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MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL E NEGÓCIO FLORESTAL
* Engº Ftal – Superintendente da Sociedade Brasileira de Silvicultura
Rubens Garlipp*
Paranavaí - PR20 de outubro de 2005
II WORKSHOP FLORESTAL
•Fundada em 1955
•Entidade do setor privado florestal
•Abrangência nacional
•Associados e Colaboradores-Empresas e Associações de classe-Universidades e Institutos de pesquisa-Produtores, Pesquisadores e Profissionais do setor
•Ações–Política e legislação florestal brasileira – adequação / aprimoramento–Publicação e divulgação de informações de interesse do setor–Participação em fóruns nacionais e internacionais
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SILVICULTURAwww.sbs.org.br
CONCEITO DE MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL
(Decreto 1.282): Entende-se por manejo florestal sustentável a administração da floresta de modo a se obter benefícios econômicos e sociais, respeitando-se mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo.
Portanto: “O Manejo Florestal envolve mais do que práticas de preparo do solo, espaçamento, adubação, tratos culturais, podas e corte. Inclui a sustentabilidade do recurso florestal, da diversidade biológica, dos recursos humanos e dos fatores abióticos que com ele têm relação.
SOCIALMEIO AMBIENTE
ECONÔMICO
MANEJO FLORESTAL
SUSTENTÁVEL
INTERESSES NO MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL
Bom Manejo Florestal
PRODUTORES FLORESTAIS E SILVICULTORES
- INDÚSTRIA E COMÉRCIO
- COMPRADORES E CONSUMIDORES
- MOVIMENTO AMBIENTALISTA
- MOVIMENTO SOCIAL
- GOVERNOS
- INVESTIDORES
Novos Atores
INDICADORES DO NEGÓCIO DE FLORESTAS PLANTADAS (TODOS OS SEGMENTOS – 2004)
4,1%Participação no PIB
5,5 milhões de hectaresÁrea Plantada
2,5 milhões (diretos e indiretos)Empregos
US$ 3,8 bilhõesImpostos
US$ 5,0 bilhõesSaldo Comercial
US$ 5,8 bilhõesExportações
US$ 17,5 bilhõesFaturamento
Potencial em 10 anos
11,0 milhões de hectaresÁrea Plantada
US$ 15 bilhõesExportações
Área = 5,5 milhões ha
Consumo = 125 milhões m³/ano
* Acácia, Araucária, Paricá, Teca, Populus e Seringueira
DETENTORES DE FLORESTAS PLANTADAS
FLORESTAS PLANTADAS GESTÃO
MS20%
CP31%
IO25%CV
24%Madeira Sólida
Celulose e Papel
Carvão Vegetal
Independentes + Outros
PARTICIPAÇÃO DAS FLORESTAS PLANTADAS - 2003
INDÚSTRIA FLORESTAL BRASILEIRA
30%70%6.3001.000 unidPORTAS
-50%
37%
-
35%
65%
-
-
27%NATIVA
ORIGEMPLANTADA
PRODUÇÃO(2003)UNIDADEPRODUTO
100%4501.000 m³OUTROS50%23.0001.000 m²PISOS
63%8001.000 m³PMVA (EGP, MOLDURAS)
100%3.3001.000 m³PAINÉIS RECONSTITUÍDOS (MDF, OSB, AGLOMERADO, CHAPA DURA)
65%2.7001.000 m³COMPENSADO
35%22.8001.000 m³SERRADO
100%7.9001.000 tPAPEL(INCLUI 3 MILHÕES DE RECICLADO)
100%9.0001.000 tCELULOSE
73%30.0001.000 m³CARVÃO VEGETAL
Nota: PMVA – Produto de Maior Valor Agregado.
NEGÓCIO FLORESTAL NO BRASILFlorestas Plantadas (Passado Recente e Futuro)
60
70
80
80 - 90
90
2000
2004
Industrialização da Madeira Plantada
Eventos Década
Mercado de Madeira & Subprodutos
Retorno Econômico das Florestas
Ciclos de Desenvolvimento
Retorno Econômico, Ambiental e Social das Florestas Plantadas
SustentávelEconômicoOperacional
Estratégia Política de Governo
Formação da Base Florestal
Colheita da Madeira Plantada
Formaçãoda Base
NegócioFlorestal
NegócioFlorestal
Sustentável
Fonte: Adhemar Villela Filho
EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS E DOS CONCEITOS
FLORESTAS PLANTADAS GESTÃO
Década 70 Formação da base florestal em larga escala Expertises em formação Unidade de planejamento = mapas, fazendas Foco da gestão: plantio Estrutura da gestão: operacional (Própria)
Década 80 Início da colheita Super oferta de madeira Projetos industriais “world class” Unidade de planejamento = fazendas, talhões Foco da gestão: corte e reforma
: custos e produtividade Estrutura da gestão: operacional, P & D, planejamento (Próprios)
EVOLUÇÃO DAS PRÁTICAS E DOS CONCEITOS
FLORESTAS PLANTADAS GESTÃO
Década 90 Unidades de negócio florestal / uso múltiplo da madeira Mecanização de colheita / clones Unidade de planejamento: microbacia, hortos Princípios de MFS Foco da gestão: abastecimento : custos, produtividade, qualidade Estrutura da gestão: operacional (Própria + Terceiros) : P & D e planejamento (Próprio)
Década atual Unidade de planejamento = empresa florestal Biotecnologia, biodiversidade, recursos hídricos Escassez de madeira x expansão x novos consumidores Foco da gestão: empresa : agregação de valores à atividade : competitividade, sustentabilidade econômica e sócioambiental Estrutura da gestão: operacional (Terceiros) : P & D e Planejamento (Próprios)
OS NOVOS MODELOS DA PROPRIEDADE DA TERRA E DAS FLORESTAS
Modelo vigente
Industria florestal controla terra e floresta.
Industria florestal arrenda terras e planta.
Industria florestal faz parceria.
Industria florestal fomenta produtor rural.
Modelo futuro
Evolução do modelo vigente.
Forma clusters na região.
Atrai investidores não institucionais(pessoas físicas, agricultores, etc).
Considera a hipótese que a base florestal de ser um passivo e não um ativo(custo de capital > retorno).
Considera que no futuro haverá equilíbrio entre oferta e demanda de madeira.Estrutura o mercado de madeira.
Atrai investidores institucionais(seguradoras e fundos de pensões).
Foco no corebusiness.
Conserva e controla recurso estratégico&
Reduz imobilização e custo de capital
Objetivo: assegura matéria prima com custo conhecido em mercado de escassez de madeira.
Objetivo: assegurar matéria primacom parte do custo conhecido em mercado de
equilíbrio de madeira.
Fonte: Adhemar Villela Filho
VOCAÇÃO FLORESTAL DO PARANÁ
• Tradição
• Sedia investimentos de grande e de médio porte
• Todos os usos de madeira
• Abriga centros de ensino e pesquisa (UFPR, Embrapa)
• Maior área plantada de pinus no Brasil
• 2º pólo de celulose e papel
• 3º pólo exportador de móveis
• Indústrias de madeira sólida, painéis e PMVA
• Clusters regionais (TB, Arapoti, etc)
• 8 empresas certificadas +/- 440 mil ha (Cerflor, FSC)
• 42 CoC de produtos florestais
• Florestas plantadas
: 3,6% território do estado
: 14% das plantações florestais do Brasil
PLANTIO PARA PRODUÇÃO DE MADEIRA
FLORESTAS PLANTADAS GESTÃO
MODALIDADE 1: Recursos Próprios em terras próprias ou arrendadas
MODALIDADE 2: Financiamentos de Projetos Industriais : BNDES : IFC : Outros
MODALIDADE 3: Fundos de Investimentos : Operadora do Fundo : Proprietária dos ativos : Gestora dos serviços e contratos
MODALIDADE 4: Programas Governamentais : Propflora : Pronaf Florestal : Fundos Constitucionais (FNO, FCO, FNE)
MODALIDADE 5: Parcerias
MODALIDADE 6: Fomento Empresarial
FLORESTAS PLANTADAS VANTAGENS COMPARATIVAS
Solos e clima favoráveis Disponibilidade de terras Disponibilidade de mão-de-obra Capacidade organizacional da iniciativa privada Conhecimento científico e tecnológico Idade de corte Produtividade
FLORESTAS PLANTADASEFICIÊNCIA
EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE FLORESTAL
13
25
40
50
0
10
20
30
40
50
60
70 80 90 00
Ano
m³/
ha/
ano
05
101520253035
Coníferas Folhosas
Suécia
Chile
Nova ZelândiaCanadá
EUA (sul)Portugal
África do Sul
Brasil
PRODUTIVIDADE MÉDIA COMPARATIVA (m3/ha/ano)
FLORESTAS PLANTADAS - SUSTENTABILIDADE
FLORESTAS CERTIFICADAS POR ESCALA – Brasil 2005
1003.573.4901.296.7622.276.738Total
0,13.437353.402Propr. Rural
0,929.00229.002---Comunitária
993.541.0611.267.7252.273.336Empresarial
(%)Total (ha)
Natural (ha)
Plantada (ha)Escala de Manejo
Fonte: SBS, Julho 05
FLORESTAS PLANTADAS - SUSTENTABILIDADE
ASPECTOS AMBIENTAIS
• Reduz a pressão sobre florestas nativas• Restauração de áreas degradadas• Conservação do solo• Estabelecimento adequado da malha viária
• Corredores ecológicos• Proteção à biodiversidade• Proteção de recursos hídricos
Mata Ciliar
ReflorestamentoProteção de encostas e
biodiversidade
FLORESTAS PLANTADAS - SUSTENTABILIDADE
• Uso racional de defensivos químicos / fertilizantes
• Prevenção e controle de incêndios florestais
- Remove CO2 da atmosfera (1,8 t CO2/t madeira seca)
- Libera O2 para atmosfera (1,3 t O2/t madeira seca)
- Retem e aumenta o estoque de carbono (20 kg CO2/árvore/ano)
• Seqüestro de Carbono
- Eucalyptus = 10 t/ha/ano - Pinus = 7 t/ha/ano
ASPECTOS AMBIENTAIS
FLORESTAS PLANTADAS - SUSTENTABILIDADE
ASPECTOS SOCIAIS • Geração de emprego e renda
- empregos diretos = 1.5 milhão : silvicultura = 600 mil : indústria = 900 mil• Educação e treinamento• Oportunidades para comunidades locais• Programas de educação ambiental• Programas de segurança e saúde• Estímulo a empreendedores locais• Inclusão social• Desenvolvimento de clusters• IDH
FLORESTAS PLANTADAS - SUSTENTABILIDADE
00 1.000.000 2.000.000 3.000.000 4.000.000 5.000.000 6.000.000 7.000.000 8.000.000 9.000.000
MilhoMilhoLaranjaLaranja
FumoFumoTêxteisTêxteis
CaféCaféCarne BovinaCarne Bovina
Carne de FrangoCarne de FrangoAçúcarAçúcarCouro Couro
Madeira/CeluloseMadeira/CeluloseSojaSoja
Fonte: Secex, 2004
OS DEZ PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO - Agronegócio Brasileiro ASPECTOS ECONÔMICOS
OPERAÇÕES FINANCIADAS PROPFLORA + PRONAF (2002 / Maio 2005)
( 4%)(4%)(5%)(PR / BR)2.930 (4%)475 (4%)2.455 (5%)Paraná
66.069 (100%)12.400 (19%)53.669 (81%)BrasilTotalPronafPropfloraAlocação
R$ 1.000
RENTABILIDADE COMPARADA DE PROJETOS FLORESTAIS
(*) Lenha + postes + toras-80-AnualPecuária
32%3.59150.28714Eucalipto (*) Uso Múltiplo
19%22%
21%
TIR
5667.92714Eucalipto lenha7685.3827Acácia
2.54555.99722Pinus
Receita Líquida Total Ha/ano
Ciclo(anos)
Atividade
Fonte: Floriano Isolan – Caixa RS / Fiergs, Março 2005
EVOLUÇÃO DE PREÇOS DE MADEIRA DE PINUS NO PERÍODO DE Ago/1997 a Ago/2005R
$ / s
t em
pé
-Cel / MDF
-Serraria fina
-Serraria média
-Serraria grossa
-Laminação
Fonte: Silviconsult, Boletim Toras, Jul / Ago 2005
Pólos Florestais: Paraná e Santa Catarina
EVOLUÇÃO COMPARADA DE PREÇOS DE MADEIRA DE PINUS NO PERÍODO DE Ago/1997 a Ago/2005
Fonte: Silviconsult, Boletim Toras, Jul / Ago 2005
EVOLUÇÃO DE PREÇOS DE MADEIRA DE EUCALIPTO NO PERÍODO DE Set / 2003 a Ago/2005
31,0024,6622,0016,8315,66Média SP30,0025,0025,0022,0020,00Campinas
-24,0016,0014,5014,00Marília32,0025,0025,0014,0013,00Bauru
Agosto / 05Março / 05Setembro / 04Março / 04Setembro / 03Região
R$ / st em pé
PREÇOS DE MADEIRA DE EUCALIPTO PARANÁ Out / 2005
• R$ 58,80 / t PF (madeira de processo)
• R$ 42,00 / t PF (lenha)
• R$ 126,60 / t Pátio (toras)
BALANÇO ENTRE OFERTA E DEMANDA DE MADEIRA INDUSTRIAL DE PINUS (1.000 m3)
Região Sul
-25000-22500-20000-17500-15000-12500-10000-7500-5000-2500
0
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015
Volu
me
(1.0
00 m
3)
-21.424-20.216-19.023-17.855-16.721-15.627-12.300Balanço
50.13247.80945.60643.51441.52939.64435.519Demanda
2.0821.6561.3181.048834664471Oferta Resíduo
26.62525.93625.26424.61023.97323.35222.747Oferta tora
Sul
-23.261-21.648-20.057-18.561-17.047-15.594-11.300Balanço
69.95666.57963.38360.35757.49154.77649.239Demanda
3.1112.4751.9691.5111.202956704Oferta Resíduo
43.58342.45441.35540.28439.24138.22537.235Oferta tora
Brasil
2015201320112009200720052003
ANOSESPÉCIEREGI
ÃO
-25.000
-20.000
-15.000
-10.000
-5.000
0
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
Brasil
BALANÇO ENTRE OFERTA E DEMANDA DE MADEIRA INDUSTRIAL DE EUCALIPTO (1.000 m3)
Região Sul
0500
1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.0004.500
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015
Volu
me (
1.000
m3)
Região Sudeste
-15.000-12.500-10.000
-7.500-5.000-2.500
02.5005.0007.500
2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015
Volu
me (1
.000 m
3)
Brasil
2.8033.0253.2233.4643.6673.8373.990Balanço
7.6437.1256.6456.125.6645.2434.846Demanda
117896746322212Oferta Resíduo
10.32910.0619.8019.5479.3009.0598.824Oferta tora
Sul
-13.912-10.203-6.812-3.375-2842.4729.517Balanço
118.042111.555105.47899.40793.79288.58879.165Demanda
375284215131916240Oferta Resíduo
103.753101.06798.45095.90093.41790.99888.641Oferta tora
Brasil
2015201320112009200720052003
ANOSESPÉCIEREGIÃO
-20.000
-15.000
-10.000
-5.000
0
5.000
10.000
15.000
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
BASE FLORESTAL: BRASIL É BENCHMARKING MUNDIAL
Composição dos custos para cultivo de florestas (US$ha)
Fonte: Jaakko Poyry, 2004
0 1000 2000 3000 4000
Indonésia
Brasil
Chile
Portugal
Terra Semeio e Plantio Manutenção (3 anos)
�nn�n�n
nn
DESAFIOS
• Novas fronteiras
• Integração com comunidades
• Paradigmas sobre as plantações florestais
• Capacitação técnica de produtores rurais
• Terceirização
• Exigências legais / burocráticas
• Arranjos produtivos locais
• Programa Nacional de Florestas (PNF)
• Mecanismos de financiamento existentes
• Evitar êxodo rural
• Mercado
• Vantagens comparativas e Tecnologia disponível
• Investimentos em curso
• Cadeia produtiva extensa e diversificada
• Recurso natural renovável
OPORTUNIDADES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Negócio Florestal, para se consolidar no conceito de desenvolvimento sustentável, necessita desenvolver e aprimorar a sua atuação sob novos paradigmas para ter legitimidade
Amplia a responsabilidade ambiental e social
Importante vetor de desenvolvimento sustentável
Demandas sócio-ambientais atuais exigem novo enfoque de modelo de produção
Estratégico para o setor e para a balança comercial dos produtos florestais brasileiros
Diferencial de mercado Competitividade