manual identificaÇÃo de opÇÕes de...
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IDENTIFICAODE OPES DE ADAPTAO
MANUAL
ELABORAO DE ESTRATGIAS MUNICIPAIS DE ADAPTAO S ALTERAES CLIMTICAS
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SUMRIO
Este manual para a Identificao de Opes de
Adaptao parte integrante dos materiais de
apoio ao desenvolvimento de Estratgias Municipais
de Adaptao s Alteraes Climticas (EMAAC), in-
serindo-se no mbito do projeto ClimAdaPT.Local.
O processo aqui descrito faz parte do passo 3 da
metodologia ADAM Apoio Deciso em Adapta-
o Municipal (figura 1) -, adaptada para a realidade
portuguesa a partir do UKCIP Adaptation Wizard e
cujo enquadramento se encontra devidamente des-
crito no Guia Metodolgico para o desenvolvimento
das EMAAC.
0. Preparar trabalhos
1. Idenficar vulnerabilidades
atuais
2. Idenficar vulnerabilidades
futuras
3. Opes adaptao
(idenficar)
4. Opes adaptao (avaliar)
5. Integrar, monitorizar e rever
Os objetivos deste manual so os de orientar e
apoiar os municpios a:
Identificar um conjunto inicial de opes de adap-
tao, que possam responder s principais vulnera-
bilidades e riscos climticos (atuais e futuros) identi-
ficados nos passos 1 e 2 do ADAM; e,
Caracterizar as opes identificadas, de forma a
servirem de base de trabalho para os prximos pas-
sos da metodologia e para o desenvolvimento e fu-
tura implementao da EMAAC.
De forma a atingir estes objetivos, o manual intro-
duz novos conceitos sobre a temtica da adaptao
(para relembrar conceitos bsicos, h que consultar
os manuais anteriormente distribudos no mbito do
projeto ClimAdaPT.Local) e apresenta as tarefas e as
atividades necessrias para apoiar a identificao,
caracterizao inicial e registo das diferentes opes
de adaptao.
Figura 1. Esquema conceptual representativo da base meto-dolgica ADAM, utilizada para o desenvolvimento das EMAAC no mbito do projeto ClimAdaPT.Local
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PARA QUE SERVE ESTE MANUAL?
Este manual disponibiliza informao, ferramentas
e recursos que iro ajudar a:
Refletir e enquadrar os resultados obtidos nos
passos anteriores do ADAM, numa perspetiva de
tomada de deciso sobre como lidar com as princi-
pais vulnerabilidades e riscos climticos associados
ao municpio; e,
Identificar e caracterizar genericamente um con-
junto alargado de potenciais opes de adaptao,
que permitam responder a esses riscos e/ou apro-
veitar oportunidades, para futura incluso na EMAAC.
importante relembrar que Adaptao remete para
um processo contnuo e que tanto os municpios
como outras organizaes envolvidas no desenvol-
vimento e implementao da EMAAC devero repetir
e revisitar cada ciclo de desenvolvimento estratgico
vrias vezes ao longo do tempo.
Durante a execuo deste passo, possvel continuar
a recolher novas informaes sobre o clima observa-
do e/ou projetado, eventos extremos, vulnerabilida-
des e riscos com potencial para afetar o municpio.
Esta nova informao pode vir a ser enquadrada e
considerada ainda durante o desenvolvimento do
projeto ou, em alternativa, ser registada para inclu-
so durante uma posterior reviso da EMAAC.
No final do passo 3 da metodologia ADAM,
dever-se- ter atingido os seguintes resultados:
1. Decidido se o municpio tem informao su-
ficiente para agir;
2. Identificado e caracterizado um conjunto (lis-
tagem) de potenciais opes de adaptao;
3. Identificado os principais setores e agentes
responsveis por uma potencial implementa-
o dessas mesmas opes; e,
4. Identificado algumas das principais lacunas
de conhecimento e assuntos para os quais
necessria mais informao, bem como alguns
dos passos fundamentais para lidar com estas
necessidades adicionais.
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COMO UTILIZAR ESTE MANUAL?
Para alm de um sumrio, dos objetivos gerais e dos
principais resultados-chave a atingir no passo 3 da
metodologia ADAM, este manual contm um con-
junto de seces que devem ser lidas integralmente
antes de se comear a executar as diferentes tarefas,
nomeadamente:
Seces 1 e 2, onde so resumidos alguns dos prin-
cipais conceitos e definies relacionados com a
adaptao s alteraes climticas, de forma a pro-
videnciar conhecimento de base sobre o tema, de
utilidade para esta etapa e para as seguintes;
Seco 3, onde so apresentados alguns exemplos
de opes de adaptao, potencialmente relevantes
para seleo pelo municpio;
Seco 4, onde so descritas as tarefas necess-
rias para completar a identificao e caracterizao
de um conjunto de opes de adaptao relevantes
para a EMAAC. Esta seco inclui a explicao da
abordagem, do processo e das ferramentas de apoio
necessrias para completar o passo 3, assim como
uma lista de verificao do seu progresso (checklist);
Seco 5, onde so disponibilizados um conjunto de
recursos teis (incluindo anexos) para apoio s ati-
vidades, verificao do seu progresso (checklist) e
ao registo dos principais resultados obtidos;
Seces 6 e 7, que disponibilizam um glossrio com
as principais definies e termos-chave utilizados
ao longo deste documento e dos passos anteriores,
assim como um conjunto de referncias utilizadas e
que se consideram teis para consulta regular.
O passo 3 dever ser aproveitado para revisitar os
resultados e os conhecimentos adquiridos nas ativi-
dades anteriores (por exemplo, ambies e objeti-
vos, barreiras, vulnerabilidades e riscos), j que mar-
ca o incio de uma nova etapa a de adaptao - no
processo de desenvolvimento da EMAAC.
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Em linha com os objetivos deste manual utili-zaremos a mais recente definio de adapta-o utilizada pelo Painel Intergovernamental para as Alteraes Climticas (IPCC, 2014a), o qual define adaptao como:
"Processo de ajustamento ao clima atual ou pro-jetado e aos seus efeitos. Em sistemas humanos, a adaptao procura moderar ou evitar danos e/ou explorar oportunidades benficas. Em alguns sistemas naturais, a interveno humana poder facilitar ajustamentos ao clima projetado e aos seus efeitos.
De notar que outras definies podem ser encontra-
das na literatura da especialidade e que mesmo a
definio utilizada pelo IPCC tem evoludo ao longo
do tempo.
De forma genrica, poder-se- descrever a adapta-
o como um processo que promove o ajuste dos
sistemas naturais e/ou humanos, em resposta a es-
tmulos climticos observados ou projetados.
No quadro da interveno municipal, a adaptao
poder promover a resilincia dos sistemas natu-
rais, sociais e econmicos. Ou seja, pode aumentar
a capacidade de lidar com a mudana, de reorgani-
zar sistemas e de promover um desenvolvimento
sustentvel e a longo prazo, tendo tambm em con-
siderao uma poltica climtica ativa.
Neste contexto, a adaptao s alteraes climti-
cas igualmente um processo de deciso perante a
incerteza e, por isso mesmo, um processo complexo,
exigente e moroso (consultar o Guia Metodolgico
para recordar alguns conceitos de base relaciona-
dos com esta questo-chave).
Assim sendo, o desenvolvimento de uma EMAAC re-
quer uma perspetiva e um conhecimento integrado
das caractersticas fsicas, socioeconmicas e organi-
zacionais do municpio, das suas principais vulnera-
bilidades e da sua atual capacidade adaptativa. Estes
fatores foram explorados ao longo dos passos 0 a 2
da metodologia ADAM, sendo importante revisitar e
refletir sobre os mesmos.
A adaptao como processo de deciso autrquica
em resposta s alteraes climticas ainda relati-
vamente recente, pelo que ser vantajoso conhecer
e compreender um pouco melhor alguns dos princi-
pais conceitos relacionados com esta temtica.
De uma forma global, a adaptao s alteraes cli-
mticas poder ser descrita como sendo (IPCC, 2007,
IPCC, 2014a):
Autnoma (ou espontnea), quando no constitui
uma resposta consciente aos estmulos climticos
mas , por exemplo, desencadeada por mudanas
ecolgicas em sistemas naturais e por mudanas de
mercado ou de bem-estar em sistemas humanos;
Planeada, quando resultado de uma delibe-
rada opo poltica baseada na perceo de que
determinadas condies foram modificadas (ou es-
to prestes a ser) e que existe a necessidade de
atuar de forma a regressar, manter ou alcanar o es-
tado desejado.
De salientar que ambos os tipos de adaptao referi-
dos podem ser de carter pr-ativo (como por exem-
plo, sistemas de alerta precoce ou de armazenamen-
to de gua) ou reativo (como por exemplo, migrao
ou resposta de emergncia a eventos extremos).
1. O QUE SIGNIFICA ADAPTAR?
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O primeiro tipo geralmente mais eficaz e menos
oneroso que o segundo, no deixando, no entanto,
de exigir recursos, conhecimento, ferramentas e a
necessria motivao para avanar com este tipo
de processo (IPCC, 2007).
As fronteiras entre estes tipos de adaptao nem
sempre so claras, pelo que um correto planeamento
da adaptao dever permitir o desenvolvimento e
aproveitamento de ambos os tipos.
1.1 FATORES RELEVANTES
Os processos de adaptao so geralmente enqua-
drados por um conjunto de fatores relevantes (IPCC,
2007, IPCC, 2014a), nomeadamente:
Necessidades, ou as circunstncias que requerem
aes que permitam garantir a segurana de popu-
laes, infraestruturas ou processos face a impactos
climticos;
Dfices adaptativos, ou a diferena entre o atual
estado do sistema e um estado que minimizaria
os impactos adversos do clima atual e da sua varia-
bilidade;
Oportunidades, ou fatores que tornam mais fcil
o planeamento e/ou a implementao das aes
de adaptao, que permitam expandir opes de
adaptao ou que providenciem co-benefcios para
outras reas;
Constrangimentos (ou barreiras), que dificultam o
planeamento e/ou a implementao das aes de
adaptao ou que as restringem;
Custos, nomeadamente os custos de preparar, faci-
litar e implementar opes e medidas de adaptao,
incluindo os custos de transao;
Limites adaptao, ou o ponto a partir do qual os
objetivos (ou necessidades) do sistema no podem
ser acautelados contra riscos intolerveis, mesmo
atravs da adoo de aes de adaptao. Estes limi-
tes podem ser: rgidos 'hard', para os quais nenhuma
ao de adaptao evita riscos intolerveis; ou els-
ticos 'soft', para os quais ainda no esto disponveis
aes de adaptao que evitem estes riscos;
Capacidade adaptativa, ou seja, a capacidade que
sistemas, instituies e seres vivos tm para se ajus-
tarem a potenciais danos, responderem s conse-
quncias ou aproveitarem oportunidades existentes.
A adaptao dever ser enquadrada como um pro-
cesso de melhoria contnua, que permite a incorpo-
rao do conhecimento gerado pela experincia de
esforos de adaptao prvios, incluindo aqueles
levados a cabos por outros.
Por outras palavras, e uma vez que os riscos clim-
ticos iro continuar a evoluir ao longo do tempo, a
viabilidade da adaptao como resposta ter que ser
periodicamente reavaliada e novas estratgias, op-
es e medidas tero que ser eventualmente deli-
neadas e implementadas (UKCIP, 2007).
1.2 OBJETIVOS E PROCESSOS
Finalmente, e como em muitos outros processos de
deciso, a adaptao pode ser enquadrada de acor-
do com os seus objetivos e processos, nomeada-
mente atravs de:
Estratgias: planeamento estratgico (ou mtodo
de planear) que procura alcanar uma ambio parti-
cular (geralmente a mdio-longo prazo) e que toma
normalmente a forma de linhas orientadoras que
definem a viso e os objetivos. Permite desenvolver
uma anlise de vulnerabilidades e risco, definir o en-
volvimento dos principais agentes, e apoiar ou guiar
a priorizao de opes e medidas, tendo em conta
os recursos disponveis.
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Opes: planeamento operacional que procura es-
colher e decidir entre dois ou mais tipos de aes
(ou conjuntos de aes), definindo linhas de atuao
prtica; as opes devem ser cuidadosamente anali-
sadas e avaliadas em linha com a estratgia definida
e de acordo com o conhecimento e recursos dispon-
veis para cada realidade.
Medidas: ao concreta e mensurvel, normal-
mente utilizada para alcanar os objetivos delinea-
dos pela estratgia e operacionalizando as opes
selecionadas (no tempo e no espao); as medidas
devem ser cuidadosamente dimensionadas, defini-
das e executadas de acordo com o conhecimento e
recursos disponveis.
As EMAAC desenvolvidas pelos municpios partici-
pantes no projeto ClimAdaPT.Local sero exemplos
de estratgias de adaptao. As EMAAC devero
priorizar um conjunto de opes de adaptao que
podero ser, aps aprovao formal, operacionaliza-
das atravs da implementao de medidas de adap-
tao concretas e monitorizveis ao longo do tempo.
A adaptao planeada, como o caso da apoiada
pela utilizao da metodologia ADAM no mbito des-
te projeto, deve promover a operacionalizao real
dos conceitos aqui descritos. Para esse fim, o passo 3
do ADAM - introduzido pelo presente manual - apre-
senta um conjunto de informaes, recursos e ativi-
dades que apoiam a identificao e caracterizao de
opes de adaptao planeada.
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2. PLANEAR A ADAPTAO: ABORDAGENS E TIPOLOGIAS DE OPESUma abordagem baseada na adaptao planeada
pode incluir mltiplos tipos de decises e opes de
cariz estrutural, institucional, tecnolgico e social.
As opes de adaptao planeada podem ser
analisadas de variadas formas, por exemplo de
acordo com:
As suas caractersticas temporais (por exemplo,
tempo de vida das decises, horizontes temporais
das infraestruturas nomeadamente, pr-atividade
vs. reatividade);
O seu propsito e agente da implementao (por
exemplo, focada em sistemas sociais vs. sistemas
naturais; de cariz pblico vs. privado);
O seu mbito e escala de implementao (por
exemplo, atravs da integrao em planos e proces-
sos pr-existentes vs. novas medidas; escala muni-
cipal, regional, nacional, transnacional).
Opo de adaptao - Alternativas (decises) para operacionalizar uma estratgia de adaptao. So a base para definir as medidas a implementar e responder s necessidades de adaptao iden-tificadas. Representam aes ou conjuntos de aes disponveis e apropriadas, que permitem enquadrar possveis medidas de adaptao e a sua implementao ao longo do tempo.
No mbito do 'passo 3' do ADAM, as opes de adap-
tao sero caracterizadas de acordo com o tipo de
aes que promovem.
Para esse fim, sero aplicadas as trs categorias
de opes (e medidas) de adaptao planeada,
apresentadas pela Comisso Europeia no Livro
Branco (CE, 2009) e na Estratgia Europeia para
a Adaptao s Alteraes Climticas (CE, 2013),
nomeadamente:
Infraestruturas cinzentas: correspondem a inter-
venes fsicas ou de engenharia com o objetivo de
tornar edifcios e outras infraestruturas melhor pre-
parados para lidar com eventos extremos. Este tipo
de opes foca-se no impacto direto das alteraes
climticas sobre as infraestruturas (por exemplo,
temperatura, inundaes, subida do nvel mdio do
mar) e tm normalmente como objetivos o contro-
lo da ameaa (por exemplo, diques, barragens) ou
a preveno dos seus efeitos (por exemplo, ao nvel
da irrigao ou do ar condicionado).
Infraestruturas verdes: contribuem para o au-
mento da resilincia dos ecossistemas e para obje-
tivos como o de reverter a perda de biodiversidade,
a degradao de ecossistemas e o restabelecimento
dos ciclos da gua. Utilizam as funes e os servios
dos ecossistemas para alcanar solues de adap-
tao mais facilmente implementveis e de melhor
custo-eficcia que as infraestruturas cinzentas. Po-
dem passar, por exemplo, pela utilizao do efeito
de arrefecimento gerado por rvores e outras plan-
tas, em reas densamente habitadas; pela preser-
vao da biodiversidade como forma de melhorar a
preveno contra eventos extremos (por exemplo,
tempestades ou fogos florestais), pragas e espcies
invasoras; pela gesto integrada de rea hmidas;
e, pelo melhoramento da capacidade de infiltrao
e reteno da gua.
Opes no estruturais (ou 'soft'): correspondem
ao desenho e implementao de polticas, estrat-
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gias e processos. Podem incluir, por exemplo, a in-
tegrao da adaptao no planeamento territorial
e urbano, a disseminao de informao, incentivos
econmicos reduo de vulnerabilidades e a sen-
sibilizao para a adaptao (e contra a m-adapta-
o). Requerem uma cuidadosa gesto dos sistemas
humanos subjacentes e podem incluir, entre outros:
instrumentos econmicos (como mercados ambien-
tais), investigao e desenvolvimento (por exemplo,
no domnio das tecnologias), e a criao de quadros
institucionais (regulao e/ou guias) e de estruturas
sociais (por exemplo, parcerias) apropriadas.
As opes de adaptao planeada identificadas no
passo 3 sero ainda divididas de acordo com o seu
mbito, nomeadamente as que permitam:
Melhorar a capacidade adaptativa; e/ou
Diminuir a vulnerabilidade e/ou aproveitar opor-
tunidades.
Em seguida descrevem-se, em maior detalhe, estes
dois tipos de opes de adaptao.
2.1 MELHORAR A CAPACIDADE ADAPTATIVA
Melhorar a capacidade adaptativa do municpio in-
clui desenvolver a sua capacidade institucional, de
forma a permitir uma resposta integrada e eficaz s
alteraes climticas. Isto pode significar, por exem-
plo, a compilao da informao necessria e a cria-
o das condies fundamentais (de cariz regulatrio,
institucional e de gesto) para levar a cabo aes de
adaptao.
Alguns exemplos de aes que melhoram a capaci-
dade adaptativa incluem:
Recolha e partilha de informao (investigao,
monitorizao e divulgao de dados e registos do
municpio, promoo da sensibilizao atravs de
iniciativas de educao e formao);
Criao de um quadro institucional favorvel (nor-
mas e regulamentos, legislao, guias de melhores
prticas, sistemas de controlo interno, desenvolvi-
mento de polticas, planos e estratgias apropriadas);
Criao de estruturas sociais favorveis (mudanas
nos sistemas de organizao municipal, formao de
recursos humanos especializados, parcerias e pro-
moo da participao pblica).
A melhoria da capacidade adaptativa do municpio
pode ser uma abordagem chave na eliminao de
barreiras adaptao, permitindo muitas vezes uma
melhor compreenso da temtica no municpio, in-
cluindo o envolvimento efetivo de decisores, tcni-
cos e populaes.
2.2 DIMINUIR A VULNERABILIDADE E/OU APROVEITAR OPORTUNIDADES
Diminuir a vulnerabilidade e/ou aproveitar oportuni-
dades implica desenvolver aes concretas que re-
duzam a sensibilidade e/ou a exposio do municpio
ao clima (atual ou projetado) e que permitam aprovei-
tar oportunidades que surjam (ou possam vir a surgir).
Este tipo de opes pode variar desde solues sim-
ples de baixo custo (low-tech) at infraestruturas
de grande envergadura, sendo fundamental consi-
derar o motivo, a prioridade e a viabilidade das aes
a implementar.
Alguns exemplos deste tipo de aes de adaptao
incluem:
Aceitar os impactos e incorporar as perdas re-
sultantes dos riscos climticos, como por exemplo
aceitando que certos sistemas, comportamentos e
atividades deixaro de ser sustentveis num clima
diferente (ilustrativamente, poder-se- referir a eva-
cuao planeada das zonas costeiras ameaadas de-
vido subida do nvel mdio do mar);
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Compensar os danos atravs da partilha (ou dis-
tribuio) dos riscos e perdas (por exemplo, por via
de seguros);
Evitar ou diminuir a exposio aos riscos climticos
(por exemplo, atravs da construo de novas de-
fesas contra inundaes e outros eventos extremos,
relocalizando comunidades e atividades associadas
ou alterando-as);
Explorar novas oportunidades (como sejam mudar
de atividade ou, mesmo, alterar prticas e/ou produ-
tos de forma a tirar proveito de alteraes nas con-
dies climticas).
Frequentemente, muitas aes que diminuem a
vulnerabilidade reforam igualmente a capacidade
adaptativa, pelo que a distino no simples.
No entanto, a diviso nestas duas grandes tipologias
de opes pode ajudar no processo de identificao
e seleo das opes de adaptao.
2.3 APLICAO NAS EMAAC
Na prtica, a adaptao municipal consistir na intro-
duo de uma combinao de opes (e respetivas
medidas) e numa sequncia ou trajetria ao longo do
tempo de acordo com a evoluo dos riscos perce-
cionados. Uma combinao adequada dever sempre
tentar explorar e otimizar tambm as oportunidades.
Particular ateno dever ser dada a decises e in-
vestimentos de muito longo prazo ou custo elevado
(por exemplo, no caso das grandes infraestruturas,
edifcios, planos urbansticos, plantaes florestais,
entre outros). Este tipo de investimentos, devido s
suas caractersticas dificilmente reversveis, devero
tentar incorporar critrios como flexibilidade e resi-
lincia, de forma a melhor lidar com potenciais alte-
raes climticas.
Naturalmente, cada municpio utilizar na sua
EMAAC uma combinao diferente de vrios tipos
de opes de adaptao, em linha com o seu perfil
de atitude (averso) perante o risco e com os seus
valores, estruturas internas, capacidades, realida-
des fsicas e socioeconmicas.
Na prtica, uma diviso em vrias tipologias de op-
es nem sempre de fcil distino, pelo que no
dever ser considerada de forma restritiva, mas an-
tes como um guia de apoio identificao e descri-
o das opes de adaptao.
As tipologias apresentadas nesta seco no so
mutuamente exclusivas, ou seja, podero ser utiliza-
das para descrever a mesma opo (ver tarefa 3.1 do
ADAM para mais informao).
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(Nota prvia: as tradues portuguesas utilizadas para os exemplos apresentados nesta seco so complexas e de carcter bastante tcnico, podendo ser encontra-das diferentes designaes na literatura de referncia).
A tabela 1 apresenta uma lista (no exaustiva) de
exemplos genricos de opes de adaptao, que po-
der ajudar no processo de identificao das opes
mais apropriadas para lidar com os objetivos e necessi-
dades do municpio.
3. EXEMPLOS TEIS
OPO DE ADAPTAO CARACTERSTICAS
Adoo de polticas e processos de avaliao de projetos
baseados no risco
Pr-ativa.Municpios que adotem processos baseados na avaliao de risco tero maior
flexibilidade e estaro melhor preparados para lidar com riscos climticos
Adiamento e ganhar tempo
Pr-ativa.Quando utilizada para melhorar o conhecimento sobre determinada situao,
uma estratgia de adiamento pode ajudar a tomar uma deciso mais acertada, por exemplo quando combinada com investigao ou monitorizao
InvestigaoPr-ativa ou estratgica.
Utilizar a investigao para melhor compreender potenciais riscos climticos e/ou a eficcia das medidas de adaptao
Monitorizao
Pr-ativa.Monitorizao da performance do sistema
(por exemplo, ao nvel da resposta do municpio)Reativa.
Monitorizao dos impactos climticos (por exemplo, em termos dos danos no municpio)
Informao, educao e consciencializao
Pr-ativa ou reativa.Poder ser utilizada para melhorar a perceo da necessidade de adaptar
Planeamento de contingncia Planeamento estratgico para lidar com eventos de baixa probabilidade, mas de elevada consequncia
Diversificao ou reduo de perdas (bet-hedging) Resposta pr-ativa numa vertente tcnica ou poltica
Seguros Pr-ativa.Por exemplo, ao nvel da fiscalidade
Proteo e gesto Medidas tcnicas (pr-ativas ou reativas)
Alterao de usos Pr-ativa ou reativa.Inclui o planeamento de respostas, com ou sem aplicao de medidas tcnicas
Recuo e abandono Pr-ativa ou reativa.Inclui o planeamento de respostas, com ou sem aplicao de medidas tcnicas
Margens e limites de segurana, medidas tampo ('buffers')
Pr-ativa ou reativa.Inclui respostas tcnicas ou regulatrias
Tabela 1. Exemplos (genricos) de opes de adaptao e sua caracterizao (fonte: UKCIP 2013)
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3.1 MINIMIZAR OS RISCOS DE IMPLEMENTAO
No que diz respeito adaptao prudente reconhe-cer que, apesar destes exemplos teis (ver anexo I para outras fontes de informao) e da existncia de mltiplas combinaes de opes de adaptao potencialmente viveis e eficazes em lidar com determinados riscos ou vulnerabilidades, no exis-te uma resposta universal (ou fundamentalmente correta) para os problemas associados s altera-es climticas.
No entanto, so normalmente reconhecidos como de grande utilidade, opes (e medidas) de adaptao que ofeream resultados atravs da minimizao dos riscos associados sua implementao, ou por outras palavras, atravs de melhores rcios custo- -eficcia face s significativas incertezas associadas s projees climticas (UKCIP, 2007).
Este tipo de opes (e medidas) de adaptao so geralmente apresentadas como sendo:
Sem arrependimento (no-regret): opes (ou medidas) suscetveis de gerar benefcios socioeco-nmicos que excedem os seus custos, independen-temente da dimenso das alteraes climticas que se venham a verificar. Este tipo de medidas inclui as que se justifiquem (custo-eficcia) para o clima atual (incluindo variabilidade e extremos) e cuja im-plementao seja consistente como resposta aos riscos associados s alteraes climticas projeta-das. Adicionalmente, este tipo de opes/medidas particularmente apropriado para decises relativas ao mdio prazo, j que so de implementao mais provvel (benefcios bvios e imediatos) e podero gerar uma aprendizagem relevante para novas an-lises, nas quais outras opes e medidas podero ser consideradas. De notar que mesmo opes deste tipo tero sempre um custo, por menor que este seja.
Arrependimento baixo ou limitado (low-regret ou limited-regret): opes (ou medidas) para as quais os custos associados so relativamente pequenos e os benefcios podem vir a ser relativamente grandes, caso os cenrios (incertos) de alteraes climticas se venham a concretizar. Estas opes (tal como as anteriores) tm o mrito de serem direcionadas para a maximizao do retorno do investimento, mesmo quando o grau de certeza associado s alteraes cli-mticas projetadas baixo.
Sempre vantajosas (win-win): opes (ou medi-das) que, para alm de servirem como resposta s alteraes climticas, podem tambm vir a contribuir para outros benefcios sociais, ambientais e econmi-cos. No contexto deste projeto, estas opes podem estar, por exemplo, associadas a medidas que para alm da adaptao respondem a objetivos relacio-nados com a mitigao, sociais ou ambientais. Estas opes e medidas podem ainda incluir aquelas que so introduzidas por razes no relacionadas com a resposta aos riscos climticos, mas que acabam por contribuir para o nvel de adaptao desejado.
Gesto flexvel ou adaptativa (flexible/adaptive management): opes (ou medidas) que implicam uma estratgia incremental (ou progressiva) deixan-do espao para medidas de cariz mais transformati-vo, ao invs de planear a adaptao como uma ao nica e de grande-escala. Esta abordagem diminui os riscos associados ao erro (m-adaptao), uma vez que introduz opes e medidas que fazem sen-tido no presente, mas que so desde logo desenha-das por forma a permitir alteraes incrementais ou transformativas (incluindo a alterao da estratgia) medida que o conhecimento, a experincia e as tecnologias evoluem. Adiar a introduo de opes (ou medidas) especficas pode ser enquadrada nes-ta abordagem, desde que essa deciso seja acom-panhada por um compromisso claro de continuar a desenvolver a capacidade adaptativa do municpio,
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por exemplo atravs da monitorizao e avaliao contnua dos riscos. Este tipo de decises est mui-tas vezes associado a riscos climticos que ainda se encontram dentro dos limiares crticos ou do nvel de risco aceitvel para o municpio, ou quando a capa-cidade adaptativa ainda insuficiente para permitir uma ao concreta (como o so, por vezes, as cir-cunstncias institucionais ou de regulao).
A tabela 2 apresenta, de forma resumida, algumas opes de adaptao que minimizam o seu risco de implementao e que podem ser consideradas como interessantes exemplos de cada tipologia.
Esta tabela no pretende ser exaustiva mas apenas apresentar alguns exemplos que sirvam de inspira-o para a identificao de um conjunto de opes relevantes. Adicionalmente, o anexo I apresenta um leque alargado de fontes de informao e exemplos que podem ser teis na identificao, caracteriza-o e seleo de opes e no desenvolvimento da EMAAC.
Convm recordar que as opes identificadas como relevantes durante o desenvolvimento da EMAAC devero ser caracterizadas e detalhadas (temporal e espacialmente), durante a fase de implementao da estratgia. Por outras palavras, as opes identi-ficadas e caraterizadas durante o passo 3 do ADAM devero ser posteriormente dimensionadas, de for-ma a aumentar o seu pormenor at ao nvel de me-didas concretas, passveis de serem implementadas pelo municpio.
Assim sendo, dever-se- revisitar e refletir sobre os resultados dos passos anteriores do ADAM, tendo em ateno os passos seguintes onde estas opes sero avaliadas e priorizadas e onde podero vir a ser integradas, por exemplo, em instrumentos de planeamento e gesto territorial ou em outras estra-tgias e planos municipais similares.
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TIPOLOGIAS DE OPES DE ADAPTAO QUE MINIMIZAM RISCOS DE IMPLEMENTAO
Sem arrependimento Arrependimento baixo ou limitado Sempre vantajosasGesto flexvel ou adaptativa
Elaborar uma EMAAC que preveja monitorizao
e reviso de objetivos e riscos
Dimensionar margens e limites de segurana,
em novos investimentos (por exemplo ventilao e drenagem) que permitam modificaes consistentes
com as alteraes projetadas (por exemplo temperatura e
precipitao)
Gesto de cheias que inclua a criao ou restabelecimento de zonas que aumentem a capaci-dade de reteno e, ao mesmo
tempo, apoiem objetivos de conservao de habitats e
biodiversidade
Adiar implementao de medidas especficas en-
quanto se explora a modificao
de planos, 'standards' ou regulamentos
Evitar edificar em zonas de alto risco
(por exemplo plancies de cheia e falsias instveis)
Restringir o tipo e a dimenso da edificao em
zonas de alto risco
Modificar o planeamento de contingncia e a gesto de
riscos de forma a incluir riscos climticos
Introduzir o recuo progressivo nas zonas
costeiras mais vulnerveis e planeamento, criao
ou restabelecimento de reas de inundao consistentes com os riscos projetados
Diminuir perdas no trans-porte e abastecimento de
gua
Promover a criao e preservao de espao
que suporte a biodiversidade (urbana e rural)
Melhorar a capacidade de arrefecimento dos edifcios atravs de mecanismos de
sombreamento ou de sistemas de arrefecimento com menor
consumo energtico
Investimento progressivo em atividade tursticas consisten-
tes com as alteraes projetadas
(por exemplo aproveitamen-to de atividades
tursticas durante todo o ano ou em pocas
diferentes das atuais)
Planeamento urbano que minimize efeitos de ilha de calor
Partilhar o desenvolvimento e operao
de infraestruturas de armazenamento
de gua (por exemplo reservatrios multifunes
para abastecimento e combate a incndios)
Telhados e paredes verdes com mltiplos benefcios em
termos de controlo trmi-co, controlo de escorrncias,
aumento das reas verdes, ali-mento e reduo de consumos
energticos
-
Reduzir danos por inundao, utilizando materiais resistentes
gua (por exemplo cho, paredes) e colocando
material sensvel a cotas mais elevadas
- - -
Desenhar equipamentos recreativos para
funcionamento durante todo o ano
- - -
Tabela 2. Exemplos de opes de adaptao que utilizam uma abordagem associada minimizao dos riscos de implementao (custo--eficazes) (fonte: UKCIP 2013, UKCIP 2007)
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4. IDENTIFICAO DE OPES DE ADAPTAOADAM
Apoio Deciso em Adaptao Municipal
PASSO 3. IDENTIFICAR E CARACTERIZAR OPES DE ADAPTAO
Adaptar significa agir tambm de forma a manter
os riscos associados s alteraes climticas dentro
de limites considerados como aceitveis pelo mu-
nicpio, assim como permitir um correto aproveita-
mento de oportunidades que se proporcionem.
O passo 3 do ADAM ir apoiar os decisores e tcni-
cos autrquicos a:
Identificar um conjunto alargado de potenciais op-
es de adaptao:
Caraterizar e descrever as opes selecionadas;
Lanar as bases para o desenvolvimento de um
programa de monitorizao e avaliao dos resul-
tados da EMAAC, aps a sua implementao.
Neste passo ser importante:
Revisitar as reflexes e observaes registadas no
passo 0. Desta forma ser possvel enquadrar me-
lhor as motivaes e os objetivos iniciais do munic-
pio em relao adaptao, as potenciais barreiras
sua implementao, os atores-chave que necess-
rio envolver para as ultrapassar e os setores de maior
relevncia que no devero ser esquecidos durante
esta fase de desenvolvimento da EMAAC;
Utilizar os resultados do passo 1 na identificao de
opes de adaptao apropriadas, tendo em conta
o conhecimento j adquirido sobre como o municpio
afetado pelo clima atual, as suas principais vulne-
rabilidades e capacidade de resposta; e,
Utilizar os resultados do passo 2 na identificao
de opes de adaptao apropriadas para responder
aos riscos e oportunidades que os cenrios de altera-
es climticas representam para o municpio.
O passo 3 consiste numa nica tarefa:
TAREFA 3.1 - IDENTIFICAR E CARACTERIZAR POTENCIAIS OPES DE ADAPTAO
O objetivo desta tarefa o de identificar, registar
e caracterizar um alargado conjunto de opes de
adaptao que permitam responder s principais
necessidades, objetivos, vulnerabilidades e riscos
climticos (atuais e futuros), com base no trabalho
efetuado para o municpio nos passos 0, 1 e 2 da
metodologia ADAM.
Os exemplos apresentados neste manual podero
servir de ilustrao para, em conjunto com a equipa
do projeto, elaborar-se uma primeira abordagem sis-
temtica s opes de adaptao para o municpio.
Estima-se que o tempo mnimo necessrio para completar este passo seja de aproximadamente quatro semanas. Sugere-se que este passo seja iniciado assim que o passo 2 esteja completo.
As datas-chave a reter para a entrega dos resul-tados do passo 3 (ver tabela 3.1) so:
Lisboa e Vale do Tejo e Ilhas: 05 de junho de 2015Sul: 12 de junho de 2015Norte: 19 de junho de 2015Centro: 26 de junho de 2015
fundamental uma leitura atenta deste ma-nual antes de iniciar o preenchimento da ta-bela 3.1, uma vez que tal facilitar a com-preenso do processo e ajudar na anlise a realizar posteriormente.
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O anexo I apresenta um conjunto alargado de fontes
de informao e exemplos, que podem ser uteis na
identificao e caracterizao de opes de adapta-
o (passo 3 do ADAM).
A tabela 3.1 composta por nove colunas que deve-
ro ser todas preenchidas:
Colunas 1-2: destinam-se a identificar (n. e de-
signao) as potenciais opes de adaptao que
permitam responder aos impactos identificados ou
aproveitar oportunidades por eles geradas. H que
identificar um conjunto o mais alargado possvel
de opes e considerar opes que possam ser im-
plementadas tanto individualmente pelo municpio,
como em parceria com outros agentes ou escalas de
governao.
Colunas 3-4: visam caracterizar cada opo de acor-
do com a sua tipologia de ao (isto , infraestrutu-
ras cinzentas, verdes ou no-estruturais) e com o seu
mbito (ou seja, melhorar a capacidade adaptativa ou
diminuir vulnerabilidades/aproveitar oportunidades).
Estas categorias no so mutuamente exclusivas (cada
opo dever ser descrita em ambos os campos).
Colunas 5-6: servem para descrio dos principais
objetivos a que a opo responde e das potenciais
barreiras que se esperam, por exemplo, aquando
da sua implementao atravs de medidas concre-
tas. Neste ponto, dever-se-o utilizar os dados re-
sultantes dos passos 0 a 2 do ADAM e respetivos
relatrios.
Coluna 7: tem como finalidade a identificao dos
principais sectores e atores-chave que devero ser
considerados no desenho e implementao da op-
o (e potenciais medidas) de adaptao. Os atores-
-chave podem fazer parte da estrutura municipal ou
serem externos mesma, nomeadamente personali-
dades ou entidades que participem ou influenciem os
diferentes processos relacionados com a adaptao.
Dever-se- utilizar os dados resultantes dos passos 0
a 2 do ADAM, bem como as grelhas de identificao
dos atores.
Coluna 8: corresponde identificao dos principais
tipos de eventos climticos e impactos/consequn-
cias (atuais e futuros) de maior importncia no m-
bito da EMAAC, para os quais a opo relevante
como resposta de adaptao. Dever-se- utilizar os
dados resultantes dos passos 1 e 2 do ADAM e das
tabelas 2.2 e 2.3.
Coluna 9: destina-se ao registo de qualquer nota ou
observao pertinente para a caracterizao da opo
(tal como incertezas, complexidades tcnicas e finan-
ceiras, exemplos utilizados e endereos eletrnicos
relevantes). Aqui, h que tentar identificar e registar
as lacunas na informao disponvel e/ou o trabalho
adicional necessrio para melhor caracterizar a opo
(e futuras medidas dentro dessa opo). Por exemplo,
uma opo j utilizada noutro pas poder parecer
interessante, mas a sua aplicabilidade em Portugal
poder estar dependente de legislao nacional
especfica.
De forma a apoiar o preenchimento da tabela 3.1,
o anexo I deste manual disponibiliza vrias fontes
de informao que podem servir como exemplo para
refletir sobre potenciais opes de adaptao.
Neste contexto, haver que analisar e considerar se
experincias de outros pases ou organizaes po-
dero vir a ser aplicadas para os eventos e impactos
identificados no municpio. A consulta desta infor-
mao permitir refletir sobre experincias similares
em outros pases, municpios, organizaes ou co-
munidades que enfrentam riscos climticos similares
('benchmarking') e, desta forma, avaliar se as opes
de adaptao podero ser transferidas para o con-
texto especfico do prprio municpio.
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Neste momento do trabalho h que pensar de for-
ma criativa, de modo a no limitar as opes. Nes-
ta fase, no existem respostas erradas; todas as
opes e medidas sero posteriormente avaliadas
e selecionadas.
Poder-se-, por exemplo, consultar colegas e outros departamentos/divises dentro do muni-cpio (ver resultados passo 0) ou outras entida-des de relacionamento territorial ('stakeholders'), de modo a incluir nesta longa lista um leque o mais alargado possvel de ideias.
A tarefa 3.1 iniciar-se- aps a sesso formativa #2 (consultar tabela 2 do Guia Metodolgico) que decorre em paralelo com a formao inicial sobre Vulnerabilidades climticas futuras (pas-so 2).
Esta sesso formativa ir providenciar uma in-troduo geral temtica das vulnerabilidades climticas futuras e adaptao e servir ainda para apresentar o processo necessrio para com-pletar os passos 2 e 3 da metodologia ADAM.
Apesar de sequenciais, estes passos devero ser realizados de forma interativa e integrada, pelo
que, para alm do presente manual, ser entre-gue nessa sesso um Manual para a Avaliao de Vulnerabilidades Climticas Futuras.
O correto preenchimento da tabela 3.1 servir de base para a avaliao e seleo das opes
de adaptao que ser realizada no passo 4 do
ADAM.
Aps esta formao, cada municpio continuar a
contar com o apoio tcnico-cientfico permanen-
te de uma equipa transdisciplinar ligada ao projeto
ClimAdaPT.Local.
LISTA DE VERIFICAO
Como concluso do passo 3, recorrer-se- seguin-
te lista de verificao ('checklist'), de modo a garantir
o devido cumprimento das tarefas que constituem
este passo (tabela 3).
Nesta lista encontram-se, entre outras informaes,
datas-chave importantes e indicaes sobre os re-
cursos disponibilizados para a realizao das diferen-
tes tarefas.
TAREFAS E ATIVIDADES A DESENVOLVER RECURSOS DATAS (/X)
Tarefa 3.1 - Identificar e registar uma lista de potenciais opes de adaptao
Atividade 3.1a(Formao)
Workshop regional: formao sobre vulnerabilidades climti-cas futuras e adaptao.
LVT e Ilhas 23-24/3/2015Sul 30-31/3/2015Norte 8-9/4/2015Centro 13-14/4/2015
Atividade 3.1b(Preenchimento da tabela 3.1. para identificao de opes de adaptao)
Anexo II deste manual.
LVT e Ilhas 5/6/2015Sul 12/6/2015Norte 19/6/2015Centro 26/6/2015
Tabela 3. Lista de verificao com sistematizao de tarefas, recursos e tempo para o passo 3 da metodologia ADAM
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5. ANEXOS.O presente manual inclui recursos de apoio dispo-
nibilizados para a realizao do passo 3, os quais
fazem parte integrante do mesmo, nomeadamente:
Anexo I: Fontes de informao relevantes
Ser disponibilizado, atravs da plataforma do pro-
jeto, um conjunto alargado de exemplos teis sobre
opes de adaptao encontrados na literatura da
especialidade.
Anexo II: Tabela 3.1. - Identificao de opes de
adaptao
Ser disponibilizada em suporte digital (formato Ex-
cel), para registo e caracterizao das opes iden-
tificadas.
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6. GLOSSRIOAdaptao - processo de ajustamento ao clima atual
ou projetado e aos seus efeitos. Em sistemas huma-
nos, a adaptao procura moderar ou evitar danos
e/ou explorar oportunidades benficas. Em alguns
sistemas naturais, a interveno humana poder fa-
cilitar ajustamentos ao clima projetado e aos seus
efeitos. (IPCC, 2014a).
Alteraes climticas - qualquer mudana no clima
ao longo do tempo, devida variabilidade natural ou
como resultado de atividades humanas. Este concei-
to difere do que utilizado na Conveno Quadro
das Naes Unidas para as Alteraes Climticas
(UNFCCC), no mbito da qual se define as alteraes
climticas como sendo "uma mudana no clima que
seja atribuda direta ou indiretamente a atividades
humanas que alterem a composio global da at-
mosfera e que seja adicional variabilidade climtica
natural observada durante perodos de tempo com-
parveis" (AVELAR and LOURENO, 2010).
Anomalia climtica - diferena no valor de uma va-
rivel climtica num dado perodo relativamente ao
perodo de referncia. Por exemplo, considerando a
temperatura mdia observada entre 1961/1990 (pe-
rodo de referncia), uma anomalia de +2C para um
perodo futuro significa que a temperatura mdia ser
mais elevada em 2C que no perodo de referncia.
Atitude perante o risco - consiste no nvel de risco
que uma entidade est preparada para aceitar. Este
nvel ter reflexo na estratgia de adaptao da mes-
ma entidade, ajudando a avaliar as diferentes opes
disponveis. Se o municpio tiver um elevado grau de
averso ao risco, a identificao e implementao de
solues rpidas que iro diminuir a vulnerabilidade
de curto prazo associada aos riscos climticos poder
ser uma opo, enquanto se investigam outras me-
didas mais robustas e de longo prazo (UKCIP, 2013).
Capacidade de adaptao (ou adaptativa) - a capa-
cidade que sistemas, instituies, seres humanos e
outros organismos tm para se ajustar a potenciais
danos, tirando partido de oportunidades ou respon-
dendo s consequncias (IPCC, 2014a).
Cenrio climtico - simulao numrica do clima no
futuro, baseada em modelos de circulao geral da
atmosfera e na representao do sistema climtico
e dos seus subsistemas. Estes modelos so usados
na investigao das consequncias potenciais das
alteraes climticas de origem antropognica e
como informao de entrada em modelos de impac-
to (IPCC, 2012).
Comunidade - conjunto de pessoas, cuja coeso
passa pela partilha de uma cultura e/ou memria
comum. Podem ou no estar ligadas a um territrio
geogrfico especfico. Une-as relaes de proximi-
dade, valores sociais, sentimentos de pertena, inte-
resses e atividades quotidianas (por exemplo, comu-
nidade de pescadores, comunidade de moradores).
Dias de chuva - segundo a Organizao Meteorol-
gica Mundial so dias com precipitao igual ou su-
perior a 1mm num perodo de 24 horas.
Dias muito quentes - segundo a Organizao Meteo-
rolgica Mundial, so dias com temperatura mxima
superior ou igual a 35C.
Dias de geada - segundo a Organizao Meteorol-
gica Mundial, so dias com temperatura mnima in-
ferior ou igual a 0C.
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Dias de vero - segundo a Organizao Meteorol-
gica Mundial, so dias com temperatura mxima su-
perior ou igual a 25C.
Exposio - de todos os componentes que contri-
buem para a vulnerabilidade, a exposio o nico
diretamente ligado aos parmetros climticos, ou
seja, magnitude do evento, s suas caractersticas
e variabilidade existente nas diferentes ocorrn-
cias. Tipicamente os fatores de exposio incluem
temperatura, precipitao, evapotranspirao e ba-
lano hidrolgico, bem como os eventos extremos
associados, nomeadamente chuva intensa/torren-
cial e secas meteorolgicas (FRITZSCHE [et al.], 2014).
Extremos climticos - a ocorrncia de valores su-
periores (ou inferiores) a um limiar prximo do valor
mximo (ou mnimo) observado (IPCC, 2012).
Frequncia - consiste no nmero de ocorrncias de
um determinado evento por unidade de tempo (ver
probabilidade de ocorrncia).
Foramento radiativo - balano (positivo ou negati-
vo) do fluxo de energia radiativa (irradincia) na tro-
popausa, devido a uma modificao numa varivel
interna ou externa ao sistema climtico, tal como a
variao da concentrao de dixido de carbono na
troposfera ou da radincia solar. Mede-se com W/m2
(adaptado de IPCC, 2013).
Grupo social - grupo constitudo por um conjunto de
pessoas estatisticamente definido por um critrio
formal de pertena segundo fatores mltiplos como
a idade, gnero, tipo de formao. Definem-se por
caractersticas socioculturais, sociodemogrficas ou
socioeconmicas (por exemplo, idosos, jovens, do-
msticas, minorias tnicas no localizadas, grupos
profissionais).
Impacto potencial - resulta da combinao da expo-
sio com a sensibilidade. Por exemplo, uma situao
de precipitao intensa (exposio) combinada com
vertentes declivosas, terras sem vegetao e pouco
compactas (sensibilidade), ir resultar em eroso dos
solos (impacto potencial) (FRITZSCHE [et al.], 2014).
Limiar crtico - limite fsico, temporal ou regulatrio, a
partir do qual um sistema sofre mudanas rpidas ou
repentinas e que, uma vez ultrapassado esse limiar,
causa consequncias inaceitveis ou gera novas opor-
tunidades para o territrio do municpio; ponto ou n-
vel a partir do qual emergem novas propriedades em
sistemas ecolgicos, econmicos ou de outro tipo, que
tornam invlidas as previses baseadas em relaes
matemticas aplicveis a esses sistemas (IPCC, 2007).
M-adaptao (maladaptation) - aes de adaptao
que podem levar a um aumento do risco e/ou da vul-
nerabilidade s alteraes climticas, ou seja, dimi-
nuio do bem-estar, agora ou no futuro (IPCC, 2014a).
Medidas de adaptao - aes concretas de ajusta-
mento ao clima atual ou futuro que resultam do con-
junto de estratgias e opes de adaptao, consi-
deradas apropriadas para responder s necessidades
especficas do sistema. Estas aes so de mbito
alargado podendo ser categorizadas como estruturais,
institucionais ou sociais (adaptado de IPCC, 2014b).
Mitigao (das alteraes climticas) - interveno
humana atravs de estratgias, opes ou medidas
para reduzir a fonte ou aumentar os sumidouros
de gases com efeitos de estufa, responsveis pe-
las alteraes climticas (adaptado de IPCC, 2014a).
Exemplos de medidas de mitigao consistem na uti-
lizao de fontes de energias renovveis, processos
de diminuio de resduos, utilizao de transportes
coletivos, entre outras.
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Modelo climtico - representao numrica (com di-
ferentes nveis de complexidade) do sistema clim-
tico da terra baseado nas propriedades, interaes
e respostas das suas componentes fsicas, qumicas
e biolgicas, tendo em conta todas ou algumas das
suas propriedades conhecidas. O sistema climtico
pode ser representado por modelos com diferentes
nveis de complexidade para qualquer um desses
componentes ou a sua combinao, podendo dife-
rir em vrios aspetos como o nmero de dimenses
espaciais, a extenso de processos fsicos, qumicos
ou biolgicos que so explicitamente representados
ou o nvel de parametrizaes empricas envolvidas.
Os modelos disponveis atualmente com maior fia-
bilidade para representarem o sistema climtico so
os modelos gerais/globais de circulao atmosfera-
-oceano (Atmosphere-Ocean Global Climate Models
- AOGCM). Estes, so aplicados como ferramentas
para estudar e simular o clima e disponibilizam re-
presentaes do sistema climtico e respetivas pro-
jees mensais, sazonais e interanuais (IPCC, 2012).
Modelo Climtico Regional (RCM) - modelos com
uma resoluo maior que os modelos climticos glo-
bais (GCM), embora baseados nestes. Os modelos
climticos globais contm informaes climticas
numa grelha com resolues entre os 300 km e os
100 km, enquanto os modelos regionais usam uma
maior resoluo espacial, variando a dimenso da
grelha entre os 11 km e os 50 km (UKCIP, 2013).
Noites tropicais - segundo a Organizao Meteoro-
lgica Mundial, so noites com temperatura mnima
superior ou igual a 20C.
Normal climatolgica - designa o valor mdio de
uma varivel climtica, tendo em ateno os valores
observados num determinado local durante um pe-
rodo de 30 anos. Este perodo tem incio no primeiro
ano de uma dcada, sendo exemplo para Portugal a
normal climatolgica de 1961/1990.
Onda de calor - considera-se que ocorre uma onda
de calor quando, num intervalo de pelo menos seis
dias consecutivos, a temperatura mxima diria
superior em 5C ao valor mdio dirio no perodo de
referncia (mdia dos ltimos 30 anos).
Opes de adaptao - alternativas/decises para
operacionalizar uma estratgia de adaptao. So a
base para definir as medidas a implementar e res-
ponder s necessidades de adaptao identificadas.
Consistem na escolha entre duas ou mais possibili-
dades, sendo a proteo de uma rea vulnervel ou
a retirada da populao um exemplo (adaptado de
SMIT and WANDEL, 2006).
Probabilidade de ocorrncia - normalmente defini-
da por perodos de retorno e expressa em intervalos
de tempo. A probabilidade de ocorrncia, ou o pero-
do de retorno, refere-se ao nmero mdio de anos
entre a ocorrncia de dois eventos sucessivos com
uma magnitude idntica (ANDRADE [et al.], 2006).
Projeo climtica - projeo da resposta do siste-
ma climtico a cenrios de emisses ou concentra-
es de gases com efeito de estufa e aerossis ou
cenrios de foramento radiativo, frequentemente
obtida atravs da simulao em modelos climticos.
As projees climticas dependem dos cenrios de
emisses/concentraes/foramento radiativo utili-
zados, que so baseados em assunes relacionadas
com comportamentos socioeconmicos e tecnol-
gicos no futuro. Estas assunes podero, ou no,
vir a acontecer estando sujeitas a um grau substan-
cial de incerteza (IPCC, 2012). No possvel fazer
previses do clima futuro, pois no se consegue atri-
buir probabilidades aos cenrios climticos obtidos
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por meio de diferentes cenrios de emisses de ga-
ses com efeito de estufa.
Resilincia - a capacidade de sistemas sociais, econ-
micos ou ambientais em para lidar com perturbaes,
eventos ou tendncias nocivas, respondendo ou reor-
ganizando-se de forma a preservar as suas funes
essenciais, a sua estrutura e a sua identidade, en-
quanto tambm mantm a sua capacidade de adap-
tao, aprendizagem e transformao (IPCC, 2014a).
Risco climtico - definido como a probabilidade de
ocorrncia de consequncias ou perdas danosas
(morte, ferimentos, bens, meios de produo, in-
terrupes nas atividades econmicas ou impactos
ambientais), que resultam da interao entre o clima,
os perigos induzidos pelo homem e as condies de
vulnerabilidade dos sistemas (adaptado de ISO 31010,
2009, UNISDR, 2011).
Sensibilidade / Suscetibilidade - determina o grau
a partir do qual o sistema afetado (benfica ou
adversamente) por uma determinada exposio ao
clima. A sensibilidade ou suscetibilidade est tipica-
mente condicionada pelas condies naturais e f-
sicas do sistema (por exemplo, a sua topografia, a
capacidade dos solos para resistir eroso ou o seu
tipo de ocupao) e pelas atividades humanas que
afetam as condies naturais e fsicas do sistema
(por exemplo, prticas agrcolas, gesto de recur-
sos hdricos, utilizao de outros recursos e presses
relacionadas com as formas de povoamento e po-
pulao). Uma vez que muitos sistemas foram mo-
dificados tendo em vista a sua adaptao ao clima
atual (por exemplo, barragens, diques e sistemas de
irrigao), a avaliao da sensibilidade inclui igual-
mente a vertente relacionada com a capacidade de
adaptao atual. Os fatores sociais, como a densida-
de populacional, devero ser apenas considerados
como sensveis se contriburem diretamente para os
impactos climticos (FRITZSCHE [et al.], 2014).
Tempo de vida - o tempo de vida (ou horizonte
temporal) da deciso em adaptao pode ser defini-
do como a soma do tempo de implementao (lead
time), ou seja, o tempo que decorre desde que uma
opo ou medida equacionada at que executada,
com o tempo da consequncia (consequence time),
isto , o tempo ao longo do qual as consequncias
da deciso se fazem sentir (SMITH [et al.], 2011). No
contexto das alteraes climticas, os conceitos rela-
tivos ao tempo remetem muitas vezes para os hori-
zontes temporais relativos ocorrncia de impactos.
De forma mais ou menos informal, estes prazos so
normalmente referidos como sendo curtos (a 25
anos), mdios (a 50 anos) ou longos (a 100 anos)
e podero, ou no, ser diferentes do tempo de vida
das decises tomadas.
Vulnerabilidade - consiste na propenso ou pre-
disposio que determinado elemento ou conjunto
de elementos tm para serem impactados negati-
vamente. A vulnerabilidade agrega uma variedade
de conceitos, incluindo exposio, sensibilidade e a
capacidade de adaptao (adaptado de IPCC, 2014b).
24
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FICHA TCNICAComo citar este manual: Capela Loureno, T., Dias, L. et al. (2016). ClimAdaPT.Local Manual Identificao de Opes de Adaptao, Lisboa, ISBN: 978-989-99697-0-4.
Projeto ClimAdaPT.Local
Autores: Tiago Capela Loureno, Lus Dias, Vanja Karadzic, Toms Calheiros, Susana Marreiros, Slvia Carvalho. CE3C/CCIAM - Faculdade de Cincias da Universidade de Lisboa (FCUL)
Contributos e reviso: Joo Dinis (C.M. Cascais); Catarina Freitas, Patrcia Silva, Nuno Lopes (C.M. Almada); Adriana Alves, Alexandra Baixinho, Joo Guerra, Joo Mourato, Lusa Schmidt, Joo Ferro (ICS-UL); Joo Tiago Carapau, Marta Loureno (WE CONSULTANTS); Filipe Duarte Santos, Joo Silva, Gil Penha-Lopes (CE3C/CCIAM FCUL)
Coordenador do projeto: Filipe Duarte Santos (CE3C/CCIAM - FCUL)
Coordenador executivo: Gil Penha-Lopes (CE3C/CCIAM - FCUL)
ISBN: 978-989-99697-0-4Lisboa, junho de 2016
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Atravs dos fundos EEA Grants e Norway Grants, a Islndia, Liechtenstein e Noruega contribuem para reduzir
as disparidades sociais e econmicas e reforar as relaes bilaterais com os pases beneficirios na Europa.
Os trs pases doadores cooperam estreitamente com a Unio Europeia atravs do Acordo sobre o Espao
Econmico Europeu (EEE).
Para o perodo 2009-14, as subvenes do EEA Grants e do Norway Grants totalizam o valor de 1,79 mil milhes
de euros. A Noruega contribui com cerca de 97% do financiamento total. Estas subvenes esto disponveis
para organizaes no governamentais, centros de investigao e universidades, e setores pblico e privado
nos 12 Estados-membros integrados mais recentemente na Unio Europeia, Grcia, Portugal e Espanha. H uma
ampla cooperao com entidades dos pases doadores, e as atividades podem ser implementadas at 2016.
As principais reas de apoio so a proteo do ambiente e alteraes climticas, investigao e bolsas de estudo,
sociedade civil, a sade e as crianas, a igualdade de gnero, a justia e o patrimnio cultural.
O projeto ClimAdaPT.Local est integrado no Programa AdaPT, gerido pela Agncia Portuguesa do Ambiente,
IP (APA), enquanto gestora do Fundo Portugus de Carbono (FPC), no valor total de 1,5 milhes de euros, cofi-
nanciado a 85% pelo EEA Grants e a 15% pelo FPC. O projeto beneficia de um apoio de 1,270 milhes de euros da
Islndia, Liechtenstein e Noruega atravs do programa EEAGrants, e de 224 mil euros atravs do FPC. O objetivo
do projeto ClimAdaPT.Local desenvolver estratgias municipais de adaptao s alteraes climticas.