manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

17

Upload: editora-barauna-se-ltda

Post on 23-Jul-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Em 01 de setembro de 2013 dois jovens foram vítimas de um acidente de trânsito onde se feriram gravemente e fraturaram diversos ossos. Eles sobreviveram, e essa história é contada por um deles, o garoto Braian. Após meses de tratamento pelo SUS, recuperação, cirurgias, mudanças externas e internas, tudo o que ele passou e sentiu foi transformado neste livro.

TRANSCRIPT

Page 1: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 2: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 3: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 4: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 5: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 6: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Braian Thomas

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Patrícia de Almeida MurariIlustração Braian Thomas

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________

T38m

Thomas, Braian Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens / Braian Thomas. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2014.

ISBN 978-85-437-0278-0

1. Técnicas de autoajuda. I. Título.

14-18517 CDD: 158.1 CDU: 159.947

________________________________________________________________09/12/2014 09/12/2014

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

Page 7: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

Em 01 de Setembro de 2013 um acidente de trânsito gravíssimo quase tirou a vida de dois jovens na flor da idade, Braian Thomas, com 16 anos e Marina Santos, com 20 anos. O menino Braian correu risco de morte e a menina Marina escapou de ter uma de suas pernas amputada. Com inúme-ras fraturas ambos foram tratados pelo SUS e após oito meses Braian, um sobrevivente, conta todos os detalhes de um pa-ciente em risco, como se recuperou, as dificuldades que en-frentou, o que aprendeu, o que perdeu e ganhou. Acidentes de trânsito, Sistema público de saúde, lições de superação e muito mais, por um ponto de vista jovem.

Page 8: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 9: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

AgrAdecimentos

Agradeço a todos que estiveram presentes durante esta jornada e a todos que ajudaram a tornar este livro real, mas devo um agradecimento especial à Sebastiana, que ajudou e acelerou todos os processos no hospital; a minha tia Áurea, sem ela não teria feito a fisioterapia no prazo determinado; a Rodnei, que passou noites no hospital a me fazer companhia; a Júnior, que ajudou e apoiou minha mãe; a Allan, que foi um grande amigo; à Mércia, que cuidou de mim com seus dotes de enfermagem; a toda a equipe escolar, que me ajudou a não perder o ano letivo; a Igor, meu fisioterapeuta, sem ele minha perna estaria dobrada até hoje; e acima de todos esses, agradeço a pessoa que esteve e sempre vai estar ao meu lado, Genalva Maria, minha mãe.

Page 10: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

8

Braian Thomas

Page 11: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

Sumário

Primeiro de Setembro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

O início de uma longa recuperação . . . . . . . . . . . . . 19

Mudança de ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

Reavaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

A dor e o que ela pode te ensinar . . . . . . . . . . . . . . . 43

Chave de boca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

Cadeira de rodas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

Agradecimento e reconhecimento . . . . . . . . . . . . . . 67

Ambulatório de Retorno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

Primeiro passo para a liberdade . . . . . . . . . . . . . . . . 83

Um novo ano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

Marina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

Pés ao chão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105

Eu estou vivo! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .111

Epílogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .119

Notas escritas enquanto enfermo.

Page 12: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 13: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 14: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens
Page 15: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

13

Manchado

Capítulo 1 — Primeiro de SetembroSetembro

Aracaju - SE, 01 de setembro de 2013. Era uma noite de sábado quando tudo aconteceu, o sétimo dia, algumas dizem que é o dia no qual se deve guardar para descanso. Talvez seja, mas eu estava com meus amigos, aproveitan-do um simples fim de semana adolescente. Estávamos na orla da cidade e já passava da meia-noite. Ouvíamos músicas e conversávamos, até que decidimos ir de volta para casa. Eu voltaria de moto com Marina — uma das amigas que tem idade suficiente para dirigir — do mes-mo jeito que havia ido, porém diferentemente da ida, na nossa volta algo aconteceu. Um motorista supostamen-te embriagado nos acertou em uma ultrapassagem, e foi neste momento que verdadeiramente começou essa his-tória, em segundos estávamos ao chão.

Não posso dizer “lembro-me de uma luz vindo em minha direção e então acordei no hospital”, não, a vida às vezes não é tão cinematográfica. Eu só me recordo de que estávamos voltando para casa, eu na garupa de uma moto dirigida por Marina, e ao lado em outra moto, Phillipy dirigia com Yanne em sua garupa, ambos meus amigos. Eu acenei para Yanne e gritei alguma coisa, nós rimos por dentro do capacete. Minhas lembranças acabam aqui.

No momento do acidente meu corpo foi arre-messado para bem longe da moto, caindo em meio a plantas e areia, fora da pista, o que fez com que eu me ferisse menos que Marina, que caiu no asfalto. Quando a ambulância chegou foi difícil me encontrar, e quan-do o fizeram lá estava eu, dentre as folhas, desmaiado

Page 16: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

14

Braian Thomas

e bastante ferido. Colocaram a mim na ambulância e pediram que Yanne me acompanhasse até o hospital. Embora inconsciente, eu gritava muitas cosias aleató-rias, números e palavras sem nexo algum, o que fazia com que Yanne ficasse ainda mais desesperada mesmo tentando dizer para mim e para si mesma que estava calma. Marina foi com Phillipy em outra ambulância, ela também se encontrava muito ferida e em péssimo estado, desagradável a se ver, mas no momento ela não se deu conta disso. A essa altura o dono do carro que havia nos atropelado estava longe, saindo do local sem prestar socorro, e optando por não fazer o teste do ba-fômetro, seu carro, sem placa, era um modelo de luxo recém-comprado. Ele é rico, e vocês sabem, as portas se abrem mais facilmente quando você tem dinheiro.

Ao chegar ao HUSE (Hospital de Urgência de Sergipe) minha entrada foi feita com os dados que tinham em mãos, ainda que eu estivesse com a carteira de identidade no bolso naquele momento fizeram minha ficha completamente erra-da, nela eu me chamava Bairon Thompson, e não constava o nome da minha mãe ou pai, colocaram como responsável meu amigo Phillipy, que dirigia a outra moto. Como vivemos em um mundo consagrado pela facilidade da internet e suas redes sociais, uma vez que eu sofri um acidente, este já esta-va sendo noticiado em todas as redes sociais. Os fotógrafos amadores com suas câmeras de celular já forneciam imagens para a publicação na internet (a maioria destas foi removida após de pedidos de responsáveis por mim e Marina) e como num estalo de dedos todos já sabiam do meu estado. Durante a manhã a notícia já havia chegado à minha mãe, que deses-perada, foi até o hospital, levada por um amigo, Allan, que

Page 17: Manchado: uma história real de como um acidente de trânsito mudou a vida de dois jovens

15

Manchado

chegava à minha casa para dar a notícia assim que ela acabara de receber a mesma de uma vizinha.

Chegando ao hospital e tendo alguns problemas para me encontrar em meio a tantos documentos errados, con-seguiram me localizar. Eu estava sedado (respirando por tubos), passando pelas três cirurgias pelas quais fui subme-tido assim que cheguei durante a madrugada. É possível imaginar a aflição de uma mãe diante de tal situação, e como se as coisas já não estivessem ruins o suficiente, um médico chegou para dizer que talvez eu não sobrevives-se às cirurgias, pois havia perdido muito sangue e estava muito fraco. A julgar pelo meu tamanho e condição física não aparentava que eu fosse mesmo resistir, e então sugeriu que minha mãe fosse para casa, pois já não havia esperança. Com certeza este foi o ponto crítico para o estado emocio-nal dela, que passou o dia chorando, e não só um.

Enquanto eu e Marina passávamos por cirurgias, ambos precisavam ser operados com urgência, já se es-peculava muito, no dia seguinte a notícia já estava em todos os jornais, e diversas vezes algo foi noticiado erra-do, desde nomes até ferimentos. Alguns jornais diziam que eu havia morrido, outros diziam que ambos mor-reram, e alguns diziam que amputamos a perna, isso se deu, pois não demos entrevista a emissora alguma, então é natural que as informações fossem divulgadas de forma errônea e não oficial.

Enquanto eu fiquei inconsciente desde o momento do acidente, não acontecia o mesmo com Marina. Ela es-teve acordada durante todo o tempo, obviamente que não durante as cirurgias, mas todo o resto do tempo ela estava consciente e pôde se lembrar de tudo. Uma das coisas que a