manual - os vestÍgios

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Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS VESTGIOSOs sinais, manchas ou traos do crime deixados pelo homem, por um animal oupor umobjecto, quedesignamospor vestgios, vopermitir aoinvestigador, atravs de raciocnios lgicos e recorrendo a meios tcnicos e cientficos apropriados, tirar conclusesarespeitodocrimeedoseuautor, estabelecendo para tal particularidades na sua execuo.Vestgio toda a modificao fsica ou psquica provocada por conduta humana, de aco ou omisso, que permita tirar concluses quanto aos factos que a causou.Nesta acepo entram em linha de conta os vestgios psquicos que tambm interessamInvestigaoCriminal. Contudo, facesuaespecificidadecientfica no osiremos abordartalcomono iremosaprofundarosdomniosda Polcia Cientfica. Ficar-nos-emos apenas pelosprincpiosquedevemorientar a tcnica policialnuma investigao ( precaues quanto aos vestgios, indicaes queos vestgios possuem... ), ouseja, as regras elementares quetodos os militares da Guarda na sua actividade investigatria devem saber.Um dosmomentos cruciais de umainvestigao o do primeiro contacto com o local do crime, pois, aqui que, em princpio, se encontra a maior parte dos vestgios que podem indiciar no sentido de provar como ocorreram os factos.Podemos ento estruturar o porqu da importnciados vestgios:NPermitem uma anlise cuidada da realidade material:-Informam como decorreu o facto - Esclarecem quanto ao mbil do crime - Fornecem elementos do autorNPermitem uma reconstituio do crime;NPermitem ainda uma interpretao recorrendo a mtodos cientficos.Aprocuraeselecodevestgiosdeveser cuidadosaeatenta, vistoque estespodemaparecer aoinvestigadordeumaformaenganosa, queratravsda colocao no local do crime de vestgios com o intuito de iludir a aco investigatria, quer devidoaumaminterpretaodoprpriomilitar ouainda aquelesvestgiosquemaistardesoconfirmadoscomoseminteresseparaa investigao do caso em concreto.1Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Esteconjuntodevestgiossodesignadosporfalsosvestgios, sendoos primeiros considerados comovestgios simuladose os outros comopseudo-vestgios." Entre o autor e o local h sempre troca de elementos." LOCARDEste famoso princpio de Locard aponta-nos para o cuidado que devemos ter ao entrar no local do crime, pois, obrigatoriamente o vamos transformar e o outro que o autor levou elementos do crime ( do local, da vtima, ... ) e deixou marcas e elementos suas.Como se depreende a inspeco ao local do crime deve ser feita com mtodo e com muito cuidado para que a nsia pela procura de vestgios no seja geradora de uma aco inadvertida ou impensada que provoque a destruio de vestgios j identificados e sinalizados ou de outros por identificar.Quanto aos elementos deixados peloautor nolocal docrime anossa investigao deve incidir na procura constante para encontrar as outras peas do "puzzle " que ainda podem estar na posse deste e assim solucionar o caso.TRATAMENTO DOS VESTGIOSComo j se disse na fase de inspeco ao local do crime que se materializa grande parte da investigao, como tal, no que concerne aos vestgios, devemos seguir o seguinte mtodo no seu tratamento:O - Tarefas imediatas:EDefinio do espao fisico;EVedar o local do crime e acessos;E Garantir segurana;E Fotografia Geral;O - Pesquisa - da responsabilidade do pessoal de investigao:E Identificao;E Localizao;E Sinalizao ;E Fotografia de pormenor;E Preservao.O - Recolha - da responsabilidade do pessoal da investigao:2Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS E Conservao;E Transporte.O - Apreciao - da responsabilidade do pessoal tcnico, os peritos:E Interpretao tcnica ( LPC ... ).Faceaoperigoqueaactuaopolicial encerra, nomeadamentenocasoda Investigao Criminal ( na inspeco ao local do crime, na recolha de vestgios, na inspecoaocadver, nasbuscas, nasrevistas... )ecomogrupoderiscoque somos nas doenas infecto-contagiosas, indica-se quais os cuidados a ter, principalmente no manuseamento e contacto com produtos biolgicos:- Usar sempre luvas ( tipo cirurgio );- Evitar movimentos bruscos com esses produtos, nomeadamente salpicar;- Evitar qualquer tipo de ferimento provocado por instrumentos que tiveram ou esto em contacto com produtos biolgicos;- Aps qualquer contacto ou manuseamento, no final, lavar e desinfectar as mos;- Em caso de conspurcao da roupa/farda, aplicar lcool a 40 graus;- Utilizar sempre que possvel material descartvel.Este conjunto de cuidados destina-se essencialmente a prevenir infeces acidentais a quem manuseia e contacta directamente com produtos biolgicos, ou outros, que possam provocar SIDA, Hepatite B ...Nesta fase do tratamento dos vestgios, enquadrada na inspeco ao local do crime, torna-se necessrio retratar a cena na forma como foi encontrada. Para isso recorre-se Fotografia e ao Croquis do local, dos vestgios encontrados, da vtima, etc., de maneira a que possa ficar registado a forma como se encontrava a situao para posterior anlise, no s do investigador como tambm dos peritos na fase de interpretao e da prpria autoridade judiciria.OsvestgiosenviadosparaoLPC, devemsempreindicar quaisosquesitos concretosquepretendemosquesejamrespondidossendoessencial quesejam acompanhados por um relatrio escrito pormenorizado e o croquis.Decorrente da inspeco ao local do crime devemos fazer:3Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS FOTOGRAFIAAfotografia tempor objectivo a fixao do espao antes de qualquer alterao.Assim, temos:F Fotografia geral - para enquadrar o local, devendo ser tirada em:- ngulos opostos;- altura dos olhos;- Com vista superior.FFotografia de pormenor- tirada a todos os vestgios,enquadrada anteriormente e relacionada com a fotografia geral da seguinte forma:- Na vertical, pois reduz deformaes;- Com pontos de referncia;- Com pr sinalizao ( contraste );- Com objecto a servir de escala ( por exemplo rgua, caneta Bic, etc. ).Sempre que o investigador tenha necessidade de raciocinar com base nos elementos encontrados, com a posio da vtima, com a localizao de determinado objecto, etc., a fotografia permite-o de uma forma insubstituvel, pelo que essencial inserir na equipa que se desloca ao local do crime um elemento equipado e preparado tecnicamente para esta misso, que em coordenao com o chefe da investigao executa as fotografias julgadas necessrias.CROQUISRepresenta a reproduo grfica do conjunto da cena do crime, com definiodasdistnciasaqueseencontramosvrioselementosdeinteresse, designadamente vestgios e vtima ( quando exista ).O croquis deve ser elaborado no local do crime sendo mais tarde aperfeioado no Posto e numa escala adequada.Osvestgios encontrados nolocal docrimepodemser referenciados de diversasmaneiras. Todosessesmtodoscorrespondemreferenciaodeuma determinadadistnciaentreovestgioeumpontofixodolocal. Seopontode referncia for mvel pode perfeitamente acontecer que aquando da reconstituio o mesmo esteja noutro ponto, ou ento, j no se encontre no local.4Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS O local do crime deve ser designado por uma letra maiscula ( ex: A ) e os vestgios pela letra correspondente ao local e por um nmero ( ex: A1, A2 ... ) com a respectiva legenda.Quanto s tcnicas de referenciao destacamos duas (vide exemplo de croquis):FMtodo da TRIANGULAO:Como o prprio nome indica utilizado um tringulo para fixar a localizao de um elemento (objecto movvel). O vrtice ou ponta do tringulo sempre o objecto movvel enquanto que os vrtices dos dois ngulos que formam a base so objectos (pontos) permanentes ou semi-permanentes. Objecto movvel * Eixo de uma roda * Cabea da vtima Base do tringulo Objecto permanente Objecto permanente ou semi-permanente ou semi-permanente* Poste de iluminao* rvore* Poste telefnico* Esquina de edifcio Escolhem-seduasrefernciaspermanentesousemi-permanentes(postede iluminao, esquina de um edifcio, rvore, etc.,),como pontos base do tringulo. E para que afixao sejaperfeita, escolhem-sedois pontos no objecto quese pretende localizar;estes pontos devem ser facilmente identificveis, normalmente os extremos do objecto, a cabea, as mos ou os ps duma vtima.Logo que os pontos base e os vrtices dos tringulos tenham sido seleccionados, procede-se s medies a partir de cada um dos pontos base para os pontos escolhidos no objecto.Com oque acabmos de afirmar,poder pensar-se queestamos perante alguma contradiorelativamente quilo que afirmmos e figura apresentada no 5Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS 1 pargrafo. Mas, comopassaremosamostrar, umstringuloapenasno suficiente para fixar fielmente a localizao de um objecto, podendo a sua posio inicial ser alterada sem alterao das medidas do tringulo.Sendoassimevidenteanecessidadedepelomenosmaisumtringulo, tornando-se impossveldeslocar o objecto, neste caso um cadver, sem alterao das medidas efectuadas.Poder perguntar-se para qu o esforo de uma triangulao se bastavam apenas duas medies de quaisquer dois pontos fixos para dois pontos do objecto cuja posio se pretenda fixar? Mas observandoa figura seguintepodemos verificar que possvel alterar a posio do objecto representado (vtima), sem modificar ambas as medidas.6Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Explicao: os dois arcos representam as distncias medidas dos pontos de referncia aos pontos escolhidos na vtima e enquanto estes dois pontos da vtima estiverem sobre os arcos respectivos, as medidas iniciais permanecem, embora a posio da vtima possa seralterada.Com estes exemplos facilmente se verifica o quanto , praticamente impossvel, numa reconstituio que, por vezes, tem lugar meses e at mesmo anos aps a ocorrncia do facto, ter a certeza de que a posio do elemento probatrio era esta ou aquela, principalmente seno sedispede fotografias, o que frequente acontecer.Como exemplo observe-se a aplicao do mtodo da triangulao relativa a um crime de homicdio:FMtodo das COORDENADAS:Estemtodofuncionadeformaidnticatcnicadelocalizaodepontos numa carta topogrfica. Assim efectuam-se medies na perpendicular em relao a uma "linha base" tambm chamada"linha de referncia".Este mtodoexige apenas um s "ponto bsico" ou "ponto de referncia", e a sua utilizao mais indicada emespaos abertos, campos, estradas, etc., 7Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS podendo ser tambm utilizado em residncias, embora nestes casos seja de preferir o mtodo da triangulao por ser mais fcil de executar.Para a utilizao deste mtodo, selecciona-se um ponto de referncia fixo ou semi-permanente assim como a respectiva linha base que por ele passa. Este ponto derefernciaconstitui ocentroapartir doqual soobtidastodasasmedidas necessrias localizao de um ou mais objectos movveis.Vejamos o exemplo que se segue:Podemos tomar como "pontos de referncia" a esquina (A) do prdio ou o sinal do R.C.E. (F) e como "linhas de referncia", as paredes dos prdios paralelas ao eixo da via e o lancil ou rebordo do passeio onde o sinal est implantado.A fixao da posio da vtima faz-se atravs das medidas dos seguintes segmentos de recta:-ABeBEparasituar o p esquerdo;- AC e CD para situar a cabea; ou - FB e BE - FC e CE Legenda: A - Esquina do prdioF - Sinal do R.C.E.Pontos Bsicosou de refernciaBBe CC - Pontos de interseco das linhas de referncia e das perpendicularesED - Pontos da vtima que interessa situarNota: Podero ser escolhidos, para alm destes, todos os que se queiram, ex.: joelho direito e moesquerda da vtima, etc.Representa-seemseguida, comoexemplo, umcroquisdeumacenade crime que ocorreu numa dependncia de uma habitao ( sala A ) utilizando para tal ummtodo MISTO, isto , a utilizao de ambos os mtodos anteriormente referidos:8Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Tudo o que se acabou de explicar refere-se apenas e s aplicao dos dois mtodos na referenciaodeobjectos movveis existentes numdeterminado espao ( local do crime ). Por isso, temo-nos limitado a representar a sala do crime semquaisquer outrossinaisparticulares, designadamentenasparedes, tomando entoo"croquis" aformadesimplestraosgeomtricos. Quandonasparedes existem quaisquer particularidades que se julgue provenientes da actividade criminosa, devemosmesmos ser devidamenteassinalados, passandoentoo "croquis" a obedecer a outra modalidade de maior complexidade. Nessa modalidade elabora-seo"croquis"completodocho, dasquatroparedesedoprpriotecto, utilizando o esquema de Kenyers que compreende cinco ou seis partes, a saber:* O centro ( soalho );* Levantamento das 4 paredes;* O tecto, em continuaodumadas paredes.Na parte central fixam-se os mveis pela mesma forma representada anteriormente; nas paredes desenham-se geometricamenteas portas ejanelas e qualquer mvelque junto a elas se encontre; no tecto os candeeiros e/ou outros objectossuspensos/embutidos. Todasasindicaesteispoderoser anotadas, assim como as distncias de referncia.Observe-se ento o seguinte exemplo:9Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Numa sequncia lgica, a pesquisa e recolha de vestgios acontece assim:10Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS NOTCIA DO CRIME-DEFINIO DO ESPAO FISICO-ISOLAR O LOCAL- u ==FOTOGRAFIA GERAL E CROQUIS- --IDENTIFICAO DOS VESTGIOS-LOCALIZAO DOS VESTGIOS- --SINALIZAO DE VESTGIOS- - u= = = =FOTOGRAFIA DE PORMENOR DE VESTGIOS - - -PRESERVAO/RECOLHA DE VESTGIOS - - -TRANSPORTE DE VESTGIOS - -INTERPRETAO DE VESTGIOS= EXAMES PERICIAIS- - - == PROVACLASSIFICAO DOS VESTGIOS11Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Nadefiniodevestgio, jreferimosquepodeser psicolgicooumaterial, sendoesteltimotipoaquelequevamosescalpelizar quantosualocalizao, identificao, preservao e recolha, no entrando nos aspectos tcnicos que sero da competncia dos peritos, nomeadamente do LPC.Assim, os vestgios so classificados:QUANTOao LOCAL( onde devem ser procurados )* No local do crime* Nos acessos ao local do crime* No ofendido ( Ferido / Morto )* No autor do acto* Nos instrumentos do crimeQUANTO NATUREZA( no fundo o seu tipo )BIOLGICOS* Sangue, Suor, Urina ...* Esperma, Secreo Vaginal ...* Pelos, Cabelos, Unhas ...NO BIOLGICOS* Rastos, Pegadas ...* Vidros ...*Instrumentos,Rasuras Mecnicas VESTGIOS BIOLGICOSPodemser deextremaimportnciaparaadefiniodoautor atravsda relao entre ele com o local, com a vtima e em simultneo, entre todos.Sempre que determinado facto evidenciaapresena devestgios desta natureza, devem os mesmos ser procurados com especial ateno e, se descobertos, enviados ao LPC para posterior exame pericial..Os vestgios biolgicos so vrios e vamos apenas abordar genericamente aqueles que so consideradosmais importantes.12Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS SANGUE frequente encontrar-se sangue em cenas de crime que envolvam violncia ( ex: homicdio, ofensas corporais, aborto, etc. ) e atravs da sua descoberta, forma, quantidade e situao, podemos compreender o que se passou no local e chegar ao presumvel autor.Como do nosso conhecimento, a cincia mdica classifica o sangue segundoasuacomposiobiolgicaemgrupossanguneos. Assim, osangue uma caracterstica invarivel do indivduo desde que nasce at sua morte.Genericamente, a classificao no sistema ABO a seguinte:GruposABABOReceptor UniversalDador UniversalOutro aspecto importanterelacionado com osangue o caracter secretor. Resumidamente, podemos dizer que so secretores os indivduos que expelem nas substncias orgnicas antignios e no secretores aqueles que no expelem.ONo secretoresABSecretores ( 80% )ABComo se depreende, o carcter secretor da matria orgnica humana de extrema importncia, porque pode permitir a identificao do autor atravs do grupo sanguneo.Um vestgio de sangue encontrado no local do crime importante, visto poder determinar:FA espcie animal;F O grupo sanguneo;F O DNA ( impresses digitais genticas );F O sentido da marcha;F O teor de lcool ;F Anlises toxicolgicas.Ento, sempre que se esteja na presena de manchas que se suspeitam ser de sangue, devem ser enviados aoLPCe questionar sobre o seguinte:13Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Origem hemtica ?Sangue humano ? Grupo sanguneo ?A descoberta de manchas de sangue nacenadocrime nem sempre fcil, porque pode ter havido o cuidado por parte do criminoso de ocultar os vestgios, os instrumentos... doacto, peloqueserdeextremaimportnciaumaminuciosa inspeco ao local. Osangue, ou melhor, o que pode restar dele, deve ser procurado com todo o cuidado: No cho, cortinados ... Mveis ... Tapetes, carpetes ... Toalhas, lenos, roupas ... Facas, canivetes ...ento, muitofrequente, existir sanguenolocal dofacto, quer esteseja acidente, suicdio, crime de ofensas corporais, crime de violao, crime de aborto S que a sua identificao pode-se tornar difcil se o sangue no tiver fresco ou se se encontrar misturado noutra substncia, pelo que se evidencia os aspectos mais comuns que pode apresentar nessas situaes:Em fundo claro - de fcil identificao face ao contraste da cor do sangue que vai da cor mais ou menos avermelhada quando fresco ( recente ), at cor castanha( parecendoborrasdecaf) quandoseco. De referir que a "idade" do sangue pode ser identificada, isto , saber-se quanto tempo est aquele vestgio exposto ao ar, quer pela cor quer pelo seu grau de solubilidade.Em fundo escuro- dedifcil identificao, nomeadamenteemfundosescurose absorventes, comopor exemplonaterra. Umdosmtodosde identificao, neste caso, o aspecto fendilhado que pode apresentar, dando impresso de pequenas escamas que podem brilhar desdequeolocal sejaescurecidoeiluminadocomum feixe de luz oblquo emrelao rea manchada como observador colocado do lado oposto ao da luz. Outra situao a de manchas de sangue emtecido escuro que podemser 14Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS denunciadas pelo brilho, incidindo, nesse caso, uma luz razante. Dereferir queemtecidosescuros, espessos, vermelhos, com desenhos, so de difcil identificao, pelo que, mesmo em caso de dvida deve ser enviado para o LPC. Misturado com outras substncias-seporsi prprionemsemprefcil de encontrar, quando misturado mais difcil ser, o que obriga a uma pesquisa ainda mais rigorosa. A mistura traduzir-se- na diluio, oqueprovocaadiminuiodeintensidadedacor, alteraro aspecto caracterstico das substncias a que esteja sujeito, como por exemplocomesperma, secreesbrnquicas, nasais, etc., bem como com outras substncias no biolgicas, por exemplo vaselina, ferrugem , etc.Que se podem confundir-as manchas de sangue podem ser confundidas com outras existentes no local do crime, donde se salienta as manchas de ferrugem. Estas, embora por vezes parecidas na cor, sonoentantorugosasesembrilho, faltando-lhesoaspecto rendilhado das manchas de sangue.Emobjectos lavados-comumolocal docrime, os instrumentos eoutros materiais utilizados na preparao e consumao do acto, nomeadamente no crime de homicdio, serem lavados na tentativadadestruiodosvestgiosdeixados. Masestefacto no impede que desapaream na totalidade, sendo disto exemplo:- Faca, navalha, tesoura ... , quetendosidolavada, sendo desmanchada e analisados os seus elementos em laboratrio, encontrar-se ainda nas cavidades restos de sangue;-Umpanobrancosujodesanguemesmodepoisdelavado, pode apresentar uma cor ligeiramente amarelada nesta zona;- O coto existente nas frinchas do sobrado ...Refira-sequeasmulheresnestaoperaosomaiscuidadosasemuito superiores aos homens, mas nem todas as manchas de sangue sero lavadas por mulheres e sendo-o, mesmo assim algo de denunciante pode ficar. Tambm nas prprias mos do criminoso, mesmo depoisde lavadas, podem ficar vestgios de sangue por baixo das unhas e nos sulcos da pele que as contorna.Outro aspecto importante prende-se coma forma e a disposio das manchas de sangue. A diversidade das suas formas de apresentao representam 15Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS elemento excelente de interpretao para o investigador durante o exame ao local do crime. Destas, apenas exemplificamos as seguintes: Determinao do sentido de marcha:Gotadesanguevertidadeuma ferida fixa situada a pequena distncia do solo. A mesma ferida mas a uma maior distncia do solo o que provoca um permetro irregularPor fim, erelacionadocomestevestgio, vamosabordar astcnicasde recolhadesangueparaser posteriormenteanalisadonoLPC, utilizandoparao efeito o seguinte material de colheita, de preferncia esterilizado e descartvel: Luvas Pipeta plstica descartvel para grandes pores de sangue fresco; (a) Pinas; Tesouras; Faca ou bisturi; Quadrados de tecido 100% algodo (suporte auxiliar de vestgios).16Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS a)A pipeta enviada para o LPC, o mais rapidamente possvel, mantendo uma conservao entre 0 C e 4 C.Esta tcnica pouco aconselhvel devido precaridade de meios. SITUAO do SANGUE MEIO de RECOLHAGRANDES PORES DE SANGUE AINDA FRESCO* Utlizar suporte auxiliar de vestgios;* Deixar secar temperatura ambiente;* Colocar em envelope de papel ou celofane;* Etiquetar.VESTGIOS DE SANGUE EM MATRIAS ABSORVENTES* Recolher ou recortar;* Secar temperatura ambiente;*Acondicionaraspeasseparadamenteem enlopes de papel ou celofane;* Etiquetar.SITUAO do SANGUE MEIO de RECOLHAVESTGIOS DE SANGUE COAGULADO (EM SUPORTES TRANSPORTVEIS)* Deix-los secar temperatura ambiente;* Acondicionar emenvelopesdepapel ou celofane;* Etiquetar.VESTGIOSDESANGUESECOSOBAFORMADE MANCHA E PEQUENOS SALPICOS (EM SUPORTES * Remover com suporte auxiliar de vestgios embebido em gua limpa (destilada) mas nomolhado eomais 17Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS DE VESTGIOS NO TRANSPORTVEIS, NOMEADAMENTE PAREDES E SOALHOS)concentrado possvel);* Deixar secar temperatura ambiente;*Acondicionar emenvelope de papel ou celofane;* Etiquetar.VESTGIOS DE SANGUE EM SUPORTE ORGNICO* Utilizar suporte auxiliar de vestgios;* Actuar com rapidez;* Deixar secar temperatura ambiente;*Acondicionar emenvelope de papel ou celofane;* Etiquetar.VESTGIOS DE SANGUE NA TERRA*ENCROSTADOSRetirar as crostas com canivete ou esptula, acondicionar em envelopesdepapel ou celofane e etiquetar;*EMBEBIDOS-Deixar secar, acondicionar emenvelopesdepapel ou celofane e etiquetar;SITUAO do SANGUE MEIO de RECOLHAPEASDEVESTURIOENSANGUENTADAS E HMIDAS*Sempre que possvel deixar secar e acondicionar separadamente em envelopes de papel;*Em alternativa,recortar uma zona manchada, deixar secar temperatura ambiente, acondicionar em envelope de papel,etiquetar e enviar separadamente da pea de vesturio respectiva.18Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS CONSIDERAES ESPECIAIS:Para a anlise de sangue necessrio:-Amostrarefernciadavtima: zaragatoabucal, sangueouseiscabeloscom raiz;-Amostra referncia do(s) suspeito(s): zaragatoa bucal, sangue ou seis cabelos com raz.LIMITAES NA ANLISE DO SANGUE:CIENTFICAS- Determinao da raa de um indviduo;- Determinao da idade de uma mancha hemtica.LEGAIS- Bases de dados de perfis de criminosos.ESPERMAAnalisemos agoraofludocorporal esperma, enquantovestgio, dadaasua importncia nos crimes de natureza sexual.Informaes que se podem obter pela anlise do esperma:1. Identificao de manchas como sendo ou no esperma;2. Discriminao do tipo de secretor (caso o suspeito o seja);3. DNA (desde que seja conhecido o suspeito);1. Identificao de manchas como sendo ou no esperma 19Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS S excepcionalmente, ao contrrio do que sucede com o sangue, se detectam as manchas de esperma fresco. Nos crimes contra a liberdade e autodeterminao sexual frequente localizar manchas secas, cujo aspecto varia com a natureza do respectivo suporte. Sobre roupas, aparece com um aspecto que faz lembrar a baba de caracol, dando ao tecido uma textura semelhante ao pano gomado, ou formam-se escamas de aspecto brilhante quando sobre a pele ou em roupa no absorvente.2. Discriminao do tipo de secretor (caso o suspeito o seja) Caso o materialesteja em boas condies, possvelde determinar o tipo de secretor. Sabe-se que cerca de 80% dos indviduos segrega nos fludos corporais, componentes idnticosaosquetemnosangue. Assim, sersecretor Asese detectar oAntignioA, Bsefor oAnignioBesenosedetectar nenhum Antignio, ser um indivduo do grupo O ou pertencer aos 20% de no secretores. AstcnicasqueoLPCutilizanessescasossoidnticassdosangue, com pequenas alteraes. Tais exames tornam-se importantes para a investigao criminal, uma vez que permitem determinar o grupo sanguneo, se o indviduo for secretor.3. DNA (Desde que seja conhecido o suspeito) possvelefectuaranlises de DNA em vestgios de esperma,inclusivamente com resultados muito mais rigorosos e at conclusivos, caso exista um suspeito.TCNICAS DE RECOLHAA procura de vestgios de esperma deve incidir nas roupas ntimas, em lenos, lenis, toalhas, carpetes, paraalmdeoutroslocaisespecficosondeocrime tenha sido cometido, desde que tenha sido possvel efectuar uma inspeco judiciria.Relativamente a estes vestgios o procedimento deve ser o seguinte:- Deixar secar temperatura ambiente;- Acondicionar as diferentes peas de vesturio separadamente em envelopes de papel ou celofane;- Etiquetar;- No corpo humano dever ser sempre consultado um mdico legista.20Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS CONSIDERAES ESPECIAIS- Deveter-seanooqueestasamostrasdeveroser colhidastorpido quanto possvel;- Relativamente vtima devem obter-se as seguintes amostras;1. Zaragatoa bucal, sangue lquido (ou mancha em suporte auxiliar de vestgios), ou seis cabelos com raz;2. Zaragatoas vaginais (secas antes de embalar);3. Roupas da vtima e outras relacionadas com o prprio localonde ocorreu o crime.- Relativamente ao suspeito devem obter-se as seguintes amostras:1. Roupas;2. Zaragatoa bucal, sangue lquido (ou mancha em suporte auxiliar de vestgio), ou seis cabelos com raz.SALIVATrata-se de um vestgio com algum interesse para a Investigao Criminal, em funo do quadro que presente aos investigadores, podendo ser recolhido aquando da inspeco ao local do crime.Pode-seencontrar aderidaemdiversossuportestaiscomo: envelopes, selos, pontas de cigarro, copos, lenos de assoar, garrafas, talheres, pastilhas elsticas, invlucros de estupefacientes, corpo humano associado a leses de mordeduras.Estes materiais devem ser devidamente acondicionados e enviados ao LPC.Relativamenteavestgiosdesalivaexistentesnocorpohumano, somdico legista deve efectuar a sua recolha, semelhana do que se passa com o smen.Nocasodesalivalquida, aamostrasdeveser recolhidaemantidanesse estado, casosejapossvel entregar noLPC, numperodoquenoexcedaduas horas.Para efectuar a colheita de uma amostra de saliva deve-se proceder da seguinte forma:21Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS - De preferncia deve ser recolhida com zaragatoa bucal;- Colocar luvas;- Abrir invlucro sem tocar na extremidade utilizada na colheita;- Solicitar ao indviduo submetido a exame que introduza a zaragatoa bucal na boca e que raspe a extremidade serrilhada na mucosa bucal do lado esquerdo e direito;- Deixar secar temperatura ambiente;- Acondicionar em envelope de papel ou celofane;- Etiquetar.Existe a ideia de uma profunda evoluo cientfica que, aplicada s anlises a vestgios biolgicos, vemproporcionandoexcelentes resultados naInvestigao Criminal. Contudo, nem sempre possvel conseguir todas as respostas desejadas. No que respeita aos fludos corporais existem as seguintes limitaes:AQuandooespermaseencontramisturadocomurina, sangueoumuco vaginal da vtima;BApresenadecinzamisturadacomaspontasdecigarropodealterar os resultados, pelo que uma tcnica de recolha correcta, implica embalar, separadamente, as diferentes pontas de cigarro;C Quando os fludos corporais pertencema indivduos chamados fracos secretores, nem sempre se conseguem obter resultados suficientemente conclusivos.PELOS E CABELOSSo vestgios biolgicos de grande importncia para a Investigao Criminal uma vezque permitem um nmeroconsidervel de respostas,muitasvezesdecisivas para a descoberta da verdade material dos factos.Numa primeira observao deve ter-se em conta o aspectogeraldo cabelo, a cor, a ondulao, o tamanho, a espessura, etc.Microscopicamentepossvel examinar araz, apontaeastrspartesque constituem um cabelo:a) Cutcula Formada por clulas planas, dispostas como as telhas de telhado, cujas pontas esto dirigidas para a extremidade do plo;22Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS b) Zonacortical Constituidapor clulaspiriformes. Estazonadoplode primordial interesse visto ser a que se localiza o pigmento, o qual, por si s e muitas vezes, suficiente para diferenciar o plo;c) Medula Varivel de espcie para espcie, permitindo assim o seu diagnsticod) Medula Varivel de espcie para espcie, permitindo assim o seu diagnsticoCutculaZona cortical ( onde se localiza o pigmento que diferencia o plo )Medula( atravs do ndice medular que sedetermina a espcie animal )Informaes que se podem obter pela observao do cabelo1. EspcieanimalObservando-semicroscopicamenteamedula, verifica-se queseestafor estreitaeinterrompida, oumesmonocasodenoexistir, estamosempresenadeumcabelohumano. Seamedulafor grossa contnua trata-se de um plo animal.2. Indviduodentrodaespcie Seccionadoumcabelo, seessasecofor circular, trata-se de um indviduo de raa amarela, se a seco for levemente oval, trata-se de um indviduo de raa branca, se a seco for acentuadamenteoval, trata-sedeumindivduoderaanegraouderaa branca mas com o cabelo muito encaracolado.3. Substncias txicas Certos venenos, nomeadamente os mais persistentes, apresentam resduos no cabelo, principalmente na raz, permitindo determinar o seu tipo e composio.4. DNA Este tipo de anlise, permite definir a individualidade biolgica, levando a resultados conclusivos quanto identificao de um determinado indivduo, desde que exista um suspeito.23Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Para alm de todas estas determinaes, tambm j possvel em certos pases, que no em Portugal, saber-se o sexo e a idade a partir de anlises a um cabelo, havendoalgunscientistasquedefendemser possvel, acurtoprazo, obterem-se ainda mais respostas, uma vez que o cabelo contm toda a informao gentica de um indviduo.Tcnicas de recolhaOs plos ou cabelos devero ser recolhidos com a raz intacta. S desta forma ser possvel fazer a leitura de DNA, visto as tcnicas actuais apenas incidirem no DNA nuclear e no no DNA mitocondrial, embora se preveja a anlise deste a mdio prazo. Depoisderecolhidos, devemser colocados emenvelopedecelofane, devidamenteetiquetadoseenviadosparaoLPCparaanlisesendonecessrio para efeitos de comparao o seguinte:- Amostra da vtima: zaragatoa bucal, sangue, ou seis cabelos com raz;- Amostra do(s) suspeito(s): zaragatoa bucal, sangue, ou seis cabelos com raz.URINAEste vestgio permite determinar situaes de intoxicao, reaco de gravidez e ingesto de lcool, apresentando uma colorao amarelada, de contornos indefinidos, que no goma o tecido, devendo recolher-se o suporte onde os vestgios se encontram, que depois ser correctamente acondicionado.MUCOSIDADE NASALAtravs da anlise s poeiras sedimentares eventualmente existentes nas fossas nasaisdavtima, poder, emcertascircunstncias, esclarecer olocal ondese praticou o crime, como por exemplo um cadver que tenha sido encontrado, sem qualquer identificao,onde se detectounas fossas nasais p de tijolo, pode ser decisivo para estabelecer a ligao com uma fbrica de tijolos existente a alguns Kms do local, podendo a vtima e mesmo o autor virem a ser identificados por essa via, havendoatapossibilidadedocrimeseter dadonafbricaounassuas imediaes, tendo o corpo sido transportado, posteriormente, para o local onde foi encontrado.Apesar de bvio, no demais referir, que todas as recolhas de vestgios que impliquemcompetncia mdica,caso das recolhas de sangue, zaragatoas vaginais, entreoutras, nodevemserefectuadaspelosinvestigadores, por no terem o domnio das tcnicas especficas para o fazer correctamente.24Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Dos diversos vestgios biolgicos estudados, para constiturem prova, requerem parecer doLPC.. Paraissoaembalagemeenviodevestgiosbiolgicosdeve obedecer aos seguintes requisitos:- Por serem alterveis evitar o seu armazenamento prolongado;- Para evitar alteraes devem secar-se as amostras;- Acondicionar as diferentes peas individualmente;- Proteger as zonas do suporte que apresentam vestgios;- Utilizar contentores que garantam renovao do ar;- No utilizar sacos de plstico para acondicionar os vestgios;- Devem ser acompanhados com pedido de exame, que deve ser formulado, atendendo aos seguintes pontos: Depoimento breve mas completo do caso; Referncias feitas pelo suspeito quanto provenincia do sangue; Possvel presena de sangue animal; Condies adversas ou fontes de contaminao; Se as manchas foram submetidas a lavagem;Informaoconcretasobreoestadodesadedavtimaoudo suspeito:- Tuberculose, doenas venreas, Hepatite B, Sida, etc.DNAAs caractersticas genticas de um indviduo esto bem expressas no momento do nascimento e so imutveis ao longo da vida.Almdisso, estascaractersticasbemdefinidaseestudadasnosangue, so nicas, no seu conjunto, para cada indivduo, caracterizando deste modo a IndividualidadeBiolgica. Significa isto que, uma amostra de sangue ao ser analizada, determina os grupos sanguneos que, no seu conjunto, constituem as caractersticas genticas definidoras da individualidade biolgica. Na perspectiva da Hemogentica Forense e da Investigao Criminal tudo se resume a uma palavra Identificao.At h bem pouco tempo os vestgios dactiloscpicos (impresses digitais) eram a nica e mais importante prova de que o potencial autor de qualquer acto criminoso 25Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS teria estado em determinado local. Com o desenvolvimento das tcnicas relacionadas coma biologia gentica, hoje possvel comparar amostras de material gentico de suspeitos com vestgios biolgicos encontrados nos locais dos crimes e, assim, conseguir saber se determinado indivduo ter ou no estado em certo locale ainda relacionar este resultado com outras condicionantes do crime, por forma a saber se este foi ou no o autor do acto criminoso. A fiabilidade destes comparativosrelativamenteaoseuvalor probatrioidnticaaumaimpresso digital encontrada no local do crime.Contudo, a inexistncia deumabasede dadosondeconstasse oDNAFinger Print de, pelo menos, todos os indivduos com antecedentes criminais ou policiais, seria de grande utilidade para o trabalho de Investigao Criminal, por se tratar de uma tcnica de irrefutvel valor como forma cientfica e legal. bvio que tal s seria possvel ajustando a legislao sobre o controlo de bases de dados a esta tcnica, por forma a assegurar direitos, liberdades e garantias do cidado, constitucionalmente consagrados.ODNAFinger Print hoje, devidocientificidadeevalidadedosprocessos utilizados, perfeitamente aceite como meio de prova material, apenas podendo ser postoemcausa, nopelavalidadedoexameemsi, maspelaformacomoos vestgios foram recolhidos oupelos locais onde os mesmos foram recolhidos. Da a grandeimportncianoprocessodesensibilizaodosinvestigadoresparauma cada vez mais rigorosa aplicao das tcnicas de recolha dos vestgios. Por fim e terminandoestesub-captulodedicadoaoDNA, apresentamos afiguraquese segue, que ilustra bem o processo de comparao efectuado no LPC.Como se pode facilmente verificar, a amostra de sangue corresponde ao suspeito 2, permitindo uma identificao pela positiva. esta irrefutabiliade que se tornou j umauxiliar da investigao criminal no seu esforo constante pela descoberta da verdade.26Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS VESTGIOS NO BIOLGICOSTalcomo nos anteriores, tambm os vestgios no biolgicos so de extrema importncia para a determinao do autor emconexo comoacto, podendo encontrar-se nas aces de preparao, no acto em si prprio, nos instrumentos ...Vamos agora abordar, de uma forma genrica, alguns vestgios no biolgicos quepodemser encontradosnolocal docrimeeosprocedimentosatomar pelo militar da Guarda nos diversos casos.PEGADASEste tipo de vestgios podemser produzidos por ps nus, ou por ps calados. Os ps calados sero os que estiveremcobertos commeias ou com calado: botas, sapatos, pantufas, sandlias, chinelos, tamancos, chancas, etc., ou com meias e com calado ao mesmo tempo, como normal. Quando se apresentemisoladas, podemas pegadas contribuir para a identificao, mas quandoemsrie,podemtambmdenunciarosmovimentos feitos e ataformacomoforamfeitos (direco da marcha, comprimentodo passo, tamanho do p, etc. ).Os vestgios depnu, deixamoseucontorno, marcas decalosidades, cicatrizes, etc.Por outro lado os vestgios de p com calado deixam perceber se o calado novo, usado, muito usado, roto ou consertado; se quem o usa gasta o salto, a biqueira ou a borda interna ou externa;o desenho do salto, sobretudo quando este seja de borracha, a falta de pregos ou de parafusos protectores dos saltos oudasbiqueiras; etc. Tudoistoajudaaidentificar umasriedepegadasque 27Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS quandoemquantidadeebemestudadaspodemservir paraseconhecer por exemplo: de onde veio para onde foi; se parou no caminho; se vinha leve; se saiu carregado; se saltou; se correu, etc.Tipos de pegadas:Impressas-podemaparecer empavimentoslisosepolidosouaindaonde sobreeleshajasangue, lama, tinta, verniz, etc., deixadospor ps nus ou calados;Moldadas-podemaparecer emsubstnciasmoldveisouplsticas, como lama, terra solta,neve, etc., podendo apresentar-seconfusas ou ntidas e produzidas por ps nus ou calados.Impresses de ps em muros, portes, etc.-emcasodetransposiode muro, porto, etc., alm dos vestgios das pontas dos ps deixados ao trepar, unhas dos ps nus, ou biqueiras do calado podem estas apresentar-se, no s com raspagens em consequncia do escorregamento no muro ou porto, como ainda, com aderncias de cal, tinta, ferrugem, etc., onde tenham pretendido fixar-se.Logo que descobertas, as pegadas, tal como todos os vestgios, devem ser de imediato sinalizadas, independentemente do seu tipo e protegidas para evitar a sua destruio voluntria ou involuntria.Assim, para a recolha deste vestgio devemos proceder da seguinte forma:O - Preservao imediata:* - Das condies atmosfricas - Das aces fortuitas - Dos espezinhamentosO - Fotografar como fotografia de pormenorO - Moldagem:- S para as pegadas moldadasNeste caso as operaes de moldagem devem ser as seguintes:C - Limpeza cuidadosa dos vestgios;28Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS C - Enquadramento da zona com esquadros;C - Isolamento com spray de verniz ( laca ou outra qualquer goma vegetal );C - Preparao da massa moldante;C - Lanamento da massa moldante, lentamente, at cerca de +/- 1 cm;- Colocao depedaosde arame ou madeira para aumentar a consistncia;C - Adicionar novas camadas at cerca de 3 a 4 cm de espessura final.Refira-se que no caso do vestgio estar coberto de gua deve-se lanar gesso em p finamente dividido.0 estudo das pegadas pode conduzir determinao de determinadas caractersticas individuais do seu autor, do sentido do movimento, velocidade ...Umdosprocessos autilizar noestudodas pegadas odoDiagramade Pegadas, que face existncia de pegadas na cena do crime, ou nas imediaes e com interesse para o esclarecimento da verdade, deve ser elaborado um desenho, escala, que demonstre a localizao e particularidades que se descobriram.Em seguida apresenta-se uma figura relativa a um Diagrama de Pegadas:Comprimento do passo - podem ser indicaes de referncia as seguintes: Os homens de estatura normal tm um passo ordinrio, geralmente, de 70 a 75 cm de comprimento;29Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Umasriedepegadasmaisdistanciadaspodeindicar quequemas deixou corria, o que passar a certeza, quando as distncias sejam de 90, ou superiores; 0s velhos, as crianas e, de uma maneira geral, as mulheres, tm o passo mais curto que o homem adulto;As passadas das mulheres podem no ultrapassar os 50 cm e os muito velhos, frequentemente, arrastam as pernas;Pegadas alternadamente desiguais, podem dar a ideiade respeitarema um coxo;Quandonumasriedepegadasestasseaproximam, seapresentam quase paralelas e at sobrepostas, pode ser indicativo que o indivduo que as deixou, ter estado parado. Linha de marcha e largura do passo - Se unirmos por meio de segmentos de recta, osvestgios decalcanhares, ou desaltos,deumasriedepegadas do mesmo indivduo, obtendo-se uma linha recta, se ele marchava sem afastar os ps, ouumalinhaquebrada, seosafastavaaoandar. Comospsafastados andam as crianas para melhor se equilibrarem, e tambm os homens obesos, ou transportando grandes pesos, os martimos, os cavaleiros, as mulheres grvidas nos ltimos tempos, etc. Os embriagados trocam as pernas, passando um p pela frente do outro procura de estabilidade.Dois exemplos de linha de marcha:Pessoa nova Gordo ou velho7Quando as pegadas aparecem em vestgios isolados pode ser difcil determinar se a quando da sua produo o autor estava parado ou em movimento. Desta forma destacamos as seguintes indicaes para a determinao da situao:A impresso deixada por um p nu, em marcha no igual produzida pelo mesmo p quando parado;30Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS A pegada do p em marcha ser mais comprida, em resultado da presso exercida pela parteanterior dacabea do dedo grande sobre oterreno. Alm de mais comprida ser, tambm, mais estreita que a do p parado a no ser que marche carregado.Comopprotegidopor calado, adiferenadapegadaproduzidaem marcha, da que tenha sido deixada quando parado, nem sempre ser fcil de distinguir. Contudo quando parado, todo o rasto do calado fica geralmentegravadonosolo, enquantoqueemmarcha, apresentam-se mais ntidos os extremos do p: biqueira e salto; Quando em movimento, pode faltar a impresso do salto na corrida, mas, na fuga; desenha-se nitidamente; Ao saltar, afundam-se as biqueiras, tanto mais quanto maior for a altura de onde se cai.ARMAS DE FOGOAs armas de fogo so um meio privilegiado na execuo de crimes e uma ameaa para a integridade fsica das pessoas ( acidentes e suicdios com armas de fogo ). Da que a sua posse e utilizao esteja rigorosamente prevista em lei.Vrias critrios poderiam ser usadas para classificar as armas de fogo:E Segundo o seu funcionamento - Repetio, Automtica, etc.E Segundo o fim a que se destinam - Caa, Defesa, Militares, etc.No menosprezando as classificaes anteriores, adoptamos a seguinte. Assim:C Segundo a sua CONSTITUIO:ETPICAS - Armas de fogo construdas de acordo com um padro/modelo convencional. Ex.: Pistola Walther P-38 9mm.EATPICAS- Armasdefogoimprovisadasouadaptadas/modificadasde armas de fogo "convencionais". Ex.: Caadeira de canos serrados.31Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS C Segundo o COMPRIMENTO DO CANO:E CURTOE LONGOC Quanto ao TIPO de arma:E CANO:* ESTRIADO ( Dextorsum, Directo ), ex.: Revlver .38 Smith & Western;* LISO/S, ex.: Caadeira 12mm Winchester.E CALIBRE:* Em armas de cano liso/s os mais usuais so 12, 16 e 20mm; Em armas de cano estriado utilizam-se dois sistemas de medida, o Mtrico e o Anglo-Americano.Sistema Mtrico Sistema Anglo-Americano5,66,357,659,0011,00( mm ).22.25.32.38.45( inch - polegada )Refira-se que estas medidas so as correspondentes ao calibre nominal das armas.Calibre RealCalibre Nominal32Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Agrandemaioriadasarmasdefogousadasemactoscriminososutilizam muniesmetlicas, constitudaspor quatropartes- Projctil, Cpsula, Escorva Fulminante e Carga. Para aInvestigao Criminal tmespecial importncia o Projctil, a Cpsula e em determinadas circunstncias a Carga. Em relao ao local do crime existem grandes probabilidades de ficarem no local, a quando do disparo, qualquer um destes elementos.Contudo, ainexistnciadaCpsulae/oudoProjctil permiteaindaoutras interpretaes, consoante a situao, objectivos e conhecimentos do autor ...SITUAO-Vtima morta comum ferimento, de arma de fogo, no peitoHIPTESESProjctil no encontrado- Est no corpo da vtima;- O autor levou-o consigo;- Saiu por uma janela aberta ...Cpsula no encontrada-O autor levou-a consigo, conscientemente no caso de uma pistola, "obrigatoriamente" no caso de um revlver;- Devido distncia que foi projectado no momento da ejeco est numa rea distante do local do disparo ...Estes dois componentes ficam com marcas impressionadas por determinados mecanismos e partes da arma que mais tarde, no LPC, permitem individualizar a arma que efectuou aquele disparo.Consideram-se caractersticas das munies as seguintes:CDIMENSIONAIS-Correspondentessmedidasdamunio, ex.: Cpsula, Projctil, Buchas...C PONDERAIS - Varia consoante o tipo de projctil utilizado :* Projcteis nicos ( Ex.: Projctil de uma Pistola ) 33Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS * Projcteis Mltiplos ( Ex.: Projcteis de uma Caadeira )Ter em ateno que os ricochetes ou impactos que um projctil possa sofrer no seu movimento provocando alterao de forma e diviso em outros projcteis, no devem ser considerados, na origem, como projcteis mltiplos.C MORFOLGICAS: Gola e Aba das cpsulas - Permite identificar o tipo de arma;Exemplo de vrios tipos de abasExemplo de trs formas de cpsulas: Cilndrica, Cnica e Gargalo34Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Base das cpsulas- Permite, a identificao das munies e correspondente tipo de arma atravs da leitura das inscries existentes na base da cpsula que podem, por exemplo, conter:* Nmero do lote;* Calibre;* Fbrica e Pas de origem;* Outros cdigos - Marca da arma; Ano de fabrico; Cdigo OTAN; Etc. )Exemplo da leitura dos elementos de identificao da base de uma cpsula de uma munio:A munio corresponde s normas OTANNmero do lote Fbrica e Pas de Origem( FNM- Fbrica Nacional de Munies - Portugal )Em caso de disparo, so ainda encontradas marcas de percusso na escorva fulminante.Forma dos projecteis - Permitem identificar o tipo de arma que poder utilizar tal tipo de munio. Esta identificao pode ser realizada pela observaodotipoeformadoprojctil ( Ex.: Projctil Perfurante, Derrubante, Dum-Dum, Explosivo ).35Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Derrubante TracejantePerfurante IncendiriaExemplo de vrios tipos de projcteisQuando disparado, em armas de cano estriado, o projctil fica impressionado com as marcas das estrias do cano.Outro aspecto importante na definio do tipo da arma do disparo pode ser solucionado pela forma da base do projctil que caracterstico de determinado tipo de munio e correspondentemente, tipo de arma.Exemplos de diversos tipos de base de projcteisRevestimento dos projcteis- Permite identificar o tipo de arma a que se destina ou que utilizou aquele projctil.As caractersticas das munies permitem verificar que as mesmas s podem ser disparadas por um nmero restrito de armas, quer em funo do calibre, tipo de revestimento do projctil, tipo de aba, etc.36Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS .22 Long.22 Magnum.30 Carabina5,56 NATOOutro aspecto a ter em conta, ainda que susceptvel de variaes em funo da situao ( ex.: luta entre o homicida e a vtima; inclinao da arma no momento dodisparo; etc. ),queasdiversasarmasejectamascpsulas, quandoforo caso, numadirecoedistnciacaractersticas. Peloqueaposioemquea cpsula encontrada no local do crime pode ser mais um elemento a analisar e a correlacionar coma informao existente, nomeadamente a posio e local provvel do disparo.Mas o grande objectivo relacionar a munio ( cpsula e/ou projctil ) com a arma responsvel pelo disparo.Assim, a sua determinao permite:F A individualizao do modelo:37Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS +Pelascaractersticasdasmunies- Calibre, Dimenses, Peso, Morfologia.+ Pela posio relativa das marcas: Nas cpsulas/cartuchos deflagrados atravs das marcas de:- Percusso - Nabase dacpsula;- Extraco- Na gola; Localizao varia de modelo - Ejeco - Na base. para modelo de arma- Introduo Marca de EjecoMarca de ExtracoMarca dePercussoNos projcteis disparados, atravs das marcas impressionadas no seu movimento ao longo do cano estriado:* Nmero, orientao, largura e angulosidade das estrias;* Pelas marcas "individuais" da arma do disparo, isto , pequenos defeitos e/ou desgaste do cano.Adistnciadosdisparosdedeterminaodifcil, pois, influenciadapor diversasvariveis, comopor exemplo, otipodemunio, tipodecarregamento, objecto contra o qual o projctil embateu, etc.Emrelaosarmasdecanoestriado, podemosdizer queosmateriais resultantesdadeflagraoficamconcentradosnopontodeimpacto, istoseno sofreram interferncias durante o percurso.38Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS A distncia aproximada do disparo pode ser determinada:E Pelo testemunho do autor;EPelotipodeferimentoqueavtimaapresenta( spossvel em armas decanoestriado at 75cm;E Etc.Quanto s armas de cano liso - Caadeiras com cartuchos de chumbo - a disperso muito maior, dependendo, contudo, do tipo de carregamento da munio e do comprimento e do tipo de cano usado. Com todos estes condicionantes, podemos referir que a disperso mais ou menos nula at cerca de 3m e amaisde18mnopossvel determinara distncia aque odisparofoi efectuado pela disperso no alvo.Esta tcnica de determinao da distncia, usando a arma do crime ou uma do mesmo tipo na falta desta, feita nica e exclusivamente por peritos do LPC e nuncapeloinvestigador quesedevelimitar apenas aumarecolhacorrectae precisa da prova no local do crime e posteriormente, com base nos resultados da percia do LPC, correlacionar a informao fornecida com a existente no sentido do esclarecimento dos factos.Refira-seaindaquenadeflagraopodemresultar diversosmateriaisque tambm devem ser objecto da ateno do investigador:* Os gases da combusto;* Gros de plvora;* Buchas ( s no caso das caadeiras ).VIDROSOs vidros podem ser vestgios de grande interesse para o investigador, pois atravs da sua anlise, nomeadamente quando perfurados por projcteis disparados por arma de fogo, podem permitir:+ Indicar o tipo de objecto a que pertencem;39Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS + Provar a sua identidade com outros fragmentos;+ Orientar sobre o tipo de instrumento usado;+ Estudar as perfuraes.,Em laboratrio ainda possvel a identificao das caractersticas morfolgicas, areconstituioeaindaadeterminaodaspropriedades fsico-qumicas ( composio, densidade, etc. ), quer dizer que possvel determinar que umvestgiodevidro, por exemplo, seeradeumamontra, deumaloja, deuma casa, etc.A leitura das perfuraes permite-nos compreender: O ngulo de tiro e orifcios de entrada e sadaSadaEntradaSadaEntradaEstrias concntricas Estrias radiaisEntrada Sada40Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS Ordenamento das perfuraesA ttulo de exemplo apresenta-se uma cratera de destruio num vidro onde possvel verificar as estrias.A - Estrias Radiais B - Estrias ConcntricasINSTRUMENTOSNa procura do autor de um determinado acto criminoso poder contribuir para a descoberta da verdade a identificao do instrumento que foiutilizado, atravs da caracterizao dos vestgios deixados.Os vestgios de instrumentos deixados na cena do crime so importantes, pois, permitem, entre outros aspectos, a determinao:Que tipo de instrumento foi utilizado;Qual a tcnica utilizada, podendo dar indicaes quanto:41Sub-Ncleo de Investigao Criminal VESTGIOS O Autor experiente;O Autor inexperiente;O Esforo empreendido;O Um autor ou comparticipao;O Modus Operandi do autor/grupo ...Os vestgios dos instrumentos podem ser de dois tipos:Moldados-Face s suas caractersticas, indicam: Tipo e dimenses dos instrumentos utilizadosEx: caso das agresses Tipo de aco:^ Criminosa - corte uniforme^ Acidental - corte irregular Caracterizao do "modus operandi"Impressos-Face s suas caractersticas, indicam: As "impresses digitais" do instrumento e as imperfeies de fabrico, portanto individualizam o instrumento utilizado.A utilizao de instrumentos num acto criminoso sempre susceptvel de deixar vestgios, podendo estes serem feitos em objectos de fciltransporte ou de difcil transporte.Otratamentodestesvestgiosconformeoqueestpreceituado, contudo salienta-sequeos vestgios moldados permitemuma operao demoldagem, utilizando para tal, cera aquecida por forma a adaptar-se perfeitamente s formas deixadas ( ex: marcas causadas por instrumentos duros utilizados no foramento de portas, gavetas, etc. ). 42