manual de auxÍlio nainterpretaÇÃo e aplicaÇÃoda normaregulamentadora 35trabalhos em altura

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    Presidente da RepblicaDilma Roussef

    Ministro do Trabalho e EmpregoCarlos Lupi

    Secretria de Inspeo do TrabalhoVera Lcia Ribeiro de Albuquerque

    Diretor do Departamento de segurana e sade no Trabalho - DSST

    Rinaldo Marinho Costa Lima

    Edio e Distribuio:Ministrio do Trabalho e Emprego - SIT - DSSTEsplanada dos Ministrios, Bloco F - CEP: 70059-900, Braslia - DF

    2011 Ministrio do Trabalho e Emprego

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    Sumrio

    Apresentao .....................................................................................04

    Comentrios Norma Regulamentadora n35 .....................................11Glossrio ...........................................................................................20Consideraes finais ..........................................................................21

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    Comentrios Norma Regulamentadora n35Trabalhos em Altura

    1. Objetivo e Campo de Aplicao

    1. Objetivo e DefinioEsta norma foi elaborada para proteger os trabalhadores dos riscos dos trabalhos realizados em altura nosaspectos da preveno dos riscos de queda. Conforme a complexidade e riscos destas tarefas oempregador dever adotar medidas complementares inerentes a estas atividades. Por isso, esta norma focana gesto da segurana e sade dos trabalhos em altura de forma mais genrica e abrangente.

    1.1 Esta Norma estabelece os requisitos mnimos e as medidas de proteo para o trabalho em altura,envolvendo o planejamento, a organizao e a execuo, de forma a garantir a segurana e a sade dostrabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.No termo mnimos denota-se a inteno de regulamentar o menor grau de exigibilidade, passvel de

    auditoria e punibilidade, no universo de medidas de controle e sistemas preventivos possveis deaplicao, e que, conseqentemente, h muito mais a ser estudado e implantado.

    A redao estende o conceito de garantia em segurana e sade a todos os trabalhadores envolvidos,assegurando-lhes o direito segurana e sade quando houver intervenes do trabalhador cominterferncia direta ou indireta em servios em altura.(texto parcialmente extrado da publicao NR10 Comentada dos engenheiros Joaquim Gomes Pereira eJoo Jos Barrico de Sousa)

    1.2 Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de 2,00 m (dois metros) do nvelinferior, onde haja risco de queda.Adotou-se esta altura como referencia por ser a altura com 2,0 m de desnvel consagrada em vriasnormas, inclusive internacionais. Facilita a compreenso, eliminando dvidas de interpretao da Norma

    e as medidas de proteo que devero ser implantadas.

    Trabalho em altura , portanto, qualquer trabalho que requeira que o trabalhador esteja posicionado emum local elevado, com diferena superior a 2,0 m (dois metros) da superfcie de referencia, e que oferearisco de queda. As atividades de acesso e a sada do trabalhador deste local tambm devero respeitar eatender esta norma.

    1.2.1 Para trabalhos realizados em nveis iguais ou inferiores a 2,00 m (dois metros), onde haja risco dequeda capaz de causar leso ao trabalhador, devero ser tomadas as medidas preventivas cabveis.Todas as atividades com risco para os trabalhadores devem ser precedidas de anlise prvia e otrabalhador deve ser informado sobre estes riscos e sobre as medidas de proteo implantadas pelaempresa, conforme estabelece a NR.1. Independente do que estabelece a NR 35 as atividades

    desenvolvidas em altura igual ou inferior a 2,0 m que ofeream risco ao trabalhador devero recebertratamento que eliminem, reduzam ou neutralizem estes riscos.

    1.3 Esta norma se complementa com as normas tcnicas oficiais estabelecidas pelos rgos competentese na ausncia e omisso dessas com as normas internacionais aplicveis.As normas

    2. Responsabilidades

    2.1 Cabe ao empregador:

    a) garantir a implementao das medidas de proteo estabelecidas nesta Norma;

    b) assegurar a realizao da Anlise de Risco - AR e, quando aplicvel, a emisso da Permisso deTrabalho - PT;

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    Esta Norma na sua inspirao no buscou elaborar receitas e assim priorizar a anlise de riscoresponsvel, permitindo solues particulares alternativas que possam manter a garantia de seguranadesejada. No item especificado quando ser necessrio a emisso da Permisso de Trabalho - PT;

    c) desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;O procedimento operacional deve ser documentado, divulgado, conhecido, entendido e cumprido por

    todos os trabalhadores e demais pessoas envolvidas.

    d) assegurar a realizao de avaliao prvia das condies no local do trabalho em altura, estudando,planejando e implementando as aes e medidas complementares de segurana aplicveis;

    A avaliao prvia dos servios a executar em altura uma excelente prtica de grande utilidade para aidentificao e antecipao dos eventos indesejveis e acidentes, no passveis de previso nas anlises derisco realizadas e no considerados nos procedimentos elaborados, em funo de situaes especficasdaquele local, condio ou servio que foge normalidade ou previsibilidade de ocorrncia.

    Conhecida como, conversa ao p do poste ou dilogo preliminar de segurana, a avaliao prviadeve ser realizada no local do servio com a participao do superior e trabalhador ou equipe,considerando a ordem de servio, os procedimentos de trabalho com instrues de segurana, osequipamentos, ferramentais, mediante a participao de todos no desenvolvimento de anlise crtica da

    situao real, possibilitando: Revisar os procedimentos programados, estudando e planejando as aes a executar; Equalizar o entendimento de todos, com a eliminao de dvidas de execuo, conduzindo ao uso deprticas seguras de trabalho e as melhores tcnicas, sabidamente corretas, testadas e aprovadas. Alertar acerca de outros riscos possveis, no previstos nas instrues de segurana dos procedimentos; Discutir a diviso de tarefas e responsabilidades; Encontrar problemas potenciais que podem resultar em mudanas no servio e, at mesmo, noprocedimento de trabalho; Identificar problemas reais que possam ter sido ignorados durante a seleo de equipamentos desegurana e de trabalho; Difuso de conhecimentos, criando novas motivaes;(texto extrado da publicao NR10 Comentada dos eng.s Joaquim G. Pereira e Joo J. Barrico de Sousa)

    e) adotar as providncias necessrias para acompanhar o cumprimento das medidas de proteoestabelecidas nesta Norma pelas empresas contratadas;

    f) garantir aos trabalhadores informaes atualizadas sobre os riscos e as medidas de controle;Sempre que novos riscos ou novas solues forem identificadas, ou quando novas tcnicas para realizar otrabalho em altura forem adotadas o trabalhador dever receber informaes e treinamentos para eliminarou neutralizar estes novos riscos.

    Medidas de controle uma titulao de item que representa o coletivo das aes estratgicas depreveno destinadas a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle, as incertezas e eventos indesejveiscom capacidade potencial para causar leses ou danos sade dos trabalhadores e, dessa forma, transporas dificuldades possveis na obteno de um resultado esperado, dentro de condies satisfatrias.

    g) garantir que qualquer trabalho em altura s se inicie depois de adotadas as medidas de proteodefinidas nesta Norma;

    h) assegurar a suspenso dos trabalhos em altura quando verificar situao ou condio de risco noprevista, cuja eliminao ou neutralizao imediata no seja possvel;

    O empregado dever paralisar atividade de trabalho se considerar que ela envolve grave e iminente riscopara a segurana e sade dos trabalhadores ou de outras pessoas. Esta obrigao est associada ao Direitode Recusa do trabalhador para estes casos, conforme estabelece o item 2.2 alnea c.

    i) estabelecer uma sistemtica de autorizao dos trabalhadores para trabalho em altura;Muitos estabelecimentos mantm trabalhadores envolvidos com trabalhos em altura que no tiveramcapacitao formal, e muitas vezes, desconhecem ou subestimam os riscos inerente a estas atividades.Esta alnea o processo de autorizao, devendo constar os documentos de capacitao (realizado na

    empresa), dos treinamentos de segurana (determinados nesta Norma) e da autorizao formal dada pelaempresa ao trabalhador.

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    j) assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob superviso, cuja forma ser definida pela

    anlise de riscos de acordo com as peculiaridades da atividade

    k) assegurar a organizao e o arquivamento da documentao prevista nesta Norma.So documentos previstos nesta norma: Anlise de Riscos (AR); Permisso de Trabalho (PT), se

    existentes; Certificados de Treinamento; Procedimento Operacional; Plano de Emergncia daEmpresa;ASO; Registro das inspees de EPI/Acessrios/Ancoragens. Estes registros das inspees devem ser osde aquisio e os de recusa.Estes documento devem estar disponveis para a fiscalizao, por pelo menos 25 anos.

    2.2 Cabe aos trabalhadores:

    a) cumprir as disposies legais e regulamentares sobre trabalho em altura, inclusive os procedimentosexpedidos pelo empregador;

    um compromisso legalmente obrigatrio para os trabalhadores que tem que cumprir as normas eregulamentos estabelecidas e demais medidas internas de segurana e sade.

    b) colaborar com o empregador na implementao das disposies contidas nesta Norma;

    c) interromper suas atividades exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem evidncias deriscos graves e iminentes para sua segurana e sade ou a de outras pessoas, comunicandoimediatamente o fato a seu superior hierrquico, que diligenciar as medidas cabveis.

    Direito de Recusa: instrumento que assegura ao trabalhador a interrupo de uma atividade de trabalhopor considerar que ela envolve grave e iminente risco para sua segurana e sade ou de outras pessoas. Trata-se de uma ratificao do direito de recusa, previsto no artigo 13 da Conveno 155 da OIT epromulgada pelo Decreto 1.254 de 29 de setembro de 1994, com indicaes de que essa providncia derecusar-se a expor sua sade e integridade fsica deva resultar em medidas corretivas, indicando aresponsabilidade dos nveis hierrquicos superiores para as providncias necessrias. Ressalte-se que estaatitude est associada obrigao da comunicao imediata conforme estabelece o item 2.1 alnea h destaNorma.

    d) zelar pela sua segurana e sade e a de outras pessoas que possam ser afetadas por suas aes ouomisses no trabalho.Os autorizados a trabalhar em altura devem ter ateno em suas aes ou omisses que impliquem emnegligncia, imprudncia ou impercia, zelando tanto pela sua segurana e sade como pela de outraspessoas que possam ser afetadas, podendo ter de responder civil e criminalmente.

    3.Capacitao e Treinamento

    3.1O empregador deve promover programa para capacitao dos trabalhadores realizao de trabalhoem altura.

    3.2 Considera-se trabalhador capacitado para trabalho em altura aquele que foi submetido e aprovado emtreinamento, terico e prtico, com carga horria mnima de oito horas, cujo contedo programtico

    deve no mnimo incluir:

    As necessidades de treinamento e o nvel de treinamento devem estar claramente definidos.O treinamento deve incluir questes gerais de sade e segurana especficas do trabalho, o uso deequipamentos de proteo individual, de ferramentas e outros equipamentos do trabalho e o manuseio demateriais.O trabalhador recentemente treinado deve a princpio ficar sob superviso direta, por exemplo, dosupervisor, ou de um trabalhador mais experiente, a critrio do supervisor.

    a) Normas e regulamentos aplicveis ao trabalho em altura;Alm das normas internas da empresa e as especificas e peculiares s suas atividades devem ser

    explicadas ainda as Normas Regulamentadoras 01 e 06, alm daquelas relacionadas ao tipo de serviorealizado.

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    b) Anlise de Risco e condies impeditivas;risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar leses ou danos sade e a segurana daspessoas.

    A adoo de medidas de controle deve ser precedida da aplicao de tcnicas de anlise de risco. Anlise

    de risco um mtodo sistemtico de exame e avaliao de todas as etapas e elementos de um determinadotrabalho para desenvolver e racionalizar toda a seqncia de operaes que o trabalhador executa;identificar os riscos potenciais de acidentes fsicos e materiais; identificar e corrigir problemasoperacionais e implementar a maneira correta para execuo de cada etapa do trabalho com segurana.

    , portanto, uma ferramenta de exame crtico da atividade ou situao, com grande utilidade para aidentificao e antecipao dos eventos indesejveis e acidentes possveis de ocorrncia, possibilitando aadoo de medidas preventivas de segurana e de sade do trabalhador, do usurio e de terceiros, do meioambiente e at mesmo evitar danos aos equipamentos e interrupo dos processos produtivos.

    A anlise de risco no pode prescindir de metodologia cientfica de avaliao e procedimentosconhecidos, divulgados e praticados na organizao e, principalmente, aceitos pelo poder pblico, rgose entidades tcnicas.

    As principais metodologias tcnicas utilizadas no desenvolvimento de anlise de risco so: AnlisePreliminar de Risco APR; anlise de modos de falha e efeitos FMEA (AMFE); Hazard andOperability Studies HAZOP; Anlise Risco de Tarefa ART, Anlise Preliminar de Perigo APP,dentre outras.

    c) Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de preveno e controle;

    d) Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteo coletiva;

    e) Equipamentos de proteo individual para trabalho em altura: seleo, inspeo, conservao elimitao de uso;

    f) Acidentes tpicos em trabalhos em altura;So os acidentes mais comuns de forma geral e os acidentes especficos relacionados ao ramo deatividade da empresa e ao tipo de atividade que o trabalhador exerce.

    g) Condutas em situaes de emergncia, incluindo noes de tcnicas de resgate e de primeirossocorros.

    No se deseja que em apenas 8 horas um trabalhador conhea as tcnicas de resgate e de primeirossocorros, mas apenas noes especficas, de acordo com as suas atividades. Como 8 horas a cargahorria mnima, esta poder, em funo da necessidade e peculiaridade da tarefa, ser ampliada com cargahorria maior, de forma a satisfazer essas necessidades.

    Se as tcnicas de resgate devam ser conhecidas pelos trabalhadores, pois tem um servio de emergnciaprprio ou realizado pelos prprios trabalahadores, estes devero ter, alm das aulas tericas, aulas

    prticas com simulaes como se fossem casos reais. Este tema abordado no item 6. Emergncia eSalvamento, desta norma.

    Se o empregador possuir servio prprio de emergncia os trabalhadores autorizados para o trabalho emaltura devero ser competentes em tcnicas de resgate apropriadas e procedimentos de emergncia, eestas devem formar parte de seu treinamento inicial e contnuo. Alm disso, tcnicas de resgate devem serpraticadas em intervalos regulares e antes do comeo de qualquer trabalhoem uma situao que poucoconhecida para qualquer um da equipe do trabalho

    3.3 O empregador deve realizar treinamento peridico bienal e sempre que ocorrer quaisquer dasseguintes situaes:

    a) mudana nos procedimentos, condies ou operaes de trabalho;

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    b) evento que indique a necessidade de novo treinamento;Estes eventos podero ser: acidentes ocorridos, incluso de novos riscos adicionais, etc.

    c) quando do retorno de afastamento ao trabalho por perodo superior a noventa dias;

    d) mudana de empresa.

    Na mudana de empresa o trabalhador dever ser treinado para as novas condies de trabalho. Se nanova empresa ele realizar atividades idnticas, com os mesmos equipamentos, s que realizava naempresa anterior e com os mesmos riscos, este treinamento poder ter carga horria reduzida. Isto s serpermitido se o prazo de validade do curso anterior no ultrapassou os 2 anos.

    3.3.1 O treinamento peridico bienal deve ter carga horria mnima de oito horas, conforme contedoprogramtico definido pelo empregador. essencial que os empregadores mantenham o nvel de capacidade dos seus empregados. Isto exige umare-avaliao em intervalos definidos regulares e treinamento adicional onde necessrio. Isto poder serum curso de recapitulao ou um curso completo no nvel apropriado. Todos os cursos de recapitulaodevem incluir todas as tcnicas cobertas no curso de treinamento inicial.

    3.3.2 Nos casos previstos nas alneas a, b, c e d a carga horria e o contedo programtico devem

    atender a situao que o motivou.Estes treinamento podero ter carga horria e contedo programtico maior ou menor que as 8 horasestabelecidas nos treinamentos admissional e o bianual, em funo das situaes, necessidades epeculiaridades de cada caso.

    3.4 Os treinamentos inicial, peridico e eventual para trabalho em altura podero ser ministrados emconjunto com outros treinamentos da empresa.Quando treinamentos para atividades diferentes tiverem uma temtica igual em seus currculos estespodem ser integrados A carga horria do treinamento poder ser complementada

    Os trabalhos em altura so realizados, de forma geral, com outras atividades (a principal). Como exemplo,podemos citar o eletricista no SEP que deve ser capacitado para trabalhos com eletricidade, conformeestabelece a NR.10, ou seja, capacitao exigida como pr-requisito da funo. Portanto nestes casos o

    treinamento para trabalhos em altura ser realizado de forma complementar como um mdulo para asdemais capacitaes.

    Esta autorizao pode ser concedida aps treinamento da atividade como um todo (atividade principal) noqual o trabalho em altura parte integrante. Exemplo de atividades principais: entrada em espaoconfinado, no SEP e etc.

    3.5 A capacitao deve ser realizada preferencialmente durante o horrio normal de trabalho.Em algumas circunstancias os treinamentos, principalmente os prticos, devero ser realizados emambientes externos, como campos de prova e treinamento e frentes de servio.

    3.5.1 Ser computado como de trabalho efetivo o tempo despendido na capacitao.Mesmo quando o treinamento for realizado fora do horrio normal de trabalho este dever serconsiderado como se fizesse parte da jornada de trabalho, respeitando-se, ainda, os acordo e convenescoletivas do trabalho para jornadas extraordinrias.

    3.6 O treinamento deve ser ministrado por instrutores com comprovada proficincia no assunto, sob aresponsabilidade de profissional qualificado em segurana no trabalho.Este item da norma ratifica o conceito adotado pela NR 1, ou seja, so entendidos como trabalhadoresqualificados aqueles que receberam instruo especfica em cursos reconhecidos e autorizados peloMinistrio da Educao e Cultura, com currculo aprovado e que comprovaram aproveitamento medianteexames e avaliao pr-estabelecida e por essa razo receberam um diploma, um certificado. Nestacategoria se encaixam, alem dos profissionais de nvel superior e nvel mdio, com profissesregulamentadas (Engenheiro e ou Tcnico de Segurana do Trabalho), as pessoas que adquiriram

    conhecimento que lhes permitiu ter uma ocupao profissional

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    3.7 Ao trmino do treinamento deve ser emitido certificado contendo, o nome do trabalhador, contedoprogramtico, carga horria, data, local de realizao do treinamento, nome e qualificao dos instrutorese assinatura do responsvel.O treinamento precisa ser comprovado e isto deve ser mencionado na NR. A forma de documentao(papel, digitalizada, etc.) deve ficar a critrio do empregador.

    3.7.1 O certificado deve ser entregue ao trabalhador e uma cpia arquivada na empresa.A cpia do certificado arquivado na empresa poder ser em arquivo eletrnico ou digital. O trabalhadortambm poder receb-lo no formato digital, mas se for de sua vontade u necessidade o trabalhadordever receber o certificado impresso em papel

    3.8 A capacitao ser consignada no registro do empregado.Os empregados que realizam trabalhos em altura devem ter um registro no seu pronturio individual quemostre o treinamento recebido e descreva sua experincia de trabalho e serve, ainda, como registro daautorizao deste trabalhador para os trabalhos em altura. Isto auxilia o empregador na verificao emonitorao da experincia do individuo. Empregadores que admitirem novos empregados devem avaliarestes registros.4. Planejamento, Organizao e Execuo

    4.1 Todo trabalho em altura ser planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado eautorizado.Determina a obrigatoriedade dos tomadores de servios de trabalho em altura garantir a segurana e asade de todos os trabalhadores e usurios envolvidos.

    4.1.1 Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele capacitado, cujo estado de sadefoi avaliado, tendo sido considerado apto para executar essa atividade e que possua anuncia formal daempresa.A autorizao um processo administrativo atravs do qual a empresa declara formalmente sua anuncia,autorizando a pessoa a trabalhar em altura. A autorizao est acompanhada da responsabilidade emautorizar, portanto, de fundamental importncia que as empresas adotem critrios bem claros paraassumir tais responsabilidades.

    4.1.2 Cabe ao empregador avaliar o estado de sade dos trabalhadores que exercem atividades em altura,garantindo que:

    a) os exames e a sistemtica de avaliao sejam partes integrantes do Programa de Controle Mdico daSade Ocupacional - PCMSO, devendo estar nele consignados;

    b) a avaliao seja efetuada periodicamente, considerando os riscos envolvidos em cada situao;Sob o ponto de viste mdico os exames mdicos devero compreender, alm dos principais fatores quecausam as quedas de planos elevados como condies fsicas, psquicas e clnicas do trabalhador, osdemais fatores da tarefa como, por exemplo, exigncia de esforo fsico, acuidade visual, restrio demovimentos, etc.c) seja realizado exame mdico voltado s patologias que podero originar mal sbito e queda de altura,

    considerando tambm os fatores psicossociais.Podemos relacionar algumas patologias que podero originar mal sbito e queda de altura: Epilepsia Vertigem e tontura Distrbios do equilbrio e deficincia da estabilidade postural Alteraes cardiovasculares Acrofobia Alteraes otoneurolgicas Diabetes Mellitus

    Alm da existncia da acrofobia (medo de altura) devem ser avaliados outros fatores que interferem nasade do trabalhador como alimentao inadequada, distrbios do sono, consumo de bebidas alcolicas,

    problemas familiares, stress, uso de medicamentos e drogas psicoativas, dentre outros.

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    Fatores psicossociaisDesde 1984, a OIT - Organizao Internacional do Trabalho e a OMS - Organizao Mundial de Sade,evidenciam a importncia dos fatores psicossociais no trabalho (ILO/OMS, 31984, 1987).

    A urgncia de maior produtividade, associada reduo contnua do contingente de trabalhadores, presso do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas, alm de expectativas irrealizveis e as

    relaes de trabalho tensas e precrias, podem gerar tenso, fadiga e esgotamento profissional,constituindo-se em fatores psicossociais responsveis por situaes de estresse relacionado com otrabalho.

    Os fatores psicossociais relacionados ao trabalho podem ser definidos como aquelas caractersticas dotrabalho que funcionam como estressores, ou seja, implicam em grandes exigncias no trabalho,combinadas com recursos insuficientes para o enfrentamento das mesmas.

    4.1.2.1 A aptido para trabalho em altura dever ser consignada no atestado de sade ocupacional dotrabalhador.Alm de constar apto para a funo a aptido para o trabalho em altura tambm dever estar registrada noASO.

    4.1.3 A empresa deve manter cadastro atualizado que permita conhecer a abrangncia da autorizao decada trabalhador para trabalho em altura.Este cadastro que poder ser em forma to de documento impresso, crach, cartaz, ou registro eletrnicoque evidencie para quais atividades o trabalhador tem autorizao para trabalhar em funo de suacapacitao e estado de sade.

    4.2 No planejamento do trabalho devem ser adotadas as medidas, de acordo com a seguinte hierarquia:

    a) medidas para evitar o trabalho em altura, sempre que existir meio alternativo de execuo;Esta a melhor alternativa, pois ela simplesmente elimina o risco de queda.J existem medidas alternativas consagradas para se evitar o trabalho em altura em algumas tarefas.Podemos citar, por exemplo, a demolio de edifcios pelo mtodo da imploso (utilizando explosivos),

    que evita o acesso de trabalhadores com ferramentas e equipamentos ao alto das estruturas por perodosprolongados. Existem ainda a soluo com utilizao de postes de luz onde a luminria desce, atravs dedispositivos mecnicos at a base do poste, e a troca de lmpadas realizada a 1 metro do nvel do cho.Na anlise de risco de uma tarefa esta opo deve sempre ser avaliada e priorizada, quando possvel.

    b) medidas que eliminem o risco de queda dos trabalhadores, na impossibilidade de execuo dotrabalho de outra forma;

    conceito universal que as medidas de proteo coletiva devem ser planejadas e desenvolvidas com aanlise de risco realizada e aplicadas mediante procedimentos, entendido como forma padronizada doproceder (fazer) ou implantar a medida de proteo programada.

    O procedimento deve ser documentado, divulgado, conhecido, entendido e cumprido por todos ostrabalhadores e demais pessoas envolvidas. Deve-se ainda observar que a palavra prioritariamente,

    empregada no texto, determina aquilo que tem a preferncia de execuo e impe a condio deseletividade e que a possibilidade da aplicao de medidas de proteo coletiva deve, obrigatoriamente, seantecipar a todas as demais medidas de proteo possveis de adoo na situao considerada.

    c) medidas que minimizem as consequncias da queda, quando o risco de queda no puder sereliminado.

    Trabalhos em altura com ventos podem provocar hipotermia no caso de locais frios causam sensaotrmica muitos graus abaixo do que o termmetro marca. Em caso de chuva ou garoa associada a ventoretira calor do corpo,portanto para alguns casos necessrio haver recomendao de uso de vestimentasadequadas ou restringir o trabalho em caso de ventos fortes.

    O calor intenso sem a proteo e a hidratao adequada pode causar desidratao e conseqente malsbito (desmaio, fraqueza, etc )

    4.3 Todo trabalho em altura deve ser realizado sob superviso, cuja forma ser definida pela anlise de

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    risco de acordo com as peculiaridades da atividade.No setor eltrico, o responsvel pelo cumprimento no a chefia, mas sim o supervisor da tarefa a quemcaber esta responsabilidade.

    4.4 A execuo do servio deve considerar as influncias externas que possam alterar as condies dolocal de trabalho j previstas na anlise de risco.

    4.5 Todo trabalho em altura deve ser precedido de Anlise de Risco.

    4.5.1 A anlise de Risco deve, alm dos riscos inerentes ao trabalho em altura, considerar:

    a) o local em que os servios sero executados e seu entorno;

    b) o isolamento e a sinalizao no entorno da rea de trabalho;

    c) o estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;

    d) as condies meteorolgicas adversas;Podem ser: ventos fortes, chuva, vendavais, tempo muito seco que exija hidratao adicional, umidadealta, sol e calor execivos, etc. que podero que podero comprometer a segurana e sade dostrabalhadores;

    e) a seleo, inspeo, forma de utilizao e limitao de uso dos sistemas de proteo coletiva eindividual, atendendo s normas tcnicas vigentes, s orientaes dos fabricantes e aos princpios dareduo do impacto e dos fatores de queda;

    f) o risco de queda de materiais e ferramentas;A queda de materiais e ferramentas dever ser impedida com a utilizao de procedimentos etcnicas como amarrao das ferramentas e matrias, utilizao de redes, ou quaisquer outros queevitem este risco. ...

    g) os trabalhos simultneos que apresentem riscos especficos;Existem atividades simultneas com riscos tais como: trabalhos de solda em altura que podem sersobrepostas de forma a ...

    h) o atendimento a requisitos de segurana e sade contidos nas demais normas regulamentadoras;Quando houver outros riscos como, por exemplo, o risco de contato eltrico, reas classificadas eespaos confinados, as Normas Regulamantadoras n 10 , 20 e 33 devero ser cumpridas

    respectivamente.

    i) os riscos adicionais;Alm dos riscos de queda em altura intrnsecos aos servios objeto da Norma, existem outros riscos,especficos de cada ambiente ou processo de trabalho que, direta ou indiretamente, podem expor aintegridade fsica e a sade dos trabalhadores no desenvolvimento de atividades em altura. Existe,portanto, a determinao de obrigatoriedade da adoo de medidas preventivas de controle para tais riscosadicionais, com especial ateno aos gerados pelo trabalho em campos eltricos e magnticos,confinamento, explosividade, umidade, poeiras, fauna e flora, rudo e outros agravantes existentes nosprocessos ou ambientes onde so desenvolvidos os servios em altura, tornando obrigatria a implantaode medidas complementares dirigida aos riscos adicionais verificados.

    Dentre os riscos adicionais podemos elencar:

    Riscos Mecnicos. So os perigos inerentes as condies estruturais do local: falta de espao, iluminaodeficiente, presena de equipamentos que podem produzir leso e dano.

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    Eltricos. So todos os perigos relacionados com as instalaes energizadas existentes no local ou com aintroduo de mquinas e equipamentos eltricos, que podem causar choque eltrico.

    Corte e solda. Os trabalhos a quente, solda e/ou corte acrescentam atividade os perigos prprios destaatividade especfica como radiaes, emisso de partculas incandescentes, etc.

    Lquidos, gases, vapores, fumos metlicos e fumaa. A presena destes agentes qumicos contaminantesgera condies inseguras e facilitadoras para ocorrncias de acidentes e doenas ocupacionais, nestescasos, os trabalhos no devem ocorrer.

    Soterramento. Quando o trabalho ocorre em diferena de nvel maior que 2 metros com o nvel do solo ouem terrenos instveis, existe a possibilidade de soterramento por presso externa (ex. construo depoos, fosso de mquinas, fundao, reservatrios, poro de mquinas, etc)

    Temperaturas extremas. Trabalho sobre fornos e estufas pode apresentar temperaturas extremas quepodero que podero comprometer a segurana e sade dos trabalhadores;

    Outros Riscosa) Pessoal no autorizado prximo ao local de trabalho;

    b) Queda de materiais;c) Energia armazenada.

    j) as condies impeditivas;Condies impeditivas so aquelas situaes que por serem extremamente perigosas para arealizao do trabalho como as que ultrapassam os padres ou limites de cautela como ventos echuvas fortes ou que ultrapassem ...

    k) as situaes de emergncia e o planejamento do resgate e primeiros socorros, de forma a reduzir otempo da suspenso inerte do trabalhador;

    A queda no o nico perigo no trabalho em altura. Ficar pendurado pelo cinturo desegurana tambm perigoso.

    Ficar pendurado pelo cinto de segurana gera a suspenso inerte, quando a parteinferior do cinto de segurana, que se prende s pernas, impede a circulao dosangue e este se acumula nelas. Se estas no se movem, o sangue fica l e o coraono consegue bombear o sangue para a cabea provocando a intolerncia ortostticaque se caracteriza por atordoamento, tremor, fadiga, dor de cabea, fraqueza edesmaios.

    Suspenso prolongada causada por sistemas de deteco de quedas pode causar aintolerncia ortosttica que, por sua vez, pode resultar em perda de conscinciaseguida por morte em menos de 30 minutos.

    Para reduzir os riscos relacionados suspenso inerte, provocada por cintos de segurana, o empregador

    deve implantar planos de emergncia para impedir a suspenso prolongada identificando os sinais esintomas da intolerncia ortosttica e realizando o resgate e tratamento o mais rpido possvel.

    Quanto mais tempo a vtima ficar suspensa, sem se mover, maiores sero os riscos para sua sade.

    Vale lembrar que aps o resgate as vtimas no devem ser deitadas na posio horizontal em nenhummomento, seja durante o resgate ou quando chegarem ao solo. A manobra correta deixar a vtima naposio sentada, por pelo menos 20 minutos, mesmo se estiver inconsciente. Deixar de seguir estesprocedimentos ps resgate pode causar danos vtima e, s vezes, levar at a morte.

    l) a necessidade de sistema de comunicao;

    m) a forma de superviso.

    4.6 Para atividades rotineiras de trabalho em altura a anlise de risco poder estar contemplada no

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    respectivo procedimento operacional.Atividades rotineiras: Conjunto de aes que fazem parte do cotidiano de uma atribuio, funo ou cargodo trabalhador no processo do trabalho.Atividades no rotineiras: Conjunto de aes que no fazem parte do cotidiano de uma atribuio, funoou cargo do trabalhador no processo do trabalho.

    4.6.1 Os procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de trabalho em altura devem conter, nomnimo, as diretrizes e requisitos da tarefa, as orientaes administrativas, o detalhamento da tarefa, asmedidas de controle dos riscos caractersticos rotina, as condies impeditivas, os sistemas de proteocoletiva e individual necessrios e as competncias e responsabilidades.Medidas de controle uma titulao de item que representa o coletivo das aes estratgicas depreveno destinadas a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle, as incertezas e eventos indesejveiscom capacidade potencial para causar leses ou danos sade dos trabalhadores e,dessa forma, transpor as dificuldades possveis na obteno de um resultado esperado, dentro decondies satisfatrias.

    4.7 As atividades de trabalho em altura no rotineiras devem ser previamente autorizadas mediantePermisso de Trabalho.

    Atividades no rotineiras so as atividades no habituais que esto fora do planejamento de execuo eno contempladas nas Anlises de Risco e nos procedimentos. Existem tarefas que tem freqnciamnima, ou seja, realizadas de tempos em tempos, mas uma atividade conhecida e planejada que fazparte do processo de trabalho da empresa. As atividades no contempladas nestes requisitos devero terautorizao prvia atravs de uma Permisso de Trabalho, que um documento que, aps avaliaoprvia, conter os requisitos de segurana que devem ser obedecidos naquela situao.

    4.7.1 Para as atividades no rotineiras as medidas de controle devem ser evidenciadas na Anlise de Riscoe na Permisso de Trabalho.Permisso de trabalho dever ser o documento para formalizar autorizao para a execuo daatividade, ou seja, o local de trabalho, recursos e pessoal se encontram em conformidade com a ARportanto permitida a sua realizao.

    4.8 A Permisso de Trabalho deve ser emitida, aprovada pelo responsvel pela autorizao da permisso,disponibilizada no local de execuo da atividade e, ao final, encerrada e arquivada de forma a permitirsua rastreabilidade.

    4.8.1 A Permisso de Trabalho deve conter:a) os requisitos mnimos a serem atendidos para a execuo dos trabalhosb) as disposies e medidas estabelecidas na Anlise de Riscoc) a relao de todos os envolvidos e suas autorizaes;

    4.8.2 A Permisso de Trabalho deve ter validade limitada durao da atividade, restrita ao turno detrabalho, podendo ser revalidada pelo responsvel pela aprovao nas situaes em que no ocorrammudanas nas condies estabelecidas ou na equipe de trabalho.

    5. Equipamentos de Proteo Individual, Acessrios e Sistemas de Ancoragem

    5.1 Os Equipamentos de Proteo Individual - EPI, acessrios e sistemas de ancoragem devem serespecificados e selecionados considerando-se a sua eficincia, o conforto, a carga aplicada aos mesmos eo respectivo fator de segurana, em caso de eventual queda.O fator de segurana estabelecido mnimo de 2,5:1, tendo como base de clculo 6 kN, como fora deimpacto mximo permitida a ser transmitida ao trabalhadorA norma de absorvedor de energia e as de todos os modelos de trava queda testam os produtos dentro dapior situao possvel e limitam a fora de impacto gerada em 6 kN (600 Kgf). Existe uma discussodentro do CB-32 para que seja revista e colocada em consulta pblica a permisso de talabartes desegurana sem absorvedor de energia com at 0,9m para proteo de queda.

    Outro fator que deve ser levado em conta na seleo do EPI. o propsito do uso. Por exemplo nem todotrava quedas pode ser utilizado como equipamento de posicionamento.

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    5.1.1 Na seleo dos EPI devem ser considerados, alm dos riscos a que o trabalhador est exposto, osriscos adicionais.Em algumas circunstncias os EPI devem, alm de garantir a eficcia na reteno da queda do tabalhador,garantir que estes sejam adequados aos riscos adicionais que possam existir no local de trabalho.

    5.2 Na aquisio e periodicamente devem ser efetuadas inspees dos EPI, acessrios e sistemas deancoragem, destinados proteo de queda de altura, recusando-se os que apresentem defeitos oudeformaes.Antes do equipamento novo ou usado ser utilizado pela primeira vez por um usurio especfico, esseusurio deve assegurar que seja apropriado para a aplicao pretendida, que funciona corretamente, e queest em boas condies.

    Antes de usar um cinturo de segurana pela primeira vez recomendvel que o usurio seja ajudado naexecuo de um teste em um lugar seguro para assegurar que o cinturo de tamanho correto, tem ajustesuficiente e um nvel de conforto aceitvel para o uso pretendido, inclusive suspenso.

    5.2.1 Antes do incio dos trabalhos deve ser efetuada inspeo rotineira de todos os EPI, acessrios esistemas de ancoragem.

    Estas inspees devem fazer parte da rotina de toda a atividade realizada em altura. Minuciosa verificaodas condies de segurana e integridade de todos os dispositivos de segurana para o trabalho em alturadevero ser realizados pelo prprio trabalhador e quando possvel tambm pelo supervisor.

    5.2.2 Registrar o resultado das inspees:a) na aquisio;b) peridicas e rotineiras quando os EPI, acessrios e sistemas de ancoragem forem recusados.Estes registros devero existir obrigatoriamente nestas duas circunstncias e estes registros devero serarquivados para rastrea-los.

    5.2.3 Os EPI, acessrios e sistemas de ancoragem que apresentarem defeitos, degradao, deformaes ousofrerem impactos de queda devem ser inutilizados e descartados, exceto quando sua restaurao forprevista em normas tcnicas nacionais ou, na sua ausncia, normas internacionais.

    Quando apresentarem defeitos, degradao, deformaes ou sofrerem impactos de queda pontos deancoragem, cintures de segurana, talabartes, absorvedores de energia, cabos, conectores e travaquedasdevem ser descartados e inutilizados para evitar reuso.Alguns tipos de travaquedas retrteis, quando sofrerem impacto de queda, podem ser revisados conformeespecificao do fabricante e norma da ABNT.

    Alguns EPI e cabos de fibra sinttica, e materiais txteis de diferentes naturezas, podem sofrer degradaopor fotodecomposio (exposio a radiao solar) e por produtos qumicos (cidos, produtos alcalinos,hidrocarbonetos, amnia, cimento, etc) que podem estar presentes no ambiente, mesmo que em pequenasconcentraes. Em ambientes industriais com estes produtos qumicos fundamental que ocorra inspeonas fibras txteis dos equipamentos. Alguns tipos de degradao so imperceptveis a olho nu. Se forreconhecida a presena deste agentes agressivos no ambiente de trabalho os EPI e sistemas de ancoragemdevero ser substitudos a intervalos menores do que estabelece o prazo de validade especificado.

    5.3 O cinto de segurana deve ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo para conexo em sistemade ancoragem.

    O sistema de restrio de movimentao restringe o usuriode atingir locais onde uma queda possa vir a ocorrer. Sempreque possvel este sistema que previne a queda prefervelsobre sistemas que buscam minimizar os efeitos de umaqueda.

    5.3.1 O sistema de ancoragem deve ser estabelecido pela anlise de risco.O sistema de ancoragem so componentes definitivos ou temporrios, dimensionados para suportarimpactos de queda, aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteo Individual. O

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    ponto de ancoragem um local para fixao de um dispositivo contra queda. Pode ser um simples olhalde rosca, gancho de metal, talha de viga, ou outro elemento estrutural com capacidade nominal robusta.

    5.3.2 O trabalhador deve permanecer conectado ao sistema de ancoragem durante todo o perodo deexposio ao risco de queda.O sistema de proteo contra quedas deve permitir o trabalhador se conecte antes de ingressar na zona de

    risco de queda e se desconecte somente aps sair, permanecendo conectado durante toda suamovimentao no interior da mesma e em todos os pontos em que a tarefa demandar.

    No caso do uso do cinto de segurana com duplo talabarte, pelo menos um dos mosquetes dever estarsempre conectado ao sistema de ancoragem.

    5.3.3 O talabarte e o dispositivo trava quedas devem estar fixados acima do nvel da cintura dotrabalhador, ajustados de modo a restringir a altura de queda e assegurar que, em caso de ocorrncia,minimize as chances do trabalhador colidir com estrutura inferior.Sempre que possvel os pontos de ancoragem devem estar acima do usurio de forma a minimizar ocomprimento e o impacto de qualquer queda.

    Zona Livre de queda (ZQL):

    a distncia mnima medida desde odispositivo de ancoragem at o nvel docho, ou prxima nvel inferior real, ouobstculo significativo mais prximo.O comprimento indicado ser a somatriadas distncias ao lado

    5.3.4 obrigatrio o uso de absorvedor de energia nas seguintes situaes:a) na impossibilidade de se utilizar o talabarte fixado acima do nvel da cintura do trabalhador, ou seja,

    quando o fator de queda for maior que 1;b) quando o comprimento do talabarte for maior que 0,9m.O absorvedor de energia o componente ou elemento de um sistema antiqueda desenhado para dissipar aenergia cintica desenvolvida durante uma queda de uma determinada altura (fora de pico). Aobrigatoriedade do uso do absorvedor de energia nestes casos reduzir o impacto no trabalhador casoocorra a queda quando a fator de queda for superior a 1.

    5.4 Quanto aos pontos de ancoragem, devem ser tomadas as seguintes providncias:

    a) ser selecionados por profissional legalmente habilitado;b) ter resistncia para suportar a carga mxima aplicvel;c) ser inspecionados quanto integridade antes da sua utilizao.O profissional habilitado deve preencher as formalidades de registro nos respectivos conselhos regionaisde fiscalizao do exerccio profissional, CREA/CONFEA. o conselho profissional quem estabelece asatribuies e responsabilidades de cada qualificao em funo dos cursos, cargas horrias e matriasministradas. So os conselhos profissionais que habilitam os profissionais com superior, neste casoengenheiros. A regularidade do registro junto ao conselho competente que resulta na habilitao.

    O engenheiro responsvel deve garantir que os pontos de ancoragem devem ser cuidadosamenteselecionados, de forma a suportar os esforos decorrentes das cargas aplicadas. Alm da habilitao, esteprofissional deve ter competncia para estas atividades.

    Estes pontos de ancoragem devero ser mantidos em condies de uso pelo empregador. As inspees

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    Se existirem meios alternativos de proteo contra queda de altura e estas j estiverem definidas, testadase aprovadas por profissional habilitado, a deciso em campo ser somente sobre qual alternativa utilizar e,neste caso, o profissional capacitado poder tom-la.

    6. Emergncia e Salvamento

    6.1 O empregador deve disponibilizar equipe para respostas em caso de emergncias para trabalho emalturaEstas equipes devero estar preparadas e aptas a realizar as condutas mais adequadas para os possveiscenrios de situaes de emergncia em suas atividades. As respostas sero proporcionais ao nvel detreinamento e aptido necessrias em funo da existncia ou no de equipe prpria, externa ou compostapelos prprios trabalhadores. Se a equipe de emergncia e salvamento for prpria ou formada pelosprprios trabalhadores as respostas sero realizar o resgate e os primeiros socorros de imediato com astcnicas aprendidas. Se a equipe for externa a resposta ser chamar a equipe de emergncia com a maiorbrevidade e dar todo o suporte e retaguarda (s) vtima(s) e a equipe de resgate.

    6.1.1 A equipe pode ser prpria, externa ou composta pelos prprios trabalhadores que executam o

    trabalho em altura, em funo das caractersticas das atividades.Equipe externa pode ser pblica ou privada. A pblica formada pelo corpo de bombeiros da policiamilitar ou por voluntrios, defesa civil, resgate, SAMU, paramdicos, etc, em cidades, regies oulogradouros que as possuam. A equipe privada formada por profissionais capacitados em emergncia esalvamento como bombeiros civis, mdicos, enfermeiros e resgatistas treinados em fbricas,estabelecimentos, ou frentes de servio que tem funo especifica dar suporte para seus prpriosfuncionrios e de contratadas.Em algumas situaes a equipe para respostas em caso de emergncias para trabalho em altura dever serprpria, ou seja, formada pelos prprios trabalhadores que exercem trabalhos em altura. Isto deverocorrer quando as equipes externas, pblicas ou privadas forem inexistentes ou quando a distncia exijadeslocamentos que inviabilizem o trabalho em tempo ideal.

    6.2 O empregador deve assegurar que a equipe possua os recursos necessrios para as respostas aemergncias.Como exemplo de equipe prpria podemos citar trabalhos realizados na montagem de torres detelecomunicaes em locais distantes ou de difcil acesso onde os trabalhadores devero estar capacitadosa realizar salvamentos de emergncia, resgate e inclusive o auto resgate, quando possvel ou vivel.Portanto deve-se assegurar que o plano de emergncia, aps anlise de risco, contemple os treinamentosespecficos necessrios para cada realidade, utilizao de sistemas de comunicao adequados,equipamentos adequados para resgate e primeiros socorros.

    6.3 As aes de respostas s emergncias que envolvam o trabalho em altura devem constar do plano deemergncia da empresa.Trata-se de documento contendo os procedimentos para contingncias de ordem geral, que ostrabalhadores autorizados devero conhecer e estar aptos adot-los nas circunstncias em que se fizerem

    necessrios. Essas medidas so em funo dos riscos e das condies do trabalho em reas externas einternas sujeitas a diversas variveis cujo controle no est totalmente nas mos dos trabalhadores, comoas interferncias de veculos em vias pblicas, intempries, aes de pessoas negligentes, bem como osreflexos dessas ocorrncias nas reas internas, que determinam a necessidade deserem pr estabelecidosprocedimentos emergenciais.

    6.4 As pessoas responsveis pela execuo das medidas de salvamento devem estar capacitados aexecutar o resgate, prestar primeiros socorros e possuir aptido fsica e mental compatvel com aatividade a desempenhar.Se a empresa, de acordo com o seu plano de emergncia, tiver ou necessitar equipe prpria para executaro resgate e prestar primeiros socorros os membros desta equipe devem possuir treinamento adequadoatravs de

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    A indefinio do fator de segurana e sua responsabilidade devem ficar a cargo do fabricante dosequipamentos o que poder ser consignado no prprio CA do EPI, ou, no caso de equipamentosacessrios, em documento prprio do mesmo.

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    Glossrio

    Absorvedor de energia- dispositivo destinado a reduzir o impacto transmitido ao corpo do trabalhador esistema de segurana durante a conteno da queda.

    Anlise de Risco - AR: avaliao dos riscos potenciais, suas causas, consequncias e medidas de

    controle.

    Atividades rotineiras: Atividades habituais, independente da freqncia, que fazem parte do processo detrabalho da empresa.

    Cinto de segurana tipo paraquedista - Equipamento de Proteo Individual utilizado para trabalhosem altura onde haja risco de queda, constitudo de sustentao na parte inferior do peitoral, acima dosombros e envolto nas coxas.

    Condies impeditivas - situaes que impedem a realizao ou continuidade do servio que possamcolocar em risco a sade ou a integridade fsica do trabalhador.

    Fator de queda - razo entre a distncia que o trabalhador percorreria na queda e o comprimento do

    equipamento que ir det-lo.

    InflunciasExternas:variveisquedevemserconsideradasnadefinioeseleodasmedidasdeproteo,para seguranadaspessoas,cujocontroleno possvel implementarde formaantecipada.

    Permisso de Trabalho - PT - documento escrito contendo conjunto de medidas de controle visando odesenvolvimento de trabalho seguro, alm de medidas de emergncia e resgate.

    Ponto de ancoragem - ponto destinado a suportar carga de pessoas para a conexo de dispositivos desegurana, tais como cordas, cabos de ao, trava-queda e talabartes.

    Profissional legalmente habilitado - trabalhador previamente qualificado e com registro no competenteconselho de classe.

    Riscos adicionais - todos os demais grupos ou fatores de risco, alm dos existentes no trabalho em altura,especficos de cada ambiente ou atividade que, direta ou indiretamente, possam afetar a segurana e asade no trabalho.

    Sistemas de ancoragem: componentes definitivos ou temporrios, dimensionados para suportar impactosde queda, aos quais o trabalhador possa conectar seu Equipamento de Proteo Individual, diretamente ouatravs de outro dispositivo, de modo a que permanea conectado em caso de perda de equilbrio,desfalecimento ou queda

    Suspenso inerte - situao em que um trabalhador permanece suspenso pelo sistema de segurana, at o

    momento do socorro.

    Talabarte - dispositivo de conexo de um sistema de segurana, regulvel ou no, para sustentar,posicionar e/ou limitar a movimentao do trabalhador.

    Trabalhador qualificado - trabalhador que comprove concluso de curso especfico para sua atividadeem instituio reconhecida pelo sistema oficial de ensino.

    Trava-queda - dispositivo de segurana para proteo do usurio contra quedas em operaes commovimentao vertical ou horizontal, quando conectado com cinturo de segurana para proteo contraquedas.