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COMO AS

EMPRESAS

PODEM

IMPLEMENTAR

PROGRAMAS DE

VOLUNTARIADO

Ruth Goldberg

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Como as empresas podem implementar programas de voluntariadoé uma publicação do Instituto Ethos e do Programa Voluntários,distribuída gratuitamente aos seus associados e parceiros

Realização:Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade SocialRua Francisco Leitão, 469 - 14º andar - conj. 1407São Paulo - SP - 05414-020Tel./Fax: (11) 3068-8539E-mail: [email protected]: www.ethos.org.br

Programa Voluntários do Conselho da Comunidade SolidáriaRua Benjamin Egas, 66 - conj. 3São Paulo - SP - 05418-030Tel./Fax: (11) 3063-1365E-mail: [email protected]: www.programavoluntarios.org.br

Agradecimentos:Aos patrocinadores que viabilizaram a produção desta publicaçãoIBM Brasil e Samarco MineraçãoÀ colaboração para a realização deste manualFundação Banco do Brasil

Colaboradores do Instituto Ethos:Cristina Murachco, Marcelo A. Linguitte, Oded Grajew, Patrícia Kanashiro,Valdemar de Oliveira Neto

Colaboradores do Programa Voluntários:Barnabé de M. Filho, Bruno Ayres, Claudinéia Simão, Elisângela Silva,Francisco Lins, Miguel Darcy de Oliveira, Pedro de Mello, Ruth Goldberg

Autoria:Ruth Goldberg

Concepção e supervisão:Mónica Beatriz Galiano de Corullón

Pesquisa e texto:Sandra Mara Costa

Projeto gráfico e edição de arte:Planeta Terra Criação e Produção

Tiragem: 3.000

São Paulo, abril de 2001

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5

DESENVOLVIMENTO E SOCIEDADE CIVIL 7

A INICIATIVA PRIVADA E A ÁREA SOCIAL 13

O VOLUNTARIADO DENTRO E FORA DA EMPRESA 19

VOLUNTARIADO EMPRESARIAL E GESTÃO DE PESSOAS 27

COMO IMPLEMENTAR PROGRAMASDE VOLUNTARIADO EMPRESARIAL 35

Passo 1 - Reflexão sobre a cultura da empresa ajuda a preparar o terreno 39

Passo 2 - Dê o pontapé inicial formando o primeiro comitê de trabalho 43

Passo 3 - O que será preciso definir ao longo do processo 47

Passo 4 - Pergunte aos funcionários como eles podem contribuir 55

Passo 5 - Necessidades da comunidade devem ser consideradas 60

Passo 6 - Como transformar suas idéias em um projeto 63

Passo 7 - O programa de voluntariado na prática 66

Passo 8 - Valorização, reconhecimento e comunicação são chavespara o sucesso 70

Passo 9 - As vantagens de se trabalhar em rede 75

FILOSOFIA DO VOLUNTARIADO E ASPECTOS LEGAIS 77

EXPERIÊNCIAS DE EMPRESAS EM VOLUNTARIADO 85

FÓRUNS DO VOLUNTARIADO EMPRESARIAL 111

REFERÊNCIAS 117

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S intonia de propósitos, vocações complementares, convergência de ideais.Com base nesse tripé nasceu a parceria entre o Programa Voluntários do

Conselho da Comunidade Solidária e o Instituto Ethos de Empresas e Res-

ponsabilidade Social, para elaborar este manual sobre implementação de progra-

mas de voluntariado empresarial.O tema voluntariado empresarial freqüenta há tempos a pauta de priorida-

des dessas duas instituições. Do lado do Programa Voluntários, a publicação consoli-

da um projeto que começou em 1998, à luz do compromisso do Conselho da Comu-nidade Solidária de mobilizar e fortalecer a sociedade civil. Trabalhando sob a bandei-ra de fomentar a cultura do voluntariado no Brasil, o Programa Voluntários dedica-se

ao estudo e estímulo desse tipo de prática junto a diversos públicos. O foco novoluntariado empresarial era um compromisso quase óbvio diante da capacidade einteresse crescente por parte das empresas em desenvolver políticas e práticas soci-

almente responsáveis, disponibilizar recursos de toda ordem para isso e fazer usodas suas diversas frentes de relacionamento a fim de ampliar sua atuação social.

Na esfera do Instituto Ethos, a certeza de que o voluntariado é uma das

portas de entrada para o desenvolvimento da responsabilidade social das empre-sas figura como a principal justificativa para a empreitada de lançar este manual.Muitas das empresas que se associam ao Instituto Ethos têm como primeiro de-

sejo receber apoio para montar um programa de voluntariado. Conforme pesqui-sa recém-concluída junto a 100 dos 380 sócios da organização, 94% das empre-sas possuem iniciativas nesse campo. À parte das particularidades da amostra, o

dado pareceu bastante animador, confirmando a tese de que já não soa comonovo o fato de que o voluntariado empresarial traz ganhos concretos para aempresa, o funcionário e a comunidade.

Do ponto de vista filosófico, ser voluntário pode significar muito mais doque dar comida a quem tem fome, tratar uma pessoa doente ou sanar suas neces-sidades imediatas, ainda que estas sejam iniciativas indiscutivelmente necessári-

as. O voluntariado é um caminho de busca de conscientização das pessoas, demobilização de grupos sociais marginalizados na defesa dos seus direitos, de in-fluência de políticas públicas e outras ações no campo da cidadania.

APRESENTAÇÃO

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Mas por onde começar a aventura de construir um programa de voluntariado?Que etapas se deve cumprir? Como potencializar essa experiência e fazer com que

a energia envolvida seja canalizada e aproveitada da melhor forma possível?Numa tentativa de contribuir para a discussão dessas e outras questões,

o Programa Voluntários colecionou informações sobre histórias de sucesso no

Brasil e no mundo, realizou pesquisas junto a empresários e funcionários eviabilizou, do ponto de vista técnico, a realização deste manual. O Instituto Ethos,por sua vez, participou através da sua rede de contatos: levantou recursos junto

aos patrocinadores para viabilizar esta publicação e ampliou a pesquisa sobre otema entre as suas empresas associadas, culminando na inclusão, aqui, de 18exemplos de experiências sobre voluntariado empresarial.

O resultado é um produto que se propõe a ajudar empresas de todos osportes a implementarem ou aprimorarem frentes de ação nessa área. A estruturado manual consta de uma parte introdutória abordando a movimentação das

empresas no campo da responsabilidade social no Brasil, a disseminação e valo-rização da atuação voluntária e a estreita relação entre Gestão de Pessoas evoluntariado empresarial. Num segundo momento, a publicação oferece um ro-

teiro básico para o desenho e implementação de um programa de voluntariadoempresarial, organizado sob a forma de passos.

Vale ressaltar que este manual não tem a ambição de transformar-se na

última palavra em voluntariado empresarial. Aliás, seguindo a linha editorial daspublicações do Instituto Ethos e do Programa Voluntários, a idéia é trazer subsí-dios para discussões e permitir uma evolução constante no tratamento das ques-

tões ligadas à responsabilidade social empresarial. Com este manual, as duas or-ganizações esperam ter colaborado ainda mais para a difusão do tema voluntariado,particularmente em seu enfoque de exercício ativo de cidadania e solidariedade,

o que é celebrado neste Ano Internacional dos Voluntários (AIV2001). Nesta oca-sião tão propícia, tomar o manual como base para construir o seu próprio pro-grama de voluntariado é o desafio que lançamos a cada empresa.

Oded Grajew

Instituto Ethos de Empresase Responsabilidade Social

Miguel Darcy de Oliveira

Programa Voluntários do Conselhoda Comunidade Solidária

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DESENVOLVIMENTO

E SOCIEDADE CIVIL

As organizações sem fins lucrativos

Primeiro, segundo e terceiro setores

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A sociedade civil nos anos 90

A sociedade em três setores

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uas máximas ganham força entre o empresariado brasileiro quando otema desenvolvimento vem à tona. A primeira é a de que o crescimen-to econômico desvinculado da agenda social não se sustenta. A se-

gunda é que a sociedade civil está protagonizando um papel importante noenfrentamento dos problemas sociais do país, especialmente as organizações

sem fins lucrativos voltadas aos interesses públicos e as ações do voluntariado.Parece ser consenso que o atual retrato da sociedade civil brasileira ace-

na para um futuro melhor. Um olhar pela trajetória das organizações sem fins

lucrativos no Brasil sugere que talvez em nenhum outro momento da história asociedade civil brasileira esteve tão efervescente, ativa, diversa, organizada e focadana busca de formas de inclusão econômica e social.

O desenvolvimento da sociedade civil brasileira inclui fases marcantes,

descreve a pesquisadora Leilah Landim, do Instituto de Estudos da Religião (Iser).Entre elas, figura o domínio da Igreja Católica sobre as entidades de serviço soci-al durante os três primeiros séculos do Brasil Colônia; o aumento da presença do

governo na prestação de serviços sociais no Estado Novo; a proliferação doassociativismo nos anos 50; o movimento do Estado sobre a sociedade civil apóso golpe militar, com um amplo processo de privatização orientado pela lógica do

mercado na aplicação dos recursos públicos; o fortalecimento do associativismo,do sindicalismo e dos movimentos sociais nos anos 70 e 80.

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Não há estatísticas oficiais que acompanhem o crescimento do setor não

lucrativo no Brasil, ou das organizações da sociedade civil voltadas ao bem públi-co - as OSCs, como vêm sendo chamadas ultimamente. Sabe-se que em 1991eram 220.000 entidades, segundo dados da Receita Federal, mas existem indícios

de que esse número tenha mais do que dobrado desde então.Dois outros dados referenciais na área abordam emprego e recursos mo-

vimentados e foram levantados por um estudo realizado pelo Iser e pela Univer-

sidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Em 1995, o setor não lucrativo res-pondia por 2,2% dos postos de trabalho não-agrícolas do Brasil e movimentavaR$10,9 bilhões, o que equivalia a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da época.

Nos últimos anos, não obstante a carência de informações sistematizadas,é evidente tanto o contínuo surgimento de organizações sem fins lucrativos noBrasil, quanto a sua crescente especialização em termos de área de atuação e públi-

co-alvo. Já conquistam maior atenção as questões de gênero, o direito do consumi-dor, do idoso, do portador de deficiência. Mesmo a defesa da causa ambiental, vete-rana que se desenvolve sob a militância das organizações não-governamentais

(ONGs) desde os anos 80, apresenta avanços significativos nos últimos tempos.Estamos vivenciando o despertar das empresas para o seu papel social, cons-

tituindo braços sociais como institutos e fundações, inaugurando ações em prol da

comunidade ou no campo do voluntariado ou, ainda, fortalecendo políticas sociaispré-existentes. Cerca de 45% dos membros do Grupo de Institutos, Fundações eEmpresas (Gife), entidade associativa que reúne organizações de origem privada

com atuação sistemática na área social no Brasil, constituíram-se na década de 90.Dentro do universo das empresas, floresceram os conceitos de cidadania

empresarial e responsabilidade social empresarial, que trataremos no próximo

capítulo. Conquistou massa crítica a proposta, já capitaneada pelas ONGs, depromover o desenvolvimento social a partir do incentivo a projetos auto-susten-táveis, em oposição às tradicionais práticas de caráter paternalista, do

assistencialismo gerador de dependência e mantenedor da ordem vigente.

A sociedade civil nos anos 90

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A sociedade em três setores

Surge com força no Brasil, também nos anos 90, o conceito de terceiro

setor. Terceiro setor é o conjunto de organizações da sociedade civil de direitoprivado, sem fins lucrativos e voltadas para fins públicos.

O terceiro setor inclui ONGs, organizações comunitárias, braços sociais de

empresas como institutos e fundações e outras instituições que nascem na socie-dade civil com a finalidade de desenvolver atividades em prol do bem comum.

Na lógica da nova terminologia, o primeiro setor é o governo e represen-

ta o uso de recursos públicos para fins públicos.Já o segundo setor refere-se ao mercado, ou seja, o setor ocupado pelas

empresas privadas, que são organizações de direito privado e fins privados,

lucrativos.

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A INICIATIVA

PRIVADA E A

ÁREA SOCIAL

Cidadania empresarial

Responsabilidade social empresarial

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termo “cidadania” passou a povoar com freqüência o discurso doempresariado no Brasil no fim dos anos 80. O sentimento vigente erade que o Estado, sozinho, não conseguia dar conta de todas as suasO

obrigações na área social. Como parte integrante da sociedade, as empresas emer-giram para oferecer a sua contribuição, esboçando os primeiros sinais de com-

preensão de que o seu papel transcende a geração de riquezas e de empregos -elas têm uma responsabilidade social.

É verdade que várias empresas possuíam políticas de atuação social an-

tes dos anos 90, algumas até bem ativas, mas foi particularmente nessa época queelas se articularam sob a forma de um movimento, apresentando-se como agen-tes de mudança social. Daí surgiu o conceito de “cidadania empresarial”, sendoempregado para designar o conjunto de ações desenvolvidas por empresas em

benefício da sociedade.A interpretação contemporânea de cidadania empresarial está sujeita a

variações semânticas, chegando a ser difusa, pouco consensual. Enquanto para

algumas lideranças do terceiro setor cidadania empresarial ainda representa oinvestimento de uma empresa em ações em prol da comunidade, para outras,exibe conotação mais ampla, simbolizando o novo contrato esperado entre em-

presa e sociedade -pautado pela ética nas práticas comerciais, na relação com omeio ambiente e com todos os seus públicos.

Rosa Maria Fischer, coordenadora do Centro de Estudos em Administra-

ção do Terceiro Setor da Universidade de São Paulo (Ceats/USP), caminha poressa segunda vertente: “A cidadania organizacional começa pelos padrões do re-lacionamento interno (...) Uma empresa que se pretende cidadã deverá ter coe-

rência de políticas e estratégias tanto quando define um investimento social,quanto quando escolhe um modo de remuneração. A atuação social da empresadeve refletir os valores subjacentes às estratégias da organização. É ingênuo pen-

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sar que um investimento beneficente possa acobertar uma estratégia fraudulen-ta, seja no mercado, seja junto à sociedade civil. E, noutro pólo, não é eficaz que

esta atuação esteja divorciada dos objetivos organizacionais, da missão da em-presa, das características de seus produtos e serviços e das características dosgrupos sociais com que se relaciona; isto porque a atuação social é componente

da identidade organizacional, e deve contribuir para consolidá-la e não para fun-cionar como braço independente ou uma função marginal.”

A proposta adotada pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilida-

de Social nasceu sob a influência dessa sorte de pensamentos, bem como deduas premissas básicas: que a atividade empresarial deve gerar valor para todos eque o desafio da economia global sustentada -uma economia que o planeta e a

sociedade são capazes de suportar indefinidamente- é possível. A proposta torna-se particularmente legítima se considerarmos o fato de que o faturamento dealgumas multinacionais já chega a superar o Produto Interno Bruto (PIB) de pe-

quenas nações.Constituído em 1998, o Instituto Ethos é uma associação de empresas

que buscam o sucesso econômico sustentável no longo prazo, procurando ado-

tar um comportamento socialmente responsável. A principal justificativa morano campo da estratégia dos negócios: a crença de que, no mundo de hoje, aresponsabilidade social empresarial tornou-se uma vantagem competitiva.

A comprovação dessa nova realidade é percebida em diversas direções. Aresponsabilidade social empresarial é a base da norma internacional SA8000,para empresas interessadas em avaliar, acompanhar e influenciar a responsabili-

dade social do seu negócio e do negócio dos seus fornecedores. Fora do Brasil,várias delas já pautam suas decisões de compra pela certificação a essa norma.No Brasil, o tema integra o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ). Junto ao consu-

midor final brasileiro, a percepção predominante, já aferida em pesquisa, é deque o conceito sobre uma empresa ser boa ou ruim passa sobretudo pelo crivodo tratamento que ela confere aos seus funcionários, a postura ética nos negóci-

os, a qualidade do produto e a reputação da marca.A definição de responsabilidade social empresarial alude justamente à

tomada de decisões empresariais ligada a valores éticos, de acordo com exigênci-

as legais, respeito às pessoas, comunidade e meio ambiente. Tudo isso passa pelaspolíticas de relacionamento da empresa com os seus stakeholders, incluindo

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consumidores, funcionários, comunidades, acionistas, governo, fornecedores eaté concorrentes.

Especialmente no relacionamento das empresas com a comunidade, apesquisa “Estratégias de empresas no Brasil: atuação social e voluntariado”, reali-zada em 1999 pelo Programa Voluntários em parceria com o Ceats/USP, Centro

de Integração Empresa-Escola (CIEE), Gife e Centro de Educação Comunitáriapara o Trabalho do Senac-SP, trouxe um retrato animador. Segundo o estudo, queenglobou 273 empresas de todos os portes e regiões do país, 56% realizam al-

gum tipo de ação social para a comunidade -de doações pequenas e pontuais aprojetos grandes e estruturados.

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O VOLUNTARIADO

DENTRO E FORA

DA EMPRESA

A influência da religião e a emergência dos valores de cidadania

O que é voluntariado empresarial

O que é programa de voluntariado empresarial

Os ganhos para a empresa, funcionários e comunidade

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Conceituação e prática do voluntariado empresarial

Como a empresa pode apoiar um programa de

voluntariado empresarial

O que o voluntariado pode fazer

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iz a história que a prática do voluntariado no Brasil remonta ao perío-do colonial, com manifestações movidas pela fé católica junto às San-tas Casas de Misericórdia, sobretudo a de São Vicente, apontada comoD

a primeira ONG do Brasil.De fato, os movimentos religiosos exercem até hoje forte influência no

hábito do brasileiro de exercer o voluntariado e isso não se restringe ao senti-mento de compaixão intrínseco ao catolicismo. Para ficar em poucos exemplos,os judeus sempre articularam ações de voluntariado, para acolher os membros

das novas correntes de imigração e por questões de justiça social (“tsedaká”),enquanto os evangélicos entendem o auxílio à comunidade como um serviço aDeus, uma missão pessoal.

Na pesquisa “Doações e trabalho voluntário no Brasil”, Leilah Landim e

Maria Celi Scalon afirmam que “a não ser pela influência da participação religio-sa, em tudo o mais o perfil do voluntário é o do brasileiro médio, do cidadãocomum”. São pessoas de diferentes idades, rendas, níveis educacionais e credos.

Mas esse retrato começa a apresentar os primeiros sinais de mudança,conforme análise mais detalhada sobre o levantamento citado. Em um exercíciode coleta de opiniões sobre o tema, o estudo constatou que o trabalho voluntá-

rio já é encarado por mais de 75% dos entrevistados como um ato de cidadania,uma maneira de ajudar a construir uma sociedade melhor e como uma forma deencontrar e conhecer pessoas.

A enquête aponta novos elementos no costume de exercer o voluntariadono Brasil, muito além dos propósitos de caridade, amor ao próximo, solidarieda-de. São valores de cidadania, participação social transformadora e de sociabilida-

de, que surgem em sintonia com uma sociedade mais informada e participativado que em qualquer outro momento da história. Solidariedade e cidadania são

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valores que se completam e se reforçam e é sob esse alicerce que o ProgramaVoluntários, uma das frentes de ação do Conselho da Comunidade Solidária, vem

trabalhando desde que foi lançado, em fins de 1997.

Conceituação e práticado voluntariado empresarial

Voluntariado empresarial é um conjunto de ações realizadas por empre-

sas para incentivar e apoiar o envolvimento dos seus funcionários em atividadesvoluntárias na comunidade.

A expressão é também utilizada para designar a prática do voluntariado

em si, desde que se trate de um grupo de voluntários ligado diretamente a umaempresa (funcionários efetivos e terceirizados), ou indiretamente (familiares dosfuncionários, ex-funcionários e aposentados).

Um programa de voluntariado empresarial, por sua vez, é o aglomeradode ações orquestradas e sistemáticas que uma empresa realiza com a finalidadede dar suporte ao voluntariado empresarial.

Mas por que razão o ambiente das empresas pode ser propício ao incen-tivo do trabalho voluntário? Que características favoráveis são aí encontradas?

Tanto quanto os clubes esportivos, as associações de bairro, as igrejas e

os grupos de convivência, as empresas são núcleos de indivíduos - a diferença éque no trabalho as pessoas compartilham a maior parte do seu dia juntas. Com opeso que a instituição trabalho assumiu para o homem e para a mulher, nada

mais legítimo que aproveitar esse espaço para a aprendizagem e a disseminaçãode propostas construtivas, que possam fazer frente a expectativas que vão alémdo desenvolvimento profissional.

O voluntariado empresarial é uma prática comum em países como Esta-dos Unidos, Canadá, Inglaterra, Austrália. No Brasil, começou a ganhar notorieda-de na segunda metade dos anos 90, junto com a ascensão do tema do voluntariado

e da atuação social das empresas, e é, por si só, uma frente de estímulo à partici-pação social.

Segundo a experiência internacional, a meta satisfatória seria ter 10% do

corpo de funcionários das empresas participando de programas de voluntariado,

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engajando-se por livre e espontânea vontade, de maneira eventual ou constante,ora executando atividades relacionadas às suas habilidades específicas, ora ativi-

dades completamente distintas. A liberdade para escolher como atuar e se atuaré um aspecto-chave, caso contrário estaríamos tratando de uma diversificaçãodas responsabilidades profissionais do funcionário e não de voluntariado.

Na avaliação do Business for Social Responsibility, o voluntariado empre-sarial é um aliado importante para muitas empresas que querem demonstrarcompromisso com as comunidades onde atuam. E, à medida que as empresas

escolhem depositar esforços além da tradicional doação de recursos, ovoluntariado empresarial tem se tornado uma parte importante dos programasde investimento social dessas companhias.

O voluntariado empresarial é uma rota estratégica que traz ganhos para aempresa, a comunidade e os funcionários. Do lado social, permite reduzir proble-mas que aflijam verdadeiramente a comunidade, resultando em melhorias na

qualidade de vida, ajudando a construir uma sociedade mais saudável e traba-lhando, em última instância, em favor da perpetuação das atividades da empresa.No âmbito dos negócios, programas de voluntariado empresarial auxiliam no

desenvolvimento de habilidades pessoais e profissionais, promovem a lealdade ea satisfação com o trabalho, ajudam a atrair e a reter funcionários qualificados.Também podem contribuir para que a empresa promova a sua marca ou melho-

re a reputação dos seus produtos.

Como a empresa pode apoiar um programade voluntariado empresarial

O tipo de apoio que uma empresa pode oferecer a um programa devoluntariado varia conforme o grau de estruturação que ela pretende imprimir à

iniciativa. Ações mais estruturadas e complexas invariavelmente demandarãomaior esforço, dedicação e investimento.

Empresas com menos funcionários apresentam a vantagem da agilida-

de nas decisões, da comunicação rápida e eficiente, o que pode ajudar muitono gerenciamento dos recursos humanos voluntários. Confira alguns exem-plos de apoio:

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Oferecer recursos para projetos/ações de caráter assistencial, educa-cional, cultural, ambiental etc.;

Permitir que os funcionários usem as instalações da empresa paraplanejar e, eventualmente, executar ações voluntárias;

Permitir que o funcionário utilize o telefone no horário do expedien-te para combinar ações de voluntariado e, eventualmente, parte dohorário de trabalho para fazer a sua atividade;

Oferecer capacitação para o funcionário melhorar sua performancecomo voluntário;

Criar um banco de oferta e procura de atividades voluntárias.

O que o voluntariado pode fazer

Cada pessoa é voluntária à sua moda e é a soma das diferentes maneirasde exercer o voluntariado que torna a proposta de agir em grupo muito rica. Amelhor dica para definir como atuar é identificar as potencialidades de colabora-ção de cada um, as necessidades da comunidade e pôr a imaginação para funcio-

nar. A ação do voluntário não desonera o Estado de suas obrigações e não deveser encarada como mão-de-obra gratuita -o trabalho voluntário agrega valor. Aseguir, algumas possibilidades concretas de atuação individual ou coletiva:

Dar palestras sobre temas genéricos (como respeito ao meio ambien-te, educação no trânsito, combate às drogas) ou específicos (nutrição,desenvolvimento infantil, economia doméstica, apoio à terceira ida-

de, vida em família etc.);

Ajudar na reforma das instalações de uma entidade social;

Promover gincanas e eventos de arrecadação de recursos;

Organizar campanhas;

Realizar atividades educativas, como contar histórias para crianças

em entidades de atendimento à infância;

Dar apoio emocional a pessoas hospitalizadas ou doentes crônicos;

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Realizar atividades de entretenimento para idosos;

Organizar passeios para adolescentes;

Ler livros para cegos;

Criar e desenvolver projetos de média duração, atendendo a

necessidades específicas da comunidade;

Colocar suas habilidades profissionais específicas a serviçoda instituição;

Participar do conselho de entidades sociais;

Utilizar sua rede de contatos para articular a captação de recursos

para as instituições apoiadas.

Preste Atenção

• Segurança no trabalho - Garantir a segurança de seus funcionáriosenquanto eles exercem atividades voluntárias estimuladas pelaempresa também é motivo de preocupação para muitosempresários. Por isso, algumas organizações estão optando porcriar particularidades em suas apólices de seguros, cobrindoquaisquer riscos decorrentes do exercício da atividade voluntária(na empresa ou não, dentro ou fora do expediente de trabalho).

• Qualidade do serviço prestado - A ação do voluntário é parte deum processo cujo fim é levar um benefício a alguém ou a algumainstituição que precisa de ajuda. Para que a contribuição dessevoluntário seja a mais adequada possível, recomenda-se que oprojeto da própria entidade onde ele vai atuar possua ou desenvolvaum programa de gestão de voluntários, incluindo mecanismos decapacitação.

• Os Centros de Voluntários funcionam como agências de promoçãoe fortalecimento do voluntariado, bem como espaços de reflexãosobre o tema. Eles podem ser acionados para oferecer dicas naestruturação dos programas de voluntariado das empresas,capacitação de voluntários e para a identificação de entidades ouprojetos a serem apoiados.

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VOLUNTARIADO

EMPRESARIAL

E GESTÃO

DE PESSOAS

Como um programa de voluntariado empresarial

pode contribuir para Gestão de Pessoas

O que Gestão de Pessoas tem a oferecer para um

programa de voluntariado empresarial

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erenciar um programa de voluntariado é, essencialmente, administrare dar suporte às atividades de um conjunto de cidadãos dentro de umcontexto (empresa, clube, escola, associação), unidos em torno deG

ideais muito particulares, que falam mais forte ao coração que à razão.Entre as várias áreas de uma empresa, a de Gestão de Pessoas (ou Recur-

sos Humanos) desponta como o departamento que apresenta maiores possibili-dades de troca com um programa de voluntariado empresarial e é, em regra,onde a construção de uma aliança se faz mais necessária. De micro a grandes

empresas, não importando a que divisão corporativa o programa está vinculado,é praticamente impossível uma iniciativa dessa natureza lograr sucesso sem umaforte interação com as políticas de Gestão de Pessoas.

Um programa de voluntariado empresarial precisa do suporte de Gestão

de Pessoas para efetivar-se no dia a dia da organização. Ainda que a orientação daempresa seja por apoiar as atividades voluntárias de seus funcionários somentedurante o seu tempo livre, há sempre momentos em que a equipe de voluntários

tem que se reunir para encaminhar questões em conjunto, o que, na maioria dasvezes, só se viabiliza ao longo do expediente. E atuar em grupo faz parte daessência do voluntariado empresarial. Nessa hora e também quando um funcio-

nário propõe compensações de horário -entrando mais cedo e saindo mais cedopara visitar um projeto social, por exemplo- a negociação em busca do consenti-mento de RH é vital.

Esse raciocínio é endossado por Rosa Maria Fischer, especialista em Ges-tão de Pessoas e coordenadora do Ceats/USP. “O exercício do voluntariado re-quer o monitoramento e adaptação das políticas de gerenciamento de pessoas

não apenas flexibilizando o horário de trabalho para os voluntários, mas tam-bém criando mecanismos para estimular aqueles que não são voluntários a coo-perarem com os que são, garantindo que não serão punidos com sobrecarga de

tarefas”, analisa.

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O rol de interações esperadas entre programa de voluntariado e Gestãode Pessoas se estende por inúmeras situações no cotidiano da empresa, passan-

do pela democratização do direito de exercer o voluntariado a todo o corpo decolaboradores, pela inclusão de informações a esse respeito nos processos deindução de novos funcionários, pela orientação das chefias para conduzir ques-

tões referentes ao voluntariado.Mas a adesão da área de RH a um programa de voluntariado empresarial

também tem suas compensações, daí falarmos em possibilidades de troca entre

as duas frentes. A pedido do Programa Voluntários, o Ceats/USP realizou, em 1999,um estudo de caso junto à C&A Modas, que possui um consagrado programa devoluntariado empresarial. O estudo concluiu que funcionários que participam

da iniciativa têm seu leque de competências ampliado, são mais integrados aotrabalho e à própria organização e adquirem maior satisfação pessoal com o quefazem. Aspectos comportamentais positivos advindos da ação voluntária -como

alegria, tolerância, compreensão- transbordam para as relações com os colegasde trabalho, clientes e em família.

O relatório do Ceats/USP sobre a experiência da C&A Modas com

voluntariado empresarial indica, ainda, que a diversidade e o imprevisto do tra-balho voluntário criam condições que revelam talentos e potencialidades desco-nhecidos pela empresa. Em paralelo, o prazer gerado com a participação e o

sentimento de “pertencer a um grupo” possibilita que os voluntários criem laçosmais fortes de identidade organizacional e tendam a ser cooperativos tanto emsituações cotidianas quanto em momentos de crise.

Em seu artigo “Cidadania organizacional: um caminho de desenvolvimen-to”, Rosa situa claramente o valor que o estímulo ao voluntariado empresarialagrega ao clima organizacional. “É inegável que a participação dos colaboradores

nos projetos sociais da empresa leva a uma energização do ambiente interno, oque é extremamente eficaz enquanto forma de desenvolver pessoas e gerar co-nhecimentos”, ela assinala.

Sua tese é de que um programa de voluntariado empresarial encontraenorme sintonia com Gestão de Pessoas porque abre novas e eficazes alternati-vas de desenvolvimento pessoal, na linha do que se chama de educação

corporativa. “A educação corporativa vai muito além de ensinar técnicas pontual-mente aos funcionários. Ela é uma proposta de formação mais integral do indiví-

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duo, engloba a possibilidade de continuidade do estudo e pode representar umaalavancagem social capaz de mudar um país”, defende a especialista. Se conside-

rarmos que para muitos brasileiros a empresa é a principal fonte de aprendiza-gem disponível, o raciocínio assume relevância ainda maior.

Trazendo o ideal para o campo da prática, a coordenadora do Ceats/

USP sugere, por exemplo, que uma empresa apóie a atuação voluntária de umfuncionário no gerenciamento financeiro de uma entidade social clássica, comouma creche comunitária ou um centro de atendimento a idosos que viva com

total escassez de recursos. “Ele desenvolverá habilidades de trabalho em grupo,formação de equipes, comunicação, negociação, articulação, tomada de deci-sões, raciocínio matemático para custos e outras esferas do conhecimento que

os programas convencionais de treinamento abordam apenas de modo indivi-dualizado”, assinala.

Se a entidade onde esse funcionário atuar também receber doações da

empresa onde ele trabalha, melhor ainda. Ser o elo de administração do investi-mento social corporativo expressa a confiança que a companhia deposita novoluntário, é motivo de orgulho pessoal e aumenta o senso de pertencimento.

Para a empresa, é a garantia de que a utilização do seu recurso está sendo acom-panhada de perto.

Outra possível sinergia entre programas de voluntariado e Gestão de

Pessoas seria aproveitar a motivação dos funcionários por aprimorar sua capaci-dade de exercer a cidadania, ministrando-lhes cursos que interessam também àempresa, aponta Rosa. O ensino de técnicas de trabalho em grupo é um caso

típico: o funcionário incorpora esse conhecimento com vistas a aplicá-lo na ins-tituição social e automaticamente o traz para o seu dia a dia na empresa.

A oportunidade de desenvolver-se, realizar-se como pessoa e vencer de-

safios impostos no ambiente de trabalho integram, hoje, a carta de prioridadesdos profissionais bem-sucedidos. Salário, benefícios e plano de carreira são fato-res importantes, mas não mais garantem a identificação do funcionário com a

empresa, tampouco a perenidade dessa relação.Servir a uma empresa que contribui para a comunidade foi um aspecto

valorizado por 83% dos profissionais que responderam à edição 2000 da pesqui-

sa “As 100 melhores empresas para se trabalhar”, um levantamento anual realiza-do pela revista Exame em parceria com a consultoria Great Place to Work Institute.

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Em uma questão aberta a comentários gerais, a pesquisa revela incidência cres-cente de manifestações de satisfação, por parte dos funcionários, com a possibi-

lidade de ter o apoio da empresa para atuar como voluntários.Sobretudo nas grandes empresas, a globalização das economias trouxe a

unificação de processos industriais e administrativos, deslocando para as pesso-

as que estão à frente das organizações a capacidade de garantir o diferencialcompetitivo. Profissionais bem-preparados e igualmente mais sensíveis, solidári-os e comprometidos com o desenvolvimento social têm maiores chances de

chegar lá.Na visão de quem trabalha com recrutamento e seleção, ser voluntário

conta pontos positivos no currículo. “Revela iniciativa, pró-atividade e resistên-

cia à frustração, pois o trabalho voluntário é geralmente árduo e os resultadospouco divulgados. Indica, ainda, que a pessoa tem disposição para contribuircom os demais e se doar, que é cooperativa, de fácil relacionamento e carrega em

sua essência um propósito maior, uma crença de que o mundo pode ser melho-rado”, avalia Patricia Molino, diretora de Recursos Humanos da KPMG Consulting.

O voluntariado enriquece a proposta de Gestão de Pessoas no sentido de

valorizar o conhecimento humano, a inteligência humana acoplada ao trabalho ea qualidade nas relações, acrescenta Rosa. “É o contraponto do antigo estilo degerenciamento onde a pessoa é um número, um indicador econômico-financei-

ro”, ela sintetiza.Vários autores vêm tratando sob diferentes pontos de vista as mudanças

anunciadas no mundo do trabalho, movidas pela humanização das relações e

pela evolução tecnológica. Jeremy Rifkin, em seu livro “O fim dos empregos”,anteviu, já no início da década de 90, o crescente envolvimento das pessoas como terceiro setor, seja como alternativa profissional de fato, seja como meio de

dignificar sua existência. Mais recentemente, a obra de Domenico de Masi tor-nou-se uma referência trazendo a proposta de um modelo social onde haja maiorequilíbrio no tripé trabalho, estudo e lazer, e onde o ócio seja encarado como

uma oportunidade necessária de desenvolvimento do potencial criativo. Dentrodessa nova perspectiva, o trabalho voluntário tem lugar garantido.

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Faça uma checagem geral em Gestão de Pessoas antes deimplantar um programa de voluntariado

• Realize um diagnóstico quanto ao grau de eqüidade da sua políticade Gestão de Pessoas - em outras palavras, observe o quanto aempresa está sendo justa em relação a remuneração, benefícios,oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Saláriosesbarrando no piso, chefes autoritários, poucas perspectivas decrescimento, desrespeito à diversidade não são bons sinais. Nãotente distribuir justiça na rua antes de eliminar as injustiças dentrode casa.

• Compare os resultados do seu diagnóstico com a percepção que oseu grupo de funcionários tem da empresa e observe se existecoincidência. Às vezes, falhas de comunicação impedem que o quevocê faz direito seja compreendido como tal.

• Não implemente um programa de voluntariado empresarial coma intenção primeira de melhorar o clima organizacional. Quandoa empresa tem um bom relacionamento com os seus funcionários,o impacto positivo do voluntariado empresarial sobre o clima daorganização é uma conseqüência quase que natural.

• Quando fizer uma consulta aos funcionários sobre preferênciasde atuação -e será bom que o faça, há um capítulo neste manualque trata especificamente disso-, esteja aberto a ouvir e considereo retorno.

Fonte: Programa Voluntários e Ceats/USP

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COMO

IMPLEMENTAR

PROGRAMAS DE

VOLUNTARIADO

EMPRESARIAL

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processo de elaboração de um programa de voluntariado empresarialé uma experiência bastante particular e depende muito das caracte-rísticas de cada empresa. Não existe uma receita única para construí-O

lo, mas um conjunto de recomendações, uma orientação de caminho a percorrer.Neste capítulo, você vai encontrar uma seqüência de passos apresentada

sob a lógica de propiciar a apreensão gradativa dos conteúdos. Não obstanteisso, o leitor atento perceberá que a implementação de vários dos passos descri-tos não acontece em momentos estanques, mas em interação e simultaneidade

com outras fases do processo.

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Confira um roteiro básico de implementação de umprograma de voluntariado:

Passo 1 – Promova uma reflexão dentro da sua empresa sobrea missão da organização e sobre responsabilidadesocial empresarial. Conquiste aliados dentro dahierarquia, defina prioridades institucionais e comecea trabalhar a idéia de a empresa ter um programa devoluntariado;

Passo 2 – Reúna uma equipe de funcionários e forme o primeirocomitê de trabalho. O comitê vai mapear as açõessociais já realizadas pela empresa, identificaroportunidades e interesses de atuação voluntária epropor um plano de ação que também leve emconsideração as expectativas dos funcionários;

Passo 3 – Faça um exercício de planejamento e defina com oque a empresa precisará comparecer em termos derecursos financeiros, materiais e humanos, para queo programa de voluntariado se desenvolva;

Passo 4 – Difunda amplamente na empresa a proposta defomentar o voluntariado lançando uma pesquisajunto aos funcionários. Muito mais do que oficializaras suas intenções na área, a pesquisa levantará asexperiências pré-existentes e os interesses do grupo;

Passo 5 – Busque informações sobre que tipo de ajuda acomunidade precisa receber;

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Passo 6 – Reúna as informações. Cruze os interesses da empresa,dos funcionários e da comunidade e redija um projetopara o seu programa de voluntariado;

Passo 7 – Ponha o programa para funcionar. É hora de começara gerenciar tudo aquilo que você previu fazer;

Passo 8 – Reforce suas práticas de valorização, reconhecimentoe comunicação. Institua políticas para essas áreas, poiselas serão responsáveis pela manutenção e por grandeparte do sucesso do seu programa;

Passo 9 – Troque experiências e conhecimentos com outrasempresas e organizações atuantes no setor. Isso ajudao seu programa de voluntariado a crescer e também osprogramas de outras empresas.

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1Promova discussões sobre missão, visão, valores, prioridadesinstitucionais e as ações de responsabilidade social da empresa

Defina os objetivos da empresa com o programa de voluntariado

Conquiste aliados na hierarquia

Com mais de 10 anos de experiência no estímulo ao voluntariado em-

presarial, a organização não-governamental norte-americana Points of LightFoundation defende que “o mais valioso investimento que uma empresa podefazer é desenvolver um programa de voluntariado empresarial que se alinhe de

maneira estratégica com a atividade principal da companhia, e contribua para asua razão de ser”.

Nesse sentido, a construção de umprograma de voluntariado passa necessaria-mente por uma reflexão, por parte da empre-

sa, quanto à sua missão, visão, valores, prio-ridades institucionais e sua conduta no cam-po da responsabilidade social empresarial. Da

mesma forma, requer a definição clara dos pro-pósitos da empresa com um programa devoluntariado e a análise das possíveis

interfaces do programa com as prioridadesinstitucionais da corporação.

Missão - É o enunciado que traz arazão de ser da organização,espelhando aquilo que ela faz outenta realmente realizar

Visão - Objetivo claro e abrangenteque fornece uma idéia nítida doque a organização vislumbra ser oualcançar no futuro

Valores - Conjunto de crenças sobas quais uma organização opera

Se uma empresa quer ser conhecida por seu compromisso com o cresci-

mento do país, um programa de voluntariado tende a ser uma excelente maneirade transformar essa prioridade institucional em realidade. Outras prioridadesinstitucionais que um programa de voluntariado empresarial pode ajudar a atin-

PASSO

REFLEXÃO SOBRE A CULTURA DA EMPRESAAJUDA A PREPARAR O TERRENO

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gir são, por exemplo, a integração e o desenvolvimento dos funcionários ou aaproximação com a comunidade.

Ao fazer um mergulho em sua cultura interna, a empresa descobrirá seexiste sintonia entre a proposta de incentivar os funcionários a realizar ações soci-ais voluntariamente e o comportamento geral da companhia. Nesse sentido, a po-

lítica do bom exemplo -que deve vir de cima- pesa muito. Em qualquer companhia,a forma como a alta gestão vê o seu negócio e se posiciona tende a espraiar-se portoda a organização. E qualquer que seja a sistemática de ação social adotada, inclu-

indo o incentivo ao voluntariado, não deve ter caráter compensatório.Uma empresa que polui o meio ambiente, vive às voltas com problemas

trabalhistas, comete arbitrariedades e possui um clima organizacional tenso não

oferece condições para um programa de voluntariado prosperar. No extremooposto, todavia, há empresas onde a prática da responsabilidade social é tão pre-sente que o compromisso com a comunidade acaba explicitado em sua missão

institucional, constituindo uma base sólida para o deslanche do programa.O processo de reflexão sugerido neste primeiro passo deve ser instigado

pela cúpula da companhia ou alguém indicado por ela, entre os diversos níveis da

empresa, independente do seu porte ou estrutura. Numa empresa pequena oumédia, os sócios e gerentes precisam estar diretamente envolvidos, enquanto numacompanhia de maior porte, é recomendado que as discussões incluam a presidên-

cia, as direções de departamento e o conselho. A sensibilização da alta direçãomerece um tratamento especial, com base numa demonstração fundamentada dasvantagens do programa para a empresa, os funcionários e a comunidade.

A participação de representantes do alto escalão das várias áreas da com-panhia é importante tanto para ajudar a pensar estrategicamente o programa,quanto para que eles se apropriem da iniciativa e adotem as medidas necessárias.

Isso vai ajudar na conquista de aliados cujo apoio será vital quando o programaestiver em pleno funcionamento, contribuindo para a manutenção do entusias-mo das gerências de médio e baixo escalão.

Existem vários meios de estimular um processo de reflexão em núcleosfechados como empresas e a intenção aqui é transformar esse momento numverdadeiro processo de formação. É possível aproveitar os canais de comunica-

ção já existentes inserindo matérias e artigos no jornal interno, criando oportu-

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nidades de manifestação no mural, lançando listas de discussão na intranet oumesmo introduzindo o tema nas reuniões de qualidade, produtividade e redução

de desperdício, tão comuns nas indústrias. Ou, ainda, provocar encontros porsetor, convidar especialistas de fora da empresa para falar aos funcionários, criarum banco de sugestões e de idéias.

Confira, a seguir, algumas questões para iniciar esta reflexão:

Qual a missão, os valores e a visão que norteiam a atuação da empresa?

A empresa promove alguma atividade que seja danosa às pessoas e aomeio ambiente?

Quais são as ações de responsabilidade social que a empresa realiza?

Como a ética permeia a sua relação com os consumidores, funcionários,fornecedores, concorrência, governo, meio ambiente e comunidade?

A empresa realiza atividades comunitárias ou apóia programas de açãosocial na comunidade? Que ações são essas?

Caso a empresa seja de grande porte ou multinacional, qual os pro-

gramas desenvolvidos pela sua matriz?A política de compromissocom a comunidade está representada ou incorporada na missão dacompanhia?

Qual é a política de recursos humanos da empresa (salários, benefíci-os, oportunidades de desenvolvimento, plano de carreira etc.)?

A empresa é considerada séria, íntegra?

Que objetivos ou prioridades institucionais a empresa pretende al-cançar implementando um programa de voluntariado junto a seusfuncionários? Aumentar a visibilidade? Melhorar a reputação? Cons-

truir imagem de empresa cidadã? Demonstrar suporte aos ideais abra-çados pelos funcionários? Oferecer-lhes meios para o desenvolvimentopessoal e profissional? Aproximar-se da comunidade? Ser considerada

uma boa vizinha? Melhorar a qualidade de vida da comunidade? Ga-nhar eficiência no uso do recurso destinado às doações? Contribuirpara melhorar a distribuição de renda na região onde atua? Outros?

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Tal processo de reflexão trará dúvidas, questionamentos, inquietações,cobranças, mas resultará em respostas, esclarecimentos, encaminhamentos e,

acima de tudo, compromisso e oportunidades de crescimento para a empresa.Nem todas as perguntas poderão ser imediatamente respondidas, nem todas asdemandas serão de pronto atendidas. Algumas questões exigem prazo de

maturação para ser equacionadas, outras podem ser consideradas ilegítimas aolongo do percurso.

Nesse sentido, recomenda-se que o recurso de refletir sobre a prática da

organização não se esgote em uma única rodada, mas seja instituído como algopermanente -até porque as empresas são organismos vivos onde existe troca depessoas, ingresso de novos colaboradores, mudanças de rota e de opinião. Se a

reflexão for conduzida com ética, transparência, coerência e carregar boas inten-ções de fato, só pode resultar num processo construtivo, num caminho de evolu-ção para a empresa, servindo como alicerce para a criação de um programa de

voluntariado consistente e promissor.À medida que a empresa avança nessa etapa, vai abrindo espaço para

introduzir os temas da cidadania e do voluntariado entre os funcionários. O re-

presentante da hierarquia que assumirá a dianteira na construção do programade voluntariado empresarial costuma ser alguém designado pela organização ouuma liderança dos escalões superiores que tenha emergido durante o processo

de reflexão. Esse representante pode, então, incentivar a criação de um grupo depessoas para atuar como um primeiro comitê de trabalho, que é justamente otema do Passo 2.

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Incentive a formação de um grupo de trabalho compostopor funcionários

Facilite os encontros desse grupo

Trabalhe pela criação de um plano de ação

A implementação de um programa de voluntariado demanda a mesma

seriedade de conduta adotada nos projetos de natureza comercial da empresa. Aexemplo de qualquer iniciativa que parte do zero, o programa só evoluirá sehouver desejo, envolvimento e esforço dos diversos setores da empresa. Como

estamos falando de uma atividade de caráter voluntário, ou seja, não compulsó-rio e tampouco lucrativo -pelo menos no sentido tradicional desta palavra-, há dese supor que o empenho necessário precise ser ainda maior.

As empresas costumam delegar o desenvolvimento de projetos impor-

tantes a grupos de profissionais de múltiplas áreas da organização. A propostaaqui é bastante similar: formar um primeiro comitê de trabalho com funcionári-os de vários setores e escalões hierárquicos, que se candidatem a assumir a lide-

rança do programa de voluntariado empresarial nesta fase inicial do processo. Oexecutivo ou o superior que capitaneava a proposta até então passa a atuar comosuporte do grupo.

A formação de um comitê de trabalho é recomendada por vários moti-vos. Primeiro, porque vai propiciar a discussão coletiva das bases do programa, apartir da visão de pessoas que conhecem o dia a dia da organização. E um progra-

ma de voluntariado é uma construção coletiva -imaginar que alguém do departa-mento de Comunicação ou Marketing desenhará uma proposta sozinho e que aidéia será prontamente assimilada é uma ilusão. Segundo, porque o comitê ajuda

a ampliar muito a reflexão sobre o sentido de uma empresa possuir um progra-ma de voluntariado, tanto do ponto de vista filosófico quanto prático, e a dirimir

2PASSO

DÊ O PONTAPÉ INICIAL FORMANDOO PRIMEIRO COMITÊ DE TRABALHO

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os conflitos do tipo “O que a empresa quer com isso?” ou “A empresa quer que euuse o meu tempo livre para fazer atividades sociais e não vai me pagar nada por

isso?”. Terceiro, porque o comitê é, por si só, uma experiência de trabalho volun-tário e até um laboratório da prática social coletiva dos funcionários da empresa.

O comitê de trabalho funciona como um fórum de idéias, aprendizado e

de planejamento. No âmbito externo, suas atividades compreendem a visita aoutras organizações que possuem programas de voluntariado e a busca de co-nhecimento ligado ao universo do terceiro setor. Dentro da empresa, prevêem a

pesquisa de iniciativas de apoio à área social já existentes, a identificação deforças e habilidades da organização para o desenvolvimento de ações voluntári-as, a seleção de áreas temáticas com as quais exista afinidade para atuar, a suges-

tão das contrapartidas esperadas da companhia. O trabalho culmina com o dese-nho de um plano de ação, que será apreciado pela organização para, mais tarde,com a negociação de eventuais ajustes, integrar o projeto final de voluntariado

que carregará o nome da empresa.Os membros do comitê não precisam possuir experiência em atuação

voluntária, mas muitos provavelmente terão. Seus integrantes são, em regra, pes-

soas que se identificam com a causa social e querem um mundo melhor, o que éuma excelente munição para começar o grupo. Eles podem aproximar-se docomitê de modo espontâneo ao lerem uma convocatória geral, ou através de um

convite pessoal vindo de uma liderança como uma tarefa confiada a poucos.Naturalmente, neste último caso, a disposição individual de participar tambémdeve ser o mote.

Desde a reunião inaugural, o comitê de trabalho costuma configurar-secomo um espaço privilegiado, querido e de ganho de conhecimento: todo mun-do comparece na hora marcada, todo mundo quer ficar e compartilhar a sua

visão e bagagem na área social. O executivo incumbido de estimular a formaçãodo grupo deve conduzir a primeira reunião, explicando de forma transparente asintenções e motivações da empresa, a contribuição esperada do comitê e intro-

duzindo conceitos-chave para a compreensão do que é um programa devoluntariado empresarial. Isso inclui a definição do próprio tema, bem comonoções sobre cidadania empresarial, responsabilidade social empresarial, a dis-

tinção entre primeiro, segundo e terceiro setores. Daí por diante, a principalfunção desse executivo passa a ser incentivar e facilitar a realização das reuniões

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do comitê nas dependências da empresa, e provê-lo da capacitação demandadapara desenvolver suas atribuições.

Dois possíveis caminhos para os membros do comitê adquirirem de for-ma rápida um mínimo de conhecimento na área social são o estímulo à partici-pação em seminários, bem como o contato com pessoas de fora da empresa,

aptas a dar depoimentos ou a fornecer informações úteis para a equipe crescer eelaborar o plano de ação.

A presença de um superior da empresa em todas as reuniões do comitê

de trabalho pode funcionar como fonte de orientação, apoio moral ou a confir-mação do compromisso social da empresa, mas não é obrigatória. As atribuiçõesdo grupo de trabalho são bastante operacionais e, na prática, algum membro

acabará legitimando-se como o líder da equipe.Além de trazer maior riqueza de visões ao comitê, a participação de pes-

soas de vocações e níveis hierárquicos diversos, com perfis e graus de experiên-

cia distintos na área social, facilita a organização do grupo. Naturalmente, algunspreferirão dedicar-se ao papel de planejadores, enquanto outros assumirão tare-fas de campo.

É comum alguns membros demonstrarem ansiedade por logo abraçarum projeto social e quererem partir para uma ação voluntária clássica. Porém, oideal seria que a equipe compreendesse o significado de primeiro vivenciar a

etapa de reflexão, qualificação e planejamento esperada do comitê, pois issocontribuirá para o sucesso do programa.

Conter a ansiedade desponta, aliás, como um dos grandes desafios da-

queles que trabalham com grupos de voluntários e os Centros de Voluntáriostêm ampla experiência em fornecer apoio nesse sentido, alertando para a rele-vância, as potencialidades e os limites da atuação voluntária.

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O que observar na montagem do primeiro comitê de trabalho

• Estenda a oportunidade de participar do comitê aos funcionáriosatravés de convite ou comunicado por escrito. Se o convitetrouxer a assinatura do presidente da empresa, melhor;

• Estimule a participação dos diversos níveis hierárquicos;

• Busque a presença de pessoas com perfis e experiências diversasem voluntariado;

• Pessoas que nunca exerceram o voluntariado mas gostariam defazê-lo também são bem-vindas;

• Tente evitar que o comitê tenha muitos participantes. Penseem um número médio entre seis e 10 membros, conforme otamanho da empresa;

• Apresente os objetivos do comitê com transparência: mostre oque pensa, lance a idéia e busque adesão;

• Durante o primeiro encontro, permita que os participantesse apresentem e contem suas experiências pessoais no campoda cidadania;

• Abra espaço para perguntas;

• Promova um nivelamento mínimo de conhecimentos;

• Incentive o grupo a definir com clareza as atribuições de cadaintegrante;

• Solicite relatórios breves, por escrito, para acompanhar aevolução das reuniões do comitê;

• Oriente o grupo a findar uma reunião com a definição dospassos seguintes, a divisão de tarefas e a determinação dopróximo encontro.

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3Comece a pensar no modus operandi do programa

Defina que recursos a empresa vai oferecer

Para que um programa de voluntariado empresarial possa se desenvolver

é preciso ter em mente, desde o início da sua implantação, as estratégias que aempresa adotará para permitir a sua estruturação e sustentação. Em outras pala-vras, é preciso definir o modus operandi do programa.

A dedicação no cumprimento dessa etapa é essencial, pois osposicionamentos e as políticas aqui adotados terão reflexos em toda a históriado programa. Algumas das decisões tomadas neste momento só ganharão efeito

mais tarde, quando poderão e deverão ser adaptadas a eventuais mudanças derumo. De todo modo, é importante que mesmo as demandas futuras sejam pre-vistas desde já.

Parte da definição do modus operandi do programa de voluntariado éidentificar o que a empresa tem a oferecer em termos de recursos financeiros,materiais e recursos humanos, e quais são suas prioridades institucionais. Ela

também precisa conhecer bem as ações sociais em curso na organização, muitona linha dos dados que o comitê de trabalho assumiu compilar. Isso inclui asdoações realizadas por um departamento, as campanhas de fim de ano lideradas

por outro, atividades voluntárias individuais que utilizam habilidades profissio-nais, entre outras práticas freqüentes mesmo em empresas de pequeno porte.

De posse desse mapeamento, do plano de ação sugerido pelo comitê de

trabalho e de suas próprias convicções e metas, a empresa começa a darorganicidade à sua política de atuação social e a prever que aspectos terão de sercobertos, conforme os três grandes blocos a seguir.

PASSO

O QUE SERÁ PRECISO DEFINIRAO LONGO DO PROCESSO

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A empresa precisa definir que recursos ela colocará à disposição dosvoluntários, para dar suporte às suas ações:

Recursos financeiros - Delimitação do montante a ser investido na

estruturação e desenvolvimento do programa de voluntariado, inclu-indo previsão de deslocamento de um executivo do quadro para lide-rar o programa ou contratação de um profissional com dedicação

exclusiva, bem como contratação de consultorias para capacitação,suporte técnico em projetos etc. E, ainda, determinação dos recursosa serem aplicados em projetos apoiados pela empresa sob o acompa-

nhamento do voluntariado, se a organização optar por este modelode atuação. A discussão sobre aporte financeiro também deve preverqual será a origem do recurso disponibilizado à prática social da em-

presa -se um percentual sobre o faturamento ou lucro, se uma quantiafixa garantida anualmente, ou se parte da verba destinada a marketinginstitucional, como fazem algumas organizações;

Recursos materiais - Doação de sobras de produtos, móveis, utensíli-os, softwares ou equipamentos em desuso, para projetos sociais acom-panhados pelos voluntários da empresa;

Recursos humanos especializados - Doação de horas de trabalho defuncionários da empresa para a prestação de serviços voluntários, ementidades sociais que aproveitem competências técnicas especializadas

de seus funcionários - seja em finanças, informática, contabilidade, re-cursos humanos, atendimento médico, manutenção ou outras áreas;

Liberação de espaço físico - Disponibilização de salas nas dependên-

cias da empresa para os voluntários realizarem reuniões de planeja-mento e atividades voluntárias — como cursos e palestras — ou parauso pela comunidade;

Liberação do uso de telefone e internet para assuntos específicos dovoluntariado;

Disponibilização de recursos:

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Dispensa do funcionário voluntário para atuação durante o expediente- Permissão para que um funcionário desempenhe atividades voluntári-

as de curta duração durante o expediente, na empresa ou fora dela,como digitar um texto para uma atividade educacional numa institui-ção, dar uma aula numa entidade ou mesmo participar de uma

capacitação. Algumas empresas adotam a prática do “tempo comparti-lhado”, ou seja, abrem mão de uma hora do tempo remunerado dofuncionário para que ele desenvolva atividades voluntárias, desde que

ele doe uma hora do seu tempo livre à comunidade. Funcionários queconseguem dispensa em horário de trabalho para exercer o voluntariadosão, tipicamente, aqueles que estão em dia com suas obrigações profis-

sionais. Bom senso e negociações caso a caso são as regras básicas des-se jogo. A liberação oficial de funcionários para a realização de ativida-des voluntárias por longos períodos, durante o expediente, não é uma

política comum e alguns especialistas em voluntariado chegam a ques-tionar se a atuação social de um indivíduo nessas condições não estariamais próxima de uma diversificação de funções, ainda que ele o faça

num regime de não-obrigatoriedade.

Estruturação do programa:

A empresa deve deliberar quanto a aspectos estruturais do programa,desde a área na organização à qual a iniciativa estará vinculada até a política demonitoramento e avaliação de resultados da atividade voluntária.

Escolha do departamento da empresa que abrigará o programa devoluntariado - As frentes de atuação social das empresas e seus progra-mas de voluntariado empresarial estão mais comumente ligados às áre-

as de Gestão de Pessoas (ou Recursos Humanos), Assuntos Corporativos,Comunicação, Direção/Conselho, braço social da empresa (instituto oufundação), Marketing. Algumas empresas estão criando áreas específi-

cas para tratar dos assuntos ligados à responsabilidade social.

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Definição do gerente - Todo programa de voluntariado precisa de umcoordenador, um animador. Essa pessoa pode ser alguém do próprio

quadro de funcionários que acumule tal função ou pode ser um pro-fissional dedicado. A escolha pelo melhor modelo depende, funda-mentalmente, de uma análise considerando a complexidade do pro-

grama, o número de voluntários e de projetos a serem apoiados. Quantomais atividades o programa propuser e quanto mais voluntários fo-rem arregimentados, mais tempo se exige do gerente. Por outro lado,

se a proposta de apoio ao programa for pontual, como viabilizar umacampanha de um dia de ação voluntária por mês, a carga de trabalhorequerida do gerente será menor;

Política de mobilização dos funcionários - A mobilização econscientização dos funcionários para a importância da participação

social e do exercício da cidadania constituem forte aliado para que asatividades do voluntariado recebam apoio permanente de toda aempresa. Campanhas internas, palestras, exemplos vindos de escalões

superiores e o convite para que funcionários não-voluntários conhe-çam as atividades desenvolvidas pelos voluntários são algumas daspossíveis estratégias a serem adotadas;

Política de capacitação - Nem só de boa vontade vive o voluntariado.Existe um conjunto de conhecimentos gerais e específicos, conformea área de atuação social eleita, capazes de potencializar a atuação do

voluntário. Conforme já mencionado, os Centros de Voluntários po-dem contribuir nesse sentido;

Encaminhamento de funcionários para ações voluntárias - A empresa

pode cogitar a criação de um banco de ofertas e oportunidades detrabalho voluntário. Ou, eventualmente, algumas empresas de umamesma região podem unir-se e criar um Centro de Voluntários. O Pro-

grama Voluntários dispõe de um guia completo que oferece subsídiospara isso. Outra possibilidade seria buscar informações junto aos Cen-tros de Voluntários já constituídos;

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Política de comunicação - A comunicação é uma área fundamentalpara o bom funcionamento de qualquer empresa e o mesmo concei-

to se aplica à implantação de um programa de voluntariado. Ela possi-bilita que os voluntários se apropriem do programa e “vistam a cami-sa”. A comunicação interna deve assegurar que todos os membros da

empresa tenham um conhecimento mínimo sobre a atuação social daorganização e deve estar a serviço das políticas de mobilização,capacitação, valorização e reconhecimento, além de promover a difu-

são das informações cotidianas do programa. A comunicação com opúblico externo - via participação em eventos, assessoria de impren-sa ou publicidade - pode inspirar outras empresas a se lançarem na

área social, além de trazer visibilidade;

Política de valorização e reconhecimento - O reconhecimento é o

combustível do voluntário e há várias ferramentas que podem serutilizadas nesse sentido, incluindo a distribuição de pins (broches) ecamisetas, a criação de concursos, a divulgação da atividade dos vo-

luntários em veículos institucionais e murais;

Política de monitoramento e avaliação - Adotar um sistema de registrodas atividades do voluntariado para avaliações de impacto junto à

empresa, ao funcionário e à comunidade é uma prática recomendá-vel. Só assim a empresa vai conhecer a real efetividade da ação socialdo voluntariado. A escolha dos indicadores de impacto mais apropri-

ados depende da natureza da ação social realizada pelos voluntários edo que se prioriza medir (veja caixa ao fim deste capítulo);

Criação de um conselho consultivo - É indicado que a empresa inclua

em sua pauta de discussões se deseja que sua atuação social, inclusiveseu programa de voluntariado, seja acompanhada por um conselhoconsultivo. Em caso afirmativo, deve cogitar nomes que o compo-

nham, incluindo funcionários.

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A empresa precisa eleger as diretrizes gerais de sua prática social e defi-nir a inserção do voluntariado nesse contexto.

Foco de atuação - Seleção de áreas temáticas e públicos-alvos onde aempresa pretende depositar os esforços de sua prática social. Essaescolha pode ser embasada por prioridades institucionais da organi-

zação ou partir da análise independente dos voluntários, mas o idealé que resulte da conjugação de interesses da empresa, funcionários ecomunidade;

Área geográfica de atuação - Escolha da(s) comunidade(s) onde a em-presa irá atuar;

Estímulo à ação voluntária - A empresa precisa definir se suas ações

de estímulo à prática voluntária enfocarão apenas funcionários ou sebuscarão envolver familiares, ex-funcionários, funcionários aposenta-dos, prestadores de serviços e a comunidade;

Relação entre projetos financiados pela empresa e voluntariado - De-finição se a empresa apoiará apenas projetos onde houver participa-ção de funcionários voluntários ou se contemplará as duas frentes de

atuação, gerenciando-as de forma independente;

Ampliação do leque de entidades sociais apoiadas - Caso a empresa já

mantenha contato com algumas instituições filantrópicas, recomen-da-se a ponderação se as políticas de apoio serão restritas a este gru-po ou se serão estendidas às entidades indicadas pelos funcionários;

Estabelecimento de critérios para o apoio a projetos sociais - Criaçãode parâmetros norteadores para sustentar as decisões de apoio a umadeterminada ação, em detrimento de outra;

Perfil de atuação - A empresa pode optar por uma atuação discreta(low profile), focada na resolução de questões isoladas, ou consideraro engajamento mais contundente em uma causa, buscando a

mobilização de outras empresas em torno da questão;

Prática social:

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Estabelecimento de parcerias - A soma de esforços com outras organi-zações da iniciativa privada ou com órgãos públicos é uma prática

comum para viabilizar a execução de alguns projetos, ou para possi-bilitar que eles atinjam um maior número de beneficiários.

Avaliação ajuda a corrigir rotas e a melhorar o programa

Os processos de monitoramento e avaliação servem para analisaras ações implementadas, verificar se o caminho adotado estácorreto, mostrar se existe avanço em relação aos objetivospropostos, identificar pontos a serem ajustados, enfim, parafornecer subsídios acerca do mérito, da relevância e do impactodo trabalho que está sendo realizado.

Esses processos dão suporte a um programa de voluntariadoempresarial à medida que ajudam a refletir sobre a ação e aaperfeiçoá-la, bem como a ampliar e redirecionar as políticas deapoio da empresa e a alocação dos recursos.

Considerando que um programa de voluntariado empresarial trazbenefícios para a empresa, para os funcionários e para acomunidade, é recomendável que sejam definidos mecanismosadequados de coleta e registro de dados para o monitoramento eavaliação junto a esses três segmentos. Ao elaborar uma ferramentade avaliação, atente para os seguintes aspectos:

Benefícios para a empresa:

• Frente ao público interno: inclua perguntas sobre a percepçãodos funcionários quanto à política de atuação social da empresae o programa de voluntariado, analise o turn over dosfuncionários, o nível de comprometimento com a empresademonstrado, o perfil do grupo etc.;

• Frente à comunidade externa: pesquise a opinião dacomunidade circunvizinha (entorno) quanto à conduta daempresa na área social, analise o reconhecimento obtidoatravés da mídia, o ponto de vista dos consumidores, fidelidadeaos produtos e serviços, evolução nas vendas, o reconhecimentopúblico através de premiações e participações em eventos.

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Benefícios para os funcionários:

• Pesquise o grau de motivação, confiança e satisfação dosfuncionários, bem como o nível de colaboração entre os diversossetores e níveis hierárquicos.

Benefícios para a comunidade:

• Observe se houve melhora da qualidade de vida para a populaçãoatendida, autonomia para a resolução de problemas, atendimentodas necessidades priorizadas, equacionamento de problemas etc.

Confira, a seguir, um exemplo de ferramenta de fácil aplicação para

monitorar e avaliar o programa de voluntariado do ponto de vista de seugerenciamento interno:

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4Conheça a experiência e as expectativas de seus funcionáriosno campo do voluntariado

Qualquer programa de estímulo ao voluntariado que ambicione adesão

permanente, níveis de participação que favoreçam o trabalho em equipes e legi-timidade deve considerar a experiência e as expectativas daqueles a quem sedeseja envolver. Uma maneira prática de obter essas informações é realizando

uma pesquisa junto aos funcionários.Tal diagnóstico permitirá à empresa conhecer o grau de receptividade

inicial à proposta, bem como a vocação de seu grupo de funcionários para o

trabalho voluntário -se mais operacional, de campo, preferindo a prestação deserviços direta aos beneficiários das entidades sociais que os receberão, ou semais de bastidor, executando atividades de gestão à distância ou junto ao corpo

de profissionais da instituição apoiada.Quando a empresa decidir realizar a pesquisa, é recomendado que já

tenha superado a etapa de refletir e definir sua política de atuação social, seu

propósito maior, objetivos e metas (Passo 1). Também é indicado que já tenhacompartilhado com todos os seus funcionários, via jornal interno, murais, intranet,reuniões de staff e comunicações da alta direção, a proposta de apoiar as ações

voluntárias que venham a se desenvolver no âmbito da empresa.Imediatamente antes da aplicação do questionário, recomenda-se colo-

car em prática uma estratégia de comunicação voltada à sensibilização dos funci-

onários, valorizando o exercício da cidadania e destacando os impactos positi-vos que a ação voluntária traz à comunidade. Uma declaração oficial do presiden-te da companhia nesse sentido pode ajudar muito.

Sugere-se que a apresentação do questionário atenda a certos requisitos:conter uma explicação sobre seu objetivo enquanto instrumento para ajudar a

PASSO

PERGUNTE AOS FUNCIONÁRIOSCOMO ELES PODEM CONTRIBUIR

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empresa a construir um programa de voluntariado que contemple os interessesdos funcionários, da comunidade e da própria empresa; descrever como os da-

dos coletados serão tratados e utilizados; indicar como e quando os resultadosdo levantamento serão divulgados.

A pesquisa é o momento de dar voz aos funcionários. Para aproveitar ao

máximo essa oportunidade, é fundamental que o questionário seja enxuto -questi-onários muito longos acabam sendo deixados para depois ou esquecidos-, e quepergunte o que é realmente necessário saber. Lembre-se de que cada pergunta

criada gera uma expectativa, cuja forma de encaminhamento tem que ser prevista.Entre os possíveis aspectos a serem abordados pela pesquisa figuram o

envolvimento do funcionário com atividades voluntárias ou não, se mantém con-

tato com alguma entidade social, se existe vontade e disponibilidade para isso,eventuais áreas de interesse, tipos de atividade preferidos, qual o público-alvo e aárea geográfica que mais lhe tocam, a problemática social que quer ver solucio-

nada e o tipo de contribuição que espera obter da empresa.Caso a empresa já possua uma política de atuação social em curso e

deseje propor um casamento entre a experiência existente e a disposição do

funcionário em atuar como voluntário, o questionário pode incluir perguntasque abordem diretamente esta possibilidade e tentar descobrir se há sinergias.As chances são grandes, sobretudo se o projeto em andamento não obedecer a

um foco de trabalho muito específico ou limitado.A predominância de perguntas fechadas auxilia na consolidação dos da-

dos, mas algumas questões abertas podem valer o esforço da tabulação. Pedir

que funcionários que já possuam o hábito de exercer o voluntariado descrevamsuas atividades voluntárias é uma delas e pode gerar um rico cardápio de possibi-lidades de atuação. Espaço para comentários e sugestões também são sempre

bem-vindos.Outras dicas para que esse instrumento de pesquisa tenha um resultado

eficiente são a busca de um layout atrativo e que o prazo de devolução não

ultrapasse uma semana. O ideal mesmo seria distribuir o questionário num pe-queno evento de divulgação do programa de voluntariado empresarial, onde cadaum pudesse respondê-lo na hora e entregar na saída.

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A página seguinte deste manual exibe um modelo de questionário quepode ser usado como referência ou ponto de partida para a construção do ins-

trumento de pesquisa da sua empresa. A tabulação dos dados pode ser feita poralguém designado pela empresa ou pelo comitê de trabalho, que precisa desselevantamento para embasar o plano de ação que lhe cabe sugerir.

Vale ressaltar que há exemplos de empresas com grupos de voluntariadobem-sucedidos que não cumpriram a etapa da pesquisa de interesses durante odesenho e lançamento do programa. Às vezes, as empresas optam por disparar o

programa propondo atividades de campo que ajudam a conferir credibilidade àproposta de voluntariado empresarial, oferecendo oportunidades para os funcio-nários experimentarem uma atuação voluntária em grupo. Acionada quase em

paralelo, uma política de reconhecimento baseada na valorização da participa-ção realimenta a roda.

A experiência brasileira e internacional mostra, porém, que mais cedo ou

mais tarde as empresas tendem a fazer uso de algum tipo de levantamento sobreas expectativas e preferências de seus funcionários. Para os que resolvem aplicaro questionário já na fase de planejamento do programa, é sempre uma grande

surpresa descobrir o número de funcionários da empresa envolvidos em proje-tos sociais -seja ligados a movimentos religiosos, seja a organizações de basecomunitária, creches comunitárias, escolas, hospitais etc.

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Sugestão de questionário para pesquisa entre funcionários:(Inclua na apresentação do questionário uma mensagem da empresa anunciando

o programa de voluntariado e explicando o motivo da realização da pesquisa.)

Nome do(a) funcionário(a): ________________________________________________

Cargo: __________________________ Setor: __________________________________

Telefone: ________________________________________________________________

E-mail: __________________________________________________________________

1. Você participa ou já participou de algum trabalho voluntário?

❏ Sim ❏ Não

Se positivo, indique:

2. Nome da entidade ou do projeto no qual você está envolvido(a): ______________________________________________________________________________________

3. Atividade desenvolvida: _________________________________________________________________________________________________________________________

4. Localização da entidade: _________________________________________________________________________________________________________________________

5. Você tem interesse em ampliar a sua participação como voluntário(a)?

❏ Sim ❏ Não

Se positivo, responda as próximas questões.Se negativo, siga diretamente para a questão 10.

6. Em que área(s) de atuação você tem interesse em trabalhar?

❏ Educação

❏ Meio Ambiente

❏ Saúde

❏ Esporte

❏ Arte e Cultura

❏ Assistência Social

❏ Defesa de Direitos

❏ Outras. Quais: _________________________________________________

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7. Com que público você gostaria de trabalhar?

❏ Crianças❏ Adolescentes❏ Adultos❏ Idosos❏ Portadores de deficiências❏ Presidiários❏ Outros. Quais: _________________________________________________

8. Relacionamos a seguir alguns tipos de trabalho voluntário para você indicar as op-ções que mais lhe despertam interesse:

❏ Atendimento direto ao público beneficiado❏ Atividades de apoio, administrativas ou de manutenção❏ Orientação e consultoria aos dirigentes do projeto ou entidade❏ Participação em eventos, campanhas, mutirões❏ Divulgação e arrecadação de fundos❏ Outros. Quais: _________________________________________________

9. Em que horários você teria interesse de atuar como voluntário(a)?

Durante a semana, de segunda a sexta-feira:

❏ Manhã ❏ Tarde ❏ Noite

Fins de semana:

❏ Manhã ❏ Tarde ❏ Noite

10. Faça alguns comentários e dê sugestões de como a empresa pode contribuir paraapoiar e incentivar a prática voluntária de seus funcionários, dirigentes, familiares, ex-funcionários e parceiros: __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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5Defina em que comunidade você vai atuar

Pesquise as reais demandas dessa comunidade

O sucesso e o impacto de um programa de voluntariado dependem do

grau de mobilização das pessoas envolvidas, mas também estão intimamente re-lacionados ao atendimento às reais necessidades de uma comunidade.

Muitas vezes, os voluntários decidem atuar para uma determinada causa

e não querem abrir mão dela por nada. Eles não atentam para o que está sendofeito na área e continuam a ofertar um serviço que já é prestado de algumamaneira ou que não é tão necessário, em vez de buscar uma demanda não aten-

dida, onde a sua ação teria um impacto muito maior.Por exemplo, um grupo de funcionários pode insistir em doar livros infantis

para uma creche cuja principal dificuldade é a falta de saneamento básico, o que

provoca surtos constantes de doença entre as crianças. Ou estruturar um serviço deatendimento à terceira idade num bairro habitado predominantemente por jovens.

Em regra, os grupos tendem a se organizar para exercer o voluntariado,

mas não necessariamente se organizam para identificar a melhor contribuiçãoque poderiam dar naquele momento. Além de representar um certo desperdíciode esforço, isso ajuda a ocasionar a concentração de ações em áreas ou segmen-

tos populacionais de maior apelo, conforme a cultura de uma sociedade, e con-tribui para o esquecimento de outros.

A pesquisa “Estratégias de empresas no Brasil: Atuação social e voluntariado”

detectou, em 1999, que 47% das empresas investem em projetos voltados a crian-ças e jovens, enquanto apenas 11% dedicam-se às mulheres, 10% a portadores dedeficiências, 4% aos soropositivos e 2% às minorias étnicas. A urgência da situação

da infância e da adolescência no Brasil é justificativa incontestável para a despro-porção desses índices, mas talvez seja o caso de as novas iniciativas de empresas naárea social começarem a olhar com mais atenção para outros públicos.

PASSO

NECESSIDADES DA COMUNIDADEDEVEM SER CONSIDERADAS

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A preocupação com o atendimento a uma demanda -e não apenas com odesejo pessoal de ser solidário- também integra a trajetória de amadurecimento

do voluntário e muitas vezes precisa ser estimulada por uma pessoa de fora, semvínculos emocionais com a situação, e que proponha o questionamento: “Seráque o que eu quero oferecer é o que essa comunidade está precisando?” Esse é

um papel para o gerente do programa desempenhar.O conceito de comunidade é bastante genérico e elástico. Sua definição

primeira refere-se à qualidade ou estado do que é comum, podendo significar

concordância, conformidade, identidade. O sentido mais adequado a essa discus-são é o de “qualquer conjunto populacional considerado como um todo, emvirtude de aspectos geográficos, econômicos e/ou culturais comuns” — o que

pode significar o entorno da sua empresa, um segmento populacional específi-co, uma cidade inteira, uma sociedade.

Antes de descobrir as reais necessidades de uma comunidade, é preciso

definir em que comunidade se vai atuar. Algumas empresas e grupos de voluntá-rios optam por depositar esforços no bairro onde a própria organização estáinserida, ou onde um grupo de funcionários reside. Outras preferem fazer a dife-

rença em comunidades distantes. Essa é uma decisão estratégica que a empresaterá que tomar. Projetos sociais situados em áreas próximas ao local de trabalhopodem ser visitados com maior freqüência e facilitam o envolvimento dos funci-

onários na proposta de ação voluntária.A proximidade entre a empresa e a comunidade onde seu programa de

voluntariado empresarial ganha a prática permite o estreitamento de laços, a

construção de uma aliança benéfica entre as partes. Tanto assim que a maioriadas empresas que desempenham algum tipo de atividade social o faz nas locali-dades onde possui operações.

Os resultados para a empresa são a maior aceitação e acolhida na regiãoe há exemplos clássicos onde as despesas com segurança e combate ao vandalis-mo são sensivelmente reduzidas quando o relacionamento com a comunidade

circunvizinha é de respeito mútuo. Ajudar quem está ao seu lado embasa, afinal,a filosofia da solidariedade. No ambiente das empresas não poderia ser diferente.

Há vários caminhos para identificar as principais demandas de uma co-

munidade. Os funcionários de uma empresa têm muito a colaborar nessa etapada estruturação de um programa de voluntariado, sobretudo quando a comuni-dade selecionada é o entorno da organização.

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É comum os funcionários de uma empresa morarem perto do local detrabalho e, por sua vivência e rede de contatos, conhecerem a história da região,

suas prioridades e as entidades sociais atuantes ali. Assim, os voluntários podemorganizar-se para buscar informações junto ao corpo de funcionários da empre-sa, às lideranças comunitárias, igrejas e associações de moradores.

Outras possíveis fontes de informação são as administrações regionais,as secretarias municipais de saúde, educação, assistência social, habitação, cultu-ra, meio ambiente e as universidades. Mais do que o conhecimento da problemá-

tica local, tais órgãos costumam colecionar dados estatísticos que são muito úteispara apontar as principais deficiências no momento e servir de referência, maistarde, na avaliação dos resultados da intervenção do voluntariado.

Os voluntários podem, ainda, acionar os Centros de Voluntários, que pos-suem entidades sociais cadastradas (e preparadas) para receber voluntários, ououtras organizações filantrópicas atuantes na região, como institutos e funda-

ções, solicitando dicas sobre instituições sabidamente idôneas, com propostasde trabalho interessantes e abertas a acolher voluntários.

Uma vez identificadas essas entidades, recomenda-se a realização de um

levantamento sobre suas necessidades específicas. Estamos falando de uma en-trevista breve que o voluntário mesmo pode fazer, coletando dados gerais sobrea organização, tipo de atendimento realizado, número de beneficiários e suas

principais demandas em termos de recursos financeiros, técnicos, humanos e,especialmente, de recursos humanos voluntários. As respostas dessequestionamento serão um bom ponto de partida para o voluntariado definir-se

quanto a quais instituições apoiar.Seja por sintonia com o negócio da empresa, seja por simpatia da alta

direção, algumas organizações definem de antemão a sua área temática de prefe-

rência — educação, cultura, saúde, desenvolvimento comunitário, meio ambien-te, cidadania, fortalecimento da sociedade civil etc. Neste caso, o ideal seriadirecionar a pesquisa de necessidades para a área temática escolhida, descobrin-

do dentro daquele segmento a contribuição que faria mais sentido.O cruzamento entre as prioridades da empresa, a oferta de trabalho voluntá-

rio disponibilizada por seus funcionários e as demandas da comunidade conduzirá,

certamente, a um bom começo para um programa de voluntariado empresarial.

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6Ponha no papel o programa de voluntariado que você desejaimplementar na sua empresa

As informações coletadas até o presente momento constituem matéria-

prima suficiente para você criar e redigir o projeto de um programa devoluntariado empresarial. Segundo definição da ONU, um projeto é um empre-endimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relaciona-

das e coordenadas, com a finalidade de alcançar objetivos específicos dentro delimites de tempo e orçamento. Na percepção de Rebecca Raposo, especialistaem elaboração e avaliação de projetos, “um projeto escrito é a primeira

materialização da nossa idéia, o primeiro passo rumo à sua realização, um instru-mento de comunicação da nossa idéia para os outros e um instrumento de cap-tação de recursos”.

A formatação de projetos para ações com fins lucrativos já é uma práticaconstante nas grandes empresas. Todavia, nas companhias pequenas e médias osnovos empreendimentos ainda são conduzidos em boa parte das vezes de ma-

neira empírica, com base na cultura do acerto e erro.O projeto que norteará a implementação de um programa de voluntariado

empresarial é um documento que revela objetivos e estratégias, prevê atividades,

disponibilização de recursos ao longo do tempo e avaliação de resultados. Eledesponta como uma maneira organizada de apresentar as informações até entãoreunidas e é perfeitamente compreensível que alguns de seus itens não conte-

nham o detalhamento ideal ou que venham a ser revisados à medida que novosdados surjam. Isso não diminui a sua importância, tampouco a importância deque seja encaminhado para a aprovação da direção da empresa, o que é altamen-

te recomendável.

PASSO

COMO TRANSFORMAR SUASIDÉIAS EM UM PROJETO DE FATO

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Confira, a seguir, um roteiro para construção de um projeto de programade voluntariado empresarial, criado a partir do conhecimento do Programa Vo-

luntários e da livre adaptação do modelo básico de elaboração de projetos soci-ais desenvolvido por Rebecca Raposo.

Sumário executivo: É a síntese do projeto.

Introdução: Breve histórico da proposta de implementar um progra-ma de voluntariado na empresa, desde o surgimento da idéia até o

estágio atual.

Cenário: Descrição objetiva da empresa, filial ou divisão da compa-nhia onde o projeto será implementado, incluindo número de funcio-

nários, atividade principal da unidade, atribuições básicas do corpode funcionários, expediente cumprido, atividades sociais já apoiadaspela empresa e/ou funcionários, desejos de participação social dos

funcionários, expectativas da empresa e dos funcionários quanto àatuação social da organização, dados sócio-culturais sobre o entornoda empresa, principais demandas e relação dos serviços de assistên-

cia social ofertados (mapeamento das entidades sociais).

Caracterização do proponente: Histórico institucional da empresa con-tendo um resumo da sua trajetória, informações sobre ações de res-

ponsabilidade social e, especificamente, de sua política de atuaçãosocial, dados sobre a área da empresa responsável pelo projeto.

Justificativa: Explicação da importância que o programa de

voluntariado terá para a empresa, revelando de que maneira a iniciati-va pode corresponder às expectativas e demandas especificadas noitem “Cenário”. Recomenda-se demonstrar, também, o caráter de

complementaridade e eventuais sinergias que o programa devoluntariado possua em relação a outras ações em desenvolvimentona empresa.

Objetivos gerais: Representam a missão maior do programa, os objeti-vos de longo prazo, que são desenhados levando-se em consideraçãoas prioridades da empresa, os interesses dos funcionários e as neces-

sidades da comunidade. Comporta objetivos tangíveis (mensuráveis)e intangíveis.

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Objetivos específicos: Consistem no desdobramento dos objetivos ge-rais em objetivos de curto prazo e preferencialmente quantificáveis.

Metodologia: É o processo adotado para a implantação do projeto einclui a filosofia adotada, estratégia de suporte da empresa ao progra-

ma e etapas de implementação.

Atividades do programa: Detalhamento das atividades do programatanto no campo prático, referentes ao leque de ações voluntárias

identificadas e incentivadas, quanto no campo estrutural ou de ges-tão do próprio programa (formas de captação de voluntários, políti-cas de capacitação, comunicação, valorização e reconhecimento etc.).

Recursos: Definição dos recursos humanos, materiais, físicos e finan-ceiros necessários à implementação do projeto.

Cronograma físico-financeiro: Cronograma de desembolso de recur-

sos que garanta a realização das atividades do programa conforme asprioridades elencadas.

Avaliação: Detalhamento do sistema de monitoramento a ser adotado

para acompanhar a implantação do projeto, dos instrumentos queavaliarão os impactos obtidos, bem como dos possíveis riscos queameaçam o projeto e precisam ser gerenciados.

À parte desse modelo mais elaborado, o projeto pode ser apresentado demaneira mais simplificada, respondendo-se às perguntas a seguir:

O que?

Por que?

Quem?

Quando?

Onde?

Como?

Quanto?

O projeto de um programa de voluntariado empresarial pode ser elabo-

rado a partir da colaboração entre os membros do primeiro comitê de trabalho eo gerente do programa, um profissional cujo perfil e as atribuições dissecaremosno próximo passo.

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Defina o gestor do programa

Faça o programa funcionar

Agora que você já refletiu sobre a idéia, convocou funcionários para cons-

truir uma proposta coletiva de voluntariado, pesquisou suas expectativas e asnecessidades da comunidade e desenhou um projeto para orientar sua ação, che-gou o momento de partir para a prática. Em outras palavras, é hora de pôr o

programa para funcionar.Para conduzir esse grande projeto, a empresa precisará de uma pessoa

que abrace a tarefa de forma profissional, seja alguém do seu quadro de funcio-

nários que assuma o gerenciamento do programa paralelamente às suas atribui-ções, seja alguém deslocado ou admitido exclusivamente para isso.

Estudos realizados entre companhias norte-americanas pela Points of Light

Foundation revelam que o gerenciamento de programas de voluntariado porprofissionais que acumulam outras responsabilidades na empresa é o modelomais comum. Em regra, eles integram as equipes dos departamentos de Relações

com a Comunidade, Comunicação, Relações Públicas ou Gestão de Pessoas egastam 20% do seu tempo nessa atribuição paralela. No Brasil, recente pesquisarealizada pelo Instituto Ethos junto a seus associados demonstrou que o departa-

mento de Gestão de Pessoas (ou RH) é o que mais tem assumido o gerenciamentodos programas de voluntariado nas empresas.

A principal função do gestor de um programa de voluntariado é de ani-

mador, alguém que articulará as diversas frentes de trabalho que surgirão dentroe fora da empresa, fará a ligação entre os grupos, bem como coordenará todas asatividades. Sem essa figura central, torna-se impossível atender às demandas que

surgem e elas são inúmeras -desde a orientação técnica e o suporte a um projetoaté a tarefa de escutar os relatos de experiência trazidos pelos voluntários. A não

7PASSO

O PROGRAMA DEVOLUNTARIADO NA PRÁTICA

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instituição de um gerente significaria, em última instância, não proporcionarcondições de fato para o programa se desenvolver.

Tal afirmação tem respaldo em exemplos reais. Houve o caso de umacompanhia no Brasil que detectou a vontade latente de seus funcionários deatuar socialmente, sobretudo quando movidos pelo clima do Natal. A empresa

estimulou a formação de um grupo, lançou um projeto, mas a iniciativa não pros-perou porque ficou órfã em uma das áreas da companhia — não existia ninguémdesignado oficialmente como responsável pelo programa. A empresa então re-

cuou, contratou um profissional e recomeçou a caminhada. Mas correu o riscodesnecessário de ser vista como uma organização que prega um discursodesconectado da prática, o que seria péssimo para a credibilidade do programa.

O perfil do gestor de um programa de voluntariado deve atender a requi-sitos muito além da formação acadêmica. Do ponto de vista de competências,recomenda-se que tenha habilidade para trabalhar em equipe, senso prático de

realização, agilidade para solucionar problemas, familiaridade com a lógica defuncionamento da iniciativa privada (inclusive a preocupação com eficiência eresultados), capacidade de se relacionar bem com os diversos níveis hierárqui-

cos e com a comunidade, conhecimento da cultura e valores da organização. Noplano pessoal, seria importante que possuísse poder de liderança e carisma, ex-periência no exercício do voluntariado, compromissado com a área social e, de

preferência, que contivesse um dos pilares de sustentação da ação solidária, queé a capacidade inata de se colocar no lugar do outro.

É recomendável que o trabalho desse gerente conte com o apoio, desde

o início, de um conselho consultivo composto por membros de áreas e níveishierárquicos diversos, em moldes similares aos do primeiro comitê de trabalho.Este último, por sua vez, tende a perder sua função original — de planejamento

— à medida que o programa começa a ser colocado em prática. Chega a sercomum que alguns de seus integrantes tenham a sensação de missão cumprida equeiram migrar para ações de campo.

A formação do conselho consultivo pode considerar, então, os membrosremanescentes do primeiro comitê de trabalho, e buscar complementação ga-rantindo a presença de aliados nos departamentos de Recursos Humanos, Comu-

nicação, Marketing e Relações com a Comunidade (se houver), que são chavepara o programa deslanchar.

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Confira, a seguir, as principais áreas de gerenciamento de um programade voluntariado:

Captação de voluntários - O estímulo à adesão de voluntários ao pro-grama acontece fundamentalmente via a difusão das boas experiênci-as do voluntariado. A organização de eventos que estimulem a partici-

pação dos funcionários também é uma boa estratégia, como a realiza-ção de campanhas de arrecadação de agasalho, alimentos, remédios,livros etc. e o posterior envolvimento dos funcionários na distribui-

ção dos donativos.

Seleção de projetos a serem apoiados - Realizada segundo a orienta-

ção dos critérios estabelecidos pelo programa, levando-se em contaas prioridades da empresa, expectativas dos funcionários e necessida-des da comunidade.

Capacitação de voluntários - Preparação dos funcionários para a atua-ção como voluntários tanto em termos de noções gerais (conceitosbásicos, história, papel do voluntário, relação com entidades sociais),

quanto específicas (conforme a área escolhida para exercer ovoluntariado). A capacitação de voluntários pode ser conduzida pormembros do primeiro comitê de trabalho, que já passaram por um

processo de aprendizagem diferenciado na área e eventualmente de-sejam atuar como multiplicadores. Veja box sobre possíveis conteú-dos a serem ministrados nas capacitações de voluntários.

Possíveis temas na capacitação para voluntários

Temáticas de interesse geral: Conceito de cidadania, papéis doprimeiro, segundo e terceiro setores, reflexão sobre a realidade sócio-econômica brasileira, desenvolvimento do terceiro setor no Brasil,conceitos de cidadania empresarial e responsabilidade socialempresarial, história e importância do voluntariado, filosofia dovoluntariado, relação entre religião e voluntariado, práticasassistencialistas versus práticas modernas de voluntariado, relaçãodo voluntário com entidades sociais, legislação aplicada aovoluntário, preparo emocional, técnicas de elaboração de projetos,uso da comunicação como ferramenta de mobilização econscientização.

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Monitoramento e avaliação - Acompanhamento e análise da evoluçãodo programa de voluntariado quanto ao impacto junto aos funcioná-

rios, à comunidade e à empresa. O processo de monitoramento e ava-liação envolve o uso de ferramentas específicas para a coleta de da-dos quantitativos (pesquisas) e qualitativos (relatos, impressões e ob-

servação informal). Medir a eficiência do programa traz subsídios es-senciais para que a organização reflita sobre a validade do programa.

Comunicação e reconhecimento - Comunicação permanente das ati-

vidades do programa junto aos voluntários e aos funcionários em ge-ral, com a função de informar, mobilizar, conscientizar, valorizar e re-conhecer a importância da participação social do funcionário. Essa é

uma etapa vital para o sucesso de um programa de voluntariado eserá tratada em separado no próximo capítulo desse manual.

Elaboração de relatórios - Registro contínuo de atividades e sistemati-

zação das informações do programa pelo seu gerente.

Replanejamento - Reorganização contínua das atividades conforme o

surgimento de intercorrências ou a reflexão sobre os resultados. Re-comenda-se que todo programa de voluntariado passe por uma revi-são geral anual e que correções de rota sejam realizadas com flexibi-

lidade, sempre que necessário.

Temáticas de interesse específico: Amplo leque de conteúdosrelacionados diretamente à área temática de interesse dovoluntário, a ser ministrado para embasar sua ação. Algunsexemplos de conteúdo específico são noções sobre o Estatuto daCriança e do Adolescente (ECA) ou técnicas de contar históriaspara quem trabalha com crianças, sobre preservação da naturezae reciclagem para quem atua em educação ambiental, técnicas deentretenimento de idosos para quem trabalha com a terceira idade,noções de nutrição e higiene pessoal para agentes comunitáriosde saúde etc.

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8Destaque formas de atuação exemplares

Dê à comunicação a importância devida

Neste passo trataremos de duas áreas de atividade inter-relacionadas e

vitais para o desenvolvimento de um programa de voluntariado empresarial: avalorização/reconhecimento da ação do voluntário e a comunicação. Tais áreasmerecem atenção contínua desde os primeiros passos da implementação do pro-

grama, pois têm influência crítica ao longo de todo o processo.

PASSO

VALORIZAÇÃO, RECONHECIMENTO ECOMUNICAÇÃO SÃO CHAVES PARA O SUCESSO

Valorização e reconhecimento

Na escola, na família, no trabalho, no convívio social ou na atividade vo-luntária, o reconhecimento desponta como um dos grandes combustíveis do ser

humano. Por mais abnegado que seja um indivíduo, ver o resultado do seu esfor-ço voluntário valorizado afaga a alma, traz satisfação pessoal e um certo senso deessencialidade.

A simples constatação dos benefícios que a ação voluntária gera já é, porsi só, um forte estímulo para continuar o trabalho. Porém, quando o mérito dessaação é conhecido e oficialmente reconhecido, os ânimos parecem renovar-se.

Mas nem toda a forma de reconhecimento surte os mesmos efeitos naspessoas. Alguns voluntários sentem-se melhor quando os seus esforços são valori-zados num círculo restrito de colegas, no trabalho ou na comunidade. Outros apre-

ciam ver a sua história no jornal da empresa, servindo como exemplo para suscitarnovas ações. Outros, ainda, gostam de se sentir elos de uma corrente, membros deum time, daí a valorização do trabalho em equipe ser mais importante.

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Parte do sucesso da política de valorização e reconhecimento é desco-brir qual a maneira mais adequada de homenagear seus voluntários, sobretudo

aqueles que realmente se destacaram, sem diminuir o trabalho dos outros. Afinal,as políticas de reconhecimento e valorização devem servir como emulação enão como instrumento de competição. Um dos segredos para evitar esse risco é

não deixar que o grupo de voluntários perca de vista a dimensão da solidarieda-de e da cidadania, o compromisso maior esperado de cada um com a promoçãodo bem comum.

Listamos, a seguir, algumas práticas de valorização e reconhecimentoadotadas pelas empresas. Na dúvida, comece com um sincero “muito obrigado”,que é de longe a expressão mais utilizada nos eventos e conferências das organi-

zações de fomento ao voluntariado em países como os Estados Unidos e Canadá,que são especialistas em manter contingentes de voluntarios sempre a postos.

Formas de valorização e reconhecimento

Premiações por equipe, baseadas em critérios claros, objetivos e, de

preferência, que tenham sido definidos com a participação de todo ovoluntariado. Recomenda-se que o prêmio seja mais simbólico do quematerial, em sintonia com a própria causa, e que seja algo desejado

pelos voluntários — um troféu, um curso de capacitação, recursospara serem alocados em projetos etc.;

Divulgação das ações do voluntário ou de determinadas equipes de

voluntários nos veículos de comunicação da empresa (boletins, mu-rais, vídeo-jornais, revistas, intranet);

Indicação de voluntários para falarem com a imprensa;

Distribuição de broches (pins) e camisetas;

Envio de cartas de agradecimento assinadas pela direção da empresa;

Convite aos voluntários para que apresentem aos demais colegas daempresa suas experiências;

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Visita dos altos executivos da empresa a projetos apoiados pelos vo-luntários;

Realização de eventos especiais.

O reconhecimento deve ser:

• Personalizado

• Baseado nas necessidades e desejos do voluntário

• Merecido

• Imediato

• Contínuo

• Criativo

• Inovador

• Divertido

• Variado

• Focado

• Amplamente divulgado

Comunicação

Para exercer a prática da valorização e do reconhecimento, é preciso

valer-se fundamentalmente de ferramentas de comunicação. Mas o papel da co-municação, sobretudo a comunicação com o público interno, ultrapassa e muitoo suporte ao reconhecimento em um programa de voluntariado empresarial,

interferindo de maneira transversal em todas as suas áreas.Junto ao público interno, composto basicamente por funcionários efeti-

vos, temporários, terceirizados e podendo abranger indiretamente os familiares,

a comunicação serve para:a) Informar os funcionários, inclusive os não-voluntários, sobre a políti-

ca de incentivo ao voluntariado vigente na organização, de forma que

a ação dos voluntários seja compreendida, valorizada e respeitada;

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b) Democratizar as informações operacionais referentes ao programa —o que está acontecendo, quem são os responsáveis, com que apoio a

empresa comparece, como o programa funciona, como se aproximardo grupo de voluntários, quais são as possibilidades de atuação, comomelhorar a atuação enquanto voluntário;

c) Mobilizar funcionários a aderirem ao programa;d) Conscientizar funcionários quanto à importância da atuação voluntária;e) Dar visibilidade à ação do voluntariado;

f) Promover a troca de conhecimentos, experiências e dicas entre vo-luntários;

g) Integrar e motivar os voluntários;

h) Divulgar constantemente os impactos gerados com o trabalho dosvoluntários, criando um clima propício à continuidade da ação.

A comunicação com o público interno pode efetivar-se através de inú-

meras maneiras, da realização de reuniões periódicas ao uso de correio interno,correio eletrônico, jornal, vídeo-jornal, vídeo-conferência, rádio interna, muraletc. Cada empresa deve fazer o seu diagnóstico e identificar as modalidades de

comunicação mais eficientes, conforme o perfil do público-alvo.É desejável que a comunicação com o público interno esteja fluindo

bem antes que a organização dispare ações de comunicação voltadas ao público

externo, que inclui a comunidade circunvizinha e a sociedade em geral.As formas de comunicação tradicionais das empresas com o público ex-

terno são a exposição na mídia (local, nacional e especializada), a promoção de

campanhas, a participação em simpósios, conferências, fóruns e eventos em ge-ral ou, ainda, a realização de eventos dentro da organização para explicar suaexperiência em voluntariado empresarial à comunidade interessada.

A comunicação com o público externo permite:a) Legitimar a proposta interna e externamente;b) Motivar outras empresas a adotarem políticas semelhantes;

c) Difundir experiências de sucesso que possam vir a ser replicadas;d) Dar visibilidade às ações da empresa na área do voluntariado empre-

sarial, agregando valor à sua imagem.

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• Ágil

• Verdadeira

• Transparente

• Objetiva

• Esclarecedora

• Criativa

• Sistemática

• Ter conteúdo interessante

• Ter visual atraente

• Focada no público-alvo

A comunicação deve ser:

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Estabeleça contato com outras organizações

Compartilhe experiências e conhecimentos

Contribua para o desenvolvimento do voluntariado

empresarial no Brasil

As múltiplas possibilidades de contribuição social e experiências logra-

das por um programa de voluntariado empresarial são ricas demais para ficaremrestritas à organização que as vivencia. A perspectiva de desenvolver um traba-lho em rede, participando de fóruns de discussão com outras instituições que

realizam atividades ou estudos na área, é altamente recomendável.O trabalho em rede propicia a reflexão sobre a prática do voluntariado

empresarial, promove o intercâmbio de experiências, a transferência detecnologias, o debate sobre dificuldades e desafios comuns. Além de contribuir

para o engrandecimento do programa da sua empresa, isso tudo ajuda a fortale-cer as instituições que fazem parte da rede e faz o voluntariado empresarial cres-cer enquanto movimento social no Brasil.

Participar de um fórum de discussão sobre o tema permite, ainda, ampli-ar o nível de conhecimento sobre outras empresas e organizações, identificarvalores, crenças e compromissos afins. Esses contatos podem evoluir para o esta-

belecimento de parcerias ou de alianças estratégicas que viabilizem a execuçãode atividades que a sua instituição não consiga ou não deseje empreender sozi-nha, maximizando esforços.

O conceito de parceria remete a uma união com fins específicos, nor-malmente uma ação ou um projeto de curto prazo, seguindo a lógica daintercomplementaridade de recursos e de capacidades entre as organizações

parceiras, ensina Marlova Jovchelovitch Noleto, autora do livro “Parcerias e alian-ças estratégicas: Uma abordagem prática”.

9PASSO

AS VANTAGENS DE SE TRABALHAR EM REDE

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• Refletir sobre a prática;

• Trocar experiências, informações, dicas;

• Valer-se do conhecimento acumulado por outros para venceros desafios impostos pelo seu programa;

• Estabelecer parcerias e alianças estratégicas;

• Ganhar força política para influenciar políticas públicas;

• Contribuir para a evolução do voluntariado empresarial no Brasil.

Bons motivos para trabalhar em rede:

Já na aliança estratégica, “organizações que poderiam atuar de forma in-dependente diante de uma determinada questão decidem fazê-lo conjuntamen-

te, motivadas pela consciência da magnitude e complexidade da ação a ser em-preendida e, principalmente, pela constatação de que as organizações aliadascompartilham crenças e valores, pontos de vista e interesses, que as levam a ter

um posicionamento estratégico comum diante de uma determinada realidade”.Relações de parceria ou alianças estratégicas bem construídas — isto é,

elaboradas a partir da correta identificação e seleção das partes envolvidas, bem

como da definição clara dos objetivos e atribuições de cada um- também levamao fortalecimento das organizações.

O fortalecimento das organizações é um caminho desejado para que mo-

delos de trabalho social bem-sucedidos, gerados em escala piloto pela iniciativaprivada, possam inspirar a formulação de políticas públicas mais eficazes, queestendam tais experiências à população em geral.

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FILOSOFIA DO

VOLUNTARIADO

E ASPECTOS LEGAIS

Direitos e deveres dos voluntários

Lei do Serviço Voluntário

Termo de adesão

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Direitos e deveres dos voluntários

Lei do Serviço Voluntário

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Direitos e deveres dos voluntários*

Os VALORES fundamentais da filosofia do voluntariado social dão signifi-

cado e transcendência à ação voluntária e representam o ideal de uma motiva-ção consciente. Eles são:

Igualdade entre os homens e mulheres;

Respeito à dignidade humana;

Justiça social: direito a uma vida digna;

Solidariedade humana e ajuda recíproca;

Democracia como forma de convivência social, direito de todos à par-ticipação e à possibilidade de tomar decisões;

Ajudar os outros a enfrentar suas necessidades e problemas;

Enfrentar o pessimismo e as crises de valores;

Ter fé em si mesmo e nas próprias potencialidades;

Adquirir responsabilidade pessoal;

Acreditar no compromisso.

As ATITUDES, no sentido de viver de fato os valores, são:

Perceber e apreciar a cultura, os valores dos outros;

Estabelecer comunicação, diálogo;

Ser persistente, responsável e disciplinado;

Ter entusiasmo, iniciativa, otimismo;

Cooperar, trabalhar em equipe;

Receber e dar ao mesmo tempo;

Aprender e ensinar ao mesmo tempo;

Adquirir a formação e o treinamento necessários;

* Extraído do documento “Fortalecendo o Voluntariado no Brasil”, desenvolvido pelo Programa Voluntários.

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Estar disposto ao crescimento pessoal.

Todo voluntário tem DIREITO a:Desempenhar uma tarefa que o valorize e seja um desafio para ampli-ar habilidades ou desenvolver outras;

Receber apoio no trabalho que desempenha (capacitação, supervi-são e avaliação técnica);

Ter a possibilidade da integração como voluntário na entidade onde

presta serviços, ter as mesmas informações que o pessoal remunera-do e descrições claras de tarefas e responsabilidades;

Participar das decisões;

Contar com os recursos indispensáveis para o trabalho voluntário;

Respeito aos termos acordados quanto à sua dedicação, tempo doado

etc. e não ser desrespeitado na disponibilidade assumida;

Receber reconhecimento e estímulo;

Ter oportunidades para o melhor aproveitamento de suas capacida-

des recebendo tarefas e responsabilidades de acordo com os seusconhecimentos, experiência e interesse;

Ambiente de trabalho favorável por parte do pessoal remunerado

da instituição.

Todo voluntário tem a RESPONSABILIDADE de:

Conhecer a instituição e/ou a comunidade onde presta serviços (afim de trabalhar levando em conta essa realidade social) e as tarefasque lhe foram atribuídas;

Escolher cuidadosamente a área onde deseja atuar conforme seusinteresses, objetivos e habilidades pessoais, garantindo um trabalhoeficiente;

Ser responsável no cumprimento dos compromissos contraídos li-vremente como voluntário. Só se comprometer com o que de fatopuder fazer;

Respeitar valores e crenças das pessoas com as quais trabalha;

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Aproveitar as capacitações oferecidas, através de uma atitude abertae flexível;

Trabalhar de forma integrada e coordenada com a entidade ondepresta serviço;

Manter os assuntos confidenciais em absoluto sigilo;

Acolher de forma receptiva a coordenação e a supervisão de seutrabalho;

Usar de bom senso para resolver imprevistos, além de informaros responsáveis.

Lei do Serviço Voluntário

Algumas empresas relutam em implementar um programa de voluntariado

por temerem eventuais implicações trabalhistas que o incentivo à ação voluntá-ria junto ao seu corpo de funcionários possa acarretar.

Em fevereiro de 1998, o governo brasileiro sancionou a Lei nº 9.608, co-

nhecida como Lei do Serviço Voluntário, que classifica o serviço voluntário comoatividade não-remunerada, que não gera vínculo empregatício nem obrigação denatureza trabalhista, previdenciária ou afim.

A lei preconiza que o trabalho voluntário seja exercido mediante a cele-bração de um “termo de adesão” entre o voluntário e a entidade social onde elevai atuar. O termo de adesão identifica o voluntário e a instituição apoiada, carac-

teriza o trabalho voluntário a ser efetuado e é assinado pelo voluntário. Confira aseguir o texto da Lei e um modelo de termo de adesão.

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Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998Dispõe sobre o serviço voluntário e dá outras providências.

Art. 1º Considera-se serviço voluntário, para fins desta Lei, aatividade não remunerada, prestada por pessoa física aentidade pública de qualquer natureza ou instituiçãoprivada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos,culturais, educacionais, científicos, recreativos ou deassistência social, inclusive mutualidade.

Parágrafo único. O serviço voluntário não gera vínculoempregatício, nem obrigação de natureza trabalhista,previdenciária.

Art. 2º O serviço voluntário será exercido mediante a celebraçãode termo de adesão entre a entidade, pública ou privada, eo prestador do serviço voluntário, dele devendo constar oobjeto e as condições de seu exercício.

Art. 3º O prestador do serviço voluntário poderá ser ressarcidopelas despesas que comprovadamente realizar no desem-penho das atividades voluntárias.

Parágrafo único. As despesas a serem ressarcidas deve-rão estar expressamente autorizadas pela entidade a quefor prestado o serviço voluntário.

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Exemplo de termo de adesão:

Nome da instituição: ____________________________________________________Endereço: _____________________________________________________________Área de atividade: ______________________________________________________

Nome do voluntário(a): _________________________________________________Documento de identidade: ___________________ CPF: _____________________Endereço: _____________________________________________________________Referências pessoais: ____________________________________________________

O trabalho voluntário a ser desempenhado junto a esta instituição, de acordo com aLei no. 9.608 de 18/02/1998, é atividade não remunerada, com finalidades ____________________________________________________________________________(assistenciais, educacionais, científicas, cívicas, culturais, recreativas, tecnológicas ououtras), e não gera vínculo empregatício nem funcional, ou quaisquer obrigaçõestrabalhistas, previdenciárias e afins.

Trabalho voluntário na área de: ___________________________________________Tarefa específica: _______________________________________________________Duração: de ________ até ____________ Horários: __________________________Resultados esperados: _________________________________________________________________________________________________________________________

Declaro estar ciente da legislação específica sobre serviço voluntário e que aceitoatuar como voluntário(a) nos termos do presente Termo de Adesão.

Cidade: ________________________________ Data: _______________________

_______________________________________Assinatura do voluntário(a), RG e CPF

Testemunhas:

______________________________ ________________________________Assinatura, RG e CPF Assinatura, RG e CPF

De acordo:

________________________________________________________________Nome e assinatura do(a) responsável da instituição/cargo que ocupa

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EXPERIÊNCIAS DE

EMPRESAS EM

VOLUNTARIADO

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Avon Cosméticos

Banco do Brasil

Banco na Escola

C&A Modas

Editora Abril

Grupo Belgo-Mineira

Grupo Coimex

IBM Brasil

Iochpe-Maxion

McKinsey

Natura Cosméticos

Nestlé Brasil Ltda.

NET

Organizações Globo

Samarco

Schering-Plough

Serasa

TAM

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Avon Cosméticos

“Aquecimento” do programa busca conscientização na Avon

A proposta de lançar um programa de voluntariado empresarial sobre ba-

ses sólidas de sustentação está levando a Avon a priorizar o investimento de tempona chamada fase de “aquecimento” do programa. Desde 1999, a empresa trabalha amobilização de seus funcionários em prol do voluntariado, visando conscientizar

o grupo para a importância da participação social ao nível do indivíduo.A etapa é realizada através da conjugação de uma série de ferramentas, a

começar pela instituição do fórum “Cidadania Hoje”, no correio eletrônico inter-

no, que passou a trazer pílulas periódicas de informação sobre voluntariado. Oapoio da Avon às ações nessa linha também foi expresso em comunicação paratodos os funcionários e o tema virou uma constante nas edições do jornal e da

revista da empresa, bem como nos murais.O logotipo do programa foi criado pelos próprios simpatizantes do

voluntariado e escolhido através de concurso. O desenho passou a estamparcamisetas e banners divulgando campanhas de arrecadação de alimentos, de brin-

quedos e mutirões.No estágio atual, a Avon conta com um grupo de cerca de 30 voluntários

que se transformaram em agentes de disseminação da causa dentro da empresa.

Eles se reúnem periodicamente para trocar informações sobre os diversos tipos deação que cada um desenvolve e buscam definir uma linha de atuação conjunta.

Avon CosméticosAvenida Interlagos, 4300São Paulo - SP - 04660-907Tel.: (11) 5546-7743Fax: (11) 5546-7396Site: www.avon.com.br

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Banco do Brasil

Voluntários na alfabetização de jovens e adultos

O Banco do Brasil tem um programa social fundamentado exclusivamen-te no trabalho voluntário, voltado à alfabetização de jovens e adultos chamadoBBeducar. “Ler, Escrever, Libertar” é o lema do programa que, ao longo do ano

2000, levou 31 mil pessoas às salas de aula. Mais do que ensinar a ler e escrever,os cerca de 2,1 mil alfabetizadores voluntários do programa colocam o educan-do em contato com temáticas atuais e relacionados ao seu dia a dia, como ques-

tões ambientais e de saúde.Colaborar para a erradicação do analfabetismo no país, envolver os parti-

cipantes em propósitos e ações que visem acentuar o exercício da cidadania e

propiciar condições de inclusão dos alfabetizados em cursos supletivos ou deensino fundamental são os objetivos do programa.

Gerido pela Fundação Banco do Brasil, o BBEducar nasceu em 1991, fru-

to de uma experiência de alfabetização de empregados do Banco do Brasil dacarreira de serviços gerais. Os resultados foram tão positivos que o Banco resol-veu colocar o esforço de seus funcionários voluntários a serviço da comunidade.

Assim nascia um amplo trabalho de assistência social focado na alfabeti-zação de jovens e adultos. Já foram alfabetizadas mais de 54 mil pessoas. Em2001, a estimativa é duplicar esse número.

Em 2000, o BBeducar provou sua total capacidade de adaptabilidade àssituações mais adversas. Em plena selva amazônica, mais precisamente na comu-nidade indígena de Belém do Alto Solimões (AM), 220 pessoas viveram uma ex-

periência inédita em suas vidas: a formatura. A cerimônia aconteceu no dia 15 denovembro e contou com a presença de autoridades da cidade mais próxima,Tabatinga. Outro fato interessante desta experiência do BBeducar, é que as aulas

foram ministradas na própria comunidade, e os alfabetizadores - mais uma vezvoluntários - foram recrutados entre os próprios habitantes da aldeia.

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Os alfabetizadores do BBeducar participam de curso de formação minis-trado por instrutores do Banco do Brasil. Durante essa preparação, é passada

toda a metodologia do programa, a da “Educação Libertadora”, de Paulo Freire,que preconiza o aprendizado do alfabeto partindo de palavras retiradas do coti-diano dos alunos, permitindo uma integração maior dos alfabetizandos.

Banco do BrasilSCN - Q.1 - Bl. A - Ed. Number One - 10º andarBrasília - DF - 70710-500Tel.: (61) 310-1906Fax: (61) 310-1904Site: www.fbb.org.br

Banco na Escola

Bancos, governo e sociedade civil formam aliança pela educação

Lançado em maio de 2000, o “Banco na Escola” é resultado de uma alian-

ça entre nove bancos internacionais -ABN Amro, Bandeirantes, BankBoston, BBV,Chase Manhatan, Citibank, JP Morgan, Lloyds TSB e Merrill Lynch-, Ministério daEducação, Unicef e Instituto Ayrton Senna, e tem o propósito de contribuir para

a construção de um sistema educacional de qualidade para todos.Na prática, o “Banco na Escola” prevê a implementação de um programa

de apoio técnico à gestão financeira da escola brasileira, a disponibilização de

instrumentos que facilitem a sociedade a analisar e acompanhar o uso dos recur-sos públicos destinados à educação e o incentivo à participação da comunidadena vida escolar.

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Em sua fase inicial, o programa engloba 40 voluntários, que são funcionáriosdas instituições bancárias aliadas. Eles dispõem de profundos conhecimentos em

gestão de recursos e desenvolveram, ao longo de 2000, uma tecnologia de ferramen-tas em orçamento, gestão e participação voltada aos objetivos do programa.

Em abril de 2001, o “Banco na Escola” entrou na fase de capacitação de

representantes de 51 escolas municipais e estaduais de São Paulo, para o uso doferramental criado. As escolas integram um grupo-piloto onde a experiência seráaplicada e aperfeiçoada, com vistas à posterior multiplicação no país. Serão capa-

citados grêmios estudantis, conselhos de escolas, Conselhos Tutelares e Conse-lhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O programa Banco na Escola prevê o desembolso de R$1,35 milhão em

três anos por parte das instituições bancárias financiadoras da ação. Conformeavalia a coordenadoria do programa, se fossem mensuradas as horas de trabalhodedicadas pelos voluntários, o valor desse investimento teria a chance de dobrar.

Programa Banco na EscolaPraça da República, 180 - conj. 76 - sala 74São Paulo - SP - 01045-000Tel./Fax: (11) 3151-2725Tel.: (11) 3129-4266E-mail: [email protected]: www.banconaescola.com

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C&A Modas

Mobilização, capacitação e reconhecimento mantêm a chama acesa

Criado em 1991, o programa de voluntariado do Instituto C&A, ligado àC&A Modas, é um veterano em sua área no Brasil. A iniciativa conta com a adesãode 20% do quadro de funcionários da empresa, o que totaliza 1.400 voluntários

em 71 unidades no país.Em regra, os voluntários acompanham as ações desempenhadas pelo Ins-

tituto C&A nas áreas de educação para crianças e adolescentes e fortalecimento

de organizações da sociedade civil.Praticamente toda a ação social dos funcionários da C&A é realizada du-

rante o horário do expediente. Eles são liberados conforme um planejamento

pré-acordado com suas chefias, de modo a não comprometer suas atividadesprofissionais.

Conforme apontam os dirigentes da organização, o sucesso do programa

de voluntariado do Instituto C&A e o elevado nível de entusiasmo de seus inte-grantes devem-se a três fatores: a mobilização dos funcionários, ancorada na di-vulgação dos impactos obtidos nos projetos apoiados e na conscientização do

grupo quanto à importância da responsabilidade social; o reconhecimento dovalor da atuação voluntária através de ferramentas de comunicação e de umevento anual de congraçamento para membros de todo o Brasil; a capacitação de

voluntários para a qualificação da sua ação, bem como das chefias e liderançasem torno do exercício da cidadania.

Em abril de 2001, o Instituto C&A inaugurou suas atividades na subsidiá-

ria da C&A Modas na Argentina, contando com a adesão de cerca de 100 funcio-nários voluntários.

Instituto C&A de Desenvolvimento SocialAlameda Araguaia, 1222Barueri - SP - 06455-000Tel.: (11) 4166-9105Fax: (11) 4166-9524E-mail: [email protected]

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Editora Abril

Programa de Voluntariado na Abril brotou dos funcionários

O programa de voluntariado da Editora Abril nasceu em 1998, a partir deuma iniciativa dos próprios funcionários da empresa. Na época, o Nordeste bra-sileiro passava por uma forte seca e muitas localidades enfrentavam a fome e a

miséria. Em vez de simplesmente articular-se em torno de doações pontuais, osvoluntários preferiram iniciar uma atuação mais transformadora, adotando o mu-nicípio alagoano de Batalha.

Além de constar do mapa brasileiro da fome, Batalha sofria com elevadosíndices de analfabetismo e era alvo de ação do programa Alfabetização Solidária. Oprograma é uma vertente de trabalho do Conselho da Comunidade Solidária volta-

da à alfabetização de jovens e adultos e financiada parcialmente por empresas.Os voluntários iniciaram um processo interno de arrecadação de recur-

sos que incluiu a realização de bazares e o comprometimento de interessados

com doações mensais por seis meses, renováveis, o que permitiu a alfabetizaçãode 2 mil alunos até o momento. A empresa aderiu à ação voluntária dos funcioná-rios contribuindo também com recursos financeiros.

À parte do financiamento ao Alfabetização Solidária, os voluntários doProjeto Batalha apoiaram a criação de uma cooperativa de costureiras na cidadee montaram um projeto de capacitação que beneficiou 150 professores das es-

colas municipais, reduzindo à metade o índice de repetência.Na avaliação dos voluntários, a distância entre a base da Editora Abril, em

São Paulo, e o município de Batalha não foi um empecilho para o voluntariado

deslanchar. O perfil progressista da administração pública local favoreceu o acom-panhamento do trabalho à distância e o grupo se organizou para que fosse pos-sível visitar o projeto de tempos em tempos. O movimento por Batalha envolveu

cerca de 900 pessoas e representou o investimento aproximado de R$300 mil,sendo 40% gerados por arrecadação entre os funcionários e 60% via doações daAbril.

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Em função desse movimento espontâneo, a Abril implantou um progra-ma interno de apoio, incentivo e reconhecimento ao voluntariado chamado “Mãos

à Obra”. O projeto é sustentado por um site na intranet, onde estão cadastradostodos os funcionários que exercem atividades sociais, bem como as entidades eprojetos por eles apoiados, formando uma verdadeira rede de interação do

voluntariado da empresa.

Grupo Belgo-Mineira

Editora AbrilAvenida das Nações Unidas, 7221São Paulo - SP - 05425-902Tel.: (11) 3037-2011Fax: (11) 3037-2227E-mail: [email protected]: www.abril.com.br

Braço social confere credibilidade ao programa

Iniciado no final de 1999, o programa de voluntariado das empresas doGrupo Belgo-Mineira é coordenado pela Fundação Belgo-Mineira. A idéia de colo-car o braço social da organização à frente do programa buscou aproveitar a

credibilidade do trabalho da Fundação junto aos funcionários para dar impulso ànova ação, que leva o nome de “Pró-Voluntário”.

Dentro dessa parceria entre as diversas unidades que compõem o grupo

e o seu braço social, coube à Fundação Belgo-Mineira a tarefa de desenhar aestrutura básica do programa de voluntariado. Às empresas, por sua vez, respon-dem por dar suporte às atividades cotidianas do programa, que acabam assumin-

do características próprias em cada unidade, conforme a cultura local.

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O sistema permite que cada equipe de voluntários decida com liberdadesobre que área temática e público-alvo atuar. Nessa linha, um dos grupos de vo-

luntários escolheu colocar a sua competência em gestão da qualidade a serviçoda capacitação de lideranças de organizações sem fins lucrativos, enquanto umsegundo time preferiu atuar diretamente na educação de crianças e jovens, e um

terceiro optou pelo caminho de trabalhar em sintonia com os projetos apoiadospela Fundação Belgo-Mineira.

A missão da Fundação Belgo-Mineira é buscar a melhoria das comunida-

des onde o Grupo Belgo-Mineira está inserido. Uma de suas principais ações é oPrograma “Ensino de Qualidade”, cujo objetivo é contribuir para a diminuição doíndice de fracasso nas escolas públicas de ensino fundamental.

Entre os resultados esperados do programa “Pró-Voluntário” estão a mai-or motivação e comprometimento dos funcionários com o desenvolvimento desuas habilidades e o exercício da cidadania, aprimoramento do espírito de equi-

pe, maior participação dos voluntários e das empresas do Grupo Belgo-Mineirana solução dos problemas da comunidade e reconhecimento das empresas Belgocomo organizações socialmente responsáveis.

Fundação Belgo-MineiraAvenida Carandaí, 1115 - 20º andarBelo Horizonte - MG - 30130-915Tel.: (31) 3219-1326Fax: (31) 3219-1337E-mail: [email protected]: www.fundacaobelgomineira.org.br

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Grupo Coimex

Voluntariado possibilita capilarização da ação social

O primeiro passo de incentivo ao voluntariado nas empresas do GrupoCoimex foi a realização de uma pesquisa entre os colaboradores, onde 80% de-monstraram interesse em atuar como voluntários dos projetos apoiados pela

Fundação Otacílio Coser, que é o braço social da organização.Devido à diversidade dos negócios e do perfil funcional e às diferentes

localizações das empresas do Grupo Coimex, a Fundação Otacílio Coser opera

sob a máxima “pensar globalmente e agir localmente”. Assim, desenhou a pro-posta de criar os chamados “Núcleos de Solidariedade”.

O projeto prevê que em cada unidade do Grupo Coimex exista um bra-

ço executivo da Fundação Otacílio Coser, onde as ações e projetos são determi-nados pelos próprios agentes locais, obedecendo à diretriz de combinar a forçavoluntária empresarial com a demanda da comunidade no entorno da empresa.

Monitorados e apoiados pela equipe executiva central, estabelecida jun-to à holding do Grupo Coimex, os “Núcleos de Solidariedade” começaram a serinstalados em 2001, nas unidades onde os conceitos difundidos pela Fundação

Otacílio Coser foram melhor assimilados.Para sustentar toda essa nova tática, a estrutura funcional da Fundação

Otacílio Coser foi ajustada. Além da superintendência, a Fundação conta com

duas novas funções: coordenadoria de Voluntariado e coordenadoria de projetos.A primeira planeja, promove e agrega os atores da solidariedade e da cidadania.A segunda fornece os instrumentos adequados à ação solidária, ao investimento.

CoimexAv. Nossa Senhora dos Navegantes, 675 - 6º andarEnseada do SuáVitória - ES - 29056-900Tel.: (27) 335-6200Fax: (27) 335-6400Site: www.grupocoimex.com.br

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IBM Brasil

Voluntariado virtual abre nova esfera de participação social

A IBM Brasil uniu o seu know-how em tecnologia e a política de estímuloà participação social de seus empregados para lançar, em abril de 2001, o projeto“e-Voluntários”. O “e-Voluntários” é um programa de incentivo ao voluntariado

criado para os funcionários da IBM, que lhes permite desenvolver ações em be-nefício de estudantes, professores de escolas e universidades públicas e ONGs,através da Internet.

A IBM Brasil é a primeira filial da empresa no mundo a desenvolver umaação de voluntariado virtual com tal amplitude. A principal vantagem dovoluntariado virtual é possibilitar que as pessoas exerçam o voluntariado a partir

do seu local de trabalho ou de qualquer ponto de acesso à Internet.O objetivo do “e-Voluntários” é promover um intercâmbio de conheci-

mentos entre os funcionários da IBM e os alunos, professores e profissionais das

instituições parceiras com ênfase em atividades de complementação escolar, dis-cussões sobre profissões, questões pertinentes ao terceiro setor e ao universodas empresas. Os e-voluntários entram em contato com as demandas dos alunos,

professores e demais profissionais virtualmente, através de um aplicativo IBMchamado “Learning Village”. A supervisão desse intercâmbio fica a cargo de pro-fessores, educadores e lideranças das entidades participantes. O programa foi

concebido e está sendo coordenado pelo departamento de Relações Comunitá-rias da IBM, sob a responsabilidade de Patrícia Menezes.

A primeira avaliação do “e-Voluntários”, em sua fase piloto, ocorrerá no

âmbito do projeto “Cidade do Conhecimento”, coordenado pelo Instituto de Es-tudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Funda-ção de Apoio à Faculdade de Educação da própria USP, sob a responsabilidade do

professor Gilson Schwartz. O projeto poderá envolver outras escolas, ONGs eempresas ainda em 2001.

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Dentro do princípio de aliar tecnologia e ação social, a IBM Brasil tam-bém desenvolve no país o programa “Reinventando a Educação”, uma aliança

entre a empresa, escolas estaduais de ensino médio no Rio de Janeiro e a Faculda-de de Educação da Universidade do Rio de Janeiro, com vistas a implementarsoluções tecnológicas inovadoras a serviço da educação. O trabalho responde

pela implantação de uma rede de comunicação como estratégia de formaçãocontinuada presencial e à distância para 1,2 mil professores de Química, Biolo-gia, Física e Matemática.

IBM BrasilAvenida Pasteur, 138 - 4o. andar ARio de Janeiro - RJ - 22296-900Tel.: (21) 546-5709Fax: (21) 546-5393E-mail: [email protected]: www.e-voluntarios.com.br

Universidade de São PauloAv. Prof. Luciano Gualberto/ Travessa J, 374 - TérreoCidade Universitária - São Paulo - SP - 05508-900Tel.: (11) 3818-4305Fax: (11) 3818-4305E-mail: [email protected]: www.usp.br/iea/cidade

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Iochpe-Maxion

Avaliar resultados do programa é parte importante do investimento social

Motivada pela crença de que a avaliação é uma etapa vital para aferir o realimpacto de um projeto social, a Iochpe-Maxion faz um acompanhamento sistemáti-co das ações implementadas por seus funcionários em seu programa de voluntariado.

A tarefa da avaliação é realizada pela Fundação Iochpe, braço social daempresa, que dá suporte às atividades do voluntariado, bem como coordena todaa política de investimento da Iochpe-Maxion na comunidade, com ênfase para as

áreas de Cultura, Educação e Bem-Estar Social.O tratamento conferido pela Fundação Iochpe ao seu “Programa de In-

vestimento Social Paritário” (Pisp) demonstra de maneira contundente a preocu-

pação da organização com a avaliação de projetos.Através do Pisp, funcionários da empresa disponibilizam competências

técnicas e administrativas a organizações da sociedade civil sem fins lucrativos,

auxiliando-as a buscar a sustentabilidade. O sistema de avaliação desenvolvidopara o programa combina indicadores como o aporte realizado pela FundaçãoIochpe ao projeto, a medição e quantificação das horas dedicadas pelos voluntá-

rios, a receita gerada pela entidade social após a intervenção do voluntário, bemcomo o volume de recursos captados de terceiros e as eventuais parcerias em-presariais que ela conquistou. De posse desses dados, a Fundação Iochpe conse-

gue concluir em que medida o conjunto de recursos investidos através do Pispna parceria com aquela instituição está trazendo resultados.

No Projeto “Formare”, outra frente de ação do voluntariado empresarial da

Iochpe-Maxion, os funcionários atuam como instrutores em um programa de educa-ção pelo trabalho para adolescentes, ministrado nas fábricas da empresa. Neste caso,o sistema de avaliação mede prioritariamente o desenvolvimento do aluno.

Fundação IochpeAlameda Tietê, 618 - casa 1São Paulo - SP - 01417-020Tel./Fax: (11) 3060-8388E-mail: [email protected]: www.fiochpe.org.br

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Funcionários da McKinsey transferem conhecimento em gestão

A atividade voluntária dos funcionários da consultoria McKinsey estásuprindo uma das principais carências das instituições sem fins lucrativos noBrasil: o conhecimento em gestão.

Cerca de 20% dos 120 funcionários da empresa têm envolvimento per-manente com o trabalho, que pode representar a elaboração de uma estratégiade captação de recursos para uma entidade social, a otimização de seus proces-

sos, o desenho de um plano de expansão, passando por todas as etapas neces-sárias para que esses objetivos sejam atingidos (definição de missão, visão, va-lores etc.).

Embora os funcionários da McKinsey prestem consultoria voluntária du-rante o seu tempo livre, os projetos não-lucrativos seguem os mesmos padrõesde atendimento vigentes nas ações comerciais da empresa. A modelagem inclui a

participação de um sócio da McKinsey, um gerente e dois ou três consultores,conforme a complexidade do trabalho.

A empresa apóia a ação dando cobertura às despesas inerentes à realiza-

ção dos projetos e colocando à disposição dos consultores voluntários a suarede de contatos em todo o mundo. Foi o que aconteceu durante a elaboração deuma estratégia de crescimento para a organização Doutores da Alegria, quando

os voluntários da McKinsey decidiram acionar seus pares na Europa e EstadosUnidos, para conhecer os procedimentos utilizados lá fora por instituições comatuação similar.

O trabalho dos voluntários da McKinsey resulta, para as organizações semfins lucrativos, no incremento dos seus níveis de profissionalização. Para os consul-tores, traz o contato com valores diferentes dos encontrados na iniciativa privada,

além de uma realidade de trabalho mais adversa, desafiadora e onde a busca deconsenso é a palavra de ordem. Os consultores consideram que o trabalho volun-tário que eles desempenham é uma ótima maneira de aprender a atuar em equipe

e ajuda até a aprimorar o relacionamento com os clientes convencionais.

McKinsey

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Os projetos sociais onde os consultores da McKinsey são voluntáriospodem ter curta, média ou longa duração e são encaminhados, em sua maioria,

pela The Ashoka Society, uma organização sem fins lucrativos voltada ao fomentodo empreendedorismo social, que foi fundada por um consultor da McKinsey.

McKinsey & CompanyRua Alexandre Dumas, 1711 - 12º andarSão Paulo - SP - 04717-004Tel.: (11) 5189-1400Fax: (11) 5189-1700Site: www.mckinsey.com

Natura Cosméticos

Programa de voluntariado foi montado por solicitação dos funcionários

O atendimento a uma demanda interna de seus funcionários por realizar

atividades na área social foi o principal motivo para a Natura lançar, em setembrode 2000, o seu Programa de “Promoção do Voluntariado”. A iniciativa foi desenha-da com a clara proposta de fortalecer o exercício da cidadania entre os colabora-

dores da empresa, estimulando a sua participação social.Ao primeiro grupo de funcionários interessados que apresentava diferen-

tes expectativas em relação à ação voluntária, a Natura propôs o projeto Contado-

res de Histórias. Como diz o próprio nome, a ação consiste em contar históriaspara os mais diversos públicos que freqüentam entidades sociais. Para desenvolvê-la, os voluntários recebem uma formação focada no papel e na filosofia do

voluntariado e passam por uma capacitação específica para aprender técnicas decontar histórias.

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Outras frentes de trabalho dos voluntários da Natura são as chamadas“campanhas de doação qualificada”, onde eles realizam campanhas de arrecada-

ção de livros e recursos financeiros para apoiar iniciativas inovadoras e capazesde gerar transformação social. Além do envolvimento com a arrecadação, os vo-luntários acompanham o processo de destinação e uso desses recursos.

Tem sido assim no projeto “Na Trilha da Leitura”, onde os funcionáriosdoam livros para estudantes de escolas públicas e incluem em cada exemplaruma dedicatória contendo uma mensagem de incentivo ao futuro leitor. Os li-

vros são trabalhados pelos professores e os voluntários recebem o retorno sobreos resultados alcançados a partir daquela doação.

Outra ação na mesma linha é o “Mudando o Cenário”, que consiste numa

campanha de arrecadação de fundos para fins específicos, beneficiando uma co-munidade diferente a cada ano. Em 2001, os voluntários estão angariando recursospara a construção de cisternas nas regiões de seca aguda do Nordeste brasileiro.

Natura CosméticosRua Amador Bueno, 491São Paulo - SP - 04752-900Tel.: (11) 5694-7655Fax: (11) 5694-7652E-mail: [email protected]: www.natura.net

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Nestlé Brasil Ltda.

Nestlé sistematiza ações do voluntariado e cresce pelo país

Batizada de Programa “Nutrir”, a principal iniciativa social da Nestlé temcomo objetivo prevenir e combater a desnutrição em crianças e adolescentes de5 a 14 anos, por meio de orientação alimentar. A ação é desenvolvida pelos funci-

onários da empresa junto a comunidades de baixa renda e entidades sociais, econta atualmente com 710 voluntários de nove fábricas.

Os voluntários são capacitados para desenvolver atividades educativas,

através da linguagem do teatro, artes plásticas, música, jogos e brinquedos. Sãotrabalhados temas como a importância de comer frutas, o valor nutricional doslegumes ou formas de higienizar e conservar alimentos. As atividades terminam

com uma “folia culinária”, que consiste na preparação com as crianças de umareceita relacionada ao assunto tratado, para a degustação coletiva.

Cerca de 50 mil crianças foram beneficiadas no primeiro ano de implan-

tação do programa, bem como suas mães, que também recebem orientações emaulas à parte, focadas na aprendizagem de receitas de baixo custo e no aproveita-mento integral dos alimentos.

Para o programa ter consistência nacional, a Nestlé criou o Kit Nutrir, umconjunto de ferramentas composto por livros, material pedagógico e um reper-tório de atividades a ser desenvolvidas pelos voluntários. O Kit Nutrir é um ins-

trumento em permanente construção, pois agrega, de tempos em tempos, novasatividades sugeridas pelos próprios funcionários. As atividades dos voluntáriosnas entidades são realizadas durante o seu tempo livre, geralmente aos fins de

semana, mas a empresa oferece a contrapartida de oito horas mensais, para elesplanejarem a ação e se capacitarem durante o expediente.

Com verba anual de R$1 milhão, o “Nutrir” é financiado pela Nestlé e

pelos seus funcionários. A cada real doado por um funcionário à ação, a Nestlécomparece com outro - 53% dos 12,3 mil funcionários da empresa contribuemfinanceiramente para o programa. Até o final de 2001, o “Nutrir” estará implanta-

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do em todas as 21 fábricas da Nestlé no Brasil, chegando às filiais administrativasno ano seguinte. Algumas ONGs sintonizadas com a questão da nutrição também

estão sendo envolvidas, para replicar o projeto em cidades onde a empresa nãopossui unidades.

Nestlé Brasil Ltda.Avenida das Nações Unidas, 12495São Paulo - SP - 04578-902Tel.: (11) 5508-4400Fax: (11) 5505-2154E-mail: [email protected]: www.nestle.com.br

Voluntariado participa de campanhas e projetos

O programa “VoluntáriosNET” foi criado no final de 1999 para mobilizar

e apoiar a participação dos colaboradores da Globo Cabo em ações sociais, con-tribuindo para a solução dos problemas da comunidade e para o desenvolvimen-to pessoal de cada voluntário.

Os colaboradores podem participar de campanhas temáticas e de outrosprojetos do “VoluntáriosNET” na comunidade, atuando direta ou indiretamentecom o público atendido pelas entidades sociais. A empresa divulga oportunida-

des para a atuação voluntária e encaminha para os Centros de Voluntários nascidades onde atua. Também divulga e valoriza as ações de seus colaboradores eoferece cursos de capacitação para os voluntários.

NET

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Pelo terceiro ano consecutivo, em 2000, a Globo Cabo realizou o NatalSolidário, uma das campanhas temáticas onde cada colaborador adota uma crian-

ça atendida por entidades credenciadas, oferecendo presentes de Natal -roupas,calçados e brinquedos. Em parceria com os colaboradores, para cada criançaadotada, a empresa concede uma cesta básica para a entidade. No ano de 2000,

foram beneficiadas 2 mil crianças e adolescentes, atendidos por 38 entidades.

NETRua Verbo Divino, 1356São Paulo - SP - 04719-002Tel.: (11) 5186-2621Fax: (11) 5186-2211Site: www.netbrasil.com.br

Organizações Globo

Empresa põe seu poder de penetração a serviço da causa social

Conscientes de sua capacidade de mobilização social, as OrganizaçõesGlobo têm participado ativamente de algumas das maiores ações de incentivo aovoluntariado no país.

O projeto “Amigos da Escola”, da Rede Globo de Televisão, é uma açãonacional de incentivo à participação da comunidade no esforço de melhoria daescola pública. Vários artistas, além de executivos, técnicos de TV, jornalistas e

funcionários administrativos, estão engajados no projeto, que busca estimular eampliar as parcerias entre a escola e os grupos organizados da comunidade. Pormeio do trabalho voluntário de pessoas e grupos, a escola participante pode

obter diversas melhorias, de acordo com os focos de atuação do projeto: gestãoescolar; reforço escolar; estímulo à leitura; artes e esportes; saúde na escola; einstalações/equipamentos.

Com o apoio de representantes das comunidades locais, as 113 emisso-ras e afiliadas que compõem a Rede Globo de Televisão em todo o país estão

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interagindo com escolas e voluntários na sua região de atuação em núcleos demobilização, implementação e monitoramento. Já são quase 25 mil escolas en-

volvidas em todos os estados da federação. Dezenas de milhares de pessoas, alémde empresas e instituições sem fins lucrativos, doam seu tempo e talento paracolaborar na formação educacional de um contingente estimado em 13 milhões

de alunos. É um desafio conjunto, que sela uma aliança sem precedentes entregoverno, setor privado e sociedade civil em prol da causa da Educação.

No segundo semestre de 2000, a Rede Globo e a Globo.com se uniram

ao Programa Voluntários da Comunidade Solidária para a criação do Portal doVoluntário, totalmente dedicado ao assunto. O Portal foi lançado em 5 de dezem-bro de 2000, Dia Internacional do Voluntário, e tem por objetivo promover e

disseminar a cultura de trabalho voluntário no Brasil. Ao mesmo tempo em quedá visibilidade às melhores iniciativas já existentes nesta área, o portal oferececonhecimentos e oportunidades para potenciais voluntários. No seu lançamen-

to, o portal foi citado pelo United Nations Volunteers (Programa de Voluntáriosda ONU), como uma iniciativa única em todo o mundo. Desde então, já foramquase 150 mil visitantes e centenas de relatos, criando um ambiente ideal para a

troca de informações e o aprendizado conjunto.Além dos programas específicos, muitos dos projetos sociais das empre-

sas Globo envolvem participação de voluntários. Este é o caso, por exemplo, da

campanha Criança Esperança, que todo ano se realiza graças à mobilização vo-luntária de artistas, técnicos e jornalistas. Este esforço coordenado pretendemostrar ao cidadão comum que suas ações são de grande relevância no combate

à exclusão social no Brasil.

Organizações GloboRua Lopes Quintas, 303 - sala 705 - Jardim BotânicoRio de Janeiro - RJ - 22460-010Tel.: (21) 540-1033Fax: (21) 540-1030Site: www.globo.comwww.amigosdaescola.com.br

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Samarco

Participação de funcionários na definição do programa dá o tom na Samarco

A busca de uma real participação dos funcionários na construção doprograma de voluntariado e o desejo de conquistar legitimidade para a propostafiguram entre os principais motivos que levaram a Samarco a optar pela criação

de um primeiro comitê de trabalho em cada uma de suas unidades.Os comitês foram constituídos em 1999 nas três unidades da empresa,

situadas em Belo Horizonte (MG), Mariana (MG) e Anchieta (ES). Ao longo de

2000, seus membros passaram por treinamentos para compreender a filosofia dovoluntariado e para que pudessem definir, em conjunto, a missão do programa,bem como o papel e atribuições dos comitês.

O programa de voluntariado da empresa opera sob a missão de “estimu-lar a ação voluntária entre os empregados da Samarco, consolidando a cultura daresponsabilidade social e o exercício da cidadania”. Entre as atribuições dos co-

mitês estão conhecer os esforços dos voluntários já existentes; facilitar as açõesdos voluntários, considerando suas habilidades e competências e o atendimentoàs necessidades da comunidade; identificar, criar e coordenar projetos sociais

para o programa de voluntariado da Samarco; identificar e compartilhar informa-ções sobre responsabilidade social e voluntariado dentro e fora da empresa; acom-panhar os resultados alcançados pelos projetos e divulgá-los internamente.

Anteriormente à implantação do programa de voluntariado, a Samarco jápossuía uma atuação social, cujo foco tem sido as áreas de Cultura e Educação. Asações desenvolvidas pelos voluntários podem ou não estar vinculadas aos proje-

tos sociais apoiados pela empresa. Os comitês funcionam como ponte entre adireção da Samarco e os funcionários para as questões referentes ao voluntariado,inclusive a discussão das verbas de apoio às atividades do programa.

Samarco MineraçãoRua Paraíba, 1122 - 10º andarBelo Horizonte - MG - 30130-918Tel.: (31) 3269-8651Fax: (31) 3269-8785Site: www.samarco.com.br

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Schering-Plough

Funcionários atuam como agentes de saúde

O projeto “Criança é Vida” é uma frente de educação em saúde desenvolvidapor iniciativa da Schering-Plough, cujo objetivo é levar noções básicas de higiene esaúde para famílias de baixa renda. A ação conta com o trabalho voluntário de funci-

onários da empresa, que doam manhãs ou tardes de fins de semana ao projeto.Uma vez treinados, os voluntários utilizam-se de materiais de apoio e se

transformam em agentes de saúde, realizando encontros de prevenção em saúde

com pais e crianças de creches de comunidades de baixa renda. São 84 voluntá-rios envolvidos, entre recepcionistas, secretárias, médicos e diretores. O “Criançaé Vida” é organizado sob a forma de módulos com linguagem simples e acessível

e que atendem ao que médicos e pediatras consideram básico para a prevençãode doenças em crianças de 0 a 6 anos.

Até o final de 1997, os funcionários da Schering-Plough trabalhavam com

600 famílias, atingindo 1,7 mil crianças. O sucesso do projeto fez com que outrasinstituições solicitassem o repasse do know-how adquirido e dos materiais pro-duzidos.

Assim, desde 1998, a partir da assinatura de novas parcerias, o “Criança éVida” passou a atender 8,5 mil famílias atingindo 25 mil crianças. Representantesde outras entidades passaram a ser treinados para o trabalho no projeto, a exem-

plo de enfermeiras, assistentes sociais, voluntárias e agentes comunitários doprojeto “Einstein na Comunidade”, desenvolvido pelo Hospital Israelita AlbertEinstein na favela de Paraisópolis, em São Paulo.

O projeto “Criança é Vida” nasceu em 1996, em uma parceria com o Ins-tituto Materno Infantil de Pernambuco (Imip) e a Fundação Abrinq pelos Direi-tos da Criança. Conta, desde 1999, com a colaboração da Escola Viva.

Schering-PloughRua Antônio das Chagas, 1623 - 2º andar - Chácara SantoAntônio - São Paulo - SP - 04714-002Tel.: (11) 5188-5150Fax: (11) 5188-5165E-mail: [email protected]: www.splough.com.br

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SERASA

Times de voluntários desenvolvem ações sociais

O projeto “Serasa Social” é parte das ações de responsabilidade social daSerasa e congrega uma série de atividades e programas de apoio a associaçõescomunitárias, parcerias com universidades, eventos culturais e participações de

lideranças da Serasa em fóruns e conferências nacionais e internacionais. As açõesde estímulo ao voluntariado da empresa estão sob esse guarda-chuva.

O “Serasa Social” potencializou a vocação da empresa para o estímulo ao

voluntariado, que é praticado por funcionários e familiares de funcionários há anos,com o apoio da organização. Atualmente, a Serasa conta com mais de 600 voluntá-rios, o que representa acima de um terço do quadro de pessoal da empresa. A ação

desse grupo abrange o universo de 52 instituições em 41 cidades brasileiras.O modelo de atuação do voluntariado da Serasa prevê a formação de

times de voluntários, com líderes eleitos pelos próprios participantes. Um comi-

tê de coordenação geral, comandado pela presidência da empresa, orienta asações dos times, estabelecendo as estratégias gerais.

Dois eventos fortalecem o “Serasa Social” anualmente, arregimentando

novos voluntários, recompondo os times e disseminando por toda empresa oconceito de voluntário: o Dia do Voluntário Serasa e o Encontro dos Times deVoluntários.

Entre os benefícios contabilizados pelo programa junto à comunidadeestão trabalhos de apoio à gestão de entidades sociais nas áreas de Marketing,planejamento estratégico, organização com aplicação de métodos e técnicas de

qualidade total e elaboração de sites.

SERASARua Líbero Badaró, 293 - 14º andarSão Paulo - SP - 01095-900Tel.: (11) 3150-0099Fax: (11) 3115-1836Site: www.serasa.com.br

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Tapete vermelho para o voluntariado

As pessoas que buscam um emprego na seção de Oportunidades de Traba-lho do site da companhia aérea TAM encontram logo a informação: “Por ser umaempresa adepta da filosofia do voluntariado empresarial, a TAM privilegiará candi-

datos que participem ou já participaram de trabalhos voluntários para a comuni-dade ou a entidades beneficentes.”

Por trás dessa política existe uma convicção que nasceu na direção da

companhia: a de que alguém que se dispõe a atuar em favor do outro, sem ganharnada por isso, tem a vocação inata de servir. E a meta de servir bem aos seusclientes é uma estratégia assumida publicamente pela TAM.

Assim, se dois candidatos a um posto de trabalho na empresa apresenta-rem condições de igualdade em termos de formação, experiência e característicascomportamentais, terá preferência aquele cuja trajetória pessoal incluir a experi-

ência em voluntariado.

TAM

TAM Transportes Aéreos RegionaisAv. Jurandir, 856 - Lote 04 - Jardim Cecy - AeroportoSão Paulo - SP - 04072-000Tel.: (11) 5582-8772Site: www.tam.com.br

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FÓRUNS DO VOLUNTARIADO EMPRESARIAL

Ação Empresarial pela Cidadania de Recife

Rua Visconde Suassuna, 255

Recife - PE - 50050-540

Tel./fax (81) 3221-6226

E-mail: [email protected]

Site: www.acaoempresarial.org.br

Câmara Americana de Comércio de São Paulo(Amcham/SP)

Rua da Paz, 1431

São Paulo - SP - 04713-001

Tel.: (11) 5180-3804

Fax: (11) 5180-3777

E-mail: [email protected]

Site: www.amcham.com.br

Centro de Estudos em Administração do TerceiroSetor da Universidade de São Paulo (Ceats/USP)

Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - sala E-134

Cidade Universitária - São Paulo - SP - 05508-900

Tel.: (11) 3818-5836

E-mail: [email protected]

Centro de Estudos do Terceiro Setor da FundaçãoGetúlio Vargas de São Paulo (Cets/FGV-SP)

Avenida Nove de Julho, 2029 - 2º andar - Prédio daBiblioteca

São Paulo - SP - 01313-902

Tel.: (11) 281-7892

Site: www.fgv.sp.br

Instituto de Cidadania Empresarial (ICE)

Rua Engenheiro Antônio Jovino, 220 - conj. 11

São Paulo - SP - 05727-220

Tel./fax: (11) 3749-9603

E-mail: [email protected]

Instituto Ethos de Empresas e ResponsabilidadeSocial

Rua Francisco Leitão, 469 - conj. 1407

São Paulo - SP - 05414-020

Tel./fax: (11) 3068-8539

Site: www.ethos.org.br

Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE)

Av. Dr. Cardoso de Mello, 1666 - 9º andar

São Paulo - SP - 04548-005

Tel./fax: (11) 3849-2022

Site: www.gife.org.br

Federações da Indústria e do Comércio

Vários endereços nos diversos Estados

Programa VoluntáriosRua Benjamim Egas, 66 - conj. 3

São Paulo - SP - 05418-030

Tel./fax: (11) 3063-1364 ou 3063-1365

E-mail: [email protected]

Site:www.programavoluntarios.org.br

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Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae)

Vários endereços nos diversos Estados

Site: www.sebrae.com.br

Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac)

Vários endereços nos diversos Estados

RELAÇÃO DE CENTROS DE VOLUNTÁRIOS

Aracaju (SE)

Centro de Voluntários de Sergipe (CVSE)

Travessa Adolfo Rollemberg, 63

Aracaju - SE - 49015-010

Tel.: (79) 214-7380

Tel./fax: (79) 214-6735

E-mail: [email protected]

Site: www.voluntariosse.org.br

Belo Horizonte (MG)

Central de Articulação e Promoção do Voluntariadode Minas GeraisRua Silva Freire, 133

Belo Horizonte - MG - 31035-070

Tel./fax: (31) 3481-1188

E-mail: [email protected]

Blumenau (SC)

Centro Voluntários em Ação - Blumenau

Rua XV de Novembro, 701 - sala 101

Blumenau - SC - 89010-300

Tel.: (47) 222-1299

Fax: (47) 322-2655

E-mail: [email protected]

Brasília (DF)

Voluntários Candangos - Centro de Voluntariado doDF

SEPN - Q 506 - Bloco C - s/s 01

Brasília - DF - 70740-530

Tel./fax: (61) 340-6127/347-5560

E-mail: [email protected]

Site: www.voluntarios.org.br

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial(Senai)

Vários endereços nos diversos Estados

Serviço Social da Indústria (Sesc)

Vários endereços nos diversos Estados

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Campinas (SP)

Centro de Voluntariado de Campinas

Rua Barão de Atibaia, 890

Campinas - SP - 13023-011

Tel./fax: (19) 3232-0817/3235-1974

E-mail: [email protected]

Campo Grande (MS)

Centro de Voluntariado de Campo Grande

Rua João Erovaldo de Campos, 90

Campo Grande - MS - 79009-250

Tel./fax: (67) 765-1986

E-mail: [email protected] ou [email protected]

Cascavel/PR

Centros de Voluntários Cascavel

Rua Paraná, 2621

Cascavel - PR - 85812-001

Tel.: (45) 322-4090

Fax: (45) 322-4206

E-mail: [email protected]

Curitiba/PR

Centro de Ação Voluntária de Curitiba

Rua Ébano Pereira, 359

Curitiba - PR - 80410-240

Tel./fax: (41) 322-8076

E-mail: [email protected]

Site: www.acaovoluntaria.com.br

Floriano (PI)

Centro de Voluntários do NUCS - Núcleo deCidadania e Solidariedade

Rua Marechal Pires Ferreira, 512

Floriano - PI - 64800-000

Tel./fax: (86) 522-1677

E-mail: [email protected]

Florianópolis (SC)

Instituto Voluntários em Ação

Rua Deodoro, 226, sala 701

Florianópolis - SC - 88010-020

Tel./fax: (48) 222-1299

E-mail: [email protected]

Fortaleza (CE)

Centro Ceará Voluntários

Avenida Barão de Studart, 1980 - Térreo

Fortaleza - CE - 60120-001

Tel./fax: (85) 244-7225/224-2058

E-mail: [email protected]

Site: www.secrel.com.br/ccv

Goiânia (GO)

Centro Goiano de Voluntariado

Rua 87, 648 - Setor Sul

Goiânia - GO - 74093-300

Tel./fax: (62) 545-3002

E-mail: [email protected]

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Guarapuava (PR)

Voluntários Lobo Solidário

Rua XV de Novembro, 3566 - sala 20

Guarapuava - PR - 85010-000

Tel/fax: (42) 622-6495

E-mail: [email protected]

Itobi (SP)

Núcleo Fermento e Sal - Desenvolvimento eCapacitação

Caixa Postal 05

Itobi - SP - 13715-970

Tel.: (19) 671-3156/673-1246

Fax: (19) 647-1355

E-mail: [email protected]

Limeira (SP)

Programa Voluntários de LimeiraRua Santa Cruz, 647, 1º andar, sala 4

Limeira - SP - 13480-041

Tel./fax: (19) 451-2600

E-mail: [email protected]

Site: www.pvl.org.br

Natal (RN)

Natal Voluntários

Avenida Rodrigues Alves, 871

Natal - RN - 59020-200

Tel./fax: (84) 211-1527

E-mail: [email protected]

Novo Hamburgo (RS)

Fundação Semear

Rua Joaquim Pedro Soares, 540

Novo Hamburgo - RS - 93510-320

Tel.: (51) 594-4044

Fax: (51) 595-2134

E-mail: [email protected]

Palmas (TO)

Associação do Voluntariado Tocantinense

104 Sul, Conj. 01, Lote 24

Palmas - TO - 77000-000

Tel./fax: (63) 218-2218

E-mail: [email protected]

Porto Seguro (BA)

Centro de Voluntariado do Sítio do Descobrimento -CVSDRua Gaspar de Lemos, 2 - Areião

Porto Seguro - BA - 45810-000

Tel.: (73) 288-2739

Fax. (73) 679-1090

E-mail: [email protected]

Presidente Prudente (SP)

Central de Voluntários em Ação de PresidentePrudente

Av. Onze de Maio, 2501

Presidente Prudente - SP - 19061-360

Tel./fax: (18) 221-9040

E-mail: [email protected]

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Porto Alegre (RS)

ONG Parceiros Voluntários

Largo Visconde do Cairu, 17, 8º andar

Porto Alegre - RS - 90030-110

Tel.: (51) 227-5819

Fax: (51) 226-1066

E-mail: [email protected]

Recife (PE)

Recife Voluntário

Avenida Visconde de Suassuna, 255

Recife - PE - 50050-540

Tel.: (81) 3221-7151

Tel /Fax: (81) 3221-6911

E-mail: [email protected] [email protected]

Site: www.voluntario.org.br

Ribeirão Preto (SP)

Centro de Voluntariado de Ribeirão PretoRua Visconde de Inhaúma, 489, 5º andar

Ribeirão Preto - SP - 14010-100

Tel./fax: (16) 605-1563

E-mail: [email protected]

Rio Claro/SP

Centro de Voluntariado de Rio Claro

Rua 8, 1600

Rio Claro - SP - 13500-210

Tel./fax: (19) 533-3144

E-mail: [email protected]

Rio de Janeiro (RJ)

RioVoluntáRio

Avenida General Justo, 275 - Loja B

Rio de Janeiro - RJ - 20021-130

Tel.: (21) 262-1110/ 533-8877

Fax: (21) 533-8844

E-mail: [email protected]

Site: www.riovoluntario.org.br

Salvador (BA)

Centro de Voluntários BahiaRua Francisco Muniz Barreto, 2, 1º andar

Salvador - BA - 40025-090

Tel/fax: (71) 322-9953/ 322-1867

E-mail: [email protected]

Santa Fé do Sul (SP)

Centro de Voluntariado de Santa Fé do Sul

Avenida Navarro de Andrade, 36

Santa Fé do Sul - SP - 15775-000

Tel/fax: (17) 631-1388

E-mail: [email protected]

Site: www.sfsmelfinet.com.br/voluntariado

Santos (SP)

Centro de Voluntários de Santos

Rua Maestro Heitor Villa Lobos, 160

Santos - SP - 11030-240

Tel./fax: (13) 3261-2027/261-4890

E-mail: [email protected]

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São Gonçalo (RJ)

Cenfluv - Central Fluminense de Voluntários

Rua Mello e Souza, 161

São Gonçalo - RJ - 24450-290

Tel./fax: (21) 725-5527

E-mail: [email protected]

São José dos Campos (SP)

Centro de Voluntariado de São José dos Campos

Rua Coronel João Cursino, 104 - apto 71

São José dos Campos - SP - 12243-680

Tel. (12) 341-8291

Fax: (12) 341-9394

E-mail: [email protected]

São Paulo (SP)

Centro de Voluntariado de São PauloAv. Paulista, 1313, 4º andar, sala 460

São Paulo - SP - 01311-200

Tel./fax: (11) 284-7171/288-9056

E-mail: [email protected]

Site: www.voluntariado.org.br

Teresina (PI)

Centro Piauí Cidadão

Avenida José dos Santos e Silva, 1769

Teresina - PI - 64001-300

Tel.: (86) 3084-3591/222-0735

E-mail: [email protected]

Timóteo (MG)

Voluntários do Vale - Central de Voluntariado eServiços

Alameda 31 de Outubro, 500

Timóteo - MG - 35180-014

Tel. (31) 3848-4785 (R. 22)

Fax: (31) 3488-4785 (R. 64)

E-mail: [email protected]

www.valecidadania.org.br

Vitória (ES)

Movimento Capixaba de Voluntários

Avenida Américo Buaiz, 205 - Sala 506

Vitória - ES - 29050-950

Tel./fax: (27) 382-3873

E-mail: [email protected]

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REFERÊNCIAS

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Sites no Brasil

Sites internacionais

Bibliografia

Sobre a autora

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SITES NO BRASIL

Sites enfocando voluntariado

Portal do Voluntário: www.portaldovoluntario.org.br

Programa Voluntários: www.programavoluntarios.org.br

Seja um Voluntário: www.voluntarios.com.br

SITES INTERNACIONAIS

Sites enfocando voluntariado

Action Without Borders: www.idealist.org

International Year of Volunteers: www.iyv2001.org

Global Volunteers: www.globalvolunteers.org

Points of Light Foundation: www.pointsoflight.org

United Nations Volunteers: www.unv.org

Sites enfocando voluntariado e responsabilidade social empresarial

Business for Social Responsibility: www.bsr.org

Business in the Community: www.bitc.org.uk

The Prince of Wales International Business Leaders Forum: www.pwblf.org

Sites enfocando o voluntariado em áreas específicas

Ecovolunteer web site: www.ecovolunteer.org

International Medical Volunteers Association: www.imva.org

Sites enfocando voluntariado virtual

The Virtual Volunteering Project: www.serviceleader.org

VolunteerMatch VirtualVolunteering: www.volunteermatch.org

Site enfocando gestão em voluntariado

Enscribe: www.servus.org

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BIBLIOGRAFIA

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CARVALHO, C. P. C.; OLIVEIRA, M. D. Centros de voluntários: transformando necessidades em oportunidades deação. São Paulo: Programa Voluntários do Conselho da Comunidade Solidária, s.d. 64 p.

COELHO, S. C. T. Terceiro setor: um estudo comparado entre Brasil e Estados Unidos. São Paulo: Senac SãoPaulo, 2000. 223 p.

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De MASI, D. O ócio criativo. Rio de Janeiro: Sextante, 2000. 328 p. Tradução: Léa Manzi.

OS 10 passos fundamentais: estruturando o Programa de Voluntariado Empresarial. Agir Empresarial, SãoPaulo, ago. 2000. p.5.

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EMPRESA e o cidadão, A. Ação & Participação, São Paulo, n. 43, p. 4, set. 1999.

ESTRATÉGIAS de empresas no Brasil: atuação social e voluntariado. São Paulo: Programa Voluntários doConselho da Comunidade Solidária, 1999. 100 p.

FISCHER, R. M. Cidadania organizacional: um caminho de desenvolvimento. 18p. Texto de apoio ao curso“Modelo de gestão de pessoas por competência”, módulo “Gestão do desenvolvimento profissionalpor competência”.

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GIFE. Relatório 1995/1996. São Paulo, 1997. 32 p.

GIFE. Fórum Permanente pela Cidadania Empresarial. Relatório Anual 1997. São Paulo, 1998. Não paginado.

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INSTITUTO ETHOS. Manual de primeiros passos de responsabilidade social empresarial. São Paulo, 1998. 43 p.

KHOURY, G.; ROSTAMI, J.; TURNBULL, P. L. Corporate social responsability: turning words into action. (ExecutiveSummary, 255 99) 6 f. S.l.: The Conference Board of Canada, 1999.

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LANDIM, L. Para além do mercado e do Estado? Filantropia e cidadania no Brasil. Rio de Janeiro: ISER, 1993.86 p. (Textos de Pesquisa)

____.; BERES, N. Ocupações, despesas e recursos: as organizações sem fins lucrativos no Brasil. Rio deJaneiro: Nau, 1999. 63 p.

____.; SCALON, M. C. Doações e trabalho voluntário no Brasil: uma pesquisa. Rio de Janeiro: 7Letras, 2000. 92 p.

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MCINTOSH, M.; COLEMAN, G.; LEIPZIGER, D.; JONES, K. L. Corporate citizenship. London: Financial Times;Pitman Publishing, 1998. 323 p.

NOLETO, M. J. Parcerias e alianças estratégicas: uma abordagem prática. São Paulo: Global, 2000. 47 p.(Gestão e Sustentabilidade).

RIFKIN, J. O Fim dos Empregos: o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global detrabalho. São Paulo: Makron Books, 1995.

THE POINTS OF LIGHT FOUNDATION. Corporate volunteer programs - a strategic resource for business: basicguidelines and considerations for start up and strengthening of corporate volunteering in Brazil.Washington, s.d. 12p.

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____.; VINEYARD, S. Best practices in workplace employee volunteer programs. Washington, 1996. 18 p. Por ummodelo brasileiro de voluntariado empresarial: não há responsabilidade social sem participação dopúblico interno. Agir Empresarial, São Paulo, ago. 2000. p.1

RAPOSO, R. Elaboração e avaliação de projetos. São Paulo: Escola de Administração de Empresas de São Paulo- Fundação Getúlio Vargas, s.d. 17 p.

SANTOS, M. Programa se propõe ser “alterativo” e não alternativo: experiência do BankBoston fortalecevínculos com a comunidade. Agir Empresarial, São Paulo, ago. 2000. p.4.

SILVA, A. L. P. Utilizando o planejamento como ferramenta de aprendizagem. São Paulo: Global, 2000. 127 p.(Gestão e Sustentabilidade)

SZAZI, E. Terceiro setor - regulação no Brasil. São Paulo: GIFE; Editora Fundação Peirópolis, 2000. 307 p.

VIEIRA, G.; CAVALCANTI, J.; COSTA, S. M., coords. Investimento social na idade mídia: discurso e imagem dainiciativa privada na imprensa brasileira. São Paulo: GIFE, 2000. 50p.

WILD, C. Corporate volunteer programs: benefits to business. New York: The Conference Board, 1993. 37 p.(Report 1029)

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SOBRE A AUTORA

Ruth Goldberg é formada em Terapia Ocupacional pela Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e possui especialização em SaúdePública pela Faculdade de Saúde Pública da USP e em Gestão de Entidades semFins Lucrativos pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV/SP). Atuou como

voluntária junto a diversas instituições nas áreas de captação de recursos, articu-lações com o empresariado e o governo, coordenação de grupos voluntários,desenvolvimento comunitário e consultoria técnica.

Desde 1998, Ruth é consultora da Unesco no Programa Voluntários doConselho da Comunidade Solidária, onde é responsável pela área de voluntariadoempresarial. Em 1999, coordenou a primeira pesquisa nacional sobre atuação

social das empresas, intitulada “Estratégias de Empresas no Brasil: Atuação sociale voluntariado”, que foi realizada pelo Programa Voluntários, em parceria com oCentro de Estudos em Administração do Terceiro Setor da Universidade de São

Paulo (Ceats/USP), o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), o Grupo deInstitutos, Fundações e Empresas (Gife) e o Centro de Educação Comunitáriapara o Trabalho do Senac-SP. É consultora para a formatação e implementação de

programas de voluntariado em diversas empresas.Atualmente, Ruth ocupa voluntariamente as posições de vice-presidente,

coordenadora da equipe de direção do departamento de Assistência e Serviço

Social e membro do Conselho Consultivo da Federação Israelita do Estado deSão Paulo. Também é membro e conselheira do Projeto Bilateral Brasil-Canadápara o intercâmbio de tecnologia em voluntariado entre os dois países.

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Colaboração

Realização

www.ethos.org.br

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