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Preço 1$0C Ouinfe-fetra, 17 de Setembro de 1959 Ano V - N.* 234 proprietário, Ádminsírsdor s Edilor y, S. MOTTA P í N T O REDACÇÃO £ ADMINISTRAÇÃO • • AV. D. NUNO ÁLVARES PEREIRA, 18 • M O M f I J O --------------------------------- • TELEF. 0504S7 OOÍCPOS1ÇÀO S nEPRBSSíO - ■TIPOGRAFU. «G-HÁFSX» ~ TEtJEB’. 056 256— MONSSfO DIRECTOR MOTTA PINTO A propósito de turismo agegasasggMfcffiagBgsgBaegsasttaBeasffisaeaaggapciaEg^ Há mais de um decénio que, à luz do que vimos em muito larga permanência no estrangeiro, diligenciamos esti- mular com artigos e apontamentos o sentido e valorização do País com o objectivo de lhe dar atractivos turísticos. Dir-se-á-que lhe sobejam estes a começar pelo clima, de tão apreciada benignidade para a maioria dos que nos visitam, mas importa ponderar que nâo bastam as amenidades do tempo, nem as sugestões de encantamento tão prodigamente dispensadas pela paisagem, nem o pitoresco do nosso fol- JF» o r J. JU STINO clore, nem a imponência e a arte dos nossos monumentos, para criar as chamadas correntes turísticas e principalmente, para as manter. Isto que já tem sido dito e redito, nunca demais o será, pois é ideia mestra de uma mentalidade turística, cuja for- mação tem sido lenta a respeito do notável esforço do Estado, através do competente departamento, bem patente nos diplomas publicados e no zelo posto na sua execução, bem evidente nas suas modelares iniciativas, como a das pousadas, tão ricas de ensinamentos para a indústria hote- leira. A parte que ao Estado pertence nesta tarefa magna de fazer de Portugal um país de turismo, tem sido cumprida com o mesmo sentido de bem servir, que inspira a grandiosa obra do ressurgimento nacional efectuada nos últimos trinta anos. Mas é indispensável a colaboração dos orgãos admi- nistrativos e dos industriais hoteleiros, e de todos, que de- dicam a sua actividade ao turismo, para que seja eficaz a acção desenvolvida neste capítulo de florirem e alindarem os logradouros das suas vilas e cidades; de emoldurarem convenientemente os monumentos que pela sua ancianidade e arte são muito visitados; de manter o mais rigoroso as- seio nas ruas e nas instalações sanitárias de pública ser- ventia ; de instalarem parques de estacionamento e de cam- pismo, de estimularem os seus munícipes a florirem as janelas das suas habitações, de conservarem as estradas e caminhos de acesso aos santuários e parqueà existentes na área da sua administração. Louvores sejam dados às Câmaras que tanto têm feito por este programa de realizações, suprindo com boa vontade e espírito bairrista as dificuldades inerentes à limitação Je receitas e outras. Que o seu exemplo seja estímulo e .. castigo para as administrações municipais, cuja falta de ini- (Continua na página 2) A VOZ DE DEUS (A Seisdedos Branco) h'a voz de Deus, que a gente não entende, Há qualquer tom que ncs avisa ou chama: Ribombo no trovão, que ao longe bram a,.. Silvo no vento, quando os arts fende., , E esse aroma subtil que se desprende De cada flo r e que os ares embalsama Não é a prova de que Deus nos ama E, pJlos sentidos, nos cativa e prende ? Atributo divino, a Natureza Foi criada por Deus, Ele nos conduz No caminho da próxima certeza ,.. Num campo de batalha, ou numa cruz Há o simbolismo duma vela acesa Que vai morrendo a desfazer se em luz, ^Qssio do Cervsiha! (Bombarral, 1 8-959) José Ferreira Ventura Notícias diversas (da ANI) Foi inaugurada no Museu de Bissau uma exposição de arte po* pular da Guiné, que compreende cem figuras de escultura, da auto- ria de indígenas das tribus dos Nalús, dos Papeia e dos Manjacos. O Espanol, de Barcelona, venceu o Futebol Clube do Por- to, por 3-1, com 1-0 ao inter - valo, num encontro amigável disputado naquela cidade es- panhola. Mais de mil corridas — preci- samente 1.190 —contou Simão da Veiga na sua vida de artista tauro- máquico. Em Portugal metropolitano e ultramarino, foram 1.015; na Es panha, 125; na França, 2; em Mar- rocos, 4; no México, 29; e na Venezuela, 10. Os toiros lidados, foram 2.350; matou a rojão, 32 toiros e a pé, 12. Simão da Veiga, que principiou a tourar aos 12 anos, na praça de Montemor-o-Novo, tomou a alter - nativa, aos 18 anos, na do Campo Pequeno. O maior transatlântico da Holanda e o quinto do mundo em tamanho, partiu de Roter- (Continua na página 2) O III FESTIVAL DE S I N T R A Nos cenários deslumbran- tes de Sintra e Queluz, realizaram-se com grande êxito as jornadas do III Fes- tival, que a Câmara Munici- pal daquela vila e o Secre- tariado Nacional de Informa- ção promoveram mais uma vez. Iniciativa do mais ras- gado sentido cultural, os Festivais de Sintra são, igualmente, uma oportuni- dade de pôr em relevo as belezas naturais, cantadas pelos poetas, ,'que envolvem os sumptuosos palácios ali edificados com toda a pompa dos séculos XV a XVIII e proporcionar aos amantes das artes nobres momentos de indizível prazer espiritual. Tem-se em vista, além disso, criar desde já uma tradição que possa honrar pela sua classe e esplendor o nível intelectual que o País tem vindo a atingir nestes últi- mos anos, fruto de uma bem orientada política do espírito que está, aliás, na linha de rumo de Portugal de sempre. Dividido em sete jornadas, que se estenderão de 18 de Agosto, até 8 de Setembro, (Continua na página 2 ) NOTAS À MARGEM (2) ; Por - UM MONTIJENSE Uma das coisas, que mais têm preocupado o meu espí- rito irrequieto de filho deste abençoado torrão, que ora se apelida de Montijo, é a da sua origem, ainda não desvendada, por mais que, a seu respeito, já algo se tenha escrito e com certo desenvolvimento. Tenho por seguro, que nâo é fácil descortinar-se e por- -se a limpo tão interessante e valioso assunto, pela dis- persão e diversidade de do- cumentos atinentes e respei- tantes à vida da nossa terra. E falo com conhecimento de causa. Todos aqueles que se têm dedicado ao estudo das ori- gens da velha Aldeia Galega do Ribatejo, sabem, perfei- tamente, que a nossa terra, mercê de constantes altera- ções da geografia adminis- trativa, política e religiosa, sofreu influências várias e sujeições, que não podem deixar de ser tomadas em consideração, para a d-.s- coberta do seu princípio, como agregado populacional. Não são estranhas a essas influências, especialmente, as vilas de Palmeia e de Alhos Vedros, em cujos arquivos municipais e eclesiásticos, muito haverá que rebuscar, para um exacto conheci- mento da criação e do de* (Continua na página 2) Estampas V Setembro de 1959 A «Caliotíe» Polar continua a ser ansiosamente medida... Por - Consiglieri Pereira Cuidedo com tudo! Nesse tempo, em que a extrema ingenuidade pública, nos obriga a ter cuidado com tudo, são na ver- dade exemplares. E então que a criação de abundantes valores em papel selado, vai até essa criação extrema dos intrujões que é o conto do vigário. Venceram-se as extremas desconfianças do pa- pel-moeda, tudo, tudo domina e meio mundo vive para intrujar o outro meio. depois de muitos e reiterados enganos, só depois de autênticas tragédias familiares, sá ilepeis de tudo logrado e implan- tado o reino da intrujice e dos sa- fardanas, só depois de tudo isso e algo mais, se adoptam, em cada casa, medidas extremas de polícia e. até, era cada empresa, medidas destinadas a salvaguardar o em- preendedor que, a momento, vê, inexplicàvelmente, a sua liberdade de escolha e acção sobrepujada, inexplicàvelmente, pelo domínio dos que menos valiam e a tudo re- corriam, fosse ou não lícito os {Continua na página 2) 7 )mtí(jens da n&na regiãa... RECORDANDO: ti* O Rancho Folclórico de S. Francisco ( Alcochete), em evoluções, na sua fase inicial.

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Page 1: M O M f I J O --------------------------------- A

Preço 1$0C Ouinfe-fetra, 17 de Setembro de 1959 Ano V - N.* 234

proprietário, Ádminsírsdor s Edilor

y, S . M O T T A P í N T O

REDACÇÃO £ ADMINISTRAÇÃO • • AV. D. NUNO ÁLVARES PEREIRA, 18 • M O M f I J O ---------------------------------

• TELEF. 0504S7

OOÍCPOS1ÇÀO S nEPRBSSíO - ■ TIPOGRAFU. «G-HÁFSX» ~ TEtJEB’. 056 256— MONSSfO

D I R E C T O R M O T T A P I N T O

A propósito de turismoagegasasggMfcffiagBgsgBaegsasttaBeasffisaeaaggapciaEg^

Há mais de um decénio que, à luz do que vimos em muito larga permanência no estrangeiro, diligenciamos esti­mular com artigos e apontamentos o sentido e valorização do País com o objectivo de lhe dar atractivos turísticos. Dir-se-á-que lhe sobejam estes a começar pelo clima, de tão apreciada benignidade para a maioria dos que nos visitam, mas importa ponderar que nâo bastam as amenidades do tempo, nem as sugestões de encantamento tão prodigamente dispensadas pela paisagem, nem o pitoresco do nosso fol-

JF» o r J . J U S T I N O

clore, nem a imponência e a arte dos nossos monumentos, para criar as chamadas correntes turísticas e principalmente, para as manter.

Isto que já tem sido dito e redito, nunca demais o será, pois é ideia mestra de uma mentalidade turística, cuja for­mação tem sido lenta a respeito do notável esforço do Estado, através do competente departamento, bem patente nos diplomas publicados e no zelo posto na sua execução, bem evidente nas suas modelares iniciativas, como a das pousadas, tão ricas de ensinamentos para a indústria hote­leira.

A parte que ao Estado pertence nesta tarefa magna de fazer de Portugal um país de turismo, tem sido cumprida com o mesmo sentido de bem servir, que inspira a grandiosa obra do ressurgimento nacional efectuada nos últimos trinta anos.

Mas é indispensável a colaboração dos orgãos admi­nistrativos e dos industriais hoteleiros, e de todos, que de­dicam a sua actividade ao turismo, para que seja eficaz a acção desenvolvida neste capítulo de florirem e alindarem os logradouros das suas vilas e c idades; de emoldurarem convenientemente os monumentos que pela sua ancianidade e arte são muito v isitados; de manter o mais rigoroso as­seio nas ruas e nas instalações sanitárias de pública ser­ventia ; de instalarem parques de estacionamento e de cam­pismo, de estimularem os seus munícipes a florirem as janelas das suas habitações, de conservarem as estradas e caminhos de acesso aos santuários e parqueà existentes na área da sua administração.

Louvores sejam dados às Câmaras que tanto têm feito por este programa de realizações, suprindo com boa vontade e espírito bairrista as dificuldades inerentes à limitação Je receitas e outras. Que o seu exemplo seja estímulo e .. castigo para as administrações municipais, cuja falta de ini-

(Continua na p á g in a 2)

A V O Z D E D E U S(A Seisdedos Branco)

h'a voz de Deus, que a gente não entende,Há qualquer tom que ncs avisa ou cha m a:Ribombo no trovão, que ao longe b r a m a ,. .S ilvo no vento, quando os a r ts f e n d e . , ,

E esse arom a su b til que se desprende De cada f l o r e que os ares em balsam a N ão é a prova de que D eus nos am aE , p Jlos sentidos, nos cativa e prende ?

A tr ib u to divino, a N a tu re zaFoi criada por D eus, E le nos conduzN o cam inho da p ró x im a certeza , . .

N u m campo de batalha, ou num a cruz H á o sim bolism o dum a vela acesa Q ue vai m orrendo a d esfa zer se em luz,

^Qssio d o C e rv s ih a ! (Bombarral, 1 8-959)

J o s é F e r r e i r a V en tu ra

Notíciasdiversas(da ANI)

— Foi inaugurada no Museu de Bissau uma exposição de arte po* pular da Guiné, que compreende cem figuras de escultura, da auto­ria de indígenas das tribus dos Nalús, dos Papeia e dos Manjacos.

— O Espanol, de Barcelona, venceu o Futebol Clube do Por­to, por 3-1, com 1-0 ao inter­valo, num encontro amigável disputado naquela cidade es­panhola.

— Mais de mil corridas — preci­samente 1.190 — contou Simão da Veiga na sua vida de artista tauro- máquico.

Em Portugal metropolitano e ultramarino, foram 1.015; na Es panha, 125; na França, 2; em Mar­rocos, 4 ; no México, 29; e na Venezuela, 10.

Os toiros lidados, foram 2.350; matou a rojão, 32 toiros e a pé, 12.

Simão da Veiga, que principiou a tourar aos 12 anos, na praça de Montemor-o-Novo, tomou a alter­nativa, aos 18 anos, na do Campo Pequeno.

— O m aior transatlântico da Holanda e o quinto do mundo em tamanho, partiu de Roter-

(Continua na página 2)

O III FESTIVAL DE S I NTRA

Nos cenários deslumbran­tes de S i n t r a e Q u e l u z , realizaram-se com grande êxito as jornadas do III Fes­tival, que a Câmara Munici­pal daquela vila e o Secre­tariado Nacional de Informa­ção promoveram mais uma vez. Iniciativa do mais ras­gado sentido cultural, os F e s t i v a i s de Sintra são, igualmente, uma oportuni­dade de pôr em relevo as belezas naturais, cantadas pelos poetas, ,'que envolvem os sumptuosos palácios ali edificados com toda a pompa dos séculos XV a XVIII e proporcionar aos amantes das artes nobres momentos de indizível prazer espiritual. Tem-se em vista, além disso, criar desde já uma tradição que possa honrar pela sua classe e esplendor o nível intelectual que o País tem vindo a atingir nestes últi­mos anos, fruto de uma bem orientada política do espírito que está, aliás, na linha de rumo de Portugal de sempre.

Dividido em sete jornadas, que se estenderão de 18 de Agosto, até 8 de Setembro,

(Continua na página 2)

NOTAS À MARGEM (2) ;P o r - U M M O N T I J E N S E

Uma das coisas, que mais têm preocupado o meu espí­rito irrequieto de filho deste abençoado torrão, que ora se apelida de Montijo, é a da sua origem, ainda não desvendada, por mais que, a seu respeito, já algo se tenha escrito e com certo desenvolvimento.

Tenho por seguro, que nâo é fácil descortinar-se e por- -se a limpo tão interessante e valioso assunto, pela dis­persão e diversidade de do­cumentos atinentes e respei­tantes à vida da nossa terra. E falo com conhecimento de causa.

Todos aqueles que se têm dedicado ao estudo das ori­

gens da velha Aldeia Galega do Ribatejo, sabem, perfei­tamente, que a nossa terra, mercê de constantes altera­ções da geografia adminis­trativa, política e religiosa, sofreu influências várias e sujeições, que não podem deixar de ser tomadas em consideração, para a d-.s- coberta do seu princípio, como agregado populacional.

Não são estranhas a essas influências, especialmente, as vilas de Palmeia e de Alhos Vedros, em cujos arquivos municipais e eclesiásticos, muito haverá que rebuscar, para um exacto conheci­mento da criação e do de*

(Continua na página 2)

Estampas V Setembro de 1959

A «Caliotíe» Polar continua a ser ansiosamente medida...P o r - Consig lieri S á P ere ira

Cuidedo com tu d o !

Nesse tempo, em que a extrema ingenuidade pública, nos obriga a ter cuidado com tudo, são na ver­dade exemplares. E então que a criação de abundantes valores em papel selado, vai até essa criação extrema dos intrujões que é o conto do vigário. Venceram-se as extremas desconfianças do pa- pel-moeda, tudo, tudo domina e meio mundo vive para intrujar o outro meio. Só depois de muitos e reiterados enganos, só depois de

autênticas tragédias familiares, sá ilepeis de tudo logrado e implan­tado o reino da intrujice e dos sa­fardanas, só depois de tudo isso e algo mais, se adoptam, em cada casa, medidas extremas de polícia e. até, era cada empresa, medidas destinadas a salvaguardar o em­preendedor que, a momento, vê, inexplicàvelmente, a sua liberdade de escolha e acção sobrepujada, inexplicàvelmente, pelo domínio dos que menos valiam e a tudo re­corriam, fosse ou não lícito os

{Continua na página 2)

7)mtí(jens da n&na regiãa...R E C O R D A N D O :

t i *

O Rancho Folclórico de S. Francisco (Alcochete), em evoluções, na sua fa se inicial.

Page 2: M O M f I J O --------------------------------- A

A PROVÍNCIA 17-9-95

VIDA A PROPÓSITO DE TURISMO( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

ciativa e de bairrismo tanto tem prejudicado a fama de algu­mas terras portuguesas afugentando os que a visitam. E os industriais de restaurantes e hoteis e os demais a quem di­rectamente beneficia o turismo, têm feito o melhor para atrairem turistas? Como os acolhem? Que fazem para que eles levem boas recordações da sua visita, para acrescentar a fama da terra que demandaram ?

Em outro apontamento, diremos das observações recolhi­das neste Verão através de longa jornada em Portugal.

i . Ju slin o

0111 Festival de Sintra( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

Notas à margem (2:( C o n t i n u a ç ã o d ajpROflSSIONfllj

Médicos

Br. àveímo Stacki ícrbosss Das 15 às 20 h.

R. Bulhão Pato, 14 - 1.* Telef. 050245 — MONTIJO

Consultas em Sarilhos Grandes àu 9 horas, todos os dias, excepto às sextas feiras.

Dr. fausta KeivoLargo da Igreja, 1 1

Das 10 às 15 e das 15 às 18 h. Telef 050256 - MONTIJO

Ur. fi. fiôBçaim 4c flzm deMédico-Especialista

Soca e Deníes — Próte*eCoDSuftos è i 3 .*s , 5 ,as * Sóbaá**: J s s 14 às 17,38 t 19,58 às 21,30 h . - 2 .* s *

4 .*s : Jos 1] os 21,30 h .R. A lm ira n te Reis, 134-MONTIJO

Médicos Veterinários9r. Cristiane du Silve MíadançaAv. Luís de Camões - MONTIJO Telef.* 030502 - 030465 - 030012

Instituto Policlínico Montijense

R u ã B u lh ã o P a to , 18

Consulta de Ouvidos, Nariz e Garganta

Sr. Imilio filus VeladoresTodos os sábados, às 9 horas

Análises Clínicasf r . ‘ (Riria fllanuela Quinfanilha

Todos os dias, às 10,30

Consulta de OftalmologiaBr. ílísio fiUrgodo

Quintas-feiras, às 14 horas

Consulta de GinecologiaBr.® Isabel Gemes Pires

S.s‘ e 6.,s feiras, às 16 horas

PorteirasRrmaada Lagos

Parteira-Enfermeira PARTO SEM DOR

cCx-Estagiária das Maternidade» de Paris e de Strasbourg,

De dia - R. Almirante Reis, 72 Telef. 030 038

I>e noite - R. Machado Santos, 28 MONTIJO

átgiiiia Marques Charneira P arte ira - Enferm eira

Diplomada pela Faculdade de Me­dicina de Coimbra

R, José Joaquim Marques, 231 Telef. 030S56 MONTJJO

leiefones de urgênc iaHospital, 030IÒ46

Serviços Médico Sociais, 030198 Bombeiros, 030048

Taxis, 030 025 e 030479 Ponte dos Vapores, 030 425

Polícia, 080441

foto Cine filmeTrabalfaot para anafares f e t o g r e f i i i s d’Arte S pa r c i l os fotográficas

Reportagem Fotográfica 9ha iíuílica Pato, 11 - MCNNJO

o III Festival de Sintra com­porta este ano um programa aprimorado pela riqueza dos elementos que compõem os seus programas. Artistas dos mais disputados no mundo virão deliciar os auditórios, e com eles ombrearão os me­lhores valores portugueses. Saliente-se que o Festival, para além da valorização que, certamente, imprimirá àquela região, já de^si ião opulenta de maravilhas, servirá ainda para fomentar entre nós uma autêntica instrução artística do povo português, tendo-se

H O T Í C 1 AS D I V E P 5 AS

(da A N I )dão para Nova York em via­gem inaugural, levando a bordo a Princesa Beatriz, que representará o Governo Holan­dês nas comemorações do350.° aniversário da descoberta do rio Hudson, pelo navegador holandês do m esm o nome.

— Só nos estabelecimentos ofi­ciais de ensino secundário de Lis­boa, haverá no próximo ano lec­tivo, 13.500 alunos.

— Contando 60 anos, faleceu o antigo actor teatral, Arm indo Coelho. Foi aos oito anõs, com outro garoto — Octávio de M a­tos, que A rm indo Coelho, se estreou no antigo Teatro In fa n ­til do Rossio, de Lisboa.

— Para a construção da sede da Casa de Trabalho e Protecção à Juventude Feminina do Nordeste (Ponta Oelgada-Açores), concedeu o Ministério das Obras Públicas uma nova comparticipação, esta de 26 contos.

— Segundo declarações re­centes do novo consul da Ve­nezuela, no Funchal, dr. Jesus Negron Dubuc, descendente de portugueses, naturais de S in­tra, a colónia portuguesa da Venezuela, conta 60.000 em i­grantes, 40.000 dos quais m a­deirenses.

— O Ministro das Obtas Públi­cas concedeu, pelo Fundo do De­semprego, as seguintes comparti­cipações destinadas à Ilha da Madeira: para construção da Casa dos Pescadores de Machico, 120 contos ; para a construção de Um bairro de casas para pescadores, também na mesma vila, 120 con­tos ; para a construção de um campo de jogos em Santa Cruz, 120 contos.

— Vão brevemente ser reor­ganizados o sistem a de cré­dito e a estrutura bancária. Um documento muito extenso, que comporta 102 artigos em 12 capitu los; vai ser publicado pelo Governo, nele se a m ­pliando a regulamentação que conbta do decreto que criou o Banco do Fomento Nacional.

para tanto determinado a gratuidade dos bilhetes, como regra geral, medida esta que marca uma posição de lou­vável espírito educativo, em relação a idênticos festivais estrangeiros de nomeada.

Figuras como a violinista Miriatn S o l o v i e f f , Eugéne lonesco, com a Companhia do «Studio des Champs- -Elisées», dirigida por Mau- rice Jacquem ont; as estrelas de bailado da Ópera de Paris, Liane Daydé e Michel Re­nault, com o maestro Daniel Stim, à frente de uma Or­questra de Concerto e num p r o g r a m a igual aos que apresentou no Teatro Bolchoi, de Moscovo e apresentará brevemente em Nova Iorque, formarão programas de ele­vado nível artístico, ao lado dos artistas e conjuntos na­cionais, em que sobressaiem os nomes de Pedro de Frei­tas Branco, Marie Antoinette de Freitas Branco, Helena Moreira de Sá e Costa, M a d a l e n a Costa Gomes, Henri Mouton, Jo ly Braga Santos e Nella M aissa.

Nas jornadas já realizadas, nos jardins do Palácio de Queluz, na Sala de Música do mesmo Pálácio e na Sala dos Cisnes, do Palácio de Sintra, em ambiente de feé­ricas belezas naturais e ce- nográficas, falam por si as obras executadas, para en­canto da numerossíssima as­sistência. D e s t a q u e - s e o programa raveliano em que avultavam os dois concertos e as duas «surtes» do bai­lado «Daphnis et Chloé», sendo intérpretes o maestro Pedro de Freitas Branco, à frente da Sinfónica Nacional, e a pianista Marie Lévèque de Freitas Branco. Depois, a violinista Miriam Solovieff, o Trio Portugália e, de novo, a Orquestra Sinfónica Na­cional, dirigida pelo maes­tro-compositor Jo ly Braga Santos, com a colaboração de Nella M aissa, num inte­ressante programa de música portuguesa contemporânea.

Obras dos maiores vultos, tanto clássicos como moder­nos, são assim proporciona­das aos apaixonados da mú­sica, como serão dadas aos apreciadores de «ballet» e de teatro as apresentações dos l . os bailarinos da ópera de Paris e as conferências e representações das peças de lonesco, numa afirmação de nítidas intenções de cul­tura que honram os organi­zadores dos Festivais e são testemunho da vivência ar­tística da sociedade portu­guesa contemporânea.

senvolvimento do nosso tor­rão natal. Os próprios arqui­vos da «Torre do Tombo» possuem, como fonte prima­cial da vida nacional, ele­mentos indispensáveis ao assunto, a que me estou re­ferindo.

Mas, além destas fontes de documentação oficial, sei, de conhecimento próprio, que alguns arquivos particulares existem, possuidores de ele­mentos muito valiosos refe­rentes a esta importante vila ribatejana.

E, para que os cépticos e zoilos — que os há sempre— não possam julgar que as afirmações feitas são gratui­tas, vamos apontar, pelo menos, dois factos que se deram com a minha própria pessoa.

Assim, uma vez, já há bastantes anos, encontran­do-me, casualmente, vá lá, na sede da Misericórdia da vetusta vila de Alhos Vedros, vieram-me às mãos, também por acaso, uns velhos livros, encadernados em carneira, como outrora muito se usava, e, esfolhando-os, com certa mas agradável surpresa, li neles, um pouco superficial­mente, por a ocasião não se prestrar para mais, abundan­tes referências à nossa Aldeia Galega.

Imediatamente pedi licen­ça, a quem de direito, para espiolhar o respectivo arqui­vo, em ocasião oportuna e com a devida atenção. Foi deferido o meu pedido, mas os tempos mudaram, os ho­mens também se substituí­ram, e, a consulta ainda não foi feita.

Uma outra ocasião entrei, por necessidade, numa casa particular, aqui, em Montijo e, após várias diligências, chegámos, eu e os donos da

meios de que se serviam. Era a conquista geral, o reino do im- pudor e da desvergonha colectiva.

Só a partir desse momento, de um modo inexplicável, se teve como signo de um todo, criando, até, a designação de saloiece, ter­mo que ficou e ainda prepondera na gíria como algo de inexplicável e que, ainda hoje, sobrenada como algo de ilícito e de incorrecto na vida e no espaço.

Evitem os com prom issos!

Quase todas as soluções, encer­ram, público ou não, um compro­misso que tudo abrange, desde a honra até à dignidade pública e privada do respectivo contraente.

Não há parte que não tenha a sua meia laranja. E todos se sor­riem, ao ver o universo de suspei- ções que essa meia laranja, dita com certa malícia encerra. Todos cobre e abrange, o novo, o velho e a criança. Ninguém escapa. Há, então, momentos em que tudo é abrangido nesses véus de suspeita.E, uma vez ele lançado, a dificul­dade é o indivíduo ver-se livre deles. Por cada momento, mais se enrodilha e mai3 tentacular se torna esse movimento. Por cada círculo desenhado, mais se aperta o estreito sone e limitados os mo­vimentos. Assim, não há minúcia porca que não seja atribuida e o sujeito, por cada movimento que esboça, mais apertado se sente. Assim, o melhor modo, ainda é,

p r i m e i r a p á g i n a )

casa, ao sótão correspon dente e, remexidos algum baús, deparei, surpreenden temente, nestes, com vários objectos e livros, que ped licença para examinar e com pulsar e que verifiquei seretr atributos de certo aspecto d; vida paroquiana local e, con comitanteinente, também, d( absoluto interesse monográ fico.

D e s t e s últimos, porém, apenas me foi possível exa’ minar, totalmente, um livri- nho, pois, por mais que me e s f o r ç a s s e , seguidamente para obter outros elementos ciosamente, mas talvez in conscientemente, me não foi dado fruir aquele prazer, poi evasivas repetidas dos seus possuidores.

Assim, e finalmente, nâo me apareceu oportunidade, ainda, para curnprir uma a* piração, que sempre tenho acalentado, como uma dívida sagrada, para com a minha Terra, e, como um devei inerente à minha qualidade de seu filho desvalioso, mas muito dedicado.

Quero, por isso, solene­mente, afirmar a minha maior admiração e o meu reconhe­cimento de aldegalense a todos aqueles que já têm contribuído para o desvendar do denso véu que encobre as origens desta grande po­voação, que, de progresso em progresso, mercê do es­forço dos seus filhos e da boa vontade dos seus habi­tantes, se tem vindo a impor ao agregado nacional, como elemento valioso para o en­grandecimento e prestígio pátrios.

Quero, ainda, fazer seníir, aos meus conterrâneos e a todos os meus concidadãos que Montijo possui, no seu

(Continua na página 3)

p r i m e i r a p á g i n a )

conforme a receita antiga, evitar os compromissos, reduzir mai*: ainda mais, cada vez mais, o raio de acção de cada qual, eximindo-o ao campo de luta social. Só assia> abdicando e muito, se livre um dos dolorosos e presos movimen­tos do campo de luta e, em lugar de intimidar é intimado, cada vez roais e amplamente. E assim, ve­mos quase todas as vidas de ho- meAs notáveis, assinaladas, na po­lítica ou nas artes, por dolorosa* e, por assim dizer, quase inúteis restrições. Só mais tarde se colhe o seu resultado e se sabe que, desse modo, ainda que torpemente < quase em vão, se desprezam e evi­tam lutas e dificuldades de outro modo pràticamente impossíveis « evitar. Sem essa magnanidade do* tolos, já teríamos avançado muito mais e em menos tempo e, tambéffli teríamos ganho o que de outro modo, é património de toleirões« perdição de idiotas. Eis porquê sem dúvida, triunfam as eong'e" gações onde o esforço individuaj falece, desesperado e impotente. & que, esses grandes esforços só tornam possíveis quando os indi' víduos se congregam e anulam s margem do risco de outro moy impossível de evitar. Sem ela, nad* é possível e, com ela, tudo se pos' sibilita e facilita. Assim, no terreno individual como no colectivo, J vida monástica ainda é a gr*n“e justificantel

Conssg lisr! S í Paro Sr*

A «Ca/lotte» Polar continua, a ser ansiosamente medida . . .

( C o n t i n u a ç ã o d a

Page 3: M O M f I J O --------------------------------- A

9

17-9-959 INCIA

AGENDA ELEGANTE

m fâ sm m m m m m

A n i v e r s á r i o sSETEMBRO

fizeram a n o s ;_ No dia 13, perfez um ano, a

menina lida Maria Outeiro Ma­nhoso, filhinha do gosso estimado assinante, sr. João Gomes d’Al- meida Manhoso.

— No dia 15, o nosso prezado assinante, sr. José Augusto Dou­rado da Silva.

_ N o dia 16, o menino António Manuel Correia Sousa Fortunato, filho do nosso dedicado assinante, Francisco da Mónica Fortunaío.

— No dia 16, o sr. Joaquim Ma­nuel Tavares Ramos Cardeira, fi­lho do nosso prezado assinante, sr. Carlos Ramos Cardeira.fa zem a n o s :

— No dia 17, o nosso estimado assinante, sr. António José Ro­d r ig u e s Maurício, c u n h a d o do nosso dedicado assinante, sr. Joa­quim Rodrigues Carvalho Futre, residente no Brasi*.

— No dia 18, a menina Lui^a Natália Casas Tavares Areia, filha do nosso prezado assinante, sr- Luís Tavaros Areia Júnior.

— No mesmo dia, a menina Ma- >ía Jjsé Tormenta Tavares, so- brinbado nosso dedicado assinante sr. António Maria Tormenta.

— Ainda no mesmo dia peífaz um ano, a menina Júlia Maria Palita Ferreira Cabreiro, nètinha du no*;so estimado assinante sr. Francisco Gouveia Palpita.

— No dia 19, o nosso prezado assinante, sr. Fernando da Silva Manhoso.

— No dia 20, completa 57 anos, a sr.* D. Carolína Csria Rodrigues L-ão, residente nesta vila.

— No dia 20 perfaz 16 ano*, a menina Maria Elvira Rodrigues Palpita, filha do nosso estimado assinante, sr. Francisco Gouveia Palpita.

— No m esm o dia, completa 57 ano?, o sr. João de Oliveira Fer­reira, residente nesta vila.

A todoa oa a n iversa ria n tes e nua» fa m ília s , apresen ta m o s <is nossas fe lic itações e votos de con tinu idade p o r longos anos.

M O N

Melhoramentos locoisÀbsstecimento de égua a

Sarilhos Grandss0 nosso Município obteve d->

Estado mais 75 contas, a juntar aos 25 já recebidos, para conti­nuação dos trabalhos para abaste­cimento de água a Sarilhos Gran­des, valiosa povoação deste con­celho.

C o ló n ia B a l n e a r Infantil

«Q&ií da Siloa Jleite

Prossegue • urbanização de MonHjo

Para a urbanização em volta do novo Mercado Central, o Estado '-oncedeu à Câmara Municipal de Montijo, a um reforço de 40 contos em tempos dado, uma nova curn- pirtição de 20 contos.

Trespassa-se- CASA DE VINHOS E COMI­

DAS. com habitação e adega. Tra­ta-se na Rua Almirante Reis, 76 - Telef. 030134 - MONTIJO.

BASQUETEBOL(Continuação d a 4.* p á g in a )

de prosperidades e boas vi­tórias, para bein do Clube Desportivo de Montijo, e do desporto montijense.

A Tomás Pontes, deseja­mos-lhe igualmente um feliz regresso.

A ríu r Lucas

Encerrou no passado dia 22 de Agosto, a actividade desta Colónia Balnear Infantil, que nos três tu r­nos da sua benfazeja acção, reuniu 330 crianças pobres do nosso con­celho, na época finda.

Como seu testemunho de re­conhecimento, re u n ira m -s e na tarde de quarta-feira, 9 do cor­rente, cetca da 18,30 horas, na Quinta do sr. José da Silva Leite, no Bairro dos Pescadores, algumas das mães desses colonos, que se faziam acompanhar de numerosas crianças, que foraas apresentar ao dedicado patrono da referida Coló­nia, o» seus melhores agradeci­mentos, pela obra prestigiosa já levada a efeito, na vigência de seis anos da sua actividade.

A esse acto, estiveram presentes o dedicado patrono da Colónia, bem como sua ex.m família; a Comissão Auxiliar, composta pe­los srs. José Maria Mendes Costa, Ilomán Sanchez Alvarez, Jcão Fer­nandes Salinas, Amàndio José de Carvalho, e a sr.a D. Laura Ber­nardes; e as monitoras, sr.as Pro­fessora D. Joana Figueira, D. Ma­ria José Gambita e D. Maria Bea­triz Pinho Neto; e bem assim, representantes da imprensa loca!.

Nessa demonstração de carinho pelo protector da Colónia e sua cx.m* família, f j i lida uma alocução pelo colono, Victor Manuel dos S.-;ntos Baeta, de onze anos de idade, significando o agradeci­mento ao sr. José da Silva Leite e aua família, em nome das crianças beneficiadas; e usou igualmente da palavra, em nome das mães, a ex.'nasr.a D. Laurinda Rosa Palaré, em termos elogiosos pela obra le­vada a efeito em Montijo, graças ao estímulo e carinho do sr. Pre­sidente da Câmara; pelo que, todos os seus habitantes lhe são gratcs.

A seguir, e em nome da Comis­são Auxiliar, referiu-se ao acto presente, a incansável colabora­dora desta Colónia, sr a D. Laura Bernardes, louvando o carinho do sr. José da Silva Leite, pelas crian­ças pobres deste Concelho, tal coroo o tem demonstrado e pedindo a continuação do seu esforço, a favor dos seus protegidos.

Por fim, usou da palavra o pa­trono da Colónia, fazendo afirma-

O Palácio da Justiça

00 MonHjo

sopí limrnÈ i OezeiãfDSob a presidência do sr. José

da Silva Leite, Presidente do Mu­nicípio, efectuou-se no dia 8 deste mês, o concurso de uma emprei­tada relativa à construção de au­mentos no Parque Municipal, rede de esgotos e, ainda, da electrifica­ção do mesmo Parque, onde, no dia 5 de Dezembro próximo, será inaugurado o novo Palácio da J ústiça.

É de 253 mil escudos a impor­tância das obras que vão agora ser adjudicadas, constituindo estes melhoramentos uma justa aspira­ção da Montijo.

Câm ara Municipal de MonHjo

Vtnda de madeira»Faz-se público que, até às 17

horas, do dia 29 do corrente, se recebem propostas para a venda de seis lotes de madeiras (portas, janelas, caixilhos, e tc ...) . As con­dições estão patentee na Secretaria Municipal,nas horas de expediente.

Montijo, 9 de Setembro de 1959 O Presidente da Câmara, a) José d a S ilva Leite

ções de destaque, quanto ao seu amor por Montijo, e principal­mente, pelas crianças pobres deste concelho.

No final, foi servido um fino beberete às crianças, suas famílias e às pessoas convidadas a assisti­rem a este penhorante geeto de gratidão das favorecidas por esta abençoada Cruzada de Bem, de que oportunamente daremos m*is desenvolvida reportagem, devida­mente ilustrada.

J. M.

Câm ara Municipal de MonHjo

Resumo ds acía da reunião ordinária ds 8 de Setembro

de 1959P resen tes: Os srs. António João

Serra Júnior, vice-presidente, èm exercício; e os vereadores, Fran­cisco Tobias da Silva Augusto, Tomás Manhoso Iça,Francisco Braz da Cruz, Joaquim Brito Saneho, Carlos Gouveia Dimas e Mário Miguel de Sousa Rama. Secretá­rio : o sr. José Maria Mendes Cos­ta, Chefe da Secretaria.

Foi deliberado deferir os se­guintes requerimentos:— Concessão de terrenos na

C em itério : a Maria Jesus Légio e Olímpia Légio;

— Licenças g ra c iosas : a An­tónio Sampaio Martinho, José Ro- mão Miranda, Dr. Alcides Rai­mundo Cunha, Domingos Matias Francisco e Dr. Manuel Nepomu­ceno Cruz;

— Licenceam ento s a n itá r io : a José Pinto Jerónimo, Manuel Ferreira Lopes e Luís Moreira da Silva ;

— Licenças de o b r a s : a An­tónio José Argente de Sousa, Al­fredo António Dias e União Eléc­trica Portuguesa;

Foi ainda deliberado:— Adjudicar a obra de esgotos

na zona do Parque, ao empreiteiro Manuel Caetano Rapso;

— A g r a d e c e r ao sr. Manuel Amâncio da Silva e Companhia Industrial de Portugal e Colónia!*, a cedência de um armazém, para aulas e oficinas da Escola Indus­trial e Comerciai de Montijo;

— Adjudicar a José Marcelino da Silva, a venda de sucata de fe rro ;

— Abrir novo concurso, para venda de madeiras desnecessárias e para o muro e bancada do campo de jogos;

— Contratar para o lugar de Chefe da Secção Técnica, o eng.® sr. Jorge Araújo.

— Ordenar vistoria para efeitos de demolição, nos termos do Re­gulamento de Obras, de várias barracas de construção clandes­tina.

Rebentou o bomba! . . ,Não necessita V. Ex.* ir a Lis­

boa, porque a casa Âm andino F. de M eio

vende com descontos de 20%, sobre os preços da tabela, Loi­ças e V idros, e 10° '0 L indas

P orcelanas Av. João de Deus, 63 , (junto ao Cabeleireiro Tobias) - MONTIJO.

Vende-se— A propriedade rústica o «Ca-

rodes». Recebe propostas por carta D. Justa Ventura Sarreira — TOR­RES VEDRAS,

SociedadeRecreativa

ProgressoAfonsoeirense

A Direcção desta colectividade leva a efeito, nos próximos do­mingos 20 e 21 do corrente, e 4 de Outubro próximo, as festas come­morativas do seu 10." aniversário de fundação, a qual teve lugar em 1 de Agosto de 1949.

O progiaoia do primeiro dia festivo, é o seguinte :

NO DIA 20, à s 8 hrs. — Uma salva de 21 morteiros, seguindo-se uma visita da Comissão Auxiliar, com o seu estandarte acompanhada de um grupo musical, que percor­rerá as ruas do bairro, em eu;n- primentos aos seus sócios.

18 hrs. - Sessão solene, com assistência do sr. Presidente do Município e diversas entidades, na qual ente outros oradores, usará da palavra, o seu consócio e noss > correspondente 1 )cal, sr. Joaquim Carreira Tapadinhas.

A ’s 20 hrs. — Abertura da Quermesse,com inúmeras prendas, com a colaboração da Comissão Feminina.

A’s 21,30 hrs, «S o i i é e » dançan te , dedicada aos seus só­cios e famílias, abrilhantada pelo pelo valioso Conjunto Mus cal «Os U nidos do Jazz», do Alto Estanqueiro.

A 's 0 ,30 hrs. — Uma interes­sante sessão de fogo de artifício, que fechai á a comemoração do primeiro dia deste aniversário.

Pela solenização deste acto fes­tivo nos anais associativos da sim­pática agremiação recreativa do Afonsoeiro, dirigimos as nossas feli­citações aos seui fundadores, diri­gentes e respectivos sóci s, com os nossos desejos do seu mais aus­picioso futuro.

txamÕQ a Yilo f. tle Xira, em 4 de Qyfubro próximo

O r g a n i z a d a p e i a

Mim liurmfy. de MnlijiA considerada agremiação «.Ter­

tú lia Taurom áquica de Mon­tijo», que, no dia 1 de Outubro próximo, compl, ta onze anos de honrosa existência, fiel às suas notáveis tradições, e, no propósito de mais estreitar as boas relações de amizade com o amigo povo vilafranquense, integrou no pro­grama comemorativo deste aniver­sário, uma brilhante excursão à «notável V ila F ranca de Xira», no dia 4 do próximo mês de Ou­tubro', por ocasião da muito con­corrida feira anual, que ali se rea-

' liza, desde o dia 4, até ao dia 8, desse aludido mês.

Assim, a direcção da «Tertúlia Tauromáquica», que está empe­nhada em honrar novamente o seu nome, na próxima excursão àquela linda vila ribatejana e de proporcionar uma agradável visita aos seus sócios e famílias, aceita desde já as marcações de lugares para tal fim, na sua sede; ou pelo telefone 030260, da Casa das Ver­gas, (Cambolas), de^ta vila, onde se prestam todos os esclarecimen­tos.

Moradia— VENDE-SE na rua Serpa

Pinto, 34 MONTIJO,Informa-se nesta redacção.

AOENOAUTILITÁRIA

formadas Az Sem s5.® feira, 17 — M o n t e p6.a feira, 18 — M o d e r n aSábado, 19 — H i g i e.Domingo, 20 ~ D i o g2.6 feira, 21 — G i r a l d3.' feira, 22 — Aio a t e p

4.a feira, 23 — M o d e r :

B o í e t i m R e S ig io sVida Católica

HORÁRIO DAS MISSA5.* f ei ra, 17 —às 9 h.6 * -feira, 18 — às 9 h.Sábado, 19 — às 9 h. (ao SS D om ingo, 20— &s 7 h.,

11,Í0 h., e 19 h. (Terço e Bê na Igreja Paroquial; às 9 h Santuário da Atalaia (acçâo d ças); às 9 h., na Igreja Pari do Samouco; e às 10 h., na ( , - do Afonsoeiro.

ELs p e c t á e u I o sCINEMA TEATRO

JOAQUIM DE ALM5.* feira, 17; (Para 12 ano; ; Peia

l .a vez na tela um filme d e ' em metrocolor e cinema «Tarzan e a Tribu Magasu; Gordon Scott e a macaca Cl .

Domingo, 20; (Para 17 Um drama violento filmado j cr passo da cortina de ferro pusculo Vermelho» com Yul ner e Deboiah Kerr.CINE ESPLANADA

1.° DE DEZESábado, 19; (P*ra 17 ano

drama mexicano com Cc Domingues e Roberto ( «Um dia de vida», e o fil aventur s com Edee Consi «Vai haver sarilho».

Domingo, 20; (Para 17 auc arrebatador filine com a in cível actriz Sarita Monti Rebelde*.

3.a feira, 22; (Para 12 ano vãmente o melhor filme por dos últimos tempos, «A L<; do Alto». Com Maria Dulc berto Cama-rdiel, Beatriz meida e Fernando Curado R

) Ub?

i h

E m p r e s í a m -— 20 contos, sobre hipotNesta redacção se inform

F m p r e g a d (./

— PRECISA-SE, com prática balcão.

Trata-se, ua pastelaria í ,- MONTIJO.

Á d e g a— VENDE-SE, toneis de 4 a 6

pipas, quartolas, celhas e prensa, estado novo.

Informa Luís Moreira da Silva ~ MONTIJO.

«A ProvínciSemanário Regional

----------D E ----------í n f o r m a ç ã o

C u lt u r a ,B e c r

D elegação em List Avenida do Brasil, 178 -1.'

Telefone 72828

Page 4: M O M f I J O --------------------------------- A

4 A PROVÍNCIA

D E S P O R T O SOuvindo o treinador do Clube Desp. de Montij*

No surgir da nova época, novas directrizes foram tra­çadas, na gerência e orien­tação técnica do CLUBE DESPORTIVO DE MON­TIJO, pois tomaram posse novos Directores e foi con­tratado novo treinador, o já nosso con h ecid o , António Fábregas.

Por tudo isto, pensámos que não seria de todo des­cabido, consultarmos os ele­mentos responsáveis e, assim resolvemos ouvirem primeiro lugar o treinador, seguindo- -se depois alguém da Direc­ção do Clube. É possível, que devêssemos começar ao contrário, mas não foi por m al; simplesmente entende­mos que seria mais interes­sante, ouvir Fábregas exac­tamente na altura em que pràticamente está em princí­pios dos seus trabalhos.

Procurámo-lo e, ao dizer- -mos-lhe qual era a nossa missão, prontamente se pôs à nossa disposição. Não he­sitámos e fizemos a 1 ." per­gunta, como início à série de esclarecimentos que pre­tendíamos dar aos nossos leitores e simpatizantes do Clube, que desfralda o pen­dão glorioso da nossa terra.

Seguiu-se, assim, o nosso interrogatório e respectivas respostas do deligente trei­nador, António Fábregas:

r “ — Quais os planos es­tabelecidos, para a prepara­ção das equipas ?

R . ~ Devido ao meu conhe­cimento de quase toda a « r a p a z i a d a » , antecipada­mente estabeleci um plano de trabalhos.

Ao fazer-se o primeiro treino, constatei a forma fí­sica dos jogadores e tive que a modificar totalmente, de tal forma que me obri­gou a improvisar, dentro do próprio treino as escalas de preparação.

2 * — Quais os motivos, que o levaram a proceder assim ? . . .

/?• — Como já disse antes, a precária condição física dos jogadores, náo resistia aos actuais métodos de pre­paração física aplicada, pois na época transacta, não ha­viam praticado nenhuma.

Como é natural, tudo isto atrasou os planos que eu trazia em mente realizar; espero que, depois disto, com a colaboração dos joga­dores, que aceitaram da me­lhor maneira a minha volta a «casa», possa apresentar no primeiro jogo do cam­peonato, um conjunto apu­rado de preparação e genica, de maneira a impressionar favoràvelmente as caracte­rísticas do povo montijense.

3 * — Quais as dificuldades encontradas ? . . .

R- — As habilitações lite­rárias têm sido um «quebra- -cabeças», de tal modo que existem vinte jogadores, sem a quarta classe de instrução primária, — coisa que difi­culta bastante a minha mis­

A N T Ó N I O F Á B R E G A SEntreviste do nosso redector, A R T U R L U C A S

sã o ; os jogadores na vida militar, — tanto Romeu, como Pinto —, jogadores que po­diam ocupar indistintamente qualquer lugar na equipa, e dada a distância em que se encontram a prestar serviço, dificilmente poderão dar a sua valiosa colaboração à equipa.

4-a — Com tudo isto, há-de encontrar bastante dificul­dade na formação da equi­p a ! . . . Que me diz, sobre o assunto ?

R . —-Por e x e m p lo : Na linha defensiva, encontro três lugares, bem preenchidos, que são : Barrigana, Manuel Luís e Redol; portanto, fal­ta-me o defesa direito, que tenho que procurar dentre os jogadores de outros sec­tores ; e, respectivos suplen­tes a estes lugares.

/.‘ — Mas na época ante­rior, esse lugar foi, e bem, preenchido por M ora! Qual a sua opinião ?

R. — Mora não foi uma descoberta, porquanto nos juniores, — dirigidos pormim, ocupara indistintamente os lugares de defesa central e lateral.

6 “ — Sendo assim, onde está a dificuldade ? . .

R. — Está só nisto: Tendo um jogador das característi­cas de Mora, que serve ple­namente ao sector avançado, não vou colocá-lo a defesa, quando com os seus serviços na linha da frente, a equipa lucra muito m ais!

No entanto, se as dificul­dades continuarem, ele será chamado a preencher esse lugar.

Depois de assentarmos, mais ou menos no que será a defensiva do Desportivo, durante a época prestes a iniciar-se, perguntámos a An­tónio Fábregas, qual seria o sector médio da turma ?

R. — Este sector é, afinal, o que menos preocupação me tem dado, porquanto en­contra-se bem preenchido por Serralha e André, havendo em caso de afastamento de quaisquer dos titulares: rapazes, que depois de tra­b a lh a d o s , preencherão os lugares, com mais ou menos, as mesmas caraterísticas des­tes jogadores.

Falando da equipa—pro­priamente dita,—só nos fal­tava falar do sector avançado, e perguntámos:

<?.“ — Quais as dificulda­des que encontra para for­mar este sector e quais os jogadores, que pensa utili­zar? !...

R- -— . . . C o m o é já do domínio público, os jogado­res para preencher este com­partimento, criam dificulda­des a todas as equipas do mundo. Por isso, se pagam fortunas fabulosas por avan­

çados, como se tratasse de irmos a um café, ou cerve­jaria, para beber uma cer­veja !

No entanto, não quero ci­tar nomes de jogadores, por estar e s te sector em evo­lução. Percebemos que aqui

residia o calcanhar de Aqui­les da equipa, e muito des­po rtivam en te desistimos, porquanto F á b r e g a s , lem­brando-se que havia sido um excelente jogador, fintou-nos hàbilmente.

<?.“ — Consta que Arsénio, vem dar a sua colaboração à equipa de Montijo. É ver­dade?

R. — Sim, Senhor, é ver­dade !

xo.“ — Acha-o bom reforço, para a equipa?

R - — Julgo que sim. No entanto, nada por enquanto posso dizer; porquanto elt faz parte da tal evolução, em que lhe falei: no sector avan­çado.

i i . a — No princípio falá- mo? sobre a forma física da equipa, o que nos diz sobre a parte técnica?!...

R — D epoiS do que li, durante toda a época pas­sada sobre o Desportivo, no que diz respeito a entrevis­tas e comentários, pensava

encontrar uma equipa, «ti S. Lourenço de Almagrc de 1946 ou 1947; e afin encontrei as mesmas carac rísticas ou piores, de quan daqui parti. Parece mentii que se possa falar tanto fazer tão pouco!

E por agora, precisam é de sorte, porque conhei mentos e vontade, não ni faltam, tanto aos jogador como à Direcção, que n tem dado todo o seu apoi o qual muito penhoradamen agradeço.

Faço votos de que a mass associativa nos acompanl com carinho, não regateanc à equipa os seus valiosc aplausos e incitamentos,- sempre tão necessários,- para que possamos levar bom termo, a tarefa que, ei conjunto, nos impuzémos.

Agradecemos a Fábrega a gentileza que havia tid para connosco e para cor «A Província», desejando-lh as maiores venturas, na su difícil missão, para prestígii do CLUBE DESPORTIVC DE MONTIJO e da terra qut representa no campo da desportos.

O actual tre in a d o r d a s turm as do Clube D esportivo de M on­

tijo , s r , A n tón io F ábregas Casais.

TIJO - Almada, Dia 22 de Novembro— MONTIJO-Bar- reirense; Cuf.-Vitória; Dia 6 de Dezembro — Almada - C u f . ; Dia 13 de Dezembro— Vitória - Barreirense; Dia 20 de Dezembro — Cuf. - Barrei­rense; D ia 3 de Janeiro de1960— M O N T I J O - C u f . ;

F U T E B O L

Campeonato Distrital de Reserves, da época de 1959/60Na sede da Associação de

Futebol de Setúbal, foi feito o sorteio dos jogos do Cam­peonato Distrital de Reser­vas, da época de 1959-1960, que principia no dia 20 do corrente, em que participam as equipas do Vitória Fute­bol Clube, Almada Atlético Clube, Clube Desportivo di Montijo, Futebol Clube Bar­reirense, Grupo Desportivo da C. U. F., na primeira sé­rie; e Clube Desportivo da Cova da Piedade, Seixal Fu­tebol Clube, Grupo Despor­tivo de Sesimbra, Luso Fu­tebol C lu b e (Barreiro), e Grupo Desportivo dos Pes­cadores, da Costa de Capa- rica, na segunda série.

Para os Clubes da primeira série, foi estabelecido o se­guinte calendário; em que figura o grupo de Montijo:

Dia 20 de Setembr o — Cuf .- M O N TIJO ; Dia r j de S>. tem b t o—Vitória - MONTIJO; Barreirense-Cuf.; Dia n de Ou tu bro — V itó ria - C u f . ; Almada - Barreirense; Dia 18 de Outubro — Cuf. - Almada; Dia 2j de Outubro - Almada- Vitória; Barreirense-MON- T IJo ; t)ia / / de Novembro -Barreirense-Vitória; MON-

Vitória-Almada; Dia io de Janeiro— MONTIJO-Vitória; Barreirense -Almada; Dia 24 de Jandro — Almada -MON­TIJO :

Campo das PalmeiraiA Direcção da Associação

de Futebol de Setúbal, em sua reunião de 2 do corrente mês, deliberou autorizar que o «GRUPO DESPORTIVO DA C. U. F.» utilize, no de­curso da época de 1959/60, 0 seu campo de jogo®, de­nominado -DAS PALMEI­RAS», para nele efectuar -to­dos os jogos oficiais das ca­tegorias de RESERVAS, JU­N IO R E S e PRINCIPIAN­T ES, das provas da mesma Associação.

B A S Q U E T E B O L

Tal, como o futebol, tam­bém 0 basquetebol, vai ini­ciar a sua nova época.

Assim, 0 torneio de pre­paração, tem 0 seu início no próximo dia 22 do corrente.

O sorteio para este torneio, efectuou-se na Associação Distrital de Basquetebol, e deu o seguinte resultado:

Entram na competição, seis Clubes, divididos em séries de dois, com jogos disputa- tados em duas mãos, num e noutro campo, dos respecti­vos Clubes.

Após os dois jogos, 0 ven­cedor ficará imediatamente apurado, para a final.

Ao Clube Desportivo de Montijo, que novamente tem como treinador, 0 seu dedi­cado amigo e atleta, sr. To­más P o n te s , coube como adversário o Futebol Clube

Barreirense. Desta maneira, defrontá-lo-á no dia 22 , no Barreiro; e no dia 28, no Mofr tijo.

Assim, serão apurados para a final, os três vence­dores, e, mais um dos ven­cidos, que no decorrer da prova, tiver melhor quociente de pontos. A final, será dis­putada em campo, a desi­gnar pela Associação Distri­tal de Basquetebol,

Para 0 regional, também se efectuou 0 respectivo sor­teio, desconhecendo-se ainda 0 seu calendário. Logo que chegue ao nosso conheci­mento, daremos conta aos nossos estimados leitores.

Deste nosso modesto can­tinho, saudamos a < rapa­ziada* da Básquete, apete­cendo-lhes, uma época cheia

(■Coatia.ua na página 3)

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17-9-959 A PROVÍNCIA 5

í l o M i n h o m G u a d i a n a

curso foi organizado pelo jornal «Festa», dirigido por Gentil Marques e teve o patrocínio da Câmara Mu* nicipal da Moita e da Comis­são de Festas da Moita do Ribatejo.

ò t e - i d e S e t ú b a l M O I T A D O R I B A T E J O

( P o r - R u i O l i v e i r a )— Assumiu as funções de

Subdelegado do Instituto Nacional do Trabalho e Pre­vidência, em Setúbal, o sr. dr, Iiídio Fernandes das Neves, a quem desejamos inúmeras felicidades, no de­sempenho do seu ca rg o .

— Comemorou no passado dia i, o 12.0 aniversário da sua fundação, a Delegação de Setúbal do Grupo «Os Josés», da qual é seu pre­sidente — desde o seu iní­cio—-0 sr. José Ferreira Pena.

— Nos anos futuros, a fre­guesia de S. Sebastião de Setúbal, não se compromete peia realização dos festejos Inuais, em honra de NossaS,a do Rosário, na Caldeira da Tróia. Assim, no próximo ano, a organização dos refe­ridos festejos, cabe ao rev.0 pároco de Grândola.

— Em prosseguimento das suas actividades de verão, o Centro Extra-Escolar n.®i, da Ala de Setúbal, da M.P., promoveu em 29 e 30 do mês findo, uma prova denominada por «quinas», que constou dum acampa­mento, na noite de sábado para domingo, dia 29, no parque da Delegação Dís trital, onde foi acesa a «Chama da Mocidade»; em redor da qual, os filiados cantaram e recitaram.

No decorrer da chama, usou da palavra o C. C. e Comandante do Centro in­terino, Américo Serafim.

No dia seguinte, os filia­dos d i r ig i r a m - s e para a Comenda, onde efectuaram várias provas com controle e h o rár io s estabelecidos,

Notas à Margem(■Continuação d a 2 .a p á g in a )

Prolífero seio, todos os meios ndispensáveis para se tornar uma povoação das mais prós­peras e grandiosas de Por- !ugal. Não lhe falta, para lsso, a matéria prima indivi­dual e sobeja-lhe, também, a sua posição geográfica e uma especial idiosincrasia, íue a tornam invejável e in­vejada, aos olhos dos que a contemplam.

Abençoados aqueles que, monografias, e em opús-

Cu!os, têm já, desvelada- Nente, contribuído para 0 Seu bom nome e para a exPansão do seu conheci­mento i A eles nos referire­i s , oportunamente, como Preito de justiça e demons- !raçâo do seu auxílio ao prúgredimento local; e para Pr°va, também, do óptimo Material humano que pos- v^mos, em todos os ramos aa actividade social.

Mm Montijens»

tendo regressado ao Centro, à noite.

Nos passados dias 5 e 6, este Centro, promoveu um acampamento na Tróia, des­tinado aos seus filiados; estando outro previsto para 12 e 13 do corrente, era lo­cal a indicar.

— Por ocasião das festas a Nossa S„a da Boa Via­gem, na Moita, o Grupo Desportivo «Os Celtas», de Setúbal, promoveu uma ex­cursão àquela localidade no dia J 3 , com partida às 14 h.

inauguração de impor­ta n te s m e lh oram en tos — Neste progressivo concelho, foram inaugurados no do­mingo, 6 do corrente, impor­tantes melhoramentos.

Assim, foi inaugurado 0 Largo Comendador João Fer­reira dos Santos; a AvenidaD. Inocência da Silva Cairel S im ão; além da instalação eléctrica e iluminação pública no Bairro do Cintrão, e 0 reforço da energia eléctrica que abastece a vila.

A todos estes actos presi­diu 0 sr. Olímpio Duarte Alves, Governador Civil do Distrito de Leiria, que foi aguardado no limite do con­celho, pelas entidades ofi­ciais do Bombarral. — (C.)

Um poela de Lisboa, venceu o grande concurso de qua­dras p o p u la re s , sobre 0 Moira do Ribatejo e es tuas

[estas castiçasAlcançou um êxito ver­

dadeiramente invulgar, o habitual Concurso Anual de Quadras Populares, sobre as Típicas Festas em Honra de N.» S.* da Boa Viagem, na Moita dó Ribatejo.

Inscreveram-se algumas centenas de quadras, envia­das dos mais variados pon­tos do país, desde Viana do Castelo, do Minho, até à Praia de Albufeira, no A l ­garve.

Como de costume, o Con-

Baixa da Banheira iWtt{— Rescaldo da tragédia de

P a io P ires— A partir do dia 4 do corrente, devido a êsta povoação, não obstante os 12.000 habitantes, ainda não ter cemitério próprio, repousam naquele do L a ­vradio, duas das vítimas do d o lo ro so a c o n te c im e n to ocorrido em Paio Pires, na m anhã de 3 1 de A g o s t o findo.

Das suas sepulturas sur­giram duas negras cruzes, quais duas súplicas roudas, implorando a justiça dos homens!

Entrey as vítimas dessa tragédia, figuram as seguin­tes que, em vida, foram aqui residentes:

Viriato Francisco Pardal, de 34 anos, natural de Sal­vada (Beja), casado com Lu- ciana Ralha, d e ix a n d o -a cedo viúva, e duas filhinhas orfãs: — uma, de seis anos de idade; outra de quatro anos.

Um lar desfeito, que in­terroga o fu tu ro , . . e a fa­mília dessa .vítima, aguar dando a comiseração da so ­ciedade e a piedade dos seus semelhantes 1

José Vicente Bugio Lopes, de 15 anos, natural de Ba- leizâo, distrito de Beja, fi­lho de Manuel António L o ­pes e de Pulquéria Emília Bugio, o qual era estudante da Escola Industrial,

Falto de recursos para satisfazer os seus próprios estudos e auxiliar seus pais, bastantes necessitados, de­dicara-se nas suas férias es­colares a trabalhar nas obras da Siderurgia Nacional, em Paio Pires, sem receio, num trabalho perigoso, e que era um desafio à morte, que o arrebatou ao seu sonho e ao carinho dos seus.

Quinze anos, um sonho determinando uma existên­cia laboriosa, ficaram ali se­pultos, nessas esperançosas primaveras, que não vere­mos mais.

Morreu José Vicente B u ­gio Lopes! Quinze anos! Um sonho, que se e s v a i ! , , , Me­

ditem nisto meus senhores?! E decerto, a vossa alma re- vestir-se-á também de má- gua por estas; e, todas as outras vítimas.

A população da Baixa da Banheira está de luto, pois Viriato Francisco Pardal e José Vicente Bugio Lopes, morreram

Aos seus familiares, as nossas sentidas condolên cias. — (E.)

Alhos YedrosD E S P O R T O S

B O XRealizou-se no p a ssa d o

sábado, dia 5 do corrente, na esplanada da Sociedade Filarmónica Recreio e União Alhosvedrense, uma sessão de pugilismo amador, entre atletas do Lisboa Clube Rio de Janeiro, de Lisboa e G i­násio Clube do Sul, de Ca- cilhas.

Os combates foram os se­guintes;

1.° combate — José Anjos contra Horácio Metelo, sain­do este, vencedor por pontos.

2 .» co m b a te — Fernando Pereira contra José de Oli­veira terminando por com­bate nulo.

3.0 combate— Júlio Casi­miro contra Jorge de Melo, saindo veucedor Júlio Casi­miro, por d e s i s t ê n c ia do adversário ao i.° assalto.

— A'ovo Q u a rte l de B o m ­beiros — Em terreno cedido gratuitamente pelo Municí­pio locai, começou a cons­trução do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Alcochete.

O edificio terá carácter provisório e será substituído quando a corporação puder empreender a construção de outro, que comporte o vário material motorizado recen­temente adquirido.

Pavimentação das ruas da vila. - À importante verba de 198 contos, concedida no ano passado à nossa Câmara, para pavimentação das ruas da vila, mandou o Estado acrescentar agora mais a de 28 contos, para a continua­ção das referidas obras.

- ( E . )

4.* Joaquim Delgado con­tra Francisco M a d a le n o , saindo vencedor este último por pontos.

5 “ combate— José Duarte contra Júlio Fonseca (Tafoi), saindo este vencedor, por inferioridade física de José Duarte,

6.* combate — Júlio Cor­reia contra António Lou­reiro, saindo vencedor o se- guudo, por desclassificação do primeiro.

Presidiu à mesa do Juri o Presidente da Associação de Pugilismo, Senhor Pierre Charles, e estes combates foram dirigidos pelos árbi­tros, Senhores António Fon­tes e José de Oliveira.— (E.)

S A N F E R , L. DAARMAZÉNS

OlOMIJO, Rui Ji Bela Vislaque resistiu

S E D ELiSIOfl, B« ít 5, Juli», 41-1.°

AERO M O TO R S A N F E R o moinho que resistiu ao ciclone — FE R R O S para construções, A RA M ES, A RCO S, etc.

CIMENTO PG R TLA N D , T R IT U R A Ç Ã O de alimen­tos para gados

KICINO B E L G A para adubo de batata, cebola, etc.C A R R IS , V A G Q N E T A S e todo o material para Ca­

minho de FerroA RM A ZÉN S DE RECO VAGEM

wiiamrsk n im ianw i 1

Depois de demorados tra­balhos de selecção, foi atri­buído 0 i.* Prémio a um poeta de Lisboa, Ricardo Costa, com a seguinte qua­dra:*Oh Moita do Ribatejo, Como tu, não há igual; Esposa do nosso Tejo Es Filha de Portugal /»

Receberam menções hon­rosas os concorrentes D. Susete da Silva Flores, e os srs. Carlos Coutinho Martins e Epaminondas Sou- telo Gomes, todos de L is­boa, e ainda, Francisco Eu- sébio Filipe, de Tinhalhas (Beira Baixa) e António Tiindade, da Moita do R i­batejo.

O vencedor recebeu, como prémio, um dia de estadia na Moita do Ribatejo, du­rante as Festas, com todas as despesas pagas. — (E.)

Noticias de PaviaCasamento

— Realizou-se na Igreja Matriz desta vila, o casa­mento da menina Umbelina Milheiras Charneca, com o sr. Joaquim Manuel Con- deço Ramalho, 2.* Sargento de Infantaria, 16 , ambos na­turais de Pavia.

O casamento que teve grande relevo e numerosos convidados de to d a s as classes sociais, pois que ambos os noivos têm inú­meras pessoas de amizade e simpatia, neste meio, le­va-nos por intermédio de «A Província*, a dar lhes os nossos parabéns, e dese­jai-lhes uma boa lua de mel.

Festes em honre do S. Sa­cramento, nos próximos dis*

20, 23 0 22 do corrente— Estas festas que costu­

mavam ser sempre no 4.* domingo de Setembro, fo­ram antecipadas para o ter­ceiro, Por isso, avisamos dessa modificação por inter­médio de «A Província», os nossos conterrâneos e as pessoas que vivem nas re­giões de Barreiro, Baixa da Banheira, etc..

Como de costume, cons­tam de missa cantada a grande instrumental, pro­cissão, quermesse, fogo de artifício e lançamento dum vistoso balão, confeccionado pela casa Francisco Marques Amante, de Mouriscas.

A s festas, são abrilhanta­das pela filarmónica «União Vimieirense», sob a regên­cia do sr. Francisco Armando Cacheiro.

Nos dias 21 e 22, haverá a continuação de missas, divertimentos, várias cor­ridas de bicicletas e um de­safio de futebol entre as equipas do Grupo Paviense, contra um forte grupo do Vimiero; e à noite, a conti­nuação do arraial, fogo de artifício e quermesse. — (C.)

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A PROVÍNCIA 17-9.955

P ágina LITERÁRIAA máquina a dar 0 si­nal de partida e eu a subir para a car­ruagem. Enfiei pelo corredor e entrei

num compartimento da l . a classe, onde ia só um passa­geiro, sentado junto da janela. Como não gosto de viajar de costas, sentei-me à sua ilhar­ga ; pousando a maleta de mão no assento da frente. Depois, já com 0 comboio em anda­mento, tirei dela dois núme­ros da revista «Horizonte» e puz-me a ler uma antolo­gia de poemas de Mário de Sá - Carneiro,

Pouco depois, 0 meu com­panheiro, mexendo-se, vi- rou-se um pouco para 0 meu lado, de maneira a poder ver, 0 que eu estaya lendo.

Breve pousei no banco este número para pegar nou­tro, com a biografia de Ar­mando Cortes Rodrigues.

— Dá licença que eu leia ?— , disse-me ele, indicando a revista que eu largara.

— Da melhor vontade ! respondi.

I.

Pouco depois, mirando 0 sujeito pelo rabo do olho, vi-o estar lendo 0 mesmo artigo de Vasco Miranda,— <50 «nos de poesia».

Devia ter quarenta e tan­tos anos. U s a v a fato de boa qualidade; mas nâo pa­recia muito cuidadoso com ã sua pessoa. A barba, de três ou quatro dias, som­breava-lhe 0 rosto anguloso, O nó da gravata, torto, des­caído, escondia-se entre uma das pontas torcidas do cola­rinho amarrotado. Um tique nervoso na mão esquerda fazia estremecer a revista, ao pegar-lhe para voltar a folha. De vez em quando, metia 0 indicador entre 0 pescoço e colarinho, como que a alargá-lo para poder respirar melhor.

Encetámos conversa a pro­pósito da Poesia modernista.

Comparando Sá-Carneiro e Cortes Rodrigues com ou­tros poetas, 0 meu compa­nheiro de viagem falou dos grupos do « O rfe u » e da «Presença», dos dissidentes e dos críticos, mostrando-se conhecedor do assunto.

— Os críticos—disse—ai! os críticos.. , estimulando 0 mau gosto tanto cá, com lá fora, são os culpados de tanta palermice que aparece por aí escrita, em form a de poemas e de tantos borrõts que, passando por pintura abstrata, enchem as ttlas apresentadas ao público em certas exposições.

E, assim fizemos, sozi­nhos, quasi toda a viagem até Pampilhosa; ele, como se tivesse dentro de si um disco, a que 0 próprio mo­vimento do combóio desse corda, sempre a falar de pin­tura e de poesia, comparando romantismo e naturalismo com simbolismo e modernis­mo e eu interessado em ou­vi-lo, só abria a boca para

fazer qualquer observação, numa ou noutra pergunta.

Eis, algumas, das suas mais curiosas afirmações:

- - O s poetas de hoje, não são sinceros . . . 0 próprio Fernando Pessoa, ele mesmo 0 confessa na sua autopsi- c o g ra fia , era um f in g id o r , pois simplesmente sen tia com a im a g in a çã o . . e por isso a exteriorisava de várias ma­neiras, com nomes diferen­tes, para, em cada qual, apa­rentar fingida personalidade poética.

— E n tã o , F lo r bela, não fo i sin cera ? - interroguei.

— Foi, sem dúvida. For- bela desnudou a própria alma, (dizia ia lm a num sotaque acentuadamente minhoto.)

Há verdadeira sinceridade nos seus sonetos, tal como em Antero ou mesmo em C a ­milo. quando afirma «Ami­gos, cento e dez ou talvez mais. . . » e em tantos outros, que procurando exteriorisar na poesia as suas emoções e tomando 0 conselho de Goethe, fizeram da sua dor um poema. E um poema— acrescentou — é tanto mais digno de apreço quanto mais expontânea, mais sincera e mais simples, for a sua forma de expressão. Mas, hoje em dia, os gostos estão estra­gados: Põe-se uma batuta nas mãos de uma criança es­perta e toda a gente corre a ouvir a mesma orquestra fi­larmónica no mesmo progra­ma a que, na semana ante­rior dirigida por m aestro competente, não ligara im­portância. Se a outra criança lhe dá para escrever umas frases chochas, a que chama poemas, logo aparece um editor esperto a explorar 0 filão. Ensina-se um macaco a garatujar quadros e não falta quem pague com bom dinheiro, tais preciosidades!

Assim, dissertando e quasi sem reparar nas estações chegámos a Pombal onde outro passageiro com destino a Alfarelos, veio sentar-se ao pé de nós.

Foi a partir de Alfarelos, e outra vez sozinhos naquele compartimento de primeira classe, que 0 meu compa­nheiro de viagem, calculando certamente que não volta­ríamos a encontrar-nos, por eu ter dito que tomaria na Pampilhosa 0 combóio da Beira Alta, me contou como verdadeira a seguinte histó­ria:

— «Certa pessoa, aover-se a dois passos da falência, sem recurso económico de qualquer espécie e sem cora­gem para pôr termo à vida,

resolveu fazer-se passar por doido.

Ao aproximar-se o.dia em que, para evitar a penhora, teria de amortizar com cinco contos uma hipoteca, meteu- se no combóio para Lisboa e, uma vez ali, com pouco mais de uma centena de es­cudos no bolso, começou a pensar na maneira de chamar a atenção das outras pessoas, para 0 seu d esa rra n jo m en­ta l,

* **Por sorte viu num jornal,

anunciada para breve, uma exposição de pintura moder­nista. « A c h e i! — disse con­sigo. Vou encher de borrões uma tela e apresento-a lá. Logo vêem que não estou

em meu juízo... chamam a polícia para tomar providên­cias... e sou internado.

«Tratou logo de adquirir 0 material n e c e ssá r io e pôs mãosà obra. Em pouco tempo tinha 0 trabalho pronto—bor­rões disformes, sem sentido, numa tela de quasi um me­tro quadrado.

«Numa loja de molduras comprou grossa baguette im­ponente, arrebicada. Armou o quadro e levou-o ao seu destino.

«Pasmou quando 0 empre­gado, sem mostrar extranhe- za,lhe deu a preencher os impressos indispensáveis à sua inclusão como expositor e lhe pediu para neles men- sionar 0 valor de venda do quadro. Isto fez, pondo no lugar do preço a importância do material empregado—se­tenta e cinco escudos.

— «Muito bem,—disse 0 contínuo lendo mal 0 número onde faltava 0 cifrão — sete mil e quinhentos escudos. Vou preencher a etiqueta. A exposição abre amanhã, às tantas horas.

«Voltou no dia seguinte para assistir à sua abertura.

«Entre quasi uma centena de quadros expostos, 0 seu, avultava quer pelas dimen­sões, quer pela bizarrice da moldura.

Postou-se junto dele, para melhor ouvir os comentários dos visitantes, parados a mi­rá-lo no propósito de com­preenderem 0 significado de tais garatujas; e foi tomando nota de.algumas apreciações:

«— É fo r m id á v e l I disse um.

«— E b e s t ia l! —, disse ou­tro.

«— A b s tr a t ís s im o ! . . . dis­se, extasiado, um terceiro, para alguém que 0 acompa­nhava.

«A um par de recem-casa- dos, em lua de mel a avaliar pela denguice como ela se

pendurava nele, parados de­fronte, ouviu ele dizer para ela :

«— H erm ético , não ach a s? ! E ela respondeu : — M u ito !

«Esteve, assim, horas as­sistindo, ao desfile de curio­sos em frente do quadro e ouvindo comentários; ora tolos e pretenciosos duns, ora mordazes doutros, até que apareceu 0 casal que 0 adquiriu.

— P o r sete contos e q u i. nhentos ? — preguntei incré- dulamente.

— E x a c ta m en te! P o r sete contos e qu inhen tos. P o sso g a ra n ti- lo , porqu e a s s is t i à co m p ra ! E, em tom confir­mativo :

« — Um casal interessante.

Ele, era um sexagenário gordo, simpático, bonachei­rã o . . . Ela, bastante mais nova, toda emproada, afec­tava 0 ar superior de pessoa distinta. Pediu-lhe qualquer coisa em voz baixa insistindo depois e fazendo-lhe tagatés :

«— Compra . . . Chaninho !«— O jilh a , estás maluca /

Para que queres tu um qua­dro destes ? Nem se percebe, o que significa!

«— O Chaninho!... não vês que ê 0 mais importante de to d o s ! .. . O que dá mais nas vistas de toda a gente!...

«— E 0 mais caro de to­dos, filh in h a ! . . . Sete con­tos e quinhentos 1. . .

«— P or isso mesmo, Cha­ninho 1 . . . O mais impor - tante. . calcula 0 rèclame para 0 teu nome, amanhã, nos jornais ao publicar„• — O melhor quadro foi adquirido pelo senhor Fulano de tal, por sete m il e quinhentos escudos ! . . .

«— E com praram .n o 1«Logo no dia seguinte 0

seu autor embolsava 0 di­nheiro que, descontada a p ercen tag e m , dava ainda para amortizar a hipotéca.

— Fez-se, então, pintor. , , observei.

— Nem pensou nisso I Con­tinuou com a mesma ideia, de se fazer passar por doido. O dinheiro não chegara a nada. Logo voltaram as di­ficuldades. Como não logrou 0 seu intento com a pintura, voltou-se para a poesia. Compôs curtos poemas, gé­nero modernista, com meia dúzia de palavras a jogar disparates e encheu deles um caderno. Leu-os a toda a gente e por fim, enviou-os à redacção de um jornal que, logo por sorte, começou a publicá-los, gabando 0 mé­rito do seu autor.

— Nesse caso — objectei — os poemas não eram maus de todo, e 0 homem, pelo que

vejo não conseguiu fazer.Sl passar por doido.

— N ão , não conseguiu. ]V|6s os poemas eram de facto disparatados. Ainda me rç" cordo deste, por exemplo

— «S99 sol e írerao «ara {ri®,Sau neve « ftnko calor. . .Msr voltando pera 0 rie. . .Por amor. . .»

— E n t r e t a n t o — prosse. guiu — devem os coticordir que é d is to , que se gostt p resen tem en te ; Lê-se a meia voz à mesa do café ; simu­la-se um momento de con. centração e diz-se, depois para 0 amigo que nos encara:— P r o fu n d o ! E 0 amigo| que também nada percebe, mas que não quere passai por ignorante, acena afirma­tivamente com a cabeça. N ã o tenha d ú v id a s que i a s s i m m esm o / — acentuouao ver-me sorrir.

Entretanto 0 comboio pa- rava na estação e, enquanto eu me preparava para sair,

0 meu companheiro de via­gem acrescentou, resumindo:

«E le, depois, enviou con nome su posto p a r a 0 jornai um a crítica severa à sua p r ó p r ia poesia e quando o jo r n a l a pu b licou , tra tou logo de respon der. Estabelecendo a ss im v iv a po lém ica , chamou a atenção do público para 0 seu nom s 0 que levou outros jo r n a is a so lic ita rem a sm colaboração . D esta jorna, conseguiu e q u ilib ra r a vido e to m a r g o s to p o r e la . ■ .

— E sto u a ver, que 0 b m ern acabou p o r fa z e r for­tuna com a pena, disse eu, ironicamente, ao despedir-me emquanto me apeava.

— N ã o fo i tan to assiml M as, deve.lhe 0 te r siè a d m itid o em certos círculos, que lhe a r ra n ja ra m coloca­ção num a em presa , p or conto da q u a l traba lh a . V ive agora d esa fo g a d a m en te e até viaji em p r im e ira classe /

Estas palavras foram f ditas, quando eu atravessava a plataforma da estação ; e' me dirigia para 0 combóio da Beira Alta, pronto a paf' tir.

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para que o nosso c o n ce lh seja apontado como símbw0 de civilidade 1 — O cuspir, 0 lançamento de inundicies e inutilidades para a via púbhca’ é sintoma de pouca educaçalj e desrespeito pelo próxi®0

V is ã d o pela . C ensU fl SlJULSLSUlSLSLMJlJiaJLSLSJ^

A história que ele me contou \= = = = = = = = = = = = = - = P O R — J O S É F E R R E I R A V E N T U R A -■ ---------