manual sindicancia processo administrativo disciplinar

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  • Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    AUDITORIA-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISSUPERINTENDNCIA CENTRAL DE CORREIO ADMINISTRATIVA

    GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISAcio Neves da Cunha

    AUDITORA-GERAL DO ESTADOMaria Celeste Morais Guimares

    AUDITOR-GERAL-ADJUNTOJoaquim Jos da Cunha

    SUPERINTENDNCIA CENTRAL DE CORREIO ADMINISTRATIVA

    CORREGEDORAIara Vieira Veloso Pinheiro

    Edio: Junho de 2004

    COORDENAOFbio Jos da Cunha

    COLABORAOFlvia Pires dos SantosMnica de Ftima Diniz

    Solange Irene Henrique de Melo

    APOIO ADMINISTRATIVOMaria Beatriz Pinto

    e Marcus Jos de Paula Lacorte

    Minas GeraisAuditoria-Geral do Estado

    Superintendncia Central de Correio AdministrativaManual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Belo Horizonte, 2004

    Rua Bernardo Guimares, 2731 - Bairro Santo Agostinho - Belo Horizonte

  • Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    A elaborao deste MANUAL DE SINDICNCIA E PROCESSO ADMINIS-TRATIVO DISCIPLINAR tem como principal objetivo oferecer aos agentes daAdministrao Pblica as orientaes bsicas para uma atuao sistemtica eeficiente nas apuraes das faltas disciplinares dos servidores, bem como deeventuais deficincias de ordem administrativa e gerencial do setor, que propi-ciaram a ocorrncia da irregularidade em apurao.

    Considerando-se a inexistncia, no Brasil, de um Cdigo de Processo Ad-ministrativo Disciplinar e o princpio do formalismo moderado que rege os pro-cedimentos dessa natureza, buscamos junto aos Cdigos de Processo Penal ede Processo Civil algumas formalidades que assegurem os direitos dos desti-natrios da norma e evitem possveis argies de nulidade. claro que as for-malidades recomendadas neste MANUAL so sobejamente conhecidas pelosprofissionais da rea jurdica, no entanto, vimo-nos na obrigao de no olvid-las j que, dificilmente, todos os membros de uma Comisso Processante ouSindicante so bacharis em Direito.

    Cumpre salientar que este MANUAL apenas o incio de uma longa cami-nhada, pois o aprimoramento depender de freqentes consultas legislaobsica indicada, disposio legal especfica que disciplina o fato a ser apura-do, jurisprudncia e doutrina.

    A primeira edio deste Manual de Sindicncia e Processo AdministrativoDisciplinar ocorreu, em 1998, e, desde ento, vem sendo objeto de atualiza-es peridicas.

    INTRODUO

  • MANUAL DE SINDICNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

    SUMRIO PG.

    Captulo I Do Dever de Comunicar e Apurar Irregularidades 01Seo I - Da Comunicao e Apurao de Irregularidades 03Seo II - Das Faltas Disciplinares 04

    Captulo II Das Denncias e Representaes 05

    Captulo III Dos Princpios Norteadores do Processo Administrativo 09

    Captulo IV Da Sindicncia 15Seo I - Da Sindicncia Administrativa Investigatria - SAI 17Seo II - Da Sindicncia Administrativa Disciplinar - SAD 18Seo III - Da Autuao 18Seo IV - Do Relatrio de Sindicncia 19

    Captulo V Do Afastamento Preventivo do Servidor Envolvido 21

    Captulo VI Do Processo Administrativo Disciplinar - PAD 25Seo I - Consideraes Gerais 27Seo II - Da Suspeio e dos Impedimentos 28Seo III - Dos Deveres e Prerrogativas da Comisso 29Seo IV - Das Atribuies dos Membros da Comisso 30Seo V - Das Fases do Processo 32Seo VI - Da Instaurao 32Seo VII - Dos Prazos 33Seo VIII - Da Autuao 34Seo IX - Da Documentao 35Seo X - Da Instruo 35Seo XI - Do Interrogatrio do Indiciado 37Seo XII - Da Inquirio de Testemunhas 38Seo XIII - Do Incidente de Sanidade Mental 42Seo XIV - Das Diligncias e Percias 43Seo XV - Da Acareao 44Seo XVI - Da Revelia 44Seo XVII - Da Prorrogao do Prazo 44Seo XVIII - Do Sobrestamento 45Seo XIX - Da Defesa 45Seo XX - Do Relatrio 46Seo XXI - Do Julgamento 47

    Captulo VII Da Aplicao das Penalidades 49Seo I - Da Competncia para Aplicao das Penas 51Seo II - Das Penas Disciplinares 51Seo III - Da Reabilitao 52

    IManual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

  • Captulo VIII Das Nulidades 53

    Captulo IX Da Prescrio 59

    Captulo X Da Extino da Punibilidade 63

    Captulo XI Dos Crimes Funcionais 67

    Captulo XII Do Pedido de Reconsiderao e do Recurso Hierrquico 73

    Captulo XIII Do Processo de Reviso 77

    Captulo XIV Do Processo de Abandono de Cargo 81

    Captulo XV Da Prova 85

    Captulo XVI Da Atuao da Defesa 89

    Captulo XVII Dos Efeitos da Condenao Penal Transitada em Julgado 93

    Captulo XVIII Dos Registros Especiais nos Termos de Audincia 97

    Captulo XIX Disposies Finais 101

    Verbetes Utilizados 105

    Legislao Bsica Pertinente 111

    Referncias Bibliogrficas 115

    ANEXOS 119

    Anexo 01 Despacho de Indiciamento 121

    Anexo 02 Modelo Portaria para Sindicncia Investigatria 122

    Anexo 03 Modelo Portaria para Sindicncia Disciplinar 123

    Anexo 04 Despacho de Indiciamento em Sindicncia 124

    Anexo 05 Modelo Portaria para Processo Administrativo Disciplinar 125

    Anexo 06 Designao de Secretrio e Termo de Compromisso 126

    II Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

  • Anexo 07 Ata de Abertura de Sindicncia Administrativa 127

    Anexo 08 Ata de Abertura de Processo Administrativo 128

    Anexo 09 Termo de Instalao 129

    Anexo 10 Mandado de Citao 130

    Anexo 11 Notificao 131

    Anexo 12 Termo de Ocorrncia 132

    Anexo 13 Edital de Chamamento 133

    Anexo 14 Ata de Audincia 134

    Anexo 15 Termo de Declaraes (Indiciado) 135

    Anexo 16 Termo de Declaraes (Denunciante/Vtima) 136

    Anexo 17 Termo de Depoimento 137

    Anexo 18 Auto de Acareao 138

    Anexo 19 Carimbos (1) 139

    Anexo 20 Carimbos (2) 140

    Anexo 21 Ofcio de Requisio de Servidor 141

    Anexo 22 Termo de Encerramento / Termo de Abertura 142

    Anexo 23 Requerimento 143

    Anexo 24 Certido 144

    Anexo 25 Relatrio 145

    Anexo N Controle de Alteraes 147

    IIIManual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

  • ICaptulo

    DO DEVER DE COMUNICARE APURAR IRREGULARIDADES

  • Seo I - Da Comunicao e Apurao de Irregularidades

    1. A autoridade, que tiver cincia ou notcia da ocorrncia de irregularidadeno servio pblico, obrigada a promover a sua apurao imediata, me-diante instaurao de sindicncia ou processo administrativo disciplinar (Lein. 869/52, art. 218).

    2. O servidor que, em razo do cargo, tiver conhecimento de irregularidadeno servio pblico, deve lev-la ao conhecimento da autoridade superior,para adoo das providncias cabveis (Lei n. 869/52, art. 216, VIII).

    3. Servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico (Lei n. 869/52,art. 2).

    4. Reputa-se agente pblico, para efeitos da Lei Federal n. 8.429/92 (impro-bidade administrativa), todo aquele que exerce, ainda que transitoriamen-te ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contrataoou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, empre-go ou funo na administrao direta, indireta ou fundacional de qualquerdos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, deTerritrio, de empresa incorporada ao patrimnio pblico ou de entidadepara cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com maisde cinqenta por cento do patrimnio ou da receita anual (Lei Federal n.8.429/92, arts. 1 e 2).

    5. Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, emboratransitoriamente ou sem remunerao, exera cargo, emprego ou funopblica (Cdigo Penal-CP, art. 327).

    6. Constitui crime de condescendncia criminosa deixar o funcionrio, por in-dulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerc-cio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhe-cimento da autoridade competente (CP, art. 320).

    7. A Autoridade, ao tomar conhecimento de uma denncia de irregularidade,poder adotar uma das seguintes opes:

    7.1. efetuar uma verificao preliminar, mediante auditoria ou relatriosdo setor envolvido, quando no houver sequer razoveis indcios deirregularidade, para depois deliberar sobre a instaurao de sindicn-cia ou processo administrativo;

    7.2. instaurar ou solicitar a instaurao de sindicncia, quando houver cer-teza da irregularidade, mas incerteza da autoria;

    7.3. instaurar ou solicitar a instaurao de processo administrativo disci-plinar, quando houver certeza da irregularidade e da autoria.

    3Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. I - Do Dever de Comunicar e Apurar Irregularidades

  • 8. A Sindicncia Administrativa poder ser instaurada pelo Diretor de Escola eDiretor de Superintendncia Regional de Ensino( Lei n. 7.109/77, art. 174).

    9. So competentes para instaurar Sindicncia e Processo Administrativo Disci-plinar, o Auditor-Geral do Estado e a maior autoridade hierrquica de rgosubordinado diretamente ao Governador ou das Autarquias e Fundaes(Lei n. 869/52, art. 219; Lei Delegada n. 92/03 e Decretos n.s43.213/03 e 43.242/ 03).

    Seo II - Das Faltas Disciplinares

    1. Diferentemente do que acontece no Direito Penal, no vige, em regra, parafins disciplinares, o princpio da especificao do ato punvel, bastando quea conduta que tenha causado transtorno ao servio pblico tenha relaocom descumprimento de dever ou violao de proibio.

    2. A falta disciplinar independe de dolo, sendo suficiente para caracteriz-lauma vontade esclarecida e livre na prtica de ato que importe em des-cumprimento de deveres ou violao de proibies referentes ao exerccioda funo pblica.

    3. Qualquer ao ou omisso que possa prejudicar a eficincia do serviopblico, direta ou indiretamente, pode ser considerada falta disciplinar.

    4. As faltas dolosas requerem que o agente pblico tenha agido de formaintencional, tendo pretendido o resultado (dolo direto) ou apenas assumi-do o risco de sua concretizao (dolo eventual).

    5. As faltas culposas so decorrentes de negligncia, imprudncia ou impe-ricia.

    6. As faltas voluntrias decorrem da ao livre do servidor pblico.

    7. Faltas leves so aquelas que causam um mnimo de transtorno ao serviopblico.

    8. Faltas graves resultam de aes ou omisses que afetam o decoro, o pres-tgio, o bom andamento do servio, ou causam embarao ao alcance dosobjetivos da Administrao.

    9. Faltas gravssimas decorrem de ao ou omisso que causam prejuzos toelevados ao Estado, que determinam o desligamento do servidor dos qua-dros do funcionalismo.

    10. Faltas permanentes ou continuadas so aquelas que se consumam aolongo de um tempo prolongado, tais como o abandono e o acmulo ilci-to de cargo, que tambm constituem faltas gravssimas.

    4 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. I - Do Dever de Comunicar e Apurar Irregularidades

  • IICaptulo

    DAS DENNCIASE REPRESENTAES

  • 1. As denncias sobre irregularidades sero objeto de apurao, desde quesejam formuladas por escrito, contenham informaes sobre o fato e suapossvel autoria.

    1.1. Quando o fato narrado no configurar indcios de infrao disciplinar,a denncia ser arquivada, por falta de objeto .

    1.2. A representao funcional contra ilegalidade, omisso ou abuso depoder dever:

    I. conter a identificao do representante e do representado e aindicao precisa do fato que, por ao ou omisso do represen-tado, em razo do cargo, constitui ilegalidade, omisso ou abusode poder;

    II. vir acompanhada das provas que o representante dispuser ou daindicao das que apenas tenha conhecimento;

    III. indicar as testemunhas, se houver.

    1.3. Quando a representao for genrica ou no indicar elementos sufi-cientes, poder ser devolvida ao representante para que preste osesclarecimentos adicionais indispensveis para subsidiar o exame e adeciso da autoridade competente e para possibilitar o conhecimen-to preciso da acusao pelo representado, de modo a assegurar-Ihe aampla defesa e demais direitos e garantias decorrentes das disposi-es contidas no art. 5 da Constituio Federal.

    1.4. Quando o fato narrado no configurar indcio de infrao disciplinar,a representao ser arquivada por falta de objeto.

    1.5. A representao ser encaminhada pela via hierrquica e apreciadapela autoridade superior quela contra a qual formulada.

    1.6. Atendendo a denncia ou representao os requisitos de admissibili-dade, a autoridade determinar a imediata apurao dos fatos, me-diante sindicncia ou processo administrativo disciplinar.

    7Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. II - Das Denncias e Representaes

  • I I ICaptulo

    DOS PRINCPIOS NORTEADORESDO PROCESSO ADMINISTRATIVO

  • 1. Os princpios constituem as bases onde se assentam institutos e normasjurdicas, suprem as lacunas da lei e consubstanciam a jurisprudncia.

    2. Os princpios enumerados neste captulo aplicam-se ao processo adminis-trativo geral e aos processos administrativos especficos:

    2.1. legalidade: a Administrao Pblica dever agir na forma e nos limi-tes da lei para atingir os fins previstos.

    2.2. impessoalidade: a deciso da Administrao Pblica deve cingir-seao interesse apresentado e no ao interessado.

    2.3. moralidade: a observncia de preceitos ticos produzidos pelasociedade, variveis, no tempo, segundo as circunstncias de cadacaso.

    2.4. publicidade: no havendo previso legal em contrrio, ou razo lgi-ca, os atos praticados pela Administrao Pblica devem ser levadosao conhecimento pblico.

    2.5. eficincia: consiste em utilizar mecanismos que assegurem uma de-ciso adequada, dentro do menor tempo possvel.

    2.6. igualdade: incabvel o tratamento diferenciado mesmo quandouma das partes interessadas for a Administrao Pblica.

    2.7 finalidade: aplicao da lei tal qual , ou seja, na conformidade desua razo de ser.

    2.8. motivao: explicitao dos motivos que levaram a Autoridade a to-mar determinada deciso.

    2.9. razoabilidade: O princpio da razoabilidade, na origem, mais doque um princpio jurdico, uma diretriz de senso comum ou, maisexatamente, de bom senso jurdico que se faz necessrio medidaque as exigncias formais que decorrem do princpio da legalidadetendem a reforar mais o texto das normas, a palavra da lei, que oseu esprito. A razoabilidade formulada como princpio jurdico, oucomo diretriz de interpretao das leis e atos da Administrao, uma orientao que se contrape ao forrmalismo vazio, mera ob-servncia dos aspectos exteriores da lei, formalismo esse que desca-racteriza o sentido finalstico do Direito. - Maria Paula Dallari Bucci- O princpio da razoabilidade em apoio legalidade - Cadernosde Direito Constitucional e Cincia Poltica 16/173.

    2.10. proporcionalidade: adequao entre meios e fins, vedada a impo-sio de obrigaes, restries e sanes em medida superior que-

    11Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. III - Dos Princpios Norteadores do Processo Administrativo

  • las estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico -Lei Federal 9.784/99, art. 2, Pargrafo nico, inciso VI.

    2.11. ampla defesa: em conseqncia deste princpio surgem o direito cincia da tramitao do feito, vista dos autos, possibilidade deobter cpias de suas peas, apresentao de provas e razes antesda deciso, efetiva considerao das razes produzidas, assistn-cia de Defensor e cincia da deciso.

    2.12. contraditrio: O contraditrio garante no apenas a oitiva da par-te, mas que tudo quanto apresente ela no processo, suas considera-es, argumentos, provas sobre a questo, sejam devidamente leva-das em conta pelo julgador, de tal modo que a contradita tenha efe-tividade e no apenas se cinja formalidade de sua presena.Crmen Lcia Antunes Rocha (Princpios constitucionais do pro-cesso administrativo no Direito Brasileiro, RIL 136/18).

    2.13. segurana jurdica: no se deve alterar ato ou situao jurdica me-diante aplicao retroativa de nova interpretao da lei, da mesmaforma, no se deve invalidar decises com vcios sanveis e que noacarretem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiros.

    2.14. interesse pblico: interesse pblico no significa, necessariamente,interesse da Administrao Pblica, podendo haver at conflito.Segundo o ensinamento de Celso Antnio Bandeira de Melo, o in-teresse pblico deve ser conceituado como o interesse resultante doconjunto dos interesses que os indivduos pessoalmente tm quan-do considerados em sua qualidade de membros da sociedade epelo simples fato de o serem. - Curso de Direito Administrati-vo p. 59.

    2.15. informalidade: tambm chamado de formalismo moderado significaque devem ser observadas as formalidades absolutamente necess-rias obteno da certeza e da segurana jurdicas de modo a propi-ciar o alcance dos fins almejados pelo sistema normativo.

    2.16. boa-f: embora seja um elemento externo ao ato e seja impossvelperscrutar o pensamento, possvel aferir a boa ou m f face as cir-cunstncias do caso concreto, por meio de um conjunto convergentede indcios.

    2.17. oficialidade: o processo administrativo deve ser impulsionado pelaAdministrao Pblica independentemente da vontade do interessa-do ou processado.

    2.18. verdade material: a busca obstinada da verdade, no se limitan-do, por exemplo, verdade formal oriunda das provas juntadas pelodenunciante e pelo denunciado, mas analisando-as com cuidado e,

    12 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. III - Dos Princpios Norteadores do Processo Administrativo

  • se necessrio, produzindo, de ofcio, outras provas necessrias aoreal esclarecimento do fato.

    2.19. duplo grau de jurisdio: uma extenso do direito ampla defe-sa, uma vez que a possibilidade de recurso administrativo e/oureviso retira o arbtrio de quem decide e obriga a uma deciso devi-damente motivada e fundamentada.

    2.20. non bis in idem - nas esferas administrativa ou penal, o servidorno pode ser processado e punido duas vezes em razo do mesmofato

    13Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. III - Dos Princpios Norteadores do Processo Administrativo

  • IVCaptulo

    DA SINDICNCIA

  • Seo I - Da Sindicncia Administrativa Investigatria-SAI

    1. A sindicncia ou inqurito administrativo destina-se, precipuamente, aapurar a autoria e a extenso de irregularidade praticada no servio pbli-co (Lei n. 869/52, art. 220, 1 e 2), devendo ser instruda com brevi-dade, clareza e exatido.

    2. A sindicncia, dependendo da gravidade da irregularidade e a critrio daautoridade instauradora, poder ser conduzida por um sindicante ou poruma comisso de dois ou trs servidores, devendo ser iniciada e concluda,em 30(trinta) dias.

    3. A Portaria Inaugural da Sindicncia Administrativa Investigatria no de-ver mencionar o nome de possveis envolvidos no fato a ser apurado, masapenas o fato, o rgo onde ocorreu e o nome do Sindicante ou dos mem-bros da Comisso designada.

    4. A sindicncia dever apurar se as irregularidades praticadas indicam res-ponsabilidade administrativa, civil e penal dos servidores envolvidos.

    5. Os possveis envolvidos nos fatos em apurao so notificados, para com-parecerem perante o Sindicante ou Comisso Sindicante com o objetivo deprestarem declaraes, uma vez que no se lhes deve exigir que falemapenas a verdade sobre os fatos que lhes forem perguntados, podendoainda eles optarem por permanecerem, em silncio, fato este que obrigaro Sindicante ou Presidente da Comisso a registrar, no Termo de Declara-es, cada pergunta efetuada e a respectiva ausncia de resposta.

    6. A vtima e o denunciante ou representante, por terem interesse no resulta-do da apurao, prestaro declaraes.

    7. Depoimento s dever ser tomado das pessoas que podem atuar comotestemunha.

    7.1. No so obrigados a prestar depoimento, o ascendente ou descen-dente, o afim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, o irmoe o pai, a me, ou o filho adotivo do envolvido no fato em apurao,podendo, entretanto, quando absolutamente necessrio ao esclareci-mento do fato, serem ouvidos como informantes (CPP, art. 206)

    8. Os autos da sindicncia sero apensados aos autos do PAD como peainformativa.

    8.1. Na apensao, os autos da sindicncia simplesmente acompanham oprocesso principal, sem perder suas caractersticas fsicas.

    9. A sindicncia no pr-requisito de processo administrativo disciplinar

    17Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. IV - Da Sindicncia

  • PAD, podendo a autoridade, ante o conhecimento da autoria, proceder asua imediata instaurao (Lei 869/52, art. n. 220, 1).

    10. As sindicncias referentes a danos e uso indevido de veculo oficial, emrazo de suas particularidades, so tratadas em manual especfico, elabora-do pela Superintendncia Central de Correio Administrativa.

    Seo II - Sindicncia Administrativa Disciplinar-SAD

    11. A Lei n. 869/52, em seu art. 220, 4, includo pela Lei n. 937/53, estabe-lece que nenhuma penalidade, exceto repreenso, multa e suspenso, po-der decorrer das concluses a que chegar o inqurito, hoje chamado desindicncia conforme doutrina e estatutos mais recentes. Aps a Constitui-o Federal/88, qualquer pena ser, obrigatoriamente, conseqncia decondenao em procedimento no qual o indiciado tenha assegurado odireito ao contraditrio e ampla defesa.

    12. A Sindicncia Administrativa Disciplinar-SAD poder surgir em conse-qncia das apuraes efetuadas na Sindicncia Administrativa Investiga-tria-SAI, mediante Despacho de Indiciamento exarado pela ComissoSindicante que, a partir de tal ato e, em razo da economia processual, pro-ceder a sua instruo nos mesmos autos, observando-se, entretanto, orito previsto para o Processo Administrativo Disciplinar, garantindo-se aoservidor indiciado o contraditrio e a ampla defesa.

    13. Despacho de Indiciamento divide, nos autos, as duas modalidades de sin-dicncia, pois, a partir de sua juntada, seguem-se a citao, a designaoou constituio de defensor, as declaraes do Indiciado, a oportunidadepara se contestar e produzir provas, a apresentao das razes finais de de-fesa, o relatrio da comisso e o julgamento.

    Seo III - Autuao

    14. A autuao da Sindicncia Administrativa ser efetuada, obedecendo-se aseguinte ordem:

    a) Folha 01: a parte da frente da pasta, onde o secretrio da comisso re-gistrar os dados da Portaria Inaugural ou de Instaurao e promover aautuao, cuja data no pode ser anterior sua designao pelo presi-dente da comisso;

    b) Folha 02: Portaria Inaugural da Autoridade, instaurando o procedimento edesignando o(s) servidor(es) para as apuraes;

    c) Folha 03: Publicao da Portaria Inaugural;

    18 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. IV - Da Sindicncia

  • d) Folha 04: Portaria do Presidente, designando o Secretrio e sua assinatu-ra no Termo de Compromisso;

    e) Folha 05: Ata de Abertura

    f) Folha 06: Informao Cadastral dos possveis envolvidos, via SISAP;

    g) Folha 07 a Folha x: Documentao que originou a sindicncia;

    h) Folha x a Folha(?): Depoimentos, Declaraes e Documentos juntados;

    i) Folha (?): DESPACHO DE INDICIAMENTO, se for o caso;

    j) Folha (?): Designao de Defensor se for o caso;

    k) Folha (?): Citao do Indiciado, se for o caso;

    l) Folha (?) a Folha (?): Declaraes do Indiciado e juntada de Procurao deAdvogado, se for o caso;

    m) Folha (?) a Folha (?): Defesa Prvia, se houver, Produo de provas, inquiri-o de testemunhas, etc., se for o caso;

    n) Folha (?): Notificao do Defensor ou Advogado, para apresentao de ra-zes finais de defesa, se for o caso;

    o) Folha (?) a Folha(?): Juntada das razes finais, se for o caso;

    p) Folha (?) a Folha (?): Relatrio da Comisso e encaminhamento Autori-dade Instauradora.

    Nota: As folhas referentes a Despacho de Indiciamento e seguintes at ale-gaes finais existiro somente na hiptese da SAI ser convertida em SAD.

    Seo IV - Do Relatrio de Sindicncia

    15. Relatrio da Sindicncia poder ser estruturado da seguinte forma:

    15.1. Histrico - Abordagem da denncia do fato e provas apresentadas;

    15.2. Legislao - Indicao dos dispositivos legais constantes da Portariade Instaurao;

    15.3. Fatos e Provas - Enumerao das medidas tomadas pela Comissopara a elucidao do fato, especialmente, as provas coletadas pelaComisso e, na hiptese de SAD, tambm as provas apresentadaspela Defesa;

    19Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. IV - Da Sindicncia

  • 15.4. Concluso - A Comisso, mediante parecer devidamente motivadoe fundamentado poder sugerir:

    I. arquivamento, por falta de objetivo a perseguir, no caso deinexistncia de irregularidade ou de impossibilidade de se apu-rar o autor da irregularidade administrativa;

    II. arquivamento, por falta de objetivo a perseguir na esfera admi-nistrativa, e encaminhamento de cpia autenticada AdvocaciaGeral do Estado ou Procuradoria da Autarquia ou Fundaoquando o fato em apurao no caracterizar infrao disciplinar,referir-se apenas a danos materiais.

    III. arquivamento dos autos e remessa de cpia autenticada Dele-gacia de Polcia, quando o fato em apurao estiver tipificadocomo ilcito penal e o seu esclarecimento depender de provasque s podero ser produzidas pela polcia, mediante ordemjudicial, cabendo Procuradoria Jurdica ou Assessoria Tcnicado rgo acompanhar as tramitaes policiais e judiciais at otrnsito em julgado, e, conforme a deciso, poder ensejar a ins-taurao de Processo Administrativo Disciplinar.

    IV. absolvio ou aplicao da pena de repreenso ou suspensoat 90 (noventa) dias, prevista no Art. 244, inciso I ou III, da Lei869/52, conforme despacho de indiciamento.

    V. instaurao de processo administrativo disciplinar-PAD quando,de acordo com a natureza e gravidade da infrao e dos danosdela decorrentes, verificar-se a possibilidade da aplicao depena de demisso, prevista no art. 244, incisos V e VI, da Lei869/52.

    VI. a implementao de medidas visando ao aperfeioamento dosservios pblicos e inibio de nova ocorrncia das mesmas irre-gularidades em apurao.

    20 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. IV - Da Sindicncia

  • VCaptulo

    DO AFASTAMENTO PREVENTIVODO SERVIDOR ENVOLVIDO

  • 1. Se a autoridade instauradora da sindicncia ou processo administrativodisciplinar-PAD, ou a maior autoridade hierrquica do rgo onde o servi-dor encontrar-se lotado, considerar inconveniente a permanncia do servi-dor envolvido no exerccio do cargo ou funo poder, como medidacautelar e a fim de que o mesmo no venha a influir na apurao das irregu-laridades, determinar o seu afastamento, pelo prazo de at 30 (trinta)dias.

    2. Sendo insuficiente o prazo de que trata o item anterior, a autoridade ins-tauradora poder, por solicitao do presidente da comisso, prorrogar oafastamento por at 60 (sessenta) dias, findo o qual cessaro os seusefeitos, ainda que no concludo o processo (Lei n. 869/52, art. 214).

    3. Segundo o que dispe os art. 214 e 215 da Lei n. 869/52, no haveria afas-tamento preventivo, mas suspenso preventiva, portanto sem remunera-o, o que caracterizaria uma aplicao de pena antes do devido processolegal, o que fere o disposto no art. 5, inciso LV, da Constituio da Rep-blica. Ante a controvrsia, tal instituto s deve ser utilizado com cautela eem caso de extrema necessidade, tendo o servidor direito. remuneraodurante o perodo da suspenso preventiva.

    23Cap. V - Do Afastamento Preventivo do Servidor Envolvido

    Cap. V - Do Afastamento Preventivo do Servidor Envolvido

  • VICaptulo

    DO PROCESSOADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

  • Seo I - Consideraes Gerais

    1. O Processo Administrativo Disciplinar-PAD o instrumento destinado aapurar responsabilidade de servidor por infrao praticada no exerccio desuas atribuies, ou que tenha relao com as atribuies do cargo em quese encontre investido.

    2. O PAD no tem por finalidade apenas apurar a culpabilidade do servidorindiciado de falta, mas, tambm, oferecer-lhe oportunidade de provar suainocncia, corolrio do direito de ampla defesa.

    3. O PAD obedecer ao princpio do contraditrio, assegurando-se ao indicia-do ampla defesa, com a utilizao dos meios e recursos admitidos em direi-to (Constituio Federal, art. 5, inc. LV).

    3.1. O servidor carente poder recorrer assistncia da Defensoria Pbli-ca, nos termos do disposto da Lei Complementar n 65, de16/01/2003 e da Resoluo Conjunta n 04/2003, de 13/11/2003.

    4. O PAD reger-se- pelo disposto na Lei n. 869, de 05 de julho de 1952, e,subsidiariamente, pela Lei 14.184, de 31 de janeiro de 2002, pelo CdigoPenal-CP, Cdigo de Processo Penal-CPP, Novo Cdigo Civil-NCC, Cdigode Processo Civil-CPC, bem como por outras leis especficas, jurisprudn-cia e doutrina pertinentes.

    5. As Resolues publicadas pela Auditoria-Geral do Estado-AUGE consti-tuem, por fora do disposto no art. 13, inciso II, do Decreto n. 43.242, de27 de maro de 2003, orientao normativa para as Comisses Sindicantese Processantes designadas para apurar irregularidades atribudas a servido-res regidos pela Lei n. 869/52.

    6. O parecer do Advogado-Geral do Estado, aprovado pelo Governador doEstado, quando publicado, obriga toda a Administrao Pblica Estaduale, no sendo publicado, s Autoridades que dele devam tomar conheci-mento (Decreto n. 43.235/03, art. 3 ).

    7. A Smula Administrativa da Advocacia-Geral do Estado, resultante dejurisprudncia, quando editada pelo Advogado -Geral do Estado e publica-da, por trs vezes sucessivas, obriga toda a Administrao Pblica Estadual(Decreto 43.235/03, art. 4).

    8. No caso de envolvimento de servidores requisitados ou cedidos que noestejam sujeitos ao regime disciplinar da Lei n. 869/52, cpia dos autos dasindicncia ou do processo, aps concludos, devero ser remetidos paraos rgos ou empresas a que estejam vinculados para fins de adoo dasprovidncias cabveis de acordo com a respectiva legislao trabalhista.

    9. Quando o servidor de uma repartio comete falta em outra em que no

    27Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • presta servio, o chefe desta dever comunicar, formalmente, o fato aochefe daquela, para que sejam adotadas as providncias disciplinares cab-veis;

    10. A instaurao do PAD no impede que o indiciado, no decorrer do proces-so, seja exonerado do cargo em comisso, uma vez que exonerao no pena disciplinar.

    11. Na hiptese do PAD ter-se originado de sindicncia, cujo relatrio concluaque a infrao est capitulada tambm como ilcito penal, a Autoridadeinstauradora encaminhar cpia dos autos ao Ministrio Pblico, indepen-dentemente da imediata instaurao do processo disciplinar (Lei 869/52,art. 233).

    12. A Autoridade instauradora dar conhecimento ao Ministrio Pblico e aoTribunal de Contas da instaurao de procedimento administrativo paraapurar a prtica de infrao que tambm constitua ato de improbidadeadministrativa de que trata a Lei n. 8.429/92, que importem em enrique-cimento ilcito (art. 9), prejuzo ao errio (art. 10) e atentem contra os prin-cpios da administrao pblica (art. 11).

    13. Havendo fortes indcios de responsabilidade por ato de improbidade, aComisso sugerir Auditoria Geral do Estado o encaminhamento dos au-tos procuradoria do rgo da administrao indireta ou Advocacia Ge-ral do Estado, para anlise e providncias cabveis no mbito de sua com-petncia.

    Seo II - Da Suspeio e dos Impedimentos

    14. No poder participar de Comisso, cnjuge, companheiro ou parente doindiciado, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceirograu (CPC, art. 134, V).

    15. Suspeies e impedimentos so circunstncias de ordem individual, nti-ma, de parentesco (consangneo ou afim), que, envolvendo a pessoa doindiciado com os membros da comisso, testemunhas, peritos e autoridadejulgadora, impossibilitam estes de exercerem qualquer funo no respecti-vo procedimento disciplinar.

    16. So circunstncias configuradoras de suspeio para os membros da Co-misso em relao ao envolvido ou denunciante:

    I. amizade ntima com ele ou parentes seus;

    II. inimizade capital com ele ou parentes seus;

    III. tiver com o denunciante, quando tratar-se de pessoas estranhas ao

    28 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • Servio Pblico, compromissos pessoais ou comerciais como devedorou credor;

    V. tiver amizade ou inimizade pessoal ou familiar mtua e recproca como prprio advogado do indiciado;

    VI. tiver aplicado ao denunciante ou ao envolvido do indiciado, enquan-to seu superior hierrquico, penalidades disciplinares decorrentes desindicncia ou processo disciplinar

    VII. ter participado da Comisso Sindicante que originou o PAD.

    17. So circunstncias de impedimento para os componentes da comisso:

    I. instabilidade no Servio Pblico (Lei n. 869/52, art. 221);

    II. ter participado ou vir a participar do processo como testemunha, peri-to ou defensor;

    III. parentesco;

    17.1.So circunstncias que no recomendam a participao do servidorna comisso:

    I. encontrar-se envolvido em processo administrativo disciplinar.

    II. ter sofrido punio disciplinar e encontra-se em perodo de reabi-litao;

    III. estar respondendo a processo criminal;

    IV. ter sido condenado em processo penal;

    Seo III - Dos Deveres e Prerrogativas da Comisso

    18. Observadas as normas processuais, a Comisso exercer suas atividadescom independncia e imparcialidade.

    19. Todas as atividades da comisso devem ser consignadas em atas, termos,despachos, bem como memorandos, ofcios e editais com numerao pr-pria, e demais atos competentes, no podendo ser comprovada, valida-mente, de outra forma, a sua atuao.

    20. O Presidente da Comisso assinar as notificaes, citaes, editais e de-mais atos dirigidos a indiciados, testemunhas e pessoas estranhas comis-so.

    29Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 21. A Comisso dedicar tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus mem-bros dispensados de outras atribuies, para o cumprimento de dilign-cias, at a entrega do relatrio final (Lei n. 869/52, art.. 222).

    22. A Comisso dever dispor de instalaes, materiais e equipamentos neces-srios ao exerccio de suas funes.

    23. Quando a Comisso for de carter temporrio, ou instalar-se, provisoria-mente, em outro local, para a realizao de diligncias, o Secretrio deverlavrar o TERMO DE INSTALAO o qual ser juntado, aos autos aps aPORTARIA DE DESIGNAO DE SECRETRIO ou antes da realizao dequalquer diligncia no novo endereo.

    Seo IV - Das Atribuies dos Membros da Comisso

    24. Compete ao Presidente da Comisso:

    a) designar, dentre os membros da Comisso, aquele que exercer a fun-o de Secretrio da Comisso, emitindo Portaria e colhendo dele oCompromisso de desempenhar bem e fielmente as suas atribuies;

    b) designar servidor no integrante da Comisso, para o exerccio de ati-vidade especfica na instruo processual, aps prvia concordncia dachefia imediata;

    c) coordenar os trabalhos da Comisso, orientando o Secretrio, Vogal eAuxiliares no exerccio de suas funes;

    d) proceder a estudo prvio do processo encaminhado Comisso, pro-movendo a complementao de documentos e agendamento dasaudincias;

    e) verificar e corrigir as irregularidades acaso existentes;

    f) exarar despachos de expediente e prolatar decises interlocutrias;

    g) promover a Citao do Servidor, na forma legal;

    h) encaminhar Notificao ao Indiciado, s Testemunhas e ao Defensor;

    i) reduzir a termo declaraes, depoimentos/informaes e promoveracareaes;

    j) dirigir as audincias, auxiliado pelo Secretrio e Vogal, ouvindo o Indi-ciado e as testemunhas e concedendo a palavra, primeiramente, aoscolegas de Comisso e, posteriormente ao Defensor, para que apre-

    30 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • sentem as perguntas a serem efetuadas ao denunciante, vtima, indicia-do, testemunha ou informante e ao perito;

    k) oficiar autoridade competente requisitando a presena do servidor,quando este for policial militar, policial civil ou agente penitenciriobem como para solicitar o encaminhamento de cpia de documento,inclusive de inqurito policial e de peas de processo administrativo oujudicial;

    l) verificar a legalidade da assistncia do Indiciado por Advogado consti-tudo, Defensor Pblico ou Dativo, juntando aos autos os instrumentosde Procurao ou Designao;

    m) deferir ou indeferir, fundamentadamente, produo de prova;

    n) coordenar a elaborao do relatrio final a ser encaminhado Autori-dade julgadora;

    o) cumprir diligncias complementares requeridas pela Autoridade julga-dora ou justificar a impossibilidade de seu cumprimento.

    25. Compete ao Vogal da Comisso:

    a) examinar os processos, elaborando estudo prvio e sugerindo ao Pre-sidente a documentao a ser inicialmente solicitada e as pessoas a se-rem convocadas;

    b) prestar suporte administrativo Comisso Processante, efetuando li-gaes telefnicas, contactando e/ou dirigindo-se a rgos pblicos,objetivando colher informaes necessrias instruo do processo;

    c) acompanhar, atentamente, as oitivas de modo a elaborar perguntasque auxiliem a esclarecer o fato em apurao;

    d) providenciar cpias de processos requeridas pelos advogados, levan-do os autos onde sero efetuadas as cpias e acompanhando todo oprocessamento para que no haja extravio de qualquer pea;

    e) auxiliar o Presidente e o Secretrio no exerccio de suas funes.

    26. Compete ao Secretrio da Comisso:

    a) realizar todos os trabalhos de digitao ou datilografia da Comisso;

    b) receber e expedir documentos, mediante protocolo;

    c) autuar o processo e ordenar, cronologicamente, a documentao, ca-rimbando, numerando e rubricando todas as folhas;

    31Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • d) promover a juntada ou desentranhamento de documentos, mediantedespacho do Presidente da Comisso;

    e) zelar pela boa apresentao e ordem do processo;

    f) auxiliar no controle do andamento dos trabalhos internos da Comis-so, agendando audincias e providncias futuras;

    g) participar das audincias, registrando, no termo, o que lhe for ditadopelo Presidente;

    h) efetuar perguntas que auxiliem no esclarecimento do fato em apurao;

    i) cumprir os despachos exarados pelo Presidente;

    j) manter rigoroso controle das solicitaes, efetuando as reiteraes ne-cessrias;

    k) encaminhar ao Presidente, com a antecedncia necessria, o processocom audincia a realizar.

    l) auxiliar o Presidente e o Vogal no exerccio de suas funes.

    Seo V - Fases do Processo

    27. O Processo Administrativo Disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

    27.1 instaurao, com a publicao do ato que designar a comisso;

    27.2 instruo;

    27.3 defesa;

    27.4 relatrio;

    27.5 julgamento

    Seo VI - Da Instaurao

    28. PAD ser conduzido por comisso composta de 3 (trs) servidores est -veis, designados pela autoridade instauradora, que indicar dentre eles, oseu presidente (Lei 869/52, art. 221).

    29. A designao de funcionrio de outro rgo para integrar Comisso deve-r ser precedida de prvia autorizao da autoridade a que o mesmo esti-ver subordinado.

    32 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 30. A designao de servidor para integrar Comisso constitui encargo denatureza obrigatria, exceto nos casos de suspeies e impedimentoslegalmente admitidos.

    31. A Portaria instauradora do PAD conter:

    a) a fundamentao legal do ato;

    b) a identificao do indiciado pelo nome e n. do Masp;

    c) a descrio sumria dos fatos imputados ao servidor, quando possvel;

    d) a indicao dos dispositivos legais em tese violados e das penas a queestar sujeito o indiciado;

    e) os nomes que integram a Comisso Processante e a designao de seupresidente;

    32. A Portaria de Instaurao dever ser publicada no Dirio Oficial do Esta-do - Minas Gerais.

    33. Os trabalhos da Comisso somente podero ser iniciados a partir da datade publicao da portaria designadora da respectiva Comisso, sob penade nulidade dos atos praticados antes desse evento.

    34. A Portaria delimita o alcance das acusaes, devendo a Comisso ater-seaos dispositivos legais ali descritos, podendo, entretanto, requerer o adita-mento da Portaria, quando do surgimento de fatos novos e novos envolvi-dos no decorrer das apuraes.

    Seo VII - Dos Prazos

    35. Os prazos do PAD sero contados em dias corridos, excluindo-se o dia docomeo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o pri-meiro dia til seguinte, o prazo vencido em dia em que no haja expedien-te (Lei 869/52, art. 280).

    36. Os trabalhos da Comisso, devem iniciar-se com a autuao, em at trsdias, contados da publicao da Portaria Instauradora( Lei n. 869/52, art.223).

    37. O prazo para a concluso do processo administrativo disciplinar no exce-der a 60 (sessenta) dias, contados da data da publicao da portaria deconstituio da comisso, admitida a sua prorrogao pelo prazo mximode 30(trinta) dias, por motivo de fora maior (Lei n. 869/52, art. 223).

    33Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 37.1. O prazo referido no item anterior refere-se concluso de apenas01(um) processo, no sendo aplicvel s Comisses que atuam emvrios processos ao mesmo tempo, cujos prazos para concluso nopodero ferir o princpio da razoabilidade.

    Seo VIII - Da Autuao

    38. A autuao do PAD observar a seguinte ordem:

    a) Folha 01: a parte da frente da pasta, onde o secretrio da comissoregistrar os dados da Portaria Inaugural e promover a autuao, cujadata no pode ser anterior sua designao pelo presidente da comis-so;

    b) Folha 02: Portaria Inaugural da Autoridade Instauradora;

    c) Folha 03: Publicao da Portaria Inaugural;

    d) Folha 04: Portaria do Presidente, designando o Secretrio e sua assi-natura no Termo de Compromisso;

    e) Folha 05: Ata de Abertura;

    f) Folha 06: Informao Cadastral do Indiciado, via SISAP;

    g) Folha 07 a Folha x: Documentao que originou o PAD;

    h) Folha 08: Ato que determinou o Afastamento Preventivo, se for o caso;

    i) Folha (?): Citao, se for o caso;

    j) Folha (?) a Folha (?): Declaraes do Indiciado e juntada de Procura-o de Advogado, se for o caso;

    k) Folha (?) a Folha (?): Defesa Prvia, se houver, Produo de provas,reinquirio de testemunhas, etc., se for o caso;

    l) Folha (?): Notificao do Defensor ou Advogado, para apresentaode suas razes finais de defesa;

    m) Folha (?) a Folha (?): Juntada das razes finais, se for o caso;

    n) Folha (?) a Folha (?): Relatrio da Comisso e encaminhamento Autoridade Instauradora.

    34 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • Seo IX - Da Documentao

    39. Os documentos que integram o PAD sero numerados e rubricados pelosecretrio ou por qualquer membro da comisso, devendo ser inutilizadosos espaos em branco no verso e anverso.

    39.1 Sempre que se tiver que renumerar as folhas do processo, deve-seanular com um trao horizontal ou oblquo a numerao anterior, con-servando-se, porm, sua legibilidade.

    40. Sempre que possvel, nada ser datilografado ou escrito no verso das fo-lhas do processo, que devero conter a expresso em branco, escrita oucarimbada, ou um simples risco por caneta, em sentido vertical ou oblquo.

    41. Os documentos elaborados pela Comisso sero autenticados com a assi-natura de seus componentes na ltima pgina e pelas respectivas rubricasnas demais folhas.

    42. As cpias reprogrficas de documentos carreadas para os autos, quandoapresentados os originais, devero ser autenticadas pelo secretrio ou porqualquer membro da comisso.

    43. Quaisquer documentos, cuja juntada ao processo seja considerada neces-sria, devero ser despachados, um por um, pelo Presidente da Comisso,com a expresso Junte-se aos autos ou equivalente, seguida de data e as-sinatura, lavrando o secretrio o competente termo de juntada.

    44. Os volumes do processo administrativo no devero, em princpio, contermais de 200 (duzentas) folhas e sero encerrados, sem quebrar a seqn-cia de qualquer documento, mediante termo que indique o nmero da pri-meira e da ltima folha, devendo o nmero desta corresponder ao termode encerramento .

    45. A numerao das folhas do processo ser contnua, no se numerando acontracapa do Volume I e as capas e contracapas dos Volumes subse-quentes.

    Seo X - Da Instruo

    46. Durante a instruo, a Comisso promover a tomada de declaraes e de-poimentos, acareaes, investigaes e diligncias cabveis, objetivando acoleta de provas, recorrendo, quando necessrio, a tcnicos e peritos, demodo a permitir a completa elucidao dos fatos (Lei 869/52, art. 224).

    47. A Comisso deve citar pessoalmente o indiciado sobre o processo admi-nistrativo disciplinar contra ele instaurado, indicando o horrio e local defuncionamento da Comisso, de modo a assegurar-lhe o direito de acom-

    35Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • panhar o processo desde o incio, pessoalmente e por intermdio de pro-curador legalmente constitudo ou defensor pblico, arrolar, inquirir oureinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos,quando se tratar de prova pericial, bem como requerer diligncias.

    47.1. Dever constar do Mandado de Citao um resumo do fato atribu-do ao Servidor, delimitando assim o raio acusatrio.

    47.2. Recusando o Servidor a assinar e datar a via do Mandado de Citaoa ser juntada aos autos, o fato dever ser registrado no verso dareferida via pelo encarregado da diligncia com a assinatura de duastestemunhas.

    48. O servidor em exerccio em outra localidade poder ser notificado peloCorreio, mediante Aviso de Recebimento-AR.

    48.1. O comparecimento do Servidor perante a Comisso, independente-mente de ter assinado o AR, supre a citao.

    49. A legislao vigente no assegura transporte e dirias para o exerccio dodireito de acompanhamento do PAD.

    50. Se no decorrer dos trabalhos surgirem indcios de responsabilidade impu-tvel a servidor estranho ao PAD, os autos devero ser promovidos Au-toridade instauradora, objetivando o devido aditamento da Portaria Inau-gural, para que este seja citado e possa exercer o direito de acompanh-loa partir desse momento.

    51. Se o indiciado no estiver comparecendo ao servio e no for encontrado,no endereo residencial que forneceu repartio, essa circunstncia deve-r ser registrada nos autos com base nas diligncias realizadas para tentarlocaliz-lo.

    51.1. Encontrando-se o indiciado em lugar incerto e no sabido, ou sehouver fundada suspeita de que o mesmo se oculta para frustrar adiligncia, a citao ser feita por edital.

    52. Sem prejuzo de outras providncias que entender cabveis, o Presidenteda Comisso, aps determinar a juntada aos autos dos referidos termosdever adotar as providncias para citao por edital do indiciado, obser-vando-se o seguinte:

    a) na hiptese de abandono de cargo ou funo, o Edital de Citao serpublicado, por 4 (quatro) vezes, no Minas Gerais, no prazo de 20(vinte) dias (Lei n. 869/52, art. 234 e Decreto n. 17.362/75);

    b) nos demais casos, o Edital de Citao ser publicado durante 8 (oito) diasconsecutivos no Dirio Oficial (Lei n. 869/52, art. 225, Pargrafo nico).

    36 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 53. Se o indiciado, regularmente citado na forma dos itens, 47, 48 e 52 ante-riores, no comparecer para exercer o direito de acompanhar o PAD, ostrabalhos de instruo do processo prosseguiro sem a sua presena,mediante acompanhamento de defensor pblico ou dativo.

    54. As oitivas sero registradas em:

    a) TERMO DE DECLARAES: quando a pessoa a ser ouvida estiver nacondio de Denunciante, Vtima ou Indiciado(Acusado);

    b) TERMO DE DEPOIMENTO: quando a pessoa estiver na condio deTestemunha;

    c) TERMO DE INFORMAO: quando a pessoa, no possa ser legal-mente considerada como testemunha, mas deva ser ouvida para escla-recer o fato em apurao.

    55. Nenhum ato da instruo poder ser praticado sem a prvia notificao doIndiciado ou do seu Advogado constitudo ou Defensor designado.

    55.1. O Presidente da Comisso poder designar um Defensor Dativo,Ad Hoc, para acompanhar algum ato processual, quando a ele nocomparecer o Advogado constitudo ou Defensor Pblico.

    55.2. O Indiciado, o Advogado constitudo e o Defensor Pblico so obri-gados a comunicar ao Presidente de Comisso qualquer alteraodo endereo onde devam ser notificados.

    56. O Presidente da Comisso poder, motivadamente, denegar pedidos con-siderados impertinentes, meramente protelatrios, ou de nenhum interes-se para o esclarecimento dos fatos.

    57. Ser indeferido, motivadamente; pelo Presidente da Comisso pedido deprova pericial, quando a comprovao do fato independer de conhecimen-to especial de perito, for desnecessria em vista de outras provas ou a veri-ficao for impraticvel.

    Seo XI - Do Interrogatrio do Indiciado

    58. O interrogatrio dever ser previamente preparado de modo a se obterclareza, objetividade e celeridade.

    59. Se houver mais de um indiciado, cada um deles ser interrogado separada-mente, e, sempre que divergirem em suas declaraes sobre fatos ou cir-cunstncias, ser promovida a acareao entre eles.

    60. O indiciado ser perguntado sobre o seu nome, nmero e tipo do docu-

    37Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • mento de identidade, naturalidade, estado civil, data de nascimento, filia-o, residncia, telefone de contato, profisso e lugar onde exerce a suaatividade, e, depois de cientificado da acusao, ser interrogado sobre osfatos e circunstncias que constituem o objeto do processo e sobre a im-putao que lhe feita.

    61. Consignar-se-o as perguntas que o indiciado deixar de responder e asrazes que invocar para no faz-lo.

    61.1. O silncio do indiciado no importar confisso, mas poder consti-tuir elemento para a formao do convencimento da autoridade jul-gadora.

    62. O Defensor do indiciado assistir ao interrogatrio, sendo-lhe vedado in-terferir ou influir, de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas.

    63. As respostas do indiciado sero ditadas pelo Presidente da Comisso ereduzidas a termo que, depois de lido pelo secretrio ou pelo indiciado,ser rubricado em todas as suas folhas e assinado pelo Presidente daComisso, pelo Vogal, pelo Secretrio, pelo Indiciado e seu Defensor.

    64. Sempre que o Defensor do indiciado desejar algum esclarecimento, proporquesito para percia ou que seja realizada diligncia, dever solicitar porescrito ao Presidente da Comisso, que, em despacho fundamentado, de-ferir ou indeferir o pedido.

    65. recomendvel que a vista dos autos do PAD pelo indiciado ou seu procu-rador, seja concedida no local de funcionamento da Comisso, durante ohorrio normal de expediente, considerando-se o disposto na Lei Federaln. 8.906/94 (Estatuto da OAB), Art. 7, inciso XX, 1, item 2.

    66. Devero ser fornecidas cpias de peas dos autos, quanto solicitadas porescrito pelo indiciado ou seu defensor, devendo a comisso colher recibodo solicitante.

    67. Ao interrogatrio aplicam-se, no que couber, as disposies relativas aodepoimento das testemunhas.

    Seo XII - Da inquirio das Testemunhas

    68. Algumas testemunhas, em razo de situao especial, gozam dos seguintesprivilgios:

    68.1. as pessoas impossibilitadas de comparecer, por enfermidade ou ve-lhice, sero inquiridas onde estiverem; (CPP art. 220)

    38 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 68.2. podero ajustar previamente com o Presidente da Comisso o dia,o local e a hora em que sero ouvidos o Governador do Estado,Secretrios de Estado e demais Autoridades diretamente subordi-nadas ao Governador, Prefeitos Municipais, Membros do Poder Le-gislativo Estadual, Membros do Poder Judicirio e Conselheiros doTribunal de Contas;

    68.3. os bombeiros militares, policiais militares e civis, guardas municipaise agentes penitencirios devero ser requisitados, mediante ofcio,ao seu superior hierrquico, o qual se incumbir de encaminhar aNotificao do dia e hora da audincia a cada um de seus subordi-nados.

    69. As testemunhas sero notificadas a depor com antecedncia recomend-vel de 3 (trs) dias teis quanto data de comparecimento, mediantemandado expedido pelo Presidente da Comisso, com a indicao dolocal, dia e hora para serem ouvidas, aconselhando-se ouvir, em primeirolugar, as testemunhas arroladas pelo Denunciante ou Vtima, se houver,pela Comisso e, posteriormente, aquelas que forem arroladas pelo Indi-ciado.

    70. A notificao de testemunhas para depor deve:

    I. sempre que possvel, ser entregue direta e pessoalmente ao destinat-rio, contra recibo lanado na cpia da mesma;

    II. ser individual, ainda que diversas testemunhas residam no mesmo localou trabalhem na mesma repartio ou seo;

    III. ser endereada ao responsvel legal pelo menor de 18 (dezoito) anosou a ele prprio com a advertncia de que dever comparecer acom-panhado de seu pai, me, tutor, etc.;

    71. 0 indiciado e seu procurador/defensor devero ser notificados da inti-mao das testemunhas para que possam exercer o direito de acompanharos depoimentos.

    72. A testemunha, quando servidor pblico, no poder eximir-se da obrigaode depor, podendo recusar-se a faz-lo o ascendente ou descendente, oafim em linha reta, o cnjuge, ainda que desquitado, o irmo e o pai, a me,ou filho adotivo do indiciado, salvo quando no for possvel, por outromodo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstncias.

    73. Inexiste no direito administrativo disciplinar disposio legal que obriguepessoa estranha ao servio pblico servir como testemunha, no entanto,valendo-se, subsidiariamente, do que dispe o CPC, art. 339, a Comissodeve tentar promover a oitiva, pois, ningum deve se eximir de colaborar,para o descobrimento da verdade.

    39Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 74. So proibidas de depor as pessoas que, em razo de funo, ministrio,ofcio ou profisso, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pelaparte interessada, quiserem dar o seu testemunho (CPP, art. 207).

    75. A testemunha prestar depoimento do que lhe for perguntado e do quesouber a respeito dos fatos objeto do processo administrativo disciplinar,devendo declarar seu nome, data de nascimento, estado civil, residncia,profisso, se parente, e em que grau, do indiciado, explicando sempre asrazes de sua cincia ou as circunstncias pelas quais possa avaliar-se a suacredibilidade.

    76. As testemunhas sero inquiridas cada uma de per si, de modo que umasno saibam nem ouam os depoimentos das outras.

    76.1. Se nem todas as testemunhas notificadas puderem ser ouvidas nomesmo dia, o Presidente da Comisso expedir nova notificao,com indicao do local, dia e hora para serem ouvidas.

    77. No ser permitido que a testemunha manifeste suas apreciaes pessoais,salvo quando inseparveis da narrativa do fato.

    78. O Presidente da Comisso, antes de dar incio inquirio advertir o de-poente de que se faltar com a verdade estar incurso em crime de falsotestemunho tipificado no art. 342 do Cdigo Penal, bem como perguntarse encontra-se em algumas das hipteses de suspeio ou impedimentoprevistas em lei, especialmente se amigo ntimo ou inimigo capital doIndiciado.

    78.1. O Defensor poder contraditar a testemunha antes do incio da au-dincia, cabendo ao Presidente da Comisso, registrar no prprioTermo as razes e provas da contradita apresentada e a deciso pro-ferida, a qual poder ser:

    a) deferimento da contradita e dispensa da testemunha, quandoocorrer as hipteses previstas no item 74 deste Captulo;

    b) deferimento da contradita e oitiva da pessoa, na qualidade deInformante, dispensando-lhe do termo de compromisso.

    c) indeferimento da contradita e oitiva da pessoa na qualidade detestemunha, quando do cotejo das razes da contradita e dasrespostas da pessoa aos questionamentos apresentados peloPresidente da Comisso no for possvel concluir que a teste-munha suspeita.

    79. Se ficar comprovado no processo que alguma testemunha fez afirmaofalsa, calou ou negou a verdade, o Presidente da Comisso remeter cpiado depoimento autoridade julgadora para exame e deciso.

    40 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 80. O depoimento ser prestado oralmente e reduzido a termo, no sendo lci-to testemunha traz-lo escrito, sendo permitido breves consultas a apon-tamentos.

    80.1. Na reduo a termo do depoimento, o Presidente da Comisso de-ver cingir-se, tanto quanto possvel, s expresses usadas pelas tes-temunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

    81. Na hiptese de depoimentos contraditrios ou que se infirmem, proceder-se- acareao entre os depoentes.

    82. Se a testemunha residir em localidade distante de onde se acha instaladaa Comisso, poder ser solicitado que preste informaes, por escrito,sobre as perguntas que lhe forem efetuadas pela comisso e pelo indicia-do ou seu defensor.

    83. A Comisso empregar, ao longo de toda a argio, tom neutro, no lhesendo lcito usar de meios que revelem coao, intimidao ou invectiva.

    83.1. As perguntas devem ser formuladas com preciso e habilidade, po-dendo, em certos casos, serem reformuladas, para que se possa ava-liar a segurana das alegaes do depoente.

    84. O indiciado ou seu procurador poder assistir inquirio das testemu-nhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porm, inquiri-las, por intermdio do Presidente da Comisso, no finalde cada depoimento, aps esgotadas as perguntas feitas pelos componen-tes da Comisso.

    85. Os depoimentos sero datilografados/digitados em texto corrido e semrasuras.

    85.1. Constatando-se erro datilogrfico, durante a elaborao do depoi-mento, este poder ser corrigido mediante repetio da ltima pala-vra corretamente escrita.

    85.2. Os erros de grafia, as emendas e as rasuras porventura constatadasaps o encerramento do termo de declaraes ou depoimento se-ro objeto de ressalvas consignadas no respectivo fecho, mencio-nando-se a linha e a pgina em que se verificou o equvoco, aexpresso errada e a expresso correta.

    86. Ao final do depoimento, o Presidente da Comisso franquear a palavra aodepoente, para que, se desejar, aduza alguma coisa mais, que se relacionecom o assunto objeto do processo, aos demais membros da Comisso paraque apresentem suas perguntas e ao Defensor que, no exerccio do contra-ditrio, poder inquirir e reinquirir a testemunha.

    41Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 87. Terminada a datilografia do depoimento, antes da aposio das assinatu-ras, ou antes de se providenciar a sua impresso, quando digitado, ser fei-ta a leitura pelo secretrio ou pelo depoente, a fim de possibilitar as retifi-caes cabveis.

    88. O depoimento ser assinado ao final, bem como rubricadas todas as suasfolhas, pela testemunha, pelo Presidente da Comisso, pelo vogai, pelo se-cretrio e pelo indiciado e seu procurador/defensor. Se a testemunha nosouber assinar, ou no puder faz-lo, o Presidente pedir ao Secretrio queleia o termo, em voz alta, e colher a sua impresso digital.

    89. facultado testemunha solicitar cpia do termo de depoimento, que de-ver ser fornecida ao trmino do mesmo.

    Seo XIII - Do Incidente de Sanidade Mental

    90. isento de pena o servidor que, por doena mental, comprovada em per-cia mdica oficial, era, ao tempo da ao ou da omisso, inteiramente inca-paz de entender o carter ilcito do fato ou de determinar-se de acordocom esse entendimento.

    91. Quando houver dvida sobre a sanidade mental do indiciado, a Comisso,de ofcio ou a requerimento do Defensor, propor autoridade compe-tente que ele seja submetido a exame por junta mdica oficial, da qual par-ticipe pelo menos um mdico psiquiatra, encaminhando mesma os que-sitos formulados pela Comisso e por seu Defensor

    91.1. A comisso e o Defensor podero indicar os documentos que seroencaminhados percia mdica oficial.

    91.2. Aquele que se nega a submeter-se a exame mdico necessrio nopoder aproveitar-se de sua recusa, estando sujeito penalidadeprevista no art. 246, inciso II, da Lei 869/52.

    92. O incidente de sanidade mental ser instrudo com o pedido do respecti-vo exame autoridade competente e processado em auto apartado, quedever ser apensado ao processo principal, aps o recebimento pela Co-misso do laudo pericial expedido pela Junta Mdica oficial.

    93. O processo disciplinar ficar suspenso, sem que corram quaisquer prazos,at o recebimento pela Comisso do laudo expedido pela Junta Mdica,salvo quanto s diligncias e percias que possam ser prejudicadas pelo adi-amento e os demais atos que independam do resultado do exame mdico.

    94. Se a Junta Mdica concluir que o indiciado era, ao tempo da infrao,inimputvel, o processo administrativo disciplinar ser arquivado, e haven-

    42 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • do prejuzo a ser ressarcido Fazenda Estadual, dever ser encaminhado Advocacia-Geral do Estado ou Procuradoria da Autarquia ou Fundao,para exame e providncias quanto responsabilidade civil do indiciado.

    Seo XIV - Das Diligncias e Percias (Lei n 869/52, Art. 224)

    95. Sempre que a Comisso necessitar colher elementos ou esclarecer dvidaspoder:

    I. realizar diligncias, cujos resultados devero ser reduzidos a termo;

    II. solicitar Autoridade instauradora a realizao de percia ou de asses-soria tcnica, formulando previamente os quesitos ou temas que de-vam ser respondidos ou desenvolvidos, quando o assunto demandarconhecimentos especializados.

    96. Sempre que possvel, a escolha dos peritos e dos assessores tcnicos deve-r recair entre funcionrios pblicos, salvo se, em funo da matria, esseprocedimento for invivel, quando ento a comisso solicitar Autorida-de instauradora permisso para a sua realizao por terceiros, expondo osmotivos que a justifiquem e indicando quem poder realiz-la, bem comoo respectivo custo.

    97. To logo a Comisso tenha recebido autorizao para indicar o perito ouassessor tcnico, ser baixada a respectiva portaria de designao peloPresidente da Comisso e providenciada a notificao ao Defensor para aapresentao de quesitos.

    98. Os peritos e assessores elaboraro laudo ou relatrio em que, alm dasrespostas dadas aos quesitos e temas apresentados pela Comisso e peloDefensor, podero estender-se em outras consideraes que julgarem ade-quadas ao caso, sem, contudo, adentrar no seu mrito.

    99. Se a Comisso tiver de proceder inventrio de bens, exame contbil ouconferncia de valores, que estiveram confiados a funcionrios indiciadosde malversao, poder fazer-se acompanhar de peritos ou de assessorestcnicos de sua confiana, nomeados pelo Presidente da Comisso, me-diante portaria.

    99.1. Do inventrio, exame ou conferncia que se fizer, o secretrio lavraro competente termo.

    43Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • Seo XV - Da Acareao

    100. A acareao ser admitida entre indiciados, entre indiciado e testemunhae entre testemunhas, sempre que divergirem, em suas declaraes, sobrefatos ou circunstncias relevantes.

    101. Constatada a divergncia, o Presidente da Comisso notificar as pessoascujas afirmaes sejam divergentes, indicando local, dia e hora para acompetente acareao .

    102. O Termo de Acareao dever conter referncias sobre as afirmaes an-teriores dos acareados e se foram ou no confirmadas.

    103. Os acareados sero reinquiridos, para que expliquem os pontos de diver-gncia, reduzindo-se a termo o ato de acareao, que ser assinado pelosacareados, pelos integrantes da Comisso e pelo Defensor.

    104. Se ausente algum dos notificados para a acareao, ao que estiver presen-te dar-se- a conhecer os pontos de divergncia, consignando-se o queexplicar ou observar.

    Seo XVI - Da Revelia

    105. Considerar-se- revel o indiciado que, regularmente citado, no se mani-festar, no prazo legal.

    106. A revelia ser declarada, por despacho, nos autos do processo.

    107. A Autoridade instauradora do processo, aps solicitao do Presidente daComisso, providenciar a designao de defensor nos termos da LeiComplementar n 65, de 16/01/2003 e Resoluo Conjunta n 04/2003,de 13/11/2003, para assistncia do indiciado revel.

    Seo XVII - Da Prorrogao do Prazo

    108. Se motivos justificados impedirem o trmino dos trabalhos no prazo regu-lamentar de 60 (sessenta) dias, j includo o prazo para apresentao dadefesa e de elaborao do relatrio, o Presidente da Comisso podersolicitar Autoridade instauradora, a prorrogao do mesmo por at 30(trinta) dias (Lei n. 869/52, Art. 223).

    109. A prorrogao, se concedida, ser efetuada atravs de Portaria que decla-rar prorrogados os trabalhos da Comisso.

    110. O pedido de prorrogao ser obrigatrio, quando a Comisso Proces-sante estiver designada para um nico PAD.

    44 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • Seo XVIII - Do Sobrestamento

    111. Sobrestar significa interromper o andamento de um processo, de uma dili-gncia, etc. (Vocabulrio Prtico de Tecnologia Jurdica e de BrocardosLatinos-Neves, Ido Batista - 2 Edio - Edies FASE - 1988).

    112. O sobrestamento permanecer at a soluo do fato que impede o anda-mento do processo ou sindicncia.

    113. O Sobrestamento ser proposto pela Comisso e autorizado pela Autori-dade Instauradora do Processo Administrativo Disciplinar.

    114. Dentre as principais causas de sobrestamento de processo ou sindicnciapodemos destacar as seguintes :

    114.1 Suspeio de membro de Comisso, Intrprete ou Perito argidapelo Indiciado e no acatada, devendo tal incidente processualser instrudo em autos parte e decidido pela Autoridade Instau-radora do procedimento administrativo, ou por quem receberdelegao para tal.

    114.2 Incompatibilidade ou Impedimento Legal de membro da Co-misso, Intrprete ou Perito argidos pelo Indiciado e no acata-dos, aplicando-se o mesmo procedimento para instruo e julga-mento estabelecido para a suspeio.

    114.3. Incidente de Falsidade , que dever ser instrudo em auto apar-tado e apreciado pela Comisso.

    114.4. Incidente de Sanidade Mental, que dever ser instrudo em autoapartado e apreciado pela Comisso.

    114.5. Qualquer outra PERCIA destinada a determinar o estado de coi-sa ou de pessoa.

    114.6. Dependncia de PROVA ou DECISO JUDICIAL transitada emjulgado para concluir a Sindicncia ou o Processo AdministrativoDisciplinar, devendo-se acompanhar, mensalmente, o andamentodo Inqurito Policial ou do Processo Judicial.

    115. A Defesa dever ser notificada do sobrestamento.

    Seo XIX - Da Defesa

    116. O Defensor poder re q u e rer vista dos autos logo aps o interrogatrio do indi-ciado, para apresentar Defesa Prvia, dentro do prazo concedido para deposi-tar o rol de testemunhas e indicar outras provas que pretendam pro d u z i r.

    45Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 116.1. Poder ser concedido o prazo de at 05 (cinco) dias, prorrogvelpor igual perodo, para conhecimento e manifestao da defesaquanto aos atos processuais.

    117. O prazo para apresentao de razes finais de defesa ser de 10 (dez)dias; havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo ser comum e de 20(vinte) dias.

    118. Havendo vrios indiciados e, sendo deferido pedido de percia ou dilign-cia de um deles, a prorrogao do prazo beneficia os demais.

    119. Se houver mais de um indiciado e interesses conflitantes, deve-se desig-nar um defensor distinto para cada um.

    Seo XX Do Relatrio

    120. Recebidas as razes finais de defesa, a Comisso elaborar relatrio mi-nucioso, onde mencionar os fatos imputados, os dispositivos legais e re-gulamentares infringidos, as penas a que estaria sujeito o Indiciado, as pe-as principais dos autos, analisar as manifestaes da defesa e indicar asprovas em que se baseou para formar sua convico, fazendo referncia sfolhas do processo onde se encontram.

    121. O relatrio ser sempre conclusivo quanto inocncia ou responsabilida-de do servidor e informar, quando for o caso, se houve falta capituladacomo crime e se houve danos aos cofres pblicos, sugerindo Autoridadejulgadora a remessa de cpia do processo ao setor competente paracobrana.

    122. O relatrio poder, ainda, propor o arquivamento do processo por insufi-cincia de provas, por no ter sido possvel apurar a autoria ou por faleci-mento do servidor indiciado, sem prejuzo da eventual responsabilidadecivil.

    123. Reconhecida a responsabilidade do Servidor, a Comisso indicar o fato, odispositivo legal ou regulamentar transgredido e sugerir a pena a ser apli-cada, observando a natureza e gravidade da infrao e os danos que delaprovierem para o Servio Pblico. (Lei 869/52, art. 244, pargrafo nico).

    124. O relatrio poder conter sugestes sobre medidas que podem ser adota-das pela Administrao, objetivando evitar a repetio de fatos ou irregu-laridades semelhantes aos apurados no PAD.

    125. O processo disciplinar, com o relatrio da comisso, ser remetido auto-ridade que determinou a sua instaurao, para julgamento.

    46 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • 126. A Comisso Processante dissolve-se, automaticamente, com a entrega dorelatrio final (Lei 869/52, art. 228).

    Seo XXI - Do Julgamento

    127. A Autoridade Julgadora no acatar o relatrio da Comisso, quandocontrrio s provas dos autos.

    127.1. A autoridade julgadora formar sua convico pela livre aprecia-o das provas, podendo solicitar, se julgar necessrio, parecerfundamentado de assessor ou de setor jurdico a respeito do pro-cesso.

    127.2. As concluses oferecidas no relatrio da Comisso no vinculama autoridade julgadora, que poder, em despacho motivado,agr0avar a penalidade proposta, abrand-la ou isentar o servidorde responsabilidade.

    127.3. A deciso proferida e os atos dela decorrentes sero publicadosno Minas Gerais.

    128. Quando a infrao estiver capitulada como crime, cpia integral autenti-cada do procedimento disciplinar ser remetida ao Ministrio Pblico pelaautoridade julgadora, para instaurao da ao penal (Lei n. 869/52, Art.233).

    129. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alada da Autoridade instaura-dora, o processo ser encaminhado a autoridade competente, desde quese tenha obedecido ao princpio do contraditrio e assegurado ao indicia-do a ampla defesa (CF, art. 5, inc. LV).

    130. Quando for verificada a ocorrncia de prejuzo aos cofres pblicos, a Au-toridade instauradora encaminhar cpia autenticada dos autos Advo-cacia-Geral do Estado ou Procuradoria do rgo onde o Indiciado en-contrar-se lotado.

    131. A ao civil por responsabilidade do servidor em razo de danos causa-dos ao errio imprescritvel (CF, art. 37, 5).

    132. Cpias dos ofcios remetidos aos rgos competentes para promover asaes penais e cveis cabveis devero ser juntadas ao processo adminis-trativo disciplinar-PAD a ser mantido arquivado no rgo onde foi proce-dido o julgamento.

    47Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VI - Do Processo Administrativo Disciplinar

  • VIICaptulo

    DA APLICAODAS PENALIDADES

  • Seo I - Da Competncia para Aplicao das Penas

    1. So competentes para a aplicao das penas previstas no Art. 244 da Lein. 869/52:

    I. o Governador ou o Auditor-Geral do Estado, nos casos de demisso(Decreto n. 44.213, de 06/03/2003);

    II. os Secretrios de Estado e a maior autoridade hierrquica de rgossubordinados diretamente ao Governador, nos casos de repreenso,multa e suspenso;

    III. os Diretores de Superintendncia Regional de Ensino, no caso de sus-penso at quinze dias (Lei 7.109, art. 174, inciso II);

    IV. o Diretor de Escola, no caso de repreenso (Lei 7.109, art. 174, inciso I);

    V. a Autoridade que houver feito a designao, no caso de destituioda funo.

    2. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alada da autoridade instaurado-ra do processo, este ser encaminhado autoridade competente, para de-ciso dentro do prazo regulamentar.

    3. Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanes, o julgamento ca-ber autoridade competente para a imposio da pena mais grave, quetambm decidir sobre os demais indiciados.

    4. O ato de imposio de penalidade mencionar sempre o fundamento legale a causa da sano disciplinar.

    5. A execuo da pena aplicada ser de responsabilidade do diretor/chefe daunidade de pessoal do rgo onde o servidor encontrar-se lotado.

    Seo II - Das Penas Disciplinares

    6. A pena disciplinar tem duas funes: a primeira preventiva, pois, ante apossibilidade de ser apenado, o servidor procura no transgredir as normase dispositivos regulamentares; a segunda corretiva, uma vez que, tendohavido a transgresso da norma, o servidor, aps o devido processo legal,sofre, em concreto, a pena administrativa.

    7. A aplicao da pena disciplinar tem para o superior hierrquico competen-te o carter de um poder-dever, j que a condescendncia na punio crime contra a Administrao Pblica.

    51Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VII - Da Aplicao das Penalidades

  • 8. As penas disciplinares aplicadas so publicadas no Minas Gerais e regis-tradas nos assentamentos funcionais do servidor.

    9. A pena de repreenso aplicada, quando da ocorrncia de falta leve, semdolo ou m f, desde que o servidor no seja reincidente na mesma con-duta e est relacionada com pequenos descumprimentos de deveres oupequenas violaes de proibies (Lei 869/52, art. 245, pargrafo nico).

    10. A pena de suspenso, que no pode ultrapassar a 90 (noventa) dias apli-cada, quando da ocorrncia de falta grave, mas que no enseja demisso(Lei 869/52. art. 246).

    11. A pena de multa uma sano pecuniria, que, observada a conveninciaadministrativa, poder substituir a pena de suspenso, devendo ser aplica-da segundo regulamentao especfica (Lei, 869/52, art. 247).

    12. A pena de destituio de funo a ser aplicada quele que exerce funogratificada, quando ocorrer falta de exao ou quando a sua neglignciaou benevolncia prejudicar a apurao de irregularidade praticada por ou-tro servidor em seu devido tempo (Lei 869/52, art. 248).

    13. A pena de demisso expulsiva e ser aplicada, quando da ocorrncia decondutas que se caracterizam como gravssimas (Lei 869/52, art. 249 eart. 250).

    Seo III - Da Reabilitao

    14. O Servidor, poder requerer a sua reabilitao administrativa, que consistena retirada de seus assentamentos funcionais do registro da aplicao daspenas de repreenso, multa, destituio de funo e suspenso, conformeo que dispe a Lei 9.442 de 22/10/1987 e o art. 253 da Lei. 869/52.

    52 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VII - Da Aplicao das Penalidades

  • VIIICaptulo

    DAS NULIDADES

  • 1. processo administrativo disciplinar, embora adstrito a certos atos, no pos-sui os rigores rituais de processos judiciais bastando que, dentro do princ-pio do informalismo, atenda s normas pertinentes do rgo processantee assegure a defesa do indiciado.

    1.1. Os atos processuais disciplinares, contudo, quando eivados de vciosou irregularidades, tornam-se passveis de nulidade. Porm a falta deuma conceituao legal a respeito das nulidades processuais discipli-nares, dificulta sobremaneira o equacionamento da questo.

    1.2. A doutrina, felizmente, conseguiu aprofundar no tema conceituandoe classificando as nulidades processuais como absolutas e relativas.

    2. As nulidades absolutas so oponveis em qualquer fase do processo emesmo aps a sua concluso, e at por quem no tenha legtimo interesseou por parte de quem lhes tenha dado causa.

    2.1. Eivam de nulidade absoluta os vcios:

    2.1.1. De competncia:

    a) instaurao de processo por autoridade incompetente;

    b) incompetncia funcional dos membros da comisso.

    2.1.2. Relacionados com a composio da comisso:

    a) composio com menos de 3 (trs) membros;

    b) composio por servidores demissveis ad nutum ou ins-tveis;

    c) comisso composta por servidores notria e declaradamenteinimigos, amigos ntimos ou parentes do servidor indiciado.

    2.1.3. Relativos citao do indiciado:

    a) falta de citao;

    b) citao por edital de indiciado que se encontre preso;

    c) citao por edital de indiciado que tenha endereo certo;

    d) citao por edital de indiciado que se encontre asilado empas estrangeiro;

    e) citao por edital de servidor internado em estabelecimen-to hospitalar para tratamento de sade;

    55Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VIII - Das Nulidades

  • f) citao, de pronto, por edital, quando inexiste no processoqualquer indicao que traduza o empenho pela localiza-o do indiciado.

    2.1.4. Relacionados com o direito de defesa do indiciado:

    a) indeferimento, sem motivao, de percia tcnica solicitadapelo indiciado;

    b) no promover a oitiva, sem motivao, de testemunha ar-rolada pelo indiciado;

    c) ausncia de alegaes escritas de defesa;

    d) inexistncia de citao do servidor indiciado para acompa-nhar os atos apuratrios do processo, notadamente a oiti-va de testemunhas, que podero ser por ele inquiridas ereinquiridas;

    e) indeferimento de pedido de certido, sobre aspecto rele-vante, por parte da Administrao, interessada no processo;

    f) negativa de vista dos autos do processo administrativo dis-ciplinar ao servidor indiciado, ao seu advogado legalmenteconstitudo ou ao defensor dativo;

    g) juntada de elementos probatrios aos autos aps a apre-sentao da defesa, sem abertura de novo prazo para a de-fesa.

    2.1.5. Relacionados com o julgamento do processo

    a) julgamento com base em fatos ou alegativas inexistentesna pea de indiciao;

    b) julgamento feito de modo frontalmente contrrio s provasexistentes no processo;

    c) julgamento discordante das concluses factuais da Comis-so, quando as provas dos autos no autorizam tal discre-pncia;

    d) julgamento feito por autoridade administrativa que se te-nha revelado, em qualquer circunstncia do cotidiano, co-mo inimiga notria do indiciado;

    e) falta de indicao do fato ensejador da sano disciplinar;

    56 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VIII - Das Nulidades

  • e) falta de capitulao da transgresso atribuda ao indiciado.

    3. As nulidades relativas s podem ser suscitadas por quem tenha interesselegtimo e no prazo devido, sob pena de convalidao, por serem sanveispela no argio no momento oportuno, que caracteriza sua aceitao t-cita ou expressa.

    3.1.O indiciado no poder argir nulidade relativa a que haja dado causa,ou para a qual tenha concorrido.

    4. Considerar-se- nulidade relativa:

    a) suspeio da autoridade instauradora do processo;

    b) suspeio dos membros da comisso;

    c) suspeio da autoridade julgadora, quando no seja a mesma que ins-taurou o procedimento;

    d) existncia originria ou superveniente de impedimentos funcionais emdesfavor de algum dos membros da comisso;

    e) desenvolvimento dos trabalhos apuratrios em constante subordi-nao autoridade instauradora, revelando a prtica de um trabalhodirigido.

    5. No ser declarada a nulidade do processo se a irregularidade ou omissoocorrida no houver implicado em prejuzo para a defesa, comprometi-mento na apurao da verdade ou se a sua declarao resultar em benef-cio para quem lhe deu causa.

    57Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. VIII - Das Nulidades

  • IXCaptulo

    DA PRESCRIO

  • 1. A ao disciplinar prescrever segundo o que dispuser o regime discipli-nar aplicvel.

    2. Os prazos de prescrio previstos na lei penal (CP, art. 109) aplicam-se sinfraes disciplinares capituladas tambm como crime (CP, arts. 312 a326)

    3. A ao civil por responsabilidade do servidor, em razo de danos causadosao errio, imprescritvel (CF, art. 37, 5).

    4. A abertura de sindicncia ou a instaurao de processo administrativodisciplinar interrompem a prescrio, at a deciso final proferida porautoridade competente.

    4.1. A redesignao da Comisso , ou a designao de outra, para pros-seguir na apurao dos mesmos fatos no interrompe, de novo, ocurso da prescrio.

    5. Interrompido o curso da prescrio, todo o prazo comear a correr, nova-mente, a partir do dia em que cessar a interrupo (CP, art. 117, 2).

    6. Antes do julgamento do processo administrativo a prescrio no corre en-quanto no resolvida, em outro processo, questo de que dependa o reco-nhecimento da existncia da irregularidade (CP, art. 116, inc. I).

    61Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. IX - Da Prescrio

  • XCaptulo

    DA EXTINODA PUNIBILIDADE

  • 1. Extingue-se a punibilidade (CP, art. 107):

    I. pela aposentadoria ou morte do agente, no caso de repreenso oususpenso;

    II. pela retroatividade de lei que no mais considera o fato como infrao;

    III. pela prescrio, decadncia ou perempo;

    2. Em qualquer fase do processo, havendo reconhecimento da extino dapunibilidade, a Comisso Processante dever declar-la de ofcio e fazer osautos conclusos autoridade julgadora (CPP, art. 61).

    3. Extinta a punibilidade pela prescrio, a autoridade julgadora determinaro registro do fato nos assentamentos individuais do servidor e o arquiva-mento do processo.

    3.1.No impede a propositura de ao civil a deciso que julgar extinta apunibilidade (CPP, art. 67, inc. II).

    65Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. X - Da Extino da Punibilidade

  • XICaptulo

    DOS CRIMES FUNCIONAIS

  • 1. Quando a infrao estiver capitulada como crime (CP, arts. 312 a 326), c-pia autenticada do processo administrativo disciplinar ser remetida ao Mi-nistrio Pblico, para instaurao da ao penal.

    2. Segundo o Cdigo Penal, os crimes funcionais so os seguintes:

    2.1. Peculato - apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ouqualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a pos-se em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito prprio ou alheio.Incorrer, tambm, em crime, estando sujeito mesma pena, o fun-cionrio pblico que, embora no tendo a posse do dinheiro, valorou bem, o subtrai ou concorre para que seja subtrado, em proveitoprprio ou alheio , valendo-se da facilidade que lhe proporciona aqualidade de funcionrio (Art. 312);

    2.2. Peculato Culposo - quando o funcionrio concorre culposamentepara o crime de outrem (Art. 312, 2 e 3);

    2.3. Peculato mediante erro de outrem - apropriar-se de dinheiro ouqualquer utilidade que, no exerccio do cargo , recebeu, por erro deoutrem (Art. 313);

    2.4. Insero de dados falsos em sistema de informaes - inserir ou facil-itar, o funcionrio autorizado, a insero de dados falsos, alterar ouexcluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados oubanco de dados da Administrao Pblica com o fim de obter vantagemindevida para si ou para outrem ou para causar dano (Art. 313-A);

    2.5. Modificao ou alterao de sistema de informaes - modificarou alterar, o funcionrio, sistema de informaes ou programa deinformtica sem autorizao ou solicitao de autoridade compe-tente (Art. 313-B);

    2.6. Extravio, sonegao ou inutilizao de livro ou documento - extra-viar livro oficial ou qualquer documento de que tenha a guarda emrazo do cargo, soneg-lo ou inutiliz-lo, total ou parcialmente (Art.314);

    2.7. Emprego irregular de verbas ou rendas pblicas - das s verbas ourendas pblicas aplicao diversa da estabelecida em lei (Art. 315) ;

    2.8. Concusso - exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,ainda que fora da funo ou antes de assum-la , mas em razo dela,vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem (Art. 316);

    2.9. Excesso de exao - exigir imposto, taxa ou emolumento que sabeindevido, ou quando devido, empregar na cobrana meio vexatrioou gravoso que a lei no autoriza (Art. 316, 1 e 2);

    69Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. XI - Dos Crimes Funcionais

  • 2.10. Corrupo passiva - solicitar ou receber, para si ou para outrem, di-reta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida ou aceitar promessa de talvantagem (Art. 317);

    2.11. Facilitao de contrabando ou descaminho - facilitar, com infraode dever funcional, prtica de contrabando ou descaminho (Art.318);

    2.12. Prevaricao - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato deofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa em lei, para satisfa-zer interesse ou sentimento pessoal (Art. 319);

    2.13. Condescendncia criminosa - deixar o funcionrio, por indulgncia,de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exercciodo cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao co-nhecimento da autoridade competente (Art. 320);

    2.14. Advocacia administrativa - patrocinar, direta ou indiretamente,interesse privado perante a administrao pblica, valendo-se daqualidade de funcionrio (Art. 321);

    2.15. Violncia arbitrria - praticar violncia no exerccio da funo ou apretexto de exerc-la (Art. 322);

    2.16. Abandono de funo - abandonar cargo pblico, fora dos casos per-mitidos em lei (Art. 323). Neste caso, deve-se considerar, especifica-mente as situaes em que resulte prejuzo pblico ou tenha sidopraticado por funcionrio em exerccio na faixa de fronteira.

    2.17. Exerccio funcional ilegalmente antecipado ou prolongado - entrarem exerccio de funo publica antes de satisfeitas as exigncias le-gais, ou continuar a exerc-la, sem autorizao, depois de saber ofi-cialmente que foi exonerado, substitudo ou suspenso (Art. 324);

    2.18. Violao de Sigilo Funcional - revelar fato de que tenha cincia emrazo do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhea revelao. Permitir ou facilitar, mediante atribuio, fornecimentoe emprstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pes-soas no autorizadas a sistemas de informaes ou banco de dadosda Administrao Pblica (Art. 325 - c/alteraes);

    2.19. Violao do sigilo de proposta de concorrncia - devassar o sigilode proposta de concorrncia pblica ou proporcionar a terceiro oensejo de devass-lo (Art. 326).

    3. A absolvio criminal s afasta a responsabilidade civil e administrativa quan-do declarar a inexistncia do fato ou afastar a autoria do crime (CPP, art. 66).

    70 Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. XI - Dos Crimes Funcionais

  • 3.1. Faz coisa julgada no cvel a sentena penal que reconhecer ter sidoo ato praticado em estado de necessidade, em legtima defesa, emestrito cumprimento do dever legal ou no exerccio regular de direi-to (CPP, art. 65).

    3.2. A absolvio do ru-funcionrio quando no provada a autoria, noimporta em impossibilidade da aplicao de pena disciplinar, emdecorrncia do descumprimento de dever ou violao de proibio.

    3.3. A responsabilidade civil independente da criminal, no se poder,porm, questionar mais sobre a existncia do fato, ou sobre quemseja o seu autor, quando estas questes se acharem decididas nocrime (NCC, art. 935).

    71Manual de Sindicncia e Processo Administrativo Disciplinar

    Cap. XI - Dos Crimes Funcionais

  • XIICaptulo

    DO PEDIDO DE RECONSIDERAOE DO RECURSO HIERRQUICO

  • 1. Consoante o disposto na Constituio Federal, em seu Art. 5, inciso XXXIV,na Constituio Estadual, em seu Art. 4. 2, e na Lei n 869/52, em seuArt. 191, cabe pedido de reconsiderao e recurso hierrquico de qualquerato processual que evidencie prejuzo defesa do indiciado.

    2. O pedido de reconsiderao antecede o recurso hierrquico e ser apre-sentado uma s vez Comisso designada para conduzir o procedimentoadministrativo disciplinar.

    3. O recurso hierrquico ser dirigido autoridade instauradora do procedi-mento e encaminhado por