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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais 1. O CONCEITO DE OPÇÃO O mercado financeiro e seus negócios se sofisticam cada vez mais, procurando estabelecer condições mais amplas e adequadas às partes envolvidas nas transações. Para atuarmos neste cenário devemos buscar soluções inovadoras, sem, entretanto descartarmos os instrumentos utilizados no passado. A existência de entidades como as Bolsas de Valores, Commodities e Futuros, sempre comprometidos com a expansão do numero de negócios, assim como de participantes que nele atuam, tornam estes mercados cada dia mais sofisticados. Instrumentos como futuros, opções, hedges, swaps e outros são parte integrante da história dos negócios, e desde há muito são utilizadas. Estes instrumentos sendo utilizados em mercados organizados dão aos executivos maior versatilidade e segurança em suas operações. As opções, principalmente nos mercados de ações e de ouro, são mercados largamente utilizados no Brasil, que possibilitam um conjunto de operações capazes de satisfazer diferentes estratégias dos tomadores de decisão e que, cada vez mais, são objeto de interesse dos investidores. Este texto está dirigido ao estudo das opções no mercado acionário, mas seus conceitos podem ser estendidos a outros mercados. 2. OPÇÕES DE COMPRA (CALL) A fim de entendermos o conceito de opções, iniciemos examinando as Opções de Compra. Para tanto, vamos entender como este conceito é usado em operações comuns do dia a dia e em alguns casos mais sofisticados. 2.1. EXEMPLOS DE OPERAÇÕES COM OPÇÕES DE COMPRA Examinaremos alguns casos simples que ocorrem no dia a dia dos negócios onde o conceito de opções é utilizado sem que nos apercebamos do fato. EXEMPLO 1 – A compra do carro usado Dentre as várias maneiras de comprarmos um carro usado consideramos aquela em que vamos concentrar nossa procura a um conjunto de lojas especializadas. Assim, definido o modelo, marca e ano passamos à procura do mesmo, onde as principais variáveis de escolha serão preço e estado do carro. 3

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

1. O CONCEITO DE OPÇÃO

O mercado financeiro e seus negócios se sofisticam cada vez mais, procurando estabelecer condições mais amplas e adequadas às partes envolvidas nas transações. Para atuarmos neste cenário devemos buscar soluções inovadoras, sem, entretanto descartarmos os instrumentos utilizados no passado.

A existência de entidades como as Bolsas de Valores, Commodities e Futuros, sempre comprometidos com a expansão do numero de negócios, assim como de participantes que nele atuam, tornam estes mercados cada dia mais sofisticados.

Instrumentos como futuros, opções, hedges, swaps e outros são parte integrante da história dos negócios, e desde há muito são utilizadas. Estes instrumentos sendo utilizados em mercados organizados dão aos executivos maior versatilidade e segurança em suas operações.

As opções, principalmente nos mercados de ações e de ouro, são mercados largamente utilizados no Brasil, que possibilitam um conjunto de operações capazes de satisfazer diferentes estratégias dos tomadores de decisão e que, cada vez mais, são objeto de interesse dos investidores. Este texto está dirigido ao estudo das opções no mercado acionário, mas seus conceitos podem ser estendidos a outros mercados.

2. OPÇÕES DE COMPRA (CALL)

A fim de entendermos o conceito de opções, iniciemos examinando as Opções de Compra. Para tanto, vamos entender como este conceito é usado em operações comuns do dia a dia e em alguns casos mais sofisticados.

2.1. EXEMPLOS DE OPERAÇÕES COM OPÇÕES DE COMPRA

Examinaremos alguns casos simples que ocorrem no dia a dia dos negócios onde o conceito de opções é utilizado sem que nos apercebamos do fato.

EXEMPLO 1 – A compra do carro usado

Dentre as várias maneiras de comprarmos um carro usado consideramos aquela em que vamos concentrar nossa procura a um conjunto de lojas especializadas. Assim, definido o modelo, marca e ano passamos à procura do mesmo, onde as principais variáveis de escolha serão preço e estado do carro.

Á medida que vamos visitando as lojas começamos a ter noção dos preços e outras variáveis que o influenciam, além do estado do carro. Por exemplo, a cor, o numero de opcionais que o carro tem e outras adaptações introduzidas pelo antigo dono. Á medida que isto ocorre, nós, como compradores também passamos a considerar estes opcionais interessantes ou não; por exemplo: um sofisticado som, ar condicionado, teto solar e tantos outras variações que podem ser oferecidas.

Consideramos que, em função destes fatos, o carro procurado, em bom estado, tenha seu preço entre R$ 5.500 e R$ 6.100, segundo a pesquisa efetuada nas visitas as primeiras lojas.

Vamos admitir que na quinta ou sexta loja, nos deparamos com um carro nas condições que nos interessa, a um preço de R$ 5.700. Faltam ainda oito lojas para visitarmos. Fechamos ou não o negócio? Se fecharmos o negócio, poderemos estar perdendo um carro nas mesmas condições com um preço um pouco melhor ou com a cor exata que desejamos ou com um equipamento a mais; no entanto, se não fecharmos, conforme nos alerta o vendedor, o carro poderá ser vendido.

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Com certeza não será incomum obtermos do vendedor uma barganha de tempo. Podemos dizer que temos um grande interesse pelo carro, que realmente é o carro que estávamos esperando encontrar, mas que nos falta parte de dinheiro necessário e que vamos obtê-lo com um parente próximo, ou então que queremos mostrá-lo para nossa esposa, noiva ou mãe. Qualquer destes argumentos, ou outros que possamos inventar, teria como uma única finalidade ganhar tempo. O que esperamos do vendedor do carro é algo do tipo: “Eu lhe garanto o preço do carro até amanhã às 12:00 horas” ao que responderemos: “Esta ótimo, até amanhã as 12:00 horas decidiremos.”

Temos aqui um acordo verbal entre as partes que muito provavelmente será honrado. A qualquer interessado pelo carro, o vendedor dirá: “Este carro esta praticamente vendido, só posso examinar uma oferta depois das 12:00 horas de amanhã.”

Visitaremos as demais lojas selecionadas e, se encontrarmos algo melhor, obviamente compraremos. Caso contrário, até as 12:00 horas do dia seguinte, exerceremos o direito de comprar o carro conforme o acordo com o vendedor. Naturalmente, tudo isto pode dar errado, visto que o acordo foi verbal e não tem a força de um contrato escrito.

Deixando de lado o aspecto verbal do acordo, vejamos mais claramente quais foram as características do nosso acordo. O acordo consiste no fato de termos o que podemos chamar de uma “Opção de compra do carro”, ou seja, de podermos optar pela compra ou não do carro, ou ainda de podermos exercer o nosso direito de comprar o carro, ou não.”

Assim o fato de termos em nosso poder uma opção de compra do carro significa: “que podemos ou não exercer o direito de comprar o carro, por US$ 5.700 até as 1200horas do dia seguinte.”.

Podemos observar neste exemplo alguns dos principais elementos que fazem parte de um contrato, mesmo verbal, de “opção de compra” de um ativo. Estes elementos são:

- O preço do ativo está fixado. No caso de carro: R$ 5.700;- Existe uma data limite para qual a decisão tem que ser tomada;

No exemplo: até as 12:00 horas do dia seguinte.

Observamos também a posição dos dois participantes do contrato, que chamaremos de lançador da opção e titular da opção, assim definidos:

- Lançador: aquele que oferta o direito para a compra (ou não) do ativo, por um preço pré-fixado. No exemplo é o vendedor do carro que permite ao comprador decidir se compra (ou não) o carro nas condições de preço e data fixados.

- Titular: é aquele detentor do direito de comprar (ou não) o ativo, por um preço pré-fixado até a data pré-fixada. O titular poderá “exercer” seu direito de comprar o ativo, se assim o desejar. No exemplo é o caso do comprador do carro que poderá exercer seu direito, que consiste na compra do carro (ou não) por R$ 5.700.

Naturalmente passada a data do limite, para o exercício acertado entre as partes, o contrato estará encerrado e as partes nada terão a reclamar. Em nosso exemplo se o comprador não aparecer até as 12:00 horas do dia seguinte para pagar o carro, o negócio estará encerrado e nenhuma das partes terá qualquer obrigação com a outra.

È fácil imaginar o grande número de operações deste tipo que ocorrem no dia a dia, em negociações dos mais variados tipos de bens, produtos e até serviços.

Temos aqui expostas as nossas idéias que envolvem o que chamamos de “opção de compra” que pelo exemplo é algo muito comum em nosso dia a dia.

Assim, muitas vezes, estamos operando com “opções de compra” sem que nos apercebamos do fato. O exemplo seguinte mostra bem esta afirmativa.

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EXEMPLO 2 – A “Opção de Venda” de um imóvel

Este é um caso muito comum no mercado imobiliário, onde existe o que os corretores chamam, de “opção de venda do imóvel”.

Somos proprietários de um imóvel que, a principio, não estamos interessados na sua venda. Neste ponto somos procurados por um corretor de imóveis que nos alerta sobre a valorização do nosso imóvel, em função da procura pelas grandes incorporações, e que a venda neste momento pode ser um bom negócio. Admitamos que nosso imóvel possa valer algo ao redor de R$ 150.000 e que o corretor nos informa da possibilidade de vendê-lo por R$ 200.000. Bem, nestas condições, isto já passa a nos interessar visto que podemos comprar outro imóvel, semelhante ao nosso, pelos mesmos R$ 150.000 e ainda ganhar a diferença de R$ 50.000.

O corretor de imóveis, entretanto, conhece duas ou três incorporadoras que desejam imóveis, na região, para a construção de prédio de apartamentos ou escritórios.

Em princípio, ele não tem nenhum negócio garantido e sabe, também, que a área necessária para a incorporação são 4, 5 ou mais vezes, a área do terreno do nosso imóvel. Assim o corretor de imóveis estará oferecendo a nossos vizinhos as mesmas condições para a venda de seus imóveis.

Quando o corretor conseguir a área mínima necessária, ele fará à oferta as incorporações, com grande chance de fechar negocio em conjunto. Naturalmente a incorporadora se recusa a comprar um imóvel de cada vez, pois os imóveis remanescentes poderão subir de preço ou não serem vendidos, até por capricho de seus proprietários, e nestas condições o seu projeto estará comprometido.

Assim o corretor precisa conseguir um documento dos proprietários de que estes se dispõem a vender seus imóveis. Este documento é denominado pelo corretor de “opção de venda”, onde constarão as características do imóvel, quanto à localização, área do terreno, área construída, etc., e os nomes dos respectivos proprietários. Constará, também, que os proprietários desejam vende-los por um preço pré-fixado e as condições de pagamento.

Em seguida, será definido o prazo de validade de opção, que pode ser algo ao redor de 30 dias.

Naturalmente, com as opções dos vários imóveis que compõem a área mínima necessária, o corretor irá procurar as incorporadoras que poderão, ou não comprá-los.

Examinemos um pouco mais o documento apresentado pelo corretor com a denominação “opção de venda”.

Na realidade, cada um de nós, proprietários dos imóveis, atuamos, como “lançadores” de uma opção, pois ofertamos o ativo, imóvel no caso, para que alguém o compre por um preço pré-fixado de R$ 200.000 em um prazo pré-fixado de 30 dias.

Quem detiver o documento será o “titular”, ou seja, terá o direito de comprar, ou não, o imóvel nas condições de preço e prazo pré-fixados.

O corretor passará os documentos à incorporadora que poderá “exercer o direito de compra” do imóvel pelo preço pré-fixado até a data pré-fixada.

Assim se examinamos o contrato do ponto de vista de quem detém o direito a ser exercido, o que habitualmente é feito, estamos diante de um contrato de “opção de compra de imóveis”

Estes documentos são muito comuns no mercado imobiliário e tem a finalidade de “amarrar” o vendedor do imóvel ao corretor para que este, dentro do prazo fixado, possa achar um comprador para o imóvel, que esteja disposto a pagar o preço fixado.

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EXEMPLO 3 – Opções com imóveis com prazos longos

Este caso que vamos relatar é um exemplo, dentre muitos outros, de uso das opções. Trata-se de um caso razoavelmente comum no mercado imobiliário brasileiro.

Uma grande construtora havia comprado vários terrenos ao longo de uma das marginais do Rio Pinheiros, em São Paulo, e estava construindo edifícios com grande sucesso comercial. A marginal oposta, no entanto, não apresentava o mesmo desenvolvimento e por este fato, os terrenos eram muito mais baratos. Naturalmente, isso era uma oportunidade que deveria ser analisada. Quando a cidade “pulasse o rio”, estes terrenos teriam um grande valor. A questão era “quando é que seriam feitas as pontes, em número suficiente, para tal expansão?”. Haviam noticias de que nos próximos dois anos isto ocorreria.

Comprar agora os terrenos da marginal, ainda não desenvolvida, e perder parte do capital de giro estava fora de cogitação. O ideal seria, novamente, uma barganha de tempo, ou seja, conseguir o terreno nas condições ideais, com o preço pré-fixado e o direito de comprá-lo, ou não, até uma data pré-fixada. Naturalmente, a decisão não poderia ocorrer ate amanha as 12:00 horas, como no caso do carro, ou nos próximos 30 dias. Esta decisão só poderia ocorrer em um espaço longo de tempo, por exemplo de 2 anos.

Com certeza ninguém se interessa pelo lançamento de uma opção nestas condições, visto que ficaria praticamente sem ter o que fazer com o terreno no prazo de 2 anos. Talvez, se o dono do terreno recebesse um “premio” por esta “perda de tempo”?

Bem, foi exatamente isto que ocorreu. A construtora pagou um “premio” de R$ 350.000 e com isto adquiriu o direito de comprar, ou não, o terreno pelo valor pré-fixado de R$ 5.000,000 tendo o prazo pré-fixado de 2 anos para tomar a decisão.

Temos, neste exemplo, todos os elementos que fazem parte do que chamamos de “opção de compra”. Examinemos as denominações e os conceitos de cada um destes elementos, como segue:

- Valor de exercício: É o valor pré-fixado, de negociação do ativo. Consiste no valor pré-fixado que o “titular” da opção pagara pelo ativo ao “exercer” seu direito de comprá-lo, se assim desejar. É da expressão “valor para exercer seu direito” que surge o termo “valor de exercício”.

No exemplo o “valor de exercício” é de R$ 5.000.000.

- Data do exercício: É a data pré-fixada, limite para que o “titular” da opção exerça o seu direito. É comum falarmos em “prazo de exercício” que consiste no intervalo entre as datas de hoje a data de exercício. Para que não haja duvidas, fixe-se, também, o horário limite de exercício do direito em questão.No exemplo, o prazo de exercício é de 2 anos.

Naturalmente, passada a data limite às partes não têm mais responsabilidades umas com as outras.

- Prêmio: É o valor pago pelo “titular” para ser o detentor do direito que faz parte do contrato de “opção de compra”. Ou ainda, é o preço pago para ter o direito de adquirir, ou não, o ativo por um preço pré-fixado até a data pré-fixada.

No caso do exemplo o Prêmio foi de R$ 350.000. O pagamento deste prêmio dava o direito à construtora de adquirir, se ainda desejasse, o terreno por R$ 5.000.000, podendo tomar esta decisão no prazo de 2 anos.

Existem casos em que o prêmio é zero, ou seja, é “dada à opção de compra”.

Isto ocorre com o exemplo da compra do carro ou da venda do imóvel para a incorporadora, visto que existe um grande interesse na realização do negocio, deixando-se de lado a questão do prêmio o que equivale a considerá-lo como zero.

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2.2 FORMAÇÃO DOS PREÇOS DAS OPÇÕES DE COMPRA

Consideremos novamente o caso do terreno sobre o qual foi lançada a opção de compra. O titular do direito de compra pagou um prêmio de R$ 350.000 para ter o direito de comprar o terreno por R$ 5.000.000. A decisão de comprar, ou não, será tomada ao fim de 2 anos.

Vejamos as posturas do titular e do lançador da opção sobre os valores do premio e do exercício.

a) Lançador da opção de compra

O lançador da opção de compra, também chamado de vendedor da opção de compra, recebe o prêmio de R$ 350.000 que poderá usar livremente, visto que não deverá prestar contas deste valor à contra parte. Em seguida, deverá esperar a decisão da contra parte com relação à venda, ou não do terreno pelo valor de R$ 5.000.000.

O provável raciocínio do vendedor da opção é algo do seguinte tipo:

Admitamos que o preço do terreno hoje seja de R$ 4.350.000. Como estamos recebendo hoje, na forma de prêmio, a quantidade de R$ 350.000, ficaria faltando R$ 4.000.000.

O raciocínio é que este valor será recebido após 2 anos, com juros, perfazendo um total de R$ 5.000.000, se a contra parte exercer o seu direito, ou como dizemos no dia a dia “se for recebido”, segundo o ponto de vista do lançador.

- Se estes fatos ocorrerem, ou seja, se houver o exercício tudo se passa como se o lançador da opção financiasse os R$ 4.000.000 para receber R$ 5.000.000, como no fluxo de caixa a seguir.

O que corresponderia a uma taxa de juros de 11,80% a.a.

Se admitirmos que a taxa de mercado está abaixo de 11,80% a.a., por exemplo a 10% a.a., o vendedor de opção de compra estará com um ganho de taxa. Na realidade, este ganho a mais deve corresponder ao risco do negócio não se concretizar. Por outro lado, o lançador da opção de compra poderá achar que esta operação só tem sentido se a taxa fosse de 5% a.a.

O que corresponderia a um prêmio de R$ 569.282,00. Como se observa os valores são formados conforme as perspectivas do lançador da opção. De outro lado, o titular também tem as suas perspectivas e o negócio só ocorrerá quando ambas as situações estiverem satisfeitas.

b) Titular da opção de compra

O titular da opção da compra ou o comprador da opção de compra, paga um prêmio de R$ 350.000 e com isso adquire o direito de, se assim o desejar, comprar o terreno por R$ 5.000.000, até a data combinada.

- Em primeiro lugar, existe um desembolso de R$ 350.000, e este valor é o máximo que irá perder no negocio. Se comprasse a vista por R$ 4.350.000, e os preços dos terrenos caíssem à perda não estaria limitada. Assim, a primeira grande questão do titular da opção de compra é que sua perda máxima é o prêmio pago.

- A segunda questão é com relação a exercer ou não o seu direito de pagar R$ 5.000.000 pelo terreno. Isto irá depender dos preços dos terrenos na região daqui a 2 anos. Se estiver valendo exatamente R$ 5.000.000 ele poderá exercer o direito de compra ou comprar um terreno equivalente pelo mesmo preço.

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Se o terreno estiver valendo menos que o valor do exercício, com certeza não pagara R$ 5.000.000, por algo que vale menos. Finalmente, se o terreno estiver valendo mais que R$ 5.000.000, com certeza o comprador da opção exercera o seu direito de pagar apenas os R$ 5.000.000.

- Consideramos o caso de haver exercício do direito de compra do imóvel a R$ 5.000.000. Sabemos que isto ocorrerá pelo fato do terreno ter seu preço de mercado maior que este valor. A questão é que se o comprador da opção estará nestas condições ganhando ou não? A resposta correta será “depende”

O comprador da opção já desembolsou R$ 350.000 de prêmio e para exercer o seu direito deverá desembolsar mais R$ 5.000.000. Assim, de imediato, terá gasto na data de 2 anos R$ 350.000, que devem ser corrigidos, e mais o valor do exercício. Se conseguimos 10% a.a. o prêmio, pelos 2 anos, teremos:

350.000(1+0,10)² = 423.500

O que equivale a um desembolso total, na data, em 2 anos de R$ 5.423.500.

Assim, se o terreno estiver valendo acima deste valor é que ganharemos com a compra da opção.

Se o preço do terreno estiver entre R$ 5.000.000,00 e R$ 423.500,00 o direito também será exercido, mas não haverá ganhado na venda do mesmo.

Naturalmente, não estamos analisando outros ganhos que podem ocorrer com a operação, tais como:

- Manutenção de capital de giro;

- Posição estratégica quanto à localização dos terrenos, etc.

2.3. GRÁFICO GANHOS-PERDAS DO COMPRADOR DA OPÇÃO DE COMPRA

Consideremos o caso do comprador, ou titular, de uma opção de compra que pagou um prêmio de R$ 350.000, para ter um direito de, no prazo de 2 anos, pagar R$ 5.000.000, por um terreno, se desejar adquiri-lo.

O gráfico ganhos /perdas da opção de compra consiste em traçarmos um eixo horizontal onde representamos os possíveis preços do terreno, na data de exercício do direito e um eixo vertical onde indicamos o total de ganhos e perdas, do titular da opção, para cada preço fixado.

Para o exemplo teríamos o seguinte gráfico:

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Que pode ser assim entendido:

- Se o preço de mercado PM for menos que o preço de exercício E=5.000.000, não exercemos o nosso direito e, portanto, perderemos o prêmio R= 350.000.

- Se o preço de mercado é igual ao preço de exercício, ou seja, PM=E=5.000.000 podemos exercer nosso direito ou comprar um terreno equivalente, no mercado pelo mesmo valor. Nesta condição ainda temos uma perda igual ao valor do prêmio, pois, tivemos um desembolso total de R$ 5.350.000 para algo que vale no mercado R$ 5.000.000.

- Se o preço de mercado PM é maior que o valor de exercício E=5.000.000, devemos exercer nosso direito adquirindo o terreno. Sabemos que, quanto maior for o preço de mercado, maior será nosso ganho, então por facilidade de representação, indicamos esta relação pela reta que passa pelos pontos W, X, Y, Z, onde podemos observar que:

i- O ponto W corresponde a um ponto de indiferença, onde podemos exercer nosso direito de comprar o terreno por R$ 5.000.000,00 ou de comprá-lo no mercado pelo mesmo valor. Como já vimos uma perda de R$ 350.000.

ii- Os pontos do tipo X , da reta, entre W e Y correspondem a preços de mercado entre R$ 5.000.000 e R$ 5.350.000. O fato de exercermos nosso direito de compra dá uma perda menor que o valor do prêmio. Consideremos, por exemplo, que o preço de mercado seja de R$ 5.200.000: como gastamos R$ 350.000 com o prêmio e mais R$ 5.000.000 para exercer o direito de compra estaremos tendo uma perda de R$ 150.000.

iii- O ponto Y corresponde ao preço de mercado de R$ 5.350.000,00, o que iguala nosso desembolso. Assim é o ponto de perda zero. É importante notar que um exame mais correto desta situação deve levar em conta que a correção do valor do prêmio até a data de exercício. Se considerarmos que o custo do capital é de 10 % a.a. e que o prazo é de 2 anos, fazendo a correção do prêmio, teremos.

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350.000(1+0,10)² = 423.500

Então o gráfico toma a forma abaixo:

Em geral nos utilizamos destes gráficos para facilitar o raciocínio e nestas condições não consideramos a correção do valor do prêmio; no entanto, no momento de realizar a operação, estas variáveis são importantes e devem ser levadas em consideração para a tomada decisão.

Os pontos da reta do tipo Z são aquelas onde o preço de mercado são maiores que o desembolso do prêmio e mais o valor do exercício do direito; assim são os pontos que correspondem a um ganho efetivo.

2.4 GRÁFICO GANHOS-PERDAS DO VENDEDOR

Do ponto de vista do vendedor da opção de compra, que recebe um prêmio de R$ 350.000 e com isso cede o direito, à contra parte, de pagar R$ 5.000.000, por um terreno, pelo prazo de 2 anos, teremos o seguinte gráfico:

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O gráfico nos mostra que:

- Se o preço do terreno, na data de exercício, é que R$ 5.000.000, então o vendedor ou lançador da opção estará ganhando R$ 350.000 acima do preço de mercado.

- Se estiver entre R$ 5.000.000 e R$ 5.350.000, seus ganhos irão diminuir à medida que cresce o preço de mercado. Se o preço de mercado é, por exemplo, R$ 5.150.000 então o vendedor receberá R$ 350.000 de prêmio e mais a soma de R$ 5.000.000 de exercício. Isto corresponderá a um lucro de R$ 200.000 em relação ao preço de mercado do terreno;

- Finalmente, se o preço do terreno, na data de exercício do maior que R$ 5.350.000, então o vendedor da opção terá perdas. Se, por exemplo, o preço de mercado for de R$ 5.650.000, ele terá uma perda de R$ 300.000, visto que recebeu R$ 5.350.000 pela venda do terreno, sendo R$ 350.000 de prêmio e R$ 5.000.000 como preço de exercício do terreno.

Devemos, neste ponto, chamar atenção para duas considerações práticas que são importantes:

a) Devemos considerar a correção do valor do prêmio ao longo do tempo. Admitindo uma correção de 10% a.a. por 2 anos, o prêmio seria:

350.000(1+0,10)² = 423.500

b) Finalmente, devemos examinar os ganhos e perdas, em relação à operação de opção examinada de forma isoladamente. Na maioria das vezes, as operações com opções fazem parte de estratégias mais amplas, cujo resultado é que irá definir os ganhos e perdas importantes a serem considerados.

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3. AS OPÇÕES DE VENDA (PUT)

Ao estudarmos as opções de compra constatamos que elas consistem de um contrato entre partes, no caso o titular que detém o direito de comprar um ativo e o lançador da opção que é o atual proprietário do ativo. Como se observa a denominação da opção esta intimamente ligada ao direito da mesma. Assim, o titular da opção de compra detém direito de comprar o ativo.

Seguindo a mesma linha de raciocínio teremos que a opção de venda é um contrato entre as partes onde o Titular da opção de venda detém o direito de vender o ativo, se assim o desejar, por um preço pré-fixado, até uma data pré-determinada.

A contrapartida do titular é o lançador, que faz a oferta, de maneira que se for exercido terá que obrigatoriamente comprar o ativo nas condições acertadas.

Assim, o comprador da opção de venda, ou seja, o titular paga um prêmio e com isto adquire o direito, se assim o desejar, vender o ativo, por um preço pré-fixado ate uma data predeterminada.

3.1 EXEMPLOS DE OPERAÇÕES COM OPÇÕES DE VENDA

Examinemos alguns exemplos onde são usadas opções de vendas, sem que nos apercebamos de tal fato.

Exemplos 1 – A Venda do Carro Usado

Consideremos o caso de desejarmos vender o nosso carro. Procuramos nos jornais especializados as primeiras informações sobre o preço do mesmo, para termos uma base.Em seguida podemos visitar algumas lojas para sabermos qual a avaliação do nosso carro.

Vamos supor que em uma das lojas nos seja ofertado R$ 3.200.000 pelo carro. Admitindo que o preço indicado nos jornais era de R$ 3.100.000, devemos vender ou não o carro?

Naturalmente, estamos diante de uma duvida, será que algum lojista não poderá oferecer mais que R$ 3.200.000 pelo carro? Ou, será que esta oferta é um caso particular? A nossa estratégia é pesquisar um pouco mais. Para tanto, tentaremos pegar um “firme” do lojista, ou seja, que a oferta para a compra do carro seja mantida por algum prazo como, por exemplo, até o final do dia, ou então, até o dia seguinte. Temos aqui, novamente, a idéia da “barganha de tempo” para a tomada da decisão.

Se o lojista concordar, estaremos diante de uma opção de venda, pois: temos o direito de vender o carro, se assim o desejarmos, por um preço pré-fixado, de R$ 3.200.000 no caso, até uma data pré-fixada.

O exemplo mostra uma operação comum no mercado de automóveis, onde a opção de venda é utilizada. No caso o prêmio igual a zero visto que nada pagamos pelo direito de venda do carro.

Exemplo 2 - A compra de uma casa

Admitamos que estamos interessados na compra de uma casa e um corretor nos leva a visitar

várias casas à venda e nos interessamos por uma casa cujo preço é de R$ 100.000 á vista. Indagaremos do corretor como é o perfil do proprietário; na hipótese de pedirmos algum desconto. Após uma longa conversa o corretor, nos dirá: “Vamos fazer uma oferta de compra ao proprietário e eu tentarei convencê-lo!”.

Vamos supor que nossa oferta para a compra da casa tenha as seguintes características:

- Nos propomos a pagar R$ 80.000;

- E damos um prazo de 10 dias para o proprietário decidir;

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O que acabamos de fazer a denominação de “oferta de compra” nada mais do que lançarmos uma opção de venda, onde o proprietário da casa atua como titular, visto que detém o direito de, se assim o desejar, vender a casa pelo preço pré-fixado de R$ 80.000,00, no prazo pré-fixado de 10 dias.

Neste caso, como no anterior, o prêmio é zero visto que os Lançadores da opção operam com prazos curtos em relação aos mercados que atuam, como é o caso de 1 dia para o carro ou 10 dias para a casa.

Exemplo 3 – Opções de Venda com Ouro

Consideramos o caso de uma empresa, que tem como política investir seus recursos em ouro.

Vamos admitir que em determinado momento, por falta de alternativa de investimento em processos produtivos, o volume de aquisição de ouro se torna alto. Os executivos da empresa sabem que o ouro sofre oscilações e estão preparados para elas. No entanto, começam a receber informações que, se ocorrem, podem fazer cair o preço do ouro em termos de 30% e se não ocorrem podem fazer o ouro subir em termos de 20%, no prazo de 30 dias.

Uma primeira alternativa, imediata, seria a venda de ouro; mas se não ocorrer à queda do ouro? Como explicar a infeliz decisão?

Uma segunda alternativa consiste em pagar um prêmio e com isto adquirir o direito de, se assim o desejar, vender o ouro por um preço pré-fixado ate uma data predeterminada. Examinemos um pouco mais este caso.

Consideremos que a empresa tenha o ouro a um preço médio de R$ 430,00 a onça troy e que o preço de mercado seja de R$ 460,00. Se o ouro subir 20% irá para R$ 552,00 e se cair 30% terá um preço de R$ 332,00. Assim se a empresa pagar um prêmio de R$ 20,00 para ter o direito de, se assim desejar, vender o ouro por R$ 400,00 no prazo de 90 dias, ela estará adquirindo uma opção de venda, que a defenderá de uma perda extraordinária com a queda do mercado.

Em resumo, temos a seguinte situação:

Opção de Compra = CALL Opção de Venda = PUT

Comprar – comprando para ter direitos (TITULAR) Comprar – Comprando para ter direitos

Vender – Assume obrigação de venda (LANÇADOR) Vender – Assume obrigações de venda

Comprador tem direitos tanto nas opções CALL como em PUT;

Vendedor tem obrigações tanto nas opções CALL como em PUT;

Opções de compra, o lançador tem obrigação de vender;

Opções de venda, o lançador tem obrigação de comprar;

O lançador não pode desistir do negócio e nem pagar multa;

O prêmio não pode ser abatido do valor principal das opções;

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4 - AS OPÇÕES NEGOCIADAS EM BOLSAS

As opções de compra, ou de venda, são contratos entre partes sobre o direito de compras, ou venda, de um ativo objeto do contrato.

As partes integrantes do contrato são:

TITULAR: Quem detém o direito de comprar ou vender o ativo ou de negociar a opção.

LANÇADOR: Aquele que outorga o direito representado pelo contrato de opção.

ATIVOS - OBJETIVO: O ativo que é objetivo do contrato.

CARACTERISTICAS: Do ativo objeto com relação a tipos, volumes, lotes e outros elementos que bem definam o ativo.

PREÇO DE EXERCICIO (Strike): Preço pelo qual o titular poderá exercer seu direito.

DATA DE EXERCÍCIO: Data em que o titular poderá exercer seu direito. Esta data poderá ser fixada segundo dois conceitos, como segue:

→ Opções Européias: Quando a opção só pode ser exercida na data de exercício. Padrão brasileiro para opções de venda.

→ Opções Americanas:Quando a opção pode ser exercida a qualquer tempo até a data de exercício. Padrão brasileiro para opções de compra.

PRÊMIO: Valor pago pelo titular para aquisição do direito estabelecido pelo contrato de opção.

Do exposto é fácil concluir que existirão vários elementos a serem negociados entre titulares e lançadores para a confecção dos contratos de opção.

A princípio, operações deste tipo seriam impraticáveis em bolsas onde a premissa inicial é a de que: compradores e vendedores dos ativos em bolsa não se identificam entre si. São as corretoras que atuam em nome de seus clientes dentro das regras estabelecidas pelas Bolsas. Desta forma, para que possam existir as opções sobre ações, as Bolsas fixam alguns parâmetros, de forma que fique livre para negociação dos clientes, por meio das corretoras, o prêmio relativo a cada opção. Assim, o prêmio é o único parâmetro livre para negociação em pregão, de um contrato de opção.

As Bolsas fixam os seguintes parâmetros:

- DATA DE VENCIMENTO:

- Ações: nas terceiras segundas-feiras de todos os meses.

- Ouro: nas terceiras sextas-feiras dos meses ímpares.

- Ibovespa: segundas-feiras da semana do vencimento de vencimento do futuro.

- DI e Dólar: primeiro dia útil do mês.

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4.1. Padronização dos contratos de Opções:

Fica a cargo da bolsa a criação de opções com preços de exercício maiores ou menores do que os já existentes e a abertura de novos meses de negociação. As bolsas sempre o farão quando o mercado der sinais de que já há espaço para novos meses de vencimento ou quando as movimentações no preço do objeto exijam novos preços de exercício.

Sempre que novas opções são autorizadas para negociação, todo o mercado toma ciência do fato e algumas opções anteriormente negociadas podem perder liquidez, causando movimentação nas posições, à qual todos os participantes do mercado devem estar atentos para não ficarem “presos” em uma posição.

O tipo de uma opção é definido por ser ela uma CALL, (opção de compra) ou uma PUT (opção de venda). A classe de uma opção é definida pelo prazo de vencimento (data de exercício). A série é dada pelo seu preço de exercício. Quando nos referimos a uma opção desta forma, estaremos evitando qualquer confusão com outra opção.

Na Bovespa, as opções têm seu vencimento padronizado para a terceira segunda-feira de cada mês. A nomenclatura de uma opção é dividida em 03 grupos. Vejamos como é formado o nome de uma opção. Por exemplo, a opção PETRH44:

PETR H 44

4.1.1. Margem de garantia de ações PUT:

Como o máximo que um comprador de opção poderá perder será sempre o prêmio por ele já pago, ele não apresenta riscos para o mercado, pois já pagou o que pode perder, não havendo necessidade de solicitar depósito de margem de garantia ao comprador de uma opção.

O lançador de um opção (PUT) que já recebeu o prêmio tem risco limitado, pois nunca poderemos saber com certeza se a opção vendida dará ou não exercício, e muito menos qual será o resultado financeiro deste exercício. Portanto, há risco na operação para o sistema, sendo necessária a solicitação de depósito margem.

A mensuração dos riscos dos vendedores de opção é uma tarefa muito difícil. Como o mercado já fez deles uma avaliação prévia para o estabelecimento dos prêmios das opções, o valor de negociação desses ativos é um bom indicador dos riscos inerentes ao negócio. Consequentemente, a margem cobrada dos vendedores de opções é geralmente uma fração do prêmio recebido.

4.1.2. Preço de Exercício e Séries:

São fixados preços próximos ao preço da ação – objeto, acima e abaixo, segundo critério da bolsa, dando as series de exercício.

Se a opção der exercício, quem vendeu a opção tem obrigação de vender a mesma quantidade de ações pelo preço de strike;

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Valor de exercício da Opção

Mês de exercício da opção, sendo de “A” à “L” para Call’s e de “M” à “X” para Put’s

Nomenclatura padrão das ações no mercado à vista

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Se a opção der exercício, quem comprou a opção tem o direito de comprar a mesma quantidade de ações pelo preço de strike;

A opção estando acima do exercício pode ser exercida a qualquer dia e não necessariamente apenas na segunda-feira de vencimento;

- SÉRIES

Indicam as opções (tipo de papel e preço de exercício).

- CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES QUANTO AO EXERCÍCIO:

Supondo que a PETR4 esteja valendo R$ 52,00 no mercado à vista, uma opção será:

ITM (In the money ) se o strike da opção estiver abaixo de R$ 52,00 (maior chance de ser exercida, neste caso será a PETRH50 ou inferior);

ATM (At the money ) se o strike da opção estiver próximo de R$ 52,00 (normalmente é a opção mais negociada em relação aos outros strikes; Neste caso a PETRH52);

OTM (Out the money) se o strike da opção estiver acima de R$ 52,00 (menor chance de ser exercida, neste caso será a PETRH54 ou superior);

Classificação Opção de Compra Opção de VendaITM (dentro do dinheiro) Preço do objeto é maior do que o preço

de exercícioPreço do objeto é menor do que o preço de exercício

ATM (no dinheiro) Preço do objeto é igual ao preço de exercício

Preço do objeto é igual ao preço de exercício

OTM (fora do dinheiro) Preço do objeto é menor do que o preço de exercício

Preço do objeto é maior do que o preço de exercício

- GORDURA (valor tempo)

Supondo que a PETR4 está valendo R$ 52,00 no mercado a vista; a opção PETRH50 vale R$ 3,00 e tem exercício em R$50,00. Neste caso ela tem uma gordura de R$ 1,00 (3 – (52 - 50)). Quanto maior esta gordura, melhor será para o lançamento de opções coberto, porque a taxa de prêmio será maior.

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5 – Risco e Retorno no mercado de opções:

É necessário ter em mente que o propósito principal e inicial do lançamento de uma opção é a redução do risco. Partindo-se do princípio que o máximo que se pode perder é o prêmio na compra de uma opção de compra, seu risco esta sendo limitado. Ocorre que a especulação do mercado acabou deturpando este conceito e transformando as opções em uma das maiores ferramentas de especulação e alavancagem do mercado.

Comprado Call com E = R$ 44,00

Preço do Objeto Prêmio Pago Resultado do Exercício Resultado Final

R$ 40,00 R$ 1.000,00 R$ 0,00 - R$ 1.000,00

R$ 41,00 R$ 1.000,00 R$ 0,00 - R$ 1.000,00

R$ 42,00 R$ 1.000,00 R$ 0,00 - R$ 1.000,00

R$ 43,00 R$ 1.000,00 R$ 0,00 - R$ 1.000,00

R$ 45,00 R$ 1.000,00 R$ 2.500,00 R$ 1.500,00

R$ 46,00 R$ 1.000,00 R$ 3.000,00 R$ 2.000,00

R$ 47,00 R$ 1.000,00 R$ 4.000,00 R$ 3.000,00

Vendido Call com E = R$ 44,00

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Portanto, operar opções de venda, demanda maior conhecimento técnico, uma grande margem de garantia ou outras técnicas, como as travas e financiamentos.

6 – Operações com opções:

6.1. Lançamento Coberto:

Assim que acabar o vencimento de uma série de opções, na própria segunda-feira, efetuar a seguinte operação:

Comprar 1.000 PETR4 a R$ 52,00 = R$ 52.000,00;

Logo após a compra das ações, vender 1.000 PETRH50 a R$ 3,50 = R$ 3.500,00;

Aguardar aproximadamente 4 semanas até o vencimento;

No vencimento, se a PETR4 estiver acima dos R$ 50,00, o lançador (VOCÊ) será exercido e ganhará a taxa de 3,09%;

Com o valor que você recebeu de cada opção, o lançador diminuiu o preço médio de sua ação para R$ 48,50 (52,00 – 3,50);

Caso seja exercido, será obrigado a entregar suas ações a R$ 50,00;

Resumindo, “comprou” a R$ 48,50 e vendeu por R$ 50,00 com ganho de 3,09%;

OBS: esta operação dará a taxa de 3,09% se a PETR4 subir, não sair do lugar ou cair até a região dos R$ 50,00;

Se a PETR4 valer menos que R$ 50,00 no vencimento, a opção não será exercida e o lançador continuará com o papel. No entanto, se a PETR4 estiver valendo menos do que R$ 48,50, o lançador ficará no prejuízo.

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6.1.1. Vantagens do lançamento coberto:

1. Não é necessário acompanhar o mercado em tempo real ou diariamente;

2. Esta operação ganha no mercado de alta, lateral ou em pequena queda se forem lançadas opções ITM.

6.1.2. Riscos do lançamento coberto:

Se a ação cair muito (não der exercício na opção lançada e passar de preço médio ou break even) a operação terá resultado negativo. Neste caso, o lançador continuará com as opções após o vencimento e poderá fazer outro lançamento coberto com uma opção do próximo vencimento. Uma forma de proteger-se desta situação é fazendo uma trava de baixa, que veremos posteriormente..

6.1.3. Desvantagens do lançamento coberto:

Se ação disparar ou subir mais de 20%, o lançador receberá apenas os 3,09% pré-estabelecidos, ou seja, estará com o lucro travado e prejuízo destravado. Para evitar que isso aconteça, durante a operação, se o lançador acreditar que a ação continuará subindo, poderá comprar a opção que vendeu, ou comprar algumas opções OTM a seco.

6.2. Travas de Opções:

Profissionais do mercado operam opções com mecanismos de segurança que lhe garantam uma boa rentabilidade, mas com certo grau de segurança. Mesmo que se ganhe um pouco menos, garante-se um bom resultado e quase que zero de risco. Dentre os diversos tipos de travas, as principais são: travas de alta, travas de baixa, borboleta simétrica e borboleta assimétrica. Pelos motivos já mencionados anteriormente, utilizaremos exemplos com Call’s em sua maioria.

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6.2.1. Travas de Alta com opções de Compra:

Neste modelo o titular da posição acredita em uma alta no mercado e deseja estar comprado, mas acha que existe certo ponto além do qual o preço do objeto não irá passar, portanto, não necessita de toda a possibilidade de ganho na alta, vendendo uma call de preço de exercício maior. Essa trava possibilita ainda a diminuição do custo de compra da Call.

Vejamos um exemplo de trava de alta, utilizando opções CALL, comprando 1000 PETRH40 e vendendo 1000 PETRH42, com os prêmios em R$ 3,29 e R$ 1,95 respectivamente. Frisando que a cotação no mercado à vista da PETR4 neste momento é de R$ 42,00.

Cálculo do resultado inicial de prêmios:

1000 C40 = - 3,291000 V42 = 1,95

Saldo Inicial : - R$ 1,34

À Vista 1 C = R$ 40,00 1 V = R$ 42,00 Resultado Inicial Saldo

R$ 39,00 0 0 0 - R$ 1,34 - R$ 1,34

R$ 40,00 0 0 0 - R$ 1,34 - R$ 1,34

R$ 41,00 1,00 0 1,00 - R$ 1,34 - R$ 0,34

R$ 42,00 2,00 0 2,00 - R$ 1,34 R$ 0,66

R$ 43,00 3,00 - 1,00 2,00 - R$ 1,34 R$ 0,66

R$ 44,00 4,00 - 2,00 2,00 - R$ 1,34 R$ 0,66

R$ 45,00 5,00 -3,00 2,00 - R$ 1,34 R$ 0,66

Consequentemente, teremos o seguinte gráfico:

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

6.2.2. Travas de Baixa com opções de Compra:

Se comprarmos e vendermos 02 opções de compra, poderemos obter uma estratégia cuja área de ganho se dê com a queda do mercado. Essa posição consiste na venda de uma opção de compra com preço de exercício mais baixo e compra de outra com preço de exercício mais alto e mais barata. Como na estratégia anterior, haverá um encaixe líquido de prêmio hoje que será mantido, caso o mercado fique abaixo do preço de exercício da Call vendida.

Vejamos um exemplo de trava de baixa, utilizando opções CALL, vendendo 1000 PETRH42 e comprando 1000 PETRH44, com os prêmios em R$ 2,62 e R$ 1,30, respectivamente. Frisando que a cotação no mercado à vista da PETR4 neste momento é de R$ 42,00.

Cálculo do resultado inicial de prêmios:

1000 V42 = 2,621000 C44 = - 1,30

Saldo Inicial : R$ 1,32

À Vista 1 V = R$ 42,00 1 C = R$ 44,00 Resultado Inicial Saldo

R$ 39,00 0 0 0 R$ 1,32 R$ 1,32

R$ 40,00 0 0 0 R$ 1,32 R$ 1,32

R$ 41,00 0 0 0 R$ 1,32 R$ 1,32

R$ 42,00 0 0 0 R$ 1,32 R$ 1,32

R$ 43,00 - 1,00 0 - 1,00 R$ 1,32 R$ 0,32

R$ 44,00 - 2,00 0,00 - 2,00 R$ 1,32 - R$ 0,68

R$ 45,00 - 3,00 1,00 - 2,00 R$ 1,32 - R$ 0,68

R$ 46,00 - 4,00 2,00 - 2,00 R$ 1,32 - R$ 0,68

Consequentemente, teremos o seguinte gráfico:

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

7. Estratégias Operacionais

Neste capítulo discutiremos várias estratégias operacionais que são utilizadas frequentemente com êxito. Como o próprio nome diz, é necessário a existência de uma estratégia, que cubra tanto a possibilidade de alta do título escolhido, mas também imaginando que o mesmo possa cair. Um operador profissional tem que saber não só à hora certa de entrar no mercado, mas também à hora de sair.

Um dos maiores operadores de mercado em todos os tempos, Alan Farley, escreveu algumas regras básicas sobre o mercado, preços e reversões. Vejamos :

As tendências dependem de seu período gráfico. Tenha certeza que sua operação se ajusta ao seu tempo gráfico. O movimento de preço se alinha para ciclos de tempo específico.

O preço tem memória. O que aconteceu com as cotações no último período a certo nível, são normalmente repetidos (suportes e resistência). Fique atento quando os preços voltarem a esta região do gráfico.

O lucro e o desconforto andam juntos. Descubra o nível que mais o assusta. Não se anime com uma posição até que você tome seu lucro do mercado.

Permaneça sempre separado da multidão.

Compre no primeiro Pullback de uma nova máxima. Venda no primeiro Pullback de uma nova mínima. Lembre-se que os preços voltam a testar o último suporte e resistência.

Compre no suporte e venda da resistência. Tenha sua margem de lucro na cabeça, antes mesmo de comprar um papel, para que quando você alcance seu objetivo, saia do mercado com lucro.

Não confunda execução com oportunidade. Tenha frieza para executar a ordem apenas no momento certo. Na dúvida, não execute.

Controle o risco antes de buscar a recompensa. A atenção voltada para lucrar é um sinal de imaturidade, enquanto que a atenção para a perda é sinal de experiência.

Grandes perdas raramente vêm sem aviso prévio.

Entre em tempos moderados e saia em tempos ferozes.

As reversões constroem-se devagar.

Veja a porta de saída antes de operar.

Monte uma carteira de longo prazo, adicionando posições mensalmente, sempre aproveitando dividendos para reinvestir.

Bolsa em queda é muito bom, pois você entra na hora que voltar a subir.

Monte um bom sistema de negociação.

Faça preço médio apenas para cima.

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

E preste muito atenção com as situações abaixo. Normalmente, ocorrem com investidores iniciantes, custando-lhes muito dinheiro.

Querer ganhar dinheiro em pouco tempo, operando opções ou ações muito voláteis.

Operar ativos em baixo, tentando adivinhar fundos.

Fazer preço médio para baixo.

Falta de planejamento (objetivos, proteção, stop, etc).

Operar boatos, notícias e dicas.

Operar no curto prazo se não tem disponibilidade de acompanhamento em tempo integral.

Operar apenas na compra na expectativa de alta (aluguel de ações), sem fazer hedge ou utilizar stop.

Realizar lucros rapidamente e manter posições perdedoras por muito tempo.

Utilizar gerenciamento de risco de forma adequada. Entrando apenas em operações com bom risco/retorno.

7.1. Estratégia de Longo prazo com ações de segunda linha

O objetivo é conseguir rentabilidade alta num prazo acima de cinco anos, com empresas de segunda linha, especulando que seus preços valorizem durante este prazo com uma melhor administração, parcerias, aquisições, investimento externo e até mesmo boatos.

Montar uma carteira com aproximadamente 20 ações de empresas com valor abaixo de R$ 2,00. Apenas exemplificando, quem comprar R$ 500,00 de uma ação que hoje esteja valendo R$ 0,50, conseguirá uma rentabilidade de 10.000% casa a ação seja negociada a R$ 50,00 após alguns anos. Terá transformado R$ 500,00 em R$ 50.000,00.

Todas essas 20 ações precisam ser compradas pelo mesmo volume financeiro. Para o pequeno investidor este valor varia de R$ 200,00 à R$ 2.000,00 em cada ação. Faça preço médio (adicione posições) apenas para ações que subirem.

Ou seja, se o trader comprou R$ 500,00 da TOYB4 a 0,10 e hoje ela está valendo R$ 0,20, pode-se comprar mais R$ 500,00 dela. Por outro lado, se tiver comprado a ação, e ela cair para R$ 0,05, não é recomendável vendê-la, nem comprar mais, apenas mantê-la. Nesta estratégia, não se trabalha com stop.

Exemplos: GGBR4 valia R$ 0,30 em 1996; PETR4 valia R$ 1,00 em 1995; EBTP4 valia R$ 1,15 em 2002; SDIA4 valia R$ 1,00 em 2003;

A vantagem dessa estratégia é que não é necessário muito capital e o imposto de renda só será pago no final da operação. Não é necessário acompanhamento do mercado em tempo integral. Na verdade, é até melhor não acompanhar essas ações, para não correr o risco de vendê-las antes da hora. Se ação cair pouco ou não sair do lugar, perde-se pouco dinheiro. Se a ação subir muito, ganha-se muito (risco/retorno favorável).

Risco: Comprar um lote muito grande e mesmo que ela suba não ter para quem vender;

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

Observações: Para a compra de uma ação com menos de R$ 2.000,00 é mais vantajoso procurar corretoras com corretagem padrão.

Categorias de ações com valor abaixo de R$ 2,00

1. Fundamentos bons e bom spread;2. Fundamentos bons e spread desfavorável;3. Fundamentos ruins e bom spread;4. Fundamentos ruins e spread desfavorável;

Fundamento bom pode ser definido quando a empresa apresenta lucro crescente em seus balanços, patrimônio elevado e pagadora de dividendos. Esta empresa também não pode apresentar dívidas grandes.

Spread favorável é a diferença entra a ordem de compra e venda pelo livro de ofertas. Se determinado ativo tiver OC (ordem de compra) a 1,10 e OV (ordem de venda) apenas a 1,20, o spread pode ser considerado desfavorável.

O spread pode ser considerado favorável quando apresentar diferença entre ordens de compra e venda de no máximo:

- 5 centavos para ações acima de 1 real;- 4 centavos para ações entre 60 centavos e 1 real;- 2 centavos para ações entre 25 centavos e 60 centavos;- 1 centavo para ações abaixo de 25 centavos;

Descrição da operação

1. Montar uma carteira com 20 ações de empresas, que tenham ações cotadas a menos de R$ 2,00 cada;

2. Comprar entre R$ 200,00 e R$ 2.000,00 de cada ação preferencialmente na mesma proporção;

3. Após 3 meses, analisar a carteira e adicionar posição (comprar mais ações na mesma quantidade inicial) das ações que mais subiram;

4. Para ações com menos de R$ 0,30, espere que ela suba ao menos 50% antes de fazer aporte financeiro. Para ações com mais de R$ 0,30, esperar que ela suba ao menos 30% antes de adicionar posição;

5. As ações que mais caíram devem permanecer em carteira. Evitar vendê-las (podem se recuperar no longo prazo), mas evitar comprar mais, fazendo preço médio para baixo;

Como descobrir ações com bom potencial

A volatilidade é uma característica das ações de poucos centavos. Uma ação que custe R$ 0,20 subirá ou cairá 10% apenas se ela movimentar 2 centavos para baixo ou para cima. Desta forma, procure na lista das maiores altas ou maiores baixas do dia essas ações. Quase diariamente temos uma ação de poucos centavos nesta lista.

Outra forma de encontrar é olhar as cotações na lista de todas as ações negociadas em cadernos de economia dos jornais ou no próprio site da Bovespa. Procure todas as ações que estão com cotação abaixo de R$ 2,00.

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

Um segundo filtro pode ser feito utilizando informações e indicadores simples. Entre em sites ou programas que forneçam análises ou indicadores fundamentalistas e procure por ações que:

- Não estejam com prejuízo acumulado;

- Não estejam com P/VPA negativo;

- Que tenham pagado dividendo nos últimos anos;

- Não estejam com dívidas;

Hora de Vender

Após fortes altas no médio prazo, o investidor pode sentir vontade de realizar lucro. Nesta hora ele sempre deverá pensar em comprar mais ao invés de vender. Só deve vender quando realmente precisar do dinheiro.

Como já foi dito anteriormente, realizando lucro a todo instante aumentará o gasto com impostos e corretagens. E poderá perder uma melhor rentabilidade ao longo dos anos.

AFLU3 AFLUENTE ON EnergiaALLL4 ALL AMER LAT PN Transp. Ferrov.AVIL3 ACOS VILL ON Metalurg./Siderurg.

BAUH4 EXCELSIOR PN Processados/CarnesBAZA3 AMAZONIA ON Financ./BancosBEEF3 MINERVA ON Processados/CarnesBEES3 BANESTES ON Financ./BancosBIOM3 BIOMM ON Medicam./ProdutosBIOM4 BIOMM PN Medicam./ProdutosBMIN4 MERC INVEST PN Financ./BancosBMTO4 BRASMOTOR PN Eletrodomest./utilid.BRGE3 ALFA CONSORC ON Financ./BancosBRIV4 ALFA INVEST PN Financ./BancosBTTL4 BATTISTELLA ON HoldingCAFE4 CAF BRASILIA ON * Processados/CaféCBMA4 COBRASMA PN Material FerroviárioCCHI3 CHIARELLI ON Material Const./Ceram.CCIM3 CC DES IMOB ON Construção CivilCIQU4 CACIQUE PN Processados/CaféCMGR4 CEMAT PN Energia ElétricaCNFB4 CONFAB PN Artef. Ferro e AçoCRDE3 CR2 ON Construção CivilCRIV4 ALFA FINANC PN Soc. de Cred. financ.CTKA4 KARSTEN PN Fios e TecidosCTNM4 COTEMINAS PN Ind.Fios e TecidosCTPC3 MARAMBAIA ON Alimentos div./suco laraj. CTSA3 SANTANENSE ON Fios e TecidosCTSA4 SANTANENSE PN Fios e TecidosDTCY3 DTCOM-DIRECT ON Treinamento via sateliteDXTG4 DIXIE TOGA PN EmbalagensECOD3 ECODIESEL ON BiocombustivelENGI4 ENERGISA PN Energia ElétricaESTR4 ESTRELA PN Brinquedos e jogosFJTA4 FORJA TAURUS PN Armas e munições

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

FRAS4 FRAS-LE PN Material RodoviárioFTRX4 FAB C RENAUX PN Fios e TecidosGAZO4 GAZOLA PN Cutelaria / Ut. Domest.GPCP3 GPC PART ON Petroq. / Part. Soc/acion.HBTS5 HABITASUL PNA HoldingHETA4 HERCULES PN Ut. Dom. / TalheresHOOT4 HOTEIS OTHON PN HotelariaHAGA4 HAGA S/A Const. Civil / FechadurasIDNT3 IDEIASNET ON Invest. Vent. TecnologiaIENG5 IENERGIA PNA Energia ElétricaIMBI4 DOC IMBITUBA PN Adm. PortuáriaINEP4 INEPAR PN Eq. Tel. e energ.INET3 INEPAR TEL ON TelecomunicaçõesINPR3 INPAR S/A ON Const. CivilJBDU4 J B DUARTE PN HoldingKEPL3 KEPLER WEBER ON Máq. Equip. Indust. / silosKLBN4 KLABIN S/A PN Papel e Celulose / embalagemMAPT4 CEMEPE PN HoldingMILK11 LAEP DR3 Laticinios / holdingMLFT4 JEREISSATI PN TelefoniaMNDL4 MUNDIAL PN Cuidados pessoais/cutelariaMNPR3 MINUPAR ON Carnes / aves e suinosMRSL4 MARISOL PN VestuárioPLAS3 PLASCAR PART ON Material Rodoviario Partic.PMAM3 PARANAPANEMA ON Metal. Cobre e ligasPOMO4 MARCOPOLO PN Fab. Onibus e acessóriosPTBL3 PORTOBELLO ON Ind. e Com. Revest. Ceram.REDE4 REDE ENERGIA PN EnergiaRHDS3 M G POLIEST ON Petroq. Adm. e Part.RNAR3 RENAR ON Pomicultura Prod. Exp. Com.RPMG3 PET MANGUINH ON RefinariaRSIP4 RASIP AGRO PN Emp. Fruticula e lacteoSAPR4 SANEPAR PN Cia. Agua e esgoto PRSFSA4 SOFISA PN BancárioSGEN4 SERGEN PN Const. CivilSGPS3 SPRINGS ON Fios e tecidosSULT4 SULTEPA PN Const. Rodov. TCNO4 TECNOSOLO PN Engenharia ConsultivaTCSL4 TIM PART S/A PN Telefonia móvel TEKA4 TEKA PN F. Art. Cama/mesa/banhoTENE5 TEC BLUMENAU PNA Fios e tecidos / têxtilTIBR5 MILLENNIUM PNA Prod. QuímicosTOYB4 TECTOY PN Brinq. Jogos elet.TXRX4 TEX RENAUX PN Fios e TecidosUCOP4 USIN C PINTO PN Açúcar e ÁlcoolUNIP6 UNIPAR PNB Petroquímica Part. e Soc.VSPT3 FER C ATLANT ON Transporte FerroviárioWHRL4 WHIRLPOOL PN Fab. Eletrod. e Compres.WISA4 WIEST PN Metal. Mat. Rodoviario

7.2. Adicionando Posições / Gerenciamento de Riscos

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Mercado de Opções e Estratégias Operacionais

Utilizaremos com exemplo um investidor que tenha R$ 50.000,00 para aplicar em operações de curto prazo. Este valor poderá variar de acordo com o perfil do investidor. O exemplo abaixo serve muito bem para o mercado de opções também.

Regra 1: divida seu capital de curto prazo em 5 partes e compre uma ação com uma dessas 05 parcelas;

Regra 2: adicione outra parcela do capital sempre que a ação subir 5%. Não compre nenhuma outra ação enquanto a primeira não subir 5%;

Regra 3: nunca deixe uma operação que esteve no lucro (mais de 5%) sair no prejuízo. Utilizar e elevar o stop de proteção para essa margem. Na pior das hipóteses, você tem que sair no zero a zero;

Regra 4: Finalize a operação ação que atingir o objetivo;

Regra 5: Duas operações com stop adicionados o deixarão fora do mercado até o próximo mês. Máximo permitido para perdas num mês é de 2%;

Exemplo prático:

Passo 1: dividir o capital das operações de curto prazo em 5 partes iguais.

Comprar 200 PETR4 a R$ 45,00 ( R$ 9.000)

Inicialmente o stop loss deve ser colocado 5% abaixo do preço de compra, ou seja, à R$ 42,75. Desta forma o prejuízo máximo desta operação estará limitado a R$ 500,00, ou seja, 1% do capital inicial de R$ 50.000,00. Num mês, o prejuízo total deve ser limitado a 2%, ou seja, pela regra podemos ter no máximo 2 operações stopadas por mês, para operações de curto prazo. Mesmo que tenhamos um cenário ideal para comprar ações, devemos estar sempre preparados para possíveis reversões e uma plano bem definido em caso de quedas.

O investidor que não planejar suas operações adequadamente, alternará momentos de ganhos extraordinários e perdas na mesma proporção. O ideal é ganhar pouco em cada operação, mas de forma constante para que não sejamos expulsos do mercado em pouco tempo.

Passo 2: Se a PETR4 subir 5% (chegar à R$ 47,25) o trader poderá fazer 02 coisas:

- comprar R$ 10.000,00 de outra ação qualquer e subir o stop loss da PETR4 para o ponto de entrada (break even) em R$ 45,00 ou;

- comprar mais 200 PETR4, gastando mais R$ 9.450,00 e subir o stop das 400 PETR4 para o preço médio que pode ser calculado desta forma:

(200 x 45,00) + (200 x 47,25) _________________________ = 46,12

400 ações

O stop precisa ser elevado para este nível porque uma operação que já esteve positiva, não deve dar prejuízos ao trader. Neste caso, se o stop for adicionado, ele perderá “apenas” o valor da corretagem

Passo 3: Adicionar posições:

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Seguindo ainda o exemplo acima, caso a PETR4 suba mais 5% e estiver valendo R$ 49,61 o trader poderá comprar mais 200 PETR4 ( R$ 9.922). O stop agora deverá ser movido para um novo ponto, que permita proteger o ganho e não apenas ficar no zero a zero.

Mova o stop para o preço médio das 2 últimas operações:

(200 x 47,25) + (200 x 49,61) _________________________ = 48,43

400 ações

Se após adicionar 03 posições, as 600 PETR4 tiverem stop acionado em R$ 48,43, o preço médio será de:

(200 x 45,00) +(200 x 47,25) + (200 x 49,61) _________________________________________________ = 47,28

600 ações

O lucro bruto será de 2,43% ou R$ 692,25.

Passo 4: Adicionando a 4 posição

Mas se o stop ainda não for acionado, o trader poderá continuar comprando mais 200 PETR4 assim que ela subir mais 5% e estiver cotada a R$ 52,09 e elevar o stop das 800 PETR4 para o preço médio. Lembrando que o stop é o preço médio das 2 ultimas compras apenas.

Passo 5: Adicionando a 5 posição

Quando a PETR4 subir mais 5% e estiver sendo negociada à R$ 54,69, poderá comprar mais 200 PETR4 e subir o stop das 1.000 PETR4 para 53,39 (54,69 + 52,09 ) /2.

Finalizando o trade

Quando a PETR4 subir mais 5% e estiver sendo negociada a 57,42, todas as 1.000 PETR4 poderão ser vendidas. O preço médio das ações ficou assim:

Adicionando Total Valor Stop Preço Médio Valor Gasto

200 200 45,00 42,75 45,00 9.000

200 400 47,25 46,12 46,12 9.450

200 600 49,61 48,43 47,28 9.922

200 800 52,09 50,85 48,48 10.418

200 1.000 54,69 53,39 49,72 10.938

Objetivo 57,42

Desta forma, o valor máximo que poderá ganhar neste trade será com a venda de 1.000 PETR4 a 57,42 com preço médio de R$ 49,72, ou lucro de 15,48%.

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Na medida em que se sentir mais seguro, o investidor arrojado poderá fazer trades dividindo o capital de forma mais agressiva, alterando os 05 passos para 3.

7.3. Melhorando o Timing das operações (entrada e saída)

Neste tópico, veremos algumas estratégias interessantes visando melhorar o momento de entrada e saída do papel. Acertando o ponto de entrada, o trade fica praticamente garantido. Vejamos algumas estratégias:

Estratégia 1:

Comprar no after market as ações que fecharam na máxima do dia ou muito próxima dela e com volume acima da média dos últimos dias, para vender logo na abertura do dia seguinte ou para mantê-la nos dias seguintes.

A USIM5 no final de janeiro de 2006, rompeu a resistência dos R$ 55,00 com um candle de alta e volume acima da média diária, apontado no gráfico abaixo:

Repare que os dias seguintes confirmaram o rompimento e o volume continuou em patamares elevados. Porém depois de um período de alta aparece um candle que mostra a indecisão dos participantes de mercado. Veja a figura abaixo:

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Serve como alerta, para que o operador acerte seu stop e acompanhe mais de perto este papel. Neste ponto, os vendedores começaram a equilibrar forças. Se no dia seguinte o ativo fechar acima da máxima do candle, então poderemos continuar com a ação em mãos, caso contrário, ou ainda se fechar abaixo da mínima, o trade deverá ser encerrado imediatamente.

Se o operador preferir esperar o pregão para confirmar suas expectativas e a confirmação da queda, ainda assim poderá vender o papel no after market e escapar de uma provável queda na abertura do pregão seguinte.

Portanto, para essa estratégia, é importante acompanhar o volume diário da ação e a referência dele com relação à média anterior.

Estratégia 2:

Estratégia voltada para day traders que desejam comprar um ação no momento em que a força compradora estiver aumentando. Funciona principalmente para ações com valora abaixo de R$ 3,00 e com spread de 1 centavo. Exemplo: NETC4, JBDU4, TOYB4, etc.

Analisando o livro de ofertas da JBDU4, veja que ela possui grande número de ordens de venda a 0,22.

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O momento de comprar acontece quando as ordens de venda a R$ 0,22 estiverem acabando como mostra a tabela abaixo:

Desta forma, o trader conseguiu comprar ao valor de 0,22 e logo após vieram investidores que dominaram por completo a casa dos 0,22, forçando novos compradores a elevarem a cotação já para 0,23.

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Estratégia 3:

Estratégia voltada para day traders, mas que desejam operar ações acima de R$ 3,00 e que sejam muito negociadas diariamente. Exemplo: PETR4, VALE5, Etc.

Na tabela abaixo temos a lista de ordens de compra e venda da PETR4. Veja que sobre o número redondo de R$ 48,00, há uma grande quantidade de ordens de venda.

Números redondos como R$ 48,00 e R$ 50,00 costumam apresentar uma resistência psicológica, onde os vendedores procuram desfazer de suas posições ou até mesmo segurar o preço caso eles estejam vendidos a descoberto em regiões de strike de opções nesta região.

Uma observação importante a ser feita é que a estratégia para ações de maior liquidez é diferente da estratégia para ações menos negociadas. Ou seja, não adianta simplesmente entrar assim que as ordens de venda a 48,00 estiverem acabando como na estratégia 2 porque grandes investidores podem ter mais posições para vender além daquelas que aparecem no livro de ofertas. Veja na tabela acima que existem pelo menos 2 grandes investidores que estão vendendo suas posições, ou tentando segurar os preços: Investshop e Ubs.

Provavelmente estes têm mais posições para desovar caso estas ordens de venda sejam executadas. E se a força compradora não conseguir abater estas ordens de venda destes grandes investidores, o preço voltará a cair. Tudo irá depender de qual das pontas está mais forte.

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Desta forma, para evitar a compra de forma precipitada é recomendável aguardar que os compradores consigam dominar essas ordens a R$ 48,00 e elevar a cotação até um patamar mais seguro. Veja a tabela abaixo como os compradores estão dominando com força agora que derrubaram as ordens de venda a R$ 48,00:

Agora sim, pode ser considerada uma compra mais segura, ao valor de R$ 48,25 com stop um pouco abaixo de R$ 48,00 (antiga resistência que virou suporte) e objetivo em R$ 49,00 (próxima resistência psicológica).

Estratégia 4:

Reduzir o preço médio das ações PETR4 e VALE5 na sua carteira, fazendo lançamento coberto com opções OTM faltando 30 dias para o vencimento.

A distância da cotação atual do papel e o strike da opção lançada precisa ser de no mínimo 10% para evitar que numa alta forte, o lucro fique reduzido. O objetivo é de manter estas ações na carteira por muito tempo, reduzir o preço médio de cada ação e nunca ser exercido.

Na maioria dos casos a opção a ser lançada vale menos de 1 real. Veja o exemplo abaixo:

Comprar 1.000 PETR4 a R$ 47,26 e vender imediatamente 1.000 PETRF52 (strike em 52,00 daqui a 30 dias) a 0,38. Desta forma, o preço médio da compra de sua ação caiu para R$ 46,88, ou seja, reduzindo o prêmio.

Outro exemplo seria comprar 1000 VALE5 a R$ 43,66 e vender imediatamente 1000 VALEH48 (strike em 48,00 daqui 30 dias) a 0,48. Desta forma, o preço de compra de sua ação caiu para R$ 43,18.

Se o preço da ação não estiver acima do strike das opções no dia do vencimento, estas ações continuarão com você e poderá na própria segunda-feira de vencimento fazer um novo lançamento com opções OTM do próximo vencimento.

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7.4. Carteira de Longo prazo com empresas pagadoras de dividendos

A estratégia é procurar por ações que historicamente paguem mais de 4% de dividendos por ano em relação ao preço da ação. Este dado é facilmente obtido pelo índice Dividend Yield, muito comum em relatórios fundamentalistas.

A forma de cálculo deste índice é bem simples: Valor pago de dividendos______________________ X 100 Valor da ação

Vantagens de montar uma carteira baseada em dividendos

parece óbvio, mas para pagar dividendos uma empresa precisa ter lucro. Serve como um filtro para evitar ações de empresas que estão tendo prejuízos ou que o lucro tem sido inexpressivo.

Dividendos são isentos do pagamento de imposto de renda, pois são recursos a serem pagos obrigatoriamente do lucro líquido de uma empresa. No Brasil, as empresas são obrigadas a pagar pelo menos 25% de seu lucro líquido.

Alguns bancos como Itaú e Bradesco costumam pagar juros sobre capital todos os meses (normalmente este valor varia de 2 a 6 centavos sobre o valor da ação em seu lote padrão).

Ações que pagam dividendos costumam ficar com um GAP de baixa aberto no gráfico e este GAP tende a ser fechado no curto/médio prazo. Um GAP acontece quando há um intervalo grande entre o fechamento de um dia e a abertura do próximo dia.

Para o investido de longo prazo, o dividendo pode ser visto como uma forma de conseguir dinheiro uma ou mais vezes por ano sem ter de se desfazer do papel. Com este dinheiro dos dividendos ele pode reinvestir comprando mais lotes desta ação ou usar para benefício próprio.

O investidor que tiver uma ação com objetivo de longo prazo pode alugar seu papel (ser doador) para conseguir uma taxa mensal. Caso a empresa pague dividendos/juros durante este período, eles irão para o dono do papel. Esta estratégia pode ser útil em períodos de indefinição e é segura porque o CBLC garante a liquidação da operação se o tomador não o fizer.

Desvantagens de montar uma carteira baseada em dividendos:

Empresas que pagam dividendos acima da média constantemente poderiam utilizar o dinheiro dos dividendos para investimento interno (aquisição de novas fábricas, marketing, expansão territorial, etc).

Comprar uma ação apenas no dia que ela ficar “ex” para vender logo nos dias seguintes não é uma estratégia interessante porque o valor pago do dividendo será descontado da cotação da ação. Além disso, o tempo para receber o dinheiro em sua conta pode demorar de alguns dias a mais de 2 meses, perdendo custo de oportunidade.

Últimas observações :

O investidor de longo prazo não olha as cotações diariamente, ele não se importa se ação subiu ou caiu no curto prazo. Ele está interessado apenas em saber se a empresa está apresentando lucros a cada trimestre / semestre e receber a sua fatia deste lucro, vindo na forma de dividendos. Ou seja, ele torna-se sócio da empresa e é recompensado por ter “emprestado” seu dinheiro para ela.

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Portanto, é fundamental que o investidor esteja sempre atualizado com as notícias das principais empresas e setores, assim como projeções de balanços e lucros.

7.5. Operando através de suportes e resistências

Grandes oportunidades de compra aparecem após o rompimento de uma resistência e após os preço bater em um suporte e voltar a subir. O importante nessa estratégia é observar todos os suportes e resistências do papel (vários intervalos temporais). Além disso, esperar a confirmação do rompimento da resistência por 1 ou mais pregões. Vejamos um exemplo em um gráfico de 60 minutos:

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Para auxiliar o acompanhamento de suportes/resistências de vários papéis simultaneamente, a empresa CJB disponibiliza em seu site, uma tabela de suportes e resistências. Vejamos um modelo:

7.6. Trading Candle

Operações baseadas em candle em curto prazo costumam ser bastante seguras e confiáveis, principalmente quando identificamos um candle clássico de reversão ou confirmação de tendência. Para isso, vale apena revisar alguns padrões de candle mais importantes.

Doji

A formação de um doji, em uma tendência bem clara de alta ou de baixa, demonstra perda de força na tendência. Deve-se esperar pela confirmação.

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Martelo e enforcado

A formação destes candles indicam reversão de tendência. Em gráficos diários e intra day são extremamente confiáveis. Em uma tendência de alta, o aparecimento de um enforcado, significa que hora de sair do papel. Em uma tendência de baixa, o aparecimento de um martelo, é hora de entrar comprando no mercado.

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Padrão de engolfamento

Aparecem normalmente em topos e fundos principais. Bastante confiáveis.

Padrão nuvem negra

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Padrão Kirikomi

Observação: atenção para os padrões de 8 novas mínimas e 10 novas máximas.

Operações baseadas em trading candle tem como objetivos encontrar os ativos que estão formando candles de reversão no gráfico diário, após uma pequena realização. Em outras palavras, o objetivo é encontrar fundos com risco/retorno favorável.

A vantagem é que o trader já sabe antes de comprar qual o ponto de entrada, objetivo e stop da operação. Com isso ele tira a emoção do trade.

A compra acontece no dia seguinte ao candle de reversão, neste caso no rompimento da máxima do harami. Veja pelo gráfico que o suporte está muito mais próximo do ponto de compra do que o objetivo, ou seja, como o próprio sistema indicou, o risco/retorno da operação está favorável numa proporção de 2,37 de lucro para 1 de prejuízo.

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A compra obrigatoriamente tem de acontecer no dia seguinte ao candle formado. Se no dia seguinte, não romper a máxima do dia anterior, a compra está cancelada. No caso da BNCA3 foi confirmada compra no dia seguinte.

No caso acima o trade foi fechado com lucro de 8 dias após a confirmação, dentro da média para esta estratégia que costuma ter duração entre 6 e 10 dias.

Após ter alcançado o objetivo (candle circulado), o trader pode vender tudo e encerrar a posição imediatamente ou subir o stop loss do último fundo (34,51) para este nível (37,50). Veja no gráfico que após ter alcançado seu objetivo, 6 dias após ele voltou para a região de congestão diminuindo novamente seu lucro.

Outra estratégia interessante é após ter lançado o objetivo, vender metade da posição para garantir o lucro e ir subindo o stop loss pouco a pouco. Esta estratégia de subir o stop pode ser feita após ter alcançado seu objetivo. O investidor mais afobado pode pensar em subir o stop para o break even (ponto de entrada) logo após ter gerado a compra para, no máximo, perder a corretagem, mas não é uma estratégia muito interessante.

7.7. Suporte do IFR

Frequentemente vemos a formação de suportes no IFR. Essa é uma estratégia muito interessante em operações de curtíssimo prazo. A idéia é entrar comprando, assim que o IFR apontar para acima, depois de ter batido no suporte.

Em operações de curto prazo, o IFR filtra melhor as ações que estão com risco/retorno favorável. Assim, uma ação que estiver na área de sobrevenda ou de suporte e apontar para cima, é gerada uma compra com stop curto. É interessante usar um IFR de 14 períodos para essa estratégia.

É importante ressaltar que nesta estratégia, devemos analisar melhor quais os parâmetros de sobrecompra e sobrevenda de cada papel. O padrão utilizado é de 20 e 80, mas isso varia de ação para ação e temos que analisar isso primeiramente, para não receber falsos sinais de compra.

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7.8. Montando uma carteira pelo Fracionário

Consiste em montar uma carteira adicionando posições mês a mês das principais ações com objetivo de longo prazo. Esta estratégia força o investidor a ter disciplina com suas contas e despesas. Todo mês o investidor é obrigado a reservar uma parte do seu salário para comprar ações no fracionário com objetivo de possuir vários lotes inteiros no longo prazo.

Exemplo: comprar todos os meses R$ 500,00 de PETR4, VALE5, USIM5 e BBDC4;

Corretora: até R$ 2.000,00 por mês compensa ter conta em uma corretora com taxa padrão da Bovespa e não cobre custódia.

Lista de ações interessantes para este portfólio: AMBV4, ARCZ6, BBDC4, BBAS3, BRKM5, CMIG4, CSNA3, ELET6, EMBR4, GGBR4, ITAU4, PETR4, TNLP4, USIM5, VALE5.

Dar prioridade para as ações que paguem dividendos. Essa tabela de ativos deve ser estudada e alterada constantemente e não pode influenciar em operações de curto prazo.

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8. Sistema de Negociação em Canal

É muito comum os preços fluírem “dentro de um canal”. As oscilações do mercado formam linhas imaginárias de suporte e resistência dos preços, como se fossem um rio. Da mesma forma que as águas de um rio, mudam seu fluxo quando batem em uma das margens, os preços também o fazem. Os canais indicam excelentes oportunidades de entrada e saída de operações, principalmente em curto prazo.

O suporte é onde os compradores entram comprando, elevando os preços. A resistência do canal é onde os vendedores já esperam pelos preços para realização de lucros, derrubando os preços. Os canais mostram onde esperar o suporte e a resistência, além de ser uma clara indicação de pontos de stop de proteção e de compra.

Quando os preços não atingem a linha de canal superior, configura-se um forte sinal de baixa, pois demonstra que os compradores estão ficando fracos, ao ponto de não conseguirem elevar o preço até a próxima resistência. Sendo assim, possivelmente a linha suporte do canal será rompida, dando início a uma queda muito mais acentuada.

Por outro lado, se uma alta rompe a linha superior do canal e os preços fecham acima dele, isso demonstra força compradora. É hora de entrar comprando, com o stop-loss um tick abaixo da antiga linha superior do canal, que a partir deste momento, se torna suporte.

8.1. Regras de negociação

A operação em canais é vista de maneira diferente por amadores e profissionais. Enquanto que os amadores esperam pelos rompimentos de resistência para operarem comprados, objetivando lucro rapidamente, os profissionais operam na expectativa do retorno as condições normais do canal, fazendo trades mais curtos, com lucro menor, mas também com menos risco.

Os grandes rompimentos de suporte e resistência até produzem grandes ganhos, mas sempre demoram muito mais a acontecer e, normalmente, são seguidos de movimentos contrários ao rompimento, com o retorno a normalidade.

Outro fator que deve ser observado nos canais, é o seu grau de inclinação. Quando ele está na horizontal, com pouca ou nenhuma inclinação, é hora fazer posição assim que ele inclinar para cima. Por outro lado, quando ele está numa tendência clara de baixa ou de alta e, o sua inclinação diminuir, o mesmo

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está chegando próximo de um ponto de reversão. Basta esperar o movimento se confirmar para entrar operando.

8.2. Bandas de Bollinger

As bandas de Bollinger nada mais são que canais que são alargados quando a volatilidade da ação aumenta e fica mais estreito quando a volatilidade diminui. Em outras palavras, uma banda de Bollinger muito estreita, indica um mercado calmo e com pouco movimento.

Sendo assim, quando os preços sobem e ultrapassam a banda estreita, são emitidos sinais de compra. Quando caem e ultrapassam uma banda muito estreita, emitem um sinal de venda.

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