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SISBAN 7.0 SIMULAÇÃO BANCÁRIA MANUAL DA EMPRESA TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À BERNARD SISTEMAS ®

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SISBAN 7.0 SIMULAÇÃO BANCÁRIA

MANUAL DA EMPRESA

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À BERNARD SISTEMAS ®

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BERNARD SISTEMAS LTDA. Florianópolis, Janeiro de 2016. Este Manual pode ser alterado sem aviso prévio. Este manual é de uso exclusivo nas simulações do SISBAN 7.0 (simulador bancário). Ele pode ser fotocopiado ou disponibilizado em meio eletrônico (versão em PDF) para distribuição aos participantes destas simulações. Qualquer outro uso deve ser previamente autorizado, por escrito, pela Bernard Sistemas®.

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ORIENTAÇÕES PARA LEITURA DESTE MANUAL Este manual foi elaborado com o objetivo de explicar o funcionamento do banco simulado e o ambiente em que ela está inserida. A compreensão das explicações e definições apresentadas nesse manual é fundamental para a participação na simulação. O banco é administrado por equipe de participantes, que são divididos por funções gerenciais. Portanto, a leitura deste manual deve seguir esta divisão, conforme apresentado a seguir:

O capítulo 1 apresenta a dinâmica da simulação bancária, o funcionamento do sistema

financeiro nacional, o ambiente simulado, a bolsa de valores e os relatórios emitidos. Este capítulo deve ser lido por todos os participantes, pois apresenta informações básicas da simulação.

O capítulo 2 disponibiliza informações sobre a área comercial. A prioridade de leitura deve ser para o responsável desta área.

O capítulo 3 apresenta informações da área operacional. A prioridade de leitura deve ser para o responsável desta área.

O capítulo 4 disponibiliza informações sobre a área de recursos humanos. A prioridade de leitura deve ser para o responsável desta área.

O capítulo 5 apresenta informações da área contábil-financeira. A prioridade de leitura deve ser para o responsável desta área.

Apêndice – Tabelas de consulta rápida – Os participantes podem utilizar estas tabelas para obter informações resumidas do Manual.

Pela estrutura de leitura do manual, observa-se que a equipe ideal é de 4 participantes. Se ela tiver menos ou mais integrantes, a leitura dos capítulos 2 a 5 deve ser ajustada com alguns participantes assumindo mais de uma função, ou dividindo algumas funções por dois participantes. Durante a simulação os participantes irão observar que é possível trabalhar com várias funções. Isto é aconselhável para que aprendizado proporcione a visão sistêmica do funcionamento do banco.

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SUMÁRIO

1 - Introdução 1-01

1.1 – Dinâmica da Simulação 1-01

1.2 – Sistema Financeiro Nacional 1-02

1.3 – Ambiente Simulado 1-03

1.4 – Bolsa de Valores 1-03

1.5 – Relatórios 1-03

2 – Administração de Produtos 2-01

2.1 – Captação de Recursos 2-01

2.1.1 – Depósitos à Vista 2-01

2.1.2 – Depósitos a Prazo - CDB 2-01

2.1.3 – Depósitos a Prazo - Poupança 2-02

2.2 – Aplicação de Recursos 2-02

2.2.1 – Empréstimos a Pessoa Física 2-02

2.2.2 – Empréstimos a Pessoa Jurídica 2-03

2.2.3 – Financiamentos Imobiliários 2-03

2.3 – Tarifas de Serviços 2-03

2.4 – Decisões a Tomar 2-03

3 – Administração Operacional 3-01

3.1 – Produto Interno Bruto - PIB 3-01

3.2 – Índice da Construção Civil 3-01

3.3 – Propaganda 3-01

3.4 – Agências Bancárias 3-02

3.5 – Tecnologia de Informação - TI 3-02

3.6 – Qualidade de Atendimento 3-03

3.7 – Clientes 3-03

3.8 – Equilíbrio Operacional 3-03

3.9 – Decisões a Tomar 3-04

4 – Administração de Recursos Humanos 4-01

4.1 – Contratação 4-01

4.2 - Demissão 4-01

4.3 – Salário 4-01

4.4 – Treinamento 4-02

4.5 – Participação nos Lucros 4-02

4.6 – Hora-extra 4-02

4.7 - Motivação 4-02

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4.8 – Produtividade 4-03

4.9 – Decisões a Tomar 4-03

5 – Administração Contábil-Financeira 5-01

5.1 – Despesas Desembolsáveis 5-01

5.2 – Despesa de Inadimplência 5-01

5.3 – Despesas de Depreciação 5-01

5.4 – Imposto de Renda 5-01

5.5 – Dividendos 5-01

5.6 – Fluxo de Caixa 5-02

5.7 – Depósitos Compulsório 5-02

5.8 – Investimentos em LFT 5-02

5.9 – Empréstimos Interbancários 5-03

5.10 – Empréstimos Junto ao Banco Central 5-03

5.11 – Decisões a Tomar 5-03

Apêndice - Tabelas de Consulta Rápida da Simulação Bancária

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Bernard Simulação Gerencial

Introdução 1-01

1 - INTRODUÇÃO 1.1 – DINÂMICA DA SIMULAÇÃO

O Simulador Bancário - SISBAN simula o ambiente concorrencial bancário. Os bancos simulados são do tipo “bancos múltiplos”, sendo também sociedades anônimas de capital aberto tendo, portanto, suas ações cotadas na Bolsa de Valores. Estas ações irão variar de acordo com o desempenho dos bancos, assim como a situação macroeconômica da simulação. Sugere-se que cada banco seja formado por equipe de até cinco participantes. Cada membro da equipe deve assumir uma diretoria, tais como: Diretor Presidente, Diretor de Produtos, Diretor de Operações, Diretor de Recursos Humanos e Diretor Contábil-Financeiro. A condução da simulação ficará a cargo de uma pessoa denominada “Coordenador”, que será o responsável pela definição das variáveis macroeconômicas. A simulação inicia com a distribuição de relatórios empresariais e de um jornal informativo, intitulado “A Gazeta”, editado pelo coordenador. No primeiro período, os relatórios empresariais são os mesmos para todos os bancos. Eles partem, portanto, de uma mesma situação inicial. Os relatórios empresariais e a Gazeta são os instrumentos básicos para que as equipes tomem decisões para o próximo período (trimestre). Outros relatórios e gráficos de desempenho também poderão ser distribuídos pelo coordenador para facilitar o processo da tomada de decisões. As decisões das equipes e do coordenador são então inseridas no simulador SISBAN, que as processa, gerando novos relatórios empresariais. O coordenador da simulação edita, então, outro jornal que, juntamente com os novos relatórios, permitirão um novo processo de tomada de decisões. Esta dinâmica se repete de modo que durante a simulação possam ser simulados vários trimestres da administração de um banco. O fluxograma da dinâmica do curso de Simulação Bancária é apresentado a seguir.

Figura 1 – Dinâmica da simulação bancária

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Introdução 1-02

1.2 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por um conjunto de instituições que regulam e intermediam o fluxo financeiro entre agentes econômicos (pessoas, empresas, governos e outras instituições) que necessitam (agentes deficitários) e emprestam (agentes superavitários) recursos financeiros. O SFN é composto por órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores do sistema. As normatizações do sistema são feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). As entidades supervisoras são o Banco Central do Brasil (BACEN), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). As operadoras do sistema são as entidades que realizam as operações de intermediação financeira. Exemplos destas operadoras são os bancos comerciais, os bancos múltiplos, os bancos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as cooperativas de crédito, as sociedades de arrendamento mercantil (leasing), as sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras), as companhias hipotecárias, as agências de fomento ou desenvolvimento, as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança, as sociedades corretoras de câmbio, as sociedades corretoras de valores mobiliários, as bolsas de valores e de mercadorias e futuros, os fundos mútuos de investimentos, os clubes de investimentos, as administradoras de consórcio, as sociedades seguradoras, as entidades de previdência privada, o Instituto de Resseguro do Brasil (IRB), as sociedades administradoras de Planos de Seguro-Saúde, as sociedades administradoras de cartões de crédito e as sociedades de fomento mercantil (factoring). As instituições que serão simuladas no SISBAN são Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central (BACEN) e os bancos múltiplos. O CMN e o BACEN serão conduzidos pelo coordenador, enquanto cada equipe de participantes irá administrar um banco múltiplo. Para um melhor entendimento do SISBAN, as instituições a serem simuladas são conceituadas nos próximos parágrafos (referência: www.bacen.gov.br). O Conselho Monetário Nacional (CMN), que foi instituído pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964, é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. Dentre suas funções estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que também foi criada pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; manter as reservas internacionais em nível adequado; estimular a formação de poupança; zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. Dentre suas atribuições estão: emitir papel-moeda e moeda metálica; executar os serviços do meio circulante; receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; exercer o controle de crédito; exercer a fiscalização das instituições financeiras; autorizar o funcionamento das instituições financeiras; estabelecer as condições para o exercício de

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Introdução 1-03

quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 1.3 – AMBIENTE SIMULADO

Para efeito de simulação será considerado como participantes até 8 diferentes Bancos Múltiplos, concorrendo por clientes pessoa física, jurídica e governo. Os bancos podem se relacionar com o Banco Central e com o Governo. Cada banco utiliza diferentes canais para interagir com os clientes, sendo eles as agências bancárias, o website e os terminais de Autoatendimento. A cada trimestre o SISBAN receberá dados macroeconômicos do coordenador e decisões de cada banco participante da simulação. Após o processamento destes dados, serão gerados os relatórios: Contábil, de Mercado, Macroeconômico e Operacional. Para realizar um novo trimestre, o coordenador deverá também disponibilizar uma nova gazeta. O fluxo das ações ocorridas em cada trimestre é apresentado na figura a seguir.

Figura 2 – Fluxo de informações do SISBAN

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Introdução 1-04

Os bancos simulados interagem no sistema financeiro por meio de operações passivas (captação de recursos), operações ativas (aplicação de recursos) e investimentos em títulos do tesouro nacional. Para a cobertura de caixa negativo será permitida a troca de recursos entre bancos (empréstimos interbancário) e, em última instância, o empréstimo do Banco Central (redesconto). A figura a seguir demonstra o relacionamentos dos bancos com seus agentes externos na simulação.

Figura 3 – Relacionamento dos bancos com seus agentes externos

1.4 – BOLSA DE VALORES As ações dos bancos sofrem dois tipos de influências que determinam suas oscilações na Bolsa de Valores. O primeiro tipo é a situação geral do mercado de capitais. As oscilações resultantes dessa situação são reflexos de indicadores macroeconômicos. As variações de preços das ações resultantes dessa oscilação se darão em igual intensidade entre os bancos, não alterando a relação de preço entre as suas ações. O outro tipo de influência é o desempenho individual dos bancos. Desempenho este, resultante da boa ou má gestão. Este desempenho é avaliado pelos indicadores de Patrimônio Líquido, Margem de Lucro, Rentabilidade do Ativo e Participação no mercado. Todos os indicadores possuem o mesmo peso, com exceção do Patrimônio Líquido - PL que tem peso 3. Caso o banco tenha contraído um empréstimo junto ao Banco Central, o valor da ação terá um redutor, sinalizando que o mercado percebe o banco como de maior risco. O banco que alcançar o melhor desempenho no conjunto destes indicadores terá a cotação das suas ações com

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Introdução 1-05

maior valor na Bolsa de Valores. Em casos extremos o banco pode não ser listado na bolsa de valores da simulação. Isto ocorre quando ele tiver um desempenho acumulado muito ruim. Eventualmente poderão ocorrer capitalizações feitas por meio de oferta primária de ações lançadas no mercado. Neste caso, o valor capitalizado será deduzido do Patrimônio Líquido para efeito de cálculo do valor das ações. Se existir a possibilidade deste tipo de capitalização, ela será informada na Gazeta. 1.5 – RELATÓRIOS Os relatórios da simulação contêm todas as informações necessárias para a tomada de decisões. Estes relatórios são: Relatório Contábil, Relatório de Mercado, Relatório Operacional e a Gazeta. O Relatório Operacional apresenta as informações confidenciais do banco. Os Relatórios: Contábil, de Mercado e a Gazeta, por sua vez, são os mesmos para todos os bancos. Os relatórios citados anteriormente são indispensáveis para o processo de tomada das decisões. Outros relatórios poderão ser entregues esporadicamente pelo coordenador. A seguir são apresentadas informações básicas constantes em cada relatório. Explicações dos itens dos relatórios estão disponíveis na opção de Ajuda do site da simulação. Relatório Contábil: Este relatório apresenta o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). A análise deste relatório pode trazer muitas informações importantes do banco e de seus concorrentes. Relatório de Mercado: Este relatório apresenta as novas operações realizadas (em valor total e em participação por banco), taxas e tarifas, dados do setor, bolsa de valores e os indicadores macroeconômicos. Relatório Operacional: As informações contidas neste relatório são confidenciais e relativas às operações passivas, operações ativas, gasto em propagada, agências, tecnologia da informação, clientes, recursos humanos, fluxo de caixa, depósitos no Bacen, investimento em LFT, empréstimos recebidos e taxas de inadimplência dos clientes. A Gazeta: É nesse documento que o coordenador divulga as suas decisões tomadas para a simulação. Os bancos encontram nesse jornal as taxas CDI, Selic e TR, as alíquotas do compulsório junto ao Bacen, bem como os preços para abertura de agência e para propaganda. Algumas notícias relevantes do período anterior também são apresentadas nesse jornal.

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Bernard Simulação Gerencial

Captação, Aplicação e Investimento de Recursos 2-01

2 – ADMINISTRAÇÃO DE PRODUTOS

A função primordial do banco é a intermediação financeira, ou seja, captar recursos a uma taxa de juros e aplicar ou investir estes recursos a uma taxa de juros maior, resultando com isto o spread bancário, ou seja, a receita líquida destas operações financeiras. Nos próximos itens são apresentadas as diversas modalidades de captação de recursos e suas respectivas aplicações. A captação de recursos via empréstimos interbancários e redesconto junto ao Banco Central, bem como a aplicação de recursos em Letras Financeiras do Tesouro (LFT), não são produtos bancários, sendo tratados, portanto, no capítulo de administração contábil-financeira. 2.1 – CAPTAÇÃO DE RECURSOS

As captações de recursos são consideradas operações passivas do banco. Elas ocorrem junto aos clientes e, na simulação, elas são caracterizadas pelos depósitos à vista, depósitos a prazo, via Certificado de Depósito Bancário (CDB) e depósitos a prazo, via caderneta de poupança. Estas operações são detalhadas nos próximos itens. 2.1.1 – DEPÓSITOS À VISTA Os depósitos à vista são em função das contas correntes de clientes, pessoas físicas e jurídicas, de contas dos governos municipais, estaduais e federal. As contas de pessoas físicas são oriundas de clientes que abriram conta corrente no banco por iniciativa própria, ou para receber salário pelo banco. As contas de pessoas jurídicas são basicamente contas de empresas comerciais, industriais e prestadoras de serviços. Já as contas governamentais são alimentadas pelos depósitos governamentais e de cobrança de tributos (impostos, taxas e contribuições). Estes depósitos sofrem influência macroeconômica em virtude da variação da atividade econômica do país, bem como dos esforços individuais de cada banco para captar recursos. Uma parte dos depósitos à vista pode ser aplicada pelo banco. A outra parte é recolhida automaticamente a título de depósito compulsório junto ao banco central. O percentual dos depósitos à vista a ser recolhido é informado a cada período na Gazeta. Os depósitos à vista podem ser sacados integralmente pelos clientes. Historicamente é sabido que entre 10 e 20% são sacados pelos clientes sem reposição, mas novos depósitos compensam, parcialmente ou integralmente, os saques realizados. 2.1.2 – DEPÓSITOS A PRAZO – CDB Os Certificados de Depósitos Bancários (CDB) são emitidos pelo banco para captação de recursos. O esforço de captação de recursos por CDB vai depender da taxa de juros oferecida, do esforço de marketing para divulgação e da habilidade dos empregados para vender este produto. Entretanto, os eventuais clientes irão adquirir o CDB principalmente em função da remuneração deste título, ou seja, da taxa de juros oferecida. O CDB é remunerado com base em um percentual do Certificado de Depósitos Interbancário (CDI). Os bancos podem trabalhar entre uma faixa de 90% a 120% da taxa do CDI, pois é sabido que abaixo de 90% praticamente não há captação e acima de 120% é uma taxa muito elevada que os bancos não conseguirão retorno. Taxas de juros muito altas também podem causar desconfiança junto aos aplicadores, pois eles sabem que quanto maior o retorno, maior o risco, ou seja, o banco pode estar passando por falta de liquidez. Os CDB são emitidos com resgate de 1 ano e com um percentual do CDI fixado no momento da contratação. Uma parte dos depósitos a prazo oriundos dos CDB pode ser aplicada. A outra parte é recolhida

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Captação, Aplicação e Investimento de Recursos 2-02

automaticamente a título de depósito compulsório junto ao banco central. O percentual dos CDB a ser recolhido é informado a cada período na Gazeta. 2.1.3 – DEPÓSITOS A PRAZO – CONTAS DE POUPANÇA O depósito em contas de poupança é a modalidade de mais fácil aplicação para os investidores. A taxa de juros é a mesma para todos os bancos. Historicamente a remuneração da poupança era a Taxa Referencial de juros (TR), mais 0,5% ao mês. Entretanto, com a queda de juros que está ocorrendo na economia nacional, o governo editou e medida provisória 567/12 em maio de 2012, alterando esta remuneração. A nova regra, válida para depósitos a partir daquela data, é que se a SELIC for igual ou menor que 8,5% ao ano, a remuneração da poupança será 70% da SELIC. Caso contrário, vale a regra anterior. Para efeito de simplificação da simulação será considerado que todos os depósitos (novos e antigos) estarão sujeitos a esta nova regra. O crescimento do investimento em poupança está diretamente relacionado ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Além deste crescimento, o banco pode incentivar uma maior captação por meio de propaganda e marketing e capacitação dos empregados para melhor atendimento. Os depósitos em poupança não têm prazo definido para vencimento. Historicamente, entretanto, entre 10 e 20% são resgatados por diversos motivos. Entre eles, para consumo ou outra forma de investimento financeiro no próprio banco, ou em bancos concorrentes, em virtude de taxas de juros mais atraentes. Uma parte dos depósitos a prazo oriundos das contas de poupança pode ser aplicada. A outra parte é recolhida automaticamente a título de depósito compulsório junto ao banco central. O percentual dos depósitos de poupança a ser recolhido é informado a cada período na Gazeta. 2.2 – APLICAÇÃO DE RECURSOS

As aplicações de recursos são consideradas operações ativas do banco. Elas ocorrem junto aos clientes e, na simulação, elas são caracterizadas pelos empréstimos a pessoas físicas (crédito pessoal), empréstimos a pessoas jurídicas e os financiamentos imobiliários. A demanda total do mercado por estes produtos depende das taxas médias de juros, do crescimento da economia (PIB para os empréstimos e índice da construção civil para financiamentos imobiliários) e em menor intensidade pelo investimento em marketing realizado pelo setor bancário. Já a demanda de cada banco será determinada pela concorrência entre eles. A taxa de juros cobrada pelos bancos é o principal fator que afeta esta demanda. Outros fatores são o esforço de marketing, o atendimento dos empregados do banco e o número de agências e de clientes do banco. Detalhes específicos dos empréstimos e financiamentos são apresentados nos próximos itens. 2.2.1. – EMPRÉSTIMOS A PESSOA FÍSICA Os empréstimos às pessoas físicas (crédito pessoal) é concedido para vencimento em 1 ano, a serem amortizados em 4 períodos (trimestres). O pagamento do principal é feito em base trimestral pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) contado a partir do próximo período. Já a receita com juros, o banco recebe parte no próprio período de liberação do empréstimo. Os juros recebidos neste período equivalem a 50% de um período normal, pois se considera que os clientes contraem empréstimos ao longo do período. A taxa de juros é prefixada, ou seja, definida quando da solicitação do empréstimo.

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Captação, Aplicação e Investimento de Recursos 2-03

2.2.2. – EMPRÉSTIMOS A PESSOA JURÍDICA Os empréstimos às pessoas jurídicas são concedidos para vencimento em 2 anos, a serem amortizados em 8 períodos (trimestres). O pagamento do principal é feito em base trimestral pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) contado a partir do próximo período. Já a receita com juros, o banco recebe parte no próprio período de liberação do empréstimo. Os juros recebidos neste período equivalem a 50% de um período normal, pois se considera que os clientes contraem empréstimos ao longo do período. A taxa de juros é prefixada, ou seja, definida quando da solicitação do empréstimo. 2.2.3. – FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS A carteira imobiliária é formada pela concessão de financiamentos para a construção civil. O prazo de vencimento destes financiamentos é de 15 anos (60 períodos). O pagamento do principal é feito em base trimestral pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) contado a partir do próximo período. Já a receita com juros, o banco recebe parte no próprio período de liberação do financiamento. Os juros recebidos neste período equivalem a 50% de um período normal, pois se considera que os clientes contraem financiamentos ao longo do período. O financiamento imobiliário tem uma taxa de juros inferior, quando comparada aos empréstimos, e um prazo mais longo para quitação. Entretanto, este financiamento fideliza o cliente por mais tempo, permitindo que o banco possa vender os demais produtos durante a vigência do financiamento. 2.3 – TARIFAS DE SERVIÇOS

Outro produto que gera receita são as tarifas cobradas pelos serviços prestados. Esta tarifa tende a ser diferenciada por tipo de serviço e cliente. Na simulação será considerada uma tarifa média a ser definida pelos bancos. Tarifas bancárias elevadas aumentam o faturamento, mas reduzem a atratividade de novos clientes e também podem fazer com que clientes troquem de banco. O inverso também é verdadeiro, ou seja, tarifas baixas reduzem o faturamento, mas podem atrair novos clientes. O preço das tarifas definidas pelos bancos é por período (trimestre). 2.4 – DECISÕES A TOMAR

A área comercial tem por objetivo vender os produtos do banco. Para CDB, empréstimos (pessoa física e jurídica) e financiamento imobiliário a área comercial deve estipular as respectivas taxas. Se o banco não quiser oferecer algum destes produtos no período, basta colocar 0% na respectiva taxa. Como a venda destes produtos impacta diretamente o fluxo de caixa do banco, a definição das taxas, bem como a estimativa de venda, deve ser feita em conjunto com a área financeira. Para tarifas bancárias a decisão é o valor a ser cobrado dos clientes. Já os depósitos à vista e poupança a atuação da área comercial se dá de forma indireta, ou seja, via investimento em propaganda (decisão do operacional) e bom atendimento dos empregados (em função de decisões do RH).

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Bernard Simulação Gerencial

Administração Operacional 3-01

3 - ADMINISTRAÇÃO OPERACIONAL

A administração operacional é responsável pela área de marketing, logística e Tecnologia de Informação (TI). Os itens a seguir apresentam de forma mais detalhada as atividades da administração das operações do banco, à exceção da negociação dos produtos, administração de recursos humanos e administração contábil-financeira, que são detalhadas em capítulos específicos. 3.1 - PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) é um indicador que, indiretamente, define o crescimento, ou redução, da atividade bancária. Esta variável macroeconômica poderá ser negativa, nula ou positiva. Quando negativa, ela indica que o país está em desaceleração econômica. Persistindo por dois períodos consecutivos em desaceleração, a economia está em recessão. Quando o PIB for positivo, indica que o país está em crescimento, favorecendo diversos setores da economia, principalmente o bancário. Neste caso, ele acrescenta demanda por serviços bancários. O PIB ocorrido em cada período é divulgado nos indicadores macroeconômicos do Relatório de Mercado. 3.2 – INDICE DA CONSTRUÇÃO CIVIL

O índice da construção civil influencia diretamente os novos financiamentos imobiliários concedidos. Esta variável macroeconômica poderá ser negativa, nula ou positiva. Quando positiva, indica que o setor de construção civil está em crescimento. Quando negativa, indica que há retração no setor. O índice da construção civil ocorrido em cada período é divulgado nos indicadores macroeconômicos do Relatório de Mercado. 3.3. - PROPAGANDA

A propaganda aplicada pela empresa é determinada pelo número de campanhas solicitadas para o período. Essas campanhas são realizadas por agências de propaganda. Em cada período, estas agências podem realizar até 9 campanhas para cada produto (captação ou empréstimo), por banco. A demanda por estes produtos é proporcional, entre outros fatores, à propaganda aplicada. Quanto maior o número para um produto, maior será a sua demanda. Existe, porém, um efeito de saturação, onde ocorre um aumento muito pequeno na demanda em relação ao número de campanhas adicionais aplicadas. O banco deve, então, determinar o número ótimo de propagandas a ser aplicada para cada produto para evitar o desperdício de recursos. Este número é variável para cada produto e pode ser obtido em função da experiência dos gestores. A propaganda realizada em um período tem seu efeito distribuído em três períodos de forma decrescente. A maior parte do efeito se dá no próprio período de solicitação (período P), outra parte se dá no período P+1 e uma pequena parte influi na demanda do período P+2. Considera-se que, para um mesmo número de propagandas aplicadas, o seu efeito será o mesmo, independente do trabalho realizado. O cliente não julga, portanto, a qualidade da propaganda realizada, nem a eficácia do meio de divulgação adotado.

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Bernard Simulação Gerencial

Administração Operacional 3-02

3.4 - AGÊNCIAS BANCÁRIAS

O banco inicia a simulação com 1.000 agências bancárias, que consomem o equivalente a 10,0% do seu valor a título de manutenção, compreendendo o aluguel (os bancos estão proibido de construir agências) e os gastos operacionais. O crescimento se dá de forma orgânica, ou seja, por meio da abertura de agências (que não construídas). A definição de aumento no número de agências deve ser informada em um período, para que elas estejam disponíveis para funcionamento no período seguinte. A agência somente irá funcionar, caso o banco contrate empregados, ou redirecione empregados excedentes de outras agências. O redirecionamento é automático, caso haja excesso. No primeiro período de funcionamento a receita da agência será de apenas 50% da média das outras agências. Este baixo percentual ocorre pelo processo de captação de novos clientes e da formação dos novos empregados. O limite de ampliação é de 99 agências por período. Caso necessário, o banco também pode fechar agências. Para tanto, deve ser informado o número de agências a ser fechadas. Estas agências irão operar durante o período e ao final do período os clientes serão transferidos para as demais agências. Historicamente sabe-se que o banco irá perder em torno de 20% de clientes para a concorrência em virtude do fechamento da agência. Os empregados das agências fechadas ficarão à disposição das outras agências. Os ativos correspondentes às agências fechadas serão vendidos pelo valor contábil médio líquido de cada agência. Este valor é encontrado tomando o valor total de “Outros imobilizados de uso” do Balanço Patrimonial (Relatório Contábil), diminuído das respectivas depreciações acumuladas (considerar também a depreciação do período). O valor calculado deve ser então dividido pelo número de agências existentes. O fechamento de agências tem por objetivo adaptar à redução de eventuais demandas por seus serviços, que pode ocorrer, por perda de participação no mercado para a concorrência ou situações macroeconômicas adversas, tal como a retração da demanda por crédito na economia. Por questões operacionais, o banco não consegue fechar mais do que 99 agências por período. 3.5 – TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO - TI

O banco deve investir continuamente em Tecnologia de Informação (TI) para repor equipamentos e tecnologias obsoletas e acompanhar os avanços tecnológicos. Os investimentos em TI são destinados à melhora na eficiência, e segurança, das transações bancárias nas agências, terminais de autoatendimento e no website do banco. A TI têm um efeito duplo por meio do aumento da produtividade das operações bancárias e da melhora na percepção de qualidade de atendimento dos serviços junto aos seus clientes. Como consequência, é esperada uma redução nos custos totais, assim como uma maior demanda por produtos do banco. O investimento em TI tem como resultado indireto a menor quantidade de empregados por volume transacionado. O excesso de empregados gerado pelos investimentos em TI pode ser realocado para novas agências, ou demitidos. O indicativo de obsolescência dos equipamentos que é dado pela depreciação total dos respectivos ativos. A cada período é informado no Relatório Operacional o valor de ativos de TI que já atingiram a obsolescência e que, portanto devem ser repostos para manter a produtividade em TI. Investimentos em TI superiores ao valor para repor os equipamentos obsoletos proporcionarão um aumento na produtividade das operações. Além da reposição de equipamentos obsoletos, a TI consome, a cada período, 20 % do valor contábil dos equipamentos para sua manutenção (reposição de peças e insumos de consumo).

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Administração Operacional 3-03

3.6 – QUALIDADE DE ATENDIMENTO

A qualidade de atendimento dos clientes é definida na agência, no website e nos terminais de autoatendimento, ou ATM (Automated Teller Machine). Esta qualidade é função de um conjunto de atributos. Nas agências estes atributos são a interação do cliente com o pessoal de atendimento do banco, as instalações das agências e a tecnologia investida para tornar mais ágil o atendimento. Estes atributos podem ser influenciados pelo treinamento dos empregados, novas agências e Tecnologia de Informação (TI). Já para o website e os terminais de autoatendimento, os atributos são relacionados à acessibilidade, navegabilidade, informações sobre os produtos, design e segurança em relação às transações bancárias. Estes atributos podem ser influenciados pelo investimento em novas agências e TI. A qualidade do atendimento é identificada por estrelas (*), iniciando com uma e podendo aumentar uma estrela por período até atingir o limite de 5 estrelas (*****). Cada estrela adicional em relação à concorrência indica que o banco está aumentando a demanda por seus produtos. A melhoria na qualidade de atendimento está diretamente relacionada aos investimentos em treinamento dos empregados, em TI e na abertura de novas agências para captar novos clientes e não sobrecarregar as agências existentes. Entretanto, não existe uma relação conhecida de quanto investir para ter uma melhora na qualidade do atendimento. O que se sabe é que mais investimentos aumentam a probabilidade de melhorias no atendimento. Ao final de cada período o departamento de marketing recebe resultados de uma pesquisa-piloto informando se a qualidade do atendimento irá aumentar em virtude dos investimentos e que estarão acessíveis aos consumidores no próximo período. Esta informação é confiável e conhecida antecipadamente apenas pelo próprio banco. Se houver um aumento da qualidade no atendimento, este ocorre em apenas uma estrela, mesmo que o investimento tenha sido elevado. Entretanto, os investimentos adicionais serão considerados em períodos subsequentes. 3.7 – CLIENTES

Estudos realizados nos bancos simulados indicam que em torno 50% de seus clientes são fiéis, ou seja, não trocam de banco. A manutenção destes clientes fiéis ocorre, seja porque eles estão satisfeitos com os serviços prestados, seja porque de alguma forma eles estão vinculados ao banco. Um exemplo deste vínculo é o recebimento de salário. Os outros 50% de clientes podem migrar de um banco para outro dependendo entre outros fatores, pelas tarifas cobradas, pela qualidade do atendimento (incluindo a qualidade dos empregados e da tecnologia de informação), facilidade de acesso às agências (entende-se número de agências). Na prática, a migração de clientes pode não refletir em uma queda muito acentuada de clientes, pois enquanto alguns saem, outros entram. Isto, se os fatores que afetam esta migração não estiverem muito desfavoráveis para o banco. Além da troca de clientes de um banco para outro, ainda existe um crescimento natural da base de clientes a partir do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, são clientes que estão abrindo contas pela primeira vez. Crescimento negativo do PIB, entretanto, não reduzirá o número de clientes de serviços bancários, pois se considera que, uma vez o cliente utilizando os serviços bancários pela primeira vez, ele estará criando um hábito que não será eliminado por eventuais adversidades temporárias. 3.8 – EQUILÍBRIO OPERACIONAL

O equilíbrio operacional do indica se o banco está utilizando da melhor forma possível os seus recursos. Ela é medida basicamente pelo equilíbrio entre empregados, agências e tecnologias de

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Administração Operacional 3-04

informática. Para cada agência, são necessários 20 empregados, que representam todas as categorias necessárias, considerando a produtividade média dos empregados e da TI sejam 1,0. O número de empregados irá variar em função da produtividade destes empregados e dos ganhos de produtividade em virtude dos investimentos feitos em TI. A produtividade dos empregados, por sua vez, é determinada pela motivação dos empregados e treinamento recebido. A maior eficiência se dará, então, pelo equilíbrio entre o número de agências e os empregados disponíveis para o trabalho, horas-extras, produtividade dos empregados e produtividade das tecnologias de informática. O exemplo a seguir apresenta o conceito de eficiência operacional:

Número de agências = 1.000 Horas-extras dos empregados = 5%

Empregados-padrão por agência = 20 Produtividade média dos empregados = 0,98

Necessidade-padrão = 20.000 Produtividade em função da TI = 0,97

Recursos Humanos das agências:

Empregados no início do período 25.000

(+) admitidos 0

(-) demitidos 0

(-) demissão espontânea durante o período 600

(=) Empregados no final do período 24.400

Empregados Disponíveis = Empregados iniciais + Admitidos – Demitidos – Metade das Demissões espontâneas Empregados Disponíveis =25.000 + 0 – 0 – 600 / 2 = 24.700 Capacidade Efetiva de Trabalho = Empregados disponíveis * Horas-Extras * Produtividade Média dos Empregados * Produtividade em função da TI Capacidade Efetiva de Trabalho = 24.700 * 1,05 * 0,98 * 0,97 = 24.653 Pelo exemplo, o banco está com uma sobra de empregados de 23% (24.653 / 20.000), ou seja, não deveria ter havido horas-extras. Para atingir o equilíbrio, o banco deveria ainda demitir o excedente de empregados, ampliar o número de agências ou fazer um ajuste considerando as duas opções. 3.9 – DECISÕES A TOMAR

A área operacional tem por objetivo definir os investimentos em propaganda (institucional e para os produtos CDB, poupança, empréstimo pessoa física, empréstimo jurídica e financiamento imobiliário), Tecnologia da Informação (TI) e realizar ajustes de agências (abertura e fechamento). O investimento em propaganda deve ser feitos em conjunto com as áreas comercial (levantamento das necessidades) e financeira (disponibilização de recursos). Já o ajuste de agências deve ser feito em conjunto com todas as áreas gerenciais do banco, pois é uma decisão que impactará todas elas.

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Administração de Recursos Humanos 4-01

4 - ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

Os empregados estão distribuídos na matriz e nas agências. Na matriz trabalham 1.000 empregados, sendo este número fixo durante a simulação. Nas agências o número de empregados depende no número de agências e das produtividades dos empregados e da Tecnologia de Informação (TI) disponível. Cada agência necessita de 20 empregados, considerando que as produtividades destes empregados e da TI estejam no índice 1,0. Os itens a seguir apresentam as principais variáveis a serem consideradas dentro da área de recursos humanos. 4.1 - CONTRATAÇÃO

O banco deve contratar empregados em função das suas necessidades, sejam elas em virtude do aumento do número de agência, ou para reposição dos empregados que pediram demissão. A efetivação da contratação se dá inteiramente no início do mesmo período da solicitação. A qualidade destes empregados irá variar de 90% a 110% da produtividade média dos empregados existentes. Essa variação é em função do número de empregados a serem contratados, dos benefícios pagos (salário e participação nos lucros), do treinamento inicial dado aos novos empregados e do índice de disponibilidade da mão-de-obra no mercado (Baixa, Média ou Alta). O índice de disponibilidade da mão-de-obra irá variar de acordo com a situação econômica, sendo divulgado a cada período nos indicadores macroeconômicos do Relatório de Mercado. 4.2 - DEMISSÃO

A demissão de empregados é efetuada de duas formas:

Demissão pelo banco: O banco pode demitir seus empregados de acordo com sua necessidade. A demissão é efetuada no início do período, acarretando uma despesa de indenização no valor de 60% do salário trimestral (salário base do período atual) para cada empregado demitido. Este tipo de demissão gera uma queda na motivação.

Demissão espontânea dos empregados: Os empregados também pedem demissão. O principal motivo que os leva a apresentar seu pedido de demissão é a falta de motivação no trabalho proveniente do baixo salário pago e/ou do pouco investimento em treinamento. O banco deve prestar muita atenção aos fatores que afetam a motivação para evitar uma rotatividade (turnover) acentuada de seus empregados. Mesmo em níveis elevados de motivação ocorrem pedidos de demissão por parte dos empregados, mas elas se efetuam em menor escala e por motivos que o banco não tem como impedir. As demissões espontâneas, portanto, são os empregados que pediram demissão e já saíram. Eles trabalham, em média, 50% do período. Portanto, salário, hora-extra e treinamento destes empregados devem ser consideradas apenas como 50%. As demissões espontâneas não influenciam na motivação dos empregados que ficaram.

4.3 - SALÁRIO

O banco está proibido, por lei, diminuir salários. Portanto, o salário a ser pago no período (trimestre) deve ser, no mínimo, igual ao salário pago no período anterior. O salário é definido a cada período, devendo estes respeitar um teto máximo de reajuste de 50% a cada período para que o banco não se inviabilize. O salário a ser definido equivale ao salário médio a ser pago por todos

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Administração de Recursos Humanos 4-02

os empregados que trabalham na agência. A remuneração dos empregados das agências é formada pelo salário, horas-extras, e eventuais participações nos lucros. Já os empregados da matriz recebem um salário médio equivalente a 5 vezes o salário médio a ser pago pelos empregados das agências. O valor do salário é trimestral, ou seja, equivale a um salário de 3 meses, já inclusos os encargos sociais. 4.4 - TREINAMENTO Os gastos com treinamento devem ser realizados com base em um percentual sobre a folha de pagamento (desconsiderando as despesas com demitidos pela empresa e horas-extras). Os gastos com treinamento se tornam mais importantes por ocasião da contratação de empregados. A vantagem de investir em treinamento é aumentar a motivação e a produtividade dos empregados. O percentual ideal a ser aplicado em treinamento não é conhecido pela empresa. Entretanto, o efeito do treinamento pode ser analisado pela variação da produtividade (desde que seja possível isolar os outros fatores que afetam a produtividade). 4.5 - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS Os empregados podem receber, além dos salários, uma participação nos lucros como remuneração variável. Esta participação, segundo o estatuto do banco, pode ser variável e de, no máximo, 10% do lucro líquido após o imposto de renda. A participação nos lucros tem por objetivo aumentar a motivação destes empregados, e por consequência, aumentar sua produtividade. Esta participação é paga no período seguinte ao da apuração do lucro. A participação nos lucros eleva a motivação, e produtividade, dos empregados de duas formas: (1) pela expectativa de recebimento em função do percentual definido, e (2) pelo efetivo recebimento em função do dinheiro recebido pelos lucros gerados no período anterior. A segunda forma é a que tem maior influência. Entretanto, se em determinado período (P) o banco estipulou um percentual de participação e não gerou lucro, no período seguinte (P+1) os empregados não terão sua motivação ( e produtividade) aumentada. Se no período P+1 a empresa definir um percentual de participação nos lucros, apenas no período P+2 pode ter algum efeito na motivação (produtividade), mas desde que o banco gere lucros. Portanto, a decisão de distribuir parte dos lucros com os empregados somente irá refletir resultados efetivos se realmente houver lucros. 4.6 – HORA-EXTRA O banco pode solicitar horas-extras para os empregados das agências até o limite de 25% do trabalho do período. O reflexo é um aumento de igual intensidade na capacidade de produção do empregado, não afetando a motivação ao trabalho. A hora-extra é 50% mais cara do que a hora normal. Por exemplo, para uma hora-extra de 10%, a empresa terá um aumento de 15% no salário. 4.7 - MOTIVAÇÃO

A motivação dos empregados tem influência na disposição ao trabalho, no retorno do treinamento realizado e na intensidade do ganho em função da experiência (ganho obtido pela aprendizagem). Essa motivação é determinada por fatores monetários e não monetários. O salário e a participação nos lucros são as variáveis que determinam o fator monetário da motivação. Um aumento salarial acima da média do setor e/ou da inflação acumulada eleva o nível da motivação. Se, entretanto, a

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Administração de Recursos Humanos 4-03

empresa reajustar seus salários abaixo do reajuste médio do setor e/ou da inflação acumulada, os empregados ficarão menos motivados. A motivação não monetária é determinada positivamente pelo investimento em cursos de treinamento e desenvolvimento dos empregados e, negativamente, pela demissão. A demissão de empregados acarreta em uma queda da motivação dos empregados, por considerarem que sua situação está ameaçada. Tanto os fatores monetários, quanto não monetários, atingem um patamar de saturação acima do qual um aumento do salário, ou dos gastos com treinamento, não irão resultar em elevação significativa da motivação. 4.8 - PRODUTIVIDADE

A produtividade dos empregados é dada por um índice de referência, sendo que 1,0 indica que o banco deve ter 20 empregados por agência (considerando também que a produtividade em função da TI esteja em 1,0). Variações neste índice demandam variações em igual intensidade na necessidade de empregados por agência. A falta de empregados resulta em queda de receita, pois haverá uma redução de novos empréstimos e financiamentos. Enquanto um excesso resulta em custos adicionais. Os fatores de variação da produtividade dos empregados são descritos a seguir. Aumento da produtividade em função de:

* Treinamento: gastos realizados em cursos para os empregados. O treinamento deve ser maior nos períodos em que a empresa estiver contratando empregados;

* Experiência: decorrente da aprendizagem alcançada pelo trabalho repetitivo;

* Contratação: quando a produtividade dos novos empregados for superior à produtividade dos empregados existentes;

* Aumento da Motivação: provocada pelos fatores monetários.

Diminuição da produtividade em função de:

* Contratação: quando a produtividade dos novos empregados for inferior à produtividade dos empregados existentes;

* Queda da Motivação: provocada por fatores monetários e por demissões feitas pelo banco.

O mercado tem índices de produtividade médios dos empregados. Desta forma, o banco poderá comparar a eficiência de seus empregados em relação aos empregados dos outros bancos concorrentes. Esses índices são apresentados na Conjuntura Econômica do Relatório de Mercado. 4.9 – DECISÕES A TOMAR

A área de recursos humanos tem por objetivo atender as necessidades de empregados com a maior produtividade e melhor motivação possíveis. As decisões a serem tomadas são relativas à contratação ou demissão de empregados, horas-extras, salário (base na inflação e média de mercado), treinamento e eventual participação dos lucros para incentivar os empregados. O responsável pela área de recursos humanos deve monitorar o nível de motivação dos empregados para que não haja queda de produtividade.

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Administração Contábil - Financeira 5-01

5 - ADMINISTRAÇÃO CONTÁBIL - FINANCEIRA

A administração contábil-financeira é responsável pela função de controller, assim como pelo gerenciamento de seu fluxo de caixa. Os itens a seguir apresentam de forma mais detalhada as atividades da administração contábil-financeira das operações do banco. 5.1 – DESPESAS DESEMBOLSÁVEIS

As principais despesas da atividade bancária que impactam diretamente no caixa são os gastos com a folha de pagamento dos seus empregados. Além desta despesa, ainda existem os gastos com propaganda, manutenção das agências (aluguel e despesas operacionais) e da Tecnologia de Informação (TI) e comissões sobre vendas de títulos do Tesouro Nacional. Além das despesas desembolsáveis, existem também as despesas de inadimplência de clientes e depreciação de equipamentos e outros imobilizados de uso. Estas despesas que são explicadas nos próximos itens. 5.2 – DESPESA DE INADIMPLÊNCIA

Existe o risco do não recebimento em todos os empréstimos e financiamentos concedidos pelo banco. A parcela não recebida das operações ativas (principal e juros) é apresentada no Relatório Operacional. A inadimplência depende do risco geral do mercado, que é função da conjuntura econômica do país, e do gerenciamento de riscos do banco. Este gerenciamento se dá pela melhor capacitação dos empregados e dos investimentos em TI específicos para este fim. 5.3 – DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO

O uso dos equipamentos de informática, assim como os demais imobilizados de uso, acarreta em uma desvalorização dos ativos. Para representar esta desvalorização é computada, a cada período, uma despesa de depreciação. Ela equivale a 5,0 % para equipamento de informática (20% ao ano) e 2,5% do valor contábil da conta “Outros imobilizados de uso” e (10% ao ano) e de A depreciação é calculada pelo modo linear, sendo atribuídos 80% paras as despesas de vendas e 20% para as despesas administrativas. 5.4 - IMPOSTO DE RENDA

Sobre o lucro líquido incide imposto de renda, que deve ser pago no período seguinte ao da apuração do resultado do trimestre (período). A alíquota do imposto de renda será informada na primeira Gazeta, podendo variar de 5 a 50%. 5.5 - DIVIDENDOS

O banco deve destinar, conforme constam de seus estatutos, 25% do lucro líquido do período para o pagamento de dividendos aos seus acionistas. Estes dividendos são pagos no período seguinte ao da apuração do lucro.

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Administração Contábil - Financeira 5-02

5.6 – FLUXO DE CAIXA

O fluxo da caixa é formado pelo saldo inicial do período, mais todas as entradas, menos todas as saídas, resultando no saldo final do período. As entradas de recursos são provenientes das novas captações de recursos, das amortizações dos empréstimos concedidos, dos resgates dos investimentos em LFT, da venda dos ativos das agências fechadas, do recebimento das tarifas bancárias, e dos juros recebidos pelos empréstimos e investimentos realizados. As saídas de recursos são provenientes dos resgates de depósitos à vista e a prazo, da concessão de novos empréstimos, dos novos investimentos em LFT, do pagamento de juros sobre aplicações de clientes, pela aquisição de novos ativos imobilizados (agências e TI) e pelo pagamento das despesas operacionais de folha de pagamento, manutenção de equipamentos de informática, manutenção das agências (aluguel e gastos operacionais), as comissões sobre vendas das LTF e as despesas gerais. Finalmente, o banco também deve pagar imposto de renda, dividendos e eventuais participações aos empregados sobre lucros trimestrais auferidos. O banco deve prover um caixa final de, no mínimo, $ 100 por cliente para suprir saques nos depósitos à vista e poupança. Caso o saldo final esteja menor que este mínimo, o banco irá contratar empréstimos interbancários e, caso necessário, empréstimo junto ao Bacen para fechar suas contas. Para efeito de programação do fluxo de caixa é importante ainda levar em consideração os depósitos compulsórios que o banco deve deixar no Bacen. Os percentuais de recursos que devem ser transferidos ao Bacen para cada tipo depósito são apresentados na Gazeta. 5.7 – DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS

Os bancos são obrigados a reter compulsoriamente, junto ao Bacen, parte dos recursos captados em suas operações passivas referentes a depósitos à vista e a prazo (CDB e poupança). Os depósitos compulsórios são um instrumento de controle monetário realizado. Por exemplo, se o Bacen quiser reduzir a liquidez do mercado, um dos instrumentos de controle da inflação, ele aumenta as alíquotas dos depósitos compulsórios. Com isto, sobra menos recursos a serem emprestados pelos bancos, reduzindo o consumo. Por outro lado, se o objetivo é estimular o crescimento da economia, um dos instrumentos é a redução das alíquotas dos compulsórios. Neste caso, sobram mais recursos para os bancos emprestarem e com isto estimular o consumo. Os percentuais dos depósitos compulsórios para cada tipo de captação (à vista, CDB e poupança) são informados a cada período na Gazeta. Os valores de CDB e poupança recolhidos compulsoriamente são remunerados. Para os CDB a taxa de remuneração é a Selic. Para a poupança a taxa é a mesma paga pelo banco a seus clientes. As taxas são do período seguinte, quando ocorrerá o pagamento da remuneração. Já os depósitos compulsórios sobre depósitos à vista não são remunerados, já que os clientes também não são remunerados. Os valores depositados compulsoriamente no Bacen podem sofrer variações pela mudança das alíquotas do compulsório e pela variação dos depósitos (entradas – saídas). Assim, fatores que aumentam o valor retido são a elevação da alíquota do compulsório e o incremento dos depósitos (depósitos superiores aos saques). Por outro lado, a redução da alíquota do compulsório e os saques superiores aos depósitos acarretam na diminuição do valor retido pelo Bacen. 5.8 – INVESTIMENTOS EM LFT

O banco pode realizar receitas gerenciando a sua carteira de títulos do governo. Os títulos a serem gerenciados são as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que podem ser compradas e vendidas. As compras podem ser feitas a cada período (trimestre), mas somente podem ser revendidas no

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Administração Contábil - Financeira 5-03

próximo período. Se preferir, o banco pode manter os títulos adquiridos por vários períodos. As vendas das LFT acarretam no pagamento de comissões. Estas comissões correspondem a 0,005% do valor dos títulos vendidos, reduzindo os eventuais lucros com a venda destes títulos. A remuneração das LFT corresponde ao valor da SELIC. Para efeito de remuneração das LFT, considera-se que as operações de compra e venda, ocorrem no final do período, ou seja, as LFT compradas no período somente serão remuneradas no período seguinte, já as vendas de LFT são remuneradas no período da venda. O resgate das LFT vendidas incluirá não apenas as LFT solicitadas para venda, mas também os juros do período. IMPORTANTE: Se o banco decidir comprar títulos acima da sua disponibilidade de recursos, estas compras serão realizadas, mas logo em seguida serão revendidas e cobradas as devidas comissões da operação. Considera-se, para efeito do valor das disponibilidades, o limite dos empréstimos interbancários e do empréstimo disponível junto ao Banco Central (redesconto). 5.9 – EMPRÉSTIMOS INTERBANCÁRIOS O empréstimo interbancário é a primeira medida de socorro que o banco pode utilizar para fechar o seu caixa, ou seja, zerar o seu valor negativo. O banco irá recorrer aos empréstimos interbancários somente após o caixa ter ficado negativo, mesmo após terem sido feitas eventuais compras de LFTs no período. Os empréstimos interbancários são contraídos por meio de créditos disponibilizados pelos demais bancos. Os juros cobrados para os empréstimos interbancários é a taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) que é apresentada a cada período na Gazeta. Para receber este empréstimo, o banco deve oferecer como caução a sua carteira de crédito de pessoas físicas e jurídicas. A contrapartida oferecida deverá ser de 130% do valor tomado a título de empréstimo interbancário. 5.10 - EMPRÉSTIMOS JUNTO AO BANCO CENTRAL

Os empréstimos junto ao Bacen, também chamados de redesconto, é um indicador de ineficiência gerencial. Ele ocorrerá no período em que não houver dinheiro suficiente, mesmo depois de o banco ter recorrido a eventuais empréstimos interbancários. O redesconto é concedido automaticamente, sendo que o montante emprestado, bem como os juros incorridos, deverá ser pago no próximo período. A taxa de juros a ser cobrada é a Selic mais 4,0%. Para receber este empréstimo, o banco deve oferecer como caução a sua carteira de crédito de pessoas físicas e jurídicas, já descontadas eventuais cauções dadas para receber os empréstimos interbancários. A contrapartida oferecida deverá ser de 150% do valor tomado a título de redesconto. Se, ainda sim, o banco ainda estiver com saldo negativo no caixa, será concedido um empréstimo excepcional, com taxas de juros de Selic mais 6,0%. Este caso excepcional, será analisado pelo coordenador da simulação, que, inclusive, poderá decretar a liquidação do banco no próximo período. 5.11 – DECISÕES A TOMAR

O gerenciamento da área contábil-financeira é fundamental para a sobrevivência do banco. A área contábil deve verificar essencialmente se as operações são rentáveis, ou seja, se as taxas de aplicação em empréstimos e financiamentos estão sendo maiores que as taxas de captação. É o conhecido spread bancário. Já a área financeira deve prover a liquidez do banco, elaborando o fluxo de caixa e fazendo os ajustes devidos. O financeiro também pode realizar investimentos não operacionais, por meio da compra de LTF, vendendo estes títulos quando necessário.

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Tabelas de Consulta Rápida da Simulação Bancária

TABELAS DE CONSULTA RÁPIDA

SIMULAÇÃO BANCÁRIA

ADMINISTRAÇÃO DE PRODUTOS

OPERAÇÕES PASSIVAS (CAPTAÇÃO DE RECURSOS)

Produto Depósitos à Vista Depósitos a Prazo –

CDB

Depósitos a Prazo –

Poupança

Remuneração ao

cliente

0 %

De 90% a 120% do CDI

(definido pelo banco a

cada período)

A menor entre TR + 0,5%

ou 70% da SELIC

(capitalizada mensalmente)

Repasse ao Bacen

(compulsório)

Percentuais definidos a cada período pelo coordenador

Depósitos totais

afetados por

PIB e propaganda total (esta tem baixo impacto)

- Taxa de juros média -

Depósitos no

banco afetados por

Variação total destes depósitos, Nº de agências e qualidade do atendimento

Propaganda

institucional,

Propaganda para CDB,

taxa de juros oferecida

Propaganda para poupança

Retirada (prazo de

vencimento)

De 10 a 20% ao

período

Em 1 ano (4 períodos) De 10 a 20% ao período

OPERAÇÕES ATIVAS (APLICAÇÃO DE RECURSOS)

Produto Empréstimos PF Empréstimos PJ Financiamentos

Imobiliários

Taxa de juros Definida por período em taxas anuais, capitalizadas trimestralmente

Demanda total do

mercado afetada

por

Taxa de juros média cobrada e propaganda total (esta de baixo impacto)

PIB PIB Índice de crescimento da

construção civil

Demanda do

banco afetada por

Variação da demanda total, taxa de juros cobrada, propaganda, número de

clientes, número de agências e qualidade do atendimento

Amortização (a

partir do P+1 da

contratação)

4 períodos pelo SAC,

8 períodos pelo SAC

60 períodos pelo SAC

Juros Taxa de juros do período de contratação. No período de contratação e de

encerramento os juros são a metade do normal, pois a liberação de recursos

ocorre ao longo do período de contratação.

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Tabelas de Consulta Rápida da Simulação Bancária

ADMINISTRAÇÃO OPERACIONAL

ADMINISTRAÇÃO OPERACIONAL

PIB O PIB tem impacto direto na demanda por empréstimos (PF e PJ) e novas captações (depósitos à vista, CDB e poupança).

Índice da Construção Civil

Indica o crescimento do setor de construção civil e que impacta diretamente nas concessões de novos financiamentos imobiliários.

Propaganda Nº de campanhas aplicadas a cada produto

Eficiência Operacional Indicativo da utilização dos recursos operacionais. Medida pelo equilíbrio entre empregados, agências e TI.

AGÊNCIAS

Objetivo Atender os clientes. O número de agências influencia na qualidade do atendimento, na captação de novos clientes e na demanda por produtos.

Abertura Solicitadas em P e disponíveis para operação em P+1. No primeiro período de operação as novas agências têm uma receita 50% inferior à média das agências mais antigas.

Fechamento Ainda operam no período de solicitação. O banco perde de 10 a 15% de clientes da agência fechada para a concorrência, os demais clientes são transferidos para outras agências.

Empregados Cada agência necessita, em média, 20 empregados, considerando que a produtividade destes, e da TI, estejam em 1,0, e que não haja hora-extra.

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO - TI

Mensuração Existe um índice de produtividade da TI. A cada período o banco deve investir pelo menos o valor de equipamentos de TI que estão sendo “baixados” para não ter queda deste índice.

Impactos Maiores índices aumentam a produtividade, bem como melhoram a qualidade de atendimento percebida pelos clientes.

Manutenção 20% do valor dos equipamentos ao período.

QUALIDADE DE ATENDIMENTO

Mensuração Em estrelas (de 1 a 5), segundo a percepção dos clientes.

Fatores TI, número de agências e treinamento para capacitação dos empregados.

CLIENTES

Total na economia Os clientes totais aumentam com o crescimento do PIB. Já a redução do PIB não reduz a base de clientes bancários da economia.

Total de cada banco São afetados pelo crescimento da base de clientes da economia, fechamento de agências e pela concorrência entre outros bancos. Os clientes buscam melhores taxas de juros (menores para captação e maiores para aplicações), menores tarifas e melhor atendimento.

Geração de receitas Os clientes geram receita com a realização de operações passivas e ativas, bem como utilização de serviços bancários (tarifas).

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Bernard Simulação Gerencial

Tabelas de Consulta Rápida da Simulação Bancária

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS

MOTIVAÇÃO DOS EMPREGADOS

Categoria N.º Monetária Não Monetária Benefícios

Empregados da matriz 1.000 (fixos) - - -

Empregados das agências Variável Salário e eventuais

participações no lucro Treinamento (+)

Demissão (-)

Aumento da produtividade e

melhora no atendimento

ROTATIVIDADE DE EMPREGADOS

Situação Tipo Período de efetivação

Contratação Solicitado No Início do Período

Demissão Solicitado No Início do Período

Demissão Espontânea Automático Em média na metade do Período

PRODUTIVIDADE DOS EMPREGADOS

Péssima Ruim Regular Boa Ótima

0,80 - 0,87 0,88 - 0,95 0,96 - 1,03 1,04 - 1,12 1,13 - 1,20

REMUNERAÇÃO DOS EMPREGADOS

Empregados das Agências

O salário do período não pode ser inferior ao do período anterior.

Empregados da Matriz

Recebem em média 5 vezes o salário médio das agências

Reajuste salarial Bases: inflação e a média do salário pago pelo setor bancário.

Horas-extras Apenas para os empregados das agências e com limite de 25%. As horas-extras são 50% mais caras.

Despesas de demissão 60% do salário trimestral do empregado demitido

Participação nos lucros

Efeito duplo: expectativa de recebimento e o efetivo recebimento

TREINAMENTO DOS EMPREGADOS

Valor Percentual da folha de pagamento dos empregados das agências, sem considerar eventuais horas-extras e despesas de demissão.

Benefício Aumento da produtividade e da melhoria da qualidade de atendimento percebida pelos clientes.

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

DESPESAS QUE AFETAM O CAIXA

Despesas de vendas Propaganda, empregados das agências (salário, horas-extras, despesas de demissão, e treinamento) e 80% das despesas de manutenção e depreciação de equipamentos e outros imobilizados.

Despesas administrativas Salário dos empregados da matriz e 20% das despesas de manutenção e depreciação de equipamentos e outros imobilizados.

Despesas financeiras Juros pagos sobre empréstimos interbancários e junto ao Bacen. Comissão sobre vendas das LFT’s

DESPESA DE INADIMPLÊNCIA

Inadimplência Valor (principal e juros) não recebido de empréstimos e

financiamentos concedidos. Este valor é considerado incobrável.

DESPESAS DE DEPRECIAÇÃO

Equipamentos 5,0% do valor contábil ao período

Outros imobilizados de uso 2,5% do valor contábil ao período

DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS

Tipo Remuneração Percentual

Depósito à vista Sem remuneração Definido pelo BC e informado a cada período na

Gazeta CDB Selic

Poupança Juros da poupança

INVESTIMENTO DE RECURSOS - LFT

TESOURO NACIONAL Remuneração SELIC sobre as LFT existentes no final do período anterior

Compra Realizada no final do período, somente será remunerada em P+1

Venda solicitada Limitada ao valor existente no período anterior

Venda automática Revenda das compras do período por falta de recursos e garantias

(caução) para obter empréstimos (interbancários e do Bacen).

Comissão sobre vendas 0,005% do valor dos títulos vendidos (solicitados e automáticos)

EMPRÉSTIMOS

Tipo Função Taxa Caução

Interbancário Captar recursos de outros bancos. CDI 130% da carteira de clientes PF e PJ

Banco Central (Normal)

Captar recursos junto ao Bacen depois de não haver mais empréstimos interbancários.

Selic +4% 150% da carteira de clientes PF e PJ, já reduzida da caução dada no interbancário.

Banco Central (Excepcional)

Captar recursos junto ao Bacen depois de não haver mais caução.

Selic +6% Sem caução

PAGAMENTOS SOBRE O LUCRO

Tipo Percentual Definição Pgto.

Imposto de Renda (IR)

5 a 50% do lucro líquido Primeira Gazeta

Período seguinte ao da apuração do resultado.

Participação dos Empregados

0 a 10% do lucro líquido após o IR

Banco a cada período

Dividendos 25% do lucro líquido após o IR e eventuais participações.

Obrigatório