manual de projeto de intersecoes versao final

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MANUAL DE PROJETO DE INTERSEES

REVISO Engesur Consultoria e Estudos Tcnicos Ltda EQUIPE TCNICA:Eng Albino Pereira Martins (Responsvel Tcnico) Eng Francisco Jos Robalinho de Barros (Responsvel Tcnico) Eng Jos Luis Mattos de Britto Pereira (Coordenador) Eng Zomar Antonio Trinta (Supervisor) Eng Amarilio Carvalho de Oliveira (Consultor) Eng Annibal Espnola R. Coelho (Consultor) Tc. Marcus Vincius de Azevedo Lima (Tcnico em Informtica) Tc. Alexandre Martins Ramos (Tcnico em Informtica) Tc. Clia de Lima Moraes Rosa (Tcnico em Informtica)

COMISSO DE SUPERVISO:Eng Gabriel de Lucena Stuckert (DNIT / DPP / IPR) Eng Mirandir Dias da Silva (DNIT / DPP / IPR) Eng Jos Carlos Martins Barbosa (DNIT / DPP / IPR) Eng Elias Salomo Nigri (DNIT / DPP / IPR)

COLABORADORES:Eng Carlos Henrique Noronha Eng Hugo Nicodemo Guida Eng Peter John Jaunzems Eng Hugo Sternick (Coordenador-Geral de Desesenvolvimento e Projetos/DPP/DNIT) Eng Eduardo de Souza Costa (Coordenador de Projetos/DPP/DNIT) Eng Marly Iwamoto (SISCON)

Primeira edio Rio de Janeiro, 1969 MT - DNER - INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS

EQUIPE TCNICA:Eng Ivan Paes Leme (DNER / DEP) Eng Maria do Carmo Abreu Jorge (DNER / DEP) Est. Jos Sandoval Bello Pereira (DNER / Seo de Estatstica) Eng Cyro de Oliveira e Silva (DNER / DEP) Eng Amarilio Carvalho de Oliveira (Coordenador) Eng Francisco Mattos de Britto Pereira (DNER / DEP) Eng Moacir Berman (DNER / 7 Distrito)

Brasil. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenao Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodovirias. Manual de projeto de intersees. 2.ed. - Rio de Janeiro, 2005. 528p. (IPR. Publ., 718 ). 1. Rodovias - Intersees - Manuais. I. Srie. II. Ttulo.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

MINISTRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA COORDENAO GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS

Publicao IPR - 718

MANUAL DE PROJETO DE INTERSEES

2 Edio

Rio de Janeiro 2005

MINISTRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA COORDENAO GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS Rodovia Presidente Dutra, Km 163 Vigrio Geral Cep.: 21240-000 Rio de Janeiro RJ Tel /Fax.: (21) 3371-5888 e-mail.: [email protected] TTULO: MANUAL DE PROJETO DE INTERSEES Primeira Edio: 1969 Reviso: DNIT / Engesur Contrato: DNIT / Engesur PG 157/2001-00 Aprovado pela Diretoria Colegiada do DNIT em 19/12/2005

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APRESENTAOO Instituto de Pesquisas Rodovirias (IPR), do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), dando prosseguimento ao Programa de Reviso e Atualizao de Normas e Manuais Tcnicos, vem oferecer comunidade rodoviria brasileira o seu Manual de Projeto de Intersees, fruto da reviso e atualizao do Manual homnimo do DNER, datado de 1969. A presente edio do Manual de Projeto de Intersees tem por objetivo estabelecer conceitos, critrios, mtodos de anlise e instrues especficas, bem como assegurar um tratamento uniforme dos elementos geomtricos do projeto segundo as tcnicas mais avanadas da engenharia rodoviria, reunindo as informaes necessrias para a execuo de projetos de intersees de rodovias. Com base na experincia dos consultores em estudos e projetos de intersees de rodovias rurais e urbanas, procedeu-se padronizao dos valores e critrios ora estabelecidos, consultando as metodologias, sugestes e recomendaes das mais recentes monografias sobre o assunto, especialmente as que constam da publicao A Policy on Geometric Design of Highways and Streets da American Association of State Highway and Transportation Officials AASHTO 2001. Da extensa consulta bibliografia existente destacam-se diversas publicaes do Institute of Transportation Engineers ITE, do Transportation Research Board TRB, particularmente as recomendaes do Highway Capacity Manual HCM 2000 e, tambm, tpicos especficos das Richtlinien fr die Anlage von Strassen RAS 1988/1996 (Normas Alems) e Vgutformning 94 2002 (Normas Suecas). Como os valores e critrios apresentados atualizam, expandem e complementam os manuais anteriores, o IPR, apreciaria receber quaisquer tipo de comentrios, observaes, sugestes e crticas que possam vir e contribuir para o aperfeioamento da tcnica e do estudo da arte dos projetos de intersees rodoviria.

Eng Chequer Jabour Chequer Coordenador do Instituto de Pesquisas RodoviriasEndereo para correspondncia: Instituto de Pesquisas Rodovirias A/C Diviso de Capacitao Tecnolgica Rodovia Presidente Dutra, Km 163, Centro Rodovirio, Vigrio Geral, Rio de Janeiro CEP 21240-000, RJ Tel/Fax: (21) 3371-5888 e-mail: [email protected]

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LISTA DE ILUSTRAESFigura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura 11 Figura 12 Figura 13 Figura 14 Figura 15 Figura 16 Figura 17 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Modelo de fluxograma de trfego em UCP................................................ 42 Volume horrio de trfego ......................................................................... 46 Velocidade dos pedestres em funo da declividade da via ..................... 55 Relao entre densidade e velocidade de pedestres ................................ 55 Fluxos que justificam a implantao de passarelas................................... 57 Foras que atuam sobre um veculo em movimento ................................. 60 Foras atuantes sobre um veculo em curva horizontal............................. 62 Tempo transcorrido e distncia percorrida para um veculo parado atingir velocidade indicada ................................................................................... 66 Distncia percorrida para passar com acelerao normal de velocidade inicial para velocidade alcanada (condies em nvel) .......... 69 Comprimentos de desacelerao para veculos de passeio aproximando de intersees...................................................................... 69 Veculo de projeto VP ................................................................................ 81 Veculo de projeto CO ............................................................................... 81 Veculo de projeto O .................................................................................. 82 Veculo de projeto SR................................................................................ 83 Veculo de projeto RE................................................................................ 84 Interseo tipo gota ................................................................................... 90 Interseo canalizada I.............................................................................. 90 Interseo canalizada II............................................................................. 91 Interseo com sinalizao semafrica ..................................................... 91 Rtula ....................................................................................................... 92 Rtula vazada............................................................................................ 92 Trombeta ................................................................................................... 94 Diamante ................................................................................................... 94 Trevo completo .......................................................................................... 95 Trevo parcial .............................................................................................. 95 Direcional I................................................................................................. 96

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Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51

Direcional II................................................................................................ 96 Semidirecional em laos............................................................................ 97 Giratrio..................................................................................................... 97 Interseo tipo A........................................................................................ 102 Interseo tipo B (Gota)............................................................................. 103 Interseo tipo C (Canalizada) .................................................................. 103 Interseot Tipo G (Rtula Urbana)........................................................... 104 Intersees deslocadas ............................................................................. 104 Distncia mnima em intersees deslocadas ........................................... 105 Intersees tipo D (Rtula) ........................................................................ 106 Interseo tipo F (Interconexo) ................................................................ 107 Mtodo de escolha em funo dos volumes de trfego em rea rural ........................................................................................................... 116 Mtodo de escolha em funo da segurana do trnsito em rea rural ........................................................................................................... 119 Escolha do tipo de interseo interseo de trs ramos (Velocidade Diretriz de 70 km/h)................................................................ 124 Escolha do tipo de interseo interseo de trs ramos (velocidade diretriz de 90 km/h)................................................................. 125 Escolha do tipo de interseo interseo de quatro ramos (velocidade diretriz de 70 km/h)................................................................. 126 Escolha do tipo de interseo interseo de quatro ramos (velocidade diretriz de 90 km/h)................................................................. 127 Grfico indicativo do tipo de interseo em reas urbanas ....................... 132 Escolha do tipo de interconexo em funo dos locais em que se situam ........................................................................................................ 135 Trombeta ................................................................................................... 138 Diamante simples ...................................................................................... 139 Diamante desdobrado ............................................................................... 140 Diamante desdobrado com um sentido de circulao ............................... 141 Trevo completo (Quatro folhas) ................................................................. 142 Trevo completo com vias coletoras - Distribuidoras .................................. 143

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Figura 52 Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 Figura 66 Figura 67 Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76 Figura 77

Trevo parcial (Dois quadrantes)................................................................. 144 Trevo parcial (Quatro quadrantes)............................................................. 145 Semidirecional ........................................................................................... 146 Giratrio..................................................................................................... 147 Variveis de trfego na rea de influncia dos terminais .......................... 149 Manobras de entrecruzamento .................................................................. 155 Sees de entrecruzamento...................................................................... 156 Tipos bsicos de movimento ..................................................................... 163 Tipos de conflitos nas intersees............................................................. 164 Intersees de trs ramos (T).................................................................... 166 Intersees de trs ramos (T).................................................................... 167 Intersees de trs ramos (T).................................................................... 168 Intersees de quatro ramos .................................................................... 172 Intersees de quatro ramos .................................................................... 173 Intersees de quatro ramos .................................................................... 174 Intersees de quatro ramos (Controle por semforos) ......................... 175 Intersees de quatro ramos (Controle por semforos) ......................... 176 Intersees de ramos mltiplos ................................................................. 177 Pontos de conflito na interseo de quatro ramos e na rtula com uma faixa de trfego .................................................................................. 179 Elementos de projeto de uma rtula moderna........................................... 184 Rtula com deflexo do trfego garantida pela ilha central ....................... 186 Tipos de rtula moderna............................................................................ 187 Curvas sucessivas nas aproximaes das rtulas em vias rurais de alta velocidade...................................................................................... 191 Fluxos de trfego em uma rtula moderna ................................................ 193 Capacidade das entradas na rtula ........................................................... 196 Fator de reduo (fi) para considerar a influncia da travessia de pedestres de uma entrada com uma faixa de trfego a uma rtula com uma faixa de trfego ................................................................ 197

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Figura 78

Fator de reduo (fi) para considerar a influncia da travessia de pedestres de uma entrada com duas faixas de trfego a uma rtula com duas faixas de trfego.............................................................. 197 Tempo mdio de espera............................................................................ 199 Mtodos de realinhamento ........................................................................ 205 Efeito dos alinhamentos das aproximaes nos ndices de acidentes ...... 208 Ajuste no perfil para prover informao visual antecipada da interseo .. 209 Alargamento de pista para canalizao..................................................... 209 Tringulo de visibilidade para o trfego em movimento............................. 211 Tringulo de visibilidade para o trfego parado ......................................... 211 Tringulo de visibilidade em intersees esconsas ................................... 230 Projeto mnimo para veculos do tipo CO (Converso de 90) .................. 237 Projeto de curvas de trs centros para veculos do tipo SR ...................... 238 Condies mnimas de projeto para pistas de converso (Converso 90) ......................................................................................................... 241 Relao entre a velocidade e o coeficiente de atrito nas curvas das intersees ................................................................................................ 243 Raios mnimos para curvas em intersees .............................................. 245 Emprego de curvas simples, compostas e de transio nas pistas de converso ............................................................................................. 248 Transferncia das trajetrias de giro do gabarito do veculo de projeto para a planta.................................................................................. 252 Desenvolvimento da canalizao para ajustes s trajetrias de giro........................................................................................................ 253 Faixas de mudanas de velocidade........................................................... 256 Tipos de faixa de mudana de velocidade................................................. 258 Desenvolvimento das faixas de mudana de velocidade do tipo taper nas terminais em curva.............................................................. 264 Desenvolvimento das faixas de mudana de velocidade do tipo paralelo nos terminais em curva ......................................................... 265 Grficos indicativos dos volumes de trfego que tornam necessria a adoo de faixa de giro esquerda nas intersees no semaforizadas em rodovias de quatro faixas ........................................... 271

Figura 79 Figura 80 Figura 81 Figura 82 Figura 83 Figura 84 Figura 85 Figura 86 Figura 87 Figura 88 Figura 89 Figura 90 Figura 91 Figura 92 Figura 93 Figura 94 Figura 95 Figura 96 Figura 97 Figura 98 Figura 99

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Figura 100 Figura 101 Figura 102 Figura 103 Figura 104 Figura 105 Figura 106 Figura 107 Figura 108 Figura 109 Figura 110 Figura 111 Figura 112 Figura 113 Figura 114 Figura 115 Figura 116 Figura 117 Figura 118 Figura 119 Figura 120 Figura 121

Exemplo de obstruo de visibilidade causada por veculos girando esquerda (Faixas de giro esquerda convencionais) ............................ 273 Faixas de giro esquerda deslocadas ...................................................... 274 Projeto de taper para faixas de giro esquerda (Condies mnimas)................................................................................. 278 Extremidades dos canteiros separadores adjacentes s faixas de giro esquerda.......................................................................................... 282 Medidas da diferena algbrica mxima ................................................... 286 Desenvolvimento da superelevao nos terminais de converso (Curva de sada em um trecho em tangente) ............................................ 290 Desenvolvimento da superelevao nos terminais de converso (Rodovia e pista de sada com o mesmo sentido da curvatura) ................ 291 Desenvolvimento da superelevao nos terminais de converso (Curva de sentidos opostos na rodovia e na pista de sada) ..................... 292 Desenvolvimento da superelevao nos terminais de converso (Projeto com faixa de desacelerao do tipo paralelo) .............................. 293 Comprimentos das curvas verticais convexas (Condies mnimas) ........ 299 Comprimentos das curvas verticais convexas (Condies desejveis) ............................................................................. 300 Comprimentos das curvas verticais convexas (Condies mnimas) ....... 301 Comprimentos das curvas verticais cncavas (Condies desejveis) ............................................................................. 302 Elementos da curva vertical composta convexa ........................................ 304 Elementos da curva vertical composta cncava ........................................ 311 Distncia de visibilidade com recuo do observador em relao do PCV ...................................................................................................... 313 Hipteses considerando o posicionamento do observador e do objeto (Curvas compostas cncavas)........................................................ 314 Limitao dos pontos de conflito............................................................... 332 Eliminao da complexidade de conflitos .................................................. 333 Limitao da freqncia de conflitos.......................................................... 334 Limitao de severidade de conflitos......................................................... 335 Movimentos indesejveis ou incorretos devem ser desencorajados ou proibidos por meio de canalizao ............................................................ 338

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Figura 122 Figura 123 Figura 124 Figura 125 Figura 126 Figura 127 Figura 128 Figura 129 Figura 130 Figura 131 Figura 132 Figura 133 Figura 134 Figura 135 Figura 136 Figura 137 Figura 138 Figura 139 Figura 140 Figura 141 Figura 142

Trajetrias adequadas devem ser definidas claramente pelos elementos de canalizao ......................................................................... 340 Velocidades adequadas e seguras devem ser encorajadas na elaborao no projeto da interseo.......................................................... 342 O projeto da interseo, sempre que possvel, deve separar os pontos de conflito ....................................................................................................... 344 As correntes de trfego devem cruzar os ngulos prximos de 90 graus e devem se incorporar com ngulos pequenos ............................... 346 O projeto de interseo deve priorizar os movimentos das correntes principais de trfego .................................................................................. 348 O projeto de interseo deve facilitar o funcionamento do sistema de controle de trfego................................................................................ 350 Veculos em processo de desacelerao, lentos ou parados, devem ficar fora das faixas de trfego de alta velocidade..................................... 352 Detalhes de projeto das ilhas com meios-fios (reas urbanas) ................. 356 Detalhes de projeto das ilhas com meios-fios (reas rurais)..................... 357 Tipos gerais de ilhas divisrias .................................................................. 358 Detalhes de projeto de ilhas divisrias ...................................................... 360 Dimenses mnimas de aberturas do canteiro central para veculos do tipo CO (raio de controle de 15m)......................................................... 367 Dimenses tpicas de aberturas do canteiro central com bordos em forma de ogiva ........................................................................................... 369 Interseo de quatro ramos com faixas de acelerao no canteiro central........................................................................................................ 371 Nmero mdio de acidentes por ano relacionado com o volume de trfego de intersees em rodovias de pista dupla.................................... 374 Nmero de acidentes por ano em funo da largura do canteiro central para intersees rurais de quatro ramos ....................................... 375 Dimenses mnimas do canteiro central para retornos em U.................. 381 Tipos especiais de retorno para canteiros centrais estreitos ..................... 385 Greide mximo no cruzamento rodoferrovirio.......................................... 389 Veculo que se move para atravessar a ferrovia em segurana ou parar a tempo antes da travessia (Caso A) ............................................... 391 Veculo que se move da posio parado para atravessar a ferrovia (Caso B) .................................................................................................... 393

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Figura 143 Figura 144 Figura 145 Figura 146 Figura 147 Figura 148 Figura 149 Figura 150 Figura 151 Figura 152 Figura 153 Figura 154 Figura 155 Figura 156 Figura 157 Figura 158 Figura 159 Figura 160 Figura 161 Figura 162 Figura 163 Figura 164 Figura 165 Figura 166 Figura 167 Figura 168 Figura 169

Cruzamentos ferrovirios prximos s intersees ................................... 395 Faixas de espera no cruzamento rodoferrovirio ...................................... 398 Distncias mnimas laterais para passagens inferiores de vias importantes ................................................................................................ 410 Tipos de interconexes.............................................................................. 414 Tipos de ramos .......................................................................................... 416 Interconexes em T e Y........................................................................ 418 Interconexes em T e Y com mltiplas obras-de-arte........................... 419 Diamante convencional ............................................................................. 420 Diamante desdobrado ............................................................................... 421 Diamante em ramos cruzados ................................................................... 422 Diamante em trs nveis ............................................................................ 423 Tipos de trevo completo ............................................................................ 426 Tipos de trevo parcial ................................................................................ 428 Tipos de interconexes direcionais............................................................ 430 Tipos de interconexes semidirecionais .................................................... 431 Tipos de giratrios ..................................................................................... 433 Arranjos de sadas entre interconexes sucessivas .................................. 435 Rodovia secundria funcionando como coletora distribuidora da rodovia principal......................................................................................... 436 Exemplos de obedincia e desobedincia ao princpio de continuidade de rotas ................................................................................ 438 Exemplos de balanceamento de faixas ..................................................... 441 Coordenao entre balanceamento de faixas e nmero bsico de faixas ......................................................................................................... 442 Reduo tpica de faia nos ramos de sada............................................... 444 Mtodos alternativos de eliminao de faixas auxiliares ........................... 445 Trechos de entrecruzamentos ................................................................... 446 Caractersticas de sadas simples e duplas............................................... 449 Distncias mnimas recomendadas entre terminais sucessivos (m).......... 451 Formas especficas dos ramos .................................................................. 454

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Figura 170 Figura 171 Figura 172 Figura 173 Figura 174 Figura 175 Figura 176 Figura 177 Figura 178 Figura 179 Figura 180 Figura 181 Figura 182 Figura 183 Figura 184 Figura 185 Figura 186 Figura 187 Figura 188 Figura 189 Figura 190 Figura 191 Figura 192 Figura 193

Distncia de visibilidade exigvel para interconexes em diamante no sinalizadas .......................................................................................... 460 Afastamento lateral de obstculo em curvas (Distncia mnima de visibilidade de parada)............................................................................... 465 Afastamento lateral de obstculo em curavas (Distncia mnima de visibilidade de parada).......................................................................... 466 Afastamento lateral de obstculo em curvas (Distncia de visibilidade de parada desejvel)............................................................... 467 Detalhe do terminal de entrada ................................................................. 469 Detalhes dos terminais de sada................................................................ 471 Terminais de entrada com uma faixa......................................................... 473 Terminais de sada com uma faixa ............................................................ 476 Terminais de entrada com duas faixas ...................................................... 481 Terminais de sada com duas faixas ......................................................... 482 Tipo de ilhas divisrias .............................................................................. 485 Giros simultneos dos veculos junto s gotas .......................................... 486 Visibilidade das gotas ................................................................................ 487 Posicionamento das gotas em curva ......................................................... 488 Projeto de gota em local de greide acentuado .......................................... 489 Intersees com ngulos de = 70 a 110 .............................................. 490 Intersees com ngulos < 70 .............................................................. 491 Intersees com ngulos < 110 ............................................................ 492 Intersees com ngulos = 70 a 110 ................................................... 494 Distncia paralela ao eixo da rodovia secundria .................................. 495 Raio do bordo interno para os giros esquerda........................................ 495 Intersees com ngulos < 70 .............................................................. 497 Intersees com ngulos > 110 ............................................................ 499 Exemplos da integrao dos greides das vias secundrias e reas rurais.......................................................................................................... 501

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LISTA DE TABELASTabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Tabela 11 Tabela 12 Tabela 13 Tabela 14 Tabela 15 Tabela 16 Tabela 17 Tabela 18 Tabela 19 Tabela 20 Tabela 21 Tabela 22 Tabela 23 Valores relativos das passagens de pedestres (%) ................................... 56 Critrios para sinalizao semafrica de travessias de pedestres................................................................................................... 59 Evoluo da frota de veculos (103 veculos) ............................................. 75 Distribuio dos automveis e veculos comerciais leves ( ano 2002 ) ..... 76 Evoluo da frota de caminhes por tipo de veculo ................................. 77 Principais dimenses bsicas dos veculos de projeto (em metros).......... 80 Parmetros para interseo com trs ramos............................................. 105 Parmetros para interseo com quatro ramos......................................... 110 Mdia de reduo de acidentes passando do tipo A para os tipos B e C ............................................................................................................. 113 Reduo de acidentes com a interseo de quatro ramos deslocada....... 113 Capacidade aproximada dos ramos .......................................................... 150 Valores de capacidade nas reas de convergncia .................................. 152 Valores da capacidade nas reas de divergncia ..................................... 154 Velocidades de projeto das rtulas convencionais .................................... 180 Comprimentos mnimos dos trechos de entrecruzamento das rtulas convencionais ............................................................................................ 181 Diferena algbrica mxima para as inclinaes transversais nas196 rtulas convencionais ................................................................................ 182 Matriz de origem origem/destino................................................................ 193 Fatores de equivalncia em unidades de carros de passeio (UCP) .......... 194 Nveis de servio em funo dos tempos de espera ................................. 200 Determinao dos nveis de servio de uma rtula moderna .................... 202 Distncias no tringulo de visibilidade Caso A Intersees sem controle .............................................................................................. 213 Fatores de ajustamento para as distncias de visibilidade em funo do greide da aproximao ......................................................................... 214 Intervalos de tempo aceitos para giros esquerda ................................... 215

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Tabela 24

Distncias de visibilidade em intersees controladas pela sinalizao Parada Obrigatria Caso B1 Giro esquerda a partir da rodovia secundria ............................................................................... 216 Intervalos aceitos para giros direita e travessias ................................... 217 Distncias de visibilidade (b) em intersees controladas pela sinalizao Parada Obrigatria Casos B2 e B3 Giro direita ou travessia a partir da rodovia secundria ............................................... 218 Distncias percorridas ao longo da rodovia secundria em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia Caso C1 Travessia a partir da rodovia secundria................................................... 220 Tempos de percurso na rodovia secundria e tempos de travessia da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria ....... 221 Distncias de visibilidade ao longo da na rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria para carros de passeio (VP) ...................................................................... 222 Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria para caminhes e nibus (CO) .................................................................. 223 Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria para nibus longos (O) .............................................................................. 224 Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria para semi-reboques (SR) .......................................................................... 225 Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C1 - Travessia a partir da rodovia secundria para semi-reboques (RE) .......................................................................... 226 Intervalos aceitos para giros direita e esquerda .................................. 227 Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao D a Preferncia - Caso C2 Giro esquerda ou direita a partir da rodovia secundria .................................................................................... 227 Intervalos aceitos para giros esquerda da rodovia principal ................... 228

Tabela 25 Tabela 26

Tabela 27

Tabela 28

Tabela 29

Tabela 30

Tabela 31

Tabela 32

Tabela 33

Tabela 34 Tabela 35

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Tabela 37

Distncias de visibilidade ao longo da rodovia principal em intersees controladas pela sinalizao Parada Obrigatria _ Caso E Giros esquerda a partir da rodovia principal..................................... 229 Distncia de visibilidade de parada (m) ..................................................... 232 Raios mnimos para bordos de pistas de converso ................................. 236 Condies mnimas de projeto para pistas de converso ......................... 240 Raios mnimos para curvas em intersees .............................................. 244 Comprimento mnimo das espirais nas curvas de converso.................... 246 Comprimentos mnimos dos arcos circulares para curvas compostas, quando o primeiro raio o dobro do segundo ........................................... 247 Condies de trfego para determinao de largura de pista ................... 250 Largura das pistas de converso (m) ........................................................ 251 Largura do acostamento ou espao lateral equivalente ............................ 254 Comprimentos do taper nas faixas de mudana de velocidade ................ 259 Comprimentos das faixas de mudana de velocidade............................... 262 Fatores de ajustamento para as faixas de mudanas de velocidade em funo do greide .................................................................................. 263 Reduo de acidentes nas intersees com faixas de giro esquerda .... 268 Orientao para adoo de faixas de giro esquerda em rodovias de pistas simples ............................................................................................ 270 Comprimentos mnimos de desacelerao para faixas de giro esquerda.................................................................................................... 279 Comprimentos das faixas de armazenamento .......................................... 280 Taxas de superelevao para curvas em intersees (%) ........................ 284 Variao mxima da superelevao em 20m nas curvas das intersees ............................................................................................... 285 Diferena algbrica mxima para as inclinaes transversais em intersees ................................................................................................ 287 Valores de K segundo acelerao centrfuga admissvel (m).................... 295 Valores de K segundo distncia de visibilidade parada............................. 298 Distncia de visibilidade noturna (Curvas cncavas)................................. 318 Distncia de visibilidade diurna (Curvas convexas)................................... 322 Distncia de visibilidade noturna (Curvas convexas)................................. 326

Tabela 38 Tabela 39 Tabela 40 Tabela 41 Tabela 42 Tabela 43 Tabela 44 Tabela 45 Tabela 46 Tabela 47 Tabela 48 Tabela 49 Tabela 50 Tabela 51 Tabela 52 Tabela 53 Tabela 54 Tabela 55 Tabela 56 Tabela 57 Tabela 58 Tabela 59 Tabela 60 Tabela 61

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Tabela 62 Tabela 63 Tabela 64 Tabela 65 Tabela 66 Tabela 67 Tabela 68 Tabela 69 Tabela 70 Tabela 71 Tabela 72 Tabela 73 Tabela 74 Tabela 75 Tabela 76 Tabela 77 Tabela 78 Tabela 79 Tabela 80

Raios mnimos de controle para veculos de projeto ................................. 364 Dimenses das aberturas dos canteiros centrais ...................................... 366 Larguras recomendadas para o canteiro central ....................................... 377 Dimenses mnimas para retornos em U ................................................ 383 Curvas compostas tricentradas para projeto de retornos .......................... 383 Distncias para variao de 0,30m na elevao no bordo externo da rodovia em relao ao bordo interno ........................................................ 388 Distncia de visibilidade nos cruzamentos rodoferrovirios ...................... 394 Comprimentos dos trechos de chegada das faixas de espera (Ld) ........... 399 Comprimentos dos trechos de sada das faixas de espera (La)................ 399 Velocidade de projeto para ramos de interconexes................................. 453 Valores dos raios mnimos para ramos de interconexes (m)................... 456 Rampas mximas para ramos (Critrio geral) ........................................... 458 Afastamentos mnimos dos obstculos fixos em trechos em tangente...... 464 Gabarito vertical......................................................................................... 468 Comprimento mnimo do taper de transio ............................................. 470 Comprimento do trecho efetivo de acelerao La (m) ............................ 478 Comprimento do percurso aguardando intervalo no fluxo (Lg).................. 478 Comprimento do trecho efetivo de desacelerao La (m) ...................... 478 Eqivalncia em carros de passeio (UCP) ................................................ 512

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SUMRIOAPRESENTAO .............................................................................................................03 LISTA DE ILUSTRAES.................................................................................................05 Capitulo 1.INTRODUO..................................................................................................21 Capitulo 2.DEFINIES ...................................................................................................25 Capitulo 3.PROCEDIMENTOS BSICOS PARA O PROJETO DE INTERSEES ........37 3.1 3.2 3.3 3.4 Conceitos Bsicos..............................................................................39 Consideraes Gerais de Projeto ......................................................39 Dados Bsicos ...................................................................................40 Volume Horrio de Projeto (VHP) ......................................................45

Capitulo 4. CARACTERSTICAS DOS MOTORISTAS, PEDESTRES E VECULOS............................................................................49 4.1 4.2 4.3 Motoristas ..........................................................................................51 Pedestres ...........................................................................................53 Veculos .............................................................................................59

Capitulo 5. VECULOS DE PROJETO..............................................................................71 5.1 5.2 5.3 5.4 Influncia nos Elementos do Projeto..................................................73 Frota Circulante .................................................................................74 Caractersticas dos Veculos e Tendncias .......................................78 Legislao Relativa s Dimenses e Peso de Veculos.....................78

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5.5 5.6

Veculos Tipo .....................................................................................79 Escolha do Veculo de Projeto ...........................................................85

Captulo 6. CLASSIFICAO DAS INTERSEES ........................................................87 6.1 6.2 Intersees em Nvel..........................................................................89 Intersees em Nveis Diferentes.......................................................93

Capitulo 7. CRITRIOS PARA DETERMINAO DO TIPO DE INTERSEO.......... 99 7.1 7.2 7.3 7.4 Critrios para Enquadramento nos Tipos Bsicos ....................... 101 Critrios para Seleo do Tipo de Interconexo ............................. 133 Critrios Comparativos de Seleo................................................. 136 Anlise da Capacidade Operacional do Projeto.............................. 148

Capitulo 8. INTERSEES EM NVEL ......................................................................... 159 8.1 8.2 8.3 8.4 8.5 8.6 8.7 8.8 8.9 8.10 Consideraes Gerais..................................................................... 161 Tipos de Movimentos ...................................................................... 162 Tipos de Intersees em Nvel........................................................ 165 Alinhamentos .................................................................................. 203 Elementos do Projeto...................................................................... 210 Canalizao .................................................................................... 330 Ilhas ............................................................................................... 353 Canteiro Central ............................................................................. 362 Retornos ......................................................................................... 378 Cruzamento Rodoferrovirio ........................................................... 387

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Capitulo 9. INTERSEES EM NVEIS DIFERENTES ................................................ 401 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 Consideraes Gerais..................................................................... 403 Estruturas de Separao dos Greides ........................................... 407 Tipos de Interconexes................................................................... 413 Controles Gerais de Projeto ............................................................ 434 Elementos do Projeto...................................................................... 452

APNDICE ..................................................................................................................... 483 Apndice A. Apndice B. Projetos de Gotas em Rodovias Secundrias ........................................ 485 Programas de Distncia de Visibilidade na Concordncia Vertical..................................................................................................... 503 Determinao do Nvel de Servio de uma Rtula Moderna ................... 506 Comparao entre os Mtodos Novos e Antigos das Normas Suecas para Determinao dos Tipos de Intersees ................................................. 508

Apndice C. Apndice D.

BIBLIOGRAFIA............................................................................................................... 521

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INTRODUO

O presente Manual de Projeto de Intersees tem por objetivo estabelecer conceitos, critrios, mtodos de anlise e instrues especficas, bem como assegurar um tratamento uniforme dos elementos geomtricos do projeto segundo as tcnicas mais avanadas da engenharia rodoviria, reunindo as informaes necessrias para a execuo de projetos de intersees de rodovias rurais. Os valores e critrios bsicos apresentados atualizam, expandem e complementam os manuais anteriores feitos pelo Instituto de Pesquisas Rodovirias IPR/DNER: o Manual de Projeto de Intersees, elaborado h mais de trs dcadas (1969) e o Manual de Projeto de Engenharia Rodoviria, de 1974, cujo captulo dedicado especificamente ao projeto de intersees trata o assunto de forma mais completa, constituindo uma reviso, atualizao e ampliao do manual anterior. Com base na experincia dos consultores em estudos e projetos de intersees de rodovias rurais e urbanas, procedeu-se padronizao dos valores e critrios ora estabelecidos, consultando as metodologias, sugestes e recomendaes das mais recentes monografias sobre o assunto, especialmente as que constam da publicao A Policy on Geometric Design of Highways and Streets da American Association of State Highway and Transportation Officials AASHTO 2001. Da extensa consulta bibliografia existente destacam-se diversas publicaes do Institute of Transportation Engineers ITE, do Transportation Research Board TRB, particularmente as recomendaes do Highway Capacity Manual HCM 2000 e, tambm, tpicos especficos das Richtlinien fr die Anlage von Strassen RAS 1988/1996 (Normas Alems) e Vgutformning 94 2002 (Normas Suecas). Cumpre ressaltar que apesar deste Manual ser bastante abrangente e detalhado, estar fundamentado em elementos bsicos nacionais para fixao de caractersticas tcnicas, e nos conceitos e recomendaes de rgos rodovirios internacionais dos mais respeitados, ressentese da necessidade de estudos de campo, levantamentos estatsticos e trabalhos de pesquisa, para obteno de parmetros locais que reflitam melhor as condies brasileiras. O trabalho foi dividido nos seguintes captulos:

Introduo Definies Procedimentos Bsicos para o Projeto de Intersees

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Caractersticas dos Motoristas, Pedestres e Veculos Veculos de Projeto Classificao das Intersees Critrios para Determinao do Tipo de Interseo Intersees em Nvel Intersees em Nveis Diferentes

O Captulo 1 constitudo pela presente Introduo. O Captulo 2 contm definies dos principais termos e expresses empregados nos projetos de intersees. O Captulo 3 apresenta conceitos e consideraes gerais de projeto e dados bsicos necessrios. O Captulo 4 trata das caractersticas fundamentais dos motoristas, pedestres e veculos. O Captulo 5 define e detalha os Veculos Tipo a considerar no projeto, funo da frota em circulao e suas tendncias e da legislao relativa s dimenses e pesos dos veculos. O Captulo 6 procede classificao das intersees em dois grandes grupos: intersees em nvel e em mais de um nvel, e relaciona os tipos usuais de solues. O Captulo 7 fornece critrios para determinao do tipo de interseo, a partir do enquadramento nos tipos bsicos. Inclui tambm orientao para anlise da capacidade operacional do projeto. O Captulo 8 trata das Intersees em Nvel, compreendendo a anlise dos movimentos e conflitos, tipos de solues, caractersticas dos alinhamentos horizontal e vertical, elementos do projeto, canalizao, ilhas, canteiro central, retornos e cruzamentos rodoferrovirios. O Captulo 9 trata das Intersees em Nveis Diferentes, analisando as estruturas de separao de greides, os tipos de interconexes, os controles e elementos do projeto. Por ter carter fundamentalmente didtico, o Manual inclui tambm um apndice com quatro anexos contendo: projetos-tipo de gotas com os detalhes necessrios sua execuo; orientao para uso de programas referentes a distncia de visibilidade nas curvas de concordncia vertical; clculo da capacidade de rtulas modernas; observaes relativas aplicao dos mtodos novos e antigos das Normas Suecas para determinao dos tipos de intersees. Os programas so includos em CD-ROM que acompanha o Manual. A bibliografia consultada apresentada ao final do trabalho.

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DEFINIES

Algumas expresses empregadas em projetos de intersees carecem de uma definio uniforme ou precisa de conceito. Com o objetivo de uniformizar a terminologia existente sobre a matria, so fornecidos alguns conceitos gerais, relativos ao projeto dos diversos elementos das intersees. As definies foram elaboradas apenas para os principais termos ou expresses de significado particular mencionadas no presente Manual e no pretendem constituir um glossrio completo. Em alguns casos, para algumas expresses com conceituao mais ampla, foi apresentado apenas o conceito de interesse para o projeto geomtrico de intersees. Em outros, a explanao dos conceitos encontra-se no prprio texto. Terminologia e definies adicionais constam das publicaes: Glossrio de Termos Tcnicos Rodovirios DNER Diretoria de Desenvolvimento Tecnolgico 1997 e Manual de Projeto Geomtrico de Rodovias Rurais DNER Diretoria de Desenvolvimento Tecnolgico 1999. Acesso interseo de uma rodovia com uma via de ligao a propriedades marginais, de uso particular ou pblico. Acostamento rea da plataforma adjacente pista de rolamento destinada a: estacionamento provisrio de veculos, servir de faixa extra de rolamento para emergncias, contribuir para proteo da estrutura do pavimento e dos efeitos da eroso. Em rodovias de pista dupla, os acostamentos direita do sentido de trfego so denominados externos e aqueles esquerda, internos. Agulha ramo bifurcando da via principal segundo um pequeno ngulo, ligando-a geralmente a uma pista lateral ou via marginal paralela. Alinhamento horizontal projeo do eixo no plano horizontal, definindo-o geometricamente. Determina o traado em planta. Alinhamento vertical greide da rodovia, com suas caractersticas altimtricas. rea do nariz rea compreendida entre os bordos adjacentes das pistas de duas vias ou ramos que se bifurcam ou se juntam, e a curva (ou vrtice) limitadora do nariz. Barreira estrutura rgida, indeformvel, geralmente de concreto, disposta longitudinalmente pista com o objetivo de impedir que veculos desgovernados saiam da plataforma, choquem-se com objetos fixos ou invadam outras pistas adjacentes, e, ainda, desejavelmente, de reorientar o

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veculo para a trajetria correta com o mnimo de danos para o motorista e passageiros. Tambm denominado separador fsico rgido. Bordos (Bordas) da pista limites laterais da pista de rolamento. Em rodovias de pista dupla, o limite direita do sentido de trfego denominado bordo externo e aquele esquerda, bordo interno. Canteiro central espao compreendido entre os bordos internos de pistas de rolamento, com trfego geralmente em sentidos opostos, objetivando separ-las fsica, operacional, psicolgica e esteticamente. Por definio, inclui os acostamentos internos, faixas de segurana ou faixa de espera e converso esquerda. Capacidade nmero mximo de veculos que poder passar por um determinado trecho de uma faixa ou pista durante um perodo de tempo determinado, sob as condies reais predominantes na via e no trfego. Comprimento de transio da superelevao extenso ao longo da qual se processa o giro da pista em torno do eixo de rotao para dot-la de superelevao a ser mantida no trecho circular. Seu incio situa-se, por definio, no ponto onde a pista (ou parte dela) tem sua seo no plano horizontal. Seu trmino coincide com o ponto onde atingida a superelevao a ser mantida no trecho circular. No caso de pistas cuja seo transversal em tangente tem caimento simples no mesmo sentido da superelevao a ser alcanada, o comprimento de transio da superelevao engloba a extenso que teria sido necessria para girar a pista desde uma situao fictcia com declividade transversal nula at a situao em tangente. Comprimento de transio da tangente extenso ao longo da qual, nos casos em que necessrio, se processa o giro da pista (ou parte dela), para eliminar a declividade transversal em sentido contrrio ao da superelevao a ser alcanada. Seu trmino coincide com o incio do comprimento de transio da superelevao. Converso movimento de giro de um veculo, ao passar de uma para outra via. Cruzamento em nveis diferentes sem ramos interseo em que no h trocas de fluxos de trfego entre as vias que se interceptam, ou seja, o cruzamento em desnvel no tem ramos de conexo. Denomina-se Passagem superior quando a via principal passa sobre a via secundria e Passagem inferior quando passa sob a via secundria.

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Defensa estrutura no rgida, com elevado ou reduzido grau de deformabilidade, disposta longitudinalmente pista com o objetivo de impedir que veculos desgovernados saiam da plataforma, choquem-se com objetos ou obstculos fixos ou invadam outras pistas adjacentes, e, ainda, desejavelmente, de reorientar o veculo para a trajetria correta, com o mnimo de danos para o motorista e passageiros. Distncia de visibilidade de parada extenso da via frente que o motorista deve poder enxergar para que, aps ver um obstculo que o obrigue parada, possa imobilizar o veculo sem atingi-lo. Distncia de visibilidade de ultrapassagem extenso da via frente que o motorista deve poder enxergar antes da iniciar uma ultrapassagem em uma via de duas faixas e mo dupla, para assegurar a bem sucedida concluso da manobra e a no interferncia com veculos se aproximando em sentido oposto. Eixo linha de referncia, cujo alinhamento seqencial projetado no plano horizontal define o traado em planta, ou seja, a ele so referidos os elementos planimtricos da via. Eixo de rotao da pista linha fictcia longitudinal pista, mantendo constante em cada trecho seu afastamento horizontal e vertical do eixo; em torno dele a pista gira, desde a situao bsica em tangente at a situao superelevada. Em muitos casos, coincide com o eixo da via. A ele se refere o greide da rodovia nos casos em que eixo de rotao e eixo da rodovia no coincidem. Entrecruzamento (Entrelaamento) consiste dos cruzamentos das correntes de trfego na mesma direo geral, que ocorrem mediante a sucessiva confluncia e divergncia de filas de veculos segundo pequenos ngulos. Faixa de acelerao faixa adicional destinada mudana de velocidade, cujos objetivos so:a)

permitir que um veculo, ao entrar em uma via principal, aumente sua velocidade at um valor tal que possa penetrar na corrente principal de trfego direto com razovel segurana e um mnimo de interferncia com os demais veculos; proporcionar aos veculos em trfego na via principal tempo e distncia suficientes para proceder aos reajustes operacionais necessrios para permitir a entrada dos novos veculos.

b)

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Faixa auxiliar faixa de uma via contgua a uma faixa de trfego direto com mltiplas funes, que podem incluir: estacionamento de veculos, mudana de velocidade, entrelaamento, acomodao de veculos lentos e outros propsitos complementares ao fluxo principal. Faixa da direita faixa mais direita de um conjunto de faixas de rolamento de mesmo sentido. Nas rodovias rurais por vezes designada por faixa externa. Faixa da esquerda faixa mais esquerda de um conjunto de faixas de rolamento de mesmo sentido. Nas rodovias rurais por vezes designada por faixa interna. Faixa de desacelerao faixa adicional destinada mudana de velocidade, cujo objetivo permitir a um veculo que sai da via principal a diminuio de sua velocidade para uma velocidade segura compatvel com as caractersticas do ramo ou da via de conexo que se segue, sem interferir com o veculo imediatamente atrs. Faixa de domnio rea compreendendo a rodovia e suas instalaes correlatas e faixas adjacentes legalmente delimitadas, de propriedade ou sob domnio ou posse do rgo rodovirio e sobre a qual se estende sua jurisdio. Deve ser prevista com largura suficiente para conter as instalaes necessrias aos servios de controle da operao da rodovia e permitir sua conservao, proteo e sua futura expanso. Faixa de estacionamento faixa adjacente pista de rolamento para abrigar veculos estacionados. Faixa de giro direita faixa auxiliar destinada aos veculos que desejam executar manobras de converso direita. Faixa de giro esquerda faixa auxiliar destinada aos veculos que desejam executar manobras de converso esquerda. Faixa de mudana de velocidade faixa auxiliar destinada acelerao ou desacelerao dos veculos que entram ou saem de uma via. Faixa de segurana faixa longitudinal da pista destinada a reduzir a sensao de confinamento provocada por dispositivos muito prximos ao seu bordo e que constituem obstculos ou depresses aparentes para os condutores dos veculos (barreiras rgidas, sarjetas, meios-fios elevados, etc). Tambm tem a funo de aumentar a segurana na travessia de pontes, viadutos e trechos contnuos sem acostamento.

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Faixa de trfego faixa longitudinal da pista, destinada ao deslocamento de uma nica fila de veculos. Faixa exclusiva de nibus faixa de trfego reservada aos nibus. Faixa ou faixas reversveis faixa ou faixas de trfego onde a circulao se d num sentido durante um determinado perodo e, no sentido inverso, durante outro perodo. Fluxo conjunto de veculos que circulam no mesmo sentido em uma ou mais faixas de trfego. Gabarito horizontal distncia livre mnima dos obstculos fixos (afastamento horizontal necessrio entre a linha de viso do motorista e um obstculo lateral fixo). Gabarito vertical altura livre mnima permitida em uma via (distncia da superfcie da pista a um obstculo superior mais prximo). Gota tipo de ilha divisria utilizado freqentemente em intersees, com formato que lembra uma gota dgua. Greide perfil do eixo de uma via, complementado com os elementos que o definem (estacas e cotas de PCVs, PIVs, PTVs, etc). adotado como eixo de rotao da pista para desenvolvimento da superelevao. Em vias pavimentadas refere-se superfcie acabada do pavimento. Neste caso, tambm especificado como greide de pavimentao. Quando o perfil do eixo de rotao for referido plataforma terraplenada, especificado como greide de terraplenagem. Interconexo interseo onde ocorrem cruzamentos de correntes de trfego em nveis diferentes e ramos de conexo entre vias. denominada tambm de interseo em desnvel ou em vrios nveis. Interseo confluncia, entroncamento ou cruzamento de duas ou mais vias. Interseo em nvel interseo onde os cruzamentos de correntes de trfego ocorrem no mesmo nvel. Meio-fio construo longitudinal em degrau disposta no bordo da pista de rolamento, acostamento ou faixa de segurana, com o objetivo de delimitar fisicamente a pista, proteger o trnsito de pedestres, conduzir guas pluviais, conter o pavimento, delimitar reas no pavimentadas e, especialmente, realar para o motorista, mediante um obstculo intencional ao deslocamento transversal do veculo, as trajetrias possveis. Tambm denominado guia.

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Meio-fio transponvel meio-fio cuja conformao permite sua transposio por veculos a baixas velocidades, sem causar-lhes maiores danos. Meio-fio intransponvel meio-fio cuja conformao pretende impedir sua transposio pelos veculos. Nariz real ou fsico primeiro obstculo (meio-fio, defensa, balizador, etc) encontrado ao longo da rea do nariz, nos casos de bifurcao de ramos, aps o qual os traados das duas vias so completamente independentes. Conceito anlogo e simtrico cabe nos casos de juno de pistas. Nariz terico vrtice da bifurcao (ou juno) de duas vias (uma delas geralmente um ramo); local onde os bordos mais prximos das duas pistas adjacentes iniciam (ou terminam) a separao. Passeio parte da via destinada ao uso de pedestres, incluindo as caladas. Perfil linha que representa de forma contnua a situao altimtrica de um alinhamento sobre uma superfcie. Decorre da interseo dessa superfcie com a superfcie vertical definida pelo referido alinhamento. Perfil do terreno perfil de uma linha disposta sobre a superfcie terrestre (por exemplo, eixo ou bordo de pista). Pista parte da via que projetada para uso de veculos. Pista com caimento simples pista com declividade transversal em um nico sentido entre os bordos. Pista com caimento duplo pista cuja seo tem declividade transversal em dois sentidos, seja sob forma de dois planos cuja interseo forma a crista da seo, seja sob forma continuamente arredondada (abaulada). Neste ltimo caso, o lugar geomtrico dos pontos da seo de maior cota tambm denominado crista. Pista de rolamento parte da via que projetada para deslocamento dos veculos, podendo conter uma ou mais faixas de trfego. Plataforma parte da rodovia compreendida entre os limites externos dos passeios ou entre os ps de corte e cristas de aterro, incluindo os dispositivos necessrios drenagem da pista.

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Projeto geomtrico conjunto dos elementos necessrios e suficientes para definio da forma geomtrica de uma via. Ramos de interseo pistas que conectam vias que se interceptam ou as ligam a outras vias ou ramos. Ramo direcional ramo cujo traado acompanha o percurso mais espontneo e intuitivo. Tratando-se de converses esquerda, com grande capacidade e alta velocidade, o traado ser fluente, com sada pelo lado esquerdo das vias principais e ser designado por direcional esquerda. No caso de converses direita, ser designado por direcional direita. Ramo em lao ramo que proporciona converso esquerda ( direita) mediante giro contnuo direita ( esquerda), com ngulo central da ordem de 270o. Ramo semidirecional ramo incluindo uma curva em S , desviando parcialmente do percurso mais direto para minimizar interferncias com outros ramos do projeto. utilizado principalmente para converses esquerda. Geralmente, tanto a sada como a entrada so feitas pelo lado direito das vias que se interceptam. Rampa declividade longitudinal do greide da pista ou plataforma. Seu valor normalmente dado pela tangente do ngulo formado com o plano horizontal, podendo tambm ser dada em percentagem. Rampa de superelevao diferena de greides entre o bordo da pista (ou acostamento) e o eixo de rotao, ou seja, rampa relativa do bordo da pista (ou acostamento) em relao ao eixo de rotao. Ocorre ao longo dos comprimentos de transio da superelevao e da tangente/abaulamento. Retorno dispositivo de uma rodovia que permite a veculos de uma corrente de trfego a transferncia para a corrente de sentido contrrio. Rtula (rotatria) interseo na qual o trfego circula num s sentido ao redor de uma ilha central. Seo transversal (do terreno) perfil do terreno em direo normal ao eixo de uma via. Seo transversal (da via) para fins do projeto geomtrico, representa o alinhamento superficial transversal via, incluindo a pista de rolamento, faixas de segurana, acostamentos, plataforma,

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sarjetas, valetas e taludes, entre as intersees com o terreno natural. Resulta da interseo de um plano vertical perpendicular ao eixo com a superfcie do corpo estradal contido entre os limites da terraplenagem. Seo transversal tipo seo transversal constante empregada repetitivamente em trechos contnuos de rodovias ou ramos. Superelevao declividade transversal da pista em um nico sentido, nos trechos em curva horizontal, com caimento orientado para o centro da curva (lado interno), com o objetivo de contrabalanar a atuao da acelerao centrfuga. Superelevao negativa declividade transversal da pista com caimento no sentido do lado externo da curva (oposto ao centro), reforando a atuao da acelerao centrfuga. Superlargura acrscimo total de largura proporcionado s pistas em curvas, de forma a considerar as exigncias operacionais ento decorrentes, crescentes com a curvatura, e assegurar um padro adequado de segurana e conforto de dirigir. Talude para fins do projeto geomtrico, a face do corpo estradal que se estende alm do bordo da plataforma. Sua inclinao sobre a horizontal, denominada inclinao de talude, expressa sob a forma de frao ordinria de numerador unitrio, cujo denominador representa a distncia horizontal correspondente a 1m de diferena de nvel. Taper (Teiper) faixa de trnsito de largura varivel, utilizada como transio para deslocamento lateral para uma faixa paralela. Normalmente usada no incio de uma faixa de desacelerao, no fim de uma faixa de acelerao, e no incio e no fim das terceiras faixas. Taxa de superelevao valor que mede a superelevao em uma seo, geralmente expresso pela tangente do ngulo formado pela interseo do plano vertical que passa pela seo com o plano horizontal. Terminal de ramo rea onde um ramo de interseo se une com a pista destinada ao trfego direto. Define-se por terminal de entrada a rea em que o trfego chega via principal e por terminal de sada a rea onde o trfego a abandona. Veculo de projeto veculo terico de uma certa categoria, cujas caractersticas fsicas e operacionais representam uma envoltria das caractersticas da maioria dos veculos existentes

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nessa categoria. A predominncia de uma certa categoria de veculos define o veculo de projeto a ser escolhido para condicionar as caractersticas da via. Velocidade diretriz ou velocidade de projeto a maior velocidade com que um trecho virio pode ser percorrido com segurana, quando o veculo estiver submetido apenas s limitaes impostas pelas caractersticas geomtricas. a velocidade selecionada para fins de projeto, da qual se derivam os valores mnimos de determinadas caractersticas fsicas diretamente vinculadas operao e ao movimento dos veculos e s caractersticas dos motoristas. Via faixa de terreno, convenientemente preparada para o trnsito de qualquer natureza. Via coletora - distribuidora via de mo nica de carter auxiliar, com extenso limitada, paralela via principal, objetivando: absorver o trfego que exceda a capacidade da via principal; servir de local para transferncia de movimentos conflitantes com o trfego direto em intersees; concentrar em um s local a sada ou entrada de veculos nas faixas de trfego direto, etc. Geralmente no proporciona acesso s propriedades adjacentes. Via marginal via(s) paralela(s) (s) pista(s) principal(ais) de uma rodovia, de um ou ambos os lados, com o objetivo de atender ao trfego local, longitudinal rodovia e pertinente rea urbanizada adjacente, e permitir o disciplinamento dos locais de ingresso e egresso da rodovia. Volume Horrio de Projeto (VHP) fluxo de veculos (nmero de veculos por hora) que deve ser atendido em condies adequadas de segurana e conforto pelo projeto da via em questo. Volume Mdio Dirio (VMD) nmero mdio de veculos que percorre uma seo ou trecho de uma rodovia, por dia, durante um certo perodo de tempo. Quando no se especifica o perodo considerado, pressupe-se que se trata de um ano.

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3 3.1

PROCEDIMENTOS BSICOS PARA O PROJETO DE INTERSEES CONCEITOS BSICOS

Define-se interseo como a rea em que duas ou mais vias se unem ou se cruzam, abrangendo todo o espao destinado a facilitar os movimentos dos veculos que por ela circulam. As intersees so classificadas em duas categorias gerais, conforme os planos em que se realizam os movimentos: intersees em nvel e intersees em nveis diferentes. As intersees constituem elementos de descontinuidade em qualquer rede viria e representam situaes crticas que devem ser tratadas de forma especial. O projeto de intersees dever assegurar circulao ordenada dos veculos e manter o nvel de servio da rodovia, garantindo a segurana nas reas em que as suas correntes de trfego sofrem a interferncia de outras correntes, internas ou externas. Tradicionalmente, para fins de projeto, adotam-se as seguintes definies:

Interseo: confluncia, entroncamento ou cruzamento de duas ou mais vias. Acesso: interseo de uma rodovia com uma via de ligao a propriedades marginais, de uso particular ou pblico. Retorno: dispositivo de uma rodovia que permite a veculos de uma corrente de trfego a transferncia para a corrente de sentido contrrio.

Designa-se por rea funcional de uma interseo, acesso ou retorno a rea que contm todos os dispositivos destinados a ordenar os diversos movimentos do trfego, incluindo canalizaes e faixas auxiliares.

3.2

CONSIDERAES GERAIS DE PROJETO

Tomando como base as necessidades locais e disponibilidade de recursos, deve-se estabelecer os objetivos que se pretende alcanar com o projeto das intersees, geralmente relacionados com a capacidade, a segurana e os custos de implantao. O projeto dos elementos geomtricos que constituem uma interseo baseia-se, em geral, nos mesmos princpios que governam o projeto geomtrico dos demais componentes da rodovia. Algumas diferenas importantes na forma em que so conduzidos os veculos ao se aproximarem destas reas, permitem ao projetista a utilizao de especificaes menos exigentes do que nos trechos contnuos da rodovia.

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Assim, os motoristas aceitam redues na sua velocidade e toleram condies menos cmodas produzidas pelas foras laterais que atuam sobre o veculo e seus ocupantes, ao executarem giros nas curvas de raios menores que os adotados na rodovia. Por outro lado, a sinalizao preventiva, o aumento de iluminao e outros fatores semelhantes servem para aumentar a ateno dos motoristas que atravessam uma interseo. Aspecto importante tambm a maior variao do trfego, com seus reflexos na aptido do motorista em alcanar uma velocidade desejada. Os valores recomendados neste Manual representam os padres desejveis e mnimos aceitveis, os quais, porm, no devero ser encarados com rigidez absoluta. Padres mais elevados podero ser utilizados, desde que seja possvel manter o custo do projeto dentro de limites admissveis ou ainda que no decorram condies indesejveis devido a um superdimensionamento. O estabelecimento de padres mnimos atender a necessidade de evitar valores incompatveis com a qualidade aceitvel do projeto, embora se reconhea que padres inferiores aos mnimos absolutos podero eventualmente ser necessrios luz das circunstncias locais. Essa deciso, bem como os valores a adotar, devero ser cuidadosamente ponderados, objetivando encontrar a soluo tima de compromisso entre as exigncias de projeto e as restries fsicas, econmicas e ambientais. Deve-se ressaltar que muitos dos elementos de projeto que sero aqui apresentados, especialmente aqueles concernentes a acomodao dos movimentos de converso, so comuns e aplicveis aos dois grupos gerais de intersees (em nvel e em nveis diferentes).

3.3

DADOS BSICOS

No estudo e projeto de uma interseo, deve-se levar em considerao uma srie de condicionantes, dentre as quais os elementos de trfego, fatores fsicos, econmicos e ambientais. A adoo de um tipo de interseo depender principalmente da correlao existente entre a topografia do terreno, os volumes de trfego e sua composio, a capacidade das vias, a segurana e os custos de implantao e de operao. Por estarem intimamente ligados aos elementos de projeto, esses fatores e sua interdependncia devero ser conhecidos antes da elaborao do mesmo. So discriminados a seguir, os dados bsicos que devem ser considerados para o projeto de uma interseo.

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3.3.1

Dados Funcionais

O primeiro fator a ser considerado a classificao funcional das vias que se interceptam, j que o projeto deve ser coerente com suas caractersticas funcionais: classificao em uma determinada rede, tipo de controle de seus acessos, velocidades especficas e prioridades de passagem.

3.3.2

Dados Fsicos

A representao, em escala conveniente, da topografia da rea afetada pelo projeto essencial para a sua elaborao. Esses dados sero obtidos mediante aerofotogrametria, levantamentos topogrficos clssicos, com ou sem apoio dos modernos equipamentos eletrnicos e sistemas de processamento de dados. Nas plantas devem ser includos todos os dados que possam afetar ou limitar as solues a estudar, tais como: edificaes, acidentes geogrficos, servios existentes (adutoras, linhas de transmisso, etc) e outros. A escala mais usual de 1/500, embora para intersees em dois nveis possa ser conveniente escala de 1/1000. Em intersees urbanas pode ser necessria escala de 1/200.

3.3.3

Dados de Trfego

3.3.3.1 Trfego de veculosA definio da soluo a adotar para uma determinada interseo e o dimensionamento de seus ramos dependem necessariamente do volume e das caractersticas do trfego que circular no ano de projeto. O ano de projeto geralmente considerado como o dcimo ano aps a concluso das obras programadas (ver item 3.4). Para esse ano deve ser projetado o trfego obtido nos levantamentos efetuados. No caso de rodovias exploradas por regime de Concesso, pode haver convenincia em executar a projeo tambm para o seu final. Os dados de trfego devero incluir os Volumes Mdios Dirios (VMD) e os Volumes Horrios de Projeto (VHP). Devero ser representados em fluxogramas indicativos das diversas correntes de veculos, classificados de acordo com as finalidades do estudo, pelo menos em carros de passeio, nibus e veculos de carga, mais comumente designados como automveis ou carros, nibus e caminhes. Os fluxogramas sero preparados para o ano de projeto e, eventualmente, para uma

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interseo a ser implantada por etapas, para o ano da abertura ao trfego e os de ampliao. Recomenda-se sempre que possvel, que o Volume Horrio de Projeto (VHP) seja expresso tambm em unidades de carro de passeio por hora (UCP/hora). A Figura 1 fornece um modelo de fluxograma com as referidas indicaes.

Figura 1 Modelo de fluxograma de trfego em UCP Para obteno dos dados necessrios elaborao dos fluxogramas devero ser feitas contagens de trfego nas intersees de acordo com a seguinte orientao. a) Determinao preliminar dos perodos de pico de trfego, atravs do exame de contagens de trfego eventualmente existentes ou de observao especfica do local, complementada com

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consultas a autoridades locais em condies de prestar informaes confiveis. Nessa pesquisa se procurar identificar os dias de semana e perodos horrios em que ocorrem os picos de trfego. b) Identificao das caractersticas dos veculos de maiores dimenses que ocorrem normalmente na interseo. c) Execuo de contagens nos perodos de pico, pelo menos durante trs dias, escolhidos de forma a incluir o(s) provvel(veis) pico(s) semanal(ais), com totalizao a cada 15 (quinze) minutos. Nessas contagens sero determinados separadamente os volumes dos diversos tipos de veculos, de acordo com a classificao adotada. Para o caso de intersees e acessos com volume horrio da via principal inferior a 300 UCP ou da via secundria inferior a 50 UCP a contagem dever ser feita pelo menos durante um dia da semana em que se tenha na rodovia principal maior movimento. d) Identificao de elementos existentes que permitam determinar fatores de sazonalidade para ajustamento dos resultados das contagens ao perodo do ano de maior fluxo de trfego, tais como:

postos de contagens permanentes ou que levantem informaes de diversas pocas do ano. contagens existentes em perodos especficos do ano, conhecidos como de maior volume de trfego no local. outros indicadores da flutuao sazonal do trfego.

e) Identificao de elementos existentes que permitam determinar os fatores de expanso necessrios determinao do Volume Mdio Dirio (VMD) das diversas correntes da interseo. f) Levantamento de valores de taxas de crescimento a aplicar aos volumes determinados nas contagens, obtidos de estudos scioeconmicos ou estudos de trfego existentes. Para os casos de no existir uma interseo no local onde se pretende implant-la, ou houver a possibilidade de desvios significativos de fluxos com a nova interseo, devero ser realizadas pesquisas de origem e destino, complementadas por contagens de volume. Os locais dos postos de pesquisa sero identificados na malha existente, de modo a cobrir as alternativas atuais de acesso das correntes da interseo futura.

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3.3.3.2 Trfego de pedestresNas intersees onde a influncia dos pedestres pode contribuir para causar problemas de capacidade e segurana, seus movimentos devem ser registrados, visando uma anlise posterior da necessidade da construo de passarelas ou, eventualmente, da implantao de uma fase especial para pedestres no ciclo dos semforos. A localizao dos pontos crticos ou perigosos ser estabelecida a partir de informaes das autoridades locais e de observaes feitas durante as inspees de campo. Em geral, as contagens de pedestres devero ser realizadas durante as horas de pico da interseo. Devero ser identificadas tanto as travessias nos locais adequados, como as incorretas, e anotados os volumes de pedestres em intervalos de 15 (quinze) minutos.

3.3.4

Dados de Acidentes

No caso de melhorias de intersees existentes, so de grande importncia os relatrios de acidentes contendo registros completos e anlises das suas causas. Na ausncia desses relatrios, dever ser procedida uma pesquisa das condies operacionais da interseo, para a determinao das causas dos acidentes. Um mtodo sugerido observar no local os conflitos de trfego em potencial e estabelecer um julgamento quanto existncia ou no de segurana adequada nos cruzamentos indicados como pontos crticos nas discusses preliminares com as autoridades locais. Nesses pontos de conflito os motoristas executam aes evasivas para evitar colises: frenagens abruptas, desvios bruscos e mesmo desobedincia sinalizao. O mtodo implica na observao sistemtica das condies operacionais de cada interseo. A informao resultante bastante elucidativa e muitas vezes as causas originais, no reveladas nos registros oficiais, podem vir a ser determinadas. A publicao Guia de Reduo de Acidentes com Base em Medidas de Engenharia de Baixo Custo DNER 1998, inclui detalhada orientao quanto ao levantamento de dados de acidentes.

3.3.5

Dados Econmicos

Outro aspecto importante o fator econmico, representado pelo custo de implantao da interseo: desapropriao mais construo.

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O custo da construo varia muito com o tipo da soluo a adotar: em um nvel (simples ou canalizada), em nveis diferentes (semidirecional, direcional, etc). A insuficincia da faixa de domnio disponvel, o alto custo dos terrenos e construes adjacentes s vias, por vezes implicam em severas restries implantao de um projeto. As vrias alternativas tecnicamente viveis do projeto devero levar em conta o conjunto desses fatores.

3.4

VOLUME HORRIO DE PROJETO (VHP)

Projetar uma rodovia em condies ideais consiste em planej-la com caractersticas para atender mxima demanda horria prevista para o ano de projeto, geralmente considerado como dcimo ano aps a concluso das obras programadas. Em tal situao, em nenhuma hora do ano ocorreria congestionamento. Em contrapartida, o empreendimento seria antieconmico, pois a rodovia ficaria superdimensionada durante as demais horas do ano. Assim, o dimensionamento da rodovia deve prever um certo nmero de horas congestionadas e a deciso de qual nmero aceitvel para a adoo do Volume Horrio de Projeto (VHP). Quando se dispe de contagens horrias contnuas de uma rodovia, que abranjam um perodo de um ano inteiro, pode-se determinar o volume horrio a ser usado no projeto atravs do critrio denominado curva da ensima hora. Esta curva consiste na ordenao decrescente de todos os volumes horrios anuais, expressos em percentagem do Volume Mdio Dirio (VMD), designado como fator K. A Figura 2 mostra a relao entre o Volume Horrio de Trfego medido como percentagem do VMD e o Nmero de Horas no Ano em que esse volume excedido. Essa relao foi determinada para rodovias rurais norte-americanas e, apesar de no corresponder exatamente s condies brasileiras, permite avaliar a grande uniformidade do comportamento do trfego, j que vem se mantendo atravs dos anos com muito pequenas alteraes. A figura permite concluir que a curva de ordenao horria tem uma peculiaridade importante, qual seja, sofre uma mudana rpida de declividade (joelho) por volta da 30 Hora. O volume correspondente a esta hora tem fortes razes para ser escolhido como Volume Horrio de Projeto, j que um aumento substancial de seu valor implicar em que poucas horas mais sejam atendidas adequadamente pelo projeto e uma reduo relativamente pequena resultar na excluso de um nmero significativo de horas.

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Figura 2 Volume horrio de trfego Por conseguinte, o critrio da ensima hora sugere que se escolha como valor de K a se usar no projeto, aquele fornecido pelo trecho onde a curva muda rapidamente de declividade. Cabe observar que esta mudana de direo no precisa, permitindo uma certa variao na escolha da hora de projeto, o que possibilita ao tcnico melhor adequar seu estudo. Admite-se a utilizao para o trfego futuro de um fator K determinado com base em dados disponveis por ocasio dos

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levantamentos, o que significa aceitar que a forma da curva em questo no se altera com o passar do tempo. A prtica habitual nos Estados Unidos determina, como base de projeto, um volume entre a 30 e 100 Hora. Para rodovias rurais, freqentemente utiliza-se o volume da 30 Hora, mas tal utilizao no deve ser interpretada como uma recomendao para a sua adoo rgida, mas antes como um exemplo das correlaes tpicas da hora de pico, e sua evoluo. Estas mesmas correlaes e evolues so geralmente verdadeiras para outras horas de trfego intenso, dentro do mbito normal do projeto. No Brasil tem-se sido mais tolerante na escolha do Volume Horrio de Projeto, chegando-se a adotar o Volume da 50 Hora, nos locais em que se dispe de contagens mecanizadas permanentes. O valor de K = 8,5% do VMD, tem sido adotado como representativo para rodovias rurais em que no se dispe de informaes mais precisas do comportamento do trfego. Os mesmos critrios se aplicam tambm a reas urbanas. Contudo, onde as flutuaes do trfego forem claramente diferentes das correspondentes s rodovias rurais, outras horas do ano devem ser consideradas como base para o projeto. Portanto, a grandeza da variao da 50 Hora ou de outro nvel escolhido, depender de vrios fatores e deve ser determinada para cada estado, zona ou, se possvel, para cada rodovia. Por sua vez, a escolha de um apropriado Volume Horrio de Projeto transforma-se num problema de equilbrio econmico entre os benefcios previstos e o custo de construo, envolvendo, muitas vezes, decises administrativas que saem do mbito deste Manual. Cabe observar que nas rodovias de grande variao sazonal (tursticas, recreacionais, etc.), ou com variaes de fluxo incomuns (festas religiosas, eventos esportivos, etc), elevados volumes de trfego so concentrados durante perodos especficos, podendo exceder de muito os valores da 50a Hora. Nestes casos deve-se efetuar estudos mais detalhados para determinar o Volume Horrio de Projeto. Os usurios geralmente aceitam um projeto que seja menos satisfatrio durante os picos sazonais do que no caso em que se tem variaes menos acentuadas de fluxo. Por outro lado, o projeto no pode ser to econmico que se tenha congestionamento severo de trfego durante as horas de pico. Pode ser mais recomendvel, portanto, escolher um volume horrio de projeto em torno de 50% dos volumes esperados em umas poucas horas mais carregadas no ano de projeto,

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independente de se tratar da 50a hora. Algum congestionamento poder surgir nas horas de pico, mas a capacidade, desejavelmente, no dever ser excedida. Nas intersees, por razes econmicas, costuma-se efetuar contagens de trfego nos perodos de pico durante um nmero limitado de dias. Um critrio para determinao do VHP consiste na expanso e ajustamento das contagens feitas, com base nas variaes horrias, semanais e sazonais da rodovia principal, para estimar o VMD anual de cada ramo da interseo. Sobre esses VMDs se aplica ento o valor K adotado para a rodovia principal. Quando se tratar da interseo de duas vias de importncia considervel pode haver a convenincia de utilizar dados das duas vias nos ajustamentos e projees dos volumes dos ramos da interseo. Quando no se dispuser de dados confiveis da rodovia principal para efetuar os ajustamentos, deve-se utilizar os dados de rodovias da mesma regio operando em condies semelhantes. A fim de evitar a ociosidade por longo perodo de um investimento de grande vulto e a transgresso da sinalizao devida ao superdimensionamento, o ano de projeto a ser considerado nas intersees no deve ultrapassar o 10 ano de vida til. Alm disso, deve ser levada em conta a dificuldade de projetar o trfego com grau de confiabilidade razovel alm de 15 anos (5 anos para o planejamento, projeto de engenharia e construo, mais 10 anos de operao). Esta medida permitir a utilizao de cada interseo, com segurana, nos seus primeiros anos de funcionamento, enquanto sua adequao analisada atravs de estatsticas e estudos especiais. Caso deficincias sejam constatadas at aquele ano, ou previstas para depois de seu trmino, executar-se-, oportunamente, outro projeto, ampliando o existente e aproveitando parte do investimento inicial.

Os dados levantados atravs das contagens e previstos para os anos de projeto devero ser representados por meio de fluxogramas onde estejam bem discriminados: os sentidos e movimentos de trfego, o ano de projeto, as unidades adotadas (carros de passeio equivalentes ou misto) e os volumes por unidade de tempo (veculos por dia e veculos por hora). O Volume Horrio de Projeto (VHP) ser expresso, de preferncia, em unidades de carro de passeio por hora (UCP/h).

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4 4.1

CARACTERSTICAS DOS MOTORISTAS, PEDESTRES E VECULOS MOTORISTAS

Diferentes pessoas apresentam diferentes graus de habilidade para ver, ouvir, avaliar e reagir a informaes. Uma mesma pessoa reage de forma distinta quando sob efeito do lcool, fadiga, hora do dia, etc. importante que os critrios usados para o projeto sejam compatveis com as limitaes da maioria dos motoristas. O uso de valores mdios, como tempo mdio de reao, por exemplo, pode no ser adequado para um grande nmero de motoristas. comum adotar como critrios de projeto percentuais de atendimento da ordem de 85% a 95%. Quanto maior o percentual, maior gama de usurios ser coberta.

4.1.1

Os Sentidos

O processo humano de ao em uma rodovia resulta da avaliao e reao s informaes recebidas atravs da audio e viso.

Acuidade visua