manual de manejo do herbÁrio fanerogÃmico 2ª.ediÇÃo …

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COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA Vinculada ao Ministério da Agricultura MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO . EDIÇÃO Sco tt Alan Mori Luiz Alberto Mattos Silva Gildro Lisboa Lidi o Coradin Centro de Pesquisas do Cacau Rodovia l lhéus - ltabuna, km 22 Ilhéus - Bahia 1 9 8 9

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Page 1: MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO 2ª.EDIÇÃO …

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COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA Vinculada ao Ministério da Agricultura

MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO

2ª . EDIÇÃO

Scott Alan Mori Luiz Alberto Mattos Silva Gildro Lisboa Lidio Coradin

Centro de Pesquisas do Cacau Rodovia l lhéus - ltabuna, km 22

Ilhéus - Bahia 1 9 8 9

Page 2: MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO 2ª.EDIÇÃO …

MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO

Scott Alan Mori* Luü. Alberto Mattos Silva* Gildro Lisboa* Lídio Coradin-

* Herbário do Centro de Pesquisas do Cacau, Divisão de Botanica, APT CEPLAC, 45660, Ilhéus, Bahia, Brasil.

** Herbário doiCentro Nacional de Recursos Genéticos, CENARGEN, Avenida W- 5 Nort.e Parque Rural, Caixa Postal 102372, 70000, Bras11ia, DF, Brasil.

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Page 3: MANUAL DE MANEJO DO HERBÁRIO FANEROGÃMICO 2ª.EDIÇÃO …

1. INTRODUÇÃO

Um herbário consiste basicamente de coleções de material botânico provenientes de d. ersas regiões geográficas. Para grandes herbários, como os do Jardim Botânico de Nova arque, Herbário Nacional dos E.U.A., Jardim Botânico do Rio de Janeiro etc., a região

coberta é o mundo, enquanto que a maioria dos herbários abrange áreas limitadas, a exem­plo do Herbário Centro de Pesquisas do Cacau (Mori e Silva, 1980) que abarca, somente, as regiões cacaueiras da Bahia e Espírito Santo, numa área de aproximadamente 100.000 qu ilômetros quadrados. Constituem exemplares de um herbário, as plantas dessecadas e cola­das em cartolina (Fig. 1 ), frutos, sementes e amostras de madeiras, também dessecados e flores e frutos conservados em meio I íquidc, como o álcool. Empregando-se o tratamento adequado, estes exemplares poderão permanecer por centenas de anos em perfeito estado de conservação. Além do material botânico, um herbário deve possuir uma coleção de livros e ilustrações, como suporte ao estudo da flora da região de maior interesse.

As funções principais de um herbário são enumeradas a seguir:

a) armazenar exemplares, identificados se possível, de todas as espécies de plantas da região levantada . Vale destaca r que estes exemplares devem mostrar todas as varia­ções e estágios de desenvolvimento destas espécies; portanto, o herbário conterá mais de uma coleta de cada espécie. Usando um herbário com coletas bem identi­ficadas, qualquer pessoa interessada no assunto pode verificar o nome científico de uma planta desconhecida por comparação com plantas já identificadas;

b) fornecer identificações de plantas aos pesquisadores, não taxonomistas, que pre­cisem destas informações na elaboração de trabalhos técnicos. Citamos, como exemplo, o ecólogo que precisa dos nomes das plantas invasoras em uma pastagem ou um anatomista que necessita do nome correto da planta incluída na sua pesquisa;

c) identificar plantas tóxicas, objetivando o seu controle ou, no caso de intoxicação, auxiliar na indicação do remédio çorreto a ser utilizado;

d ) ajuda na elaboração de trabalhos, científicos ou populares, sobre a flora da região, visto que o herbário constitui um banco de informações que devem ser constante­mente reveladas ao público. A divulgação de informações sobre plantas medicinais e/ou úteis, de um modo gerál, inclui-se nesta categoria;

e) servir como centro de treinamento em botânica, especialmente taxonomia;

f) lutar pela conservação da natureza. Se o botânico não o fizer em defesa das plan­tas, quem o fará?

g) prover toda ajuda possível aos outros pesquisadores em seus estudos taxonômi­cos através do fornecimento de coletas de plantas, sementes para propagação, foto­grafias de determinadas espécies, material para estudos de cromossomos e de anato­mia e quaisquer outros dados que os pesquisadores necessitem para melhorar os seus trabalhos.

Com este manual apresenta-se aos interessados os meios necessários para o manejo correto de um herbário fanerogâmico. Para atingir esses objetivos, serão indicados, em

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Fig. 1 - Exemplos de exsicatas de herbário. A. exsicata de uma árvore (note que a planta é representada por um ramo fértil). 8. exsicata de uma planta herbácea represen­tada por 6 indiv(duos. C. exsicata de uma coleção que representa o tipo de um novo taxon. D-1. múltiplas' exsicatas de uma só coleta, onde é mostrada a manei­ra como várias partes estão marcadas.

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e

'Jll!IQUlência, todos os passos utilizados desde a coleta da planta até a sua conseqüente incor­i:,oração ao herbário.

A seguir, para melhor compreensão, são definidos alguns termos citados neste manual.

Coleta - todas as amostras de uma espécie, coletadas em um só local num mesmo dia, e QUe recebem somente um número na série do coletor.

Duplicata - cada exemplar da coleta de uma espécie e que leva o mesmo número.

Espécime - termo geral referente a qualquer amostra da planta, seja exsicata, madei­ra ou outras partes.

Exsicata - uma amostra seca, colada na cartolina do herbário.

Número - é a combinação de algarismos dada pelo coletor a uma coleta (obedecendo ~ seqüência). Serve para identificar a coleta e deve vir acompanhada do nome do coletor ,ou coletores.

Unicata - quando se coleta apenas um exemplar da planta, isto é, quando a coleta não ::,ossui duplicata.

li . COLETA DAS ESPÉCIMES

Fornecer material para pesquisas taxonômicas e/ou para propagação em jardins ou reservas botânica·s são as principais razões de fazer-se coletas botânicas. Os vários ·tipos de amostras são:

a) amostras secas da planta, geralmente com três ou mais duplicatas;

b) flores, frutos e partes vegetativas, preservadas em F .A.A.( 1 l ou álcool a 70%, para estudos anatômicos;

c) material para estudos de cromossomos;

d) amostras de madeiras para estudos anatômicos;

e) material para estudos químicos; e

f) mudas, estacas e sementes para propagação . .

1. Preparação de amostras secas

O material necessário para o trabalho de coleta consiste de:

a) uma prensa de campo (Fig. 2);

b) tesoura-de-poda, facão, podão específico e outras ferramentas apropriadas ao corte de determinada parte de uma planta lenhosa ou para remover uma planta do solo;

c) jornais ou papel pardo de embrulho (84 cm de comprimento x 50 cm de largura) dobrado no sentido longitudinal;

d) um caderno de campo;

e) lápis comum ou caneta de tinta indelével.

( 1) Veja a fórmula na pág. 17

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l PRENSA COM PLANTAS

PRENSA ABERTA

Fig. 2 - Dois tipos comuns de prensa de campo: A. Prensa de madeira; B. Prensa de lona (para dias chuvosos).

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F DO DA PRENSA

COM PLANTAS

~,;;; 8. Prensa de lona

De modo geral só plantas férteis, isto é, com flores e/ou frutos, são colet adas, porque t!llle5 orgãos são essenciais para a classificação dos vegetais. É conveniente adicionar mais ilares e ou frutos às coletas, para que estas possam ser dissecadas sem removê-los da co,eta .-.apal. Na coleta de uma planta lenhosa, retira-se parte do ramo que possua órgãos re­~res. Quando a planta for herbácea, coleta-se todo o vegetal, inclusi.e suas raízes.

E aconselhável preparar amostras que preencherão o máximo da cartolina, mas que não -.,em, ao mesmo tempo, ta-o agrupadas que o estudo do material seja dificultado. A monta· 911'1 deve ser feita de maneira a destacar as flores e/ou frutos, uma vez que estes constituem a partes mais importantes para a identificação do material. Da mesma forma, as folhas de· ~ ficar sob o caule, tomando-se cuidado para que apareçam ambas as faces. Em caso de -.ces:sidade de eliminação de algumas folhas da amostra, estas devem ser cortadas de modo .-e fique indicando a inserção do pecíolo. Quando a planta coletada ultrapassar as dimen­llles do papel, poder-se-á dobrá-la, preferivelmente na forma de "N" (Fig. 1-l l.

O nú mero da coleta deverá constar, a lápis, no papel que contém a planta. Geralmente, ::aera-se mais de um exemplar de cada planta recebendo, cada um, o mesmo número. Sendo ~- el, deve-se coletar pelo menos 3 duplicatas: uma para o herbário do coletor, outra para

especialista na família e a terceira para um dos grandes herbários nacionais. Obtendo-se ..s duplicatas, estas podem ser utilizadas no processo de intercâmbio com outros herbários.

Frutos de grande tamanho, sem condições de prensagem, deverão ser removidos e colo· caoos num saco de rede (de nylon) , que será marcado com o número correspondente ao da aJlieta. Fotografias de plantas difíceis de coletar, como as palmeiras e cactáceas e de partes ~-s facilmente perecíveis, como -flores delicadas, são bastante úteis nos estudos taxonô­~- Estas fotografias devem ser coladas ao lado da coleta, na cartolina.

Pelo seu grande tamanho algumas plantas, sobretudo Bromeliáceas, Palmeiras e algumas !!!ID=C-es de Pteridófitas, apresentam grandes dificuldades na prensagem. Nestes casos é

ro importante fazer anotações detalhadamente e coletar todo o material representativo :::lii anta. A seguir damos o procedimento usado para coletar uma palmeira de grande porte:

a anote no caderno de campo: a altura total da planta, altura do tronco, presença de raízes escoras, número de folhas na copa, comprimento da lâmina da folha e dope­ci'olo, número de pares de fo i foi os, tamanho dos foi íolos, comprimento da inflores­céncia e seus eixos e, finalmente, a presença e distribuição dos espinhos;

b quando for possível fotografe todos os aspectos da palmeira: o hábito, a inflorescência, as espatas e os frutos;

:: a coleta deve incluir, pelo menos, o pecíolo, a base, porções do meio e o ápice da lâmina da folha, partes representativas da inflorescência, flores e frutos. Para facilitar a prensagem, pode-se cortar todos os folíolos de um lado do ráquis e muitos eixos da inflorescência, deixando suas bases para indicar onde estavam suas inserções. Cada papel, em que as partes são colocadas, deve ser claramente marcado com o nome e número do coletor, o nome do órgão ao qual a parte pertencia e a indicação da posi­ção da parte. Por exemplo, todas as partes coletadas de uma palmeira são marcadas assim:

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Nome elo coletor N~ Órgão Origem

Santos 3200 Folha A Base

Santos 3200 Folha A Meio

Santos 3200 Folha A Ãpice

Santos 3200 lnfl. A Base

Santos 3200 lnfl. A Ãpice

Todas estas cinco partes abrangem uma só exsicata que será depositada em um herbá­rio. As partes designadas para outros herbários são marcadas com Folha B, lnfl. B etc. Na hora de colocar as etiquetas dentro das coletas, estas informações terão que ser acrescenta-das nelas (Fig . 10-1). ·

A mesma espécie poderá ser coletada mais de uma vez no mesmo lugar, desde que uma planta tenha somente flores , uma outra frutos ou se os indivíduos mostram variações morfo­lógicas merecedoras de reconhecimento taxonômico. Nestes casos, as coletas de cada planta recebem números diferentes. Se o mesmo número for atribuído às coletas dos dois indiví­duos se pensará que flores e frutos são provenientes de uma só planta.

O caderno de campo deve ser de boa qualidade, oferecendo resistência â umidade e que perdure por muito tempo de uso . Recomenda-se que as anotações sejam feitas a lápis ou com caneta de tinta indelével para que não se apaguem ao molhar. As anotações no ca­derno devem incluir todos os dados necessários para a confecção das etiquetas e, consegü~n­temente, sirvam para os taxonomistas nos seus estudos das coletas . Ao chegar ao local de coleta, deve-se registrar os seguintes dados :

Data da coleta (dia/mês/ano); nome(s) do (s) coletor(es); local da coleta (país, estado, município, localização em relação a um lugar geograficamente conhecido, coordenadas geográficas) e altitude; tipo de vegetação (mata higrófila, restinga, brejo etc.); estado da vegetação em termos de desequilíbrio; textura do solo (arenoso, argiloso, pedrego­so); drenagem do solo (má, mediana, boa); e, se possível, o uso atual da área (tipo de cultura, pastagem natural, pastagem artificial, extração de lenha etc) .

Após estes registros, aparecem todos os números e a descrição de cada uma das plantas coletadas naquele local. Geralmente , identifica-se a planta até onde for possível, isto é, até família, gênero, ou mesmo espécie. Quando somente a família for identificada, deixa-se uma linha em branco para que o nome da espécie possa ser acrescentado assim que a coleta for

identificada. Abaixo do número e da determinação preliminar da planta anotam-se todas as suas

características observadas durante a coleta, como hábito, textura das folhas, coloração de determinadas partes, freqüência etc.

A terminologia abaixo, auxiliará na descrição do hábito das plantas coletadas:

Erva

Subarbusto (Sufruticoso)

Arvore

8

planta, geralmente de pequeno porte, cujo caule não possui ou apresen­ta pouco tecido lenhoso.

planta geralmente inferior a um metro de altura, normalmente herbácea e lenhosa somente na base do caule.

planta lenhosa, normalmente com altura superior a 5 metros, tronco bem definido e despido de ramos na parte inferior. Para árvores, a altura

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e o DAP (diâmetro à altura do peito) são acrescentados no caderno. Ex.: "Árvore, 25 m x 15 cm ... "

vegetal sem tecido lenhoso e com caule comprido que sobe sem ajuda de qualquer adaptação especial .

vegetal sem tecido lenhoso e com caule comprido que sobe se enrolando em torno de suportes. Fig. 3A .

vegetal sem tecido lenhoso e com caule comprido, não enrolante, que se prende aos suportes mediante órgãos de fixação, geral mente filamento­sos, que se enrolam nos suportes como molas espirais. Fig. 38.

vegetal sem tecido lenhoso e com caule comprido, não enrolante, que se prende aos suportes mediante órgãos de fixação que têm a forma de anzol. Fig. 3D.

vegetal sem tecido lenhoso e com caule comprido, não enrolante, que se prende aos suportes mediante raízes originárias do caule. Fig. 3C.

vegetal com tecidos lignificados e caule comprido que sobe, geralmente, apoiado em árvores. Pode ou não ter órgãos de fixação. Quando tiver, estes devem ser anotados.

Outros termo:; são também utilizados para caracterizar o hábito da planta no campo. E,uetanto, sua aplicação se restringe às plantas herbáceas ou subarbustivas.

::,,.estrada

:::>ecumbente

=~ta =scandente

C~pitosa

=r zomatosa

:stolon (fera

Ep (fita

Saprófita

Parasita

planta que apresenta caules rasteiros. Fig. 4A.

planta que apresenta caules deitados sobre o solo mantendo, apenas, o ápice do ramo flor(fero erguido. Fig. 48.

planta com crescimento vertical ou ligeiramente inclinado. Fig. 4C.

planta não trepadeira que se inclina sobre outras plantas.

planta cujos caules formam uma touceira (tufo). Fig. 4D.

planta que forma rizomas, isto é, caules subterrâneos e horizontais.

Fig. 4E.

planta que forma estolhos, ou seja, brotos horizontais com a capaci­dade de enraizarem e produzirem novas plantas. Fig. 4F.

planta que vive sobre outra (utilizando-a como suporte), sem ser pa­rasita.

vegetal geralmente desprovido de clorofila, que retira seus alimentos de material orgânico em decomposição .

planta que se nutre da seiva de outra planta. Pode ser holoparasita, quando é desprovida de clorofila não possuindo, portanto, capacidade de fotossintetizar (Ex.: cuscuta); ou hemiparasita quando, apesar de

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A. volúvel

e. com roízes

odv entício s

B. c orn govinhos

D. com

ganchos

Fig. 3 - Exemplos de vários tipos de trepadeiras herbáceas.

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3. com gavinhas

neroáceas.

com ganchos

A prost rado 8. decumbente

D. cespi toso E. rizomotoso

G. raízes tabulares H. raízes escoras

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e . ereto

F. estolonífero

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1. raízes respiratórios

Fig. 4 - Exemplos de vários tipos de hábitos de plantas.

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Estrangulante

emitir haustórios ou raízes modificadas que sugam a seiva planta , possui, também, clorofila (ex.: erva-de-passarinho).

planta que emite ra(zes capazes de estrangular a planta hospedeira. Por exemplo, muitas espécies de gameleira (Fi cus spp).

Muitas espécies de árvores possuem caracter(sticas do tronco e da casca, úteis na descri­ção taxonômica, que devem ser anotadas. Apresentamos algumas destas a seguir:

Raízes tabulares

Rai'zes escoras

Raízes respiratórias

Natureza da casca

Corte da casca

diz-se de ra (zes que crescem fora do solo, formando placas triangulares que irradiam da base do tronco de certas árvores em sentido vertical. Fig. 4G.

diz-se de raízes que se desenvolvem a partir de determinada altura da planta, dirigindo-se verticalmente para o saio e reforçando o sistema de sustentação da planta. Fig . 4H.

diz-se de raízes aerenquimosas de certas árvores, munidas de aberturas que permitem trocas gasosas com o exterior, e que crescem para fora do solo encharcado, no sentido vertical. Por exemplo, as raízes aéreas dos mangues. Fig. 41.

é importante descrever a cor e a aparência da casca, observadas de fora. Por exemplo: casca marrom, fissurada; casca cinza, lisa; etc.

um corte inclinado, feito por meio de um facão, apresenta caracterís-ticas taxonômicas de relevante importância.

Por exemplo: casca externa parda, 2 cm de espessura, em camadas, e casca interna branca, 1 cm de espessura.

COl!:UI er- .,..,ais acr- s.:a responsáve · pec cão divide-se en deve ter um taxCY10-:

um taxonomisra esteja Na etiquetê da

o nome do cole:or ~: coletor deve co,.s s-::;r ide 'ltificá-lo cor--e bre'"lome do pai !:f"r

ct, : .... ento das e:: qu

A Fi~--a 5 ,,,

Após descrever o hábito da espécie coletada, seguem-se informações relativas à colora­ção apresentada pela planta, a qual poderá sofrer completa transformação durante a seca-~ gem, e.g. cor das partes da flor ou das folhas. A descrição da cor da flor deve ser específica, i.e ., as partes coloridas devem ser indicadas. Por exemplo, citar "corola branca" ao invés de; generalizar com "flores brancas". '

Qualquer outra informação que possa ajudar na taxonomia e/ou em estudos sobre a biologia da espécie, deve ser incluída, tais como "flores visitadas por borboletas" ou "fru­tos inteiros comidos por tucanos" etc. Finalmente, o nome vulgar e qualquer outra infor· mação sobre a utilidade da planta, também devem ser incluídos desde que se possa confiar na fonte de informação.

Sempre que possível, o coletor deve anotar a freqüência da espécie empregando seguintes padrões:

a) Abundante - espécie predominante em todos os locais.

b)Comum - espécie encontrada em todos os locais, sem ser predominante.

c) Freqüente - espécie não encontrada em todos os locais, espalhada, sendo co-mum nas manchas onde ocorre.

d) Ocasional - espécie esporadicamente encontrada.

e) Rara - espécie só uma vez ou raramente encontrada.

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que suçam a seiva de outra de-oass,arinho).

• •ar a planta hospedeira. Por "5' spp) .

~ e da casca, 9teis na descri­~ destas a segu Ir:

,amiando placas triangulares 1 árvores em sentido vertical.

·r de determinada altura da o e reforçando o sistema

res, munidas de aberturas • e que crescem para fora exemplo, as raízes aéreas

da casca, observadas de ; casca cinza, lisa; etc.

facão, apresenta caracterís-

~ espessura, em camadas, e

nnações relativas à colora­sformação durante a seca­da flor deve ser específica,

" corola branca" ao invés de

A série de números de um co letor sempre deve começar de 1 (hum) e continuar, em ii!!Clltléncia, indiferente de ano, local e material coletado. Dest a maneira, uma coleta será de-

Cliiiifflente identificada com o nome do coletor e um único número. Quando duas ou mais :::1!!!150ii0S:IS estiverem envolvidas numa coleta, estas devem decidir, previamente, pela série de -i.meros a ser utilizada, de modo que a coleção seja facilmente identificada. O registro da ""ll!Slla coleta em mais de uma série poderá gerar grandes confusões . É óbvio que o taxo­~ i:sta responsável pela numeração das coletas esteja prese11te~_ exemplo, se uma ex­::eocão divide-se em dois grupos para a finalidade de visitar locais distintos, cada grupo :1!1111! ter um taxonomista responsável pela numeração das suas coletas. É impossível que ...r:-. taxonomista esteja em dois locais distintos ao mesmo tempo.

a etiqueta da coleta, bem como na citação de coletas em trabalhos taxonômicos, : -orne do coletor que dá o número à coleta deve aparecer primeiro. Outrossirr, o nome do ::oemr deve consistir do sobrenome e quaisquer outros nomes e/ou iniciais necessárias para ceitificá-lo corretamente. Nunca deve usar o sobrenome da mãe em uma expedição e so­~ me do pai em outra, i.e. o coletor deve ser consistente no uso do seu nome no preen­::--imento das etiquetas .

A Figura 5 mostra uma página de um caderno de campo na qual a maneira de se regis­-:-?T todos os dados acima referidos está demonstrada.

Dentro do Programa Flora do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientí­-=c:c e Tecnológico) existe um subprograma com o propósito de levantar todos os dados dis­::,or, íveis das coletas nos herbários nacionais e das coletas do Brasi I nos grandes herbários es­~ iros. Para facilitar a coleta destes dados, o CNPq confeccionou etiquetas (Fig. 6) para 3P"-en1 usadas nas exsicatas e um formu lário (Fig . 7) onde os dados destinados ao computa· -:x7" são registrados. Sempre que possível, o coletor deve fornecer-toda a informação necessá-- a para o preenchimento da etiqueta e do formulário.

Cada vez que uma espécie é coletada em lugar ou habitat diferente, a coleta recebe um - _--nero diferente. No caso de uma planta não fornecer o número de duplicatas desejado, :ompletar-se-á com outras plantas da mesma espécie, indicando as duplicatas como prove­- entes da planta A, B, C etc., ou anotar nas etiquetas que "todas as duplicatas foram cole­~.:,as de plantas diferentes". É admiss ível, também, que números diferentes sejam dados ~ coletas de cada planta diferente, ainda que sejam da mesma espécie. A identificação da : ,;gem das coletas, seja de um ou mais indivíduos, permitirá estabelecer a origem da varia­_:='.Q mostrada pelas duplicatas.

ia e/ou em estudos sobre a por borboletas" ou "fru­

gar e qualquer outra infor­desde que se possa confiar E prefer(vel efetuar coletas de todas as plantas férteis de um só lugar em vez de pou­

:.as coletas em muitos locais diferentes. Isso, além de facilitar a confecção das etiquetas, pro­os :orcionará, também, melhores conhecimentos sobre a flora local. Convém coletar no mesmo

x al, periodicamente, no percurso do ano para coletar o máximo de espécies férteis e, con­xqüentemente, chegar ao melhor conhecimento da flora .

ser predominante.

ocais, espalhada, sendo co-

As plantas já coletadas e colocadas em papéis ficam prontas para prensagem. A prensa : e campo, na sua forma mais simples, consiste de duas tábuas atadas com cordas. Na figura 2 8 consta um desenho para uma prensa de campo, desenvolvida pelos botánicos do Instituto

acional de Pesquisas da Amazônia, para dias chuvosos. Deve-se come_çar a dessecação das coletas logo que possível, a fim de evitar a queda das

""olhas e estragos causados por fungos e/ou bactérias. Quanto mais cedo for a secagem das

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8 de março de 1978 . S.A. Mo ri, J.A. Kal lunk i , T.D. Pe nning ton. Munici_

pio de ltabuna. Propri edade da Fazenda Mar_ineda, cerca de 3 km ao NW de

Juçari. Região de Mata HigrÕfila Sul Baiana. Mata. La t itude 15 ? l l' Se

longitude 39? 31' W. 200 m de altitude .

9558 .

9559.

9560.

9561.

9562.

9563.

9564.

9565.

Jacaratia dodecaphylla A. DC.* Det.: S.A. Mori, 1978. CARICACEAE. Ârvore, 20 m x 60 cm, tronco e ramos espi nhosos. Casca exterior del gada (2 mm de espessura) ,cas ca int~rio r grossa (20 mm de espes s ura) e com estrias trans lucidas. Frutos laranjas. Sementes para propagação.

Cusparia macrophylla (Mi-k.) Eng.* Det.: S .A. Mo~i, 1978. RUTACEAE. Arbusto, l ,5 m de altura. Corola 1 ilas -claro ou branco . Planta A da mata e B da margem da mata. Plan ta B tem fo lhas menores e co ro las mais bra ncas que pla~ ta A. Foto .

RUTACEAE. Arvore, 5 m x 5 cm . Frutos ve rdes quando ima tu ros , t o rnando-se pardos quando maduros . Sementes em âlcool . Foto.

ACANTHACEAE. Subarbus t o , 1 m de al t ura. Corola vermelha. Cresce ndo à margem da mata , em capoeira . Cada exs icata de uma p lant a diferente.

RUTACEAE . Arbusto, não ramificado, até 1 ,5 m de altura. Apres en t ando fo l ha s velhas e ou t ros detritos entre as bases das folhas. As for migas encontradas morando no detr ito f o ram também co le t adas. Corola branca. Foto.

Solanum SOLANACEAE. Arbusto, l ,5 m de altura. Câl i ce verde, pe talas brancas, estames ama relos . -

Allophylus SAPINDACEAE. Arvore, 6 m x 8 cm. Frutos imaturos, verdes, laranjas quando maduros.

Ch lorophytum brasi li ense (Nees & Mart.) Rav. LILIACEAE. Erva terrestre . Pétalas brancas. Fru-tos i matu ros, verdes. Det.: L.A. Mattos Silva, 1979*.

*Esta determinação foi fe i ta subs eqUentemen te à coleta, no labo ratório. Note a prese nça do nome do determinador.

Fig. 5 - Uma página de um caderno de campo.

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COR X> FRUTO CU 005 ESPOROS 11'.TElll:ESSE Cc:ONÕM1Co , ~rERESSADO

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Fig. 6 - Etiqueta usada para as coletas patrocinadas pelo Programa Flora.

plantas, melhores serão as exsicatas obtidas. Normal mente, as plantas são dessecadas no mes­mo dia da coleta. Na impossibilidade de secá-las nos primeiros 2-3 dias de coleta, utilizar-se­ão certos tratamentos, segundo os métodos relacionados abaixo.

Método 1: Formol-água - Uma mistura de formol a 40% com três partes de água é reco­mendada. É importante experimentar até que a mistura obtenha uma concentração ideal pa­ra o clima da região onde será realizada a coleta. O tratamento pode ser efetuado através da submersão da planta no I íquido ou através de pincel macio. Após o tratamento, o material ainda dentro de seus respectivos papéis é amarrado em pacotes e colocado dentro de sacos plásticos, bem fechados, a fim de evitar a evaporação. Outro sistema de aplicação consiste na confecção de pacotes muito apertados, os quais são colocados em sacos plásticos, onde receberão o formal-água em quantidades suficientes para molhar, por capilaridade, todo o material em tratamento. Se o líquido não molhar completamente os papéis, as plantas so­frerão prejuízos causados por fungos e bactérias; se for utilizado um excesso, causará difi­culdade no manejo das plantas durante o processo de secagem .

Querendo aliviar o peso do material a ser levado ao campo durante a viagem, substitui­se o f~xmol pelo paraformol, substância química em forma de pó. A solução pode ser prepa­rada da seguinte maneira (Womersley, 1957):

1) aquecer 8 litros de água a aproximadamente 80 °c; 2) adicionar 28 gramas de "hexamine" (catalisador que ajuda na dissolução do parafor­

mol à água);

3) remover o vasilhame do fogão, adicionar 700 gramas de pó de paraformol e misturá­lo constantemente até a completa dissolução.

A densidade específica da solução deve ser, pelo menos, igual a 1,012 quando a saiu-

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Fig. 7 - Ficha de levantamento nos herbários ligados ao Programa Flora.

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Programa Flora.

':"·' =30 estiver completamente fria (Womersley, 1957). No entanto, Ghillean T. Prance (comu­- -cação pessoal ) recomenda que a densidade específica seja um pouco mais alta que a re­comendada por Womersley ( 1957). Esta densidade pode ser medida com um densímetro. A solução é empregada na forma descrita acima para formol-água.

A desvantagem no uso destes métodos está na causticidade do formol, que prejudica a saúde, sendo necessário, inclusive, o uso de luvas de borracha durante a sua manipulação.

Quando bem tratadas, as plantas poderão permanecer~balagem até 30 dias, sem perder suas qualidades intrínsecas.

Método 11: Álcool - Consiste no mesmo procedimento do método 1, utilizando-se o álcool 50-70%) no lugar de formol-água . Este método tem a desvantagem de não ser tão eficaz

auanto os métodos I e 111 e tem a vantagem de não ser cáustico .

\1étodo Ili. Pentaclorofenol-álcool comum - A solução a ser utilizada neste método é

:omposta de 30 gramas de pentaclorofenol para cada litro de álcool (50-70%).

As coletas são removidas dos papéis, submersas separadamente no I íquido e recolocadas -.os papéis. Assim, as plantas podem permanecer em pacotes, d~ntro de sacos plásticos, até 30 dias, sem sofrer danos. Outrossim, as plantas tratadas desta forma resistem aos ataques de -setos, mesmo depois de serem coladas e armazenadas no herbário. Este método apresenta

_-:,a desvantagem em virtude da permanência de cristais do elemento químico nas exsicatas, :irovocando dores de cabeça, reações alérgicas no nariz e problemas de visão nos pesquisado­~ que as utilizam quando estudam as coletas. O pentaclorofenol é um produto bastante =:Jrte podendo, inclusive, modificar a estrutura das flores tratadas e, conseqüentemente, di­- ·nuir o valor científico das coleções.

Vale destacar que a preservação das coletas mediante formol-água, álcool ou pentaclo­-afenol-álcool só deve ser empregada quando não se tem condições de secar as plantas até 3 dias depois da coleta. Entretanto , em climas secos e/ou frios, pode-se esperar até mais de 3 dias, sem que as coletas se estraguem. A diminuição da qualidade das coletas, especialmen­-== a perda de coloração, o prejuízo à saúde humana, argumentam contra o uso de preservati-

:::is no tratamento de coletas. Outrossim, quando for usado um preservativo, este deve ser ::., otado na etiqueta para informar a qualquer bioquímico que pretenda estudar a coleta.

2 . Coleta de material botanico em F.A.A. ou álcool

Muitas vezes, na secagem das coletas, partes da planta como flores e frutos, tornam-se d ifíceis de estudar devido ao seu achatamento. Por isso, esses materiais devem ser preserva­dos em álcool a 70%. Partes de plantas destinadas aos estudos de anatomia, também podem ser preservadas em álcool. No entanto, a solução de formol-água-ácido acético glacial F.A.A.), oferecem melhores resultados. A fórmula do F.A.A. é a seguinte:

Formo! . .. . ... ...... . .. . 10 mi Ácido acético glacial ....... 5 mi Álcool etílico a 95% ....... 50 mi Água destilada ............ 35 mi

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O material preservado em lr'quido deve receber o mesmo número dado ao material herbário. Não se recomenda coletar material para preservação em líquido, sem a exsica1 correspondente para a testemunha.

3. Coleta de material para estudo de cromossomos

A informação obtida ao estudar o número e a estrutura dos cromossomos tem muit valor nos estudos de taxonomia e evolução das plantas. O material para o estudo é obtid dos botões florais e das regiões embrionárias das raízes. A coleta dos botões é efetuada con forme os seguintes passos:

a) prepara-se a solução, na qual os botões deverão ficar fixados. O fixador de Farmer serve para a maioria das espécies e consiste de álcool etílico a 100% e ácido acético glacial, na proporça'o de 3 : 1. A mistura destes I íquidos deverá ser feita pouco antes de receberem os botões florais. O fixador de Carnoy (30 mi de álcool etílico a 100%, 5 mi de ácido acético glacial e 15 mi de clorofórmio) pode substituir o fixador de Farmer. Para bot6es de determinadas plantas, que não apresentam resultados deseja­dos com estes fixadores, recomenda-se o uso do fixador de Navashin, preparado da seguinte maneira:

Solução A ácido crômico . ...... . ...... l g ácido acético glacial. ......... 7 mi água destilada . . ... .... . .. .. 92 mi

Soluça'o B formol neutro . . . . .. . . . .... . 30 mi água destilada .. . .. .. .. . .... 70 mi

Estas duas soluções devem ser misturadas pouco antes da utilização do fixador;

b) selecione botões em todos os estágios de desenvolvimento e efetue cortes em seç longitudinal, permitindo que o fixador penetre nos tecidos;

c) deixe os botões submersos no fixador durante 24 horas;

d) depois deste período retire o fixador e substitua-o por álcool etílico a 70%;

e) quando possível, armazene o material em geladeira, a uma temperatura mé de O 0 c.

Chamamos a atenção para a importância de enumerar cada coleta de material cromrn sômico com o mesmo número da testemunha. Se este material for coletado sem uma teste munha de herbário, obviamente na'o terá qualquer valor científico.

Material para estudos de cromossomos pode também ser obtido das regiões embrioná rias das raízes. O procedimento na preparação deste material é idêntico ao utilizado na cole ta de botões florais.

4. Coleta de amostras de madeira A amostra de madeira consiste de um bloco de cerne do tronco com as dimensões ap

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determinada espécie.

A amostra de madeira fica sem valor científico se não for coletada com testemunha, que ficará arquivada no herbário. Obviamente, a testemunha e a amostra receberão o mesmo

número de coleta.

5. Coleta de material para estudos qu(micos

Pode ser qualquer parte da planta ·a ser analisada. A quantidade do material a ser coleta­do é determinada pelo pesquisador que está efetuando a análise. Importante é secar o mate­rial sem qualquer tratamento com produtos de preservação. Cada coleta deve ser numerada e acompanhada da testemunha de herbário.

6. Coleta de material para propagação

Este material consiste de sementes e/ou mudas destinadas a plantio. As espécies, assim propagadas, podem ser empregadas como plantas ornamentais ou, no caso de plantas de real importância econômica (forrageira , cereais, oleaginosas etc.), podem ser avaliadas para sua • possível utilização no melhoramento genético das espécies em pauta. Em ambos os casos, o material de herbário deve acompanhar as amostras.

No Brasil, o trabalho de melhoramento genético de espécies de importância econômica está sendo desenvolvido principalmente pelo Centro Nacional de Recursos Genéticos (CENARGEN), da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA), com séde em Brasi'lia, DF. Esta unidade desenvolve trabalhos de coleta em diferentes regiões brasileiras. O material coletado (sementes e mudas) é enviado a diversas unidades de pesquisa da empre­sa, localizadas em diferentes regiões do território brasileiro, para avaliação do potencial ge­nético. O material- testemunha é depositado no herbário CENARGEN, em Brasília.

Ili. SECAGEM DAS COLETAS

Ao término da coleta ou ao final de cada dia de trabalho, as coletas são postas a desse­car em estufas. O calor da estufa é fornecido por fogareiros à base de querosene ou por lâm­padas elétricas específicas. Poderã_o ser usados, também, secadores industriais à baixa tempe­ratura. Estes aparelhos são dotados de termostato, oferecendo maior segurança e secagem mais homogênea. O procedimento para secagem do material é o mesmo para as plantas tra­tadas ou não com 1 (quidos de preservação.

Na preparação do material para a secagem utiliza-se o seguinte método: coloca-se uma das tábuas da prensa, seguida de uma lâmina de alumínio corrugado, uma folha de papel­chupão e, então, a planta dentro do papel enumerado; a seguir coloca-se novamente o papel chupão, a lâmina de alum (nio, o papel-chupão e a nova planta (Fig. 8A). Segue-se esta se­qüência até que todas as plantas sejam colocadas na prensa. No final, coloca-se a segunda

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Fig. 8- SECAGEM E COLAGEM DAS COLETAS. A. colocando as coletas entre /§mi­nas de alum(nio corrugado e feltros. 8. colocando o material no caixão da prensa. C. posição dos fogareiros no interior da base da estufa. D. apertando as coletas. E. colocando o caixão sobre a base (pé) da estufa. F. apertando uma prensa utilizando cordas de sisai. G. colocando a prensa dentro da estufa elétrica. H. colando uma coleta. /. pressionando a coleta já colada, com barras de metal achatadas.

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tábua de prensa e amarra-se, com cordas de sisai, de modo que o material fique sob pres­são (Fig. 8F). A medida que as plantas secam convém apertar as cordas para que as plfintas

não enruguem. Este método pode ser conduzido de várias maneiras. Por exemplo, a l~mina de alumí­

nio pode ser substituída por papelão enrugado ou, às vezes, os papéis-chupões são dispen­sados, especialmente se as plantas forem muito carnosas ou tenham folhas coriáceas.

- --· - ---

Fotos e alguns desenhos de uma estufa de campo são mostrados nas figuras 8B-E, 9. O calor, neste caso, é fornecido por fogareiros de cozinha, tipo Jacaré, alimentados à querosene. Acima da estufa é colocado um caixão com a prensa, tendo no fundo uma tela metálica essencial à circulação do ar quente. A proporção que se colocam mais tá­buas em cada extremidade do caixão, maior será a pressão, conforme é ilustrado na

figura 8D.

A vantagem de prensar o material no caixão é que o mesmo não precisa ser removi­do a cada· vez que sofra um novo reaperto. Por outro lado, apresenta a desvantagem de levantar-se o caixão carregado, necessitando, nesta operação, de duas pessoas. Fazendo­se a prensagem com corda, um único operador poderá suspender a prensa e colocá-la dentro do caixão da estufa. De qualquer maneira, a prensa tem que ser reapertada na medida em que as plantas forem secando, para que não ocorra o enrugamento das

mesmas. A vantagem da estufa elétrica é fornecer um calor mais suave, fazendo com que

as plantas fiquem com uma tonalidade mais natural e uma textura menos frágil. Desenhos sohre um tipo de estufa elétrica são ilustrados na figura 10.

A planta é considerada seca quando se apresenta rígida, sem dobrar ao ser suspensa. O tempo necessário para secar uma planta depende de sua natureza, bem como da estufa utilizada. Geralmente a secagem demora 8 horas em estufa a fogareiro e 24-48 horas em es~ tufa elétrica. O ideal é que as plantas estejam secas em um período de 24 horas. Para uma melhor secagem das plantas é importante que exista uma boa circulação de ar na estufa, no sentido ascendente. De preferéncia, a secagem de material preservado em solução formol­água ou pentaclorofenol-álcool deve ser realizada em local bem arejado.

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Fig. 9 - ESTUFA DE CAMPO. A lateral da base da estufa. 8. base de estufa vista de cima e mostrando os 2 fogareiros. C. como pode ser dobrada a base de estufa para facilitar o seu transporte. D. caixão sobre a base da estufa. E. estufa completa. Note a maneira de apertar as coletas com tábuas.

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Fig. 10- ESTUFA ELÉTRICA DE LABORATÓRIO. A. base da estufa e suas dimen­sões. 8. banco de lt!mpadas conectadas em série. C. posição da tampa remov(­vel de tela. D. estufa com uma só prensa; note como as li!mpadas acesas podem ficar separadas com o aux flio de uma tábua. E. estufa 'carregada' com prensas.

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IV. CONFECÇAO DE ETIQUETAS

Concluída a operação de secagem, as coletas devem ser armazenadas em ordem númeri­ca, separadas nominalmente por coletor, em ambiente livre de insetos e, se possível, com ar condicionado. A colocação de naftalina dentro dos armários inibe a entrada de insetos e o crescimento de fungos. A naftalina poderá ser colocada em recipient'es específicos, localiza­dos internamente na porta dos armários.

Nos casos em que são feitas várias coletas em um mesmo local, etiquetas podem ser im­pressas somente com dados gerais da coleta. Posteriormente serão adicionados os dados de cada coleção, registrados no caderno de campo (Fig. 5). Na confecção destas etiquetas deve­se deixar espaço suficiente para que os dados espec{ficos de cada planta sejam adicionados. Um exemplar das etiquetas impressas para coletas feitas em Juçari, no estado da Bahia, no dia 8 de março de 1978, é ilustrado abaixo.

24

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B---

C----

D----

E---

F---

HERBARIO CENTRO DE PESQUISAS DO CACAU Plantas do Região Cacaueiro do Bahia

-BRASIL-

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Município de l t abuna . Fazenda Marinêda, ca. 3 km ao NW de Juçari . Região de Mata HigrÕfi l a Sul Baiana. Mata. Lat i tude 15'? 11' Se longi tude 39'? 31' 1..J. Ca . 200 m de altitude. -

S.A. Mori, J . A. Kallunki & T.D. Penni ngton 8 março 1978

A. Identificação do herbário e região de origem das coletas.

B. O número de um dos coletores, o qual deverá ser sempre o do primeiro coletor ci­tado na etiqueta. A direita deste número, na outra margem da etiqueta, coloca-se o nome da família da planta.

C. Espaço para o nome científico da planta e nome do determinador.

D. Dados espedficos do local. É importante incluir a localização geográfica de modo que os taxonomistas de outras regiões possam entender, principalmente quando precisam desta informação na confecção de mapas sobre a dispersão geográfica de determinada espécie. Além disso, a indicação da área deve permitir que o local

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aoas em ordem númeri-1os e, se possível, com ar a en:rada de insetos e o

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a a s:Jersão geográfica de '= oermitir que o local

possa ser reencontrado por outro botânico que queira visitá-lo, posteriormente.

E. Espaço reservado para os dados sobre a planta .

F. Coletores e data da coleta .

No dia 8 de março de 1978, 31 números com 112 duplicatas foram coletadas. Portan­to, pelo menos 112 cópias desta etiqueta devem ser impressas. Geralmente as etiquetas são impressas com certa margem de sobra para possíveis erros do datilógrafo. Os espaços vagos são preenchidos com os dados do caderno de campo, da seguinte rnaneira:

HERBÁRIO CENTRO DE PESQUISAS DO CACAU Plantas da Região Cacaueira da Bahia

N9 9558 - BRASIL - Caricaceae

Jacaratia dodecaphylla A. DC. Det .: S .A. Mori , m:1,rço 1978

Mun i cípio de ltabuna . Fazenda Marinêda, ca. 3 km ao NW de Juça r i . Região de Mata Hi grófila Sul Baiana . Mata . Latitude 15? 11' Se longi tude 39? 31' W. Ca . 200 m de alt i tude. -

Árvore, 20 m x 60 cm, tronco com espinhos . Cas ca ext eri or delgada (2 mm de espessura), casca inter ior grossa (20 mm de espessura) e comes trias trans lÚí]ida.s. Frutos laranjas . Sementes colhida.s par a propagação.

S.A. Mori, J.A . Ka l lunki & T.D . Pennington 8 março 1978

Para este número (Mori et ai. 9558), datilografaram-se os dados de campo, em 4 eti· quetas, para as duplicatas coletadas. O número escrito na lateral d ireita do caderno de cam­po (Fig . 5) indica o número de duplicatas coletadas que deverão receber etiquetas.

Torna-se antieconómico coletar poucos números de locais isolados, até para impri­mir etiquetas. Recomenda-se, portanto , que as coletas sejam feitas, sempre que possível, de maneira concentrada. Além de se r mais econômico com relação ao tempo gasto na confecção, propiciará, também, melhores informações sobre a flora de uma determinada região.

O papel a ser utilizado na confecção de etiquetas deve ser de boa qualidade, para evitar que se decomponha com o passar do tempo. Recomenda-se que o papel apresente, em sua constituição, pelo menos 25% de fibra longa. Outrossim, a tinta deve ser indelével e, 30 datilografar as duplicatas, não utilizar papel carbono. As letras impressas com tinta não i'1delével ou com papel carbono desaparecem em pouco tempo. As etiquetas devem durar ongos anos, motivo pelo qual a seleção do papel e da tinta é muito importante. Uma cole-

1 que apresente ~ etiqueta com dados não legíveis, não tem valor científico. Após datilografadas, as etiquetas estarão p rontas para serem juntadas às coletas. As

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coletas, assim como as etiquetas, deverão ser mantidas em ordem numérica de modo a fa­cilitar o trabalho de colocação das etiquetas nas coleções. As coletas, já com as etiquetas cor­respondentes, poderão ser incorporadas ao herbári :'.) ou poderão ser armazenéldas, por fam í­lia, até que sejam devidamente determinadas.

Sempre que possível enviar, como doação, uma duplicata de cada coleta ao especialista da fam(lia para correta identificação. Cada vez que se retirar uma duplicata, é necessário re­gistrar no papel que envolve as outras, a sigla do herbário para onde foi enviada. Por exem­plo, o especialista na famrna Chrysobalanaceae é G.T. Prance, do Jardim Botânico de Nova Iorque, a quem uma duplicata de cada coleta desta família é enviada para identificação. Por­tanto, o papel que envolve as outras duplicatas leva um registro-NY*(menos NY) que serve como indicador de que uma duplicata já foi enviada a Nova Yorque. No apêndice I damos uma lista dos principais especialistas. As coletas, de cujas famílias não se conhecem especia­listas, têm que ser identificadas pelo pessoal do herbário. A identificação das coletas será discutidas com mais detalhe no cap(tulo V.

Ao ser determinado o nome da espécie de uma coleta, esse é datilografado na etiqueta de cada duplicata daquela coleção. Então, uma das duplicatas fica incorporada ao herbário e as outras podem ser utilizadas para intercâmbio com outros herbários. Como exemplo, pode­se citar o caso de uma coleta de Hirtella grandu losa, com 5duplicatas, onde uma é enviada ao especialista, outra fica para o herbário, e as 3 restantes podem ser usadas para permuta com outros herbários. Neste caso, o herbário poderá dispor de 4 exsicatas diferemes, resultantes de uma só coleta. Geralmente as duplicatas são trocadas uma por uma, registrando, cada herbário, quantas deve aos outros herbários e vice-ve rsa. Uma página do livro de permuta

de duplicatas é apresentada na Fig. 11. . ... ,

V. IDENTIFICAÇÃO DAS COLETAS

Um dos trabalhos mais importantes do conservador do herbário é a coletas que serão incorporadas ao herbário. As co letas só poderão ser utilizadas para pes-

quisa, após serem devidamente identificadas. O método mais seguro para identificação do material consiste no envio de uma dupli-

cata de cada coleta ao especialista da família. Como já mencionado anteriormente, todo o material enviado para o especialista é doação, com exceção das unicatas, as quais são envia­das como empréstimo, devendo, portanto, ser devolvidas após identificadas. Geralmente,

as unicatas são enviadas coladas às cartilinas e com o carimbo do herbário remetente . Alguns herbários, como o do Jardim Botânico de Missouri, facilitam o trabalho do

especialista, enviando uma ficha, conforme modelo abaixo, com cada coleta a ser identif i­cada. Esta ficha acompanha a coleta até que a espécie seja identificada e, desta maneira, o especialista não pode €squecer de devolver a determinação ao herbário de origem.

* Cada herbário tem sua própria sigla. Por exemplo, NY (Jardim Botifnico de Nova Iorque), RB (Jardim

Bot§nico do Rio de Janeiro) etc. Estas siglas encontram-se no lndex Herbarium (Holmgren, Keuken &

Schofield, 1981 ).

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Coletor &N?: Determinação: Determinado por:

Este espécime é enviado como doação em troca de identificação. Quando identificá-lo favor devolver esta ficha ao Herbário Centro de Pesquisas do Cacau, Divisão de Botânica, CEPEC, Caixa Postal 7, ltabuna, Bahia, Brasil.

Quando a coleta for remetida a um especialista do exterior, convém enviar a ficha es­crita em inglês.

Col/ector &N?: Determination: Determined by:

This specímen has been sent as a gift for determination. When determined please return this slip to the Herbário Centro de Pesquisas do Cacau, Divisão de Botânica, CEPEC, Caixa Postal 7, ltabuna, Bahia, Brazil.

Os especialistas em determinados grupos de plantas, têm um grande interesse em estudar o maior número de coletas possíveis. Portanto, é obrigação do curador do herbário procurar especialistas que estão ativamente efetuando estudos sobre plantas da região de interesse e averiguar se eles querem estudar tais coletas. É válido salientar que os emprés­timos devem ser feitos sempre aos institutos, nunca aos indivíduos. A remessa de plantas para os especialistas tem duas vantagens: primeiro, o herbário ficará com os nomes mais atualizados para o grupo e, segundo, o especialista estará em melhores condições para tomar decisões sobre cada grupo em estudo.

É importante também que o curador mantenha controle constante das coletas que estão fora do herbário. Para isso deve ter um Aviso de Encomenda, em 3 vias de 3 diferen­tes cores (branco, azul e rosa). A cópia branca permanece no herbário, enquanto que a rosa e a azul são remetidas aos especialistas. Ao perceber o empréstimo e/ou doação, o especia­lista assina e devolve a via azul, ficando com a rosa para seu controle. As figuras 12-13 mostram alguns formulários empregados para esta finalidade. k\lém do formulário, o herbá­rio pode ter um livro de doações, no qual registrar-se-ão todas as remessas, e um livro de em­préstimos ( F igs. 14-15) .

Uma lista dos especialistas, baseada nas listas de vários herbários e determinadas pu­blicações, aparece no apêndice 1. Os endereços da maioria dos herbários do mundo encon­tram-se no I ndex Herbariorum (Holmgren, Keuken and Schofield, 1981). Além dos ende­reços, este livro inclui a relação do pessoal dos herbários e seus respectivos grupos de es­pecialização.

Deve-se salientar, também, que o especialista deverá ser consultado antes do envio de qualquer mater[al para identificação a fim de que ele possa decidir se tem interesse em estu­dar o material.

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/1111/Jluto com o qual a t roca está sendo processada:*

Data Descrição do Material

Colet as de R . P . Belém ( Poaceae e Cae -15 Fev 1967 salpinaceae)

Cole t as de H. S . I r wi n , oriundas do 27 J un 1 96 8 Planalto do Brasil

10 Jul 1 9 68 Coletas cie R . P . Be l ém & R . S . Pinheiro

1 5 Set 1 9 74 Coletas de T. S . do s Santos

12 Mar 1 9 78 Colet as de L. A. Mattos Silva e de J . L . Hage

Jardim Botânico do Rio de Janei ro Seção de Botânica Sistemática Herbário RB Rua Pacheco Leão, 9l5 22. 460 - RIO DE JANEIRO - RJ

Intercâmbio de Exemplares

Balanço**

Recebido Enviado

50 + 50

' 500 - 450

250 - 200

15 0 - 50

20 0 + 1 5 0 ,

* Utiliza-se uma folha para cada Instituto com o qual a tro ca es tã sendo processada. ** Numero nega tivo indi ca que o he r bârio deve duplicatas

1 enquanto que o positivo indica que o her

bãrio tem saldo a favor.

Fig. 11 - Página de um livro de permuta de duplicatas de material botânico.

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Curador do Herbário Centro de Pesquisas do Cacau(CEPEC)

Divisão de Botânica

Caixa Postal 7 45.600 ltabuna, Bahia Brasil

Envia a:

AVISO DE ENCOMENDA

Data: .. · ........ , . . ...... , .. . ... . .. .

O Herbário Centro de Pesquisas do Cacau envia a V. Sa., as seguintes coletas de plantas. Favor verificar o conteúdo ao receber os p acotes e assinar a cópia azul, devolvendo-a o mais breve possível ao Curador. A cópia rosa deverá ficar nos arquivos do destinatário.

_ __ Doação

___ Troca de material

___ Doação para identificação

_ __ Devolução de material emprestado

___ E:inpré,rimo n9

_ __ Outros (ver descrição abaixo)

___ V ia aérea

___ V ia terrestre

___ Via mar i"t ima

___ Número de pacotes

Atenção: _____________________________ _

CONDIÇÕES OE EMPIIBSTIMO : O material emprestado deve ser devolvido dentro de 6 meses. A prorrogação deste período só poderá ser dada pelo Curador. Cada exsicata devolvida deve levar uma ano tação. Todo material de Um em­préstimo deve ser devolvido junto. Não é permitido extrair material do espécime, sem autorização prévia do Curador.

Fig.

DESCRIÇÃO DOS ESPÍCIMENS

Recebi em boa condição

Assinatura

Data

12 - Formulário empregado pelo Herbário Cepec na remessa de material bot3nico para ·outros herbários.

29

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30

~EMBRAPA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA CENARGEril - Centro Neclonal de Recurso• Genéticos

AVENIDA W-5 NORTE• PARQUE RURAL• C. P. 10.2372 CllP 70.000 • Bra•llla • OF - BRASIL

Gula de Remessa N2 .................................................. ········-······

Em de de 19

Nº de Volumes ..

Despachado por via .............. ............................... .

Destinatário: (Receiver)

Finalidade do envio: (Purpose)

D Doação (Donation)

D Permuta (Exchange)

D Estudo (Study)

D Devolução (Return)

D Empréstimo (Loan)

Recebido em ······-···························· (Received in)

Assinatura do responsável (Signature)

Material enviado: (Details of material sent)

Prazo de empréstimo: (Loan period)

Expedido em

Assinatura do responsável

1.a Via - Destinatário (Retain this copy for your records ).

TELEX (00 1) 10 22

FONES: ;:;:~: VINC ULA DA AO M IN ISTÉRIO DA AGR IC U L TUR A

Fig. 13- Formulário empregado pelo Herbário do Centro Nacional de Recursos Genéti­cos na remessa de material bot3nico para outros herbários.

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'/11, 14 L- P,gtna d11 um livro de empréstimos.

Empréstimo Quantidade Descrição do TIB.terial Especialista e endereço u ,:,, V l .\<~;, r,c~ ,: 1~ ,: N9

1 50 Asteraceae (incluindor co Graziela M. Barroso 8 janeiro ;w 111'/ ,,,,,ln•r; l e tas de No bl i ck - HUEFS) (RB, Rio de Janeiro) 1982 L982

2 5 Cassia (incluindo um tipo) Rupert Barneby 12 fevereiro 16 agos ·to NY, New York, U.S.A. 1982 1982

3 27 Moraceae Jorge P. P. Carauta 1 setembro GUA, Rio de Jane iro 1982

4 23 Erythroxylaceae Timothy Plo7.t)71an 20 setembro F, Chicago• U.S.A. 1982

Fig. 15 - Página de um livro de doações.

fuação Quantidade Descrição do material Es pecialista e endereç o Data da remessa

1 13 Asteraceae (Pect is ) Hortênsia P. Bautista 22 fevereiro 1982 HRB, Salvador

2 2 Connaraceae Enrique Forero COL, Bogotã, Colombia

7 março 1982

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Marcos Sobral ~ 3 238 Myrtaceae ICN, Porto Alegre 28 março 1982

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Quando existir mais de um especialista para um determinado grupo é melhor selecionar apenas um, ao qual deverá ser enviado todo o material do grupo específico. Enviando mate­rial da mesma família para mais de um especialista poderá resultar em uma confusão de no­mes para algumas coletas.

Em obediência ao "Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal" (Ministério da Agricul­tura, 1976), qualquer remessa de material botánico para-~erior deverá ser acompanhada de um "Certificado Fitossanitário", fornecido por um técnico do Ministério da Agricultura, Departamento de Produção Vegetal, Divisão de Defesa Sanitária Vegetal. Os pacotes devem ser claramente marcados da seguinte maneira: plantas secas, esterilizadas, sem valor comer­cial (Fig. 16).

Outra maneira para identificar plantas é através de consultas à literatura botânica. O cu­rador do herbário deve estar sempre bem informado sobre as publicações de monografias e trabalhos botânicos em todos os grupos de plantas. Se uma monografia ou trabalho trata de plantas da região do herbário, uma separata deve ser solicitada para a biblioteca e o curador deve procurar identificações nos trabalhos publicados para as coletas incorporadas em seu herbário. Estas determinações aparecem numa lista de exsicatas no final do trabalho ou, se não existir a referida lista, deve-se procurar as coletas dentro das citações, depois de cada espécie.

Finalmente, o taxonom ista pode identificar as coletas através de chaves analíticas ou mesmo comparando-as com as coletas já identificadas.

Toda a vez que o conservador do herbário recebe determinações de especialistas, deve verificar se existem outras coletas, da mesma espécie, depositadas junto ao material não identificado. Por exemplo, ao receber uma lista com identificações, o conservador deve pro­curar todas as outras coletas das mesmas espécies que não tenham sico identificadas pelo es­pecialista e identificá-las. Estas são identificações do conservador, não do especialista. Ou­trossim, quando foi poss(vel, as determinações devem ser comunidadas ao coletor para que e le possa anotá-las no seu caderno de campo.

VI. ANOTAÇÕES DAS COLETAS

Depois de se identificar uma coleta, a sua determinação deverá ser comunicada aos ou­tros botânicos. Chama-se "anotação de espécimes" o referido processo de informação, de­vendo ser obedecidas as seguintes regras, fundamentais para a comunicação dos nomes cien­tíficos:

32

1. as anotações deverão ser datilografadas. Sendo isto impossível, recomenda-se utili­zar caneta com tinta permanente, preta , e o manuscrito deve ser feito em letra de forma e bem legível. Outros tipos de tintas desaparecem com o passar dos anos, ha­vendo possibilidade da anotação tornar-se ilegível. Convém utilizar sempre uma etiqueta de anotação para toda e qualquer observação feita sobre determinada exsi­cata, conforme o modelo mostrado no item abaixo;

2. a anotação integral consiste de (A) nome completo da planta (gênero, espécie e nome(s) do(s) autor(es) da espécie), (B) nome do determinador e (C) data da de-

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FRAGIL FRAGILE PLANTAS SECAS PARA ESTUDOS CIENTÍFICOS

SEM VALOR COMERCIAL FAVOR MANUSEAR COM EXTREMO CUIDADO

THIS PACKAGE CONTAINS ORIED HERBARIUM

(PLANT) SPECIMENS FOR SCIENTIFIC STUDIES

KINDL Y HANDLE WITH

EXTREME CARE OF NO COMMERCIAL VALUE

DES PLANTES DESSÉCHÉES POUR DES 1:TUDES SCIENTIFIQUES

GETROCKNETE PFLANZEN FUR WISSENSCHAFTLICHE UNTERSUCHUNGEN

Ce)EMBRAPA

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Avenida W-5 NORTE PARQUE RURAL - C. P. 102372 CEP 70.000 - Brasília - DF - BRASIL

Plantas Secas - Herbarium Plants Sem Valor Comercial - Without Commercial Value Todo o Material Est e rili z ado - All the Material Sterilized

Fig. 16 - Fichas utilizadas na remessa dos pacotes contendo material botdnico.

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B

D

terminação. Geralmente, a etiqueta de anotação leva também o nome do institut1 onde trabalha o determinador (D) .

• GU6tavia hexape.-t:ala (Aubl .) Smith

• Det.: Scott A. Mori, 18 maio 1979 4 1 e

~ HERBÃRIO CENTRO DE PESQUISAS DO CACAU

Se a determinação foi baseada numa duplicata enviada ao especialista, deve­acrescentar, na etiqueta, "Det. in dupl.", em vez de "Det.:", o que significa que especialista não examinou a exsicata em pauta mas uma outra enviada a ele para de­terminação;

3. no caso de duas determinações diferentes do mesmo determinador, deve-se optar pela anotação que tenha a data mais recente e, no caso de determinações diferen­tes de pesquisadores diferentes, deve-se optar pela do pesquisador que tem maisl experiência com a fam (lia. Nunca se deve remover uma anotação anterior, porque, as anotações mais antigas dão uma idéia da sinon (mia da espécie ( ou erros nas iden-1 tificações) e são indicadoras dos pesquisadores que anteriormente estudaram a coleta;

4. além de se anotar a identificação na exsicata do herbário, fazer o mesmo para a duplicatas guardadas. Adotadas estas providências , as duplicatas estão prontas pari serem trocadas com outros herbários;

5. sempre que uma coleta for identificada, o coletor deve ser comunicado, de mod que o mesmo possa acrescentar o nome completo da planta em sua caderneta d campo.

VII. MONTAGEM DAS EXSICATAS

Na montagem das exsicatas convém destacar as estruturas mais importantes para estu dos taxonômicos. Assim, deve-se sempre dar prioridade a certos órgãos da planta. Flores frutos, por exemplo, devido à sua importáncia na classificação da planta, não devem fica sob as partes vegetativas. As folhas devem ficar sob os caules e pelo menos uma delas dev apresentar a face inferior. Todas as partes da coleta devem ser coladas, a fim de evitar qu alguma solte facilmente da cartolina. Qualquer parte que se desprenda, deve ser guardad dentro de um envelope colado na cartolina. Estes envelopes são confeccionados com pape de boa qualidade, veja figura 17, e devem ser colados na cartolina no momento da colage da exsicata.

Para poupar espaço no herbário, alternam-se a posição das partes grossas das coletas durante a colagem, na cartolina. Geralmente a etiqueta fica colada na parte inferior direit da cartolina mas, em certos casos, pode ser deslocada dependendo da conveniência.

A cartolina sobre a qual a planta é colocada, mede 42 cm de comprimento por 29 c de largura, deve ser de boa qualidade e branca. O ideal é um papel com 100% de fibra long

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Fig. 17 - Como dobrar os envelopes para guardar partes soltas da planta na exsicata.

que perdurará por c_entenas de anos.

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A planta pode ser colada, costurada ou presa na cartolina com uma fita especial para herbários . Alguns herbários utilizam uma cola plástica , que tem a seguinte fórmula:

Resina Dow Ethocel Tolueno Álcool etílico

170 gramas 1 a 1,5 litro 1 380 mi 260 mi

O "Dow Chemical Company" anunciou, recentemente, que vai suspender a fabricação de resina Dow, recomendando o emprego da Resina de A m oco 18-21 o ou Hércules Piccolas­tic A5 &A25 para o preparo desta cola plástica. A desvantagem desta cola é possuir um chei­ro incompatível com a saúde dos que a utilizam freqüentemente.

Outros herbários empregam cola plástica com a vantagem de ser solúvel em água, quase inodora e ficar transparente depois de seca. Este tipo de cola é facilmente encontrada em li­vrarias ou supermercados.

Na montagem das exsicatas, objetivando economizar espaço enquanto elas estão secan­do, pode-se proceder da seguinte maneira: cola-se a exsicata na cartolina, colocando-a sobre uma tábua de 46 cm de comprimento x 30 cm de largura. As partes da planta propícias a ficarem suspensas devem ser pressionadas com pequenas barras achatadas de ferro (pedaços de molas de carros) de aproximadamente 12 cm de comprimento x 4,5 cm de largura, pin­tadas para evitar a ferrugem. A próxima exsicata é arrumada da mesma forma e as duas tá-

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buas ficam separadas por cubos de madeira (de 2,5 cm), que são postos em cada vértice da tábua. Desta maneira , uma pilha com um metro de altura contém cerca de 40 exsicatas, ocu­pando, assim, um espaço bastante limitado (Fig. 8- 1).

Após esta etapa, a cartolina deve ser marcada com um carimbo do herbário. Muitos her­bários marcam cada exsicata com um número diferente, i.e., número do herbário, o qual nun­ca deve constar na etiqueta, mas, fazendo parte do carimbo, na própria cartolina (Fig. 1 ).

VIII. INCORPORAÇÃO DAS EXSICATAS AO HERBARIO

Depois do processo de secagem , colagem e enumeração, as exsicatas estão prontas para serem colocadas nos armários. Espécies diferentes são colocadas dentro de capas diferentes, com o nome da espécie datilografado na margem esquerda inferior externa (Fig. 18). Por sua vez, todas as espécies de um gênero são colocadas em uma ou mais capas, constando na mar· gem esquerda inferior externa o número e nome da familia e, na margem direita inferior ex­terna, o,nome do gênero (Fig. 18). A posição de cada familia no herbário, e os gêneros den­tro das fam (lias, depende do sistema de classificação empregada pelo herbário. O papel usa­do para as capas dos gêneros deve ser mais grosso do que aquele usado para capas das espé­cies. Em ambos os casos, o papel deve ser de boa qualidade.

Cada coleta considerada como tipo~ deve ser colocada em uma capa vermelha e identifi­cada como tipo, quer seja h oló tipo"" ou isó tipo-_ Alguns herbários armazenam seus tipos separadamente, de modo a receber maior proteção.

Os quatro sistemas mais utilizados na arrumação do herbário são os seguintes:

1. Sistema Alfabético: Neste sistema o herbário é dividido t:m Dicotyledoneae e Mono· cotyledoneae. Dentro de cada uma dessas classificações, as famílias são colocadas em ordem alfabética , os gêneros em ordem alfabética dentro de cada família e as espécies também em ordem alfabética dentro dos gêneros. Este sistema traz a vantagem da colocação certa no herbário, de qualquer novo táxon. Contudo, leva a desvantagem de não mostrar qualquer relacionamento filogenético entre os gêneros ou fam Ilias.

2. Sistema de Dalla Torre et Harms (1900): Neste sistema cada gênero é enumerado. Por exemplo, o gênero Cariniana leva o número 5516 e todos os outro's gêneros da família Lecyth idaceae se situam entre os números 5 502- 5519. Esta numeração reflete a relação evo­lutiva dos gêneros dentro da fam Ilia bem como a relação de cada fam ma com as demais. Por exemplo, gêneros com números próximos são mais relacionados do que aqueles com núme­ros mais afastados.

As desvantagens deste sistema são:1) novos gêneros descritos a partir da publicação de Dai la Torre et Harms não aparecem no livro deles e, portanto, não se sabe onde colocá-los

* Tipo - coleta designada pelo taxonomista que descreveu a espécie como a mais t/pica da espécie.

""Holótipo - uma duplicata da coleta do tipo designado pelo descrevedor da nova espécie como a coleta mais representativa, e conseqüentemente, mais importante da espécie.

"""!sótipo - todas as outras duplicatas, além do holótipo da coleta tipo.

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postos em cada vértice da a ce 40 exsicatas, ocu-

-~r·o e os gêneros den­he"tlá'"lo. O papel usa­

lllliildkJ oara capas das espé-

-.a com as demais. Por cue aqueles com núme·

a oartir da publicação de se sabe onde colocá-los

.,_ Fig. 18 - Capas para as espécies e o gt!nero.

dentro da família; 2) cada pesquisador tem a sua própria idéia das relações entre gêneros de uma família e, muitas vezes, o relacionamento baseado nos dados mais modernos não é o mesmo daquele evidenciado por Dai la Torre et Harms; e 3) toda vez que se deseja encontrar alguma espécie no herbário, torna-se necessário procurar o número correspondente ao gê­nero no livro de Dalla Torre et Harms.

3. Sistema de Engler &Prantl (1887-1915): Neste sistema cada família tem um núme­·o e os gêneros são distribuídos em ordem alfabética dentro da família. O número reflete a relação da família com outras, segundo Engler & Prantl.

A desvantagem deste sistema é que o relacionamento das famílias não é baseado em da­dos modernos. Por exemplo, as fami'lias amenti'feras (e.g. Fabaceae) são consideradas as mais primitivas das dicotiledôneas por Engler &Prantl, enquanto que, hoje em dia, a maioria dos taxonomistas acredita serem as famílias da ordem Magnoliales (e. g.Winteraceae,Magnolia­ceae) as mais primitivas.

4. Sistema de Cronquist (1968): Cada família é enumerada e os gêneros e espécies são arrumados em ordem alfabética dentro de cada fam i'lia. Os números das famílias dão uma -ndicação do relacionamento entre si, segundo Cronquist.

No apéndice IV apresentamos uma lista, em ordem numérica, de todas as famílias acei· tas por Cronquist como válidas. Cada uma destas fam Ilias recebe um número no seu siste· ma, os mais baixos pertencendo às Gimnospermas, os intermediários às Monocotiledôneas e, finalmente, os mais altos às Dicotiledóneas. No apéndice III apresentamos outra lista que compreende todas as famílias de plantas vasculares com sementes que tenham sido publica­das na história da Botánica, aceitas ou não no sistema de Cronquist. Nesta lista as famílias encontram-se em ordem alfabética e são seguidas pelos seus números, de acordo com o sis­tema de Cronquist. Quando o número aparece entre parénteses subtende-se que a família não é reconhecid~ por Cronquist. Por exemplo, a família Asteranthaceae é seguida por 245), o que significa que ela não é aceita como família, por Cronquist, mas pertence à fa-

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mília nP 245 que é Lecythidaceae. Isto quer dizer que Cronquist dentro do seu conceito da família Lecythidaceae.

O livro "A Dictionary of the Flowering Plants & Ferns" de J. C. Willis (1973) deve consultado toda vez que houver necessidade de averiguar a que família pertence um det, minado gênero e/ou determinar a ortografia certa de um gênero. Lembramos que, em algu casos, a família dada por Willis não é aceita por Cronquist. Portanto, a família em que Cro quist coloca o gênero pode ser determinado ao consultar as duas listas acima referida.

Supomos que um pesquisador queira localizar Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze e um herbário, usando o sistema de Cronquist. O primeiro passo é averiguar a que família p tence este gênero, consultando Willis. Sabendo que é Lecythidaceae, o pesquisador recor à lista alfabética (Apéndice IV) para encontrar o número correspondente a esta família, seja, 245. Este número indica a posição da fami'lia no herbário. Localizada a família, o pas: seguinte é procurar o gênero Cariniana, arrumado em ordem alfabética na família e, fina mente, a espécie e. estrellensis arrumada em ordem alfabética dentro do gênero.

Os frutos descartados da exsicata, devido o seu volume, são armazenados separadame te em caixinhas ou sacos plásticos. Cada coleta de fruto separado deve levar o mesmo núm ro da exsicata a que pertence. Na etiqueta da exsicata deve-se indicar que a coleta tem frut, separados, da seguinte forma: "vide coleção de frutos". Geralmente, as coletas de frutos sã

armazenadas no final da família. Os armários utilizados nos herbários devem ser de aço e hermeticamente fechados. 1st

permitirá que qualquer veneno colocado no seu interior não escape e, também impeça entrada de insetos. Para evitar danos às coletas é importante que os compartimentos do a mário estejam livres de qualquer dobra e/ou parafusos onde as exsicatas possam se engan char. Na Fig. 19, apresentamos um desenho e especificações para~ tais armários. Estes a mários, são fabricados por companhias brasileiras. '

É aconselhável que a sala ocupada com os armários possua ar condicionado. O aclimatizado reduz os danos cáusados às coletas por insetos e fungos.

IX. COMBATE AS PRAGAS DO HERBARIO

Um problema relevante na manutenção de um herbário em regiões tropicais é o dai causado por insetos e motos, principalmente onde o clima é muito úmido. Larvas de beso ros, larvas de mariposas, piolhos de livros, ácaros e traças (as últimas estragam etiquetas) ca sam prejuízos irreparáveis às coletas no herbário. Os insetos são especialmente danosos flores, aos caules novos, às partes carnosos e são, sobretudo, atraídos pelas plantas das fam lias Brassicaceae, Asteraceae, Lamiaceae, Apiaceae, Leguminosae (sensu lato) e plantas q1 contêm látex como espécies de Apocynaceae e Asclepiadaceae. As únicas plantas relativ, mente livres dos ataques de insetos são as Gramíneas, Cyperaceas, Pteridófitas e Musg

(Fosberg & Sachet, 1965). A melhor proteção do material botânico contra insetos, ácaros e mofos é um herbár'

bem fechado, climatizado e que seja fiscalizado contra a entrada de qualquer planta não t tada com defensivos químicos ou calor. Geralmente quatro métodos são empregados combate às pragas do herbário: fumigação, aquecimento, esfriamento e envenenamen

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1. Fumigação - Neste método, substâncias voláteis como "Phostoxin" ou "Gastoxin B" (composto contendo 56% de fosfato de alum(nio e 44% de inertes), Brometo de Metila. Bissulfeto de Carbono, Tetracloreto de Carbono, e "Dow Fume" são colocados em câmaras especiais, onde liberam os gases letais aos insetos. Paradiclorobenzeno, na forma de pó, pode ser misturado com naftalina na proporção de 1 :4 (paradiclorobenzeno: naftalina) e colocado em compartimentos especiais localizados internamente na porta dos armários, ou acondi­cionado em saquinhos e ficar permanentemente dentro dos armários. Os gases liberados pelo paradiclorobenzeno, tanto repele como elimina os insetos. Naftalina pode ser empregado da mesma maneira. Contudo, funciona apenas como repelente de insetos. Todas estas subs­tâncias são prejudiciais à saúde humana.

"Pyrethrum" repele e mata insetos e tem a vantagem de não ser tóxico aos seres hu­manos. Este composto orgânico absorve até 300% do seu peso em óleos e ceras. Conseqüen­temente, a ação de "Pyrethrum" sobre os insetos é através da casca cerífera deles, resultan­do na sua morte por desidratação . O "Pyrethrum" é misturado com geléia de sílica (mistura comercialmente conhecida como Drione), ou com terra diatomácea, e colocado nas margens dos compartimentos dos armários.

Outras substâncias utilizadas no controle de insetos, nos herbários dos Estados Unidos, são listados e discutidas por Croat (1978).

No herbário do Centro de Pesquisas do Cacau, "Phostoxin" (ou Gastoxin 8) é o defen­sivo atualmente empregado para controlar insetos. Este produto é adquirido na forma de comprimidos, tendo como princípio ativo um gás venenoso, chamado hidreto de fósforo (Fosfina) . Os comprimidos, aos serem expostos à umidade do ar por uma hora, liberam a fosfina que vai-se difundindo por toda a área de fumigação, devido a sua alta atividade mo­lecular. O gás é liberado até 72 horas depois dos comprimidos serem expostos, dependendo da umidade do ar. A liberação é mais rápida num ambiente úmido. Embora a Fosfina seja incolor, sua presença é notada através do cheiro penetrante de alho. Depois de 72 horas os f:omprimidos ficam como pilhinhas de poeira.

No herbário do CEPEC a fumigação se procede da seguinte maneira: uma hora antes de terminar o expediente de uma sexta-feira qualquer, uma equipe de 4 pessoas coloca um co­pinho, contendo um comprimido de "Phostoxin", em cada compartimento dos armários. Nos armários de 3 fileiras e com 1 O compartimentos em cada uma, um total de 3 compri­midos por armário é usado. Logo após as portas dos armários são fechadas e nos armários não hermeticamente fechados as fendas são vedadas com fita adesiva larga . O herbário fica completamente fechado e avisos, proibindo a entrada de pessoas durante 72 horas, são colo­cados em cada porta.

Vale destacar que o tratamento com "Phostoxin" apenas elimina os insetos presentes, não protegendo o herbário contra reinfestações. Portanto, é aconselhável que o herbário seja tratado, pelo menos, uma vez a cada 3 meses. Para evitar que os insetos evoluam a resistência ao "Phostoxin" recomenda-se que outro veneno seja empregado periodicamente.

Os grandes herbários, como o do Jardim Botânico de Nova Iorque, possuem câmaras especiais onde todas as plantas antes de serem incorporadas ao herbário são tratadas com Brometo de Metila. O Brometo de Metila é um gás incolor e sem cheiro e seu uso exige mais cuidados que o "Phostoxin", cujo cheiro indica sua presença. No tratamento com o Brome­to de Meti la precisa-se de um detector especial para verificar sua presença. Além de envenenar todas as plantas que entram no herbário, o Jardim Botânico de Nova Iorque envenena os

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2. Aquecimento - A maioria dos insetos nocivos ao herbário, não suporta temperatura ; io,es a 44 °c por duas horas seguidas. Para o aquecimento das coletas qualquer estufa

.-le ser empregada, mesmo aquela usada para cozer "pizzas". Por causa da excessiva mão-de­âa requerida na transferência de todas as coletas do herbário para a estufa, este método ,., serve para o envenenamento geral do herbário. No entanto, poder-se-á aproveitá-lo para ~ ee:er lotes de plantas a serem arquivadas.

3. Esfriamento - Os insetos nocivos ao herbário não suportam temperaturas inferiores ,1 °c por um peri'odo de 48 horas. Para o esfriamento das coletas qualquer geladeira pode .,. utilizada. Este método tem a mesma desvantagem assinalada para o sistema por Aqueci­W!nto , discutido acima.

4. Envenenamento - O tratamento mais indicado para ~erbários tropicais é o descrito :,o- Fosberg &Sachet (1965). Neste método, cada coleta é submersa numa mistura de 3,75% 2 "Péntachlorophenyl Laurate" (comercialmente conhecido como Mystox) com querosene >Jro. Este método é empregado pelos herbários de I badan (Nigéria), de Paramaribo (Surina­'!le e do Museu Britânico (Inglaterra) .

Em Suriname, cada coleta pronta para o herbário ( i.e. já dessecada e envolvida em pa­~ ) é submersa num tanque contendo a solução de Mystox e querosene até que todas as !i.las partes fiquem molhadas. Depois de submergidas por um breve tempo, as coletas são es­j8Jhadas sobre uma mesa comprida, cuja superHcie deve ter o formato de telhado, no senti-10 do comprimento, para que o l(quido em excesso escorra para o interior tanque (Fig. 20) . :Jesta maneira , as 'coletas secam ao ar livre dentro de 24 horas, podendo ser colocadas e des­-·nadas ao herbário. Não estando em uso, o tanque deve ficar fechado para evitar a evapora­:ão do liquido.

O querosene, ao penetrar nos tecidos da planta, transporta o Mystox que aí permane­::e, mesmo depois da evaporação do querosene . Qualquer inseto que ingere um pedaço de Jma planta tratada, morre pela ação do Mystox cuja toxicidade é transportada pelas enzi­,ias intestinais do inseto. Aparentemente, segundo os conservadores dos herbários Museu Britânico e Paramaribo (Suriname) e a companhia produtora de Mystox, este produto não ;>rejudica a saúde, nem irrita a pele dos seres humanos. Ainda assim, luvas de borracha de­lem ser usadas ao manusear a solução de Mystox.

Em resumo, recomenda-se os seguintes passos para evitar danos causados por insetos ~ ou mofas no herbário:

1) climatização do herbário, tornando o ambiente desfavorável aos insetos;

2) manutenção dos armários hermeticamente fechados para impossibilitar a entrada de insetos;

3) tratamento de qualquer planta que se destina ao herbário, por fumigação, aqueci­mento, esfriamento ou envenenamento;

4) colocação ·de "Pyrethrum" nos armários para aliminar e/ou repelir qualquer inseto.

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e. Fig. 20 - Envenenamento de plantas destinadas para o herbário, com Mystox. A. sub­

mergindo a planta na solução de Mystox/querosene. 8. Vista lateral do sis­tema de secagem ao ar depois das coletas serem submersas. C. Vista de frente do mesmo.

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5)'fumigação dos armários cada trés meses oú envenenamento das exsicatas antes de se­. i-eá, colocadas nos mesmos.

XI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE BOTANICA. 1982. Directorio actualizado de botânicos latinoamericanos. Boletin Botánico Latinoamericano (Colombia) nP 1 O: 1-40.

CRABBE, J.A., JERMY, A.C. & MICKEL, J.T. 1975. A new generic sequence for the pteridophyte herbarium. Fern . Gaz.11(2&3) : 141-162.

CROAT, T.B. 1978. Survey of herbarium problems. Taxon 27(2/3): 203-218.

CRONQUIST, A. 1968. The evolution and classification of flowering plants. Houghton M iffl i n, Boston.

DALLA TORRE ET HARMS. 1958. Register zu Dalla Torre et Harms genera siphonoga­marum ad systema Englerianum conscripta. Weinheim/Bergstr. Verlag von H.R. En­gelmann (J. Cramer).

ENG LER, A. & PRANTL, K. 1877-1915. Die natürlichen pfanzenfamilien. 23 vais.

FOSBERG, R.F. & SACHET, MARIE-HELÊNE. 1965. Manual for tropical herbaria. Regnum Vegetabile, vol. 39. Utrecht, Netherlands.

HOLMGREN, P.K. , KEUKEN, W. and SCHOFIELD, C.K. 1981. lndex Herbariorum, Part 1, the Herbaria of the World, ed. 7. Regnum Vegetabile, vol. 106. Utrecht, Netherlands.

MINIST~RIO DA AGRICULTURA, DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO V EGETAL, DIVISÃO DE DEFESA SANITARIA VEGETAL. 1976. Regulamento de defesa sanitária vegetal, 3.ª edição (aprovado pelo Decreto nP 24.114, de 12 de abril de 1934, e publicado no "Diário Oficial"; de 4 de maio do mesmo ano).

MORI, S.A. 8' SILVA, L.A.M. 1980. O Herbário Centro de Pesquisas do Cacau em ltabuna, Brasil . l lhéus, BA, Brasil. CEPLAC/CEPEC. Boletim Técnico n!) 78. 31 p.

WI L LIS, J.C. 1973. A dictionary of the flowering plants and ferns, eigth edition, revised by H .K. Airy Shaw. Cambridge at t he University Press.

WOMERSLEY,J.S. 1957. Paraformaldehyde as a source of formaldehydeforuse in bota­nicai collecting. Rhodora 59 :299-303.

XII. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Roberto C. Pereira, André M. V. de Carvalho, S. Crisafuli, Elsie F. Guimarães, Raymond R. Harley, Robert M. King, Simon Mayo, Alicia Lourteig, Ghillean T. Prance, Eiller K. Schofield, Pedrit o Silva e Benkt Sparre, pelas valiosas contribuições nas revisões do manuscrito.

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A Hermínio S. Brito, José L. Hage, Edgar B. dos Santos e Talmon S. dos Santos, pela ajuda prestada em muitos aspectos deste trabalho, principalmente nas informações práticas.

A Bobbi Angel, Antonio B. Bispo e Águido F. dos Santos, pelas ilustrações e fotogra­fias apresentadas.

A Marina Ida M. da Silva, pela datilografia do manuscrito.

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