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XXXXXXXXXABRIL 2016WWW.PORTUGALMAG.FR2

MA BANQUE, ET CELLE DE TOUTE MA FAMILLE.CHACUN DE NOS CLIENTS MÉRITE UNE ATTENTION UNIQUE.

Caixa Geral de Depósitos S.A. au capital de 5.900.000.000 ¤ – Succursale France : 38 rue de Provence – 75 009 PARIS. Siren 306 927 393 RCS Paris – Immatriculée auprès de l’ORIAS (www. orias.fr) n° ISP 20 71 86 041 – Siège Social : av. João XXI, n°63 – 1000-300 LISBOA – Portugal – S.A. de droit portugais – R.C. LISBOA (Portugal) n° 2900/930902 - Thinkstock - Document non contractuel.

Caixa Geral de Depósitos

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EDITORIALMAIO 2016

WWW.PORTUGALMAG.FR 3

Pedro António DIRECTOR

Frankelim Amaral

DIRECTOR DE REDACÇÃODirector

Pedro ANTÓNIO

Director de redacção Frankelim AMARAL

Propriedade e Edição

Sede 97 avenue Emile Zola, 75015 Paris

ContactosTel. Administração: 06 63 78 17 13 - 06 08 91 15 50

Tel. Comercial: LUSOMEDIA EVENTS 06 15 01 10 00Email: [email protected]

Web: www.portugalmag.fr - www.facebook.com/portugalmagazine

Journalistes accrédités auprès de l’UNESCO

ColaboradoresSusana Patarra, Guida Amaral, Vitor Santos, Adélio Amaro (Portugal),

Lucia Lopes, Angélique David-Quinton, Manuel Moreira, Susana Alexandre, Serge Farinho, Mario Cantarinha, Manuel do Nascimento, Maria Fernanda Pinto, Alfredo Lima,

Sabrina Simões, Luís Gonçalves, José Luís Peixoto, Isabel Alves, Isabel Meyrelles, Cristina Branco

FotógrafosTeresina Amaral, Patrick Gonçalves

Portugal Magazine é uma publicação mensal gratuita

Agence de PresseLusa

ISSN2105-7761

Tiragem15.000 exemplares

Todos os direitos reservadosOs textos assinados são da responsabilidade dos autores e não reflectem, necessariamente, a opinião da revista

A revista bilingue da comunidade portuguesa em França

COLABORE NA PORTUGAL MAG!A Portugal Magazine está aberta à colaboração. Colabore enviando artigos, crónicas,

textos associativos ou ligados às artes em geral. Para submissão de textos, deve-se enviar um e-mail para [email protected] com o nome completo do autor e uma foto. Se você é fã de algum assunto ou gosta de escrever, envie-nos seus artigos

e atinja mensalmente mais de 50 mil leitores !

Com a chegada do mês de Maio e do sol cada vez mais presente para aquecer os longos dias de Primavera, chegam também dois eventos de maior relevo para a comunidade portuguesa de França. Dias 14 e 15 de Maio em Pontault--Combault, vai realizar-se a 41ª Festa Franco Portuguesa organizada pela associação APCS, evento a não perder e que vai reunir grandes artistas como Ana Malhoa, Augusto Canário, Anggun, Irmãos Verdades e Emanuel, sem esquecer os numerosos e diversos stands de empresas portuguesas. E dia 12 de Junho em Créteil, vai decorrer a Festa da Radio Alfa, também com grandes nomes como Miguel Gameiro & Pólo Norte, Mafalda Arnauth, La Harissa e não só.

Maio representa também o mês com o maior número de feriados, infelizmente para os trabalhadores, a maioria caem ao fim de semana. No 1° de Maio é celebrado o Dia do Trabalhador, dia 5 a Ascensão, dia 8 o fim da Segunda Guerra Mundial e por fim a Pentecostes dia 16. Numerosas são as associações e entidades que organizam eventos culturais e musicais, aproveite para sair e desfrutar do melhor da nossa cultura, encorajando também estas entidades a continuar com empenho a divulgação das raízes portuguesas.

Outra data também a não esquecer, é o dia 29 de Maio, dia em que é comemorado o Dia da Mãe, não deixe de ter um gesto de ternura para aquela que tanto carinho nos dá, sem medida, dia após dia.

Nosso destaque este mês vai para a parceria assinada entre a companhia de seguros Fidelidade e os restaurantes Pedra Alta no início deste ano, duas empresas de renome que se destacam por fortes valores humanos. Ficam assim os 600 colaboradores da Pedra Alta a usufruir duma segurança saúde de alta qualidade. Mais detalhes no artigo das paginas centrais, e não hésite em participar no concurso organizado pela Fidelidade onde pode ganhar uma viagem com tudo incluido para 2 pessoas ao Club Med da Balaia em Portugal.

A Portugal Magazine vai festejar em Outubro o seu 7° aniversário, reservamos um grande evento a todos os nos-sos leitores e à comunidade portuguesa. Mais informações brevemente…

Boa leitura

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ÍNDICEMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR4

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Reabertura do Espaço Cultural da Casa de Portugal na Cidade

Universitária de Paris

26

Fidelidade e Pedra Alta, um belo exemplo de complementaridade

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30PORTUGAL MAG assina parceria com a FIDELIDADE juntamente com vários estabelecimentos em toda a região de Paris

14

La Banque BCP célèbre ses 15 ans

au Grand Palais

36«Oeuvre de Florbela Espanca sera mise à l’honneur au Théo Théâtre à Paris 15ème

08Aigle Azur lance 2 nouvelles destina-tions au départ de

Lyon: Porto et Dakar

Manuel do Nas-cimento, um portu-

guês em França apaixonado pela

história de Portugal

18

Le Portugal, pays à l’honneur du Salon des Seniors

44Os 10 melhores destinos para fugir aos turistas em Portugal na época de verão

Presença da CÍVICA no “Salon des Maires

d’Ile-de-France”

06

32“Chegou o Verão” com o Nelson Costa

38Amarante, São Gonçalo e a Ponte de Amarante

Encontro de con-fraternização entre amigos organizado

para matar saudades

24

Amadeo de Souza--Cardoso, le météore

portugais de l’art moderne au

Grand Palais

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ANNIVERSAIREMAIO 2016

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La Banque BCP célèbre ses 15 ans au Grand Palais

LA BANQUE BCP A FÊTÉ SES 15 ANS LE JEUDI 21 AVRIL , dernier accompagnée de plus de 200 clients au Grand Palais à Paris. Une soirée d’anniversaire marquée par la privatisation de l’exposition Amadeo de Souza-Cardoso.

Née en 2001 de la fusion des établissements financiers portugais présents en France depuis plus de 40 ans, la Banque BCP a rejoint il y a 10 ans le groupe BPCE, 2ème acteur bancaire en France. Elle se positionne aujourd’hui comme une banque affini-taire accompagnant la réalisation des projets de ses clients en France com-me au Portugal. Ses actionnaires, la Caisse d’Epargne Ile-de-France, BPCE et Millennium bcp, accompagnent le développement continu de la Banque BCP en réinvestissant tout ou partie des bénéfices réalisés.

Pour cet anniversaire, la Banque BCP prévoit une série d’événements. Elle a souhaité ouvrir les festivités avec ses clients les plus proches, qui sont aussi prescripteurs de nouvelles relations commerciales pour la ban-que, en leur dédiant une soirée privée au Grand Palais pour les remercier de leur fidélité. La Banque BCP a affiché en 2015 les meilleurs résultats de son histoire grâce notamment à la croissance du nombre de ses clients : 10 000 nouveaux clients ont rejoint la Banque BCP l’année dernière.

Corps diplomatiques, personnali-tés, médias lusophones, prescripteurs et clients, ont répondu présents à l’invitation. Tous ont été accueillis par les membres du Directoire de la Banque BCP dans les galeries du

musée du Grand Palais. « C’est une chance aujourd’hui de pouvoir être reçu par sa banque dans un lieu aussi prestigieux. La Banque BCP m’a fait

confiance et m’a aidé dans la réalisa-tion de mes projets. Et elle continue à m’accompagner ! Ce soir, je suis ravi d’être ici et je porte un toast à notre relation commerciale de plus de 10 ans ! » confiait un client de l’agence de Saint-Maur.

Jean-Philippe Diehl, Président du Directoire, a ouvert la soirée par un discours et a remercié l’ensemble de ses invités en soulignant : « Ce soir, la Banque BCP célèbre ses 15 ans. Quinze années au cours desquelles elle a su évoluer et se transformer tout en conservant ses différences. Nous avons parfaitement conscience que nos clients recherchent une banque qui leur offre le meilleur de l’humain et du digital. Cette proximité digitale n’exclut pas la proximité relationne-lle, bien au contraire ; à la Banque BCP chaque client a et conservera un interlocuteur dédié. »

Mécène du Grand Palais depuis 2 ans, la Banque BCP a choisi ce lieu d’histoire pour célébrer ses 15 ans. Elle privatise pour ses clients l’exposition des oeuvres d’un très grand artiste portugais du 20ème siècle, Amadeo de Souza-Cardoso. C’est la première grande rétrospec-tive consacrée à l’artiste depuis 1958 initiée par la Fondation Calouste Gulbenkian et la Réunion des musées nationaux-Grand Palais.

FABIEN NEUFINCK, JEAN-PHILIPPE DIEHL ET THIERRY ALVADO CARLOS VINHAS PEREIRA ET JEAN-PHILIPPE DIEHL

RUBEN ALVES

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POLÍTICAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR6

Pub.

Presença da CÍVICA no “Salon des Maires d’Ile-de-France”

A CÍVICA, ASSOCIAÇÃO DOS AUTARCAS DE ORIGEM PORTUGUESA DE FRANÇA, esteve presente na 20a edição do «Salon des Maires d’Ile-de-France» que decorreu do 12 a 14 de abril no Paris Event Center, na Porte de la Villette em Paris 19, associação representada por Paulo Marques, recentemente reeleito presidente e também Conselheiro Municipal de Aulnay-sous-Bois.

Este salão, organizado pela A.M.I.F, pretende reunir todos os orgãos liga-dos à política, afim de debater sobre diversos temas, tendo sempre em conta o bem da população e atribuir prémios às cidades inovadoras em di-versos ramos como ecologia, tecnolo-gia, habitação, emprego, etc... Foram três dias de conferências, encontros e debates onde a Cívica monstrou o valor da comunidade portuguesa e luso-descendeste de França, cujo peso através das eleições pode ser bastante

No dia em que a Cívica organizou um cocktail para amigos e convida-dos, o stand foi bastante animado contando com a presença de Manuel Miranda e Flaviano Ramos, onde o fado se fez ouvir, certamente pela primeira vez, no « Salon des Maires d’Ile-de-France ».

Durante este salão, a Cívica apre-sentou o seu mais recente número da revista “Cívica”. Portugal Magazine agradece o convite e marca encontro para o próximo ano.

importante.Foram numerosos os visitantes do

stand desta associação, presidentes de câmara, eleitos, dirigentes associati-vos e funcionários, encontro que a Cívica não podia faltar e onde mostrou o trabalho desempenhado dia após dia desde a sua criação. O Cônsul Geral de Portugal em Paris, António Moniz, visitou o stand da Cívica durante o evento, onde estiveram também pre-sentes algumas empresas portuguesas ou ligadas à comunidade lusófona.

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XXXXXXXXXXXXABRIL 2016

WWW.PORTUGALMAG.FR 7

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Aigle Azur lance 2 nouvelles destinations au départ de Lyon: Porto et Dakar

LA COMPAGNIE FRANÇAISE AIGLE AZUR renforce sa présence et son offre au départ de l’aéroport Lyon-Saint Exupéry, avec 2 nouvelles liaisons régulières vers Porto et Dakar.

La compagnie propose en effet depuis le 27 mars une toute nouvelle liaison entre Lyon et Porto, opérée à raison de 3 vols par semaine (chaque jeudi, vendredi et dimanche) selon les horaires suivants :

Aigle Azur étend également son réseau africain au départ de Lyon avec le lancement le 28 mars dernier d’une nouvelle liaison régulière, opérée 2 fois par semaine entre Lyon et Dakar (les samedis et lundis).

La liaison est assurée selon le programme ci-dessous :

Au départ de l’aéroport Lyon-Saint Exupéry, Aigle Azur propose 28 vols par semaine vers 6 destinations dans 3 pays, l’Algérie, le Portugal et le Sénégal, avec une offre diversifiée vers l’Algérie où elle dessert 4 villes : Alger, Bejaïa, Constantine, Oran.

Avec le lancement des nouvelles liaisons vers Porto et Dakar, Aigle Azur confirme sa présence historique à Lyon, où elle a déjà transporté 2 millions de passagers depuis 2003, et où elle a enregistré en 2015/2016 un remplissage moyen de 70 % sur ses vols.

Aigle Azur dispose de 2 A320 basés à Lyon, mais aussi d’une équipe dédiée de 70 personnes, dont un représentant com-mercial, et d’un comptoir de vente ouvert 7j/7.

Informations et réservations :aigleazur.com ou 0 810 797 997 (Service 0,06 €/min + prix appel).

COMMUNIQUÉ DE PRESSEMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR8

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EXPOSITIONMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR10

AMADEO DE SOUZA-CARDOSO

Amadeo de Souza-Cardoso, le météore portugais de l’art

moderne au Grand Palais

Amadeo de Souza-Cardoso, peintre portugais qui, à Paris, a connu Brancu-si, Modigliani, les Delaunay, a produit en dix ans une œuvre protéiforme, nourrie de cubisme, de futurisme, d’expressionnisme, une œuvre en même temps originale et personnelle. Il n’est pas connu en France bien qu’il y ait passé huit ans. Le Grand Palais répare cet oubli en lui consacrant une grande rétrospective.

Il était déjà au Grand Palais en 1912, au Salon d’Automne. Il exposait huit œuvres au célèbre Armory Show aux Etats-Unis en 1913 : elles y faisaient sen-

DEPUIS LE 20 AVRIL ET JUSQU’AU 18 JUILLET 2016, Amadeo de Souza-Cardoso est à l’honneur au Grand Palais.

sation et presque toutes étaient vendues. Dans la première décennie du siècle, il était une figure de l’avant-garde artisti-que à Montparnasse. Pourtant, Amadeo de Souza-Cardoso n’est resté célèbre que dans son pays, le Portugal, où il été montré à partir des années 1950.

Le Grand Palais propose une rétros-pective en 300 œuvres (dont quelque 200 peintures) pour faire redécouvrir l’œuvre prolifique d’un jeune homme qui mourra fauché par la grippe espag-nole en 1918, à trente ans à peine.

La première salle nous montre, dans une projection de photos, un beau

garçon élégamment vêtu, avec ses amis parisiens ou en famille au Portugal. Et ses premières caricatures, datant des années 1906-1910. Car Amadeo de Souza-Cardoso, fils d’un riche produc-teur de vin, né en 1887 à Manhufe près d’Amarante, dans le nord du Portugal, commence sa carrière en dessinant des caricatures qui sont publiées dans les journaux portugais.

Pour faire plaisir à son père, il enta-me des études d’architecture et se rend pour cela à Paris en 1907. Il renonce très vite pour se consacrer uniquement à la peinture à partir de 1910. « Ici on

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EXPOSITIONMAIO 2016

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respire, au Portugal on étouffe », écrit-il à sa sœur. L’effervescence artistique et le cosmopolitisme de la scène parisienne contrastent avec le conservatisme bour-geois de son milieu d’origine. D’ailleurs son travail fera scandale à Lisbonne et à Porto lors de sa première exposition personnelle en 1916.

A Paris, où il reste huit ans, le jeune Amadeo fréquente d’abord des intel-lectuels portugais avant de rencontrer Amedeo Modigliani (dont il sera très proche). Toute sa courte carrière, il est imprégné des différents courants de l’avant-garde : le cubisme qu’il inter-prète librement, y ajoutant mouvement et couleur, le futurisme dont il adopte la vitesse, l’orphisme des Delaunay et même plus tard l’expressionnisme.

Amadeo de Souza-Cardos s’approprie l’esthétique des mouvements tout en ne les suivant jamais complètement : “Il me semble intelligent celui qui, quand il aime intensément une œuvre d’art, se garde d’autant plus de l’imiter”, écrit-il en 1910 à son oncle Francisco, qui l’a encouragé dans ses projets artistiques. Dans cette lettre il se démarque du futu-risme (“un truc de charlatan sans sensi-bilité ni cerveau”) et du cubisme (“une calligraphie mentale et littéraire”).

Il revendique l’éclectisme : “Je ne fais partie d’aucune école. Les écoles sont mortes. Nous, la nouvelle génération, il n’y a que l’originalité qui nous intéresse. Impressionnisme, cubiste, futuriste, abstractionniste ? Un peu de tout.”

On peut encore citer au nombre de ses influences le Douanier Rousseau, par exemple dans sa toile “Le Saut du Lapin” de 1913, avec sa végétation exubérante. Il s’inspire encore des estampes japonai-ses, dans un vol d’oies, ou dans cette gouache : “Clown, cheval, salamandre” (1911-1912).

Les paysages de sa région natale, faits de montagnes ondoyantes à perte de vue, sont un motif récurrent de sa peinture auquel il applique différentes techniques.

Plusieurs petits tableaux peints en-tre 1910 et 1912, exposés côte à côte, montrent son évolution stylistique et, là encore, les différentes influences qui traversent sa peinture, de la construction cézannienne aux couleurs des Delaunay ou à la perspective verticale des peintres primitifs italiens, qui l’ont fortement impressionné lors d’un voyage en 1910 à Bruxelles : “Je passe mes journées en compagnie de quelques peintres primi-tifs, qui sont mes idoles”, écrit-il

Dans ses paysages, il va introduire

des scènes de la vie populaire, une fi-leuse avec ses chèvres, un berger avec ses moutons qui épousent les courbes des montagnes.

Un temps, vers 1913, il expérimente à la Delaunay les effets de la lumière et de couleur sur les formes, le paysage se fait de plus en plus abstrait, avec des courbes puis des conjugaisons de formes géométriques de couleurs vives.

En 1914, Amadeo de Souza-Cardoso voit un séjour au Portugal prolongé, en raison de la guerre. Il ne pourra ja-mais retourner à Paris et travaille dans l’atelier que son père lui a fait construire sur son domaine. L’artiste réintroduit dans sa peinture des figures et continue à expérimenter. Il fait penser aux expres-sionnistes allemands, notamment ceux du groupe Die Brücke, dans une série de têtes à la palette plus sombre, aux-quelles il attribue des états émotionnels, tristesse, folie qui pourraient faire écho à la situation de guerre.

Par ailleurs, il s’inspire de l’imaginaire populaire de sa région, plaçant des piè-ces de céramique, des personnages en tenue traditionnelle, des instruments de musique, dans des compositions aux couleurs vives. Il met littéralement en scène les chansons populaires en faisant flotter leurs mots dans le cadre.

Il crée d’étonnants visages-masques, baptisés “Têtes océan” constitués de formes légèrement géométriques et de taches de couleurs vives, avant d’imaginer de grands collages colorés et saturés où il mêle divers éléments : du sable, un petit miroir, un collier, des éléments publicitaires. Ce sont ses dernières œuvres.

Alors qu’il prépare son retour à Paris, Amadeo de Souza Cardoso meurt le 25 octobre 1918 de la grippe espagnole, dix ans seulement après ses débuts en pein-ture. A trente ans, ce travailleur acharné a digéré tous les styles de son temps pour choisir une synthèse toujours ori-ginale, ne cessant d’expérimenter et de renouveler ses moyens d’expression. Au terme d’une courte carrière, il laisse plus de 200 peintures et de nombreux dessins et aquarelles. Comme toujours dans le cas de la disparition précoce d’un artiste, on ne peut s’empêcher de s’interroger sur tout ce qu’il aurait pu encore créer s’il avait survécu à l’épidémie.

Du 20 Avril 2016 au 18 Juillet 2016Grand Palais

Avenue du Général Eisenhower75008 Paris

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CULTUREMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR12

Palaiseau met la culture portugaise à l’honneur

UNE SOIRÉE CABARET INÉDITE. La mairie de Palaiseau a mis la culturelle portugaise à l’honneur, en programmant dans sa saison culturelle, une Soirée inédite, le Samedi 21 Mai 2016 à 19h30. La soirée débutera par un repas avec des spécialités portugaises, suivi par un spectacle d’1h30. La salle Guy-Vinet, qui a fait peau neuve, accueillera cette soirée exceptionnelle.

Denise Chalem, en charge de la Culture à Palaiseau, se félicite d’avoir su réunir des artistes représentatifs de la culture portugaise en France, pour of-frir une ambiance qui rappellera un soir d’été à Lisbonne, à la terrasse d’un café, avec des amis, du Fado, de la littérature et de la peinture sensuelle. Elle se plaît ainsi à dire : « J’ai eu envie de les réunir lors d’une soirée et de partir en voyage vers ce Portugal si loin, si proche, ce Portugal où j’ai tourné avec une grande vedette portugaise : Maria de Medeiros qui m’a fait découvrir pas à pas ce beau pays. »

Antonio De Sousa, auteur du ro-man « L’immigré portugais », assurera l’essentiel de la partie littéraire de cette soirée. Né à Leiria au Portugal, l’écrivain a immigré en France à l’âge de neuf ans. Il présentera sur scène des extraits de son œuvre, spécialement adaptés pour

cette soirée, sous forme d’anecdotes. Ses écrits jaillissent de ses racines por-tugaises, son parcours est un pont entre hier et aujourd’hui, entre traditions et modernisme. Ses passages mettront en valeur la culture portugaise par les récits de son Portugal natal, mais aussi par les récits des immigrés portugais de France. Nul doute qu’il en ressortira beaucoup d’émotions, à partager avec le public.

Anna Ribeire, auteure et peintre a quitté sa ville natale située au nord de Lisbonne à l’aube de ses huit ans. Dès lors le processus de création s’est imposé à elle comme un moyen majeur de communication. Ses toiles rouges et noires, sensuelles, serviront de décor, et seront aussi incrustées dans les projec-tions et éclairages du spectacle.

Dan Inger dos Santos, assurera la partie musicale, accompagné de son

Atlântico Tour en Quartet. Au chant, guitares et harmonicas, Dan Inger dos Santos sera accompagné par Red Mit-chell (Guitare et chœurs), Patrick Ara (Basse) et par l’incontournable virtuose de la guitare portugaise, Philippe de Sousa. Dan étonnera par ses composi-tions et ses arrangements de génie.

Des extraits de Fernando Pessoa seront lus par l’auteur et comédien Michel Abécassis, qui a mis en scène à plusieurs reprises des pièces inspirées de l’œuvre de l’illustre écrivain et poète portugais.

Soirée Cabaret - La culture portu-gaise à l’honneur - Samedi 21 Mai 2016 à Palaiseau (91) 19h30-22h00 - Repas et spectacle inclus. Réservations sur les sites majeurs de réservations et à la rubrique « Billetterie Culturelle » de Palaiseau www.ville-palaiseau.fr

ANTÓNIO SOUSAANNA RIBEIREDAN INGERDENISE CHALEMMICHEL ABÉCASSIS

Pub.

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EXPOSICÃOMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR14

Reabertura do Espaço Cultural da Casa de Portugal na Cidade

Universitária de ParisINAUGURADA EM 1967, A CASA DE PORTUGAL, BAPTIZADA ANDRÉ DE GOUVEIA, acolhia os estudantes portugueses e exercia uma grande actividade cultural, com uma programação cuidada, organizando exposições, concertos, teatro, conferências, projecções, etc. Foi desde sempre o local onde se reunia a comunidade portuguesa, para onde havia orgulho em convidar os amigos franceses e outros, que apreciavam o Espaço e tinham gosto em voltar.

A Casa entrou em cur-so de renovação nos anos 2000, abrindo de novo as portas do seu Espaço Cul-tural ao público no dia 18 de Abril, na presença de vá-rias entidades portuguesas e francesas.

No dia 24 de Abril às 16h, houve uma inaugura-ção cultural com um con-

certo na sala Fernando Pes-soa, onde a jovem soprano Mariana Fabião (residente na Casa), cantou temas de José Afonso acompa-nhada pelo grupo Jardim Jazz, oriundos de Orléans. Seguiu-se às 18h, o vernis-sage da pintora portuguesa Clotilde Fava, inaugurando assim a Sala Vieira da Sil-va. Esta exposição estará patente ao público até ao dia 17 de Maio.

Exposição a não perder, pois as obras cuja temática africana da pintora rela-cionam-se com as ligações entre Portugal e os PALOP.

Clotilde Fava nasceu em Lisboa, é filha de Palmira da Costa Pinto e do escul-tor Armando Mesquita.

Criada desde pequenina no ambiente ao mesmo tempo mágico e familiar de um atelier de escultura, a sua entrada na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa foi culminada por uma forma-ção em Escultura.

Em 1965, plena época de Guerra Colonial, casou e como o marido foi ime-diatamente mobilizado, foi para Luanda com ele. O choque que o seu espí-rito sofre ao confrontar-se com a realidade dos povos de África, com a dimen-são, cores e cheiros deste Continente, irá marcá-la para o resto da sua vida e repercutir-se no seu traba-lho e obra.

Com a descolonização

MARIA FERNANDA PINTO

ANA PAIXÃO, PRESIDENTE, COM CLOTILDE FAVA RESIDÊNCIA ANDRÉ DE GOUVEIA

e a guerra civil que se seguiu, Clotilde Fava viu--se forçada a regressar a Portugal, onde se dedicou, então, ao ensino da Arte, contagiando e formando novas gerações no gosto pelo belo e pelo sonho. Mas o seu coração mante-ve-se em África.

«A África dos rostos bondosos e sofridos da mulher africana, dos con-trastes entre o espaço in-comensurável de todo um continente e a história fugaz que transparece num só olhar, condensando a essência da própria Huma-nidade, captado nas suas telas, África que foi, é e será sempre a sua grande paixão! Essa mesma paixão

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EXPOSICÃOMAIO 2016

WWW.PORTUGALMAG.FR 15

que transparece em toda a sua obra», como alguém já disse.

Das telas de Clotilde Fava com personagens afri-canas e animais, dá-nos a sensação de ter entrado num mundo de Grimm, cujos «Contos Infantis», são mais para adultos, não tendo sido considerados

adequados para crianças, tanto pela informação cien-tífica contida, quanto pelo tema. E quando entramos «nas metáforas florais» da artista, a sensação acen-tua-se. Clotilde Fava fala de f lores masculinas e femininas, mas pode ver--se as obras, como motivo floral sem outra particula-

Pub.

ridade. É preciso ver e re-ver. Cada qual, perdendo--se nas cores vivas sobre fundos sombrios, pode interpretar à sua maneira o que vê, em grande cum-plicidade consigo mesmo.

Clotilde Fava não pro-cura inspiração nem em fotos, nem em herbários, em plena abstracção, in-

venta as flores para melhor explicar toda a sua ambi-guidade.

Exposition «Complicités»Residência André de Gou-

veia – Casa de PortugalCidade Universitária

de Paris7p, boulevard Jourdan

75014 Paris

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ENTREVISTAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR18

Manuel do Nascimento, um português em França apaixonado

pela história de PortugalPORTUGAL MAGAZINE ESTEVE EM CONVERSA COM MANUEL DO NASCIMENTO, escritor que nasceu em Portugal e que vive em França desde os anos 70. Apaixonado por história desde a sua tenra idade, é em França que ele procura a conhecer o seu país natal.

Manuel do Nascimento, sabe-se que desde os anos 70, sempre resi-diu nas vilas periféricas de Cormeil-les-en-Parisis (95), é exato?

Sim. Depois da minha chegada à França em 1970 e depois de alguns me-ses passados à Guéret (23), voltei para a região de Paris; Carrières-sur-Seine, Argenteuil e agora em Cormeilles-en--Parisis.

Estes últimos tempos tem sido bastante ativo na divulgação da his-tória e cultura portuguesa em Cor-meilles. Como isto começou?

Em 2010 fui contactado pelo adido à cultural da Câmara de Cormeilles, visto ele ter tido conhecimento de alguns dos meus livros, por intermédio da biblioteca municipal de Cormeilles, a qual eu fre-quentava. Por isso foi muito fácil de obter os meus dados telefónicos, e assim foi marcado um encontro. Depois das apre-sentações, foi-me pedido (se eu estivesse interessado), para participar no grupo de trabalho para divulgar (sensibilizar) os Cormeillais, à história e à cultura portu-guesa na vila, a fim de preparar o terre-no para uma proposição de geminação de Cormeilles com uma vila portuguesa, tendo por objetivo o intercâmbio cultural entre os dois países.

Foi então, que esta ideia (para sensi-bilizar) os habitantes da vila, surgiu de organizar conferências e encontros cultu-rais sobre Portugal.

E a primeira conferência aconteceu em outubro de 2015...

Exato. Depois de algumas reuniões, foi decidido que a primeira conferência seria um apanhado geral sobre a histó-ria de Portugal e das relações históricas e culturais entre os dois países desde há séculos. Também foi dito, que devia ser eu a fazer essa conferência, na qual acei-tei o desafio. Bons baisers du Portugal,

o rei D. Manuel I, depois de viúva, casou com o rei francês François I, tornando-se assim, rainha de França (1530-1547), e à morte do rei François I (1547), D. Leo-nor recebeu o ducado francês de Tourai-ne. Também as invasões napoleónicas em Portugal foram relatadas. Muitos france-ses na sala ficaram surpreendidos por este episódio, muito pouco conhecido para muitos deles. Também foi relatado o casamento da princesa francesa, Amélia de Orleães com D. Carlos I de Portugal. Mas, muito mais foi dito ao longo da con-ferência, que acabou, para muitos france-sas presentes repetirem que : nos livros de história em França, não aprendi isso. Conhece-se muito de Espanha, mas não de Portugal. Isto é uma realidade, res-pondi eu.

No dia 8 de março de 2016, tam-bém houve uma conferência sobre o conflito mundial de 1914-1918.

Mais um episódio quase esquecido pela maioria dos franceses.

Desta vez, foi um convite do Comi-té do Souvenir Français, no quadro do Centenário da entrada de Portugal na guerra 1914-1918, e fui convidado em 2014, para realizar esta conferência em 2016, ano centenário (1916-2016).

Portugal, entrou oficialmente em guerra a 9 de março de 1916, sendo as-sim para comemorar o 1.° centenário que foi organizada esta conferência, também por mim, visto que Gérard Viallet, ge-neral de Divisão e Presidente do Comité do Souvenir Français de Cormeilles, e, após a leitura de um dos meus livros, sobre a participação dos soldados portu-gueses no conflito mundial 1914-1918, me convidou. Esta conferência também teve o Alto Patrocínio da Embaixada de Portugal em Paris, sendo representada pelo adido de defesa Paulo Ramalho da Silva e pelo adido cultural, João Pinha-randa. O general e presidente da Liga

foi o título escolhido para esta primeira conferência, que tinha por objetivo de ver melhor ou de conhecer melhor Portugal, ou seja, de uma outra maneira que atra-vés dos portugueses(as) vindos trabalhar em França, como se Portugal, fosse um país sem história nem cultura. O públi-co esteve bastante presente, talvez mais portugueses que franceses, mas foi uma primeira em Cormeilles. Desde a abertu-ra da conferência, não deixei de lembrar que as relações culturais, económicas e his-tóricas entre os dois países existem desde o século XI. Não podia deixar de frisar o nome de Henri de Borgonha (1066-1112), e pai de D. Afonso Henriques, e primeiro de Portugal e que Henri ou Hen-rique de Borgonha, era filho du duque de Borgonha, Roberto I, le Vieux. Henri ou Henrique de Borgonha, era o quinto filho du duque de Borgonha. Quis também relembrar ou mesmo lembrar, que D. Leonor, rainha de Portugal, casada com

MANUEL DO NASCIMENTO

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dos Combatentes de Portugal, foi re-presentado por um membro do núcleo da vila de Neuilly-sur-Seine em França, José Rubira. Mais uma vez, e por falta de publicações em França sobre esta parti-cipação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, que a maioria dos franceses ig-noram os milhares de soldados portu-gueses que lutaram para a liberdade do povo francês. Milhares de soldados por-tugueses morreram, ficaram feridos, gaseados ou prisioneiros, sobretudo na Batalha de La Lys a 9 de abril de 1918. Esta conferência, foi muito animada com uma chuva de perguntas vindas do público, mais uma vez numero-so. O interesse foi além do esperado. Foi também com prazer que aco-lhi um estudan-te luso, vindo de longe (Universi-dade de Metz), de propósito para as-sistir a esta confe-rência, mas sobre-tudo o interesse deste sujeito, vis-to estar a fazer um trabalho de pesquisa para o seu mestra-do de história sobre a participação de Portugal na Primeira Guerra, no qual pediu a minha ajuda histórica e docu-mental. Pois, segundo esse estudante deu queixumes de nada encontrar em França, a não ser os meus dois livros sobre esse sujeito. Também aproveito para dizer, (e com as mesmas queixas) que já em 2011, um outro estudante d’Ambleteuse (62), desta vez, de ori-gem francesa, também para um mestra-do de história sobre o mesmo sujeito. Também ele me pediu ajuda para infor-mações, mas sobretudo de tradução do português para francês. Após ter obtido o seu mestrado, ele agradeceu-me por correio por ter contribuído nas infor-mações dadas, seja por correio, seja através de um dos meus livros, sobre a “batalha de La Lys do 9 de abril de 1918”. Num futuro próximo, espero que haja outros estudantes, interessa-dos pelo mesmo sujeito, o que isto sig-nifica, o interesse de jovens lusos em história sobre este episódio histórico de Portugal, além-fronteiras – nesta terra de ninguém – como diziam os soldados portugueses da guerra 1914-1918. Gostaria de frisar aqui algumas

das diversas mensagens que recebi, e, algumas vindas de Portugal, como por exemplo; Sabe o meu avô paterno foi feito prisioneiro em La Lys, sobreviveu e recordo-me das suas histórias. Áfri-ca e França, Portugal. Por coincidência, tenho um filho nascido a 9 de abril que estuda trompete pois adora música de metais e chamamentos de batalhas, apenas uma nota de história, humor e curiosidade... Recordo-me muito bem do meu querido avô e de ouvir falar de um tio-avô materno que morreu

na frente de bata-lha... Ao que me contava o meu avô, os soldados eram pressionados para dispararem ao má-ximo e os canhões não chegavam a arrefecer. Esse tio faleceu devido ao rebentamento do canhão... O meu avô foi gaseado... Muitas vezes fala-va-me em francês: “Bonjour, Made-moiselle. Voulez--vous danser?.

No dia 2 de abril, os Museus Reunidos de Cor-meilles, organizaram um encontro com escritores portugueses.

Sim. Isto é na continuação da agenda cultural em relação com Portugal em Cor-meilles, mas também no quadro das por-tas abertas ao público do Museu durante os dias 1, 2 e 3 de abril. Quer dizer, que este encontro cultural português, teve o privilégio de haver um vai-e-vem de visito-res que passaram pela bancada dos escri-tores presentes. Os autores foram escolhi-dos pelo grupo de trabalho depois de lhe ter dado uma lista de autores portugueses, onde foram escolhidos alguns - com um critério variado das obras - para uma tarde onde o público pode dialogar com; Alice Mendes-Lucas, Manuel do Nascimento, Edite Fonseca e Joëlle Nascimento. Este encontro foi organizado por : Aux Musées Réunis, Maison du Patrimoine Cormeilles com a colaboração da municipalidade.

No dia 14 de abril, o professor Yves Léonard, deu também uma conferência em Cormeilles.

Sim. Esta conferência já estava agendada desde novembro 2015, e foi uma proposição minha sobre o tema : Avril au Portugal : du régime salaza-

riste à la démocratie. Esta conferência teve por objetivo de explicar o papel do Estado Novo salazarista, onde du-rante quase meio século não havia de-mocracia em Portugal, onde milhares de homens, jovens e mulheres deixa-ram o país, seja por razões económicas ou políticas, ou ainda para escapar às guerras coloniais.

A segunda parte desta conferência foi para explicar o 25 de abril de 1974, e as suas consequências nacionais e in-ternacionais para o país.

Muitos jovens portugueses ficaram com uma outra ideia de Portugal, antes e depois do 25 de abril de 1974, assim como o público francês presente, que mais uma vez desconheciam, ou mui-to pouco, estes períodos históricos da nossa história. Todas estas iniciativas culturais têm sido bem recebidas, tanto pelo público português que francês, e por isso, vamos continuar.

Já também no Salão de Belas Artes em Cormeilles estiveram artistas por-tugueses!

Sim. Queria também aqui dizer, que a vila de Cormeilles organiza todos os anos um Salão das Belas Artes, e este ano, qua-tro artistas portugueses foram convidados para esta exposição, que foi inaugurada a 16 de abril e que ficou patente até ao pri-meiro de maio onde apreciamos o traba-lho dos pintores portugueses presentes: António Alves, Odete Domingues Ferrei-ra, e a escultora/pintora Oliva Resende, assim como o escultor Manuel Jorge Pe-reira. Também esta escolha foi da respon-sabilidade do comissário do salão, depois de uma lista proposta de alguns artistas portugueses residentes na região de Paris.

Pode-nos anunciar outros eventos culturais para os próximos meses em Cormeilles?

Posso desde já dizer-vos que para o mês de outubro de 2016, haverá um dia de degustação e venda de produtos gastronómicos portugueses; porto, vi-nhos, enchidos, doces e café.

Também queria aqui dizer, que a minha batalha, quer com os meus li-vros, quer nas conferências, nos en-contros culturais ou históricos, aqui em França sobre Portugal, é, e será sempre para descortinar esta imagem turba que ainda existe em França sobre Portugal, um país quase desconhecido ou mal conhecido de muitos franceses, e portanto, é em França que milhares de portugueses vivem desde há mais de meio século.

“Bons baisers du Portugal, foi o título escolhido para esta primeira conferência,

que tinha por objetivo de ver melhor ou de conhecer melhor

Portugal, ou seja, de uma outra maneira que através dos portugueses(as) vindos

trabalhar em França, como se Portugal, fosse um país sem

história nem cultura.

MANUEL DO NASCIMENTO

ENTREVISTAMAIO 2016

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Portugal Magazine dá voz todos os meses a várias pessoas da comunidade

PERGUNTAS DO MÊS :O que pensa da nova vaga de emigração portuguesa?

Como vé a nossa comunidade em França? Pensa que seria necessário mudar algo?

MANUEL MIRANDAAUTOR COMPOSITOR

E INTÉRPRETE DE FADO

Incrível que pareça, a Pátria Mãe não tem um pão para dar a todos os filhos, no tempo do Es-tado Novo « Salazar » emigrava-se por razões politicas? E mais pequenas coisas, caprixos e ambi-ções! Hoje? Emigra-se, em nome da Liberdade, da miséria, da guerra, da descrença, da corrupção do oportunismo político, da roubalheira, o mexilhão é quem paga.!!!!!

A nossa comunidade é uma comunidade que está muito bem integrada, somos um povo que se adapta facilmente aos usos e costumes deste país. A forma como participamos ativamente no desenvolvimento político, económico, social e cultural..! É um orgulho ser Português.

Em nome da LIBERDADE..! Restruturem o 25 de ABRIL.

CRISTINA DOVALE PRESIDENTE DA RÁDIO ARC-

-EN-CIEL

A antiga vaga de emigração, tal como a do meu avô e pai dos anos de 1960, foi uma emigração de homens trabalhadores que trabalhavam de sol a sol e o que se ganhava era para sustentar a familia deixada em Portugal. O lugar das mulheres não era bem-vindo. Falava-se pouco francês e viviam juntos para se ajudar uns aos outros... A nova emigração é totalmente diferente porque já se conhece a língua, chega-se com estudos e sabe-se as leis. Muito bom, pena é que alguns aproveitam-se destes valores que a França propoêm para viver do sistema e das vantagens. E a cima de tudo, ainda tentam dizer mal deste país que nos acolhe.

Muito bem, os franceses dão-nos os melhores adjectivos : trabalhadores, limpos, de bom gos-to, sabem mostrar aos franceses a realidade da vida. Mas acima de tudo sabem guardar e alimentar as tradições portuguesas... Mas também ainda existe aqueles que não conheçem NADA e ficam desiludidos porque pensam que a França é um paraíso e voltam depressa para Portugal.

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Este sim é um tema complexo e sensivel ! Falamos de pessoas que de malas e bagagens deixaram o país que os viu crescer, amigos e família. Felizmente hoje as condições são bastante melhores. Emigrantes de há 30 anos ou emigrantes de hoje vivem todos com o mesmo sentimento : A SAUDADE ! Os tempos mudaram e com ele a mentalidade e forma de vida. No geral, em tempos se trabalhava

para poupanças e com objetivo de construir casa em Porugal para a tão anciosa reforma! Hoje, trabalhamos e vivemos um dia de cada vez, as poupanças essas são escassas e optamos por

investir num lar aqui, no país onde vivemos durante pelo menos 11 meses por ano… Na antiga vaga de emigração, eram na maioria homens, simples operarios, hoje são familias intei-

ras e com graus de estudo elevados. A comunidade Portuguesa… a nossa comunidade ! No geral somos um povo caloroso, unido, de mente aberta, muito trabalhadores e acima de tudo

tão fortes ! Fortes sim, ao contrário do que muitos pensam, ser emigrante nao é tarefa fácil ! Mas quem vive na pele este rotulo de emigrante, sabe do que falo e do que por vezes sinto ! Não somos pessoas ricas, mas sim ricas pessoas !

No fundo somos PORTUGUESES e isso diz tudo ! Mudança !? Sim ! Mas essa não depende de nós, cidadãos, mas sim dos grandes chefes de estado que tomam de-

cisões em prol dos seus interesses ! Este é um problema mundial a que todos chamamos de Crise !

ALEXANDRA CATARINO ASSISTENTE

ADMINISTRATIVA

JOÃO HEITORDIRETOR DO LUSOFOLIE’S

A Antiga emigração é uma fuga à pobreza instituida e protegida por um regime fascita. Ho-mens abandonam os campos, algumas zonas de industria à procura de pão e com o desejo de construir uma casa na terra para poderem voltar. São homens e mulheres que na maioria mal sa-bem ler e escrever. Homens que se lançam pelos montes sem saberem o que lhes espera. Partem novos e velhos buscando noutras paragens com o sonho de viver melhor, dar melhores condições às suas familias. Considero estes homens e mulheres os maiores herois, infelizmente, do Portu-gal contemporâneo. Juntamente com esta emigração económica vieram os mais jovens que não queriam a guerra colonial, herois também por não quererem alinhar na luta contra os irmãos das colonias portuguesas. A ler o livro do defunto Alvaro Morna: O Caminho da Liberdade.

A nova vaga é uma desgraça para o país. Nos proximos anos, sentiremos o lado negativo da saida desta juventude tão bem preparada. Tenho receio para o futuro do nosso pais se esta hemor-ragia emigratoria continua. Ha casais que se dividem, um fica com os filhos menores em Portugal, o outro vem trabalhar para salvar a casa, pagar as dividas. Contudo, os que vêm ja não têm o mes-mo espirito de abnegação, tentam entalar e tirar as vantagens do sistema social francês. Os mais formados pensam que sabem tudo e que dão lições à velha emigração. Vêm com “maus vicios” e pensavam que o dinheiro corria pelas valetas. Vasto debate para uma mesa redonda.

Não existe uma Comunidade Portuguesa em França. Ha varias comunidades dentro da pró-pria comunidade portuguesa. O nivel cultural influência muito nas atitudes e comportamentos. Há ainda portugueses que pensam que hão-de partir para o outro mundo com o dinheiro no banco. Ha portugueses que sacrificam a sua “retraite” guardando os netos porque os filhos estão a construir o “pavillon” ou compraram um andar. Há portugueses que pensam que são da alta clas-se porque são patrões. Há pouca solidariedade e união entre os portugueses. Todos querem ser importantes. Prefiro a comunidade formada por homens e mulheres que são solidarios, motiva-dos por questões sociais e culturais, que sabem beber um copo juntos, que partilham as questões referentes aos filhos, aos idosos, aos problemas da sociedade onde vivemos e que não se deixam levar pelos discursos saudosistas e bacocos dos nossos politicos.

Primeiro maior compromisso na politica francesa começando pelas inscrições nas listas eleito-rais das mairies. Segundo, aumentar o número de deputados pelos circulos eleitorais das comu-nidades. Os dois deputados pela Europa é uma autêntica palhaçada, nestes 40 anos não passam de cortas-fitas no meio das associações, das jantaradas, reuniões partidarias. Precisamos de um grupo de deputados onde em questões cruciais possa haver conscensos. Basta olhar para os emi-grantes lesados pelo BES.

Termino dizendo que os nossos empresarios deveriam investir numa caixa comum para ajudar a execução de projetos de jovens artistas plasticos, projetos musicais, literarios... Não avançamos, retrocedemos dizendo que somos uma comunidade forte e trabalhadora. Não desisto, mas estou cansado. Não há vida, não há sangue novo, os jovens seguem os Tonys Carreiras, o popular de bai-xo nivel. Gostaria que tudo aquilo que eu conheço de qualidade na comunidade viesse à superfice, que se transformasse num oceano lusófono , eu sei que há talentos, eu sei que há projetos, não temos orientações nem ajudas financeiras. Vou seguindo a maxima do poeta espanhol Antonio Machado : “Caminhante não há caminho, o caminho faz-se ao caminhar”.

OPINIÃO COM VOZMAIO 2016

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OPINIÃO COM VOZMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR22

MARIA FERNANDA PINTOAPOSENTADA DA ÉCOLE

POLYTECHNIQUE DE PARIS (L.P.N.H.E.)

Quando vim para Paris, nada me obrigava a sair de Lisboa, onde vivia numa doce e interro-gativa inconsciência. Doce, porque não tinha problemas de maior e inconsciência porque devia «saber» que num país normal, a polícia não anda a vigiar toda a gente, quase até ver o que têm na mesa: polícia a vigiar com quem se falava, de que se falava, o que lia, onde ia, até... se tinha licença de isqueiro... Perseguições aos estudantes, prisões cheias, centenas de portugueses que abandonavam Portugal, envio de jovens para as «colónias», os que voltavam, vinham quase lou-cos... aí a consciência acordou! Como aquele que me interessava se preparava para «dar o salto», vim ter com ele uns meses depois. Bem recebida do lado francês (tinha a sorte de falar bastante bem francês), encontrei no padre da missão católica portuguesa (para casamento) e Consulado de Portugal (para renovar passaporte), os serviços mais indignos, que me mantiveram afastada até ao 25 de Abril.

O que penso da antiga e nova vaga de emigração portuguesa em França ? Da antiga, até aos anos noventa, só conhecia de ouvir falar... Uma tarde, estava a trabalhar e o meu director do Laboratório, prof. Louis Leprince-Ringuet, veio chamar-me dizendo que no anfiteatro (que aliás se chamava Manuel Valadares – um dos pioneiros na área da Física Nuclear e atómica), estava a passar-se algo que talvez me interessasse: uma reunião da Interaction France-Portugal. (rencon-tres sur les familles portugaises et la société française ).

Desci e fui a essa reunião... aí ouvi um senhor português, de uma certa idade perguntar com as lágrimas na voz: - e a língua, também é preciso esquecê-la? Estava o tema «integração», em debate. Fiquei com uma aversão metafísica a esta palavra...

Depois o contacto continuou, porque comecei a fazer rádio na Portugal FM, e conheci muita gente. Aí verifiquei que a Comunidade ganharia em ser mais solidária e saber que o dinheiro não dá estatuto... mas seria preciso mais espaço para falar disso.

Nova emigração? É uma emigração “empurrada” pela crise e os seus gestores, mas consciente, livre dos seus movimentos, que sabe o que quer e que procura por todos os meios VENCER!

Que mudar? Participar na vida cívica do local ou cidade onde vive e da Comunidade, não esquecer de onde veio, nem porquê.

Sala Vasco da Gama recebeu Semana

da Gastronomia PortuguesaA SEMANA GASTRONÓMICA PORTUGUESA É UM EVENTO REALIZADO anualmente com o apoio da Rádio Alfa, atração imperdível que promove os melhores pratos da culinária portuguesa.

Como é habitual, diversos esta-belecimentos vindos diretamente de Portugal, vieram dar a conhecer as diversas especialidades que fazem a reputação da região que representam. Este ano o restaurante « Tentações da Montanha » propôs em destaque a car-ne barrosã laminada, naco, assaduro

de porco, posta laminada, pescada e o cozido barrosão. O restaurante « O Torres » especialista no que toca aos frutos do mar, propôs pratos de arroz de marisco, ensopado de marisco, peixe diverso como robalo, garupa, sapateira, lagosta, gambas e o pescado à poveira. Este dois restaurantes destacaram o melhor da gastronomia transmontana e minhota, prepararam pratos suculentos com ingredientes lusitanos que levaram o público a uma viagem fantástica até Portugal, por meio do paladar.

Os amantes da boa gastronomia desfrutaram durante 10 dias de degus-tação de inúmeras delícias da tradição gastronómica nacional.

A Semana da Gastronomia Portu-guesa de Paris, visa não só a promover

a gastronomia tradicional das diferentes regiões de Portugal, mas também man-ter uma maior proximidade entre toda a comunidade portuguesa residente na região de Paris, que assim tem oportu-nidade de matar saudades do nosso país através da gastronomia e pratos típicos de cada região.

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Encontro de confraternização entre amigos organizado

para matar saudadesESTE ENCONTRO CONTOU COM A ORGANIZAÇÃO de Albert Marques, Armindo Freire, Christofhe Cardoso e de seu pai Fernando, proprietário do restaurante « Escale Gourmande », em Lagny sur Marne, lugar onde decorreu o convívio.

Foram vários amigos, empresários e convidados que aceitaram o convite, alguns que já não se viam hà bastante tempo, deles até hà mais de 20 anos e que durante a noite mata-ram saudades, contaram suas aventuras de certos momentos passados jun-tos. Este encontro foi uma boa desculpa para cada um esquecer, durante algumas horas, o stress do dia a dia e das responsabilidades.

Esta confraternização contou com uma larga par-ticipação de amigos, o bom ambiente e o espírito de camaradagem foram os prin-cipais ingredientes neste jantar que foi servido com

um bom arroz de cabidela e deliciosas entradas, tudo acompanhado com um bom vinho regional.

Este jantar convívio foi animado pelo artista Nelson Costa, mestre da concertina

que deu um ar do seu talen-to com algumas músicas do seu reportório, mas também alguns clássicos populares, sem esquecer as sempre bem-vindas desgarradas, animadas e malandrecas.

Os organizadores fize-ram questão de convidar algumas personalidades ligadas ao desenvolvimento e divulgação do nome de Portugal por terras france-sas, como Carlos Vinhas Pereira, Paulo Marques e Carlos Gonçalves.

Portugal Magazine este-ve presente para transcrever estes momentos de confra-ternização entre portugue-ses que não esquecem de onde vieram e que querem manter vivas as amizades e tradições.

Escale Gourmande60 rue Jacquard

77400 Lagny sur MarneTél. : 01 60 07 72 81

CONVÍVIOMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR24

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Fidelidade e Pedra Alta, um belo exemplo

de complementaridadeA COMPANHIA DE SEGUROS FIDELIDADE juntou-se ao grupo de restaurantes Pedra Alta para uma parceria em comunicação e prestação de serviços desde janeiro de 2016.

Carlos Vinhas Pereira, diretor Geral da Sucursal de França Fidelidade e Joaquim Batista, gerente da Pedra Alta, foram os dois protagonistas desta parceria, destas duas grandes marcas que se destacam pelos valores humanos e respeito pelo cliente, sempre com uma qualidade de alto nível.

A Fidelidade é a responsável dos segu-ros de saúde dos colaboradores dos res-taurantes Pedra Alta, em França são mais de 600 que usufruem dos serviços desta grande marca criada em 1808.

Pedra Alta é o maior grupo de restau-rantes portugueses em França, onde a fama de bem servir e qualidade nos seus pro-dutos são a carta de visita assim que uma cozinha abundante e plena de sabores que criam a reputação dos restaurantes Pedra Alta em Portugal e França. A numerosa clientela chinesa serve de meio de comu-nicação para a Fidelidade, visto que esta

na vida das pessoas.Na sua atividade internacional, a Fi-

delidade está onde as empresas, a cultura e a língua portuguesas estão presentes. Direta ou indiretamente, a Fidelidade está presente em Espanha, no Luxemburgo, em Macau, em Angola, em Cabo Verde, em Moçambique e em França. É especializada na oferta de seguros vida e não vida para particulares através da rede bancaria da Caixa Geral de Depósitos em França, dis-põe também de uma agência no segundo bairro de Paris com uma ampla oferta de soluções para os negócios dos empresários luso-descendentes e para as empresas com operações no território francês. A sucursal de França distribui, ainda, seguros através de corretores especializados na área dos riscos desportivos profissionais, na área imobiliária também na área dos seguros por afinidade (extensão de garantias smar-

tem vários serviços de seguranças para a comunidade Chinesa.

Desde o início do ano, estas duas gran-des empresas multinacionais, assinaram uma colaboração para melhor comunicar de maneira original no seio da comunidade Portuguesa, Chinesa e junto a todos os clientes destes restaurantes, visto que os serviços da Fidelidade estão disponíveis para todos os residentes em território francês e não só.

A companhia de seguros Fidelidade é a terceira seguradora mais antiga do mundo, cujo nome e identidade têm feito história. Desde 1808, a Fidelidade protege o futuro das famílias e das empresas sendo líder de mercado, desde a sua criação, a seguradora aposta na solidez, credibilidade, inovação e transparência. A sua estratégia consiste no desenvolvimento de produtos inovadores, capazes de fazer a diferença no mercado e

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PARCERIAMAIO 2016

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CARLOS VINHAS PEREIRA E JOAQUIM BATISTA

tphone, avaria mecânica etc.), seguros de grandes eventos (Roland Garros, les 24h du mans classique, le Dakar, Le Tour de France…)

A Fidelidade continua expandindo a sua oferta de serviços, sempre com o selo de confiança da maior e mais sólida com-panhia de seguros de Portugal, o que levou a rede de restaurantes Pedra Alta a fazer confiança à Fidelidade. Joaquim Batista não faltou de salientar que as empresas lusófonas deveriam seguir o seu exemplo, visto os serviços e prestações desta grande companhia, citando ainda que além dos negócios, a parte humana que tem com a seguradora, o acompanhamento, con-selhos, e presença no terreno são muito importantes.

Pedra Alta está presente em varias cida-des de França, nomeadamente nos pontos de mais relevo da capital francesa depois de ter aberto ao público o seu 18° restau-rante a dois passos da mais bela avenida do mundo, les “Champs Élysées”, e prepara-se a inaugurar mais restaurantes na capital, como na Bastille em Julho.

Cada restaurante Pedra Alta é um sucesso, são filas de espera, dezenas de pessoas à porta esperando para saborear os verdadeiros frutos do mar, que só Joaquim Batista conhece o segredo, ou melhor dizendo não há segredo, o segredo está na qualidade, no serviço e respeito por cada cliente. Num mercado cada vez mais competitivo, os restaurantes Pedra Alta são líderes no que toca à gastronomia ligada ao mar, e desde abril, cada cliente enquanto espera, pode ler a Portugal Mag que se encontra à disposição em todos os restaurantes num revisteiro à entrada.

Joaquim Batista disse-nos em entrevis-ta, que o primeiro restaurante Pedra Alta nasceu em Viana do Castelo, no norte de Portugal, há cerca de 30 anos. Quando nos relatou esta histório, pudemos ver um brilho no seu olhar, a nostalgia de Joaquim

Batista que relembra que naquele tempo servia os homens que trabalhavam na região, que viviam da pesca artesanal, uma profissão rude e que dava um apetite voraz. Aos poucos a sua cozinha começou a ser apreciada por muitas pessoas que acorriam ao restaurante pela sua reputação de bem servir e uma cozinha abundante e repleta de sabores.

Hoje os restaurantes Pedra Alta aco-lhem uma clientela diversa que encontra-ram uma forma de partilhar uma refeição à boa maneira portuguesa, com abundantes

mariscos, carnes grelhadas com muita elegância e abundância, características destes restauran-tes desde o início. Sem esquecer os habituais vinhos portugueses a acompanhar as iguarias de ma-risco sempre confeccionado com a melhor qualidade e atenção.

Não duvidamos que a colabo-ração das duas marcas, Fidelidade e Pedra Alta, só pode ser uma mais-valia para o nosso orgulho em sermos portugueses e para

todos os colaboradores do restaurante.Na conclusão desta colaboração, Fideli-

dade e Pedra Alta organizam um concurso onde é oferta uma viagem com tudo incluí-do para 2 pessoas ao Club Med da Balaia no Algarve. Não hesitem em participar já no site www.jeu-fidelidade.fr ou utilizando o QR Code seguinte :

Endereços e informações, fonte oficial site : www.pedraalta.pt

Fidelidade - Companhia de SegurosSuccursale de France

29, boulevard des Italiens75002 Paris

Tél.: 01 40 17 67 20Fax : 01 40 17 67 29

Agence Fidelidade Paris Opéra27 rue du 4 Septembre - 75002 Paris

Tél.: 01 40 06 06 06 [email protected]

Carlos Vinhas Pereira, director Geral da Fidelidade e Joaquim Batista, gerente da Pedra Alta, foram os dois protagonistas desta parceria, destas duas grandes mar-cas que se destacam pelos valores humanos e respeito pelo cliente, sempre com uma qualidade de alto nível.

“À GAGNER

1 SÉJOUR POUR 2 AU CLUB MED DA BALAIA AU PORTUGAL

FLASHEZ ET TENTEZ VOTRE CHANCE ! PLEIN D’AUTRES CADEAUX À GAGNER !!!

ou participez sur www.jeu-fidelidade.fr

Jeu gratuit et sans obligation contractuelle du 01/04/2016 au 30/06/2016. Règlement complet déposé auprès de la SCP BRISSE- BOUVET-LLOPIS, huissiers de justice associés, et disponible sur www.jeu-fidelidade.fr. Visuels non contractuels. Crédits photo : Fotolia.Fidelidade - Companhia de Seguros, S.A.Siège : Largo do Calhariz, 30 1249-001 Lisboa - Portugal - NIPC e Matrícula 500 918 880, CRC Lisboa - Capital Social 381.150.000 € - www.fidelidade.ptSuccursale de France : 29, boulevard des Italiens - 75002 Paris - RCS Paris B 413 175 191 - Tél. : 01 40 17 67 20 - Fax : 01 40 17 67 29 - www.fidelidade.fr

En partenariat avec :

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SALONMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR28

Le Portugal, pays à l’honneur du Salon des Seniors

LA 18ÈME ÉDITION DU SALON DES SENIORS S’EST TENUE DU 7 AU 10 AVRIL 2016 DERNIER À PARIS, Porte de Versailles. C’est un rendez-vous annuel, lieu d’échanges et d’informations pour réussir sa retraite et donner corps à tous ses projets.

Dans une ambiance conviviale, les 50 000 visiteurs ont pu rencontrer les meilleurs experts, trouver des idées et les informations utiles à leurs projets, assister à des confé-rences, etc…

Le Portugal a été l’invité d’honneur de cette édition car c’est l’une des destinations phares pour de très nombreux retraités français. Sa proximité géographique, son climat clément, la défiscalisation des retrai-tes françaises, en font un pays où il fait bon vivre et investir dans un immobilier dix fois moins cher qu’en France. Au programme de cette année, un espace dédié, un cycle de conférences et des animations. En par-tenariat avec la Chambre de Commerce et d’Industrie Franco Portugaise, dont le rôle est de promouvoir les affaires entre la France et le Portugal en aidant les entrepri-ses engagées dans le commerce bilatéral à accéder aux services, aux conseils et contacts adaptés à leurs besoins. Ses objectifs sont de favoriser les échanges bilatéraux, aider les Pub.

entreprises lors de leur implantation, déve-lopper les liens entre les membres, disposer d’informations privilégiées et d’organiser divers événements

Autres exposants du salon cette année :

Fidelidade, première compagnie d’assurance opérant au Portugal de-puis 1808. Acteur majeur des solutions

d’assurances entre la France et le Portugal, pour les particuliers comme pour les entre-prises, elle met à disposition une complé-mentaire Multi Santé : une couverture des frais de santé bilatérale spécialement conçue pour les retraités français, avec des garanties d’assistance et un réseau de soins privilégié au Portugal.

La banque BCP, plus importante ban-que privée au Portugal. C’est une référence dans l’accompagnement de clients souhai-tant s’y installer dans le financement de leurs investissements.

Laretraiteauportugal.com offre un service personnalisé dédié aux seniors qui souhaitent partir au Portugal. Une équipe d’experts pluridisciplinaire pour offrir un service complet et personnalisé : des avo-cats spécialisés en droit de l’immigration, de l’immobilier, des affaires ; des con-seillers fiscaux ; des agents immobiliers ainsi que des experts du domaine de l’investissement.

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PARCERIAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR30

PORTUGAL MAG assina parceria com a FIDELIDADE juntamente com vários estabelecimentos em

toda a região de ParisA PARCERIA ENTRE PORTUGAL MAGAZINE E FIDELIDADE consiste em colocar à disposição da po-pulação lusófona, vários distribuidores de revistas em armazens, associações, bares, cafés, em toda a rede dos restaurantes Pedra Alta, eventos culturais, etc... e em vários pontos de passagem da nossa comunidade.

Com esta parceria, a vossa revista Portugal Magazine fica mais rica em termos de visibilidade e alargamento dos pontos fixos de distribuição.

A companhia de seguros Fidelidade, que há vários anos é anunciante e par-ceira da Portugal Magazine em vários eventos, uma vez mais mostrou provas de apoio e generosidade para a comu-

nidade, em participando neste projeto.Portugal Magazine agradece o seu

diretor Carlos Vinhas Pereira assim que o Wilson Vieira, responsável da área Ma-rketing e Comunicação por toda a ajuda e que esta parceria seja uma mais valia para a comunidade lusófona em França.

Nosso obrigado também aos parcei-

ros que aderiram a esta parceria:Pedra AltaHalles du PortugalMerveilles du PortugalLuso MarketC. MiguelPrimlandCentro cultural Português de Ar-

genteuil

JOAQUIM BATISTA E CARLOS VINHAS PEREIRA

ARMINDO TEIXEIRA E WILSON VIERA

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NELSON COSTA

Criado nos ranchos folcló-ricos da região de Paris e in-fluenciado pelo seu pai, Nelson Costa iniciou-se no toque da concertina com apenas 3 anos de idade! Aos 11 anos realiza o seu 1° trabalho com o nome “O Mais Novo Tocador do Alto Minho”. Devido ao sucesso e ao seu dom pela música, Nelson Costa realiza seu 2° trabalho três anos mais tarde, gravando depois todos os anos novos te-mas com sucessos em Portugal e por toda a comunidade por-tuguesa espalhada pelo mundo. Nelson Costa é um mestre a tocar concertina, simpático e sempre bem disposto, um artis-ta único. Descubra mais sobre o artista e seu último trabalho através da entrevista exclusiva cedida à Portugal Magazine.

Nelson Costa, editaste recen-temente o teu 4° álbum “Chegou o Verão” na grande editora por-tuguesa “Espacial”. Como tem reagido o público e fãs?

Sim, o 4° na Espacial, mas o 11° na minha carreira discográfica… O pú-blico tem reagido muito bem porque este ano fiz um trabalho diferente, tentei modernizar um bocado os rit-mos e concertinas... E o público tem notado a diferença. Gosto de pôr o pessoal a abanar o capacete (risos).

Como defines este teu último trabalho?

Há quem define os seus últimos trabalhos como “bombas”, eu prefiro dizer que está um grandioso álbum

NELSON COSTA ACABOU DE EDITAR O SEU 11° TRABALHO da sua carreira artística que se intitula « Chegou o Verão » na editora Espacial, desde já à venda nos maiores pontos em Portugal, assim que na loja online www.ptkdo.com.

onde tenho a presença de dois novos artistas convidados que são Tiago Maroto, num tema bastante popular, uma desgarrada que tem o título de “Trocar de casal”. O segundo artista convidado é um excelente tocador de concertina, Ricardo Ferreira com quem gravei o tema de “Folía das

concertinas”, e de facto, quem for apreciador do toque da concertina, sabe bem que é uma música bastante “picante “. Depois a nível de musicas, este ano e pela primeira vez tive o Frankelim Amaral para me escrever certos temas como “Chegou o verão”, “Primeiro beijo” e “Portugal Alé Alé“

com o Nelson Costa

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ENTREVISTAMAIO 2016

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e depois claro não podia faltar o meu velhinho (risos) o meu pai com os temas bastantes engraçados como “Mulher do padeiro” e “As moças da minha terra” e que me deu ideias para gravar um dos temas que bastantes portugueses conhecem que é “Maria-zinha”. A nível de capa, gostaria de agradecer também o Pedro António que deu sua ideia e que ficou excelen-te. Aproveiro para agradecer também o Henrique Cedovim, meu produtor, com quem já trabalho à 7 anos e no qual tenho muita confiança no traba-lho dele. Gostaria de agradecer todas essas pessoas sem quem o Nelson Costa não estaria aqui.

Neste álbum apresentas uma música dedicada à Seleção Na-cional para o Euro 2016 que vai decorrer brevemente em França. Como está a ser aceite a música?

Nem tenho palavras para ex-plicar... É um tema que bate nos corações de todos os portugueses espalhados pelo mundo fora. Cada vez que canto este brilhante tema, é uma emoção muito forte com o público !

Com respeito à Seleção Nacio-nal, como pensas que vai decorrer o Euro2016 para Portugal?

Gostaria, como todos nós portu-gueses, que Portugal ganhasse claro, e vou torcer por isso porque temos excelentes jogadores dos melhores do mundo. Sem esquecer CR7, nossa pantera negra (Eusébio), que ficará na história do futebol português. No meu ponto de vista, acho que temos tudo para ganhar !!

Qual é a tua melhor recordação artística até agora?

Tenho tantas ! Mas recordações

muito boas é quando trabalho no estúdio “o provínciano”, onde brin-camos e sabemos trabalhar na hora exata... E onde aprendo muita coisa a nível de música com o Henrique Cedovim... E onde aprendo também bastante a nível de canto com a pro-dutora de voz Eugénia Oliveira, uma das melhores que já vi até hoje, não deixa passar nada (risos). É isso para mim um momento mesmo brilhante.

Tens alguns projetos a curto e longo prazo?

Sim muitos... Mas na hora “H” revelo. Estou a tentar fazer algo diferente, para que ninguém se sinta copiado (risos).

A Portugal Magazine tem seguido o teu face-book e vimos que criaste um estúdio de gravação. Podes dizer mais sobre este projeto?

Sim claro. Não criei nada soz inho, é um projeto que estamos a t rabalhar com a FP PRODUCTIONS, aliás o estúdio chama-se FPN onde gravamos artistas, bandas de rock, ranchos folclóricos etc… Trabalhamos com a maior editora portuguesa que é a “ESPACIAL”, e temos serviços completamente gratuitos com estúdios em França e em Portugal. Convido o pessoal a informar-se ( artistas ou ranchos fol-clóricos ) através do 0033678961608 e terão todas as informações que precisam. Podem ligar à vontade porque ligar não custa nada.

Como contactar-te para espe-táculos ou para ter mais informa-ções sobre a tua carreira?

Muito fácil... Contactem a agên-cia FP PRODUCTIONS através do 06 63 78 17 13 ou 06 78 96 16 08.

Para terminar, tens algumas palavras para a comunidade por-tuguesa e leitores da Portugal Magazine?

Como sempre, boa leitura, continuem a ler a Portugal Mag que para min será sempre a maior revista lusófona na região de Paris. E não se esqueçam que com Nelson Costa : A dança continua !!!

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CRÓNICAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR34

Branco incandescenteHAVIA OS DIAS EM QUE EU ACORDAVA COM AS

VOZES DAS MULHERES NA TAPADA. COMEÇAVAM A TRABALHAR BASTANTE CEDO PORQUE O CALOR ERA POR DEMAIS. A PARTIR DE MEIO DA MANHÃ,

JÁ CUSTAVA AGUENTÁ-LO; A PARTIR DA TARDE, JÁ NINGUÉM PODIA COM ELE. AS MULHERES ERAM

A MINHA MÃE, A MINHA AVÓ E, TALVEZ, ALGUMA VIZINHA A QUEM A MINHA MÃE TIVESSE PEDIDO

PARA AJUDAR.

A essa hora, a luz do sol já se espalhava por tudo: pelos torrões de terra, grossos, secos, pelas folhas finas das oliveiras ou pelo toque dos sinos na torre da igreja, a marcar as horas com pancadas solenes. As vo-zes das mulheres, feitas de manhã, misturavam-se com tudo isto.

Quando eu chegava ao quintal e me inclinava sobre o muro da ta-pada, via-as a caiarem as traseiras da nossa casa. Usavam lenços na cabeça que as tapavam até ao pesco-ço e, sobre eles, chapéus de palha. Por cima da roupa, usavam batas; por baixo das saias, usavam calças. Molhavam os pincéis grossos na cal e raspavam-nos ruidosamente nas paredes. Para chegarem às partes mais altas, os rebordos dos beirais, prendiam pincéis na ponta de canas com vários metros de altura. Eu admirava-me com esse trabalho. A cal escorria pela parede, aguada e branca. A parede cheirava a cal, a pedra fresca. As mulheres estavam sempre bem-dispostas. Nessas ma-

cheio de água. As pedras de cal faziam a água ferver. Era esse o fe-nómeno, parecido com um milagre, a que eu queria assistir. Depois, se-guravam um pau com as duas mãos e mexiam essa água grossa, branca, que rebentava bolhas lentas, acom-panhadas por barulhos líquidos, como um animal cansado.

Nesses dias, almoçávamos en-sopado de borrego no quintal, à sombra dos pessegueiros. As mu-lheres falavam de qualquer assunto que as fazia sorrir, as suas vozes misturavam-se com o tempo. Eu ouvia-as, prestava atenção a cada frase, aquilo que diziam dissolvia--se em claridade, mas também re-parava nas gotinhas de cal que lhes tinham secado na pele do rosto, a pouca distância dos olhos. Cal sobre a pele. Havia nitidez nas cores, a luz era toda verdadeira e, como o sol reflectido na cal, as mulheres encandeavam.

nhãs, pareciam-me mais novas. Na minha rua, havia paredes de

casas que tinham tantas camadas de cal sobrepostas, ano após ano, que tinham perdido a origem da sua forma. Eram casas brancas, de superfície ondulada, com as esqui-nas arredondadas. Eu sabia que as suas paredes eram grossas e que, mesmo debaixo da maior força do calor, eram frescas. Por fora, com as portas apenas no trinco, não era preciso fechá-las à chave, pareciam grutas brancas, fortes e limpas. Mesmo quando as viúvas morriam e não havia ninguém para caiar es-sas casas durante anos, as paredes mantinham o asseio. Então, eu e as crianças da minha idade, arrancáva-mos lascas de cal com as unhas e, às escondidas, gostávamos de comer as mais fininhas.

Havia também os dias em que eu acordava mais cedo e assistia à maneira como as mulheres tiravam grandes pedras de cal de uma saca e as deixavam cair num bidão meio

JOSÉ LUIS PEIXOTO

CRISTINA BRANCO

ENCENAÇÃO

Em cena? Em acção?Encena o som?Encena com acção. Encena o coração.Ensina o coração…a enseñar a sonhar.

Montagem gráfica : Vitor Tavares

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THÉÂTREMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR36

Elle est considérée comme l’une des plus grandes figures féminines de la poésie portugaise du début du XXe, mais avant tout comme une femme face à l’immense tragédie que fût sa vie : ses rêves, ses espoirs déchus.

Odette BRANCO, auteure d’une œuvre parue en 2005 «O Canto das Sereias», tenait à ce projet depuis long-temps. Florbela, auteure très connue et appréciée des romantiques et dont les poésies furent à plusieurs reprises adaptées et chantées dans les réper-toires de Fado, demeure méconnue à l’étranger, notamment en France. Ce qui l’inspira à écrire cette pièce, était, ramener cette belle fleur vers la lumière.

L’œuvre et la vie de cette auteure,

inspire plusieurs adaptations théâ-trales et cinématographiques au Por-tugal et au Brésil. Toutefois, c’est la première fois que l’œuvre de Florbela ESPANCA est traduite et présentée en France.

Ségolène POINT, qui a déjà in-terprété magistralement Mariana ALCOFORADO dans « Les Lettres Portugaises », de Bruno FRANÇOIS-BOUCHER et Jean-Paul SEAULIEU, donnera corps et voix à Florbela dans cette lecture théâtrale qui débutera le Mercredi 11 à 21H30, puis le Vendredi 13 à 19h00 et samedi 14 à 19h00, au Theo Théâtre, 20 Rue Théodore Deck – 75015 Paris.

Les compositions musicales, seront Interprétées par Bruno BELTHOISE qui les a créées pour cette occasion.

«Oeuvre de Florbela Espanca sera mise à l’honneur au

Théo Théâtre à Paris 15ème« FLORBELA LA SŒUR DU RÊVE », EST UNE PIÈCE EN TROIS TEMPS ÉCRITE PAR ODETTE BRANCO. ELLE INTERCALE DES EXTRAITS DE POÉSIE DE FLORBELA, TRADUITS DU PORTUGAIS PAR HORÁCIO ERNESTO ANDRÉ, ET UN UNIVERS ONIRIQUE RETRAÇANT LES DERNIÈRES HEURES DE FLORBELA ESPANCA.CRISTINA BRANCO

DANIEL BASTOS

O voo dos pardais

Voam em bando os pardais

irmanados de sonhos inocentes

à procura de pródigas sementes

abundantes nos dourados trigais.

Chilreando alegres melodias

pousam os destemidos pardais

por breves instantes nos beirais

anunciando o raiar dos dias.

Durante o apelo da natureza

criam ninhos de amor frugais

doces-abrigos de pura beleza.

Chegada a hora da partida

voam em bando os pardais

rumo ao céu da nova vida.

Daniel Bastos, “O voo dos pardais”, in Terra.

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Pub.

Saiba quais as peças essenciais prima-vera verão 2016, o que pode aproveitar de outras estações e o que vale mesmo a pena comprar. Quando for comprar as suas novas peças de vestuário, alie sempre as tendências à intemporalidade

das mesmas, e sobretudo, que possam ser coordenadas de várias maneiras e entre si.

Saia envelope e saia plissada

Saia envelope que torna a mulher muito elegante e a saia plissada que vai aproveitar da estação de inverno. Pode usar com camiseiros, ou cami-solas, complementando com sandálias compensadas ou sandálias rasas, con-soante o gosto.

Blusão tipo perfecto

O blusão tipo perfecto é sem dúvida uma peça intemporal e que se conju-ga com inúmeras peças de vestuário, dando sempre um ar super jovial e carismático.

Fato Masculino

Fato masculino com bom corte, trans-mite segurança e sensação de poder, dando sempre um toque de elegância e classe, podendo ser usado em qualquer ocasião. Combine com sandálias de sal-to alto para um look sofisticado, ou com uns ténis para um look mais básico.

Vestido Comprido e Túnica Boémia

Um vestido comprido ou uma túnica boémia chique, com uma forte inspi-ração indiana, podem ser coordenados com sandálias compensadas. Túnicas compridas, coordenadas com calças skinny e calças culotte, curtas e largas, para coordenar com sweats de riscas.

Peças essenciais primavera/verão 2016

SABRINA SIMÕES

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REDESCOBRIR PORTUGALMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR38

ESTA CIDADE TEVE PROVAVELMENTE A SUA ORIGEM NOS POVOS PRIMITIVOS E TERIA SIDO HABITADA DESDE A IDADE DE PEDRA (PALEOLÍTICO INFERIOR - HOMO, HOMO ERECTUS - PALEOLÍTICO MÉDIO - HOMO SAPIENS ARCAICO, PALEOLÍTICO SUPERIOR - NEOLÍTICO).

Amarante, São Gonçalo e a Ponte de Amarante

estão representadas as imagens de: Nossa Senhora do Rosário, São Pedro Mártir, Gonçalo de Amarante, São Tomás, São Francisco, São Domingos, e, sobre a porta, os bustos de São Paulo e de São Pedro. A ponte de Amarante, foi palco de um dos mais heroicos episódios da resistência às Invasões Francesas. No início do século XIX, Napoleão tenta invadir Portugal. A 18 de abril de 1809, uma importante força militar napoleónica, vinda do Porto, chega a Amarante, com o objetivo de controlar este local estratégico de passagem para Trás-os-Montes e Alto Douro. O general francês Loison vai deixar atrás de si um rasto de destruição, ferocidade, morte, saques repetitivos, como era a sua ação habitual destruidora - como as duas figuras escuras (Os Diabos de Amarante), - que foram queimadas por Loison. Figuras replicadas pelo mestre Ferreira de Carvalho, e que hoje são expostas no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso. Após 14 dias de resistência do general Silveira com al-guns soldados e milicianos populares, a 2 de maio, as tropas francesas provocam uma explosão provocando mortos e feridos. As tropas francesas aproveitando-se da fraca visibilidade causada pela névoa da explo-são, a resistência portuguesa dispersou-se. Amarante rendia-se as tropas francesas que podiam atravessar a ponte. Quem atraves-sar a Ponte, vindo da rua 31 de janeiro ou da avenida General Silveira, e na pirâmide direita da ponte, pode ler as duas placas alusivas às invasões francesas, assim como, ainda na pirâmide direita, mas desta vez, vindo da Igreja de São Gonçalo. Também

Amarante começa a adquirir visibi-lidade após a chegada de São Gonçalo (1187-1259), que teria nascido em Tagilde (Guimarães) que aqui se fixou. Foi também a São Gonçalo que se atribui a construção da velha ponte sobre o Rio Tâmega, e a cidade torna-se alvo de peregrinações. Já mais tarde, no século XVI, o rei D. João III, ordena em 1540 a construção do Mosteiro de São Gonçalo, sobre a Capela junto à ponte, onde segundo a tradição diz que São Gonçalo ali teria vivido e seria sepultado. Em 1763, ocorre a derrocada da velha ponte devido às cheias do Rio Tâmega, e nos anos seguintes foi reconstruída com o aspeto que ainda hoje tem. Esta ponte foi classificada Monumento Nacional em 1910. Amarante (burgo) foi doado a D. Gonçalo de Sousa, pelo rei D. Afonso Henriques, e em 1559, a rainha D. Catarina, esposa do rei D. João III, doaram ao Convento de São Gonçalo a Igreja de São Veríssimo, que ficou a ser paroquiado por frades dominicanos. As representações da fachada principal e na varanda dos reis, estão : D. João III, D. Sebastião, D. Henrique I e D. Filipe I de Portugal, Filipe II de Espanha. No pórtico

MANUEL DO NASCIMENTO

fazendo ainda alusão às invasões francesas, pode ver as ruínas do Solar dos Magalhães, que foi incendiado - como quase todas as casas - pelas tropas francesas. O Solar dos Magalhães encontra-se no bairro de Santa Luzia, mais precisamente na rua Cândido dos Reis. Ao general Silveira, que do seu posto de comando do Calvário dirigiu a defesa da ponte, foi atribuído o título de Conde de Amarante, e a própria vila foi galardoada com a decoração da Torre e Espada. Foi também em Amarante (1855) que as reformas liberais reorganizaram administrativamente o território. Amarante foi elevada a cidade a 8 de julho de 1985. O apogeu cultural de Amarante dá-se nos inícios do século XX, graças a amarantinos como Teixeira de Pascoaes (1877-1952), poeta e escritor, e o pintor Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918), nascido em Manhufe. A eles se podem juntar ; o pintor, ilustrador, poeta e professor de português António Carneiro (1872-1930), sendo premiado na Exposição Universal de Paris em 1900, o pintor e escultor Acácio Lino (1878-1956), nascido em Travanca. O poeta Paulino António Cabral ou abade de Jazente (1719-1789). A romancista Agus-tina Bessa-Luís, nascida em Travanca em 1922, e o escritor, historiador de literatura e crítico literário, Alexandre Pinheiro Tor-res (1923-1999). As obras de Amadeo de Souza-Cardoso foram expostas no dia 20 de abril, e ficarão até ao dia 18 de julho de 2016, no Grande Palácio de Paris, nas gala-rias nacionais. Uma exposição inteiramente dedicada ao pintor português, Amadeo de Souza-Cardoso.

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Desde os Cadernos de Poesia 1 à Poesia 61

«Cadernos de poesia (1)» Os «Cadernos de Poesia» (1a série), começaram a ser publicados em Lis-boa entre 1940 e 1942, pouco tempo depois da aparição em Coimbra, dos primeiros volumes do «Novo Cancio-neiro».Esta nova revista era dirigida por To-maz Kim, José Blanc de Portugal e Ruy Cinatti. Segundo os directores, os «Ca-dernos», tinham por vocação publicar a poesia ecuménica, independente-mente de escolas ou grupos literários, de estéticas, doutrinas, fórmulas ou programas.

Tomáz Kim

José Blanc de Portugal

Ruy Cinatti

Memória Amada (Para Alain Fournier)

Vinham de longe em bandos. Acorriam Jubilosos. Fantasias De parques pluviosos E, descendo,

Os patos bravos lançados Entre juncos, salgueiros e veados. Tarde, Muito tarde, uns olhos tais Haviam de aparecer, sobressaltados Entre enigmas e um floco de cabelos Osculado pelo vento. Alegorias... Do agora ou nunca e do momento Definido. Trégua impensada, Insuspeita, no perfume alado Da página dobrada e abandonada Dum livro interrompido. Sinto a dor fina, Finamente atravessada e suave, - Quase saudade.

Ruy Cinatti, in «O Livro do Nómada Meu Amigo»

Nos fascículos desta primeira série, en-contravam-se já os nomes de Luiz de Montalvor (antigo colaborador de Or-feu), poetas da «Presença» comme Car-los Queiróz, Adolfo Casais Monteiro, José Régio e bastantes outros vindos de diversos horizontes, como por exemplo Natércia Freire e alguns néo-realistas. Aí encontramos também poemas de Tomaz Kim e de Rui Cinatti, dois poetas que viveram em Inglaterra e que sofreram a influência de T. S. Elliot e de Auden: se-gundo Gaspar Simões, «eles abordavam problemas, onde os destinos da socieda-de humana e a responsabilidade do indi-víduo, eram postos em equação».

Sophia de Mello Breyner

Mulheres à beira-mar

Confundido os seus cabelos com os cabelosdo vento, têm o corpo feliz de ser tão seu etão denso em plena liberdade.Lançam os braços pela praia fora e a brancurados seus pulsos penetra nas espumas.Passam aves de asas agudas e a curva dos seusolhos prolonga o interminável rastro no céubranco.Com a boca colada ao horizonte aspiram longa-

mente a virgindade de um mundo que nasceu.O extremo dos seus dedos toca o cimo dedelícia e vertigem onde o ar acaba e começa.E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz deser tão verde.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Poemas do livro CORAL - Sophia de Melo Brinner Andresen

Ia e vinhaE a cada coisa perguntavaQue nome que tinha

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Depois da cinza morta destes dias,Quando o vazio branco destas noitesSe gastar, quando a névoa deste instanteSem forma, sem imagem, sem caminhos,Se dissolver, cumprindo o seu tormento,A terra emergirá pura do marDe lágrimas sem fim onde me invento.

**********

Na luz oscilam os múltiplos naviosCaminho ao longo dos oceanos frios

As ondas desenrolam os seus braçosE brancas tombam de bruços

A praia é lis e longa sob o ventoSaturada de espaços e maresia

E para trás fica o murmúrioDas ondas enroladas como búzios.

Pode dizer-se, desses dois poetas as-sim como de Sophia de Mello Breyner, que eles procuravam fugir de uma lin-guagem concreta para se refugiarem num lirismo onde a abstração era o fundamento do seu estilo poético.Sophia de Melo Breyner é a revelação des-ta primeira série de Cadernos. Ela é hoje considerada como uma das maiores poeti-sas do século XX. A sua poesia é secreta, premonitória, poesia solar onde a praia e o mar fecundam a poesia pura e intemporal; a linguagem depurada de Sophia de Mello Breyner, lembra-nos por vezes Rainer Ma-ria Rilke e os poetas metafísicos.Sobre José Blanc de Portugal, falare-mos em breve.

POESIAMAIO 2016

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TEMPOS de POESIA – XXXIVEscolha de Isabel Meyrelles

Tradução e colaboração de Maria Fernanda Pinto ISABEL MEYRELLES

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FESTAS LUSÓFONASMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR40

Eventos da Comunidade Lusófona por Mario Cantarinha

Dizem do Mário Cantarinha que é um dos fotógrafos mais conceituados e conhecidos da nossa comunidade. A realidade é que este apaixonado pela foto, tem 20 anos de exposições na Suíça,

Estados Unidos e França, a primeira e mais importante realizou-se em agosto de 1994, no Museu dos Bombeiros de Folgosinho, sua terra natal. Encontre todos os meses na Portugal Magazine,

fotos de eventos da comunidade lusófona nas quais participou este artista !

Hommage aux soldats portugais

Richebourg

8éme Festival FestafilmParis

Prix Henry LangloisMaison de la Radio

Fête Portugaise Quim Barreiros & Elena

Brie Comte Robert

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dias e evita que dê priorida-de a umas em prol de outras. Poderá fazer esta calendari-zação aos fins de semana, uma vez que está mais des-contraído e relaxado.

AgruparUma boa forma de se or-

ganizar e otimizar a produ-ção será agrupar tarefas se-melhantes. O nosso cérebro apreende e realiza melhor as tarefas complexas quando estas estão organizadas de forma semelhante.

IntervaloNão somos máquinas por

isso, é perfeitamente normal e saudável, fazer uma pausa para o cérebro descansar.

AnotarMesmo que faça uso de

uma agenda há coisas que se

TimmingAdapte as suas tarefas

consoante o seu relógio biológico, isto é, realize as tarefas mais complicadas na altura do dia em que se sente melhor e mais disposto para o fazer. Para a maioria das pessoas o período da manhã é mais favorável, mas terá de ser você a decidir.

PlanearO ideal será calendarizar

as suas tarefas para que as mesmas não se vão perdendo ao longo das horas e até dos

podem perder da memória. Imagine que vai a caminho de casa e se lembrou de alguma tarefa importante ou que atendeu o telefone e lhe transmitiram um recado importante. Tente logo de seguida registar num papel para não ficar esquecido e não perder informação.

Lista dos 5mnNos dias em que se está

mais stressado ou cansado é preferível listar aquelas tarefas que se fazem num instante e realizá-las. Pelo menos ficará com uma gran-de parte do trabalho feito.

AmbienteAquilo que nos rodeia

também pode contribuir para que haja um melhora-mento profissional. Se gosta de flores coloque uma jarra

MUITAS VEZES O PROBLEMA DE NÃO SE SER MAIS PRODUTIVO É A DESORGANIZAÇÃO MENTAL. É O TENTAR FAZER TUDO AO MESMO TEMPO, POR EXEMPLO, MESMO CORRENDO O RISCO DE

PROVOCAR MAIS STRESS E DAS TAREFAS NÃO FICAREM BEM FEITAS. AS DICAS DEIXADAS AQUI SERVEM PARA FACILITAR O SEU DIA A DIA E OTIMIZAR A SUA PRODUTIVIDADE.

Dicas para ser um profissional mais produtivo

na sua mesa, ouça música ou opte por outras coisas que o façam sentir bem.

Não faça tudo ao mes-mo tempo

Concentre-se e faça uma tarefa do início ao fim. Não comece a fazer várias tarefas ao mesmo tempo ainda que as mesmas vão aparecendo no seu caminho. A conse-quência é não ficar com as coisas bem feitas nem do princípio ao fim.

DormirDormir bem e ter uma

boa rotina de sono irá permi-tir ao seu cérebro o descanso necessário. A evitar antes de dormir: bebidas alcoólicas, as comidas pesadas e muito condimentadas, o uso do telemóvel quando já está deitado, etc...

LUCIA LOPES

FORMA & SAÚDEMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR42

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Já não consigo pagar a prestação da casa. Posso ir a tribunal?

Quando os contratos são respeitados, essa ideia funda-mental fica satisfeita em toda a sua plenitude. Mas, por vezes, o que tinha sido tratado e assinado é colocado de lado, e uma das partes simplesmente denuncia o contrato, alegando, entre outras razões possíveis, que não pode continuar a cum-prir com a sua parte porque as condições originais teriam-se alterado.

Seria esta uma razão válida para terminar um contrato? Mais: uma tal situação poderia ser chamada ainda de quebra de contrato?

Antes de mais, é preciso compreender que nem sempre a interrupção de um contrato de base contínua, ou seja, daquele que prolonga-se inde-finidamente no tempo, é uma quebra contratual.

Basta lembrar que os con-tratos de arrendamento, sendo respeitadas as condições para tal, podem ser terminados pela denúncia atempada de uma das partes. Não se trata de qualquer descumprimento in-justificado, mas da interrupção regular do contrato de presta-ções contínuas no tempo.

Voltamos as nossas aten-ções, então, para a primeira questão conjugada com a in-formação anterior: é possível terminar um contrato sim-plesmente porque as condi-ções originais se alteraram enormemente?

Pensemos na situação de um crédito à habitação con-tratado junto à instituição financeira com taxa fixa e um complemento de taxa variável segundo a Euribor a 6 meses, ou então segundo a inflação de preços.

A prestação que no primei-ro ano rondava os 500 euros por mês, com um aumento das

taxas variáveis e um eventual descontrolo da taxa de inflação alcança os 700 euros mensais.

A família que contratou o crédito não tem qualquer alteração para mais nas suas fontes de renda, aliás, vê-se prejudicada também em ou-tras despesas pelo aumento geral dos preços.

Ao ver-se privada de uma parte de recursos que não esperava comprometer para este efeito, sabendo que nada fez para que aquela situação se alterasse, sem beneficiar de qualquer seguro de que pudes-se acudir para situações como essa, a família vai a tribunal a pedir a redução da prestação porque a situação atual não lhe permite continuar a pagar o seu crédito à habitação.

Como decide então o ma-gistrado do Poder Judiciário?

Aqui devem ser convoca-dos os princípios gerais dos contratos, que irão guiar a decisão judicial. Inicialmente, há que analisar se o contrato foi celebrado em cumprimento da lei e de todo o arcabouço normativo que visa proteger os contratantes, uma vez que fazem parte de matéria de lei e não do que poderia ser contra-tado livremente entre privados.

Sendo o contrato de con-formidade com o regime legal, o magistrado irá tentar perce-ber se o contrato foi formal-mente celebrado, se os atos de contratação são formalmente perfeitos.

Por fim irá perceber o que lhe é pedido pela parte e se o Direito lhe dá razão. Essa é a parte que nos interessa.

Ora bem, imagine-se que a família do nosso exemplo pede ao Magistrado o ajustamento da prestação. O Magistrado irá ava-liar a indexação das prestações e irá concluir, estando tudo em

conformidade com a lei, que os diversos índices que orientam o valor das prestações foram livremente pactuados pelas partes, não houve interferências externas e ainda refletem a práti-ca comum em contratos daquele tipo. Pergunta-se, então, porquê é que se pretende a modificação desses critérios.

Em busca da verdade, o Magistrado irá perceber que a alteração de condições repre-sentou um aperto financeiro para o orçamento familiar, mas que este ainda poderia responder ao cumprimento das obrigações pactuadas.

Finalmente, concluindo que não há qualquer irregu-laridade, o Magistrado decide negar o pedido da família de redução da prestação. Ao justi-ficar a sua decisão, explica com fundamento na lei que o con-trato foi livremente assumido pelas partes, inclusivamente na parte que regula a variação das prestações. Concluir, por fim, com o argumento de que a alteração das condições económicas do país não é uma “alteração imprevisível das condições originais contrata-das”, já que é natural que a economia tenha momentos de crescimento e momentos de alguma retração, não sendo, portanto, uma ciência exata de prosperidade contínua.

Quisesse a família unilate-ralmente simplesmente deixar de pagar, ou escolher pagar apenas uma parte da prestação do seu crédito estaria a come-ter, de acordo com o próprio contrato e a parte declarativa da sentença ao seu processo, uma quebra de contrato, e fi-caria exposta às consequências danosas desse ato.

Por outras palavras, e em resumo, os contratos são para cumprir, e aqui vale a prudên-

O CONTRATO É UM DOCUMENTO QUE PRETENDE ESTABELECER O OBJETO, OS LIMITES E OUTRAS CIRCUNSTÂNCIAS DE UM DETERMINADO NEGÓCIO JURÍDICO QUE IRÁ

MODIFICAR DIREITOS. NELE OS CONTRATANTES REPOUSAM A SUA TRANQUILIDADE DE QUE TUDO O QUE FOI COMBINADO SERÁ CUMPRIDO EM CONFORMIDADE.

cia e o cuidado de saber o que se vai contratar.

Ressalva-se, no entanto, os casos em que a família recorre ao tribunal porque o pagamento da prestação está a impedir a sua subsistência, colocando em risco a sua segurança e o bem-estar do agregado familiar, o que tem lugar sobretudo quando um dos membros com fonte de renda regular vai para o desem-prego. Nesses casos extremos, devidamente comprovados, os tribunais podem intervir para intermediar uma solução que permita a ambos as partes, ou seja, à instituição financeira e ao devedor, satisfazerem os seus interesses, normalmente através da conciliação e, com essa, na homologação de um acordo que passa a substituir os termos do contrato em que com ele divergir.

A intervenção direta dos tribunais na atividade de con-cessão de crédito é, portanto, rara e excecional, e deve mes-mo ser assim. Passassem os tribunais a modificar todos os contratos de crédito, por simples alteração da situação económica do devedor, já ne-nhuma entidade financeira iria se interessar pelo negócio, e ficariam prejudicados todos os que precisam dos créditos.

DIREITOS DO LEITORMAIO 2016

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coração de Vila Praia de Âncora. Assu-me-se como sítio cultural, servindo de palco aos mais variados espetáculos. É também um local de passeio e de lazer, com esplanadas e mobiliário urbano.

Moinhos de águaAo longo do rio Âncora existem

numerosos moinhos movidos a água, alguns ainda em funcionamento. São construções simples, em xisto ou grani-to, com apenas uma porta e um postigo para o exterior, sendo a cobertura em telha.

MiradourosEstão, situados em vários pontos do

concelho, oferecem ao visitante uma perspetiva global da zona envolvente. Três deles fazem parte da Rota dos Mira-douros: Miradouro da Fraga (Vilarelho), Miradouro do Monte do Calvário (Vila Praia de Âncora) e Miradouro da Senho-ra das Neves (Dem).

Centro de Interpretação da Serra

d’ArgaFica na aldeia de Arga de Baixo, a 15

quilómetros de Caminha. É uma estru-

tura de apoio à utilização racional dos recursos naturais e paisagísticos da Ser-ra de Arga.

No CISA, o visitante encontra guias e monitores, que lhe fornecem todas as informações essenciais, também, sobre percursos, trilhos e possibilidades de prática de desportos radicais.

A foz do rio Minho situa-se em Cami-nha, fazendo este rio parte integrante da paisagem da vila. Para atravessá-lo rumo à vizinha Galiza, existe um terminal flu-vial de barcos, que transportam não só passageiros, mas também automóveis. No lindíssimo estuário do Rio Minho, área de elevada importância ecológica, vai encontrar esta pitoresca cidade, com características únicas. A nossa sugestão é que comece por passear pelo centro histórico, absorvendo as suas caracterís-ticas medievais. Deixe-se depois seduzir pelos rios de águas cristalinas e pelas praias absolutamente deslumbrantes. Por fim, faça uma visita à Serra da Agra, impressionante na sua beleza majestosa. A nível gastronómico, também não vai ficar desiludido: se gosta dos sabores do mar, delicie-se com o inesquecível Arroz de Lampreia; se prefere carne, então o seu prato é o Cabrito à Serra da Arga.

Também pode visitar : A Torre do RelógioA Torre “mostra” Caminha ontem e

hoje, através de dois documentários “

Caminha das origens aos nossos dias” e “Era uma vez Caminha” para os mais pequenos. Do cimo da Torre obtém-se ainda uma belíssima panorâmica da vila de Caminha, do Rio Minho e da vizinha La Guardia.

Praça da República de Vila Praia de Âncora

É um espaço emblemático, em pleno

A sua ambição estas férias é fugir aos turistas?

Vamos mostrar-lhe os 10 melhores destinos para o efeito em Portugal.

Portugal é um país fantástico na di-versidade de praias, centros históricos, vilas de pescadores, parques naturais... Independente do destino de férias em Portugal, maravilhas por todos os sítios é o que mais encontrará.

Fugir aos turistas num país tão popu-lar como Portugal, nem sempre é fácil. Sobretudo durante as férias, altura em que o nosso invejável clima atrai hordas de visitantes desejosos de uns dias de descanso em praias e cidades inesque-cíveis. E você, aquilo que mais deseja nestas férias é precisamente encontrar destinos onde não se aviste uma câma-ra fotográfica, uma camisa havaiana ou uns chinelos de dedo usados com meias brancas? Podemos ter a solução para si! De entre a enorme variedade de lo-cais fantásticos que o nosso país ofere-ce, escolhemos 10 onde pode fugir às grandes enchentes de turistas de verão, desfrutando de momentos agradáveis com outras pessoas que estabeleceram o mesmo objetivo.

Dossier composto por 3 artigos 1/3

CAMINHA

Caminha é a raiana portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região do Minho-Lima, com cerca de 2 500 habitantes.

O município é limitado a nordeste pelo município de Vila Nova de Cervei-ra, a sudeste por Ponte de Lima, a sul por Viana do Castelo, a norte pela Gali-za e a oeste pelo Oceano Atlântico.

GUIDA AMARAL

Os 10 melhores destinos para fugir aos turistas em Portugal na época de verão

HISTÓRIAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR44

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Parque Dr. Ramos PereiraPraça Multiusos, Edifício de Apoio,

Parques Infantil, Geriátrico e Radical e Ecovia são as valências que o Novo Par-que Dr. Ramos Pereira vai possibilitar à população de Vila Praia de Âncora e vi-sitantes.

CABO DE SÃO VICENTE

O cabo de São Vicente é um cabo si-tuado no extremo sudoeste de Portugal continental, na freguesia de Sagres, con-celho de Vila do Bispo. Fica 4 km a oes-te e 3 km a norte da Ponta de Sagres, o antigo “Promontorium Sacrum” roma-no, dedicado ao deus Saturno, e onde se situa uma antiga fortaleza visitável (For-taleza de Sagres).

Em Lagos, a 25 km do cabo para les-te, o Infante D. Henrique teria estabele-cido a sua escola de navegação (Escola de Sagres) no século XV, que impulsio-nou os discobrimentos portugueses. Para fugir aos turistas, nada melhor que o local onde se atinge o extremo sudoeste de Portugal e da Europa! Jun-tamente com a ponta de Sagres, este cabo marca a separação entre 2 costas totalmente diferentes: para leste a costa algarvia, com o seu mar calmo e águas tépidas, para norte a costa atlântica, ven-tosa e temperamental.

Do cabo é possível apreciar a pas-sagem dos navios que transitam entre o Mar Mediterrâneo e o norte da Africa.

O Cabo de São Vicente faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alente-jano e Costa Vicentina.

Cabo de São VicenteA nossa recomendação é que come-

ce por absorver o ambiente de tirar a respiração: com 60m de altura e 100m de comprimento, o Cabo de S. Vicente

oferece uma paisagem mística e absolu-tamente inesquecível, que nos reduz à insignificante condição humana.

Depois de devidamente enqua-drado, é imprescindível uma visita ao farol – recordamos que este edi-fício, instalado no séc. XIX, ilumi-na a costa portuguesa desde então.

MoledrosSão pequenos montículos de pedras.

Existe a crença de que quando se retira uma pedra do montículo ela retorna de madrugada ao moledo. “Quando se leva

do moledro uma pedra, e se deixa num sítio, aí a pedra anoitece, mas não ama-nhece.”

Também se conta que quando al-guém leva uma pedra do moledro, às escondidas sem ninguém saber, e se co-loca a pedra debaixo do travesseiro, no dia seguinte aparece um soldado, que logo desaparece, e se transforma em pe-dra para depois de novo reaparecer no moledro.

Segundo Leite de Vasconcelos, no Cabo de São Vicente, em Portugal, dizia-se que cada uma das pedras é um

soldado. Antigamente os moledros eram associados à expedição de Dom Sebas-tião de Portugal.

Rosa dos ventosSituada bem dentro do Cabo de sa-

gres, este círculo ainda é hoje motivo de

debate e de teorias pouco ou nada con-sensuais, quer quanto à sua utilidade, quer quanto ao seu simbolismo, quer quanto à sua carga mística. Uns aprovei-taram-na para mitificar as descobertas portuguesas, outros não a vêem além de um simples relógio de sol.

Tem 43 metros de diâmetro e a sua circunferência faz-se também pelo uso de pedras que geometricamente dese-nham a roda. Foi desenterrada em 1919. Inicialmente associaram-na à escola náutica aqui fundada pelo Infante Dom Henrique. Sabe-se hoje que tal escola, pelo menos num sentido literal, não existiu.

Há quem a veja como um gnómon gigante, isto é, um relógio solar de pro-porções megalómanas, tendo por base o apoio à actividade naval deste lugar, mes-mo em questões de estratégia militar.

Mesmo considerando a rosa dos ven-tos nesta base mais prática e utilitária do termo, há que não ofuscar as hipóteses tidas como mais esotéricas atribuídas a um objecto que é inequivocamente mis-terioso. E provavelmente é este o encan-to desta rosa: o nunca sabermos exacta-mente o porquê de existir.

HISTÓRIAMAIO 2016

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AGENDAMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR46

A G E N D AJusqu’au 22/05Helena AlmeidaConsidérée comme l’une des plus grandes artistes contemporaines portugaises, Helena Almeida, née en 1934 à Lisbonne, trouve dans la photographie un moyen de combattre l’extériorité de la peinture. Le point de départ de son oeuvre est toujours son corps, comme si elle ne cessait d’affirmer « ma peinture est mon corps, mon corps est ma peinture ». Intitulée « Corpus », la rétrospective du Jeu de Paume présente, pour la première fois en France, les œuvres les plus em-blématiques de l’artiste, allant de la peinture à la photographie en passant par le dessin et la vidéo.Jeu de Paume1 place de la Concorde - 75008 Paris

Jusqu’au 18/07Amadeo de Souza-CardosoAmadeo de Souza-Cardoso a été parmi les premiers modernistes portugais. Artiste aux multiples facettes, son oeuvre se situe à la croisée de tous les courants artis-tiques du XXe siècle. Au-delà des influences des impressionnistes, fauvistes, cubistes et futuristes, avec qui il maintient un important dialogue, il refuse les éti-quettes et imagine un art qui lui est propre, entre tradition et modernité, entre le Portugal et Paris.Cent cinquante oeuvres d’Amadeo et de ses amis proches, Modigliani, Brancusi ou encore le couple Delaunay, sont rassemblées dans cette exposition organisée par la Fondation Calouste Gulbenkian et la Réunion des Musées Nationaux Grand Palais.Grand Palais 3 av. du Gén. Eisenhower - 75008 Paris

Jusqu’au 29/0850 ans d’architecture portugaiseDans le cadre de la commémora-tion des 50 ans de sa délégation en France, la fondation Calouste Gulbenkian s’associe à la Cité de l’architecture & du patrimoine pour coproduire une exposition présentant un demi-siècle de la pensée et de la production architecturale au Portugal. Revenant sur le contexte historique, culturel, social et mondial, l’exposition présente cinquante projets architecturaux sous forme de maquettes produi-tes spécialement pour l’exposition, de documents graphiques et de documents audiovisuels.Cité de l’architecture & du patrimoine 1 place du Trocadéro - 75116 Paris

Du 03/05 au 28/05Gravure : Portugal - FranceL’association des Amis d’Edmond et J.J.J. Rigal, les Amis de la bi-bliothèque et le Musée Amadeo de Souza-Cardoso d’Amarante proposent une exposition réu-nissant dix graveurs portugais et dix graveurs français, dont l’expression artistique est diverse et s’exprime dans des techniques telles que l’estampe, la gra-vure en taille-douce, la lithographie…Inauguration le 12/05 à 19h.Médiathèque6 place du Château Sainte-Barbe92260 Fontenay-aux-Roses

Du 03 au 26/05 à 20hBovaryPièce de Tiago Rodrigues d’après Gustave Flaubert, avec Jacques Bonnaffé, David Geselson, Grégoi-re Monsaingeon, Alma Palacios et Ruth Vega-Fernandez.Madame Bovary est un classique portugais tout autant que français. Pour Tiago Rodrigues, il appartient à ces romans fondateurs découverts à l’adolescence. Intéressé depuis toujours par le rapport de la littérature au théâtre, il a eu envie de l’adapter et a choisi pour cela un prisme particulier : celui du procès intenté en 1857 à Flaubert, pour outrage à la morale publique et religieuse et aux bonnes mœurs.Théâtre de la Bastille76 rue de la Roquette 75011 Paris

Le 18/05 à 20:30Camané & Cristina BrancoCamané, Cristina Branco et José Manuel Neto.Dans le cadre de Chant ie rs d’Europe, le guitariste José Ma-nuel Neto veut recréer l’ambiance des tavernes de fado et invite deux des plus grands artistes de cette inépuisable veine, Cristina Branco et Camané, qui mêlent l’intensité de leurs voix.Théâtre de La Ville2 place du Châtelet 75004 Paris

Le 21/05 à 10hForum des associationsLa Coordination des Collectivités Portugaises de France (CCPF) orga-nise le 1er Forum des Associations. Au programme : village associatif, animations musicales et gastronomiques, débats et tables rondes, informations des partenaires…Consulat du Portugal6 rue Georges Berger - 75017 Paris

Le 21/05 à 19h30La culture portugaise à l’honneurLa municipalité de Palaiseau organise un dîner spectacle en l’honneur de la culture portugaise, avec la participation d’artistes, écrivains et musi-ciens issus de l’immigration : António de Sousa, Ana Ribeire et Dan Inger.Espace Salvador AllendePlace Salvador Allende91120 Palaiseau

Du 31/05 au 04/06 à 20h30ZululuzoSpectacle par la compagnie Teatro Praga (Lisbonne). En langue por-tugaise surtitré en français avec André Teodósio, Cláudia Jardim, Diogo Bento, Joana Barrios et Pedro Penim.Cette nouvelle création du collectif pluridiscipli-naire lisboète traite avec beaucoup de liberté et fantaisie la jeunesse sud-africaine du monument national Fernando Pessoa, dans une dramaturgie allégrement hétéroclite.Théâtre des Abbesses31 rue des Abbesses 75018 Paris

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PUBLICIDADEMAIO 2016

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LAZERMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR48

Sudoku é um jogo de raciocínio e lógica. Apesar de ser bastante simples, é divertido e viciante. Basta completar cada linha, coluna e quadrado 3x3 com números de 1 a 9. Não há nenhum tipo de matemática envolvida.

Sudoku

SOLUÇÃO EDIÇÃO 72

Pub.

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Uma carta recebida pelo Pai Natal:Querido Pai Natal:

Quero uma bicicleta nova, uma consola, um comboio, alguns bonecos de accão, um cão,

uma bateria, um pónei e uma tuba. Felisberto».A resposta:

«Caro Felisberto:Quem tudo quer, tudo perde. Nem penses! O Pai Natal».

Estavam uns gajos num prédio a ver quem se ia atirar primeiro:- Vai tu!- Não, vai tu!- Nao, não vou nada! Vai tu primeiro!Então chega la um matulão e diz:- Saiam daí, eu vou!Então atira-se e diz:- Deus me valha!Ao que os outros respondem de imediato:- Há palha? Então vou de cabeça.

Um automobilista passa a alta velocidade por uma aldeia e atropela 1 peão. Pára rapidamente,abre a janela e grita:- Cuidado!!!O peão levanta-se um pouco e diz:- Porquê, vai fazer marcha atrás?!!

50 PEQUENAS CURIOSIDADES SOBRE O UNIVERSO

• A luz do Sol demora 8 minutos para chegar na Terra.

• Se fôssemos conduzir um carro a uma velocidade constante de 160 quilômetros por hora, levaríamos 220 milhões de anos para chegar no centro da Via Láctea.

• Uma viagem só de ida a Alpha-Centauri, a estrela mais próxima do Sol levaria 70 000 anos.

ADIVINHAO que é, o que é que,

quando dizemos o seu nome, ele deixa de existir? SILÊNCIO

PROVÉRBIOSAs favas, Maio as dá, Maio as leva.

Boa cepa, Maio a deita.Chovam trinta Maios e não chova em Junho.

Em Maio queima-se a cereja ao borralho.Em Maio, já a velha aquece o palácio.

Guarda o melhor saio para Maio.

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CULINÁRIAMAIO 2016

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Quer dar a conhecer as suas receitas aos leitores da Portugal Mag? Mande-as para [email protected] juntamente com a sua foto e serão publicadas neste espaço.

Rojões com Batatas e Grelos

AS RECEITAS DA PORTUGAL MAG

SUGESTÃO: Recorte as receitas e arquive

Tarte de Amêndoa

Tempo de preparação: 50 minutos

Ingredientes: 6 pessoas

O Oceano

Bar-RestaurantSpécialités Portugaises

73 bld Gabriel Péri94500 Champigny

sur Marne

Tél.: 01 48 80 87 60

La Grillade

Bar-RestaurantSpécialités Portugaises

92 avenue Louis Blanc94210 Saint Maur

des Fossés

Tél.: 01 48 83 11 76

Casa do Churrasco

ChurrasqueiraSpécialités Portugaises

14 Bld. du Maréchal Foch93160 Noisy le GrandTél.: 01 57 33 06 91

recomenda

Le LongchampRestaurant-Bar

Spécialités Portugaises

40 Rue de Longchamp75016 Paris

Tél.: 01 47 27 53 50

Ingredientes: - 1 base de massa folhada para tarte- 310g de açúcar; - 150g de amêndoa moída; - 200 ml de água- 30g de manteiga; - 7 gemas; - 2 ovos- Açúcar em pó para polvilhar

Preparação:Num tacho, leve ao lume a água e o açúcar. Mexa e deixe ferver durante 3 minutos. Passado os 3 minutos, apa-gue o lume. Numa tigela, coloque a amêndoa, junte a calda do açúcar e a manteiga. Mexa até que tudo fique bem

Ingredientes: - 1,5 kg de carne de porco magra - 2 dl vinho maduro branco - 6 dentes de alho; - 2 colheres (sopa) de colorau doce; - 250 g de banha - 100 g de toucinho; - 2 colheres (sopa) de azeite virgem Cristal; - 800 g batatas; - 1 kg grelos; - 1 chouriça preta do Dou-ro; - Cominhos; - Flor de sal; - Pimenta Salsa picada

Preparação:Corta-se a carne em bocados regula-res (cubos de cerca de 5cm) e põem--se a marinar de um dia para o outro com vinho branco, os alhos picados, flor de sal, pimenta e o colorau. No dia seguinte, derrete-se o toucinho

e a chouriça preta com a banha, o azeite e uma pitada de cominhos. Introduzem-se os rojões nesta gor-dura e deixam-se cozer e alourar. Entretanto, cozem-se as batatas com a pele e de seguida vão a alourar na gordura dos rojões. Cozem-se os grelos e escorrem-se e de seguida abafam-se numa panela com dentes de alho esmagados. Apresentação:Disponha no centro do prato os gre-los abafados, os rojões por cima e as batatinhas de lado e regue com um pouco da gordura dos rojões. Decore com rodelas de limão gratinadas. E por fim polvilhe com salsa picadinha.

misturado e a manteiga derretida.Deixe arrefecer. Depois de frio, junte as gemas e misture. Por fim, junte os ovos e mexa até que tudo fique bem mistu-rado. Estenda a massa numa tarteira de fundo amovível e acalque bem. Por cima da massa coloque o recheio. Leve ao forno pré-aquecido nos 170º e deixe cozer entre 20 a 25 minutos. Logo que esteja cozida, retire-a do forno para não secar muito. Depois da tarte desenfor-mada, polvilhe com açúcar em pó com a ajuda de um passador de rede.Depois de fria está pronta a servir.

Tempo de preparação: 50 minutos

Ingredientes: 12 fatias

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BélierCertes vous êtes déterminé et per-suasif mais ce n’est toutefois pas une raison pour ignorer

les conseils qu’on vous donne et n’en faire qu’à votre tête.

TaureauPour éviter de gâter une ambiance idyl-lique en fin de mois, éclairez préventive-

ment toute zone d’ombre sus-ceptible de noircir le tableau.

GémeauxProfitez pleinement du moment présent lors des deux pre-mières semaines

du mois qui vous promettent monts et merveilles.

CancerSi vous ne voulez pas gâcher l’ambiance en fin de mois, pre-nez du recul sur les

événements, évitez surtout de prendre la mouche sans avoir pris le temps de bien cerner

ce qui se joue en vous et dont l’autre n’est pas forcément res-ponsable.

LionProfitez d’une pre-mière quinzaine favorable à votre rayonnement pour

faire le plein d’optimisme et vous préparer à affronter frus-trations et perturbations cos-miques qui vous guettent sans risquer la panne et surtout les chutes d’énergie et de moral.

ViergeSi vous souhaitez ouvrir et élever les débats fin mai, mi-sez sur le moyen ou

long terme pour y parvenir. Si vous vous obstinez à résister aux pressions, vous risquez en effet d’envenimer les échanges, d’attiser les rancoeurs et de compromettre alors à terme une issue favorable.

BalanceSi vous ne voulez pas compromettre vos ébats et une

complicité sensuelle qui vous émoustillera lors d’une pre-mière quinzaine plutôt hot, renoncez en fin de mois (à partir du 20) à vous enfermer dans une attitude rigide, à croire que vous détenez la vérité au risque sinon de déplaire et de faire le vide autour de vous.

ScorpionSi vous jubilez en début de mois, es-sayez toutefois d’an-ticiper (au moins

un peu) les perturbations qui vous guettent à partir du 20 et risquent de ternir un peu votre tableau perso.

SagittaireSi certains échappent aux rigueurs du ciel (et ferait bien d’en profiter pour prendre

du bon temps), les autres seront bien inspirés de prendre du recul et le temps d’examiner en conscience ce qui cloche avant de prendre des décisions qui pourraient les engager pour longtemps.

HORÓSCOPOMAIO 2016WWW.PORTUGALMAG.FR50

Pub.

CapricorneLa fin du mois vous fragilise et vous place face à un passé ou des peurs qui resurgissent

et vous coupent un peu les ailes. Essayez de résister au défaitisme et à l’envie de baisser les bras.

VerseauUn mois coupé en deux. Profitez d’une p r e m i è r e q u i n -zaine favorable aux

échanges en famille pour avancer vos pions, faire des propositions constructives. À partir du 20, lâchez du lest et attendez que l’orage, la dépression passent.

PoissonSi la première quin-zaine offre des op-portunités à tout le monde de décoller,

gare à la fin du mois qui ne met personne (ou presque) à l’abri de courants cosmiques un peu déprimants qui pourraient bri-der vos envolées. Essayez alors d’anticiper votre retour un peu brutal sur terre en faisant le plein de bonheur avant.

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XXXXXXXXXXXXABRIL 2016

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XXXXXXXXXABRIL 2016WWW.PORTUGALMAG.FR52

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