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AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO 2017 COMPARTILHANDO CUIDADOS NA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE MANUAL Conselho de Direitos Humanos (CDH)

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AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO

2017COMPARTILHANDO CUIDADOS NA

TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE

MANUAL Conselho de Direitos

Humanos (CDH)

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Conselho de Direitos Humanos (CDH)

O direito ao casamento: legislação e restrições ao casamento na esfera LGBT

Artur Prado do Egito

Camila Machado Figueiredo Menezes

Douglas Alves Ferreira

Letícia Barbosa Plaza

Leticya Sousa de A. Guedes

1. Histórico, mandato e escopo do Conselho de Direitos Humanos

O Conselho de Direitos Humanos (CDH) é um órgão intergovernamental das

Nações Unidas (ONU), criado pela Assembleia Geral da ONU em 15 março de 2006,

através da resolução 60/251, a fim de substituir a antiga Comissão sobre Direitos

Humanos (ESCRITÓRIO DO ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS

PARA OS DIREITOS HUMANOS [EACDH], 1996-2017a; CENTRO REGIONAL DE

INFORMAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS [UNRIC], 2016). O CDH é responsável por

promover o respeito e a proteção dos direitos humanos no mundo, além de discutir as

situações de violação dos direitos humanos e elaborar resoluções de caráter

recomendatório sobre elas. Assim, ele trabalha com mandatos temáticos de direitos

humanos.

Ao contrário da antiga Comissão, os membros do Conselho competem por

assentos, 47 cadeiras divididas equitativamente por continentes, e são eleitos pela

Assembleia Geral, se têm o apoio da maioria dos Estados-membros, numa votação

secreta. Eles comprometem-se a respeitar e promover os direitos humanos, sob pena de

suspensão de direitos e privilégio (UNRIC, 2016). Tal comprometimento é monitorado

pela Revisão Periódica Universal, incumbido de acompanhar a situação dos direitos

humanos nos 193 Estados-membros da ONU. O Conselho também dispõe de um

Comitê Consultivo - seu think tank - que fornece informações e recomendações sobre

questões de direitos humanos, e de um Procedimento de Reclamações, que permite

indivíduos e organizações a denunciar ao CDH violações dos direitos humanos.

Ademais, ele trabalha com os Procedimentos Especiais da ONU, estabelecidos pela

antiga Comissão de Direitos Humanos, que acompanham, examinam, aconselham e

relatam publicamente as questões temáticas ou situações de direitos humanos em países

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específicos (EACDH, 1996-2017a).

O Conselho de Direitos Humanos realiza três sessões ordinárias por ano, num

total de 10 semanas, nos meses de março (4 semanas), de junho (3 semanas) e de

setembro (3 semanas). Caso um terço dos Estados-membros requisitem uma reunião

para debater situações emergenciais, o CDH poderá realizar uma reunião especial

(EACDH, 1996-2017b).

2.O CDH e a SiNUS 2017

Nesta SiNUS 2017, o tema abordado pelo Conselho de Direitos Humanos das

Nações Unidas (CDH) se desdobra sobre casamento igualitário, união homoafetiva e o

direito ao casamento da comunidade LGBT. Essa temática possibilita que as delegadas

do CDH discutam sobre direitos humanos e minorias sexuais, bem como que analisem

as maneiras pelas quais os direitos humanos da população LGBT são ameaçados e

violados (tanto pela sociedade civil como por Estados, instituições e outros agentes

internacionais). Ademais, por meio de tal tema as delegadas do comitê poderão

vislumbrar de maneira mais aprofundada a questão do direito ao casamento sob

perspectiva internacional. Assim, pretende-se, por meio deste debate, instigar o

questionamento acerca das desigualdades entre as sexualidades e identidades de gênero

mais diversas. Pretende-se, também, estimular uma reflexão sobre como as opressões

vividas pela comunidade LGBT trespassam fronteiras mas podem, por outro lado, serem

substancialmente superadas, tanto em âmbito internacional como doméstico, por meio

de instrumentos como o Direito Internacional Público e a Proteção Internacional dos

Direitos Humanos.

Nesse sentido, é importante frisar que o Conselho de Direitos Humanos expande

para a comunidade LGBT a Lei Internacional dos Direitos Humanos, elaborada pelo

próprio CDH e sendo composta por dois documentos principais: o Pacto Internacional

dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP) e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,

Sociais e Culturais (PIDESC). Ambos os documentos se tornaram lei internacional em

1976; no entanto, a sua interpretação vinculada às pessoas LGBT varia de acordo com a

perspectiva ideológica de cada país e, dessa forma, é feita livremente por cada um dos

Estados membros do comitê.

O objetivo geral do comitê em questão será juntar esforços para que a

aplicabilidade da Lei Internacional dos Direitos Humanos (PIDCP e PIDESC) seja

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garantida no sentido da proteção das pessoas LGBT - algo que já tem sido feito por

meio de várias resoluções da ONU, como por exemplo, os Princípios de Yogyakarta.

Em 2007, foram lançados os Princípios de Yogyakarta no Conselho de Direitos

Humanos. Esse documento tem por finalidade aplicar as normas dos Direitos Humanos

Internacionais, evitando abusos e, acima de tudo, garantindo proteção internacional às

pessoas LGBT. Apesar de não ser um instrumento vinculante de Direitos Humanos, e

sim um tratado (sua adesão não é obrigatória para os Estados membros do Conselho) os

Princípios constituem recomendações aos governos, instituições, à sociedade civil e à

própria ONU em relação à inserção da comunidade LGBT nos Direitos Humanos

Internacionais.

A temática em questão se relaciona com o lema da SiNUS 2017,

“Compartilhando Cuidados na Transformação da Sociedade”, uma vez que as violações

de Direitos Humanos demandam um esforço coletivo entre nações diversas para que

sejam superadas. É importante salientar como a questão do casamento igualitário é

importante para que os Direitos Humanos de todos os indivíduos sejam devidamente

respeitados. A situação da união homoafetiva difere bastante de país para país, sendo

necessário um esforço conjunto de compartilhamento de experiências entre Estados para

que de fato haja uma mudança estrutural no sentido da garantia universal do direito ao

casamento.

3. Perguntas a serem respondidas no documento final do comitê:

●" O que são os Princípios de Yogyakarta?

●" De que forma a homofobia viola os direitos humanos?

●" Por que o direito ao casamento faz parte dos Direitos Humanos?

●" Como garantir a aplicabilidade dos Direitos Humanos à população LGBT?

●" Como superar a problemática acerca das diferentes ideologias, relacionadas a

contextos culturais diferentes, no sentido de garantir os Direitos Humanos à

população LGBT?

●" Como proteger os direitos da população LGBT sem desrespeitar especificidades

culturais e/ou religiosas?

●" Como utilizar do Direito Internacional como instrumento de garantia de direitos

a minorias?

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4. Glossário

Gênero e Sexo: gênero é um conceito culturalmente definido, uma construção social,

uma noção que se refere a um conjunto de expectativas e papéis sociais que refletem

uma série de valores e significados construídos socialmente (ex.: mulher e homem).

Sexo, por outro lado, corresponde à definição biológica ou natural, aos cromossomos e

aos órgãos sexuais (ex.: feminino, masculino, intersexual).

Orientação sexual: padrão contínuo e inerente de atração física, sexual e/ou romântica

de uma pessoa para com outras pessoas. Diz respeito a qual(is) gênero(s) um indivíduo

sente-se atraído. Ex.: bissexual, lésbica, homossexual, gay, pansexual, assexual,

heterossexual etc.

Identidade de gênero: a forma como um indivíduo se percebe perante a sociedade. O

gênero como alguém se sente e apresenta para si e para as demais pessoas,

independentemente do sexo biológico ou da orientação sexual. Ex.: mulher cisgênero

(identidade corresponde à imposição social e/ou ao sexo), mulher trans (identidade não

corresponde à imposição social e/ou ao sexo), travesti, homem cis, homem trans, pessoa

não binária, agênero, genderqueer, etc.

Minoria sexual: grupo social oprimido por estruturas de poder relacionadas à

orientação sexual e à identidade de gênero dominantes (cisheteronormatividade);

população LGBT enquanto grupo social.

Direitos Humanos: direitos inerentes a todos os seres humanos, sem discriminação

quanto à raça, sexo, nacionalidade, etnia, religião ou outra condição. São garantidos

pela Lei Internacional de Direitos Humanos (composta pela Declaração Universal, pelo

PIDCP e pelo PIDESC), que protege os indivíduos contra ações que intercedam em suas

liberdades fundamentais.

PIDCP e PIDESC: são dois documentos elaborados pela Comissão de Direitos

Humanos. O primeiro corresponde ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos,

enquanto o segundo corresponde ao Pacto Internacional de Direitos Econômicos,

Sociais e Culturais. Ambos obtiveram caráter de Lei Internacional em 1976.

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Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): tais objetivos correspondem a

uma agenda mundial composta por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidas até 2030.

Nesta agenda estão previstas ações mundiais em quatro áreas distintas, que são elas:

dimensão social, que está relacionada às necessidades humanas; dimensão ambiental,

que trata da preservação e conservação do meio ambiente; dimensão econômica, que

trata do uso de recursos naturais, produção mundial, dentre outros; e a dimensão

institucional, que diz respeito às capacidades de colocar em prática os ODS.

Princípios de Yogyakarta: princípios jurídicos internacionais que correspondem a um

documento elaborado por especialistas internacionais com experiências diversas nos

campos da sexualidade humana, do gênero e dos direitos humanos e apresentado à

ONU. Descrevem uma variedade de normas de direitos humanos, bem como a sua

aplicação a questões de orientação sexual e identidade de gênero. Reafirmam a

obrigação primária dos Estados de implementarem os direitos humanos.

Direito Internacional: define as responsabilidades legais dos Estados em sua conduta

uns com os outros, bem como o tratamento dos indivíduos dentro das fronteiras do

Estado. Ele também regula os bens comuns globais, como o meio ambiente, o

desenvolvimento sustentável, as águas internacionais e o comércio internacional.

“Livres & Iguais”: trata-se de uma campanha global das Nações Unidas para a

promoção da igualdade de direitos das pessoas LGBT. Tem como intuito aumentar a

conscientização internacional acerca de discriminação e violência LGBTfóbicas e

promover maior respeito em relação à população LGBT em todo o mundo.

Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos (ACNUDH):

coordena as atividades ligadas à área de Direitos Humanos por meio do Sistema das

Nações Unidas. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos

Humanos, por sua vez, é um órgão da ONU, estabelecido pela Assembleia Geral,

responsável pela promoção e proteção dos direitos humanos garantidos pela legislação

internacional e estipulados pela Declaração Universal.

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LGBT: trata-se do acrônimo que, ao pé da letra, corresponde a Lésbicas, Gays,

Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros. No entanto, o acrônimo não é

restritivo apenas a essas categorias e, tendo em vista que se destina a promover a

diversidade de identidades sexuais e de gênero, é utilizado para referir-se a qualquer

indivíduo que não seja heterossexual e cisgênero. Por conta da diversidade

propriamente dita, é comum encontrar-se variantes do acrônimo que incluam a letra Q

(para aqueles que se identificam como queer ou para os que ainda estão questionando

sua identidade) ou a letra I (para incluir as pessoas intersexuais). A extensão mais aceita

do acrônimo tem sido usada como LGBTQIA+, com a letra A representando as pessoas

assexuais, e adicionando-se o sinal de + para abarcar aquelas identidades que não foram

cobertas pelas iniciais expostas.

Observação: note que utilizaremos apenas LGBT em nossas produções, sendo

importante salientar, dessa forma, que não nos referimos apenas às quatro iniciais

explícitas no acrônimo.

5. Bloco de Posições

5.1. África do Sul

Sendo uma das maiores economias do continente africano, a África do Sul

representa um papel regional importantíssimo. Esse status, no entanto, até 1994, era

aproveitado de forma integral apenas pelos brancos, favorecidos pela política do

apartheid. Nessa estrutura, havia a clara separação de etnias; porém, devido às pressões

internacionais, as oposições armadas e os protestos em massa (BBC, 2017), elegeu-se

um governo democrático, o qual agiu para tornar a convivência mais integrada e

pacífica na África do Sul. Percebe-se, então, que por bastante tempo, esse Estado não

cumpriu de modo devido os preceitos dos direitos humanos – afinal, violava claramente

a premissa de igualdade. Ainda assim, a África do Sul surpreendeu a comunidade

internacional no que concerne outras políticas (HUMAN RIGHTS WATCH, 2015).

Diz-se isso, pois, a África do Sul foi o primeiro país do hemisfério Sul a aprovar

o casamento homossexual, em 2006 (BBC, 2017). Na época, essa atitude gerou

indignação dos setores mais conservadores da sociedade sul-africana; porém, teve

respaldo internacional e foi bastante elogiado pelos ativistas da causa LGBT. Nos anos

seguintes a sua instauração, contudo, verificou-se que a África do Sul virou um “espaço

seguro” para estrangeiros, de modo que, tornou-se muito comum que casais

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homossexuais europeus viajassem até ela para que pudessem se unir civilmente (BBC,

2017).

No seu próprio povo, entretanto, a questão do matrimônio entre pessoas do

mesmo gênero não tão bem aceita, principalmente nas comunidades mais pobres

(HUMAN RIGHTS WATCH, 2013). É por conta disso que se tornou constante a

taxação do casamento homossexual na África do Sul como algo para brancos e para

estrangeiros, não tendo alcançado as populações negras mais carentes e LGBT. Na

atualidade, configura-se um panorama mais esperançoso, vide o aumento de casamentos

entre negros e de grupos étnicos de bastante poderio; porém, juntamente ao progresso,

continua a andar a discriminação.

Para mais informações, acesse:

●" http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/africa-do-sul-primeiro-casamento-

homossexual-zulu-abre-portas-para-discutir-respeito-e-tradicao.

●" https://www.publico.pt/2006/11/14/sociedade/noticia/africa-do-sul-legaliza-

casamentos-homossexuais-1276558.

●" https://ibdfam.jusbrasil.com.br/noticias/2362618/casamento-gay-na-africa-do-

sul-e-conquista-para-brancos.

5.2. Alemanha

Em 1871, a proibição de “atos sexuais contrários à natureza” apareceu pela

primeira vez no Código Criminal Germânico. Essa lei, conhecida como “Parágrafo

175”, tornou-se mais incisiva a partir de 1935, quando os nazistas enviaram dezenas de

milhares de homossexuais para campos de concentração. O Parágrafo 175 permaneceu

no código criminal da Alemanha Oriental até 1968, enquanto no da Ocidental foi

removido em 1994 pelo governo unificado. Em 2017, o gabinete alemão decidiu apoiar

um projeto de lei que anula 50 mil sentenças e entrega compensação aos afetados (BBC,

2017).

A união civil entre casais do mesmo sexo foi legalizada na Alemanha em 2001

(EQUALDEX, 2017). Nessa parceria conjugal, os casais homossexuais têm o mesmo

direito de herança e responsabilidade financeira que os heterossexuais, e um estrangeiro

unido legalmente a um alemão tem o direito à cidadania (BBC, 2001).

Em 2013, a discriminação da lei fiscal sofrida por parceiros civis em

comparação aos cônjuges foi considerada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional

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Federal da Alemanha (SPIEGEL, 2013). No mesmo ano, o Tribunal também expandiu o

direito de adoção dos casais homossexuais ao permitir a adoção sucessiva1 de crianças,

considerando sua proibição uma violação do direito à igualdade de tratamento

(BUNDESVERFASSUNGSGERICHT (BVerfG), 2013). Entretanto, a união civil

consiste em um status diferente do casamento. Há uma pressão a favor do casamento

entre pessoas do mesmo sexo na Alemanha (HILL, 2015).

Por outro lado, o Tribunal tornou possível alterar o gênero no registro civil

mesmo sem a realização de cirurgia de readequação sexual (EQUALDEX, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" https://www.hrw.org/news/2017/03/10/germany-join-move-marriage-equality.

●" https://www.youtube.com/watch?v=vUYHv4THhyk.

5.3. Arábia Saudita

O Reino da Arábia Saudita é um dos principais protagonistas do mundo árabe.

Sua estatura é construída em seu tamanho geográfico (o dobro da França e da Alemanha

combinada), seu prestígio como o lugar de nascimento do Islã e seu status de colosso

como um produtor de petróleo – com um quarto das reservas do mundo sob seu

território. A sua importância como país exportador de petróleo criou uma

interdependência econômica com os países do ocidente – onde se encontra a principal

demanda desse bem. Isso, por sua vez, levou a fortes relações políticas e militares que

às vezes têm sido uma fonte de estranheza para ambos os lados. Destaca-se por sua

aceitação de uma versão puritana do Islã sunita, incluindo punições severas, como

decapitações públicas e suas restrições às mulheres (BBC, 2016).

As autoridades restringiram severamente os direitos à liberdade de expressão,

associação e reunião, detendo e aprisionando os críticos, defensores dos direitos

humanos e ativistas dos direitos das minorias por meio de acusações vagamente

formuladas. A tortura e outros maus-tratos dos detidos permanecem comuns,

particularmente durante o interrogatório, e os tribunais continuam a aceitar "confissões"

conseguidas sob tortura para condenar os réus em julgamentos injustos. As mulheres

enfrentam discriminação, tanto na legislação como na prática, e são inadequadamente

protegidas contra a violência sexual e outras. Os tribunais impuseram muitas penas de

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1 A adoção sucessiva ocorre quando uma das partes faz a adoção singular e, posteriormente, o cônjuge ou companheiro requer a adoção do menor.

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morte, inclusive por crimes não violentos e contra delinquentes juvenis, dezenas de

execuções foram realizadas. As forças da coalizão lideradas pela Arábia Saudita

cometeram graves violações do direito internacional, incluindo crimes de guerra, no

Iêmen (ANISTIA INTERNACIONAL, 2017).

A homossexualidade na Arábia Saudita é ilegal, a punição para o ato de

“sodomia¹” pode variar entre penas de prisão, amarração e para os casos de

reincidência, a pena de morte. Com isso a população LGBT do país sofre sem

reconhecimentos, direitos, ou a proteção do estado, estando assim entre uma das

minorias mais marginalizadas e perseguidas da nação (EQUALDEX, 2017).

5.4. Argentina

A Argentina é um país sul-americano, seu terreno inclui parte da Cordilheira dos

Andes, pântanos, planícies dos Pampas e um longo litoral. Seu povo teve que lutar com

a ditadura militar, uma guerra sobre as Ilhas Malvinas (ou Ilhas Falkland), e graves

dificuldades econômicas. A Argentina é rica em recursos, tem uma força de trabalho

bem-educada e é uma das maiores economias da América do Sul. Porém vem sofrendo

com a recessão nos últimos anos. O país permanece travado em uma disputa territorial

com o Reino Unido sobre as Ilhas Malvinas, que são governadas como um território

ultramarino britânico, mas foram reivindicadas por Buenos Aires desde 1830 (BBC,

2016).

Em 2010, a Argentina legalizou o casamento homossexual em âmbito nacional,

com uma pequena margem nos votos do Senado (33 a favor, 27 contra e 3 abstenções),

se tornando assim o primeiro país da América Latina a legalizar a união de casais do

mesmo sexo. Não existe uma lei nacional que criminalize a LGBTfobia, porém há leis

estaduais que o fazem, sendo assim a população LGBT não goza de uma proteção legal

completa. A mudança de gênero é legalizada e não requer uma cirurgia de redesignação

sexual. A adoção por casais do mesmo sexo também é permitida (EQUALDEX, 2017).

5.5. Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e

Intersexuais

Estabelecida em 1978, a Associação Internacional de Lésbicas, Gays,

Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (ILGA) é uma federação mundial de grupos

regionais e nacionais que luta em prol da igualdade de direitos para pessoas lésbicas,

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gays, bissexuais, trans e intersexo, da igualdade de gênero e da libertação das minorias

sexuais em relação a todo e qualquer tipo de preconceito ou discriminação por todo o

mundo (ILGA, 2013).

A ILGA é uma organização de cúpula para mais de 1200 organizações membras,

que atuam pela defesa e garantia de direitos de pessoas perseguidas por questões sexuais

ou de gênero em 131 países (JORNAL DO BRASIL, 2017), apresentadas em seis

regiões globais que incluem a ILGA-Pan Africa, a ILGA-Ásia, a ILGA-Europa, a

ILGA-LAC (América Latina e Caribe), a ILGA-América do Norte (Canadá e EUA) e a

ILGA-Oceania (Aotearoa/Nova Zelândia, Austrália e ilhas do Pacífico) (ILGA, 2013).

A visão geral da associação é de um mundo no qual os direitos humanos de

todas as pessoas sejam devidamente respeitados e garantidos, em que todos os seres

humanos possam viver em igualdade e liberdade e onde a sociedade se enriqueça em

diversidade sexual e de identidade e expressões de gênero. Assim, a ILGA tem como

missões centrais a atuação, a nível global e regional, como representantes das pessoas

LGBT de todo o mundo; a promoção de igualdade e liberdade, por meio da prática de

lobby, bem como da educação de instituições, governos, meios de comunicação e da

sociedade civil; a cooperação e a solidariedade das ILGAs regionais e, por fim, a

promoção de liderança dentre organizações de direitos humanos pelo mundo com fins

da proteção e da garantia desses mesmos direitos (ILGA, 2013).

Como federação global única de organizações LGBT, a ILGA manifesta a sua

agenda nos mais variados fóruns das Nações Unidas. A associação promove visibilidade

à luta LGBT fazendo lobby no Conselho de Direitos Humanos (CDH), questionando e

até mesmo pressionando os seus Estados membros no âmbito da Revisão Periódica

Universal (RPU), por exemplo, ou, ainda, participando da Comissão sobre a Situação da

Mulher (CSW) (ILGA, 2013). Desde 2011, a ILGA goza de status consultivo em meio

ao Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC), dessa forma

publicando anualmente um relatório mundial sobre discriminação sexual e de gênero,

bem como um mapa de legislações (que criminalizam ou protegem direitos LGBT)

(ILGA, 2013).

Para mais informações, acesse:

●" http://ilga.org/ecosoc-lgbt-voices-at-the-united-nations-ecosoc-council-vote-

grants-consultative-status-to-ilga/.

●" http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/10/01/onu-nomeia-especialista-para-

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defender-direitos-humanos-de-pessoas-lgbt/.

5.6. Austrália

Na Austrália, a união homoafetiva é permitida em alguns estados, porém não é

assegurada em todo o território (O GLOBO, 2016). O Parlamento rejeitou a proposta de

legalização do casamento gay em 2012, mas a medida não conteve outras tentativas de

legitimar o matrimônio da comunidade LGBT (REVISTA VEJA, 2013).

Em 2016, o Primeiro Ministro da Austrália, Malcom Turnbull, propôs a

realização de um referendo sobre a questão da legalização do casamento homossexual.

O projeto foi barrado pelo Senado australiano e contou com o apoio de vários políticos

em prol comunidade LGBT. O principal argumento levantado por quem apoia a

expansão dos direitos das minorias sexuais, mas votou contra a realização de um

referendo, concerne em dois pontos principais. O primeiro é o fato de que o assunto

poderia gerar debates hostis na população. O segundo seria a falta de necessidade de

votar essa lei de forma diferente das outras no país, uma vez que quase nenhuma outra

decisão é tomada pelo voto da população e sim pelo voto dos parlamentares (THE

HUFFINGTON POST BRASIL, 2016).

Assim, mesmo com mais de 60% dos australianos apoiando o casamento

homossexual, a questão ainda está em aberto na Austrália e não foi legalizado. Essa

medida é duramente criticada tanto pela população, quanto por organizações

internacionais de defesa dos Direitos Humanos (OBSERVADOR, 2016).

5.7. Bélgica

A Bélgica é constantemente apontada como um modelo a ser seguido pelos

países do globo, afinal, apresenta uma sociedade bastante igualitária, uma estrutura

econômica próspera e funcional; além de índices de violência quase irrisórios. Ainda

assim, existem certas questões que preocupam a população belga, como a crescente

divisão entre a maioria alemã do Norte e a maioria francesa do Sul; e também o

crescimento do extremismo islâmico em sua capital, Bruxelas (HUMAN RIGHTS

WATCH, 2013).

Em se tratando da aprovação do casamento homossexual, a Bélgica se anuncia

como um dos países mais progressistas. Diz-se isso, pois, foi o segundo Estado a

legalizar formalmente essa prática, desde 2003 (BBC, 2017). Apesar de sua população

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majoritariamente católica, isso não foi entrave para desacelerar as discussões acerca dos

direitos LGBT. Em seu território torna-se possível, além da união civil e da garantia de

direitos idênticos aos casais homossexuais; ainda a possibilidade de adoção por casais

homossexuais, garantia assegurada desde 2006 (BBC, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/05/veja-quais-paises-ja-aprovaram-o-

casamento-gay.html.

●" http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI84224-EI294,00-

Belgica+tornase+pais+a+legalizar+casamento+gay.html.

5.8. Brasil

O Brasil é o país mais influente do continente sul-americano, sendo um

crescente poder econômico. Nos últimos anos tem feito grandes progressos para

melhorar o seu desenvolvimento e a qualidade de vida de seus cidadãos, tendo

diminuído significantemente a fome e a pobreza com programas sociais e econômicos.

Sendo uma antiga colônia portuguesa, o Brasil possui uma população altamente

diversificada, incluindo indígenas americanos e descendentes de negros escravizados e

colonos europeus. Com um extenso território continental, tem a exportação

agropecuária como sua principal atividade econômica. Se destacou entre os países em

desenvolvimento com seu extenso programa de prevenção e tratamento do HIV e outras

doenças sexualmente transmissíveis (BBC, 2016).

Embora a aceitação pública da homossexualidade venha aumentando na

sociedade brasileira, esse tema ainda é um tabu e por isso há diversos casos de violência

e preconceito no país. De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB) cerca de uma

pessoa LGBT é assassinada a cada 26 horas (GGB, 2014), o que é agravado pelo fato de

não haver uma lei federal que criminalize a lgbtfobia. O casamento homossexual é

legalizado desde 2013, por uma decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), porém

ainda não há uma legislação que assegure o direito de casamento definitivamente.

Quanto à comunidade trans, é possível a troca de gênero, porém é necessário realizar

uma cirurgia de redesignação sexual (EQUALDEX, 2017). O Brasil também sedia a

maior parada LGBT do mundo, que acontece anualmente em São Paulo e teve dois

milhões de pessoas em 2016, segundo os organizadores (GONÇALVES; ARAÚJO,

2016).

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5.9. Canadá

O Canadá foi, em 2005, o primeiro país das Américas a legalizar o casamento

homossexual em seu território e um dos primeiros em nível global (G1, 2015). Com

uma política de direitos humanos extremamente abrangentes, no território canadense a

população LGBT tem ao seu alcance os mesmos direitos do que casais heterossexuais,

incluindo a legalidade ao adotar, a trocar de gênero, a servir o exército, e as leis

antidiscriminação (MARIANO, 2012).

As três maiores cidades canadenses, Toronto, Montreal e Vancouver contam

com várias vilas gays, promovem inúmeras pardas e festivais LGBTs e são referências

de cidades de boa receptividade ao público LGBT (SUPER INTERESSANTE, 2015).

Duas observações que cabem serem feitas é que, em um território onde 40% da

população é declarada católica, algumas grandes igrejas dessa vertente cristã, como a

United Church of Canada e a Unitarian Universalist, são apoiadoras da união

homossexual. Nas organizações militares, desde 1992, gays e lésbicas possuem direitos

iguais a qualquer outro cidadão que ingressar nas forças armadas, direito este nem

sempre concebido em outros países que também adotaram o casamento homoafetivo

como união estável (MARIANO, 2012).

5.10. Catar

O Catar é um pequeno país árabe localizado no Oriente Médio. Trata-se de uma

monarquia absoluta e hereditária, governada pela Casa de Thani desde o século XIX. O

país usa sua renda provinda de suas reservas de petróleo para manter influência regional

e global. Suas intervenções regionais, como o suporte ao grupo palestino Hamas em

Gaza, têm se mostrado bastante controversas entre líderes árabes (BBC, 2016). Quanto

aos direitos humanos, o governo do Catar impede os direitos à liberdade de expressão,

de associação e de reunião pacífica. Existem muitas acusações, também, de exploração

e abuso de imigrantes, sujeitos inclusive a trabalhos forçados (ANISTIA, 2017).

Ao que tange os direitos da população LGBT e os direitos sexuais, o Catar

possui uma conduta bastante restritiva, que leva a ações que também podem ser

entendidas como violações de direitos humanos. A homossexualidade é um tabu muito

grande nessa sociedade extremamente patriarcal, sendo que raramente é tratada no

discurso público. Existe uma crença popular no país que sugere que a homossexualidade

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é uma escolha, sendo comum acreditar-se que ela seria uma “invenção ocidental”

(DOHA NEWS, 2016). Não existe reconhecimento algum de casamento ou união civil

entre pessoas do mesmo sexo, sendo que a coabitação é considerada crime de

“sodomia” (EQUALDEX, 2017).

O código penal do país pune a prática de “sodomia” por meio de um a três anos

de encarceramento. Tanto casais de homens como casais de mulheres entram na

categoria de “sodomitas” (GLOBAL GAYZ, 2009). Tratando-se de um país islâmico, é

muito comum o uso da “lei de Sharia”, mesmo que ela não corresponda à legislação

oficial do país; assim sendo, indivíduos muçulmanos podem ser acusados de zina (sexo

fora do casamento), crime passível de flagelação, de 40 a 100 chibatadas (para pessoas

não casadas) ou, ainda, pena de morte (caso a pessoa condenada seja casada) (HUMAN

RIGHTS WATCH (HRW), 2016). De acordo com a mídia local, ao menos dezenas de

pessoas foram punidas com chicotadas desde 2004, sendo que, de 2009 a 2011, foram

pelo menos 45 pessoas açoitadas (HRW, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" https://dohanews.co/what-its-like-to-be-gay-and-qatari/.

●" https://www.amnesty.org/en/latest/campaigns/2016/03/qatar-world-cup-of-

shame/.

5.11. Chile

Considerado um dos países mais conservadores da América do Sul, onde manter

relações sexuais era crime até 1999, o Chile se tornou o terceiro país do continente a

aprovar a união civil igualitária para casais homossexuais e heterossexuais, no ano de

2015 (ESTADÃO, 2015).

Em 2012, grupos ativistas, organizações internacionais e associações LGBT

pressionaram o governo a assinar e retomar a discussão sobre leis antidiscriminatórias

contra a comunidade homossexual. A corte Interamericana de Direitos Humanos

aprovou o acréscimo na legislação chilena, apesar da lei contra a discriminação ter sido

alvo de duras críticas ao deixar em aberto questões de princípios fundamentais, como a

liberdade de consciência, de expressão e educação (GARCIA, 2012).

Duas questões importantes também geram presença nos debates políticos do

Chile. Uma delas, a cirurgia de troca de sexo, é oferecida nos hospitais públicos

chilenos desde 2013. A outra questão, relativa à adoção de crianças por casais

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homossexuais, ainda está em aberto, pois somente homossexuais solteiros podem adotar

e ser guardião legal, e não ambos os cônjuges da relação (GARCIA, 2012).

5.12. China

Na China, a homossexualidade foi descriminalizada e removida da lista oficial

de transtornos mentais em 1997 e 2001, respectivamente (MOUNTFORD, 2010;

EQUALDEX, 2017). É possível também alterar o gênero no registro civil após a

realização de cirurgia de readequação sexual (EQUALDEX, 2017).

Mesmo assim, o governo chinês mantém-se em silêncio sobre a questão da

homossexualidade. Assim como não há qualquer proteção contra a discriminação de

pessoas LGBT, nenhuma das formas de união entre pessoas do mesmo sexo é legal e a

adoção por indivíduos ou casais homossexuais nacionais ou estrangeiros é ilegal

(MOUNTFORD, 2010; EQUALDEX, 2017). Em suma, os casais LGBT não são

reconhecidos como famílias.

De acordo com uma pesquisa feita pelo grupo norte-americano Pew em 2015,

61% da população chinesa considera a homossexualidade inaceitável. (JIANG; HUNT;

LU, 2016). Entretanto, as gerações mais jovens promovem uma maior aceitação dos

indivíduos LGBT através de uma grande comunidade virtual (SHEN; PELZER, 2016).

A demanda pelos direitos dessas pessoas é parte da conversa nacional. Em abril de

2016, por exemplo, uma campanha na plataforma de mídia social Weibo contra os

falsos casamentos com pessoas heterossexuais2 atraiu mais de 1,5 milhão de

visualizações (BBC, 2016; WONG, 2016).

No mesmo ano, a China também testemunhou o primeiro caso judicial do país

referente à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo (JIANG; HUNT; LU,

2016; WONG; PIAO, 2016). O casal Sun Wenlin e Hu Mingliang entrou com uma ação

judicial contra o gabinete de assuntos civis de Changsha após seu direito de casamento

ter sido negado quando eles tentaram se casar em junho de 2015. A decisão negativa do

tribunal distrital era previsível, mas o processo ainda é considerado histórico porque um

tribunal aceitou julgá-lo (WONG; PIAO, 2016).

Para mais informações, acesse:

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!2 Os falsos casamentos, ou sham marriages, são uma prática comum dentro da comunidade LGBT chinesa. Em consequência da pressão familiar pelo casamento, pessoas homossexuais casam-se com pessoas do sexo oposto, que podem ser heterossexuais ou não.

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●" https://www.outrightinternational.org/content/china-legal-position-and-status-

lesbian-gay-bisexual-and-transgender-people-people%E2%80%99s.

●" https://www.nytimes.com/2016/04/14/world/asia/china-same-sex-marriage-

ruling.html?_r=0.

5.13. Comissão Internacional de Direitos de Gays e Lésbicas

A OutRight Action International, anteriormente conhecida como Comissão

Internacional de Direitos de Gays e Lésbicas (IGLHRC), é uma organização de

liderança internacional dedicada à defesa dos Direitos Humanos em nome das pessoas

lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersex que são ou foram vítimas de discriminação ou

abuso com base em orientação sexual e identidade ou expressão de gênero (OUTRIGHT

ACTION INTERNATIONAL, 2017).

O objetivo geral da OutRight é a promoção de Direitos Humanos, bem como de

oportunidades às pessoas LGBT por todo o mundo, onde quer que os direitos delas

estiverem ameaçados (OUTRIGHT ACTION INTERNATIONAL, 2017). A

organização procura alcançar tal objetivo por meio do desenvolvimento de parcerias

críticas a nível global, regional e nacional, assim como pela monitoria, documentação e

exposição das condições da população LGBT ao redor do mundo. Assim, estimula a

ação contra violações de direitos humanos (THE HUFFINGTON POST, 2017).

Atualmente, a comissão possui parcerias com as mais diversas organizações

LGBT entre quatro regiões do globo e mantém uma iniciativa LGBT trans-regional na

ONU em Nova Iorque. Desde o seu nascimento, a OutRight tem obtido êxito na prática

de lobby no sentido de pressionar as organizações mais convencionais de Direitos

Humanos a focar nas violações de direitos das minorias sexuais quando elas estiverem

elaborando suas agendas (OUTRIGHT ACTION INTERNATIONAL, 2017).

A organização foi uma das primeiras focadas em questões LGBT a obter status

consultivo nas Nações Unidas, sendo que os relatórios por ela emitidos costumam ser

citados nos mais altos níveis de tomada de decisão dentro do sistema ONU. A OutRight

produz anualmente relatórios alternativos às posições oficiais de Estados, confrontando,

assim, os seus governos. Esses relatórios são, então, utilizados para encorajar a

Comissão de Direitos Humanos da ONU a instruir seus Estados membros a tomarem

ações corretivas, como, por exemplo, a descriminalização da sodomia (OUTRIGHT

ACTION INTERNATIONAL, 2017).

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Para mais informações, acesse:

●" https://www.outrightinternational.org/where-we-work.

5.14. Coreia do Sul

A Coreia do Sul ainda é um país extremamente conservador que não aceita

abertamente a homossexualidade e trata como tabu assuntos relacionados às causas

LGBT. Grande parte da população considera que o homossexualismo é influência do

ocidente nos jovens coreanos, que encantados com seus costumes, acabam por

interiorizar essa “prática” na cultura da Coreia (THE KOREA HERALD, 2012).

Em 2013 foi realizado o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo na

Coreia do Sul. Apesar de não carregar validade legal, pois a união homoafetiva não é

reconhecida no país, o ato teve um peso simbólico importante e contou com a aprovação

de centenas de coreanos que presenciaram a celebração, realizada em um espaço

público da capital Seoul (BOROWIEC, 2014).

O movimento LGBT ganha espaço e maior visibilidade na Coreia do Sul ao

longo dos anos. Em 2016 aconteceu a primeira Parada Gay em Seoul, onde a defesa de

igualdade e respeito pelas minorias sexuais levou mais de 50 mil coreanos as ruas

(MOREIRA, 2016). Séries de televisão que colocam personagens gays como

protagonistas e a identificação de celebridades locais como gays, lésbicas ou

transgêneros, contribuem para a recognição da população LGBT coreana.

Além disso, a maior mudança na posição da Coreia do Sul em relação as causas

homossexuais, mostrando-se como um país mais abrangente e disposto a mudar a visão

de seus cidadãos, é representada pelo Secretário Geral das Nações Unidas, Ban

KiMoon. Ban, por ter um cargo de alta importância internacional, deixa claro que é

contra a homofobia e defende firmemente a promoção global dos direitos LGBT

(SARAGINGAYO).

5.15. Cuba

Desde a queda do ditador Fulgêncio Batista em 1959, Cuba é um país guiado por

um Partido Único e de tremenda participação na vida pública – o Partido Comunista.

Inicialmente comandado por Fidel Castro, a sucessão foi repassada para o seu irmão

Raúl Castro desde 2008. Apesar da mudança do líder político, o controle sobre os

diversos aspectos da vida dos cubanos manteve-se firme desde a fundação do partido, o

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qual demonstrou isso através de sua capacidade de vigília e burocracia firme (BBC,

2012).

Cuba, por mais que seja um país que diverge muitas vezes do padrão mundial no

que concerne à sua organização social, não apresenta uma realidade diferenciada em se

tratando dos casamentos homossexuais em seu território (HUMAN RIGHTS WATCH,

2014). Na verdade, até mesmo a aceitação da homossexualidade aparece como um

entrave em suas fronteiras. Muito dessa construção advém da mentalidade imposta pelo

próprio regime, afinal, na visão de Fidel Castro, a orientação sexual era vista como um

obstáculo para o avanço do socialismo. Dizia isso por afirmar que os cidadãos LGBT

não poderiam ser “verdadeiros revolucionários”, pois sua conduta ia “contra a natureza

humana” (HUMAN RIGHTS WATCH, 2016).

Nos últimos anos, porém, a mudança de mentalidade vem sendo sentida no país,

fortalecida pela atuação de Mariela Castro, filha de Raúl Castro e atual diretora do

Centro Nacional de Educação Sexual (CENESEX). Mariela é conhecida mundialmente

por ser uma ativista dos direitos LGBT, tendo, inclusive, contribuído fortemente para as

recentes conquistas denotadas em Cuba (EQUALDEX, 2015). Dentre elas, cabe citar a

aprovação das operações de mudança de sexo e a proibição à discriminação contra

lésbicas, bissexuais e transexuais no local de trabalho nos últimos anos. É válido

pontuar, contudo, que ainda não houve a legalização do casamento entre pessoas do

mesmo sexo, ou mesmo uniões civis. Esse processo foi facilitado também após a

declaração de Fidel, em 2010, na qual admitiu que errou ao discriminar homossexuais,

os quais foram enviados a campos de trabalho nos primeiros anos da Revolução de 1959

(ANISTIA, 2002).

O panorama cubano, portanto, se mostra ainda bastante retrógrado em se

tratando da temática do casamento homossexual – ou da temática homossexual como

um todo. As conquistas recentes e até mesmo a atuação da própria Mariela, mostram-se

bastante questionadas pelo povo cubano, o qual se julga incapacitado de demonstrar a

realidade fatídica – e não a construída por interesses governamentais – devido ao fato de

estarem desconectados do resto do mundo.

Para mais informações, acesse:

●" https://www.marxists.org/portugues/tematica/2013/02/09.htm.

●" https://www.hrw.org/news/2016/11/26/cuba-fidel-castros-record-repression.

●" https://www.amnesty.org/en/latest/campaigns/2016/03/six-facts-about-

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censorship-in-cuba/.

●" https://www.amnesty.org/en/latest/news/2015/09/cuba-human-rights-at-a-

glance.

5.16. Egito

O histórico do Egito denota a sua importância no mundo árabe, aparecendo

como o maior país do Oriente Médio – e que vem desempenhando um papel central no

desenvolvimento da área na atualidade (BBC, 2017). O reconhecimento egípcio; que

antes se concentrava unicamente nas pirâmides e no estudo da civilização antiga, vem

alcançando novos horizontes, por conta da modernização da agricultura e o

fortalecimento do turismo moderno. Ainda assim, o governo egípcio não se mostra

capaz de sanar as diversas questões que permeiam seu território, principalmente no que

diz respeito aos direitos humanos (HUMAN RIGHTS WATCH, 2011).

O Egito se posiciona de uma maneira peculiar em se tratando da temática da

união civil homossexual. Declara-se isso, pois, por mais que a discussão acerca do

casamento entre pessoas do mesmo gênero não seja algo em voga, a prática da

homossexualidade não se mostra – ao menos na lei – como algo cabível de punição em

território egípcio. Entretanto, têm-se verificado diversas repreensões e torturas a homens

que mantém relações sexuais consensuais, as quais são estimuladas principalmente pela

taxação da prática como impura para as religiões muçulmana e cristã, as quais são

maioria no Egito. Os dados que denotam este quadro são advindos da própria Human

Rights Watch, instituição que pontua claramente que há de se revisar o tratamento que o

Egito dá à questão homossexual como um todo.

Para mais informações, acesse:

●" https://anistia.org.br/os-poucos-corajosos-egito-que-lutam-por-direitos-

humanos/.

●" http://www.dgabc.com.br/(X(1)S(h1xcdkikknavzgqgt54xalrk))/Noticia/259079/

anistia-internacional-70-paises-perseguem-gays-oficialmente.

●" http://hojeemdia.com.br/primeiro-plano/anistia-internacional-alerta-para-

aumento-da-homofobia-em-s%C3%A9rie-de-pa%C3%ADses-1.258920.

●" http://www.jn.pt/mundo/interior/amp/condenados-por-participarem-em-

casamento-gay-no-egito-4214642.html.

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5.17. Emirados Árabes Unidos

Os Emirados Árabes Unidos (EAU), localizados na península arábica, compõem

uma federação de sete Estados islâmicos que, graças ao petróleo, representam um dos

centros econômicos mais influentes da região e um dos mais importantes do mundo

(BBC, 2016). Se, por um lado, tratam-se de um país bastante conservador e tradicional,

por outro, têm-se mostrado um dos mais liberais e progressistas do Golfo Pérsico no que

tange à tolerância cultural e religiosa. No entanto, o país continua sendo politicamente

autoritário (BBC, 2016).

Em relação aos direitos humanos, as autoridades do país tendem a

arbitrariamente restringir os direitos à liberdade de expressão e de associação, bem

como a processar oposicionistas e críticos ao governo por meio de leis antiterroristas.

Situações como desaparecimentos forçados, julgamentos parciais e desonestos e tortura

continuam comuns nos Emirados Árabes (ANISTIA, 2017).

Ao que diz respeito aos direitos da população LGBT, embora o código penal dos

EAU não proíba a homossexualidade explicitamente, seu Artigo 356 criminaliza

“indecência” (passível de ao menos um ano de encarceramento). Na prática, esse artigo

é utilizado para condenar ofensas correspondentes a zina (relações sexuais consensuais

fora de casamentos oficiais heterossexuais e outras ofensas “morais”, como relações

entre pessoas do mesmo sexo) (HRW, 2017). O Artigo 354, por sua vez, equipara

estupro e sodomia masculina sobre o mesmo patamar, sendo ambas as ofensas punidas

com pena de morte (DETAINED IN DUBAI, 2015). A homossexualidade masculina é

explicitamente proibida; o status da homossexualidade feminina, por sua vez, é

indefinido, embora possa entrar no artigo 356 por indecência e seja muito mal vista pela

sociedade. Assim, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é hoje inconcebível no

país (EQUALDEX, 2017).

Diferentes emirados dos EAU possuem diferentes leis para criminalizar relações

homossexuais. Em Abu Dhabi, por exemplo, “sexo não natural com outra pessoa” pode

ser punido com 14 anos de prisão (HRW, 2017). O código penal de Dubai, por sua vez,

criminaliza a “sodomia consensual” com 10 anos de encarceramento. A atividade

homossexual é criminalizada por esses códigos enquanto o estupro de homens não é

reconhecido em nenhum deles (DETAINED IN DUBAI, 2015).

Para mais informações, acesse:

●" http://www.equaldex.com/region/united-arab-emirates.

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5.18. Estados Unidos da América

Até o ano de 2015, o casamento gay não era permitido unificadamente em todo o

território dos Estados Unidos. Alguns estados, como o de Massachusetts, permite a

união homoafetiva desde 2004 (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 2016). Outros, como

Kentucky, definiam casamento a união entre um homem e uma mulher. Em 2013, a

Suprema Corte Americana legalizou o matrimônio entre pessoas LGBTs em todo o país,

incluindo assim os 37 estados que já adotaram posicionamento de aprovação em relação

ao assunto, o Distrito de Washington e os 14 estados que ainda não havia tornado legal

o casamento homossexual (BBC BRASIL, 2015).

A transformação do casamento homossexual em direito constitucional pelos

Estados Unidos foi considerada uma vitória em nível global, pois representa uma

conquista de direitos humanos para grande parcela da sociedade de uma das maiores

potências mundiais (ESTADÃO, 2015). A adoção de crianças por pais gays era

semelhante à do casamento antes da decisão da Suprema Corte dos EUA: cada estado

do país tinha uma postura e uma opinião sobre. Após a legalização do matrimônio

homossexual, a pauta sobre adoção foi rediscutida em 2016 e tomada como legal em

todos os 50 estados americanos no mesmo ano (RODRIGUES, 2016).

5.19. França

A França é conhecida mundialmente por sua culinária, moda, cultura e

linguagem. Sua fama é tão extensa que ela se caracteriza como o destino mais visitado

por turistas no globo (BBC, 2017). Este status, no entanto, não lhe foi dado de forma

gratuita, tendo sido conquistado após duras perdas tanto econômicas quanto

humanitárias nas duas guerras mundiais. Apesar desse histórico, o panorama denotado

demonstra gradual superação; de modo que a tendência relacionada aos direitos

humanos se mostra bastante progressiva, apesar dos entraves locais que ainda permeiam

a França (BBC, 2017).

Afirma-se isso, pois, o país francófono, pressionado pelo seu caráter religioso,

passou por uma trajetória marcante no processo de discussão do casamento

homossexual (HUMAN RIGHTS WATCH, 2014). Dentre os eventos decorridos, deve-

se citar, ainda em 2004, a tentativa de se validar a primeira união entre dois homens em

território francês, apesar de ainda não ser uma medida assegurada juridicamente. Em

resposta a essa afronta, o Ministro da Justiça anulou o casório, alegando que não havia

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legalidade nele (BBC, 2005), uma vez que a França não possuía nenhum instrumento

que assegurasse o casamento homossexual – apenas a coabitação entre pessoas, sem

gênero definido (HUMAN RIGHTS WATCH, 2014).

Anos depois, devido à mudança de mentalidade e as pressões da sociedade, o

Parlamento Francês voltou a discutir essa temática. Em 2013, houve a aprovação do

casamento homossexual em suas fronteiras, representando o 14º país no mundo a

aprovar esse direito. Ainda assim, houve muita resistência popular, de modo que nos

dias logo após a anuência da lei, ocorreram diversos ataques a homossexuais – e

inclusive, os primeiros casamentos tiveram de ter segurança reforçada, de modo a

garantir a integridades dos noivos ou noivas (HUMAN RIGHTS WATCH, 2014).

Pleiteou-se, até, a anulação da medida, tentativa iniciada pela igreja e por pessoas que

não simpatizavam com a premissa do casamento homossexual.

Para mais informações, acesse:

●" https://www.cartacapital.com.br/internacional/igreja-lidera-movimento-contra-

casamento-homossexual-na-franca.

●" http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/15/estilo/1431696309_279963.html.

●" https://www.hrw.org/news/2013/01/21/france-approve-marriage-equality.

●" https://www.hrw.org/the-day-in-human-rights/2017/04/24.

5.20. Países Baixos

Os Países Baixos (ou Holanda) são uma monarquia constitucional, ocorrida sua

independência como república no século XVI, tornou-se uma das maiores nações

comerciais marítimas. Foi um dos países precursores da União Europeia, defendendo

sua formação e manutenção. É um país com diversos pontos turísticos e atrai visitantes

de todo o mundo (BBC, 2016).

Sendo um dos países mais progressistas do mundo, proibiu a discriminação

contra homossexuais em 1981. Também se tornou o primeiro país a legalizar o

casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2001. A mudança de gênero é legal e não

exige a realização da cirurgia de redesignação sexual. A adoção por casais do mesmo

sexo também é permitida e possui menos barreiras que a maioria dos países

(EQUALDEX, 2017).

Em 2017, um casal homossexual foi atacado em uma região rural do país, esse

acontecimento gerou comoção nacional, com uma campanha denominada “todos os

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homens de mãos dadas”. Cidadãos holandeses e diversas figuras políticas do país saíram

nas ruas de mãos dadas, como um ato de solidariedade ao ataque de ódio ocorrido

(CNN, 2017).

5.21. Iêmen

O panorama político do Iêmen é de bastante alarde, afinal, graças a uma ruptura

norte e sul praticamente histórica, as tensões se mantém latentes. Em resposta a isso, os

movimentos comandados por premissas separatistas são recorrentes (BBC, 2016), tendo

causado, inclusive, a morte de milhões e a expulsão de diversos civis. Esse quadro, por

conseguinte, abre espaço para a participação de grupos paramilitares, tais como a Al-

Qaeda e o Estado Islâmico; os quais cooptam os insatisfeitos e mantém o sentimento

separatista cada vez mais ativo e violento.

O Iêmen se encontra entre os piores países no mundo no tocante aos direitos das

pessoas LGBT, dado que possui políticas bruscas que se dedicam à punição dos

indivíduos homossexuais (HUMAN RIGHTS WATCH, 2014). Homens casados que

forem descobertos em relacionamentos extraconjugais com outro homem podem ser

penalizados com execução via apedrejamento. Para homens solteiros, as medidas

incluem chibatadas e detenção de um ano (G1, 2016).

As mulheres não estão imunes às atrocidades impostas pelo Estado, podendo ser

condenadas em até três anos de reclusão caso o ato tenha sido consensual; ou sete anos,

caso tenha sido forçado, nesse caso a pena é inteiramente direcionada para o autor do

crime (G1, 2016). Além das penas previstas em lei, a população LGBT do Iêmen está

exposta também a extremistas religiosos, havendo histórico contra pessoas LGBT –

alegando estarem fazendo justiça (HUMAN RIGHTS WATCH, 2013).

O quadro denotado no Iêmen não é de desconhecimento internacional, de modo

que diversas violações já foram denunciadas pela ONU e pela Human Rights Watch.

Muito da negligência desempenhada pelo Estado está no não reconhecimento das

populações homossexuais, de modo que não há investimento em qualquer campanha de

proteção – além do mantimento do funcionamento das instituições que fortalecem e

geram as repressões.

Para mais informações, acesse:

●" http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/relacao-homossexual-e-crime-em-

73-paises-13-preveem-pena-de-morte.html.

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5.22. Índia

A Índia representa, na atualidade, a maior das democracias; com uma população

bastante considerável e em contraponto às tendências mundiais, ainda em crescimento,

de modo que se estima que até 2028 ela se torne a nação mais populosa do globo (BBC,

2017). Além de numerosa, a população indiana se apresenta também como bastante

múltipla, seja se tratando de pessoas, linguagem ou tradições culturais; percebe-se,

então, que a Índia é empoderada também pela diversidade denotada em seu território.

Soma-se a isso sua força econômica e o fato de ser um Estado nuclear, justificando, por

conseguinte, o poderio associado a esse país na atualidade. Ainda assim, percebe-se que

ainda há muitas barreiras a serem enfrentadas, afinal, em suas fronteiras se denotam os

mais graves índices de desigualdade e problemáticas relacionadas ao desenvolvimento

social e ambiental.

A Índia é um país que carrega consigo uma religiosidade muito forte, a qual está

inserida em todas as esferas da sociedade, inclusive na política. Em resposta a isso, o

Estado em questão ainda mantém em aplicação uma lei datada de 1861, na qual consta a

criminalização de relações sexuais entre pessoas do mesmo gênero. Essa medida deixa

claro que o país em questão ainda precisa amadurecer bastante o debate LGBT antes de

adentrar a discussão do casamento homossexual em seu território.

Um fato interessante que permeia o universo LGBT na Índia é a presença de

transexuais na sociedade, as chamadas Hijras. Por mais que este seja um tema delicado

em diversos países, na Índia parece ser tratado com maior naturalidade, pois, em sua

cultura e literatura existem diversos personagens transexuais, tornando essa realidade,

mais próxima do mundo dos indianos. Ainda assim, por mais que se reconheça a

existência do “terceiro gênero”, percebe-se que a atuação das Hijras ainda se limita a

pedir dinheiro em metrôs e nas grandes cidades.

Para mais informações, acesse:

●" http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/12/india-restabelece-lei-que-

criminaliza-homossexuais.html.

5.23. Irã

No Irã, a homossexualidade é considerada crime e pode ter pena de morte como

punição, de acordo com as leis islâmicas da Sharia, o livro sagrado e código religioso

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iraniano (BBC, 2016). O casamento homoafetivo é totalmente proibido, assim como

expressões de afeto ditas "demasiadas" com pessoas do mesmo sexo. Os castigos para

simples atos são cruéis e desrespeitam totalmente os direitos humanos e a liberdade

individual, uma vez que atos simples e normais, como o beijo gay, podem causar aos

indivíduos punições que começam com 60 chibatadas (SUPER INTERESSANTE,

2007).

Em 2007, o então presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad declarou, em uma

palestra nos Estados Unidos, que "não existem homossexuais no Irã". Por essa

afirmativa tem-se noção da dificuldade que representa ser LGBT neste país, onde a

existência de indivíduos é negada, onde não existem direitos homossexuais e

consequentemente a perseguição a este grupo é real em todos os sentidos, feita pela

polícia, pelos próprios cidadão que muitas vezes hostilizam gays em suas comunidades,

e principalmente pela Sharia que pune de forma intensa qualquer ato homoafetivo

(ESTADÃO, 2007).

5.24. Iraque

O Iraque apresenta um quadro interno bastante preocupante desde a intervenção

dos Estados Unidos, em 2003, a qual culminou na queda do presidente Saddam Hussein

(BBC, 2017). Desde então, os governos subsequentes só foram capazes de ofertar

períodos bastantes restritos de estabilidade; intercalados por épocas muito sérias em se

tratando das violações dos direitos humanos (HUMAN RIGHTS WATCH, 2015). No

que diz respeito à economia, o Iraque apresenta a terceira maior reserva de petróleo do

mundo – de modo que, é bastante privilegiado e apresenta relevância monetária, porém,

essa conjuntura torna-o também vítima de diversas investidas externas e internas que

buscam tomar posse de seu petróleo, como a feita pelos EUA em 2003.

No Iraque, a discussão da temática do casamento homossexual é bastante

prejudicada, visto que há criminalização formal para as populações LGBT em suas

fronteiras. Esse quadro, além de bastante alarmante, está inteiramente interligado ao

histórico religioso da região, o qual incita a descriminalização – e até o assassinato – aos

indivíduos que se afirmarem publicamente como homossexuais. Por conta disso, essa é

uma questão bastante delicado no Iraque e que não consegue se mostrar mais amena

nem mesmo na capital, como verificado num outro país do Oriente Médio, Israel, que

tem sua capital Tel Aviv como o “paraíso LGBT” da região.

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Para mais informações, acesse:

●" http://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/16/internacional/1463413556_677101.ht

ml.

●" http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/06/relacao-homossexual-e-crime-em-

73-paises-13-preveem-pena-de-morte.html.

5.25. Irlanda

A aprovação do casamento homossexual na Irlanda é um marco celebrado

mundialmente, pois representa uma vitória sobre um assunto tabu em um país declarado

católico, onde a religião exerce forte influência na vida cotidiana dos cidadãos. No país,

a homossexualidade foi considerada crime até 1993 (GUIMÓN, 2015).

Em 2015, o casamento gay foi aprovado como união civil e legal por meio de

um referendo, com mais de 60% dos votos a favor da mudança constitucional. A

votação foi tão importante para o país que mais de 3,2 milhões de eleitores depositaram

seus votos nas urnas e muitos irlandeses residentes fora do país voltaram à Irlanda para

tomar parte da decisão (BBC BRASIL, 2015).

Desde 2010 a Irlanda distinguia a união de casais LGBT, porém até 2015 não

reconheceu de fato o casamento e não conferia proteção legal a esse matrimônio. A

aprovação do casamento homossexual confere uma ruptura com os dogmas católicos

exercidos na opinião pública, que se mostra mais aberta a debates e revisão de assuntos

pertinentes na sociedade (CARTA CAPITAL, 2015).

5.26. Israel

Marcado por uma população numerosa e judia em sua maioria, Israel surge com

o propósito de abrigar todos os judeus espalhados pelo mundo. Esse panorama, no

entanto, gerou diversos conflitos com os vizinhos (HUMAN RIGHTS WACTH, 2012),

afinal, seu território é considerado sagrado por diferentes religiões; criando uma

situação de disputa bastante acirrada desde a sua criação em 1948 (BBC, 2017).

Percebe-se, portanto, que o Estado de Israel é permeado inegavelmente por uma aura

bastante religiosa, de modo que questões que envolvem homossexualidade costumam

ser bastante polêmicas; e em se tratando do casamento homossexual, o panorama não

poderia ser outro.

Sendo assim, verifica-se, em Israel, uma forma muito específica de aceitação ao

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casamento homossexual, visto que não é permitido que um casal formado por duas

pessoas de gêneros idênticos se case em território israelense. Porém, desde 2006, podem

fazê-lo no estrangeiro e ao retornarem as fronteiras de Israel, terão o seu casamento

reconhecido. É importante reiterar, contudo, que a união terá validade para o Estado,

não sendo considerada legal para as entidades religiosas que administram os casamentos

de cada religião. Para estas, o casamento homossexual continua incoerente e proibido

em todas as suas etapas, independentemente do local no qual tenha sido formalizado.

Ainda que inteiramente permeado por preceitos religiosos e com uma política

de respeito aos direitos dos homossexuais muito reduzida, Israel – e em especial sua

capital, Tel Aviv – são apontados como as localidades “gays” do Oriente Médio, tendo

populações bastante progressistas e que em sua maioria apoiam o casamento

homossexual. Esse rótulo, porém, não se mostra inteiramente compatível, de modo que

existem diversos relatos que apontam para posturas bastante rígidas em se tratando de

homossexualidade. O grande revés que influencia esse panorama anuncia-se nas figuras

que ocupam os cargos políticos, as quais costumam estar ligadas a vertentes mais

extremas de certas religiões – em especial o judaísmo – e por conta disso, mantêm ainda

posturas retrógradas e desaceleram a conquista legal de direitos LGBT em Israel.

Para mais informações, acesse:

●" http://www.metropoles.com/materias-especiais/homossexualidade-na-palestina.

●" http://jornalggn.com.br/noticia/a-hipocrisia-israelense-na-defesa-dos-direitos-de-

homossexuais-por-ian-buruma.

●" http://vivendoemisrael.blogspot.com.br/2013/01/o-homossexualismo-e-

democracia.html.

5.27. Japão

O Japão possui a terceira maior economia do mundo, tendo alcançado um

crescimento notável após a Segunda Guerra Mundial, na segunda metade do século XX.

É uma das nações mais importantes no cenário internacional, fonte de capital global e

crédito. A maior parte da população vive em grandes centros urbanos nas margens

costeiras das quatro principais ilhas. A partir de 1990 uma carga de dívidas começou a

pesar sobre a economia japonesa, obstáculo que diversos governos japoneses falharam

em resolver. As relações do Japão com seus vizinhos ainda são fortemente influenciadas

pelo legado das ações japonesas antes e durante a Segunda Guerra Mundial, com vários

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países – em especial a Coréia do Sul – ainda mantendo ressentimentos quanto ao

tratamento dado pelos soldados japoneses com a população de países invadidos (BBC,

2017).

Os direitos LGBT no Japão ainda são restritos. O país não reconhece o

casamento homossexual, e não há legislação que criminalize a LGBTfobia. Apenas

recentemente a população e os representantes políticos têm discutido sobre a população

LGBT, com municípios adotando instrumentos escritos para reconhecer as uniões entre

pessoas do mesmo sexo. Corporações multinacionais, em sua maioria, tem alterado

suas regras internas para estender benefícios aos empregados em uniões do mesmo

sexo. Os principais partidos políticos estão se comprometendo a fazer campanha pelos

direitos LGBT antes das eleições para a Câmara Alta em julho (ANISTIA, 2017).

A discriminação contra pessoas LGBT continua, particularmente nas áreas

rurais. Uma mulher transgênera entrou com uma ação judicial contra o Estado depois

que teve seu pedido de injeções hormonais recusado enquanto estava na prisão. Os pais

de um estudante gay da Universidade Hitotsubashi, na capital, Tóquio, entraram com

uma ação judicial contra a universidade e outro estudante por responsabilidade e

compensação; seu filho tinha cometido suicídio depois de ser “exposto” e intimidado

(ANISTIA, 2017).

5.28. México

Em 2015, a Suprema Corte Mexicana deliberou ser favorável a alterar a

legislação mexicana para legalizar o casamento homossexual, adotando um

posicionamento pró-LGBT. Um ano depois, em 2016, o presidente Enrique Peña Nieto,

anunciou oficialmente a proposta de alteração constitucional na qual os direitos do

matrimônio entre pessoas homossexuais e heterossexuais seriam os mesmos

(BALLOUSSIER, 2016).

O casamento gay é legal em 10 dos 31 estados do México e a Cidade do México

foi a primeira jurisdição da América Latina a aprovar o casamento entre pessoas do

mesmo sexo em 2007 (EXAME, 2016). A proposta de legalização seria para unificar os

direitos da população LGBT em todo o Estado. Porém, seis meses após a moção feita

pelo presidente, o Congresso recusou a ratificação. A Suprema Corte do México

considera a atual situação inconstitucional e pede para que os estados revisem sua

posição em relação ao assunto (THE HUFFINGTON POST, 2016).

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O México é considerado um país conservador e majoritariamente católico,

assim, a proposta do Presidente Peña Nieto gerou forte oposição da Igreja Católica. Se a

legalização nacional do casamento gay tivesse sido aprovada, o México seria o quinto

país latino americano a garantir os direitos da união homossexual (BALLOUSSIER,

2016).

5.29. Nigéria

A Nigéria é uma democracia e uma potência regional da África Subsaariana. O

país possui grande poder de influência regional na África Ocidental, graças às suas

habilidades diplomáticas de manutenção de paz, correspondendo à segunda maior

economia do continente africano (TRADEMARK SOUTHERN AFRICA [TMSA],

2014). Com uma população de 167 milhões de pessoas, a Nigéria é o país mais

populoso da África, o que corresponde a um desafio para o governo nigeriano, tendo em

vista as diversas etnias e religiões do país. Milhares de nigerianos têm morrido nos

últimos anos vítimas do Boko Haram, grupo alinhado ao Estado Islâmico (BBC, 2017).

A aprovação em 2014 do Same Sex Marriage Prohibition Act (SSMPA), o “ato

de proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo”, acarretou muitos efeitos

negativos para a população LGBT no geral. A lei em questão é utilizada na Nigéria

como maneira de legitimar abusos contra essa população, o que inclui violência de

quadrilhas, abuso sexual, encarceramento injusto, tortura e extorsão por parte da polícia

(HRW, 2017).

No início de 2016, um casal do mesmo sexo foi preso em Abuja, a capital do

país, por tentarem realizar um casamento. Não apenas o casal como todos os envolvidos

no casamento foram presos (HRW, 2017). A punição para a tentativa de ser parte de um

casamento homoafetivo é, de acordo com a SSMPA, de 14 anos de prisão (HRW,

2017). A polícia continua a prender arbitrariamente pessoas LGBT, e homens

“visivelmente” homossexuais são comumente atacados e ameaçados nas ruas por

quadrilhas bem como pela polícia (ANISTIA, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" http://www.equaldex.com/region/nigeria.

●" https://www.hrw.org/news/2016/10/20/nigeria-harsh-laws-severe-impact-lgbt-

cmmunity.

●" https://www.theguardian.com/global-development-professionals-

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network/2017/feb/21/from-exorcism-to-acceptance-lgbt-life-in-nigeria.

5.30. Noruega

O Reino da Noruega é uma democracia localizada no extremo norte da Europa,

sendo considerado o país com um dos mais altos padrões de vida do mundo, fator

explicado o em parte pela descoberta de petróleo, em 1960, na costa norueguesa. Hoje é

o sétimo maior exportador de petróleo do mundo. No plano internacional, a Noruega

desempenha um papel bastante ativo, tendo sido mediadora em diversos conflitos

internacionais, como no conflito Israelo-Palestino, bem como no conflito do Sri-Lanka

(BBC, 2017).

Ao que diz respeito aos Direitos Humanos, o país tem levado uma política

internacional conservadora ao que tange os direitos dos migrantes. O governo afirma

que tem por objetivo que a Noruega seja o país com “a política de refúgio mais rigorosa

da Europa”. Até agosto de 2016, 84 crianças imigrantes tiveram seus pedidos de refúgio

negados e foram detidas, junto com seus familiares, pela polícia, para então serem

enviadas de volta para seus países. Em dezembro do mesmo ano, contabilizou-se 40

jovens afegãos (alguns com menos de 18 anos) encaminhados de volta a seu país de

origem (ANISTIA, 2017).

Ao que toca os direitos relacionados a gênero e sexualidade, a Noruega tem

tomado postura ora progressista, ora conservadora. A prostituição, por exemplo, não é

ilegal. No entanto, é comum que prostitutas tenham seus direitos violados pela polícia,

sendo bastante comum que elas se tornem vítimas de violência física e sexual por parte

das autoridades, principalmente quando tais trabalhadoras do sexo são imigrantes.

Ainda sobre abuso sexual, é importante ressaltar que o estupro continua endêmico no

país, que possui uma legislação que não define estupro em termos de consentimento, e

que ainda conta com juízes e outros tomadores de decisão com pouca ou nenhuma

sensibilidade para questões de gênero (ANISTIA, 2017).

Entretanto, ao que diz respeito aos direitos da população LGBT, podemos notar

uma conduta mais inclusiva e progressista. O casamento entre pessoas do mesmo sexo é

garantido, bem como a possibilidade de adoção de crianças por parte de casais

homoafetivos (EQUALDEX, 2017). Em junho de 2016 o parlamento aprovou uma nova

lei que garante o direito de pessoas transexuais e transgênero com mais de 16 anos a ter

reconhecimento legal de sua identidade autodeclarada. Pessoas entre 6 e 16 anos

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também têm esse direito, caso os pais consintam. Por outro lado, a violência contra

pessoas trans ainda não é considerada como crime de ódio pelo código penal norueguês

(ANISTIA, 2017), e LGBTs ainda são impedidos doar sangue na Noruega

(EQUALDEX, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" https://www.hrw.org/news/2016/06/07/dispatches-norways-transgender-rights-

transformation.

5.31. Nova Zelândia

Em 1840, a homossexualidade foi proibida na Nova Zelândia, quando ela se

tornou parte do Império Britânico, mas é legalizada desde 1986 (NZ HERALD, 2013;

EQUALDEX, 2017). Entretanto, até 2013, o Registro Civil e o Supremo Tribunal

neozelandeses interpretavam a Lei do Casamento de 1955 como restrita ao casamento

entre um homem e uma mulher.

Por essa razão, o país foi envolvido no julgamento que decidiu o posicionamento

do direito internacional em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo

(EQUAL RIGHTS TRUST, 2002). Ele foi acusado pelos casais Juliet Joslin e Jennifer

Rowan, e Margaret Pearl e Lindsay Zelf, em 30 de novembro de 1998, perante o Comitê

de Direitos Humanos (CDH), de violar os artigos 16, 17, 23, parágrafos 1 e 2, e 26 do

Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (PIDCP) através da Lei do

Casamento (Idem). Isto porque ambos casais foram negados à licença de casamento

primeiro pelo Registro e depois pelo Supremo, que reiterou a interpretação daquele. O

mesmo ocorreu no julgamento do pedido de recurso (Idem). O Comitê julgou a Nova

Zelândia inocente da acusação, afirmando que:

Tendo em conta o alcance do direito de se casar nos termos do artigo 23, parágrafo 2, do Pacto, o Comitê não pode concluir que, pela simples recusa de casar entre casais homossexuais, o Estado violou os direitos dos autores nos termos dos artigos 16, 17, 23, parágrafos 1 e 2, ou 26 do Pacto. (EQUAL RIGHTS TRUST, 2002).

Contudo, a Nova Zelândia tornou legal a união civil entre casais do mesmo sexo

em 2005. Em 2013, ela tornou-se o 13º país do mundo a permitir o casamento

homossexual (NZ HERALD, 2013). Em relação ao direito de adoção, a lei neozelandesa

permite que indivíduos ou casais cônjuges adotem, mas não casais solteiros ou em uma

união civil (EQUALDEX, 2017).

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É possível alterar o gênero no registro civil, mas apenas com a realização de

cirurgia de readequação sexual (Idem). Pessoas transexuais também podem se casar de

acordo com seu gênero após a operação (NZ HERALD, 2013)

Para mais informações, acesse:

●" http://www.nzherald.co.nz/nz/news/article.cfm?c_id=1&objectid=10878135.

●" http://www.nzherald.co.nz/lifestyle/news/article.cfm?c_id=6&objectid=1154679

1.

5.32. Portugal

Portugal foi o oitavo país do mundo que aprovou no parlamento, em 2010, a

legalização do casamento gay. Além da medida e das leis que proíbem discriminação

com base na orientação sexual, tornou-se cinco anos depois, em 2015, o 24º país a

aprovar a adoção de crianças por pais homossexuais. Representando, assim, uma das

nações que mais respeitam os direitos humanos da comunidade LGBT (DIÁRIO DE

NOTÍCIAS, 2016).

O número de celebrações de casamentos entre homossexuais em Portugal cresce

exponencialmente, o que acaba atraindo a atenção de estrangeiros, que reiteradamente

escolhem o destino para celebrar a união, pois muitas vezes o ato é proibido em seus

países de origem. Estrangeiros homossexuais que se casaram em seus países natais, mas

que na atualidade residem em Portugal, também têm seu matrimônio válido nas terras

lusitanas (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 2010).

Portugal possui uma política de inclusão e aceitação a comunidade LGBT tão

receptiva que atinge marcas exemplares, como no ano de 2011 em que não foram

registrados nenhum relato de discriminação em relação à orientação sexual em

ambientes coletivos e individuais (OLIVON, 2012).

5.33. Reino Unido

O Reino Unido é um Estado formado pela junção da Inglaterra, País de Gales,

Escócia e a Irlanda do Norte. Historicamente, é conhecido por ter sido o fundador do

parlamentarismo e da revolução industrial. Apesar do papel desempenhado nas duas

guerras mundiais – e a mais recente votação favorável acerca da saída da União

Europeia – verifica-se que o Reino Unido ainda se mantém como uma potência

econômica e militar. Em resposta a isso, representa uma influência intensa em se

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tratando das questões políticas e culturais em todo o globo (BBC, 2017).

No Reino Unido, a questão do casamento homossexual seguiu o padrão de

alguns países europeus mais inclusivos, como a Bélgica, a Islândia e a Dinamarca

(HUMAN RIGHTS WATCH, 2014). Por ser tratado como um tema polêmico, o

matrimônio entre indivíduos do mesmo gênero criou alarde em território inglês, porém,

foi abordado de uma forma muito mais natural e sem resistência intensa. Isso se deve

também às pesquisas de opiniões, as quais demonstram que quase dois terços dos

britânicos apoiam a união homossexual, sendo a aprovação ainda maior entre os jovens

(BBC, 2012). Por conta disso, no país não foram registrados grandes protestos ou

reações às discussões do parlamento no que diz respeito à legalidade do casamento

homossexual.

Assim, em junho de 2014, o matrimônio homossexual foi aprovado tanto na

Inglaterra quanto no País de Gales; e foi visto de forma otimista pela população, de

modo que, um ano após a aprovação somaram-se mais de 2 mil casórios de casais do

mesmo gênero.

Para mais informações, acesse:

●" http://veja.abril.com.br/mundo/inglaterra-realiza-primeiros-casamentos-gays-

apos-nova-lei/.

●" https://www.hrw.org/the-day-in-human-rights/2017/04/24.

●" https://www.hrw.org/news/2017/04/21/putting-british-election-rights-0.

5.34. Rússia

A Rússia – o maior país do mundo em termos de superfície – emergiu de uma

década de turbulência econômica e política pós-soviética para tentar reafirmar-se como

uma potência mundial. A renda dos vastos recursos naturais, sobretudo do petróleo e do

gás, ajudou o país a superar o colapso econômico de 1998, mas a queda do preço do

petróleo de 2014 terminou o longo prazo de prosperidade. O monopólio de gás estatal

Gazprom ainda supre uma grande parte das necessidades da Europa. Vladimir Putin – a

figura política dominante da Rússia desde 2000 - reforçou seu controle sobre as

instituições estatais e os meios de comunicação – um processo complementado mais

recentemente por uma ênfase no nacionalismo feroz e hostilidade com o Ocidente

(BBC, 2016).

As restrições ao direito de liberdade de expressão, associação e reunião pacífica

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aumentaram. Prosseguiram as perseguições dos que participaram em protestos contra o

governo na praça Bolotnaya e surgiram outras preocupações quanto ao respeito por

normas de julgamento justo. Os defensores dos direitos humanos sofreram multas ou

processos criminais devido suas atividades. A primeira ação penal por incumprimento

da lei de "agentes estrangeiros" foi iniciada. Vários indivíduos foram acusados, segundo

a legislação anti-extremismo, de criticar a política do Estado e de exibir publicamente

ou possuir materiais supostamente extremistas (ANISTIA, 2017).

A sociedade Russa é, em sua maior parte, conservadora e não apoia os direitos

LGBT. Legalmente não é crime ser LGBT na Rússia, porém não é permitido o

casamento homossexual e não existem leis que criminalizem a LGBTfobia ou que

protejam a população LGBT. Em 2013, o parlamento adotou um banimento de qualquer

conteúdo que faça alusão a comportamentos homossexuais, mesmo que sejam de cunho

educativo, considerado por eles como uma espécie de “propaganda gay”. Isso dificulta a

ação de grupos dedicados a proteção dos direitos LGBT (SCHAAF, 2014).

5.35. Somália

Em resposta a sua jovialidade e ao seu passado como colônia, a Somália ainda

não foi capaz de reestruturar o seu Estado de modo a garantir estabilidade. Por mais que

já tenham havido esforços internacionais para garantir a paz, o panorama evidenciado

não é otimista (ANISTIA, 2013). Desde 2012, contudo, esperava-se uma mudança

significante na política da Somália; afinal, institui-se um governo democrático apoiado

pelas Nações Unidas; porém, a instabilidade se mantém devido à presença forte dos

simpatizantes do Al-Qaeda ou do Al-Shabab (BBC, 2017).

Em se tratando das políticas voltadas para os direitos LGBT, a Somália se

anuncia como um país bastante deficiente, visto que possui diferentes medidas punitivas

para os declaradamente homossexuais. No Norte, a sanção é a detenção por três anos.

No Sul, é a morte por apedrejamento (HUMAN RIGHTS WATCH, 2013). Verifica-se,

então, que o panorama LGBT é bastante negativo e precário, de modo que este país

configura entre os únicos cinco no mundo que continuam a aplicar a pena de morte para

os homossexuais. Apesar dos empenhos internacionais para a divulgação dos direitos

LGBT, a realidade enfrentada por essa população em terras somalianas é

completamente estarrecedora.

Para mais informações, acesse:

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●" http://veja.abril.com.br/mundo/homossexualidade-pode-levar-a-pena-de-morte-

em-5-paises/.

●" https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/05/17/pratica-

homossexual-ainda-e-crime-em-78-paises-cinco-deles-aplicam-pena-de-

morte.htm.

5.36. Suécia

As pessoas LGBT são bem-vindas à sociedade sueca. De fato, a

homossexualidade é legal no país desde 1994 e, desde 1972, as pessoas transexuais têm

o direito de alterar o gênero no registro civil após realizar a cirurgia de readequação

sexual (EQUALDEX, 2017; LAGERBERG, 2017). A Suécia também foi um dos

primeiros países a permitir a união civil entre pessoas do mesmo sexo, que é uma

possibilidade desde a metade dos anos 1990, assim como o seu casamento, em 2009

(BBC, 2009; PEW RESEARCH CENTER, 2015).

A Lei de 2009 permite que pessoas LGBT se casem tanto em cerimônias civis

quanto religiosas, sendo a oficialização do clero uma escolha individual e não requerida

(PEW RESEARCH CENTER, 2015; LAGERBERG, 2017). A Igreja da Suécia, afiliada

à Luterana, oferece bênçãos para união entre pessoas do mesmo sexo desde 2007 e, em

2009, consentiu que seu clero oficiasse casamento entre pessoas do mesmo sexo (PEW

RESEARCH CENTER, 2015).

Esses casais podem adotar crianças nacionais ou estrangeiras desde 2002 (BBC,

2002; EQUALDEX, 2017). Entretanto, tal direito é ameaçado pelo baixo número de

crianças suecas no sistema adotivo e pelas barreiras impostas por outros países, que

recusam casais homossexuais como pais adotivos (BBC, 2002). As lésbicas, por sua

vez, possuem direitos de inseminação desde 2005 (LAGERBERG, 2017).

Para mais informações, acesse:

●" https://sweden.se/society/working-for-a-gay-and-equal-sweden/.

5.37. Suíça

O reconhecimento do casamento homossexual foi ratificado na Suíça em 2007

por meio de eleição popular, tendo 58% dos votos de aprovação (JORNAL DA

COMUNIDADE, 2016). Apesar de legalmente a união homoafetiva ter sido

reconhecida há 10 anos, desde 1930, existem organizações gays na Suíça. Sendo que

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Zurique foi considerada a primeira capital gay da Europa, pois foi a cidade escolhida

como refúgio para centenas de homossexuais fugitivos do regime nazista alemão,

tornando o país o primeiro de língua alemã a descriminalizar a homossexualidade

(JORNAL DA COMUNIDADE, 2016).

Apesar da adoção de um regime jurídico que reconhece os casais homossexuais

com os mesmos direitos e deveres comuns a um casamento heterossexual (UOL, 2005),

na Suíça, as técnicas de reprodução médica e a adoção por casais do mesmo sexo são

proibidas (JORNAL DA COMUNIDADE, 2016). A medida gera desconforto e

incertezas para aproximadamente seis mil famílias homossexuais ou transexuais na

Suíça. Se, por exemplo, na concepção de uma família homossexual onde um dos pais é

biológico e o outro adotivo à criança, caso haja a morte o pai biológico, o adotivo não

possui nenhum direito sobre o filho. Organizações de defesa dos homossexuais

consideram a situação da formação familiar discriminatória e lançaram em 2011 uma

petição, onde recorrem a equidade de oportunidade para todas as famílias suíças

(SUMMERMATTER, 2013).

5.38. Turquia

Uma vez já o centro do Império Otomano, a Turquia tornou-se a República

conhecida atualmente por meio da atuação do líder nacionalista Kemal Ataturk. Por

conta de sua localização euroasiática, esse país se anuncia como um território bastante

estratégico e que vem se destacando consideravelmente na região em que está instalado,

posição reiterada pelo seu controle do Mar Negro (BBC, 2017). Apesar do caráter

republicano que permeia a Turquia, seu histórico apresenta diversas tentativas – e

algumas vitórias – de golpes militares, afirmando a instabilidade que ainda se anuncia

em suas fronteiras. Além disso, grande parte da população turca é muçulmana; e, devido

à incapacidade do Estado de administrar sua laicidade, a religião intervém de forma

ativa nos assuntos políticos (HUMAN RIGHTS WATCH, 2011). Em resposta a isso,

percebe-se que o panorama governamental da Turquia é bastante instável e entravado

pela influência religiosa (BBC, 2017).

A Turquia, como citado anteriormente, evidencia um quadro bastante complexo,

pois, além de sua localização euroasiática, de modo que recebe influências muito

diversas; ainda possui uma religiosidade muçulmana bastante significativa. A junção

desses fatores e a participação que ambos desempenham no governo torna o ato de falar

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sobre homossexualidade algo imprevisível para o Estado turco, uma vez que ele sequer

reconhece a existência de gays e lésbicas em seu território (HUMAN RIGHTS

WATCH, 2011). Inclusive, para os hospitais instalados em suas fronteiras, a

homossexualidade ainda consta como uma doença – um distúrbio psicossexual

(ANISTIA, 2012).

Por mais que o panorama estatal seja de extrema firmeza, nos campos sociais é

possível encontrar maior fluidez, ainda que inteiramente permeada pela discriminação.

Diz-se isso, pois, em cidades grandes, como Istambul, é crescente o número de

estabelecimentos voltados para o público LGBT, o qual tem encontrado seu espaço

apesar da rejeição. Porém, o que se verifica na Turquia é que essa liberdade é

completamente controlada e obscurecida, pois, o conhecimento acerca de que alguém

frequenta tais ambientes pode gerar ataques e marginalização. A comprovação dessa

conjuntura pode ser demonstrada nas Paradas Gays organizadas em plena Istambul, as

quais constantemente terminam com o ataque da polícia e a taxação de indesejáveis aos

que nelas estavam presentes (HUMAN RIGHTS WATCH, 2011).

Grande parte dessa mentalidade é sustentada por duas instituições de grande

poder na Turquia: o exército e a religião (BBC, 2014). O alistamento é obrigatório,

porém, há uma particularidade na organização turca: caso um homem comprove ser

homossexual – processo feito através da exposição do ato sexual em que apareça seu

rosto e ele esteja na posição de passivo – se encontra liberado, porém, torna-se

discriminado na sociedade e incapaz de conseguir empregos (BBC, 2014). Já a religião

sustenta, por meio de versos bíblicos, os motivos pelos quais conviver com os

homossexuais representa a ruína para o povo turco (HUMAN RIGHTS WATCH,

2011).

Para mais informações, acesse:

●" http://veja.abril.com.br/blog/duvidas-universais/os-gays-islamicos-nao-trocam-

de-posicao-na-cama/.

●" http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/04/140429_turquia_gays_exercit

o_fn.

5.39. Uganda

O casamento homossexual em Uganda é considerado ilegal. Em 2013, o

parlamento ugandense aprovou uma lei que tornam as penas para a comunidade LGBT

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severas, submetendo esse grupo, seus simpatizantes, turistas LGBT e expatriados em

Uganda à prisão perpétua caso haja a celebração de um casamento gay (POR DENTRO

DA ÁFRICA, 2013). Outras ideias presentes nesta lei seriam a de realização de testes de

HIV em circunstâncias específicas e a criminalização da manifestação da

homossexualidade (ANISTIA, 2013).

Após receber duras críticas e ter gerado uma alta e negativa repercussão

internacional sobre a decisão, a Suprema Corte de Uganda anulou a legislação em 2014.

Como justifica para a anulação, a Corte Constitucional de Uganda alegou que o projeto

de lei não tinha validade legal, pois havia sido aprovado sem quórum suficiente no

parlamento. No cenário global, antes da revogação da lei, Países Europeus ameaçaram

cortar auxílio financeiro ao país africano e os Estados Unidos congelaram programas de

ajuda e chegaram a barrar a entrada de autoridades ugandenses envolvidas na aprovação

do código (O GLOBO, 2014).

5.40. Uruguai

O Uruguai é, na América Latina, o país modelo em inclusão social, posição

alcançada pelos méritos igualitários, como a legalização do casamento homoafetivo. É o

terceiro ano seguido que o país recebe o título de líder de inclusão social latino

americano, destacando-se a elaboração de leis de direitos humanos para gays, lésbicas e

pessoas transgêneros (AMERICAS QUATERLY, 2016).

Em 2013, tornou-se o segundo país latino americano a aprovar, com 78% dos

votos a favor, a lei do casamento igualitário para casais homossexuais e heterossexuais

(BBC BRASIL, 2013). Como um dos países pioneiros em relação aos direitos da

comunidade LGBT, o Uruguai destaca-se por descriminalizar a homossexualidade em

1933, permitir a adoção de crianças por casais homoafetivos em 2009 e agora, com a

mais nova conquista, respalda por lei nacional os direitos do matrimônio para todos os

casais (CAPARICA, 2016).

6. Referências Bibliográficas AMERICAS QUATERLY. Uruguai is Latin America’s sócia inclusion leader, Here’s why. 2016. Disponível em: <http://americasquarterly.org/content/uruguay-latin-americas-social-inclusion-leader-heres-why>. Acesso em: 19 abr. 2017. ANISTIA INTERNACIONAL (ANISTIA). Annual Report: United Arab Emirates. 2017. Disponível em: <https://www.amnesty.org/en/countries/middle-east-and-north-

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