiliano, Stavros Platon Tseimazides.

    Braslia : MAPA/ACS, 2013.

    57 p. : il.

    ISBN 978-85-7991-071-5

    1. Transporte - Bovino. I. Secretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo.

    II. Paranhos da Costa, Mateus J.R. III. Quitiliano, Murilo Henrique. IV. Tseimazides, StavrosPlaton. V. Ttulo.

    AGRIS 5212

    E70

    CDU 636.2

    Catalogao na Fonte

    Biblioteca Nacional de Agricultura BINAGRI

    2013 Ministrio da Agricultura,

    Pecuria e Abastecimento.

    Todos os direitos reservados. permitidaa reproduo desde que citada a fonte.

    A responsabilidade pelos direitos autorais

    de textos e imagens desta obra do autor.

    Distribuio gratuita.

    Tiragem: 10.000 exemplares

    Desenho de Capa: Paulo Tosta

    Diagramao e projeto grfco:

    umdesign.com.br e Funep

    MINISTRIO DA AGRICULTURA,PECURIA E ABASTECIMENTO

    Assessoria de Comunicao SocialEsplanada dos Ministrios, Bloco D, 8 andar, sala 854

    CEP: 70043-900, BrasliaDF

    Tel.: (61) 3218-2708/2819

    Fax.: (61) 3322-4640

    www.agricultura.gov.br

    e-mail: [email protected]

    Central de Relacionamento: 0800 704 1995

    Coordenao Editorial: Assessoria

    de Comunicao Social

    Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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    Prefcio ................................................... 07

    Apresentao ................................................... 08 Desenvolvimento e validao deste manual

    Planejamento para o transporte ................................................... 11 Documentos necessrios As responsabilidades das fazendas Plano de viagem Plano de ao para situaes de emergncia

    O veculo ................................................... 17

    Caractersticas dos veculos para o transporte de bovinos Os compartimentos de carga dos veculos Definindo o nmero de animais a ser embarcado O piso dos compartimentos de carga A manuteno dos veculos

    O embarque ................................................... 24 Definio dos animais que sero embarcados Situaes que dificultam o embarque

    A viagem ................................................... 27Situaes que dificultam os animais a manterem o equilbrio durante a viagem

    O incio da viagem A direo Inspees durante a viagem

    Situaes de emergncia ................................................... 32 Animais deitados Animais agressivos

    Animais debilitados Animais gravemente feridos, moribundos ou mortos

    NDICE

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    Paradas durante a viagem .................................................... 41 Paradas de rotina

    O que fazer em casos de falhas mecnicas nos veculos O que fazer em casos de acidentes O que fazer em casos de bloqueio da estrada O que fazer se o veculo for retido pela fiscalizao

    O transporte de bezerros: uma situao especial ................................................... 46

    Desembarque ................................................... 48Responsabilidades da equipe de recepo dos animais nos abatedourosResponsabilidades dos motoristas no desembarque

    Situaes de emergncia no desembarqueLimpeza dos compartimentos de carga e verificaes

    O transporte de bovinos passo a passo ................................................... 53

    Consideraes finais ................................................... 56

    Agradecimentos ................................................... 57

    NDICE

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    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    PrefcioOs resultados recentes de pesquisas tm demonstrado que o conhecimento do comporta-

    mento animal e o uso de estratgias de manejo racional dos animais geram ganhos diretos eindiretos na produtividade e na qualidade dos produtos de origem animal.

    Portanto cabe ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento MAPA a res-

    ponsabilidade de fomentar as boas prticas de manejo dos animais de produo. Neste

    sentido, desde 2008, o MAPA instituiu uma Comisso Tcnica Permanente de Bem-estar

    Animal- CTBEA, coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecurio e Coo-

    perativismo, que tem como objetivo de traar as diretrizes e fomentar adoo dos princpios

    de bem-estar animal nos diferentes elos da Cadeia Pecuria.

    A publicao deste Manual o resultado de uma parceria entre o MAPA e Grupo

    ETCO (Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal) - entidade espe-

    cializada no estudo e aplicao das prticas de bem-estar animal. O Manual foi elaborado

    e validado por meio de pesquisas e implantao em vrias propriedades do Brasil.

    Este Manual uma orientao para trabalhadores rurais, produtores e tcnicos que atuam

    na rea, sendo sua adoo recomendada nas propriedades rurais de criao de bovinos.

    O Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento promove a sua publicao e

    distribuio por entender que sua adoo capaz de trazer benefcios significativos ao

    bem-estar dos animais e dos trabalhadores, alm de aumentar a produtividade e qualidade

    dos produtos finais tornando o sistema produtivo mais eficiente, competitivo e sustentvel.

    Caio Tibrio da Rocha

    Secretrio de Desenvolvimento Agropecurio e Cooperativismo

    Ministrio da Agricultura Pecuria e Abastecimento

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    ApresentaoO transporte de bovinos uma atividade importantena cadeia produtiva da carne. Milhares de bovinosso transportados todos os dias em nosso pas,sendo seu principal destino, os abatedouros. Dadasas caractersticas geogrficas e de infra-estrutura, otransporte rodovirio o mais utilizado no Brasil.

    Mesmo sob boas condies e em viagens curtas, osbovinos mostram sinais de estresse, que se agrava emsituaes adversas. Animais estressados sofrem e, comisso, h maior probabilidade de ocorrerem problemascom a carne, sendo que em situaes extremas podeinclusive resultar a morte dos animais.

    Durante o transporte a intensidade de estresse varivel, dependendo da forma com que os animais so manejados,das condies em que so transportados, da durao da viagem, das condies das estradas e do clima, dentreoutros. Os principais problemas durante os manejos de embarque e transporte so: agresses diretas, formao denovos grupos, instalaes inadequadas e transporte inadequado.

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    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Quando as condies de transporte no so boas, com estradasruins, viagens longas, caminhes e compartimentos de carga em mauestado de conservao e direo sem cuidado, o estresse maisintenso e os riscos de ferimentos e de mortes de animais durante aviagem aumentam.

    Todos os envolvidos com o transporte (as equipes das fazendas, os

    responsveis pela compra do gado, as transportadoras, os motoristasboiadeiros e os responsveis pela recepo dos bovinos nosabatedouros) devem conhecer o comportamento e as necessidadesdos bovinos, para que possam realizar suas atividades com ocuidado necessrio, reduzindo os riscos de estresse, de ferimentos ede morte de animais durante as viagens.

    Com os objetivos de melhorar as condies de transporte para osbovinos e facilitar o trabalho dos motoristas boiadeiros apresentamoseste manual de boas prticas de manejo durante o transporte.

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    Desenvolvimento e validao deste manualAs recomendaes apresentadas neste manual foram desenvolvidas com base em resultados de pesquisas realizadasem vrios frigorficos comerciais do Brasil, em especial no Frigorfico Marfrig, em Promisso-SP.

    Foi realizada tambm extensa reviso bibliogrfica sobre o tema e troca de experincias com outros grupos depesquisa, em particular com o grupo da Faculdade de Veterinria da Universidade da Repblica Oriental doUruguai, liderado pela Profa. Stella Maris Huertas.

    A maioria dos estudos foi realizada monitorando as rotinas de embarques, viagens e desembarques, com aidentificao de pontos crticos e com a busca de solues para os problemas identificados.

    Com base no contedo deste manual foram ministrados vrios cursos sobre boas prticas no transporte de bovinos.Os cursos foram importantes para ampliar a troca de experincia com os motoristas boiadeiros, criando oportunidades

    para promover o ajuste de algumas das recomendaes aqui apresentadas.

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Planejamento para o transporte

    O planejamento e a organizao do transporte responsabilidade de todos (fazendas, transportadoras, motoristase abatedouros). Devendo-se definir previamente quais animais que sero transportados (categorias e nmeros), otipo de veculo a ser utilizado, o nmero de veculos necessrios, as rotas a serem utilizadas, as datas e os horriosprevistos para o embarque e o desembarque e quem sero os motoristas responsveis pelo transporte.

    As fazendas devem preparar os lotes de embarque comantecedncia e de forma correta (ver Manual de Boas

    Prticas de Manejo: Embarque, disponvel em www.grupoetco.org.br), alm de providenciar os documentosnecessrios para a viagem.

    As transportadoras e os motoristas devem manter osveculos em boas condies e ter conhecimentos sobre ascondies das estradas; os motoristas devem ser treinadosem boas prticas de manejo no transporte e estarematentos a todas as informaes sobre a viagem.

    Os abatedouros devem estar preparados para realizar odesembarque dos animais com agilidade e eficincia.

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Documentos necessrios

    H uma srie de documentos que so necessrios para o transportede bovinos, alguns deles so de responsabilidade da fazenda edevem ser conferidos pelo encarregado do embarque. Outros sode responsabilidade das transportadoras (ou setor de transportedo abatedouro) e dos motoristas boiadeiros.

    obrigao do motorista boiadeiro verificar se os documentosdo veculo e carteira de habilitao esto em ordem e dentro dosprazos de validade.

    No caso de haver algum problema com a documentao doveculo ou do motorista, avalie a possibilidade de substitu-losou adie a viagem at a regularizao dos documentos. No

    incomum casos de motoristas ou veculos que so detidos empostos policiais devido a irregularidades com documentos.

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    Boas Prticas de Manejo

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Alm dos documentos bsicos, do motorista e do veculo, para o transporte de bovinos so tambm necessriosos documentos dos animais, dentre eles: as guias de trnsito de animal (GTAs), as notas fiscais do produtor (cominformaes sobre a origem e o destino dos animais) e, em alguns casos, os documentos de identificao animal. Hainda situaes em que so exigidos outros documentos, como por exemplo atestados de sanidade especficos.Todos eles devem ser providenciados com antecedncia.

    Fique atento s particularidades de cada regio e ao destino final dos animais que sero transportados; por exemplo,geralmente, os animais que so enviados para frigorficos para exportao precisam ter documentos especficos paraisso.

    Os motoristas, juntamente com os encarregados dos embarques nas fazendas, devem verificar se todos os documentosesto em ordem e de acordo com os animais que sero transportados.

    Erros de documentao resultam em reteno dos veculos. Nunca inicie o embarque dos animais antes de se

    certificar que todos os documentos esto em ordem! Faa isto para diminuir o risco dos animais ficarem embarcadospor longo tempo com o veculo parado.

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    As responsabilidades das fazendas responsabilidade das equipes das fazendas manter os caminhos de acesso aos currais em boas condies e oferecer

    apoio aos motoristas boiadeiros quando as condies no forem favorveis; por exemplo, devem providenciartratores para rebocar os caminhes em locais de risco de atolamento, de forma a minimizar os riscos de acidentes ede atrasos nas viagens.

    O planejamento do embarque permite tambm fazer o escalonamentoda chegada dos veculos nas fazendas, de forma a evitar acmulo deveculos no local de embarque e para reduzir o tempo de espera

    dos motoristas.O encarregado do embarque deve oferecer boas condies paraos motoristas boiadeiros enquanto aguardam o embarque, sendoimportante dar acesso a gua fresca e de boa qualidade e abanheiros limpos e, nos casos de viagens longas, a alimentao elocal de descanso.

    Lembre-se: os motoristas so os responsveis pelos animais desdeo embarque at a chegada no destino; assim devem estar em boascondies fsicas e mentais para que possam realizar seu trabalhocom eficincia.

    Por sua vez, os motoristas devem respeitar as regras das fazendas esempre se comportarem com educao e cortesia.

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    Plano de viagemO motorista deve ter conhecimento antecipado da rota da viagem. Caso no conhea o caminho, deve ter em mos

    um mapa detalhado que mostre como chegar fazenda e ao local onde o embarque ser realizado. Sempre quepossvel viaje em grupos, alm de ser mais seguro fica mais fcil resolver problemas, como por exemplo, nos casos defalhas mecnicas ou de acidentes.

    importante tambm ter informaes detalhadas sobre a distncia a ser percorrida e as condies das estradas, bemcomo sobre possveis problemas que podero ser enfrentados. Tenha sempre um plano de ao para situaes deemergncia, como, por exemplo, em caso de animais mortos.

    O plano de viagem deve prever os horrios de chegada na fazenda bem como o horrio previsto para odesembarque. Deve tambm contemplar os locais e horrios de paradas, para inspees dos animais, abastecimentodo veculo e para o atendimento das necessidades dos motoristas (refeies, descanso, etc.) .

    Os locais de paradas devem oferecer condies que proporcionem conforto aos motoristas e aos animais como,por exemplo, dispor de local sombreado para estacionar o veculo. Recomenda-se usar essas paradas para revisodo horrio de chegada, e no caso de mudanas (atrasos ou adiantamentos) importante informar a fazenda ou oabatedouro sobre o novo horrio.

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    Plano de ao para situaes de emergncia

    Procure informaes com os colegas de trabalho oucom outras pessoas que j viajaram para a mesmalocalidade sobre possveis situaes de risco.

    Sempre que possvel, defina pontos estratgicospara paradas de emergncia. Para isso importantedispor de informaes sobre fazendas ou outroslocais de parada que ofeream condies para odesenvolvimento de aes efetivas para solucionaros problemas; por exemplo, que permitam realizar odesembarque ou o transbordo de animais.

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    O veculo

    Caractersticas dos veculos para o transporte debovinosO transporte de bovinos geralmente realizado em trs tipos de veculos, que se diferenciam principalmente emrelao aos compartimentos de carga, so eles: 1) Veculo no articulado com trs eixos, geralmente conhecidocomo caminho truck; 2) veculo articulado, conhecido como carreta, com um ou dois pisos de compartimentode carga e 3) veculo duplo-articulado, conhecido como bi-trem, composto por dois compartimentos de cargas

    independentes, ambos com um ou dois pisos.Alm desses tipos de veculos, outros tambm so usadosesporadicamente ou com prevalncia em certas regiescomo, por exemplo, veculos no articulados com doiseixos (conhecidos como caminhes toco) ou veculomenores para o transporte de apenas 3 ou 4 animais.

    mais difcil embarcar e desembarcar bovinos em veculoscom compartimentos de carga com dois pisos. Isto porqueo acesso ao segundo piso geralmente feito por rampasmuito inclinadas, que dificultam a subida e descida dosanimais. Nesses casos os procedimentos de embarquedevem ser realizados com muito mais ateno e cuidado,

    de forma a minimizar os problemas.

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    Os compartimentos de carga dos veculos cada vez mais frequente encontrar veculos com as laterais e a parte detrs dos compartimentos de cargacompletamente fechados. H dois motivos para isto: 1) os animais ficam menos agitados durante o transporte, poiso fechamento limita os efeitos de estmulos externos, como o movimento de outros veculos e de pessoas que seaproximam, que causam estresse e 2) h reduo no lanamento de fezes e urina nas estradas.

    Por outro lado, o fechamento das laterais traz o problema de reduzir a ventilao nos compartimentos de carga, que

    se agrava quando o veculo est parado. Alm disso, cria dificuldades para a inspeo dos animais durante a viagem.Para minimizar o problema de ventilao recomendado evitar paradas longas e, sempre que possvel estacionar osveculos em locais sombreados, protegendo os animais da radiao solar direta.

    Para facilitar a inspeo dos animais recomendado deixar um vo de 8 cm altura de 40cm do piso docompartimento de carga.

    Nos casos em que se optar por cobrir o compartimento de carga, essa cobertura deve ser feita com telas desombreamento (na medida de 50 ou 70%). Nunca use lonas para cobrir os compartimentos de carga, pois elasimpedem o fluxo de ar, aumentando a temperatura e o nvel de amnia, com efeitos negativos sobre os animais.

    B P d M

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Definindo o nmero de animais a ser embarcado

    Deve-se embarcar o nmero correto de animais porcompartimento de carga, evitando-se principalmente asuperlotao.

    Para definir a capacidade de carga de um veculo (caminhoou carreta) deve-se medir o comprimento de cada um doscompartimentos de carga, e com essa medida e o peso mdio

    dos animais que sero embarcados, definir o nmero deanimais a serem embarcados por compartimento com base natabela ao lado.

    Por exemplo, assumindo que o peso mdio dos animais aserem embarcados de 500 kg de peso vivo, basta dividiro comprimento de cada compartimento de carga pelo valor

    da tabela correspondente ao peso dos animais no caso: 0,51.

    Adaptada de Tseimazides (2006), dissertao de mestrado,Programa de Ps-Graduao em Zootecnia, FCAV-UNESP,

    Jabo ti caba l- SP

    Peso Vivo

    Espao linear

    m/animal

    250 0,33

    300 0,37

    350 0,41

    400 0,44

    450 0,47

    500 0,51550 0,54

    600 0,57

    650 0,60

    700 0,63

    750 0,65

    800 0,68850 0,71

    900 0,73

    950 0,76

    1000 0,78

    B P i d M j

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    Boas Prticas de Manejo

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    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Para o caminho da figura acima, por exemplo, que tem compartimentos de carga com as seguintes medidas: oprimeiro (o mais prximo da cabine) com 2,35m de comprimento, o segundo (do meio) com 5,51m e o terceiro com2,45m, os nmeros ideais de animais (NA) com 500 kg de peso vivo a serem embarcados seriam:

    no primeiro compartimento de carga: NA= 2,35/0,51= 4,6 => 4 animaisno segundo compartimento de carga: NA=5,51/0,51= 10,8 => 10 animaisno terceiro compartimento de carga: NA=2,45/0,51= 4,8 => 4 animais

    Assim, a capacidade de carga do caminho apresentado na foto acima seria de 18 animais com 500 kg de pesovivo, acomodando 4 animais no primeiro compartimento de carga, 10 no segundo e 4 no terceiro.

    B P ti d M j

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    O piso dos compartimentos de carga

    Os pisos dos compartimento de carga devem sercobertos com um tapete de borracha e sobre o tapetedeve ser instalada uma grade de ferro quadriculada(com quadrados de 30 a 35 cm de lado). Essasestruturas tm como funo proporcionar confortoe segurana para os animais, diminuindo os efeitosnegativos da trepidao e os riscos de escorreges

    e de quedas.Tanto os tapetes quantos as grades devem ser bemfixados ao piso dos compartimentos de carga, sendoque as grades devem ser sempre posicionadas sobreo revestimento de borracha.

    Ao fazer as grades recomendado usar solda detopo (ver foto ao lado) que tem menor risco dasbarras de ferros entortarem ou quebrarem, o queocorre com mais frequncia quando as barras sosoldadas umas sobre as outras.

    SOLDA DE TOPO GRADES TORCIDAS E QUEBRADAS

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    Tomando esses cuidados (fixao da grade e solda de topo), h menor risco de deformaes na grade, quepodem causar acidentes com os animais e diminuir a durabilidade da grade.

    A manuteno dos veculos

    Mantenha o veculo e seus compartimentos de carga sempre em boascondies para uso. Faa manuteno frequente: cheque pneus, freios,suspenso, motor e todas as partes mecnicas do veculo.

    Com o veculo em ordem h mais segurana e menor risco de acidentese quebras mecnicas.

    Inspecione regularmente os compartimentos de carga, verifique se h pontasde parafusos expostas, buracos no piso, grades torcidas ou quebradase borracha rasgada. Se encontrar qualquer um desses problemas, faa osreparos necessrios imediatamente.

    Verifique tambm se as porteiras esto abrindo e fechando facilmente, seas cordas esto boas condies e se as roldanas esto lubrificadas.

    COMPARTIMENTO DE CARGA EM MALESTADO DE CONSERVAO

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    A armao dos compartimentos de carga (gaiola) deve estar sem partes quebradas e bem firme (apertada).

    Lembre-se de reapertar todos os parafusose travas aps cada viagem, principalmentequando foram transportados animais muitopesados, que fazem forte presso sobreas laterais do compartimento de carga,afrouxando parafusos e travas.

    Um ponto importante da manuteno doveculo sua limpeza. Ateno especial deveser dada ao compartimento de carga, quedeve ser lavado e desinfetado logo aps odesembarque dos animais. Recomenda-se aosabatedouros no liberarem os veculos detransporte de bovinos antes de serem lavadose desinfetados.

    Algumas fazendas no realizam o embarque de seus animais em veculos em mau estado de conservao ou sujos.Esta uma deciso correta. Lembre-se! A responsabilidade pelas condies do veculo do motoristaboiadeiro, devendo manter o veculo sempre limpo e bem cuidado.

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    O embarque

    A equipe da fazenda responsvel pelo embarque.Os motoristas devem ajudar somente quando foremrequisitados para isso.

    A funo principal do motorista durante o embarque estacionar o veculo corretamente, de forma a nodeixar espaos entre o compartimento de carga e oembarcadouro.

    Siga sempre os procedimentos descritos no Manual deBoas Prticas de Manejo: Embarque (disponvel emwww.grupoetco.org.br).

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    Definio dos animais que sero embarcados

    A responsabilidade pela definio dos animais que sero embarcados do encarregado do embarque.

    Os motoristas devem monitorar o embarque, recomendando que no sejam embarcados animais em ms condiesde sade ou que no tenham condies de se manterem em p durante toda a viagem (devido a machucados,fraturas, ou animais muito fracos). Animais cegos podem ser transportados, desde que estejam acompanhados deoutros, que possam enxergar.

    Os motoristas devem tambm orientar os responsveis pelo embarque para que no arrastem animais para o interiordo compartimento de carga. Esse procedimento causa sofrimento aos animais e muitas vezes ferimentos graves.

    EVITE EMBARCAR ANIMAIS EM MS CONDIES DE SADE OU MUITO FRACOS

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    Lembre-se! Os motoristas boiadeiros assumem a responsabilidade pelos animais a partir do momento que soembarcados em seus veculos; assim, eles tm o direito e o dever de colaborar com o embarque, a fim de minimizarsituaes de risco.

    Quando o encarregado do embarque exigir que animais em ms condies sejam embarcados, o motorista devesolicitar que o encarregado assuma a responsabilidade pelo embarque (se possvel por escrito) ou pedir o parecerde um mdico veterinrio. Nos casos em que o encarregado se recusar a faz-lo, anote o nmero do animal edescreva a situao em que ele foi embarcado.

    H certas situaes que dificultam o embarque e, portanto devem ser evitadas. Por exemplo, a presena de pessoas(muitas vezes do prprio motorista) em cima do compartimento de carga ou muito prximas a este, isto geralmentedeixa os animais agitados e cria dificuldades para o embarque.

    responsabilidade do motorista evitar que essas situaes ocorram, se posicionando de forma correta e orientando

    as outras pessoas para fazerem o mesmo.

    Situaes que dificultam o embarque

    Boas Prticas de Manejo

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    A viagemSituaes que dificultam os animais a manterem o

    equilbrio durante a viagem

    O ideal que os animais permaneam em p durante toda a viagem. Entretanto, em algumas situaes inevitvelque eles se deitem. Isso ocorre com maior frequncia quando os animais esto cansados, feridos ou doentes, e se

    deitam por vontade prpria, ou quando caem.Em condies normais os bovinos tendem a permanecer em p enquanto o veculo estiver em movimento. Emviagens de curta durao (at 4 horas) os animais raramente se deitam por vontade prpria (a menos que estiveremcansados, feridos ou doentes), enquanto em viagens longas, acima de 8 horas, eles comeam a se deitar, devido aocansao.

    As quedas ocorrem com mais frequncia quando h falhas na direo do veculo, como por exemplo, quando sefaz curvas em alta velocidade, ou nos casos de freadas e movimentos bruscos.

    Quedas tambm so frequentes em rodovias em ms condies de conservao, com buracos, trepidaes edeclives acentuados e, tambm, quando os animais esto feridos ou debilitados.

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    As caractersticas e condies dos compartimentos de carga (nmero de divisrias, tipo de piso, ventilao,concentrao de amnia, etc.), a densidade de carga e a presena de animais deitados (ou cados), tambm sodeterminantes na frequncia de quedas durante a viagem.

    Como j descrito neste manual, importante que os pisos dos compartimentos de carga sejam cobertos comborracha e disponham de grades para reduzir os escorreges e as quedas.

    Em estradas em ms condies de conservao,ou com muitos cruzamentos, curvas eobstculos, deve-se dirigir com mais atenoe cuidado.

    A presena de animais deitados (ou cados)no compartimento de carga aumenta o riscode quedas, pois podem levar a perda deequilbrio do animal que pisa sobre aqueleque est deitado.

    Esse tipo de situao tambm causa sofrimentono animal que est sendo pisoteado, almde aumentar na frequncia e intensidade dehematomas nas carcaas.

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    A direoTenha sempre em conta que o transporte de carga viva exige mais ateno e cuidado.

    Todos os motoristas boiadeiros devem receber um treinamento especfico para o transporte de bovinos. Essetreinamento deve tratar do comportamento dos bovinos e de suas necessidades e capacidades de sentir dor, fome,sede, medo, calor e frio. Alm de apresentar estratgias para reduzir os riscos de problemas de bem-estar animal ede perdas qualitativas e quantitativas de carne.

    Cuidados especiais devem ser tomados quando o transporte feito por estradas mal conservadas ou em regiesmontanhosas. Essas condies aumentam as dificuldades e as responsabilidades dos motoristas.

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    Para definir as rotas de viagens leve sempre em conta os custos de manuteno dos veculos, os riscos de acidentese de estresse para os animais e para o motorista, alm do custo do quilmetro rodado.

    Sempre que possvel faa opo por estradas em melhores condies de trfego, mesmo quando isso representarum pequeno aumento na distncia.

    Inspees durante a viagem

    A primeira inspeo deve ser feita logo no incio da viagem.

    Aproveite todas as oportunidades para realizar a inspeo dos animais e, em viagens longas programe inspeesperidicas, principalmente para verificar se h animais cados ou deitados. Sempre que ocorrer uma situao de risco,como uma freada brusca, por exemplo, pare o veculo e faa a inspeo.

    Para viagens noite necessrio ter um sistema de iluminao no compartimento de carga ou, pelo menos, umalanterna mo que permita realizar as inspees adequadamente.

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    Situaes de emergnciaAnimais deitadosAnimais que deitam ou caem durante a viagem devem ser levantados o mais rpido possvel. H apenas duasexcees para isso: 1) nos casos de viagens muito longas, quando os animais tendem a se deitar devido ao cansao e2) no caso de animais feridos ou doentes. Nesses casos nem sempre possvel levant-los, pois esto incapacitados.

    Antes de estimular o animal a se levantar, verifique se h espao suficiente para que ele o faa e, tambm se o animalest bem posicionado para se levantar sem dificuldades.

    No insista e no faa uso indiscriminado do choque na tentativa de levant-los. Geralmente, mesmo que os animaisse levantem, eles se deitam novamente em seguida e este tipo de ao s aumenta o estresse e deixa os animais maisagitados.

    Lembre-se: o bovino necessita de espao maior que aquele ocupado pelo prprio corpo para que realize osmovimentos apropriados para se levantar.

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    As primeiras aes para estimular um animal a se levantar so: o uso da voz (fale de forma firme mas sem gritar), arealizao de movimentos prximos ao animal e o bater de palmas ou na lateral do compartimento de carga. Caso

    isso no seja suficiente para levant-lo, verifique novamente se h espao suficiente para que ele levante, se estivertudo em ordem, tente mais uma vez.

    Em alguns casos necessrio movimentar os outros animais do compartimento de carga, para dar espao ao animaldeitado. Faa essa movimentao com calma e tranquilidade, no assuste os animais pois eles podem pisotear o queest deitado.

    Aps duas ou trs tentativas de levantar o animal sem sucesso, faa uso do basto eltrico. O choque um recursoimportante, mas deve ser utilizado apenas em situaes extremas, quando todas as alternativas no-agressivas demovimentar ou levantar o animal deitado falharam.

    Existem regras bsicas para o uso do choque, so elas: 1) nunca aplique o choques em partes sensveis do corpodo animal (cara, anus, vagina, bere ou escroto); 2) no segure o basto eltrico sobre o corpo do animal por maisde um segundo; esse recurso deve ser usado de forma instantnea, encoste e retire e 3) se, aps a aplicao do

    choque o animal no levantar, reavalie a situao, certifique-se que o animal no est ferido ou exausto e que hespao suficiente para ele se levantar; se estiver tudo em ordem, aplique o choque novamente por mais uma ou duasvezes, no mximo.

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    Se aps essas tentativas o animal no se levantar, analise a situao com mais cuidado. Lembre-se: em situaescrticas como essa, em que o animal no consegue se levantar, a tomada de deciso deve ser rpida e consciente.

    No caso do animal estar muito cansado ou com alguma fratura, sem condies para se levantar o ideal seria realizar oabate de emergncia, o mais rpido possvel. O abate de emergncia um procedimento complicado e, na grandemaioria das vezes, impossvel de ser realizado durante a viagem, devido falta de infra-estrutura para isto.

    Nessas condies recomendado seguirviagem at o abatedouro, onde o animal deverser abatido imediatamente aps a chegada. O

    abate de emergncia no abatedouro deve serfeito por pessoa treinada e com equipamentosapropriados, sob superviso do Servio deInspeo Federal (SIF).

    Tenha em conta que seguir viagem com animaisque no conseguem se levantar implica em

    srios riscos para o bem-estar dos mesmos, queem situaes extremas, podem morrer.

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    importante que todas as medidas de preveno sejam tomadas para evitar que as situaes que exijam abatesde emergncia ocorram. Isto porque, nesse ponto o animal est sob extremo sofrimento e h perdas econmicasirreversveis.

    Para minimizar os riscos, o ideal seria reduzir a densidade do compartimento de carga em que o animal est deitado.Assim, se for possvel, passe um dos animais para o compartimento ao lado.

    Animais agressivosAtos agressivos entre animais dentro docompartimento de carga exigem atenoespecial.

    Em muitos casos a agressividade consequncia do manejo de embarqueinadequado, que deixa os animais agitadosou em decorrncia de mistura de animais

    que no estavam nos mesmo grupo. Noprimeiro caso geralmente os animais seacalmam, reduzindo as agresses entre elesaps alguns minutos.

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    Entretanto, h situaes em que as agresses no param, mesmo aps 10 a 15 minutos do embarque. Nesses casosdeve-se mudar o animal agressor de compartimento de carga; se ainda assim ele continuar agredindo os outros, eledeve ser amarrado.

    O procedimento de amarrar deve ser feito com o muito cuidado, para evitar acidentes. Para animais com chifres useum lao, passando-o na base dos chifres e amarrando o animal na lateral do compartimento de carga. No caso de

    animais mochos ou amochados, faa um cabresto e amarre-o tambm na lateral do compartimento de carga.Nunca passe a corda em volta do pescoo do animal, pois h risco de enforc-lo!

    Em ambos os casos importante que a amarra fique justa para impedir que o animal tenha espao para continuaragredindo os outros. Lembre-se: transportar animais amarrados exige cuidado dobrado, sendo necessrioaumentar a frequncia de inspees.

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    Animais debilitados

    O abate de animais destinados a comercializao e aoconsumo humano considerado clandestino quandofor realizado fora de estabelecimentos credenciadospara este fim.

    Assim, mesmo os animais debilitados, doentes ouferidos devem ser transportados at um abatedourocredenciado e inspecionado para que possam serabatidos.

    Considere sempre a possibilidade de adiar o abate de animais feridos ou doentes, espere que eles se recuperempara ento envi-los para o abatedouro. Fazendo isso h menor risco de problemas durante o transporte.

    Quando a recuperao do animal no for possvel, necessrio ter cuidados especiais com o seu transporte. Useuma densidade mais baixa no compartimento de carga em que o animal debilitado estiver embarcado. Aumentea frequncia de inspees durante a viagem e tenha maior controle sobre os outros animais que viajam no mesmocompartimento de carga, por exemplo, colocando animais mais leves, mais calmos ou mesmo, amarrando-os.

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    Animais extremamente debilitados no devem ser transportados. Se ainda assim o encarregado do embarque exigir

    que animais nessas condies sejam embarcados, ele deve assumir as responsabilidades por essa deciso; ficandociente de que o animal poder morrer durante a viagem, alm dos riscos de ser pisoteado e de causar quedas nosoutros animais que compartilham o mesmo compartimento de carga.

    Animais debilitados devem ser embarcados sempre no final, ocupando o ltimo compartimento de carga. Fazendoassim, fica mais fcil a realizao dos procedimentos de embarque e desembarque.

    Animais gravemente feridos, moribundos ou mortosAnimais gravemente feridos, moribundos ou mortos deveriam ser retirados do compartimento de carga logo aps aconstatao do problema. Esta recomendao tem como objetivos aliviar o sofrimento dos animais com problemase evitar situaes de risco para os outros animais, em particular de quedas e pisoteio.

    Animais moribundos ou sem perspectivas de recuperao, deveriam ser submetidos a abate de emergncia, comprotocolos adequados de atordoamento e abate, para evitar sofrimento.

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    Animais gravemente feridos, mas com possibilidades de recuperao, deveriam ser retirados dos veculos e submetidosa cuidados veterinrios at sua plena recuperao.

    Infelizmente essa no a realidade na rotina de transporte de bovinos. Devido falta de infraestrutura e aos altoscustos dessas aes (muitas vezes mais altos que o valor pelo qual o animal foi vendido), normalmente os motoristasseguem viagem sem tomar qualquer providncia para resolver o problema.

    De fato, na prtica, aes de emergncia durante

    a viagem no so simples de serem feitas. Assim,apresentamos algumas recomendaes paraminimizar os problemas, mas com certeza, compoucas chances de resolv-los.

    Nos casos em que o local de desembarqueestiver prximo, informe o pessoal encarregado

    pela recepo dos animais sobre a situao deemergncia e o provvel horrio de chegada e sigaviagem com cuidado, sem ultrapassar os limites develocidade ou sem se arriscar em ultrapassagensperigosas. Pare apenas se for extremamentenecessrio.

    Boas Prticas de Manejo

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    No local do desembarque as pessoas devem estar preparadas, com os equipamentos adequados, para realizar osprocedimentos de abate de emergncia, imediatamente aps a chegada do veculo.

    Em situaes em que o local de desembarque estiver distante (3 horas ou mais), informe os responsveis (fazendaou abatedouro) e, com a ajuda deles, procure um local adequado para o desembarque dos animais com problemasou mortos. Quando isto no for possvel, siga viagem at o destino, onde os procedimentos de emergncia devem

    ser executados.

    Ateno! Em qualquer uma das situaes, o desembarque de emergncia de animais durante a viagem deve ser feitoapenas em locais adequados e de comum acordo com os responsveis pelos mesmos (fazendas ou abatedouros).

    De forma alguma esses animais devem ser abatidos para fins de consumo humano, isto caracteriza um abate clandestino,que atividade ilegal e coloca em risco a sade humana.

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    Paradas durante a viagem

    Paradas de rotinaEm viagens de longa durao comum ocorrerem paradas, tanto para o atendimento das necessidades dos motoristas(para refeies, descanso, etc.), quanto para abastecimento e manuteno do veculo, ou ainda para inspecionar osanimais.

    Estas paradas devem fazer parte do plano de viagem, devendo ser definidas previamente, determinando os pontosde paradas e a suas duraes.

    Deve-se evitar paradas longas nas horasmais quentes do dia, pois quando oveculo est parado no h boa ventilaono compartimento de carga. Com isto haumento do calor e da concentrao deamnia, com efeitos negativos sobre os

    animais, levando-os a perder os sentidosou, nos casos mais graves, morte.

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    Ao definir as paradas, tenha em conta que o tempo total da viagem, desde o embarque at o desembarque,no deve ultrapassar 12 horas. Em viagens com durao maior que 12 horas os animais devem ser desembarcados,oferecendo um local adequado para que descansem, alm de alimento e gua vontade.

    Os procedimentos de desembarque e de embarque de bovinos no meio da viagem so muito estressantes, e nemsempre tm o resultado esperado. Certos animais no se alimentam e permanecem estressados devido ao fato deestarem alojados em um local desconhecido. Quando necessrias as paradas com desembarque, os procedimentos

    de manejo devem ser feitos com muito cuidado, sem agredir e sem gritar com os animais.

    Aps o desembarque os animais devem receber gua e alimento vontade, que devem estar disponveis por 12horas. O perodo de descanso deve ser de pelo menos 18 horas, com os animais permanecendo sem alimento por6 horas antes do re-embarque.

    As paradas com o desembarque dos animais no devem ser estimuladas, devendo ser realizadas apenas em situaes

    de emergncia. A recomendao a de se evitar o transporte de longa distncia.

    Boas Prticas de Manejo

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    O que fazer em casos de falhas mecnicas nos veculos

    Em casos de problemas com os veculo, faa uma previso do tempo necessrio para o reparo. Se o reparo fordemorado, h duas possibilidades: 1) solicite outro veculo e faa o transbordo dos animais para seguir viagem e 2)desembarque os animais em local adequado.

    No corra riscos, tome as providncias necessrias para a transbordo dos animais ou faa o desembarque o maisrpido possvel.

    O que fazer em casos de acidentesA ocorrncia de acidentes minimizada quando todos os cuidados so tomados para a boa manuteno doveculo e a direo do veculo feita de forma segura e responsvel.

    Entretanto, quando ocorrer algum acidente adote os seguintes procedimentos: 1) chamar 191 ou o nmero de

    emergncia das rodovias privatizadas; 2) certifique-se de que est tudo bem com o motorista, e se for necessrio,chame por socorro mdico; 3) se houver animais soltos na estrada providencie sinalizao para evitar atropelamentos;4) busque auxilio para conduzir os animais para local seguro e 5) quando necessrio (como, por exemplo, no casode veculos tombados) busque meios para retirar os animais dos compartimentos de carga.

    Boas Prticas de Manejo

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    Os animais que sobreviverem ao acidente devem ser alojados em algum local prximo, os que estiverem feridosdevem receber cuidados veterinrios e aqueles que estiverem em boas condies de sade devem ser re-embarcadosposteriormente para continuarem a viagem at o destino final.

    O que fazer em casos de bloqueio da estradaEm caso de bloqueio da estrada procure um local adequado para estacionar o veculo e em dias quentes tenteestacionar em um local sombreado. Caso o bloqueio seja de curta durao, avalie a possibilidade de rotas alternativasou espere at a estrada ser liberada.

    Nos casos em que no houver previso da abertura da estrada e nem rotas alternativas disponveis (de forma queimpea a chegada dos animais no destino num tempo menor ou igual a 12 horas), procure uma fazenda ou outrolocal adequado (parques de exposio e locais de leilo de gado) e desembarque os animais.

    Se nada disso for possvel, estacione o veculo em local seguro e que proporcione as melhores condies possveis(com sombra, por exemplo), oferea gua para os animais regularmente, mesmo que tenha que lev-la, com uso deuma mangueira, de um a um.

    Boas Prticas de Manejo

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    O que fazer se o veculo for retido pela fiscalizaoEste um tipo de problema que pode ser evitado com planejamento e organizao. Os cuidados com adocumentao (do motorista, do veculo e dos animais), com a manuteno do veculo e a direo responsvelreduzem muito o risco do veculo ser retido por autoridades fiscais, sanitrias ou de trnsito.

    Nos casos de problemas com o veculo, e quando a liberao for improvvel ou demorada, solicite outro veculo

    para fazer o transbordo dos animais e siga viagem.

    Nos casos de problemas com os documentos dos animais procure solucion-los rapidamente, e se no for possvelanalise a possibilidade de desembarc-los em alguma fazenda prxima, ou em outro local que oferea condiespara isso.

    Da mesma forma que o item anterior, caso nada disso seja possvel, estacione o veculo em um local seguro e oferea

    gua para os animais.

    Boas Prticas de Manejo

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    O transporte de bezerros: uma

    situao especialO transporte de bezerros exige mais cuidado, devendo-se ter ateno especial na manuteno da densidade decarga correta e no monitoramento das condies dos animais durante a viagem.

    Quando o transporte envolver bezerros em fase de amamentao, eles devem ser transportados em compartimentosseparados de suas mes, ou de qualquer outro animal adulto. Nunca misture bezerros com animais adultos duranteo transporte.

    Da mesma forma que para os animais adultos, emsituaes de emergncia, os bezerros devem serdesembarcados, tomando-se todos os cuidadospara que isto seja feito com o mnimo de estressee seguindo os procedimentos as boas prticasde manejo, sem agredir nem assustar os animais.

    Boas Prticas de Manejo

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    47Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    As privaes de comida e gua trazem mais riscospara os bezerros que para animais adultos, commaior ocorrncia de animais com quadro grave dedesidratao que pode, inclusive, resultar em morte.

    H vantagens em oferecer gua para os bezerros emviagens com mais de 8 horas de durao.

    Num estudo realizado no Estado do Mato Grosso,os bezerros que receberam gua duas vezes durante aviagem, dentro do prprio compartimento de carga eem intervalos de 6 horas, apresentaram menor perda de

    peso e menor taxa de mortalidade que o grupo queno recebeu gua.

    Boas Prticas de Manejo

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    DesembarqueO desembarque deve ser feito imediatamente aps a chegada no abatedouro, logo aps a conferncia dos

    documentos. O tempo de espera no deve exceder 10 minutos. Desembarque os animais com agilidade, mas sempressa. O ideal que os animais desam do compartimento de carga ao passo.

    Responsabilidades da equipe de recepo dos

    animais no abatedouroA equipe responsvel pela recepo dos animais no abatedouro deve: preparar as instalaes para a recepo dosanimais que sero desembarcados, conferir os documentos e os animais e auxiliar no desembarque.

    Deve tambm estar preparada para orientar os motoristas em comoestacionar os veculos no desembarcadouro e ser capaz de realizarabates de emergncia, sob superviso do SIF.

    Verifique sempre: se o espao disponvel no curral de espera suficiente para o lote de animais a ser desembarcado, se os curraisesto limpos e em condies de uso, se h gua nos bebedouros ese estes esto limpos, e se os caminhos esto desobstrudos e limpos.

    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

    R bilid d d t i t d b

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    Responsabilidades dos motoristas no desembarqueEstacione o veculo no desembarcadouro corretamente, sem deixar espao entre o compartimento de carga e arampa de desembarque. Em seguida informe o encarregado pela recepo dos animais de todas as situaes quecolocaram os animais em risco durante o embarque e a viagem, relatando casos de animais com dificuldades paraficar em p, atrasos, problemas com as estradas ou com acidentes e qualquer outro problema que julgar importante.

    Antes de abrir as porteiras do compartimento de carga, verifique se h algum animal deitado ou cado, em casopositivo estimule o animal a se levantar, seguindo os mesmos procedimentos descritos na pgina 31.

    Com todos os animais em p, abra a porteira mais

    prxima da rampa de desembarque e deixe elessarem naturalmente, de preferncia ao passo.

    Quando isto no ocorrer estimule-os a sair, falecom os animais, bata palmas e faa movimentosna lateral do compartimento de carga. A bandeirapode ser utilizada para estimular os animais a

    sarem do veculo. No grite e no use o choque,tenha calma.

    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

    Q d t lti i i d ti t d t i ti i d b t i t

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    Quando os trs ltimos animais do compartimento de carga traseiro estiverem saindo, abra a porteira entre oscompartimentos de carga; a viso dos animais saindo estimular os outros a segui-los. Repita esse procedimento atque o desembarque esteja concludo.

    No casos de carretas com dois pisos deve-se desembarcar primeiro os animais que estiverem nos compartimentostraseiros; comeando por aqueles que esto no piso inferior e logo aps do piso superior. S ento deve-se soltaros animais do compartimentos de carga dianteiros, a partir do segundo compartimento de carga inferior, seguido doterceiro para, finalmente liberar os animais do segundo piso dos compartimento de carga dianteiros.

    Situaes de emergncia no desembarqueQuando houver animais deitados no ltimocompartimento de carga, prximo a porteira desada, tente levant-los, use comandos de voz ou abandeira. Se, aps algumas tentativas o animal nose levantar, use o choque, aplicando-o apenas noanimal que estiver deitado, sempre respeitando asregras de utilizao do mesmo.

    Boas Prticas de Manejo

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    51Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Se ficar constatado que o animal no conseguir se levantar,pois est ferido ou muito debilitado, desembarque os animaisque estiverem no mesmo compartimento de carga, faa

    isso com muita calma para minimizar o risco do animal serpisoteado.

    Assim que os animais sarem do compartimento de carga,realize o abate de emergncia, sob a superviso do SIF.Atordoe o animal dentro do veculo, para posteriormentearrast-lo para fora (aps ter certeza que o animal est

    inconsciente). Nunca arraste um animal consciente!

    A equipe de recepo dos bovinos no abatedouro deveestar preparada para realizao do abate de emergncia.No corra riscos, sempre que necessrio amarre o animal paraproceder o atordoamento, e no caso de reaes aps oprimeiro disparo, repita o procedimento, atordoando-o maisuma vez.

    Desembarque os animais dos demais compartimentos decarga apenas aps a retirada do animal atordoado. CONTU SE S NA CARCAA DEVID O A

    PISOTEIO DURANTE O TRANSPORTE

    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

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    Limpeza dos compartimentos de carga e verificaesAps o desembarque verifique se nenhum animal permanecenos compartimentos de carga. Caso todos tenham sado,feche as porteiras e conduza o veculo para o local onde serlavado e desinfetado.

    A limpeza e desinfeco do veculo deve ser realizada logoaps o desembarque, o quanto antes melhor. No limpe oscompartimentos de carga de veculos boiadeiros em rios ouriachos, isto causa poluio e aumenta os riscos de transmissode doenas.

    Ao terminar a limpeza faa uma cuidadosa verificao noscompartimentos de carga, cheque travas e parafusos, repareou substitua o que estiver quebrado.

    Esteja certo de que est tudo em ordem para a prxima viagem. essencial que os veculos estejam limpos,desinfetados e em boas condies de uso antes da realizao de um novo embarque.

    Boas Prticas de Manejo

    TRANSPORTE

    O t t d b i

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    O transporte de bovinos passo a passo1. Tenha em mos os planos de viagem e para situaes de emergncia.

    2. O veculo deve estar limpo e em boas condies de uso.

    3. O piso do compartimento de carga deve dispor de tapete de borracha e estrutura antiderrapante.

    4. Os caminhos de acesso s fazendas devem estar em boas condies e quando no estiverem, d apoio aosmotoristas.

    5. Oferea condies para atender s necessidades dos motoristas antes de embarcar os animais.

    6. Certifique-se de que todos os documentos esto em ordem.

    7. Estacione o veculo corretamente, sem deixar espaos com o embarcadouro.

    8. Embarque o nmero correto de animais por compartimento de carga. Evite embarcar animais cansados,machucados ou doentes.

    9. No inicie a viagem logo aps o embarque. Retire o veculo do embarcadouro, estacione em um local plano

    e faa a primeira vistoria. Se houver animais deitados, levante-os. Se houver animais agressivos, mude-os decompartimento ou amarre-os.

    10.Quando necessrio, amarre os animais pelos chifres ou use um cabresto, nunca amarre pelo pescoo.

    11. V devagar nos primeiros 15 a 20 minutos da viagem, dirija com cuidado, evite brecadas e movimentos bruscos.Pare o veculo e verifique se todos os animais esto em p. Se houver animais caidos ou deitados, levante-os.

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    12. Estimule o animal se levantar falando ou batendo palmas. No grite nem assuste os animais. Aps duas ou trstentativas use o choque.

    13.Nunca aplique choque na cara, nus, vagina, bere ou escroto. No segure o basto eltrico sobre o corpodo animal por mais de um segundo.

    14.Caso o animal no se levante, certifique-se que no est ferido ou exausto e que h espao suficiente para selevantar; se estiver tudo em ordem, tente mais uma ou duas vezes, no mximo.

    15.Animais debilitados devem ser desembarcados e nos casos mais graves deve-se fazer o abate de emergncia.Se no for possvel, siga viagem e realize o abate de emergncia logo quando chegar ao destino.

    16.O abate de emergncia deve ser feito por pessoa treinada e com equipamentos apropriados.

    17. Dirija sempre com cuidado, respeitando a sinalizao das estradas.

    18.O tempo total da viagem no deve ultrapassar 12 horas, quando isto ocorrer os animais devem ser desembarcados,recebendo alimento e gua vontade. Evite transporte de longa distncia.

    19.Evite paradas longas, principalmente nas horas mais quentes do dia e procure sempre estacionar o veculo nasombra.

    20.Quando houver problemas durante a viagem, analise a possibilidade de rotas alternativas, solicite outro veculoe faa o transbordo dos animais ou desembarque os animais em local adequado.

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    21.Quando nada disso for possvel, estacione o veculo em local seguro e na sombra. Oferea gua regularmenteaos animais.

    22.O transporte de bezerros exige mais cuidado. Nunca misture bezerros com animais adultos, mesmo que sejamsuas mes. Oferea gua para os bezerros em viagens a cada 6 horas.

    23.O desembarque deve ser feito imediatamente aps a chegada ao destino. Estacione o veculo nodesembarcadouro corretamente, sem deixar espao com a rampa de desembarque.

    24.Antes de abrir as porteiras do compartimento de carga, certifique-se que no h animais deitados ou cados e,quando houver levante-os.

    25.Abra a porteira mais prxima da rampa de desembarque e caso os animais no saiam, estimule-os, batendopalmas e fazendo movimentos na lateral do veculo. No grite e no use o choque, tenha calma.

    26.Caso algum animal no consigar se levantar, desembarque os animais que estiverem no mesmo compartimentode carga com calma.

    27.Quando necessrio faa o abate de emergncia, atordoando o animal dentro do veculo, para posteriormentearrast-lo para fora.

    28.Nunca arraste animais conscientes! O desembarque dos animais dos outros compartimentos de carga deve serfeito aps a retirada do animal atordoado.

    29.Limpe e desinfete o veculo logo aps o desembarque. Verifique se est tudo em ordem e conserte ou substituao que estiver quebrado.

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    Consideraes finaisCom a adoo das boas prticas de manejo durante o transporte de bovinos, apresentadas neste manual, espera-seproporcionar maior segurana e conforto para os motoristas e reduzir as situaes de risco que prejudicam o bem-estar dos animais e causam perdas quantitativas e qualitativas da carne.

    A maioria das recomendaes de fcil aplicao e no exige investimentos financeiros. Todavia, a aplicao das

    boas prticas de manejo exige ateno, planejamento e, fundamentalmente, compromisso do pessoal envolvido como trabalho.

    Com base nas experincias de vrios motoristas boiadeiros que, aplicaram as recomendaes apresentadas nessemanual no seu dia-a-dia de trabalho, estamos seguros da sua eficincia e utilidade. Tenha em mente que planejar asaes e reduzir os riscos sempre mais fcil e melhor que enfrentar problemas.

    Bom trabalho!

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    AgradecimentosA Pfizer Sade Animal um agradecimento especial, por oferecer apoio tcnico e financeiro ao Grupo ETCO parao desenvolvimento do Projeto de Boas Prticas de Manejo e em particular para a elaborao deste manual.

    Agradecemos ao Grupo Marfrig, em particular a equipe tcnica e funcionrios da unidade de Promisso-SP,pela colaborao no desenvolvimento das pesquisas sobre o transporte de bovinos; a Cleber Souza Silva pelacontribuio na elaborao deste manual e ao CNPq pelo apoio s pesquisas do Grupo ETCO (Projeto de

    Pesquisa nmero 505999/2008-0), cujos resultados contriburam para a elaborao deste manual.

    A FUNEP, WSPA Brasil e FAO pelo incentivo e apoio publicao deste manual.

    As equipes tcnicas do Grupo ETCO e da Pfizer Sade animal pela ateno e disponibilidade, contribuindo comsugestes que enriqueceram o manual.

    Muitas das recomendaes apresentadas neste manual foram sugeridas por motoristas boiadeiros, a todos eles nossosagradecimentos e respeito.

    Anotaes

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