maçaranduba

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Maçaranduba Nome científico: Manilkara spp., Sapotaceae. Observação: a Madeira de maçaranduba pertence ao grupo de espécies do gênero Manilkara que produzem Madeiras pesadas, duras, de coloração castanho-avermelhada. Dentre essas espécies, pode-se mencionar Manilkara amazonica (Huber) Chevalier (sinônimo M. bidentata subsp. surinamensis (Miq.) Penning.; M. cavalcantei Pires & Barb. Rodr. ex Penning.; M. huberi (Ducke) Chevalier; M. inundata (Ducke) Ducke. Essas Madeiras recebem nomes vulgares típicos em suas regiões de ocorrência, como aparaiú, marapajuba-da-várzea, maçaranduba, marapajuba, maçaranduba-de-leite e maçarandubinha, na Amazônia; maçaranduba e paraju, no sul da Bahia até as regiões Sul e Sudeste. Como essas Madeiras são semelhantes nas suas características e têm o mesmo valor no comércio, nesta ficha são tratadas em conjunto, sendo mencionada a espécie, quando pertinente. Outros nomes populares: aparaiú, balata-verdadeira, maçaranduba-de-leite, maçaranduba- verdadeira, maçarandubinha, maparajuba, marapajuba-da-várzea, paraju. Nomes internacionais: balata, bullet wood, maçaranduba (ATIBT,1982 ), massaranduba (BSI,1991 ), sapodilla. Ocorrência: • Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina. • Outros países: América Central, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname. Face Tangencial Face Radial Fotomacrografia (10x) CARACTERÍSTICAS GERAIS Características sensoriais: cerne e alburno distintos pela cor, cerne vermelho-claro tornando-se vermelho-escuro com o tempo; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta; dura ao corte; grã direita; textura fina. Descrição anatômica macroscópica: • Parênquima axial: visível apenas sob lente, em linhas numerosas, às vezes interrompidas. • Raios: visíveis apenas sob lente no topo, na face tangencial é invisível mesmo sob lente; poucos a numerosos. • Vasos: visíveis apenas sob lente, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; em arranjo radial; solitários, múltiplos; obstruídos por tilos. • Camadas de crescimento: distintas, individualizadas por zonas fibrosas tangenciais

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Page 1: Maçaranduba

Maçaranduba

Nome científico: Manilkara spp., Sapotaceae.

Observação: a Madeira de maçaranduba pertence ao grupo de espécies do gênero Manilkara que produzem Madeiras pesadas, duras, de coloração castanho-avermelhada. Dentre essas

espécies, pode-se mencionar Manilkara amazonica (Huber) Chevalier (sinônimo M. bidentata subsp. surinamensis (Miq.) Penning.; M. cavalcantei Pires & Barb. Rodr. ex Penning.; M. huberi (Ducke) Chevalier; M. inundata (Ducke) Ducke. Essas Madeiras recebem nomes vulgares típicos em suas regiões de ocorrência, como aparaiú, marapajuba-da-várzea, maçaranduba, marapajuba, maçaranduba-de-leite e maçarandubinha, na Amazônia;

maçaranduba e paraju, no sul da Bahia até as regiões Sul e Sudeste. Como essas Madeiras são semelhantes nas suas características e têm o mesmo valor no comércio, nesta ficha são

tratadas em conjunto, sendo mencionada a espécie, quando pertinente.

Outros nomes populares: aparaiú, balata-verdadeira, maçaranduba-de-leite, maçaranduba-verdadeira, maçarandubinha, maparajuba, marapajuba-da-várzea, paraju.

Nomes internacionais: balata, bullet wood, maçaranduba (ATIBT,1982), massaranduba (BSI,1991), sapodilla.

Ocorrência: • Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará,

Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina.• Outros países: América Central, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname.

 

Face Tangencial Face Radial

 

Fotomacrografia (10x)

CARACTERÍSTICAS GERAISCaracterísticas sensoriais: cerne e alburno distintos pela cor, cerne vermelho-claro tornando-se vermelho-escuro com o tempo; sem brilho; cheiro e gosto imperceptíveis; densidade alta; dura ao corte; grã direita; textura fina.

Descrição anatômica macroscópica: • Parênquima axial: visível apenas sob lente, em linhas numerosas, às vezes interrompidas. • Raios: visíveis apenas sob lente no topo, na face tangencial é invisível mesmo sob lente; poucos a numerosos. • Vasos: visíveis apenas sob lente, pequenos a médios; poucos; porosidade difusa; em arranjo radial; solitários, múltiplos; obstruídos por tilos. • Camadas de crescimento: distintas, individualizadas por zonas fibrosas tangenciais mais escuras.

Fonte: (IPT,1983; IPT,1989a) 

Page 2: Maçaranduba

DURABILIDADE / TRATAMENTODurabilidade natural: a Madeira de maçaranduba é resistente ao ataque de fungos apodrecedores e cupins subterrâneos. Apresenta moderada resistência aos cupins-de-Madeira-seca e baixa resistência aos xilófagos marinhos. (Chudnoff ,1979 ) A espécie Manilkara amazonica foi descrita como muito resistente ao ataque de fungos e térmitas, porém susceptível aos perfuradores marinhos. (Berni et al.,1979 ) A espécie Manilkara huberi foi considerada altamente durável em contato com o solo, apresentando uma vida útil superior a oito anos. (Jesus et al.,1998) Manilkara longifolia e Manilkara elata, em ensaios de laboratório demonstraram ter resistência moderada a alta ao apodrecimento. (IPT,1989a) 

Tratabilidade: o cerne é impermeável às soluções preservantes hidrossolúveis (CCA-A), mesmo em tratamento sob pressão. (IBAMA,1997a) 

CARACTERÍSTICAS DE PROCESSAMENTOTrabalhabilidade: a Madeira de maçaranduba é moderadamente difícil de cortar e aplainar, porém é fácil de tornear e colar. Tende a rachar se pregada ou parafusada sem furação prévia. Recebe bom acabamento, pintura e verniz. (Jankowsky ,1990 ) 

Secagem: a secagem ao ar é difícil, apresentando rachaduras, empenamentos e severo endurecimento superficial. A secagem em estufa deve ser lenta e controlada cuidadosamente.  (Jankowsky ,1990 ) 

Programas de secagem podem ser obtidos em  (IBAMA,1997a; Jankowsky,1990) 

PROPRIEDADES FÍSICASDensidade de massa (r): • Aparente a 15% de umidade (rap, 15): 1000 kg/m³ • Básica (rbásica): 833 kg/m³

Contração: • Radial: 6,8 % • Tangencial: 11,0 % • Volumétrica: 19,0 %

Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85). Fonte: (IPT,1989a) Observação: informações para a espécie Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. 

PROPRIEDADES MECÂNICASFlexão: • Resistência (fM):       Madeira verde: 117,0 MPa       Madeira a 15% de umidade: 162,6 MPa • Limite de proporcionalidade - Madeira verde: 57,5 MPa • Módulo de elasticidade - Madeira verde: 14769 MPa

Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85). Fonte: (IPT,1989a) Observação: informações para a espécie Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. 

Compressão paralela às fibras:

Page 3: Maçaranduba

• Resistência (fc0):       Madeira verde: 59,8 MPa       Madeira a 15% de umidade: 73,9 MPa • Coeficiente de influência de umidade: 4,1 % • Limite de proporcionalidade - Madeira verde: 41,9 MPa • Módulo de elasticidade - Madeira verde: 16583 MPa

Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85). Fonte: (IPT,1989a) Observação: informações para a espécie Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. 

Outras propriedades: • Resistência ao impacto na flexão - Madeira a 15% (choque): 33,0 • Cisalhamento - Madeira verde: 13,2 MPa • Dureza janka paralela - Madeira verde: 9611 N • Tração normal às fibras - Madeira verde: 8,2 MPa • Fendilhamento - Madeira verde: 0,9 MPa

Resultados obtidos de acordo com a Norma ABNT MB26/53 (NBR 6230/85). Fonte: (IPT,1989a) Observação: informações para a espécie Manilkara longifolia (A. DC.) Dub. 

USOSConstrução civil: • Pesada externa:       dormentes ferroviários      pontes      cruzetas      estacas • Pesada interna:       tesouras      vigas      caibros

Assoalhos:       tacos      parquetes

Mobiliário: • Alta qualidade:       partes decorativas de móveis (puxadores, entalhes)

Outros usos:       peças torneadas      instrumentos musicais (arcos de violinos)      transporte      lâminas      tacos de bilhar

Fonte: www.ipt.br