manual prático de polícia judiciária

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1 Secretaria de Estado de Segurança POLÍCIA CIVIL DO ESTADO RIO JANEIRO ATO DO CHEFE DA POLÍCIA PORTARIA PCERJ Nº 703 DE 11 DE MARÇO DE 2015 APROVA O MANUAL PRÁTICO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA - FORMALIZAÇÃO DOS ATOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA - FAPJ. O CHEFE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no uso de suas atribuições legais, e considerando a imprescindibilidade de promover o resgate da prática cartorária nas Unidades de Polícia Judiciária, de modo a garantir a adequada formalização da investigação policial, RESOLVE: Art. 1º- Fica aprovado o Manual Prático de Polícia Judiciária - Formalização dos Atos de Polícia Judiciária - FAPJ, o qual acompanha a presente Portaria. Art. 2º- Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Rio de Janeiro,11 de março de 2015 FERNANDO DA SILVA VELOSO Chefe da Polícia Civil

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Manual de Rotinas da Polícia Judiciária do Estado do Rio de Janeiro

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Secretaria de Estado de Segurança

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO RIO JANEIRO

ATO DO CHEFE DA POLÍCIA

PORTARIA PCERJ Nº 703 DE 11 DE MARÇO DE 2015

APROVA O MANUAL PRÁTICO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA - FORMALIZAÇÃO

DOS ATOS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA - FAPJ.

O CHEFE DA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no uso de suas atribuições

legais, e considerando a imprescindibilidade de promover o resgate da prática cartorária nas

Unidades de Polícia Judiciária, de modo a garantir a adequada formalização da investigação

policial,

RESOLVE:

Art. 1º- Fica aprovado o Manual Prático de Polícia Judiciária - Formalização dos Atos de

Polícia Judiciária - FAPJ, o qual acompanha a presente Portaria.

Art. 2º- Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições

em contrário.

Rio de Janeiro,11 de março de 2015

FERNANDO DA SILVA VELOSO

Chefe da Polícia Civil

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ANEXO

MANUAL PRÁTICO DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

FINALIDADE DO MANUAL

O presente manual consolida conceitos e peças essenciais à uniformidade dos atos e

procedimentos executados no âmbito do Sistema de Controle Operacional (SCO) do Programa

Delegacia Legal.

Por tal razão constitui-se em valiosa fonte de consulta, atualização e apoio não somente ao

desempenho das atividades cartoriais da Polícia Judiciária, mas também àquelas ligadas ao

ensino e instrução de alunos da Academia Estadual de Polícia Sylvio Terra.

Ao harmonizar conceitos, requisitos e formas o manual permite uma compreensão mais

homogênea do trabalho de Polícia Judiciária, evitando interpretações díspares.

Ao padronizar suas peças a Polícia Judiciária lhes confere maior confiabilidade, facilitando sua

auditagem e melhor resguardando os direitos do cidadão.

Representa, portanto, o presente Manual mais um progresso no permanente esforço de

qualificação da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

1. INTRODUÇÃO

Este manual é resultado de processo de pesquisa minucioso das normas internas da Polícia

Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) destina-se, inicialmente, aos alunos dos Cursos de

Formação Profissional da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, mas servirá como guia útil

de extrema valia para o desempenho das funções dos policiais mais experientes.

O Manual Prático de Polícia Judiciária - Formalização dos Atos de Polícia

Judiciária abordará, enfaticamente, os atos executados nas UPAJ inseridas no Programa

Delegacia Legal, por meio do Sistema de Controle Operacional - SCO.

Trata-se de um trabalho que resgata a importância dos atos de polícia judiciária, exclusivos da

Polícia Civil, que servirá de conteúdo para os cursos de formação, de auxílio para a prática

policial e de apoio para a docência do tema.

Percebe-se, ao longo do manual, que a PCERJ modernizou-se, adequou-se às normativas

internacionais e, sobretudo, comprometeu-se com as práticas que respeitam a dignidade da

pessoa humana, resgatando a cidadania de todo aquele que a ela recorre, por meio da

prestação de serviço de qualidade, com convergência no ser humano.

2. PROCESSO DE MODERNIZAÇÃO

Nesses mais de 200 anos de existência, a Polícia Civil passou por inúmeras transformações,

objetivando melhorar a prestação de serviço à sociedade e as condições de trabalho para seus

integrantes.

O Decreto Estadual nº 25.599, de 22 de setembro de 1999 “Altera o Decreto nº 23.001, de 18

de março de 1997, o Anexo II do Decreto nº 25.162, de 01 de janeiro de 1999, modificado pelo

Decreto nº 25.205, de 05 de março de 1999, cria na Estrutura da Secretaria de Estado de

Segurança Pública o Grupo Executivo do Programa "Delegacia Legal" e dá outras

providências” foi um marco na história da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro que atingiu,

não só o projeto arquitetônico das delegacias, como também os processos de trabalho.

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O Programa Delegacia Legal padronizou a rotina policial, por meio da informatização. Todo o

trabalho policial que antes era realizado, por meio de formulários impressos, digitados ou

datilografados passou a ser realizado e gerenciado no Sistema de Controle Operacional -SCO,

nas novas Delegacias Legais. Torna-se, portanto, imprescindível que o policial, ao utilizar o

SCO, insira os dados no sistema, com o maior esmero possível, pois o mesmo armazena e

importa dados de qualificações de partes, objetos apreendidos, dinâmicas do RO, ocorrências

para outros programas, que servem como importantes ferramentas de pesquisas e estatísticas,

como o ROweb, SICWEB, SCAF etc. ou mesmo podem gerar consequências legais como

anotações em FAC, PAC etc.

Outra mudança importante, trazida pelo Programa, foi a reestruturação organizativa e

operacional das Unidades de Polícia Judiciária, constantes nas Resoluções SSP nº 317, de 03

de fevereiro de 2000, “Dispõe sobre a Estrutura Organizativa e Operacional das Unidades de

Polícia Judiciária da Polícia Civil inseridas no Programa Delegacia Legal” e SSP nº 583, de 03

de dezembro de 2001, que alterou a resolução anterior, que tratam da criação do Grupo de

Investigação (GI), do Grupo de Investigação Complementar (GIC), da Seção de Suporte

Operacional (SESOP), da Seção de Inteligência Policial (SIP) e da função de Agente de

Pessoal (AP). A estrutura da Delegacia não inserida no Programa Delegacia Legal continuou

consolidada na Resolução SEPC nº 376, de 25 de junho de 1980, “Dispõe sobre a estrutura

organizativa e operacional das Delegacias Policiais do DGPC, a competência dos órgãos

internos, e dá outras providências” alterada pelas Resoluções SEPC nº 328/89 “Altera a

estrutura organizativa e operacional das Delegacias Policiais estabelecida na Resolução SSP

376, de 25 de junho de 1980, e dá outras providências.” e 058/95 “Altera a Resolução SEPC nº

328, de 30.11.89, e dá outras providências”.

Antes da reestruturação proposta pelo Programa Delegacia Legal, apenas alguns setores

participavam da atividade-fim da Polícia Civil, isto é, atuavam diretamente no procedimento

policial. Mas, com a nova estrutura, todos os setores - GI, GIC, SESOP e SIP - passam a ter

atribuições de execução, podendo funcionar dentro de um procedimento policial, bem como

realizar a documentação de um ato; a exceção é o agente de pessoal, que tem função,

meramente, administrativa. Portanto, com as inovações do Programa Delegacia Legal todos os

policiais deverão estar aptos não apenas ao trabalho de investigação de rua, mas também para

a documentação dessa investigação na formação do procedimento policial, sendo eclético e

polivalente.

3. ATRIBUIÇÕES E FUNÇÕES DO POLICIAL CIVIL PARA A FORMALIZAÇÃO DOS ATOS

DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

As atribuições genéricas, relacionadas a cada cargo, descritas na Lei Estadual nº 3.586/2001

“Dispõe sobre a reestruturação do Quadro Permanente da Polícia Civil do Estado do Rio de

Janeiro e dá outras providências”- ANEXO V - CARGOS DO QUADRO PERMANENTE DA

POLÍCIA CIVIL - ATRIBUIÇÕES GENÉRICAS, não foram consideradas, de forma literal, no

Programa Delegacia Legal, estando as mesmas designadas ao policial civil em razão do setor

ao qual o servidor estiver vinculado, na delegacia. Tal consideração, como já foi dito, não

exime o servidor policial da prática de formalização de atos, isto é, da documentação a ser

realizada, durante a investigação policial. Logo, na prática, deverá o Investigador de Polícia

lotado na SIP elaborar uma peça de Informação sobre Investigação para consignar as

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informações relevantes referentes às fotos feitas pelo mesmo do local de um crime, por

exemplo. Outro exemplo prático ocorrerá na entrega do Mandado de Intimação Policial, por

parte do Inspetor de Polícia de serviço no GIC, quando este consignará no documento, o

recebimento do intimado. Assim como é da atribuição do Oficial de Cartório de serviço no GI

lavrar o Auto de Apreensão de um bem que fora apreendido, o qual necessita ser encaminhado

à perícia.

Assim, a partir da implementação do Programa Delegacia Legal, será inevitável ao servidor

policial se inteirar com os aspectos intrínsecos da Formalização dos Atos de Polícia

Judiciária , pois todos os cargos, independentemente, de suas respectivas funções praticam

tais atos nas seções em que prestam serviço, na unidade policial.

Ressalta-se, que as funções de cada cargo são compatíveis às atribuídas na nova estrutura de

seções criadas pelo Programa Delegacia Legal, conforme se pode observar na Resolução

nº 317/2000, que “Dispõe sobre a Estrutura Organizativa e Operacional das Unidades de

Polícia Judiciária da Polícia Civil inseridas no Programa Delegacia Legal.” alterada pela

Resolução nº 583/2002 que “Altera o Anexo Único da Resolução SSP nº 317, de 03 de

fevereiro de 2000.”

Por este motivo, faz-se necessário que o policial civil, independentemente, do cargo que ocupe

se familiarize com o exercício de Formalização dos Atos de Polícia Judiciária, seus

documentos e suas peculiaridades.

Por último, cumpre advertir que existem peças reservadas, exclusivamente, à autoridade

policial. Assim, não poderá o policial civil elaborar relatório de inquérito, despachos ou

representação de prisão, por exemplo, sob pena de sua responsabilização administrativa, civil

e penal. Vedação essa ratificada no artigo 29 da Resolução SEPC nº 605/93 a qual “Aprova o

manual de procedimentos de polícia judiciária: É vedado ao Escrivão da Polícia a prática de

qualquer ato privativo da Autoridade Policial”.

4. ATOS GERAIS DE POLÍCIA JUDICIÁRIA

Neste capítulo, serão demonstrados os atos gerais de polícia judiciária praticados na rotina

policial e sua materialização, com a elaboração da respectiva peça procedimental. Alguns dos

atos ou das peças referentes a procedimentos específicos, tais como ocorrências que

envolvam infrações penais previstas na forma da Lei Maria da Penha, abrangidas pela Lei

nº 9.099/95 e nos casos de prisão em flagrante serão abordados quando for tratado o tema, de

forma independente. Alguns atos apenas denotam algum tipo de movimentação física dos

autos de um procedimento, sejam estes de caráter policial ou administrativo (recebimento,

conclusão, etc.). Outros são providências a serem tomadas no decorrer da investigação

policial, caracterizam uma ação que se materializa, por meio de documento específico (auto de

apreensão, auto de reconhecimento, termo de declaração etc.), mas todos instrumentalizam o

procedimento , dando-lhe movimento (tramitação) e corpo físico (impressão).

4.1. Atos de Movimentação dos Autos

a) Devolução / Recebimento: é a entrada dos autos na delegacia. No SCO, chama-se

DEVOLUÇÃO. Na delegacia não inserida no Programa Delegacia Legal, a entrada dos autos é

realizada com o carimbo de "RECEBIMENTO", contendo a informação da data do ato e

assinatura do servidor responsável pelo recebimento.

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Em ambos os casos, serão conclusos os autos para despacho da autoridade policial, que

determinará o policial responsável pelo procedimento e as providências que serão adotadas.

Delegacia Legal

DEVOLUÇÃO: realizada, normalmente, por um policial da Seção de Suporte Operacional

(SESOP), mas poderá ser feita, também, pela autoridade policial, que deverá consignar o

número do protocolo, na última folha do procedimento e a mudança do status, no SCO, como

Devolvido.

Delegacia não inserida no PDL

O chefe do cartório deverá carimbar o RECEBIMENTO no verso da última folha, com a data de

entrada dos autos e sua rubrica. Além do lançamento no livro específico

Observação: É possível, por meio do SCO, a remessa virtual para promoção do Ministério

Público, sem que haja o envio físico dos autos, havendo o mesmo procedimento de devolução,

depois de realizada a cota ministerial (despacho Ministério Público). É comum a remessa virtual

para promoções coletivas de prorrogação de prazo.

4.2. Data/Aceite de Procedimento: caracteriza o recebimento dos autos pelo policial

responsável.

Delegacia Legal

Quando a autoridade policial determinar o policial responsável, o procedimento constará na

“grid” de ACEITE DE PROCEDIMENTO, presente no menu relatório, para que o policial realize

o aceite eletrônico ao marcar a caixa de diálogo de cada procedimento. Confirma-se, assim, o

recebimento do procedimento fisicamente. Não há procedimento similar, quando o policial

abre conclusão à autoridade policial.

Delegacia não inserida no PDL

É aposto o carimbo “DATA”, no verso da última folha, com a menção da data em que foi

recebido pelo policial e sua rubrica.

4.3. Conclusão: A autoridade policial preside os atos realizados no procedimento, devendo se

manifestar na entrada dos autos do procedimento na delegacia (devolução/recebimento),

durante a investigação (ao ser informada a execução de uma diligência, por meio da peça

Informação sobre Investigação Policial) ou ao término de todas as diligências previstas nos

autos.

Delegacia Legal

A peça INFORMAÇÃO SOBRE INVESTIGAÇÃO é ideal para que seja aberta conclusão à

autoridade policial, pois gera uma pendência eletrônica, ou seja, aviso à autoridade policial da

necessidade de despacho.Presume-se que os autos foram entregues à autoridade policial.

Delegacia não inserida no PDL

É aposto o carimbo CONCLUSÃO com a respectiva data em que os “autos se fizeram

conclusos” à autoridade policial, isto é, quando lhes foram entregues para apreciação e para

deliberação

4.4. Despacho: é espécie do gênero ato administrativo ordinatório ou interlocutório.

Encaminhamento com decisão proferida por autoridade administrativa em matéria que lhe é

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submetida à apreciação. Pode ser informativo (ordinatório ou de mero expediente) ou decisório.

(Decreto Estadual nº 44.970/2014, que “Aprova o Manual de Redação Oficial do Poder

Executivo do Estado Rio de Janeiro e dá outras providências”).

Observação: O despacho não deve ser exarado na mesma folha do original submetido à

autoridade, e sim em folha separada, para permitir o correto arquivamento dos autos.

Suas partes componentes são:

-Setor ou nome do destinatário, seguido do órgão, precedido da preposição adequada, à

esquerda.

-Texto que expressa o teor da decisão.

Local e data, por extenso, à esquerda.

Assinatura, nome e cargo e ID funcional da autoridade com competência legal ou delegada que

exara o despacho, centralizados.

-Rodapé, centralizado.

-Na elaboração final do tipo documental, devem ser incluídos o código de classificação, a

classificação de sigilo e a classificação de precedência, quando aplicáveis na estrutura do

documento, seguindo as orientações dispostas na seção 2.5 (VII, VIII e IX) do referido Manual.

-O despacho pode ter conteúdo de mera informação, dando prosseguimento a um processo ou

a um expediente (informativo) e/ou conter uma decisão administrativa (decisório). Objetiva dar

andamento a procedimento em busca de solução definitiva, que é a apuração das infrações

penais e da sua autoria, objeto de investigação. Por meio do despacho, a autoridade policial

determina as diligências a serem realizadas (oitivas de testemunhas, apreensão de bens e

valores, expedição de ofícios e carta precatória, requisições de exames periciais, indiciamento

de envolvidos, pesquisas à SIP etc.); os documentos a serem incluídos aos autos (petições,

respostas de ofícios etc.); indica o policial responsável pela investigação e a movimentação dos

autos, ao decidir pela remessa dos autos ao Ministério Público ou ao Juiz etc.; enfim, todas as

providências necessárias à instrução do procedimento, da movimentação e da conclusão. O

despacho deve ser sempre incluído nos autos, tal como as demais peças rubricadas pela

autoridade policial, que deve abster-se de expedir despachos gerais, ou seja, sem que a

determinação seja específica. Exemplo: “ao policial Fulano para prosseguimento dos autos.”

Cabe ao policial responsável cumprir exatamente as diligências descritas no despacho, além

das requisições do Promotor Público ou do Juiz.

Observação: A Resolução nº 605, de 27 de julho de 1993, a qual “Aprova o manual de polícia

judiciária”, nos artigos

Art. 15 - “Recebendo os autos do inquérito o escrivão deverá, dentro do prazo de cinco (5) dias,

cumprir os despachos e fazer os autos conclusos à Autoridade Policial que o estiver

presidindo.”

Art. 16 - “Igual prazo terá a Autoridade Policial para permanecer com os autos após conclusos

pelo Escrivão, ressalvados os casos em que estiver aguardando o cumprimento de

providências determinadas em despacho anterior e não houver outras diligências a serem

adotadas.” assevera ser de cinco dias o prazo para cumprimento do despacho e atribui igual

prazo para nova manifestação da autoridade policial (novo despacho), quando lhe for conferido

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os autos para conclusão. No entanto, devido ao grande número de procedimentos policiais em

andamento o costume é que as diligências sejam realizadas o mais breve possível, ou no

máximo, antes do vencimento do prazo concedido por força de lei. Exemplos de prazos legais:

Art. 10 do CPPplicial razo de 30 dias para conclusão do Inquérito Pocom o réu solto.

Art. 10 § 3º docomCPP

zosmotivode

fulcro nesse artigo, são concedidos novos prapara conclusão dos autos - Cotas

Ministeriais -aos casos de difícil elucidação, mas na prática omais relevante tem sido a

grande quantidade procedimento.

4.5. Guia de Remessa: é o comprovante de remessa de documentos expedidos e recebidos entre os órgãos e entidades do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, e podem ser eletrônicas e impressas, conforme definição prevista no item 2.4.7 do Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 que “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras providências”. Quando impressa deve ser expedida em duas vias, sendo que a primeira via retornará com o recibo do órgão expedidor, enquanto a segunda será para arquivo do receptor. O policial deve ficar atento, pois, no SCO, na elaboração da Guia de Remessa faz diferença entre enviar somente um protocolo ou todo o procedimento.

Observação: A utilização do sistema UPO, modernamente, operado via web, possibilita o

controle da tramitação de processos e de documentos protocolados nos diversos órgãos da

administração estadual. O sistema registra tanto as movimentações internas, entre os setores

de cada entidade, quanto as tramitações externas, entre os órgãos e secretarias. Sua utilização

pela administração pública direta e indireta do Estado do Rio de Janeiro é obrigatória, conforme

estabelecem os Decretos nº 31.634, de 06 de agosto 2002 “Dispõe sobre a obrigatoriedade do

uso e operacionalização do Sistema Integrado de Protocolo - UPO no âmbito da Administração

Direta e Indireta do Estado.” e nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 “Aprova o Manual de

Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo no âmbito do Poder Executivo

Estadual e dá outras providências.”

Finalizados os atos de movimentação dos autos, passamos a observar os demais atos

pertinentes à prática de polícia judiciária com peça específica. Quando não houver menção

diversa nesse manual, apenas bastará que uma via da peça seja impressa e assinada para ser

inclusa aos autos, não havendo necessidade da impressão de qualquer outra via.

4.6. Documentos Específicos ou Peças Específicas: são documentos que materializam a

prática de atos de polícia judiciária específicos, realizados na delegacia ou não, que têm por

escopo instrumentalizar o procedimento policial. Na prática policial, também são chamados de

peças. São comuns a quase todos os procedimentos policiais.

4.6.1. Auto de Apreensão: ato administrativo de formalização de apreensão de documentos,

objetos e substâncias em geral (armas, entorpecentes, veículos e outros). Gera sempre uma

pendência (alerta do sistema) de entrada no SCO ou no livro de apreensões, quando se tratar

de uma Delegacia não inserida no Programa Delegacia Legal.

Importante: ao apreender um material deve

se sempre dar a destinação específica, conforme a natureza do material!

Nenhum objeto apreendido deve permanecer na delegacia, devendo ser encaminhado

ao ICCE, IFP ou IMLAP,o mais breve possível, para elaboração de exame pericial;

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aos DEC para guarda ou mesmo ser entregue ao proprietário, devidamente qualificado. O auto

de apreensão deve ser elaborado em, no mínimo, duas vias , sendo uma incluída ao

procedimento e outra entregue à SESOP.

Observação: A Qualificação do Apresentante e das Testemunhas da Apreensão é comum

a todas as apreensões. Os dados referentes às qualificações podem ser importados,

automaticamente, pelo SCO, se houver a qualificação prévia no RO, ou, ainda, podem ser

digitados.

Havendo o lançamento do objeto que será apreendido no RO, tal informação será importada

para o Auto de Apreensão.

Obviamente, a descrição do material a ser apreendido é imprescindível. No SCO, há a

individualização dos objetos, de acordo com os gêneros: armas, veículos, entorpecentes e

outros para facilitar, por exemplo, a elaboração de estatísticas e procedimentos. Assim,

passaremos a discorrer por cada gênero fazendo menção à correta descrição do material, a

destinação e algumas observações singulares. 4.6.2. Armas : na Intrapol, estão disponíveis,

para consulta do policial, o Manual de Apreensão de Arma de Fogo, Explosivos e seus

Componentes, Resolução nº 679, de 13 de maio de 2004 “Implanta o Manual de Apreensão de

Armas de Fogo, Explosivos e seus componentes como Padrão Normativo para o Sistema de

Controle Operacional -SCO das Unidades Policiais inseridas no Programa Delegacia Legal, e

dá outras providências” e o Manual Operacional do Sistema de Controle de Armas de Fogo -

SCAF. O primeiro se refere, especificamente, à identificação do material a ser apreendido e do

procedimento a ser realizado para sua escorreita apreensão. Enquanto o segundo denota a

importância da correta consignação das características do armamento no procedimento de

apreensão, além da descrição e forma de operação do SCAF. São características

imprescindíveis para a correta apreensão da arma de fogo: o tipo, fabricante, modelo, calibre,

número de série ou número do DFAE (Divisão de Fiscalização de Armas de Fogo e

Explosivos).

Observação: É comum, na apreensão de munição, o policial ter dificuldade para estabelecer a

diferença entre munição, cartucho e estojo. Por isso, é sempre pertinente lembrar a distinção

presente no Manual de Apreensão de Armas de Fogos, Explosivos e seus Componentes,

Resolução nº 679, de 13 de maio de 2004:

Cartucho: é o conjunto do projétil e os componentes aptos para lançá-lo (estojo, pólvora, aro e

espoleta).

Munição: é o conjunto de cartuchos necessários ou disponíveis para arma ou uma ação

qualquer em que será usada arma de fogo.

Estojo: é o componente cilíndrico de papelão, plástico ou metal que tem por função unir os

elementos para lançamento do projétil, contendo em seu interior a carga de pólvora, a espoleta

e na extremidade o projétil. Pode se apresentar intacto (picotado) ou

deflagrado. Descrição: características singulares do armamento que devem ser expostas no

campo observação, tais como marcas e símbolos de facções criminosas.

Destino: a arma deve ser encaminhada ao ICCE para exame pericial, cabendo ao Instituto de

Criminalística dar a destinação final.

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Observação: O SCAF é um sistema de gerenciamento de acautelamento de arma de fogo.

Toda arma apreendida no SCO será encaminhada ao ICCE para fim de elaboração de exame

pericial. O laudo deste exame é inserido no Sistema de Perícia Técnica (SPTWeb), pelo perito

criminal do Instituto,sendo associado à arma apreendida no SCO, por meio do SCAF que

confirma, automaticamente, a identificação unívoca da arma e sua atualização no cadastro, na

DFAE. Se houver o preenchimento correto de todas as características, a atualização ao

Cadastro da DFAE é direta. Porém, se em alguns dos campos for preenchido com status de

não informado ou outros essa atualização dar-se-á, apenas, após a inclusão do laudo pericial.

4.6.3. Veículos: quando se tratar de apreensão de veículo automotor, deve-se realizar a

pesquisa junto ao sistema QWS ou direto no SCO, para o correto preenchimento das

características do veículo, nos campos próprios do SCO, ou no formulário da Delegacia não

Inserida no Programa Delegacia Legal.

Descrição: apesar de todas as características do veículo estarem listadas, no SCO, as

observações de avarias aparentes e as peças faltantes devem ser informadas; portanto é

importante, constar, por exemplo, a impossibilidade de abrir a mala para verificar a existência

de estepe.

Destino: as Resoluções nº 755/05 “Dispõe sobre a implantação do Sistema Centralizado para

a guarda de veículos oriundos de roubo, furto e outros delitos que foram localizados pelas

polícias do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências.” e 776/05 “Aprova o

Regulamento que disciplina as Rotinas de Recuperação de Veículos automotores e terrestres

no âmbito do Estado do Rio de Janeiro.” versam sobre a criação e procedimentos de envio de

veículo ao Pátio Legal [O Pátio Legal é um convênio realizado entre o Estado do Rio de

Janeiro, o DETRAN/RJ e a Federação Nacional das Seguradoras -FENASEG, estando

vinculado à Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis - DRFA.]que é responsável pelo

acautelamento de todos os veículos encontrados na região do Grande Rio, Baixada

Fluminense e Niterói até a 82ª DP - Maricá. O próprio Pátio Legal deverá elaborar o registro de

ocorrência da recuperação e fazer o exame pericial no veículo, inclusive de localização de

fragmentos de digitais e informar à Delegacia da área de recuperação, se houver identificado

alguém, ou se houver condições de comparação com a impressão digital de algum suspeito,

Portaria nº 536/2010 “Cria o Setor de Recolhimento de Evidências Criminais -

SERECRIM/DRFA; disciplina os procedimentos a serem observados nos casos de recuperação

de veículos automotores, e dá outras providências.” As demais delegacias, fora da área de

atuação do Pátio Legal, são responsáveis pelo registro de ocorrência de recuperação do

veículo, seu encaminhamento para a perícia e para a devolução ao proprietário.

4.6.4. Entorpecentes: é a categoria na qual se enquadram os objetos classificados como

entorpecentes, drogas e substâncias afins, conforme disposto na Portaria nº 344/98 da ANVISA

“Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle

especial.” É imprescindível a elaboração de exame pericial para se definir a natureza e a

quantidade da (s) substância (s) apreendida (s). Em caso de procedimento de flagrante delito,

solicita-se o exame prévio do entorpecente, após a elaboração do Termo de Declaração do

apresentanteeaformalização da apreensão do material.

Descrição: importa mencionar na descrição da droga (termo genérico utilizado na Lei n

º 11.343/06) como de fato esta se apresenta, como por exemplo: pedra, pó, líquido, erva picada

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ou prensada; de cor marrom, branco, amarelado ou incolor etc.; envolvida ou embalada em

papel, saquinhos, trouxinhas de plástico transparente, garrafas de vidro, tecido, fita plástica

etc.; inscrições de símbolos, dizeres etc. Jamais defina peso ou mesmo afirme qual tipo de

droga, porque tais informações virão especificadas em laudo próprio - tal recomendação

tem o fito de que se evitem incoerências entre o material apreendidoeolaudo do que foi

periciado .

Destino: após a elaboração do respectivo laudo, o ICCE reservará uma pequena quantidade e

tomará as devidas providências para incineração das drogas apreendidas, conforme disposto

no art. 2º da Portaria nº 357/2004 “Disciplina o encaminhamento e destruição de substância

entorpecente ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli -ICCE, revoga a Portaria PCERJ nº

341, de 10 de setembro de 2003, e dá outras providências.”

4.6.5. Outros Objetos: devido à grande diversidade de objetos que podem ser relacionados

com um fato típico penal, esse gênero abrange todos os demais objetos não abarcados nos

gêneros anteriores. Para definição do objeto há uma lista elaborada, previamente, no sistema.

Portanto, o policial deve correlacionar, adequadamente, o objeto à indicação da categoria

contida na lista, como por exemplo: documentos, fita/CD/DVD etc.

Observação: Número de série (S/N - serial number) : alguns objetos - principalmente -

eletroeletrônicos - possuem um número atribuído ao fabricante. O número de série tem campo

próprio para lançamento no SCO, mas não existe ferramenta de pesquisa para esse campo.

Descrição: nesse campo, é importante descrever o objeto com maior exatidão possível. As

características do objeto, tais como cor, marca, inscrições e desenhos são importantes para a

identificação do objeto ou mesmo para futuro Exame de Avaliação Merceológica Indireto.

Por vezes, descreve-se a quantidade de objetos de mesmo tipo nesse campo, para evidenciar

algumas singularidades como, por exemplo, 01 HD Samsung 80 Gb; 02 HD Maxtor 20 Gb e 03

HD Seagate 250 Gb - mesmo equipamento, porém de marcas e capacidades

distintas. Observação: Jamais se deve descrever objeto sem vê-lo (o objeto deve estar em

frente ao policial responsável pela apreensão). Tampouco, por suposição (acreditar que a

CPU tem HD), pois o erro do objeto poderá causar transtornos na entrega ao ICCE, ou em

caso de futura entrega ao proprietário, à vítima, ao autor (reclamação de que falta um

componente) ou mesmo no decorrer da ação penal (descrição de objeto muito diferente no

laudo e no auto de apreensão). Valor do Objeto: é suprido pelo laudo pericial de Avaliação

Merceológica Direto ou Indireto. Entretanto, se o policial souber avaliar o material ou pesquisar

o valor na internet, este poderá ser informado, e a pesquisa realizada juntada aos autos, e

mencionada na informação policial.

Destino: A Resolução nº 489, de 19 de outubro de 2001: “Cria, em caráter provisório e

emergencial, sem aumento de despesas, os Depósitos de Evidências Criminais - DEC, e dá

outras providências.” cria e organiza os três Depósitos de Evidências Criminais situados no

Centro, Praça da Bandeira e Campinho.

DEC - Praça da Bandeira DEC - Campinho DECtro - Cen-

Serão encaminhados todos os ob-Responsáveljetos relacionados ao delito,

emcautela,investigação (porretes, facas, relódocumentosgios, roupas etc.)

pensa

pelaAindaapenas

deestá(VPI susnando.etc.). nãofuncio-

11

Observação1: Outro destino comum é o Depósito Público Estadual.

Observação 2: Substâncias inflamáveisbidas nos DEC ou no Depósito

Públicoquestionar sobre sua inutilizaçã

ou perecíveis nãoEstadual.

Portanto,

são

recedeve-se

4.6.6. Auto de Encaminhamento: documento utilizado para registrar

ato administrativo que define a destinação dos objetos e das substâncias apreendidas,

conforme suas naturezas ou necessidades (DEC, ICCE, Depósito Público etc.), com exceção

das substâncias inflamáveis ou perecíveis, as quais devem ser inutilizadas. No SCO, a peça

Auto de Encaminhamento poderá ser feita por meio do menu “gerar peça” ou de forma

automática, por meio da caixa de diálogo do SCO que aparece, após o encerramento da

Requisição do Exame Pericial para aquele objeto.

Observação: Importa mencionar que o Auto de Encaminhamento retira do SCO a pendência

de entrada no sistema, gerada, automaticamente, pelo Auto de Apreensão. Quando não se

tratar de outra destinação daquelas expostas no campo destino da peça no SCO, deverá o

policial fazer constar o local de destino exato para não incidir em desvio do material .

4.6.7. Auto de Recebimento: documento utilizado para recebimento de material apreendido e

encaminhado à perícia quando do seu retorno à delegacia; assim como o auto de apreensão,

gera pendência no sistema. Portanto, cabe ao responsável pelo procedimento lavrar o Auto de

Recebimento para juntada aos autos e, logo em seguida, encaminhar o material recebido ao

destino correto.

4.6.8. Auto de Entrega: é o instrumento correto para formalização da entrega do material

apreendido ao proprietário. Peça com apresentação similar ao Auto de Apreensão, por vezes,

elaborada na mesma peça da apreensão, com a designação Auto de Apreensão e Entrega.

4.6.9. Auto de Depósito: é o instrumento que permite viabilizar a posse ao indivíduo de um

bem apreendido. Muito utilizado em procedimentos que envolvam arma de policial militar, que a

tenha por instrumento de cautela, apresente-a ao ICCE, para elaboração de exame pericial.

Também utilizado em procedimentos que envolvam veículos que devem ser conduzidos pelo

proprietário, à DRFA, para exame pericial. Assim como o Auto de Apreensão, gera uma

pendência de entrada, devendo ser realizado o auto de encaminhamento ou de entrega para

registrar a saída definitiva do SCO da arma ou do veículo. Resumindo, o policial militar leva a

própria arma para exame pericial no ICCE, bem como o proprietário, o veículo à DRFA ou o

Pátio Legal.

Observação: Assim como o Auto de Apreensão, os Autos de Encaminhamento, de

Recebimento, de Entrega e de Depósito devem ser elaborados em duas vias, assinadas pelos

qualificados, sendo uma via incluída no procedimento e outra entregue à SESOP.

4.6.10. Auto de Inutilização: formaliza a destruição de bens apreendidos no procedimento

policial. Quando houver instauração de Inquérito Policial, AIAI ou APF será necessária a

autorização judicial para a realização da inutilização do material apreendido. A ordem judicial é

juntada aos autos, antes da elaboração do referido auto. Entretanto fica a pergunta: quando se

tratar de procedimentos de Verificação de Procedência da Investigação (VPI) que não origina

um outro procedimento, isto é, será suspensa, também serão inutilizados os bens apreendidos

com provocação do Poder Judiciário? Não há normatização quanto à inutilização de bens

apreendidos em procedimento de Verificação de Procedência da Investigação (VPI), quando

12

suspenso. Logo, ficará a cargo da autoridade policial provocar a manifestação judicial ou deter

minar a inutilização do produto. Imprescindível mencionar o Parecer elaborado pelo Diretor da

DIC/COINPOL , Dr. Roberto da Costa Gomes, após consulta, através da Correspondência

Interna (CI) nº 030361-1017/2011:

“Assim, sou de opinião de que se a autoridade policial suspendeu a VPI, através de despacho

fundamentado por entender que não havia elementos mínimos para o êxito da investigação,

tratando-se de material perecível e/ou sem valor econômico e desde que devidamente

periciado com juntada do respectivo laudo, esta COINPOL não deve se opor a que se proceda

a INUTILIZAÇÃO, pois não é crível que se exija sua guarda “ad infinitum”, sem qualquer

perspectiva de solução. Se mais tarde outros fatos surgirem que impliquem na retomada das

investigações, com a instauração de inquérito policial, a prova da existência de materialidade

estará perpetuada através do laudo pericial, sem trazer prejuízos para a investigação.” (grifo do

autor) Obviamente, assim como o Auto de Entrega e o Auto de Encaminhamento gera a saída

do bem da guarda da polícia, logo, retira a pendência do SCO ou do livro.

Observação : Os DEC e o Depósito Público não recebem substâncias inflamáveis e

perecíveis. Portanto, deverá ser providenciada a inutilização do material. É comum a

destinação à Vigilância Sanitária, pois é atribuição do fiscal lavrar a infração, bem como

de sua competência autorizar a inutilização.

4.6.11. Auto de Reconhecimento: documenta o formal reconhecimento da pessoa ou do

objeto envolvidos na infração penal. É realizado o reconhecimento de pessoa quando a vítima

ou testemunha teve algum contato pessoal com o autor; senão, claramente, será uma

diligência infrutífera. O ato de reconhecer o autor é comum nos crimes de roubo, furto,

estelionato, sequestro etc. O reconhecimento feito pela vítima ou testemunha poderá ser

configurado, através de uma ou mais características singulares do autor tal como sua

fisionomia, tatuagem, deficiência, cicatriz ou até mesmo a voz (comum nos crimes de sequestro

quando a vítima, apenas ouviu, durante dias, o autor). Tem fundamento legal no

artigo 226 incisos I, II e III do Código de Processo Penal, sendo no mesmo diploma legal

disciplinado sua formalidade. Não é incomum a vítima reconhecer, em sede policial, seu algoz

na figura de outra pessoa, sendo o ato ratificado por uma testemunha. Devido a implicação

gravíssima a que será atribuída ao reconhecido é que se deve tomar todas as medidas

cabíveis para se certificar que não haja erro no procedimento. Assim, para dar maior segurança

a este documento tão importante no procedimento policial foi expedida a Portaria nº 667, de 16

de abril de 2014, “Expede Recomendação, sem caráter normativo, dirigida aos Delegados de

Polícia, quando da realização do Reconhecimento de Pessoas previsto no art. 226, do Código

de Processo Penal” a qual recomenda as providências abaixo:

“Art. 1º - Recomendar que para a lavratura do “AUTO DE RECONHECIMENTO DE PESSOA”

sejam observadas as formalidades legais previstas no artigo 226, do Código de Processo Penal,

devendo a Autoridade Policial providenciar para que o reconhecedor, inicialmente, seja

convidado a descrever a pessoa a ser reconhecida, para, posteriormente, colocar esta última

ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança a fim de que possa haver o

reconhecimento, fazendo o Delegado constar expressamente nos autos a adoção de tais

providências.

Art. 2º - Em caso de impossibilidade de atendimento da formalidade estabelecida pelo art. 226,

inciso II, doCPP, ou seja, caso não haja pessoas com características físicas semelhantes a

13

serem colocadas ao lado daquela a ser reconhecida, recomenda-se que o Delegado de Polícia,

ainda assim, lavre o “AUTO DE RECONHECIMENTO DE PESSOA”, contudo, com a seguinte

peculiaridade: (i) descrever de maneira pormenorizada, a pessoa a ser reconhecida, na forma

do artigo 226, inciso I, do CPP e (ii) finalizar o auto, pela impossibilidade de atendimento à

formalidade prevista no art. 226, inciso II, do CPP, mencionando explicitamente tal circunstância

na peça.

Art. 3º - Recomenda-se, no caso do artigo anterior, que seja utilizado o elemento de prova

testemunhal, lavrando-se o Termo de Declaração, no qual o reconhecedor mencione

expressamente reconhecer o autor do fato.

Art. 4º - No caso de a Autoridade Policial entender, quando da apreciação de ocorrência que

lhe for apresentada, que há suficientes indícios de autoria aptos a subsidiar o indiciamento,

independentemente da realização do reconhecimento pessoal nos termos descritos na

presente Portaria, deve fundamentar sua decisão, apontando os elementos de prova nos quais

se baseou.”

Na ausência do autor do fato, poderá o reconhecedor ser convidado a reconhecer o suposto

autor do crime, através de fotografias do mesmo, dispostas no Prontuário de Pessoa Física

(PF) da Delegacia Legal ou no álbum fotográfico da unidade policial. Desta feita, será realizada

a peça de Auto de Reconhecimento na modalidade de reconhecimento INDIRETO.

É pertinente o reconhecimento do objeto recuperado para garantir sua vinculação à infração

penal. Logo, será lavrado o Auto de Reconhecimento de objeto. Se o reconhecimento for

realizado por diversas pessoas, cada qual fará o procedimento, separadamente, sem contato

entre as mesmas.

Além do aludido diploma legal e da Portaria supramencionada o Auto de reconhecimento

também encontra amparo na Resolução nº 605, de 27 de julho de 1993 que “Aprova o Manual

de Procedimentos de Polícia Judiciária”. Além da assinatura do reconhecedor, também devem

assinar duas testemunhas do ato, e claro, a autoridade policial. 4.6.12. Auto de

Acareação: com fundamento no art. 229 parágrafo único do CPP o Auto de Acareação será

realizado para dirimir dúvida ocasionada por declarações conflitantes. Não se trata de novas

declarações, pois se deve tratar, apenas dos esclarecimentos de pontos divergentes.

Normalmente, a acareação consiste em colocar “frente a frente” as pessoas cujas declarações

não sejam coincidentes, para que “exprimam os pontos de divergência”. O resultado desse

confronto será, devidamente, consignado em termo próprio. Todos participantes devem assinar

o auto.

4.6.13. Auto de Infração: documento de caráter meramente administrativo, que denota a

incidência de uma infração administrativa imposta ao infrator nos casos previstos na Lei

Estadual nº 563/82 “Dispõe sobre a aplicação de multa pela posse, uso ou comércio indevidos

de armas, munições, explosivos e produtos controlados.”

Art. 1º - A posse ou uso sem registro ou licença, ou em lugar onde não for permitido, bem como

o comércio clandestino ou sem guia policial, de arma branca, arma de fogo, munição,

explosivos e seus acessórios e dos produtos químicos agressivos controlados, relacionados no

art. 165 do Decreto Federal nº 55649, de 28/01/65, acarretará a imediata apreensão desses

produtos ou objetos, sujeitando o infrator, além das sanções penais cabíveis, às seguinte

multas:

14

I - quando se tratar de munição: de 0,02 a 0,04 UFERJ, por unidade;

II - quando se tratar de arma branca: de 0,20 a 1,00 UFERJ;

III - quando se tratar de arma de fogo: de 2,00 a 5,00 UFERJ; Ver tópico

IV - quando se tratar de explosivos e/ou seus acessórios ou de produtos químicos agressivos

controlados: de 1,00 a 12,00 UFERJ.

Na elaboração do Auto de Infração deve-se fazer constar quais incisos determinam a multa a

ser aplicada. Sendo os crimes expressos no Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/2003 -

Estatuto do desarmamento), apenas a previsão legal do tipo penal a ser consignado, no Registro

de Ocorrência.

Observação: para elaborar o Auto de Infração é indispensável o lançamento do CPF do

infrator, bem como seu endereço com CEP. Em caso de ocorrência do gênero, com

adolescente infrator, o número de CPF cadastrado será o do responsável legal do mesmo.

Para pessoas não identificadas (moradores de rua) não se realiza o Auto de Infração, cabendo

ao policial elaborar a justificativa. O Auto de Infração deverá ser confeccionado em cinco vias:

uma via para os autos; três vias para a SESOP, para remessa à COINPOL (Setor de

Arrecadação) e uma via para o infrator, juntamente, com a Nota de Culpa ou Nota de Pleno,

dando ciência ao mesmo que ele infringiu uma multa administrativa prevista, na Lei Estadual nº

563/82.

4.6.14. Nota de Débito: decorridos cinco dias para pagamento do valor estipulado no Auto de

Infração, deverá o policial elaborar a Nota de Débito em três vias, que serão encaminhadas à

COINPOL, que enviará duas à receita estadual para configurar o lançamento do débito como

Dívida Ativa, em nome do inadimplente. Toda a documentação e o envio serão realizados pelo

policial da SESOP ou da SA/SEC.

4.6.15. Mandado de Intimação ou Mandado de Condução Coercitiva: é utilizado para

chamar pessoas para comparecer à delegacia. Poderá ser entregue, pessoalmente, via postal,

comunicado por telefone ou e-mail, sendo necessárias a impressão e a juntada da peça que

deverá consignar a forma de intimação realizada, quando não houver a intimação pessoal.

Será ineficaz a intimação pessoal quando não for corretamente identificado o recebedor do

mandado. Caso não seja encontrado o intimado, deverá o policial responsável pela entrega da

intimação informar da impossibilidade: se o intimado mudou de endereço, quem lhe prestou

essa informação etc. Após ser realizada, por duas vezes, a intimação pessoal e,

injustificadamente, o intimado não comparecer à delegacia, poderá a autoridade policial

determinar a condução coercitiva deste, a partir de despacho, que determine a expedição do

Mandado de Condução Coercitiva. Apesar de correntes doutrinárias contrárias à legalidade do

Mandado de Condução Coercitiva há decisão favorável no Supremo Tribunal Federal quanto a

necessidade de tal medida em sede de inquérito policial, conforme denota o Informativo nº 639

do STF. Funcionários públicos civis ou militares são chamados, por meio de ofícios dirigidos

aos seus superiores. Autoridades dos Poderes Legislativos, Executivo e Judiciário podem

escolher devem as datas e os horários de comparecimento (art. 221 CPP).

ATENÇÃO:

15

1) é possível e válida a intimação por telefone e e-mail. É recomendada a elaboração da peça

do Mandado de Intimação, consignando no campo Observações qual o meio de comunicação

utilizado.

2) Apenas a intimação pessoal servirá para caracterizar o crime de desobediência para

fundamentar o Mandado Coercitivo.

4.6.16. Termo de Declaração: é o instrumento de formalização para consignar as declarações

de pessoas nos autos (comunicante, testemunhas, envolvidos, representantes legais etc.),

exceto do indiciado, cujo depoimento será lavrado em Auto de Qualificação e Interrogatório,

conforme previsto na Resolução nº 605/93 “Aprova o Manual de Procedimentos de Polícia

Judiciária.”

Art. 37 - As inquirições serão formalizadas através de:

a) termo de depoimento, para testemunhas compromissadas;

b) termo de declarações para ofendidos e para as pessoas mencionadas nos

arts. 206 e 208 do CPP.

c) auto de qualificação e interrogatório para Indiciados.

Apesar de o trecho legal acima se referir a Termo de Depoimento para oitiva de testemunhas

compromissadas, atualmente, também se formalizará o ato em Termo de Declaração.

O Termo de Declaração não se confunde com a dinâmica do RO que é um breve relato, uma

vez que as indagações vão além dos questionamentos da dinâmica do fato (O que? Quando?

Onde? Quem? Como? Com que? Por que? Quem testemunhou? Quem foi o mandante? Se for

o caso).

Informações pessoais sobre o depoente são relevantes: grau de escolaridade, cursos técnicos,

cargo que ocupa na instituição na qual trabalhaeafunção que desempenha são informações

que, por vezes, balizam o depoimento da testemunha, pois esta não poderá desconhecer o

tema o qual domina, na função o qual executa.

Todo o conhecimento do depoente sobre o objeto da investigação deve ser pormenorizado em

termo. O policial deve abster-se de consignar as perguntas no texto, sendo apenas as

respostas relevantes. Cada resposta, quando se referir à inquirição do autor, deverá ser

iniciada com a conjunção “QUE”, preferencialmente, escrita em letra maiúscula, conforme

determina o artigo 76 da Resolução nº 605, de 27 de julho de 1993: “Aprova o Manual de

Procedimentos de Polícia Judiciária”.

“Art. 76 - A autoridade limitar-se-á a consignar no ato do interrogatório as respostas dadas pelo

interrogado, precedidas da conjunção "QUE”, preferencialmente em maiúsculas.”

Cada frase deve ser finalizada com ponto e vírgula até o encerramento do texto, que

apresentará a expressão “E mais não disse”. Nos Autos de Qualificação e Interrogatório a

declaração será finalizada com a expressão: “E mais não disse e nem lhe foi perguntado”.

Quando a infração penal a ser apurada tiver como condição de procedibilidade

a Representação por parte da vítima, isto é, quando se tratar de crime de Ação Penal

Condicionada à Representação , esta deverá ser consignada ao final do Termo de

Declaração com a seguinte expressão: “Que manifesta o desejo de representar criminalmente

contra o autor do fato”.

16

Por vezes, as pessoas ouvidas, durante a investigação policial, trazem no momento da oitiva

alguns documentos relevantes à investigação. Portanto, é interessante que esta entrega para

instrução dos autos seja consignada no termo, pois demonstra de que forma o policial teve

acesso àqueles documentos.

Observação: Cabe à autoridade policial realizar, pessoalmente, as perguntas ao depoente ou

no mínimo dizer quais perguntas devem ser realizadas. O policial deve consignar no

campo Costumes qualquer relação do depoente com a vítima ou autor, por exemplo: Disse ser

irmão da vítima; Disser ser amigo do autor etc. Quando não houver relação entre as partes

deve ser consignado por meio da expressão: “Disse nada”.

Existe Contradita quando o depoimento da testemunha diverge de outro depoente, devendo

ser apontada essa contradição no depoimento.

O Compromisso legal deve ser prestado somente pela testemunha. Será consignado por

meio da expressão: “Prestado”. Vítima e autor não prestam compromisso.

As declarações das partes envolvidas e das testemunhas arroladas numa ocorrência de crime

de menor potencial ofensivo (Lei nº 9.099/95) deverão ser realizadas no próprio Registro de

Ocorrência, no campo Declarações, que será denominado de Termo Circunstanciado de

Ocorrência (TCO), mas também poderão ser realizadas em termo apartado, caso a parte não

esteja presente, durante a elaboração do TCO.

Em caso de APF, poderá ser realizado o depoimento direto no texto do APF (art. 304 CPP) ou

também em apartado, para possibilitar a rápida liberação da vítima e das testemunhas, por

exemplo.

Depoimentos de crianças e adolescente também deverão ser consignados nesse documento.

Recomenda-se que, durante o ato, esteja presente um dos pais ou responsáveis pela criança

ou o adolescente. No entanto, senão houver a presença desses, também não se fará

necessária a nomeação de Curador, mesmo quando o adolescente for apreendido por prática

de ato infracional análogo a crime, conforme pode ser observado na jurisprudência, a seguir:

TJ-PR - Habeas Corpus Crime HC 2388625 PR ( Data de publicação: 24/10/2003)

Ementa: CORPUS CRIME

“ AUSÊNCIA DE CURADOR A ADOLESCENTES. FORMALIZAÇÃO DE UM ÚNICO AUTO

DE PRISÃO EM FLAGRANTE PARA MAIOR E ADOLESCENTES. NULIDADES FORMAIS

QUE NÃO CONTAMINAM O PROCESSO-CRIME. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO

CARACTERIZADO. ORDEM DENEGADA . Flagrados em prática delituosa maiores e

adolescentes, deve ser lavrado o auto de prisão em flagrante para o maior e auto de apreensão

aos adolescentes. A formalização do auto de prisão em flagrante para os infratores não

contamina o processo crime em relação ao maior.” A ausência de nomeação de curador na

fase policial é mera irregularidade, cuja formalidade é obrigatória na fase judiciária. (grifo

nosso)

Na prática, por vezes o Conselheiro Tutelar é acionado para acompanhar o depoimento e

assistir a criança e o adolescente, na ausência dos responsáveis legais.

A Resolução SESEG nº 822, de 09 de outubro de 2014, que “Define a Estrutura da Delegacia

de Descoberta de Paradeiros da Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro” traz em seu bojo

17

uma série questões a serem dirimidas, durante o depoimento do comunicante do

desaparecimento, a saber:

“Art. 29 - As declarações do comunicante e de eventuais testemunhas deverão ser colhidas em

termos apartados.

§ 1º O termo de declaração do comunicante, bem como de eventuais testemunhas deverá

conter o registro minucioso dos fatos, incluindo informações acerca do modo de vida do

desaparecido, relações de parentesco e amizade, nome e endereço de seu dentista (se

tiver), dados qualificativos completos, endereço e telefone de contato dos pais, parentes

e do local de trabalho do desaparecido. E ainda, se possível, deverá conter dados

bancáriosdo desaparecido, bem como informações sobre sua vida pessoal, tais como,

se tinha inimizades, dívidas, se fazia uso de drogas, se houve algum conflito familiar, se

é portador de doença mental ou qualquer outra informação que possibilite indicar a linha

de investigação. (grifo nosso)

Deverá, ainda, ser consignado no Termo de Declaração se foi a primeira vez que houve o

desaparecimento da pessoa da qual se noticia o fato. Caso o fato já tenha ocorrido outras

vezes, descrever as circunstâncias dos fatos anteriores, por força do § 2º do art. 29, da aludida

Resolução.

O Termo de Declaração no procedimento que versa sobre a Lei Maria da Penha deve ser

redigido, conforme a Portaria nº 630, de 05 de junho de 2013 que disciplina o “Rol de medidas

a serem adotadas pelas Autoridades Policiais em caso de pedido da vítima para concessão de

Medidas Protetivas de Urgência” sobre a qual serão feitas maiores digressões no tópico sobre

a referida lei.

4.6.17. Auto de Qualificação e Interrogatório: é a redução das declarações do indiciado em

termo próprio, sendo tais declarações prestadas diretamente a autoridade policial. Tem

fundamento no art. 37, item c, da Resolução nº 605, de 27 de julho de 1993 que “Aprova o

Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária”, como visto no tópico anterior. Necessita de

despacho da autoridade policial para indiciamento e eventual elaboração desta peça. Deve ser

informado ao indiciado e consignado em termo o direito de permanecer em silêncio e apenas

falar em Juízo, além da prerrogativa de ser assistido por um advogado. Quando o indiciado se

negar a responder às perguntas, estas deverão constar no termo. Essas e outras providências

estão em conformidade com os termos dos artigos 186 a 190 do CPP e os artigos da Resolução

nº 605, de 27 de julho de 1993: “Aprova o Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária”.

SEÇÃO IX

DO INTERROGATÓRIO

Art. 73 - A elaboração do auto de qualificação e interrogatório ou qualificação indireta será

precedido de despacho em que a autoridade, após formar seu convencimento, decida pela

indicação e classifique penalmente o delito.

Art. 74 - O despacho fundamento de que trata o parágrafo único do artigo 37 da Lei n.º 6.368/76,

será exarado logo após a lavratura do auto de prisão em flagrante. Art. 75 - No interrogatório do

indiciado a autoridade deverá procurar esclarecer, numa seqüência lógica, o fato e suas

circunstâncias, sem perder de vista o disposto no art. 188 e incisos do Código de Processo Penal.

Art. 76 - A autoridade limitar-se-á a consignar no ato do interrogatório as respostas dadas pelo

interrogado, precedidas da conjunção "QUE”, preferencialmente em maiúsculas.

18

Art. 77 - Se o indiciado se negar a responder as perguntas, a autoridade fará consigná-las,

juntamente com as razões invocadas para a recusa.

Art. 78 - Havendo necessidade de reinquirição do indiciado esta deverá ser antecedida de

despacho fundamentado da autoridade.

Art. 79 - Somente a autoridade presidente do inquérito poderá interrogar o indiciado.

ATENÇÃO: A Lei nº 6368/76 foi revogada pela Lei nº 11.343/2006, havendo previsão similar do

art. 37 parágrafo único, no art. 52, inciso I da novatio legis

Ressalva: documento utilizado para certificar o comparecimento de pessoa, à delegacia, para

comprovação no trabalho. Deve ser lançado na peça o nome do solicitante, a data e o horário

de comparecimento e de saída da delegacia policial.

4.6.18. Termo de Fiança: documentação pertinente ao recebimento dos valores referentes à

fiança, após concessão realizada pela Autoridade Policial, em despacho, nos casos de prisão

em flagrante delito. Tem dupla função

a) Informar ao afiançado sobre as condições que lhe são impostas, sob tal condição.

b) Configurar o recebimento dos valores. Tanto o detido quanto outro indivíduo qualquer

poderá pagar a fiança, sendo necessário nome e CPF para consignação no termo. Uma via

será juntada aos autos e outra entregue àquele que prestou a fiança.

4.6.19. Certidão de Fiança: tem finalidade, apenas de comprovação de pagamento; função de

mero recibo a ser entregue ao afiançado ou enviado ao Juiz, quando requisitada a

comprovação da prestação de fiança. Logo, é necessária a existência de um “Termo de

Fiança” para se emitir uma “Certidão de Fiança” (Manual Operacional de Conceitos do SCO).

4.6.20. Termos de Abertura de Volume e Termo de Encerramento de

Volume: Logicamente, não existe um limite máximo de folhas a fazer parte integrante dos

autos de procedimento policial. Sendo necessária sua organização em “Volumes” para garantir

a organização e preservação dos autos. Essa formalidade está disciplinada no Decreto

Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 que “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e

institui a numeração única de protocolo no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras

providências”, conforme informam o item 3.6 e seus subitens. Cada procedimento não deverá

conter mais de 200 folhas. Assim quando atingir essa marca deverá ser lavrado o Termo de

Encerramento do volume e iniciado um novo volume com o Termo de Abertura como sendo a

primeira peça desse volume. No entanto, se um documento a ser inserido aos autos já possuir

200 folhas, será encerrado o primeiro volume com o número de folhas existentes, e será

inaugurado um novo volume com o documento, conforme exemplifica o item nº 3.6.4 do Manual

de Gestão de Protocolo:

“3.6.4. Quando o documento a ser instruído contiver número de folhas excedentes ao limite

fixado nesta norma, deve-se abrir um volume processual apenas para esse documento. As

peças processuais subsequentes serão instruídas em um novo volume.

Exemplo: Se um documento de 200 folhas for instruído em um processo que já possui 95

folhas, o primeiro volume será encerrado com as 95 folhas e será aberto o segundo volume

para o documento com 200 folhas.

19

O referido manual dispõe no item 3.6.6, que poderá ser flexibilizado em até 10% o limite de 200

folhas, a saber:

3.6.6. Será admitido aumento de 10% do limite de folhas por volume (20 folhas).

Exemplo: Um documento com 200 folhas será instruído em um processo com 20 folhas. Para

não encerrar um volume com apenas 20 folhas, este documento com 200 folhas será instruído

no mesmo volume, encerrando-se o mesmo com 220 folhas.

A autuação de procedimentos com volumes, além da elaboração das peças de TERMO DE

ENCERRAMENTO DE VOLUME e do TERMO DE ABERTURA DE VOLUME, dispensam

outras peculiaridades, tal como dispõe o item 3.6.11 do Manual de Gestão de Protocolo:

“3.6.11. Para encerramento e abertura de volume a Unidade Protocoladora deve adotar os

seguintes procedimentos:

I. Preencher, assinar e instruir o TERMO DE ENCERRAMENTO DE VOLUME após a última

folha do volume a ser encerrado;

II. Incluir a indicação" Volume I "na capa do processo;

III. Preencher a capa de processo subsequente, indicando a numeração do novo volume; e

IV. Preencher, assinar e instruir o TERMO DE ABERTURA DE VOLUME, devidamente

numerado, no novo volume.”

Observação: Não se deve confundir volume com apenso , pois o volume é a continuidade

do procedimento ; enquanto, apenso é um procedimento unido a outro procedimento ;

portanto, dois procedimentos distintos, devendo ser realizada essa união devido à correlação

fática entre eles.

No SCO a apensação poderá ser feita, apenas, por meio de despacho e mudança no status do

próprio procedimento. A apensação será vista em tópico próprio.

4.6.21. Correspondência Interna: é o instrumento de comunicação para assuntos internos,

entre chefias de unidades administrativas de um mesmo órgão. É o veículo de mensagens

rotineiras, objetivas e simples, que não venham a criar, alterar ou suprimir direitos e

obrigações, nem tratar de assuntos de ordem pessoal. A Correspondência Interna (CI) substitui

o memorando, cuja nomenclatura não deve ser mais utilizada. (Decreto Estadual nº

44.970/2014 “Aprova o Manual de Redação Oficial do Poder Executivo do Estado Rio de

Janeiro e dá outras providências”.

4.6.22. Ofício: correspondência por meio da qual se mantém intercâmbio de informações a

respeito de assunto técnico ou administrativo entre órgãos e entidades da Administração

Pública direta e indireta. São objeto de ofícios as comunicações realizadas entre dirigentes de

unidades administrativas do mesmo nível hierárquico, podendo ser também dirigidos aos

particulares. (Decreto Estadual nº 44.970/2014 “Aprova o Manual de Redação Oficial do Poder

Executivo do Estado Rio de Janeiro e dá outras providências”.

4.6.23. Edital de Interdição: peça de exclusiva elaboração da autoridade policial. Tem por

escopo a interdição de imóvel relacionado, diretamente, à infração penal com intuito de

preservá-lo para posterior realização de Exame Pericial. Exemplo: local de homicídio, imóvel

onde se situa um bingo clandestino etc.

20

4.6.24. Certidão: declaração feita por escrito, objetivando comprovar ato ou assentamento

constante de processo, livro ou documento que se encontre em repartições públicas. Pode ser

de inteiro teor - transcrição integral, também chamada traslado - ou resumida, desde que

exprima fielmente o conteúdo do original. Comumente utilizada na Delegacia não Inserida no

Programa Delegacia Legal para certificar o início do funcionamento do policial responsável nos

autos no procedimento. Na Delegacia Legal, a certidão se apresenta como um texto livre para

consignação.

Observação: O Decreto Estadual nº 44.970/2014 “Aprova o Manual de Redação Oficial do

Poder Executivo do Estado Rio de Janeiro e dá outras providências” define Certidão da

seguinte forma: “Declaração feita por escrito, objetivando comprovar ato ou assentamento

constante de processo, livro ou documento que se encontre em repartições públicas. Podem

ser de inteiro teor - transcrição integral, também chamada traslado- ou resumidas, desde que

exprimam fielmente o conteúdo do original. (grifo nosso)

Certidões autenticadas têm o mesmo valor probatório do original e seu fornecimento, gratuito

por parte da repartição pública, é obrigação constitucional (art. 5º, XXXIV, b da CRFB/88).

Apresenta-se como um texto constante de um parágrafo, com o teor da Certidão, local e data,

por extenso, em sequência ao texto deve ser a assinatura do digitador da Certidão e do

funcionário que a confere, confirmadas pelo visto da autoridade policial. Cabe ao policial

responsável pelo feito o fornecimento de certidão comprobatória do teor de peças dos autos,

como também outras certidões para consignar a circunstância de não ter sido realizado algum

ato, indicando a razão, para conhecimento e providências da autoridade, devendo então fazer-

lhes os “autos conclusos”.

4.6.25. Informação sobre Investigação: documento de livre digitação o qual tem por

finalidade servir para que o policial responsável pelo procedimento informe sobre o

cumprimento das diligências requisitadas e o desdobramento dessas diligências à Autoridade

Policial.

Tem fundamento no artigo 26 da Resolução SEPC nº 605/93 “Aprova o Manual de

Procedimentos de Polícia Judiciária”. O resultado das diligências determinadas no curso do

inquérito deverá ser trazido aos autos mediante informação escrita prestada por policial.

O Manual de Investigação aprovado pela Resolução SSP nº 651, de 21 de janeiro de 2004

“Dispõe sobre a implantação de Manual de Investigação das Unidades Policiais inseridas no

Programa Delegacia Legal e dá outras providências”, no item 7.5.9, classifica a Informação

sobre Investigação sob os critérios de execução de diligências, de conclusão das investigações

e origem:

a) Quanto à execução de diligências, poderá a Informação ser:

i. Preliminar: quando forem necessárias diligências ou novo prazo. ii. Definitiva: quando

estiverem encerradas todas as diligências.

b) Quanto à conclusão das investigações:

i. Com êxito: quando visa informar à autoridade policial sobre o possível término das

investigações, por qualquer motivo que seja. Por exemplo: porque foi alcançada a autoria e

materialidade ou por ausência de indícios para esse alcance, ou ainda, para informar da

21

incidência da prescrição. No SCO, abre uma pendência de despacho, para a autoridade

policial.

ii. Sem êxito: toda e qualquer informação que não visa encerrar as investigações. Não gera

pendência no SCO.

c) Quanto à origem:

i. Oriunda de Carta Precatória

No mesmo item afirma o aludido manual:

“Assim, o relatório apresentará uma síntese do que foi feito pelo policial ou do que se deixou de

fazer no decorrer da investigação, esclarecendo o motivo da ação ou da omissão. A

Informação sobre a Investigação é também o documento por meio do qual o policial pode

acrescentar novos informes relativos a uma investigação ou outros fatos relevantes

provenientes de uma diligência externa.”

Poderá, também, o policial sugerir novos rumos à investigação. O policial responsável pela

investigação não pode ficar restrito às diligências indicadas, por meio do despacho, devendo

utilizar de seu tirocínio (que segundo o Art. 199 do Decreto Estadual nº 3.044, de 22 de janeiro

de 1980“Aprova Regulamento do Estatuto dos Policiais Civis”, alterado pelo Decreto nº

43.428/12 “é a capacidade demonstrada pelo policial para avaliar e discernir a importância das

decisões que deve tomar”, para atuar na investigação e ir além da requisição, como, por

exemplo, realizar outras consultas não solicitadas, juntar outros documentos pertinentes à

investigação etc.

O texto da Informação sobre a Investigação deverá ser expositivo e, ao final da informação,

deve-se abrir conclusão à autoridade policial. Exemplo: “Conclusas as diligências, submeto a

presente à apreciação e deliberação de Vossa Senhoria.”

4.6.26. Cumprimento de Mandado de Prisão: detido o indivíduo, será realizado o Registro de

Ocorrência para cumprimento do Mandado de Prisão, e o acompanhará o Termo de

Declaração das testemunhas, o original ou a cópia do mandado, a Guia de Preso, requisição

de Exame de Corpo de Delito ao IML e as comunicações ao Juízo que ordenou a prisão, ao

MP e à Defensoria. Quando oriundo de Inquérito Policial, as peças do cumprimento do

Mandado de Prisão poderão ser juntadas a ele.

4.6.27. Cumprimento de Mandado de Busca e Apreensão: depois de realizado o

cumprimento do Mandado de Busca e Apreensão, na forma dos arts. 240 a 250 do Código de

Processo Penal, deverá ser realizado o Registro de Ocorrência com a dinâmica do fato, as

testemunhas do cumprimento e a apreensão dos objetos. Consequentemente, haverá o Termo

de Declaração das testemunhas, a elaboração do Auto de Apreensão dos objetos, as

requisições periciais pertinentes e/ou o devido Auto de Encaminhamento. Se o referido

mandado foi oriundo de um Inquérito Policial, far-se-á a juntada das peças ao procedimento,

sendo o RO do mandado suspenso. Mas, se for autônomo deverá ser o feito encaminhado ao

juízo, com arquivamento de cópia. O original ou a cópia do Mandado serão juntados aos autos.

4.6.28. Guia de Remoção de Cadáver: documento que formaliza a autorização para

recolhimento de um cadáver, pelo Corpo de Bombeiros. Toda morte violenta ou de motivo não

sabido que possa ter relação com algum ilícito penal deverá ser comunicada à Autoridade

Policial que determinará a apuração das circunstâncias do evento morte. A Guia deve ser

22

elaborada, contendo a informação do local onde se encontra o cadáver e o nome, bem como o

Registro Geral do militar do Corpo de Bombeiros que recebeu a notificação para a remoção do

cadáver. Deverão ser impressas três vias, sendo duas vias entregues ao militar responsável

pela remoção e a terceira juntada ao procedimento iniciado com o Registro de Ocorrência, com

o devido recebimento do militar.

ATENÇÃO : Importante mencionar as características do de cujus como: posição, aparência,

vestes, cicatrizes, tatuagens, como se encontra o local (residência revirada, bagunçada, sinais

de violência). Nessa peça também se informa a necessidade de coleta de DNA do cadáver,

para identificação futura, caso não seja identificado

4.6.29. Autuação: consiste na abertura do processo administrativo e tem como objetivo a

aquisição, resguardo, transferência, modificação ou extinção de direitos, de acordo com a

definição do item nº 3.1.1 do Manual de Gestão de Protocolo instituído pelo Decreto Estadual

nº de 16 de outubro de 2012. Formaliza a materialização física do procedimento policial. É o

ato de organizar fisicamente os impressos de um procedimento policial, de acordo com sua

natureza com atenção ao correto preenchimento das informações peculiares a cada qual.

Continua o aludido manual no item 3.1.2 a discorrer sobre o porquê de se autuar: “Autua-se um

processo quando a natureza da ação dependa da decisão de duas ou mais pessoas. Dispensa-

se a composição de processo nos casos em que a decisão dependa de uma única pessoa com

uma tramitação simples e breve, podendo assim, ser solucionado sem as formalidades do

processo”. No capítulo destinado aos procedimentos serão comentadas as formas de autuação

de cada procedimento, especificamente. Preferencialmente, devem-se utilizar documentos

originais para que seja realizada a autuação, no entanto, poderá ser realizado o ato com cópias

dos documentos devidamente autenticadas por servidor público, considerando que o mesmo

possui fé pública nos seus atos.

4.6.30. Restauração: É um processo de manutenção e\ou reparo que deverá ser executado,

pelo policial responsável pelo feito. Visa preservar a “capa original” com todos os carimbos e

registros originais. Assim, o policial deverá recortar e colar a antiga capa sobre a nova,

reforçando-a com fita apropriada para preservar o processo em toda sua íntegra. Resumindo,

esse conjunto de atividades tem por objetivo restabelecer danos decorrentes do tempo.

4.6.31. Juntada ou Inclusão de Peças (Inserção e Numeração das Folhas): o art. 54 da

Resolução SEPC nº 619, 06 de outubro de 1993 a qual “Aprova o Manual de Comunicações

Administrativas da Secretaria de Estado da Polícia Civil.”, define o ato de juntada como sendo:

“Art. 54 - Juntada é o ato pelo qual se insere a um processo principal, documento ou outro

Processo que, por sua natureza, deva fazer dele parte integrante.

§ 1º - As peças juntadas serão numeradas segundo a ordem seqüencial já existente no

processo principal.

§ 2º - As juntadas de documentos deverão ser sempre indicadas no corpo do processo,

mencionando-se o respectivo número de folhas. O Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de

outubro de 2012 que “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de

protocolo no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras providências”, disciplina a forma

geral de inserção e numeração de folhas no item 3.4.8 nos incisos I e II, a saber:

23

“I. Inserir carimbo padronizado de instrução nas folhas do processo no canto superior direito da

página. Preencher número do processo, data de criação do processo, número da folha que

está sendo instruída na ordem crescente, rubrica seguida do número da Identidade Funcional

do servidor que está efetuando a instrução; e

II. Caso não tenha carimbo de instrução, inserir marcação com dados contidos no carimbo e

numerar sequencialmente as folhas. O carimbo ou a marcação de instrução processual deverá

conter os elementos.” Na “linguagem policial”, diz-se que foi realizada a “juntada” dos

documentos aos autos. Os documentos juntados devem seguir a ordem numérica do

procedimento; sendo exemplos de documentos que podem ser juntados: laudos, ofícios de

outros órgãos ou empresas privadas, correspondências de outras unidades, petições etc.

Todos os documentos pertinentes à investigação deverão ser incluídos nos autos do

procedimento e numerados na sequência. Na delegacia não Inserida no Programa Delegacia

Legal basta o simples carimbo no documento, com a data de entrada e sua “juntada”. Mas, na

Delegacia Legal, é necessário acessar o menu, gerar a peça e elaborar a inclusão de peça a

qual receberá o número de protocolo geral. Na peça de inclusão, deverá ser consignada não

somente a natureza da peça, mas todo seu conteúdo, para possibilitar que a peça seja

observada em sua plenitude, virtualmente, e não apenas com acesso aos autos. A Inclusão de

Peça não deve ser impressa, sendo desnecessária a juntada da peça aos autos. Apenas o

documento seguirá os autos com o número do protocolo gerado pelo ato de inclusão.

Observação: A cópia de documento que será juntada deverá ser autenticada pelo policial

responsável que fará constar na cópia, o carimbo ou a inscrição “Confere com o Original”,

conforme consta no art. 22 da Resolução SEPC nº 605/93 “Aprova o manual de procedimentos

de polícia judiciária: “Os documentos juntados por cópia aos autos, deverão ser autenticados

pelo Escrivão do feito.”

ATENÇÃO: Por determinação do art. 27 da Resolução SEPC nº 605/93 “Aprova o Manual de

Procedimentos de Polícia Judiciária” toda documentação que constituir materialidade de delito

deverá ser apreendida, ainda que recebida de outros órgãos, e não apenas juntada aos autos.

Logo, são exemplos de documentos que devam ser apreendidos:

a) o cheque - nos crime do art. 171, § 2º VI do CP - Fraude no pagamento por meio de cheque;

b) a duplicata - no crime previsto no art. 172 do CP - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda

que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço

prestado). Entre outros.

4.6.32. Termo de Desentranhamento de Documentos: por vezes, o policial responsável pelo

procedimento ao consultar os autos repara que algumas peças que não estão contextualizadas

com a infração penal em apuração ou mesmo com qualquer diligência registrada, ou seja,

conclui que tais peças pertencem a outros procedimentos ou mesmo não se sabe a qual

pertencem. Para tornar o procedimento mais organizado e impedir qualquer futura confusão, ou

seja, para evitar que dados de outros procedimentos sejam aproveitados erroneamente, deve o

policial informar à autoridade policial do erro de juntada e solicitar o desentranhamento dessas

peças dos autos do procedimento que somente se dará, após a determinação da autoridade

policial, conforme art. 23 da Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993 que “Aprova o

Manual de Procedimentos de Polícia Judiciário:

24

“Art. 23 - o desentranhamento de qualquer peça do inquérito deverá ser antecedido de

despacho da autoridade e por certidão lavrada pelo Escrivão do feito.” Nos termos do item

3.11.4 inciso IV do Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 que “Aprova o

Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo no âmbito do Poder

Executivo Estadual e dá outras providências”, não se trata da peça Certidão de

Desentranhamento como sugere a referida resolução, mas do documento TERMO DE

DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS, o qual deve ser lavrado, após determinação da

autoridade policial e inserido no lugar do documento desentranhado. No SCO, até a presente

edição inexiste peça própria com esse fim específico. Portanto, poderá o policial responsável

pelo procedimento elaborar uma peça no editor de texto com o título TERMO DE

DESENTRANHAMENTO DE DOCUMENTOS na qual deve constar a numeração do intervalo

de folhas que será retirado dos autos, o propósito do ato, data e assinatura do policial

responsável pelo procedimento. Após, poderá inserir no SCO na opção inserir peça. O policial

poderá, ainda, utilizar-se da peça Certidão na qual deverá informar o fim da mesma, ou seja,

para oficializar o desentranhamento com a consignação do intervalo de documentos

correspondente.

4.6.33. Apensação: na definição do item 3.9.1 do Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de

outubro de 2012 que “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de

protocolo no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras providências”, trata-se de

apensação a união temporária de um ou mais processos a outro. Este procedimento é

motivado quando, por sua natureza, embora não deva fazer parte integrante de outro processo,

existam motivos que justifiquem que seja examinado e analisado em conjunto com outro

processo, a fim de assegurar a uniformidade de tratamento em matérias semelhantes e/ou

complementares (assuntos correlatos). Sem dúvida é a operação de reunir um procedimento a

outro, conforme art. 57 da Resolução nº 619, de 06 de outubro de 1993 “Aprova o Manual de

Comunicações Administrativas da Secretaria de Estado de Polícia Civil.”

“Art. 57 - Apensação é a operação de reunir um processo a outro.

Parágrafo único - A apensação e a desapensação de processos serão neles obrigatoriamente

consignadas.”

Em outras palavras, trazendo o ato para atividade de polícia judiciária, cabe apensação de

procedimentos quando um fato de interesse policial, para qual já foi instaurado um

procedimento policial de qualquer natureza, tem correlação a outro fato para o qual também foi

instaurado procedimento policial, isto é, tem relação com o Inquérito Policial de roubo de

veículo a VPI que trata da recuperação do mesmo veículo. Logo, poderá a VPI ser apensada

ao Inquérito Policial. Da mesma forma, poderão ser apensados Inquéritos Policiais que versem

sobre crimes de mesma espécie, que pelas condições de lugar, modus operandi e maneira de

execução se supõem ser de mesma autoria, para que sejam centralizados esforços e

possibilitada uma análise com confrontação dos dados investigados em cada procedimento,

para que se forme uma “Investigação em Bloco”.

No item 3, do anexo II,da Resolução SSP nº 653, de 21 de janeiro de 2004 “ Dispõe sobre a

normatização dos padrões sistêmicos utilizados pelas Unidades Policiais inseridas no

Programa Delegacia Legal, e dá outras providências”, Padrão Sistêmico para Investigação

Policial - disponível na Intrapol, Investigação em Bloco é:

25

“Tratamento conjunto de várias investigações individualizadas sobre assuntos da mesma

espécie ou modo de agir semelhantes, comparados em seus dados para identificações de

linhas investigatórias, com o objetivo de apontar autorias e reunir provas nas investigações

individuais, bem como fornecer dados para alimentar outras investigações em curso.”

No SCO, apenas a autoridade policial poderá definir um procedimento como apensado a outro,

por meio de despacho. E após essa apensação, as peças elaboradas, durante a investigação,

devem ser feitas, apenas no procedimento principal.

Para se dirimir qualquer dúvida sobre qual procedimento deva ser o principal, esclarece o item

5.1, do Manual de Rotinas Básicas da Autoridade Policial, aprovado pela Resolução nº 654, de

2004:

“Pode-se apensar procedimentos de mesma categoria (VPI x VPI, Inquérito x Inquérito,

Sindicância x Sindicância etc.) nesse caso o procedimento mais novo, aquele que foi

instaurado último, deverá ser apensado no procedimento mais velho, prevalecendo a

numeração do mais velho.”

E continua:

“Há possibilidade de se efetuar apensação de procedimentos de categoria distintas (Inquérito x

VPI, Inquérito x RO, VPI x RO). Nesse caso, não haverá prevalência das datas de instauração

e sim da categoria do procedimento. O mais importante absorve o menos importante (RO é

absorvido por VPI, VPI é absorvido por Inquérito).”

Na prática policial, para apensar um ou mais procedimentos a um procedimento principal é

preciso somente prendê-los um ao outro com um barbante ou uma fita, preservando-se a

capas e as numerações originais dos procedimentos com o acréscimo da inscrição

“INQUÉRITO COM APENSO”, no Inquérito principal e “INQUÉRITO EM APENSO”, no

procedimento apensado.

4.6.34. Anexação: é a inclusão de um ou mais documentos em um processo para fins de

estudo e apreciação ou para fundamentar e comprovar as decisões proferidas no processo.

Conforme preceitua o item 3.7.1 do Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 que

“Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo no âmbito

do Poder Executivo Estadual e dá outras providências.” É a operação pela qual se incluem em

procedimento peças que, por sua natureza, dele não devam fazer parte, mas que sejam

necessárias aos seus estudos e apreciações, conforme art. 55 da Resolução nº 619, de 06 de

outubro de 1993 “Aprova o Manual de Comunicações Administrativas da Secretaria de Estado

da Polícia Civil.”

“Art. 55 - Anexação é a operação pela qual se incluem em processo peças que, por sua

natureza, dele não devam fazer parte integrante mas que sejam necessárias a seu estudo e

apreciação.

§ 1º - Os documentos anexados serão colocados depois da última folha do processo ou junto a

este através de capa própria.

§ 2º - Cada peça anexada deverá ser autenticada no canto superior direito mediante carimbo

na forma do Anexo V.

§ 3º - A anexação deverá ser consignada também no corpo do expediente, indicando-se:

1 - A natureza do documento;

26

2 - número do anexo;

3 - número de folhas dos documentos anexados”.

Em consonância com o item 3.7.5 Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de 2012 que

“Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo no âmbito

do Poder Executivo Estadual e dá outras providências”, o qual determinada que:

“3.7.5. Cada documento anexado deve receber carimbo padronizado, ou marcação com os

dados do carimbo. As folhas de cada documento anexado devem ser numeradas

sequencialmente, com numeral arábico. Exemplo: Anexo I possui 3 folhas, sendo folha 1,

folha2efolha 3 (ou fls. 1, fls. 2 e fls. 3)”. Podem ser processos oriundos de outros órgãos,

pareceres que não devem ser juntados ao procedimento. Modernamente, assemelha-se ao

apensamento, em relação ao fato de que devem ser os processos anexados ao procedimento

preso com barbante ou fita, sendo preservadas suas características originais (capa, volume

etc.). Deverá ser escrito ou carimbado na capa do procedimento principal “INQUÉRITO COM

ANEXO”, quando se tratar dessa modalidade de procedimento policial. Enquanto que na capa

do documento em anexo a palavra “ANEXO” seguida da numeração em algarismos romanos,

caso haja mais de um documento anexado. Após, indicar o número de folhas do anexo em

algarismos arábicos. ATENÇÃO: os apensos e anexos são procedimentos extremamente

relevantes à investigação as inscrições nas capas informam ao policial a presença dessas

peças, o que facilita o controle físico de um acervo de procedimentos.

4.6.35. Representações Policiais: são atos exclusivos da autoridade policial e, por isso,

apenas esta poderá elaborar, no SCO. Tais peças têm por fim requerer ao Poder Judiciário

medida cautelar que poderá ser: a prisão temporária ou preventiva de um indiciado, um

mandado de busca e apreensão de coisa ou adolescente, a quebra do sigilo de dados

cadastrais junto a empresas ou bancos, a interceptação junto a operadoras etc.

ATENÇÃO: as representações de interceptações telefônicas, de dados telemáticos, bancárias

e fiscais para garantir seu caráter sigiloso devem ser separadas dos autos principais do

inquérito policial, vindo a inaugurar um novo volume, pois, por definição, somente seria

apensado se fosse um novo procedimento e não a continuação do mesmo. No SCO, somente

será possível apensação entre procedimentos.

4.6.36. Requisições de Exames Periciais: exames periciais são essenciais para

comprovação da materialidade do ilícito penal ou para corroborar teses e indícios. São várias

as modalidades de exames que podem ser realizados, de acordo com a natureza da infração

penal e os meios que foram utilizados para a sua prática. Assim, de forma breve serão

abordados apenas aqueles mais utilizados na rotina de investigação.

4.6.37. Carta Precatória: Com previsão legal no Código de Processo Penal no artigo 222, a Carta

Precatória tem por fim o depoimento de testemunha fora da jurisdição onde ocorrerá o

julgamento do processo.

No procedimento policial, a Carta Precatória assume similar denotação, pois é utilizada para

solicitar a colaboração de uma unidade policial de outra circunscrição no cumprimento de uma

diligência a ser realizada naquela circunscrição, podendo a diligência ser a oitiva de uma

testemunha, um encaminhamento de vítima ao IML para exame complementar etc. É definida

no Manual de Investigação instituído pela Resolução SSP nº 651, de 21 de janeiro de 2004

27

“Dispõe sobre a implantação de Manual de Investigação das Unidades Policiais inseridas no

Programa Delegacia Legal e dá outras providências”, como sendo a “Solicitação oriunda de

outra Unidade Policial Estadual ou Interestadual para cumprir um ato administrativo ou de

polícia judiciária em procedimento da origem do pedido”.

Para solicitar colaboração de unidade de polícia judiciária (UPAJ) da própria PCERJ será

necessária, apenas a expedição da Carta Precatória que será enviada, através de guia de

remessa. No entanto, se a colaboração for de uma UPAJ de outra unidade federativa deverá

ser expedida a Carta Precatória, bem como uma Correspondência Interna à POLINTER na

qual se solicitará a remessa da Carta Precatória e documentos anexos para a correta UPAJ

responsável pela circunscrição. A DC/Polinter deverá realizar o controle e a distribuição de

Carta Precatória interestaduais, conforme a Resolução nº 384, de 14 de abril de 1990, “Dispõe

sobre as atribuições para o registro, o controleeadistribuição de cartas precatórias no âmbito

estadual.” “Art. 1º - A atribuição para o registro, o controle e a distribuição de cartas precatórias

de natureza interestadual é exclusiva da DC/POLINTER.” Consta nos artigos 69 a 72 da

Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993 “Aprova o Manual de Procedimentos de

Polícia Judiciária”:

SEÇÃO VIII

DA CARTA PRECATÓRIA

Art. 69 - A expedição, registro, controle e distribuição de cartas precatórias são regulados, no

âmbito estadual pela Resolução SEPC nº 384, de 18 de abril de 1990.

Art. 70 - A autoridade deprecante deverá formular as perguntas a serem feitas, de modo claro e

objetivo.

Art. 71 - A indiciação por meio de carta precatória somente ocorrerá quando for expressamente

solicitado pela autoridade deprecante.

Art. 72 - A carta precatória não será autuada, sendo apenas registrada em livro próprio,

devendo a autoridade deprecada observar o prazo para o cumprimento (Resolução SEPC

0384/90, Art. 3º).

A diligência a ser cumprida deve ser pormenorizada, no conteúdo da Carta Precatória, à qual

acompanharão as demais peças que auxiliem, informem ou mesmo sejam imprescindíveis ao

cumprimento da diligência, por exemplo, fotos do autor para possível reconhecimento.

Formalmente, a autoridade policial que solicita a diligência em Carta Precatória é

intitulada Deprecante, enquanto aquela para qual o documento é dirigido é

denominada Deprecada (art. 222 § 2º CPP).

Além da formalidade descrita acima, na expedição de uma Carta Precatória, também se faz

necessário que o documento seja enviado em uma capa de cor branca, na qual será

consignado o número de protocoloeainscrição Carta Precatória, devendo ser instruída com

uma Correspondência Interna à DC-Polinter, além dos documentos já mencionados, quando a

autoridade policial Deprecada for de outra Unidade da Federação. Quando for entre delegacias

do Rio de Janeiro, não é necessário o encaminhamento à DC-Polinter, podendo a peça ser

enviada por Correspondência Interna. Esta rotina está sendo adequada, em razão da

implementação do Sistema de Protocolo UPO.

28

No ato do recebimento pelo Deprecado, será realizado um Registro de Ocorrência para a

execução da diligência solicitada que, quando conclusa, retornará à delegacia de origem,

acompanhada dos documentos pertinentes à diligência realizada para ser juntada aos autos. A

cartilha de Rotina de Carta Precatória disponível na Intranet da Polícia Civil informa que “ao

efetuar o cumprimento da Carta precatória (exemplo cumprir a oitiva de um envolvido), o

usuário deve gerar o termo de declaração do procedimento. Deve utilizar a peça “Concessão

de Vistas”, liberando o acesso ao “Termo de Declaração” ao procedimento original.”

Convém lembrar que, na Delegacia não Inserida no Programa Delegacia Legal, a Carta

Precatória recebe um número de protocolo de um livro próprio, no qual será consignado o

cumprimento; porém, o despacho conclusivo, será realizado em Registro de Aditamento.

Na Delegacia Legal, a Carta Precatória recebe o número de protocolo geral, sendo todos os

atos de seu cumprimento realizados no RO que foi originado para a própria diligência.

A autoridade policial Deprecada deverá atender as solicitações, no prazo máximo de 30 dias do

recebimento da Carta Precatória, podendo o prazo ser estendido, se justificado.

Não obstante as peças apresentadas, cabe lembrar que não foram esgotados os Atos de

Polícia Judiciária,tampouco os documentos pertencentes a sua formalização. Seguirá o

presente trabalho apresentando outros documentos pertinentes a alguns procedimentos

específicos como, por exemplo, a Medida Protetiva de Urgência (MPU), nos procedimentos

relativos à Lei Maria da Penha. O enfoque, obviamente, será nos Atos, mas estes serão tratados

nos tópicos relativos a cada procedimento policial.

Insta ressaltar, que esse manual não esgota os Atos realizados na delegacia de polícia, em

virtude da grande complexidade da atividade de Polícia Judiciária. Por isso, se recomenda a

leitura dos manuais aprovados por resolução disponíveis na Intranet, além de apostilas e

manuais dos demais cursos.

5. PROCEDIMENTOS POLICIAIS EM ESPÉCIE E SEUS DOCUMENTOS PRÓPRIOS

Todo registro de um fato, em uma delegacia de polícia, gera um procedimento. Segundo

definição genérica do Manual Operacional de Conceitos Básicos do SCO, disponível na

Intranet:

“Procedimento todo evento de uma delegacia que necessite criar ou gerar documentos. O

procedimento controla os diversos documentos que circulam pela delegacia. Podendo

ser Policial ou Administrativo” (grifo nosso).

Tal “procedimento virtual” é genérico, já que se refere a todos os tipos de registros e recebe um

número de protocolo geral que seguirá cada peça gerada no SCO, dentro desse procedimento.

Diz-se, também ser um procedimento a compilação de documentos similares ao processo

judicial, materializado, através das impressões dos documentos criados na delegacia de polícia

ou não, cooptados, durante o trabalho policial, além daqueles juntados a pedido de partes.

Importante mencionar que muitos registros de fatos atípicos que geram Procedimentos

Administrativos são realizados em uma delegacia policial e versam sobre: Cumprimentos de

Mandado de Busca e Apreensão, Extravio de CNH ou CRLV, Medida Assecuratória de Direito

Futuro etc.

29

Outros fatos de interesse policial, isto é, que versam sobre ilícitos penais ou transgressões

disciplinares de policiais civis originam vários procedimentos classificados como policiais dos

quais são espécies: Registro de Ocorrência (RO).

Verificação da Procedência das Informações (VPI).

Sindicância Administrativa Disciplinar (SAD).

Sindicância Sumária (SS).

Inquérito Policial (IP).

Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI)

Auto de Prisão em Flagrante (APF).

Auto de Apreensão de Adolescente Infrator (AAAPAI).

Cada procedimento será abordado com breve definição, os aspectos legais, a respectiva

formalização e instrução com a devida autuação e capa, além de aspectos gerais específicos.

5.1. Registro de Ocorrência (RO)

A Resolução SSP nº 653, de 21 de janeiro de 2004 “Dispõe sobre a normatização dos Padrões

Sistêmicos utilizados pelas Unidades Policiais inseridas no Programa Delegacia Legal, e dá

outras providências”apresenta o Padrão Sistêmico para Investigação Policial que define como

Registro de Ocorrência: “Registro, lançamento, inscrição ou transcrição integral de fato de

cunho ilícito ou administrativo revelado para a autoridade policial e é incorporado a um

inquérito ou qualquer outro procedimento policial.”

Assim, o Registro de Ocorrência é o documento no qual se inserem informações gerais sobre

um fato ilícito ou administrativo que, após ser apreciado pela autoridade policial, pode integrar

um procedimento policial ou ser suspenso de plano.

Inobstante a definição acima, no SCO, o Registro de Ocorrência não é apenas um documento,

mas, também, um procedimento antecedente aos demais, pois, após executar a reserva de

procedimento no SCO, poder-se-á realizar a elaboração da peça de RO. O policial, ao encerrar

essa peça deve conferir o status de RO o procedimento. Nesse momento, o procedimento

poderá conter termos de declarações, juntadas de documentos, além do próprio RO.

A Resolução SSP nº 651, de 21 de janeiro de 2004 “Dispõe sobre a implantação de Manual de

Investigação das Unidades Policiais inseridas no Programa "Delegacia Legal" e dá outras

providências” trouxe a lume regras para o correto preenchimento do Registro de Ocorrência

para o bom início de um procedimento policial.

A autoridade policial ao realizar o primeiro despacho poderá determinar que o registro de

ocorrência está com informações inconsistentes. Assim, indicará no SCO, o RO como “não

conforme”, sendo o policial obrigado a tomar as providências cabíveis para regularizar o RO.

Determinado como “conforme”, ou seja, corretamente elaborado, a autoridade policial poderá

manter o status e realizar a suspensão do RO com seu posterior arquivamento ou determinar

seu envio à UPAJ responsável pelo procedimento, em razão da especialidade ou competência

circunscricional. Se tratar de fato de interesse policial e sendo a UPAJ competente, deverá

alterar o status do procedimento RO e transformá-lo em VPI, AIAI, IP etc.

Nas ocorrências de competência do JECRIM (Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995) o

registro de ocorrência deve conter a qualificação da vítima e do autor do fato (artigo 69), as

30

declarações das pessoas envolvidas e as informações gerais do ocorrido. A esse documento

se confere o nome de TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA (TCO).

“Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo

circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,

providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários”.

A última atualização do SCO em relação ao tema confere ao TCO também status de

procedimento, sendo necessário o despacho da autoridadeeaalteração status de RO para TCO

para que o procedimento possa ser remetido ao JECRIM.

Após a lavratura do Registro de Ocorrência de Desaparecimento de Pessoa deverá o mesmo

ser enviado à Unidade de Polícia Judiciária Especializada de destino, de acordo com a área de

atuação, conforme preceitua o artigo 27, § 1º e seus Incisos da Resolução SESEG nº 822, de

09 de outubro de 2014, que “Define a Estrutura da Delegacia de Descoberta de Paradeiros da

Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro”. Os desaparecimentos de pessoas ocorridos nas

demais UPAJ localizadas no interior do Estado deverão ser investigados, até sua conclusão,

pela própria delegacia distrital, nos termos do § 2º do artigo 27 da Resolução SESEG nº 822,

de 09 de outubro de 2014.

O mencionado artigo estabelece que o policial cumpra algumas exigências na elaboração do

Registro de Ocorrência, tais como: a juntada ao procedimento de uma foto recente do

desaparecido, o que poderá ser feito no ato do registro ou, posteriormente; a qualificação

completa do mesmo e do comunicante, incluindo os números de telefones e endereço email; o

preenchimento das características físicas e dos dados morfológicos, no SCO, com o fito de

viabilizar a pesquisa junto ao ROWEB e outros bancos de dados. Também é solicitada ao

comunicante autorização para exposição da foto do desaparecido no site da PCERJ e dos

demais meios de comunicação. Acompanharão o Registro de Ocorrência do desaparecido, a

foto juntada, os Termos de Declaração do comunicante e de eventuais testemunhas, bem

como outros documentos pertinentes à investigação. 5.2. Verificação da Procedência das

Informações (VPI)

a) Definição

Procedimento administrativo instaurado para apuração de contravenções penais ou crime de

menor potencial ofensivo, enquadrados na Lei nº 9.099/95 que “Dispõe sobre os Juizados

Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências”. Também serve de procedimento

preparatório dos demais procedimentos (IP, AIAI ou SAD), de acordo com a natureza do fato

(ilícito penal ou transgressão Administrativa) ou por característica do autor (se maior de 18

anos ou adolescente infrator). Bem define o procedimento de VPI o art. 123 da Resolução nº

605, de 27 de julho de 1993 que “Aprova o Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária.”

“Art. 123 - A Verificação da Procedência das Informações - VPI, é um instrumento excepcional,

destinado a comprovar a procedência das notícias de infração penal, levadas ao conhecimento

da Autoridade Policial mas que, pela escassez de indícios não justifiquem, de imediato, a

instauração de inquérito.”

Observa-se que, a leitura do aludido artigo, levou em consideração a VPI apenas como

procedimento preparatório do Inquérito Policial. Contudo, essa poderá anteceder um Auto de

Investigação de Ato Infracional (AIAI), como já foi mencionado.

31

b) Previsão Legal

A VPI tem fundamento no parágrafo 3º, do artigo 5º, do Código de Processo Penal, bem como,

internamente, no artigo 3º, da Resolução SEPC nº 92, de 15 de setembro de1986 “Dispõe

sobre as providências por parte da autoridade policial ao tomar conhecimento da pratica de

infração penal.”

Art. 3º - A Autoridade Policial, face a inexistência de indícios e autoria e/ou de comprovação da

materialidade da infração penal, nos casos de Ação Pública Incondicionada, determinará a

verificação de procedência das informações.

§ 1º - A Instauração de Inquérito Policial será determinada assim que apuradas a

autoriaeamaterialidade da infração penal objeto da verificação a que alude o artigo

c) Autuação

As peças que compõe a VPI serão organizadas numa capa de cor branca, com a inscrição

“VERIFICAÇÃO DE PROCEDÊNCIA DAS INFORMAÇÕES”. Constarão na capa o número de

procedimento, a delegacia na qual foi iniciadaeaindicação do fato o qual irá se apurar.

d) Prazos

Na prática policial, a VPI, em regra, deve estar concluída no prazo máximo de 90 (noventa)

dias. Findo tal prazo, a VPI será sobrestada até o surgimento de fato novo ou transformada em

Inquérito Policial ou AIAI. Assim prevê o artigo 3º, § 2º, da Resolução SEPC nº 92, de 15 de

setembro de 1986 in verbis: “Dispõe sobre as providências por parte da autoridade policial ao

tomar conhecimento da pratica de infração penal.”

§ 2º - Constatada a existência da infração penal, no prazo de 90 (noventa) dias da data do

registro de ocorrência , e permanecendo desconhecida a autoria, a Autoridade Policial fará

consignar nos mapas demonstrativos de Verificação das Ocorrências Policiais registradas, o

resultado das apurações procedidas.(grifo nosso)

Em se tratando de crime de menor potencial ofensivo, previsto na Lei nº 9.099/95, a VPI deverá

ser encaminhada ao JECRIM, no prazo legal.

A VPI de Desaparecimento de Pessoa ficará a cargo do policial civil, da delegacia responsável

pela investigação, que fará a expedição dos ofícios aos hospitais públicos, às clínicas

psiquiátricas, Coordenadorias Estaduais e Municipais de Assistência Social e demais órgãos e

instituições públicas e privadas, pertinentes ao caso concreto. O Registro de OcorrênciaeoT

ermodeDeclaração do comunicante deverão ser formalizados, consoante os parâmetros

previstos no item 5.3.12, deste manual.

Quando a VPI tratar de desaparecimento de criança ou adolescente, disciplina a Resolução

SESEG nº 822, de 09 de outubro de 2014, que deverão ser expedidos ofícios aos portos,

aeroportos, companhias de transportes e à Polícia Rodoviária, imediatamente.

Toda investigação dar-se-á em sede de VPI, pesquisas, expedições de ofícios e

correspondências internas, bem como requisições periciais. A diligência de comparação de

impressões digitais entre um desaparecido e um cadáver não identificado deve ser requisitada

ao Setor de Identificação Necropapiloscópica, do IIFP - Instituto de Identificação Félix Pacheco,

por meio de CI, conforme determinação do § 3º do art. 32, da Resolução SESEG nº 822, de 09

de outubro de 2014. Da mesma forma, o exame genético comparativo deverá ser requisitado

32

ao IPPGF - Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense, para o qual deve ser

encaminhado um parente consanguíneo do desaparecido.

Quando se tratar de desaparecimento de estrangeiro deverá ser enviado ofício com notícia

sobre o ocorrido, ao respectivo consulado, juntamente, com cópia do Registro de Ocorrência.

Ocorrendo o desaparecimento de pessoa com veículo automotor, deverá ser informada a

CECOPOL e à DRFA - Delegacia de Roubo e Furto de Automóveis para a devida inclusão do

ALERTA VERMELHO, no cadastro do veículo.

e) Aspectos Gerais

Após a capa, poderá iniciar a VPI um Registro de Ocorrência ou um Termo Circunstanciado de

Ocorrência. Depois a VPI será instruída com os demais documentos pertinentes à investigação

em curso.

Não serão numeradas as folhas de uma VPI, pois a numeração apenas se dará depois do

despacho e demais atos os quais a transformarão em outro procedimento policial.

Findo o prazo, o policial responsável pela investigação deverá informar à autoridade policial o

resultado da investigação. De acordo com a natureza do fato (ilícito penal, transgressão

administrativa ou fato atípico), ou conforme a autoria (maior de 18 anos ou adolescente infrator)

decidirá a autoridade policial pela suspensão da VPI ou pela transformação desta noutro

procedimento (IP, AIAI, SAD etc.) que deverá ser realizada, mediante despacho a ser

consignado em Registro de Aditamento, quando se tratar de delegacia não inserida no

Programa Delegacia Legal; mediante despacho simples ou elaboração da Portaria, na UPAJ

inserida no programa.

Em se tratando de conclusão de VPI que versa sobre desaparecimento de pessoa, esta poderá

se transformar em Inquérito Policial ou AIAI, caso seja verificada a incidência de um crime que

culminou no desaparecimento da vítima.

atribuição originária e concorrente para a apuração dos fatos envolvendo desaparecimento de

pessoas deverá ser dirimida, consoante o previsto no art. 5º da Resolução SESEG nº 822, de

09 de outubro de 2014 e arts. 3º e 4º, Inciso IX, do anexo da referida normativa. 5.3.

Sindicância Sumária (SS)

a) Definição

Sindicância Sumária é o procedimento administrativo instaurado para apuração da

responsabilidade do servidor da PCERJ pelo extravio de bens patrimoniais acautelados com

esse, ainda que o servidor esteja à disposição de outros órgãos. Também utilizada para

apuração do fato que versa sobre acidente de serviço com servidor.

b) Previsão Legal

Numa detida pesquisa nas normas sobre os procedimentos de Sindicância Sumária (SS) e

Sindicância Administrativa Disciplinar (SAD) nota-se que, por vezes, a norma não se preocupa

em demonstrar a distinção entre esses procedimentos administrativos. Assim, no que tange à

capa, forma de autuação, numeração de protocolo, as disposições permanecem iguais, pois

não houve menção sobre distinção. No entanto, em relação ao objeto, aos prazos, às

competências e à remessa do envio do procedimento existem várias normas que diferenciam

um procedimento do outro. Conforme se verifica na Resolução SEPC nº 671, de 26 de

33

setembro de 1994 “Revoga a Resolução nº 376, de 09 de abril de 1990 disciplinando o regime

e a apuração do extravio de bem patrimonial da Secretaria de Estado da Polícia Civil, e dá

outras providências”.

“Art. 1º - O extravio de bem patrimonial da Secretaria de Estado da Polícia Civil, entregue sob

cautela a servidor lotado em qualquer dependência de sua estrutura, ainda que a disposição de

outros órgãos implica em registro e instauração de Sindicância Sumária na Delegacia Policial

da circunscrição onde ocorreu o extravio.”

c) Autuação

A capa é de cor amarela, sendo a mesma utilizada para os procedimentos administrativos

iniciados no âmbito da Polícia Civil. Nesta, deverá ser escrito o nome do órgão onde foi

iniciada, a data de instauração e o nome do servidor que teria realizado a transgressão

disciplinar, além, da inscrição “SINDICÂNCIA SUMÁRIA”, numeração específica e breves

relatos sobre o fato em apuração, conforme determina a Resolução SEPC nº 605, de 27 de

julho de 1993 “Aprova o Manual de Procedimentos de Polícia Judiciária”

“TÍTULO III

DA SINDICÂNCIA SUMÁRIA

CAPÍTULO III

DA CAPA

Art. 142 - Abaixo do campo destinado à data do início, constará a expressão “SINDICÂNCIA

SUMÁRIA N.º” acompanhada de numeração seqüencial iniciada a cada ano.

Art. 143 - Os campos destinados a "Nome" e "Assunto" conterão, respectivamente, a

expressão “SINDICÂNCIA SUMÁRIA” e breve relato do fato, desprezado o campo destinado a

“Anexos.”

d) Aspectos Gerais

A Resolução SEPC nº 671, de 26 de setembro de 1994 “Revoga a Resolução nº 376, de 09 de

abril de 1990 disciplinando o regime e a apuração do extravio de bem patrimonial da Secretaria

de Estado da Polícia Civil, e dá outras providências” traz a lume vários aspectos sobre o

procedimento de Sindicância Sumária (SS) tais como:

1) A atribuição para instauração da Sindicância Sumária será da autoridade policial lotada na

delegacia do local onde houve o extravio do bem, mas se o extravio ocorreu fora do território

do RJ ou em lugar incerto será de atribuição da delegacia policial da circunscrição em se

localiza a residência do servidor (art. 1º caput e § 1º).

2) O dever da autoridade policial de informar a instauração do procedimento à DFAE que

poderá ser feito por Correspondência Interna (art. 2º); a obrigatoriedade de instauração sempre

que haja extravio de bens. Exceto quando houver morte do servidor na subtração de sua arma

de fogo, quando deverá a autoridade policial da circunscrição do local do evento morte,

informar à DFAE sobre o fato encaminhando cópia do Auto de Exame Cadavérico da

vítimaeoRO. 3) Ao final da apuração dos fatos, os autos deverão ser remetidos ao Diretor do

Departamento ao qual é subordinada a delegacia de polícia responsável pela investigação,

para que esse delibere pelo ressarcimento do bem pelo servidor ou não.

34

Quando houver proposta de ressarcimento ao erário será providenciado, de imediato, o

recolhimento da importância devida em favor do Fundo Especial da Polícia Civil - FUNESPOL.

e) Prazo

É de 30 dias o prazo para o término do procedimento de Sindicância Sumária, conforme

determina a resolução citada no tópico anterior: “Art. 5º A sindicância deverá ser concluída no

prazo de 30 (trinta) dias e encaminhada, devidamente instruída e relatada, ao Diretor do

Departamento Geral ao qual se subordina a Delegacia Policial onde foi instaurada, a fim de ser

submetida, nos três dias subsequentes ao titular da Pasta.”5.4. Sindicância Administrativa

Disciplinar (SAD)

a) Definição

Sindicância Administrativa Disciplinar é o procedimento administrativo que visa a apuração de

transgressões disciplinares puníveis administrativamente com penas de advertência,

repreensão e suspensão de até 60 (sessenta) dias.

Observe o que diz o artigo 25-A, da Lei nº 218/75:

“Art. 25-A - A apuração das infrações, cuja natureza autoriza a aplicação das penalidades

previstas nos incisos 1 a III, do ad. 16, será feita mediante sindicância administrativa disciplinar,

limitada a penalidade de suspensão a 60 (sessenta) dias Combinado com o artigo 16 I a III do

Decreto Lei 218/75 : DAS PENAS DISCIPLINARES

Art. 16. São penas disciplinares:

I. advertência;

II. repreensão;

III. suspensão;”

b) Previsão Legal

Tem fundamento no art. 25, do Decreto-Lei nº 218/75 “Dispõe sobre o Regime Jurídico peculiar

aos Funcionários Civis do Serviço Policial do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro e

dá outras providências” alterado pela Lei Estadual nº 4.236/03:

“A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua

apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurados

ao acusado o contraditórioeaampladefesa.”

artigo 25-A do mesmo diploma legal define a Sindicância Administrativa Disciplinar (SAD)

quando a distingue do processo administrativo disciplinar quanto ao seu objeto:

“A apuração das infrações, cuja natureza autoriza a aplicação das penalidades previstas nos

incisos I a III, do art. 16, será feita mediante sindicância administrativa disciplinar , limitada

a penalidade de suspensão a 60 (sessenta) dias.” (grifo nosso) .

ATENÇÃO: a Resolução SEPC nº 194, de 12 de fevereiro de 1988: “Institui prazo de defesa

em sindicâncias sumárias, nos casos que menciona, e dá outras

providências”. Excepciona que a SAD (apesar de tratar o procedimento como Sindicância

Sumária) será o procedimento de apuração da transgressão disciplinar, mesmo quando

prevista a pena administrativa de demissão, quando se tratar de servidor em estágio

probatório. Além de prever o prazo de cinco dias para apresentação de defesa pelo servidor,

contados a partir de sua ciência, consignada nos autos.

35

“Art. 1º - Nas Sindicâncias Sumárias procedidas para apurar faltas disciplinares de servidor em

estágio probatório e que possam, em princípio, resultar na aplicação da penalidade máxima de

demissão, uma vez concluídas as diligências e, antes do relatório final, será consignado prazo

de 5 (cinco) dias para apresentação de sua defesa.

I) O prazo será contado a partir da ciência do servidor, nos autos, e, se convocado não

comparecer, a partir da data em que for certificado o não comparecimento;

II) Transcorrido o prazo de defesa, tenha sido ou não apresentada, será ultimado o relatório

final.”

c) Autuação

A capa é de cor amarela, sendo a mesma utilizada para os procedimentos administrativos

iniciados no âmbito da Polícia Civil. Nesta, deverá ser escrito o nome do órgão onde foi

iniciada, a data de instauração, o nome do servidor que teria realizado a transgressão

disciplinar, além da inscrição “SINDICÂNCIA ADMINISTRATIVA DISCIPLINAR”.

d) Aspectos Gerais

Várias resoluções da PCERJ tratam do procedimento de SAD.

Segundo o artigo 25, do Decreto Estadual nº 218, de 18 de julho de 1975“Dispõe sobre o

Regime Jurídico peculiar aos Funcionários Civis do Serviço Policial do Poder Executivo do

Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências”, alterado pela Lei Estadual nº 4.236/03 o

servidor tem direito ao contraditório e à ampla defesa. Tendo 05 (cinco) dias de prazo para

apresentar sua defesa, conforme o artigo 1º Resolução SEPC nº 194, de 12 de fevereiro de

1988: “Institui prazo de defesa em sindicâncias sumárias, nos casos que menciona, e dá outras

providências.”

A Resolução SEPC nº 291, de 17 de julho de 1989 “Dispõe sobre a aplicação dos princípios da

ampla defesa e do contraditório nas sindicâncias processadas no âmbito da Secretaria de

Estado da Policia Civil”, além de reafirmar o prazo e facultar acesso do indiciado aos autos da

SAD, amplia esse prazo para 10 (dez) dias, caso haja mais de um servidor indiciado, a saber:

Art. 1º - Nas Sindicâncias Sumárias, instauradas no âmbito da Secretaria de Estado da Polícia

Civil, ultimada a instrução probatória, o servidor será intimado para apresentação de defesa no

prazo de 05 (cinco) dias, sendo-lhe facultada vista do processo, durante todo esse período, na

sede da Corregedoria Geral de Polícia ou do órgão processante.

§ 1º - Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum de 10 (dez) dias.

§ 2º - Estando o sindicado em lugar incerto, será intimado por edital, publicado uma única vez

no órgão oficial de imprensa, contando-se o prazo para defesa da data da publicação.

§ 3º - Em caso de revelia, a Autoridade sindicante designará, de ofício, um funcionário efetivo,

bacharel em Direito, para defender o sindicado.

§ 4º - Apresentada a defesa, a autoridade sindicante apresentará relatório, observando o que

dispõe o Art. 30 do Regulamento do Estatuto dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro,

aprovado pelo Decreto n.º 3.044, de 22 de janeiro de 1980.

Art. 2º - O disposto no artigo 1º não se aplica nos casos de infração a que seja cominada pena

disciplinar superior a 50 (cinqüenta) dias de suspensão. A peça inicial da SAD será a Portaria,

36

de expedição exclusiva da autoridade policial, na qual conterá o motivo ensejador e quando

identificado, a indicação do servidor que cometeu a transgressão disciplinar.

Nada impede que uma Sindicância Sumária dê origem, também, à SAD, se do extravio for

evidenciada uma possível transgressão disciplinar. Nesse caso, uma cópia deve ser

encaminhada ao chefe imediato da UPAJ de lotação do servidor para instauração da SAD.

Como os demais procedimentos, com exceção da VPI, todas as folhas devem ser numeradas e

rubricadas pela autoridade policial. Obviamente, não se pode esquecer que se for constatada a

ocorrência de algum ilícito penal, a autoridade policial instaurará Inquérito Policial.

Todos os atos da investigação sobre as circunstâncias e a autoria que apuram uma

transgressão disciplinar, por meio de SAD, deverão ser idênticos aos dos demais

procedimentos: Auto de Apreensão, Termo de Declaração, Termo de Encerramento e Abertura,

Informação sobre Investigação, Relatório de Investigação, Auto de Acareação ou Exames

Periciais, se necessários etc.:

“Art. 144 - Na apuração das transgressões disciplinares a Autoridade Policial observará, no que

for aplicável, as disposições do Código de Processo Penal referente ao Inquérito Policial (artigos

40 a 23), à prova (artigos 155 a 250) e do Título I deste Anexo.

Art. 147 - Quando a infração deixar vestígio será indispensável o exame pericial, não podendo

supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único - A autoridade não ficará adstrita ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no

todo ou em parte.

Art. 148 - A acareação será admitida entre acusados, entre acusados e testemunhas e entre

testemunhas, só determinando a autoridade a sua realização quando fundamental para o

esclarecimento do ponto de divergência, observado o disposto nos números 49 e 50.”

As competências para julgamento dar-se-ão sob dois critérios: o primeiro, conforme a

gravidade da transgressão disciplinar a ser apurada e o segundo, em relação ao cargo do

servidor,como se pode observar na redação do artigo 23, I ao V e § único do Decreto-lei

Estadual nº 218/75 alterado pela Lei Estadual nº 4.236/03:

“Art. 23 - São competentes para aplicação das penas disciplinares previstas nesse Estatuto:

I - o Governador do Estado, em qualquer caso e privativamente nos casos dos incisos VI e VII,

do artigo 16, em relação aos delegados de polícia;

II - O Secretário de Estado de Segurança Pública, em qualquer caso, e, privativamente, nos

casos dos incisos VI e VII do artigo 16, em relação aos demais servidores policiais e

suspensão acima de 60 (sessenta) dias;

III - o Chefe da Polícia Civil, nos casos dos incisos I e II, do artigo 16, e suspensão até 60

(sessenta) dias;

IV - o Corregedor da Policia Civil, nos casos dos incisos I e II, do artigo 16, e suspensão até 50

(cinqüenta) dias;

V - os dirigentes de unidade de polícia administrativa e judiciária da Policia Civil, nos casos dos

incisos I a III, do artigo 16, aos servidores policiais que lhes forem subordinados, limitada a

pena de suspensão ao prazo de 30 (trinta) dias.

37

Parágrafo único - Quando para qualquer transgressão, for prevista mais de uma pena

disciplinar, a autoridade competente, atenta às circunstâncias de cada caso, decidirá qual a

aplicável."

e) Prazos

O prazo para conclusão da SAD é de 60 (sessenta) dias, prorrogáveis por mais 30 (trinta) dias

a pedido da autoridade policial sindicante, dirigido ao seu chefe imediato. Caso, após o novo

prazo não esteja, justificadamente, concluso o procedimento. A autoridade sindicante deverá

realizar seu relatório que será encaminhado ao chefe imediato que abrirá vistas ao Chefe de

Polícia Civil com a indicação das diligências restantes e com o pedido de prazo para conclusão

do feito. Esse último prazo, diferentemente, do prazo inicial e da primeira prorrogação não tem

limite previsto em norma.

5.5. Inquérito Policial (IP)

a) Definição

Nas lições de Guilherme de Souza Nucci: “o inquérito Policial é um procedimento

administrativo, conduzido pela polícia judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para

apurar a prática de uma infração penal e sua autoria.”

Também será instaurado inquérito Policial quando um indivíduo for preso em flagrante delito.

Na prática policial, o inquérito policial instaurado para formalização da prisão em flagrante

delito de um indivíduo é tratado como se procedimento autônomo fosse, devido as suas

peculiaridades e aos atos administrativos próprios, sendo chamado de Auto de Prisão em

Flagrante (APF). Entretanto, não se trata de procedimento autônomo, mas do nome

emprestado pelo ato administrativo que lhe inicia como esclarece o delegado de polícia Marcus

Vinicius Lopes Montez, na Cartilha de Auto de Prisão em Flagrante do curso da Unispol,

disponível na Intrapol:

“O Inquérito Policial pode ser instaurado, basicamente, por meio de dois atos administrativos:

Portaria: nos casos em que não há estado flagrancial, ou seja, prisão em flagrante.

Auto de Prisão em Flagrante (APF): nos casos em que há a prisão em flagrante de alguém.”

De início, devemos desmistificar alguns conceitos equivocados. APF ou Auto de Prisão em

Flagrante NÃO é o nome do procedimento relativo à autuação em flagrante de alguém, mas,

apenas, o nome da peça (ato administrativo) que formaliza a instauração do Inquérito

Policial. (grifo do autor)

Contudo, em razão da complexidade dos atos a serem realizados na formalização e das

peculiaridades que cercam um inquérito policial que versa sobre uma prisão em flagrantedelito,

além da mencionada prática policial, será o referido procedimento melhor tratado em tópico

próprio, sob a denominação Auto de Prisão em Flagrante (APF).

b) Aspectos Legais

Disciplinado no Título II, do Código de Processo Penal, nos artigo 4º a 23, além de previsões em

legislação especial penal e no próprio CPP, também previsto em diversas Resoluções da

PCERJ.

Quando se tratar de procedimento instaurado, devido à prisão de indivíduo em flagrante delito

terá como fundamento os artigo 5º LXI e os artigos 302 a 304 do CPP.

38

c) Autuação

artigo 7º, da Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993 “Aprova o Manual de

Procedimentos de Polícia Judiciária” alterado pelo artigo 1º, da Resolução SSP nº 123/96,

traz diversas regras a serem observadas pela autoridade policial e pelo policial responsável

pelo Inquérito Policial, determina a cor, o tipo da capa e como dever ser sua fiel autuação:

CAPÍTULO III

DA CAPA

“Art. 7º - A capa do inquérito, confeccionada em cartolina dura, de cor vermelha para os

inquéritos policiais iniciados por auto de prisão em flagrante e de cor cinza para os demais

casos, conterá, obrigatoriamente”.

§ 1º-OEmblemadoEstadodoRiodeJaneiro e cabeçalho com a designação: SECRETARIA DE

ESTADO DA POLÍCIA CIVIL, seguida da identificação da UPAJ.

§ 2º O número do inquérito, do livro tombo e da folha de lançamento do registro.

§ 3º-Onomedoindiciadoeorespectivo enquadramento penal.

§ 4º - A autuação contendo a assinatura e carimbo pessoal do Escrivão Chefe do Setor

Cartorário.”

aludida resolucao é do ano de 1993, ou seja, anterior à instituição do Programa Delegacia

Legal que não se prevê o livro tombo. Portanto, a capa levará o número do Inquérito Policial

que será o número de reserva de procedimento no SCO, idêntico ao número do Registro de

Ocorrência. Tal número terá destaque, tanto no centro da capa e também deverá ser escrito

na lateral esquerda de forma latitudinal, no intuito de facilitar na localização do Inquérito

Policial, num acervo de procedimentos, além de cumprir o mandamento do artigo 10, da

Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993 “Aprova o manual de procedimentos de

polícia judiciária.”

“Art. 10 - o número do inquérito será aposto com destaque, de preferência com o uso de

carimbo”

O nome do indiciado será lançado, somente quando houver sua menção na Portaria ou no

despacho mandamental da autoridade policial, no qual se determina a indiciação do suposto

autor do delito com elaboração do Auto de Qualificação Direito ou Indireto.

“Art. 8º - O nome do indiciado somente deverá ser lançado na capa após a indiciação.”

Na prática policial, se houver dois indiciados, o nome de ambos será escrito na capa; mas, se

forem mais de dois indiciados, escrever-se-á, apenas o nome seguido do termo “e outros”.

A capa de um Inquérito Policial deverá conter, ainda, as seguintes informações:

A data de expedição da Portaria, que será a do início do Inquérito Policial, sendo inscrita no

quadro superior à esquerda do Emblema. O nome da autoridade policial que expediu a

Portaria, do primeiro policial civil responsável pelo procedimento e autuação.

Para os crimes de Ação Pública Incondicionada ou Condicionada à Representação será

inscrito como autor: “À JUSTIÇA”. Em caso de ação penal privada, o nome do ofendido ou seu

representante.

A capitulação penal determinada pela Autoridade Policial, presente na Portaria.

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A data, escrita por extenso, nas lacunas do texto inferior; a delegacia da circunscrição, bem

como a inscrição de “PORTARIA E DEMAIS PEÇAS”, na lacuna da autuação.

Deve o oficial de cartório ou outro policial civil “ ad hoc ” consignar seu nome e sua matrícula,

carimbar, e assinar, ao final o termo de autuação, conforme§ 4º do artigo 7º, apresentado

acima.

Se o indiciado estiver preso, a capa também deve conter o termo “INDICIADO PRESO”, como

manda o art. 11, da Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993“Aprova o Manual de

procedimentos de polícia judiciária”

“Art. 11- Estando preso o indiciado será aposto, no canto superior esquerdo da capa do

inquérito, a expressão “INDICIADO PRESO”, de preferência com o uso de carimbo.”

d) Aspectos Gerais

A Portaria é o documento que inaugura o procedimento de inquérito policial. Nela a autoridade

policial deverá fazer menção ao fato a se apurar com indicação do tipo penal e do indicado, se

existente. Pode, ainda, conter na Portaria, a determinação de diligências a serem realizadas,

durante as investigações.

Com o cumprimento das diligências serão geradas peças as quais farão parte do corpo físico

do inquérito policial (registro de ocorrência, termos de declarações, laudos, informações sobre

a investigação etc.) sendo reunidas num só processado que poderá compreender mais de 01

volume, conforme previsto no art. 13 e parágrafos da Resolução 605, de 27 de julho de 1993

“Aprova o Manual de procedimentos de polícia judiciária”

“Art. 13 - O inquérito policial será desmembrado em volumes sempre que cada um deles atingir

um total de até duzentos e cinquenta (250) folhas, cabendo ao Escrivão do feito a lavratura dos

termos de abertura e encerramento, observado, rigorosamente, o seguinte:

§ 1º - A capa de cada novo volume conterá apenas os dados previstos nos §§ 1º e 2º do Art.

7º.

§ 2º - Cada novo volume conterá numeração sequencial a do anterior.”

Conforme mencionado no subitem 4.6.16, o Decreto Estadual nº 43.897, de 16 de outubro de

2012 que “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a numeração única de protocolo

no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras providências”, estabelece que cada volume

de um procedimento administrativo não deverá conter mais de 200 folhas.

artigo 5º, do Código de Processo Penal, indica as formas em que se poderá iniciar um inquérito

policial, sendo por requisições ou através de petição da parte interessada na instauração as

quais deverão ser juntadas aos autos do IP, após a PORTARIA e o Registro de Ocorrência.

Todos os documentos juntados ao inquérito policial devem ser numerados pelo policial civil

responsável pelo procedimento e rubricados, pela autoridade policial (art. 9º CPP), sendo o

início da contagem das folhas do procedimento desde a capa. Logo, a Portaria será a folha nº 2

e as demais seguirão a sequência lógica e cronológica.

São várias as características do Inquérito Policial, dentre as quais:

Ser escrito: as peças do IP serão processadas e reduzidas a escrito ou

datilografadas/digitadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade (art. 9 do CPP), como já foi

visto.

40

Inquisitivo: nas lições de Nucci “o inquérito é, por sua natureza, inquisitivo, ou seja, não

permite ao indiciado ou suspeito a ampla oportunidade de defesa, produzindo e indicando

provas, oferecendo recursos, apresentando alegações, entre outras atividades que, como

regra, possui durante a instrução judicial.” Tem como consequência a defesa técnica ser

opcional quando se tratar da colheita das declarações do indiciado. O advogado do indiciado

ou suspeito não tem direito de interferir ou fazer perguntas ao seu cliente ou à testemunha,

durante o depoimento de ambos.

ATENÇÃO: Não significa que não se possa juntar aos autos as petições em nome do

indiciado nas quais requer diligências. Mas, será discricionário ao delegado de polícia

atendê

las. Deve se evitar fazer juntadas de documentos que têm por finalidade única a defesa do

autor do crime. Também é comum o advogado do indiciado fazer inúmeras juntadas para

tornar o inquérito policial confuso ou com um volume de folhas excessivo, inutilmente Sigiloso

(art. 20 do CPP): característica “facultativa”, podendo ser necessária à elucidação do fato ou

exigido pelo interesse da sociedade. Dependendo do fato delitivo em apuração, o inquérito

policial perderia seu objetivo, que é o de informar, se posto em publicidade, o que poderia

dificultar ou mesmo inviabilizar a conclusão satisfatória do inquérito.

Convém destacar, o sigilo perante o procedimento de interceptação telefônica, a Lei nº 9.296/96

“Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5º da Constituição Federal” em seu

art. 8º assevera que a interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá

em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal,

preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

“Art. 8º A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos

apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se

o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.”

Pela leitura do aludido artigo, a representação pela interceptação telefônica, bem como o

conteúdo de suas gravações e transcrições não deverão ser juntados aos autos, pois formarão

um volume que deverá ser preso ao inquérito. Este volume não deve ser apresentado ao

advogado do réu, pois poderia inviabilizar a continuidade da diligência ou mesmo de toda

investigação. Diz-se volume e não apenso, os autos em apartados que serão unidos aos autos

principais em virtude do que já foi visto em tópicos anteriores.

Finda a diligência de interceptação, após a fase de documentação, ou seja, depois da

transcrição das gravações, poderá o patrono do autor ter acesso ao apenso, conforme se

entende da redação do informativo 499 do STF: “A defesa técnica terá acesso à interceptação

telefônica, ainda que no inquérito policial, quando já devidamente transcrita.” Entendimento

esse corroborado pela Súmula Vinculante nº 14 de redação: “É direito do defensor, no

interesse do representado, ter amplo acesso aos elementos de prova que, já

documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de

polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” Portanto, pode-se concluir

que assim como as gravações ainda carentes de transcrições (degravações) ou as

diligências, ainda em fase de conclusão, não serão objeto de análise da defesa técnica.

O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, em seu artigo 7º, prevê que: “Qualquer advogado,

mesmo sem procuração, tem direito de examinar em qualquer repartição policial, autos de

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Flagrante e de Inquéritos, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,

podendo copiar peças e tomar apontamentos.” No entanto, em razão do caráter sigiloso do

conteúdo apurado nas diligências de medidas cautelares, apenas o advogado com procuração

deverá ter acesso aos autos, devendo tal medida a ser adotada, também, nos crimes nos quais

deva ser preservada a intimidade da vítima ou do autor.

Ressalta-se que, em regra, apenas crimes apenados com mais de dois anos de detenção ou

reclusão de pena serão objeto de inquérito policial. As contravenções (Decreto-Lei nº 3688/41)

e os crimes de menor potencial ofensivo (Lei nº 9.099/95) terão seu registro de ocorrência

consignado em Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), com fundamento no art. 69 da Lei

nº 9.099/95.

No entanto, é possível que crimes como injúria, difamação, ameaça, entre outros venham

prescindir de diligências características de medidas cautelares (representação pela quebra de

sigilo de dados cadastrais do usuário de um inquérito policial, ou linha telefônica).

Assim, será necessária a instauração do IP e a livre distribuição do feito na comarca, já que

tais diligências não são autorizadas no JECRIM, devido a natureza do próprio juizado.

O Relatório de Investigação é a peça de conclusão do inquérito policial, privativa da autoridade

policial, o qual versará sobre o fim da investigação por diversos motivos, dentre os quais:

Por êxito , quando houver demonstrado nos autos a materialidade do ilícito penal e identificada

a autoria do fato, durante a investigação e se conjugados a decisão de indiciamento por parte

da autoridade policial. Deve-se, juntar aos autos do IP as peças de Auto de Qualificação e

Interrogatório, a Decisão de Indiciamento na qual constará a fundamentação técnico-

jurídica do indiciamento, o Relatório de Vida Pregressa do indiciado, a Folha de

Antecedentes Criminais emnomedoindiciadoeoRelatórioFinaloqual deverá conter a síntese da

investigação, fundamentação e a conclusão. Também se encerrarão com êxito as

investigações, se a autoridade policial decidir por não indiciar o suposto autor do fato, conforme

previsto na Portaria nº 681 de 04 de setembro de 2014.

Determinada a autoria do fato e a materialidade do crime, mesmo que haja incidência do

fenômeno da prescrição (art. 109 CP) será encerrado o procedimento policial com êxito.

Será classificado como concluído sem êxito o Inquérito Policial que, depois de realizadas

todas as diligências pertinentes, não for possível identificar a autoria do crime e sua

materialidade, artigo 2º da Portaria nº 681, de 04 de setembro de 2014.

Observação: em relação à prescrição, importa ressaltar que, quando o autor for menor de 21

(vinte e um) anos e maior de 70 (setenta) anos o prazo prescricional será a metade do

normalmente estabelecido (art. 115CPP).

O RELATÓRIO É ATO EXCLUSIVO DA AUTORIDADE POLICIAL, podendo ensejar punição

disciplinar ou até mesmo a ocorrência do crime de usurpação de função pública (art. 328 CP) a

elaboração desse ato, senão pelo próprio delegado de polícia. Tem fundamento no

artigo 10, parágrafos 1º e 2º, do Código de Processo Penal.

e) Arquivamento

É inadmissível que, após a instauração de inquérito policial, possa ser ele arquivado pela

autoridade policial (art. 17 do CPP). Ainda que não tenha sido apurada a autoria do ilícito penal,

ou que o fato não constitua crime, deverá a autoridade providenciar seu encerramento e

encaminhar os autos ao juízo competente. A providência do arquivamento cabe ao juiz, após o

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requerimento do Ministério Público. Nem mesmo o juiz pode determinar o arquivamento, sem o

referido pedido. (art. 17 do CPP), conforme preceitua a mais autorizada doutrina em razão do

princípio do sistema acusatório. A decisão do arquivamento do inquérito será sempre

subjetivamente complexa e dependerá da manifestação do Ministério Público e da decisão

judicial. Havendo negativa do juiz, o fato será comunicado ao Procurador-Geral do Estado que

determinará novo órgão do Ministério Público para continuar ou opinará pelo arquivamento,

sendo o juiz obrigado a fazê-lo (art. 28 CPP).

f) Prazos

Assim como a VPI ou as Sindicâncias, o Inquérito Policial tem diversos prazos para a sua

conclusão, determinados pela lei, conforme a natureza da infração penal e condicionados à

situação do autor se encontrar preso ou solto. São alguns desses prazos:

PRAZO CIRCUNSTÂNCIA

10 dias

preventivamente,quetagemzosconfundir

(art. 10 do CPP) a partir do dia emse executar a ordem de prisão - Repare

que a condo prazo doCPPP é diferente do início dos pradoCPCC, no qual

o inícioéodiaseguinte, nunca.

30 dias Estando o réu solto, mediante fiança ou sem ela.

Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06, art. 12)

30 dias Réu solto.

10 dias Réu preso.

Para os casostocante ao artigo previstos na Lei de Drogas (Lei nº 11340/06, no33)

30 dias No máximo 30 dias, se o réu estiver preso.

90 dias Réu solto (art. 50).

Quando o caso a ser apurado for de difícil elucidação e o possível autor do crime estiver solto, poderá a Autoridade Policial solicitar a juiz a dilação do prazo para conclusão das investigações. Apesar de a lei prever a manifestação do magistrado, na prática, para dar maior celeridade e em razão do princípio do sistema acusatório, a solicitação é dirigida ao Ministério Público que concede a prorrogação do prazo. Na prática, o grande volume de ocorrências somadas a diversas tarefas atribuídas ao policial civil é um motivo para solicitação de prazo.

Na Delegacia Legal, algumas das Promotorias de Investigação Penal (PIP) já estão integradas

ao SCO, sendo a remessa do Inquérito Policial realizada, virtualmente, quando se solicita,

apenas a prorrogação do prazo.

Observação: os prazos devem ser rigorosamente respeitados pelo policial responsável pela

investigação e pela autoridade policial, sendo passível de punição disciplinar a não observância

dos mesmos.

5.6. Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI)

a) Definição

É um procedimento policial de natureza administrativa para apurar a prática de ato infracional

análogo a crime que servirá de base para a representação ministerial, para instauração de

procedimento, para aplicação de medidas socioeducativas, perante o juízo competente.

Trata-se de procedimento semelhante ao inquérito policial, que tem por objetivo a apuração de

ato infracional análogo a crime cometido por adolescente.

43

b) Aspectos Legais

A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 a qual “Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências” disciplina o tratamento policial a ser conferido ao

adolescente que comete um ato infracional análogo a crime, bem como alguns dos atos de

formalização dos procedimentos que fazem a apuração.

artigo 103 do aludido diploma legal, define como ato infracional “a conduta descrita como

crime ou contravenção penal”. Conduta esta realizada por adolescente, isto é, indivíduo com

12 anos de idade completos a 18 anos incompletos. Sendo “considerada a idade do

adolescente à data do fato”, como determina o § único do artigo 104.

A análise para instauração de um procedimento de AIAI é negativa, como se compreende da

leitura do artigo 177 da referida lei:

“Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente

na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério

Público relatório das investigações e demais documentos.”

ou seja, deverá ser instaurado um AIAI quando for necessária uma investigação policial para se

apurar a autoria e materialidade de um ato infracional análogo à crime ou contravenção penal.

Crianças, com idade inferior a 12 anos, não estão sujeitas às medidas socioeducativas. Mesmo

que pratiquem condutas tidas como atos infracionais serão consideradas em estado de risco

social e, portanto, merecedoras de medidas protetivas, conforme dispõe o artigo 105, do

Estatuto da Criança e do Adolescente.

ATENÇÃO: É de praxe quando, durante as investigações, se verifica que o autor se trata de

uma criança, o policial responsável pela investigação informar a idade da criança à autoridade

policial, através de peça própria, realizar o Registro de Aditamento para correção da conduta a

qual será classificada como Fato Atípico , sendo a criança qualificada como envolvido. A

autoridade policial, por sua vez, fará o despacho para que o procedimento seja suspenso, se

ainda for uma VPI. Mas, se for um AIAI será deverá ser realizado o Relatório de Investigação

com pedido de arquivamento

c) Autuação

Será similar ao inquérito policial, com capa de cor verde. O nome do adolescente será escrito

no campo: investigado. Na capa existem apenas os campos autor, indiciado e artigo.

d) Aspectos Gerais

Conforme visto, o adolescente não comete infração penal, propriamente dita. Logo, para

correta capitulação do fato o policial que confeccionar o Registro de Ocorrência, após escolher

o título e subtítulo da ocorrência deverá consignar no campo reservado à digitação da

capitulação o termo “ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME”, antes da correta capitulação

do tipo penal. Como por exemplo: Ato Infracional análogo ao crime previsto no

artigo 157, parágrafo 2º, inciso II do Código Penal . O mesmo dever ser realizado quando se

tratar de uma contravenção penal, com a devida mudança de “CRIME” para

“CONTRAVENÇÃO PENAL.”

O Estatuto da Criança e do Adolescente previu a instituição de repartições policiais especializadas

no atendimento ao adolescente e à criança (artigo 173 § único). Na estrutura organizacional da

PCERJ foi criada, pela Resolução SEPC, nº 460, de 08 de outubro de 1982 “Dá nova redação

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ao Anexo IV do Regimento Interno da Secretaria de Estado de Segurança Pública e dá outras

providência”a “DIVISÃO SEGURANÇA E PROTEÇÃO AO MENOR”que teria como atribuição a

competência concorrente em procedimentos os quais o “menor” seria o autor do fato, além de

ser a responsável pela manutenção das informações acerca de “menores” envolvidos

ocorrência policiais, vindo a funcionar como uma centralizadora de informações.

Essa divisão ganhou status de delegacia policial na Resolução nº 613, de 02 de junho de 2003

“Altera dispositivos da Resolução SEPC nº 0362, de 05 de março de 1990, e dá outras

providências” com o nome DELEGACIA DE PROTEÇÃO A CRIANÇA E A ADOLESCENTE

(DPCA), mantendo a competência e a atribuição que reunir as informações sobre adolescentes

infratores.

Quando um AIAI for finalizado com êxito ou sem êxito, deverá ser encaminhado pela Unidade

de Polícia Judiciária com circunscrição na capital à 2ª Vara da Infância, da Juventude e do

Idoso. Nas demais circunscrições será remetido o feito ao órgão jurisdicional de mesma

competência para que a promotoria com atribuição junto aquela tome as devidas providências.

e) Prazo

O AIAI não tem prazo específico para conclusão. Logo, se utiliza, subsidiariamente, as regras

relativas ao Inquérito Policial previstas no Código de Processo Penal e demais legislações

processuais penais (Art. 152 doEstatuto da Criança e do Adolescente).

5.7. Auto de Prisão em Flagrante (APF)

a) Definição

É o ato administrativo que formaliza a prisão em flagrante delito de um indivíduo maior de 18

anos de idade o qual inaugura o inquérito policial.

Na atividade policial também denominado de Auto de Prisão em Flagrante, o Inquérito policial

instaurado em razão da prisão em flagrante, conforme já foi visto.

b) Aspectos Legais

ATENÇÃO: antes do início da formalização da prisão em flagrante é necessário verificar se o

conduzido (suposto autor do fato a ser preso) não se encontra ferido

se assim estiver, deverá ser encaminhado imediatamente ao hospital ou ao posto de saúde

para atendimento médico. Se após o atendimento, o conduzido retornar à UPAJ deverá o

condutor (agente responsável pelo transporte do conduzido ao hospital) apresentar na

delegacia a liberação médica.

O Auto de Prisão em Flagrante é a peça inaugural do procedimento, sendo prevista pela lei sua

formalização.

Primeiro será realizado o depoimento do condutor - o mesmo leva o conduzido à presença da

autoridade. Normalmente, ele é também testemunha e como tal será sempre tratado, no

próprio APF, onde a autoridade deverá inquirir a testemunha (art. 304 do CPP). Nada impede

que o condutor seja o próprio ofendido (art. 302,III do CPP).

Em seguida, são ouvidas as testemunhas, uma de cada vez, “de modo que umas não saibam

nem ouçam os depoimentos das outras” (art. 201 do CPP).

“Ao término de cada depoimento, será permitido ao conduzido (art. 212 do CPP) fazer às

testemunhas, por intermédio da autoridade, as perguntas que entender necessárias ao melhor

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esclarecimento do fato, objetivando, com as respostas que obtiver demonstrar a sua

participação ou não na ocorrência.”

Observação: Para que lhe seja dada a palavra, necessário se torna que esteja ele nos autos,

devidamente, qualificado, isto é, que sua pessoa física esteja identificada, com precisão.

Ouve-se o ofendido (se houver e estiver presente), sendo dispensável a sua reinquirição, não

se podendo negar ao acusado o direito de reinquiri-lo também. O ofendido será ouvido “sempre

que possível” (art. 201 do CPP).

Finalmente, ocorrerá o interrogatório do preso (previamente qualificado), fazendo consignar as

respostaseac i ência dos seus direitos constitucionais dentre os quais o de permanecer em

silêncio e de ter sua prisão comunicada à sua família ou outra pessoa por ele indicada. Em

caso de silêncio do preso, deverão ser consignadas no APF ou termo de declaração em

apartado as perguntas não respondidas. Após o término da lavratura do APF, seguem-se as

assinaturas, devendo a autoridade assinar em primeiro lugar, a ela se seguindo, pela ordem

em que foram ouvidos: o condutor, as testemunhas, o ofendido, o conduzido e o policial

responsável pelo feito. “Caso não seja possível ou o preso se negue a assinar o APF, a Guia

de Preso ou seu Termo de Declaração em apartado, deverão ser nomeadas duas testemunhas

de leitura” (art. 304 § 5ºCPP). O que também ocorrerá se o preso for analfabeto que assinaram

“a rogo” (art. 216 CPP), no final do termo. Todas as folhas do APF deverão estar assinadas e

rubricadas, pela Autoridade Policial.

Intérprete para a Testemunha (art. 223 do CPP)- se a testemunha não conhecer o idioma

nacional, deverá a autoridade nomear um intérprete para poder ouvi-la. À autoridade policial,

mesmo que conheça a língua da testemunha, não é permitido funcionar como intérprete, já que

é incumbida da apuração do fato, sendo, manifestamente, incompatíveis as duas funções. A

nomeação de intérprete deverá anteceder ao depoimento que deverá, também, prestar o

compromisso. O “intérprete, assim como o perito, é nomeado pela autoridadeeé“obrigado a

aceitar o encargo” (art. 277 do CPP). É costume o intérprete ser nomeado, através de Portaria

da autoridade, mas não é necessário, pois basta constar de simples despacho, já que a lei não

dispõe quanto à forma de nomeação. Ao policial caberá lavrar o “Termo de Compromisso”, que

nomeado, assinará e que assim poderá ser redigido: “Ciente da nomeação, aceito o encargo,

prometendo desempenhá-lo com zelo e probidade” RJ, ......de ......, de 20...... Ao indiciado

mudo, surdo ou surdo-mudo - também deverá ser nomeado intérprete.

ATENÇÃO: O SCO permite que as oitivas dos envolvidos no APF e as declarações do preso

possam ser realizadas em apartado, isto é, num documento próprio, distinto do APF, sendo

consignado no APF, apenas que o envolvido já foi ouvido e qual o número de protocolo do

documento. Obviamente, tais documentos irão compor o APF como se fosse um único

documento. A presidência do procedimento é exclusiva da autoridade policial, portanto, não

poderá o policial civil tomar tais providências sem a presença da autoridade policial

c) Autuação

Similar a do inquérito policial, mas a capa será de cor vermelha devendo ser numeradas suas

folhas, após a montagem completa do procedimento, sendo a peça inicial o APF encerrado.

d) Aspectos Gerais

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É direito constitucional do preso, com fundamento no art. 5º LXIV CF, também previsto no §

2º do art. 306CPP, ser informado sobre os responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório,

mediante recibo. Com tal fim, será expedida a NOTA DE CULPA , assinada pela autoridade,

com o motivo da prisão. O recibo será juntado aos autos do APF.

Além da Nota de Culpa, por determinação legal, algumas peças deverão ser entregues ao

preso:

Termo de Fiança: em crimes com pena inferior a quatro anos deverá a autoridade policial

arbitrar fiança, sendo uma via do Termo de Fiança entregue ao preso quando paga e outra

juntada aos autos.

Cópia do DARJ/FIANÇA quitado: nos casos de crimes afiançáveis será entregue ao preso

cujo será solto devido ao pagamento da fiança.

Auto de Infração: o referido auto deverá ser entregue ao preso para ciência e pagamento, nos

crimes que envolvam a posse indevida de armas de fogo ou munições, arma branca, balões,

explosivos ou similares, nos moldes da Lei Estadual nº 563/82.

e) Montagem dos Autos de Prisão em Flagrante

Além da previsão da peça inaugural do procedimento de APF (art. 5º § 1º, da Resolução nº

605, de 27 de julho de 1993, é de boa técnica a padronização da formalização dos atos de

polícia judiciária, sob o fito de organizar o trabalho policial e lhe conferir maior clareza. A única

peça com posição garantida por norma é o APF, a Resolução 605, de 27 de julho de 1993

“Aprova o Manual de procedimentos de polícia judiciária” o garante como primeiro documento.

“Art. 5º - O inquérito policial será iniciado:

§ 1º- Por auto de prisão em flagrante , quando estiverem presentes os pressupostos do

Art. 302 do Código de Processo Penal.

§ 2º - Por portaria, nos demais casos.” (grifo nosso)

Portanto, para cumprir os objetivos expostos para o procedimento de APF deve ser adotada a

seguinte ordem de peças:

-Auto de Prisão em Flagrante e os depoimentos das pessoas envolvidas, quando realizado em

apartado. Despacho do APF - autoridade policial.

-Registro de Ocorrência.

-Despacho do RO.

-Auto de Apreensão - se houver.

-Nota de Culpa do (s) indiciado (s).

-Termo de Fiança (para crimes apenados até quatro anos, quando prestada).

-Comunicações ao Juiz, à Defensoria, ao Ministério Público. -Encaminhamento de Exame de

Corpo de Delito do indiciado (s) e da vítima (em crime com violência a pessoa).

-As demais peças deverão seguir a ordem numérica de protocolo do SCO.

f) Singularidades de flagrantes mais comuns de outras modalidades de crimes

I. Lei de Drogas (Lei nº 11.343/06): após o APF e os depoimentos, despacho autoridade policial,

RO, despacho do RO, Auto de Apreensão da Droga, REQUISIÇÃO DE LAUDO PRÉVIO e, em

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seguida, o LAUDO PRÉVIO, o qual atesta a ilicitude da substância apreendida. Depois se

segue a ordem geral.

II. Crimes com Porte de Armas de Fogo e Munição (Lei nº 10.826/03): não se pode esquecer o

AUTO DE INFRAÇÃO com fundamento na Lei Estadual nº 563/82. O AI deve ser juntado aos

autos, mesmo sendo uma sanção administrativa. Logo após, o despacho que o determina.

III. Crimes previstos na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06): uma via da peça de Medida

Protetiva de Urgência (art. 22, 23 e 24) deve instruir o APF, sendo juntada aos autos do

procedimento,logo após, o despacho da autoridade policial que determinou sua elaboração. O

envio da solicitação das Medidas Protetivas de Urgência deverá seguir ao Juiz no prazo de 48

horas (art. 12 III da Lei)

Observação: A Lei nº 11.113/2005 deu nova redação ao art. 304 do CPP, com a finalidade de

modernizar o procedimento da lavratura do auto de prisão em flagrante, conferindo-lhe maior

agilidade e praticidade. Esse auto de prisão em flagrante pode ser peça inteiriça, de texto

corrido e pode ser ditado pela autoridade policial.

"Art. 304 - Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,

desde logo, sua assinatura, entregando a este

cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas

que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,

colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.”

g) Comunicações do Flagrante

Com o objetivo de cumprir o direito constitucional do preso de ter sua prisão informada ao juízo

competente (art. 5º LXII CF), conforme determina o artigo 306 § 1º CPP, no prazo máximo de

24horas, após a prisão, deverá essa ser comunicada à Justiça, ao MP e à Defensoria (esta

última somente se o preso não tiver assistência jurídica constituída). Após o encerramento do

APF, o SCO gera, automaticamente, as peças de comunicação para cada órgão, bastando-se

que o policial as autorize, por meio de uma caixa de diálogo.

As comunicações são peças simples que não pormenorizam todo o fato tratado pelo APF, por

isso, deverá acompanhá-las uma cópia do APF com os Termos de Declarações, caso

sejam colhidos os depoimentos em apartado, e uma cópia do RO (art. 306 do CPP). É

indispensável quando o crime for da Lei de Drogas que siga uma cópia do Laudo Prévio.

Se possível, o requerimento de Medida Protetiva de Urgência, nos casos de Lei Maria da

Penha.

A Resolução SEPC nº 517, de 11 de outubro de 1983 “Dispõe sobre a comunicação de prisão

em flagrante ao juízo competente, e dá outras providências” assevera que, apenas uma cópia

do APF deverá ser encaminhada ao juízo competente, a saber:

“Art. 1º - A comunicação de prisão em flagrante far-se-á imediatamente após a lavratura do

respectivo auto, por meio de remessa, ao Juízo competente, de cópia assinada por todas as

pessoas que nele intervierem, observadas as disposições do artigo 153, § 12 da Constituição

Federal.”

Observação: a remissão se refere à Constituição de 1967, sendo que a mesmo coaduna com a

garantia disposta no art. 5º LXII, da Constituição de 1988.

No entanto, por vezes, apenas o APF não é o bastante para que o juiz tenha uma completa

ciência do fato. Daí, a recomendação de que se envie um Registro de Ocorrência no qual estão

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presentes várias informações sobre o fato, inclusive as apreensões de objetos. Como se trata

de uma recomendação, outros documentos também poderão ser enviados com o APF, além do

RO, como já foi visto em relação ao LAUDO PRÉVIO. Mas, o policial civil deve observar que as

comunicações não são cópias integrais do procedimento, devendo evitar desperdício de

material e trabalho inútil, na organização.

h) Rol de documentos necessários para encaminhamento de preso à SEAP

Para a condução de preso à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) é exigida uma

documentação específica (kit preso), a qual servirá para o cumprimento das formalidades,

perante aquela secretaria estadual, sendo necessário acompanhar o preso os seguintes

documentos:

Ofício à SEAP - duas vias (outra via retornará assinada pelo funcionário da SEAP e será

juntada aos autos do APF).

Guia de Preso - cinco vias assinadas pelo preso.

APF com os termos de declarações - duas vias de cada.

Requisição de Exame de Corpo de Delito - duas vias (uma terceira será juntada aos autos

assinada pelo funcionário da SEAP)

Registro de ocorrência - duas vias.

Pesquisa realizada no Portal de Segurança e a foto de rosto do preso.

ATENÇÃO: Assim como disposto na cartilha de Auto de Prisão em Flagrante, do curso

Unispol, também deverá fazer parte do rol de documentos a alta médica “caso o preso esteja

lesionado e tenha realizado atendimento médico/hospitalar, deverá possuir a respectiva,

atestando de alta médica”

Atualmente, os documentos citados bastam para o encaminhamento do preso à SEAP. Mas,

como se trata de uma rotina a ser enviada a outra secretaria poderá ser revista a lista e

incluído outros.

i) Prazo

Conforme o art. 10 do CPP, o APF deverá estar concluso e ser enviado à apreciação do juiz em

10 dias.

5.8. Auto de Apreensão de Adolescente pela Prática de Ato Infracional (AAAPAI)

j) Definição

Na mesma esteira da garantia constitucional do direito à liberdade, preconiza o Estatuto da

Criança e do Adolescente (ECA) que o adolescente somente será privado de sua liberdade em

caso de prisão em flagrante de ato infracional ou ordem judicial (art. 106).

Porém, não será privado de sua liberdade o adolescente que for encontrado em estado

flagrancial devido à prática de um ato infracional qualquer, pois a conduta realizada deverá ser

qualificada com o emprego de violência ou grave ameaça a pessoa , como denota o texto

do artigo 173 do ECA:

“Art. 173 - Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave

ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto no art. 106, parágrafo único,

e 107, deverá:

49

I. lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

II. apreender o produto e os instrumentos da infração;

III. requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da

infração.”

Assim, o Auto de Apreensão de Adolescente pela Prática de Ato Infracional, (AAAPAI) é o ato

administrativo próprio para se formalizar a apreensão do adolescente infrator devido à

realização de um ato infracional análogo a crime com incidência de violência ou grave ameaça

a pessoa.

Tal qual o Auto de Prisão em Flagrante (APF) na prática policial, o procedimento que reúne os

documentos que formalizam os atos realizados na apreensão do adolescente infrator também

recebem a mesma designação.

Nos casos em que o adolescente for encontrado em estado flagrancial, mas o ato infracional

praticado NÃO tiver o requisito da violência ou grave ameaça à pessoa PODERÁ a autoridade

policial determinar a elaboração de um REGISTRO DE OCORRÊNCIA para registro do fato,

pois o SCO não existe a peça Boletim de Ocorrência Circunstanciada, conforme previsto no

art. 173, parágrafo único, do ECA: “Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto

poderá ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada”sendo realizada a entrega do

adolescente aos pais ou responsáveis legais, que deverá ser formalizada pelo TERMO DE

RESPONSABILIDADE.

O Termo de Responsabilidade, além de evidenciar a entrega do adolescente aos pais e

responsáveis, também formaliza o compromisso assumido pelos mesmos em apresentar o

adolescente ao Promotor de Justiça com atribuição (artigo 174, do ECA). Senão houver a

liberação, serão tomadas as devidas providências.

i. Aspectos Legais

No tópico anterior foi apresentado o fundamento legal do AAAPAI (art. 106, c/c o art. 173 I, do

ECA)

ii. Autuação

Mesma capa e forma de autuação do AIAI.

iii. Aspectos Gerais

Insta ressaltar que, a DPCA, tem competência privativa para a elaboração do AAAPAI para

fatos ocorridos nas circunscrições da 1ª a 7ª delegacia policiais, por força do artigo 2º, da

Resolução nº 631, de 02 de junho de 2003

“Altera dispositivos da Resolução SEPC nº 362, de 05 de março de 1990, e dá outras

providências.”

“Art. 2º - Fica alterado o caput do item 5, do Anexo II da Resolução SEPC nº 362, de 05.03.90,

que passa a ter a seguinte redação

Anexo II

(...)

À Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente compete, privativamente, lavrar AAAPAI

e AAAPAI/APF oriundos das circunscrições da 1ª a 7ª Delegacia Policiais.”

50

As demais delegacias com circunscrição na capital do Rio de Janeiro serão responsáveis pela

elaboração do procedimento de AAAPAI, devendo enviá-lo à DPCA. Para isso, deverá ser

expedida uma correspondência interna que versará sobre o encaminhamento dos autos do

AAAPAI, além da respectiva guia de remessa.

A DPCA/ Niterói também funciona como uma central de fragrantes para formalização de

AAAPAI, sendo responsável pelas circunscrições da 76ª, 77ª, 78ª, 79ª e 81ª delegacias de

polícia.

Delegacias da região da baixada fluminense, interior e região dos lagos também deverão

realizar o procedimento em suas respectivas circunscrições.

Os atos realizados e as diligências aplicáveis ao APF deverão ser observados no AAAPAI.

Portanto, a forma e o conteúdo do AAAPAI serão idênticos ao apresentado no tópico de

aspectos legais do APF: primeiro será ouvido o condutor; em seguida, as testemunhas e o

ofendido; por derradeiro, o adolescente infrator, sendo esclarecido de seu direito de

permanecer em silêncio. Ressalvado o direito do adolescente infrator de solicitar ser

assistido por seus pais ou responsáveis (art. 110, ECA) e como qualquer outra pessoa,

por um advogado. Na falta desses, deverá ser nomeado um curador especial para o

adolescente, pela autoridade policial (art. 15 do CP). A falta de um curador especial ou

representante legal do adolescente não gera nulidade ao futuro processo.

O adolescente também tem o direito de ser informado da identificação dos responsáveis

por sua apreensão. Sendo tal ato formalizado pela NOTA DE PLENO (art. 106 § único c/c

artigo 111, do ECA) a qual lhe será entregue uma via e outra juntada aos autos.

A montagem do AAAPAI poderá ser idêntica ao do APF.

Comunicação do AAAPAI e encaminhamento do Adolescente Infrator Apreendido.

Normalmente, todo procedimento de AAAPAI é enviado à promotoria, juntamente, com o

adolescente infrator.

Assim, se o procedimento for feito por delegacia da capital, caberá a esta levar o adolescente à

DPCA, como foi visto com o procedimento do AAAPAI. O adolescente infrator somente será

recebido na DPCA depois de ter sido submetido a Exame de Corpo de Delito do tipo

integridade física, ficando esta UPAJ responsável pela apresentação do adolescente infrator ao

Centro de Socioeducação Gelso de Carvalho Amaral, subordinado ao DEGASE que, por sua

vez, fará a condução do adolescente à promotoria da 2ª VIJI ou ao plantão judiciário, caso seja

fim de semana ou feriado. Obviamente, a DPCA toma as devidas providências em relação aos

procedimentos, em sua sede. O envio do adolescente apreendido e do AAAPAI à DPCA será

imediato e a apresentação na 2ª VIJI ocorrerá em até 24 horas (art. 175 do ECA), sendo

atualmente de incumbência do DEGASE essa apresentação.

Nos procedimentos de competência da DPCA/NIT será a própria UPAJ que terá

responsabilidade pelo envio e pela apresentação do adolescente ao DEGASE

As demais delegacias do interior, baixada fluminense e região dos lagos, serão responsáveis

tanto pela apresentação do adolescente quanto pelo envio dos autos, mas o destino serão os

órgãos competentes locais.

6. FORMALIZAÇÃO DOS ATOS PERTINENTES ÀS OCORRÊNCIAS PREVISTAS NA LEI

MARIA DA PENHA - LEI Nº 11.340/06

51

Este capítulo, na mesma esteira dos demais capítulos deste manual, tem por escopo nortear os

trabalhos policiais de formalização dos atos de polícia judiciária peculiares aos procedimentos

que envolvam violência doméstica contra mulher: violência física, psicológica, sexual,

patrimonial ou moral, enquadrados na Lei nº11.343/06 - Lei Maria da Penha.

O tema será tratado com breves citações normativas, já que a atividade policial é pautada na

estrita legalidade de seus atos. Partiremos do atendimento preliminar da vítima pelo policial -

Tempo Zero , progredindo ao encaminhamento da mesma aos serviços de saúde e proteção,

com comentários das diligências pertinentes e por último, concluindo com as informações

necessárias para escorreita elaboração das peças pertinentes à rotina policial.

Portanto, inicialmente, serão mencionados, alguns dos diplomas legais que serviram de

supedâneo para criação da referida lei.

I. Art. 226, § 8º da Constituição da Republica Federativa do Brasil: “Art. 226 -A família, base da

sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,

criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.”

II. Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Violência Contra a Mulher: Decreto

nº 1.973/96.

III. Convenção Sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres:

Decreto nº4.377/02.

b) Aspectos Gerais de Atendimento e Formalização de Atos

A própria Lei nº 11.340/04 traz em sua redação ordens de diligências a serem tomadas pela

autoridade policial e, consequentemente, pelo policial civil responsável pelo caso. Tais

imposições estão previstas nos artigos 10 a 12 e serão vistos de acordo com o seu momento

de aplicação.

Além dos dispositivos mencionados acima, é imprescindível citar a Portaria nº 630, de 05 de

julho de 2013“Estabelece as providências a serem adotadas pela Autoridade Policial nas

hipóteses de Medidas Protetivas de Urgência” que assevera uma série de providências a

serem tomadas nas ocorrências policiais sobre o tema em questão quando requerida pela

vítima alguma medida protetiva de urgência. A qualquer tempo poderão ser concedidas

medidas protetivas de urgência à vítima de violência doméstica (artigo 19 §§ 1º o 3º, da Lei

nº11.343/06). Para efeitos de formalização dos atos de polícia judiciária em procedimentos que

envolvam os crimes abrangidos pela Lei Maria da Penha serão adotados, como padrão, a forma

e o conteúdo dos atos presentes na Portaria nº 630, de 05 de julho de 2013 com algumas

observações pertinentes.

c) Atendimento Preliminar a Vítima no “Tempo Zero”

Com o novo conceito de uma polícia mais humanizada - Polícia Cidadã - torna-se incompatível

a conduta do policial que ao recepcionar a mulher vítima de violência, antes mesmo de ouvir o

fato, reserva o procedimento e, automaticamente, gera a peça Registro de Ocorrência. É

preciso um atendimento mais atencioso para que não somente se conforte a pessoa afligida,

mas também o policial ganhe a confiança da mesma. Esse primeiro momento de contato é,

muitas vezes, essencial para que a investigação atinja seu objetivo.

52

Tempo Zero é o conhecimento do fato por parte da autoridade policial. É o ponto de partida da

investigação preliminar. Segundo o ANEXO 2-PS-INV-01 aprovado pela Resolução 653, de 21

de janeiro de 2004 “Dispõe sobre a normatização dos padrões sistêmicos utilizados pelas

Unidades Policiais inseridas no Programa “Delegacia Legal”, e dá outras providências” e do

Manual de Investigação instituído pela Resolução SSP nº 651, de 21 de janeiro de 2004

“Dispõe sobre a implantação de Manual de Investigação das Unidades Policiais inseridas no

Programa "Delegacia Legal" e dá outras providências. Trata-se de investigação preliminar

“Primeira fase do processo de investigação realizado pela Unidade Policial do Programa

Delegacia Legal. A Investigação Preliminar é o sustentáculo do trabalho investigatório

policial. Um bom começo redunda em uma boa investigação . O objetivo da investigação é

a identificação da autoria e a reunião de provas. O fator crítico de sucesso no processo

investigatório é o TEMPO ” (grifo nosso) .

Assim, é essencial que o policial responsável pela elaboração do registro de ocorrência, preste

atenção exclusiva nas declarações da vítima. Por vezes, esta chega à unidade policial

acompanhada de amigos, parentes, vizinhos os quais devem aguardar na recepção da

delegacia, enquanto o policial realiza o atendimento preliminar para que não haja qualquer

interferência na versão da ofendida. Obviamente, a restrição citada não abrange o patrono da

vítima presente em sede policial o qual acompanhará o atendimento sem interferir na versão da

ofendida.

A partir das declarações da vítima e sua apresentação física, o policial poderá tomar várias

providências a respeito do caso concreto, com a elaboração de um simples registro de

ocorrência, diligências em locais e até apreensão de coisas, dependendo da complexidade do

fato exposto.

d) Encaminhamento da Vítima a Hospital, Posto ou Serviço de Saúde Não é incomum que,

devido às agressões sofridas, a vítima chegue à unidade policial com sangramentos,

apresentando sonolência ou cansaço. Assim, no intuito de preservar a integridade física da

vítima, deve o policial encaminhá-la ao Hospital ou Posto de Saúde mais próximo para que,

após o retorno, possa dar início à elaboração do Registro de Ocorrência. Esse

encaminhamento da vítima a um nosocômio poderá ser realizado através de ofício e, enquanto

a vítima for atendida outras diligências poderão ser realizadas tal como: oitiva de testemunhas.

O encaminhamento poderá, ainda, ser consignado no RCA, com reserva do procedimento,

para posterior registro.

Além do atendimento emergencial já citado, nos crimes contra a dignidade sexual deverá a

vítima ser encaminhada, após toda formalização da ocorrência policial a um centro de saúde

no qual terá acesso a tratamento contra possíveis doenças sexualmente transmissíveis (DST),

bem como acompanhamento psicológico. Normalmente, os endereços desses

encaminhamentos estão disponíveis no atendimento social das Unidades Policiais inseridas no

Programa Delegacia Legal. O encaminhamento da vítima tem dupla importância: a) resguarda

a integridade física da vítima, afastando o agravamento do estado físico ou até o risco de

morte; b) a realização do Boletim de Atendimento Médico (BAM), que deverá ser solicitado

ao hospital para ser juntado aos autos, caso não retorne com a vítima. O BAM serve como

comprovação de materialidade, como por exemplo, no crime de Lesão Corporal (art. 12, § 3º da

Lei nº11.343/2006). Ressaltaseque, também no procedimento no qual se apurar uma infração

53

penal abarcada pela Lei nº 9.099/95, o BAM tem o mesmo condão, pois substitui até o exame

de corpo de delito (art. 77, § 1º).

e) Diligências Iniciais

Independentemente das pesquisas a serem realizadas pelo policial de serviço no SIP, deverá o

policial responsável pela ocorrência realizar algumas breves pesquisas no Portal e ROWEB,

objetivando melhor qualificar os envolvidos,assim como localizar outras ocorrências,

envolvendo as mesmas partes.

Ainda para instrução dos autos e para evidenciar a materialidade do ilícito penal deverá o

policial fazer o registro das lesões corporais visíveis, da vítima, isto é, fotografar as lesões, em

local reservado sem, obviamente, constrangê-la, pois as fotos somadas ao BAM são diligências

fundamentais para o êxito do procedimento policial, já que é comum a vítima não comparecer

ao Instituto Médico Legal (IML) quando encaminhada a Exame de Corpo de Delito, seja por

vergonha ou porque, nesse ínterim, arrependeu-se de ter procurado a polícia. Tais diligências

são previstas no art. 1º, VIII na Portaria nº 630, de 05 de junho de 2013

“Estabelece as providências a serem adotadas pela Autoridade Policial nas hipóteses de

Medidas Protetivas de Urgência.”

“VIII - em caso de lesão corporal, boletim de atendimento médico, quando houver, e

encaminhamento ao Instituto Médico Legal, e, ainda, registro fotográfico, no caso de lesões

visíveis na vítima, desde que obtido o consentimento da mesma;”

Como se trata de procedimento singular, as infrações penais correlacionadas à Lei Maria da

Penha, têm várias peças próprias, além de outras comuns aos procedimentos elaborados para

apuração das outras infrações penais.

f) Das Peças

Termo de Declaração da ofendida: peça onde se concentrará o maior número de

informações devendo o policial fazer as seguintes indagações à vítima:

a) Sobre o caso para consignar na peça a descrição pormenorizada dos fatos e suas

circunstâncias.

b) Existem dependentes? O policial deverá buscar certidões e informações sobre os

dependentes.

c) Poderia apontar testemunhas? Ocasião na qual fará constar seus meios de contato e

endereços para localização;

d) Quem seria o autor do delito? Importante a identificação inequívoca do autor.

e) Qual tipo de relacionamento com o autor do fato? Sendo casada com o autor, qual regime

de bens?

f) Qual motivação do crime?

g) O autor possui arma de fogo em sua residência?

h) Por último, a manifestação da Representação Criminal que antes da decisão do Supremo

Tribunal Federal na ADI nº 4424, ainda importa.

ATENÇÃO: apesar da previsão no artigo 2º §§ 1º e 2º da Portaria 630, de 05 de junho de 2013

“Estabelece as providências a serem adotadas pela Autoridade Policial nas hipóteses de

Medidas Protetivas de Urgência”, determinar que seja consignada no registro de ocorrência a

54

indagação sobre o aceite de encaminhamento da vítima a um abrigo ou mesmo o seu

requerimento de alguma medida protetiva de urgência, será imperiosa a consignação no termo

de declarações, pois a vítima não assina a peça de RO, mas o termo de declaração

“Art. 2º - O registro de ocorrência deverá conter:

§ 1º O policial responsável deverá indagar à vítima se deseja ser encaminhada a um abrigo,

consignando tal indagação e consequente resposta no respectivo registro.

§ 2º - Na hipótese de recusa da vítima em pleitear a concessão de medida protetiva, o policial

responsável deverá consignar expressamente no registro de ocorrência.”

O Registro de Ocorrência deverá apresentar as partes, devidamente, qualificadas com

endereços residenciais e comerciais completos, telefones fixos e celulares para fácil

localização e, sendo possível, mais de um documento cadastrado. Neste, o policial deve

atentar para consignar o vínculo de afinidade entre a ofendida e o autor e a adequada

capitulação penal.

Por força do dispositivo contido no artigo 11, V da Lei 11340/03, a autoridade policial deverá

informar à ofendida os direitos a ela conferidos, nesta Lei,e os serviços disponíveis: garantia de

proteção policial, transporte para abrigo ou local seguro, e, se necessário, acompanhamento

policial para a retirada dos bens pessoais. Deve ser gerada a Nota de Ciência para que se

formalize a comunicação desses direitos, mesmo que a vítima afirme não desejar nenhuma das

medidas protetivas de urgência previstas.

As Medidas Protetivas de Urgência têm fundamento nos artigo 22, 23 e 24 da Lei Maria da

Penha, devendo ser cada medida listada à vítima e, conforme sua solicitação e necessidade,

realizada a peça de requerimento de mesmo título. Uma única peça será realizada com todas

as medidas solicitadas pela vítima, devendo ser expedidas duas vias para que uma seja

juntada aos autos e outra encaminhada ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a

Mulher em conjunto com todas as peças pertinentes.

Considerando a leitura das disposições da Portaria nº 630, de 05 de junho de 2013 “Estabelece

as providências a serem adotadas pela Autoridade Policial nas hipóteses de Medidas

Protetivas de Urgência”, segue abaixo uma lista de informações a serem consignadas no termo

de declaração da vítima, segundo a Medida Protetiva de Urgência a ser solicitada:

a) Quando se tratar de Medida Protetiva de Urgência de Afastamento do Lar, Domicílio ou

Local de Convivência com a Ofendida: deverá conter a indicação precisa do local onde o

autor possa ser encontrado, para fins de Citação Judicial .

b) Para Medida Protetiva de Urgência de Proibição de Aproximação da Ofendida, seus

Familiares ou Testemunhas: deverá fazer constar a especificação detalhada dos locais os

quais aproximação restará vedada ao autor .

c) Quando for Medida Protetiva de Urgência de Alimentos Provisionais ou Provisórios: não

poderá faltar a indicação da profissão, rendimentos e local de trabalho do autor e, ainda,

esclarecer os devidos beneficiários (vítima e/ou dependentes).

ATENÇÃO: as três medidas protetivas de urgências elencadas são as mais comuns ao

procedimento que versa sobre violência doméstica. No entanto, deverá o policial civil ficar

atento para fazer constar a justificativa,istoé, dar razão ao pedido da medida requerida,

55

quando for pertinente outra medida plasmada nos arts. 22, 23 e 24. Como por exemplo: a

suspensão da posse ou proibição de porte de arma de fogo

Ofício de Encaminhamento: é o documento próprio para encaminhamento das Medidas

Protetivas de Urgência para o juiz a qual deverá ser acompanhada de outros documentos,

formando o rol de documentos necessários para o encaminhamento de Medidas Protetivas à

Justiça.

Rol de documentos necessários ao encaminhamento de Medida Protetiva de Urgência:

-Ofício de Encaminhamento.

-Medida Protetiva de Urgência (MPU).

-Nota de Ciência.

-RO ou último RA.

-Termos de declarações de todos os envolvidos.

-Requisições de Exames Periciais (IML / ICCE).

-Cópia de Todos os documentos que a vítima entregar (certidões de casamento e nascimento,

por exemplo).

Cópia do ofício de encaminhamento da ofendida à Defensoria Pública do Juizado de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher, a atendimento médico em unidade de saúde próxima à

delegacia e ao centro de referência.

Considerando o caso concreto, também as peças comuns a outros procedimentos poderão ser

geradas para instrução dos autos.

NOTA: Rotina de Desmembramento

Não se trata de um documento ou peça específica, mas como a própria designação supõe uma

rotina de atos que serve para realizar a importação de peças de um procedimento para outro

que será gerado a seguir, automaticamente, quando iniciada a rotina.

É um recurso exclusivo da Unidade inserida no Programa Delegacia Legal, pois o SCO

possibilita que as peças essências sejam transferidas do primeiro procedimento para segundo

procedimento no sistema, impedindo a repetição dos atos de realização de cada peça que

seriam comuns a ambos.

A Resolução SSP nº 654, de 21 de janeiro de 2004 “Dispõe sobre a implantação de Manual

destinado às Autoridades Policiais lotadas n as Unidades Policiais inseridas no Programa

“Delegacia Legal”, e dá outras providências” define sucintamente o que vem a ser

desmembramento “é a separação do procedimento em dois ou mais outro s procedimentos, por

razões investigativas ou legais. Para tanto, será confeccionado novo RO.”

Ao término de toda a formalização dos atos do procedimento originário deverá a autoridade

policial realizar o despacho para que haja desmembramento do feito. Assim, no SCO, no menu

gerar peça, fará a elaboração da rotina de desmembramento, onde escolherá as peças do

procedimento original que serão transferidas para o novo procedimento. Automaticamente, o

SCO reservará um procedimento para o qual serão levados os documentos escolhidos,

restando apenas a elaboração do novo RO pelo policial responsável pela investigação, além

das peças peculiares a esse novo procedimento que não foram realizadas ainda.

56

A rotina de desmembramento evita a duplicação da ocorrência no SCO e a digitação de cada

peça numa reautuação, além de possibilitar a movimentação dos dois procedimentos em

separado. Assim são algumas hipóteses para realização da rotina de desmembramento:

Nas ocorrências de crimes que existam dois ou mais agentes, sendo ao menos identificado um

adolescente e outro indivíduo adulto, quando haverá a instauração de um Inquérito Policial (IP)

e um Auto de Investigação de Ato Infracional (AIAI).

Também nos casos de prisão e apreensão em flagrante de indivíduo maior de 18 anos e um

adolescente pelo mesmo fato, sendo instaurado um Auto de Prisão em Flagrante (APF) e um

Auto de Apreensão de Adolescente Infrator por Prática de Ato Infracional (AAAPAI);

Nos fatos realizados por policial civil que dão ensejo a um crime e uma ou mais transgressões

administrativas, sendo instaurado um Inquérito Policial (IP) e uma Sindicância Administrativa

Disciplinar (SAD).

BIBLIOGRAFIA:

Constituição da Republica Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988.

MONTEZ, Marcus Vinicius Lopes. Cartilha de Auto de Prisão em Flagrante do curso da

Universidade do saber Policial - Unispol. Intrapol, PCERJ. 2012.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal, 10ª Ed. rev. atual.

ampl. - São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 2013.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Resoluções PCERJ

Resolução SEPC nº 376, de 25 de junho de 1980 “Dispõe sobre a estrutura organizativa e

operacional das Delegacias Policiais do DGPC, a competência dos órgãos internos, e dá outras

providências”.

Resolução SEPC nº 517, de 11 de outubro de 1983: “Dispõe sobre a comunicação de prisão

em flagrante ao juízo competente, e dá outras providências”.

Resolução SEPC nº 92, de 15 de setembro de 1986: “Dispõe sobre as providências por parte

da autoridade policial ao tomar conhecimento da pratica de infração penal”.

Resolução SEPC nº 194, de 12 de fevereiro de 1988: “Institui prazo de defesa em sindicâncias

sumárias, nos casos que menciona, e dá outras providências”.

Resolução SEPC nº 291, de 17 de julho de 1989: “Dispõe sobre a aplicação dos princípios da

ampla defesa e do contraditório nas sindicâncias processadas no âmbito da Secretaria de

Estado da Polícia Civil”.

Resolução SEPC nº 328, de 30 de novembro de 1989: “Altera a estrutura organizativa e

operacional das Delegacias Policiais estabelecida na Resolução SSP nº 376, de 25 de junho de

1980, e dá outras providências”.

Resolução SEPC nº 384, de 14 de abril de 1990: “Dispõe sobre as atribuições para o registro, o

controle e a distribuição de cartas precatórias no âmbito estadual”.

Resolução SEPC nº 605, de 27 de julho de 1993: “Aprova o Manual de Procedimentos de

Polícia Judiciária”.

Resolução SEPC nº 619, de 06 de outubro de 1993: “Aprova o Manual de Comunicações

Administrativas da Secretaria de Estado de Polícia Civil. Alterada pela Res. SEPC nº 634/94,

57

Alterada pela Res. SEPC nº 650/94, Alterada pela Res. SEPC nº 669/94, Alterada pela Res.

SEPC nº 675/94”.

Resolução SEPC nº 671, de 26 de setembro de 1994: ”Revoga a Resolução nº 376, de 09 de

abril de 1990 disciplinando o regime e a apuração do extravio de bem patrimonial da Secretaria

de Estado da Polícia Civil, e dá outras providências”.

Resolução SEPC nº 058, de 16 de agosto de 1995. “Altera a Resolução SEPC 0328, de

30.11.89, e dá outras providências”.

Resolução SEPC nº 121, de 09 de julho de 1996: “Dispõe sobre a padronização dos

procedimentos a serem adotados pelas UPAJ's (Unidade de Polícia Administrativa Judiciária),

ao verificarem ocorrências envolvendo ilícitos penais que tenham como objeto veículos

automotores terrestres, seus componentes, placas e documentos. Revogada pela Resolução

246/99. Revoga a Resolução SEPC 0604/93”. Resolução SSP nº 317, de 03 de fevereiro de

2000: “Dispõe sobre a Estrutura Organizativa e Operacional das Unidades de Polícia Judiciária

da Polícia Civil inseridas no Programa Delegacia Legal”.

Resolução SSP nº 583 de 03 de dezembro de 2001: “Altera o Anexo Único da Resolução SSP

nº 317, de 03 de fevereiro de 2000”.

Resolução SSP nº 489, de 19 de outubro de 2001: “Cria, em caráter provisório e emergencial,

sem aumento de despesas, os Depósitos de Evidências Criminais - DEC, e dá outras

providências”.

Resolução nº 631, de 02 de junho de 2003: “Altera dispositivos da Resolução SEPC nº 0362,

de 05 de março de 1990, e dá outras providências”.

Resolução SSP nº 651, de 21 de janeiro de 2004: “Dispõe sobre a implantação de Manual de

Investigação das Unidades Policiais inseridas no Programa Delegacia Legal e dá outras

providências”.

Resolução SSP nº 653, de 21 de janeiro de 2004: “Dispõe sobre a normatização dos padrões

sistêmicos utilizados pelas Unidades Policiais inseridas no Programa “Delegacia Legal”, e dá

outras providências”.

Resolução SSP nº 654, de 21 de janeiro de 2004: ”Dispõe sobre a implantação de Manual

destinado às Autoridades Policiais lotadas nas Unidades Policiais inseridas no Programa

“Delegacia Legal”, e dá outras providências”.

Resolução SSP nº 674, de 13 de maio de 2004: “Implanta o Manual de Apreensão de Armas de

Fogo, Explosivos e seus componentes como Padrão Normativo para o Sistema de Controle

Operacional - SCO das Unidades Policiais inseridas no Programa Delegacia Legal, e dá outras

providências”.

Resolução SSP nº 755, de 17 de janeiro de 2005: “Dispõe sobre a implantação do Sistema

Centralizado para a guarda de veículos oriundos de roubo, furto e outros delitos que foram

localizados pelas polícias do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências”.

Resolução SSP nº 776, de 17 de janeiro de 2005: “Aprova o Regulamento que disciplina as

Rotinas de Recuperação de Veículos automotores e terrestres no âmbito do Estado do Rio de

Janeiro”.

Resolução SESEG nº 822, de 09 de outubro de 2014: “Define a Estrutura da Delegacia de

Descoberta de Paradeiros da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro”.

58

Secretaria de Estado de Receita - SER

Resolução SER nº 105/04: “Estabelece novas rotinas de envio de Notas de Débito para a

Procuradoria da Dívida Ativa. (Secretaria de Estado de Receita - SER)”.

Portarias PCERJ

Portaria nº 357, de 16 de março de 2004: “Disciplina o encaminhamento e destruição de

substância entorpecente ao Instituto de Criminalística Carlos Éboli - ICCE, revoga a Portaria

PCERJ nº 341, de 10 de setembro de 2003, e dá outras providências”.

Portaria nº 536, de 22 de dezembro de 2010: “Cria o Setor de Recolhimento de Evidências

Criminais - SERECRIM/DRFA; disciplina os procedimentos a serem observados nos casos de

recuperação de veículos automotores, e dá outras providências”.

Portaria nº 619, de 25 de fevereiro de 2013: “Estabelece a Rotina Básica a ser observada pela

Autoridade Policial, na apreciação de ocorrência envolvendo desaparecimento de pessoa, sem

prejuízo do disposto na Resolução SEPC nº 513, de 16 de dezembro de 1991, e na Resolução

SESEG nº 306, de 15 de janeiro de 2010, e dá outras providências”.

Portaria nº 630, de 05 de junho de 2013: “Estabelece as providências a serem adotadas pela

Autoridade Policial nas hipóteses de Medidas Protetivas de Urgência”.

Portaria nº 681 de 04 de setembro de 2014: Altera e consolida a norma que estabelece critérios

objetivos para a definição de Inquéritos Policiais ou outros procedimentos de Investigação

Criminal concluídos com êxito, e dá outras providências”.

Portaria nº 667 de 16 de abril de 2014: “Expede Recomendação, sem caráter normativo,

dirigida aos Delegados de Polícia, quando da realização do Reconhecimento de Pessoas

previsto no Artigo 226, do Código de Processo Penal.”

Manuais PCERJ

Manual Operacional de Conceitos do SCO (Intrapol/PCERJ)

Leis Estaduais

Lei nº 9.099/95: “Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras

providências”.

Lei Estadual nº 3.586/01: “Dispõe sobre a Reestruturação do Quadro Permanente de

Funcionários da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro”.

Lei Estadual nº 563/82: “Dispõe sobre a aplicação de multa pela posse, uso ou comércio

indevidos de armas, munições, explosivos e produtos controlados”.

Decretos Estaduais

Decreto Estadual nº 25.599/1999: “Altera o Decreto nº 23.001, de 18 de março de 1997, o

Anexo II do Decreto nº 25.162, de 01 de janeiro de 1999, modificado pelo Decreto nº 25.205, de

05 de março de 1999, cria na Estrutura da Secretaria de Estado de Segurança Pública o Grupo

Executivo do Programa "Delegacia Legal" e dá outras providências.”

Decreto Estadual nº 31.896/2002: “Dispõe sobre a uniformização dos Atos Oficiais, estabelece

Normas sobre a categoria dos Documentos Oficiais, regula o Processo Administrativo no

âmbito da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro, e dá outras providências”.

Decreto Estadual nº 43.897 2012: “Aprova o Manual de Gestão de Protocolo e institui a

numeração única de protocolo no âmbito do Poder Executivo Estadual e dá outras

providências”.

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Decreto Estadual nº 44.414/2014: “Dá nova redação ao Decreto nº 43.897, de 16 de outubro de

2012, que aprova o Manual de Gestão de protocolo no âmbito do Poder Executivo estadual e

determina outras providências”.

Decreto Estadual nº 44.970/2014: “Aprova o Manual de Redação Oficial do Poder Executivo do

Estado Rio de Janeiro e dá outras providências”.

Leis Federais

Lei nº 11.340/2006: Lei Maria da Penha: “Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e

familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção

sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção

Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a

criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de

Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências”.

Lei nº 11.343/2006: Lei de Drogas: “Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre

Drogas - SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção

social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção

não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências”.

Decreto-Lei

Decreto-Lei nº 2.848/40: Código Penal Brasileiro.

Decreto-Lei nº 3.689/41: Código de Processo Penal.

Decreto-Lei nº 3.044/80: “Regulamento do Estatuto dos Policiais Civis do Estado do Rio de

Janeiro”.

Diversos

Informativo nº 639 STF, Brasília, 5a9desetembrode2011.

JURISPRUDÊNCIA - TJ-PR - Habeas Corpus Crime HC 2388625 PR Data de publicação:

24/10/2003.