manual 1 - produção de sementes de espécies florestais nativas

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Page 1: Manual 1 - Produção de Sementes de Espécies Florestais Nativas
Page 2: Manual 1 - Produção de Sementes de Espécies Florestais Nativas

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Joanice Lube BattilaniAndréa Lúcia Teixeira de Souza

Silvia Rahe PereiraCristiane Kalife

Paulo Robson de SouzaHelma Jeller

ORGANIZADORA

Edna Scremin-Dias

Manual

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Reitor: Manoel Catarino Paes - Peró

Vice-Reitor: Amaury de Souza

Obra aprovada peloCONSELHO EDITORIAL DA UFMSResolução 15/06

CONSELHO EDITORIALCélia Maria da Silva de Oliveira (Presidente)Antônio Lino Rodrigues de SáCícero Antonio de Oliveira TredeziniÉlcia Esnarriaga de ArrudaGiancarlo LastoriaJackeline Maria Zani Pinto da Silva OliveiraJéferson Meneguin OrtegaJorge Eremites de OliveiraJosé Francisco (Zito) FerrariJosé Luiz FornasieriJussara Peixoto EnnesLucia Regina Vianna OliveiraMaria Adélia MenegazzoMarize Terezinha L. P. PeresMônica Carvalho Magalhães KassarSilvana de AbreuTito Carlos Machado de Oliveira

UNIVERSIDADE FEDERALDE MATO GROSSO DO SUL

Dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIP)(Coordenadoria de Biblioteca Central – UFMS, Campo Grande, MS, Brasil)

Produção de sementes de espécies florestais nativas : manual / organizadora,Edna Scremin-Dias ; Joanice Lube Battilani .. [et al.] -- Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2006.43 p. : il. ; 27 cm. – (Rede de sementes do Pantanal ; 1)

ISBN 85-7613-086-6

1. Sementes I. Scremin-Dias, Edna. II. Battilani, Joanice Lube. II. Série.

P964

CDD (22) – 631.521

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Joanice Lube BattilaniAndréa Lúcia Teixeira de Souza

Silvia Rahe PereiraCristiane Kalife

Paulo Robson de SouzaHelma Jeller

Campo Grande - MS

2006

ORGANIZADORA

Edna Scremin-Dias

Manual

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Projeto: Rede de Sementes do PantanalInstituição Executora: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul(Convênio 042/2001 – MMA/FNMA)

CoordenaçãoEdna Scremin Dias

Laboratório de Botânica - Departamento de BiologiaCentro de Ciências Biológicas e da SaúdeUniversidade Federal de Mato Grosso do SulCaixa Postal 54979070-900 - Campo Grande - MS

Secretaria ExecutivaCristiane KalifeAna Lúcia Barros

Técnico em InformáticaFabio Luiz Modesto

Responsáveis pelo Banco de DadosAlex Wukio WassanoAna Lúcia BarrosCristiano Costa Argemon VieiraHercules da Costa SandinRavi Vilela RauberPaulo Robson de Souza (produção do acervo de fotografias)

Revisão Técnica do ManualAna Lúcia BarrosCristiane KalifeEdna Scremin-DiasPaulo Robson de SouzaZildamara dos Reis Holsback Menegucci

IlustraçõesVander Fabrício Melquíades de Jesus

Consultoria ad hocAlexandra Penedo de PinhoAngela Lúcia Bagnatori Sartori

Fotos da CapaPaulo Robson de Souza

(foto maior: dossel de vegetação de cerrado em período de seca;foto menor: fruto e sementes de manduvi ou mandovi, Sterculia striata)

CapaLennon Godoi

Editoração EletrônicaMarcelo Brown

UNIVERSIDADE FEDERALDE MATO GROSSO DO SULPortão 14 - Estádio Morenão - Campus da UFMSFone: (67) 3345-7200 - Campo Grande - MSe-mail: [email protected]

ISBN: 85-7613-086-6Depósito Legal na Biblioteca NacionalImpresso no Brasil

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................................7

O QUE ESTÁ SENDO REGULAMENTADO PELA LEI Nº 10.711/2003, QUE DISPÕE SOBRE O SISTEMA NACIONAL DE SEMENTES E MUDAS ............9

1. ÁREAS DE COLETA DE SEMENTES ..................................................................................................11

2. SELEÇÃO E MARCAÇÃO DE MATRIZES .......................................................................................................................13

2.1. Seleção de Matrizes.......................................................................................................................13

2.1.1. Objetivos da produção de sementes....................................................................................13

2.2. Marcação de Matrizes...................................................................................................................14

2.3. Identidade Botânica das Espécies Florestais Nativas....................................................................15

2.4. O Herbário.....................................................................................................................................16

3. COLHEITA DE SEMENTES .....................................................................................................................................19

3.1. Época de Colheita..........................................................................................................................20

3.2. Métodos de Colheita.......................................................................................................................20

3.3. Cuidados Especiais Durante a Colheita.........................................................................................22

3.4. Rendimento de Colheita.................................................................................................................23

4. BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES ...................................................................................................25

4.1. Extração das Sementes..................................................................................................................25

4.2. Secagem das Sementes..................................................................................................................27

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4.2.1. Métodos de secagem...........................................................................................................28

4.2.2. Retirada das impurezas........................................................................................................29

4.3. Armazenamento das Sementes......................................................................................................30

4.3.1. Embalagens..........................................................................................................................31

4.3.2. Condições e ambiente de armazenamento...........................................................................31

4.3.3 Fatores que afetam o armazenamento..................................................................................32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................................................35

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................................................................37

7. ANEXOS ........................................................................................................................................................39

1 - Endereços de herbários para envio de amostras de plantas para identificação botânica................39

2 - Modelo de ficha de Matrizes/Populações e Áreas de Coleta.........................................................40

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INTRODUÇÃO

Uma situação preocupante hoje, no Brasil, é adestruição crescente e contínua da vegetação nativavisando a implantação de culturas agropastoris ou aextração madeireira, sem a manutenção das áreasde reserva legal e proteção permanente. Problemaigualmente sério é o desmatamento, com posteriorabandono do solo, deixando-o descoberto, sujeito aoempobrecimento e à erosão. Felizmente, observa-mos que nas últimas décadas a conscientizaçãoenfocando a conservação dos bens naturais vemcrescendo e é, cada vez maior, o número de entida-des e pessoas trabalhando na preservação e recupe-ração de ambientes naturais.

É sabido que o manejo sustentável dos recursosnaturais pode gerar renda, sem a necessidade dedestruir as florestas nativas.

Atividades agropecuárias podem ser desenvolvi-das de forma conservacionista se forem integradasa sistemas florestais, promovendo uma melhor pro-teção do solo e das águas, preservando a fauna eainda gerando renda extra ao agricultor.

No entanto, para aqueles que ainda insistem emalterar as áreas destinadas à reserva legal e às con-sideradas de preservação permanente, a fiscaliza-ção realizada pelos órgãos ambientais, como o

IBAMA e Secretarias Estaduais de Meio Ambiente,os têm obrigado a recompor a vegetação nativa lo-cal. A tendência é que seja exigido, cada vez mais, ocumprimento da Lei sobre a manutenção dos recur-sos naturais. Portanto, o aumento da demanda porsementes e mudas de espécies arbóreas nativas épremente em todo o território nacional. Infelizmente,na maior parte do país, o setor produtor de sementese mudas ainda é pequeno e incipiente, não atenden-do satisfatoriamente essa demanda.

Para tentar fomentar e organizar o setor de pro-dução e comércio de sementes e mudas de árvoresnativas nos Estados de Mato Grosso e Mato Grossodo Sul, foi criada a Rede de Sementes do Pantanal.Além desta, sete outras redes estão sendo estabe-lecidas nos demais biomas brasileiros, visando orga-nizar o setor produtivo de essências florestais nati-vas. O grande desafio é capacitar coletores de se-mentes e produtores de mudas dentro da legislaçãovigente sem esquecer o enfoque da conservaçãoambiental, uma vez que esse processo envolve acertificação de sementes e mudas, a manutenção dadiversidade genética das populações recuperadas, aproteção da fauna, dos solos e dos mananciaishídricos.

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Com o objetivo de garantir a identidade e a quali-dade de sementes, estacas ou demais propágulos quesão produzidos, comercializados e utilizados em todoo território nacional, foi estabelecido o Sistema Na-cional de Sementes e Mudas. O principal objeti-vo desse Sistema é disponibilizar materiais de propa-gação vegetal de qualidade e com garantia de pro-cedência ou identidade.

A elaboração deste Sistema foi coordenada peloMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to (MAPA) e está amparado pela Lei nº 10.711, de05 de agosto de 2003.

O Artigo 47 desta Lei autoriza o MAPA a esta-belecer mecanismos específicos e, no que coube-rem, exceções ao disposto na Lei, a regulamentar aprodução e o comércio de sementes de espéciesflorestais, nativas ou exóticas, ou de interesse me-dicinal ou ambiental. A Lei está sendo regulamenta-da e a elaboração da proposta contou com a partici-pação dos técnicos do MAPA e com o apoio de pes-quisadores e demais profissionais ligados às Redesde Sementes Florestais.

Todo produtor de sementes e mudas deve-rá, em curto ou médio prazo, se enquadrar nos

O QUE ESTÁ SENDO REGULAMENTADO PELA LEI Nº 10.711/2003,QUE DISPÕE SOBRE O SISTEMA NACIONAL DE SEMENTES E MUDAS

termos da referida Lei e do Regulamento, paracomercializar as sementes e mudas de essên-cias florestais nativas. A implantação integral doregulamento não será uma tarefa fácil, devendo-sepercorrer um longo caminho até fazê-lo valer plena-mente como instrumento disciplinador do setor.

Conhecendo-se a realidade nacional do setor desementes e mudas de essências florestais nativas, oCapítulo XII do regulamento trata das espécies flo-restais, de interesse medicinal ou ambiental, e espé-cies sem comprovação da origem genética. Estecapítulo aborda as peculiaridades das espécies nati-vas, estabelecendo normas e mecanismos específi-cos e, no que couber, as exceções que serão aplica-das, sem prejuízo ao disposto no regulamento geral.

Neste manual são apresentados os aspectos prin-cipais do regulamento, especialmente aqueles rela-cionados a áreas de coleta, seleção e marcação dematrizes de espécies florestais. Além disso, sãofornecidas informações e procedimentos técnicospara colheita e manejo de sementes, visando contri-buir para a melhoria na qualidade das sementes flo-restais e o fortalecimento do setor no âmbito da Redede Sementes do Pantanal.

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As áreas de coleta de sementes devem ser cons-tituídas de comunidades florestais naturais de amplaextensão e que preferencialmente ainda não tenhamsido exploradas pelo homem, para o plantio de cultu-ras agrícolas e pastoris. Também não devem ter ser-vido para a extração de madeira ou minerais, ou ain-da, não devem estar muito próximas a centros urba-nos. Infelizmente, essa não é uma situação fácil deencontrar, uma vez que a maioria das formaçõesvegetacionais do país sofreu ou sofre sérias pertur-bações antrópicas, como desmatamentos, corte se-letivo de espécies florestais, fogo, etc.

As áreas de grande extensão são necessárias,pois contêm número significativo de espéciesarbustivas e arbóreas distintas, garantindo assimo sustento de animais que exigem diferentes tiposde recursos alimentares. Esses animais, por suavez, garantem a polinização de inúmeras espéciese também a dispersão de suas sementes para lo-cais vizinhos, contribuindo para a sobrevivência e,por vezes, a ampliação dessas populações de plan-tas. Essa relação entre animais e plantas é extre-

1. ÁREAS DE COLETA DE SEMENTES

mamente importante para os dois grupos, mas,principalmente, para plantas que são polinizadaspor animais.

Os animais, geralmente insetos, aves ou morce-gos que carregam o pólen das flores de uma árvorepara as flores de outra árvore, contribuem para “mis-turar” os genes de diferentes indivíduos (árvore-paie árvore-mãe1) ao longo das gerações, dando ori-gem a plantas filhas com maior diversidade gené-tica, ou seja, geneticamente pouco semelhantes en-tre si, quando comparadas as plantas cujos ascen-dentes são muito aparentados. Em geral, essas plan-tas mais “misturadas” têm maior capacidade de adap-tação a ambientes diversos e, às vezes, são bem maisresistentes a pragas e doenças. Devido à manuten-ção dessas qualidades ao longo das gerações, mes-mo que outra planta-filha morra devido às adversi-dades naturais, a possibilidade de várias outras re-sistirem, perpetuando a espécie, é maior. Enfim, es-sas diferenças existentes em cada geração de plan-tas filhas, decorrentes da mistura dos genes dos paise mães com pouco ou nenhum parentesco, contribu-

1 Plantas como o jenipapo, a embaúba, o jaracatiá e o buriti possuem sexos separados, ou seja, existe a árvore masculina e a feminina.Mesmo para as espécies que possuem os dois sexos na mesma planta, em certos casos há mecanismos de retardo da abertura dasflores masculinas em relação às femininas, o que favorece o cruzamento de plantas diferentes.

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em para a manutenção da população de uma deter-minada espécie.

Portanto, para a coleta de sementes que serãodestinadas à recomposição de áreas degradadas, quan-to maior a diversidade genética das mudas produzi-das, melhor. Dessa forma, não é adequado estabele-cer áreas de coleta de sementes em remanescentesflorestais muito pequenos, pois o número de árvorespertencentes a uma espécie pode ser muito pequenoe a diversidade genética provavelmente também serápequena, gerando mudas geneticamente “homogêne-as”, com pouca mistura de gens, e com chances me-nores de adaptação às diversidades ambientais.

Acrescente-se que a extração de madeira e ou-tras atividades econômicas podem diminuir a diver-sidade genética da floresta sob exploração. Por isso,áreas de Reserva Legal (RL, que correspondem a20% da propriedade rural) e Áreas de PreservaçãoPermanente (APP, que correspondem à vegetaçãode nascentes, das margens de lagoas e cursos d’água,veredas, topos de morros e encostas, dentre outros)

são bons locais para marcar árvores matrizes e co-letar sementes, já que são áreas naturais e, geral-mente, não perturbadas pela ação do homem.

O Sistema Nacional de Sementes e Mudas(SNSM) prevê várias categorias de Área de Cole-ta de Sementes (ACS), cuja valorização do produ-to (sementes ou propágulos) produzidos nestas áre-as aumenta à medida que se intensifica o controlegenético da população – natural ou plantada –, for-mada por espécies nativas ou exóticas. No SNSMsão previstas várias categorias de produção, que sãolistadas abaixo em ordem de valor econômico:

1. Área Natural de Coleta de Sementes (ACS-NS);

2. Área Natural de Coleta de Sementes com Ma-trizes Identificadas (ACS-NM);

3. Área de Coleta de Sementes com MatrizesSelecionadas (ACS-MS);

4. Área Alterada de Coleta de Sementes (ACS-AS);5. Área Alterada de Coleta de Sementes com Ma-

trizes Identificadas (ACS-AM).

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2.1. SELEÇÃO DE MATRIZES

Árvores matrizes são exemplares de uma determi-nada espécie que irão fornecer as sementes e/oupropágulos para posterior comercialização e produçãode mudas. Matriz é a planta fornecedora de materialde propagação sexuada (sementes) ou assexuada (es-tacas, gemas) que, quando selecionada, permite-sedeterminar a origem do material genético, fornecen-do a localização geográfica da população vegetal edos indivíduos fornecedores de sementes.

O ideal é que as árvores selecionadas sejam sadi-as, com copa frondosa e com produção de frutos deboa qualidade, vigorosos. Antes de iniciar a marca-ção de matrizes é importante definir e proceder aidentificação botânica correta das espécies que se-rão marcadas, tendo em vista o posterior uso e/oucomercialização das sementes. Uma identidade bo-tânica incorreta (ou seja, nome científico errado) podeprejudicar o consumidor final e pode ocasionar trans-tornos financeiros para o comerciante de sementes emudas.

Ao escolher as espécies matrizes é preciso:

• Conhecer a época de floração e frutificação decada espécie matriz para melhor planejar as idasao campo e as condições de armazenagem;

2. SELEÇÃO E MARCAÇÃO DE MATRIZES

• Conhecer o tipo de fruto que cada espécie produz, afim de definir as técnicas de colheita e extração dassementes, reduzindo custos durante a operação.

• Conhecer os hábitos dos agentes polinizadores e dosdispersores de sementes da espécie escolhida (vento,insetos, morcegos, beija-flores, animais terrestres etc.),a fim de favorecer a manutenção da população des-ses animais com conseqüente conservação da popu-lação vegetal, diversidade genética e melhoria na pro-dução de sementes por árvore.

2.1.1. Objetivos da produção de sementes

O produtor que investe na produção de sementese mudas pode optar por diferentes linhas de atuação,dependendo do seu objetivo. A produção pode desti-nar-se a fins diversos, a saber:

• Restauração ambiental (recomposição de áreasdegradadas);

• Arborização de áreas urbanas/paisagismo;

• Produção de madeiras e derivados;

• Instalação de pomares (inclusive aqueles cujo obje-tivo é o aproveitamento comercial de sementes);

• Artesanato.

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Restauração ambiental – Se o objetivo final oua demanda de produção das sementes e mudas forpara atender aos processos de restauração ambientalou recomposição de áreas degradadas, quanto maiora variabilidade genética e a plasticidade fenotípica(ou seja, possibilidade de surgirem indivíduos dife-rentes das plantas matrizes), melhor. É que, em umambiente natural, o plantio de mudas (de uma mes-ma espécie) com grande diversidade genética, evitaque a área restaurada tenha plantas geneticamentesemelhantes – como dito anteriormente, plantas alta-mente aparentadas podem ser pouco resistentes àsadversidades ambientais.

Outro aspecto a ser considerado no processo deprodução de sementes para obtenção de mudas des-tinadas à restauração ambiental, refere-se à diversi-dade de produção. É desejável que, no processo pro-dutivo, sejam incluídas espécies que ocupam diferen-tes estágios sucessionais na formação da floresta, ouseja, é importante coletar sementes de espécies pio-neiras, espécies intermediárias e espécies-clímax. Asespécies pioneiras são aquelas que necessitam demaior quantidade de luz para crescerem e, por isso,são as primeiras a ocupar áreas degradadas, como aembaúba (Cecropia pachystachya) e a periquiteira(Trema micrantha). As espécies intermediáriastambém devem ser produzidas, pois se estabelecemna área restaurada após a instalação das pioneiras,sendo muito importantes para o crescimento inicialdas plantas que virão logo a seguir, as espécies-clí-max (estas crescem bem na sombra ou dela neces-sitam na fase inicial de crescimento e, geralmente,exigem solos úmidos e nutricionalmente mais ricos ese desenvolvem nos últimos estágios da recomposi-ção florestal, natural ou artificial).

Fins comerciais – Quando o objetivo da produ-ção de sementes e mudas é a implantação de siste-mas agroflorestais ou de pomares (para obtenção defrutos e sementes comestíveis), produção de peçasde artesanato, paisagismo, madeiras, resinas, óleosetc, o interessante é que as plantas matrizes possu-am características semelhantes e que essas se mani-festem nos indivíduos descendentes, garantindo umarelativa uniformidade na produção desejada.

Dentro da atividade produtiva escolhida, a padroni-zação das matrizes é conveniente para o aumento daprodução e para melhor se prever os resultados. Ci-tando como exemplo a produção de madeira, não éconveniente selecionar como matrizes árvores que te-nham o tronco tortuoso, pois as mudas filhas provavel-mente herdarão essa característica, que não é conve-niente para a produção de derivados madeireiros.

Ao contrário da produção de mudas para recupe-ração ambiental, quando o interesse é a obtenção deprodutos florestais o tamanho da área de coleta pou-co importa: o que se busca são matrizes que apre-sentem as características desejadas, mesmo que se-jam poucos os indivíduos selecionados.

2.2. MARCAÇÃO DE MATRIZES

A identificação botânica das espécies arbóreas éextremamente importante, pois algumas espécies sãomuito parecidas entre si, ocasionando confusõesquanto à correta identificação das mesmas. Sendoassim, sempre que tiver dúvidas quanto à identifica-ção botânica, procure auxílio de um pesquisador emuma universidade ou empresa de pesquisa (ver item2.3). Além disso, dependendo do clima e do solo, umamesma espécie pode ter indivíduos (árvores) muitodiferentes na aparência (principalmente porte), porse desenvolverem em pontos distantes entre si, comcaracterísticas ambientais distintas.

Também não deve ser considerado somente onome popular da planta, pois duas ou mais espéciesdistintas de plantas podem ter o mesmo nome, àsvezes na mesma região geográfica.

É necessário ter certeza da identidade da espéciecoletada para evitar de se misturar num mesmo lotesementes de espécies diferentes. Na dúvida, o corretoé enviar uma amostra da planta, com folhas e, principal-mente, flores e frutos, para o herbário mais próximo,visando à obtenção da identificação correta da plantacom o nome científico e família. Para isso, é suficientecoletar dois ou três ramos da planta que contenham fo-lhas, flores e, se possível, frutos, e prensá-los entre pa-pel e papelão, deixando-os secar ao sol ou em estufa aaproximadamente 60° C (ver detalhes à página 16).

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No caso de coleta em nossa região, esse materialdeverá conter os dados do local de coleta (ver p. 29)e ser enviado para um dos herbários oficiais do Esta-do de Mato Grosso ou de Mato Grosso do Sul, cujosendereços se encontram no final deste manual. Aidentidade da espécie é ponto de partida para desen-volver os trabalhos de maneira regular perante a le-gislação.

Todos os procedimentos citados estão previstosno Sistema Nacional de Sementes e Mudas. De acor-do com SNSM, considera-se identificação o pro-cesso pelo qual a semente ou a muda é identificada(nome científico), de acordo com as exigências doregulamento; e semente identificada é a categoriade material de propagação de espécie vegetal flores-tal (nativa ou exótica), coletada de matrizes com mar-cação individual ou não, com identificaçãotaxonômica, cuja localização (latitude, longitude e al-titude) é conhecida.

Após a determinação botânica da espécie,deve-se definir o número de matrizes a seremmarcadas. Se a área escolhida for natural, nãoperturbada por ações do homem e contiver umapopulação de aproximadamente cem árvores daespécie escolhida, o aconselhável é que sejamselecionadas 50 árvores e destas, marcam-se 12matrizes. Ano após ano pode-se fazer um rodízioe escolher outras 12 árvores dentro das 50 ante-riormente escolhidas.

No entanto, se a área escolhida não apresentaras condições mencionadas acima, é necessário quese escolham áreas próximas que contenham a espé-cie em questão, marquem no mínimo 12 matrizes ecom suas sementes faça um único lote. Nessas con-dições, caso não seja possível marcar 50 árvores, oideal é a marcação de, no mínimo, 20 árvores matri-zes por espécie.

Deve-se evitar coletar sementes de árvores damesma espécie que estejam muito próximas, poisestas podem ser aparentadas ou irmãs. Por isso oideal é estabelecer uma distância mínima de cemmetros entre uma árvore matriz e outra da mesmaespécie, para se garantir uma maior variabilidadegenética do lote de sementes.

Para diferenciar a matriz numa população utili-zam-se placas de metal ou plástico, numeradas demodo crescente. Estas espécies devem estar catalo-gadas em fichas de identificação (Anexo 2), que de-verão ficar disponíveis para consulta e conter os se-guintes dados:

Sobre a matriz

• Nome da espécie;• Nome popular;• Localização da matriz;• Estado de saúde (fitossanitário) da matriz;• Altura e diâmetro do tronco na altura do peito;• Época de floração;• Principais polinizadores, quando houver;• Época de frutificação;• Tipo de fruto (por ex. seco ou carnoso);• Data de coleta;• Nome do coletor.

Sobre a área de coleta

• Município/Estado;• Como chegar ao local;• Latitude, longitude, altitude (se possível);• Relevo, solo;• Tipo de vegetação;• Estado de conservação da vegetação.

O modelo de ficha para registro das áreas de co-leta e das matrizes, apresentado no final deste manu-al, poderá ser modificado de acordo com as necessi-dades de cada coletor ou da área de coleta.

2.3. IDENTIDADE BOTÂNICADAS ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS

Todas as espécies florestais nativas que serãoproduzidas no viveiro deverão ter sua identidade bo-tânica confirmada. A identidade botânica de uma plan-ta consiste em seu nome científico, que é mundial-mente reconhecido. O nome popular de uma espé-cie, muitas vezes, é utilizado somente numa região,podendo existir para uma mesma espécie nomes po-pulares distintos, dependendo do local em que elaocorre.

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Quem determina o nome científico correto de umaplanta é um pesquisador da área de Taxonomia Ve-getal. Este pesquisador tem conhecimentoaprofundado das características das folhas, flores,frutos e sementes, inclusive de alguns detalhes tãosutis que uma pessoa leiga não consegue ver, masnecessários para diferenciar uma espécie da outra.Para a identificação botânica, além dos conhecimen-tos que o pesquisador especialista já tem, ele utilizabibliografia especializada para realizar o trabalho. Àsvezes, o material botânico que ele coletou ou que al-guma outra pessoa coletou e encaminhou para oherbário, não se enquadra em nenhuma outra descri-ção de espécie vegetal publicada no meio científico.Neste caso, pode se tratar de uma nova espécie, ouseja, nunca descrita pela Ciência. Confirmado oineditismo, é dado um nome científico correto, queserá divulgado em publicações científicas acessíveisa todos os demais especialistas do mundo.

Às vezes, podem existir várias espécies com omesmo nome popular e, se não houver a determina-ção botânica correta, podemos estar produzindo noviveiro, uma espécie que não é de interesse do con-sumidor e comercializarmos “gato por lebre”, mes-mo que involuntariamente.

Portanto, antes de coletarmos frutos e sementespara comercialização, é necessário que se tenha cer-teza da identidade botânica, para que não sejam gas-tos tempo e recursos na produção de uma espécie nãodesejada. Para evitar esse problema deve-se enviarpartes da planta para um especialista identificá-la. Amelhor forma de proceder a determinação botânica éenviar as partes da planta que contêm os órgãos dereprodução sexuada, coletando-a como se segue:

• Coletar ramos com folhas e flores (se possíveltambém frutos). Os ramos devem ter aproxima-damente 30 cm de comprimento (Fig. 1);

• Colocar esse material entre folhas de jornal, oumesmo dentro de uma lista telefônica velha, pren-sar, amarrar e deixar secar preferencialmente aosol, de dois a três dias (Fig. 2);

• Trocar os jornais a cada dia, se eles ficarem muitoúmidos;

• Depois de seco, o material deverá ser encaminha-do ao herbário mais próximo para que a identifi-cação seja feita por especialista.

Convencionou-se usar duas palavras em latim paradar nome às diferentes espécies, e o especialista que,pela primeira vez, deu o nome para aquela espécie,deve ter seu nome ou parte dele mencionado logoapós o nome da nova espécie. Exemplo: Annonacoriacea Mart.; o nome da espécie vem seguido deabreviatura do nome do autor da identificação, o na-turalista Karl P. von Martius.

2.4. O HERBÁRIO

O herbário é uma coleção de plantas catalogadas,conservadas e identificadas de acordo com procedi-mentos convencionais. Pode servir como uma cole-ção de referência para trabalhos de identificação e decomparação de espécimes vegetais. O herbário rece-be as plantas secas e prensadas vindas de diversasregiões do Estado, bem como de outros estados oupaíses. Estas plantas são previamente identificadas,catalogadas, costuradas ou coladas (com fita adesivaespecial) em cartolinas, constituindo as exsicatas. Essaidentificação se baseia, principalmente, em caracterís-ticas morfológicas de folhas, flores e frutos. Essasexsicatas são armazenadas em armários especiais or-

Figura 1 - Procedimento de coleta de ramo florido paraherborização, utilizando tesoura de jardim. Deve-se preferirtesoura que tenha trava de segurança, para evitar acidentesdurante o transporte.

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ganizados por famílias botânicas, que por sua vez es-tão representados por gêneros, e estes pelas espécies,tudo em ordem alfabética.

Junto às exsicatas, anexa-se uma etiqueta de iden-tificação como a mostrada abaixo.

É muito importante que, ao coletar e posterior-mente enviar uma planta para identificação, o coletorinforme o local exato e a data da coleta, além deoutras características que possam auxiliar o pesqui-sador a determinar a espécie, tais como a cor que a

flor e o fruto apresentavam quando foram coletados,se exalavam cheiro agradável, adocicado ou desa-gradável, o aspecto da casca da árvore, a presençade resinas ou látex, etc.

Ressalta-se que, quando as matrizes (grupo deindivíduos que fornece as sementes para sua produ-ção) possuem a identidade botânica conhecida e con-firmada por especialista, sua produção entra em umacategoria mais valorizada no meio produtivo, confor-me determinado na legislação florestal.

Alguns herbários cobram uma taxa pela determi-nação botânica para pessoas que são do meio produ-tivo, ou até de pesquisadores de outras instituições.No entanto, uma vez que a espécie de interesse foiconfirmada por especialista e depositada em umherbário, nunca mais será preciso fazer a determina-ção daquelas matrizes novamente, pois serão forne-cedoras de sementes enquanto durar sua produção.Além disso, haverá um número de registro de herbárioque corresponde ao número da exsicata de sua ma-triz, que você pode informar em sua produção.

No Anexo 1 são informados os endereços de al-guns herbários nos Estados de Mato Grosso e MatoGrosso do Sul, para onde podem ser enviadas as plan-tas para identificação.

Figura 2 - Herborização de ramo florido para posterior deter-minação botânica, utilizando jornal (esquerda) e prensa de ma-deira (direita)

MODELO DE ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA

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3. COLHEITA DE SEMENTES

A colheita representa uma das etapas fundamen-tais no processo de produção de sementes de altaqualidade. Esta produção pode destinar-se à obten-ção de mudas para o plantio de espécies madeirei-ras ou produtoras de resinas, látex ou outros finscomerciais, ou para recuperação de áreas degrada-das e conservação de recursos naturais. Assim, éideal que o processo de colheita de sementes sejafeito em árvores selecionadas e marcadas previa-mente, as matrizes, seguindo os critérios que ga-rantam a obtenção de sementes de alta qualidade.Além disto, o produtor de sementes deve planejar acolheita quanto à época de frutificação e a quanti-dade de sementes necessárias para a produção demudas, seguindo rigorosamente as recomendaçõestécnicas, evitando transtornos de custos adicionaise perdas de produção (ressalte-se que, na maioriados casos, o coletor poderá ficar um ano aguar-dando a nova produção).

O produtor deve registrar sua produção no Mi-nistério de Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, que emitirá o Certificado de Procedência ouIdentidade das sementes produzidas, bem comoregistrará o técnico Controlador e a EntidadeControladora da produção, e o profissional res-ponsável pela coleta de sementes, o Coletor de

Sementes. A Lei n° 10.711 de 05 de agosto de2003, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Se-mentes e Mudas (SNSM), está sendo regulamen-tada e, nos próximos anos, direcionará todo o sis-tema produtivo das essências florestais nativas noBrasil.

O sucesso do sistema produtivo de sementesdepende do conhecimento técnico de todo o pro-cesso, que envolve principalmente informaçõessobre a época de floração, maturação dos frutos,das características de produção de sementes e dascondições climáticas durante o processo da colhei-ta. Por outro lado, as condições físicas da áreaprodutiva e as características das árvores impli-cam na escolha dos materiais e equipamentos ide-ais a serem utilizados.

O preparo da equipe é fundamental para que acolheita seja efetuada dentro do período de temponecessário e disponível, visando não perder a quali-dade do produto, principalmente quanto ao períodode germinação. Uma equipe bem treinada implica emmaior produtividade e menor risco de acidentes. Nocaso dos produtores de sementes para fins comerci-ais, bons produtos mantêm a boa imagem da empre-sa no mercado.

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3.1. ÉPOCA DE COLHEIT A

Durante os estágios de formação e damaturação dos frutos e sementes, estes passampor várias alterações estruturais relacionadas aotamanho, peso, cor, forma, grau de umidade e den-sidade, que refletem as mudanças bioquímicas efisiológicas do ovário e do óvulo após a fecunda-ção deste. A época ideal para a colheita é aquelaem que as sementes atingem o ponto de maturaçãofisiológica, que confere a maior porcentagem degerminação e vigor. A determinação do ponto dematuração dos frutos para muitas espécies é feitaobservando-se as mudanças de coloração que, ini-cialmente, são verdes, passando por várias tonali-dades de amarelo, vermelho, marrom ou preto. Estamudança de cor é normalmente acompanhada peloendurecimento da casca, em casos de frutoslenhosos, e aumento de tamanho e variações nopeso dos frutos e sementes. A densidade dos fru-tos e das sementes diminui, uma vez que o teor deumidade decresce nestas estruturas, em decorrên-cia da maturação.

A época de maturação dos frutos pode variarem função da espécie, da região onde são produzi-dos e entre os anos de produção. No entanto, avariação também pode ocorrer entre plantas indi-viduais numa mesma região e em um mesmo ano.Esta variação provavelmente é decorrente das al-terações climáticas do local onde as espécies sedesenvolvem, além das características genéticase ecológicas da planta. Assim, ao verificar que osfrutos iniciam seu amadurecimento, é necessárioefetuar visitas periódicas ao local onde se encon-tram as árvores matrizes. A época da colheita irácorresponder ao período em que a maioria dos fru-tos estiver madura.

Ao atingirem a maturidade, os frutos da grandemaioria das espécies florestais se desprende da plan-ta-mãe e cai. Os primeiros a caírem, assim como ostardios, devem ser desprezados, pois, em geral, estãoatacados por pássaros, são brocados (larvas de inse-tos) ou têm qualidade inferior. A colheita deve seriniciada quando a queda dos frutos torna-se maisintensa.

3.2. MÉTODOS DE COLHEITA

A decisão sobre o método de colheita a ser em-pregado depende da altura, da forma e da acessibili-dade da árvore, além das características dos frutos.Deve-se, também, considerar a prática do pessoalenvolvido nessa tarefa e os equipamentos disponí-veis.

Inicialmente, é importante proceder à limpeza detoda a área onde será feita a colheita, a fim de faci-litar o recolhimento dos frutos que, porventura, caí-rem no chão. Para a colheita dos frutos e/ou das se-mentes os métodos mais comumente usados são aretirada dos frutos diretamente do chão, ou por meioda colheita em árvores selecionadas especificamen-te para este fim.

Colheita em árvore – Os frutos são colhidosdiretamente das copas das árvores, com o uso deferramentas e utensílios apropriados:

a) Podão – ferramenta que consiste de um cabolongo de madeira ou metal, em cuja ponta é inseridoum cortador de galhos ou gancho. Seu alcance é li-mitado pelo comprimento do cabo, mas é de fácilmanejo, baixo custo e não apresenta necessidade detreinamento de pessoal (Figs. 3 e 4).

b) Escadas – existem muitos modelos de escadano mercado. As mais sofisticadas são as de alumínio,com lances de três metros, que podem ser acopladas

Figura 3 - Detalhe da tesoura de alta poda (podão), sem ocabo, utilizada para coletar frutos de árvores altas (notar osistema de roldanas, mola e corda, para movimentar a faca àdistância). À direita, serrote que pode ser adaptado ao podão

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umas às outras, atingindo até 30 metros de altura. Oprincipal inconveniente é que as árvores devem serretas para permitir perfeito e seguro ajuste e apoioda escada. Pode ser utilizada em conjunto com opodão. Indicada para as espécies que não suportamas injúrias causadas por outros métodos (Fig. 5).

c) Esporas – podem ser empregadas em árvo-res de qualquer forma, com exceção das palmeiras.Requer treinamento para seu uso e de acessórioscomo cinturões de segurança, capacetes e correiasque circundam a árvore. Esse método permite maioragilidade e facilidade de manobras, inclusive com opodão.

d) Equipamento de alpinismo – utilizado paraárvores de grande ou médio porte, apresenta facili-dade de transporte na mata, peso reduzido e de fáciluso. Requer treinamento especial para uso, e deman-da pouco esforço físico. O equipamento é compostopor conjuntos de cordas estáticas e fitas (fabricadasespecialmente para escalada), ascenders (Fig. 6),bauldrier ou cinto de escalada (Fig. 7) e mosquetões(Fig. 8) – atenção: todo esse equipamento é desegurança; deve ser adquirido em casas espe-cializadas e idôneas. Para evitar acidentes fa-tais não se deve improvisar. O coletor lança acorda através dos ramos, fincando-a numa extremi-dade. Na outra são fixados, com o uso de mosquetões,as fitas e o bauldrier, presos por nós especiais. A su-bida é efetuada com o auxílio dos ascenders.

e) Blocante ao tronco – método de baixo custoque utiliza apenas cordas de alpinismo, o bauldrier efitas. Com nós especiais é feito um conjunto de laçose cordas que envolvem a árvore e que são utilizadosnos pés e na cintura do coletor, como um cinturão desegurança (Fig. 7).

Colheita no chão – Consiste na coleta dos fru-tos e/ou sementes que caem no chão, próximos às

Figura 4 - Uso da tesoura de alta poda e do equipamentocompleto de alpinismo na coleta de frutos e ramos floridos.

Figura 5 - Posicionamento da escada para uso na coleta defrutos e ramos floridos. Figura 6 - Ascender, equipamento próprio para escaladas

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árvores matrizes. Este método é recomendado nosseguintes casos: (1) quando a colheita da árvore empé por escalada ou escada não for possível; (2) quandose tratar de frutos grandes, que caem ao solo sem seabrirem; (3) quando se tratar de sementes que nãosão disseminadas pelo vento; (4) quando se tratar defrutos e sementes que não são atacados por animais.A queda dos frutos e/ou das sementes pode ser ace-lerada sacudindo-se o tronco ou os galhos da árvore,com o auxílio de uma corda chumbada atirada entreos galhos ou de equipamento vibratório acoplado aotronco da árvore.

Colheita em árvores abatidas – Este é um casoextremo de colheita em que os frutos e/ou as semen-

tes são colhidos de árvores derrubadas que estãosendo exploradas comercialmente. Para isso é ne-cessário que a exploração coincida com a época dacolheita. Deve-se ter cuidado de colher apenas osfrutos maduros de árvores selecionadas, resguardan-do, desta forma, a qualidade fisiológica das sementese sua identidade genética.

3.3. CUIDADOS ESPECIAISDURANTE A COLHEIT A

Para que a colheita seja realizada de maneira efi-ciente, deve-se tomar o cuidado para não danificar otronco e não quebrar os ramos que contenham osfrutos jovens ao escalar a árvore, pois estas injúriaspoderão comprometer seriamente as próximas co-lheitas.

Deve-se, também, evitar cortes drásticos dos ga-lhos para não comprometer as produções futuras eafetar o desenvolvimento da planta. Outro aspectoimportante é a limpeza e a manutenção da área, quefacilita a colheita, minimiza os problemasfitossanitários e evita perda de frutos por entre o sub-bosque.

Os cuidados com o manuseio dos frutos após acolheita, durante o processo de secagem ebeneficiamento, são de fundamental importância paraevitar contaminação por agentes patogênicos, asse-gurando assim a qualidade da semente.

Outro fator que deve ser observado durante acolheita de sementes refere-se à deiscência (abertu-ra) dos frutos. Para as espécies com frutosindeiscentes (que não se abrem e não expõem assementes) a colheita pode ser iniciada após as se-mentes terem atingido sua maturidade aparente(Figs. 9 e 10).

No caso de frutos deiscentes (que se abremexpondo as sementes) esta deve se dar um poucoantes, de modo a evitar grandes perdas com a dis-persão das sementes que ocorre com a abertura dosfrutos (Fig. 11).

Em relação à colheita em áreas naturais, não éaconselhável a retirada total das sementes, para que

Figura 7 - Cinto de escalada (bauldrier)

Figura 8 - Mosquetão com trava de segurança

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não haja comprometimento na reprodução das árvo-res e conseqüentes riscos de declínio da populaçãonatural. Além disto, a remoção de grande quantidadede sementes pode reduzir a disponibilidade de alimen-tos aos animais que, tendo o número de espécies epopulações diminuídos, podem prejudicar a diversi-dade genética vegetal (no caso dos polinizadores) ea manutenção da própria floresta (especialmente nocaso dos dispersores de sementes, como a cutia e osmorcegos comedores de frutos), dentre outras con-seqüências. Esse cuidado deve ser redobrado quan-

Figura 10 - Fruto carnoso e indeiscente (A) de Genipa ameri-cana (jenipapo). Em (B) detalhe das sementes extraídas dofruto. (Barra = 1 cm)

A B

do se tratar de fragmentos florestais onde o equilí-brio da comunidade de plantas é frágil.

3.4. RENDIMENTO DE COLHEIT A

A anotação do número de sementes por fruto e arelação fruto/sementes (quantidade de frutos, em qui-lograma, necessária para obter um quilograma desementes) são parâmetros que podem auxiliar na pre-visão de futuras colheitas, bem como no conhecimentodas matrizes.

Figura 1 1 - Fruto seco e deiscente (A) de Tabebuia aurea(paratudo ou ipê-amarelo). Em (B) detalhe das sementes,aladas, extraídas do fruto. (Barra = 1cm)

A B

Figura 9 - Frutos secos (A), alados e indeiscentes dePterogyne nitens (amendoim-do-cerrado). Em (B) sementesextraídas dos frutos. (Barra = 1 cm)

A B

Figura 12 - Fruto carnosos e indeiscentes (A) de Enterolobiumcontortisiliquum (ximbuva). Em (B) detalhe das sementes extraídasdos frutos. (Barra = 1cm)

A B

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A colheita de sementes no campo, geralmente,não fornece o material em condições de ser direta-mente utilizado ou armazenado. As sementes, aochegar do campo, estão envolvidas pelos frutos ouparte destes, além de apresentarem diversas impu-rezas, galhos e folhas que devem ser removidos paraque as sementes possam apresentar condições de-sejáveis para sua utilização, armazenamento ecomercialização.

A grande diversidade morfológica dos frutos esementes das espécies florestais nativas dificulta oemprego de técnicas padronizadas no processamentoe beneficiamento das sementes. As técnicas empre-gadas para realização destes processos são rudimen-tares, e de certa forma “artesanais”, dependendo decada espécie.

O manejo dos frutos e sementes entre a colheitae a produção das mudas compreende etapas de ex-trema importância que consistem na extração dassementes dos frutos, secagem e separação das se-mentes para eliminação das impurezas. O conheci-mento das características fisiológicas da semente (quevariam de espécie para espécie) é de fundamentalimportância para não se perder a produção, comconseqüências graves para o produtor e o consumi-dor final. Por exemplo, sementes de ipês (Tabebuia

spp.) e de caroba (Jacaranda cuspidifolia) têm bai-xa capacidade de conservação: como são dissemi-nadas pelo vento, possuem pouca substância paraconservar a semente e para nutrir a plantinha nosprimeiros dias de vida; por isto, devem ser plantadaslogo após a colheita.

A maioria das espécies florestais apresenta pro-dução irregular de sementes, o que impossibilita osuprimento anual capaz de atender as necessidadesdos programas de produção de sementes. Torna-se,então, necessário o uso de técnicas que permitammanter a viabilidade das sementes pelo maior perío-do de tempo possível. Nesse sentido, o conjunto deoperações após a colheita das sementes, visa me-lhorar e aprimorar as características dos lotes desementes para serem armazenados. O armazena-mento propicia condições ideais na manutenção daqualidade fisiológica e vigor das sementes até suautilização.

4.1. EXTRAÇÃO DAS SEMENTES

Para a extração das sementes, ou seja, para a re-tirada das sementes dos frutos, são utilizadas diversastécnicas que variam em função dos tipos de frutos.Os frutos podem ser carnosos, secos (deiscentes ou

4. BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES

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indeiscentes), fibrosos, alados, grandes ou pequenos(Quadro 1). Os equipamentos e/ou técnicas utilizadaspara fins de extração das sementes devem ser ade-quados para os diversos tipos de frutos.

Frutos carnosos – O processo de retirada dassementes dos frutos carnosos com casca mole podeser manual, com o auxílio de facas ou por meio demáquinas despolpadoras. No processo manual para

a retirada da polpa, dependendo da espécie, deve-sepreviamente submergir os frutos em água por perío-dos de 12 a 24 horas para amolecer a polpa e depoisproceder à maceração, esfregando-os na peneira. Aseguir, as sementes, ainda na peneira, devem passarpor uma rápida lavagem em água corrente.

Recomenda-se que após este processo, o mate-rial seja colocado num outro tanque para a elimina-ção do material restante por meio de separação porflutuação. As sementes vazias e/ou deterioradas flu-tuam, juntamente com os restos dos frutos; as se-mentes em boas condições afundam. Após este pro-cesso as sementes estarão prontas para serem sub-metidas à secagem.

A maceração e o despolpamento dos frutos so-bre peneiras são métodos muito eficientes para ojaracatiá (Jacaratia spinosa), o jenipapo (Genipaamericana, Fig. 10) e os araticuns (Annona spp.).

Outro método consiste em deixar os frutos amon-toados sobre sacos plásticos por alguns dias até ini-ciar a decomposição da polpa para facilitar a sepa-ração das sementes por meio da lavagem em águacorrente. Este processo é muito utilizado para frutos

com sementes muito pequenas como exemplo aembaúba (Cecropia pachystachya), as figueiras(Ficus spp.) e a amora-do-mato (Macluratinctoria).

Para frutos que apresentam massa farinosa,polpuda e compacta, como a ximbuva (Enterolobiumsp.), o jatobá (Hymenaea spp.) e o cumbaru(Dipteryx alata), o processo de extração das se-mentes é feito mecanicamente com utilização de fer-ramentas que promovem a quebra dos frutos (facas,martelos e pilões) e, em alguns casos, utilizando-semáquinas especiais; porém, deve-se tomar muitocuidado para não danificar as sementes. A seguir, assementes devem ser lavadas em água e colocadaspara secar à sombra em local ventilado.

Para o pequi (Caryocar brasiliense), que apre-senta os caroços envolvidos por polpa alaranjada erica em óleo, recomenda-se deixar os frutos à som-bra até que este material que envolve as sementesentre em putrefação e fermentação. Após este pro-cedimento, deve-se retirar os caroços e submetê-losa um processo de lavagem em água corrente paraposterior secagem à sombra, cuidando para não se

Quadro 1 - Alguns tipos de frutos, quanto à consistência

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ferir com os espinhos (fibras e agulhas) que reco-brem o caroço.

Frutos secos – Os frutos secos que liberam assementes (frutos deiscentes), como os angicos(Anadenanthera spp.) e os ipês (Tabebuia spp.),devem ser colhidos antes da sua abertura, acompa-nhando a mudança de coloração do fruto e o iníciodo processo de abertura, para que não haja muitaperda de sementes (Fig. 11). A retirada das semen-tes para o armazenamento é feita utilizando a seca-gem dos frutos em ambientes próprios, sobre lonasao sol, sombra, meia sombra ou em secadores, de-pendendo das características das espécies. A seca-gem à sombra é preferível, quando há dúvida comrelação à tolerância da semente à secagem ao sol,que pode variar entre as espécies. O período de se-cagem varia para cada tipo de fruto, mas em geral éem torno de dois a três dias, até os frutos se abrireme liberarem as sementes. Após este período, é ne-cessário efetuar a agitação dos frutos para liberaçãototal das sementes e proceder à retirada das impure-zas. Este processo pode ser efetuado por meio depeneiras e por catação manual.

Para frutos secos que não liberam as sementes(indeiscentes), como a canafístula (Peltophorumdubium), o barbatimão (Stryphnodendronadstringens), a sucupira-branca (Pterodonemarginatus) e o quebracho (Schinopsis balansae),recomenda-se a abertura com auxílio de facas e te-soura de poda para a retirada das sementes (Fig. 15).

Para algumas espécies, devido à dificuldade naretirada das sementes, é recomendado que não façaa extração, devendo os frutos serem armazenadosou semeados, diretamente. Por exemplo, para aaroeira (Myracrodruon urundeuva), o guaritá(Astronium spp.) e o louro-preto (Cordia glabrata)recomenda-se a secagem dos frutos em local som-breado e ventilado, seguida de peneiramento emmalha fina para retirada das sépalas que acompa-nham os frutos. Neste caso, na comercialização desteproduto é recomendável que esta necessidade demanter as sementes junto ao fruto seja esclarecidana embalagem, evitando-se questionamento quantoà idoneidade do produtor.

4.2. SECAGEM DAS SEMENTES

Por ocasião da maturidade fisiológica as semen-tes maduras e/ou recém-colhidas apresentam-se como máximo de vigor e alto conteúdo de umidade. Oprocesso de secagem é uma operação necessária,pois o alto teor de umidade é uma das principais cau-sas da queda do poder germinativo e do vigor para amaioria das sementes. Portanto, a secagem visa re-duzir o teor de umidade das sementes em níveis quepossibilitem uma melhor adequação das sementespara o seu armazenamento e, consequentemente,manter o vigor germinativo por mais tempo.

A semente pode ganhar ou perder umidade parao ambiente até atingir um equilíbrio (denominado deequilíbrio higroscópio). De acordo com a composi-ção química das sementes, estas apresentam dife-rentes teores de umidade no ponto de equilíbrio, po-dendo ser classificadas em dois grandes grupos:

Sementes ortodoxas:

• suportam secagem e redução da umidade entre 2a 8%, sendo variável para as diferentes espécies;

• podem ser armazenadas por períodos mais longos;• podemos citar como exemplo os angicos(Anadenanthera spp. e Albizia spp.), a copaíba(Copaifera langsdorfii), o cedro (Cedrelafissilis) e o jatobá (Hymenaea courbaril).

Sementes recalcitrantes:

• muito sensíveis à secagem, apresentam altos te-ores de umidade (entre 30 a 70%);

• perdem rapidamente a viabilidade quando sub-metidas à secagem e umidade abaixo de 12 a31%, dependendo da espécie;

• podem ser armazenadas por períodos curtos quevariam de um a seis meses;

• são exemplos: as sementes de ingás (Inga spp.),das gabirobas (Campomanesia sp., Myrcianthespungens), da mangaba (Hancornia speciosa),do alecrim-de-campinas (Holocalyx balansae),da pitomba (Talisia esculenta) e das canelas(Ocotea sp. e Nectandra sp.).

O processo de secagem para as espécies flores-tais nativas deve ser lento e gradativo, com utiliza-

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ção de temperaturas variando de 30 a 40ºC. O perí-odo de secagem depende da espécie, da temperatu-ra usada durante a secagem, do conteúdo de umida-de inicial e das condições desejadas para oarmazenamento.

A redução do conteúdo de umidade das sementesdurante o armazenamento é necessária para diminuiro ataque dos insetos e incidência dos microorganismose para reduzir a velocidade de deterioração das se-mentes. Neste caso, o termo deterioração se refere atoda e qualquer alteração degenerativa que ocorre coma qualidade das sementes em função do tempo e daperda do poder germinativo.

Os procedimentos adequados nas fases de retira-da, secagem e armazenamento das sementes podemdiminuir, muito, as taxas de deterioração destas.

4.2.1. Métodos de secagem

Secagem natural – As sementes são submetidasà secagem a pleno sol, meia sombra ou sombra, emterreiros de secagem ou em peneiras (Fig. 13 e 14).As sementes devem ser colocadas em camadas comespessura variando de 3 a 5cm, em função do tipo desemente. Utilizam-se, para acondicionar as sementes,tabuleiros de madeira e encerados (lonas), que nor-malmente são colocados em terreiros cimentados.Durante todo o processo da secagem deve-se promo-

ver o revolvimento das sementes e protegê-las daumidade, cobrindo-as com lonas durante a noite paraevitar o orvalho e chuvas, bem como para manter atemperatura por mais tempo. O tempo de secagemdas sementes vai depender das condições atmosféri-cas, do conteúdo de umidade inicial e da umidade de-sejada das sementes durante o armazenamento.

Secagem artificial – É um método mais rápidoe independente das condições climáticas, no entantoé mais dispendioso. É feito em estufas e/ou secado-res providos de termostatos regulados para tempe-ratura de 30 a 40ºC, dependendo da espécie. A se-cagem pode ser contínua ou intermitente, de acordo

Figura 13 - Separação de impurezas do lote de sementes,utilizando peneira, também apropriada para secagem de se-mentes (aumento de ventilação)

Figura 14 - Uso de lonas ou encerados para secagem das sementes

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com o período de ventilação de ar quente dirigidopara junto da massa de sementes e frutos. A seca-gem intermitente, para a maioria das espécies, podecausar menos danos que a contínua, uma vez que oprocesso de secagem para as espécies florestais deveser lento e gradativo. As sementes podem, também,ser submetidas a um congelamento e, a seguir,secadas a vácuo (processo chamado de liofilização).

4.2.2. Retirada das impurezas

Parte das impurezas é eliminada durante a extra-ção e secagem das sementes. Porém, muitas des-

sas impurezas podem permanecer (em geral são se-mentes de outras espécies, sementes chochas, ima-turas, mofadas, atacadas por insetos e outros ani-mais etc.); daí a necessidade de se fazer uma remo-ção mais cuidadosa dessas impurezas (Fig. 13).

Dentro de um mesmo lote, o tamanho das se-mentes indica a qualidade fisiológica e o vigor, quesão características relacionadas com o potencial dearmazenamento. Assim, a remoção das sementesmenores pode melhorar a qualidade do lote, princi-palmente se o objetivo final não for a recuperaçãode áreas degradadas.

O beneficiamento das sementes é realizado com oobjetivo de promover a homogeneização e melhorar aqualidade do lote de sementes no que se refere aotamanho, peso, forma, textura, cor. Este processo écomum para espécies agrícolas e florestais exóticase, freqüentemente, realizado por meio de máquinasde beneficiamento, tais como secador rotativo de arforçado, túnel de ventilação, classificadora de peneiravibratória e mesa gravitacional, entre outros equipa-mentos. Para espécies nativas, tal processo geralmenteé efetuado manualmente, utilizando-se peneiras devários tamanhos e catação manual, mas também podeser feito com auxílio de máquinas de beneficiamento.

Após a homogeneização, os lotes de sementesdevem estar acompanhados de informações básicasque facilitam a escolha do ambiente e da embala-gem no processo de armazenamento. O ideal é terdisponíveis, por exemplo, as informações básicasapresentadas na ficha abaixo.

Figura 15 - Processamento de frutos secos indeiscentes pararetirada das sementes

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4.3. ARMAZENAMENT O DAS SEMENTES

As sementes apresentam melhor qualidade porocasião da maturação. Após este período o podergerminativo e o vigor declinam em intensidade vari-ável, dependendo das condições a que essas semen-tes ficam sujeitas. Portanto, as sementes devem sercolhidas, processadas, secas, limpas e posteriormentearmazenadas sob condições que possibilitem a con-servação e manutenção da qualidade ou, pelo me-nos, que a queda do poder germinativo não seja acen-tuada até o momento de sua utilização (Fig. 16).

O armazenamento consiste no conjunto de con-dições e técnicas que diminuem a velocidade de pro-cessos de deterioração da semente, por meio do usode embalagens que regulam a troca de umidade dasemente com o ar e de ambientes com temperaturae umidade relativa controladas. Assim, se a sementefor armazenada em condições não apropriadas, atendência é que ela entre em equilíbrio com o ambi-ente e torne a absorver umidade, dando início ao pro-cesso de deterioração e perda de vigor, comprome-tendo a produção de mudas.

No Brasil, o mercado de espécies florestais têmapresentado uma produção de sementes irregular,sendo abundante em determinado ano e deficitárioem outros. Assim, o armazenamento torna-se neces-sário para garantir o suprimento anual de sementes.

O armazenamento também tem importância funda-mental para espécies cujas sementes perdem rapida-mente a sua qualidade fisiológica (ex.: ipês), principal-mente quando não são semeadas logo após a colheita.Além disto, o armazenamento é importante para a con-servação dos recursos genéticos por meio de bancosde germoplasma, em que a qualidade da semente émantida pelo maior período de tempo possível.

Os bancos de sementes (germoplasma) apresen-tam diversas finalidades, dentre as quais, subsidiarprogramas de melhoramento genético para espécies,funcionar como depositário da biodiversidade vegetalde uma determinada região, preservação de semen-tes de espécies florestais para recuperação de árease comercialização para produtores e viveiristas.

O período de tempo em que a semente se man-tém viável denomina-se longevidade e é caracterís-tica para cada espécie. Sementes de algumas espé-cies se deterioram rapidamente, devido as caracte-rísticas químicas, fisiológicas e morfológicas parti-culares, enquanto que outras mantêm sua viabilida-de por longo tempo, pelos mesmos motivos. O obje-tivo do armazenamento é conservar a viabilidade dassementes por maior período do que o obtido em con-dições naturais. Para tanto, baseia-se no princípio deque a respiração da semente e sua deterioração de-vem ser reduzidas.

A qualidade das sementes não é melhorada peloarmazenamento, mas pode ser mantida com um mí-nimo de deterioração possível, por meio de procedi-mentos adequados. O principal objetivo é o de con-trolar a velocidade de deterioração.

Tem-se observado que a velocidade de deterio-ração das sementes de algumas espécies nativas émuito elevada. O uso de técnicas adequadas dearmazenamento promove a conservação da viabili-dade das sementes por maior tempo, permitindo queseja feito estoque, tanto para uso futuro como para acomercialização. O período em que a viabilidade podeser mantida varia de algumas semanas a alguns me-ses. Desta maneira, os lotes de sementes de menorlongevidade deverão ser enviados para semeaduraantes do que os de maior longevidade – sementes deFigura 16 - Detalhe de câmara de armazenamento de

sementes,utilizando latas como embalagem

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maior longevidade possuem maior potencial dearmazenamento, podendo ter sua qualidade mantidapor mais tempo. O mesmo cuidado deve ser tomadocom relação aos lotes da mesma espécie de planta,mas com maior ou menor qualidade.

Para se conservar as sementes em bom estado,é preciso fazer o planejamento adequado, quanto àsinstalações e equipamentos necessários durante todoo período de armazenamento. No entanto, são fun-damentais conhecimentos básicos sobre os proces-sos fenológicos de floração, frutificação, tipos de fru-tos e da fisiologia das sementes, antes e durante operíodo de conservação. Para certas espécies, o queconta é o conhecimento e domínio desses fatores enão a melhor infra-estrutura laboratorial.

4.3.1. Embalagens

As embalagens são recipientes destinados aoacondicionamento das sementes durante oarmazenamento e têm a função de regular as trocasde umidade e oxigênio da semente com o ar, além daproteção de ataques de doenças e pragas.

A escolha da embalagem apropriada está direta-mente relacionada com o tipo de semente, com oteor de umidade desejado por ocasião da secagem ecom o ambiente de armazenamento, variável paracada espécie. Existem muitos tipos de embalagenspara acondicionar sementes. Elas são classificadasde acordo com o grau de permeabilidade à água (va-por d’água). De modo geral, as embalagens sãoclassificadas, em função do grau de permeabilidade,em três categorias:

Embalagens porosas ou permeáveis – Per-mitem a troca de umidade entre as sementes e oambiente circundante. São as embalagens de pano,papel e papelão e devem ser utilizadas paraarmazenamento em câmaras secas. Normalmenteas sementes depositadas neste tipo de embalagemapresentam teor de umidade entre 9 e 12%, depen-dendo da espécie. Exemplos: sacos de papel ou teci-do (algodão, juta).

Embalagens semiporosas ou semipermeáveisou resistentes à penetração de água – Não impe-

dem completamente a passagem de umidade, maspermitem menor troca de umidade do que as embala-gens porosas. Estas embalagens são confeccionadascom materiais como polietileno, papel multifoliado,papelão revestido com papel ceroso ou outro materialimpermeabilizante, e papel ou papelão tratado comalumínio ou asfalto. Os sacos plásticos são confeccio-nados com películas de polietileno de diferentes den-sidades e espessuras, que determinam o grau de pe-netração da umidade. O teor de umidade das semen-tes, por ocasião do acondicionamento, deverá ser in-ferior ao verificado na embalagem porosa. Estas em-balagens podem ser utilizadas quando as condiçõesnão são demasiadamente úmidas e o período dearmazenamento não é muito prolongado. Exemplos:sacos plásticos de alta densidade e espessura, sacosde papel multifoliados, sacos de tecido (poliéster).

Embalagens impermeáveis – À prova de umi-dade, não possibilitam a troca de umidade com omeio ambiente. Materiais como metal (latas), plásti-co, polietileno de elevada densidade e espessura, vi-dro e alumínio são utilizados na confecção de emba-lagens desta categoria (Fig. 16). Para estas emba-lagens as sementes só poderão ser acondicionadasquando estiverem bem secas, com teor de umidadeao redor de 8%, uma vez que a umidade do interiorda embalagem não passa para o ambiente dearmazenamento – o teor de umidade, estando supe-rior ao limite adequado, ativará a respiração das se-mentes no interior da embalagem, acelerando o pro-cesso de deterioração. As sementes acondicionadasem embalagens impermeáveis podem ser armaze-nadas em qualquer condição de ambiente, devendoser evitada temperatura excessivamente alta. Quandoa câmara de armazenamento for úmida, é necessá-rio que as sementes sejam acondicionadas nesta ca-tegoria de embalagem.

4.3.2. Condições e ambientesde armazenamento

O armazenamento deve propiciar condiçõesambientais adequadas para os diferentes tipos desementes, a fim de conservar a viabilidade das mes-mas durante o período de armazenamento.

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Períodos curtos, que normalmente compreendemde um a seis meses, em geral são indicados paraespécies que não suportam secagem e perda do teorde umidade.

Períodos médios a longos mantêm o poder degerminação das sementes até cinco anos ou mais.Esses são indicados para espécies que permitemsecagem e redução do teor de umidade entre níveisde 2 a 8%. O armazenamento por períodos mais lon-gos, geralmente, tem a finalidade de superar irregu-laridades na produção de sementes no campo e man-ter uma produção contínua de mudas.

No entanto, os objetivos do produtor de sementesdeterminarão os procedimentos a serem adotados noarmazenamento das sementes.

A boa conservação das sementes pode ser obti-da em locais onde as condições climáticas são favo-ráveis ou em ambientes controlados. O armazena-mento das sementes em locais tais como, salas egalpões com condições favoráveis de temperatura,luminosidade e umidade, requerem custos menores,bastando secá-las adequadamente, utilizar embala-gens recomendadas e procurar manter as sementesprotegidas das possíveis variações das condiçõesambientais.

Quando as condições locais são relativamentedesfavoráveis ou o período de armazenamento é lon-go, pode haver necessidade da conservação emambiente controlado, que requer planejamento maisdetalhado e envolve maiores despesas.

Os ambientes controlados para armazenamentoclassificam-se em:

Câmaras frias e úmidas – Podem ser utilizadascâmaras frigoríficas e também refrigeradores domés-ticos para a conservação das sementes por longosperíodos. Estes ambientes devem ser providos decompartimentos e prateleiras de modo a alojar dife-rentes lotes de sementes. Geralmente são mantidoscom temperaturas variando de 5 a 15ºC e umidaderelativa entre 40 e 90%, o que pode aumentar o teorde umidade das sementes. Estas câmaras sãoindicadas para sementes que não suportam a dimi-nuição rápida do teor de umidade – o que reduz dras-

ticamente a sua viabilidade – e requerem um acon-dicionamento em ambientes que mantenham o teorde umidade (das sementes) acima do limite críticode cada espécie.

Câmaras secas – São câmaras onde o ambi-ente é mantido à temperatura de 10 a 15ºC e bai-xa umidade relativa, entre 40 e 50%. Nesta câ-mara devem ser mantidas sementes que perdem aviabilidade quando mantidas a temperaturas muitobaixas.

Câmaras frias e secas – Apresentam tempera-turas baixas, entre 4 e 10ºC e umidade relativa bai-xa, de 40 a 50%. Estas câmaras são apropriadaspara sementes que suportam bem o processo de se-cagem, uma vez que pode diminuir o seu conteúdode umidade sem prejudicar a qualidade fisiológica.

4.3.3. Fatores que afetamo armazenamento

Comportamento em relação à secagem –Conforme dito anteriormente, as sementes podemser definidas quanto à sua resposta ao processo desecagem como ortodoxas e recalcitrantes (ver item4.2). As ortodoxas podem ter o conteúdo de umida-de reduzido a níveis mínimos para proceder-se, aseguir, ao armazenamento. As recalcitrantes, aocontrário, não resistem à desidratação e perdem ra-pidamente a viabilidade quando reduzido o conteú-do de umidade abaixo de um valor considerado crí-tico, mesmo armazenadas em ambientes com bai-xa temperatura. As sementes ortodoxas são maisfáceis de serem armazenadas e as sementes recal-citrantes requerem condições que mantenham altoteor de água em seu interior, durante oarmazenamento.

Longevidade natural e dormência – Semen-tes com maior longevidade natural, em especial asdormentes, são as que apresentam menos proble-mas para armazenar. Sementes aladas, como os ipês,têm longevidade mais curta que as envoltas portegumentos duros. A observação dessa característi-ca colabora na hora de decidir sobre a condição dearmazenamento a ser empregada.

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Conteúdo inicial de umidade das sementes –Diferenças no conteúdo inicial de umidade das se-mentes armazenadas podem afetar o tempo de con-servação. Para a maioria das espécies já estudadas,quanto menor o teor de água na semente, maior otempo de preservação.

Outros fatores podem afetar o comportamentodas sementes durante o armazenamento, como o vi-gor das árvores matrizes e o grau de injúrias mecâ-nicas sofridas pelas sementes durante o processo decoleta, além das variações climáticas que podemocorrer entre os anos. Em espécies florestais, nãotêm sido encontradas referências bibliográficas so-bre o estado nutricional e sanitário das árvores ma-trizes, bem como sobre a idade destas matrizes, afe-

tando o potencial de armazenamento das sementes.Sementes danificadas por ocasião da colheita, ex-tração, beneficiamento e secagem terão menor po-tencial de armazenamento. As sementes danificadasoferecem condições para o ataque de microrganis-mos e insetos e para a aceleração da deterioração.Se possível, essas devem ser eliminadas do lote desementes a ser armazenado.

Recomenda-se que sejam adotadas medidas pre-ventivas para o controle de pragas no armazenamento,usando-se o tratamento químico somente em últimocaso. A prevenção é feita por meio da redução doconteúdo de umidade das sementes, da separação dassementes doentes e infestadas e pela limpeza e asseionas unidades de armazenamento.

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A demanda por espécies florestais nativas vemcrescendo ano a ano, seja para fins de refloresta-mento, recuperação de áreas degradadas, arboriza-ção urbana ou consórcios silvipastoris. Para atenderesse mercado crescente, a produção de mudas dequalidade deve ser a primeira preocupação do vivei-rista que pretende ter sucesso nesta atividade. Tudocomeça com a correta obtenção das sementes paraque se tenha um lote geneticamente variado e sadio.O beneficiamento e armazenamento das mesmastambém é uma etapa que exige atenção e cuidadospara que todo o esforço, tempo e dinheiro gastos paracoletá-las não sejam perdidos. Não menos impor-

tante é o cuidado com a correta utilização da água,de fungicidas e inseticidas no viveiro evitando des-perdícios e contaminação do ambiente ao redor.Esses cuidados visam a obtenção do certificado deprodutor de espécies florestais nativas, que será umdiferencial entre os viveiristas nos próximos anos.

Assim, todos os conhecimentos e orientaçõesabordados neste manual são de grande importânciapara que se tenha uma produção de sementes comqualidade. Além disso, o produtor que adotar os pro-cedimentos aqui descritos, estará trabalhando demaneira adequada e em cumprimento da lei.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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ALBRECHT, J.M.F., SANTOS, A. A., ARRUDA, T.P.M., CALDEIRA, S.F., LEITE, A.M. & ALBUQUERQUE, M.C.F.E.Manual de produção de sementes de espécies florestais nativas. Cuiabá : UFMT, 88 p., 2003.

BARBOSA, L.M. Manual sobre princípios da recuperação vegetal de áreas degradadas. São Paulo : SMA/CEAM/CINP, 125p.,2000.

BARROSO, G. M.; MORRIM, M. P.; PEIXOTO, A. L. & ICHASO, C. L. F. Frutos e Sementes: Morfologia Aplicada àSistemática de Dicotiledôneas. Viçosa : Editora UFV. 443p., 1999.

CARVALHO, P.E.R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Embrapa Florestas, Curitiba, PR. 1.039 p., 2003.

PINÃ-RODRIGUES, F.C.M. Guia prático para a colheita e manejo de sementes florestais tropicais. Rio de Janeiro : IDACO. 40p., 2002.

POTT, A. & POTT, V.J. Plantas do Pantanal. Corumbá : Empresa Brasileira de Agropecuária. 320p., 1994.

TOLEDO, F.F. & FILHO, J.M. Manual das Sementes – Tecnologia da Produção. Piracicaba : Editora Agronômica Ceres, Univer-

sidade de São Paulo. 224p. 1977.

6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Herbário CGMSUniversidade Federal de Mato Grosso do SulCidade Universitária S/NCaixa Postal 54979070-900 – Campo Grande - MSFone: 67 3345-7399Fax: 67 3345-7306

Herbário CORUniversidade Federal de Mato Grosso do SulCentro Universitário de CorumbáCaixa Postal 252Av. Rio Branco, 127079304-020 – Corumbá - MSFone: 67 3231-6877Fax: 67 3231-6424

Herbário CPAPCentro de Pesquisas Agropecuárias do PantanalEMBRAPA

ANEXOS

Caixa Postal 109Rua 21 de setembro, 188079320-900 – Corumbá - MSFone: 67 3231-1430Fax: 67 3231-1011

Herbário UFMTUniversidade Federal de Mato GrossoAv. Fernando Corrêa da Costa, S/NBairro Coxipó78060-900 – Cuiabá - MTFone: 65 3616-8268

Herbário DDMSUniversidade Federal da Grande DouradosCaixa Postal 322Rodovia Dourados –Itahum, km 12,79825-070 – Dourados - MSFone: (67) 411-3904

ENDEREÇOS PARA ENVIO DE AMOSTRAS DE PLANT ASPARA IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA

ANEXO 1

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Identificação:

Espécie:_______________________________________________________________________(nome científico/família – nome comum/vulgar, se tiver)Eco-região:__________________________________ Área (da população)____________________População estimada (Número de árvores):________________ N° de matrizes:___________________

Localização da área de coleta:

Latitude:____________________ Longitude:__________________ Altitude:___________________

Município/Estado:_________________________________________________________________

Acesso (como chegar) ao local:_______________________________________________________

Local de coleta:

( ) propriedade particular ( ) unidade de conservação( ) estrada ( ) área urbana ( ) outra (especificar)

Nome do local:___________________________________________________________________

Proprietário/responsável: ____________________________________________________________

______________________________________________________________________________(nome, telefone, endereço, fax, e-mail)

Área de coleta:Relevo: ________________________________________________________________________

(planície, topo, encosta, declive, baixada, etc.)Solo: __________________________________________________________________________

(arenoso, afloramento rochoso, argiloso, calcário, turfoso, encharcado, etc.)

Tipo de vegetação (fisionomia):Cerrado:( ) cerrado ( ) campo sujo ( ) mata de galeria( ) cerradão ( ) campo limpo ( ) veredaPantanal:( ) paratudal ( ) carandazal ( ) vazante ( ) capão ( ) cambarazal( ) cordilheira ( ) corixo ( ) mata ciliar( ) outro (especificar): ______________________________________________________________

Estado de conservação: ____________________________________________________________ (conservado ou degradado – causas visíveis: fogo, erosão, extração seletiva, etc.)

ANEXO 2

MODELO DE FICHA DE MATRIZES/POPULAÇÃO E ÁREAS DE COLET A

REDE DE SEMENTES DO PANTANAL

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(A TABELA ABAIXO PODE FICAR NO VERSO DA FICHA)

MATRIZES

Data: ____/____/________ Coletor:___________________________________________________ (nome e número próprio)

Identificador:____________________________________________________________________ (Nome)

Instituição/Entidade:_______________________________________________________________

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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ANOTAÇÕES

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