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Raquel Theodoro Amancio da Silva, M.Sc. Manual de orientação para professores Projeto: Conhecendo os sensores disponíveis nos smartphones Apoio institucional Realização

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Page 1: Manual de orientação para professores · vido pela Google, e Windows – desenvolvido pela Microsoft. O sistema operacional ... para criar um ambiente imersivo, no qual o usuário

Raquel Theodoro Amancio da Silva, M.Sc.

Manual de orientação para professores

Projeto: Conhecendo os sensores disponíveis nos smartphones

Apoio institucional Realização

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Contato: [email protected] www.rateodoro.info/t/sbpc2017

Editoração e revisão: Meltunes Comunicação Visual

Revisão técnica:Prof. Dr. Valiya M. Hamza

Sumário

O que são smartphones? 3

O que são sensores? 5

Quais sensores encontram-se disponíveis em smartphones? 6

Sensor magnético 6

Sensor de imagem 7

Sensor de luminosidade 7

Sensor GPS 7

Sensor de orientação 8

Giroscópio 8

Sensor de toque 9

Sensor de proximidade 9

Sensor de som 9

Sensor wi-fi 10

Sensor bluetooth 10

Sensor NFC 11

Acelerômetro 11

Sensor de gestos 11

Sensor de batimentos cardíacos 12

Sensor biométrico 12

Atividades propostas 12

Nível Fundamental I 13

Nível Fundamental II 14

Nível Médio 15

Apoio:

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O que são smartphones?

Smartphone é uma palavra de origem inglesa que signi-fica “telefone inteligente”. A diferença entre um telefone

celular e um smartphone é basicamente a finalidade do uso. Enquanto um celular é utilizado para realizar chamadas telefôni-

cas sem fio, um smartphone, além de também fazê-las, traz uma experiência nova e integrada ao usuário, por meio de diversas tecnologias antes disponíveis apenas em computadores pessoais.

Assim como computadores, smartphones possuem um sistema operacional. Os mais comuns atualmente são: iOS – desenvolvido pela Apple, Android – desenvol-vido pela Google, e Windows – desenvolvido pela Microsoft. O sistema operacional em smartphones é o responsável pela comunicação entre seus hardwares (sensores e memória, por exemplo) e softwares (aplicativos) instalados. De acordo com a pro-gramação contida no aplicativo, é possível acessar diferentes sensores. A programa-ção de sensores exige algum conhecimento sobre as propriedades físicas medidas por eles. Em alguns casos, é necessário filtrar os dados adquiridos ou derivá-los para se obter apenas a variação de determinada propriedade física, em vez de sua medida absoluta.

Os primeiros aparelhos de comunicação móvel foram lançados nos Estados Unidos, em 1984. Mas, no Brasil, chegaram apenas na década de 1990. O primeiro modelo pesava quase um quilo. Martin Cooper, engenheiro americano, foi o inventor do primeiro protótipo de aparelho telefônico móvel portátil. Em 2000, foram lançados os primeiros modelos multiuso, que vinham com aplicativos integrados, como calcula-dora e jogos. Em 2004, já era possível enviar e receber e-mails, bem como tirar fotos com uma câmera integrada, porém de baixíssima resolução. Mas este foi um marco importante que marca o início da utilização de sensores em aparelhos de telefonia móvel. Câmeras fotográficas digitais uti-lizam um sensor ótico que registra variações do espectro eletro-magnético em comprimentos de onda dentro do intervalo da luz visível. Ou seja, a luz visível é apenas uma pequena parte de toda a energia eletromagnética que chega do sol até nós diariamente.

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O sensor ótico utilizado nas câmeras fotográficas é muito similar àqueles utilizados em satélites. O que varia é a resolução e a sensibilidade dele. Há sensores capazes de captar até mesmo o espectro infravermelho, conhecido como uma componente termal da luz. Ou seja, um sensor infravermelho é capaz de captar fontes de calor em objetos e em pessoas. São muito utilizados para fins militares, como em miras de armas de fogo de longo alcance. Podem ser utilizados, ainda, para fins ambientais, como na identificação de focos de incêndio mediante imagens de satélite.

As imagens captadas pelos satélites podem ser acessadas muito facilmente hoje em dia via aplicativos de celular, como o Google Maps, por exemplo. Quando analisa-das por um sensor GPS, podem mostrar a localiza-ção aproximada do aparelho onde o sensor encon-tra-se instalado. Quando utilizadas em conjunto com o sensor de orientação, é possível criar apli-cativos de navegação em tempo real ou de reali-dade aumentada. Muitos jogos utilizam esse recurso para criar um ambiente imersivo, no qual o usuário se sente parte do cenário. Um exemplo muito popu-lar atualmente é o jogo Pokémon GO ou aplicativos de visualização em 360 graus.

Espectro eletromagnético da luz solar em seus diversos comprimentos de onda. Fonte: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/

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O que são sensores?

Sensores são equipamentos analógicos ou digitais capa-zes de medir valores absolutos ou relativos de determinada

propriedade física. Sensores óticos, por exemplo, medem a propriedade ótica da luz. Sensores infravermelhos medem a pro-

priedade térmica da luz. Sensores GPS não chegam a medir uma grandeza física, mas são sensíveis a sinais eletromagnéticos para receber dados na faixa das ondas de rádio. Sensores magnéticos medem o valor do campo eletromagnético próximo ao sensor. Outros sensores são capazes ainda de medir: som, aceleração da gravidade experimen-tada por um objeto, orientação e proximidade.

A inclusão de sensores de diversas naturezas transformou os aparelhos celulares em verdadeiras ferramentas de trabalho para os mais variados tipos de profissionais. Um exemplo de utilização muito comentado atualmente é a forma de se chamar um táxi. Por meio de aplicativos que utilizam o sensor GPS, é possível comunicar a localização do usuário e saber a do taxista mais próximo. Além disso, é possível prever o valor da cor-rida e o tempo a ser gasto no percurso. Essa nova forma de se chamar um táxi mudou drasticamente a concorrência e a eficiência do serviço.

A utilização de sensores tem se tornado cada vez mais popu-lar entre inventores independentes tanto no Brasil quanto mundo afora. Isso foi possível a partir do desenvolvimento de uma placa de prototipagem eletrônica de hardware livre chamada Arduino. A intenção da criação foi permi-tir o acesso à tecnologia de prototipagem em projetos escolares de baixo custo. A placa Arduino é utilizada com o seu software, que utiliza uma linguagem de pro-gramação similar ao C/C++. Quando conectada a uma placa de ensaio, é possível criar circuitos e incluir senso-res, leds e diversos outros componentes disponíveis, a pre-ços bastante acessíveis.

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Quais sensores encontram-se disponíveis em

smartphones?

A quantidade de sensores que cada aparelho possui pode variar conforme a marca e o valor do equipamento. Os sensores encontrados em praticamente todos os smartphones são o magnético, o de imagem, o de luminosidade, o GPS, o de toque, o de som, o de proximidade, o de orientação, o wi-fi, o bluetooth e o acelerômetro. Os modelos mais caros incluem giroscópio, NFC, pedômetro, sensor de gestos, de saturação de oxigênio e sensor biométrico. Nenhum modelo disponível no mercado possui sensor de tempe-ratura e pressão ambientes. O sensor de temperatura de imagem (infravermelho) pode ser adquirido separadamente.

Por meio de aplicativos, é possível interagir com todos os sensores disponíveis em smartphones. Além de já existirem diversos aplicativos nas lojas, também é possível criar novos. Eu recomendo para crianças de Nível Fundamental I e II o aplicativo “Sen-sor Box for Android”. Para o Ensino Médio, o “Sensor Kinetics”, também desenvolvido para o sistema operacional Android. Para criar novos aplicativos, procure na internet o endereço http://appinventor.mit.edu. Graças a um professor da Unicamp, o aplicativo do MIT foi completamente traduzido para o português. Por isso, qualquer professor de ciências ou física pode, desde já, começar a estimular os seus alunos a aprender e criar novos aplicativos para smartphones. Para incrementar os seus projetos, vamos conhe-cer melhor cada um dos sensores disponíveis.

Sensor magnético

O sensor magnético modelo GME605, de acordo com as especificações do fabricante, é digital, possui 6 eixos, resolução de 0,060 μT (microtesla) e alcance de 4912,00 μT. Sen-sores magnéticos podem ser vetoriais ou escalares. Os primeiros são os mais utilizados por apresentarem a melhor relação custo-benefício. No entanto, sensores escalares são mais precisos. Para medições científicas, em observatórios magnéticos ou em saté-lites, ambos são utilizados em conjunto. Para pesquisas de campo, o magnetômetro vetorial é o mais comum porque é portátil e de operação relativamente mais fácil. Os sensores disponíveis nos smartphones são equivalentes aos magnetômetros vetoriais,

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mas a resolução é cerca de 10.000 vezes menor. Esse sensor é útil para auxiliar na navegação off-line porque o norte magnético é mais facilmente encontrado do que o norte geográfico. Pode ser utilizado ainda como detector de metais.

Sensor de imagem

Sensores de imagem detectam e transmitem as informações que formam uma imagem, constituída basicamente pela reflexão da energia eletromagnética natural – fornecida pelo sol – ou artificial – fornecida por uma fonte luminosa artificial. O papel do sensor é converter a energia eletromagnética captada em sinais eletrônicos, que serão decodi-ficados e exibidos na tela dos smartphones como uma reprodução virtual da imagem real. Em smartphones, esses sensores são capazes de captar radiação eletromagnética apenas dentro do comprimento de onda da luz visível. Sensores de imagem podem ser utilizados para tirar fotos, gravar vídeos, monitorar um ambiente, realizar transmis-sões ao vivo etc. Eles podem chegar a tamanhos tão reduzidos que têm sido utilizados amplamente na medicina para cirurgias minimamente invasivas.

Sensor de luminosidade

O sensor de luminosidade é utilizado para medir a intensidade da luz. Sua função é controlar automaticamente o brilho da tela do smartphone com base na luminosidade ambiente. Pode ser bastante útil também para acompanhar a variação de intensidade do brilho do sol ao longo do dia ou das estações do ano. Ou, ainda, para dar início a processos com base na intensidade da luz, assim como é acionada, por exemplo, a ilu-minação pública quando anoitece.

Sensor GPS

Sensores GPS são configurados para receber e calcular o posicionamento do equipa-mento por um método chamado trilateração. Para isso, é necessário que o receptor capte o sinal de pelo menos três satélites. O método consiste em atribuir esferas de busca com base na margem de erro do satélite e de seu posicionamento em relação ao equipamento. Na interseção entre as três esferas, será apontada a coordenada que

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corresponde ao centro da área. Quanto mais satélites dis-poníveis, maior é a precisão da localização. As aplicações que utilizam o GPS são inúmeras e vêm, ano após ano, revolucionando não apenas o mundo virtual, mas tam-bém o mundo real. Para manipular os dados brutos do GPS, é necessário ter a licença de um software específico. Alternativamente, pode-se utilizar APIs de aplicativos, como o OpenStreet Map, Google Maps, dentre outros.

Sensor de orientação

Este sensor é, na verdade, uma combinação de dois ou três sensores: acelerômetro, sensor magnético e giros-cópio. Com esse arranjo, é possível localizar o posi-cionamento do smartphone em 360 graus, com uma resolução de aproximadamente 0,01. Essa combina-

ção garante que, caso um dos sensores falhe, o usuário terá pelo menos uma medida confiável. Quando os três

sensores têm suas informações combinadas, a resolução é aumentada e pode ser bastante precisa. Essa característica

garantiu o grande sucesso da realidade aumentada, quando expe-rimentada através de óculos de realidade virtual.

Giroscópio

Nem todos os modelos de smartphone possuem giroscópio como um sensor inde-pendente. Mas todos os aparelhos que possuem sensor de orientação podem ter a função giroscópio adaptada. Esse sensor ficou em evidência quando o apli-cativo Pokémon GO foi lançado no Brasil. Muitos usuários não puderam baixá-lo devido à falta do giroscópio em alguns smartphones. Após alguns dias, com a atu-alização do sistema operacional, foi possível a utilização do aplicativo sem maio-res problemas. Giroscópio foi o nome dado a um equipamento analógico criado por Léon Foucault em 1852. Atualmente, ele pode ser encontrado miniaturizado por meio de um sistema microeletromecânico (MEM) capaz de simular os mes-mos efeitos produzidos por um equipamento analógico. Um giroscópio possui diversas funções, a primeira delas foi identificar a linha do horizonte durante dias

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nublados. Atualmente, é utilizado para identificar o norte geográfico e para a estabi-lização de plataformas na horizontal.

Sensor de toque

O sensor de toque é conhecido tecnicamente como sensor capacitivo. Essa tecnolo-gia consiste na ligação de um capacitor entre dois nódulos, que, nessa configuração, é capaz de detectar e medir qualquer coisa que seja condutiva ou feita de material die-létrico diferente do ar. Não apenas o toque, mas também a força empregada nele são registrados e podem ser utilizados para diferentes funcionalidades. Em aplicativos de simulação musical, por exemplo, a força aplicada no toque controla o volume da nota musical tocada, assim como se estivéssemos tocando um instrumento musical real.

Sensor de proximidade

Este é um tipo de sensor capacitivo que detecta e mede a energia refletida de uma fonte de luz infravermelha. O sensor de proximidade pode ser utilizado para desblo-quear a tela do smartphone ou para ativar funcionalidades em aplicativos. A precisão não é muito boa. Ele detecta geralmente a presença ou ausência de proximidade infe-rior a 5 cm. Mas, conhecendo essa limitação, é possível criar experimentos interessan-tes. Cada aparelho pode ter uma sensibilidade diferente. Utilizando o aplicativo “MIT app Inventor”, é possível associar um som ao sensor de proximidade, assim como ocorre em alguns carros.

Sensor de som

É constituído por um microfone, um potenciômetro e um chip que juntos são capa-zes de medir a intensidade do som, dentre outras funcionalidades. A finalidade do microfone é converter o som em sinais elétricos, de forma que estes possam ser transmitidos para circuitos eletrônicos. O potenciômetro é um componente ele-trônico que mede diferenças de potencial elétrico ou pode, ainda, ser usado para variar a resistência. Esse componente pode controlar também a amplificação ou atenuação do sinal elétrico. O chip é um componente que permite a interação entre o usuário e o smartphone.

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Funcionamento de um microfone. Fonte: http://www.mediacollege.com/

Sensor wi-fi

Wi-fi, além de uma tecnologia, é uma marca registrada pela Wi-Fi Alliance. O termo foi criado como uma alusão a Hi-Fi (High Fidelity), termo em inglês que significa “alta fidelidade” associado a tecnologia de reprodução sonora de alta qualidade. Wi-fi é um acrônimo para “Wireless Fidelity”. Wireless significa “sem fio”, ou seja, wi-fi é uma tecno-logia sem fio de alta qualidade, que permite a transmissão de dados através de sinais de rádio. A área de transmissão, no entanto, é limitada à capacidade de um equipamento chamado de roteador, que tem a função de decodificar o sinal de rádio e emiti-lo para o computador ou qualquer outro dispositivo conectado à rede local.

Sensor bluetooth

Esta tecnologia é muito similar ao wi-fi, porém seu raio de ação é reduzido. Isso ocorre porque são utilizadas ondas de rádio de comprimento de onda curto, conhecidas como ondas UHF. O bluetooth é muito útil para criar redes pessoais, nas quais a segurança da informação é maior. Uma limitação desse tipo de rede sem fio é o número de dispo-sitivos que podem ser conectados ao mesmo tempo: no máximo, sete. Além disso, a transmissão via bluetooth é mais lenta do que a wi-fi.

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Sensor NFC

NFC é uma sigla em inglês que significa “comunicação por campo de proximidade”. A tecnologia é muito simi-lar à transmissão sem fio, porém sua área de influência é ainda menor do que a do bluetooth. Para que a transmis-são de dados entre equipamentos seja efetivada, é necessária uma aproximação máxima de 10 cm. Existem dois tipos de senso-res NFC: passivo e ativo. O passivo apenas recebe sinais, já o ativo pode recebê-los e enviá-los. O NFC tem sido muito utilizado em pagamentos, como em compra de cartão de passagem para transporte público, cartões de crédito, e, ultimamente, foi integrado aos smartphones, de modo que estes possam aceitar pagamentos por meio de um car-tão de crédito virtual controlado pelo sensor.

Acelerômetro

Este é um instrumento que mede a aceleração da gravidade experimentada por um objeto ou a sua variação. Na prática, o acelerômetro é responsável por registrar a varia-ção de posição do smartphone em três direções. A resolução do acelerômetro modelo BMA250E ACC é de 0,15. Para a finalidade de projetos escolares, esse modelo apresenta uma boa configuração. Seria capaz, por exemplo, de registrar um terremoto de mag-nitude 3 ou 4 na escala Richter. Equipamentos sísmicos profissionais são equipados atualmente com esse mesmo tipo de sensor, que é muito mais sensível do que os equi-pamentos analógicos anteriores, conhecidos como sismógrafos.

Sensor de gestos

Utiliza o sensor ótico (ou de imagem) do smartphone, decodificado por algoritmos matemáticos capazes de reconhecer gestos humanos. É muito utilizado em câmeras fotográficas; por exemplo, para detectar sorrisos e disparar o obturador automati-camente. Os usuários podem, ainda, utilizar gestos simples para controlar o equipa-mento sem a necessidade de tocá-lo. Em alguns modelos, é possível desbloquear a tela pelo uso de gestos.

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Sensor de batimentos cardíacos

Tecnicamente este sensor é conhecido como oxímetro de dedo. Seu funcionamento é realizado por um sensor ótico que converte espectro de luz em sinal elétrico, processado posteriormente por um microcontrolador. Os sensores captam a luz que atravessa o dedo, esta, por sua vez, varia naturalmente de forma pulsada. Os níveis de saturação de oxigênio têm relação com a coloração do sangue, e quanto maior a saturação, maior é o brilho e a cor vermelha. Por isso, o método recebeu o nome de oximetria.

Sensor biométrico

Este é um transdutor que converte informações biométricas em sinais elétricos. As medições realizadas pelo transdutor incluem a variação de luminosidade, temperatura, veloci-dade, capacidade elétrica e outros tipos de energia. Algo-ritmos matemáticos decodificam os impulsos elétricos e os associam a características pessoais, como impressão

digital, voz, rosto, padrão da íris, padrão de veias, padrão de assinatura, geometria dos dedos, DNA, dentre outros.

Em smartphones, o sensor biométrico é restringido ao reco-nhecimento de impressão digital.

Atividades propostas

Acredito que a tecnologia pode ser levada para o dia a dia dos alunos em diversos níveis de compreensão. Por isso, as atividades propostas aqui serão divididas em três níveis: fundamental I, II e médio. Os professores podem, ainda, com base nas atividades propostas, pensar em diversas outras ou solicitar o meu apoio para ajudá-los a pensar em atividades específicas para cada ano escolar.

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Nível Fundamental I

Material utilizado:

9 smartphone;

9 aplicativo “Sensor box for Android”;

9 pedaços de imã;

9 saco para guardar os imãs;

9 limalha de ferro;

9 imagem do planeta Terra com as linhas de força.

Esconda em um canto da sala de aula um saco com imãs e organize uma caça ao tesouro, utilizando o sensor magnético para encontrá-los. Abra o aplicativo “Sensor Box for Android” e selecione “Magnetic Sensor”. Explore a característica magnética de cada elemento encontrado na sala de aula. A madeira da tampa da mesa, por exemplo, não apresenta resposta magnética, mas o ferro da armação, sim. Quando as crianças encon-trarem o “tesouro”, explore com elas a atração entre os pedaços de imã. O que é essa força que os atrai? Em alguma ocasião, os imãs repelem-se? Aproveite para falar que os imãs, assim como o planeta Terra, possuem um polo norte e um polo sul. A força que os atrai ou os repele chama-se eletromagnetismo. O imã é formado naturalmente na crosta terrestre como um mineral chamado magnetita. Esse mineral é capaz de registrar o campo magnético da Terra e guardar essa característica devido ao arranjo de seus átomos. Na sequência, espalhe limalha de ferro ao redor do imã para que os alunos visualizem as linhas de força formadas entre os polos norte e sul. Mostre a imagem do planeta Terra com as linhas magnéticas que vão de um polo a outro e comente que o núcleo externo da Terra funciona como se fosse um desses imãs.

Imã com limalha de ferro exibindo as linhas de força do campo eletromagnético e o campo magnético da Terra. Fonte: http://images.slideplayer.com

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Nível Fundamental II

Abra o aplicativo “Sensor box for Android” e selecione “Accelerometer Sensor”. Você verá uma bolinha que se movimenta livre-mente pela tela do smartphone. Explore com os alunos o movimento dela para que eles percebam que ela responde aos movi-mentos realizados com o smartphone. Isso acontece porque o acelerômetro é sensí-vel a variações na aceleração em 3 eixos: x, y e z.

Neste exercício, os alunos aprenderão a identificar os eixos x, y e z ao movimentar o smartphone. Clique agora em “Graph”, no canto inferior da tela. Com o gráfico, será possível visualizar separadamente a movimentação da bolinha nos eixos x (em vermelho), y (em azul) e z (em verde). Peça

para que eles movimentem um eixo de cada vez. Para sentir o movimento no eixo z, ponha o smartphone com a tela na horizontal e movimente o aparelho para cima e para baixo, mantendo a tela na horizontal. Observe que a linha verde apresentará um padrão senoidal e as demais apresentarão algum ruído, mas permanecerão muito pró-ximas do eixo zero. Para sentir o movimento no eixo x, ponha agora a tela na vertical e peça para que os alunos virem o aparelho para a direita e para a esquerda. Observe que agora é a linha vermelha que apresenta o padrão senoidal. A linha azul permanecerá próxima ao eixo zero e a linha verde apresentará alguma resposta, porém de menor amplitude. Agora peça para que os alunos segurem a tela na horizontal e girem para a direita e para a esquerda. No gráfico, eles verão que agora é a linha azul que formará um padrão senoidal e a linha vermelha apresentará valores próximos de zero.

Clique agora em “Data”, no canto inferior esquerdo da tela. Verifique que é possível identificar valores positivos e negativos associados aos eixos x, y e z. Quando a tela encontra-se na vertical e a viramos para a direita, de modo que a bolinha caia para o canto direito, observe que x é representado por um valor negativo. Quando a bolinha é deslocada para o canto inferior esquerdo x, é representado por valores positivos. O

Gráfico do sensor acelerômetro mostrando movimentação da tela no eixo “x”.Fonte: a autora.

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mesmo ocorre com os demais eixos. É dessa forma que o acelerômetro consegue iden-tificar o posicionamento espacial da tela do smartphone. Nesse exercício, aprendemos sobre a utilidade dos números negativos, como plotá-los em um gráfico de 3 eixos e a importância da definição de um sistema de coordenadas com dois ou três eixos, com componentes positivos e negativos.

Nível Médio

Neste experimento, os alunos vão aprender a medir a intensidade do som e quais são os limites saudáveis de intensidade e frequência sonoras. Para iniciá-lo, peça para que os alunos abram o aplicativo “Sensor box for Android” e cliquem em “Sound Sensor”. Na tela, será possível observar tanto o medidor como o gráfico com uma escala que varia entre 0 e 140 decibéis. Peça para que eles façam completo silên-cio, meçam o valor e anotem. Peça agora para que todos falem ao mesmo tempo, meçam o valor e anotem. Peça agora para que um dos alunos, sentado no fundo da sala, grite para chamar a(o) professora(or) enquanto os outros alunos medem a intensidade sonora do grito.

Desenhe no quadro uma linha reta representando a frente da sala. A partir dessa linha, crie quantos quadrados forem necessários para representar a posição de cada aluno na sala de aula. Marque com um asterisco a posição do aluno que gritou. Nos demais quadrados, insira o valor da intensidade sonora medido por cada aluno. Verifique que os alunos distantes da fonte sonora registram intensidades menores do que aqueles que estão próximos ao aluno que gritou. Isso ocorre porque a intensidade do som vai sendo atenuada devido aos obstáculos que estiverem em sua trajetória. Alunos, pare-des, cadeiras e mesas são obstáculos que desviam as ondas sonoras e absorvem parte de sua energia.

O som é uma onda de pressão que viaja a uma velocidade de aproximadamente 340 m/s, a partir de uma fonte sonora, e se expande como uma esfera. Quando encontra um anteparo, a onda sonora pode ser distorcida por refração, reflexão ou difração. Em intensidades maiores do que 140 decibéis, uma onda sonora pode afetar fisicamente pessoas e objetos, assim como ocorre com uma onda de choque proveniente de uma explosão. Peça para que seus alunos criem uma tabela com os sons que costumam ouvir, como os da TV, pingos de chuva, uma rua movimentada etc. Peça para que pes-quisem na internet quais prejuízos físicos podem ocorrer quando submetidos a ruídos acima de 50 decibéis por um longo período de tempo.

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Agradeço à SBPC, nominalmente à presidente da SBPC, Dra. Helena B. Nader, ao Dr. Marco Moriconi, representante da SBPC no estado do Rio de Janeiro, à Claudia Masini d’Avila-Levy, Secretária-Geral da SBPC, ao Sr. Gerimário Verissimo da Silva, responsável pelo setor de compras, ao Sr. Luiz R. P. Dionisio, superintendente administrativo financeiro da SBPC, e Carlos Henrique Santos. Agradeço também aos que colabora-ram, direta ou indiretamente, para a realização deste projeto. Agradeço especialmente ao meu filho, que foi minha fonte de inspiração para a proposição e desenvolvimento deste projeto.

Para conhecer a SBPC, acesse este prospecto e este vídeo, que resumem mais de 60 anos de realizações da Socie-dade Brasileira para o Progresso da Ciência. Se tiver inte-resse em associar-se, conheça os critérios e procedimentos acessando o site da SBPC e a Ficha de Filiação.