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1 Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios EFC Engenheiros Financeiros & Consultores MANUAL PRÁTICO SOBRE A CIRCULAR BC Nº 3.461 MANUAL CIRCULAR BC Nº 3.461, DE 24/06/2009, que... Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.

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Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios 

EFC ‐ Engenheiros Financeiros & Consultores

MANUAL PRÁTICO SOBRE A CIRCULAR BC Nº 3.461

MANUAL CIRCULAR BC Nº 3.461, 

DE 24/06/2009, 

que... 

Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes 

previstos na Lei nº 9.613,  

de 3 de março de 1998. 

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Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios 

EFC ‐ Engenheiros Financeiros & Consultores

DADOS DE CATALOGAÇÃO

Manual Prático Sobre a Circular BC nº 3.461, de 24/06/ 2009, que consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades

relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.

Autoria

EFC – Engenheiros Financeiros & Consultores – www.efc.com.br –

Email: [email protected] - Telefone (11) 3266 2841 Rua do Retiro,177, Cj. 32 – Jundiaí – SP CEP 13201-030

Titularidade da obra

ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios – www.abac.org.br –

Email: [email protected] - Telefone (11) 3231 5022 Rua Avanhandava, 126 - 5º andar - Bela Vista - SP CEP 01306-901

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Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios 

EFC ‐ Engenheiros Financeiros & Consultores

ÍNDICE 

MANUAL PRÁTICO SOBRE A CIRCULAR BC Nº 3.461 ...............................................................................1 

DADOS DE CATALOGAÇÃO................................................................................................................................. 2 AUTORIA ...................................................................................................................................................................... 2 

PARTE 1: CONCEITO DE CONTROLES .........................................................................................................4 

PARTE 2: QUANTO GASTAR COM CONTROLES ........................................................................................9 

PARTE 3: O INÍCIO DA REGULAMENTAÇÃO ............................................................................................. 12 

PARTE 4: FALHAS DE CONTROLES............................................................................................................ 14 

INSTITUIÇÕES COM INTERVENÇÃO................................................................................................................. 15 

PARTE 5: CIRCULAR BC Nº 3.461/09........................................................................................................... 17 

ÍNTEGRA DA CIRCULAR BC Nº 3.461,DE 24 DE JULHO DE 2009......................................................................... 41 

APENDICE 1: CIRCULAR BC N° 3.078 ......................................................................................................... 59 

APÊNDICE 2: LEI Nº 9.613 ............................................................................................................................. 63 

APÊNDICE 3: LEI Nº11.975 ............................................................................................................................ 74 

APÊNDICE 4: CARTA CIRCULAR N° 3.430.................................................................................................. 88 

APÊNDICE 5: CARTA-CIRCULAR BC N° 3.409 ........................................................................................... 93 

APÊNDICE 6: COMO IMPLANTAR ................................................................................................................ 96 

APÊNDICE 7: METODOLOGIAS DE CONTROLES INTERNOS ................................................................. 99 

1) DEPARTAMENTALIZAÇÃO .................................................................................................................................... 101 2) PRODUTOS E FLUXOS ........................................................................................................................................... 102 3) CONTROLES POR EXCEÇÃO: ................................................................................................................................. 103 4) PARÂMETROS DE DESEMPENHO............................................................................................................................ 103 5) SELF ASSESSEMENT ............................................................................................................................................. 103 6) RELATÓRIOS GERENCIAIS .................................................................................................................................... 103 

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PARTE 1: CONCEITO DE CONTROLES

CONCEITO

DE

CONTROLES 

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Qual o melhor conceito de Controles, de modo a gerar utilidade para os associados da ABAC? 

Oferecemos aos Srs. o seguinte conceito: 

CONCEITO DE CONTROLE: TRÊS ATIVIDADES..

MEDIR ( os relógios medem a hora..)

AVALIAR (olhando percebemos que estamos atrasados..)

REGULAR (aceleramos o passo para atender o padrão especificado..)

São três verbos que devem ser entendidos pelos executivos das Administradoras de Consórcios, quer eles  sejam membros da Direção, quer estejam  trabalhando em vendas, em  finanças, em auditoria ou áreas de acompanhamento das operações (controladores!). 

 

O primeiro verbo é MEDIR, atividade em que as Administradoras precisam ter bons registros de suas atividades básicas. O painel dos aviões executa medidas: mede a altitude, a velocidade em relação ao vento e a terra, a direção do vôo, as condições dos motores, o combustível, etc. Quem viajaria em um avião cujo painel estivesse errado, “bugado”, inoperante? 

 

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Figura 1: Painel do Airbus 340 

As  Administradoras  devem  ter  medidas  adequadas  para  suas  operações,  quer  de  natureza financeira de  cada grupo de  consorciados, quer  sobre  suas  respectivas pontualidades, e assim por diante. Devem  ter  também as medidas preconizadas pela Circular BC nº 3.461, ponto que veremos mais à frente. 

O segundo verbo é AVALIAR, que significa examinar os dados da medição e julgar se eles estão corretos, ou não. Mas esse julgamento implica em se ter padrões. Qual a altitude na qual o avião deveria estar voando? Como de fato ele está? E qual a sua velocidade programada? O avião está na velocidade correta? 

 

Saber se um dado medido está dentro dos padrões é preciso que... existam PADRÕES, pois do contrário é impossível avaliar. Nas Administradoras, a fixação desses padrões é peça chave para um eficiente controle. 

 

O terceiro verbo é REGULAR, que significa tomar as ações necessárias para corrigir os desvios em relação  aos  padrões.  Esta  ação  corresponde  a  do  piloto  corrigir  a  altitude,  após  observar  os instrumentos e avaliar que o avião estava se aproximando do aeroporto em altitude menor do que a especificada pelo padrão. 

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Nas Administradoras, o processo de  controlar deve  ser  contínuo, no qual os  administradores, gerentes, supervisores, operadores, estão constantemente medindo, avaliando e corrigindo seus respectivos desempenhos. Cada um com seus próprios instrumentos de controle.

Vamos exemplificar a aplicação desses três verbos para a gestão de grupos de Administradoras de Consórcios: 

1. MEDIR: Será necessário medir cada elemento do processo, conforme exemplificamos abaixo:

• Identificar todas as fases do processo de administração de grupo de consórcio; • Incluir a fase de pré constituição do grupo:

o plano de viabilidade econômico financeira; o composição da parcela; o formas de amortização; o prazo de duração; o faixas de crédito; o critério e forma de contemplação; o número de contemplação por sorteio mensal; o número de participantes (por faixa de crédito); o tipos de seguro e formas de contratação; o elaboração do contrato de adesão; o lançamento do grupo.

• Incluir a fase grupo:

o venda/pós venda; o arrecadação do grupo; o assembléia geral ordinária (de constituição e demais AGOs e AGEs); o contemplação; o sorteio/lance; o análise de crédito; o liberação; o adimplemento; o manutenção e recuperação de cotas; o projeção de encerramento do grupo; o término do grupo.

• fase pós:

o relatório para encerramento do grupo; o assembléia geral de encerramento do grupo; o prestação de contas ao grupo; o comunicação aos consorciados; o disponibilização de créditos remanescentes; o gestão de cobranças e de recursos não procurados.

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2. AVALIAR:  

Dadas  as  medidas  estabelecidas  acima  (ou  outras,  conforme  a  natureza  específica  de  cada Consórcio) será necessário  julgar  (ou seja, avaliar) o andamento de cada  fase, confrontando as medidas com os padrões esperados. O que pressupõe que existam PADRÕES, isto é, referenciais para ponto medido. Portanto, as Administradoras de Consórcios têm uma  importante tarefa de FIXAR SEUS PADRÕES PARA CADA FASE DO PROCESSO. 

 3. REGULAR:  

Não  há  atividade  das  Administradoras  que  não  estejam  sujeitas  a  desvios  dos  padrões  de normalidade de seus processos; é por essa razão que é preciso que haja disciplina no exercício dos três verbos, medir, avaliar e regular. A figura 2 ilustra esse ciclo contínuo: 

 

Figura 2: o ciclo de MEDIR – AVALIAR – REGULAR 

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PARTE 2: QUANTO GASTAR COM CONTROLES

QUANTO 

GASTAR 

COM 

CONTROLES? 

 

 

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Controlar é uma atividade cara e, em princípio, não é produtiva. Isto é, ela consome recursos, mas não gera (em si) faturamento.  

Portanto, a questão de quanto gastar com controles possui algumas regras básicas: 

REGRA NÚMERO 1: 

Cumpra as exigências de toda a legislação, considerando o tamanho e a natureza de seu negócio. Aliás, esse é um preceito do próprio Banco Central do Brasil. 

REGRA NÚMERO 2:  

Balanceie o nível de  controle  com o nível de  risco de  cada  segmento de  seu negócio; quanto maiores  os  riscos, maiores  devem  ser  os  controles.  Veja  o  diagrama,  que  deverá  servir  para lembrá‐lo desta regra: 

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CUSTOS DE CONTROLAR

VERSUS

DESASTRES POR NÃO CONTROLAR

OU CONTROLAR DE MODO INSUFICIENTE

Gastar demais com controlesPode “burocratizar” o Consórcio

Gastar menos com controlesleva a perder dinheiroe pode levar a perdera empresa

Figura 3: O adequado balanço entre controlar MAIS ou MENOS 

REGRA NÚMERO 3: 

Formalize  seus  controles através de manuais escritos em papel ou, preferivelmente, TAMBÉM em  formato  eletrônico.  Esse  procedimento  garantirá  que  todos  tenham  acesso  aos procedimentos de controle que são necessários e que foram adotados pela Administração. 

REGRA NÚMERO 4: 

Certifique-se  que  todos  os  envolvidos  receberam  as  regras  de  controle,  entenderam‐nas  e formalmente estão cientes delas. Esta formalidade pode ser feita por um Seminário no qual as pessoas  envolvidas  ficam  cientes  de  suas  obrigações,  respondem  e  assinam  um  pequeno questionário sobre os temas e tarefas de controle. Esses questionários devem ficar arquivados na empresa, para serem mostrados para a fiscalização do BCB quando forem pedidos. 

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PARTE 3: O INÍCIO DA REGULAMENTAÇÃO

PARTE 3: 

O INÍCIO DA REGULAMENTAÇÃO DE 

CONTROLES INTERNOS PARA ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIOS: 

A CIRCULAR BC Nº 3.078, 

DE 10/01/2002 

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Esta Circular, editada especialmente para Administradoras de Consórcios pelo Banco Central do Brasil  seguiu  a  linha  geral  dos  demais  normativos  sobre  Controles  internos  aplicáveis  em Instituições  Financeiras.  Estes,  por  sua  vez,  originados  no  Brasil  em  1998,  acompanharam  as Recomendações de Basiléia I.

Em síntese, as Administradoras de Consórcios devem seguir a norma de 10 de Janeiro de 2002, quando o Banco Central do Brasil editou a CIRCULAR nº 3.078 que regulamentou a.. 

Implantação de  Sistema de Controles  Internos por parte das Administradoras de Consórcio, especificando, em síntese, que. 

1) Os Controles Internos devem ser efetivos; 

2) Devem levar em conta o porte da Instituição; 

3) Devem abranger todos os Níveis; 

4) Atividades conflitivas devem ser segregadas; 

5) Devem existir maneiras de identificar fatores de Risco Internos e Externos; 

7)  Os  sistemas  de  Informações  devem  ser  testados  quanto  a  sua  segurança  e  acurácia periodicamente;  

8)  Deve  haver Monitoramento  contínuo  do  sistema  de  controles  internos,  com  a  Auditoria Interna fazendo parte do Sistema de Controles Internos.   

Ou  seja,  a  Circular  BC  nº  3.078,  seguiu  exatamente  os  pontos  básicos  vindos  de  Basiléia  e adaptados pelo Banco Central do Brasil para as Administradoras de Consórcios.  

OBSERVAÇÃO:  Recomenda‐se  atenta  leitura  da  Circular  BC  nº  3.078,  pois  esta  síntese  não abrange todos os seus pontos. (ver o texto na íntegra no Apêndice 1). 

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PARTE 4: FALHAS DE CONTROLES

O QUE ACONTECE 

QUANDO 

CONTROLES INTERNOS 

FALHAM? 

 

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Não cabe aqui enumerar as muitas  instituições que sofreram  intervenção do Banco Central do Brasil bem como  identificar seus eventos,  razões,  falhas. O que é  importante  frisar é que uma intervenção  do  BC  sempre  é muito  traumática  para  todos:  clientes,  funcionários,  diretores, acionistas. Todos perdem e muito. A ação de intervenção é uma verdadeira catástrofe, e quando ocorre não há volta, é como um grave acidente de aviação, no qual há uma grande perda, muitas vezes perda total.  

A listagem das intervenções do BC compilada desde 1946 é enorme e abrange todos os tipos de instituições  financeiras  e  não  financeiras. Nas  financeiras  estão  nela  presentes  bancos,  caixas econômicas,  corretoras  e  distribuidoras  de  valores,  financeiras,  etc.  Nas  não  financeiras aparecem muitas administradoras de consórcios, com nomes muito conhecidos. 

O quadro que se segue é muito ilustrativo dos desastres que atingiram essa grande quantidade de instituições.

INSTITUIÇÕES COM INTERVENÇÃO 

 

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O mercado de  instituições financeiras e de consórcios passou uma fase de grandes mudanças e aperfeiçoamentos,  causados  principalmente  pelo  descontrole  inflacionário,  que  impedia  a adequada visão dos respectivos quadros financeiros.  

A grande densidade de intervenções ocorre logo após o Plano Real, que na prática, acabou com a inflação mensal de dois dígitos. 

A brusca queda da inflação trouxe perdas elevadas para essas instituições, viciadas em ganhos inflacionários de grande dimensão (os ganhos chamados de “floating” decorrentes de depósitos não remunerados) 

Os números do quadro são impressionantes: 

908 Instituições submetidas a regimes especiais em 65 anos, média de 13,9 por ano;  

Destas 908, 851 com regime especial encerrado e 57 remanescentes; 

159 Administradoras de Consórcios, submetidas a regime especial, média de 2,45 por ano; 

145 Administradoras de Consórcios com regime especial encerrado e 14 remanescentes. 

Conclusão: ao dimensionar sua estrutura de controles,  as  empresas  precisam  avaliar  o “down  side”  de  uma  ação  do  BCB  mais severa.

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PARTE 5: CIRCULAR BC nº 3.461/09

CIRCULAR BC nº 3.461, 

de 24/06/2009

(com comentários orientativos)

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Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios 

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EMENTA 

Consolida  as  regras  sobre  os  procedimentos  a  serem  adotados  na  prevenção  e  combate  às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 19981. 

PRÊAMBULO 

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 23 de julho de 2009, com base no disposto nos arts. 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, adotada pela Assembléia‐Geral das Nações Unidas em 9 de dezembro de 1999, promulgada por meio do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005, 

D E C I D I U: 

Artigo 1º 

As  instituições  financeiras e demais  instituições autorizadas a  funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar políticas e procedimentos internos de controle destinados a prevenir a sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei nº 9.613/98. (VIDE TEXTO NO APÊNDICE 3) 

Comentário:  trata‐se  de  criar  um  manual  simples  e  didático,  que  permita  a  cada  entidade associada modelar suas próprias necessidades, usando o roteiro da Associação, sem “engessar” a Empresa, mas cumprindo as exigências básicas. 

§ 1º As políticas de que trata o caput devem: 

I  –  especificar,  em  documento  interno,  as  responsabilidades  dos  integrantes  de  cada  nível hierárquico da instituição; 

Comentário:  será  preciso  separar  os  integrantes  de  cada  nível  que  possuem  diretamente responsabilidades que podem estar envolvidas em  lavagem de dinheiro.  Isso pode ser feito pelo traçado  do  organograma  de  cada  entidade,  evidentemente  diferente  entre  elas,  dependendo, entre outras coisas, do tamanho de cada uma. Exemplo: ênfase especial no diretor responsável por  lavagem  de  dinheiro  perante  o  BCB,  os  auditores  internos,  o  Diretor  responsável  por Controles Internos. 

1 O combate formal ao Terrorismo se intensificou nos Estados Unidos após os atentados do World Trade Center através da lei PATRIOT ACT que é um controverso ato do Congresso dos Estados Unidos da América no qual o presidente deste país, George W. Bush, assinou tornando-o lei em 26 de outubro de 2001. O acrônimo significa "Uniting and Strengthening America by Providing Appropriate Tools Required to Intercept and Obstruct Terrorism Act of 2001" (algo como Ato de Unir e Fortalecer a América Providenciando Ferramentas Apropriadas Necessárias para Interceptar e Obstruir o Terrorismo, de 2001).

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II – contemplar a coleta e o registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes; 

Comentário: como se depreende da leitura, o preceito de “know your client” (conheça seu cliente) tem que começar na área comercial, que é quem deve dar subsídios para essa análise. A questão prática é que a área comercial quer vender e, portanto, a análise dos riscos  inerentes ao cliente fica  em  um  segmento  conflituoso.  Em  bancos,  a  área  de  “Compliance”  atua  paralelamente  à comercial e faz o trabalho de análise do cliente.  

III  –  definir  os  critérios  e  procedimentos  para  seleção,  treinamento  e  acompanhamento  da situação econômico‐financeira dos empregados da instituição; 

Comentário:  esse  ponto  é muito  crítico,  porque  implica  em  examinar  questões  pessoais  dos empregados e diretores; aqui a alta direção precisa ter foco nos pontos críticos. Pode‐se também implementar uma política geral de exame de dados cadastrais de todos e, a partir daí, selecionar por riscos potenciais. 

IV  –  incluir  a  análise  prévia  de  novos  produtos  e  serviços,  sob  a  ótica  da  prevenção  dos mencionados crimes;  

Comentários:  recomenda‐se  que  sejam  exploradas  questões  relacionadas,  por  exemplo,  ao consórcio  de  serviços,  especificamente  no  que  se  refere  aos  documentos  que  comprovam  a operação, ou seja, que ateste a realização do respectivo serviço (ver art. 13,  inciso I, da Circular 3.432/09). 

V  –  ser  aprovadas  pelo  conselho  de  administração  ou,  na  sua  ausência,  pela  diretoria  da instituição; 

Comentários:  esta  é  uma  regra  geral  que  vem  de  Basiléia  e  que  visa  principalmente responsabilizar juridicamente a alta direção. 

VI – receber ampla divulgação interna. 

Comentários:  sugere‐se  um  Seminário  no  qual  cada  participante,  ao  final,  responda  um questionário básico sobre o tema, de modo a permitir que a coletânea deles fique arquivada com a Direção e ou Auditoria Interna (se existir), como prova de que o conhecimento foi divulgado e absorvido. 

 

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§2º  Os  procedimentos  de  que  trata  o  caput  devem  incluir  medidas  prévia  e expressamente estabelecidas, que permitam: 

 

I ‐ confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações; 

Comentários:  as  Administradoras  devem  verificar  as  informações  constantes  do  contrato  de adesão  no momento  do  agrupamento  das  cotas,  ou  checagem  das  vendas,  verificando,  por exemplo, a veracidade do CPF e regularidade do CNPJ, nos órgãos competentes. 

Em relação aos beneficiários PJ, verificar o contrato social/estatuto,para chegar ao beneficiário final.  

II ‐ possibilitar a caracterização ou não de clientes como pessoas politicamente expostas. 

Comentários:  as  Administradoras  devem  verificar  no  momento  da  checagem  das  vendas  ou agrupamento das cotas, se o cotista se enquadra no conceito do §1º do art. 4º; marcar através de um SIM ou NÃO, desde que possível extrair esta classificação em relatório, bem como permitir acompanhamento diferenciado. 

§3º  Para  os  fins  desta  circular,  considera‐se  cliente  eventual  ou  permanente  qualquer pessoa natural ou  jurídica  com  a qual  seja mantido,  respectivamente em  caráter eventual ou permanente,  relacionamento  destinado  à  prestação  de  serviço  financeiro  ou  à  realização  de operação financeira. 

Comentários: todos os clientes das Administradoras, mesmo os não cotistas, são considerados, a priori, permanentes. 

§4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser reforçados para início de relacionamento com: 

I  ‐  instituições  financeiras,  representantes  ou  correspondentes  localizados  no  exterior, especialmente em países, territórios e dependências que não adotam procedimentos de registro e controle similares aos definidos nesta circular; 

II ‐ clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico, mediante correspondentes no País ou por 

outros meios indiretos. 

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Comentários (I e II): as Administradoras devem verificar no momento da checagem das vendas ou agrupamento das cotas, se o cotista se enquadra no conceito deste parágrafo; marcar através de um SIM ou NÃO, desde que possível extrair esta classificação em  relatório, bem como permitir acompanhamento diferenciado. 

 

Artigo 2º 

As  instituições  mencionadas  no  art.  1º  devem  coletar  e  manter  atualizadas  as 

informações cadastrais de seus clientes permanentes, incluindo, no mínimo  

Comentários: nos termos do item I, inciso III a Circular BC nº 3.430, o Banco Central r classificou o cotista como cliente permanente. Vale registrar que, com a ampliação do objeto social pela Lei 11.795/2008,  em  seu  artigo  5º,  combinado  com  a  Circular  BC  nº  3433/2009,  artigo  3º,  as Administradoras de consórcio podem se relacionar com outras pessoas jurídicas, sendo que estas serão  consideradas  como  clientes  permanentes,  pela  natureza  do  contrato  firmado,  ou  seja, enquadra  todos  os  clientes  das  Administradoras,  consorciados,  ou  não,  na  qualidade  de permanentes.

 

I  –  as  mesmas  informações  cadastrais  solicitadas  de  depositantes  previstas  no  art.  1º  da Resolução nº 2.025/93, com a redação dada pela Resolução nº 2.747/00; 

Comentários:  as  Administradoras  de  Consórcios  são  obrigadas  a  seguir  esse  normativo,  que define critérios para cadastramento de participantes dos grupos de consórcios. 

 Conferir em 

https://www3.bcb.gov.br/normativo/detalharNormativo.do?method=detalharNormativo&N=100118185

 

II – os  valores de  renda mensal e patrimônio, no  caso de pessoas naturais, e de  faturamento médio mensal dos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas; 

Comentários: é fácil criar um manual (de preferência eletrônico) para que, de cada novo cliente, as informações cadastrais sejam eletronicamente coletadas e arquivadas, inclusive com os dados 

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da alínea  II. Quanto aos clientes antigos, seus cadastros devem ser revistos, complementados e “imputados” no novo sistema. 

III  ‐  declaração  firmada  sobre  os  propósitos  e  a  natureza  da  relação  de  negócios  com  a instituição. 

A esse respeito, ver o artigo 4º da carta‐ circular BC nº 3.430/10. Nesse sentido vale registrar que o próprio contrato de adesão já expressa os propósitos e a natureza da operação. 

Comentários: aqui não podemos nos esquecer de que o Manual deve ser dedicado à atividade do segmento de consórcios, cujo conceito está previsto no art. 2º da Lei 11.795, de 08/10/08, que assim dispõe: 

“Art. 2º: Consórcio é a  reunião de pessoas naturais e  jurídicas em grupo, com prazo de duração e número de cotas previamente determinados, promovida por administradora de consórcio,  com  a  finalidade  de  propiciar  a  seus  integrantes,  de  forma  isonômica,  a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.” (grifo nosso) 

§  2º As  informações  cadastrais  relativas  a  cliente  pessoa  jurídica  devem  abranger  as  pessoas naturais autorizadas a representá‐la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final.  

A esse respeito, ver o artigo 5º da Carta‐ Circular BC nº 3.430/10. 

Comentários:  ao  aceitar  uma  Pessoa  Jurídica  em  grupos  de  Consórcios,  é  preciso MONTAR  A ÁRVORE HIERÁRQUICA da seqüência de PJ´s; por exemplo, se houver uma segunda PJ como sócia da primeira, há que se detalhar a composição societária desta segunda, de modo que, ao final, se chegue ao conjunto de pessoas  físicas que compõem o quadro societário; não raras vezes essa árvore hierárquica é bastante “intrincada”; pode ser absolutamente  legal, mas quando se “lava dinheiro” o uso de muitas razões jurídicas entrelaçadas é um artifício muito usado. Daí o cuidado normativo. 

§ 3º Excetuam‐se do disposto no § 2º as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem fins lucrativos, para as quais as informações cadastrais devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá‐las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se houver. 

Comentários:  este  parágrafo  inclui  nas  informações  cadastrais  além  dos  acionistas,  os  seus administradores e diretores, ainda que não sejam acionistas. 

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§  4º  As  informações  cadastrais  relativas  a  cliente  fundo  de  investimento  devem  incluir  a respectiva denominação, número de  inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa  Jurídica  (CNPJ), bem  como  as  informações  de  que  trata  o  inciso  I  relativas  às  pessoas  responsáveis  por  sua administração. 

Comentários: aqui a norma pede, além do cadastramento da PJ, o cadastramento de  todos os diretores responsáveis pela direção do fundo de investimento. 

§  5º  As  instituições  mencionadas  no  art.  1º  devem  realizar  testes  de  verificação,  com periodicidade máxima de um  ano,  que  assegurem  a  adequação dos dados  cadastrais de  seus clientes.

A esse respeito, ver o artigo 6º da Carta‐ Circular BC nº 3.430/10. 

Comentários:  pelo  menos  uma  vez  por  ano,  poder‐se‐ia  sortear  uma  percentagem  dos participantes de  todos os grupos de consórcios e examinar‐se 5% dos participantes  (um a um) comprovando  em  uma  ficha  de  verificação  (tipo  “check  list”)  se  as  normas  de  cadastramento estão sendo atendidas.  

As  Administradoras  deverão  ter  a  possibilidade  de  consolidar  as  informações  via  relatório,  a qualquer momento. 

Art. 3º Esse artigo não se aplica ao Sistema de Consórcios. Contudo, o mantemos “tachado” 

apenas como referência. 

 As instituições mencionadas no art. 1º devem obter as seguintes informações cadastrais de seus clientes eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação ou serviço financeiro: 

I  ‐ quando pessoa natural, o nome completo e o número de  inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); e (redação dada pelo artigo 1º da Circular BC nº 3.517, de 7/12/2010)

II ‐ quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ. 

Parágrafo  único.        Admite‐se  o  desenvolvimento  de  procedimento  interno  destinado  à identificação  de  operações  ou  serviços  financeiros  eventuais  que  apresentem  baixo  risco  de utilização  para  lavagem  de  dinheiro  ou  de  financiamento  ao  terrorismo,  para  os  quais  é dispensada  a  exigência  de  obtenção  das  informações  cadastrais  de  clientes,  ressalvado  o cumprimento  do  disposto  nos  demais  artigos  desta  circular.  (redação  dada  pelo  artigo  1º  da Circular BC nº 3.517, de 7/12/2010)

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Pessoas Politicamente Expostas PPE2

 

Art. 4º 

As  instituições de que trata o art. 1º devem coletar de seus clientes permanentes  informações que permitam caracterizá‐los ou não como pessoas politicamente expostas e identificar a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados. 

Comentários:  cada  Administradora  de  Consórcios  deve  entender  o  conceito  de  “Pessoas Politicamente Expostas” pelo exame da definição do que seja uma PPE (parágrafo primeiro deste artigo) e para seus clientes permanentes em um documento (que pode ser o do Cadastramento) anotar SIM ou NÃO. No caso da resposta SIM será preciso identificar a origem dos fundos.  

§ 1º Consideram‐se pessoas politicamente expostas os agentes públicos que desempenham ou tenham  desempenhado,  nos  últimos  cinco  anos,  no  Brasil  ou  em  países,  territórios  e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou  funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo. 

A esse respeito, ver o artigo 7º da Carta‐ Circular BC nº 3.430/10. 

§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem ser abrangidos: 

I ‐ os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União; 

II ‐ os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União: 

a) de ministro de estado ou equiparado; 

b) de natureza especial ou equivalente; 

c) de presidente, vice‐presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias,  fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista; 

2 Pessoas politicamente expostas Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.  Pessoas Politicamente Expostas  ‐ PPEA Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à  Lavagem de Dinheiro  (Enccla) do Governo brasileiro, criada em 2003 pelo Ministério da Justiça estabeleceu como meta em 2006 a definição e regulamentação das obrigações do sistema financeiro em relação às 'Pessoas Politicamente Expostas. As Pessoas Politicamente Expostas foram então definidas pelo Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização ‐ Coremec por meio da Deliberação no. 02, de 01 de dezembro de 2006. 

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d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes; 

III  ‐ os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores; 

IV ‐ os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador‐Geral da República, o Vice‐Procurador‐Geral  da  República,  o  Procurador‐Geral  do  Trabalho,  o  Procurador‐Geral  da Justiça Militar, os Subprocuradores‐Gerais da República e os Procuradores‐Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; 

V ‐ os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador‐Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União; 

VI  ‐ os governadores de estado e do Distrito Federal, os presidentes de  tribunal de  justiça, de Assembléia e Câmara Legislativa, os presidentes de tribunal e de conselho de contas de Estado, de Municípios e do Distrito Federal; 

VII ‐ os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de capitais de Estados. 

Comentários: as Administradoras deverão  identificar a todos os que se enquadram, deixando os cadastros em separado e com relatório específico a este respeito. A área de sistemas deverá ter um tratamento especial para com estes casos.  

§ 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins do disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem adotar pelo menos uma das seguintes providências: 

I ‐ solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação; 

II ‐ recorrer a informações publicamente disponíveis; 

III ‐ consultar bases de dados comerciais sobre pessoas politicamente expostas; 

IV  ‐  considerar  a  definição  constante  do  glossário  dos  termos  utilizados  no  documento  "As Quarenta  Recomendações",  do Grupo  de  Ação  Financeira  contra  a  Lavagem  de Dinheiro  e  o Financiamento  do  Terrorismo  (Gafi),  não  aplicável  a  indivíduos  em  posições  ou  categorias intermediárias ou  inferiores,  segundo  a qual uma pessoa politicamente  exposta é  aquela que exerce ou exerceu  importantes  funções públicas em um país estrangeiro,  tais como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos. 

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Comentários:  o  documento  do  Gafi  mencionado  pode  ser  obtido,  visto  e  copiado  em https://www.coaf.fazenda.gov.br/downloads/40%20Recs.pdf  e  deve  ser  lido  pelos  responsáveis pela Direção do Consórcio; sugerimos manter na Auditoria/Controladoria, conforme o caso,  uma cópia  com  as  confirmações  de  leitura  dos  dirigentes  e  órgãos  de  controle  através  de  suas assinaturas e datas. 

Observação:  observamos  que  nem  todas  as Administradoras  de  Consórcios  possuem  auditoria interna, conforme estabelece o parágrafo 3º, art. 2º, da Circular 3.078 que, em síntese, a exige apenas para as Administradoras apresentem patrimônio líquido superior a R$5.000.000,00 (cinco milhões de reais).  

§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve ser contado, retroativamente, a partir da data de início da relação de negócio ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como pessoa politicamente exposta. 

§ 5º Para efeito do § 1º são considerados  familiares os parentes, na  linha  reta, até o primeiro grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada. 

Comentários: a área de  sistemas deverá  incluir no  cadastramento perguntas que  identifiquem esta relação. 

§  6º  No  caso  de  relação  de  negócio  com  cliente  estrangeiro  que  também  seja  cliente  de instituição estrangeira fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Banco Central do Brasil,  admite‐se  que  as  providências  em  relação  às  pessoas  politicamente  expostas  sejam adotadas pela instituição estrangeira, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados. 

Comentários: É preciso um cuidado todo especial com cliente estrangeiro, PF ou PJ e a área de sistemas deverá incluir no cadastramento perguntas que identifiquem esta relação. 

Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio 

Art. 5º 

As instituições de que trata o art. 1º somente devem iniciar relação de negócio de caráter permanente  ou  dar  prosseguimento  a  relação  dessa  natureza  já  existente  com  o  cliente  se observadas as providências estabelecidas nos arts. 2º e 4º. 

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Comentários: O que o artigo 5º quer dizer é que a admissão ao grupo de  consórcios deve  ser precedida pelos cuidados do cadastramento e só deve ser efetivada após a convicção de que o cliente está “OK”. 

Registros de Serviços Financeiros e Operações Financeiras 

Art. 6º 

 As  instituições de que  trata o art. 1º devem manter  registros de  todos os serviços  financeiros prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome. 

Comentários:  as  Administradoras  de  Consórcios  “gerenciam”  os  recursos  dos  consorciados  e, portanto, devem manter registros adequados de suas operações financeiras efetuadas para cada grupo, individualmente. 

§ 1º No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter informações consolidadas que permitam verificar: 

I  ‐ a compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente; 

II ‐ a origem dos recursos movimentados; 

III ‐ os beneficiários finais das movimentações. 

Comentários:  a  ficha  cadastral  que  antecede  a  admissão  deve  ser  bem  construída,  a  fim  de permitir  o  atendimento  da  análise  pedida  neste  parágrafo.  As  Administradoras  devem  criar “flags” para marcar as atipicidades, identificando casos estranhos como, por exemplo, número de cotas de um determinado CPF incompatíveis com a renda. 

§ 2º O sistema de registro deve permitir a identificação: 

I  ‐ das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado  financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por  instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais); 

II  ‐ das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro. 

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Comentários:  o  limite  do  valor  de  R$10.000,00  deve  ter,  no  sistema  eletrônico,  um  “flag” sinalizador que gere uma listagem de verificação a ser feita  pela auditoria e área operacional. 

 Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de Cheques Depositados sem Outra Instituição Financeira e da Utilização de Instrumentos de Transferência de Recursos

Art. 7º   Esse artigo não se aplica ao Sistema de Consórcios. Contudo, o mantemos “tachado” 

apenas como referência. As  instituições  de  que  trata  o  art.  1º  devem manter  registros  específicos  das  operações  de transferência   recursos. 

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação: 

I ‐ das operações referentes ao acolhimento em depósitos de Transferência Eletrônica Disponível (TED), de  cheque,  cheque  administrativo,  cheque ordem de pagamento e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à  liquidação de cheques depositados em outra  instituição financeira; 

II  ‐  das  emissões  de  cheque  administrativo,  de  cheque  ordem  de  pagamento,  de  ordem  de pagamento, de Documento de Crédito (DOC),de TED e de outros  instrumentos de transferência de recursos, quando de valor superior a R$1.000,00 (mil reais). 

§ 2º Os  registros de que  trata o  inciso  I do § 1º efetuados por  instituição depositária devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de compensação da  instituição  sacada, os números da  agência e da  conta de depósitos  sacadas. (Redação dada pela Circular 3.517, de 07 de dezembro de 2010) 

§  3º  Os  registros  de  que  trata  o  inciso  I  do  §    1º  efetuados  por  instituição  sacada  devem conter,no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da instituição depositária, os números da agência e da conta de depósitos  depositárias, cabendo à  instituição  depositária  fornecer  à  instituição  sacada  os  dados  relativos  ao  seu  código  de compensação e aos números da agência e da  conta de depósitos depositárias.  (Redação dada pela Circular 3.517, de 07 de dezembro de 2010) 

§  4º  No  caso  de  cheque  utilizado  em  operação  simultânea  de  saque  e  depósito  na  própria instituição  sacada,  com  vistas  à  transferência de  recursos da  conta de depósitos do  emitente para conta de depósitos de terceiros, os registros de que trata o  inciso I do § 1º devem conter, 

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no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque sacado, bem como aos números das agências sacada e depositária e das respectivas contas de depósitos. 

§  5º  Os  registros  de  que  trata  o  inciso  II  do  §  1º  devem  conter,  no mínimo,  as  seguintes informações: 

I  ‐  o  tipo  e  o  número  do  documento  emitido,  a  data  da  operação,  o  nome  e  o  número  de inscrição do adquirente ou remetente no CPF ou no CNPJ; 

II ‐ quando pagos em cheque, o código de compensação da instituição, o número da agência e da conta  de  depósitos  sacadas  referentes  ao  cheque  utilizado  para  o  respectivo  pagamento, inclusive  no  caso  de  cheque  sacado  contra  a  própria  instituição  emissora  dos  instrumentos referidos neste artigo; 

III ‐ no caso de DOC, o código de identificação da instituição destinatária no sistema de liquidação de  transferência  de  fundos  e  os  números  da  agência,  da  conta  de  depósitos  depositária  e  o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular; 

IV ‐ no caso de ordem de pagamento: 

a) destinada a  crédito em  conta: os números da agência destinatária e da  conta de depósitos depositária; 

b)  destinada  a  pagamento  em  espécie:  os  números  da  agência  destinatária  e  de  inscrição do beneficiário no CPF ou no CNPJ. 

§  6º  Em  se  tratando  de  operações  de  transferência  de  recursos  envolvendo  pessoa  física residente  no  exterior  desobrigada  de  inscrição  no  CPF,  na  forma  definida  pela  Secretaria  da Receita Federal do Brasil (RFB), a identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea "b", pode ser efetuada  pelo  número  do  respectivo  passaporte,  complementada  com  a  nacionalidade  da referida pessoa e, quando for o caso, o organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no País. 

§  7º A  identificação  prevista  no  §  5º,  incisos  I  e  IV,alínea  "b",  não  se  aplica  às operações de transferência  de  recursos  envolvendo  pessoa  jurídica  com  domicílio  ou  sede  no  exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela RFB.\ 

§ 8º A instituição sacada deve informar à instituição depositária e a instituição depositária deve informar  à  instituição  sacada,  quando  requeridas,  no  prazo   máximo  de  5  (cinco)  dias  úteis contados a partir da data de solicitação, os números de inscrição no CPF ou CNPJ dos titulares da conta  sacada  e  da  conta  depositária  referentes  às  operações  de  transferência  de  valores 

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efetuadas  mediante  cheque,  cheque  administrativo,  cheque  ordem  de  pagamento  e  outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques depositados em outra instituição  financeira." (Redação dada pela Circular 3.517, de 07 de dezembro de 2010) 

Registros de Cartões Pré‐Pagos 

Art.8º  Esse artigo não se aplica ao Sistema de Consórcios. Contudo, o mantemos “tachado” 

apenas como referência. 

As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros específicos da emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré‐pagos. 

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação da: 

I  ‐ emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré‐pagos, em montante acumulado igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no mês calendário; 

II  ‐ emissão ou  recarga de valores em cartão pré‐pago que apresente  indícios de ocultação ou dissimulação  da  natureza,  da  origem,  da  localização,  da  disposição,  da movimentação  ou  da propriedade de bens, direitos e valores. 

§ 2º Para  fins do disposto no  caput, define‐se  cartão pré‐pago  como o  cartão apto a  receber carga  ou  recarga  de  valores  em moeda  nacional  ou  estrangeira  oriundos  de  pagamento  em espécie, de operação cambial ou de transferência a débito de contas de depósito. 

§ 3º Os registros das ocorrências de que tratam os incisos I e II do § 1º devem conter as seguintes informações: 

I  ‐ o nome ou  razão  social e o  respectivo número de  inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou jurídica responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago, no caso de emissão ou recarga efetuada por residente ou domiciliado no País; 

II ‐ o nome, o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago efetuada por pessoa natural não residente no País ou domiciliada no exterior; 

III  ‐ o nome e o respectivo número de  inscrição no CPF da pessoa natural a quem se destina o cartão pré‐pago; 

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IV  ‐  a  identificação  das  instituições,  das  agências  e  das  contas  de  depósito  ou  de  poupança debitadas, os nomes dos titulares das contas e respectivos números de inscrição no CPF, no caso de emissão ou  recarga de valores em  cartão pré‐pago oriundos de  transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas naturais; 

V  ‐  a  identificação  das  instituições,  das  agências  e  das  contas  de  depósito  ou  de  poupança debitadas, os nomes dos titulares das contas e respectivos números de  inscrição no CNPJ, bem como  os  nomes  das  pessoas  naturais  autorizadas  a movimentá‐las  e  respectivos  números  de inscrição no CPF, no  caso de  emissão ou  recarga de  valores  em  cartão pré‐pago  oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas jurídicas; 

VI ‐ a data e o valor de cada emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago; 

VII ‐ o propósito da emissão do cartão pré‐pago;  

VIII ‐ o nome e o respectivo número de  inscrição no CPF das pessoas naturais que representem as pessoas jurídicas responsáveis pela emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago.  

Registros de Movimentação Superior a R$100.000,00 em Espécie 

Art. 9º Esse artigo não se aplica ao Sistema de Consórcios. Contudo, o mantemos “tachado” 

apenas como referência. 

Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos com carteira comercial ou de  crédito  imobiliário,  as  sociedades  de  crédito  imobiliário,  as  sociedades  de  poupança  e empréstimo e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das operações de depósito  em  espécie,  saque  em  espécie,  saque  em  espécie  por meio  de  cartão  pré‐pago  ou pedido de provisionamento para saque. 

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação de: 

I  ‐ depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré‐pago ou pedido  de  provisionamento  para  saque,  de  valor  igual  ou  superior  a  R$100.000,00  (cem mil reais); 

II  ‐ depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré‐pago ou pedido de provisionamento para saque, que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores; 

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III  ‐ emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro  instrumento de transferência de  fundos  contra pagamento em espécie, de valor  igual ou  superior a R$100.000,00  (cem mil reais). 

§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as informações abaixo indicadas: 

I  ‐  o  nome  e  o  respectivo  número  de  inscrição  no  CPF  ou  no  CNPJ,  conforme  o  caso,  do proprietário  ou  beneficiário  dos  recursos  e  da  pessoa  que  efetuar  o  depósito,  o  saque  em espécie ou o pedido de provisionamento para saque; 

II ‐ o tipo e o número do documento, o número da instituição, da agência e da conta corrente de depósitos à vista ou da conta de poupança a que se destinam os valores ou de onde o valor será sacado, conforme o caso; 

III  ‐  o  nome  e  o  respectivo  número  de  inscrição  no  CPF  ou  no  CNPJ,  conforme  o  caso,  dos titulares das contas referidas no inciso II, se na mesma instituição; 

IV ‐ o nome e o respectivo número de inscrição no CPF, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré‐pago cujo portador seja residente ou domiciliado no País; 

V ‐ o nome e o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré‐pago cujo portador seja não residente no País ou domiciliado no exterior; 

VI ‐ a data e o valor do depósito, do saque em espécie, do saque em espécie por meio de cartão pré‐pago ou do provisionamento para saque. 

Especial Atenção 

Art. 10º 

As instituições de que trata o art. 1º devem dispensar especial atenção a: 

I  ‐ operações ou propostas cujas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, formas de realização e instrumentos utilizados, ou que, pela falta de fundamento econômico ou legal,  indiquem risco de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionados; 

Comentários: a análise da  ficha cadastral,  se bem desenhada, é o  instrumento adequado para atender esse artigo. A ficha cadastral deve ser, se possível, eletrônica, e deve ser preenchida na 

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frente do cliente, impressa no ato e assinada por ele, dizendo serem verdadeiras as informações oferecidas. 

II  ‐ propostas de  início de relacionamento e operações com pessoas politicamente expostas de nacionalidade brasileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número de transações  financeiras  e  comerciais,  fronteiras  comuns  ou  proximidade  étnica,  linguística  ou política; 

Comentários:  na  linha  do  comentário  anterior,  o  formulário  eletrônico  da entrevista/cadastramento deve conter perguntas do tipo SIM/NÃO que permitam identificar se o proponente É ou NÃO É uma pessoa politicamente exposta. 

III ‐ indícios de burla aos procedimentos de identificação e registro estabelecidos nesta circular; 

Comentários: pela experiência anterior da EFC, documentos  falsos  são a origem de burlas; por exemplo, RG's, CPF's, comprovação de residência, holerites, etc. Não devem ser recebidas cópias Xerox, apenas documentos originais sem rasuras.  

Nota: algumas  instituições  financeiras  fazem um check up via  ligação  telefônica,  inclusive com vizinhos. 

IV ‐ clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final; 

Comentários:  na  linha  dos  comentários  anteriores,  o  formulário  eletrônico  da entrevista/cadastramento  deve  conter  perguntas  do  tipo  “é  o  cliente  beneficiário  final? SIM/NÃO”. Se NÃO, quem é o beneficiário final? (precisa então ser cadastrado). 

V  ‐ operações   oriundas ou destinadas a países ou territórios que aplicam  insuficientemente as recomendações  do  Gafi,  conforme  informações    divulgadas  pelo  Banco  Central  do  Brasil;  e (redação dada pelo artigo 1º da Circular BC nº 3.517, de 7/12/2010)

Comentários:  se  essa  situação  particular  se  aplicar  a  alguma  Administradora,  será  preciso verificar as informações do BCB para enquadrar ou não o cliente nos critérios acima. 

VI  ‐  situações em que não  seja possível manter atualizadas as  informações  cadastrais de  seus clientes. 

§ 1º A expressão "especial atenção" inclui os seguintes procedimentos: 

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Comentários:  o  formulário  de  cadastramento  pode  ter  um  campo  que  sirva  para  o analista/diretoria/auditoria  assinalar  que  aquele  caso  demanda  “especial  atenção”.  Se  o formulário  receber  essa  indicação, deverá  então  ir para um grupo que  será  tratado a parte e receberá a tal especial atenção. 

I  ‐  monitoramento  reforçado,  mediante  a  adoção  de  procedimentos  mais  rigorosos  para  a apuração de situações suspeitas; 

II ‐ análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações de que tratam os arts. 12 e 13; 

III ‐ avaliação da alta gerência quanto ao  interesse no  início ou manutenção do relacionamento com o cliente. 

§  2º  Considera‐se  alta  gerência  qualquer  detentor  de  cargo  ou  função  de  nível  hierárquico superior  ao  daquele  ordinariamente  responsável  pela  autorização  do  relacionamento  com  o cliente. 

Manutenção de Informações e Registros 

Art. 11º 

As informações e registros de que trata esta circular devem ser mantidos e conservados durante os seguintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações: 

I ‐ 10 (dez) anos, para as informações e registros de que trata o art. 7º; 

Comentário: esse prazo não se aplica às Administradoras de Consórcios. 

II ‐ 5 (cinco) anos, para as informações e registros de que tratam os arts. 6º, 8º e 9º. 

III ‐ 5 (cinco) anos, para as informações  cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º. (item incluído pelo artigo 1º da Circular BC nº 3.517, de 7/12/2010) 

Parágrafo  único.  As  informações  de  que  trata  o  art.  2º  devem  ser mantidas  e  conservadas juntamente  com  o  nome  da  pessoa  incumbida  da  atualização  cadastral,  o  nome  do  gerente responsável  pela  conferência  e  confirmação  das  informações  prestadas  e  a  data  de  início  do relacionamento com o cliente permanente. 

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Comentários:  as  Administradoras  de  Consórcios  devem  ter  um  cuidado  especial  com  o armazenamento das  informações e registros, pois em períodos    longos, equipamentos e pessoal de  informática mudam,  razão  pela  qual  a  direção  tem  que  tomar  precauções  na  preservação desses dados; o ideal é ter um sistema de “back up” em outro prédio, constantemente atualizado, com registros dos programas e arquivos, de modo que, se houver mudanças de equipamentos e pessoal, não haja perdas das informações. 

As Administradoras devem, ainda, prestar atenção em suas obrigações escritas pela Circular BC nº  3078,  que  “dispõe  sobre  a  implantação  de  sistema  de  controles  internos  por  parte  das Administradoras de Consórcios”, em especial o artigo terceiro. 

Comunicações ao COAF 

Art. 12º  Esse artigo não se aplica ao Sistema de Consórcios. Contudo, o mantemos 

“tachado” apenas como referência. 

 As  instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil: 

I ‐ as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no prazo de até 5 (cinco) dias úteis após o encerramento do mês calendário; 

II ‐ as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III, na data da operação. 

Parágrafo  único.  Devem  também  ser  comunicadas  ao  COAF  as  propostas  de  realização  das operações de que trata o caput. 

 

Art. 13º As  instituições de que  trata o  art. 1º devem  comunicar  ao COAF, na  forma determinada pelo Banco Central do Brasil: (ver Carta‐Circular BC nº 3.409, de 12/08/09, que divulga instruções para comunicações previstas nos artigos 12 e 13 da Circular BC nº 3.461/09) 

Comentário: cada Administradora deve desenvolver em seu manual de Controles  Internos quais são  as  situações  que  devem  ser  comunicadas  ao  COAF,  por  quem,  de  que maneira,  com  que presteza e como comunicar/registrar.  

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I ‐ as operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00 (dez mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos  utilizados  ou  a  falta  de  fundamento  econômico  ou  legal,  possam  configurar  a existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998; 

Comentários:  é  possível  que  esse  item  venha  a  cair;  contudo  enquanto  isso  não  acontece,  a norma deve ser seguida. (nota da EFC). 

 

II  ‐ as operações  realizadas ou  serviços prestados que, por  sua habitualidade, valor ou  forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro; 

Comentários:  sugere‐se  que  se  observe  a  “atipicidade”  como  requisito  essencial  para  o enquadramento;  isto  é,  as  Administradoras  devem  notar  atitudes  e  fatos  que  escapem  da normalidade, ou seja, as Administradoras precisam conhecer o cliente e analisar suas atitudes, não apenas quando ele adere à cota ou quando de sua contemplação, mas no ciclo todo. E aí é preciso ter um bom software que caracterize tais atipicidades.  

EXEMPLOS  DE  EVENTOS  QUE  PODER  SER  CONSIDERADOS  ATÍPICOS,  MAS  QUE  DEPENDEM, OBVIAMENTE, DE CRITERIOSA ANÁLISE DA ADMINISTRADORA, E NÃO EXCLUEM TANTOS OUTROS PORVENTURA IDENTIFICADOS:  

i) oferta de percentual expressivo de  lance ou até mesmo  lance de quitação no  início do grupo. Ou  seja, aparentemente o  consorciado  já dispunha de  recurso  suficiente para a aquisição do bem, condição essa que sugere uma análise mais apurada da situação;  

ii)  pagamento  de  quantias  elevadas  em  espécie,  esclarecendo,  no  entanto,  que  os pagamentos  dessa  natureza  deverão  ser  avaliados,  caso  ocorram  diretamente  na administradora, na medida em que se a operação foi realizada via banco, tal instituição é quem fará a análise da atipicidade ou não;  

iii)  identificar a aquisição de número expressivo de cotas por CPF/CNPJ, tendo, por outro lado, condição econômico  financeira  incompatível com a obrigação assumida;  iv) dentre outros, a critério da administradora.  

III  ‐ as operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente  tenham  perpetrado  ou  intentado  perpetrar  atos  terroristas  ou  neles 

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participado ou  facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente; 

IV ‐ os atos suspeitos de financiamento do terrorismo. 

§ 1º O disposto no  inciso III aplica‐se também às entidades pertencentes ou controladas, direta ou  indiretamente, pelas pessoas ali mencionadas, bem como por pessoas e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando. 

§ 2º As comunicações das ocorrências de que tratam os incisos III e IV devem ser realizadas até o dia útil seguinte àquele em que verificadas. 

§ 3º Devem também ser comunicadas ao COAF as propostas de realização das operações e atos descritos nos incisos I a IV. 

Art. 14º

As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos envolvidos. 

Comentário específico: as pessoas que ficaram sabendo de que houve uma comunicação ao COAF devem estar cientes de que não podem informar esse fato ao cliente; deve haver um documento interno no qual, cada funcionário/diretor/administrador declare estar ciente dessa obrigação de sigilo.  

§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado como pessoa politicamente exposta devem incluir especificamente essa informação. 

§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação efetuados após o quinto dia útil seguinte ao da sua inclusão devem ser acompanhados de justificativa da ocorrência. 

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Art. 15º As  comunicações  de  que  tratam  os  arts.  12  e  13  relativas  a  instituições  integrantes  de conglomerado  financeiro e a  instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito podem ser  efetuadas,  respectivamente,  pela  instituição  líder  do  conglomerado  econômico  e  pela cooperativa central de crédito. 

Comentário: uma Administradora que faça parte de um conglomerado financeiro poderá adotar o procedimento estabelecido neste artigo. 

 

Art. 16º As instituições de que trata o art. 1º devem manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos relativos às análises de operações ou propostas que fundamentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13. 

Comentários: valem aqui os mesmos comentários já indicados: As Administradoras de Consórcios devem ter um cuidado especial com o armazenamento das informações e registros; em períodos tão  longos, equipamentos e pessoal de  informática mudam, razão pela qual a direção tem que tomar precauções na preservação desses dados; o ideal é ter um sistema de “back up” em outro prédio,  constantemente atualizado,  com  registros dos programas e arquivos, de modo que,  se houver mudanças de equipamentos e pessoal não haja perdas das informações. 

Procedimentos Internos de Controle 

Art. 17º O Banco Central do Brasil aplicará, cumulativamente ou não, as sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma estabelecida no Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998, às instituições mencionadas  no  art.  1º,  bem  como  aos  seus  administradores,  que  deixarem  de cumprir as obrigações estabelecidas nesta circular. 

Comentários: a legislação citada estipula penas bastante severas para os Administradores, razão pela qual é importante que elas mantenham um registro de que seus Administradores tomaram conhecimento  da  Lei  9.613  e  dessa  Circular.  Conforme  já  recomendamos,  pode  internamente cada  Administradora  de  Consórcios  criar  um  Seminário  no  qual  exista  documentação  que certifique esse conhecimento. E manter tal documentação devidamente assinada em arquivo na 

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Auditoria,  para  comprovação  de  que  os  responsáveis  tomaram  conhecimento  de  suas responsabilidades e obrigações. 

Art. 18º 

As  instituições  de  que  trata  o  art.  1º  devem  indicar  ao  Banco  Central  do  Brasil  diretor responsável pela  implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações de que tratam os arts. 12 e 13.  

§  1º  Para  fins  da  responsabilidade  de  que  trata  o  caput,  admite‐se  que  o  diretor  indicado desempenhe  outras  funções  na  instituição,  exceto  a  relativa  à  administração  de  recursos  de terceiros. 

Comentários: valem aqui as mesmas observações do artigo 17. Contudo, a restrição contida na parte final deste artigo não se aplica aos diretores indicados pelas Administradoras de Consórcios (ver artigo 9º da Carta‐Circular BC nº 3.430). 

§ 2º No  caso de  conglomerados  financeiros, admite‐se a  indicação de um diretor  responsável pela  implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações referentes às respectivas instituições integrantes. 

Comentários: uma Administradora que faça parte de um Conglomerado financeiro poderá ser tratada como prevê este artigo. 

Art. 19º

O Banco Central do Brasil divulgará: 

I ‐ os procedimentos para efetuar as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13; 

II ‐ operações e situações que podem configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998; 

III ‐ situações exemplificativas de relacionamento próximo, para fins do disposto no art. 4º. 

Comentários: Conforme a Carta ‐ Circular 3.409/09, observar o destaque para o item III, a seguir transcrito: “A partir  de 14 de setembro de  2009, as comunicações previstas nos arts. 12 e 13 da Circular  nº  3.461,  de  2009,  serão  efetuadas  por meio  do  Sistema  de  Controle  de  Atividades Financeiras (Siscoaf), quando a transação PCAF500 será descontinuada.” 

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Art. 20º

A atualização das informações cadastrais relativas a clientes permanentes cujos relacionamentos tenham  sido  iniciados  antes  da  entrada  em  vigor  desta  circular  deve  ser  efetuada  em conformidade com os testes de verificação de que trata o § 5º do art. 2º. 

Comentários: as Administradoras que tenham clientes anteriores a 24 de Julho de 2009 deverão atualizar as  informações cadastrais.   Nossa sugestão foi a de que pelo menos uma vez por ano poder‐se‐ia  sortear  uma  percentagem  dos  participantes  de  todos  grupos  de  consórcios  e examinar‐se  5% dos participantes  (um a um)  comprovando  em uma  ficha de  verificação  (tipo “check list”) se as normas de cadastramento estão sendo atendidas.  

Art. 21º

Esta circular entra em vigor na data de sua publicação, surtindo efeitos 30  (trinta) dias após a data  de  publicação  para  os  relacionamentos  com  clientes  permanentes  ou  eventuais estabelecidos a partir dessa data. 

Art. 22º

Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006, e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular nº 3.290, de 5 de setembro de 2005.

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ÍNTEGRA DA CIRCULAR BC Nº 3.461,de 24 de julho de 2009 

Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998. 

A DIRETORIA COLEGIADA DO BANCO CENTRAL DO BRASIL, em sessão realizada em 23 de julho de 2009, com base no disposto nos arts. 10,  inciso IX, e 11,  inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na  Convenção  Internacional  para  Supressão  do  Financiamento  do  Terrorismo,  adotada  pela Assembléia  ‐ Geral das Nações Unidas em 9 de dezembro de 1999, promulgada por meio do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005, 

 

D E C I D I U: 

 

Art.  1º  As  instituições  financeiras  e  demais  instituições  autorizadas  a  funcionar  pelo Banco  Central  do  Brasil  devem  implementar  políticas  e  procedimentos  internos  de  controle destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998. 

 

§1º As políticas de que trata o caput devem: 

 

I ‐ especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição; 

II  ‐  contemplar  a  coleta  e  registro  de  informações  tempestivas  sobre  clientes,  que permitam a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes; 

III ‐ definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômico‐financeira dos empregados da instituição; 

IV  ‐  incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção dos mencionados crimes; 

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V  ‐ ser aprovadas pelo conselho de administração ou, na sua ausência, pela diretoria da instituição; 

VI ‐ receber ampla divulgação interna. 

 

§2º  Os  procedimentos  de  que  trata  o  caput  devem  incluir  medidas  prévia  e expressamente estabelecidas, que permitam: 

 

I ‐ confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações; 

II ‐ possibilitar a caracterização ou não de clientes como pessoas politicamente expostas. 

 

§3º  Para  os  fins  desta  circular,  considera‐se  cliente  eventual  ou  permanente  qualquer pessoa natural ou  jurídica  com  a qual  seja mantido,  respectivamente em  caráter eventual ou permanente,  relacionamento  destinado  à  prestação  de  serviço  financeiro  ou  à  realização  de operação financeira. 

 

§4º  Os  procedimentos  de  que  trata  o  caput  devem  ser  reforçados  para  início  de relacionamento com: 

 

I  ‐  instituições  financeiras,  representantes  ou  correspondentes  localizados  no  exterior, especialmente em países, territórios e dependências que não adotam procedimentos de registro e controle similares aos definidos nesta circular; 

II ‐ clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico, mediante correspondentes no País ou por outros meios indiretos. 

 

MANUTENÇÃO DE INFORMAÇÕES CADASTRAIS ATUALIZADAS 

 

Art.  2º  As  instituições mencionadas  no  art.  1º  devem  coletar  e manter  atualizadas  as informações cadastrais de seus clientes permanentes, incluindo, no mínimo: 

 

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I  ‐ as mesmas  informações cadastrais solicitadas de depositantes previstas no art. 1º da Resolução nº 2.025, de 24 de novembro de 1993, com a redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28 de junho de 20003; 

II  ‐  os  valores  de  renda  mensal  e  patrimônio,  no  caso  de  pessoas  naturais,  e  de faturamento médio mensal dos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas; 

III  ‐ declaração  firmada  sobre os propósitos e a natureza da  relação de negócio  com a instituição. 

 

§1º As informações relativas a cliente pessoa natural devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá‐la. 

3 Art. 1º da Resolução nº 2.025/93, com a redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28/07/00. Art. 1º Para abertura de conta de depósitos é obrigatória a completa identificação do depositante, mediante preenchimento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações, que deverão ser mantidas atualizadas pela instituição financeira: (NR)

I - qualificação do depositante:

a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo, estado civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de identificação (tipo, número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;

b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de constituição, documentos, contendo as informações referidas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ e atos constitutivos, devidamente registrados, na forma da lei, na autoridade competente; (NR)

II - endereços residencial e comercial completos; (NR)

III - número do telefone e código DDD;

IV - fontes de referência consultadas;

V - data da abertura da conta e respectivo número;

VI - assinatura do depositante.

Parágrafo 1º Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.

Parágrafo 2º Nos casos de isenção de CPF e de CNPJ previstos na legislação em vigor, deverá esse fato ser registrado no campo da ficha-proposta destinado a essas informações."(NR)

 

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§  2º  As  informações  cadastrais  relativas  a  cliente  pessoa  jurídica  devem  abranger  as pessoas naturais autorizadas a representá‐la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final. 

 

§3º  Excetuam‐se do disposto no § 2º  as pessoas  jurídicas  constituídas  sob  a  forma de companhia  aberta  ou  entidade  sem  fins  lucrativos,  para  as  quais  as  informações  cadastrais devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá‐las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se houver. 

 

§4º As  informações cadastrais relativas a cliente  fundo de  investimento devem  incluir a respectiva denominação, número de  inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa  Jurídica  (CNPJ), bem  como  as  informações  de  que  trata  o  inciso  I  relativas  às  pessoas  responsáveis  por  sua administração. 

 

§5º  As  instituições mencionadas  no  art.  1º  devem  realizar  testes  de  verificação,  com periodicidade máxima de um  ano,  que  assegurem  a  adequação dos dados  cadastrais de  seus clientes. 

 

Art.  3º  As  instituições mencionadas  no  art.  1º  devem  obter  as  seguintes  informações cadastrais de seus clientes eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação ou serviço financeiro: 

 

I ‐ quando pessoa natural, o nome completo, dados do documento de identificação (tipo, número,  data  de  emissão  e  órgão  expedidor)  e  número  de  inscrição  no  Cadastro  de  Pessoas Físicas (CPF); 

 

I  ‐ quando  pessoa natural, o nome  completo e o número de  inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF); e (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

II ‐ quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ. 

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Parágrafo  único.  Admite‐se  o  desenvolvimento  de  procedimento  interno  destinado  à identificação  e  operações  ou  serviços  financeiros  eventuais  que  não  apresentem  risco  de utilização  para  lavagem  de  dinheiro  ou  de  financiamento  ao  terrorismo,  para  os  quais  é dispensada  a  exigência  de  obtenção  das  informações  cadastrais  de  clientes,  ressalvado  o cumprimento do disposto no art. 12 desta circular. 

 

Parágrafo  único.  Admite‐se  o  desenvolvimento  de  procedimento  interno  destinado  à identificação  de  operações  ou  serviços  financeiros  eventuais  que  apresentem  baixo  risco  de utilização  para  lavagem  de  dinheiro  ou  de  financiamento  ao  terrorismo,  para  os  quais  é dispensada  a  exigência  de  obtenção  das  informações  cadastrais  de  clientes,  ressalvado  o cumprimento do disposto nos demais artigos desta circular. (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

PESSOAS POLITICAMENTE EXPOSTAS 

 

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem coletar de seus clientes permanentes informações  que  permitam  caracterizá‐los  ou  não  como  pessoas  politicamente  expostas  e identificar a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados. 

 

§1º  Consideram‐se  pessoas  politicamente  expostas  os  agentes  públicos  que desempenham  ou  tenham  desempenhado,  nos  últimos  cinco  anos,  no  Brasil  ou  em  países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo. 

 

§2º No caso de clientes brasileiros, devem ser abrangidos: 

I ‐ os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União; 

II ‐ os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União: 

a) de ministro de estado ou equiparado; 

b) de natureza especial ou equivalente; 

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c)  de  presidente,  vice‐presidente  e  diretor,  ou  equivalentes,  de  autarquias,  fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista; 

d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes; 

III  ‐  os membros  do Conselho Nacional  de  Justiça,  do  Supremo  Tribunal  Federal  e  dos tribunais superiores; 

IV  ‐  os membros  do  Conselho  Nacional  do Ministério  Público,  o  Procurador‐Geral  da República,  o      Vice‐Procurador‐Geral  da  República,  o  Procurador‐Geral  do  Trabalho,  o Procurador‐Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores‐Gerais da República e os Procuradores‐Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal; 

V  ‐  os membros  do  Tribunal  de  Contas  da  União  e  o  Procurador‐Geral  do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União; 

VI ‐ os governadores de estado e do Distrito Federal, os presidentes de tribunal de justiça, de  Assembléia  e  Câmara  Legislativa,  os  presidentes  de  tribunal  e  de  conselho  de  contas  de Estado, de Municípios e do Distrito Federal; 

VII ‐ os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de capitais de Estados. 

 

§  3º No  caso  de  clientes  estrangeiros,  para  fins  do  disposto  no  caput,  as  instituições mencionadas no art. 1º devem adotar pelo menos uma das seguintes providências: 

 

I ‐ solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação; 

II ‐ recorrer a informações publicamente disponíveis; 

III ‐ consultar bases de dados comerciais sobre pessoas politicamente expostas; 

IV ‐ considerar a definição constante do glossário dos termos utilizados no documento "As Quarenta  Recomendações",  do Grupo  de  Ação  Financeira  contra  a  Lavagem  de Dinheiro  e  o Financiamento  do  Terrorismo  (Gafi),  não  aplicável  a  indivíduos  em  posições  ou  categorias intermediárias ou  inferiores,  segundo  a qual uma pessoa politicamente  exposta é  aquela que exerce ou exerceu  importantes  funções públicas em um país estrangeiro,  tais como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos. 

 

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§4º O prazo de cinco anos referido no §1º deve ser contado, retroativamente, a partir da data de  início da relação de negócio ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como pessoa politicamente exposta. 

 

§5º  Para  efeito  do  §1º  são  considerados  familiares  os  parentes,  na  linha  reta,  até  o primeiro grau, o  cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada. 

 

§ 6º No caso de relação de negócio com cliente estrangeiro que também seja cliente de instituição estrangeira fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Banco Central do Brasil,  admite‐se  que  as  providências  em  relação  às  pessoas  politicamente  expostas  sejam adotadas pela instituição estrangeira, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados. 

 

INÍCIO OU PROSSEGUIMENTO DE RELAÇÃO DE NEGÓCIO 

 

Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somente devem iniciar relação de negócio de caráter permanente ou dar prosseguimento a relação dessa natureza já existente com o cliente se observadas as providências estabelecidas nos arts. 2º e 4º. 

 

REGISTROS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E OPERAÇÕES FINANCEIRAS 

 

Art. 6º As instituições de que trata o art.1º devem manter registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome. 

 

§1º No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter informações consolidadas que permitam verificar: 

I  ‐  a  compatibilidade  entre  a  movimentação  de  recursos  e  a  atividade  econômica  e capacidade financeira do cliente; 

II ‐ a origem dos recursos movimentados; 

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III ‐ os beneficiários finais das movimentações. 

 

§2º O sistema de registro deve permitir a identificação: 

I  ‐ das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado  financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais); 

II  ‐ das operações que, por  sua habitualidade, valor ou  forma,  configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro. 

 

REGISTROS  DE  DEPÓSITOS  EM  CHEQUE,  LIQUIDAÇÃO  DE  CHEQUES  DEPOSITADOS  EM OUTRA INSTITUIÇÃO  FINANCEIRA  E  DA  UTILIZAÇÃO  DE  INSTRUMENTOS  DE  TRANSFERÊNCIA  DE RECURSOS 

 

Art.  7º  As  instituições  de  que  trata  o  art.  1º  devem manter  registros  específicos  das operações de transferência de recursos. 

 

§1º O sistema de registro deve permitir a identificação: 

I  ‐  das  operações  referentes  ao  acolhimento  em  depósitos  de  Transferência  Eletrônica Disponível  (TED),  de  cheque,  cheque  administrativo,  cheque  ordem  de  pagamento  e  outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques depositados em outra instituição financeira; 

II ‐ das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem de pagamento, de Documento de Crédito (DOC), de TED e de outros instrumentos de transferência de recursos, quando de valor superior a R$ 1.000,00 (mil reais). 

 

§2º Os registros de que trata o inciso I do §1º efetuados por instituição depositária devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de compensação da instituição sacada, os números da agência e da conta de depósitos sacadas e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular. 

 

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§  2º Os  registros  de  que  trata  o  inciso  I  do  §  1º  efetuados  por  instituição  depositária devem  conter, no mínimo, os dados  relativos ao  valor e ao número do  cheque depositado, o código de compensação da  instituição sacada, os números da agência e da conta de depósitos sacadas. (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

§3º Os  registros de que  trata o  inciso  I do §1º efetuados por  instituição  sacada devem conter,  no  mínimo,  os  dados  relativos  ao  valor  e  ao  número  do  cheque,  o  código  de compensação  da  instituição  depositária,  os  números  da  agência  e  da  conta  de  depósitos depositárias  e  o  número  de  inscrição  no  CPF  ou  no  CNPJ  do  respectivo  titular,  cabendo  à instituição  depositária  fornecer  à  instituição  sacada  os  dados  relativos  ao  seu  código  de compensação e aos números da agência e da conta de depósitos depositárias. 

 

§ 3º Os registros de que trata o inciso I do §  1º efetuados por instituição sacada devem conter,no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da instituição depositária, os números da agência e da conta de depósitos  depositárias, cabendo à  instituição  depositária  fornecer  à  instituição  sacada  os  dados  relativos  ao  seu  código  de compensação e aos números da agência e da conta de depósitos depositárias.  (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

§4º No caso de cheque utilizado em operação simultânea de saque e depósito na própria instituição  sacada,  com  vistas  à  transferência de  recursos da  conta de depósitos do  emitente para conta de depósitos de terceiros, os registros de que trata o inciso I do §1º devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque sacado, bem como aos números das agências sacada e depositária e das respectivas contas de depósitos. 

 

§5º Os registros de que trata o  inciso  II do § 1º devem conter, no mínimo, as seguintes informações: 

I ‐ o tipo e o número do documento emitido, a data da operação, o nome e o número de inscrição do adquirente ou remetente no CPF ou no CNPJ; 

II  ‐  quando  pagos  em  cheque,  o  código  de  compensação  da  instituição,  o  número  da agência  e  da  conta  de  depósitos  sacadas  referentes  ao  cheque  utilizado  para  o  respectivo pagamento,  inclusive  no  caso  de  cheque  sacado  contra  a  própria  instituição  emissora  dos instrumentos referidos neste artigo; 

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III  ‐ no caso de DOC, o código de  identificação da  instituição destinatária no sistema de liquidação  de  transferência  de  fundos  e  os  números  da  agência,  da  conta  de  depósitos depositária e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular; 

IV ‐ no caso de ordem de pagamento: 

a)  destinada  a  crédito  em  conta:  os  números  da  agência  destinatária  e  da  conta  de depósitos depositária; 

b) destinada a pagamento em espécie: os números da agência destinatária e de inscrição do beneficiário no CPF ou no CNPJ. 

 

§6º Em se tratando de operações de transferência de recursos envolvendo pessoa física residente  no  exterior  desobrigada  de  inscrição  no  CPF,  na  forma  definida  pela  Secretaria  da Receita Federal do Brasil (RFB), a identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea "b", pode ser efetuada  pelo  número  do  respectivo  passaporte,  complementada  com  a  nacionalidade  da referida pessoa e, quando for o caso, o organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no País. 

 

§7º A  identificação prevista no § 5º,  incisos I e IV, alínea "b", não se aplica às operações de  transferência  de  recursos  envolvendo  pessoa  jurídica  com  domicílio  ou  sede  no  exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela RFB. 

 

§ 8º A instituição sacada deve informar à instituição depositária e a instituição depositária deve informar  à  instituição  sacada,  quando  requeridas,  no  prazo   máximo  de  5  (cinco)  dias  úteis contados a partir da data de solicitação, os números de inscrição no CPF ou CNPJ dos titulares da conta  sacada  e  da  conta  depositária  referentes  às  operações  de  transferência  de  valores efetuadas  mediante  cheque,  cheque  administrativo,  cheque  ordem  de  pagamento  e  outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques depositados em outra instituição  financeira. (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

REGISTROS DE CARTÕES PRÉ‐PAGOS 

 

Art.  8º  As  instituições  de  que  trata  o  art.  1º  devem manter  registros  específicos  da emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré‐pagos. 

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§1º O sistema de registro deve permitir a identificação da: 

 

I  ‐  emissão  ou  recarga  de  valores  em  um  ou mais  cartões  pré‐pagos,  em montante acumulado  igual  ou  superior  a  R$100.000,00  (cem  mil  reais)  ou  o  equivalente  em  moeda estrangeira, no mês calendário; 

II ‐ emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da  localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores. 

 

§  2º  Para  fins  do  disposto  no  caput,  define‐se  cartão  pré‐pago  como  o  cartão  apto  a receber carga ou recarga de valores em moeda nacional ou estrangeira oriundos de pagamento em  espécie,  de operação cambial ou de transferência a débito de contas de depósito. 

 

§3º Os registros das ocorrências de que tratam os  incisos  I e  II do § 1º devem conter as seguintes informações: 

 

I  ‐  o nome  ou  razão  social  e o  respectivo número de  inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou  jurídica responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago, no caso de emissão ou recarga efetuada por residente ou domiciliado no País; 

II ‐ o nome, o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em  cartão pré‐pago efetuada por pessoa natural não  residente no País ou domiciliada no exterior; 

III  ‐  o  nome  e  o  respectivo  número  de  inscrição  no  CPF  da  pessoa  natural  a  quem  se destina o cartão pré‐pago; 

IV  ‐  a  identificação  das  instituições,  das  agências  e  das  contas  de  depósito  ou  de poupança debitadas, os nomes dos  titulares das contas e  respectivos números de  inscrição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas naturais; 

V ‐ a identificação das instituições, das agências e das contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes dos titulares das contas e respectivos números de  inscrição no CNPJ, bem 

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como  os  nomes  das  pessoas  naturais  autorizadas  a movimentá‐las  e  respectivos  números  de inscrição no CPF, no  caso de  emissão ou  recarga de  valores  em  cartão pré‐pago  oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas jurídicas; 

VI ‐ a data e o valor de cada emissão ou recarga de valores em cartão pré‐pago; 

VII ‐ o propósito da emissão do cartão pré‐pago; 

VIII  ‐  o  nome  e  o  respectivo  número  de  inscrição  no  CPF  das  pessoas  naturais  que representem  as  pessoas  jurídicas  responsáveis  pela  emissão  ou  recarga  de  valores  em  cartão pré‐pago. 

 

REGISTROS DE MOVIMENTAÇÃO SUPERIOR A R$ 100.000,00 EM ESPÉCIE 

 

Art.  9º  Os  bancos  comerciais,  a  Caixa  Econômica  Federal,  os  bancos  múltiplos  com carteira comercial ou de crédito  imobiliário, as sociedades de crédito  imobiliário, as sociedades de poupança e empréstimo e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das operações de depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré‐pago ou pedido de provisionamento para saque. 

 

§1º O sistema de registro deve permitir a identificação de: 

I  ‐ depósito em espécie,  saque em espécie,  saque em espécie por meio de  cartão pré‐pago ou pedido de provisionamento para saque, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais); 

II  ‐ depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré‐pago  ou  pedido  de  provisionamento  para  saque,  que  apresente  indícios  de  ocultação  ou dissimulação  da  natureza,  da  origem,  da  localização,  da  disposição,  da movimentação  ou  da propriedade de bens, direitos e valores; 

III  ‐  emissão  de  cheque  administrativo,  TED  ou  de  qualquer  outro  instrumento  de transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais). 

 

§2º Os registros de que trata o caput devem conter as informações abaixo indicadas: 

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I  ‐ o nome e o respectivo número de  inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário  ou  beneficiário  dos  recursos  e  da  pessoa  que  efetuar  o  depósito,  o  saque  em espécie ou o pedido de provisionamento para saque; 

II  ‐ o  tipo e o número do documento, o número da  instituição, da  agência e da  conta corrente de depósitos à vista ou da conta de poupança a que se destinam os valores ou de onde o valor será sacado, conforme o caso; 

III ‐ o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, dos titulares das contas referidas no inciso II, se na mesma instituição; 

IV ‐ o nome e o respectivo número de inscrição no CPF, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré‐pago cujo portador seja residente ou domiciliado no País; 

V ‐ o nome e o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré‐pago cujo portador seja não residente no País ou domiciliado no exterior; 

VI ‐ a data e o valor do depósito, do saque em espécie, do saque em espécie por meio de cartão pré‐pago ou do provisionamento para saque. 

 

ESPECIAL ATENÇÃO 

 

Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dispensar especial atenção a: 

I  ‐ operações ou propostas  cujas  características, no que  se  refere às partes envolvidas, valores,  formas  de  realização  e  instrumentos  utilizados,  ou  que,  pela  falta  de  fundamento econômico ou legal, indiquem risco de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionados; 

II  ‐  propostas  de  início  de  relacionamento  e  operações  com  pessoas  politicamente expostas de nacionalidade brasileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número  de  transações  financeiras  e  comerciais,  fronteiras  comuns  ou  proximidade  étnica, linguística ou política; 

III  ‐  indícios de burla aos procedimentos de  identificação e  registro estabelecidos nesta circular; 

IV ‐ clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final; 

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V  ‐  transações  com  clientes  oriundos  de  países  que  aplicam  insuficientemente  as recomendações do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil; 

V  ‐  operações  oriundas  ou  destinadas  a  países  ou  territórios  que  aplicam insuficientemente  as  recomendações  do  Gafi,  conforme  informações  divulgadas  pelo  Banco Central do Brasil; e (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

VI ‐ situações em que não seja possível manter atualizadas as  informações cadastrais de seus clientes. 

 

§1º A expressão "especial atenção" inclui os seguintes procedimentos: 

I ‐ monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas; 

II  ‐ análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações de que  tratam os arts. 12 e 13; 

III  ‐  avaliação  da  alta  gerência  quanto  ao  interesse  no  início  ou  manutenção  do relacionamento com o cliente. 

 

§ 2º Considera‐se alta gerência qualquer detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior  ao  daquele  ordinariamente  responsável  pela  autorização  do  relacionamento  com  o cliente. 

 

MANUTENÇÃO DE INFORMAÇÕES E REGISTROS 

 

Art.  11.  As  informações  e  registros  de  que  trata  esta  circular  devem  ser mantidos  e conservados durante os seguintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte  ao  do  término  do  relacionamento  com  o  cliente  permanente  ou  da  conclusão  das operações: 

 

I ‐ 10 (dez) anos, para as informações e registros de que trata o art. 7º; 

II ‐ 5 (cinco) anos, para as informações e registros de que tratam os arts. 6º, 8º e 9º. 

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III ‐ 5 (cinco) anos, para as  informações   cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º. (Redação dada pela Circular BC nº 3.517, de 7.12.2010) 

 

Parágrafo único. As informações de que trata o art. 2º devem ser mantidas e conservadas juntamente  com  o  nome  da  pessoa  incumbida  da  atualização  cadastral,  o  nome  do  gerente responsável  pela  conferência  e  confirmação  das  informações  prestadas  e  a  data  de  início  do relacionamento com o cliente permanente. 

 

COMUNICAÇÕES AO COAF 

 

Art. 12. As  instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil: 

I ‐ as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no prazo de até 5 (cinco) dias úteis após o encerramento do mês calendário; 

II ‐ as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III, na data da operação. 

 

Parágrafo único. Devem também ser comunicadas ao COAF as propostas de realização das operações de que trata o caput. 

 

Art.  13.  As  instituições  de  que  trata  o  art.  1º  devem  comunicar  ao  COAF,  na  forma determinada pelo Banco Central do Brasil: 

I  ‐  as  operações  realizadas  ou  serviços  prestados  cujo  valor  seja  igual  ou  superior  a R$10.000,00  (dez mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as  formas de realização,  os  instrumentos  utilizados  ou  a  falta  de  fundamento  econômico  ou  legal,  possam configurar a existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998; 

II  ‐  as operações  realizadas ou  serviços prestados que, por  sua habitualidade,  valor ou forma,  configurem  artifício  que  objetive  burlar  os  mecanismos  de  identificação,  controle  e registro; 

III ‐ as operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que  reconhecidamente  tenham  perpetrado  ou  intentado  perpetrar  atos  terroristas  ou  neles 

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participado ou  facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente; 

IV ‐ os atos suspeitos de financiamento do terrorismo. 

 

§1º O disposto no  inciso III aplica‐se também às entidades pertencentes ou controladas, direta  ou  indiretamente,  pelas  pessoas  ali mencionadas,  bem  como  por  pessoas  e  entidades atuando em seu nome ou sob seu comando. 

 

§2º  As  comunicações  das  ocorrências  de  que  tratam  os  incisos  III  e  IV  devem  ser realizadas até o dia útil seguinte àquele em que verificadas. 

 

§3º Devem também ser comunicadas ao COAF as propostas de realização das operações e atos descritos nos incisos I a IV. 

 

Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos envolvidos. 

 

§1º As comunicações relativas a cliente  identificado como pessoa politicamente exposta devem incluir especificamente essa informação. 

 

§2º  A  alteração  ou  o  cancelamento  de  comunicação  efetuados  após  o  quinto  dia  útil seguinte ao da sua inclusão devem ser acompanhados de justificativa da ocorrência. 

 

Art.  15.  As  comunicações  de  que  tratam  os  arts.  12  e  13  relativas  a  instituições integrantes de conglomerado  financeiro e a  instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito  podem  ser  efetuadas,  respectivamente,  pela  instituição  líder  do  conglomerado econômico e pela cooperativa central de crédito. 

 

Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devem manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos relativos às análises de operações ou propostas que  fundamentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13. 

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PROCEDIMENTOS INTERNOS DE CONTROLE 

 

Art. 17. O Banco Central do Brasil aplicará, cumulativamente ou não, as sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma estabelecida no Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de  1998,  às  instituições mencionadas  no  art.  1º,  bem  como  aos  seus  administradores,  que deixarem de cumprir as obrigações estabelecidas nesta circular. 

 

 

Art. 18. As  instituições de que  trata o art. 1º devem  indicar ao Banco Central do Brasil diretor  responsável  pela  implementação  e  cumprimento  das  medidas  estabelecidas  nesta circular, bem como pelas comunicações de que tratam os arts. 12 e 13. 

 

§1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput, admite‐se que o diretor indicado desempenhe  outras  funções  na  instituição,  exceto  a  relativa  à  administração  de  recursos  de terceiros. 

 

§2º  No  caso  de  conglomerados  financeiros,  admite‐se  a  indicação  de  um  diretor responsável pela  implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações referentes às respectivas instituições integrantes. 

 

Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará: 

I ‐ os procedimentos para efetuar as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13; 

II  ‐  operações  e  situações  que  podem  configurar  indício  de  ocorrência  dos  crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998; 

III  ‐ situações exemplificativas de relacionamento próximo, para  fins do disposto no art. 4º. 

 

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Art. 20. A atualização das  informações cadastrais relativas a clientes permanentes cujos relacionamentos  tenham  sido  iniciados  antes  da  entrada  em  vigor  desta  circular  deve  ser efetuada em conformidade com os testes de verificação de que trata o § 5º do art. 2º. 

 

Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de sua publicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a data de publicação para os relacionamentos com clientes permanentes ou eventuais estabelecidos a partir dessa data. 

 

Art. 22. Ficam revogadas as Circulares nºs 2.852, de 3 de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006, e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular nº 3.290, de 5 de setembro de 2005. 

 

Alexandre Antonio Tombini 

Diretor 

 

Alvir Alberto Hoffmann 

Diretor

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APENDICE 1: CIRCULAR BC N° 3.078

ÍNTEGRA DA  

CIRCULAR 

N° 3.078

DE 

14/01/2002 

DISPÕE SOBRE  

IMPLANTAÇÃO DE  

CONTROLES INTERNOS EM 

ADMINISTRADORAS DE 

CONSÓRCIOS 

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CIRCULAR 3.078  

Dispõe sobre a  implantação de sistema de controles internos por parte das administradoras de consorcio.  

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 10 de janeiro de 2002, com base no art. 33 da Lei 8.177, de 1° de março de 1991,   D E C I D I U:  Art.  1°.  Determinar  as  administradoras  de  consórcio  a  implantação  de  controles  internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas,  seus    sistemas de  informações  financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento das normas  legais e regulamentares a elas aplicáveis.  Parágrafo  1°  Os  controles  internos  devem  ser  efetivos  e  consistentes  com  a  natureza  e complexidade das operações realizadas e risco incorrido pelas administradoras.  Parágrafo  2°  São  de  responsabilidade  dos  membros  da  diretoria  ou  dos  sócios‐gerentes  da administradora:  I  ‐  a  implantação  de  uma  estrutura  de  controles  internos  efetiva  mediante  a  definição  de atividades de controle para todos os níveis operacionais da administradora;  II ‐ o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; III  ‐  a  verificação  sistemática  da  adoção  e  do  cumprimento  dos  procedimentos  definidos  em função do disposto no inciso II  Art. 2. Os controles  internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os funcionários da administradora  de  forma  a  assegurar  sejam  conhecidas  a  respectiva  função  no  processo  e  as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização,  devem prever: I ‐ a definição de responsabilidades dentro da administradora;  II ‐ a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da administradora de modo a que seja evitado  o  conflito  de  interesses,  bem  como meios  de minimizar  e monitorar  adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da espécie; III ‐ meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da administradora; IV  ‐  a  existência  de  canais  de  comunicação  que  assegurem  aos  funcionários,  segundo  o correspondente nível de atuação, acesso tempestivo a informações confiáveis e compreensíveis consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; V ‐ a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da administradora; 

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VI  ‐  o  acompanhamento  sistemático  das  atividades  desenvolvidas,  de  forma  a  que  se  possa avaliar se os objetivos da administradora estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis  e  regulamentos  aplicáveis  estão  sendo  cumpridos,  bem  como  a  assegurar  que  quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos;  VII ‐ a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico.  Parágrafo 1°. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a  que  sejam  a  eles  incorporadas  medidas  relacionadas  à  novas  modalidades  de  riscos anteriormente não previstas.  Parágrafo 2°. A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos e devera ser exercida:  I ‐ por unidade específica da própria administradora, subordinada aos membros da sua diretoria ou aos seus sócios‐gerentes; II  ‐  pela  auditoria  da  entidade  ou  associação  de  classe  ou  de  órgão  central  a  que  filiada  à administradora,  devendo  o  responsável  reportar‐se  aos membros  da  diretoria  ou  aos  sócios‐gerentes da mesma; III  ‐  por  auditor  independente  devidamente  registrado  na  Comissão  de  Valores Mobiliários, desde  que  não  aquele  responsável  pela  auditoria  das  demonstrações    financeiras  da administradora, observado que o mesmo deve  reportar‐se aos membros da   diretoria   ou aos sócios‐gerentes da administradora.  Parágrafo  3°  O  disposto  no  parágrafo  anterior  aplica‐se  tão  somente  as  administradoras  de consorcio que, a partir de 31 de dezembro de 2001,  inclusive, apresentem patrimônio  liquido superior a R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais).   Art. 3. O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, contendo:  I ‐ as conclusões dos exames efetuados;  II  ‐  as  recomendações  a  respeito  de  eventuais  deficiências,  com  o  estabelecimento  de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso; III  ‐  a manifestação  dos  responsáveis  pelas  correspondentes  áreas  a  respeito  das  deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas efetivamente adotadas para saná‐las.  Parágrafo  único. As  conclusões,  recomendações  e manifestação  referidas  nos  incisos  I,  II  e  III deste artigo: I  ‐ devem ser submetidas aos membros da diretoria ou aos sócios‐gerentes da administradora, bem como a auditoria externa dessa; II ‐ devem permanecer a disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos.  

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Art. 4.  Incumbe aos membros da diretoria ou aos sócios‐gerentes da administradora, além das responsabilidades enumeradas no art. 1. Parágrafo 2., a promoção de elevados padrões éticos e de  integridade  e  de  uma  cultura  organizacional  que  demonstre  e  enfatize,  a  todos  os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo.   Art. 5. O sistema de controles internos deverá estar implantado até 30 de junho de 2003, com a observância do seguinte cronograma: I  ‐ definição das estruturas  internas que tornarão efetivos a  implantação e o acompanhamento correspondentes ‐ até 30 de junho de 2002; II ‐ definição e disponibilizarão dos procedimentos pertinentes ‐ ate 31 de dezembro de 2002.  Parágrafo único. A auditoria externa da administradora deve  fazer menção especifica, em seus pareceres, a observância do cronograma estabelecido neste artigo.  Art. 6. O Banco Central do Brasil poderá: I  ‐ determinar a adoção de controles adicionais nos casos em que constatada  inadequação dos controles implementados pela administradora; II  ‐  imputar  limites  operacionais  mais  restritivos  à  administradora  que  deixe  de  observar determinação nos termos do  inciso anterior no prazo para tanto estabelecido.  Art. 7. Esta circular entra em vigor na data de sua publicação.  Brasília, 10 de janeiro de 2002. Sérgio Darcy da Silva Alves Diretor   

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APÊNDICE 2: LEI nº 9.613

ÍNTEGRA DA  

LEI Nº 9.613, 

DE 

3 DE MARÇO DE 1998

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LEI 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998. 

Dispõe  sobre  os  crimes  de  "lavagem"  ou ocultação  de  bens,  direitos  e  valores;  a prevenção da utilização do sistema financeiro para  os  ilícitos  previstos  nesta  Lei;  cria  o Conselho  de  Controle  de  Atividades Financeiras ‐ COAF, e dá outras providências. 

 

        O  PRESIDENTE  DA   REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

CAPÍTULO I 

Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores 

        Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem,  localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime: 

        I ‐ de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 

        II ‐ de terrorismo; 

        II – de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

        III ‐ de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção; 

        IV ‐ de extorsão mediante seqüestro; 

        V ‐ contra a Administração Pública,  inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem,  como  condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos; 

        VI ‐ contra o sistema financeiro nacional; 

        VII ‐ praticado por organização criminosa. 

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        VIII – praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337‐B, 337‐C e 337‐D do Decreto‐Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). (Inciso incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)

        Pena: reclusão de três a dez anos e multa. 

        § 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo: 

        I ‐ os converte em ativos lícitos; 

        II ‐ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere; 

        III ‐ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. 

        § 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem: 

         I  ‐ utiliza, na atividade econômica ou  financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo; 

         II  ‐ participa de grupo, associação ou escritório  tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei. 

        § 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal. 

        § 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos  incisos  I a VI do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de organização criminosa. 

        § 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto, podendo o  juiz deixar de aplicá‐la ou substituí‐la por pena restritiva de direitos, se o autor, co‐autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que  conduzam  à  apuração  das  infrações  penais  e  de  sua  autoria  ou  à  localização  dos  bens, direitos ou valores objeto do crime. 

CAPÍTULO II 

Disposições Processuais Especiais 

        Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: 

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         I  –  obedecem  às  disposições  relativas  ao  procedimento  comum  dos  crimes punidos  com reclusão, da competência do juiz singular; 

         II  ‐  independem  do  processo  e  julgamento  dos  crimes  antecedentes  referidos  no  artigo anterior, ainda que praticados em outro país; 

        III ‐ são da competência da Justiça Federal: 

        a) quando praticados contra o sistema  financeiro e a ordem econômico‐financeira, ou em detrimento  de  bens,  serviços  ou  interesses  da  União,  ou  de  suas  entidades  autárquicas  ou empresas públicas; 

        b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal. 

        § 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou  isento de pena o autor daquele crime. 

        § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Código de Processo Penal. 

        Art. 3º Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade provisória e, em caso de sentença condenatória, o  juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. 

         Art.  4º  O  juiz,  de  ofício,  a  requerimento  do  Ministério  Público,  ou  representação  da autoridade  policial,  ouvido  o  Ministério  Público  em  vinte  e  quatro  horas,  havendo  indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão ou o seqüestro de bens, direitos ou valores do acusado, ou existentes em seu nome, objeto dos crimes previstos nesta Lei, procedendo‐se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto‐Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 ‐ Código de Processo Penal. 

        § 1º As medidas assecuratórias previstas neste artigo serão levantadas se a ação penal não for iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da data em que ficar concluída a diligência. 

        § 2º O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores apreendidos ou seqüestrados quando comprovada a licitude de sua origem. 

         §  3º  Nenhum  pedido  de  restituição  será  conhecido  sem  o  comparecimento  pessoal  do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, nos casos do art. 366 do Código de Processo Penal. 

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         §  4º A  ordem  de  prisão  de  pessoas  ou  da  apreensão  ou  seqüestro  de  bens,  direitos  ou valores,  poderá  ser  suspensa  pelo  juiz,  ouvido  o Ministério  Público,  quando  a  sua  execução imediata possa comprometer as investigações. 

         Art.  5º  Quando  as  circunstâncias  o  aconselharem,  o  juiz,  ouvido  o  Ministério  Público, nomeará pessoa qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores apreendidos ou seqüestrados, mediante termo de compromisso. 

        Art. 6º O administrador dos bens: 

        I ‐ fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto da administração; 

        II ‐ prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos sobre  investimentos e  reinvestimentos realizados. 

        Parágrafo único. Os atos  relativos à administração dos bens apreendidos ou  seqüestrados serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível. 

CAPÍTULO III 

Dos Efeitos da Condenação 

        Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal: 

         I  ‐ a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto de crime previsto nesta Lei, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa‐fé; 

        II ‐ a  interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada. 

CAPÍTULO IV 

Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro 

        Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por  solicitação de autoridade estrangeira competente, a apreensão ou o  seqüestro de bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1º, praticados no estrangeiro. 

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         §  1º  Aplica‐se  o  disposto  neste  artigo,  independentemente  de  tratado  ou  convenção internacional, quando o  governo do país da  autoridade  solicitante prometer  reciprocidade  ao Brasil. 

         §  2º  Na  falta  de  tratado  ou  convenção,  os  bens,  direitos  ou  valores  apreendidos  ou seqüestrados por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa‐fé. 

CAPÍTULO V 

Das Pessoas Sujeitas À Lei 

        Art. 9º Sujeitam‐se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não: 

         I  ‐ a captação,  intermediação e aplicação de  recursos  financeiros de  terceiros, em moeda nacional ou estrangeira; 

        II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial; 

         III  ‐  a  custódia,  emissão,  distribuição,  liquidação,  negociação,  intermediação  ou administração de títulos ou valores mobiliários. 

        Parágrafo único. Sujeitam‐se às mesmas obrigações: 

        I ‐ as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros; 

        II ‐ as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização; 

         III ‐ as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços; 

         IV  ‐  as  administradoras  ou  empresas  que  se  utilizem  de  cartão  ou  qualquer  outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos; 

        V ‐ as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring); 

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        VI ‐ as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias,  serviços,  ou,  ainda,  concedam  descontos  na  sua  aquisição, mediante  sorteio  ou método assemelhado; 

        VII  ‐ as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual; 

        VIII ‐ as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros; 

         IX  ‐ as pessoas  físicas ou  jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil  como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo; 

        X ‐ as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis; 

         XI  ‐  as  pessoas  físicas  ou  jurídicas  que  comercializem  jóias,  pedras  e metais  preciosos, objetos de arte e antigüidades. 

         XII  –  as  pessoas  físicas  ou  jurídicas  que  comercializem  bens  de  luxo  ou  de  alto  valor  ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

CAPÍTULO VI 

Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros 

        Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º: 

         I  ‐  identificarão  seus  clientes  e manterão  cadastro  atualizado,  nos  termos  de  instruções emanadas das autoridades competentes; 

        II ‐ manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar  limite  fixado pela autoridade competente e nos  termos de  instruções por esta expedidas; 

         III  ‐  deverão  atender,  no  prazo  fixado  pelo  órgão  judicial  competente,  as  requisições formuladas pelo Conselho criado pelo art. 14, que se processarão em segredo de justiça. 

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        § 1º Na hipótese de o cliente constituir‐se em pessoa  jurídica, a  identificação  referida no inciso  I deste artigo deverá abranger as pessoas  físicas autorizadas a  representá‐la, bem como seus proprietários. 

        § 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente. 

        § 3º O  registro  referido no  inciso  II deste artigo  será efetuado  também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês‐calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o  limite fixado pela autoridade competente. 

         Art.  10A.  O  Banco  Central manterá  registro  centralizado  formando  o  cadastro  geral  de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

CAPÍTULO VII 

Da Comunicação de Operações Financeiras 

        Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º: 

        I ‐ dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir‐se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar‐se; 

        II ‐ deverão comunicar, abstendo‐se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades competentes: 

        a)  todas as  transações  constantes do  inciso  II do art. 10 que ultrapassarem  limite  fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas; 

        a)  todas as  transações  constantes do  inciso  II do art. 10 que ultrapassarem  limite  fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo ser juntada a  identificação a que  se  refere o  inciso  I do mesmo artigo;  (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

        b) a proposta ou a realização de transação prevista no inciso I deste artigo. 

         §  1º  As  autoridades  competentes,  nas  instruções  referidas  no  inciso  I  deste  artigo, elaborarão  relação  de  operações  que,  por  suas  características,  no  que  se  refere  às  partes 

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envolvidas, valores,  forma de  realização,  instrumentos utilizados, ou pela  falta de  fundamento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista. 

         §  2º  As  comunicações  de  boa‐fé,  feitas  na  forma  prevista  neste  artigo,  não  acarretarão responsabilidade civil ou administrativa. 

        § 3º As pessoas para as quais não exista órgão próprio  fiscalizador ou  regulador  farão as comunicações mencionadas neste artigo ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras  ‐ COAF e na forma por ele estabelecida. 

CAPÍTULO VIII 

Da Responsabilidade Administrativa 

        Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que  deixem  de  cumprir  as  obrigações  previstas  nos  arts.  10  e  11  serão  aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: 

        I ‐ advertência; 

         II  ‐ multa pecuniária variável, de um por cento até o dobro do valor da operação, ou até duzentos  por  cento  do  lucro  obtido  ou  que  presumivelmente  seria  obtido  pela  realização  da operação, ou, ainda, multa de até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais); 

         III  ‐  inabilitação  temporária,  pelo  prazo  de  até  dez  anos,  para  o  exercício  do  cargo  de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º; 

        IV ‐ cassação da autorização para operação ou funcionamento. 

        § 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10. 

        § 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por negligência ou dolo: 

         I – deixarem de  sanar  as  irregularidades objeto de  advertência, no prazo  assinalado pela autoridade competente; 

        II – não realizarem a identificação ou o registro previstos nos incisos I e II do art. 10; 

         III  ‐ deixarem de atender, no prazo, a requisição formulada nos termos do  inciso  III do art. 10; 

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        IV ‐ descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11. 

         §  3º  A  inabilitação  temporária  será  aplicada  quando  forem  verificadas  infrações  graves quanto  ao  cumprimento  das  obrigações  constantes  desta  Lei  ou  quando  ocorrer  reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa. 

         §  4º  A  cassação  da  autorização  será  aplicada  nos  casos  de  reincidência  específica  de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. 

        Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste Capítulo será regulado por decreto, assegurados o contraditório e a ampla defesa. 

CAPÍTULO IX 

Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras 

        Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras  ‐  COAF,  com  a  finalidade  de  disciplinar,  aplicar  penas  administrativas,  receber, examinar  e  identificar  as  ocorrências  suspeitas  de  atividades  ilícitas  previstas  nesta  Lei,  sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades. 

        § 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais  não  exista  órgão  próprio  fiscalizador  ou  regulador,  serão  expedidas  pelo  COAF, competindo‐lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12. 

        § 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores. 

        § 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais bancárias  e  financeiras  de  pessoas  envolvidas  em  atividades  suspeitas.  (Incluído  pela  Lei  nº 10.701, de 9.7.2003)

         Art.  15.  O  COAF  comunicará  às  autoridades  competentes  para  a  instauração  dos procedimentos  cabíveis,  quando  concluir  pela  existência  de  crimes  previstos  nesta  Lei,  de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito. 

        Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação  ilibada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os  integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria‐Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita  Federal, de órgão de  inteligência do Poder  Executivo, do Departamento de Polícia 

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Federal  e  do  Ministério  das  Relações  Exteriores,  atendendo,  nesses  três  últimos  casos,  à indicação dos respectivos Ministros de Estado. 

        Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria‐Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores e da Controladoria‐Geral da União, atendendo, nesses quatro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Redação dada pela Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

        § 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda. 

        § 2º Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.  

         Art.  17. O  COAF  terá  organização  e  funcionamento  definidos  em  estatuto  aprovado  por decreto do Poder Executivo. 

        Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 

        Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República. 

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende 

Luiz Felipe Lampreia Pedro Malan

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APÊNDICE 3: LEI Nº11.975

ÍNTEGRA

 DA  

LEI nº 11.975, 

DE  

8 DE OUTUBRO DE 2008

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LEI Nº 11.795,  DE 8 DE OUTUBRO DE 2008.

Dispõe sobre o Sistema de Consórcio

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 

  CAPÍTULO I DO SISTEMA DE CONSÓRCIOS  Seção I Dos Conceitos Fundamentais    

Art.  1o   O  Sistema  de  Consórcios,  instrumento  de  progresso  social  que  se  destina  a propiciar o acesso ao consumo de bens e serviços, constituído por administradoras de consórcio e grupos de consórcio, será regulado por esta Lei.  

 Art.  2o  Consórcio  é  a  reunião de pessoas naturais  e  jurídicas  em  grupo,  com prazo de 

duração  e  número  de  cotas  previamente  determinados,  promovida  por  administradora  de consórcio, com a finalidade de propiciar a seus integrantes, de forma  isonômica, a aquisição de bens ou serviços, por meio de autofinanciamento.  

 Art.  3o   Grupo  de  consórcio  é  uma  sociedade  não  personificada  constituída  por 

consorciados para os fins estabelecidos no art. 2o.   §  1o   O  grupo  de  consórcio  será  representado  por  sua  administradora,  em  caráter 

irrevogável e irretratável, ativa ou passivamente, em juízo ou fora dele, na defesa dos direitos e interesses coletivamente considerados e para a execução do contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.  

 §  2o   O  interesse  do  grupo  de  consórcio  prevalece  sobre  o  interesse  individual  do 

consorciado.   §  3o   O  grupo  de  consórcio  é  autônomo  em  relação  aos  demais  e  possui  patrimônio 

próprio, que não se confunde com o de outro grupo, nem com o da própria administradora.   

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§  4o   Os  recursos  dos  grupos  geridos  pela  administradora  de  consórcio  serão contabilizados separadamente.  

 Art.  4o   Consorciado  é  a  pessoa  natural  ou  jurídica  que  integra  o  grupo  e  assume  a 

obrigação de contribuir para o cumprimento integral de seus objetivos, observado o disposto no art. 2o.    Seção II Da Administração de Consórcios  

  Art. 5o  A  administradora de  consórcios é  a pessoa  jurídica prestadora de  serviços  com 

objeto social principal voltado à administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma de sociedade limitada ou sociedade anônima, nos termos do art. 7o, inciso I.  

 § 1o  A administradora de consórcio deve figurar no contrato de participação em grupo de 

consórcio, por adesão, na qualidade de gestora dos negócios dos grupos e de mandatária de seus interesses e direitos.  

 § 2o  Os diretores, gerentes, prepostos e sócios com função de gestão na administradora 

de consórcio são depositários, para todos os efeitos, das quantias que a administradora receber dos  consorciados  na  sua  gestão,  até  o  cumprimento  da  obrigação  assumida  no  contrato  de participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  respondendo  pessoal  e  solidariamente, independentemente da verificação de culpa, pelas obrigações perante os consorciados.  

 §  3o   A  administradora  de  consórcio  tem  direito  à  taxa  de  administração,  a  título  de 

remuneração  pela  formação,  organização  e  administração  do  grupo  de  consórcio  até  o encerramento  deste,  conforme  o  art.  32,  bem  como  o  recebimento  de  outros  valores, expressamente  previstos  no  contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão, observados ainda os arts. 28 e 35.  

 § 4o  (VETADO)   § 5o  Os bens e direitos adquiridos pela administradora em nome do grupo de consórcio, 

inclusive os decorrentes de garantia, bem como seus  frutos e rendimentos, não se comunicam com o seu patrimônio, observado que:  

I – não integram o ativo da administradora;  II – não respondem direta ou indiretamente por qualquer obrigação da administradora;  III  –  não  compõem  o  elenco  de  bens  e  direitos  da  administradora,  para  efeito  de 

liquidação judicial ou extrajudicial;  IV – não podem ser dados em garantia de débito da administradora.  

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 §  6o  A  administradora  estará  desobrigada  de  apresentar  certidão  negativa  de  débitos, 

expedida  pelo  Instituto  Nacional  da  Seguridade  Social,  e  Certidão  Negativa  de  Tributos  e Contribuições,  expedida  pela  Secretaria  da Receita  Federal,  relativamente  à  própria  empresa, quando alienar imóvel integrante do patrimônio do grupo de consórcio.  

 § 7o  No caso de o bem recebido ser um imóvel, as restrições enumeradas nos incisos II a 

IV do § 5o deste artigo deverão ser averbadas no registro de imóveis competente.    

Seção III Do Órgão Regulador e Fiscalizador  

  Art. 6o  A normatização, coordenação, supervisão, fiscalização e controle das atividades do 

sistema de consórcios serão realizados pelo Banco Central do Brasil.    Art. 7o  Compete ao Banco Central do Brasil:  I  –  conceder  autorização  para  funcionamento,  transferência  do  controle  societário  e 

reorganização  da  sociedade  e  cancelar  a  autorização  para  funcionar  das  administradoras  de consórcio, segundo abrangência e condições que fixar;  

II – aprovar atos administrativos ou societários das administradoras de consórcio, segundo abrangência e condições que fixar;  

III  –  baixar  normas  disciplinando  as  operações  de  consórcio,  inclusive  no  que  refere  à supervisão prudencial, à contabilização, ao oferecimento de garantias, à aplicação financeira dos recursos  dos  grupos  de  consórcio,  às  condições mínimas  que  devem  constar  do  contrato  de participação em grupo de consórcio, por adesão, à prestação de contas e ao encerramento do grupo de consórcio;   

IV  –  fixar  condições  para  aplicação  das  penalidades  em  face  da  gravidade  da  infração praticada  e  da  culpa  ou  dolo  verificados,  inclusive  no  que  se  refere  à  gradação  das multas previstas nos incisos V e VI do art. 42;  

V –  fiscalizar as operações de  consórcio, as administradoras de  consórcio e os atos dos respectivos administradores e aplicar as sanções;  

VI – estabelecer os procedimentos  relativos  ao processo  administrativo e o  julgamento das  infrações a esta  Lei, às normas  infralegais e aos  termos dos  contratos de participação em grupo de consórcio, por adesão, formalizados;   

VII –  intervir nas administradoras de consórcio e decretar sua  liquidação extrajudicial na forma e condições previstas na legislação especial aplicável às instituições financeiras.  

 Art. 8o  No exercício da  fiscalização prevista no art. 7o, o Banco Central do Brasil poderá 

exigir  das  administradoras  de  consórcio,  bem  como  de  seus  administradores,  a  exibição  a funcionários seus, expressamente credenciados, de documentos, papéis, livros de escrituração e 

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acesso  aos  dados  armazenados  nos  sistemas  eletrônicos,  considerando‐se  a  negativa  de atendimento  como  embaraço  à  fiscalização,  sujeita  às  penalidades  previstas  nesta  Lei,  sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis.  

 Art. 9o  (VETADO)   

CAPÍTULO II DO CONTRATO DE CONSÓRCIO  

 Art. 10.  O contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, é o  instrumento 

plurilateral  de  natureza  associativa  cujo  escopo  é  a  constituição  de  fundo  pecuniário  para  as finalidades previstas no art. 2o. 

  §  1o   O  contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  criará  vínculos 

obrigacionais entre os consorciados, e destes com a administradora, para proporcionar a todos igual condição de acesso ao mercado de consumo de bens ou serviços.   

 § 2o  (VETADO)   § 3o  A proposta de participação é o  instrumento pelo qual o  interessado  formaliza  seu 

pedido  de  participação  no  grupo  de  consórcio,  que  se  converterá  no  contrato,  observada  a disposição constante do § 4o, se aprovada pela administradora.   

 §  4o   O  contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio  aperfeiçoar‐se‐á  na  data  de 

constituição do grupo, observado o art. 16.   §  5o   É  facultada  a  estipulação  de multa  pecuniária  em  virtude  de  descumprimento  de 

obrigação contratual, que a parte que lhe der causa pagará à outra.   §  6o   O  contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  de  consorciado 

contemplado é título executivo extrajudicial.   Art.  11.   O  contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  implicará 

atribuição  de  uma  cota  de  participação  no  grupo,  numericamente  identificada,  nela caracterizada o bem ou serviço. 

 Art. 12.  O contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, poderá ter como 

referência bem móvel, imóvel ou serviço de qualquer natureza.   Parágrafo único.  O contrato de grupo para a aquisição de bem imóvel poderá estabelecer 

a aquisição de imóvel em empreendimento imobiliário.  

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Art. 13.  Os direitos e obrigações decorrentes do contrato de participação em grupo de consórcio,  por  adesão,  poderão  ser  transferidos  a  terceiros,  mediante  prévia  anuência  da administradora.  

 Art. 14.  No  contrato de participação em  grupo de  consórcio, por  adesão, devem estar 

previstas, de forma clara, as garantias que serão exigidas do consorciado para utilizar o crédito.   § 1o  As garantias iniciais em favor do grupo devem recair sobre o bem adquirido por meio 

do consórcio.   §  2o   No  caso  de  consórcio  de  bem  imóvel,  é  facultado  à  administradora  aceitar  em 

garantia  outro  imóvel  de  valor  suficiente  para  assegurar  o  cumprimento  das  obrigações pecuniárias do contemplado em face do grupo.  

 §  3o  Admitem‐se  garantias  reais ou pessoais,  sem  vinculação  ao bem  referenciado, no 

caso de consórcio de serviço de qualquer natureza, ou quando, na data de utilização do crédito, o bem estiver sob produção,  incorporação ou situação análoga definida pelo Banco Central do Brasil. 

 § 4o  A administradora pode exigir garantias complementares proporcionais ao valor das 

prestações vincendas.   §  5o   A  administradora  deve  indenizar  o  grupo  na  ocorrência  de  eventuais  prejuízos 

decorrentes:  I – de aprovação de garantias insuficientes, inclusive no caso de substituição de garantias 

dadas na forma dos §§ 1o, 2o e 3o;  II – de  liberação de garantias enquanto o consorciado não tiver quitado sua participação 

no grupo.   § 6o  Para os fins do disposto neste artigo, o oferecedor de garantia por meio de alienação 

fiduciária  de  imóvel  ficará  responsável  pelo  pagamento  integral  das  obrigações  pecuniárias estabelecidas no contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, inclusive da parte que remanescer após a execução dessa garantia.  

 § 7o  A anotação da alienação  fiduciária de  veículo automotor ofertado em garantia ao 

grupo de consórcio no certificado de registro a que se refere o Código de Trânsito Brasileiro, Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, produz efeitos probatórios contra  terceiros, dispensado qualquer outro registro público.  

 Art. 15.  A participação de um mesmo  consorciado em um grupo de  consórcio, para os 

grupos constituídos a partir da edição desta Lei, fica limitada ao percentual de cotas, a ser fixado pelo Banco Central do Brasil.  

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 § 1o  A administradora de consórcio pode adquirir cotas de grupo de consórcio,  inclusive 

sob sua administração.   § 2o  A administradora de consórcio, em qualquer hipótese, somente poderá concorrer a 

sorteio ou lance após a contemplação de todos os demais consorciados.   § 3o  O disposto nos §§ 1o e 2o aplica‐se, inclusive:  I – aos administradores e pessoas com função de gestão na administradora;  II  –  aos  administradores  e  pessoas  com  função  de  gestão  em  empresas  coligadas, 

controladas ou controladoras da administradora; III – às empresas coligadas, controladas ou controladoras da administradora.   § 4o  O percentual referido no caput aplica‐se cumulativamente às pessoas relacionadas 

nos §§ 1o a 3o.   

CAPÍTULO III DO FUNCIONAMENTO DO GRUPO  Seção I Da Constituição  

  Art.  16.   Considera‐se  constituído  o  grupo  de  consórcio  com  a  realização  da  primeira 

assembléia, que  será designada pela administradora de  consórcio quando houver adesões em número  e  condições  suficientes  para  assegurar  a  viabilidade  econômico‐financeira  do empreendimento. 

 Art.  17.   O  grupo  deve  escolher,  na  primeira  assembléia  geral  ordinária,  até  3  (três) 

consorciados, que o representarão perante a administradora com a finalidade de acompanhar a regularidade de sua gestão, com mandato igual à duração do grupo, facultada a substituição por decisão da maioria dos consorciados em assembléia geral.  

 Parágrafo único.  No exercício de sua função, os representantes terão, a qualquer tempo, 

acesso a  todos os documentos e demonstrativos pertinentes às operações do grupo, podendo solicitar  informações e representar contra a administradora na defesa dos  interesses do grupo, perante o órgão regulador e fiscalizador.  

 Seção II Das Assembléias 

  

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Art. 18.  A assembléia geral ordinária será realizada na periodicidade prevista no contrato de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  e  destina‐se  a  apreciação  de  contas prestadas pela administradora e a realização de contemplações.  

 Art.  19.   A  assembléia  geral  extraordinária  será  convocada  pela  administradora,  por 

iniciativa própria ou por solicitação de 30% (trinta por cento) dos consorciados ativos do grupo, para deliberar sobre quaisquer outros assuntos que não os afetos à assembléia geral ordinária.  

 Art. 20.  A cada cota de consorciado ativo corresponderá um voto nas deliberações das 

assembléias gerais ordinárias e extraordinárias, que serão tomadas por maioria simples. § 1 A representação do ausente pela administradora na assembléia geral ordinária dar-se-á

com a outorga de poderes, desde que prevista no contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.

o

§ 2 A representação de ausentes nas assembléias gerais extraordinárias dar-se-á com a

outorga de poderes específicos, inclusive à administradora, constando obrigatoriamente informações relativas ao dia, hora e local e assuntos a serem deliberados.

o

§ 3 Somente o consorciado ativo não contemplado participará da tomada de decisões em

assembléia geral extraordinária convocada para deliberar sobre: o

I – suspensão ou retirada de produção do bem ou extinção do serviço objeto do contrato; II – extinção do índice de atualização do valor do crédito e das parcelas, indicado no

contrato; III – encerramento antecipado do grupo; IV – assuntos de seus interesses exclusivos.   Art. 21.  Para os fins do disposto nos arts. 19 e 20, é consorciado ativo aquele que mantém 

vínculo obrigacional com o grupo, excetuado o participante  inadimplente não contemplado e o excluído, conforme definição do art. 29.   

 Seção III Das Contemplações  

  Art. 22.  A contemplação é a atribuição ao consorciado do crédito para a aquisição de bem 

ou serviço, bem como para a restituição das parcelas pagas, no caso dos consorciados excluídos, nos termos do art. 30.  

 §  1o   A  contemplação  ocorre  por meio  de  sorteio  ou  de  lance,  na  forma  prevista  no 

contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.   

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§ 2o  Somente concorrerá à contemplação o consorciado ativo, de que trata o art. 21, e os excluídos, para efeito de restituição dos valores pagos, na forma do art. 30. 

 § 3o  O contemplado poderá destinar o crédito para a quitação total de financiamento de 

sua  titularidade,  sujeita  à  prévia  anuência  da  administradora  e  ao  atendimento  de  condições estabelecidas no contrato de consórcio de participação em grupo.  

 Art. 23.  A contemplação está condicionada à existência de recursos suficientes no grupo 

para a aquisição do bem, conjunto de bens ou  serviços em que o grupo esteja  referenciado e para a restituição aos excluídos.   

 Art. 24.  O crédito a que faz jus o consorciado contemplado será o valor equivalente ao do 

bem  ou  serviço  indicado  no  contrato,  vigente  na  data  da  assembléia  geral  ordinária  de contemplação.  

 § 1o  O crédito de que trata este artigo será acrescido dos rendimentos líquidos financeiros 

proporcionais  ao  período  que  ficar  aplicado,  compreendido  entre  a  data  em  que  colocado  à disposição até a sua utilização pelo consorciado contemplado.   

 § 2o  Nos casos em que o objeto do contrato não possa ser perfeitamente identificado, o 

valor  do  crédito  e  a  sua  atualização  deverão  estar  previstos  no  contrato,  sem  prejuízo  do acréscimo dos rendimentos líquidos de que trata o § 1o.  

 §  3o   A  restituição  ao  consorciado  excluído,  calculada  nos  termos  do  art.  30,  será 

considerada crédito parcial.     

Seção IV Dos Recursos do Grupo e das Obrigações Financeiras do Consorciado  

  Art.  25.   Considera‐se  fundo  comum,  para  os  fins  desta  Lei,  os  recursos  do  grupo 

destinados  à  atribuição de  crédito  aos  consorciados  contemplados para  aquisição do bem ou serviço e à restituição aos consorciados excluídos dos respectivos grupos, bem como para outros pagamentos previstos no contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.  

 Parágrafo único.  O fundo comum é constituído pelo montante de recursos representados 

por prestações pagas pelos consorciados para esse fim e por valores correspondentes a multas e juros moratórios destinados ao grupo de consórcio, bem como pelos rendimentos provenientes de sua aplicação financeira.  

 

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Art. 26.  Os recursos dos grupos de consórcio, coletados pela administradora, a qualquer tempo, serão depositados em instituição financeira e devem ser aplicados na forma estabelecida pelo  Banco  Central  do  Brasil,  desde  a  sua  disponibilidade  e  enquanto  não  utilizados  para  as finalidades previstas no contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão.  

 Art. 27.  O  consorciado obriga‐se a pagar prestação  cujo valor  corresponde à  soma das 

importâncias referentes à parcela destinada ao fundo comum do grupo, à taxa de administração e  às  demais  obrigações  pecuniárias  que  forem  estabelecidas  expressamente  no  contrato  de participação em grupo de consórcio, por adesão.  

 §  1o  As obrigações  e os direitos do  consorciado que  tiverem expressão pecuniária  são 

identificados  em  percentual  do  preço  do  bem  ou  serviço  referenciado  no  contrato  de participação em grupo de consórcio, por adesão.  

 §  2o  O  fundo  de  reserva,  se  estabelecido  no  grupo  de  consórcio,  somente  poderá  ser 

utilizado para as  finalidades previstas no  contrato de participação,  inclusive para  restituição a consorciado excluído.  

 § 3o  É facultado estipular no contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão, 

a cobrança de valor a título de antecipação de taxa de administração, destinado ao pagamento de despesas  imediatas  vinculadas  à  venda de  cotas de  grupo de  consórcio e  remuneração de representantes e corretores, devendo ser:  

I – destacado do valor da taxa de administração que compõe a prestação, sendo exigível apenas no ato da assinatura do contrato de participação em grupo de consórcio, por adesão;  

II  –  deduzido  do  valor  total  da  taxa  de  administração  durante  o  prazo  de  duração  do grupo.  

 Art. 28.  O valor da multa e de  juros moratórios a cargo do consorciado, se previstos no 

contrato  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  será  destinado  ao  grupo  e  à administradora,  não  podendo  o  contrato  estipular  para  o  grupo  percentual  inferior  a  50% (cinqüenta por cento).   Seção V Da Exclusão do Grupo    

Art. 29.  (VETADO)   Art. 30.  O consorciado excluído não contemplado terá direito à restituição da importância 

paga  ao  fundo  comum  do  grupo,  cujo  valor  deve  ser  calculado  com  base  no  percentual amortizado  do  valor  do  bem  ou  serviço  vigente  na  data  da  assembléia  de  contemplação, 

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acrescido  dos  rendimentos  da  aplicação  financeira  a  que  estão  sujeitos  os  recursos  dos consorciados enquanto não utilizados pelo participante, na forma do art. 24, § 1o. 

 § 1o  (VETADO)   § 2o  (VETADO)   § 3o  (VETADO)    CAPÍTULO IV DO ENCERRAMENTO DO GRUPO    Art. 31.  Dentro de 60 (sessenta) dias, contados da data da realização da última assembléia 

de contemplação do grupo de consórcio, a administradora deverá comunicar:  I – aos  consorciados que não  tenham utilizado os  respectivos  créditos, que os mesmos 

estão à disposição para recebimento em espécie;   II – (VETADO)  III – (VETADO)   Art. 32.  O encerramento do grupo deve ocorrer no prazo máximo de 120 (cento e vinte) 

dias,  contado  da  data  da  realização  da  última  assembléia  de  contemplação  do  grupo  de consórcio e desde que decorridos, no mínimo, 30 (trinta) dias da comunicação de que trata o art. 31, ocasião em que se deve proceder à definitiva prestação de contas do grupo, discriminando‐se:  

I  –  as  disponibilidades  remanescentes  dos  respectivos  consorciados  e  participantes excluídos;  

II – os valores pendentes de recebimento, objeto de cobrança judicial.   § 1o  Os  valores pendentes de  recebimento, uma  vez  recuperados, devem  ser  rateados 

proporcionalmente  entre  os  beneficiários,  devendo  a  administradora,  até  120  (cento  e  vinte) dias após o seu recebimento, comunicar‐lhes que os respectivos saldos estão à disposição para devolução em espécie.  

 § 2o  Prescreverá em 5 (cinco) anos a pretensão do consorciado ou do excluído contra o 

grupo ou a administradora, e destes contra aqueles, a contar da data referida no caput.    

CAPÍTULO V DOS RECURSOS NÃO PROCURADOS  

 

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 CAPÍTULO VI DA ADMINISTRAÇÃO ESPECIAL E LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL  

  Art.  39.   A  administração  especial  e  a  liquidação  extrajudicial  de  administradora  de 

consórcio são regidas pela Lei no 6.024, de 13 de março de 1974, pelo Decreto‐Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987, pela Lei no 9.447, de 14 de março de 1997, e por legislação superveniente aplicável às instituições financeiras, observado o disposto nesta Lei.  

 Art. 40.  A decretação da administração especial temporária ou da liquidação extrajudicial 

da administradora de consórcio não prejudicará a continuidade das operações dos grupos por ela administrados,  devendo  o  conselho  diretor  ou  o  liquidante  dar  prioridade  ao  funcionamento regular dos grupos.  

 § 1 No caso de administração especial, o conselho diretor poderá convocar assembléia

geral extraordinária para propor ao grupo as medidas que atendam a seus interesses, inclusive a de transferir sua administração.

o

 § 2o  No caso de  liquidação extrajudicial, o  liquidante, de posse do relatório da situação 

financeira  de  cada  grupo,  publicará  edital,  em  que  constarão  os  requisitos  necessários  à habilitação de administradoras de consórcio interessadas na administração dos grupos.  

 §  3o   Expirado  o  prazo  para  a  habilitação,  o  liquidante  convocará  assembléia  geral 

extraordinária do grupo, a fim de deliberar sobre as propostas recebidas.   §  4o   Os  recursos  pertencentes  aos  grupos  de  consórcio,  administrados  por  empresa 

submetida aos  regimes especial  temporário ou de  liquidação extrajudicial,  serão obrigatória e exclusivamente  destinados  ao  atendimento  dos  objetivos  dos  contratos  de  participação  em grupo de consórcio, por adesão.  

  

CAPÍTULO VII DAS PENALIDADES   

Art. 41.  (VETADO)   Art. 42.  As  infrações aos dispositivos desta  Lei, às normas  infralegais e aos  termos dos 

contratos  de  participação  em  grupo  de  consórcio,  por  adesão,  formalizados  sujeitam  as administradoras  de  consórcio,  bem  como  seus  administradores  às  seguintes  sanções,  no  que couber, sem prejuízo de outras medidas e sanções cabíveis:  

I – advertência;  

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II – suspensão do exercício do cargo;  III – inabilitação por prazo determinado para o exercício de cargos de administração e de 

conselheiro fiscal em administradora de consórcio ou instituição financeira e demais autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil;  

IV – regime especial de fiscalização;  V – multa de até 100% (cem por cento) das importâncias recebidas ou a receber, previstas 

nos  contratos  a  título  de  despesa  ou  taxa  de  administração,  elevada  ao  dobro  em  caso  de reincidência;  

VI  – multa  de  até R$  500.000,00  (quinhentos mil  reais),  elevada  ao  dobro  em  caso  de reincidência;  

VII –  suspensão cautelar  imediata de  realizar novas operações,  se configurado  riscos ao público consumidor, durante o prazo de até 2 (dois) anos;  

VIII – cassação de autorização para  funcionamento ou para administração de grupos de consórcio.  

 Parágrafo  único.   Considera‐se  reincidência  a  prática  de  nova  infração  de  um mesmo 

dispositivo  legal  ou  regulamentar,  dentro  de  5  (cinco)  anos  em  que  houver  sido  julgada procedente a primeira decisão administrativa referente à infração anterior.  

 Art. 43.  A aplicação das penalidades previstas nesta Lei, separada  ou cumulativamente, 

não exclui a responsabilidade e as sanções de natureza civil e penal, nos termos das respectivas legislações.  

 Art.  44.   As multas  previstas  no  art.  42,  incisos  V  e  VI,  aplicadas  à  administradora  de 

consórcio e aos seus administradores, serão graduadas em função da gravidade da violação.     CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS    

Art. 45.  O registro e a averbação referentes à aquisição de imóvel por meio do Sistema de Consórcios serão considerados, para efeito de cálculo de taxas, emolumentos e custas, como um único ato.  

 Parágrafo  único.   O  contrato  de  compra  e  venda  de  imóvel  por meio  do  Sistema  de 

Consórcios poderá ser celebrado por instrumento particular.   Art.  46.   Ficam  convalidadas  as  autorizações  para  administrar  grupos  de  consórcio 

concedidas até a data da publicação desta Lei às administradoras e às associações e entidades sem fins lucrativos. 

 

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Art. 47.  (VETADO)   Art. 48.  Revogam‐se os incisos I e V do art. 7o da Lei no 5.768, de 20 de dezembro de 1971, 

os incisos I e V do art. 31 do Decreto no 70.951, de 9 de agosto de 1972, o Decreto no 97.384, de 22 de dezembro de 1988, o art. 10 da Lei no 7.691, de 15 de dezembro de 1988, e o art. 33 da Lei no 8.177, de 1o de março de 1991.  

 Art.  49.   Esta  Lei  entra  em  vigor  após  decorridos  120  (cento  e  vinte)  dias  de  sua 

publicação.  

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 

Tarso Genro 

Guido Mantega 

Carlos Lupi 

Miguel Jorge 

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APÊNDICE 4: CARTA CIRCULAR N° 3.430

ÍNTEGRA 

DA 

CARTA‐CIRCULAR BC N° 3.430, 

DE 

11 DE FEVEREIRO DE 2010 

 

Esclarece  aspectos  relacionados  à prevenção  e  combate  às  atividades relacionadas com os crimes previstos na  Lei  nº  9.613,  de  3  de  março  de 1998,  tratados  na  Circular  nº  3.461, de 24 de julho de 2009.

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CARTA‐CIRCULAR BC 3.430, 

de 11 de fevereiro de 2010 

Esclarece  aspectos  relacionados  à  prevenção  e combate  às  atividades  relacionadas  com  os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, tratados na Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009. 

Para  fins  do  disposto  no  §  3º  do  art.  1º  da  Circular  nº  3.461,  de  24  de  julho  de  2009,  são exemplos  de  serviços  ou  operações  financeiras  que  acarretam  o  enquadramento  do  cliente como permanente: 

 

I ‐ manutenção de conta de depósitos ou de aplicação financeira; 

 

II ‐ operação de crédito em geral; 

 

III ‐ aquisição de cotas de consórcio; 

 

IV ‐ operação de arrendamento mercantil; 

 

V ‐ aluguel de cofre; 

 

VI ‐ custódia de valores; e 

 

VII ‐ titularidade de cartão, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito. 

 

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2.  Para  fins  do  disposto  no  §  3º  do  art.  1º  da Circular  nº  3.461,  de  2009,  são  exemplos  de serviços  ou  operações  financeiras  que  podem  acarretar  o  enquadramento  de  clientes  como eventuais: 

 

I ‐ operação de saque ou de depósito em conta de terceiros; 

 

II ‐ pagamento de bloquetos de cobrança, de títulos, de convênios ou assemelhados; 

 

III  ‐  pagamento  de  salários,  proventos,  soldos,  vencimentos,  aposentadorias,  pensões  e similares na forma da Resolução nº 3.402, de 6 de setembro de 2006; e 

 

IV  ‐ co‐titularidade de cartão,  incluídos os portadores ou os dependentes, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito. 

 

3.  Para  os  exemplos  citados  no  parágrafo  2,  o  cliente  só  pode  ser  considerado  eventual  na medida em que suas operações apresentem baixo risco de utilização para lavagem de dinheiro ou para financiamento ao terrorismo, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização e os instrumentos utilizados ou o fundamento econômico ou legal. 

 

4. A declaração de propósitos citada no inciso III do art. 2º da Circular nº 3.461, de 2009, deve expressar o entendimento do cliente quanto aos propósitos e à natureza da relação de negócio com a instituição. 

 

5.  Para  fins  de  cumprimento  do  §  2º  do  art.  2º  da  Circular  nº  3.461,  de  2009,  devem  ser reunidas  informações  que  permitam  conhecer  a  estrutura  de  propriedade  e  controle, identificando a cadeia de controle societário até a(s) pessoa(s) natural(is) que detém(êm), em última  instância,  o  controle  sobre  a  pessoa  jurídica  cliente.  Conhecida  a  estrutura  de propriedade  e  controle,  devem  ser  coletadas  e mantidas  atualizadas  informações  cadastrais 

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daquelas pessoas que detêm poder para induzir, influenciar, utilizar ou se beneficiar da pessoa jurídica cliente para práticas de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. 

 

6. Os testes citados no § 5º do art. 2º da Circular nº 3.461, de 2009, devem ser definidos pela própria instituição, de acordo com o perfil das operações, a diversidade de sua base de clientes, a localização geográfica e outras variáveis relacionadas ao risco de utilização da instituição para fins  de  lavagem  de  dinheiro  ou  de  financiamento  ao  terrorismo.  Os  resultados  dos  testes devem  ser  utilizados  para  direcionar  o  processo  de  atualização  cadastral  e  de melhoria  da adequação dos dados cadastrais dos clientes da instituição. 

 

7.  Para  fins  do  disposto  no  §  1º  do  art.  4º  da Circular  nº  3.461,  de  2009,  são  exemplos  de situações que caracterizam relacionamento próximo e acarretam o enquadramento de cliente permanente como pessoa politicamente exposta: 

 

I ‐ constituição de pessoa politicamente exposta como procurador ou preposto; 

 

II  ‐ controle, direto ou  indireto, por pessoa politicamente exposta, no caso de cliente pessoa jurídica; e 

 

III  ‐ movimentação habitual de  recursos  financeiros de ou para pessoa politicamente exposta cliente da  instituição, não  justificada por eventos econômicos, como a aquisição de bens ou a prestação de serviços. 

 

8. Os  registros de que  trata o art. 6º da Circular nº 3.461, de 2009,  incluem as  informações cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º, devendo ser observado o prazo de 5 (cinco) anos para a manutenção dessas informações, conforme o inciso II do art. 11 da mesma circular. 

 

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9. Não se aplica às administradoras de consórcio a restrição estabelecida no § 1º do art. 18 da Circular  nº  3.461,  de  2009,  relativa  à  administração  de  recursos  de  terceiros  por  parte  do diretor indicado ao Banco Central do Brasil. 

 

10. O diretor indicado na forma prevista no art. 18 da Circular nº 3.461, de 2009, é responsável, junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), pela manutenção do cadastro de pessoas autorizadas pela própria instituição a utilizar o Siscoaf, em todos os níveis de acesso, observado que qualquer alteração deve ser comunicada imediatamente ao COAF. 

11. Esta carta‐circular entra em vigor na data de sua publicação. 

 Brasília, 11 de fevereiro de 2010. 

 Departamento  de  Prevenção  a  Ilícitos Financeiros  e  de  Atendimento  de Demandas  de  Informações  do  Sistema Financeiro 

Ricardo Liáo Chefe 

 Departamento  de  Normas  do  Sistema Financeiro 

Anselmo Pereira Araújo Netto  Chefe, substituto 

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APÊNDICE 5: CARTA-CIRCULAR BC N° 3.409

ÍNTEGRA 

DA 

CARTA‐CIRCULAR BC N° 3.409;

DE 

12 DE AGOSTO DE 2009

Divulga  instruções  para  as  comunicações previstas  nos  artigos  12  e  13  da  Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009

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CARTA‐CIRCULAR BC nº 3.409, 

de 12 de agosto de 2009 

 

Divulga instruções para as comunicações previstas nos artigos 12 e 13 da Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009. 

 

Tendo em vista o disposto no  inciso  I do art. 19 da Circular nº 3.461, de 24 de  julho de 2009, informamos  que  as  comunicações  previstas  nos  arts.  12  e  13  da  referida  circular  devem  ser efetuadas por meio da transação PCAF500, do Sistema de Informações Banco Central (Sisbacen), com observância das  instruções divulgadas pela Carta‐Circular nº 3.151, de 1º de dezembro de 2004, cujos dispositivos ficam alterados da seguinte forma: 

 

I  ‐  as  referências  à  Carta‐Circular  nº  3.098,  de  11  de  junho  de  2003,  passam  a  tratar  das comunicações estabelecidas no art. 12 da Circular nº 3.461, de 2009; 

 

II  ‐  as  referências  à  Circular  nº  2.852,  de  3  de  dezembro  de  1998,  passam  a  tratar  das comunicações estabelecidas no art. 13 da Circular nº 3.461, de 2009. 

 

2. As ocorrências de emissão ou  recarga de valores em um ou mais cartões pré‐pagos de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, da Circular nº 3.461, de 2009, devem ser comunicadas por meio da opção 21 da transação PCAF500, observado que: 

 

I ‐ as operações de emissão de cartões pré‐pagos devem ser informadas sob o código 81; 

 

II ‐ as operações de recarga de cartões pré‐pagos devem ser informadas sob o código 82. 

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3. A partir de 14 de setembro de 2009, as comunicações previstas nos arts. 12 e 13 da Circular nº 3.461,  de  2009,  serão  efetuadas   por meio  do  Sistema  de Controle de Atividades  Financeiras (Siscoaf), quando a transação PCAF500 será descontinuada. 

 

4. Desse modo, o diretor  responsável  indicado em  conformidade  com o art. 18 da Circular nº 3.461,  de  2009,  deve  adotar,  com  a  máxima  urgência,  as  medidas  necessárias  para  o cadastramento de que trata a Carta‐Circular nº 3.405, de 8 de julho de 2009. 

 

5. Fica revogada a Carta‐Circular nº 3.098, de 2003. 

 

6. Esta  Carta‐Circular entra em vigor na data de sua publicação. 

Departamento  de  Prevenção  a Ilícitos Financeiros de Atendimento de  Demandas  de  Informações  do Sistema Financeiro 

 

Ricardo Liáo 

Chefe 

 

Departamento  de  Tecnologia  da Informação 

 

José Antônio Eirado Neto 

Chefe 

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APÊNDICE 6: COMO IMPLANTAR

COMO IMPLANTAR  

CIRCULAR Nº 3.461, 

DE 24 DE JULHO DE 2009  

SOBRE

CONTROLES INTERNOS 

LAVAGEM DE DINHEIRO 

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Siga os passos seguintes: 1) Designe um pequeno grupo de trabalho, que deve ter: a) um representante da Direção;   b) um representante da Auditoria Interna, quando existente;   c) um representante de “Compliance” ou Controles Internos;   d) um representante de TI (ou sistemas, ou informática)  2) Escolha um Coordenador do Grupo;  3) O grupo deverá seguir o seguinte roteiro:     a) ter ciência (ler, estudar) das legislações básicas:  

• Lei nº 9.613, de 03.03.1998 sobre “crimes de lavagem”; • Circular  BC  nº  3.078,  de  14.01.2002  sobre  “sistema  de  controles  internos  em 

Administradoras de Consórcios”; • Circular BC nº 3.461, de 24.07.2009.

b)  O  grupo  deverá  inicialmente  verificar  qual  a  situação  real  da  Administradora  de Consórcio em  relação às exigências da  legislação, criando uma Lista de pontos ou e controles pedidos e INEXISTENTES e controles pedidos e considerados “FRACOS”;  4) Essa lista será o ponto de partida para as melhorias necessárias;   5)  Nessas  verificações  a  atenção  deverá  se  concentrar  em  instruções  FORMAIS,  ou  seja,  em documentos escritos ou digitalizados, manuais, instruções, procedimentos.   6) Especial atenção deverá ser dada aos registros eletrônicos e documentos arquivados, quer em papel, quer eletronicamente.  7) A partir da Lista de pontos ou e controles pedidos será necessário estabelecer prioridades, ou seja, por onde começar; o ponto de partida deverá ser pelos itens mais críticos;   8) estabelecidas a Lista e as prioridades, o grupo deverá, sempre em discussão conjunta, criar a relação de tarefas a serem desempenhadas para implantar e ou corrigir as orientações existentes sobre a Lei e a Circular; se não existirem, será preciso criá‐las. Sugerimos formatos de manuais impressos ou se possível eletrônicos, acessíveis por terminais dos usuários.  

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9) A  relação de  tarefas deverá  ter  colunas para os  responsáveis pelas diferentes  tarefas  e os prazos de cada uma para estarem executadas.   10)  Essa  relação,  ao  ser  terminada,  deve  ser  aprovada  pela  Direção  e  será  o  documento  de acompanhamento  da  implantação  e  ou  correções,  estando  portanto  disponível  para  a fiscalização do Banco Central se solicitada.  11)  A  Direção  deverá  acompanhar  periodicamente  o  andamento  do  projeto,  efetuando  as alterações de rumo quando e se necessárias.  12)  A  Direção  deverá  providenciar  um  documento  que  registre  o  trabalho  efetuado,  seus participantes,  as  tarefas  executadas,  os  pontos melhorados, mantendo  esse  documento  para exame da fiscalização pelo prazo da lei. 

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APÊNDICE 7: METODOLOGIAS DE CONTROLES INTERNOS

METODOLOGIAS PARA 

IMPLANTAR  

OU REVISAR 

SISTEMAS DE 

CONTROLES INTERNOS  

EM  

ADMINISTRADORAS  

DE  

CONSÓRCIOS 

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A EFC desde 1998 desenvolve metodologias para  implantar sistemas de controles  internos em quaisquer tipos de organizações, visto que os princípios são sempre os mesmos.  Essas  metodologias  tanto  servem  para  uma  nova  implantação,  como  para  uma  revisão  de sistemas de controles internos existentes.  O nível de detalhamento  deve ser proporcional ao tamanho da Administradora e dos riscos que sua Direção visualiza: maiores empresas, sistemas mais elaborados e vice‐versa; maiores riscos, maior detalhamento dos controles e vice‐versa.  A figura abaixo ilustra as seis metodologias que a EFC desenvolveu:  

SEIS CRITÉRIOS DE MONTAGEM DE

CONTROLESINTERNOS

CORRELATOS

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

PRODUTOS E

FLUXOS

CONTROLESPOR

EXCEÇÃO

PARÂMETROSDE

DESEMPENHO

SELFASSESSEMENT

RELATÓRIOSGERENCIAIS

DEFINIR RESPONSABILIDADES DOSCARGOS; RISCOSQUE PODEMINCORRER;AÇÕES BÁSICASE PONTOS DECONTROLE PARAREDUZIR OS RISCOS

DEFINIR ASSEQUENCIAS DE

ATIVIDADES LIGADAS A UM

PRODUTOE SEUS PONTOSDE CONTROLE

DEFINIR OSPARÂMETROS DE

CONTROLE EXTERNOS E

INTERNOS QUE IRÃO MEDIR O DESEMPENHO

DEFINIR ASEXCEÇÕES QUEPRECISAM SER

TRATADASCOMO PONTOSDE CONTROLE

CADA SUBORDINADO FAZ

SUA PRÓPRIA APRECIAÇÃO

DE SEUS CONTROLES

E DOS PONTOSQUE DEVERÃO SER

MELHORADOS

O CONJUNTO DOS RELATÓRIOS GERENCIAIS

EXISTENTES É REVISTO DE MODO

CONSISTENTEEM RELAÇÃO

AOS CONTROLESNECESSARIOS

FACE AOS RISCOS RELEVANTES

   Damos a seguir uma breve explicação de cada uma delas:   

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1)  Departamentalização:  baseia‐se  no  método  denominado  universalmente  COSO;  esse termo  se  originou  nos  Estados  Unidos,  quando  uma  série  de  empresas  foram  “apanhadas” fraudando o  fisco  americano,  após o evento da  renúncia do Presidente Nixon.   Os  senadores resolveram criar um grupo de  trabalho para  investigar as razões de demonstrações  financeiras fraudulentas, que acobertavam operações de “caixa dois”. Essas investigações acabaram criando normas  rígidas  para  que  os  sistemas  internos  de  controle  das  empresas  fosse  melhor monitorado.  A essência desse método é definir para cada cargo da empresa as principais atividades e em cada uma os riscos que elas incidem, bem como os métodos de evitar e remediar esses riscos.   Na implantação do COSO, se preparam tabelas que, depois de aprovadas, servem de guia para a auditoria do sistema de controles, quer por pessoas da instituição, quer por auditores externos.   Como se  implanta esse método da Departamentalização? Siga os passos seguintes, construindo uma tabela com os diferentes elementos abaixo:  

a) Desenhe ou obtenha o organograma da empresa, o mais detalhado possível;  b)  Para  os  cargos mais  relevantes,  a  começar  pelo  topo,  faça  descrições  sucintas  dos principais deveres de cada um;  c)  Imagine que um dever  (ou atividade  relevante)  tenha  falhado; descreva as principais falhas e em cada uma como  quais danos podem ocorrer;  d) para cada dano potencial, detalhe quais as providências preventivas/curativas podem ou devem ser tomadas.    

 Existem manuais do COSO e softwares que orientam essa elaboração. Exemplo:   

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SE INFORME..COSO: Automação com Software (exemplos)SGIR – CLARIFY (Brasil)

   2)  Produtos  e  fluxos:  essa  segunda  metodologia  acompanha  as  sequência  (fluxos operacionais)  de  cada  produto  do  consórcio,  seguindo  os  documentos  gerados,  seus preenchimentos, seus encaminhamentos, as ações de cada área ou departamento. Hoje existem softwares muito simples de serem aplicados, que podem acompanhar o fluxo real de atividades, documentá‐los e inserir pontos de controle.  Esse método se baseia em verificar a realidade dos processos e então, observando‐os, imaginar SIMPLIFICAÇÕES,  que  combinam  ou  mesmo  eliminam  operações  desnecessárias.  Isso  inclui eliminar e ou simplificar documentos, arquivos, atividades.  Ou seja, ao mesmo tempo que se cria um poderoso sistema de controles de processos, se está racionalizando o fluxo de informações.  Enquanto o método da departamentalização pode ser entendido como uma foto da estrutura, o método de seguir produtos ou fluxos corresponde a uma verdadeira “filmagem” das atividades. Ao “filmar”, criam‐se pontos de controle nas áreas críticas dos processos.  Modernamente, existem softwares que mapeiam os processos, quer para documentá‐los, quer para inserir pontos de controles. Por exemplo o BIZAGI: 

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SE INFORME..FLUXOS: Software auxiliar adquirido (exemplo)VAMOS ASSITIR UM TOUR?

http://www.bizagi.com/esp/tours/qtour%2Dba/

  

3) Controles por exceção: esse método é complementar aos demais e  tem grande utilidade, pois separa o que não pode ser feito, através de perguntas e respostas; na entrada de um novo participante  de  um  grupo  do  consórcio,  pode‐se  desenvolver  eletronicamente  um  formulário que, pelas respostas, aprove ou elimine automaticamente o participante.    4) Parâmetros de desempenho: a idéia desta metodologia é gerar indicadores que meçam o  desempenho  quer  financeiro,  quer  operacional  de  toda  a  empresa;  quando  o  sistema  de informática  é  bem  feito  e  o  pessoal  de  desenho  de  sistemas  é  bom  e  acessível,  pode‐se automatizar  tais  parâmetros  de  desempenho,  criando  assim  um  poderoso  instrumento  de controles internos para o gerenciamento do Consórcio.  5) Self Assessement: essa metodologia  foi desenvolvida nos Estados Unidos pelas grandes consultorias empresariais há anos e se baseia em grupos de  trabalho que discutem entre seus participantes os pontos mais críticos e riscos, determinando assim modos de controlá‐los. “Self Assessement” significa auto avaliação.  6) Relatórios Gerenciais: Essa metodologia parte do princípio que  toda empresa  já possui alguns  sistemas  de  controle,  materializados  por  relatórios  escritos,  planilhas,  pareceres periódicos  etc.  Essa metodologia  nada mais  é  do  que  a  junção  de  todo  esse material  e    a produção de uma síntese periódica. Simples e funcional.  Esses métodos podem ser, se for o caso, automatizados e combinados em quaisquer números, conforme o tamanho da Administradora e os riscos envolvidos.  Evidentemente quando se fala em riscos há que pensar nos riscos da lavagem de dinheiro, objeto deste manual.