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MANEJO DE ORDENHA E QUALIDADE DO LEITE COMO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM AOS EDUCANDOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA Adriana Iasco Pereira da Silva 1 Marcos Augusto Moraes Arcoverde 2 Resumo: A idéia principal deste projeto seria associar as aulas teóricas e práticas da disciplina Produção Animal, para que os alunos do terceiro ano fizessem um acompanhamento e tivessem mais informações quanto á importância de um manejo adequado na ordenha dos animais produtores de leite, aproveitando assim o ambiente que a escola dispõe principalmente onde atua o técnico em agropecuária, facilitando a troca de experiências entre educandos, funcionários e comunidade escolar, tendo ainda como base a experiência de vida dos alunos, auxiliando-os a transformar a realidade em que vivem. Palavras-Chave: Manejo, Aulas Práticas, Leite. 1 Introdução A disciplina Produção Animal é contemplada em todas as séries do curso técnico em agropecuária, com grande ênfase em manejo dos animais e suas devidas particularidades, sendo que a terceira série do curso conta com duas aulas teóricas e uma prática por semana, a qual ocorre em grupos separados, caso a turma possua mais de 30 educandos, para que o professor possa garantir um melhor aprendizado aos educandos. Com o decorrer dos anos houve uma redução de aulas teóricas e práticas, bem como, suspensão de algumas disciplinas relacionadas á pecuária, nas quais as mesmas foram condensadas em apenas uma disciplina, Produção Animal, ou seja, apesar da redução de aulas houve um aumento de conteúdo, mas não necessariamente aumento da carga horária aos educandos, ocorrendo assim, um prejuízo nos setores dos animais devido acerto abandono e baixa frequência dos alunos aos setores. Cabe salientar que com esta redução de aulas os alunos estão sendo prejudicados quanto a sua formação nos conteúdos referentes á agropecuária. 1 Professora PDE. Graduada em Medicina Veterinária. Docente em Pecuária no Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena. 2 Professor, Orientador, Mestre, Docente da Universidade Estadual do Paraná, Campus de Foz do Iguaçu, PR.

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MANEJO DE ORDENHA E QUALIDADE DO LEITE COMO

PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM AOS EDUCANDOS

DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

Adriana Iasco Pereira da Silva1

Marcos Augusto Moraes Arcoverde2

Resumo: A idéia principal deste projeto seria associar as aulas teóricas e práticas da

disciplina Produção Animal, para que os alunos do terceiro ano fizessem um acompanhamento e tivessem mais informações quanto á importância de um manejo adequado na ordenha dos animais produtores de leite, aproveitando assim o ambiente que a escola dispõe principalmente onde atua o técnico em agropecuária, facilitando a troca de experiências entre educandos, funcionários e comunidade escolar, tendo ainda como base a experiência de vida dos alunos, auxiliando-os a transformar a realidade em que vivem. Palavras-Chave: Manejo, Aulas Práticas, Leite.

1 Introdução

A disciplina Produção Animal é contemplada em todas as séries do

curso técnico em agropecuária, com grande ênfase em manejo dos animais e

suas devidas particularidades, sendo que a terceira série do curso conta com

duas aulas teóricas e uma prática por semana, a qual ocorre em grupos

separados, caso a turma possua mais de 30 educandos, para que o professor

possa garantir um melhor aprendizado aos educandos.

Com o decorrer dos anos houve uma redução de aulas teóricas e

práticas, bem como, suspensão de algumas disciplinas relacionadas á

pecuária, nas quais as mesmas foram condensadas em apenas uma disciplina,

Produção Animal, ou seja, apesar da redução de aulas houve um aumento de

conteúdo, mas não necessariamente aumento da carga horária aos

educandos, ocorrendo assim, um prejuízo nos setores dos animais devido

acerto abandono e baixa frequência dos alunos aos setores. Cabe salientar

que com esta redução de aulas os alunos estão sendo prejudicados quanto a

sua formação nos conteúdos referentes á agropecuária.

1Professora PDE. Graduada em Medicina Veterinária. Docente em Pecuária no Centro

Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena. 2Professor, Orientador, Mestre, Docente da Universidade Estadual do Paraná, Campus de Foz

do Iguaçu, PR.

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No caso do terceiro ano, os conteúdos ministrados são referentes à

criação de animais de grande porte, ou seja, bovinocultura de leite,

bovinocultura de corte, equideocultura e bubalinocultura.

O projeto de implementação pedagógica buscou trabalhar conteúdos da

bovinocultura leiteira, a qual trata de todo o manejo para uma melhor produção

leiteira, bem como sanidade animal, nutrição e alimentação, importância da

atividade leiteira no Brasil,manejo no parto (nascimento da bezerra), manejo da

criação de bezerras e novilhas, alimentação e nutrição nas diferentes fases do

animal, manejo de vacas em produção, manejo de vacas secas, manejo de

ordenha (preparação para a ordenha, seqüência da ordenha, mastite,

instalações da sala de ordenha, tipos de ordenhadeiras, qualidade do leite).

Observa-se uma grande dificuldade em associar as aulas práticas e

teóricas referentes ao conteúdo da disciplina Produção Animal do terceiro ano

integrado á prática do dia a dia, mais especificamente, relacionado ao manejo

correto de ordenha e uma melhor qualidade do leite, pois a ordenha é feita nas

primeiras horas da manhã e no final da tarde, quando os alunos não estão em

aula, e, desta maneira, não acompanham a ordenha dos animais.

Neste contexto, o projeto de implementação pedagógica - PDE/2013 foi

desenvolvido a fim de proporcionar aos educandos do Centro Estadual de

Educação Profissional Manoel Moreira Pena, da turma do terceiro ano

integrado do curso técnico em agropecuária um conhecimento mais amplo das

fases de ordenha e sua importância e reflexo na qualidade do leite, através da

associação de aulas práticas e teóricas na disciplina Produção Animal, de visita

técnica e da promoção de um dia de campo nas instalações do próprio colégio.

Ao refletir sobre a prática docente é necessário considerar que “mudar é

difícil, mas é possível, que vamos programar nossa ação político – pedagógica,

não importa se o projeto com nos comprometemos [...], se de ação sanitária, se

de evangelização, se de formação de mão de obra técnica” (FREIRE, 2002, p.

88).

Assim, mediante o exposto, o objetivo deste artigo é mostrar que as

aulas práticas e teóricas são fundamentais e que devemos buscar novas

formas de relacionamento entre estas duas dimensões da realidade.

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2 Fundamentação Teórica

A bovinocultura leiteira representa grande importância para as pequenas

propriedades rurais e para a sociedade como um todo, contudo é necessário o

aprimoramento, manejo sanitário e desenvolvimento de novas tecnologias que

permitam assim uma maior lucratividade por parte dos trabalhadores

envolvidos no setor pecuário.

O que nos mostra Rosa (2009) em dizer:

Os conhecimentos sobre o comportamento das vacas leiteiras e sobre as técnicas corretas para a realização da ordenha são pontos chaves para a implantação de boas práticas de manejo na ordenha e para a obtenção de leite com alta qualidade (ROSA, 2009, p. 09).

Portanto, é de fundamental importância que as condições higiênicas e

técnicas corretas no local de ordenha sejam exemplares, a fim de se evitar

possíveis complicações tais como mastite, o resultado deste manejo adequado

irá ser um leite com alto teor protéico e livre de bactérias patogênicas. De

acordo com Corrêa & Corrêa (1992) a incidência de mastite:

[...] é variável de acordo com o tipo de criação, higiene, fatores predisponentes como: a grande produção leiteira aliada a rações ricas em proteínas, traumas mamários ( pastos sujos, maus tratos, cabeçadas de bezerros lactentes), o tipo e o método de ordenha (1992, p. 118).

Corrêa & Corrêa (1992) ainda mencionam que:

Microrganismos preexistentes na mama e potencialmente patogênicos, ou que são veiculados para a mama a partir do ambiente, ou por ordenhador, ou por teteira contaminada, podem passar a multiplicar-se muito ativamente ou aproveitar baixa resistência local (1992, p. 119).

Desta forma, podemos verificar que é de fundamental importância

associar aos educandos uma nova visão de seus estudos e aprofundar seus

conhecimentos para que se tornem sujeitos participativos e que resolvam e

busquem soluções para situações novas e inesperadas, para tanto, é

necessário que o professor tenha competência e técnicas de ensino a fim de

atingir assim, um ensino aprendizagem de qualidade. O que se percebe é que

o processo de ensino aprendizagem é complexo, o qual traz muitos desafios a

ser vencidos e superados, assim, o trabalho do educador, deve, a partir de

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metodologias diversificadas, estimular o raciocínio, a experimentação e a

solução de problemas. Essa ideia é confirmada por Vasconcellos (1995, p. 35)

quando diz que “o trabalho principal do professor não é fazer os alunos se

debruçarem sobre os livros didáticos, mas sim debruçarem-se sobre a

realidade, tentando entendê-la.”

Oportunizar apenas informação aos educandos acrescenta muito pouco

à preparação intelectual, assim, devemos envolvê-los e proporcionar-lhes o

desenvolvimento de habilidades pessoais e interpessoais, a criatividade e as

novas tecnologias existentes, diante disso confirma Vasconcellos, (1995, p. 45)

que “cabe ao educador não apenas apresentar os elementos a serem

conhecidos, mas despertar, como freqüentemente é necessário, e acompanhar

o interesse dos educandos pelo conhecimento”.

Já o educando deve ser um ser ativo, capaz de construir novos

conhecimentos, elaborando novos desafios através de hipóteses, construindo

assim seu modo de agir e pensar, enfim, ter uma nova visão de mundo. A

construção de novos conhecimentos deve acontecer a partir dos

conhecimentos trazidos pelos educandos, o que ocorre geralmente no setor da

pecuária, em que os mesmos trazem já internalizados estes prévios

conhecimentos das relações que estabeleceram com o meio onde vivem,sendo

assim, devemos aceitar e respeitar o conhecimento acumulado dos mesmos e

auxiliá-los e contribuir para o desenvolvimento total da pessoa.

Assim, o educador deve estimular o aprendizado nos educandos sendo

que o domínio de conteúdo é um fator importante e necessário para o

professor, porém não deve deixar de lado as questões relacionadas á didática

e as condições metodológicas.

Muitas vezes precisamos saber mais o “como acontece” para

aperfeiçoar o “como fazer”, pois segundo Paulo Freire o importante é aprender

a pensar - pensar a realidade, e o sujeito que aprende - aprende por meio de

sua experiência, pois o homem, na sua relação com a natureza, sempre foi

estimulado e desafiado em sua curiosidade, e é claro também por necessidade,

a buscar, portanto, respostas e soluções. Bordenave & Pereira (1984) deixam

como exemplo os alunos de ciências agrárias, que trabalham com plantas,

animais e se familiarizam com as práticas e problemas reais da agricultura e da

vida rural, esses alunos vão adquirindo formas e soluções de resolver

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problemas e se aprofundar em uma determinada especialidade.

E ainda para exemplificar, Bordenave & Pereira (1984, p. 229)

mencionam que:

A prática de campo no ensino agrícola é essencial, porque situa o aluno diretamente em contato com a realidade e ensina-o a conhecer e resolver os múltiplos e variados problemas que se apresentam nos trabalhos diariamente de campo.[...] O ensino tem que ser objetivo e o aluno deve aprender diretamente no campo, praticando ele próprio, de preferência.

Desta forma, devemos considerar que:

Sejam quais forem os objetivos estabelecidos, o próximo passo será definir o caminho ou estratégia a seguir para facilitar a passagem dos alunos da situação em que se encontram até alcançarem os objetivos fixados, tanto os de natureza técnico profissional, como os de desenvolvimento individual, como pessoa humana e como agente transformador de sua sociedade (BORDENAVE & PEREIRA, 1984, p. 83).

3 Metodologia

O projeto foi realizado no Centro Estadual de Educação Profissional

Manoel Moreira Pena sendo aplicado na disciplina Produção Animal, em aulas

teóricas e práticas, no primeiro trimestre, em que foi usado diversas estratégias

de ensino aprendizagem para que ocorresse o resultado esperado.

O projeto foi apresentado para a comunidade escolar a fim de haver uma

maior participação de professores e funcionários, durante a Semana

Pedagógica no início do ano letivo de 2014, e em seguida no período de início

das aulas aos alunos do terceiro ano do ensino profissional, com os quais

foram levantados diversos problemas mediante discussão e análise da

ordenha, objeto de trabalho durante o trimestre.

O projeto constou de 3 unidades á serem realizadas juntamente com os

alunos, os quais deveriam replicar essas atividades com a comunidade em

geral. Vale ressaltar que o projeto foi desenvolvido com aulas expositivas

teóricas e aulas práticas da disciplina “Produção Animal”.

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3.1 UNIDADE 1 - Teste de mastite em todas as vacas em lactação

Esta unidade mostrou aos alunos como a mastite pode causar grandes

prejuízos na atividade leiteira, os educando puderam observar a mastite quanto

ao diagnostico, ou seja, mastite clínica e subclínica, onde é fundamental

identificá-las para o controle da mastite a fim de se fazer um melhor tratamento.

Após a aula teórica sobre o conteúdo, ou seja, a mastite e sua

importância, os alunos foram para o setor de bovinocultura para que pudessem

associar a teoria e a prática de forma na mesma ação.

A turma foi dividida em dois grupos de 16 alunos cada grupo, esses

alunos foram divididos em 4 grupos, sendo que para cada grupo foi

disponibilizado uma vaca em lactação, para que fizessem o processo do teste

de mastite. Os testes realizados foram o da Caneca de Fundo Preto e o Teste

de Mastite CMT (Califórnia Mastite Teste), com o objetivo de diagnosticar as

vacas com mastite clínica e subclínica.

Após as vacas entrarem na sala de ordenha, começam a serem

preparadas para a ordenha. Neste momento, é feito o pré-dipping, ou seja, são

lavados os tetos mais sujos e secados com papel toalha, passando em seguida

uma solução diluída com hipoclorito.

Antes de iniciar a ordenha propriamente dita, é descartado os 3

primeiros jatos de leite de cada teto, em seguida se faz o teste da Caneca de

Fundo Preto, ejetando o leite na caneca que deve ser movimentada á procura

de grumos de leite (o leite mas títico), mesmo que pequenos. Caso apresente

grumos, a vaca é diagnosticada com mastite clínica.

Em seguida, se realizou o teste CMT( Califórnia Mastite Teste), o qual é

o teste mais eficiente para se verificar a presença de mastite subclínica.

Para realizar esse teste deve-se:

Desprezar os três primeiros jatos de cada teto.

Colocar, em cada divisão da raquete (instrumento específico para o teste), o

leite de cada teto até a primeira marca, equivalente a 2 ml de leite;

Colocar o reagente até a segunda marca, equivalente a 2 ml e mexa a placa

de um lado para outro em movimentos circulares para misturar bem o leite e a

De acordo com o resultado pode se notar que diversos animais

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apresentaram quadro de mastite clínica e subclínica, o que auxiliou no

tratamentos dos animais de forma mais adequada.

A seguir, o quadro 1 exemplifica os resultados obtido em um aula teórico

prática.

TABELA 1 - Resultados obtidos em aula teórico-prática conforme a o animal.

VACA

CANECO FUNDO ESCURO

CMT

A Negativo Positivo +/teto anterior

esquerdo;

B Negativo Negativo todos os tetos;

C Negativo Positivo ++/teto anterior

direito e esquerdo;

D Negativo Negativo todos os tetos;

E Positivo Positivo +/ teto posterior

direito;

F Positivo Positivo +/ teto anterior

esquerdo;

G Positivo Positivo +++/ todos os tetos;

H Negativo Negativo todos os tetos;

FONTE: Adriana Iasco Pereira da Silva, 2014

Após os resultados dos exames, foi feito uma discussão juntamente com

os alunos dos grupos. Nesse momento cada grupo apresentou os dados de

seu animal, tais como idade, número de parições, data do último parto,

histórico de mastites passadas, além do resultado dos testes realizados. Na

seqüência, eles responderam os seguintes questionamentos: Como podemos

evitar essas mastites? Qual o tratamento mais indicado para cada animal? A

ordem dos animais com mastite está sendo respeitada, a fim de se evitar

contaminação de outros animais?

Os alunos discutiram para encontrar as respostas e chegaram a

conclusão de que o ambiente onde os animais vivem é predisponente a

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mastite, devido ao excesso de exterco próximo aos cochos e a falta de

cuidados higiênicos com o ordenhador e sala de ordenha, sendo esses os

fatores de grande contribuição para os casos da doença.

Um ponto negativo a ser considerado nesta unidade foi a quantidade de

alunos, pois, onde há um grande número de alunos há também conversas

paralelas, e como se sabe as vacas necessitam de muita tranqüilidade no

momento da ordenha para que haja a liberação do leite, o ideal é que houvesse

menos alunos por grupo.

3.2 UNIDADE 2 - Visita Técnica a Star Milk - Céu Azul, PR.

Esta visita teve como propósito mostrar aos alunos que se preparam

para o mercado do trabalho o ambiente real de uma leiteria, bem como seu

funcionamento e suas práticas cotidianas.

A visita técnica foi realizada na propriedade Star Milk, uma empresa

altamente produtora de leite, que visa à tecnologia aliada ao bem estar dos

animais. Esta atividade ocorreu ainda no primeiro trimestre do ano letivo, e teve

duração de 8 horas.

Os educandos puderam visualizar na prática a teoria aprendida em sala

de aula sobre os seguintes conteúdos: manejo de ordenha e qualidade do leite,

cuidados com os animais, manejo sanitário, profilaxia, e genética avançada.

Atividades que puderam ser observadas durante a visita foram:

Foi possível observar que os educandos constataram que com a visita

na empresa Star Milk agregou-lhes mais valores, tanto pessoais como

profissional, e voltaram muito motivados para o exercício da futura profissão de

técnico em agropecuária.

A visita técnica transcorreu muito bem, dentro de todas as expectativas

programadas. Após a visita, já em sala de aula, houve um debate sobre as

novas tecnologias e uma comparação com a nossa escola. Nesta atividade não

houve pontos negativos observados.

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3.3 UNIDADES 3 - “Dia de Campo - Manejo de Ordenha e Qualidade do Leite"

O dia de campo foi planejado juntamente com os educandos do terceiro

ano, onde ideia neste momento seria unir a teoria á prática, e a prática

realimentar a teoria.

A turma destinada ao Dia de Campo foi o terceiro ano B, do ensino

técnico em Agropecuária, seguindo os seguintes passos:

1. Reunião de toda a turma do terceiro ano do curso técnico para decidir sobre

a realização do dia de campo bem como o local;

2. Seleção de métodos ou meios de comunicação em extensão rural para

reforçar o convite do dia de campo, tais como: reunião com informação, reunião

com demonstração, unidade de demonstração, carta circular ou convite

programa, folder, folheto, cartaz e outros;

3. Verificar a quantidade de pessoas á visitar o Dia de Campo, a fim de

estruturar o local, palestrantes, guias, crachás e outros.

Os temas desenvolvidos pelos alunos foram:

Tema 1: “Cuidados higiênicos na sala de ordenha”.

Tema 2: “Mastite seus cuidados e prevenção”.

Tema 3: “Processo de funcionamento e limpeza da Ordenhadeira”.

Tema 4: “Características Externas de uma boa vaca leiteira”.

Tema 5:“Manejo Sanitário e Profilático em Bovinos de Leite”.

Tema 6: “Cuidados com Bezerros recém Nascidos”.

Tema 7: “Manejo Nutricional em Vacas Lactantes”.

Os grupos foram distribuídos pelo setor da bovinocultura, como a própria

sala de ordenha, bezerreiro, sala de ração e tronco de contenção animal, os

grupos continham em média 6 alunos, onde todos deveriam participar e

interagir com os participantes.

Foi ainda criado um grupo de 05 alunos para auxiliar na organização do

evento, onde os mesmos deveriam promover a propaganda do Dia de Campo,

através da confecção e fixação de cartazes e folders nas escolas, secretaria da

agricultura, cooperativas, rádios, confecção e entrega dos certificados aos

participantes, armação de barracas, recepção das participantes, etc.

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A realização do evento foi á partir das 10h00min da manhã, onde os

participantes do colégio começaram a chegar juntamente com seu professor

orientador e foram divididos pelo grupo da organização em grupos de 10 á 15

alunos e encaminhados às estações que estavam identificadas com o titulo do

assunto a ser explanado.

Após a apresentação do Dia de Campo, os participantes preencheram

um questionário com algumas perguntas, e receberam o certificado de

participação do evento, as perguntas eram:

A apresentação do tema proposto foi clara e objetiva?

Suas dúvidas foram sanadas?

O local estava apropriado?

O evento estava organizado?

Ao final do evento toda a turma foi reunida, para que houvesse uma

interação entre as dificuldades durante o processo, bem como a vistoria do

questionário realizado, sendo que a maioria dos participantes elogiaram muito

o evento, desde sua organização e o preparo dos educandos, deixando desta

forma os alunos muito motivados quanto ao Dia de Campo.

4 Considerações Finais

O projeto PDE foi de grande importância para os educandos quanto para

a escola em si. Pois houve um grande envolvimento de todos, as instalações

foram melhoradas, bem como o manejo dos animais, desde sua alimentação

até o manejo sanitário, devido á uma organização maior por parte dos alunos e

ao maior número de aulas práticas no setor em fora do horário convencional

das aulas e da cobrança por parte dos educandos á escola para que

adquirissem medicamentos, reformassem a sala de ordenha, adquirissem

material de limpeza adequado, etc.

Muitas foram as vantagens e desvantagens do projeto, mas enfim ,

todos de grande valia.

Dessa forma, consideram-se a seguir as vantagens atribuídas ao

desenvolvimento do projeto:

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Maior comprometimento por parte dos alunos para com a escola;

Melhora das instalações na bovinocultura promovida pela escola;

Participação da comunidade em geral e funcionários e pais dos

educandos que compareceram no evento do Dia de Campo;

Integração de diversas disciplinas, principalmente a disciplina de

Extensão Rural, onde a professora contribuiu com a elaboração de

faixas e folders juntamente com os mesmos além de prepará-los para a

apresentação;

Controle dos animais de forma mais periódica e constante auxiliando no

controle e tratamento da mastite e outras patologias;

Houve uma interação maior dos educandos quanto a experiência de vida

dos mesmos;

De igual forma, ao longo do processo, tivemos as seguintes desvantagens:

Poucas aulas teóricas e práticas para desenvolver o projeto e realizar o

desenvolvimento da ementa destinada ao terceiro ano, pois faltou tempo

para aplicar os conteúdos sobre bubalinocultura e equideocultura,

deixando assim a turma atrasada referente ao conteúdo.

Excesso de alunos nas aulas práticas, principalmente durante a ordenha

das vacas, onde as mesmas necessitam de um ambiente tranqüilo e

silencioso para que haja a ejeção do leite, o que por vezes não

aconteceu devido às conversas paralelas dos educandos no local.

Reclamação, por parte de funcionários, devido ao barulho na sala de

ordenha, movimento no setor da bovinocultura para a organização do

evento e devido às aulas fora do horário.

Portanto o Projeto PDE-2013 - "MANEJO DE ORDENHA E QUALIDADE

DO LEITE COMO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM AOS

EDUCANDOS DO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA", foi fundamental

para a escola, alunos, funcionários, professores e para confirmar que as aulas

práticas e teóricas são fundamentais e interagem entre si, reforçando ainda que

o número de aulas não é suficiente para desenvolver o trabalho docente, tendo

em vista a ementa e formação técnica necessária para o futuro profissional. Foi

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possível perceber que o número de aulas práticas não é suficiente para o

desenvolvimento da disciplina Produção Animal.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BORDENAVE. J. D.; PEREIRA. A. M. Estratégias de Ensino Aprendizagem. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1984. CORRÊA, W. M; CORRÊA, C. N. Enfermidades Infecciosas dos Mamíferos Domésticos. 2º ed. São Paulo: Medsi, 1992. FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002. ROSA, M. S. Boas Práticas de Manejo: Ordenha. Jaboticabal: Funep, 2009. VASCONCELLOS, C. S. Construção do Conhecimento em Sala de Aula. Cadernos Pedagógicos do Libertad 2. 3ed. São Paulo: Libertad, 1995.

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5 ANEXOS

ANEXO 1 - Dia de Campo: Manejo de Ordenha e Qualidade do Leite

FONTE: Arquivo do projeto, 2014

Demonstra a atividade realizada na escola conforme a Unidade 3 do projeto.

Trata-se de exposição realizada pelos educandos do 3° ano do curso Técnico

em Agropecuária.

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ANEXO 2 - Dia de Campo, Manejo de Ordenha e Qualidade do Leite

FONTE: Arquivos do projeto, 2014

Demonstração da atividade “Características Externas de uma boa vaca leiteira”

no Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena. Atividade

desenvolvida no Dia do Campo.

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ANEXO 3 - Dia de Campo, Manejo de Ordenha e Qualidade do Leite

FONTE: Arquivos do projeto, 2014.

Estudantes de outra instituição (uniforme verde) visitando a exposição Dia do

Campo. Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena.