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  • 91

    Funes Lineares

    e Afins

    Sumrio

    9.1 A Funo Linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    9.2 Caracterizao da Funo Am . . . . . . . . . . . 7

    9.3 Exerccios Recomendados . . . . . . . . . . . . . . . 10

    9.4 Exerccios Suplementares . . . . . . . . . . . . . . . 11

    9.5 Textos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . 13

  • Unidade 9

    Dando continuidade unidade anterior, agora passaremos a aprofundar

    nosso estudo sobre funes lineares e funes ans. Na Seo 1, as funes

    lineares so apresentadas como modelos matemticos para proporcionalidade.

    Por incrvel que possa parecer, esta ligao bsica entre dois conceitos mate-

    mticos to importantes , na maior parte das vezes, negligenciada nos livros

    didticos. Os assuntos proporcionalidade e funes lineares so, em geral, tra-

    tados em captulos separados, at mesmo em anos distintos, sem que nenhuma

    relao seja explicitamente apontada. Como ocorre em muitas outras situa-

    es, a abordagem da noo de proporcionalidade representa uma importante

    oportunidade para estabelecer relaes entre diferentes campos da matemtica,

    como aritmtica, geometria e funes. A compreenso inadequada da noo de

    proporcionalidade pode levar sua generalizao indevida pelos alunos, conside-

    rando uma proporcionalidade qualquer situao em que o crescimento de uma

    grandeza implica no crescimento de uma outra. Por exemplo, no incomum

    a armao de que a rea de um quadrado proporcional ao seu lado.

    verdade que, quanto maior for o lado de um quadrado, maior ser a sua rea;

    porm, isto no signica que estas grandezas sejam proporcionais. De fato, se

    x R+ representa o lado de um quadrado, a rea no pode ser expressa poruma funo f : R+ R+ na forma f(x) = a x, com a R.Procure reetir sobre esta questo ao estudar a primeira seo da unidade.

    Observe como a denio de proporo enunciada estabelece uma relao de

    dependncia funcional entre as grandezas. Certique-se de entender bem as

    provas de que toda funo com a propriedade de proporcionalidade direta da

    forma f(x) = a x, e de que toda funo com a propriedade de proporcionalidade

    inversa da forma f(x) =a

    x(em que a = f(1), em ambos os casos). Na

    demonstrao do Teorema Fundamental da Proporcionalidade, atente para a

    importncia da hiptese de monotonicidade para a generalizao do argumento

    no caso em que x um nmero irracional.

    Na Seo 2, tambm so discutidos alguns aspectos importantes e pouco

    explorados na escola. Em geral, funes ans so abordadas simplesmente com

    base na sua expresso algbrica y = ax+b, mas pouca nfase dada caracte-

    rizao fundamental de funes ans como aquelas em que acrscimos iguais na

    varivel independente implicam em acrscimos iguais na varivel dependente.

    Esta caracterizao permite que os alunos compreendam mais claramente o

    2

  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    comportamento qualitativo desta classe de funes. Alm disso, muito im-

    portante a relao entre funes ans e progresses aritmticas, aqui discutida.

    Este mais um exemplo de conceitos que apresentam relaes fundamentais

    entre si, mas que so apresentados de forma estanque nos livros didticos.

    9.1 A Funo Linear

    A funo linear, dada pela frmula f(x) = ax, o modelo matemtico

    para os problemas de proporcionalidade. A proporcionalidade , provavelmente,

    a noo matemtica mais difundida na cultura de todos os povos e seu uso

    universal data de milnios.

    Diremos que uma funo f : R R tal que, para quaisquer nmeros reais ce x tem-se f(cx) = cf(x), uma proporcionalidade direta. Se f(cx) = f(x)/c,para quaisquer c 6= 0 e x R, diremos que f uma proporcionalidade inversa. claro que se f(cx) = c f(x), para todo c e todo x ento, escrevendo

    a = f(1), tem-se f(c) = f(c 1) = c f(1) = ca, ou seja, f(c) = ac para todoc R. Numa notao mais adequada, temos f(x) = ax para todo x R,mostrando que f uma funo linear.

    Quanto proporcionalidade inversa, ela s tem sentido quando se trata de

    grandezas no-nulas. Seu modelo matemtico uma funo f : R R(onde R = R\{0}) tal que f(cx) = f(x)/c para c, x R quaisquer. Usandoo mesmo raciocnio anterior, isto quer dizer que, para todo x R, tem-sef(x) = a/x, onde a constante a f(1).

    Fixaremos nossa ateno na proporcionalidade direta, que chamaremos ape-

    nas de proporcionalidade.

    Na prtica, h situaes em que a frmula y = ax, que caracteriza a pro-

    porcionalidade, dada explicitamente (ou quase). Por exemplo, se um quilo de

    acar custa a reais ento x quilos custam y = ax reais.

    Em muitos casos, porm, a constante a de proporcionalidade no est clara

    e, s vezes, nem mesmo tem relevncia alguma para o problema. Um exemplo

    disso se tem nas aplicaes do teorema de Tales.

    Naquele teorema, tem-se um tringulo ABC e uma correspondncia que a

    cada ponto X do lado AB associa o ponto Y do lado AC tal que XY paralelo

    a BC. O teorema de Tales assegura que o comprimento y do segmento AY

    3

  • Unidade 9

    A Funo Linear

    proporcional ao comprimento x de AX. Mas que importncia tem a constante

    de proporcionalidade a = y/x ? Por acaso, tem-se a = senB/ senC mas este

    valor no signica muito no caso.

    B C

    A

    X Y

    Figura 9.1: O Teorema de Tales.

    Este exemplo chama a ateno para o fato de que nos problemas relativos

    proporcionalidade o que importa muitas vezes saber apenas que se y = f(x)

    e y = f(x) ento y/x = y/x constante.

    Quando a correspondncia x 7 y, x 7 y uma proporcionalidade, aigualdade y/x = y/x permite que se determine um desses quatro nmeros

    quando se conhecem os outros trs. Nisto consiste a tradicional regra de trs.

    Mas h uma questo preliminar que a seguinte: como vamos ter certeza

    de que a correspondncia x 7 y uma proporcionalidade? Precisamos que setenha f(cx) = cf(x) para todos os valores reais de c e x. Em particular, para

    todo c. Isto fcil de vericar quando c inteiro. E nos outros casos? E se

    c for irracional? Felizmente basta que se saiba que f(nx) = nf(x) para todo

    x R e todo n inteiro, desde que se suponha que f montona (o que fcilde constatar na prtica).

    O teorema abaixo a chave para determinar, em todas as situaes, se uma

    dada funo ou no linear.

    Teorema 1

    Teorema Fundamental

    da Proporcionalidade

    Seja f : R R uma funo crescente. As seguintes armaes soequivalentes:

    (1) f(nx) = nf(x) para todo n Z e todo x R;(2) Pondo a = f(1), tem-se f(x) = ax para todo x R;(3) f(x+ y) = f(x) + f(y) para quaisquer x, y R.

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  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    Demonstrao

    Provaremos as implicaes (1) (2), (2) (3) e (3) (1). A mdemostrar que (1) (2), provemos inicialmente que, para todo nmero racionalr = m/n, a hiptese (1) acarreta que f(rx) = rf(x), seja qual for x R.Com efeito, tem-se

    n f(rx) = f(nrx) = f(mx) = m f(x),

    logo

    f(rx) =m

    nf(x) = r f(x).Seja a = f(1). Como f(0) = f(0 0) = 0 f(0) = 0, a monotonicidadede f nos d a = f(1) > f(0) = 0. Assim, a positivo. Alm disso, temos

    f(r) = f(r 1) = r f(1) = r a = ar, para todo r Q.Mostremos agora que se tem f(x) = ax para todo x R. Vamos usar aquia densidade de Q em R.Suponha, por absurdo, que exista algum nmero irracional x tal que f(x) 6=

    ax. Para xar ideias, admitamos f(x) < ax. (O caso f(x) > ax seria tratado

    de modo anlogo.) Temos

    f(x)

    a< x.

    Tomemos um nmero racional r (aqui usamos a densidade de Q en R) tal que

    f(x)

    a< r < x.

    Ento f(x) < ar < ax, ou seja, f(x) < f(r) < ax. Mas isto absurdo, pois

    f crescente logo, como r < x, deveramos ter f(r) < f(x). Esta contradio

    completa a prova de que (1) (2). As implicaes (2) (3) e (3) (1) sobvias.

    Em algumas situaes, o Teorema Fundamental da Proporcionalidade pre-

    cisa ser aplicado a grandezas (como rea ou massa, por exemplo) cujas medidas

    so expressas apenas por nmeros reais positivos. Ento temos uma funo

    crescente f : R+ R+. Neste caso, as armaes do Teorema leem-se assim:(1+) f(nx) = n f(x), para todo n N e todo x R+;(2+) Pondo a = f(1), tem-se f(x) = ax, para todo x R+;(3+) f(x+ y) = f(x) + f(y), para quaisquer x, y R+.

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  • Unidade 9

    A Funo Linear

    Neste novo contexto, o Teorema Fundamental da Proporcionalidade conti-

    nua vlido, isto , as armaes (1+), (2+) e (3+) so ainda equivalentes. Isto

    se mostra introduzindo a funo F : R R, onde F (0) = 0, F (x) = f(x)e F (x) = f(x) para todo x > 0. Cada uma das armaes (1+), (2+) e(3+) para f equivale a uma das armaes (1), (2) e (3) para F .

    Deve-se observar que a funo f do teorema acima sendo crescente, tem-se

    a = f(1) > 0. No caso de se supor f decrescente vale um resultado anlogo,

    com a < 0.

    A importncia deste teorema est no seguinte fato: se queremos saber se

    f : R R uma funo linear basta vericar duas coisas.Primeira: f deve ser crescente ou decrescente. (Estamos deixando de lado

    o caso trivial de f ser identicamente nula.)

    Segunda: f(nx) = nf(x) para todo x R e todo n Z. No caso def : R+ R+, basta vericar esta ltima condio para n N.

    Exemplo 1

    Se investirmos a quantia x, digamos numa caderneta de poupana, depois

    de um ano teremos um capital f(x). Evidentemente, f uma funo cres-

    cente de x: quanto mais se aplica mais se recebe no nal. Alm disso, tem-se

    f(nx) = nf(x) para todo n N e todo x. De fato, esta igualdade signica quetanto faz abrir uma caderneta de poupana com o capital inicial x = nx como

    abrir (no mesmo dia) n cadernetas, cada uma com o valor inicial x. O Teorema

    Fundamental nos permite concluir que f(x) proporcional a x. Mais precisa-

    mente, se a aplicao de 1 real der, no nal de um ano, um valor de resgate

    igual a a, ento o capital inicial de x reais se transformar em f(x) = ax no

    nal de um ano. (No confundir este exemplo com o crescimento do capital em

    funo do tempo. Este no proporcional e ser tratado quando estudarmos a

    funo exponencial.)

    + Para Saber Mais - Teorema Fundamental da Proporcionalidade X Con-tinuidade - Clique para ler

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  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    9.2 Caracterizao da Funo Am

    Como saber se, numa determinada situao, o modelo matemtico a ser

    adotado uma funo am?

    No caso da tarifa do txi no h problema. Tem-se f(x) = ax + b onde x

    a distncia percorrida, f(x) o preo a pagar, b a bandeirada e a a taxa

    por quilmetro rodado. Mas nem todo problema assim to explcito.

    Vejamos um caso diferente.

    E.W. observou, numa sapataria, que o vendedor determinava o nmero do

    sapato do cliente medindo seu p com uma escala na qual, em vez de centme-

    tros, estavam marcados os nmeros . . . 36, 37, 38, . . .. O fato mais importante

    que ele percebeu foi que esses nmeros estavam igualmente espaados, isto , a

    distncia de cada um deles para o seguinte era constante. Isto queria dizer que

    a acrscimos iguais no tamanho do p corresponderiam acrscimos iguais no

    nmero do sapato. Dito de outro modo: se um certo p precisar de crescer h

    centmetros para passar de tamanho 33 para 34, precisar de crescer os mesmos

    h centmetros para passar de 38 para 39. Isto lhe deu a certeza de que a funo

    que faz corresponder a cada comprimento x de um p o nmero f(x) do sapato

    adequado uma funo am: f(x) = ax+ b. (Vide teorema a seguir.)

    E.W. sabia que, para determinar os coecientes a, b da funo am, bastava

    conhecer y1 = f(x1) e y2 = f(x2) para dois valores diferentes quaisquer x1 e x2.

    Ele atravessou a rua. Do outro lado havia uma papelaria, onde comprou

    uma rgua. Voltou sapataria e pediu emprestada a escala do vendedor. Como

    sua rgua media at milmetros enquanto a escala s marcava pontos e meios

    pontos, escolheu dois valores x1 6= x2 tais que os nmeros de sapato corres-pondentes, y1 = f(x1) e y2 = f(x2), assinalados na escala, fossem inteiros.

    Tomou x1 = 20, x2 = 28 e viu que f(x1) = 32, f(x2) = 42. A partir da,

    calculou os coecientes a = (y1 y2)/(x1 x2) e b = y1 ax1 chegando frmula

    f(x) =5x+ 28

    4,

    que d o nmero do sapato de uma pessoa em funo do comprimento do seu

    p em centmetros. Para chegar sua frmula, E.W. fez uso do seguinte

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  • Unidade 9

    Caracterizao da Funo Afim

    Teorema 2

    Seja f : R R uma funo montona injetiva. Se o valor do acrscimof(x+ h) f(x) = (h) depender apenas de h, mas no de x, ento f umafuno am.

    A demonstrao deste teorema, que faremos agora, uma aplicao do

    Teorema Fundamental da Proporcionalidade. Para xar ideias, suporemos que

    a funo f seja crescente. Ento : R R tambm crescente, com(0) = 0. Alm disso, para quaisquer h, k R temos

    (h+ k) = f(x+ h+ k) f(x)= f((x+ k) + h) f(x+ k) + f(x+ k) f(x)= (h) + (k).

    Logo, pelo Teorema Fundamental da Proporcionalidade, pondo-se a = (1),

    tem-se (h) = a h para todo h R. Isto quer dizer que f(x+h)f(x) = ah.Chamando f(0) de b, resulta f(h) = ah+ b, ou seja, f(x) = ax+ b, para

    todo x R.Observao. A recproca do teorema acima bvia. Se f(x) = ax+ b ento

    f(x+ h) f(x) = ah no depende de x. A hiptese de que f(x+ h) f(x)no depende de x s vezes se exprime dizendo que a acrscimos iguais de

    x correspondem acrscimos iguais para f(x). Outra maneira de exprimir esta

    hiptese consiste em dizer que os acrscimos sofridos por f(x) so proporcionais

    aos acrscimos dados a x.

    Existe uma conexo interessante entre funes ans e progresses aritmti-

    cas, anloga que veremos mais tarde entre funes exponenciais e progresses

    geomtricas.

    Uma progresso aritmtica pode ser vista geometricamente como uma se-

    quncia (nita ou innita) de pontos x1, x2, . . . , xi, . . . igualmente espaados

    na reta. Isto quer dizer que a razo h = xi+1 xi no depende de i:

    h = x2 x1 = x3 x2 = = xi+1 xi = .

    Se f : R R uma funo am, digamos f(x) = ax + b, e x1, x2, . . . ,xi, . . . uma progresso aritmtica, ento os pontos yi = f(xi), i = 1, 2, . . .

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  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    tambm esto igualmente espaados, isto , formam uma progresso aritmtica

    cuja razo

    yi+1 yi = (axi+1 + b) (axi + b) = a(xi+1 xi) = ah.

    Assim, se tivermos uma reta no-vertical (grco de uma funo am) em

    R e tomarmos sobre ela os pontos

    (1, y1), (2, y2), . . . , (i, yi), . . .

    cujas abscissas so os nmeros naturais 1, 2, . . . , i, . . ., as ordenadas y1, y2, . . . ,

    yi, . . . desses pontos formam uma progresso aritmtica.

    Reciprocamente, se uma funo montona f : R R transforma qual-quer progresso aritmtica x1, x2, . . . , xi, . . . numa progresso aritmtica y1 =

    f(x1), y2 = f(x2), . . . , yi = f(xi), . . . ento f uma funo am.

    Com efeito, neste caso a nova funo g : R R, denida por g(x) = f(x)f(0), transforma qualquer progresso aritmtica noutra progresso aritmtica,

    e tem a propriedade g(0) = 0. Mostremos que g linear.

    Para todo x R, os nmeros x, 0, x formam uma progresso aritm-tica, logo o mesmo ocorre com os nmeros g(x), 0, g(x). Por conseguinte,g(x) = g(x).Em seguida, consideremos x R e n N. Ento os nmeros 0, x, 2x, . . . ,

    nx formam uma progresso aritmtica, o mesmo se dando com suas imagens

    por g : 0, g(x), g(2x), . . . , g(nx). A razo desta progresso pode ser obtida

    tomando a diferena entre o segundo e o primeiro termo, logo esta razo g(x).

    Segue-se ento que g(nx) = n g(x). Finalmente, se n um inteiro negativo,temos n N, logo g(nx) = g(nx) = (ng(x)) = ng(x). Assim, valeg(nx) = ng(x), para todo n Z e todo x R. Pelo Teorema Fundamentalda Proporcionalidade, segue-se que g linear: g(x) = ax, portanto, pondo

    f(0) = b, temos f(x) = g(x) + f(0) = ax + b, para todo x R, comoqueramos demonstrar.

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  • Unidade 9

    Exerccios Recomendados

    9.3 Exerccios Recomendados

    1. Pessoas apressadas podem diminuir o tempo gasto em uma escada rolante

    subindo alguns degraus da escada no percurso. Para uma certa escada,

    observa-se que uma pessoa gasta 30 segundos na escada quando sobe 5

    degraus e 20 segundos quando sobe 10 degraus. Quantos so os degraus

    da escada e qual o tempo normalmente gasto no percurso?

    2. Augusto, certo dia, fez compras em 5 lojas. Em cada loja, gastou metade

    do que possuia e pagou, na sada, R$ 2,00 de estacionamento. Se aps

    toda essa atividade ainda cou com R$ 20,00, que quantia ele tinha

    inicialmente?

    3. Seguindo as ideias de E.W., construa uma rgua para medir nmeros de

    sapatos.

    4. Estuda-se a implantao da chamada frmula 95. Por essa frmula os

    trabalhadores teriam direito aposentadoria quando a soma da idade com

    o nmero de anos de servio atingisse 95. Adotada essa frmula, quem

    comeasse a trabalhar com 25 anos, com que idade se aposentaria?

    5. Em uma escola h duas provas mensais, a primeira com peso 2 e a segunda

    com peso 3. Se o aluno no alcanar mdia 7 nessas provas, far prova

    nal. Sua mdia nal ser ento a mdia entre a nota da prova nal, com

    peso 2 e a mdia das provas mensais, com peso 3. Joo obteve 4 e 6 nas

    provas mensais. Se a mdia nal para aprovao 5, quanto ele precisa

    obter na prova nal para ser aprovado?

    6. Arnaldo d a Beatriz tantos reais quanto Beatriz possui e d a Carlos

    tantos reais quanto Carlos possui. Em seguida, Beatriz d a Arnaldo e

    a Carlos tantos reais quanto cada um possui. Finalmente, Carlos faz o

    mesmo. Terminam todos com R$ 16,00 cada. Quanto cada um possua

    no incio?

    10

  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    9.4 Exerccios Suplementares

    1. Dado o grco da funo f , abaixo, obtenha, em cada caso, o grco da

    funo g tal que

    (a) g(x) = f(x) 1;

    (b) g(x) = f(x 1);

    (c) g(x) = f(x);

    (d) g(x) = 2f(x);

    (e) g(x) = f(2x);

    (f) g(x) = |f(x)|;

    (g) g(x) = f(|x|);

    (h) g(x) = max{f(x); 0}.

    x

    y

    f

    0

    2. Determine os valores reais de x que satisfazem a

    (a) 2x+ 3 (x 1) < x+ 1;(b) 2x+ 3 (x 1) < x+ 5;(c) min{x+ 1; 5 x} > 2x 3;(d) min{x+ 1; 5 x} < 2x;(e) min{2x 1; 6 x} = x;(f) 2|x+ 1| |1 x| 6 x+ 2;(g) (2x+ 3)(1 x) = (2x+ 3)(x 2);(h) |x+ 1 |x 1|| 6 2x 1.

    3. Um supermercado est fazendo uma promoo na venda de salsichas: um

    desconto de 10% dado nas compras de 3 quilos ou mais. Sabendo que

    o preo do quilo de salsicha de R$ 4,00, pede-se:

    (a) o grco do total pago em funo da quantidade comprada;

    11

  • Unidade 9

    Exerccios Suplementares

    (b) o grco do preo mdio por quilo em funo da quantidade com-

    prada;

    (c) a determinao de quais consumidores poderiam ter comprado mais

    salsicha pagando o mesmo preo;

    (d) a determinao de quantos quilos foram comprados por um consu-

    midor que pagou R$ 15,00.

    4. Dadas as progresses aritmticas

    (a1, a2, . . . , an, . . .) e (b1, b2, . . . , bn, . . .),

    mostre que existe uma, e somente uma, funo am f : R R tal quef(a1) = b1, f(a2) = b2, . . . , f(an) = bn, . . .

    5. Dena uma funo f : R R pondo f(x) = 2x se x racional ef(x) = 3x se x irracional. Mostre que se tem f(nx) = nf(x) para

    todo n Z e todo x R mas f no linear.6. Prove que a funo f : R R, denida por f(x) = 3x + sen(2pix), crescente e, para todo x R xado, transforma a progresso aritmticax, x+1, x+2, . . . numa progresso aritmtica. Entretanto, f no am.

    Por que isto no contradiz o fato provado no nal da Seo 2?

    12

  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    9.5 Textos Complementares

    Para Saber MaisTeorema Fundamental da Proporcionalidade X Continuidade

    No enunciado que demos para o Teorema Fundamental da Proporcionali-

    dade, zemos a hiptese de que a funo f fosse crescente (ou decrescente,

    seria o mesmo). Outra hiptese possvel para o teorema - e equivalente, neste

    caso, monotonicidade - seria de que a funo f fosse contnua. Note-se

    que, na demonstrao, a monotonicidade foi usada apenas para provar que se

    f(r) = ar para todo r racional ento f(x) = ax para todo x real. Esta

    concluso imediata quando f contnua, pois todo nmero real x limite

    de uma sequncia de nmeros racionais rn, logo a continuidade de f nos d

    f(x) = lim f(rn) = lim arn = ax. A razo pela qual optamos em usar mo-

    notonicidade, em vez da continuidade para f que este ltimo conceito no

    usualmente tratado no segundo grau, enquanto crescente e decrescente so

    noes bem mais elementares, que no dependem da ideia de limite.

    13

  • Unidade 9 Textos Complementares

    Para Saber Mais Funes Poligonais

    As funes poligonais surgem naturalmente, tanto na vida cotidiana (im-

    posto de renda como funo da renda lquida, preo de uma mercadoria que

    oferece descontos crescentes quando aumenta a quantidade comprada) como

    em diversas reas da Matemtica (Anlise, Clculo Numrico, Equaes Dife-

    renciais, Topologia).

    Diz-se que f : R R uma funo poligonal quando existem t0 < t1 < < tn tais que, para x 6 t0, para x > tn e em cada um dos intervalos[ti1, ti], f coincide com uma funo am fi. (Para evitar descontinuidades,

    exige-se que fi(ti) = fi1(ti1).) Equivalentemente, podemos dizer que uma

    funo f : R R poligonal quando seu grco uma linha poligonal.O prottipo de funo poligonal uma funo f : R R, denida por

    f(x) = |x|. Ou ento f(x) = |x c|, para algum c R.

    x

    y

    t1 t2 t30

    Figura 9.2: Funes poligonais.

    Outros exemplos so dados por expresses do tipo

    f(x) = |x+ | ou g(x) = |x |+ |x |.

    Estes exemplos nos levam a conjeturar que toda funo poligonal pode

    ser denida combinando valores absolutos de funes ans. Esta conjetura

    verdadeira. (Ver exerccios deste captulo.)

    14

  • Unidade 9

    Funes Lineares e Afins

    x

    y

    y= |x|

    0 x

    y

    c

    y= |x c|

    0

    Figura 9.3: As funes y = |x| e y = |x c|.

    15

  • Unidade 9 Textos Complementares

    16

  • Referncias Bibliogrcas

    [1] Carmo, Manfredo P.; Morgado, Augusto C., Wagner, Eduardo & Pitom-

    beira, Joo Bosco. Trigonometria e Nmeros Complexos. Rio de Janeiro:

    SBM, Coleo Professor de Matemtica.

    [2] Eves, Howard. An Introduction to the History of Mathematics. New York:

    Holt, Rinehart and Winston, 1964. 14, 3

    [3] Ferreira, J. A Construo dos Nmeros. Rio de Janeiro: SBM, Coleo

    Textos Universitrios, 2010. 2

    [4] Figueiredo, Djairo G. Anlise I Rio de Janeiro: LTC, 1996. 3

    [5] Figueiredo, Djairo G. Nmeros Irracionais e Transcedentes Rio de Janeiro:

    SBM, Coleo Iniciao Cientca.

    [6] Halmos, Paul. Naive Set Theory. New York: Springer, 1974.

    [7] Hefez, A. Curso de lgebra Volume 1. 4a Edio. Rio de Janeiro: IMPA,

    Coleo Matemtica Universitria, 2010. 2

    [8] Hefez, Abramo e Fernandez, Ceclia de Souza. Introduo lgebra Linear.

    Rio de Janeiro: SBM, Coleo PROFMAT, 2012.

    [9] Lima, Elon Lages. Coordenadas no Espao. Rio de Janeiro: SBM, Coleo

    Professor de Matemtica.

    [10] Lima, Elon Lages. Curso de Anlise, Vol. 1. Rio de Janeiro: SBM, Projeto

    Euclides, 1976.

    [11] Lima, Elon Lages. Logaritmos. Rio de Janeiro: SBM, Coleo Professor de

    Matemtica.

    [12] Lima, Elon Lages. Meu Professor de Matemtica e Outras Histrias. Rio

    de Janeiro: SBM, Coleo Professor de Matemtica. 12

    [13] Lima, Elon Lages. Anlise Real, Vol. 1. Rio de Janeiro: IMPA, Coleo

    Matemtica Universitria.

    17

    Funes Lineares e AfinsA Funo LinearCaracterizao da Funo AfimExerccios RecomendadosExerccios SuplementaresTextos Complementares

    Referncias Bibliogrficas