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Aquele episódio CURTAS O Mapa DA TUA VIAGEM Raio-X DA TUA MOTA Manual editorial para viajantes-autores Manual editorial para viajantes-autores

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Orientações editoriais para os autores-viajantes da "TREVL - de moto pelo mundo".

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Page 1: Manual editorial TREVL do Autor-Viajante

Aquele episódioCurtas

O Mapada tua viagem

Raio-Xda tua mota

Manual editorial para viajantes-autoresManual editorial para viajantes-autores

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3Manual Editorial para Autores-Viajantes

“Não há duas TREVL iguais, como também não há

duas viagens idênticas.”

Por isso cada história que ajudamos a contar merece um cuidado especial. Trabalhamos com os nossos viajantes-autores desde o início até ao final, naquele momento mágico em

passamos as mãos nas folhas, como se cada letra nos levasse de volta à viagem. Investimos muito na qualidade: estamos sempre a melhorar e aproveitamos cada revista para ensinar aos nossos autores o que aprendemos.A primeira forma de ajudar a dar a importância que merece a tua história, as tuas aventuras de moto, é dando algumas orientações editoriais. Não são feitas para que sigas o caminhos dos demais, mas sim para ter apoiar a vencer a temível folha em branco.

No final incluímos um artigo publicado na TREVL #5 com algumas dicas sobre como escrever um artigo de viagem.

Estamos também aqui na partida desta nova etapa da tua viagem: a escrita de um artigo numa revista.

José Bragança Pinheiro director [email protected] | twitter: @trevlmag

Introdução

Bem-vindosempre que

precises de ajuda a nossa redacção

está disponível para te ajudar.

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Dá para perceber que temos um predileção por mapas, por isso lhes entregamos muito carinho e queremos que cada um seja único e agradável à vista. A nossa equipa artística produzirá um mapa, bastando enviar-nos a rota seguida. Pode ser em GPX (como gerado pelo GPS), Google Maps ou um rabisco num guardanapo do bar.

Decididamente, o mais importante das viagens não são os números, muito menos os km percorridos. Mas ajuda a dar contexto à história saber a distância percorrida em pontos chave ao longo do percurso.

Há viagens que, de tão grandes e ricas de histórias, não cabem num único número da TREVL. Por vezes optamos por segmentar a história em vários tomos.

Incluimos alguns apontamentos que nos sugerias ou que decorram naturalmente da história.

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5Manual Editorial para Autores-Viajantes

Existem diferentes estruturas de artigo e o resultado final do teu pode ser um combinação de várias destas.As peças “Em viagem”, como esta abaixo ilustrada, são narrativas mais longas (acima de 3 páginas).

Podes sugerir o título que melhor acreditas servir a tua história. Ou podes pedir a nossa ajuda criativa.

A autoria e os direitos de autor são algo muito importante para nós. Todos os conteúdos escritos e imagens que nos dês para publicarmos são obrigatoriamente teus ou de alguém que te tenha dado autorização para usá-los.

Cada página pode ter entre 2 e 4 mil caracteres (com espaços) dependendo da combinação usada de elementos gráficos.As quantidades de caracteres para as difererentes peças são:1. “Curtas”: 3 a 6 mil caracteres;2. “Em viagem”: menos de 25 mil caracteres.

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A qualidade das imagens é importante para que o teu artigo ganha outra dimensão. Procura enviar-nos fotografias com 300 dpi e uma dimensão mínima de 420x300mm. Apenas assim poderão ser usadas em página dupla.

300dpi >420x300mm

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7Manual Editorial para Autores-Viajantes

Sempre que possível ajuda-nos a localizar onde são as fotografias que usamos.

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A qualidade das imagens é importante para que o teu artigo ganha outra dimensão. Procura enviar-nos fotografias com 300 dpi e uma dimensão mínima de 420x300mm. Apenas assim poderão ser usadas em página dupla.

300dpi >100x70mm

300dpi >200x130mm

Page 9: Manual editorial TREVL do Autor-Viajante

9Manual Editorial para Autores-Viajantes

As “Curtas” são pequenos contos da tua viagem.Pretendem dar corpo a um momento especial, um episódio com uma força única para ti:

alguém que conheceste, como ultrapassaste um problema que tiveste...Podem ter entre 3 e 6 mil caracteres, mas não te deixes limitar por isso.

Por vezes há uma música que só podia ser a banda sonora para a nossa viagem, ou episódio. Sugere-nos conteúdos extra para dar mais profundidade à tua aventura: vídeos, músicas, sites.

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Podemos usar um mapa para localizar inúmeras coisas: os amigos que fizeste, os momentos mais intensos, as avarias, as dificuldades, os momentos mais inspiradores.

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11Manual Editorial para Autores-Viajantes

Os “Raio-X” são peças mais frias, menos emotivas. Falam de coisas, da tua moto, para ser mais preciso. De como ela se comportou, como a preparaste para a viagem, que problemas deu. O desenho da tua moto é também cortesia da nossa equipa, bastando dar-nos algumas imagens como inspiração.

Prepara uma pequena redacção sobre a tua moto e adaptamos os comentários ao formato.

Uma lista de alterações ou características especiais pode também ser utilizada.O objectivo principal é que este artigo seja uma ajuda para os futuros viajantes inspirados pela tua viagem.

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Algumas frases da tua história vão-nos agarrar e vamos querer ler tudo para saber mais.

São muitas as fotografias com uma história por trás: como chegámos ali, quem são aquelas pessoas, onde estava, o que tinha acontecido. Se sentires que alguma merece contar essa história, envia-nos.

Sempre que precises separa a tua história com alguns subtítulos. Ajuda-te a ti a estruturar a peça e o leitor a ler.

Vamos pedir-te que nos ajudes a encontrar uma legenda e localização para cada fotografia publicada.

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13Manual Editorial para Autores-Viajantes

Para alguns episódios da viagem ajuda saber onde foi, marcando no mapa.

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Técnica.

História“When you enter into an

experience with the intention of writing about it, you tend to travel

the world more creatively and observe it more thoughtfully.”

@ rolf Potts, “marco Polo didn’t go there”

Este artigo serve para ajudar quem quer encontrar melhores formas de contar a sua história de viagem.

Para nós na TREVL é importante que o saibamos fazer de forma cativante, empolgante e que incite o leitor a partir. Mas não termina aí: queremos contagiar e acordar o contador de histórias que há dentro de cada viajante de moto.

A capacidade de conseguir contar uma boa história aprende-se como muitas outras técnicas. Mas não há receitas nem caminhos fáceis. Como na viagem, cada um terá de fazer o seu e perceber o que resulta consigo. O que reunimos neste artigo reflecte

o que connosco funciona, a vários níveis. As palavras acima do viajante e escritor Rolf Potts não nos atrevemos a traduzir. Mas acreditamos ter interiorizado bem a sua essência: quando sabemos de antemão que vamos escrever sobre uma experiência, isso encoraja-nos a ser mais atentos, curiosos e intensificar a vivência. Para que consigamos maximizar as probabilidades do artigo de viagem sair bem escrito, temos de começar o trabalho ainda antes de partir e repensar algumas das coisas que nos propomos a fazer durante a própria viagem e experiência.É fácil esquecermo-nos do nomes dos locais e pessoas que encontramos, dos pormenores. Dentro do capacete

enquanto viajamos são muitas as ideias fantásticas: ângulos frescos de abordar a história, sensações únicas que marcam aqueles momentos. Chegamos a imaginar como seria a frase e sorrimos por nos parecer perfeita. Mas se não tomarmos nota, palavras leva-as o vento. Ao regressar, a disciplina anterior permite-nos colher alguns frutos, mas o trabalho não termina aí.

O que vos apresentamos são boas práticas que podem melhorar os resultados, e quanto melhores forem, melhor a TREVL é e a comunidade de viajantes de moto.

Viagemdecomo escrever a sua

este artigo transpõe as

principais ideias transmitidas no

workshop TREVL “Roadbook para

escrever um artigo de viagem”

no Touratech Travel Event de 2014, em avis.siga o QrCode para aceder à apresentação.

desta selecção, este é o mais focado em ensinar como escrever boas histórias de viagem para vários objectivos. muito bem estruturado e com as ideias bem arrumadas, é um manual ideal para quem quer começar.

este livro fala sobre como manter um diário de viagem e como esse esforço combina bem com a intensificação da experiência e a preparação de livros ou artigos de viagem.

Começa por ser um livro de histórias de viagem. até aqui tudo normal. mas rolf aproveita e vai partilhando connosco dicas e técnicas que utilizou, não só no processo de escrita como também na recolha durante a viagem.

“marco Polo didn’t go there”, rolf Potts

“travel Writing, Lonely Planet’s guide to”, don george

“Writing away”, Lavinia spalding

É importante ler escritores conceituados e aprende-se muito a ler os mestres. Esta selecção de livros é focada no ensino da escrita de viagens.

Leia!

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paRE E TomE noTadefina qual o momento do dia que vai dedicar a escrever as notas desse dia. a memória é curta e um dia intenso de viagem facilmente

se perde no próximo. seja disciplinado. Pode ser de manhã antes de todos acordarem ou quando já todos dormem a sesta. “Que cheiros, sons, sensações”, “Que obstáculos”, “Quem conhecemos”,

“Como se chamam”, “onde andámos”, “o que me marcou mais”. guarde pequenas coisa que apanhe: rótulos, etiquetas, recibos, fósforos, caricas, flores, manchas de óleo...

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destino de viagem e quando cada vez temos menos tempo em cada local, estar no sítio certo à hora certa pode fazer a diferença. mesmo para adeptos da serendipidade, que amaldiçoam as expectativas e imagens pré-feitas, importa conhecer o povo e a cultura que nos acolhe. isso permite-nos compreender e estabelecer uma ligação muito mais genuína e sentida. sugestões: ler um livro ou ver um filme passado no destino, falar com alguém de lá, cruzar informação de várias fontes, criar o seu próprio contexto.

EsTudaRem tempos tive a sorte de ouvir um grande fotógrafo dar uma daquelas palestras motivacionais para grandes empresas. steve uzzell disse algo que ficou: tirar uma grande foto é pouco sobre talento e muito sobre preparação. Num

digno dE noTao bloco de notas será o seu melhor amigo e confidente durante a viagem, mas também aquele que mais tentará evitar. escolha uma forma de tomar notas, escrevendo, gravando voz, fazendo bonecos. Não precisa de ser um moleskine mas tem de funcionar e estar à mão para não haver desculpas “ah e tal... não sei onde está”.

idEias fEiTasNão há forma de evitar termos ideias preconcebidas sobre o nosso destino, expostos a tanto estímulo e imersos em tanta informação hoje. antes de partir, páre

e reflicta sobre quais são as suas: o que comem por lá, como vivem, o que temo mais e o que mais anseio e desejo. e escreva cada uma delas numa página do seu bloco de notas. mais tarde vamos precisar dela.

pERsonagEmas personagens trazem uma vida e côr às histórias. mas isso é um simples bónus, porque na verdade toda a viagem ganha com elas. ao sair do grupo e procurar o contacto com quem nos rodeia, sejam estrangeiros ou locais, dá uma riqueza a toda a experiência.

acrescenta uma perspectiva diferente ao que contamos e um ritmo que cativa o leitor. Considere apontar e usar mais tarde as partes marcantes dos diálogos. Por vezes resulta bem usar discursos na primeira pessoa de outros que não o autor.

sEja CuRiosoPergunte-se porque são as coisas assim. o que faz aquilo ali? Porque vão todos para ali? Porque não há cães na rua? onde estão as mulheres? o que vestem as gentes?

Porque só se come borrego? o que diz aquele senhor do alto do minarete?ser curioso revela mais sobre o que encontramos e deixa-nos mais atentos e compreensivos.

melhor ainda se, para saciarmos a curiosidade, tivermos de vencer a vergonha e perguntar a alguém.

momEnTos pRinCipaisregressado a casa o primeiro passo para a escrita é listar os momentos e episódios mais marcantes da

viagem. dessa lista vai usar mais à frente apenas alguns. reflectindo um pouco, escreva o que foi mais importante e porque razões. desenterre aquela lista de

expectativas e preconceitos que preparou antes de partir e questione cada uma: Foi mesmo assim? Porque não (ou sim)?

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pRimEiRas impREssõEsas primeiras palavras vão determinar se quem se dispôs a ler a nossa história ficará connosco até ao fim. É aqui que vai perceber se vai rir, chorar. É onde o ângulo da história deve ser evidente. e tudo isto de forma curta, deixando indícios no ar que o meio do artigo resolverá. Como nas primeiras impressões, só se tem uma chance de as causar.

mETáfoRasuma boa comparação com algo que o leitor se relacione poupa descrições longas e nem sempre bem sucedidas. as metáforas têm essa força e simplicidade.Perguntar-nos “o que me faz lembrar isto?” ajuda a encontrar figuras por semelhança. se aquele sítio fosse uma pessoa, quem seria?

LER Em Voz aLTaao ouvirmos as nossas próprias palavras ditas em alta voz, mesmo sem ninguém mais a ouvir, torna-se evidente o que não resulta. Por vezes é uma cacofonia infeliz como “as carretas” ou “alverca gare”. outras a mensagem revela-se confusa, enrolada. a musicalidade da leitura é cruel e não perdoa o que não resulta. Por isso, faça um chá de cebola, pigarreie e dê voz à sua história.

CaBEça fRiasão as coisas complicadas de viver que dão as melhroes histórias para contar. o problema é que é precisamente nessas alturas que as emoções estão ao rubro e não tomamos o tempo para apontar ou tirar uma foto. uma escrita forte vive também de momentos fortes: não tenha receio deles, mas aceite-os como parte da viagem e experiência.

pERgunTasse a página em branco assusta, talvez fazer-nos umas perguntas a nós mesmos ajude:“Que músicas se ouvia nas ruas“, “o que dava nas televisões”, “o que diziam as capas dos jornais”, “Como me veriam os outros“, “se tivesse mais tempo...”, “sentia-me à vontade? porquê?”, “do que me arrependi”, “sinto-me diferente hoje?“surpreenda-se com as respostas.

o mEu ânguLoHá mais formas de contar uma história do que há viajantes; encontre o seu ângulo. Pode ser através de diálogos imaginários com pessoas que encontra, banda desenhada, fotografia, drama, mistério, comédia. Escolha o território que lhe é natural e use-o. optar por algo onde não se sente à vontade vai deixá-lo frustado e tentado a desistir.

daTa E LoCaLapontar sempre a data e local das notas que tomamos em viagem. a densidade e quantidade de apontamentos podem tornar-se enormes num piscar-de-olhos. Tenha a preocupação de acertar o relógio da sua máquina fotográfica e, à falta de apontamento, tire uma foto.

faCTosreúna alguns factos interessantes e específicos do destino. Podem ser desde estatísticas curiosas a momentos da história que tornam aquele lugar ou pessoas singulares. Chegando a casa, confirme tudo uma e outra vez sempre que possível.

“do’s”título

Princípio

Fim

Momento

transição

O que se deve procurar fazer, para atingir uma riqueza e um ritmo que

empolgue quem lê, sem perder de vista o que se pretende partilhar e a

mensagem principal a passar.

EsTRuTuRaNo final a sua história terá uma estrutura parecida com esta, onde intercalará momentos fortes com transições entre episódios. terá um princípio, um meio e um fim. Parece simples, mas na realidade não é.

o primeiro que se lê deve ser a última coisa a escrever. deve ser único e assentar que nem um luva a esta história e a mais nenhuma.

agarre o leitor à história, deixe-o pendurado, brinque com ele. mas quando estiver a fechar a história não se esqueça das promessas que lhe fez.

da lista de momentos e episódios da viagem escolha os mais sumarentos e desenvolva. dê a cada um uma identidade e ritmo próprios a cada um, escolhendo quando usar diálogos, uma personagem ou uma descrição mais cuidada de algo.

a transição é uma peça fundamental que dá ritmo à história e lhe permite passar de um episódio para outro. Pode ser uma viagem, uma descrição de uma paisagem, uma análise de expectativa, uma pergunta que se faça. algo que torne natural a ligação com o próximo momento.

as últimas palavras que escolhemos para fechar a história são muito importantes. elas têm de ressoar e de ficar na cabeça de quem lê. devem concluir os pontos abertos durante o artigo e ligar com o início.termine com chave de ouro e guarde alguns trunfos para o final.

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Partilhe connosco a

sua história de viagem

e faça-nos sentir que

devíamos partir já

amanhã e nem mais

um dia.

OrguLhOsO?

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17Manual Editorial para Autores-Viajantes

“oLha, mãE”somos nós que vivemos os episódios e aventuras que contamos ao escrever. somos nós quem sentiu as emoções, angústias e felicidades. mas centrar-se apenas em si próprio afasta o leitor. encoraje o contacto com outros e procure estabelecer relação com os demais. um exemplo é procurar perceber como nos vêem, o que pensarão, ou qual o seu ponto de vista. Evite que a sua história seja uma “selfie”.

hERRosescrever encerra uma responsabilidade pedagógica e cultural. Cometer erros de ortografia é um insulto para quem lê. Qualquer simples processador de texto hoje tem corrector ortográfico que vai ao ponto de detectar construções gramaticais incorrectas.

ConVERsa a maiso diálogo, sendo encorajado enquanto se viaja, deve ser usado com conta, peso e medida. de outra forma, torna-se uma novela e fica cansativo. Pontue descrições com algumas trocas parafraseando o que foi dito, especialmente quando a expressão foi engraçada e coloquial.

águas passadasa opção de contar uma história no presente, como se a estivéssemos a viver naquele preciso momento é, não só válida, como uma arma poderosa. mas exige que não misturemos passado, presente e futuro de forma confusa. Escolha um tempo e mantenha-o.

“CLiChés”o problema de usar expressões comuns é que já perderam o significado. estamos desensibilizados para o que querem realmente dizer e na prática acabam por não reflectir em nada o que se sente. “Paraíso na terra”, “viagem de sonho“, “encher a alma” ou “terra de contrastes”. procure usar palavras suas para dizer como se sente.

pinTaR quadRosPara transportar quem lê para o local da acção sentimos a tentação de descrever o contexto, a envolvência. devemos ser criteriosos nos pormenores que optamos por descrever: uma sala específica, uma paisagem, uma estrada, uma pessoa. alongar-se e suceder uma descrição atrás da outra é difícil e está ao alcance dos mais talentosos.

infindáVELa capacidade de concentração já não é o que era. Procure ser económico e directo nos começos de capítulo ou artigo. Foque-se na mensagem principal e no objectivo primordial que quer cumprir. tudo o resto chute para o lado. um bom início é um início curto e directo ao assunto.

“dRama quEEn”dar demasiado drama ou esticar demais as emoções ou sentimentos cria um afastamento de quem lê por parecer exagerado, forçado. Não quer dizer que evite demonstrar porque se sente de uma determinada forma naquele momento.

faCTos ERRadosimagine que alguém lhe conta uma história e algures no meio detecta-lhe um erro. a partir desse momento a credibilidade do autor cai aos trambolhões por aí abaixo e nem ouvimos o resto. ou só ouvimos para descobrir a próxima asneira. hoje não há desculpas para se citarem factos errados ao escrever; seja rigoroso e exigente consigo como seria com os demais.

gEnERaLizaRum viajante está durante curtos períodos de tempo em contacto com realidades estranhas. o que testemunha é breve e não passa de uma observação isolada. Construir quadros de generalização como “a comida é toda horrível” ou “os habitantes são todos antipáticos”, “as casas são todas lindas” revelam que o autor não está atento e se precipita a julgar. seja curioso nos pormenores mas não construa mundos sobre eles.

adjECTiVos“arranha-céus altíssimos”, “grandes elefantes”, “aldeias pequenas” são adjectivos desnecessários. Como o são também dizer que algo é “maravilhoso”, “lindo “ou “fantástico”

dEsisTiR à 1ªtodo este processo da escrita é difícil. o importante é não “atirar com a toalha ao chão” e continuar a tentar, mudando o que não funcionou e encontrar o que gera resultados consigo. Cada um tem as suas horas do dia em que prefere escrever, outros sentir-se-ão mais à vontade a ditar para um gravador. não encare a crítica como um sinal para desisitir.

“dont’s”

Muito para lá do virtuosismo da escrita ou do talento, se evitarmos

pequenos pormenores conseguimos uma maior clareza no que escrevemos

e isso sente-se do lado de quem lê.

o melhor mesmo? É fazer alguns

cursos de escrita dados por quem realmente sabe. Nós na trevL

seremos sempre alunos eternos.

a escola Escrever Escrever tem uma

linha de cursos e professores excepcionais.

Apaixone-se pela língua portuguesa e, como a TREVL,

diga não ao acordo ortográfico.

DesacOrDO