manual de sobrevivencia 3

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    Abrigo

    A informao sobre abrigos fornecida no capitulo VI (Conhecimentos bsicos desobrevivncia) aplica-se maior parte das situaes nos trpicos. 0 abrigo tipo estrutura em A particularmente adequado. Use uma boa espessura de folhas de palmeira ou uma grandequantidade de folhas novas de bananeira. Faa uma fogueira sobre uma pedra chata ou sobre umaplataforma de pedras pequenas. Quando as pedras estiverem bem quentes, coloque uma folha emuma delas e deixe-a escurecer e acetinar. A folha assim mais resistente gua e durvel e podeser usada como uma telha. Aps concluir o abrigo, escave um pequeno rego em declive paramanter o cho seco.

    Como contornar um obstculo sem perder a direco de marcha

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    No durma no cho. Faa uma cama de bambu ou de pequenos ramos cobertos comfolhas de palmeira. Um pra-quedas suspenso tambm serve. Pode fazer uma cobertura imperfeitacom ramos de rvore e fetos. A casca de uma rvore morta melhor que nada.

    Perigos ambientais

    O ambiente tropical tem condies ideais para o desenvolvimento da vegetao e dosanimais. Se souber o que procurar, o ambiente tropical uma abundante fonte de alimentos.

    Mas estas mesmas condies ambientais aumentam os riscos dos perigos biolgicos. Osseres vivos tendem a desenvolver-se mais e a actuar mais agressivamente nos ambientes tropicaisque noutras partes do mundo.

    Plantas venenosas

    Certas plantas tropicais so venenosas e devem ser evitadas. So elas:Mangue-branco. - Esta planta, de folhas e bagas brancas, encontra-se nos mangais, nosesturios e perto das costas. A seiva provoca bolhas quando em contacto com a pele. Ceg-lo- seentrar em contacto com os olhos.

    Mucuna, ou olho-de-burro. - Esta planta trifoliada, de flores prpura pendentes e vagensfrisadas, encontra-se em zonas de bosques cerrados e mato, mas nunca em florestas. Os plos dasflores e das vagens provocam irritao. Se entrarem em contacto com os olhos, provocarocegueira.

    Urtigas. - Esta planta est largamente difundida, especialmente nos charcos ou pertodeles. Tem folha spera ou dentada, que venenosa ao contacto, provocando uma sensao dequeimadura.

    Pilriteiro, ou espinheiro-alvar. - Esta planta tambm se encontra em zonas temperadas,

    ao longo das estradas ou em campos cultivados (particularmente com a soja). D uma flor emforma de trombeta de cor prpura-clara, folhas de bordo dentado e uma vagem espinhosa. Todasas partes desta planta so venenosas, especialmente as sementes.

    Pangi. - Esta trepadeira de folhas cordiformes encontra-se principalmente na selva daMalsia. As suas sementes contm cido prssico e so perigosas quando comidas ao natural, mascomestveis quando assadas.

    Pinho-de-purga. - As sementes da purgueira, um arbusto de folhas parecidas com a docer, actuam como um laxativo violento.

    Rcino. - Este arbusto, cujas folhas radiais lembram, por vezes, o topo de uma palmeiraminiatura, vulgar nos matagais e em terrenos abertos. As sementes amadurecem em cachosparecidos com ourios e so txicas e fortemente diarreicas.

    Estricnina. - Estes arbustos, parecidos com o corniso 1, crescem em estado silvestre nos

    trpicos. 0 fruto, amarelo ou branco, de aspecto saboroso (com forma e tamanho de uma pequenalaranja), abunda no Sudeste da sia, tem uma polpa extraordinariamente amargosa e as sementescontm um dos mais potentes venenos conhecidos do homem.

    1 Espcie de abrunheiro

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    Fig. 7-1 Plantas tropicais venenosas

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    Fig. 7-1A Plantas tropicais venenosas

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    Cobras venenosas

    Ver o apndice I (Cobras venenosas de todo o mundo) para a identificao das cobrasdos trpicos. Sobre o tratamento das mordeduras de cobras, ver o captulo V (Primeirossocorros).

    Outros animais tropicais perigosos

    PIRANHA. - A piranha um pequeno peixe que vive no rio Amazonas e seus tributrios.A piranha-negra, a maior da espcie, atinge cerca de 45 cm. As piranhas so atradas pela maispequena quantidade de sangue na gua. Estes seres carnvoros so extremamente perigosos. Porrazes de segurana, parta do principio de que todos os cursos de gua da Amrica do Su1tropical esto infestados de piranhas, embora elas prefiram redemoinhos de guas lmpidasestagnadas a guas correntes lamacentas. Se tiver de atravessar um curso de gua infestado depiranhas, absolutamente necessrio lanar s guas a carcaa ensanguentada de um animal e

    depois atravessar a montante, a uma distncia segura.ENGUIAS-ELCTRICAS. - Estes seres cilndricos, parecidos com mangueiras, vivemna maior parte das guas tropicais, embora sejam mais vulgares nos rios da Amrica do Sul, epodem ser encontrados prximo das margens e em charcos pouco fundos. As enguias-elctricasso indolentes e pacificas, mas as enguias maiores podem produzir um choque elctricosuficientemente forte para derrubar um cavalo. As enguias-elctricas podem atingir 2,40m decomprimento e uma grossura de 45 cm.

    CROCODILOS E JACARS. - Estes rpteis anfbios encontram-se em vastas reasindividualizadas do mundo. Os jacars encontram-se apenas no sul dos Estados Unidos e aolongo do rio Iansequio, na China. Os crocodilos encontram-se em pntanos junto costa,enseadas e em rios sujeitos a mars at certa distncia da foz no Pacfico Sul, em algumas regiesda frica e de Madagscar. 0 crocodilo americano, que se encontra ao longo das regies costeiras

    do Mxico, ndias Ocidentais, Amrica Central, Colmbia e Venezuela, costuma evitar o homem.0 crocodilo considerado mais ameaador e traioeiro que o jacar, mas normalmente no perigoso se for deixado em paz.

    Perigos para a sade

    Noespere manter o vigor nas reas de selva, a menos que conserve a sade. At mesmoem condies ideais difcil consegui-lo, mas as hipteses aumentam com a adopo de algumasnormas de senso comum.

    1) No se apresse. Nunca tente vencer a selva pela velocidade tal no possvel.2) Evite trepar a pontos altos, excepto para se orientar. prefervel um desvio extenso emterreno plano.

    3) Cuide dos ps, mudando e lavando as meias com frequncia. Evite tambm que ocalado encoure ou abra gretas oleando ou ensebando o cabedal com gordura animal.4) Se tiver febre, no se desloque. Espere que a febre passe. Beba muita gua.5) Carrapatos, sanguessugas, mosquitos, insectos vrios e outros bichos constituem umperigo real para as sua sade e segurana. Combata-os com repelentes ou evitando asreas onde eles dominam.6) Evite as infeces. No calor e na humidade dos trpicos, as feridas infectamrapidamente. Proteja as feridas ou escoriaes com uma compressa limpa. Esterilizequalquer ligadura que improvise se no tiver um equipamento de primeiros socorros.7) Evite a exausto pelo calor, as cibras do calor ou os golpes de calor repondo oslquidos perdidos por transpirao. Beba grandes quantidades de gua potvel. Se sentiros efeitos do calor, descanse sombra.

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    As doenas vulgares nos trpicos incluem:Malria,febre dengue,febre-amarela e encefalite. - Todas estas doenas so provocadas

    por picadas de mosquitos infectados. Os sintomas incluem arrepios violentos e febre alta. Sesuspeitar de que contraiu uma destas doenas, descanse e ingira lquidos.

    Disenteria. - provocada por alimentos contaminados ou ingesto de gua.Febre do mosquito-da-areia. - Os sintomas so semelhantes aos da malria 2 . Beba

    grandes quantidades de gua ou outros lquidos. Descanse at a febre passar.Tifo. - H vrios tipos de tifo nos trpicos, entre os quais esto as variedades transmitidas

    pelas pulgas e pelos piolhos. Os sintomas gerais so dores de cabea violentas, fraqueza, febre edores generalizadas pelo corpo. Habitualmente, a vitima apresenta um aspecto macilento e podeou no apresentar uma erupo cutnea pintalgada ou mosqueada. Algumas formas de tifo notratadas tm taxas de mortalidade superiores a 40%. essencial uma escrupulosa ateno higiene individual, evitar o contacto com roedores portadores de pulgas e piolhos e as reas deerva infestada de caros. 0 tifo transmitido pelo piolho a adultos vacinados benigno e podepassar despercebido. Mantenha as suas vacinas em dia.

    Exausto. - A combinao do calor e da humidade no ambiente tropical degrada a energiado organismo mais depressa que em outras partes do mundo. Espace as suas actividades edescanse o mais possvel.

    Evite a exausto pelo calor, as cibras do calor ou os golpes de calor repondo a gua e ossais perdidos pela transpirao. Beba bastante gua potvel. Se tiver sal, misture duas pastilhas aum cantil de gua. Se sentir os efeitos do calor, descontraia-se sombra e beba meio cantil destagua salgada de quinze em quinze minutos. Continue com este procedimento at se sentir melhor.

    P-de-imerso. - 0 p-de-imerso no Vietname ps mais soldados fora de combate que asarmadilhas e as minas conjugadas. semelhante ao p-de-trincheira, excepto na forma comoocorre. consequncia da imerso dos ps em gua ou da permanncia da humidade nos ps porum perodo prolongado, normalmente durante mais de doze horas.

    H dois tipos de p-de-imerso. 0 tipo 1 est confinado sola do p e d pelo nome de

    p-de-imerso em gua quente. Ocorre onde h muitos arroios, ribeiros, canais e pauis paraatravessar e terra seca entre eles. Aps cerca de trs dias, a espessa camada exterior da pele dasola dos ps torna-se branca e encarquilhada. Algumas das pregas da sola dos ps tornam-semuito sensveis ao andar. Durante os dois a trs dias seguintes, a dor torna-se aguda e os psincham levemente. Se nos descalarmos, poder ser impossvel calarmo-nos de novo devido dor e ao inchao. A dor maior nos calcanhares e junto aos dedos. A vitima tem a sensao deestar a andar com pedaos de corda dentro do calado. 0 nico tratamento o descanso com osps nus. Procure que a pele esteja e se mantenha seca. Um dia ou pouco mais o suficiente paraque desapaream quer o encarquilhamento, quer o esbranquiado, quer o ensopado. A dordesaparece, embora a sola dos ps permanea sensvel marcha durante alguns dias. Entre trs aseis dias a pele grossa da sola do p comea a soltar-se.

    0 tipo 2 d pelo nome de p-de-arrozal. Esta situao inclui as pontas dos dedos e as

    pernas. vulgar aparecer em quem tem de se deslocar em arrozais lamacentos, pntanos, riachos,ribeiros e canais em constante contacto com a gua. Esta doena mais prevalecente quando atemperatura da gua ou da lama superior ou igual a 30C.

    Apanha os dedos, os artelhos e as pernas at a ponta do cano das botas. Em dois ou trsdias, a pele fica vermelha, aparece uma celulite e inchao. Devido ao inchao, h dor esensibilidade e a pele fica esticada e rija. Como consequncia, facilmente ferida e rasgada. 0roar da bota contra a pele ensopada pode provocar queimaduras ou feridas extensas e profundasem carne viva. 50% das vtimas do p-de-arrozal apresentam nguas dolorosas nas virilhas.Pode aparecer febre baixa a moderada (37,7OC a 39OC).

    2 Febre, dor de cabea e nos olhos.

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    Para tratamento. desloque-se para uma zona seca, tire as botas e as meias e descanse comos ps elevados. Seis horas depois o edema amolece e deprime. A presso com os dedos provocacovinhas. A dor, o inchao e a febre baixam aps alguns dias de descanso. Para deter a doena nasua fase inicial, mantenha a pele dos ps e das pernas seca durante dez horas.

    gua

    No difcil, normalmente, encontrar gua num territrio com selva. Siga estas regras:

    1) A gua dos ribeiros lmpidos e rpidos, contendo seixos, ideal para beber e para osbanhos. Contudo, antes de beber qualquer gua, torne-a potvel pela fervura ou por meiosqumicos.2) Escavando um buraco a cerca de 0,30 m a 1,80m da margem dos ribeiros ou lagoslamacentos, pode recolher gua quase lmpida. Isto permite que a gua se infiltre nointerior do buraco, deixando a lama assentar.

    3) Pode obter-se gua das trepadeiras e outras plantas. Nem todas as trepadeiras contmgua saborosa, mas tente com qualquer trepadeira que encontre. Use o processo a seguirindicado para sangrar uma trepadeira. 0 processo funciona com quaisquer espcies. Faa uma inciso profunda na trepadeira to alto quanto consiga atingir. Corte a trepadeira rente ao solo e deixe a gua pingar para a boca ou para um

    recipiente. Quando a gua deixar de pingar, corte outro troo. Repita isto at esgotar a reserva de

    lquido.

    Os cocos, especialmente quando verdes, contm leite que agradvel e nutritivo - empequenas quantidades. Este lquido um laxativo violento. Pode obter-se uma seivaaucarada cortando as espigas das flores. H cocos durante todo o ano. Tambm se pode

    extrair um liquido aucarado prprio para beber das palmeiras buri e nipa 3, da palmeira-aucareira e de outras palmeiras.

    Plantas que absorvem e retm gua

    Os caules do bambu tm, muitas vezes, gua nos ns ocos. Sacuda os caules de bambuvelhos e amarelados. Se ouvir um gorgolejo, faa uma inciso na base de cada n e recolha a guanum recipiente.

    Nas regies tropicais da Amrica, as folhas sobrepostas da bromlia, planta da famlia doanans, podem reter uma considervel quantidade de gua da chuva. Coe a gua atravs de umpano para eliminar a maior parte das impurezas e os insectos.

    Tambm armazenam gua a rvore-do-viajante de Madagscar, a magnlia da fricaOcidental e o imbondeiro do Norte da Austrlia e da frica.

    Alimentos

    H uma certa abundncia de alimentos na selva, mas alguns podem ser venenosos.Qualquer alimento comido por macacos , geralmente, seguro para consumo humano. Em muitasreas habitadas dos trpicos, os frutos, vegetais e outros alimentos so fertilizados comexcrementos humanos, transformando-se em fonte de doenas. Nunca coma estes frutos aonatural, a menos que os tenha descascado ou lhes tenha retirado a superfcie exterior com umafaca. Cozinhe todos os vegetais antes de os comer.

    3 Palmeira da ndia Oriental.

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    Fig. 7-2 Plantas que absorvem e armazenam gua

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    Plantas tropicais comestveis

    As regies tropicais florestadas oferecem a um indivduo perdido um vasto sortido dealimentos para sobrevivncia, mas a maioria das pessoas no esto muito familiarizadas com amaior parte das espcies de plantas tropicais. Conhecemos o coco, a banana, o anans e oscitrinos dos mercados, mas h literalmente muitas centenas mais completamente desconhecidosno nosso pas. Ilustram-se neste manual vrias espcies de vegetais e frutas tropicais largamentedifundidos, com informao suplementar sobre como identificar outras espcies de plantastropicais silvestres comestveis.

    Nos trpicos h plantas venenosas, mas em relao s espcies no venenosas aproporo no maior que nos Estados Unidos. Siga as regras de comestibilidade do capitulo VI(Conhecimentos bsicos de sobrevivncia).

    A vida das plantas acima da linha das rvores nas altas montanhas dos trpicos semelhante, em muitos aspectos, no extremo norte e no rctico. Ver o captulo IX(Sobrevivncia em climas frios), se tiver necessidade de viver nestas regies.

    As plantas alimentcias tropicais aparecem em maior numero nas clareiras das florestasabertas, ao longo das costas, nas margens dos ribeiros e nos pntanos. As florestas primrias,cerradas e hmidas, so locais pouco convenientes para procurar alimentos.

    0 melhor local para encontrar plantas alimentcias uma horta nativa abandonada. Asplantas cultivadas persistem bastante tempo aps os campos terem sido abandonados. Estes locaispodem aparecer ao longo da costa e das margens dos rios ou no interior do territrio. Geralmente,todos os frutos encontrados em hortas podem comer-se.

    Procure primeiro frutos, nozes e sementes. Podem ser utilizados imediatamente. Osrebentos terminais ou as medulas feculentas dos troncos de algumas palmeiras, os rebentos novosde bambu, as razes ou ervas e os rebentos e as flores terminais da bananeira-brava so boasfontes de alimentao. Os fetos so, geralmente, abundantes nos trpicos hmidos e so bonscomo substitutos da hortalia. Mesmo quando no h alimentos, os rebentos tenros de muitas

    plantas podem ser mastigados, pois a maior parte deles possuem algum valor alimentar.TUBRCULOS. - Os tubrculos tropicais incluem o inhame-branco, a batata-brava euma variedade de inhame.

    0 taro, ou inhame-branco. - Cresce em regies hmidas florestadas em quase todos osterritrios tropicais. Esta planta grande, de pele lisa, tem folhas verde-claras, compridas,cordiformes e de um s bico, as quais crescem directamente do tronco principal. A flor tem 10 cmde dimetro, tem a forma de uma tlipa e de cor amarelo-alaranjada. Possui um tubrculocomestvel que cresce ligeiramente abaixo do solo. Este tubrculo tem de ser cozido para lhedestruir cristais irritantes. Depois da cozedura, coma-o como se fosse batata 4.

    A batata-brava. - Como todos os tubrculos, encontra-se debaixo da terra e tem de serescavada e depois cozida ou assada. A planta pequena e encontra-se por todo o lado,especialmente nos trpicos. Este tipo de batata venenoso quando comido ao natural.

    Inhames. - So comestveis quer os trepadores, quer os tubrculos, debaixo da terra. Hpelo menos setecentas espcies de inhames tropicais trepadores, distribudos pelas zonas tropicaise subtropicais. No os confunda com a batata-doce, chamada inhame nos mercados americanos.Estes no so inhames verdadeiros, mas esto relacionados com o lirio-convale5.

    Os inhames aparecem nas hortas abandonadas pelos nativos, em clareiras nas regies deselva e em zonas de floresta, se no muito cerrada. Coza todas as espcies. Algumas espcies sovenenosas se comidas cruas. Todas as espcies podem ser comidas com segurana depois decortadas em fatias finas, cobertas por aparas de madeira e postas a curar em gua corrente ousalgada durante trs a quatro dias. Esta operao extrai as propriedades venenosas de algumasespcies bravas.4 Aps a cozedura, esmaga-se e a pasta assim obtida deixada a fermentar. S assim o sabor amargo desaparece.5 Vulgarmente conhecido por campainha.

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    Fig. 7-3 Tubrculos e inhames comestveis

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    Os nativos cozinham os inhames no venenosos numa cova forrada de grandes pedras eacendendo-lhe uma fogueira em cima. Quando as pedras esto quentes, colocam a comida nacova embrulhada em folhas verdes e cobrem a cova com folhas de palmeira ou outras folhas degrandes dimenses. Tambm pode ser posta terra sobre as folhas. Em cerca de meia hora, osinhames podem ser cozidos e feitos em pur, tal como as batatas.

    0 inhame d igualmente tubrculos acima do solo nos caules trepadores. Do pelo nomede batateiras areas e so vulgares no Sueste asitico. Mas, a menos que consiga identificar,inequivocamente, os tipos no venenosos, no devem ser comidos at serem curados como ficoudescrito.

    OUTROS VEGETAIS. - A ti 6, a mandioca (tambm conhecida por cassava, outapioca), a tlipa-brava e a cabaceira-brava so outras plantas comestveis que se identificam comfacilidade e crescem nas regies tropicais.

    A ti. Encontra-se nos climas tropicais, especialmente nas ilhas do Sul do Pacifico. cultivada em vastas reas da sia tropical. Quer cultivada, quer brava, atinge de l,80 m a 4,5 m dealtura. Tem folhas grandes, grosseiras, brilhantes, parecidas com o couro e amontoadas no topo

    de caules grossos. As folhas so verdes e s vezes avermelhadas. Esta planta d um grande cachode flores semelhante a uma pluma normalmente pendentes. Produz bagas que ficam vermelhasquando maduras. 0 rizoma carnudo comestvel e cheio de amido e deve ser assado no forno.

    A mandioca, ou tapioca. - Encontra-se em todos os climas tropicais, especialmente emzonas hmidas. Atinge 0,90 m a 2,70 m de altura, tem os caules nodosos e as folhas sopalmadas. H dois tipos de mandioca que tm razes comestveis, - a amarga e a doce. Amandioca-amarga a variedade mais vulgar em muitas reas e venenosa se no for cozinhada.Se encontrar uma raiz de mandioca-amarga, reduza-a a polpa e coza-a durante, pelo menos, meiahora 7. Faa bolachas com a polpa hmida e coza-as no forno. Outro processo de cozinhar estavariedade amarga cozer as razes em grandes bocados durante uma hora e depois descasc-las eral-las. Amasse a polpa com gua e esprema-a para lhe extrair o sumo leitoso. Coza-a em vaporpara a transformar numa massa plstica. Enrole-a em pequenas bolas e achate-as para fazer

    bolachas. Seque as bolachas ao sol e coma-as cozidas ou assadas no forno. As razes damandioca-doce podem ser comidas ao natural, assadas no forno como um vegetal outransformadas em farinha. Pode usar esta farinha para fazer tostas ou as bolachas anteriormentedescritas.

    A tlipa-brava. - Encontra-se na sia Menor e na sia Central. 0 bolbo desta planta podeser cozinhado e comido como um substituto das batatas. A planta d flores de vida curta naPrimavera que se parecem com a tlipa vulgar dos jardins, embora sejam mais pequenas que asdesta. Quando no tem flor vermelha, amarela ou alaranjada, pode ver-se uma cpsula desementes como uma caracterstica identificadora.

    A cabaceira-brava. - um dos membros da famlia das abboras e cresce tal como amelancia, o cantalupo 8 e o pepino. largamente cultivada nas zonas tropicais e pode serencontrada em estado selvagem em hortas velhas ou clareiras. A planta tem folhas de 7,5 cm a

    20cm de largura e o fruto cilndrico, liso e cheio de sementes. Coza-a e coma-a enquanto estivermeio madura. Coma as razes tenras, as flores e as folhas novas depois de as cozinhar. As pevidespodem ser assadas e comidas como amendoins.

    Alface-dgua. - Cresce em todo o Velho Mundo tropical, quer na frica, quer na sia, enas zonas tropicais do Novo Mundo desde a Florida Amrica do Sul. Apenas se encontra noslocais muito hmidos, normalmente como uma planta aqutica flutuante. Procure-a nos lagostranquilos, charcos e guas estagnadas e procure as pequenas plntulas que crescem nos bordosdas suas folhas. Estas tm a forma de uma roseta e muitas vezes cobrem largas reas nas regiesonde se encontram. As folhas da planta parecem-se muito com as da alface e so muito tenras.Coza as folhas antes de as comer.6 Planta lilicea da China cujas razes so comestveis.7 A fermentao tambm elimina o veneno.8 Melo com o interior cor de laranja-avermelhada e casca rugosa.

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    Fig. 7-4 Outras plantas tropicais comestveis

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    0 lrio-ldo. - Cresce na gua doce, lagos, charcos e cursos de gua lentos, desde a baciado Nilo e atravs da sia at China, ao Japo e ao Su1 da ndia. Tambm cresce nas Filipinas,na Indonsia, no Norte da Austrlia e no Leste dos Estados Unidos. As folhas do lrio-ldo tm aforma de escudo, com 30 cm a 90 cm de largura. Erguem-se cerca de 1,5 m a 1,80 m acima dasguas e do flores cor-de-rosa, brancas ou amarelas de 10 cm a 15 cm de dimetro. Coma ospednculos novos e as folhas, depois de cozinhados, mas retire a camada rogosa exterior dospednculos novos antes de os cozinhar ou comer. As sementes tambm so comestveis quandomaduras. Retire-lhes o embrio amargoso e depois coza-as ou asse-as no forno. As razes, queatingem cerca de 15 m de comprimento, com tumefaces tuberculosas, tambm so comestveis.Coza estes tubrculos c coma-os como se fossem batatas.

    RVORES, REBENTOS E RIZOMAS. - Incluem o polivalente bambu, o imbondeiro,a rvore-do-rbano e muitas variedades de palmeiras.

    Bambu. - Esta planta d-se nas reas hmidas das zonas temperadas e tropicais. Aparecenas clareiras, em redor das hortas abandonadas, nas florestas e ao longo de rios e ribeiros. 0bambu faz lembrar o milho e a cana-de-acar. Os colmos maduros so muito resistentes e

    lenhosos, enquanto os rebentos novos so tenros e suculentos. Corte estes rebentos novos como sefossem espargos e coma as pontas macias depois de as cozer. Os rebentos cortados de fresco soamargos, mas uma segunda mudana de gua retira-lhes o amargor. Retire a membrana dura queprotege a raiz antes de a comer. As sementes de bambu florido tambm so comestveis.Pulverize-as, junte gua, amasse e faa bolachas ou coza a massa como se fosse arroz.

    Os colmos maduros e lenhosos do bambu podem ser usados na construo de abrigos,jangadas e utenslios de cozinha.

    Imbondeiro. - Esta rvore encontra-se nos bosques abertos em toda a frica tropical.Pode ser identificada pelo enorme dimetro do seu tronco dilatado e atarracado. Uma destasrvores maduras de 18 m de altura pode ter um tronco de 9 m de dimetro. D grandes floresbrancas com cerca de 7 cm de dimetro que pendem da rvore desordenadamente. A rvoretambm d um fruto polpudo e farinhento com numerosa pevides. Estas so comestveis 9 e com

    as folhas faz-se uma sopa de vegetais.rvore-do-rbano. - Esta planta tropical nativa da ndia, mas encontra-se: espalhada poroutras zonas tropicais atravs do Su1 da sia, na frica e na Amrica. Procure em campos ehortas abandonados e na orla das florestas por uma rvore bastante baixa, de 4,5 m a 13,5 m dealtura. As folhas parecem fetos e quer as novas quer as velhas podem comer-se, ao natural oucozinhadas, conforme a sua dureza. Na ponta dos ramos esto as flores e os frutos compridos ependentes semelhantes a feijes gigantes. Corte-os em pedaos pequenos e coza-os como sefossem feijo-verde. As vagens novas podem ser mastigadas enquanto frescas. As razes destaplanta so acres e podem ser modas para fazer tempero, melhor que o rbano autentico.

    Palmeiras. - H pelo menos mil e quinhentas espcies de palmeiras por todo o mundotropical. Crescem em quase todos os habitatconcebveis - costas, pntanos, desertos, capinzais eselva. As palmeiras variam em tamanho, indo de poucas dezenas de centmetros a 30 m de altura.

    Algumas so trepadoras, tal como as palmeiras de rota 10. As palmeiras apresentam-se sobdiferentes formas, mas geralmente so fceis de identificar. As folhas so de dois tipos principais:pinulada (como as penas), tal como a tamareira, ou palmada (como uma mo de palmpede), talcomo a palmeira-de-leque ou o palmito.

    0 repolho (rebento terminal) ou ponta de crescimento da maior parte das palmeiras comestvel, quer cozido, quer ao natural. Localiza-se no topo do tronco, muitas vezes enterradono muito profundamente, mas encerrado na coroa de folhas ou nas bainhas dos pecolos dasfolhas. Alguns dos repolhos, mas no todos, so amargosos.

    A seiva de muitas palmeiras bebvel e alimentcia 11

    9 A polpa branca do fruto tambm comestvel. Tem um sabor agridoce e mata a sede.10 Com elas se fazem esteiras, velas de embarcao, e se empalham as chamadascadeiras de palhinha.11 O cheiro, sobretudo quando fermentada, enjoativo.

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    Fig. 7-5 Alimentos provenientes de rvores e rizomas tropicais

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    Os frutos das palmeiras aparecem geralmente em cachos abaixo da coroa das folhas. Osfrutos de todas as palmeiras do Novo Mundo so comestveis, embora muitos sejam lenhosos e,portanto, intragveis. Nenhum deles venenoso. Os frutos de muitas das palmeiras do VelhoMundo - palmeira rabo-de-peixe e palmeiras-aucareiras 12 contm microscpicos cristaisurticantes que provocam imediatamente dores intensas se ingeridos. Mas os frutos da maior partedas palmeiras do Velho Mundo so comestveis, se no forem demasiado lenhosos.

    Enormes quantidades de amido comestvel abundam nos troncos do sagueiro 13, dapalmeira-aucareira, da palmeira-rabo-de-peixe e da palmeira-buri gigante. As palmeirasaparecem principalmente no Sueste da sia e nas ilhas vizinhas da Indonsia. Outra planta, acica, aparece na mesma rea e o seu tronco grosso produz bastante amido. A cica semelhante palmeira, parece um cruzamento de feto arbreo com palmeira.

    A medula do sagueiro usada como alimento no Sudoeste do Pacfico e no Suesteasitico. Cresce espontaneamente em quase todos os pntanos e na maior parte dos ribeiros elagos. muitas vezes cultivado pelos nativos nas terras altas. Os sagueiros atingem 7,5 m dealtura e 60 cm de grossura 14. As folhas tm uma grossa nervura central com espinhos compridos.

    Derrube a rvore antes de florir

    15

    . Depois retire-lhe a casca exterior, pondo vista a medulainterior. Amasse-a numa cuba feita com a base do tronco do sagueiro. Deixe a gua do amidoescorrer para outra cuba de sagueiro, onde o amido precipitar em farinha fina. Despeje o excessode gua. Cozinhe-a como se fosse farinha de aveia, cozendo-as em gua at engrossar. Deitecolheradas em folhas e deixe arrefecer. Estes bolos gelatinosos podem ser comidosimediatamente ou guardados durante vrios dias. Tambm poder fazer panquecas de sagu,cozendo-as sobre pedras em potes. Podem cozer-se no forno fatias da medula.

    0 coqueiro largamente cultivado e cresce espontaneamente na maior parte das zonastropicais hmidas, especialmente na costa leste da frica, na Amrica tropical, na sia e nas ilhasdo Pacfico Sul. Aparece mais vulgarmente prximo das costas, mas s vezes aparece a algumadistncia para o interior. No abunda ao longo das costas desrticas, especialmente nas costasocidentais das reas continentais.

    0 repolho, ou o boto germinal do coqueiro, um excelente vegetal, cozido ou ao natural.A esta delcia chamam salada dos milionrios.Toda ou parte da casca dos cocos novos pode ser doce; se for o caso, masque-a como se

    fosse cana. Beba o leite do coco. Poder obter mais de 1 litro de um lquido frio de um coco novo,especialmente no estado de geleia, quando a polpa est mole. Um coco maduro gorgolejarquando sacudido prximo da orelha. Mas no beba se forem muito novos ou velhos.

    Rale ou corte em pedaos a polpa quando slida. Torn-la- mais facilmente digervel.Os cocos cados germinam onde caem. Nestes, utilizam-se o leite e a polpa, mas a

    cavidade est cheia com uma massa esponjosa chamadapo. Coma-o ao natural ou torrado numaconcha sobre o fogo. Sabe bem e muito alimentcio. Coma os rebentos como aipo.

    H muitos outros aproveitamentos de sobrevivncia para o coqueiro. 0 leo de coco umbom preventivo contra as queimaduras solares, bem como um repelente para larvas e insectos.

    Tambm pode ser usado para cozinhar. Alm disto, o leo de coco um preventivo contra lesesprovocadas pela gua salgada e inchaos. Antes de ir pescar num recife, besunte as pernas e pscom leo para manter a pele em boas condies, mesmo que permanea na gua salgada durantemuitas horas.

    12 Tipo de palmeiras cujas seivas fornecem at 15% de um acar acastanhado, nomeadamente a Arenga pinata.abundante na Malsia e nas Filipinas, e o Borassus flabellifer, da ndia e da Indonsia.13 Palmeira das Molucas cujo tronco contm uma farinha alimentar, chamada sagu.14 Pode atingir 10 m de altura e 1 m ou mais de dimetro e 300 kg a 400 kg de medula.15 Derrube as mais altas que apresentem um p amarelado na base das folhas.

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    Poder obter leo de coco com facilidade expondo a polpa ao sol. 0 leo correr maisrapidamente se ralar ou triturar a polpa antes de a pr ao sol. Tambm pode obter leo aquecendoa polpa do coco em fogo brando. Se tiver qualquer vaso para cozinhar ou uma seco cortada deum bambu, poder cozer a polpa do coco em gua. Quando a mistura esfriar, o leo vir ao decima.

    FRUTOS, NOZES E BAGAS. - Frutos, nozes e bagas crescem com abundncia portodas as regies tropicais. Framboesas, amoras silvestres e amoras encontram-se algumas vezesnas elevaes altas nos trpicos. Parecem-se o suficiente com as formas que nos so familiaresem casa para serem reconhecidas. Algumas delas podem ter demasiadas sementes para seremagradveis, mas no lhe faro mal.

    Nas nozes tropicais silvestres incluem-se o coco, a castanha-de-caju e a amndoa tropical.Castanha-de-caju. - Esta castanha d-se em climas tropicais numa rvore ramalhuda e

    sempre verde que atinge os 12 m de altura. As folhas tm, normalmente, 20 cm de comprimentopor 10 cm de largura. As flores so cor-de-rosa-amareladas. 0 fruto grosso, em forma de pra,carnudo e vermelho, ou amarelo quando maduro, com uma castanha em forma de rim crescendo

    na extremidade. Esta castanha encerra uma semente que comestvel quando assada. 0 invlucroverde que rodeia a castanha contm um veneno irritante que provoca bolhas nos olhos e nalngua, tal como a hera venenosa. Este veneno destrudo durante a assadura. Deve ter-se cuidadodurante a assadura ou a cozedura de castanha-de-caju porque o vapor ou o fumo pode provocarcegueira temporria ou permanente 16.

    Amndoa tropical. A amendoeira indiana ou tropical est muito espalhada em todos osterritrios tropicais e encontra-se em campos abandonados, hortas, ao longo das bermas dasestradas e nas costas martimas arenosas. As sementes comestveis ou amndoas crescendo notopo dos ramos esto rodeadas por uma cobertura esponjosa parecida com uma casca com 3 cm a7,5 cm de comprimento. Estas amndoas tm o sabor e a consistncia da amndoa.

    Os frutos fornecem, talvez, a mais completa fonte de alimento nos trpicos. Os que seencontram em abundncia incluem as bananas e as bananas-de-so-tom, papaias, a fruta-de-bael,

    os figos silvestres, a fruta-po e o jambo17

    .Banana e bananas-de-so-tom. - Encontram-se em todas as regies tropicais esubtropicais. As bananas maduras, tal como as encontramos nos mercados, raramente aparecemna bananeira porque as aves, os morcegos, os insectos e outros seres as apanham antes. Asbananas-de-so-tom so geralmente verde-escuras, castanhas, amarelas ou alaranjadas e parecembananas verdes. As bananas verdes so comestveis quando cozinhadas. Coza-as, frite-as ou asse-as. As bananas-de-so-tom nunca amaciam mesmo quando maduras e tm de ser cozidas ouassadas. Os botes florais e as tenras pontas em crescimento na parte superior do caule de ambasas espcies so tambm comestveis. As bananas maduras podem ser conservadas se as cortarem fatias e as secar ao sol. Os rebentos tenros, as partes moles do interior da raiz grossa e o miolotenro da base do caule podem ser comidos ao natural ou cozidos. Nenhuma banana silvestre venenosa.

    As folhas das bananeiras so resistentes. Use-as como pratos, como substituto de papel deembrulho e para tapar os materiais.

    Papaia. - Esta rvore cresce em todos os territrios tropicais, especialmente nas zonashmidas. Encontra-se em redor de clareiras e antigas habitaes e tambm em lugares abertos eensolarados em zonas de selva desabitada. A rvore da papaia tem cerca de 1,80 m a 6 m dealtura, com um tronco mole e oco que quebrar sob o nosso peso se tentarmos trepar por ela. 0tronco rugoso e as folhas aglomeram-se no topo.

    16 0 fruto carnudo tambm comestvel, fornecendo, quando maduro, uma bebida agradvel.17 Fruto do jambeiro, rvore da ndia e do Brasil.

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    Fig. 7-6 Amndoas comestveis

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    O fruto, amarelo ou esverdeado, cresce entre e debaixo da folhas, directamente agarrado aotronco, e tem a forma de abbora. rico em vitamina C e pode ser comido ao natural oucozinhado. A seiva leitosa do fruto verde um bom amaciador da carne, se esfregada nela. Eviteo contacto deste suco com os olhos - causar dor violenta e cegueira temporria ou mesmopermanente. As folhas, flores e caules da papaia nova so tambm comestveis. Coza-ascuidadosamente mude-lhes a gua pelo menos duas vezes.

    Fruta-de-bael. - Este fruto cresce em pequenas rvores tipo citrinos e aparentada comas laranjas, limes e toranjas. Encontra-se em estado selvagem nas regies da ndia que bordejama cordilheira do Himalaia, no Centro e no Sul da ndia e em Burma. A rvore tem 2,40 m a 4,5 mde altura, tem um desenvolvimento compacto, espinhosa e o fruto tem 5 cm a 10 cm dedimetro, cinzento ou amarelado e cheio de pevides. Coma o fruto quando estiver a amadurecerou misture o suco em gua para fazer uma bebida acre mas refrescante. Tal como os outroscitrinos, este fruto rico em vitamina C.

    Figo bravo. - A maior parte das oitocentas variedades de figueiras-bravas crescem naszonas tropicais e subtropicais com chuvas abundantes. Na Amrica, contudo, existem algumas

    espcies que se do no deserto. As rvores tm folha persistente, larga e rija. Procure nas hortasabandonadas, ao longo das estradas e trilhos e nos campos uma rvore com longas razes areascrescendo do tronco e dos ramos.Depois de ter identificado a rvore, procure o fruto, que crescedirectamente agarrado aos ramos e se parece com uma pra. Muitas das variedades so duras elenhosas, coberta de plos irritantes. Estas no tm interesse como alimento de sobrevivncia. 0tipo comestvel macio quando maduro, quase careca e de cor verde, vermelha ou preta.

    Fruta-po. - A fruta-po uma rvore tropical vulgar. Cresce at 12 m de altura, comfolhas rijas de 30 cm a 90 cm de comprimento. A fruta deliciosa quando madura e pode sercomida ao natural, cozida ou grelhada na brasa. Para a comer ao natural, descasque-a primeiro.Depois retire os pedaos carnudos para os separar das sementes e deite fora a casca dura exterior.Para a cozer, corte-a em pedaos pequenos e coza-os durante dez minutos. Para a grelhar, raspe-ae retire-lhe o pednculo.

    Jambeiro. - Esta rvore nativa da regio indo-malaia, mas tem sido plantada na maiorparte dos outros territrios tropicais. Esta rvore (de 3 m a 9 m de altura) tambm aparece emestado semi-selvagem em matagais cerrados, em terrenos de pousio e em florestas secundrias.Tem folhas pontiagudas com cerca de 20 cm de comprimento e flores verde-claras de 7,5 cm dedimetro. 0 fruto jambo tem 5 cm de dimetro, esverdeado ou amarelo, e tem um odor semelhanteao das rosas. excelente fresco ou cozinhado com mel ou seiva de palmeira.

    SEMENTES E GROS:

    0 arroz;. - 0 arroz cresce em estado selvagem por todo o mundo e encontra-se nostrpicos em terrenos hmidos e baixos. 0 paino, um primo do arroz, encontra-se em territriostemperados, quentes e tropicais. 0 arroz-bravo, cornudo, existe na sia, frica e em algumas

    zonas dos Estados Unidos. uma erva robusta que atinge uma altura de 90 cm a 1,20 m, comfolhas speras e duras em forma de lmina com 2 cm a 5 cm de largura. Os bagos de arrozcrescem dentro de uma casca peluda e cor de palha que os bagos feitos rompem quando maduros.Asse estes bagos de arroz e esmague-os para obter uma farinha fina. Misture-a com leo de palmapara fazer bolos. Embrulhe estes em grandes folhas verdes e leve-os consigo para uso futuro. Oarroz tambm pode ser cozido.

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    Fig. 7-7 Frutos tropicais

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    Fig. 7-7A Frutos tropicais

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    Feijo Goa18. - Esta planta cresce na frica tropical, na sia, nas ndias Orientais, naFilipinas e na Formosa. A vagem comestvel, vulgar nos trpicos, e encontra-se em clareiras eem torno das hortas abandonadas. uma planta trepadora, cobrindo rvores e arbustos, tem umavagem com 22,5 cm de comprimento, as folhas tm 15 cm de comprimento e d flores azuis-brilhantes. 0 fruto desenvolvido tem quatro ngulos com asas entalhadas. Coma o fruto novocomo se fosse feijo-verde; prepare as sementes secando-as ou assando-as sobre carvo quente.Coma as razes ao natural e as folhas novas ao natural ou aferventadas.

    Sorgo. - Cultivado em abundncia na ndia e em partes do Sudeste da sia, Arbia,Egipto e nas partes mais quentes da frica e da Amrica do Sul, esta planta pode ser encontradaem campos abandonados. 0 gro pulverizado e pode ser cozinhado como papas de aveia,transformado em bolos ou usado para engrossar um molho ou uma sopa. Esta planta tem enormevalor alimentar.

    Milho-paino. - 0 paino vulgar d-se na Coreia e no Norte da China, mas cultivadocom abundncia em qualquer parte da sia e na frica, especialmente onde no possvel ocultivo do arroz. 0 milho-paino uma das formas das nossas gramneas vulgares utilizadas na

    alimentao das aves de capoeira.Peixes

    H muito poucos peixes venenosos de guas doces tropicais, mas algumas espcies soperigosas de manusear. Estas incluem os peixes espinhosos tipo peixe-gato, os peixes de grandesdentes, como a piranha e certos peixes elctricos, tais como as enguias-elctricas e o peixe-gato.S o peixe elctrico no pode ser usado na alimentao, com segurana. (Ver a seco Perigosambientais deste capitulo).

    Coma apenas pequenas pores de qualquer peixe. Se no aparecerem sinais de doenavinte minutos depois, pode continuar a com-lo com segurana.

    0 peixe estraga-se rapidamente nos trpicos e deve ser comido rapidamente aps ter sido

    pescado. No coma as entranhas nem as ovas dos peixes tropicais.

    Ao longo das costas tropicais

    Existe uma larga variedade de vida marinha comestvel e perigosa nas e em redor dasguas marinhas e seus tributrios. Para informao sobre a vida marinha nos trpicos, ver ocaptulo X (Sobrevivncia no mar e nas costas).

    ENVENENAR O PEIXE. - Nocapitulo VI fornece-se informao geral sobre pesca.Contudo, nos trpicos, h vrias plantas e outros materiais que os nativos usam para envenenar opeixe. 0 veneno activo nestes venenoso apenas para os animais de sangue frio. Os venenos parapeixe incluem:

    0 arbusto-derris. - Esta trepadeira lenhosa, com flores prpura e vagens, cresce no Sueste

    da sia. Reduza as razes a p e lance-o num curso de gua que tenha sido bloqueado comestacaria a montante e a jusante. Dentro de pouco tempo o peixe envenenado comear a vir tona.

    A barrigtnia. - Esta planta (ver fig. 7-9) encontra-se junto ao mar na Malsia, naIndonsia. nas Filipinas e em certas zonas da Polinsia. Esmague as sementes e atire-as para umcharco ou outra massa de gua semelhante.

    Coral e conchas. - A cal costuma matar o peixe. Queime coral e conchas em conjuntopara obter este veneno para peixe.

    Rs, trites e salamandras. - Estes pequenos animais anfbios habitam em torno da guadoce nos climas quentes e temperados em todo o mundo.

    18 Goa Bean no original. Por falta do nome cientfico da planta, desconhece-se se Goa se refere a uma espcie de

    antlopes do Tibete se ao distrito de Goa, na antiga ndia Portuguesa.

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    Fig. 7-8 Sementes e gros comestveis

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    Pesque rs com um pedao de tecido colorido espetado num anzol atado numa linha enuma vara. Desloque-se cuidadosamente ao longo da margem at ver uma. Agite a negaa emfrente da r. Ela lanar a lngua para engolir a negaa, pensando que se trata de um insecto.

    noite, cae rs com uma lanterna quando puderem ser localizadas pelo coaxar. D-lhesuma paulada ou espete as maiores com um anzol e linha. Coma-as depois de as esfolar.

    Os trites e as salamandras encontram-se debaixo de troncos apodrecidos ou de rochasnas reas onde as rs abundam. Todos eles so comestveis. Contudo, no coma sapos. Os saposadaptaram-se a uma existncia longe da segurana da gua, segregando vrias toxinas pela pele.Alguns deles podem ser comidos com segurana, mas, mesmo assim, tem um sabor horrvel.

    MOLUSCOS. - Incluem invertebrados de gua doce, tais como caracis, castanholas 19 emexilhes. A maior parte dos membros deste grupo so comestveis. Assegure-se, contudo, deque o molusco est fresco e coza-o. Se o comer cru, estar a expor o seu organismo aos parasitas.

    CRUSTCEOS. - Os caranguejos, as lagostas, os lavagantes, os camares e as gambasde gua doce e salgada incluem-se neste grupo. A maior parte deles so comestveis, embora se

    estraguem rapidamente e alguns alberguem parasitas perigosos. Procure-os nos leitos pantanosose debaixo de pedras ou apanhe-os rede em lagunas formadas pelas mars. Os camares de guadoce abundam nos cursos de gua tropicais, especialmente onde as guas so calmas. Nesteslocais, eles trepam pelos ramos ou pela vegetao. Cozinhe as espcies de gua doce; como aonatural as de gua salgada, se o desejar.

    INSECTOS. - Lagartas, gafanhotos, trmites e a maior parte dos outros insectos tmvalor alimentar e so saborosos quando convenientemente preparados. Use-os para garantir umareserva para sopas ou para acrescentar protenas aos estufados.

    RPTEIS. - Cobras, lagartos, jacar e tartarugas so todos eles uma fonte de alimentos.As cobras de gua doce, venenosas e no venenosas, frequentam os lagos e os cursos de gua deguas calmas de margens juncadas de madeiras flutuantes ou ramos pendentes. Embora as cobrasvenenosas sejam comestveis, use de extremas cautelas quando as procurar.

    H apenas dois largartos venenosos no mundo: o monstro-gila e o lagarto-de-colar, que seencontram nas zonas ridas do Sudoeste americano, Mxico e Amrica Central. So perigosos,mas lentos e fceis de evitar, e no devem ser utilizados para comer, a menos que estejadesesperado. Todos os outros lagartos so comestveis e encontram-se muitos nos trpicos. 0processo mais simples de os apanhar com um n corredio feito com um arame fino, cordel oufibra. Lentamente, coloque o n sobre a cabea do lagarto e puxe para apertar. Normalmente, oslagartos mantm-se imveis enquanto decorre a operao.

    Os pequenos jacars e crocodilos tambm so alimentos de sobrevivncia adequados. Osjacars e os crocodilos, entre 30 cm e 1,20 m de comprimento, vivem sozinhos e so fceis delidar se apanhados linha e anzol ou arpoados noite com o auxilio de uma lanterna. Um golpede machado entre os olhos matar estes rpteis instantaneamente. Os jacars e outros rpteis demaiores dimenses devem ser aquecidos chama antes de esfolados, dado que o calor ajuda a

    soltar as placas mais pesadas que lhes cobrem o dorso. Depois de esfolados, separe toda a carnebranca firme e coza-a ou frite-a.

    As tartarugas de gua doce e as tartarugas terrestres so comestveis e encontram-se emtodas as regies, com excepo das regies mais frias do mundo. Abata-as paulada ou cae astartarugas aquticas linha. Tenha cuidado com as qulidras serpentinas 20. Podem sermanuseadas com segurana, levantando-as pelo rabo, mas tome cuidado com as suas mordedurasviolentas. Na Primavera, se encontrar uma tartaruga aqutica em terra, procure localizar-lhe olocal da postura se ela j tiver desovado. Os ovos so nutritivos e - embora por vezes de texturarija- bastante saborosos. Se a tartaruga ainda no efectuou a postura, trar ainda os ovos no seuinterior. Guarde-os para os comer.

    19 Lamelibrnquios do gnero pectnculo.20 Espcie de tartaruga, tambm chamadatartaruga-serpentina , de rabo serrilhado.

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    Fig. 7-9 Plantas usadas para envenenar o peixe

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    Como fazer fogo

    A madeira abundante - mesmo que hmida no exterior, o miolo da madeira morta estarsuficientemente seca para arder. Tambm pode encontrar madeira seca pendente do emaranhadodas trepadeiras ou cadas nos matagais.

    Em territrios de palmeira, poder obter boas acendalhas usando as fibras das bainhas dasfolhas das palmeiras. 0 interior dos ninhos secos das trmites d um bom ignidor.

    Folhas verdes lanadas sobre uma fogueira provocam grande fumarada, que ajudar aafastar os mosquitos.

    Mantenha uma reserva de lenha seca guardando-a no interior do seu abrigo. Seque asacendalhas e o combustvel hmido junto da fogueira para uso futuro.

    Vesturio

    Mantenha o corpo tapado para evitar ser picado pelos mosquitos transmissores da malria

    e por outros bichos, para proteger a pele contra infeces provocadas por golpes de espinhos ouervas aceradas e para evitar queimaduras solares em territrios sem grande cobertura vegetal.

    Siga estas sugestes especficas:1) Use calas compridas e camisas com mangas descidas. Ate as pernas das calasfirmemente roda do cano das botas, ou meta as calas dentro das meias e ate-asfirmemente, ou improvise grevas ou polainas de lona ou de tecido de pra-quedas paramanter as sanguessugas e as carraas afastadas do corpo.2) Vesturio folgado mant-lo- mais fresco.3) Use uma rede mosquiteira em volta da cabea, ou ate uma camisola interior ou umacamisola de manga curta em volta da cabea. Use-a especialmente ao nascer e ao pr doSol.

    4) Em territrios com cobertura vegetal escassa ou em territrios com capim alto, use umcobre-nuca ou improvise uma cobertura para a cabea para o proteger das queimadurassolares e do p. Desloque-se cautelosamente atravs do capim alto; alguns tipos de capimde folha cortante podem reduzir-lhe o vesturio a farrapos.5) Se perder o calado ou se ele se deteriorar, poder improvisar um par de sandliasprticas com um pedao de casca de rvore como solas e um bocado de lona para a partesuperior e para as correias do calcanhar.6) Seque o vesturio antes do cair da noite, para evitar o desconforto do frio.7) Lave diariamente o vesturio, especialmente as meias. As roupas sujas no sapodrecem, mas tambm podem provocar doenas de pele.8) Pendure a roupa depois de a ter despido. Se for deixada no cho, pode apanharformigas, escorpies ou cobras. Verifique sempre o calado e o vesturio antes de o

    vestir, para despistar a presena de tais hspedes.

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    Fig. 7-10 Calado improvisado

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    CAPTULO VIII

    SOBREVIVNCIA EM REAS DESRTICAS

    0 terreno

    As zonas ditas desertos variam desde desertos salgados a desertos de areia. Alguns soestreis de vida animal e vegetal; noutros h capim e matas espinhosas, onde camelos, cobras ouat mesmo carneiros podem retouar o suficiente para viverem. Onde quer que se encontrem, osdesertos so, por norma, locais de extremos extremamente quentes durante o dia, extremamentefrios durante a noite, extremamente pobres em rvores, plantas, lagos e rios. Encontramosdesertos em muitas partes do mundo, os quais correspondem aproximadamente a um quinto dasuperfcie da Terra. Entre as mais bem conhecidas regies desrticas esto o Sara, a Arbia, oGobi e as plancies baixas do Sudoeste dos Estados Unidos.

    Consideraes preliminares

    Um bido de 4,5 litros de gua e um espelho de sinais (ou qualquer outro materialreflector) so os artigos essenciais para a sobrevivncia no deserto. Para alm destes artigos, deveser acrescentado equipamento adicional, segundo a seguinte prioridade:

    Uma bssola, uma lanterna de sinais e gua; Materiais que produzam sombra, vesturio adequado e mais gua; Equipamento de sinalizao extra, ainda mais gua e, finalmente, alguns alimentos.

    Marcha

    Quando decidir deslocar-se, siga estas indicaes:

    1) Viaje apenas depois do pr do Sol, durante a noite ou de manh cedo.2) Dirija-se para a costa, para um itinerrio de marcha conhecido, para uma fonte de guaou para uma rea habitada. Ao longo da costa pode conservar a transpiraohumedecendo o vesturio na gua do mar.3) Siga o itinerrio mais fcil possvel, evitando areias movedias e terreno spero eseguindo trilhos. Nas zonas de dunas de areia siga os fundos duros dos vales entre asdunas ou desloque-se pelas cristas.4)Evite seguir os leitos dos ribeiros para atingir o mar, excepto nas zonas de desertoscosteiros ou nas zonas com grandes rios que corram atravs delas. Na maior parte dos

    desertos, os leitos dos ribeiros e os vales conduzem a bacias fechadas ou lagostemporrios.5) Se possvel, consulte cartas por questes de rigor. As cartas das regies desrticas somuitas vezes imprecisas, dado que o terreno est sempre a mudar.6) No tente viajar quando a visibilidade m. Abrigue-se durante uma tempestade deareia. Marque as direces com uma seta profundamente rasgada no cho, com um montede pedras ou qualquer outra coisa disponvel. Deite-se de lado e de costas para o vento edurma durante a tempestade. Cubra o rosto com um pano. No receie ser soterrado pelaareia; mesmo nas zonas de dunas de areia, so necessrios anos para cobrir um camelomorto. Se possvel, procure abrigo na encosta da colina oposta ao vento.

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    7) Multiplique por trs as distancias estimadas, porquanto a ausncia de referncias dlugar, por vezes, a uma provvel subavaliaco.8) Durante o Vero, quando de face para o Sol, podem aparecer muitas vezes miragens,embora seja difcil generalizar quais as condies em que elas costumam ocorrer e quaisas formas que costumam tomar.

    Abrigo

    Para sobreviver nas zonas desrticas necessrio abrigo contra o sol, o calor e astempestades de areia ocasionais. Dado que geralmente no h materiais disponveis para construirum abrigo, tome nota destes pontos:

    1) Garanta alguma proteco contra o sol cobrindo o corpo com areia. Enterrando-se naareia, reduz tambm a perda de gua. Alguns sobreviventes do deserto referem que apresso da areia d um valioso alivio aos msculos cansados.

    2) Se tiver um pra-quedas ou outro tecido apropriado, cave um buraco e tape-o com ele.Nos desertos rochosos ou onde crescem arbustos tpicos do deserto, arbustos espinhososou tufos de ervas, coloque um pra-quedas ou cobertor sobre as rochas ou sobre osarbustos.3) Use como alpendre ou abrigo qualquer acidente natural ou artificial do deserto - umarvore, rocha, mamoa ou caverna. 0 talude do leito seco de um ribeiro pode fornecerabrigo, mas aps uma fortssima carga de gua o seu lar pode inundar-se subitamente.As margens dos ribeiros ao longo dos leitos secos dos cursos de gua, dos vales e ravinas- so locais particularmente bons para se procurarem grutas.4) Utilize abrigos naturais quando praticvel. Os sobreviventes referiram durante asegunda guerra mundial que mesmo as sepulturas do deserto foram usadas para protecocontra os elementos.

    Perigos ambientais

    Escassez de gua

    A importncia da gua no pode deixar de ser enfatuada. Ela essencial,independentemente de quo adequada seja a sua reserva de alimentos. Nos desertos quentes sonecessrios, pelo menos, 4,5litros de gua por dia. Se a transpirao for controlada e odeslocamento efectuado durante as noites frias do deserto, pode deslocar-se 32 km com esses 4,5litros de gua. Durante as horas de calor poder fazer 16 km. Siga estas instrues para conservara gua:

    1)Mantenha-se completamente vestido. 0 vesturio ajuda a controlar a transpirao,

    impedindo que o suor se evapore demasiado depressa e se perca parte do seu efeitorefrescante. Pode sentir-se mais fresco sem uma camisa, mas transpira-se mais e asqueimaduras solares so possveis.2) No se apresse. Sobreviver mais tempo com menos gua se transpirar pouco.3) No use gua para lavagens, a menos que disponha de um abastecimento certo evolumoso.4) No beba a gua com sofreguido, mas em pequenos goles. Use a gua apenas parahumedecer os lbios, se o suprimento for crtico.5) Mantenha pequenos seixos na boca ou masque ervas como forma de iludir a sede.Evite perdas de gua respirando pelo nariz. No fale.6) Use sal apenas com gua e apenas se tiver um amplo suprimento de gua. 0 salaumenta a sede.

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    COMO LOCALIZAR GUA. - Um mnimo de 4,5 litros de gua por dia difcil deencontrar, a menos que haja um poo ou um osis perto. Dado que os poos so a origem damaior parte da gua dos desertos, a melhor maneira de os localizar viajar ao longo de uma pistausada pelos nativos ou pelos animais. H outras maneiras de localizar gua no deserto. Use estasindicaes:

    1) Ao longo das praias arenosas ou de lagos secos, escave um buraco na primeiradepresso atrs da primeira duna de areia. As guas das chuvas provenientes dosaguaceiros locais renem-se aqui. Pare de cavar quando encontrar areia hmida e deixe agua infiltrar-se. Uma escavao mais profunda pode fornecer gua salgada.2) Escave um poo baixo qualquer que seja o local onde encontre areia hmida.3) Os leitos secos dos ribeiros tm muitas vezes gua imediatamente debaixo dasuperfcie do solo. A gua recolhe ao ponto mais baixo da parte exterior de uma curva docanal medida que o ribeiro seca. Escave ao longo destes leitos para encontrar gua.4) Os habitantes do deserto conhecem muitas vezes a permanncia de charcos superficiais

    em locais baixos. Eles tapam-nos de diversas formas. Por isso procure debaixo de montesde arbustos ou em recantos abrigados, especialmente em territrio semiridos e comarbustos.5) 0 orvalho poder ser uma origem de gua, particularmente em certas regies. Aspedras frias ou qualquer superfcie metlica poder servir como condensador do orvalho.Limpe o orvalho com um pedao de pano e esprema-o. 0 orvalho evapora-se rapidamenteaps o nascer do Sol e deve ser recolhido antes dele. Durante uma orvalhada forte, deverser capaz de recolher cerca de 0,5 litro por hora.6) Procure cisternas ou depsitos naturais, que podem encontrar-se atrs das rochas, embarrancos ou desfiladeiros laterais e debaixo da orla de penhascos. 0 solo prximo destes, muitas vezes, rochoso ou compacto. Na ausncia deste tipo de indicadores, procure asorigens de gua observando os excrementos dos animais.

    7) Observe o voo das aves, particularmente ao nascer e ao pr do Sol. As aves voam emcrculos sobre os buracos com gua nas zonas realmente desrticas. A galinha-brava-das-areias da sia, as cotovias-de-crista e as garas-das-zebras visitam os buracos de guapelo menos uma vez por dia. Os papagaios e os pombos tm de viver ao alcance da gua.8) No deserto de Gobi 1 no dependa das plantas para obter gua. A cabaa silvestre dodeserto pode ser considerada uma origem de gua no Sara. 0 grande cacto-barrica dodeserto americano tambm contm humidade considervel, a qual pode ser espremida dapolpa. Para mais informao sobre os cactos-barrica, veja a seco Como procurargua do capitulo VI (Conhecimentos bsicos de sobrevivncia).9) Algumas plantas do deserto tm as razes prximas da superfcie do solo. A rvore-da-gua australiana, o carvalho-do-deserto e o pau-sangue so alguns exemplos. Puxeestas razes para fora e corte-as em trocos de 60 cm a 90 cm de comprimento. Retire-lhes

    a casca e chupe-lhes a gua.10) Outras das plantas que armazenam gua incluem a rvore-dos-viajantes deMadagscar, a magnlia da frica Ocidental Tropical e o imbondeiro do Norte daAustrlia e da frica.

    Ignore a maior parte das histrias romnticas de poos envenenados. Estas patranhassurgem geralmente devido ao mau sabor da gua que contm sal, soda ou magnsio. As guas dodeserto, devido natureza da sua localizao, so geralmente mais bem filtradas e mais puras queas guas da maior parte das cidades. Contudo, trate a gua. (Ferva-a ou use comprimidos decloro.) Isto particularmente importante nas aldeias nativas e nas proximidades da civilizao.1 Tambm conhecido por Chamo, o grande deserto da Monglia, entre a Sibria e a Manchria.

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    Fig. 8-1 Fontes de gua ocultas no deserto

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    Tempestades de areia

    As tempestades de areia no so um risco srio se usar o senso comum. No viaje duranteuma tempestade de p ou de areia. Deite-se de costas para o vento e tape os olhos. Referencie

    com pedras, com uma fiada de buracos fundos ou com qualquer outro material disponvel adireco que seguia. As tempestades de areia podem alterar a paisagem e obscurecer asreferncias direccionais. No tenha receio de ser enterrado vivo por uma tempestade de areia.As tempestades de areia no so uma ameaa idntica s tempestades de neve batidas pelo vento.

    Lagartos

    Nenhum dos lagartos encontrados seja onde for venenoso, excepto o monstro-gila e olagarto-de-colar, os quais se encontram no Sudoeste americano, na Amrica Central e no Mxico.Devido sua lentido, estes lagartos constituem um perigo pequeno. Vivem ambos apenas emreas desrticas.

    Perigos para a sade

    Desidratao

    No calor do deserto, a sede sozinha no uma indicao suficientemente forte paraindicar qual a quantidade de gua necessria. Se apenas se consumir a gua necessria para matara sede, ainda possvel sofrer de desidratao. Beba bastante gua sempre que exista,especialmente s refeies. Se beber apenas s refeies, tender a desidratar-se entre o espaoque medeia entre elas e, embora se sinta restabelecido aps comer e beber, sentir-se- cansadopor causa da perda de energia por desidratao. Restringir o consumo de gua a 1 litro ou 2 litrospor dia convidar ao desastre (com temperaturas elevadas), dado que pequenas quantidades de

    gua no evitam a desidratao. Racione a transpirao, a gua no.A eficcia perdida por desidratao restabelece-se rapidamente bebendo gua. Adesidratao at 10% do peso do corpo no causa dano permanente. Se tiver 68 kg poder perderat 10,2 kg atravs da transpirao, conquanto beba mais tarde gua suficiente para recuperar. Agua fria costuma causar problemas no estmago quando bebida demasiado depressa. Podersobreviver a uma reduo de 25 % do peso do copo atravs da desidratao se a temperatura do arfor de 30C ou mais fria. Com temperaturas da ordem dos 32OC e superiores, a perda de 15% dopeso do corpo torna-se perigosa.

    Os sintomas da desidratao so, de inicio, sede e desconforto, seguida de tendncia paraabrandar qualquer movimento e da perda do apetite. Com a perda de mais gua ficar sonolento, asua temperatura subir e quando tiver perdido 5 % do peso do corpo comear a sentir-senauseado. Com 6% a 10% de perda de peso, a sintomatologia aumenta por esta ordem: vertigens,

    dores de cabea, dificuldades em respirar, formigueiro nos braos e nas pernas, boca seca, corpoazulado, fala titubeante e indistinta e inicio de incapacidade para andar.

    No h substituto para a gua na preveno da desidratao e na manuteno do bomestado de funcionamento do organismo. 0 lcool, a gua salgada, a gasolina, o sangue ou a urinaapenas aumentam a desidratao. Numa emergncia possvel beber gua salobra (gua comcerca de metade da concentrao de sal da gua do mar) e obter um ganho lquido de humidadepara o corpo. Qualquer liquido contendo uma percentagem mais elevada de sais apenas podeprejudicar o sistema de arrefecimento do organismo.

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    Exposio ao sol

    A exposio ao sol do deserto pode ser perigosa. Pode causar trs tipos de colapso pelocalor:

    Cibras do calor. - 0 primeiro sinal do colapso pelo calor , normalmente, cibras nosmsculos das pernas e do abdmen. Mantenha o paciente em repouso. D-lhe sal dissolvido emgua.

    Exausto pelo calor. - 0 paciente comea por ficar corado, depois empalidece e suafortemente. A pele fica hmida e fria; pode comear a delirar ou ficar inconsciente. Para tratar dopaciente, desloque-o para uma sombra e deite-o em decbito dorsal. D-lhe sal dissolvido emgua - dois comprimidos por cantil de gua.

    Golpe de calor. - 0 golpe de calor pode ocorrer subitamente. 0 resto fica vermelho e apele quente e seca. A transpirao pra. Aparecem dores de cabea violentas; o pulso ficaacelerado e forte. Pode cair-se na inconscincia.

    Trate o paciente arrefecendo-o. Alargue-lhe o vesturio e deite-o de costas sombra, masno em contacto com o solo. Arrefea-o saturando-lhe o vesturio com gua e abanando-o. Noadministre estimulantes.

    0 brilho do Sol

    Embora a areia no seja to brilhante como a neve, a concentrao de luz ultravioleta maior nas regies quentes do mundo e o perigo do brilho solar pode ser igual ao da cegueira daneve. Use as mesmas medidas de proteco contra o brilho do Sol que usaria contra a cegueira naneve (ver o captulo IX). Para proteger os olhos contra as reverberaes solares (brilho directo doSol), no olhe para o Sol e mantenha os olhos na sombra da aba de um chapu ou turbante, comuma extenso para cobrir os lados da cara.

    Alimentos

    Em geral, difcil encontrar alimentos no deserto. A comida, porm, secundria emrelao gua e poder passar sem ela durante vrios dias sem qualquer problema. Racione acomida desde o princpio. No coma nada durante as primeiras vinte e quatro horas e no o faase no tiver gua.

    Animais

    Os animais so raros no deserto. Ratos e lagartos podem ser a sua dieta exclusiva. Nosdesertos encontram-se, por vezes, ungulados, mas difcil aproximarmo-nos deles. Os animais

    mais vulgares no deserto so pequenos roedores (coelhos, ces-da-pradaria 2, ratos), cobras elagartos, os quais se encontram, normalmente, perto de silvados ou gua. Mexa em todos osrpteis com cuidado, dado que algumas espcies do deserto so venenosas. Procure caracisterrestres nas rochas e nos silvados.

    Tambm se encontram algumas aves do deserto. Para as atrair, tente emitir um somproduzido por suco beijando as costas da mo. A galinha-brava, as abetardas, os pelicanos, osalcatrazes e at mesmo os patos tm sido observados sobre alguns lagos dos desertos. Use umaarmadilha iscada ou um anzol e uma ratoeira para as apanhar.

    2 Roedores gregrios das pradarias da Amrica do Norte, de 35 cm de comprimento, corpo arredondado epelagem amarelo-acinzentada. Emitem latidos semelhantes aos dos ces.

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    0 lago ou buraco com gua onde se encontram pelicanos e alcatrazes contm peixe. porcausa destes que as aves l esto. Alm do mais, em quaisquer outras latitudes ridas osaglomerados humanos posicionam-se onde houver guas ricas em peixe.

    Plantas comestveis

    Onde h gua h usualmente plantas. Algumas plantas do deserto parecem secas e poucoapetitosas, mas outras h que so suculentas e comestveis. Experimente todas as partes molesacima do solo - flores, frutos, sementes, rebentos novos e casca. Durante certas estaes podemser encontradas algumas sementes de grama ou vagens nos matagais.

    Estas vagens crescem nas accias, que so muitas vezes espinhosas e semelhantes rvore-da-mesquita 3 ou catclaw do Sudoeste dos Estados Unidos. Todas as ervas socomestveis, mas as que se do nos desertos do Sara e de Gobi no so nem agradveis nemnutritivas. As tmaras podem aparecer nos desertos africanos, no Sudoeste da sia e em algumaszonas da ndia e da China. Experimente qualquer planta que encontre. A seguir vo as descries

    de algumas dasplantas comestveis mais vulgares no deserto.

    MESCAL . - Esta planta 4 aparece na Europa, na frica, na sia, no Mxico e nas ndiasOcidentais. uma planta tpica do deserto, mas tambm cresce em reas tropicais hmidas. 0mescal, quando completamente desenvolvido, tem folhas grossas e duras com pontas robustas eafiadas crescendo em roseta. No centro encontra-se um dnculo que cresce como uma vela paraproduzir um boto floral. Este pednculo ou rebento a parte comestvel. Escolha os cactos quetenham flores no completamente desenvolvidas e asse o rebento. Este contm camadas fibrosascor de melao de sabor doce.

    ABBORA-BRAVA-DO-DESERTO. - Esta planta rastejante desenvolve-se comabundncia no deserto do Sara, na Arbia e na costa sudoeste da ndia e pertence famlia das

    abboras. D um caule rastejante de 2,5 m a 3 m de comprimento e uma abbora que atinge otamanho de uma laranja. As pevides so comestveis, assadas ou cozidas. As flores tambmpodem ser comidas e os pednculos dos rebentos cheios de gua podem ser mascados.

    FIGUEIRA-DO-INFERNO. - Esta planta nativa da Amrica, mas cresce em muitosdesertos e reas de costa, excepto no rctico. Pode ser encontrada no Sudoeste dos EstadosUnidos, no Mxico, na Amrica do Sul e ao longo das costas do Mediterrneo. Tem umpednculo grosso com cerca de 3 cm de dimetro, o qual est cheio de gua. 0 exterior estcoberto com tufos espaados de espinhos muito acerados e a planta d flores vermelhas eamarelas. Esta planta pode ser confundida com outras espcies de plantas do tipo cacto, grossas ecarnudas, especialmente em frica. 0 trovisco da frica parece-se com um cacto, mas contm umsuco leitoso e venenoso. A figueira-do-inferno nunca d suco leitoso. 0 fruto em forma de ovoque cresce no topo do cacto comestvel. Decepe a parte superior do fruto, descasque-o e coma o

    interior. As folhas da figueira-do-inferno tambm so comestveis. Arranque-lhes os espinhos ecorte-as s tiras segundo o comprimento, como se fossem feijo-verde. Coma-as ao natural oucozidas.

    PISTCIA-BRAVA. - H cerca de sete tipos de pistcia-brava nas zonas desrticas ousemidesrticas em redor do Mediterrneo: na sia Menor e no Afeganisto. Algumas das plantasso de folha perene, enquanto as outras perdem a folha na estao fria. As folhas dispem-sealternadamente no tronco e ou tem trs folhas grandes ou numerosas folhinhas. A amndoa durae seca quando madura. Coma-a depois de levemente assada na brasa.

    3 Espcie de alfarrobeira leguminosa.4 um cacto originrio do Mxico

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    Fig. 8-2 Accia de dupla utilidade

    AMENDOEIRA. As amendoeiras-bravas do-se nas zonas semidesrticas do Sul daEuropa, na rea leste do Mediterrneo, no Iro, na Arbia, na China, na Madeira, nos Aores e

    nas Canrias. A amendoeira assemelha-se ao pessegueiro e algumas vezes atinge os 12 m dealtura. O fruto aparece aos cachos por toda a rvore e parece-se com um pssego verde e rugoso,com o miolo (a amndoa) coberta por uma casca grossa, seca e lenhosa. Para extrair a amndoa,separe as duas metades do fruto e parta o tegumento lenhoso que encerra a amndoa comestvel.Colha grandes quantidades de amndoas e guarde-as como reserva alimentar.

    CUIDADOS GERAIS RELATIVOS S PLANTAS DO DESERTO.- Evite todas asplantas do deserto com suco leitoso. Estas plantas costumam causar muita irritao nassuperfcies expostas da pele. Uma exsudao branca escorrendo de um caule partido um aviso.Este suco leitoso venenoso se ingerido.

    Fazer fogo

    Para informao geral sobre como fazer fogo, ver o captulo VI (Conhecimentos bsicosde sobrevivncia).

    Encontram-se folhas de palmeira e combustvel similar nos ou perto dos osis. Em plenodeserto, contudo, aproveite qualquer pedao de vegetao morta que encontre. A bosta seca decamelo poder ser usada quando no houver madeira disponvel.

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    Fig. 8-3 Plantas comestveis do deserto

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    Vesturio

    Para se proteger contra a luz directa do Sol, da evaporao rpida da transpirao e demuitos dos incomodativos insectos do deserto, siga estas instrues:

    1) Mantenha o corpo e a cabea bem cobertos durante o dia. Vista calas compridas ecamisas de manga comprida.2) Use um cobre-nuca para proteger do sol a parte posterior do pescoo.3) Se no tiver culos de sol, faa um binculo de ranhuras com uma tira de panoamarrado volta ou sobre a cabea.4) Se tiver de abandonar alguns artigos de vesturio para aliviar a carga, mantenha osuficiente para proteco contra as noites frias do deserto.5) Use roupa folgada.6) Desaperte a roupa apenas quando sombra. A luz solar reflectida pode causarqueimaduras.

    A proteco dos ps pode significar a diferena entre vida e morte. Os pontos que seseguem so um auxlio:

    1)Mantenha o calado e as meias livres de areia e de insectos, mesmo que seja necessrioparar com frequncia para os limpar.2) Se no tiver botas, faa grevas com qualquer pano disponvel. Para fazer as grevas,corte duas tiras de 8 cm a 10 cm de largo e cerca de 1,2 m de comprimento. Enrole-as emespiral ascendente em torno do cano dos sapatos. Evitar assim a entrada da areia.3) Descalce os sapatos e as meias enquanto descansa sombra. Tenha cuidado ao fazeristo, pois os ps podem inchar, dificultando o calar-se de novo.4) No tente andar descalo. A areia quente provocar-lhe- bolhas nos ps. Um

    deslocamento descalo atravs duma zona salgada ou alagada provoca queimadurasalcalinas.5) Improvise tamancos para proteger os ps enquanto anda pelo acampamento. Preguetiras a peas de madeira e ate-as aos ps. Proteja o peito do p do sol.6) Se houver veculos que possam ser canibalizados, improvise um par de sandliascom as ombreiras de um pneu velho. melhor, contudo, reforar as solas dos sapatoscom tecido forte, se for apenas o estado delas que lhe causa problemas.

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    Fig. 8-4 Proteco da cabea para o deserto

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    CAPTULO IX

    SOBREVIVNCIA EM CLIMAS FRIOS

    0 terreno

    Nas terras rcticas e subrcticas, a paisagem varia muito e inclui, praticamente, todas asgradaes entre picos montanhosos e glaciares e as mais lisas das plancies. As condies dasuperfcie no Vero, quer no rctico, quer no Subrctico, tambm incluem, praticamente, todas asgradaes entre os extremos da mais dura e enrugada das superfcies das mais moles e hmidas.No Inverno, os pntanos, lagos e rios gelados so as grandes vias do Norte.

    No rctico so vulgares temperaturas superiores a 18oC no Vero, excepto nos glaciarese nos mares gelados. No Inverno, as temperaturas chegam a atingir os 57oC negativos e ummximo de 0C. Uma rea ainda mais violenta que o rctico o Subrctico. Os Veres sobreves, com temperaturas que atingem, por vezes, os 38oC. Os Invernos so os mais frios dohemisfrio norte, atingindo os extremos de 51oC negativos e 62C negativos na Amrica do Nortee mesmo temperaturas mais baixas na Sibria. No Inverno, o vento, quando acompanhado detemperaturas baixas, congela rapidamente o homem. 0 chamado vento frio e o efeito dearrefecimento combinado do ar, da temperatura e do vento sobre o corpo aquecido, mais que atemperatura tal como ela registada pelo termmetro. Muitas zonas do Extremo Norte recebemmenos precipitao sob a forma de chuva ou neve que o Sudoeste seco dos Estados Unidos. Aprecipitao mdia anual no Subrctico, excepto prximo das costas, equivalente a 25 cm dechuva, enquanto no rctico geralmente de 12,5 cm ou menos.

    As probabilidades de sobrevivncia nestas zonas de extremos so melhores que pensa. Aatitude adequada vontade de sobreviver e umas quantas precaues elementares aumentar-lhe-o as hipteses. Aprenda a lidar com a natureza e no contra ela.

    Consideraes preliminares

    Um problema constante e imediato a proteco contra o frio. Por isso, deve fazer umafogueira e construir um abrigo to rapidamente quanto possvel.

    Marcha

    0 segredo de um deslocamento com xito nas zonas de clima frio, se for obrigado adeslocar-se, o vesturio de proteco adequado, a alimentao suficiente, o descanso e um passouniforme. Sem vesturio de proteco adequado no possvel sobreviver no frio e ventoextremos do rctico, mesmo com alimentos suficientes e um passo certo. A menos que se esteja

    adequadamente equipado, a melhor atitude no rctico ser procurar abrigo imediatamente,acender uma fogueira e encafuarmo-nos para conservarmos o calor e a energia. Quando ascondies meteorolgicas e de sade permitirem, faa todos os esforos para contactar oshabitantes amigavelmente. Se uma populao local hostil o forar a deslocar-se ou a adoptarmedidas de segurana, as tcnicas de sobrevivncia tm de ser modificadas em conformidade.Avalie os riscos climticos e fsicos e as atitudes hostis e decida qual a que constitui a ameaamais imediata. Quando isolado em territrio amigo, mantenha-se perto da aeronave ou do veculoavariado e prepare-se para fazer sinais para a aeronave de busca e salvamento quando elaaparecer na rea.