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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MONTES CLAROS Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa, Monografia e Trabalhos Científicos Montes Claros 2012

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FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MONTES CLAROS

Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,

Monografia e Trabalhos Científicos

Montes Claros 2012

Eduardo Simões

Renato Dourado Maia

Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,

Monografia e Trabalhos Científicos

Presidente do Conselho de Administração

Ariovaldo de Melo Filho

Diretora Superintendente

Ângela Maria Carvalho Veloso

Diretor Administrativo Financeiro

Jackson Prates Oliveira

Diretora Acadêmica

Daniela Fernandes Jorge de Mello

Coordenador Administrativo

Haroldo de Moraes Lopes

Coordenador de Pesquisa

Prof. Ms. Renato Dourado Maia

Coordenadora de Extensão

Janne Ribeiro Timoteo

Coordenador de Materiais e Patrimônio

Jair Barbosa Silva

Coordenadora da Secretaria

Mariuza Soares Santos

Pedagogas

Maria de Lourdes Soares

Maria Tereza Avelino Silva

Coordenadores De Curso

Profa. Ms. Gisele Figueiredo Braz

Prof. Ms. Leonardo Santos Amaral

Prof. Ms. Maurílio José Inácio

Prof. Esp. Murilo Pereira Lopes

Prof. Ms. Paulo Fernando R. Matrangolo

Prof. Ms. Renato Dourado Maia

FICHA CATALOGRÁFICA

S594m Simões, Eduardo; Maia, Renato Dourado.

Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,

Monografia e Trabalhos Científicos / Eduardo Simões; Renato

Dourado. -- Montes Claros: FACIT, 2012.

103 p.

1. Publicações técnicas - Normas. 2. Trabalhos científicos –

Preparação. 3. Simões, Eduardo; Maia, Renato Dourado. II. Título.

CDD 025.00218

Dez Mandamentos da Produção Científica

1º) Não cobiçarás o tema do teu próximo, porque a

grama do jardim do teu vizinho não é a mais verde;

2º) Não pesquisarás o que está apenas na tua cabeça,

a menos que o estudo seja precisamente sobre ela;

3º) Não investigarás tema sem fonte, porque a tua

tarefa é fazer os dois se comunicarem;

4º) Não te perderás em meio à falta ou ao excesso de

planejamento, a menos que a tua genialidade te

permita prescindir dele;

5º) Não desprezarás a rotina, porque ela pode te liberar

para o exercício da criatividade;

6º) Não menosprezarás as normas, a menos que

pretendas transformá-las;

7º) Não te julgarás incompetente, porque não o és, até

prova em contrário;

8º) Não escreverás uma obra-prima, a menos que já

estejas maduro para produzi-la;

9º) Não farás uma colcha-de-retalhos, porque és capaz

de um trabalho verdadeiramente intelectual;

10º) Não ignorarás os teus leitores, a menos que te

aches mais importante do que eles.

Azevedo (2001)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Capa (orientações gerais)......................................................................28

FIGURA 2 – Capa (modelo definitivo)........................................................................29

FIGURA 3 – Folha de rosto (orientações gerais).......................................................30

FIGURA 4 – Folha de rosto (modelo definitivo)..........................................................31

FIGURA 5 – Lista de Ilustrações................................................................................32

FIGURA 6 – Lista de Tabelas.....................................................................................32

FIGURA 7 – Lista de Abreviaturas.............................................................................33

FIGURA 8 – Lista de Siglas........................................................................................33

FIGURA 9 – Lista de Símbolos..................................................................................34

FIGURA 10 – Sumário................................................................................................35

FIGURA 11 – Modelo de Cronograma.......................................................................47

FIGURA 12 – Modelo de orçamento..........................................................................48

FIGURA 13 – Modelo de Glossário............................................................................49

FIGURA 14 – Modelo de Apêndice............................................................................50

FIGURA 15 – Modelo de Índice..................................................................................51

FIGURA 16 – Estrutura do trabalho acadêmico.........................................................53

FIGURA 17 – Lombada..............................................................................................55

FIGURA 18 – Padrão de folha de aprovação FACIT.................................................56

FIGURA 19 – Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT..................................57

FIGURA 20 – Dedicatória...........................................................................................58

FIGURA 21 – Resumo................................................................................................59

FIGURA 22 – Abstract................................................................................................60

FIGURA 23 – Paginação............................................................................................67

FIGURA 24 – Margens...............................................................................................68

FIGURA 25 – Espaço entrelinhas entre títulos e texto...............................................68

FIGURA 26 – Divisão do trabalho em seções............................................................70

FIGURA 27 – Eletroforese em gel de poliacrilamida (ECPA) do RNA do vírus isolado

e de diferentes espécies de rotavírus.........................................................................72

FIGURA 28 – Osso alveolar, bovino jovem................................................................73

FIGURA 29 – Citação curta........................................................................................76

FIGURA 30 – Citação longa.......................................................................................77

FIGURA 31 – Citação indireta....................................................................................78

FIGURA 32 – Citação de citação...............................................................................79

FIGURA 33 – Nota de referência...............................................................................80

FIGURA 34 – Nota de explicativa...............................................................................81

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................09

CAPÍTULO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA E SEUS PRÉ-REQUISITOS....................11

1.1 O que é Pesquisa?.............................................................................................12

1.2 Quais são os tipos possíveis de pesquisa?....................................................12

1.2.1 A pesquisa quantitativa..................................................................................13

1.2.1.1 Pesquisa quantitativa com dados primários.............................................13

1.2.1.1.1 Estudos observacionais ..........................................................................14

1.2.1.1.2 Experimentos.............................................................................................16

1.2.1.2 Pesquisa quantitativa com dados secundários........................................17

1.2.1.2.1 Pesquisa documental................................................................................18

1.2.1.2.2 Revisão de literatura.................................................................................18

1.2.1.2.3 Metaanálise................................................................................................20

1.2.2 A pesquisa qualitativa.....................................................................................21

1.2.2.1 Entrevista......................................................................................................21

1.2.2.2 Grupos Focais..............................................................................................23

1.2.2.3 Observação direta........................................................................................24

CAPÍTULO 2 O PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA.........................................26

2.1 Elementos de um projeto de pesquisa.............................................................27

2.1.1 Elementos pré-textuais...................................................................................27

2.1.1.1 Capa ..............................................................................................................27

2.1.1.2 Folha de rosto ..............................................................................................29

2.1.1.3 Listas: de ilustrações, de tabelas, de abreviaturas e siglas e de

símbolos....................................................................................................................31

2.1.1.4 Sumário.........................................................................................................34

2.1.2 Elementos textuais..........................................................................................35

2.1.2.1 Introdução.....................................................................................................36

2.1.2.2 Tema..............................................................................................................36

2.1.2.3 Problema de pesquisa.................................................................................37

2.1.2.4 Hipótese(s)....................................................................................................39

2.1.2.5 Objetivo(s).....................................................................................................39

2.1.2.6 Justificativa ..................................................................................................40

2.1.2.7 Referencial teórico.......................................................................................41

2.1.2.8 Metodologia..................................................................................................42

2.1.2.8.1 Instrumentos de coleta de dados............................................................43

2.1.2.9 Cronograma de atividades..........................................................................47

2.1.2.10 Orçamento...................................................................................................47

2.1.3 Elementos pós-textuais..................................................................................48

2.1.3.1 Referências...................................................................................................48

2.1.3.2 Glossário.......................................................................................................49

2.1.3.3 Apêndice.......................................................................................................49

2.1.3.4 Anexos...........................................................................................................50

2.1.3.5 Índice.............................................................................................................50

CAPÍTULO 3 MONOGRAFIAS: ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO.................52

3.1 Elementos estruturais de uma monografia......................................................52

3.1.1 Parte externa: capa e lombada.......................................................................53

3.1.2 Parte interna: os elementos pré-textuais......................................................55

3.1.3 Parte interna: os elementos textuais.............................................................61

3.1.3.1 Introdução.....................................................................................................61

3.1.3.2 Desenvolvimento..........................................................................................61

3.1.3.2.1 Capítulo 1 Revisão da literatura...............................................................62

3.1.3.2.2 Capítulo 2 Materiais e métodos................................................................63

3.1.3.2.3 Capítulo 3 Resultados: apresentação, análise e discussão..................63

3.1.3.2.4 Capítulo 4 Aplicação.................................................................................64

3.1.3.3 Considerações finais...................................................................................64

3.1.4 Parte interna: os elementos pós-textuais.....................................................65

CAPÍTULO 4 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS............................66

4.1 Apresentação gráfica de um trabalho acadêmico...........................................66

4.1.1 Tipo de papel e fonte.......................................................................................67

4.1.2 Margens, paginação e numeração.................................................................67

4.1.3 Espacejamento e parágrafos..........................................................................68

4.1.4 Alinhamentos...................................................................................................69

4.1.5 Numeração progressiva das seções de um documento.............................69

4.1.6 Ilustrações........................................................................................................71

4.1.6.1 Figuras...........................................................................................................71

4.1.6.2 Gráficos.........................................................................................................73

4.1.6.3 Tabelas e quadros........................................................................................74

4.1.7 Citações............................................................................................................76

4.1.8 Notas de rodapé..............................................................................................80

4.1.9 Referências......................................................................................................81

4.1.9.1 Referência de livros.....................................................................................82

4.1.9.1.1 Capítulo de livros......................................................................................83

4.1.9.1.2 Livro com subtítulo...................................................................................83

4.1.9.1.3 Livro com autor espanhol.........................................................................84

4.1.9.1.4 Livro com tradutor.....................................................................................84

4.1.9.1.5 Livro integrado com coleção-série..........................................................84

4.1.9.1.6 Livro com dois ou três autores................................................................84

4.1.9.1.7 Livro com mais de três autores...............................................................84

4.1.9.1.8 Livro com o mesmo autor da referência anterior...................................84

4.1.9.1.9 Livro cujo autor é uma entidade..............................................................84

4.1.9.1.10 Livros anônimos......................................................................................86

4.1.9.1.11 Livros com Compilador ou Organizador...............................................86

4.1.9.2 Publicações periódicas no todo.................................................................86

4.1.9.3 Partes de publicações periódicas...............................................................87

4.1.9.4 Monografias, dissertações, teses e outros trabalhos acadêmicos.........88

4.1.9.5 Congressos, conferências, encontros e outros eventos científicos.......89

4.1.9.6 Trabalhos apresentados em congresso ou outro evento........................90

4.1.9.7 Referências Legislativas – Leis, decretos, portarias, etc. .......................90

4.1.9.7.1 Acórdãos, decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais...................91

4.1.9.8 Normas Técnicas..........................................................................................91

4.1.9.9 Patentes.........................................................................................................92

4.1.9.10 Referência com notas especiais...............................................................93

4.1.9.11 Referências de materiais especiais..........................................................94

4.1.9.12 Depoimentos e entrevistas........................................................................96

4.1.9.13 Manuscritos................................................................................................96

4.1.9.14 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico..........................98

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................100

6 REFERÊNCIAS.....................................................................................................102

9

APRESENTAÇÃO

Toda atividade investigativa de cunho científico necessita de ordenação que lhe

assegure a qualidade final de seus produtos, o que pode a esses franquear um lugar

de destaque no mercado consumidor ou de serviços, porém, não deve ser essa a

principal meta almejada pelo pesquisador, que tem por dever observar o não

desperdício de recursos naturais renováveis e não-renováveis, o zelo pelo

patrimônio público material e imaterial, a proteção da vida humana, bem como da

fauna e da flora, o respeito às diversidades culturais, étnicas, sexuais e religiosas,

assim contribuindo para a melhoria das relações humanas e a preservação da vida

em nosso planeta. Assim, seja com o desenvolvimento de soluções de imediata

aplicação, seja com a proposição de estudos e produtos inovadores, o pesquisador

deve estar consciente de seu importante papel social, que se renova a cada dia com

a sua própria atuação. Decorre dessas evidências e responsabilidade o

indispensável estudo da atividade de pesquisa, verificando-lhe a pertinência de seus

procedimentos e a adoção de normas que possibilitem o debate e a integração dos

conhecimentos gerados pela comunidade científica de todo o mundo.

É sabido que, desde os seus primórdios a produção científica está

intrinsecamente vinculada ao estabelecimento e à adoção de métodos para o

alcance de seus objetivos. O Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,

Monografia e Trabalhos Científicos, elaborado pelos professores Eduardo Simões e

Renato Dourado Maia, tem a proposta de elucidar os passos que orientam a

elaboração de trabalhos científicos condizentes com o conjunto de prescrições

estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

As principais virtudes deste manual são: linguagem acessível ao pesquisador

iniciante, estruturação capitular ordenada de acordo com a efetiva prática da

atividade, detalhamento de pontos pouco explicitados em outros manuais do gênero,

ilustrações, tabelas e textos que bem exemplificam os assuntos tratados, facilitando

assim ao jovem pesquisador o entendimento das sequências procedimentais

necessárias para a concretização de projetos de pesquisa, monografias e demais

trabalhos científicos, bem como auxilia na estruturação e apresentação das

pesquisas dos mais experientes.

10

Por esses e por outros bons motivos que os leitores certamente encontrarão

neste manual, a recomendação para a sua adoção faz-se até mesmo

desnecessária.

Prof. Dr. Elcio Lucas

FACIT / UNIMONTES

11

CAPÍTULO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA E SEUS PRÉ-REQUISITOS

Crê-se que o projeto de pesquisa é sempre o primeiro passo para a

constituição de uma pesquisa posterior. Isso parece ser óbvio, na medida em que

não se é possível pensar em um produto final, sem se pensar antes em como ele foi

projetado. Um Engenheiro Civil, por exemplo, não autoriza a construção de um

edifício sem que os devidos projetos tenham sido esboçados: o projeto arquitetônico,

o projeto estrutural, o projeto elétrico, o projeto hidráulico, etc. De posse de tudo o

que foi projetado é que se executa a obra. Da mesma forma acontece em pesquisa;

é preciso que o pesquisador tenha uma previsão do que será o seu “produto final”.

Talvez seja por isso que boa parte dos materiais sobre Metodologia Científica já

inicia sua redação com o tema “Projeto de Pesquisa”.

No entanto, o que muitos manuais parecem não dar conta é que, antes mesmo

da constituição de um projeto de pesquisa, deve-se atentar para um procedimento

que lhe é prévio, a saber, o da instrumentalização do pesquisador. E o que aqui é

entendido por instrumentalização? Para tal resposta deve-se retroceder, dentre

outras coisas, ao entendimento sobre o que é pesquisa (ou, pelo menos, o que é

que o proponente pretende com a sua pesquisa em específico) e sobre quais são os

tipos possíveis de pesquisa – isso tudo, para que ele entenda onde se encaixa a sua

proposta. No entanto, alguém poderia ainda retorquir: “Mas, o item do projeto de

pesquisa intitulado ‘Metodologia’ não pressupõe a resposta ao que é a pesquisa e

sobre o entendimento dos ‘tipos possíveis de pesquisa’?” Supriria sim, caso o

proponente pesquisador tivesse plena clareza a respeito do caminho que ele deverá

trilhar. Afinal, o próprio sentido etimológico de método ou metodologia é justamente

este, do grego méta, “junto”, “em companhia”, e hodós, “caminho” – refere-se à

especificação dos passos que devem ser tomados, em certa ordem, a fim de se

alcançar determinado fim.

Nossa prática docente com disciplinas propedêuticas para a pesquisa, no

entanto, mostra-nos que não é bem assim; que, na maioria das vezes, os nossos

acadêmicos apresentam grandes dificuldades em visualizar o caminho pelo qual

deverão trilhar na execução dos seus projetos de pesquisa. E um dos fundamentos

dessa dificuldade, que ainda não resolve todos os seus problemas metodológicos,

está no fato da não clareza sobre o que é pesquisa (no sentido acadêmico do termo)

e sobre quais são os tipos possíveis.

12

1.1 O que é Pesquisa?

Para a pergunta em questão encontram-se as mais variadas respostas. De

acordo com Ander-Egg (1978, p. 28), por exemplo, pesquisa trata-se de um

“procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir

novos fatos ou dados, relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento.” No

entanto, não haverá unanimidade de respostas para esta questão, e qualquer uma

delas estará sempre relacionada com uma área de conhecimento específico. Sendo

assim, não caberá aqui tentar apresentar uma resposta geral ou institucional oficial;

no lugar disso, serão apresentados, em linhas gerais, como se faz pesquisa.

Pesquisador é aquele que utiliza de métodos consagrados de pesquisa. Trata-

se também de quem, além de utilizar os métodos de sua área de domínio, tem bons

conhecimentos a respeito das teorias científicas que sustentam a sua ciência. Um

bom pesquisador em Engenharia, por exemplo, não deve possuir somente o domínio

do cálculo e da construção de artefatos; para além das fronteiras das equações e

produções materiais, ele deve ser um bom conhecedor da fundamentação teórica de

sustentação de sua área. Os objetivos que o pesquisador propõe devem ser

passíveis de serem alcançados e compatíveis com pelo menos parte do

conhecimento existente, isto é, não devem ser divorciados do conhecimento

previamente existente, sob o risco de não serem alcançados. Sendo assim, o

pesquisador deverá preparar-se para as etapas da pesquisa que se seguem do

planejamento e suas fases até a execução e posterior apresentação do resultado do

que foi pesquisado, em nosso caso, a apresentação do trabalho monográfico. Para

isso, um bom passo será entender sobre os tipos possíveis de pesquisa.

1.2 Quais são os tipos possíveis de pesquisa?

Com base na abordagem da realidade, podem-se aventar dois tipos possíveis

de pesquisa: a pesquisa quantitativa e a pesquisa qualitativa. E, com base nos

objetivos gerais da pesquisa desenvolvida, pode-se ainda pensar em três tipologias

de estudo: explicativo, descritivo e exploratório. As corriqueiras divisões dos tipos de

13

pesquisa de que tratam os manuais de Metodologia Científica (pesquisa

bibliográfica, documental, de campo, experimental, etc.), na verdade, são partícipes

destes dois tipos básicos de pesquisa, a saber, a quantitativa e a qualitativa.

1.2.1 A pesquisa quantitativa

Caracterizada pelo fato de classificar, ordenar e mensurar variáveis, a pesquisa

quantitativa pretende ou descrever as relações entre variáveis ou estabelecer

associações e relações entre elas. Nesse tipo de pesquisa, o conhecimento acaba

por ser generalizado: o resultado é estendido para toda a população de onde proveio

o material coletado e analisado – respeitando, é óbvio, certa margem de erro.

Na pesquisa quantitativa o próprio pesquisador pode levantar os seus dados.

Um engenheiro pode fazer, por exemplo, medições em corpos de prova, para estudar a resistência de diferentes materiais. Um arquiteto pode conferir escores ao estado de deterioração de domicílios, para descrever a situação de um patrimônio histórico. Um médico pode classificar pacientes em curados e não-curados, para comparar dois medicamentos (VIEIRA, 2008, p. 101).

Sendo os dados levantados pelo próprio pesquisador, diz-se que os mesmos

são primários. E isso pode acontecer, por exemplo, em pesquisas observacionais e

experimentos.

Por outro lado, o pesquisador pode, no decorrer de sua pesquisa, utilizar-se de

dados secundários. Dados secundários são aqueles que foram levantados e

utilizados por outrem. Esse tipo de levantamento de dados tem uma vantagem

adicional que é a forma rápida e barata de consegui-los. São dados geralmente

advindos de estatísticas oficiais (ou não oficiais), coletados e compilados, por

exemplo, pelos governos (IBGE, por exemplo), pela Organização das Nações

Unidas (ONU), pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelos conselhos

federais e regionais de engenharias e por Organizações Não Governamentais

(ONGs), etc.

1.2.1.1 Pesquisa quantitativa com dados primários

14

Como fora dito, a pesquisa quantitativa com dados primários consiste

primordialmente de dados levantados pelo próprio pesquisador, quer seja por meio

de estudos observacionais (levantamento de observações já existentes) ou por

experimentos (criação de condições artificiais controladas).

1.2.1.1.1 Estudos observacionais

Os estudos observacionais são aqueles em que os participantes não são

sorteados para os respectivos grupos, porque já pertencem a eles antes do início da

pesquisa. Eles podem ser divididos em estudo de corte transversal (ou estudo

transversal), em estudos prospectivos e em estudos retrospectivos.

O denominado estudo de corte transversal ou estudo transversal caracteriza-se

pela coleta de dados em um período específico de tempo. São feitos para descrever

os indivíduos de uma população com relação às suas características pessoais e às

suas histórias de exposição a fatores causais, em determinado momento.

Caracterizam-se por ser meramente descritivos, visto de sua necessidade de se

responder a questões imediatas como é o caso da seguinte questão: “o que está

acontecendo agora?” Exemplos de estudo de corte transversal são as pesquisas de

intenção se votos em uma eleição, os censos, as pesquisas de opinião pública, as

pesquisas de mercado sobre preferências de consumidores, etc. Um caso mais

específico de estudo de corte transversal é o feito, em tempos de eleições, pelo

Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE), quando quer saber, por

exemplo, “se a eleição fosse hoje, você votaria em quem?”. No entanto, o

levantamento de informações em estudo por corte transversal pode ser feito por

outro instrumento de coleta de dados que não necessariamente questionários ou

formulários. É o caso do estudo que pretende, por exemplo, averiguar a prevalência

de certa epidemia, numa determinada região e num determinado período. Esse

levantamento de dados demandaria algo mais do que um questionário, a saber,

análise de anamneses, de prontuários de pacientes internados, de exames

laboratoriais, etc. Enfim, quando para verificar se existe relação entre variáveis, o

pesquisador toma uma amostra da população e conta o número de elementos que

caem em cada categoria, diz-se que foi feito um estudo transversal (VIEIRA;

HOSSNE, 2001).

15

Nos estudos prospectivos, conforme o próprio significado do termo, é feita uma

prospecção, isto é, os dados são coletados ao longo do tempo. Trata-se de estudos

longitudinais, diferentemente dos transversais expostos acima, e se dividem em

estudo de tendências e estudo de painel (conhecido como estudo de coorte nas

áreas médicas).

Estudos de tendências são aqueles em que pessoas de uma mesma

população, mas não as mesmas pessoas, são estudadas ao longo do tempo. Nas

pesquisas eleitorais, por exemplo, estudos são feitos no decorrer da campanha;

comparando-se os resultados de vários levantamentos feitos com amostras de

pessoas diferentes na mesma cidade, o pesquisador pode detectar eventuais

mudanças nas intenções de voto.

Já no estudo de painel, ou coorte (multidão) nas áreas médicas, estudam-se as

mesmas pessoas ao longo de um tempo para verificar ocorrência de mudanças com

essas pessoas. A amostra é denominada painel. Nesse tipo de estudo é preciso

recrutar um grande número de indivíduos e dividi-los em grupos, conforme eles

tenham ou não sido expostos ao fator causal suspeito. O primeiro grupo que

apresenta o fator causal é denominado “grupo caso” e o segundo, que não

apresenta esse fator, é chamado “grupo controle”. Depois de um período

relativamente longo, que pode se estender por vários anos, contam-se quantos

indivíduos adquiriram, por exemplo, uma doença em estudo. Veja um exemplo de

como isso se dá em pesquisas das áreas médicas:

O pesquisador seleciona pessoas que considera estarem expostas a determinado risco (fumantes, por exemplo, por estarem expostos ao risco de câncer de pulmão) e pessoas não expostas a esse risco (não fumantes). O pesquisador segue, então, os dois grupos de pessoas por um período longo de tempo e compara a incidência da doença nos dois grupos (no caso do exemplo, a incidência do câncer de pulmão em fumantes e em não fumantes) (VIEIRA, 2008, p. 103).

De outra forma, o painel também pode ser montado em outros tipos de

pesquisa. E mais uma vez o nosso exemplo será o da pesquisa eleitoral. O

pesquisador promove uma coleta de dados longitudinais em todo o período da

pesquisa repetindo sempre ao eleitorado a pergunta sobre em quem irá votar nas

próximas eleições. O painel aqui

16

consiste na repetição de perguntas, de tempo em tempo, às mesmas pessoas, a fim de estudar a evolução das opiniões em períodos curtos. As perguntas devem ser formuladas de maneira diversa, para que o entrevistado não distorça as respostas com essas repetições (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 180).

De posse dos dados coletados longitudinalmente ele poderá associar

características pessoais a quem muda e a quem não muda a intenção de voto.

Por fim, os estudos retrospectivos, pela sua própria natureza, tendem a

retornar ao passado tentando associar suas ocorrências com os fatos do presente.

Toma-se, por exemplo, um grupo de pessoas que tem problemas respiratórios e

outro que não tem. Compara-se o histórico de exposição ou não exposição de

ambos os grupos a fatores de risco; por exemplo, exposição aos riscos químicos aos

trabalhadores expostos à inalação de fumos de solda e poeira metálica no trabalho

em tornearia mecânica e em serralheria. O pesquisador calculará, então, a

proporção daqueles que estão diretamente expostos aos riscos e daqueles que não

estão, e verificará se a ocorrência de problemas respiratórios está associada com a

frequência com que os trabalhadores estiveram expostos ao fator de risco, nesse

caso, à inalação de fumos de solda e poeira metálica. Isso só será possível por meio

de um estudo retrospectivo.

A diferença entre um estudo prospectivo e um estudo retrospectivo está,

portanto, na direção. Nos estudos prospectivos, os indivíduos são seguidos da

“causa” para o “efeito”, ou seja, para frente. Nos estudos retrospectivos, a situação

se inverte: os indivíduos são seguidos do “efeito” para a “causa”, ou seja, para trás.

1.2.1.1.2 Experimentos

Muito comuns nas áreas de engenharias, os experimentos caracterizam-se

pela criação de condições que, embora artificiais, são controladas pelo pesquisador.

Servem para determinar qualidade e eficiência de produtos em diversas áreas, para

comparar e analisar espécies, para definir quantidade, para designar tratamento,

para levantar fatores de risco para as doenças, para elaborar descrições causais,

para levantar efeitos colaterais de medicamentos, para comparar a qualidade e

eficiência de métodos de produção, de técnicas de laboratório, de produtos

alimentícios, materiais de construção, etc.

17

Para planejar um experimento, no entanto, é preciso:

a) definir a unidade experimental (por exemplo, uma cobaia);

b) especificar os tratamentos em comparação (por exemplo, dois produtos

alimentícios, um novo, outro tradicional);

c) definir a variável que vai ser analisada (por exemplo, peso das cobaias);

d) definir a quantidade das que serão utilizadas (por exemplo, 12);

e) casualizar ou randomizar, ou seja, é obrigatório designar os tratamentos às

unidades experimentais por sorteio.

Nas áreas médicas, muitas vezes os pacientes são monitorados enquanto

tratados para se saber, por exemplo, qual é o melhor de dois tratamentos. Os

tratamentos são designados aos pacientes por processo randômico, ou seja, por

simples sorteio. Nesses casos, os experimentos recebem o nome de ensaios

clínicos (porque os pacientes estão sendo tratados durante o período de

experimentação).

No campo de Engenharia de Produção, por exemplo, poder-se-ia considerar

que um fabricante pretendesse testar três tipos de tinta com diferentes composições,

cujo intento seria o de identificar qual tinta apresentaria melhor força de adesão do

que a tinta atual (MIGUEL, 2012). Para este experimento, o fabricante disporia de

uma unidade experimental (a tinta), dividida em dezoito unidades experimentais

homogêneas (quantidade a ser utilizada), que ainda poderiam ser divididas em três

condições experimentais (para fins de tratamento de comparação), cuja

característica pretendida seria a força de adesão (variável a ser analisada). Nesse

caso, as seis unidades seriam alocadas aleatoriamente, ou por sorteio, para

condição experimental (randomização).

1.2.1.2 Pesquisa quantitativa com dados secundários

Como foi dito, a pesquisa quantitativa com dados secundários é aquela em

que o pesquisador utiliza-se de dados já levantados por outrem. Nesse tipo de

pesquisa, pode-se lançar mão de dados ditos oficiais e não oficiais. Constituem-se

dados oficiais aquelas estatísticas coletadas e compiladas por órgãos do governo,

por exemplo. Trata-se de registros de nascimento, óbitos, casamentos, divórcios,

estatísticas das indústrias que incluem acidentes de trabalhos, motivos de faltas ao

18

trabalho, além de registros policiais, crimes ambientais, etc. Existe também uma

grande quantidade de dados não oficiais. Referem-se àquelas estatísticas que são

coletadas e compiladas por instituições públicas ou privadas, por empresas ou

indústrias, em princípio para uso próprio, e que não foram publicadas, mas que

podem ser utilizadas por pesquisadores – desde que o pesquisador tenha

autorização formal da instituição e que o seu projeto tenha sido aprovado por sua

Instituição de Ensino Superior (IES).

Antes de se utilizarem esses dados, que muitas das vezes são coletados e

compilados de forma rudimentar, é preciso estudar possíveis erros na sua coleta e

compilação, sem que se tirem deles todas as informações.

Apresentam-se aqui alguns tipos de pesquisas quantitativas com dados

secundários. É o caso da pesquisa documental, das revisões de literatura (pesquisa

bibliográfica) e a metaanálise.

1.2.1.2.1 Pesquisa documental

Na pesquisa documental o pesquisador vale-se de materiais que foram

levantados por outrem para qualquer propósito que não o trabalho que está sendo

planejado, mas que ainda não receberam um tratamento analítico (documentos

oficiais, reportagens de jornais, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias,

gravações etc.), ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos

da pesquisa (relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas

etc.).

A pesquisa documental diferencia-se da pesquisa bibliográfica apenas na

natureza das fontes, pois, enquanto a primeira se utiliza fundamentalmente das

contribuições dos diversos autores sobre determinado assunto, a segunda vale-se

de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser

reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

1.2.1.2.2 Revisão de literatura

19

As revisões da literatura podem também ser admitidas como pesquisas

quantitativas com dados secundários. Elas podem ser feitas de forma assistemática

ou sistemática. As revisões assistemáticas apresentam apenas resumos de estudos

primários em sequência temporal ou por assunto (como aqueles que fazemos ao

nos preparar teoricamente para um concurso). Trata-se de uma espécie de

ajuntamento de citações sem muito critério, nem comentários; são subjetivas e

geralmente tendenciosas. Já as revisões sistemáticas são planejadas. Deve-se ter

todo um planejamento para esse tipo de revisão. Todo o texto deve ser revisado a

partir de uma metodologia previamente especificada e obrigatoriamente aplicada. E

é preciso considerar se os resultados numéricos foram analisados corretamente, em

termos das estatísticas utilizadas e das generalizações feitas. O material da

pesquisa bibliográfica basear-se-á nas obras de referência da pesquisa ao se

selecionar uma bibliografia básica.

A revisão de literatura começa pela identificação clara do objeto de estudo, da

listagem dos documentos e das fontes escritas que tratem do assunto a ser

pesquisado. Essa primeira fase consiste numa primeira leitura de reconhecimento.

Concluída a localização das fontes, parte-se para a seleção do material que será

consultado. Essa seleção é feita através da leitura preliminar de reconhecimento,

consultando-se a folha de rosto, o sumário, a bibliografia, a introdução ou prefácio,

orelhas, data de publicação e número de edições. Trata-se de uma técnica

possibilita identificar os livros mais recentes, os autores originais, as publicações de

maior aceitação e o conteúdo tratado. A tomada de apontamentos deverá ser feita

pela leitura reflexiva e crítica de cada texto. O pesquisador deverá criar um arquivo

para cada texto consultado e deverá ali transcrever todos os dados e informações

pretendidos com a pesquisa. Tal procedimento deverá evidenciar o enfoque dado ao

tema e aos objetivos do trabalho. Para isso, o primeiro passo, como foi dito, deverá

ser a consulta da introdução, do resumo ou prefácio, ou da estruturação das ideias

por meio do sumário. Para proceder à análise do conteúdo, o pesquisador deverá

transcrever as principais ideias do autor (por meio de citações, por exemplo),

construir paráfrases, interpretar e citar, identificar aspectos positivos e negativos,

articular ideias visando superar os pontos negativos e expor suas próprias sugestões

contrastando com as ideias de diferentes autores. De posse da sua revisão, deverá

o pesquisador esboçar o seu próprio trabalho a partir dos dados que conseguiu

levantar. É justificável que tente estruturar um sumário do que ele tem em mãos com

20

nomes dos capítulos, partes, seções, etc. e criar um arquivo para cada capítulo,

parte ou seção; sugere-se, ainda, que se abra um arquivo para cada texto, que se

recorte e cole os trechos selecionados em função da natureza de cada capítulo,

parte ou seção, e que se escolha o capítulo, parte ou seção mais promissor para

que se inicie a “costura” dos trechos analisados e ali registrados. Ao final terá o

pesquisador uma redação provisória do levantamento bibliográfico ao juntar os

arquivos harmonicamente. Quanto à redação final, é preciso fazer as correções

necessárias ao trabalho que fora redigido provisoriamente. É preciso que se atente

para correção gramatical e para exposição concisa, clara e objetiva das ideias

pretendidas. Por fim, resta lembrar que o produto de uma revisão de literatura, a

saber, o rebento que dela procede (o texto posterior) não se trata de uma “colcha de

retalhos” produzida por citações desconexas; muito menos, pela fala solitária dos

autores que serão encadeados ao longo da escrita. Trata-se de um texto original em

que o diálogo com os autores e a paráfrase dos textos revisados serão quem

vigorará1.

1.2.1.2.3 Metaanálise

O último item da pesquisa quantitativa com dados secundários trata da

metaanálise. E o que é uma metaanálise? O próprio termo sugere que se trata da

análise das análises. A meta-análise, ou metanálise, ou ainda, metaanálise

(quantitalive review; pooling; quantitative synthesis) é o método estatístico utilizado

na revisão sistemática para integrar os resultados dos estudos incluídos. O termo

também é utilizado para se referir a revisões sistemáticas que utilizam a meta-

análise. Trata-se de um procedimento estatístico em que uma revisão complexa da

literatura é feita por um grupo de especialistas de diversas áreas. Seu objetivo é o

de resolver uma falta de unanimidade de opiniões devido aos resultados

contraditórios encontrados na literatura ou à falta de evidência científica sobre

determinado assunto (VIEIRA, 2008).

1 Para um bom exemplo de revisão de literatura (pesquisa bibliográfica) vide:

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. p. 26-56.

21

1.2.2 A pesquisa qualitativa

Predominante nas Ciências Humanas, a pesquisa qualitativa, pela própria

oposição histórica instaurada no campo das Ciências da Natureza entre objetividade

X subjetividade, ainda hoje é vista por muitos como uma mudança radical na

maneira de se fazer ciência. No entanto, o desentendimento instaurado entre o que

hoje conhecemos por Ciências Humanas e Ciências da Natureza não procede,

tendo em vista o fato de que, dado aos seus objetivos específicos, obviamente suas

metodologias obrigatoriamente serão diferentes. A pesquisa qualitativa, que também

é utilizada nas Ciências da Natureza tanto quanto nas Engenharias, tem como

objetivo examinar problemas específicos de maneira mais aberta, de forma a gerar

informações que não poderiam ser obtidas de outra maneira. Ela busca explorar a

compreensão das pessoas a respeito de sua vida diária, ou seja, busca dar sentido

ou interpretar fenômenos em termos das significações que as pessoas oferecem

para eles (DENZIN; LINCOLN, 1992). Sendo assim, ela pode ser considerada

anterior à pesquisa quantitativa.

Os instrumentos utilizados na pesquisa qualitativa incluem, além de outros, a

entrevista, a observação direta, a análise de dados advindos do discurso, por

exemplo, dos grupos focais, os quais serão considerados aqui.

1.2.2.1 Entrevista

A entrevista visa revelar opiniões, ideias e juízos desconhecidos pelo

pesquisador e que constituem objeto de sua análise. Trata-se de um método

qualitativo de adquirir informações, mas que, dependendo do modelo de

instrumento, pode gerar também dados quantitativos. Uma entrevista deve ser

minimamente organizada, tendo em vista o planejamento prévio que objetiva a

pesquisa como um todo. Pretende identificar significado atribuído a questões e

situações, e sua base depende dos objetivos da pesquisa. Nela o pesquisador

deverá se atentar, dentre outras coisas, para a formação e linguagem do

entrevistado.

As vantagens de uma entrevista é que ela permite maior facilidade de acesso

aos diversos respondentes, a obtenção de um maior percentual de repostas e uma

22

maior flexibilidade na aplicação das questões. Entretanto, ela pode também

apresentar limitações e essas, geralmente, estão envolvidas com o seu custo (por

exemplo, com a logística e aquisição de materiais, como aparelhos de captação de

som e imagens), com as dificuldades de expressão tanto do entrevistador como do

entrevistado e com a possibilidade de influência do primeiro sobre o segundo. As

entrevistas podem ser estruturadas, semi-estruturadas e não estruturadas (ou

despadronizada, ou em profundidade).

Nas entrevistas estruturadas o roteiro já está dado, ele é previamente

estabelecido. Nelas o pesquisador não poderá alterar ou adaptar as perguntas, nem

alterar a ordem dos itens e nem incrementar novas questões. Ela é realizada de

acordo com o formulário e efetuada de preferência com pessoas anteriormente

selecionadas de acordo com o planejamento do pesquisador.

O motivo da padronização é obter, dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, permitindo “que todas elas sejam comparadas com o mesmo conjunto de perguntas, e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferenças nas perguntas” (LODI, 1974, p. 16 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 180).

Nesse tipo de entrevista os formulários podem ser organizados no sentido de

se obter respostas diretas e pontuais do entrevistado; por exemplo, “sua saúde é

excelente, boa, regular ou ruim?” Dessa forma, poder-se-á ter um resultado mais

direto, abrindo para a possibilidade de quantificação. É por isso que

muitos autores não definem a entrevista estruturada como método de pesquisa qualitativa por considerar que ela gera dados quantitativos. No caso do exemplo, o pesquisador provavelmente faria algumas contagens, ou seja, seus achados seriam quantificáveis. De qualquer modo, pesquisadores da área qualitativa calculam frequências e frequências relativas (porcentagens), mas nunca usam técnicas estatísticas sofisticadas (VIEIRA, 2008, p. 107).

No caso da entrevista semi-estruturada, permite-se fugir o protocolo quando da

abertura para que questões secundárias possam ser acrescidas ao formulário.

Nesse tipo de entrevista, o entrevistador e o entrevistado podem, inclusive, discutir

pontos que podem ser pertinentes ao objetivo geral da pesquisa quanto ao

desvelamento da realidade. Questões como a apresentada acima poderiam se

23

expandir para uma análise mais ampla, por exemplo, “o que é boa saúde? E sua

saúde, como está?” (VIEIRA, 2008, p. 107).

Quanto às entrevistas não estruturadas, nelas o entrevistador tem o requisito

de encaminhar suas questões para a direção que considera mais adequada para os

propósitos de sua pesquisa. É uma forma de explorar mais amplamente uma

questão, buscando-lhe os detalhes. As perguntas são mais abertas e podem ser

respondidas dentro de uma conversação informal a respeito de pontos mais centrais.

Sendo assim, nesse tipo de entrevista, o entrevistador restringe seu questionamento

a poucas perguntas (duas ou três) e novas questões só poderão surgir para sanar

dúvidas a respeito das respostas do interlocutor no que concerne às questões

centrais.

1.2.2.2 Grupos Focais

A proposta principal do trabalho com grupos focais é a da atuação junto a

grupos que refletem e posicionam-se acerca de um foco de estudo, seja das

atitudes, das preferências, das necessidades ou dos sentimentos dos envolvidos na

pesquisa. No que se refere à sistemática do grupo focal é indispensável a utilização

de critérios, tanto para a formação dos grupos, quanto para a operacionalização das

sessões, pois o registro inadequado e a imprecisão na definição dos objetivos

podem levar a resultados incoerentes e não aplicáveis (OLIVEIRA et al., 2008). Além

disso, para a garantia dos pressupostos éticos da pesquisa, o pesquisador deverá

garantir a privacidade dos participantes, pois além do grupo focal ser gravado, exige

posicionamentos pessoais que serão revelados a pessoas desconhecidas.

Seu foco não se encontra na análise dos conteúdos manifestos nos grupos,

mas sim no discurso que permite inferir o sentido oculto, as representações

ideológicas, os valores e os afetos vinculados ao tema investigado (LEOPARDI et

al., 2001). Os dados obtidos com a realização do grupo focal são ricos, pois

possibilita capturar expressões e formas de linguagem não apreensíveis por outras

técnicas. Seus comentários são, em geral, mais críticos do que aqueles obtidos com

as entrevistas no “face a face”. No entanto, é preciso que haja um moderador que

possa apresentar uma variedade de tópicos relevantes a serem discutidos e que não

permita a imposição de ideias e nem deixe que a conversa se centralize em

24

personagens específicos. Para conseguir tal intento, ele precisará limitar ao máximo

suas intervenções e permitir que a discussão flua, só intervindo para introduzir novas

questões e para facilitar o processo em curso.

Esse tipo de dinâmica de pesquisa geralmente funciona com até 50 (cinquenta)

grupos de pessoas, divididos em blocos aproximados de 06 (seis) pessoas. E se a

ideia é saber o que as pessoas pensam, valoriza-se, sobretudo, a comunicação

entre os participantes da pesquisa.

Vieira (2008, p. 108) apresenta um modelo que pode ser aplicado, por

exemplo, em pesquisas da área de Engenharia de Produção:

Imagine que um fabricante de produtos alimentícios queira saber o aspecto que deve focalizar na propaganda de um novo tipo de bolo que irá lançar no mercado. Pode reunir 20 grupos de sete donas de casa e discutir, em cada grupo, que critérios elas adotam para comprar um bolo: “bonito?”, “natural?”, “light?”, “saudável?”, “que parece feito em casa?” e sair dessas discussões com boas ideias.

A partir da discussão, o moderador apresenta os resultados aos participantes,

faz a validação dos mesmos e elabora um relatório do grupo focal que constará da

descrição e da análise desses resultados. Isso dará ao pesquisador um norte sobre

suas futuras ações.

1.2.2.3 Observação direta

O que se entende por observação direta em pesquisa qualitativa é obtenção de

conhecimentos da realidade a partir da utilização dos sentidos. No entanto, essa

técnica não pode ser reduzida apenas ao ver e ao ouvir, pois que o seu objetivo

principal é o da análise e exame dos fatos ou fenômenos estudados. Várias são as

modalidades de observação: segundos os meios utilizados, pode ser não

estruturada (assistemática) ou estruturada (sistemática); quanto à participação do

observador, pode ser não participante e participante; quanto ao número de

observações, pode ser individual ou em equipe; quanto ao lugar onde se realiza,

pode ser efetuada na vida real (pesquisa de campo) ou em laboratório (ANDER-

EGG, 1978). Aqui a análise será restringida à observação sistemática.

25

Com a observação sistemática é possível ter um acesso à informação que nem

sempre é possível, por exemplo, por meio de uma pesquisa com grupos focais.

Nesses, prevalece o discurso, a retórica, a comunicação intersubjetiva. Contudo,

nem sempre se faz o que se diz fazer; discurso e prática nem sempre andam juntos.

É por meio da observação sistemática que se pode certificar se o discurso é

adequado à prática daquilo que é afirmado pelo investigado. Com ela pode-se

realizar condições controladas para responder a propósitos preestabelecidos. “Na

observação sistemática, o observador sabe o que procura e o que carece de

importância em determinada situação; deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros

e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.

176). Os instrumentos utilizados na observação sistemática podem ser: quadros,

anotações, escalas, dispositivos mecânicos, etc.

A principal vantagem de uma observação é a de que os fatos são percebidos

diretamente pelo pesquisador, sem intermediação. E a sua principal desvantagem é

a de que a presença do observador pode provocar alterações no comportamento

dos observados. Acrescenta-se ainda um questionamento de ordem ética na prática

da observação: até que ponto o observador pode se infiltrar em um grupo de

pessoas, às vezes fingindo a ele pertencer, somente para obter as informações que

lhes são necessárias? Segundo Vieira (2008, p. 108), “essa atitude é defensável

apenas nos raríssimos casos em que a informação obtida pela pesquisa é

absolutamente essencial e não pode ser obtida por outros meios”.

26

CAPÍTULO 2 O PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA

O que se entende por projeto de pesquisa científica, na verdade, é o

planejamento racional, sistemático e objetivo que visa buscar respostas para

determinado problema de pesquisa científica. Trata-se, pois, da previsão do que se

tem intenção de fazer em um futuro trabalho de pesquisa. Ele é imprescindível para

o planejamento prévio da pesquisa, pois permite que o pesquisador, desde o início,

tenha a visão e o controle de suas etapas. Dessa forma, subsidia o trabalho

posterior evitando o retrabalho, a perda de tempo, de dinheiro, que podem advir ou

da inobservância de aspectos importantes da pesquisa ou da extensão dada ao

escopo do objeto a ser investigado. A estruturação do projeto de pesquisa deve se

desenvolver no sentido de responder às seguintes questões: O quê? Por quê?

Baseado em quem? Para quê? Como? Onde? Quando? Quanto?

De acordo com a ABNT NBR 15287:2011, a estrutura de um projeto de

pesquisa encaminha-se na seguinte ordem:

a) elementos pré-textuais:

- capa (elemento obrigatório);

- folha de rosto (elemento obrigatório);

- lista de ilustrações (elemento opcional);

- lista de tabelas (elemento opcional);

- lista de abreviaturas e siglas (elemento opcional);

- lista de símbolos (elemento opcional);

- sumário (elemento obrigatório).

b) elementos textuais:

- introdução (com a delimitação do assunto);

- tema;

- problema de pesquisa;

- hipótese(s);

- objetivos (geral e específicos);

- justificativa;

- referencial teórico;

27

- metodologia;

- cronograma de atividades;

- orçamento.

c) elementos pós-textuais:

- referências (elemento obrigatório. Elaboradas conforme a ABNT NBR

6023);

- glossário (elemento opcional);

- apêndice (elemento opcional);

- anexo (elemento opcional);

- índice (elemento opcional).

2.1 Elementos de um projeto de pesquisa

Apresentamos aqui os elementos de cada uma das partes do projeto de

pesquisa, doravante adotados como padrão FACIT.

2.1.1 Elementos pré-textuais

Trata-se da parte que antecede o projeto propriamente dito. É aqui que se

apresenta o “cartão de identificação” do projeto e em que se responde às questões

quem e qual: quem é o executor do projeto? Qual é a sua entidade de origem? Qual

é o título? Quem é o orientador? Qual é a equipe técnica? Qual é a cidade? Em que

ano? Essas são apenas algumas das questões a que se deve responder na

constituição da parte pré-textual, tendo a origem das suas respostas desde a capa.

2.1.1.1 Capa

Trata-se de um elemento obrigatório que, segundo a ABNT NBR 15287:2011,

deve conter os seguintes componentes:

a) nome da entidade para a qual deve ser submetido, quando solicitado;

b) nome(s) do(s) autor(es);

28

c) título;

d) subtítulo. Se houver, deve ser precedido de dois pontos, evidenciando a sua

subordinação ao título;

e) número do volume: se houver mais de um, deve constar em cada capa a

especificação do respectivo volume;

f) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado:

- NOTA: No caso de cidades homônimas recomenda-se o acréscimo da

sigla da unidade da federação.

g) ano de depósito (da entrega).

Padrão de capa FACIT

FIGURA 1 – Capa (orientações gerais) Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

(fonte 14, espaço simples, centralizado, sem negrito, digitado após a

margem superior)

Nome do aluno Nome Completo do Aluno (fonte 14, negrito)

(cinco espaços simples antes do Nome)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER (fonte 16, Caixa Alta, centralizado às margens e na folha)

Montes Claros - MG 2012

(fonte 14, maiúsculo e minúsculo, centralizado, espaço simples)

29

Modelo definitivo da capa FACIT

FIGURA 2 – Capa (modelo definitivo) Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.1.2 Folha de rosto

Trata-se de um elemento obrigatório e apresenta suas informações na seguinte

ordem:

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

Nome do aluno

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Montes Claros - MG 2012

30

a) nome(s) do(s) autor(es);

b) título; subtítulo, se houver;

c) número do volume; se houver mais de um, deve constar em cada folha de

rosto a especificação do respectivo volume;

d) tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser submetido;

e) nome do orientador, coorientador ou coordenador, se houver;

f) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado;

g) ano de depósito (da entrega).

Padrão de folha de rosto FACIT

FIGURA 3 – Folha de rosto (orientações gerais) Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

Nome Completo do Aluno

(fonte 14, só as primeiras letras maiúsculas, negrito, centralizado)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

(fonte 14, maiúsculo, negrito, centralizado)

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Engenharia..., da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro de.... (Fonte 12, alinhado a 1 cm da margem direita, justificado, negrito, espaço simples) Orientador: PROF. (nome acompanhado da titulação)

(tamanho 12, nome do professor negrito, maiúsculo)

Montes Claros - MG 2012

(fonte 14, negrito, maiúsculo e minúsculo, centralizado)

31

Modelo definitivo da folha de rosto FACIT

FIGURA 4 – Folha de rosto (modelo definitivo) Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.1.3 Listas: de ilustrações, de tabelas, de abreviaturas e siglas e de símbolos

Todas essas listas são, na verdade, elementos opcionais dentre os elementos

pré-textuais.

Nome Completo do Aluno

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Projeto de pesquisa apresentado ao Curso de Engenharia..., da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros como parte dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro de....

Orientador: PROF.

Montes Claros - MG 2012

32

A lista ilustrações (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,

mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outras) é elaborada de acordo

com a ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome

específico, travessão, título e respectivo número da folha ou página.

FIGURA 5 – Lista de Ilustrações Fonte: www.unisul.br

A lista de tabelas é elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto,

com cada item designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo

número da folha ou página.

FIGURA 6 – Lista de Tabelas Fonte: www.unisul.br

No caso da lista de abreviaturas e siglas, essa consiste na relação alfabética

das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões

33

correspondentes grafadas por extenso. Deve-se evitar ao máximo a utilização de

abreviaturas. No caso das siglas, quando aparecerem pela primeira vez no texto (e

não na lista de siglas), deverão ser citadas primeiramente por extenso, seguida da

sigla entre parênteses. Exemplo: Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO).

Na norma, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo –

abreviaturas e siglas.

FIGURA 7 – Lista de Abreviaturas Fonte: www.unisul.br

FIGURA 8 – Lista de Siglas Fonte: www.unisul.br

34

Com relação à lista de símbolos, essa deverá ser apresentada na mesma

ordem em que os símbolos são apresentados no texto, cada um deles deverá vir

seguido do significado correspondente na lista.

FIGURA 9 – Lista de Símbolos Fonte: www.unisul.br

2.1.1.4 Sumário

Elaborado de acordo com a ABNT NBR 6027:2003, o sumário tem por

finalidade dar uma visão geral do trabalho e facilitar a localização dos assuntos. Ele

deverá conter as principais partes do texto (divisões, seções e outras), obedecendo

à mesma ordem e grafia em que aparecem no texto, seguindo a numeração

progressiva. Cada parte deverá ser acompanhada da respectiva página. Devem-se

utilizar somente algarismos arábicos e os títulos devem ser destacados tal como na

sua apresentação tipográfica no texto. Devem ser digitados alinhados à esquerda da

página e os elementos que antecedem ao sumário (dedicatória, agradecimentos,

resumo, etc.) não devem ser descritos no mesmo. A palavra sumário deve ser

centralizada e com a mesma tipologia da fonte utilizada para as seções primárias e

os títulos, e os subtítulos, se houver, sucedem os indicativos das seções. Se houver

um único sumário, podem ser colocadas traduções dos títulos após os títulos

originais, separados por barra oblíqua ou travessão; e se o documento for

apresentado em mais de um idioma, para o mesmo texto, recomenda-se um sumário

separado para cada idioma, inclusive, com a palavra sumário em páginas distintas.

35

Modelo FACIT de sumário acordado com a norma

FIGURA 10 – Sumário Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

2.1.2 Elementos textuais

Os elementos textuais de um projeto de pesquisa são os que compõem o

substrato do projeto ou o projeto propriamente dito. Trata-se dos itens principais que

delinearão como de fato ocorrerá a pesquisa posterior, monitorada por um

cronograma. A parte textual, em termos gerais, é composta pelos seguintes

elementos: introdução, tema, problema de pesquisa, hipótese(s), objetivos (geral e

específicos), justificativa, referencial teórico, metodologia, cronograma de atividades

e orçamento. Todos esses itens visam aperfeiçoar o trabalho do pesquisador,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 08

1.1 Objetivo ............................................................................................................................. 09

1.2 Estrutura ............................................................................................................................ 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 12

2.1 Geossistemas .................................................................................................................... 13

2.2 Geoprocessamento ............................................................................................................ 20

3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................... 65

3.1 Material ............................................................................................................................. 66

3.2 Etapas Do Trabalho ........................................................................................................... 68

3.3 Metodologia ...................................................................................................................... 73

3.3.1 Análise geossistêmica ..................................................................................................... 86

3.3.1.1 Meios bióticos ............................................................................................................... 89

3.3.1.2 Avaliação da fragilidade ambiental ............................................................................... 93

3.3.1.2.1 Rochas carbonáticas ................................................................................................. 94

3.3.1.2.2 Relevo cárstico .......................................................................................................... 95

3.3.1.2.3 Carste encoberto ....................................................................................................... 96

3.3.2 Qualidade ambiental .......................................................................................................109

4 RESULTADOS .................................................................................................................... 115

5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................ 125

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 137

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 139

APÊNDICE ............................................................................................................................. 141

ANEXOS ................................................................................................................................. 143

36

impedindo que ele perca tempo, dinheiro, ou que tenha retrabalho com etapas não

ou mal planejadas.

2.1.2.1 Introdução

É a apresentação da proposta geral do projeto de pesquisa. É aqui que se deve

delimitar o assunto, apresentar o problema de pesquisa e propor os objetivos, em

um formato de texto que seja conciso e em tom de apresentação propriamente dita.

A introdução pretende responder às questões: o quê? Por quê? Para quem?

Segundo França e Vasconcellos (2009, p. 82), fica a critério de o autor apresentar

nesse item “um breve histórico, justificativas e objetivos do projeto, definições

conceituais e das variáveis, formulação de hipóteses e uma pequena revisão de

literatura”. No entanto, para fins de otimização, organização estética e formal e

clarificação do que se pretende com o projeto de pesquisa apresentado pelos

pesquisadores da FACIT, recomenda-se que os itens do projeto sejam

desenvolvidos em separado e após o texto introdutório.

2.1.2.2 Tema

Sobre esse item, devemos ter clareza sobre a aplicação de três termos que

geralmente são confundidos na composição de um tema de pesquisa: assunto, tema

e título. O que é um assunto? O que é um tema? E o que é um título? As respostas

para essas questões, que parecem apontar para um mesmo caminho, na verdade,

contêm especificidades que podem confundir o pesquisador.

Primeiramente, o que se entende por assunto é a inspiração que pode surgir de

situações profissionais, pessoais, de experiências científicas, de leituras, de

questionamentos levantados através da observação e constatação de fatos

vivenciados na realidade. Um acadêmico que, por exemplo, vivencie

profissionalmente, no ramo de telecomunicações, a experiência com telemetria,

poderá pensar em um assunto de pesquisa que envolva essa questão. No entanto,

pensar em um assunto ainda não é ter um tema, tal como se recomenda em

pesquisa, a saber, delimitado ou especificado. Sendo assim, o que se denomina por

37

tema, trata-se da delimitação do assunto que se deseja estudar e pesquisar e que

deve conter algumas características essenciais como a originalidade (não quer dizer

que seja inédito, mas que dê um novo enfoque a um assunto antigo), a importância

e a viabilidade (CASTRO, 1977).

Delimitar é selecionar um tópico ou parte a ser focalizada. Não significa

restringir a abrangência do tema, mas, sim, definir os limites, ou seja, qual é o

sujeito, o objeto, a extensão e a circunstância que envolve o tema (SALVADOR,

1986). O sujeito do tema delimitado é o próprio assunto, a realidade sobre a qual se

deseja saber algo. O objeto é o que se deseja saber ou realizar a respeito do sujeito.

A extensão trata das qualidades ou estados especiais do sujeito e do objeto e as

circunstâncias são aquelas de tempo e espaço. No caso, por exemplo, do

acadêmico, cuja experiência profissional se constituiu em telemetria, no campo de

telecomunicações, o seu tema poderia ser delimitado da seguinte forma:

“Telemetria: aplicações com ênfase em monitoramento de rede de distribuição

elétrica no Norte de Minas Gerais (2010-2012)”. O sujeito seria o assunto

“telemetria”; o objeto, “as aplicações”; a extensão, “em monitoramento de rede de

distribuição elétrica”; e as circunstâncias seriam o tempo “2010-2012” e o espaço

“Norte de Minas Gerais”. É importante ressaltar, entretanto, que nem sempre as

circunstâncias de tempo e espaço revelam-se no enunciado do tema, no entanto,

isso não deve ser motivo para que elas não sejam delimitadas no projeto de

pesquisa.

Com relação ao título do projeto de pesquisa, acompanhado ou não por um

subtítulo, este se difere do que vimos por tema. O título é a sintetização do conteúdo

da delimitação do tema. Trata-se da apresentação “comercial”, por assim dizer, do

tema do projeto. Um projeto pode ter um tema “X”, com um título de capa diferente

do mesmo, isso porque, “o título de uma pesquisa não corresponde ao tema, nem à

delimitação do tema, mas emana dos objetivos geral e específicos, quase como uma

‘síntese’ dos mesmos” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 200). No caso do exemplo

acima, o título de capa poderia ficar, por exemplo, da seguinte maneira: “Telemetria:

aplicações em rede de distribuição elétrica”.

2.1.2.3 Problema de pesquisa

38

Depois de escolhido e delimitado o tema, deve-se fazer questionamentos a

respeito do mesmo, instituindo o problema que deverá ser solucionado por meio da

pesquisa. O problema deve ser formulado por meio de pergunta(s) a respeito do

tema abordado, de acordo com as dificuldades encontradas nas reflexões sobre o

assunto. Consiste na situação-problema sobre uma questão não resolvida e que é

objeto de discussão. Surge da hesitação, da perplexidade, da curiosidade do

pesquisador.

Aristóteles, em sua obra Metafísica (982b 12-13), já afirmava que a

investigação científico-filosófica tinha a sua origem no espanto, na estranheza e

perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e da vida. É o

espanto que nos leva a formular perguntas e nos conduz à procura das respectivas

soluções. E é justamente disso que se trata um problema de pesquisa: apresentar a

nossa perplexidade por meio de uma ou mais perguntas que merecem investigação

científica. É desejável que o problema seja enunciado por questões na forma

interrogativa, geralmente com os verbos no presente.

O problema pode ser apresentado separadamente ou junto com a justificativa e

pretende responder à questão: o que pesquisar? No entanto, nem tudo que

pensamos ser um problema de pesquisa de fato o é. Eis alguns casos de pseudo-

problemas de pesquisa (DUARTE; FURTADO, 2002):

a) questões de valor e moral, que indagam sobre o certo e o errado das coisas,

suas qualidades ou defeitos, desejos, boa ou má:

- é bom ou ruim bater nos filhos?

b) os chamados problemas de engenharia, que expressam como fazer alguma

coisa:

- como melhorar o transporte coletivo?

Estas perguntas podem ser reformuladas no sentido de se transformarem em

verdadeiros problemas de pesquisa. Por exemplo:

a) existe uma relação entre adultos agressivos com crianças que apanharam

na infância?

b) quais as características do setor de transporte com maior desempenho e

com menor desempenho?

Certo é que, desde cedo, é preciso atentar ao pesquisador da FACIT sobre o

que é um problema de pesquisa e um problema de intervenção e sobre a distinção

entre os dois. O projeto que aqui se propõe é o projeto de pesquisa, de investigação

39

da realidade a ser desvendada. Uma posterior intervenção poderá surgir do trabalho

de pesquisa e é permissível; no entanto, é importante que o pesquisador não

confunda as duas coisas. Quase sempre, problemas de intervenção, constituem-se

problemas de engenharia; não Engenharia enquanto ciência, mas daquela que

expressa como fazer algo que, como se viu acima, não se trata de um problema de

pesquisa. A investigação deverá preceder à intervenção.

2.1.2.4 Hipótese(s)

A hipótese é a resposta antecipada ao problema de pesquisa. Consiste em

oferecer ao problema uma resposta “provável, suposta e provisória” que será

confirmada ou refutada com a conclusão da pesquisa. Pode-se apresentar no

projeto de pesquisa o que se chama hipótese básica (a principal resposta) e aquelas

secundárias (complemento à principal). Nos estudos explicativos é obrigatória a

enunciação de hipóteses. Geralmente, as hipóteses não são explicitadas nos

estudos de caráter exploratório e nos estudos em que o objetivo é descrever um

determinado fenômeno ou características de uma população. A formulação de

hipóteses é comumente feita de forma afirmativa e no tempo presente; podendo,

contudo ser formulada de forma condicional. Eis os seguintes exemplos: a) “a

profundidade do sono influencia a espécie de humor que a pessoa tem no dia

seguinte” (hipótese na forma afirmativa); b) “Se constata diferentes graus na escala

do sono de pessoa diferentes, então, constatar-se-á diferentes espécies de humor

no dia seguinte” (hipótese na forma condicional)2.

2.1.2.5 Objetivo(s)

Os objetivos da pesquisa são as operacionalizações das questões definidas.

Deve-se iniciar a redação dos mesmos com verbos no infinitivo e é desejável que se

indique um objetivo geral (de forma global, o resultado principal que se deseja

alcançar – decorrente da hipótese) e tantos objetivos específicos quantas forem as

2 Para uma boa indicação de como se produz uma hipótese em ciência, leia:

COPI, Irving M. Ciência e hipótese. In: _____. Introdução à lógica. 2. ed. Trad. Álvaro Cabral. São

Paulo: Mestre Jou, 1978. p. 377-422.

40

questões formuladas. Cada objetivo específico servir-se-á para operacionalizar o

objetivo geral. Os objetivos de um projeto pretendem responder à questão: para que

pesquisar?

Sobre a dificuldade na utilização de verbos no infinitivo, apresentamos aqui

alguns verbos que podem ser utilizados em cada nível do domínio cognitivo:

QUADRO 1

Verbos aplicados aos níveis do domínio cognitivo

CONHECIMENTO

COMPREENSÃO

APLICAÇÃO

ANÁLISE

SÍNTESE

AVALIAÇÃO

Apontar Definir Enunciar Inscrever Marcar Nomear Recordar Registrar Relacionar Relatar Repetir Sublinhar

Descrever Discutir Explicar Expressar Identificar Localizar Narrar Reafirmar Reconhecer Revisar Traduzir Transcrever

Aplicar Demonstrar Dramatizar Empregar Esboçar Ilustrar Interpretar Inventariar Operar Praticar Traçar Usar

Analisar Calcular Categorizar Comparar Contrastar Criticar Debater Diferenciar Distinguir Examinar Provar Investigar

Avaliar Compor Conjugar Constituir Coordenar Criar Dirigir Erigir Esquematiza Formular Organizar Planejar Reunir

Avaliar Escolher Estimar Julgar Medir Selecionar Taxar Validar Valorizar

Fonte: Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos – Unimontes (Adaptado)

2.1.2.6 Justificativa

É a única parte do projeto de pesquisa que procura responder à questão: por

que pesquisar? Para alguns pesquisadores, principalmente aqueles que recorrem

habitualmente às agências de fomento em busca de subsídio para as suas

pesquisas, a justificativa torna-se um dos mais importantes itens do projeto, visto

que, contribuirá decisivamente para a aceitação ou não da pesquisa a ser

financiada. Dito popularmente é nela que se “vende o peixe”. Portanto, é preciso

justificar convincentemente a escolha do tema e demonstrar que se trata de uma

questão relevante a ser pesquisada.

Nesse movimento de justificativa, é fundamental informar, de forma objetiva e

precisa, sobre o que está sendo “construído” pelo autor do trabalho: é outra forma de

discutir um assunto? Em que ponto se encontra a discussão? Está buscando outro

tipo de abordagem? Devem-se indicar, ainda, as contribuições que se esperam

41

atingir, do ponto de vista teórico e prático, depois de concluído o estudo. Uma boa

justificativa deve enfatizar:

o estágio em que se encontra a teoria respeitando ao tema;

as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: - confirmação geral - confirmação na sociedade particular em que se insere a pesquisa - especificação para casos particulares - clarificação da teoria - resolução de pontos obscuros etc.;

Importância do tema do ponto de vista geral;

Importância do tema para os casos particulares em questão;

Possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade abarcada pelo tema proposto;

Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares etc. (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 202).

Aconselha-se, ainda, acrescentar trabalhos relevantes publicados na área em

questão, equiparando seus conceitos aos conceitos principais do projeto de

pesquisa.

2.1.2.7 Referencial teórico

O projeto de pesquisa deve conter as premissas ou pressupostos teóricos

sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação. É imprescindível

correlacionar os dados e fatos colhidos através de fonte primária com o universo

teórico, optando-se por um modelo teórico que sirva de embasamento à

interpretação do significado daquelas informações obtidas. Tudo isso porque,

mesmo no caso de uma pesquisa de caráter exploratório (avaliação de uma situação

concreta desconhecida) ou descritivo (exposição de uma situação concreta

qualquer), “em um dado local, alguém ou um grupo, em algum lugar, já deve ter feito

pesquisas iguais ou semelhantes, ou mesmo complementares de certos aspectos da

pesquisa pretendida” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 208). Seria muita pretensão

querer atingir um conhecimento ou inovação absolutamente genuínos e

completamente originais, divorciados de todo o conjunto de conhecimentos

produzidos pela humanidade até o presente. Em algum lugar da literatura, alguém

deve ter pensado algo de semelhante ao que pensamos que poderá fundamentar as

nossas ideias. Sendo assim, resta-nos buscar a fundamentação teórica e com ela

42

relacionar a nossa matéria, sob diferentes aspectos, à literatura pertinente,

conseguindo com isso, maior clareza e segurança na formulação, delimitação e

resolução do problema a ser pesquisado. Só devemos tomar cuidado para não

reescrevermos a obra dos autores que embasam a teoria escolhida, reconstruindo

um verdadeiro tratado, certamente desinteressante e de menor qualidade.

Em muitos projetos de pesquisa o referencial teórico já é apresentado na

introdução. No entanto, quando a quantidade de elementos levantados na revisão de

literatura é elevada, a apresentação do referencial teórico na introdução torna-se

desinteressante por ampliar por demais o texto introdutório – pressupostamente uma

breve apresentação do projeto. Sendo assim, a proposta para a constituição do

referencial teórico do projeto de pesquisa desenvolvido na FACIT, será de que o

mesmo seja desenvolvido em um tópico a parte.

2.1.2.8 Metodologia

Segundo Minayo (1995, p. 42), “a metodologia é uma parte complexa e deve

requerer maior cuidado do pesquisador”. Esta é a fase em que o projeto de pesquisa

apresenta, em pormenores, o caminho, a trajetória que será seguida para buscar

respostas para as questões da pesquisa. A principal questão a ser respondida com a

metodologia é sobre como pesquisar? Que vai desde a indicação da tipologia do

estudo a ser desenvolvido, à indicação da população e da amostra do objeto de

estudo, à estratégia de pesquisa e aos instrumentos de coleta de dados e

informações que serão utilizados. Muitas outras questões ainda precisam ser

respondidas na constituição de uma metodologia. Eis algumas delas (DUARTE;

FURTADO, 2002):

a) qual o tipo de pesquisa? (quantitativa? qualitativa? ou quali-quantitativa?);

b) qual a tipologia de estudo? (descritivo? explicativo? ou exploratório?);

c) quais os métodos utilizados? (levantamento? – Survey - , experimental?

estudo de caso?...);

d) qual a técnica de coleta de dados? (entrevista? questionário? formulário?

pesquisa de campo?...);

e) com que fazer? (orçamento);

f) como tratar as informações? (tabulação? análise e interpretação de dados?);

43

g) quem irá fazer? (o próprio pesquisador? um serviço terceirizado?);

h) qual a unidade de análise? (aquilo que será descrito e analisado);

i) qual(is) a(s) unidades de observação? (informantes? ou fontes de

observação?);

j) quais as variáveis serão analisadas? (variáveis independentes e

dependentes; variáveis moderadoras e de controle; variáveis extrínsecas e

componentes; variáveis intervenientes e antecedentes);

k) que categorias ou atributos serão observados? (projetos? serviços?

reuniões?...);

l) quais os procedimentos estatísticos serão utilizados? (Análise de variância?

correlação? teste de Student? qui-quadrado? regressão? proporção?);

m) qual o outro tipo de técnica e tratamento dos dados será utilizado? (Análise

de conteúdo: hermenêutica ou categoria numérica?).

Gostaríamos de abrir aqui um adendo para alguns aspectos que se referem a

uma das etapas mais concretas de uma pesquisa, a saber, a utilização de

instrumentos de coleta de dados. Sobre as outras respostas às perguntas

supramencionadas, em função dos limites deste texto não será possível tratá-las em

suas particularidades para além daquilo que já foi tratado no capítulo 1 (sobre

pesquisa quantitativa e qualitativa), que adianta a resposta para muitas destas

questões3.

2.1.2.8.1 Instrumentos de coleta de dados

Como foi visto no capítulo 1 deste manual, a própria percepção sobre se uma

pesquisa caracteriza-se como quantitativa ou qualitativa está diretamente

relacionada ao(s) modelo(s) de instrumento(s) de coleta de dados utilizado pelo

pesquisador nessa pesquisa. Vimos ali que os dados de uma pesquisa podem ser

levantados de forma quantitativa (com dados primários: estudos observacionais,

experimentos; e com dados secundários: pesquisa documental, revisão e

metaanálise) e qualitativa (por entrevista, grupos focais e observação direta). Sendo

3 Sobre uma boa indicação de literatura a respeito de constituição do item Metodologia do Projeto de

pesquisa leia: DUARTE, S. V.; FURTADO, M. S. V. Manual para elaboração de monografias e projetos de pesquisa. 3. ed. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2002. p. 49-67.

44

assim, o levantamento de dados é feito pelos procedimentos de pesquisa

bibliográfica, pesquisa documental e contatos diretos (pesquisa de campo ou

laboratório).

A coleta de dados é, portanto, a etapa da pesquisa em que se inicia a

aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas. Elaborados os

instrumentos de pesquisa, o procedimento mais utilizado para averiguar a sua

validade é o teste-preliminar ou pré-teste que consiste em testar os instrumentos da

pesquisa sobre uma pequena parte da população do “universo” (5 a 10%) ou da

amostra, antes de ser aplicado definitivamente, a fim de evitar que a pesquisa

chegue a um resultado falso. O seu objetivo, portanto, é verificar até que ponto

esses instrumentos têm, realmente, condições de garantir resultados isentos de

erros (MARCONI; LAKATOS, 2010). Os instrumentos de coleta de dados são:

a) coleta documental;

b) observação;

c) entrevista;

d) questionário;

e) formulário;

f) medidas de opinião e de atitudes;

g) técnicas mercadológicas;

h) testes;

i) análise de conteúdo;

j) história de vida.

Desta lista, o capítulo 1 deste manual já tratou da coleta documental, da

observação, da entrevista, das medidas de opinião e atitudes (tendências), das

técnicas mercadológicas (grupo focal), dos testes (experimentos) e da análise de

conteúdo (revisão). Falta-nos, portanto, discorrer a respeito de questionário,

formulário e história de vida.

Com relação ao questionário, enquanto um dos mais utilizados instrumentos de

coleta de dados, trata-se de um conjunto ordenado e consistente de perguntas a

respeito de variáveis e situações que se deseja medir ou descrever. A base para a

utilização de um questionário dependerá dos objetivos específicos da pesquisa.

Existem dicas que são importantes na organização de um questionário:

a) não existem normas rígidas para sua elaboração;

b) o pesquisador deverá incluir instruções para o seu preenchimento;

45

c) as questões deverão estar organizadas em uma ordem lógica e sequencial;

d) atente-se para o tamanho do questionário, não o estenda demais;

e) aplique um pré-teste antes do questionário definitivo;

f) os tipos de perguntas de um questionário podem sem:

- abertas (totalmente desestruturadas, com associação de palavras, ou

complemento de frase);

- fechadas (dicotômicas ou de múltipla escolha);

- outros (ordenação; atribuição notas);

- mistas (duplas).

g) quanto à formulação das perguntas:

- devem ser claras e compreensíveis;

- não devem causar desconforto aos respondentes;

- devem se referir a uma única ideia de cada vez;

- não devem induzir respostas;

- as alternativas oferecidas devem ser coletivamente exaustivas e

mutuamente excludentes.

Algumas são as vantagens para o uso de questionário, por exemplo, em

relação ao uso de entrevista:

a) economia de tempo, recursos financeiros, etc.;

b) atinge maior número de pessoas simultaneamente;

c) pode abranger uma área geográfica mais ampla;

d) maior liberdade de respostas para sujeitos da pesquisa.

No entanto, pode-se ainda apontar para algumas limitações, como, por

exemplo:

a) dificuldades com retorno dos questionários por parte dos respondentes;

b) perguntas sem respostas e respostas invalidadas;

c) dificuldades de compreensão das perguntas por parte do respondente.

Mesmo assim, é inquestionável a efetividade do uso do questionário, sendo

este instrumento de coleta de dados um dos maiores aliados do pesquisador no

desvelamento da realidade.

No caso do formulário, esse se presta para a obtenção das informações

diretamente do entrevistado, numa situação face a face. Trata-se de

46

uma lista formal, catálogo ou inventário destinado à coleta de dados resultantes quer da observação, quer de interrogatório, cujo preenchimento é feito pelo próprio investigador, à medida que faz as observações ou recebe as respostas, ou pelo pesquisado, sob sua orientação (NOGUEIRA, 1968, p. 129).

O formulário apresenta, então, essa particularidade frente ao questionário, pois

seu preenchimento dá-se no frente a frente com o entrevistado, permitindo que as

informações sejam coletadas direta e imediatamente.

Tal como o questionário, que apresenta vantagens de desvantagens, o mesmo

ocorre com o formulário. Eis algumas delas (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Com relação às vantagens:

a) pode ser aplicado em quase todos os seguimentos da sociedade, pois o seu

preenchimento é feito pelo entrevistador;

b) a harmonia investigativa pode ser favorecida devido ao contato pessoal

entre o pesquisador e o respondente;

c) a presença do pesquisador é um fato positivo, pois ele pode explicar os

objetivos da pesquisa, orientar no preenchimento e elucidar as perguntas

que não estejam muito claras;

d) há uma flexibilidade para se adaptar às necessidades de cada situação. O

formulário pode ser reajustado para facilitar a compreensão;

e) obtenção de dados mais complexos e úteis;

f) facilidade na aquisição de um número representativo de informantes, em

determinado grupo;

g) uniformidade dos símbolos utilizados, pois é preenchido pelo próprio

pesquisador.

Quanto às desvantagens, temos:

a) menor liberdade nas respostas, em virtude da presença do entrevistador;

b) risco de distorções, pela influência do aplicador;

c) menos prazo para responder às perguntas; não havendo tempo para pensar

elas podem ser invalidadas;

d) mais demorado, por ser aplicado a uma pessoa de cada vez;

e) insegurança das respostas pela falta do anonimato;

f) pessoas possuidoras de informações necessárias podem estar em

localidades muito distantes, tornando a resposta difícil, demorada e

dispendiosa.

47

Certo é que as vantagens do formulário são evidentes, principalmente pelo fato

de que será o pesquisador aquele que terá o contato direto com o respondente,

evitando assim, que informações sejam omitidas ou que se falte com a verdade no

preenchimento do instrumento, como é possível que se ocorra com os questionários,

quando possibilitam, pelo fato de serem recolhidos a posteriori, que terceiros

respondam em lugar dos verdadeiros interessados à pesquisa.

Com a história de vida o que se pretende é “obter dados relativos è

‘experiência íntima’ de alguém que tenha significado importante para o

conhecimento do objeto de estudo” (MARCONI; LAKATOS, 2012, p. 206). Muito

utilizado em Ciências Humanas, principalmente, nas pesquisas historiográficas.

2.1.2.9 Cronograma de atividades

O cronograma é a previsão do tempo a ser gasto com as respectivas etapas da

pesquisa, que vão desde a preparação do projeto de pesquisa até a entrega do

trabalho redigido. Discrimina quando cada atividade prevista será realizada,

podendo ser mais ou menos detalhado conforme o interesse do pesquisador.

Ele é apresentado em uma tabela, cujo cabeçalho contém as etapas e o tempo;

e em seu corpo se assinala o período gasto por etapa. O cronograma deve

responder à questão: quando pesquisar?

FIGURA 11 – Modelo de Cronograma Fonte: Centro Universitário do Paraná (2007)

2.1.2.10 Orçamento

48

Para se ter uma estimativa dos gastos com a pesquisa, convém que seja

elaborado um orçamento onde serão discriminadas e quantificadas as despesas

previstas (material de escritório, pessoal, serviços de terceiros, transportes, estadias,

outros); bem como, a origem dos recursos necessários à realização da pesquisa

(recursos próprios, patrocínio, financiamento). O item orçamento deve responder a

seguinte questão: com que recursos?

FIGURA 12 – Modelo de orçamento Fonte: Mercado de Montes Claros/MG, agosto, 2012.

2.1.3 Elementos pós-textuais

Constituem os elementos pós-textuais de um projeto de pesquisa: as

referências, o glossário (elemento opcional), o apêndice (elemento opcional), os

anexos (elemento opcional), índice (elemento opcional).

2.1.3.1 Referências

Existe normalização específica para referências e esta consta da ABNT NBR

6023:2002. As referências são o conjunto de indicações que permitem a

identificação de publicações no todo ou em parte que foram consultadas e utilizadas

49

na elaboração do projeto de pesquisa. Geralmente é apresentada em ordem

alfabética.

A ABNT NBR 15287:2011 que trata da estrutura do projeto de pesquisa, não

apresenta como parte dos elementos pós-textuais de um projeto a “bibliografia”. Se

assim o fosse, estaria se referindo a todo material que fora consultado, referenciado

ou não, para o trabalho de constituição do projeto. Em vez disso, a norma fala de

“referências”, isto é, da relação do material escrito efetivamente consultado e

utilizado para a elaboração do documento final, que coincide com as citações no

texto do trabalho final. As instruções sobre a normalização e apresentação das

referências constarão no capítulo 4 deste manual.

2.1.3.2 Glossário

O glossário é um vocabulário no qual é dado o significado de palavras ou

expressões relativas à determinada especialidade técnica, científica, etc. ou de

sentido obscuro, as quais aparecem em ordem alfabética.

FIGURA 13 – Modelo de Glossário Fonte: www.unisul.br

2.1.3.3 Apêndice

50

São constituídos por documentos que servem como suporte para elucidar ou

ilustrar o trabalho, embora não sejam essenciais à sua compreensão. Sua

elaboração é de responsabilidade do próprio autor (NBR 14724:2011).

FIGURA 14 – Modelo de Apêndice Fonte: www.unisul.br

2.1.3.4 Anexos

São os documentos não elaborados pelo autor e que servem de

fundamentação, comprovação ou ilustração. Exemplo: mapas, leis, estatutos, etc.

2.1.3.5 Índice

O índice é o detalhamento dos assuntos, divisões, nomes, datas e outros

elementos que o autor deseja salientar, indicando sua exata localização dentro do

texto. Ele é elaborado de acordo com a ABNT NBR 6034:2004 e é composto por

51

uma relação de palavras ou frases que remetem e localizam informações abordadas

no texto do trabalho. Deve obedecer à ordem alfabética: autores, assuntos, títulos,

pessoas e/ou entidades, nomes geográficos, anunciantes e matérias publicitárias.

Serão observadas, também, a ordem sistemática, a ordem cronológica, a ordem

numérica e a ordem alfanumérica, sucedidas do número da folha de sua localização

no texto. Para trabalhos acadêmicos, é utilizado, comumente, o índice geral

(assuntos e autores), ordenados alfabeticamente.

O título é composto pela palavra índice, seguida da definição do seu conteúdo,

em maiúsculo e negrito, com alinhamento centralizado.

O texto tem alinhamento esquerdo, podendo ser dividido em colunas, e

espacejamento entrelinhas de 1,5.

FIGURA 15 – Modelo de Índice Fonte: www.unisul.br

52

CAPÍTULO 3 MONOGRAFIAS: ESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO (NBR

14724:2011)

Os termos monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado, na

prática, acabam por marcar uma determinada etapa da produção acadêmica e não

propriamente delimitar características científicas radicalmente diferentes. Eles

podem indicar, inclusive, trabalhos em nível de profundidade semelhante, a

depender dos objetivos do autor e das exigências da IES à qual o pesquisador se

vincula. No entanto, é prática acadêmica histórica se esperar que monografias (ou

projeto de graduação, ou projeto de monografia) sejam mais simples, mais genéricas

e menos profundas e especializadas do que as dissertações de mestrado e as teses

de doutorado.

As monografias são exigidas geralmente ao final dos cursos de graduação

(especialmente nos bacharelados) e de especialização ou pós-graduação Lato

sensu. No caso das dissertações, estas são apresentadas como conclusão do

mestrado; não exigem originalidade, mas que o pesquisador revele a capacidade

para tratar academicamente de um determinado assunto. No caso da tese de

doutorado, nesta encontra-se a exigência de originalidade; originalidade não no

sentido de que o pesquisador terá que “reinventar a roda”, mas no sentido de que o

enfoque dado à questão proposta, ainda não tenha sido devidamente analisado,

aprofundado e desvendado como se propõe a tese. Dissertações e teses são

exigidas como conclusão de cursos de pós-graduação Stricto sensu, que darão aos

alunos os títulos de mestre e doutor, respectivamente.

Para fins de normalização do trabalho monográfico da FACIT, o presente

manual apresenta um aperfeiçoamento do “Guia para Elaboração da Monografia da

Graduação” (2007), tendo em vista da necessidade de apresentar além da forma,

uma contribuição de caráter epistemológico à produção, apontando ao pesquisador,

a partir da literatura especializada, um possível e eficaz caminho para a composição

do documento final. Sendo assim, apresentam-se aqui as orientações quanto ao

formato geral e quanto à distribuição dos capítulos da monografia para os cursos de

graduação e pós-graduação da FACIT.

3.1 Elementos estruturais de uma monografia

53

O que aqui se apresenta, trata-se de todos os elementos que compõem uma

monografia e a proposta é a de que todos os acadêmicos e professores sigam este

padrão tendo em vista um formato comum institucional.

Tal como o projeto de pesquisa, uma monografia é composta de elementos

pré-textuais, textuais e pós-textuais; sempre que os elementos de ambos se

apresentarem aqui como coincidentes faremos remição aos mesmos quando de sua

ocorrência no capítulo 2.

Conforme ABNT NBR 14724:2011, que versa sobre trabalhos acadêmicos, a

estrutura abaixo é a que constitui o documento que representa o resultado de um

estudo ou pesquisa sobre um assunto acadêmico, em nosso caso, uma monografia.

FIGURA 16 – Estrutura do trabalho acadêmico Fonte: ABNT NBR 14724:2011

3.1.1 Parte externa: capa e lombada

54

Sobre os elementos que compõem a parte externa de uma monografia,

apresentamos aqui as regras para estes elementos que são:

a) capa (elemento obrigatório)

A capa é parte externa do trabalho, servindo como proteção física, constando

informações essenciais à sua identificação. Com relação à sua formatação,

especialmente à posição dos elementos, bem como, o tamanho de suas fontes, veja

o modelo FACIT no item 2.1.1.1 deste manual.

Para a composição da capa dura, enquanto exigência para o depósito da

versão final (aprovada e corrigida em termos metodológicos e quanto à ortografia e

gramática) na biblioteca, “o trabalho final deve ser encadernado com capa e

contracapa duras, em cor preta, com escritos em dourado, tendo na lombada o título

e nome do aluno em letras douradas” (FACIT, 2007)4.

b) lombada

As informações da lombada serão impressas conforme a ABNT NBR

12225:2004 que a normaliza. Orienta a norma:

- quanto à estrutura a lombada deve conter: o(s) nome(s) do(s) autor(es),

quando houver; o título do trabalho; os elementos alfanuméricos de

identificação de volume, fascículo e data, se houver;

- o nome do autor deve ser impresso no mesmo sentido da lombada. Se

houver mais de um autor, os nomes devem ser impressos um abaixo do

outro nas lombadas horizontais e separados por sinais de pontuação,

espaços ou sinais gráficos nas lombadas descendentes, abreviando-se ou omitindo-se o(s) prenome(s), quando necessário, no caso de autores

pessoais;

- o título deve ser impresso no mesmo sentido do(s) nome(s) do(s)

autor(es), abreviado, quando necessário. O título da lombada FACIT

será impresso longitudinalmente (descendente) e legível, em dourado,

do alto para o pé da lombada. Esta forma possibilita a leitura, quando o

documento está com a face dianteira voltada para cima;

4 Refere-se ao documento:

GUIA PARA ELABORAÇÃO DE MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO. Elaboração Elciax Cristina de Sousa. Montes Claros: FACIT, 2007.

55

- os elementos alfanuméricos de identificação, se houver, devem

corresponder ao conteúdo abrangido pelo documento, abreviados,

quando necessário, de acordo com sua natureza, separados por sinais

de pontuação, espaços ou sinais gráficos, e impressos no mesmo

sentido da lombada.

FIGURA 17 – Lombada Fonte: ABNT NBR 12225:2004

3.1.2 Parte interna: os elementos pré-textuais

Quanto aos elementos pré-textuais de uma monografia, existem alguns

acréscimos em relação àqueles do projeto de pesquisa para os quais atentaremos

aqui. Na medida em que os elementos se coincidirem com os do projeto de

pesquisa, apontaremos para os modelos anteriores. Eis do que compõe os

elementos pré-textuais:

a) folha de rosto (elemento obrigatório)

Vide o modelo FACIT, apresentado no item 2.1.1.2 deste manual.

b) errata (elemento opcional)

A errata é a parte que trata exclusivamente da correção de erro material

ocorrido na publicação. É inserida logo após a folha de rosto, em papel avulso ou

encartado, com indicação das folhas e linhas em que ocorreram erros.

Ex:

ERRATA

Folha Linha Onde se lê Leia-se

32 3 merketing marketing

53 8 (SIQUEIRA, 1990) (CERQUEIRA, 1990)

56

c) folha de aprovação (elemento obrigatório)

Deve conter o nome do autor e título (e subtítulo) por extenso, o local e data de

aprovação, o nome dos membros que compuseram a banca examinadora, bem

como das instituições a que pertencem, e sua assinatura.

Padrão de folha de aprovação FACIT

FIGURA 18 – Padrão de folha de aprovação FACIT Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MONTES CLAROS

(caixa alta, tamanho 14, centralizado)

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

(iniciais maiúsculas, tamanho 14, negrito, centralizado)

Nome do autor

(tamanho 14, centralizado)

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

(caixa alta, centralizado, tamanho 14)

Esta monografia foi julgada adequada como parte dos requisitos para a obtenção do diploma de Engenheiro... Aprovada pela banca examinadora da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros (justificado, tamanho 12, recuado a 1 cm da margem direita)

_______________________ Prof. Renato Dourado Maia

Coord. do Curso de Engenharia de Controle e Automação

Banca Examinadora

Prof. Renato Dourado Maia, FACIT/

(Orientador)

Prof. Sebastião R. A. Filho, FACIT

Prof. Marcel Veloso Campos, FACIT

Montes Claros, 07 de dezembro de 2012 (a partir da assinatura do coordenador do curso os elementos também terão o tamanho

da fonte em 12)

57

Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT

FIGURA 19 – Modelo definitivo de folha de aprovação FACIT Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MONTES CLAROS

Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros

Nome do autor

TÍTULO: SUBTÍTULO, SE HOUVER

Esta monografia foi julgada adequada como parte dos requisitos para a obtenção do diploma de Engenheiro... Aprovada pela banca examinadora da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros (justificado, tamanho 12, recuado a 1 cm da margem direita)

_______________________ Prof. Renato Dourado Maia

Coord. do Curso de Engenharia de Controle e Automação Banca Examinadora

Prof. Renato Dourado Maia, FACIT/

(Orientador)

Prof. Sebastião R. A. Filho, FACIT

Prof. Marcel Veloso Campos, FACIT

Montes Claros, 07 de dezembro de 2012

58

d) dedicatória (elemento opcional)

A dedicatória é uma homenagem prestada a uma ou mais pessoas,

considerando critérios puramente pessoais. É feita na última linha do texto, deve

situar-se na margem inferior a partir do centro da página.

FIGURA 20 – Dedicatória Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT

e) agradecimentos (elemento opcional)

Os agradecimentos podem ser feitos tanto a pessoas quanto a entidades que

deram alguma contribuição relevante para a elaboração do trabalho. O texto deve

ser redigido em fonte tamanho 12, justificado às margens e com espaço entrelinhas

de 1,5. O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e

separado por dois espaços simples do texto.

f) epígrafe (elemento opcional)

É a citação de uma frase de algum autor que expresse, de forma consistente, o

conteúdo do trabalho. A localização, se nos elementos pré-textuais ou no início de

cada capítulo, fica a critério da estética do autor do trabalho. Deve vir acompanhada

Dedico este trabalho a todos àqueles que acreditam que a ousadia e o erro são caminhos para as grandes realizações.

59

do nome do autor da frase. Podem estar localizadas também nas folhas de abertura

das seções primárias. É um item dispensável. Quando colocada entre os elementos

pré-textuais, deve ser feita na última linha do texto e situar-se na margem inferior a

partir do centro da página.

g) resumo (informativo), seguido de palavras-chave (elemento obrigatório)

O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões

do trabalho. Quanto à extensão:

- para monografias e artigos, até 250 palavras;

- para relatórios, dissertações e teses, até 500 palavras.

O espaço entrelinhas da redação do resumo deve ser espaço simples. O título

deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e separado por

dois espaços simples do texto.

Seguem-se ao resumo as palavras-chave (no mínimo três, representativas do

conteúdo).

FIGURA 21 – Resumo Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

h) resumo em língua estrangeira, seguido de palavras-chave no mesmo idioma

(elemento obrigatório)

O resumo em língua estrangeira é uma versão do resumo feito em português

para outra língua de veiculação internacional, como inglês (Abstract), francês

RESUMO

O presente texto, organizado e revisado pela bibliotecária Elciax Cristina de Sousa, apresenta as normas a serem seguidas pelos alunos da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Montes Claros na disciplina Projeto de Graduação. Palavras-Chave: modelo, projeto de

graduação, normas.

60

(Resumée), espanhol (Resumen) ou Alemão (Inhalt). Não esquecendo também das

palavras-chave. O espaço entrelinhas da redação do resumo em língua estrangeira

deve ser espaço simples. O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não

numerado, em caixa alta e separado por dois espaços simples do texto.

FIGURA 22 – Abstract Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

i) listas: ilustrações, tabelas, abreviaturas e siglas, símbolos (elementos

opcionais)

Para todas estas listas, valem as mesmas orientações dadas no item 2.1.1.3

deste manual. Favor retornar ao referido item e operacionalizar tal como ali

exemplificado.

O título deverá vir centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e

separado por dois espaços simples das listas.

m) sumário (elemento obrigatório)

Vale a mesma orientação para o sumário. Retorne ao item 2.1.1.4 deste

manual e veja ali o modelo de sumário preconizado pela norma. O título deverá vir

ABSTRACT

The present text, organized and

revised for the librarian Elciax Cristina

de Sousa, presents the norms to be

followed for the pupils of the College of

Ciência e Tecnologia de Montes Claros

in disciplines of Graduation. Such

norms had been approved by the

Collegiate one in December of 2006.

Keywords: model, project of

graduation, norms.

61

centralizado, tamanho 12, não numerado, em caixa alta e separado por dois

espaços simples do sumário.

3.1.3 Parte interna: os elementos textuais

Constituem os elementos textuais de uma monografia o trabalho monográfico

propriamente dito. Trata-se da parte substancial da pesquisa onde sua

fundamentação, sua metodologia, seus resultados, suas discussões e sua aplicação

de fato aparecem. Os elementos textuais de uma monografia são constituídos pela

introdução, pelo desenvolvimento (aqui apresentado por meio da divisão em

capítulos) e pela conclusão. E o objetivo último é o de evidenciar a hipótese

produzida pelo autor a partir da enunciação do problema de pesquisa.

3.1.3.1 Introdução

Parte inicial do texto, que deve conter elementos necessários para situar o

leitor quanto ao assunto do trabalho, os objetivos da pesquisa, a relevância do

assunto, a sua delimitação, além de conter outros elementos necessários para situar

o tema, tais como universo de pesquisa, problema, justificativa e breve apresentação

dos capítulos do trabalho. Pode-se fazer aqui menção a outros trabalhos

relacionados ao tema. A introdução deve fornecer uma visão global da pesquisa

realizada, incluindo a formulação de hipóteses, delimitações do assunto tratado e os

objetivos da pesquisa. Trata-se de um item que deve ser redigido ao final de todo o

trabalho da pesquisa e da redação do restante da monografia; pois, se a introdução

objetiva apresentar ao leitor o que se encontra no trabalho, deve-se tê-lo findado

primeiramente, para somente depois proceder à apresentação do que se produziu.

A palavra introdução deverá vir em negrito, caixa alta, sem numeração e

centralizada. O texto da introdução deverá estar separado da palavra por meio de

dois espaços entrelinhas simples.

3.1.3.2 Desenvolvimento

62

Trata-se do conjunto de partes (seções e subseções) que contêm exposições,

análises e interpretações detalhadas sobre o que foi pesquisado. Conforme a

presente normalização FACIT os capítulos da monografia terão sua divisão

predefinida que seguirá a orientação geral encontrada em França e Vasconcellos

(2009). Sendo assim, segue-se a organização dos capítulos e pede-se aos docentes

e discentes pesquisadores FACIT a atenção na observância da estrutura da

monografia ora normalizada.

3.1.3.2.1 Capítulo 1 Revisão da literatura

Nesse capítulo, o autor deverá demonstrar conhecimento da literatura sobre o

assunto, resumindo os resultados de estudos feitos por outros autores. É nele que

se reporta e avalia o conhecimento produzido em pesquisas prévias, feitas por

outros autores, destacando conceitos, procedimentos, resultados, discussões e

conclusões relevantes para o trabalho. A literatura citada deve ser apresentada

preferencialmente em ordem cronológica, em blocos de assunto, mostrando a

evolução do tema de maneira integrada. Todo documento analisado deve constar na

listagem bibliográfica e deve ser referenciado conforme as recomendações da

ABNT.

Sugere-se que o tempo verbal utilizado seja o presente, quando for se referir

ao próprio trabalho, aos objetivos, às conclusões, etc. No entanto, para relatar os

estudos e seus resultados solicita-se o uso do pretérito perfeito ou imperfeito, de

acordo com a duração da ação escrita. Escolha a terceira pessoa do singular, com a

partícula apassivadora “se”, quando for o caso. Isso dá um caráter de

impessoalidade ao texto, fazendo com que seu conteúdo se apresente como uma

verdade científica, no entanto, passível de contestação, é claro. Assim sendo, ao

invés de escrever “Procurei estudar...”, escreve-se: “O objetivo do presente trabalho

foi...”, ou então, “Buscou-se verificar...”.

O capítulo 1, quando necessário, será subdividido em seções numeradas por

meio de numeração progressiva (NBR 6024:2012) e suas citações serão reguladas

pela NBR 10520:2002. As normas concernentes à formatação de trabalhos

acadêmicos serão apresentadas no próximo capítulo deste manual.

63

3.1.3.2.2 Capítulo 2 Materiais e métodos

É a parte onde se descreve a metodologia adotada para o desenvolvimento do

trabalho e o instrumental (material) a ser utilizado. Com relação aos materiais, todas

as especificações técnicas necessárias acerca dos materiais e dos equipamentos

empregados são aqui apresentadas. Trata-se de uma descrição breve, porém,

completa e clara, das técnicas e processos empregados, bem como do

delineamento experimental. Devem ser descritos os métodos, técnicas,

procedimentos utilizados, cenário, universo, amostra etc., com a maior clareza

possível de forma que os outros leitores possam entender, contextualizar e reaplicar

em suas pesquisas os resultados obtidos pelo autor.

Sobre o item metodologia, as informações contidas no item 2.1.2.8 deste

manual, são suficientes. Cabe-nos, no entanto, alertar ao pesquisador em

engenharia, tendo em vista o maior contingente de pesquisa experimental e de

campo nessa área, para o devido cuidado para com as componentes metodológicas

de sua pesquisa, que vão desde a escolha do tipo de pesquisa, passando pela

população, pela amostra, pelo instrumento de coleta de dados, pela elaboração dos

dados (seleção, codificação, tabulação) até a forma como os dados obtidos serão

tratados (análise e interpretação).

3.1.3.2.3 Capítulo 3 Resultados: apresentação, análise e discussão

Esse capítulo deve ser apresentado de forma detalhada, propiciando ao leitor a

percepção completa dos resultados obtidos. Devem-se incluir ilustrações, como

quadros, gráficos, tabelas, mapas e outros. Concomitante à apresentação dos

resultados, os mesmos devem ser discutidos, correlacionando-os com os trabalhos

(pesquisas) citados na revisão de literatura. Devem ser descritas as descobertas ou

resultados com base na aplicação do método de pesquisa proposto. Trata-se da

comparação dos resultados alcançados.

A representação dos dados para discussão deve ser feita por meio de tabelas,

quadros e gráficos. O próximo capítulo deste manual tratará também do formato de

todos esses componentes visuais de um trabalho científico. Só para adiantar,

tabelas e quadros são métodos estatísticos sistemáticos de se apresentar os dados

64

em colunas verticais ou fileiras horizontais, que obedece à classificação dos objetos

ou materiais da pesquisa. A tabela caracteriza-se por ser construída pelo próprio

pesquisador. No caso do quadro, este é elaborado com base em dados secundários.

As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente, enquanto os quadros

contêm informações textuais agrupadas em colunas (vide capítulo 4).

Já os gráficos são figuras que servem para a representação dos dados. O

termo figura é usado para a grande variedade de ilustrações: gráficos, esquemas,

mapas, diagramas, desenhos, etc.

3.1.3.2.4 Capítulo 4 Aplicação

Sabe-se que nem todas as pesquisas em engenharia pressupõem aplicação.

Uma boa pesquisa nessa área, por exemplo, poderá apresentar uma boa revisão de

literatura. No entanto, é o modelo experimental o que sobressai nessas pesquisas; e

isso não é diferente com FACIT. Sendo assim, este manual apresenta a sugestão de

que o capítulo 4 da monografia de graduação e pós-graduação seja um capítulo

voltado para a apresentação da aplicação da proposta de pesquisa feita pelo

pesquisador. É possível que se apresente, em termos práticos, os resultados de sua

pesquisa? Caso a resposta seja positiva, orienta-se que isso seja feito aqui.

Nesta apresentação da aplicação dos resultados da pesquisa, enseja-se que

os resultados apontem para uma inovação tecnológica a partir das tecnologias

disponíveis, bem como, apresente a constituição de uma nova tecnologia.

3.1.3.3 Considerações finais

Não admitida como conclusão, pois eis que nenhuma pesquisa está

definitivamente fechada, trata-se da parte final do texto na qual se apresentam

conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses. É opcional apresentar os

desdobramentos relativos à importância, projeção, repercussão, encaminhamento e

outros. Trata-se da síntese das ideias essenciais desenvolvidas em cada capítulo,

relacionando, de forma avaliativa, o que foi desenvolvido em cada um desses

capítulos com o objetivo geral da pesquisa. Devem ser destacados os resultados

65

obtidos, apontar críticas, recomendações, limitações do trabalho e sugestões para

futuras pesquisas. Deve ser demonstrado, para cada objetivo citado na introdução, o

resultado correspondente. Nas considerações finais não se pode incluir novos

resultados, a não ser aqueles que já tenham sido apresentados anteriormente no

capítulo 3. As conclusões devem estar vinculadas à hipótese de investigação, cujo

conteúdo foi comprovado ou refutado.

A introdução e a conclusão de qualquer trabalho científico, via de regra, são as

últimas parte a serem redigidas em uma monografia.

3.1.4 Parte interna: os elementos pós-textuais

Os elementos pós-textuais da monografia são exatamente aqueles

apresentados no item 2.1.3 deste manual. Sendo assim, sugere-se que o

pesquisador FACIT atente-se para os mesmos.

66

CAPÍTULO 4 FORMATAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

Este último capítulo do “Manual para Normalização de Projetos de Pesquisa,

Monografia e Trabalhos Científicos” vem apresentar, em termos gerais, as

recomendações aplicáveis aos diversos tipos de publicações científicas. As

recomendações aqui explicitadas, na verdade, constituem o núcleo de uma série de

normas da ABNT preconizadas por suas diversas NBRs. As edições das NBRs aqui

apresentadas tratam-se daquelas atualmente em vigor. Mas, como é próprio do

caráter de uma norma o fato de ser temporário e estar sempre sujeito a revisões,

recomenda-se aos pesquisadores da FACIT atentar-se para a conveniência da

utilização das versões mais recentes das normas que se seguem:

a) NBR 14724:2011 – Informação e documentação Trabalhos acadêmicos –

Apresentação;

b) NBR 10520:2002 – Informação e documentação – Apresentação de

citações;

e) NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração;

f) NBR 6024:2012 – Informação e documentação – Numeração progressiva das

seções de um documento escrito – Apresentação.

O que se segue são as disposições gerais ordenadoras da formatação de um

trabalho acadêmico segundo a normalização brasileira.

4.1 Apresentação gráfica de um trabalho acadêmico

No dia 28/02/2005 a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

cancelou a NBR 12256:1992 que padronizava a apresentação de originais para

editoração. Sem outra norma em seu lugar, recorre-se à ABNT NBR 6029:2006, que

versa sobre a apresentação de informação e documentação de livros e folhetos,

para suprir alguns gargalos deixados pela ausência da norma anterior. Mesmo

assim, para alguns elementos, a apresentação gráfica do texto ficará a cargo do

editor que tomará a decisão sobre seus formatos. Exemplos do que aqui se diz, são

os casos do tipo de fonte e parágrafo de um texto científico. Para os demais

componentes dos trabalhos acadêmicos, as NBRs 14744 e 15287 são suficientes.

Apresentaremos os elementos um por um.

67

4.1.1 Tipo de papel e fonte

Os textos devem ser apresentados em papel branco, formato A4 (21 cm x 29,7

cm), digitados ou datilografados no anverso das folhas, impressos em cor preta,

podendo utilizar outras cores somente para as ilustrações. Recomenda-se, para

digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para todo o texto, excetuando-se as

citações de mais de três linhas, notas de rodapé, paginação e legendas das

ilustrações e das tabelas, que devem ser digitadas em tamanho 10. No caso de

citações de mais de três linhas (citações longas), deve-se observar, também, um

recuo de 4 cm da margem esquerda.

A norma, que trata do tamanho da fonte, não recomenta nenhum tipo. Há uma

espécie de convenção acadêmica para o uso das fontes Arial e Times New Roman.

No entanto, vale ressaltar que tais fontes pertencem ao processador de textos

Microsoft Word, produzido pela Microsoft, e não se aplica a outros processadores.

4.1.2 Margens, paginação e numeração

As folhas devem apresentar margem superior e esquerda igual a 3 cm e inferior

e direita igual a 2 cm. As folhas do trabalho deverão ser contadas desde a folha de

rosto, mas o número da página só deverá aparecer depois do sumário. A numeração

das páginas deverá ser colocada a partir da primeira página do texto (após o

sumário), em algarismos arábicos, dentro da margem direita superior – a 2 cm da

margem superior e 2 cm da margem direita. Havendo apêndice e anexo, as suas

folhas deverão ser numeradas de maneira contínua e a paginação deve dar

sequência a do texto principal.

FIGURA 23 – Paginação Fonte: Microsoft Word

68

FIGURA 24 – Margens Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT

4.1.3 Espacejamento e parágrafos

Todo o texto deve ser digitado com espaço entrelinhas 1,5, excetuando-se as

citações de mais de três linhas (citações longas), notas de rodapé, referências,

legendas das ilustrações e das tabelas, tipo de projeto de pesquisa, ficha

catalográfica e nome da entidade, que devem ser digitados em espaço simples. As

referências ao final do texto devem ser separadas entre si por dois espaços simples.

Os títulos das subseções devem ser separados do texto que os precede ou que os

sucede por dois espaços simples (ou um duplo).

FIGURA 25 – Espaço entrelinhas entre títulos e texto (dois simples) Fonte: Autoria própria

3 cm ↓

3 cm 2 cm

→ ←

2 cm↑

69

Não existe menção na norma para espaçamento especial entre a borda

superior e o título de cada seção primária. A única recomendação é que cada seção

primária deve começar em folha distinta.

Quanto aos parágrafos, a norma também não faz menção sobre o espaço para

marcar o início de cada parágrafo. Tradicionalmente se recomendava cinco toques

da margem esquerda (tabulação), o que equivale a aproximadamente a 1 ou

1,25cm, dependendo do processador de textos ou máquina de datilografia.

4.1.4 Alinhamentos

Os títulos com indicativos numéricos de seção devem ser alinhados à

esquerda, separados por um espaço, sem nenhuma espécie de marcador de

separação. As seções (secundária, terciária, etc.) devem ser digitadas na mesma

página, seguindo a sequência do texto. Já as seções primárias deverão vir sempre

em página nova.

Os títulos sem indicativos numéricos (agradecimentos, lista de ilustrações, lista

de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumos, sumário, referências, glossário,

apêndice(s), anexo(s) e índice(s)) devem ser centralizados.

O alinhamento das seções no sumário deve ser feito acompanhado a margem

esquerda, sem reentrâncias.

As referências, ao final do texto, são alinhadas apenas à margem esquerda.

Não aplicar o alinhamento justificado nesta parte.

4.1.5 Numeração progressiva das seções de um documento (NBR 6024:2012)

O objetivo primordial da numeração progressiva é proporcionar o

desenvolvimento claro e coerente de um texto apresentando uma estrutura

hierárquica da matéria e facilitando a redação de diferentes tipos de cada uma de

suas partes. Quanto à estrutura da numeração, sua primeira divisão resulta em

seções primárias que recebem o nome de capítulos. Cada capítulo pode ser

dividido em seções secundárias; estas, em terciarias, e assim por diante, em seções

70

quaternárias e quinárias. Não se recomenda subdivisão excessiva de um texto, ou

seja, que ultrapasse a seção quinária.

FIGURA 26 – Divisão do trabalho em seções Fonte: ABNT NBR 6024:2012

O indicativo é alinhado à esquerda e precede o título de cada seção. Não é

adotada pontuação, nem sinais para separar o indicativo de seção de seu título. Os

indicativos são citados da seguinte forma:

... na seção 5 ...

... ver 9.2 ....

... em 2.4.3, § 3º ... ou ... 3º parágrafo de 2.4.3

... conforme 9.2.1.1, alínea b ...

Segundo a NBR supramencionada “todas as seções devem conter um texto

relacionado com ela.”

O texto de cada seção pode incluir vários parágrafos e o autor pode ainda

utilizar alíneas. Deve ser conforme as alíneas:

a) os diversos assuntos que não possuam título próprio, dentro de uma mesma

seção, devem ser subdivididos em alíneas;

b) o texto que antecede as alíneas termina em dois pontos;

c) as alíneas devem ser indicadas alfabeticamente, em letra minúscula,

seguida de parêntese. Utilizam-se letras dobradas, quando esgotadas as

letras do alfabeto;

d) as letras indicativas das alíneas devem apresentar recuo em relação à

margem esquerda;

e) o texto da alínea deve começar por letra minúscula e terminar em ponto e

vírgula, exceto a última alínea que termina em ponto final;

f) o texto da alínea deve terminar em dois pontos, se houver subalínea;

71

g) a segunda e as seguintes linhas do texto da alínea começam sob a primeira

letra do texto da própria alínea.

Caso seja necessário o uso de subalínea, essa deve ser organizada como se

segue:

a) as subalíneas devem começar por travessão seguido de espaço;

b) as subalíneas devem apresentar recuo em relação à alínea;

c) o texto da subalínea deve começar por letra minúscula e terminar em ponto

e vírgula. A última subalínea deve terminar em ponto final, se não houver

alínea subsequente;

d) a segunda e as seguintes linhas do texto da subalínea começam sob a

primeira letra do texto da própria subalínea.

Os títulos das diferentes seções devem ser destacados gradativamente,

utilizando-se recursos gráficos como negrito, itálico, grifo, caixa alta, versal ou outro.

O texto deve se iniciar em linha independente do título.

4.1.6 Ilustrações

As ilustrações (gráficos, gravuras, fotografias, mapas, esquemas, desenhos,

tabelas, quadros, fórmulas, modelos e outros) servem para elucidar, explicar e

simplificar o entendimento de um texto. Elas aparecem relacionadas em lista própria,

antes do sumário. Apresentaremos aqui o que a norma trata a respeito de

ilustrações; os exemplos subjacentes a cada modalidade serão, em boa parte,

aqueles apresentados por França e Vasconcellos (2009).

4.1.6.1 Figuras

As ilustrações (com exceção das tabelas, quadros e gráficos) são designadas e

mencionadas no texto, sempre como figuras.

4.1.6.1.1 Apresentação

72

As ilustrações são numeradas no decorrer do texto com algarismos arábicos, o

título deve ser breve, explicativo, digitado abaixo da ilustração; ele é escrito em

letras minúsculas (exceto a inicial da frase e nomes próprios), logo após a palavra

FIGURA e dela separado por hífen.

Caso necessário, a legenda do título pode ser colocada logo abaixo dele,

usando-se da mesma pontuação de uma frase comum. Deve-se evitar a continuação

da legenda em página seguinte à ilustração.

Toda ilustração já publicada deve conter, abaixo da legenda, dados sobre a

fonte (autor, data e página) de onde foi extraída (Lei n. 9.610 de 19 fev. 1998, cap. I,

art. 7º, IX, que regulamenta os direitos autorais). Qualquer alteração deve ser

registrada, obrigatoriamente, logo após a fonte.

Exemplo:

FIGURA 27 – Eletroforese em gel de poliacrilamida (ECPA) do RNA do vírus isolado e de diferentes espécies de rotavírus: SC) Rotavírus bovino de 6º passagem em células MA – 104 SF) Rotavírus humano de suspensão fecal clarificada AS) Rotavírus isolado de 3ª passagem em células MA – 10 Fonte: Guimarães; Nozowa (1991, p. 126 - adaptada)

4.1.6.1.2 Localização e disposição

Título

→→→

Legenda

Fonte

73

As ilustrações devem ser centradas na página e impressas em local tão

próximo quanto possível do trecho onde são mencionadas no texto. Título, legenda e

fonte das ilustrações devem ser justificados às mesmas.

As ilustrações devem estar dispostas nas margens do texto. Duas ou mais

ilustrações podem constar da mesma página, cada uma contendo seu título e/ou

legenda e número.

Quando se tratar de ilustrações relacionadas, essas podem ser agrupadas sob

um mesmo título e/ou legenda e número, com identificação para cada figura.

FIGURA 28 – Osso alveolar, bovino jovem: 1º) Tmt C, 21X 2º) Tmt I, 21 X 3º) Paratireoide, bovino jovem, HE, 107X. Heperplasia e hipertrofia. Fonte: Nunes et al. (1991, p. 176 - adaptada)

4.1.6.2 Gráficos

Os gráficos são desenhos constituídos de traços e pontos, numerados com

algarismos arábicos. Seu título é precedido da palavra GRÁFICO em letras

maiúsculas. A citação no texto será pela indicação GRAF., acompanhada no número

de ordem a que se refere. Devem ser elaborados em papel milimetrado e conter

legenda digitada à parte.

74

As orientações relativas às figuras também se aplicam aos gráficos.

GRÁFICO 1 – Distribuição da frequência de diagnósticos de RVS por ELISA e PAGE, em leitões com diarreia, na faixa etária de uma a oito semanas de idade, Brasil 1987-1989. Fonte: Alfieri et al. (1992, p. 296 - adaptado)

4.1.6.3 Tabelas e quadros

As tabelas apresentam informações tratadas estatisticamente, enquanto os

quadros contêm informações textuais agrupadas em colunas. Eles são numerados

sequencialmente em todo o trabalho, com algarismos arábicos.

Relacionam-se as tabelas em lista própria, antes do sumário, incluindo aquelas

que forem apresentadas como anexos.

As tabelas e os quadros devem ser dotados de um título claro e conciso, sem

abreviações, localizado acima deles. O título deve indicar, além da natureza do

assunto, as abrangências geográfica e temporal dos dados numéricos.

No cabeçalho de cada coluna indica-se o seu conteúdo. Os títulos das colunas

podem ser apresentados verticalmente, se necessário, para economizar espaço.

75

TABELA 1 Relação: estatura X peso (meninos de 13 anos)

Peso X Estatura Y

35 38 45 52 50 38 30

128 140 140 150 130 110 140

Fonte: Duarte (1985, p. 19 - adaptada)

Quanto ao corpo da tabela e dos quadros, usam-se os seguintes traços:

a) dois traços duplos horizontais, limitando o quadro; o primeiro para separar o

rodapé;

b) traço simples vertical, separando a coluna indicadora das demais e estas

entre si; no corpo de tabelas e de quadros evitam-se traços verticais para

separar as colunas;

c) traços simples horizontais para separar o cabeçalho;

d) no caso de ser necessário destacar parte do cabeçalho, ou parte dos dados

numéricos, usar um ou mais traços verticais paralelos;

e) no caso de uma linha representar uma soma ou total, deverá ser destacada

tipograficamente.

O quadro e a tabela não devem ser fechados lateralmente, tampouco se

colocam traços horizontais separando os dados numéricos ou textuais.

QUADRO 2 Elementos de uma Monografia

Elementos Pré-textuais

Elementos Textuais

Elementos Pós-textuais

Capa Folha de rosto Folha de aprovação Dedicatória Agradecimentos Epígrafe Resumo Abstract Sumário

Introdução Desenvolvimento Conclusão

Referência Glossário Anexos Apêndices

Fonte: Duarte; Furtado (2002 p. 139 – adaptado)

76

4.1.7 Citações5

Citações são informações retiradas de outras fontes consultadas com o intuito

de esclarecer, complementar, comparar ou confirmar as ideias do autor.

As citações deverão ser apresentadas conforme a ABNT NBR 10520:2002 que

apresenta várias formas de citações e diferentes maneiras de citá-las. Veja abaixo

formas que facilitam a leitura e a compreensão

4.1.7.1 Citação direta

Transcrição textual de parte da obra de outros autores, exatamente como

consta no original. Deve-se especificar, após a data, a página da referida citação.

Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição

responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e

minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser em letras maiúsculas.

Em citações curtas, de até três linhas, são indicadas no texto, entre aspas.

FIGURA 29 – Citações curtas Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

5 O texto a respeito de citações e notas de rodapé, com raras exceções, manteve-se o mesmo do

“Guia para Elaboração de Monografia de Graduação” (2007) da FACIT.

Exemplo 1: “A ironia seria assim uma forma implícita de

heterogeneidade mostrada”, conforme a classificação proposta

por Authier-Reiriz (1982).

Exemplo 2: O papel do pesquisador é o de servir como “veículo

inteligente e ativo” (LÜDKE; ANDRÉ, 1986, p.11) entre esse

conhecimento acumulado na área e as novas evidências que

serão estabelecidas a partir da pesquisa.

Exemplo 3: A inconfidência é uma “falta de fidelidade para com

alguém, particularmente para com o soberano ou Estado.”

(FERREIRA, 1978, p.37).

77

Em citações longas, com mais de três linhas, são indicadas no texto em

parágrafo independente, com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra

tamanho 10, digitado em espaço simples sem aspas. Essas citações devem ser

destacadas do texto por meio de um espaço entrelinhas duplo antes e depois da

citação

FIGURA 30 – Citação longa Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.7.2 Citação indireta

Quando se reproduzem as ideias e informações do documento, sem

transcrever as palavras do autor. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s)

consultada(s) é opcional.

As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados

em anos diferentes e mencionados simultaneamente, têm as suas datas separadas

por vírgula.

Exemplos:

(DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)

Além disso, a qualidade do ensino fornecido era duvidosa,

uma vez que as mulheres que o ministravam não estavam

preparadas para exercer tal função.

A maior dificuldade de aplicação da lei de 1827 residiu no provimento das cadeiras das escolas femininas. Não obstante sobressaírem as mulheres no ensino das prendas domésticas, as poucas que se apresentavam para reger uma classe dominavam tão mal aquilo que deveriam ensinar que não logravam êxito em transmitir seus exíguos conhecimentos. Se os próprios homens, aos quais o acesso à instrução era muito mais fácil, se revelavam incapazes de ministrar o ensino de primeiras letras, lastimável era o nível do ensino nas escolas femininas, cujas mestras estiveram sempre mais ou menos marginalizadas do saber (SAFFIOTI, 1997, p. 193).

4 cm

78

(CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000)

As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados

simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética.

Exemplos:

Ela polariza e encaminha, sob a forma de “demanda coletiva”, as necessidades

de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997).

FIGURA 31 – Citação indireta Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.7.3 Citação de citação

É a citação feita por outro pesquisador, cuja obra original não foi consultada.

Cite o sobrenome do autor do documento não consultado, seguido das expressões:

De acordo com Authier-Reiriz (1982), a ironia seria assim

uma forma implícita de heterogeneidade mostrada.

Como lembra Martins (1984), o futuro desenvolvimento da

informação está cada dia mais dependente de um plano

unificado de normalização.

No texto:

As resoluções do Partido Comunista Brasileiro (1996)

determinam a posição dos comunistas diante dos partidos

operários já constituídos.

Referência:

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO. Resoluções do XI Congresso do Partido Comunista Brasileiro. Rio de Janeiro, 1996.

79

citado por, apud, conforme ou segundo, e o sobrenome do autor do documento, da

data efetivamente consultado seguido da data.

Obs.: apud = citado por.

Deverá aparecer nas referências os dados completos do documento

consultado, ou, mencionar a referência do documento original em notas de rodapé.

Quando não se usa nota de rodapé, devem-se incluir duas entradas nas

referências:

a) uma relacionando o documento não consultado, seguido da expressão

“apud” (citado por) e os dados do documento efetivamente consultado;

b) outra entrada será feita relacionando apenas os dados da fonte consultada.

FIGURA 32 – Citação de citação

Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

No texto (sem nota de rodapé):

Ponce (1982) apud Silva (1994, p. 20), “declara que

instrução, no sentido moderno do termo, quase não existia entre

os espartanos.”

Na Referência (sem nota de rodapé):

PONCE, A. Educação e luta de classes. 13. ed. São Paulo : Cortez, 1982 apud SILVA, João. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1994. No texto (com nota de rodapé):

Ponce¹ (1982) apud Silva (1994), “declara que instrução,

no sentido moderno do termo, quase não existia entre os

espartanos.”

Na Referência: (com nota de rodapé)

SILVA, J. Classes sociais e cultura no Brasil. São Paulo: SIARTE, 1994.

Em Notas de rodapé (no final da folha):

________

¹ PONCE, A. Educação e luta de classes. 13. ed. São Paulo : Cortez, 1982.

80

4.1.8 Notas de rodapé

Notas eventualmente necessárias devem ser incluídas o mais próximo possível

do texto, na parte inferior da página na qual a nota é utilizada, separadas do texto

por uma linha contínua de 3 cm, numeradas de forma consecutiva ao longo do texto,

no formato 1, 2, 3,..., digitadas em espaço simples e com caracteres tamanho 10.

Para os usuários do editor Microsoft Word, recomenda-se a inserção

automática das notas de rodapé.

Existem dois tipos de nota de rodapé: nota de referência e nota explicativa.

4.1.8.1 Notas de referência

Notas que indicam as fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra

onde o assunto foi abordado.

FIGURA 33 – Nota de referência

Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.8.2 Notas explicativas

Notas que apresentam comentários, esclarecimentos ou considerações

complementares que não possam ser incluídas no texto, devendo ser breves,

sucintas e claras.

No texto:

“Às vezes a falácia se revela apenas quando o locutor é

questionado.”¹

Em nota de rodapé: ____________ ¹ CARRAHER, Devid W. Senso crítico: do dia-a-dia às crenças humanas. São Paulo: Pioneira, 1999.

81

FIGURA 34 – Nota de explicativa Fonte: Guia para Elaboração de Monografia de Graduação FACIT (adaptado)

4.1.9 Referências

Nenhum texto científico sai do imaginário de um autor como se ele estivesse

isolado do mundo. Quando se escreve um projeto de pesquisa, um artigo, uma

monografia, etc., referem-se constantemente a textos de outros autores. É

fundamental que se permita ao leitor encontrar os textos com os quais se está

estabelecendo um diálogo. Mas, como dizer ao leitor os livros que estão sendo

utilizados, os artigos citados, os capítulos nos quais se baseia, etc.? A maneira mais

simples é oferecer uma lista, ao final do trabalho, das obras que foram utilizadas

para compor o seu trabalho. Dessa forma, com o objetivo de que as coisas não

ficassem desorganizadas e sem um padrão geral, foi que a ABNT através da NBR

6023:2002 definiu para cada modalidade de referência um padrão específico. Esses

padrões serão aqui apresentados e os exemplos dados, em sua grande maioria,

encontram-se em França e Vasconcellos (2009) e Marconi e Lakatos (2010).

No texto:

A analise feita por Souza e Freitas (2001) sugere a

participação de bibliotecários na elaboração de critérios e nas

visitas de avaliação das bibliotecas feitas pelo MEC (trabalho não

publicado)¹.

Na Referência

¹ SOUZA, Eduardo Pereira; FREITAS, Ézio F. Avaliação de bibliotecas universitárias: estudos de metodologias utilizados em cursos de direito no Brasil e EUA, 2001. (mimeogr.). Em Notas de rodapé:

____________ ¹ Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Biblioteconomia da UnB.

82

4.1.9.1 Referência de livros

Eis os elementos que compõem a referência de livros:

a) autor: Referenciado pelo último sobrenome, com exceção dos nomes

espanhóis, que entram pelo penúltimo e que têm dois sobrenomes, ligados

por traços de união.

b) elementos especiais:

- títulos: em negrito, sublinhado ou itálico.

- subtítulos: se houver, separado do título por dois pontos, sem grifo.

c) elementos complementares:

- número da edição: indica o número da edição seguido de ponto e

abreviatura da palavra adição (ed.).

- local da publicação: cidade.

- editora: apenas o nome que a identifique.

- ano de Publicação.

- número de páginas ou volumes: quando a publicação tem apenas um

volume, indica-se o número de paginas (não obrigatório), seguido de

abreviatura “p”. Quando tem mais de um volume, indica-se o número

deste, seguido de abreviatura “v”.

- título de série: indicam as séries ou coleções depois das notas

bibliográficas, entre parênteses, tal como figura na publicação.

Formato convencional:

AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data.

Número de páginas ou volumes. (Nome e número da série)

CRUZ, Frederico Firmo de Souza. Faraday & Maxwell: luz sobre os campos. São

Paulo: Odysseus, 2005. (Imortais da Ciência, 17).

Formato eletrônico:

83

AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade) de publicação. Descrição do meio

eletrônico (disquete, CD-ROM, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>.

Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

CARROLL, Lewis. Alice’s Adventures in Wonderland. Texinfo ed. 2.1. Dortmund,

Germany: WindSpiel, Nov. 1994. Disponível em:

<http://www.germany.eu.net/books/carroll/alice.html> Acesso em: 10 feb. 1995. ISBN

0681006447.

4.1.9.1.1 Capítulo de livros

AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título: subtítulo

do livro. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data. Volume, capítulo,

páginas inicial-final da parte.

MOTA, Regina. Tecnologia e Informação. In: DAYRELL, Juarez (Org.). Múltiplos

olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1996. (Humanitas,

7)

Formato eletrônico:

AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título: subtítulo

do livro. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora, data de publicação. volume

ou páginas. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para

documentos online).

ALENCAR, José de. O guerreiro. In:_____. Ubirajara [s.n.t]. cap. 3. Disponível em:

<www.vestibaboom.com.br>. Acesso em: 30 nov. 2000.

Caso o autor do livro no todo seja o mesmo do capítulo, seu nome é substituído

por um travessão.

4.1.9.1.2 Livro com subtítulo

84

Nesse caso, o título do livro aparecerá com destaque e o subtítulo sem o

destaque, precedido por dois pontos (:):

TOCCI, Ronald J.; WIDMER, Neal S.; MOSS, Gregory L. Sistemas Digitais:

Princípios e Aplicações. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

4.1.9.1.3 Livro com autor espanhol

Nos livros com autor com nomes espanhóis, esses entram pelo penúltimo e

têm dois sobrenomes, ligados por traços de união.

ALONSO GARCIA, Manuel. Derecho del trabajo. Barcelona: Bosh, 1960.

4.1.9.1.4 Livro com tradutor

Nesse caso, a palavra tradução deverá vir abreviada, na forma “Trad.”, logo

após o título do livro ou do número da edição.

BODENHEIMER, Edgar. Direito: sociologia e metodologia teóricas. Trad. Enéas

Marzano. Rio de Janeiro: Forense, 1966.

4.1.9.1.5 Livro integrado com coleção-série

A indicação da coleção deverá vir ao final da referência, acompanhada do

nome e do número da série.

BUNGE, Mário. Física e Filosofia. Trad. Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva.

2000. (Debates, 165)

4.1.9.1.6 Livro com dois ou três autores

85

Nesse tipo de referência os nomes dos autores deverão vir separados por

ponto e vírgula (;):

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Como escrever com facilidade. São

Paulo: Círculo do Livro, 1992.

BRAGA, Antônio de Pádua; LUDERMIR, Tereza Bernarda; CARVALHO, André

Carlos. Redes Neurais Artificiais: Teoria e Aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

4.1.9.1.7 Livro com mais de três autores

A referência será feita somente ao primeiro autor que aparece na lista de

autores, seguida da expressão latina et al. = e outros.

MELIN, Patricia et al. Foundations of Fuzzy Logic and Soft Computing. New York:

Springer, 2007.

4.1.9.1.8 Livro com o mesmo autor da referência anterior

A repetição do autor é indicada na segunda referência por um travessão.

TANENBAUM, Andrew S. Redes de Computadores. 4. ed. São Paulo: Campus,

2003.

______. Banco de Dados. 2. ed. São Paulo: Campus, 2007.

4.1.9.1.9 Livro cujo autor é uma entidade

A entrada se dá pelo nome da entidade e em caixa alta.

86

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Código de prática para a

Gestão da Segurança da Informação: ABNT NBR ISO/IEC 17799: 2005. Rio de

Janeiro: ABNT, 2005.

4.1.9.1.10 Livros anônimos

Inicia-se pelas primeiras palavras do título que não vem sublinhado.

A PREVIDÊNCIA social no Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1978.

4.1.9.1.11 Livros com Compilador ou Organizador

Nesse caso, as palavras “Compilador” ou “Organizador” deverão vir abreviadas

logo após o nome do autor na forma (Comp.) ou (Org.).

ALBUQUERQUE, Simões de Aguiar J. (Comp.). Modelos de contratos, procurações,

requerimentos e petições. 4. ed. Rio de Janeiro: Trio, 1974.

4.1.9.2 Publicações periódicas no todo

Compreendem-se aqui fascículo ou número de revistas, jornais, cadernos etc.,

editoriais, bibliotecas, Anais do senado, Câmara de Deputados etc., número do

mesmo jornal, caderno etc.

Formato convencional:

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local (cidade) de publicação: Editor-autor, ano do

primeiro volume. Periodicidade. ISSN.

REVISTA DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS APLICADAS. São Paulo: Ed. UNESP,

1993-. Anual. ISSN 0104-6314.

87

Formato eletrônico:

TÍTULO DA PUBLICAÇÃO. Local (cidade) de publicação: Editor-autor, data de

publicação. ISSN. Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano

(para documentos online).

CIONLINE. Brasília: IBICT, 2002. ISSN: 1518-8353. Disponível em:

<www.ibict.br/cionline>. Acesso em: 29 nov. 2002.

4.1.9.3 Partes de publicações periódicas

4.1.9.3.1 Artigos

Formato convencional:

AUTOR. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação (cidade), número

do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, mês e ano.

SAVIANI, Demerval. A Universidade e a Problemática da Educação e Cultura.

Educação Brasileira, Brasília, v. 1, n. 3, p. 35-58, maio/ago. 1979.

Formato eletrônico:

AUTOR. Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação (cidade), número

do volume, número do fascículo, páginas inicial-final, data. Disponível em:

<endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

REZENDE, Yara. Informação para negócios, os novos agentes do conhecimento e a

gestão do capital intelectual. Ciência da Informação Online, Brasília, v. 31, n. 2,

2002. Disponível em: <www.ibict.br/cionline>. Acesso em: 30 nov. 2002.

4.1.9.3.2 Artigo de jornal

88

Formato convencional:

AUTOR. Título do artigo. Título do jornal, Local, dia, mês, ano. Número ou título do

caderno, seção ou suplemento, páginas inicial-final.

AZEVEDO, Dermi. Sarney Convida Igrejas Cristãs para Diálogo sobre o Pacto. Folha

de São Paulo, São Paulo, 22 out. 1985. Caderno econômico, p. 13.

Formato eletrônico:

AUTOR DO ARTIGO. Título do artigo. Título do jornal, Local, data. Disponível em:

<endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

JOHNSON, Tim. Indigenous People Are Now More Combative, Organized. Miami

Herald. 5 dec. 1994. Disponível em gopher: <//summit.fiu.edu//MiamiHerald-Summit-

RelatedArticles/>. Acesso em: 5 dec. 1994.

4.1.9.4 Monografias, dissertações, teses e outros trabalhos acadêmicos

Formato convencional:

AUTOR. Título: subtítulo. Ano de apresentação. Número de folhas (f) ou volumes.

(Categoria e área de concentração) – Nome da Faculdade, Nome da Universidade,

cidade, ano da defesa.

LAKATOS, Eva Maria. O trabalho temporário: nova forma de relações sociais. São

Paulo, 1979, 2 v. Tese (Livre-docência em Sociologia). Escola de Sociologia e

Política de São Paulo.

Formato eletrônico:

89

AUTOR. Título: subtítulo. Ano da apresentação. (Categoria e área de concentração)

– Nome da Faculdade, Nome da Universidade, cidade, ano de defesa. Descrição

física do meio eletrônico (CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço

eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

ASSUMPÇÃO, Solange Rodrigues Bonomo. O jogo da pontuação: a construção do

sentido na tessitura da escrita. 2001. Dissertação (Mestrado em Estudos

Linguísticos) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizontes, 2001. 1 CD-ROM.

4.1.9.5 Congressos, conferências, encontros e outros eventos científicos

Formato convencional:

NOME DO EVENTO, número, ano, local de realização (cidade). Título... subtítulo da

publicação. Local de publicação (cidade): Editora, data de publicação. Número de

páginas ou volumes.

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE METAFÍSICA E FILOSOFIA

CONTEMPORÂNEA, 3, 2011, Montes Claros. Metafísica e Violência. Montes Claros:

Editora Unimontes, 2011. 119 p.

Formato eletrônico:

NOME DO EVENTO, número, ano, local de realização (cidade). Título... subtítulo.

Local de publicação: Editora, data de publicação. Descrição física do meio eletrônico

(CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia

mês e ano (para documentos online).

SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE ANÁLISE DO DISCURSO, 2, 2002, Belo

Horizonte. Discurso, ação & sociedade. Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2002. 1 CD-

ROM.

90

4.1.9.6 Trabalhos apresentados em congresso ou outro evento

Formato convencional:

AUTOR DO TRABALHO. Título: subtítulo. In: NOME DO EVENTO, número, ano,

local de realização. Título da publicação... subtítulo. Local de publicação (cidade):

Editora, data. Páginas inicial-final do trabalho.

SIMÕES, Eduardo. Hertz e Wittgenstein: uma nova interpretação do Tractatus. In:

SEMINÁRIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA DA UFSCAR. 4, 2012, São

Carlos. Anais do Seminário da Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar. São Carlos:

Edufscar, 2010. p. 154-166.

Formato eletrônico:

AUTOR DO TRABALHO. Título do trabalho. In: NOME DO EVENTO, número, ano,

local de realização. Título da publicação... subtítulo. Local de publicação (cidade):

Editora, data. Páginas inicial-final do trabalho. Descrição física do meio eletrônico

(CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia

mês e ano (para documentos online).

ELMIRO, Marcos Antônio Timbó. Sistema de projeção cartográfica para os mapas

de Minas Gerais. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CARTOGRAFIA, 20, 2001,

Porto Alegre. Trabalhos técnicos... Disponível em: <www.cartografia.org.br>. Acesso

em: 03 dez. 2002.

4.1.9.7 Referências Legislativas – Leis, decretos, portarias, etc.

SÃO PAULO (Estado). Decreto n°. 33.161, 2 abr. 1991. Introduz alterações na

legislação do imposto de circulação de mercadorias e prestações de serviços. São

Paulo Legislação: coletânea de leis e decretos. São Paulo, v. 27, nº 4, p. 42, abr.

1991.

91

BRASIL. Código Civil. Organização dos textos, notas remissivas e índices por Juarez

de Oliveira. 46. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.

4.1.9.7.1 Acórdãos, decisões e sentenças das Cortes ou Tribunais

Ordem dos elementos:

a) local (país, estado ou cidade);

b) nome da Corte ou Tribunal;

c) ementa ou acórdão;

d) tipo e número de recurso (agravo de instrumento ou de petição), apelação

civil, apelação criminal, embargo, habeas corpus, mandado de segurança,

recurso extra ordinário, recurso de revista etc.;

e) partes litigantes;

f) nome do relator precedido da palavra Relator;

g) data do acórdão, sempre que houver;

h) indicação da publicação que divulgou o acórdão, decisão, sentença etc., de

acordo com as regras apresentadas no presente livro.

BRASIL. Supremo Tribunal. Deferimento de pedido de extradição. Extradição nº 41º.

Estados Unidos da América e José Antônio Fernandes. Relator: Ministro Rafael

Mayer. 21 de março de 1984. Revista Trimestral de Jurisprudência. v. 109, p. 870-

879, set. 1984.

4.1.9.8 Normas Técnicas

Formato convencional:

AUTOR. Número da norma: título e subtítulo. Local de publicação (cidade): Editora,

data. Número de páginas.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e

documentação - Citações em documentos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 7p.

92

Formato eletrônico:

AUTOR. Número da norma: título e subtítulo. Local de publicação (cidade): Editora,

data. Número de páginas. Descrição física do meio eletrônico (CD-ROM, disquete,

etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para

documentos online).

BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Saúde. 005/99:

norma técnica de fiscalização e vigilância sanitária em laboratórios de citopatologia...

Belo Horizonte, 1999. Disponível em: <www.pbh.gov.br/smsa/vigilancia/arquivos>.

Acesso em: 18 dez. 2002.

4.1.9.9 Patentes (requeridas por empresa ou pessoa física)

Formato convencional:

ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor. Título da invenção na língua original. Número

da patente, datas (do período de registro). Indicação da publicação onde foi citada a

patente, quando for o caso.

Formato eletrônico:

ENTIDADE RESPONSÁVEL. Autor. Título da invenção na língua original. Número

da patente, datas (do período de registro). Descrição física do meio eletrônico (CD-

ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia mês

e ano (para documentos online).

CENTRO DE HISTOTERAPIA PLACENTÁRIA CUBANA. Carlos Manuel Miyares

Cao. Composição para o tratamento da psoríase. PI 0008394-1 CU 00/00001, 22

fev. 2000, 31 ago. 2000. Disponível em: www.inpi.gov.br/pesq_patentes. Acesso em:

28 nov. 2002.

93

4.1.9.10 Referência com notas especiais

4.1.9.10.1 Relatório

CAMPOS, M. H. R. A Universidade não será mais a mesma. Belo Horizonte:

Conselho de Extensão da UFMG, 1984. 18 p. Relatório.

4.1.9.10.2 Ensaios

CHAMONE, M. O sentido social da Universidade e as perspectivas da sociedade

brasileira: uma proposta de integração. Belo Horizonte: Centro de Extensão ICB-

UFMG, 1984. 5 p. Ensaio

4.1.9.10.3 Bula de remédio

CLARITIN*D: xarope. Responsável técnico: Vera L. Branco Pereira. Rio de Janeiro:

Schering-Plough, 1997. Bula de remédio

4.1.9.10.4 Apostilas

MACEDO, Neusa Dias de. Orientação bibliográfica: material didático para a

disciplina biblioteca. São Paulo, Departamento de Biblioteconomia e Documentação,

ECA, USP, 1971.8 p. (mimeogr.).

4.1.9.10.5 Resumos

AGGIO, Alberto. República e revolução. In: SEMANA DA HISTÓRIA. 8. ed. Franca,

1989. Resumos: Unesp, 1989, p. 68.

4.1.9.10.6 Separatas

94

Edição feita separadamente, em volume, dos artigos publicados num jornal ou

numa revista, aproveitando-se a composição tipográfica.

PINHO, L. S. A questão das garagens no condomínio de apartamentos. Separata da

Revista dos Tribunais. São Paulo, v. 2, p. 51-60, out. 1959.

4.1.9.10.7 Folhetos

Geralmente são publicados com o número de páginas reduzido, mais ou

menos 40 páginas.

HERMES, Gabriel. A comunidade luso-brasileira: o Marquês de Pombal e a

Amazônia. Brasília, 1982. 35 p. (folheto).

4.1.9.11 Referências de materiais especiais

Material iconográfico (pinturas, fotos, gravuras, lâminas, postais, desenhos,

slides, transparências, radiografias, etc.)

4.1.9.11.1 Filme

AUTOR. Título (quando não existir, atribuir um ou indicar sem título, entre colchetes).

Data. Especificação do suporte. Havendo mais dados, podem ser acrescentados

para melhor identificação do material.

CARBONARI, Primo. AMAZÔNIA (filme). 1955. 11 min. Som. Color. 16 mm (série

didática).

Se for cópia rara, entre pela instituição na qual se encontra:

95

SÃO PAULO. Universidade. Museu Paulista. Hábitos alimentares entre os Caiçaras

(filme). Projeto Rondon, 1970. 30 min., mudo, color. 8 mm.

4.1.9.11.2 Microfilmes

Adotam-se as mesmas regras de livros, periódicos etc., acrescentando-se ao

final, entre parênteses, o termo microfilme.

UZTAZIZ, Gerônimo de. Theoria y prática de comercio y de marina. Madri: Antonio

Sanz, 1742. (microfilme)

4.1.9.11.3 Diapositivos

URIBURU, Teresa. História da Espanha. Madri: Aguilar, 1972. Diapositivos (200 fot.

col.).

4.1.9.11.4 Fotografias e cartões-postais

Se forem comerciais, entram pelo título.

RELÓGIO do sol (cartão-postal). Franca: Objetiva Social. Col. 15x11 cm.

Se forem únicos e raros, entram pela instituição na qual se encontram.

PETRÓPOLIS. Museu Imperial. Princesa Isabel (Retrato). 30 x 20 cm.

4.1.9.11.5 Pintura

Formato eletrônico:

96

AUTOR. Título. Data. Especificações do documento. Descrição física do meio

eletrônico (CD-ROM, disquete, etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>.

Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

CHAGALL, Marc. Primavera. 1938/39. Aquarela e pastel sobre cartolina s/ papelão.

64.0 x 48.3 cm. Disponível em: <www.mac.usp.br>. Acesso em: 05 dez. 2002.

4.1.9.11.6 Mapas

Esquema:

Autor/Título/Local: data da publicação/Mapa/Características do mapa: cor, escala

etc.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. São Paulo. São Paulo, 1965

(mapa) color. 1:1.000.000.

RELLEGARDE, Pedra Alcântara (Org.). Carta chorographica da província do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro, 1983 (mapa).

4.1.9.12 Depoimentos e entrevistas

Se forem únicos e raros, entra pela instituição depositária.

RIO DE JANEIRO. Museu da Imagem e do Som. Depoimento de Getúlio Vargas

(disco), 1948.

Se não forem únicos e raros, entram pelo entrevistado ou depoente.

MACEDO, Murilo. Entrevista concedida à ... (fita mag.). Franca, 1980.

4.1.9.13 Manuscritos

97

Eis os elementos de fontes manuscritas:

a) cidade onde se localiza a instituição (em português, se houver o

correspondente de uso corrente);

b) nome das instituições (na língua de origem);

c) título do documento;

d) palavra manuscrito abreviada (manuscr.);

e) identificação dentro da instituição.

LISBOA, Arquivo histórico do Ministério das Finanças. Copiador de cartas para os

administradores e governadores do Pará (manuscr.). Cód. 100A.

RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional. Roteiro de Pernambuco ao Maranhão, por

Manuel Gonçalves Regeifeiro (manuscr.). 2, 31, 21, 11.

4.1.9.13.1 Vários manuscritos de uma mesma instituição

Se os manuscritos estiverem separados na referência, não há necessidade de

repetir a instituição, nem a palavra manuscrito. Entram por ordem alfabética as

designações dos arquivos e, dentro delas, por ordem cronológica, ou por outro

critério.

Fontes manuscritas:

SÃO PAULO. Arquivo Cúria Metropolitana Baptisados: Brancos e libertos: 1829-

1849. Livro nº. 13. Idem. 1880-1885. Livro nº. 19.

SÃO PAULO. Departamento do Arquivo do Estado. Ordens Régias. 1765-1780.

Caixa 62, nº. 420. Processos da Secretaria da Agricultura, 1901. Mar. 1.

Nos documentos pertencentes a uma coleção dentro de um arquivo, o nome da

coleção deve anteceder à identificação do documento.

98

RIO DE JANEIRO. Biblioteca Nacional. Seção de manuscritos. Carta de Afonso

Sampaio Botelho a D. Luis Antônio de Souza. São Paulo, 1767. (manuscr.). Arquivo

de Matheus, 3, 4, 568.

Arquivos particulares ainda não ligados à instituição entram simplesmente

pelo nome.

ARQUIVO SETEMBRINO DE CARVALHO. Carta a Assis do Brasil. Porto Alegre,

1940. (manuscr.). Pasta 2,3.

4.1.9.14 Documentos de acesso exclusivo em meio eletrônico (bases de dados,

listas de discussão, sites, arquivos em disco rígido, softwares, mensagens

eletrônicas).

Formato eletrônico:

AUTORIA. Título do serviço ou produto. Versão (se houver). Local (cidade) de

publicação: Editor, data de publicação [citação]. Disponível em: <endereço

eletrônico>. Acesso em: dia mês e ano (para documentos online).

a) bases de dados:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Letras. Biblioteca.

Peri. Versão 3.7. Belo Horizonte, 1999. Disponível em: <www.letras.ufmg.br>.

Acesso em: 03 fev. 2001.

b) listas de discussão:

COMUT online: lista de discussão. Brasília: ibict. Secretaria Executiva do COMUT,

1998. Disponível em: <www.ct.ibict.br:8000/[email protected]>. Acesso em: 10 dez.

2002.

c) sites:

99

Biblioteca “Prof. Rubens Costa Romanelli”. Desenvolvido por Fabiano Roberto e

Rosângela Costa, 2002. Apresenta produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da

Faculdade de Letras da UFMG. Disponível em: <HTTP://www.letras.ufmg.br>.

Acesso em: 13 dez. 2002.

d) arquivos em disco rígido:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Faculdade de Letras. Biblioteca.

Atualização CCN. Txt: hold-id modificados. Belo Horizonte, 2002. 1 disquete 3 ½ pol.

Word for Windows 7.0.

e) softwares

NOU-Rau: software livre. Versão beta 2. Campinas: UNICAMP, 2002. Disponível em:

<www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau>. Acesso em: 05 dez. 2002.

100

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresentamos para a comunidade acadêmica FACIT o “Manual para

Normalização de Projetos de Pesquisa, Monografia e Trabalhos Científicos”. A

divisão estabelecida por meio de capítulos foi providencial. Pretendíamos que este

manual se apresentasse didaticamente organizado no sentido de evidenciar as

nossas pretensões. Foi assim que apresentamos o Capítulo 1 apenas como um

elemento propedêutico, preparatório. Na verdade, a intenção primordial desse

capítulo era a de sair do caráter convencional da maioria dos manuais acadêmicos

pertinentes a esta matéria e apresentar algo que fosse para além do caráter formal

da Metodologia Científica. Sabemos que a normalização é muito importante e

mesmo imprescindível, do contrário, não teríamos uma uniformidade dos padrões.

No entanto, ser um bom pesquisador sugere uma instrumentalização que vai para

além do caráter formal. Afinal, o melhor dos acadêmicos em formatação de trabalhos

acadêmicos talvez não que seja o melhor pesquisador da instituição.

Foi pela certeza de que a formação acadêmica preconizada pela Faculdade de

Ciência e Tecnologia de Montes Claros (FACIT) pressupõe uma preparação para a

pesquisa enviesada para a produção de tecnologia que propusemos inserir esse

acadêmico pesquisador na noção do que é pesquisa e quais são os seus tipos.

Intentamos fazê-lo entender que, antes mesmo do trabalho de confecção do projeto

de pesquisa, existe uma etapa que lhe precede que é a do conhecimento de suas

formas e de seus instrumentos.

Já o Capítulo 2 objetivou apresentar ao pesquisador FACIT as condições de

elaboração e estrutura geral do um projeto de pesquisa. Diante da diversidade de

modelos de projetos de pesquisa apresentada nos diversos manuais de metodologia

científica, principalmente no que concerne a posição e localização de cada um de

seus itens, pretendeu-se ali uniformizar tanto o caráter formal dessa produção, como

fixar a identidade estrutural dos projetos que serão produzidos e redigidos nessa

Instituição de Ensino Superior (IES). Sendo assim, teremos unidade e consonância

em nossas produções.

O Capítulo 3, por outro lado, almejou apresentar aos pesquisadores FACIT o

formato geral da monografia que será adotado na instituição. Pretende-se também

com isso a consecução de um modelo padronizado e universal na esfera

101

institucional. Desse modo, deseja-se que os pesquisadores FACIT, bem como aos

professores de Metodologia Científica, Iniciação Científica, Metodologia da Pesquisa

e Projeto de Graduação, esforcem-se em fazê-la tornar-se realidade.

A pretensão do Capítulo 4, por fim, foi a de orientar os discentes e docentes da

FACIT a respeito da normalização geral que tange à formatação de trabalhos

acadêmicos. Resta-nos salientar que as normas ali apresentadas empregam-se a

qualquer modalidade de texto científico não se restringindo ao projeto de pesquisa

ou à monografia. Sendo assim, atentamos para a necessidade de que as produções

bibliográficas da Instituição sejam orientadas pelas normas ora apresentadas. O

esforço de cada um no acompanhamento do que se apresenta redundará na coesão

formal de nossas produções, bem como, estará em consonância com a norma

brasileira vigente.

102

6 REFERÊNCIAS

ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadores sociales. 7. Ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Edipro, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: Informação e documentação - Citações em documentos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 7p. _______. NBR 12225: Informação e documentação – Lombada - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 7p. _______. NBR 14724: Informação e documentação – Trabalhos Acadêmicos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 15p. _______. NBR 15287: Informação e documentação – Projeto de pesquisa - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011. 10p. _______. NBR 6023: Informação e documentação – Referências - Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 24p. _______. NBR 6024: Informação e documentação – Numeração progressiva das seções de um documento escrito - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. 4p. _______. NBR 6027: Informação e documentação – Sumário - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003. 2p. _______. NBR 6029: Informação e documentação – Livros e folhetos - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2006. 14p. _______. NBR 6034: Informação e documentação – Índice - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 8p. AZEVEDO, Israel Belo de. O Prazer da Produção Científica: descubra como é fácil e agradável elaborar trabalhos acadêmicos. 12. ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2001.

103

CASTRO, C. de M. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1977. COPI, Irving M. Ciência e hipótese. In: _____. Introdução à lógica. 2. ed. Trad. Álvaro Cabral. São Paulo: Mestre Jou, 1978. DENZIN, N. K.; LINCOLH, Y. S. (Ed.). Handbook of qualitative research. Alderhot: Avebury, 1992. DUARTE, S. V.; FURTADO, M. S. V. Manual para elaboração de monografias e projetos de pesquisa. 3. ed. Montes Claros: Ed. Unimontes, 2002. FRANÇA, J. L.; VASCONCELLOS, A. C. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8. ed. rev. Belo Horizontes: Editora UFMG, 2009. LEOPARDI, M. T. et al. Metodologia da pesquisa na saúde. Santa Maria: Pallotti, 2001. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MIGUEL, Paulo Augusto Cauchick (Coord). Metodologia da Pesquisa em Engenharia de Produção e Gestão de Operações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier: ABEPRO, 2012. MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis: Vozes, 1995. NOGUEIRA, Oracy. Pesquisa social: introdução às suas técnicas. São Paulo: EDUSP, 1968. OLIVEIRA, N. A. Contextualizando o grupo focal: técnica de coleta de dados em pesquisa qualitativa. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17, 2008, Pelotas/RS. Conhecimento sem Fronteiras. Pelotas/RS: Editora UFPEL, 2008. Disponível em: < http://www.ufpel.edu.br/cic/2008/cd/pages/pdf/CS/CS_01573.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2012. SALVADOR, A. D. Métodos e Teoria de Pesquisa Bibliográfica. Porto Alegre: Editora Sulina, 1986.

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VIEIRA, Sonia. Como escrever uma tese. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. VIEIRA, Sonia; HOSSNE, William Saad. Metodologia científica para a área de saúde. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.