manifesto do coletivo primavera

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    Formao e Debates Espaos abertos e participativos

    essencial que a construo de nossa linha poltica acontea continuamente de maneiradialgica, a partir de nossos debates, e sempre valorizando os espaos de autocrtica.

    Sugerimos concretamente para isso a criao e manuteno de espaos de formao abertano tema de Universidade e Educao Jurdica.

    Propomo-nos, assim, a ser um grupo de aprendizado terico. Nossa formao contnuadeve ser to importante quanto a mais central de nossas pautas, pois ser a partir daquelaque desenvolveremos nossa linha poltica e as estratgias no interior dos rgosdeliberativos, no se restringindo s posies e propostas alheias.

    Utilizando o aprendizado das formaes, devemos atuar na dimenso prtica,aplicando-o nas situaes cotidianas que enfrentaremos como RDs. Isso poder serrealizado com a organizao de formaes abertas na Faculdade, envolvendo todas as etodos os estudantes em debates acerca de questes que as/os impactem diretamente a fimde possibilitar que nossa linha de atuao seja construda de maneira democrtica e coletiva,buscando sempre ao mximo a participao do corpo discente da faculdade.

    Linha poltica

    Certamente que no propomos ser apenas um grupo de estudos, mas sim atuarmoscomo um coletivo, tomando parte no debate poltico e educacional a respeito do futuro daFaculdade de Direito e da Universidade.

    Ao propor uma atuao mais propositiva, com a construo coletiva da linha poltica dogrupo por meio de formaes e debates, buscamos afastar o paradigma reativo jmencionado, a fim de construir e defender pautas nos espaos deliberativos da faculdade.

    Apesar de nosso iderio ser moldado continuamente, de maneira dinmica, hpressupostos basilares do nosso grupo. Nosso norte deve ser fazer com que a universidadeseja um espao democrtico, no qual estejam representados os diversos grupos quecompem a sociedade, e em que haja prioridade para a reflexo a respeito da realidade e decomo transform-la.

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    Estrutura de poder da faculdade

    Mesmo com debates e formaes abertos e democrticos, a transformao dauniversidade no que desejamos tambm depende da democratizao das estruturas de

    poder, evitando que a universidade e seu corpo discente fiquem refns da vontade dealguns poucos que se valem de um conjunto de normas autoritrio e inadequado realidadede uma instituio de ensino superior.

    Esse ponto essencial por duas razes: legitimidade e eficincia. Uma universidadepblica mais legtima na medida em que gerida por sua comunidade acadmica, que deveser um mero reflexo poltico da sociedade. Alm disso, gestes democrticas so muito maiseficientes que gestes burocrticas, afinal, quanto mais pessoas pensando, melhores so osresultados. Cada membro da comunidade acadmica possui seu ponto de vista e seuacmulo prtico; no toa, historicamente, diretores que dialogaram ativamente com ocorpo de funcionrios fizeram a parte administrativa e poltica da faculdade sedesenvolverem muito melhor.

    Comunidade Acadmica

    A comunidade acadmica, composta pela alas docente, discente e dos funcionrios, quem gere a universidade no modelo que defendemos. Devemos entender a importncia decada uma de suas partes, em especial, da ala discente, que compomos. Esse setor centralna universidade, sendo o maior, o mais dinmico e o mais fluido. a ala discente que deverefletir a sociedade em sua mais larga medida, com todos seus conflitos sociais edivergncias polticas, representando cada segmento social existente em seu entorno. Fazercom que a Comunidade Acadmica seja reflexo da sociedade possibilita que a sociedadetome as rdeas da universidade. Se assim no for, a universidade pblica no legtima e elafalha em sua tarefa pblica. Por esse motivo o grupo defende a instaurao de cotas j.

    A incluso de setores da sociedade hoje excludos da comunidade acadmica, para almdo j exposto, faz com que a mdio prazo tenhamos tambm a sociedade como um todorepresentada no debate de polticas pblicas. Devemos tomar isso como uma de nossaspautas prioritrias e manter um intenso dilogo com os movimentos da sociedade civil queadvogam em favor da incluso social na universidade.

    A pluralidade de ideias e mtodos existentes na comunidade acadmica democratizar aproduo acadmica da universidade, orientando-a num sentido mais social. Isso depende, claro, da existncia da autonomia universitria e da democratizao das estruturas de poder.

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    Autonomia Universitria

    Qual a funo social da universidade pblica? Pode ainda essa instituo atender as

    demandas da sociedade?

    Tais questes produziram nas ltimas dcadas um espao extremamente frtil paradebates tericos em torno da universidade pblica. Sem dvidas, no nos propomos aesgot-los por aqui, mas sim trazer uma perspectiva em que acreditamos. A universidadepode cumprir sua funo social se refletir em sua composio terica e humana a sociedadeque a sustenta, devendo fornecer a cada estudante, no sentido mais amplo do termo, osmeios para materializar suas potencialidades acadmicas. Alm disso, deve havermecanismos institucionais para que a sociedade que sustenta a Universidade seja ouvida elevada em considerao de forma efetiva, tanto nas decises administrativas quanto naproduo de conhecimento.

    Um primeiro passo para isso fazer com que todas as potencialidades que existem emcada estudante possam se manifestar no meio acadmico. A universidade deve fornecermeios para que o estudante se forme de maneira autnoma. Por isso defendemos estmulosde toda sorte pesquisa livre, a mtodos participativos de ensino e a atividades de cultura eextenso. Tambm cremos ser fundamental o fim das estruturas que impedem a formaodos estudantes da maneira mais livre e autnoma possvel.

    Extenso

    A extenso chave para um projeto poltico que vise democratizao da universidade.

    A Universidade muito mais do que um servio prestado, muito mais do que umlugar em que se acumula conhecimentos tcnicos; a Universidade onde se produz ereproduz conhecimento e conhecimento poder. No que tange Faculdade de Direito, emespecial, esta questo se torna crtica.

    A Extenso permite que o conhecimento seja construdo em conjunto com a sociedade,levando em conta suas demandas e propostas. Dessa forma, a construo do Direito serealiza num sentido mais coletivo e social.

    A Extenso o canal de dilogo entre a sociedade e a Universidade. Por meio dela pode-se ter acesso aos problemas sociais de nosso tempo, afim de que isso oriente a produo de

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    conhecimento. Assim giramos a Universidade para a sociedade, e permitindo que e laemancipe ao invs de oprimir (afinal de contas, o movimento inverso a centralizao eelitizao do conhecimento/poder uma forma de opresso).

    Alm disso, a Extenso fundamental para a formao do estudante. Ela nos permiteconfrontar a teoria com o mundo concreto, abre nossos olhos para a realidade de fato, e nosajuda a construir uma formao mais humana e social, na medida em que construmo-lajunto com a sociedade.

    Nossa faculdade tem um grande potencial, basta ver os diversos grupos quefloresceram. Devemos buscar estimular e fortalecer as extenses. A recente greve nosmostrou que ainda h muito a ser debatido sobre a extenso em nossa faculdade. Nessesentido, cumpre disputar o conceito de extenso num sentido social e popular.

    Relao com o C.A O Papel da RD

    Em nosso entendimento, o Centro Acadmico XI de Agosto o espao central dedebate e participao estudantil na Faculdade de Direito, sendo a RD parte do CA, o que nosignifica compromisso com a orientao poltica da diretoria do centro, mas simcompromisso com o XI enquanto espao institucional do movimento estudantil franciscano.

    O C.A o espao de representao e mobilizao estudantil por excelncia, tendoimenso peso institucional, e por meio dele as e os estudantes podem empreender atuaespolticas significativas na sociedade.

    Contudo, em se tratando de representar os estudantes para dentro da FD, a RD oinstrumento pelo qual a comunidade discente participa. Por meio da RD, as e os estudantesinserem-se nas estruturas administrativas da faculdade, em seus diversos rgos ecolegiados, e ajudam a traar os rumos da Universidade.

    Nesse sentido, a atuao da RD eminentemente poltica, e, assim sendo, no podeestar dissociada da poltica geral da faculdade. Devemos lembrar que o nosso grupo sempre um meio para atingirmos fins que desejamos e jamais um fim em si mesmo, ou seja,a RD no existe para provar a importncia da RD e sua distino do CA, e sim para realizarum trabalho complementar e construtivo.

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    RD Colegiada

    Por fim, um dos pontos mais importantes: a nossa relao com os cargos de RD.

    Acreditamos ser o modelo colegiadoa melhor opo para a gesto da RepresentaoDiscente.

    Um modelo colegiado significa que no h hierarquia no grupo e todos os membros tmigual poder. Dessa forma, tem como consequncia prtica a inexistncia de cargos fixos.

    Dessa forma, no haver cargos na RD, como RD da congregao ou RD do DCV; ogrupo, em conjunto com as e os estudantes, discutir a pauta dos colegiados. No momentoem que tivermos que de fato exercer o papel de representantes discentes, em reunies ergos colegiados, qualquer membro da chapa poder comparecer.

    Essa medida nos remete a um grupo radicalmente horizontal. Sem cargos, sem acmulode informaes e nem de trabalho. Assim , ensejamos maior apropriao do debate por parteda comunidade discente, o que enriquece e fortalece politicamente a posio da RD.

    Tendo em vista que o grupo inteiro ser orientado numa mesma linha poltica,construda democraticamente em espaos abertos e participativos de formao, a posio aser levada pela RD fruto de um debate coletivo, e no da cabea de um indivduo queocupa um cargo.

    O modelo colegiado pode ser operacionalizado por meio da norma de suplncia livre[Estatuto da RD].

    Na hora que inscrevemos a chapa, precisamos distribuir cargos. Nessa hora fizemos umsimples sorteio, para que tenhamos formalmente uma chapa; porm, na prtica, essescargos so apenas formais, pois nos valeremos da suplncia livre.

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    O que fazer?

    A partir da definio de nosso ideais, apresentamos algumas ideias concretas e bsicas

    que propomos como meio de atuao.

    Criao e consolidao de espaos participativos

    Mais do que representantes, propomo-nos a ser fomentadores e partes nos debates sobrenossa faculdade. Para fazer valer essa ideia, precisamos de espaos participativos dediscusso. Nossa ideia criar e consolidar fruns e conselhos em que cada estudante possaopinar sobre o tema em questo e que possamos unir pessoas com indentidades em

    comum.

    O exemplo mximo de um mbito de participao direta o recente Frum de Extenso(FoDEx) da Faculdade de Direito. O frum tem sido um exemplo de espao de discusso eunio dos grupos de extenso da faculdade. Dessa maneira, afirmamos o compromisso como frum, trabalhando para sua consolidao e reconhecendo-o como o espao legtimo dediscusso e articulao de extensionistas de nossa faculdade.

    Formaes Abertas

    Jornal informativo e com opinies polticas

    A posio ocupada pela RD garante acesso a uma quantidade imensa de informao, quedeve ser compartilhada em seu grau mximo com os alunos.

    Eventos sobre ensino jurdico e grade-curricular do curso de Direito

    Levar o debate acerca dos concursos pblicos acadmicos com a criao de uma comissoindependente para a instituio do observadores na banca examinadora para a comunidadeacadmica e rgos colegiados.

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    Criar um Portal de Transparncia online, no qual todas as pautas, atas e deliberaes doscolegiados sejam divulgadas para os estudantes, alm de informaes importantes para o

    acompanhamento do que ocorre dentro da burocracia universitria franciscana. Dessemodo, o grupo ir responder s responsabilidades decorrentes da quantidade deinformaes adquiridas.

    Discutir com a comunidade acadmica a reforma do regimento eleitoral da RD e o doEstatuto do XI, na medida em que tais normas tocam em questes centrais da Faculdade eda USP, como as competncias atribudas a cada rgo, o sistema eleitoral e a as diferentesformas de representatividade dos estudantes.