lutzomyialongipalpis (diptera: psychodidae) do estado do

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Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Biológicas Programa de Pós-Graduação em Genética Nádia Consuelo Aragão Estudo de Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do Ceará, Brasil, por meio demorfometria geométrica alar e do marcador nuclear period Recife 2017

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Page 1: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Biológicas

Programa de Pós-Graduação em Genética

Nádia Consuelo Aragão

Estudo de Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do Ceará, Brasil, por meio demorfometria

geométrica alar e do marcador nuclear period

Recife

2017

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Nádia Consuelo Aragão

Estudo de populações de Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do Ceará, Brasil, por meio

demorfometria geométrica alar e do marcador nuclear period

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Genética da Universidade Federal de

Pernambuco como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Doutora em Genética.

Orientador: Carlos Brisola Marcondes

Coorientador: Valdir de Queiroz Balbino

Recife 2017

Page 3: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

i

Catalogação na fonte Elaine Barroso

CRB 1728

Aragão, Nádia Consuelo

Estudo de Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psycodidae) do Estado do Ceará, Brasil, por meio de morfometria geométrica alar e do marcador nuclear period / Nádia Consuelo Aragão- Recife: O Autor, 2017. 93 folhas: il., fig., tab.

Orientador: Brisola Marcondes Coorientador: Valdir de Queiroz Balbino Tese (doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco. Centro de

Biociências. Genética, 2017. Inclui referências e anexos

1. Lutzomyia 2. Filogenia 3. Ceará I. Marcondes, Brisola (orientador)

II. Balbino, Valdir de Queiroz (coorientador) III. Título

595.77 CDD (22.ed.) UFPE/CB-2017-231

Page 4: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

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Nádia Consuelo Aragão

Estudo de Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do

Estado do Ceará, Brasil, por meio demorfometriade geométrica alar e do marcador nuclear period

Aprovado em _23_/_02_/_2017_

Banca Examinadora:

____________________________________________

Dr. Carlos Brisola Marcondes

Universidade Federal de Santa Catarina

____________________________________________ Dr. Valdir de Queiroz Balbino

Universidade Federal de Pernambuco

____________________________________________

Dr. Filipe Dantas Torres Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

____________________________________________

Dr. Sinval Pinto Bradão Filho

Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães

____________________________________________ Dr. Carlos Alberto Santiago Figueirêdo Júnior

Instituto Brasileiro de Gestão e Marketing

Recife 2017

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i

Dedico este trabalho a minha tia avó e madrinha

Maria de Lourdes Aragão (in memoriam). O meu

amor por você é infinito.

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Agradecimentos

Agradeço, primeiramente, a Deus, pois sem Ele nada seria possível.

Aos meus familiares, especialmente a minha sobrinha Mariana, por todo

amor, orações e paciência: eu os amo!

Aos professores Carlos Brisola Marcondes e Valdir de Queiroz Balbino, pela

oportunidade, confiança, apoio e por todo auxílio na realização deste projeto.

Aos professores e pesquisadores: Eunice Bianchi Galati; Priscila Sábio;

Márcia Bicudo; CecíliaLavitschka; Lincolhn Suesdek; e Camila Lorenz, que

disponibilizaram sua atenção e o seu tempo em estágio e curso para que eu

pudesse aprender sobre as ferramentas necessárias à concretização da pesquisa.

Ao LABBE, que me acolheu durante os anos deste curso.

Aos colegas de trabalho Lidiane, Kláudia, Moisés,Sérgio,Abigail, Carlos,

Marcos Sergipe, Beatriz, Lucas, César,Marcos, Elaine,Karla,Wilson e demais

colegas, pelo apoio, ajuda e amizade.

Aos amigos que fiz nos Estados do Ceará, Pernambuco e São Paulo, onde

fui muito bem recebida durante o meu doutorado. Também agradeço àquelas

pessoas que, mesmo sem nos conhecer, permitiram a instalação de armadilhas em

suas residências e/ou facilitaram o nosso trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação em Genética da Universidade Federal de

Pernambuco, por todo o apoio recebido.

Ao Centro de Pesquisa Aggeu Magalhaes, pela disponibilização da

infraestrutura para realização de algumas etapas deste trabalho.

À FACEPE, pelo apoio financeiro.

A minha madrinha,Ir. Ana Márcia V.O.T.C.R., agradeço pelo carinho, ajuda,

paciência,incentivo e orações.

Page 7: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

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Aos Amigos da UBS Cajueiro Seco – Jaboatão/PE, por toda ajuda e apoio.

Aos amigos para sempre: Salomé e familiares, Lindalva, Lorena,

Celita,Maria José, Sarah e João, Hilka, Hercylio, Izabel e Antonio,Vania e equipe do

Laboratório de Entomologia da Prefeitura do Recife, Evellyn,Celeste,Rafaely,

Edson,Lucas,equipes do castramóvel e da Secretaria de meio ambiente de Jaboatão

dos Guararapes, Amanda, Marluce, Sueleide, Cláudia,Geiza, Nelson, Eneida,

Severina, Hozana e àmadrinha,Ir.Maria Faustina O.C.D., agradeço por toda

ajuda,orações e palavras de incentivoe ânimo. Vocês moram em meu coração.

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“O que eu faço é uma gota no meio de um oceano,

mas sem ela, o oceano seria menor.”

Madre Teresa de Calcutá

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Resumo

Lutzomyia longipalpis, vetor da leishmaniose visceral americana, está inserido em um complexo de espécies e diversas análises tem sido desenvolvidas para melhorar o conhecimento acerca desse vetor. Nesse trabalho, avaliou-se o uso da morfometria geométrica alar, da estruturação genética e da análise filognética do gene period na separação de machos das morfoespécies (1S e 2S) do Estado do Ceará. No primeiro estudo, foram analisados, 78 exemplares coletados em Sobral, em março/2012, e, 111 coletados em setembro/2012, em Caririaçu. Uma avaliação morfométrica geométrica para 12 landmarks com análises de tamanho centróide, componentes principais, variáveis canônicas e discriminantes conferiram uma distância de Mahalanobis entre 1S e 2S de 2,0198 e reclassificação com acertos de 80% dos 1S e 73,21% dos 2S. Dados do Genbank foram usados para construção de uma árvore filogenética por inferência bayesiana de um fragmento de 525 pb do gene period que separou corretamente os grupos 1S e 2S com 53% e 48% de suporte dos ramos. No segundo estudo, foram analisados 58 espécimes de Sobral, 59 de Caririaçu e 54 de Bodocó. O DNA foi sequenciado e anáilises estruturação e, filogenética, por máxima verossimilhança, para o gene period, foram feitas. Uma estruturação com K=2 correspondente aos morfotipos analisados e suporte de 55% foram obtidos. Todas as análises aplicadas, demonstraram tendência de separação das espécies crípticas de Lu. longipalpis do Estado do Ceará, conforme o padrão de manchas abdominais proposto por Mangabeira em 1969. Palavras-chave: Lutzomyia longipalpis. Morfometria Geométrica. Gene period.

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Abstract

Lutzomyia longipalpis, a vector of American visceral leishmaniasis, is inserted in a complex of species, and several analyses have been developed to improve the knowledge about this vector. In this work, the use of the geometric morphometry, the genetic structuring and the phylogenetic analysis of the period gene in the males of morphospecies 1S and 2S from the state of Ceará was evaluated. In the first study, 78 specimens collected in Sobral, in March / 2012, and 111 collected in September / 2012, in Caririaçu, were analyzed. A geometric morphometric evaluation for 12 landmarks with centroid size analysis, main components, canonical and discriminant variables gave a Mahalanobis distance between 1S and 2S of 2.0198 and reclassification with 80% of the 1S and 73.21% of the 2S. Genbank data were used to construct a phylogenetic tree by Bayesian inference from a 525-bp fragment of the period gene that correctly separated the 1S and 2S groups with 53% and 48% support from the branches. In the second study, 58 Sobral, 59 Caririaçu and 54 Bodocó specimens were analyzed. The DNA was sequenced, and structure analysis and phylogenetic analysis for the period gene by maximum likelihood were generated. A structuring with K = 2, corresponding to analyzed morphotypes and support of 55% was obtained. All the applied analyses showed a tendency of separation of the cryptic Lu.longipalpisspecies of the State of Ceará, according to the pattern of abdominal spots proposed by Mangabeira in 1969.

Keywords:Lutzomyia longipalpis. Geometric Morphometry. Gene period.

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Lista de ilustrações

Revisão da literatura

Figura 1: Genitália dos machos de Lutzomyia longipalpis. 23

Figura 2: Machos de Lutzomyialongipalpis. (a) fenótipo 1S (b) fenótipo 2S. 24

Figura 3: Resumo das informações disponíveis para os sons de cortee dos tipos

de feromônio deLutzomyialongipalpis em 14 diferentes populações do Brasil.

26

Figura 4: Divergências nas genitálias dos machos de Lutzomyia longipalpis e

Lutzomyiacruzi

28

CapítuloI

Figura 1:Localização dos 12 landmarks na asa de Lutzomyia longipalpis 45

Figura 2:Gráficos das variáveis canônicas sem alometria demonstrando a

separação dos morfotipos de Lu. longipalpiscom duas e uma mancha

abdominal

47

Figura 3: Árvore filogenética por inferência Bayesiana das sequencias do gene

periodde Lu. longipalpis de Sobral e Caririaçu-CE.

48

Capítulo II

Figura 1: Representação esquemática de polimorfismos de um fragmento de

525 pb do gene period usando Weblogo

61

Figura 2:Mapa de elevação e análise de atribuição genética. A: Mapa de relevo

do Brasil (inserir) ea distância entre as localidades de Bodocó, Caririaçu e

Sobral, que apresenta uma topografia muito robusta que varia de 63 m a 900 m

de altitude. As parcelas de barras geradas pelo software STRUCTURE

inferiram a estrutura genética de populações de Lu. longipalpis de cada local

62

Page 12: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

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estudado. B: Atribuição genética de todas as localidades, os espécimes 1S

fenótipo foram atribuídos ao grupo vermelho, e 2S espécimes foram atribuídos

ao grupo azul. C: Delta K método [35], indicando a presença de duas

populações genéticas.

Figura 3: Árvore AMOVA UPGMA para populações de Lu. longipalpis. UPGMA

construída a partir dos valores de Fst para cada fenótipo e respectivas

localidades. As populações de Sobral e Caririaçu 1S e 2S (SOB1S, SOB2S,

CAR1S e CAR2S) são populações distintas de Bodocó (BOD1SE BOD2S).

64

Fugura 4: Árvore de máxima verossimilhança obtida do modelo TVM + I + G

mostrou os resultados da utilização de 525 pb do marcador period para

Lutzomyia longipalpis. As localidades de Bodocó (BOD), Estado de

Pernambuco e Caririaçu (CAR) e Sobral (SOB), Estado do Ceará, Brasil. A

topologia mostrada (55% de suporte de bootstrap) separa consistentemente as

duas variantes morfológicas conhecidas para os morfotipos 1S e 2S de Lu.

longipalpis, bem como coloca em evidência a posição monofilética derivada do

grupo 2S.

65

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Lista de Tabelas

Capítulo I

Tabela 1:Percentagem de identificação correta no teste de reclassificação

comparando populações de Lu. longipalpis de Sobral e Caririaçu-CE

48

Capítulo II

Tabela 1:Testes de neutralidade e medidas de diversidade genética intra-

populacional para cada amostra

61

Tabela 2:Diferenciação genética entre amostras 63

Tabela 3:Resultados AMOVA para populações de Lu. longipalpis 64

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Lista de abreviaturas, siglas e símbolos

Item Definição

LVA Leishmaniose Visceral Americana

1S Fenótipo de Lutzomyia longipalpis com uma mancha no 3º tergito

abdominal

2S Fenótipo de Lutzomyia longipalpis com uma mancha no 3º e no 4º

tergito abdominal

IPI Intervalo Interpulso

COI Cytochrome oxidase

PAS-A PER-ARNT-SIM (PAS) Domínio de interação Proteína-proteína A

CLD Domínio de localização citoplasmática

Thr-Gly Região repetitiva dos aminoácidos treonina e glicina

Kb Quilobase

Pb Pares de base

MCMC Cadeia de Markov Monte Carlo

RAPD Bandas de Diagnóstico Aleatórias de DNA polimórfico amplificado

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Sumário

1. Introdução 16

2. Revisão da Literatura 18

2.1 Leishmaniose Visceral Americana 18

2.2 Lutzomyia longipalpis 21

2.3 Complexo de espécies Lutzomyia longipalpis 24

2.4 Morfometria Geométrica 28

2.5 Gene Period 31

2.6 Inferencia Bayesiana e Máxima Verossimilhança para análise filogenética

33

2.7 Estruturação populacional com o software structure 35

3. Objetivos 38

3.1 Objetivo geral 38

3.2 Objetivos específicos 38

4. Capítulo I 39

5. Capítulo II 58

6.Discussão Geral 68

7. Conclusões 72

Referências Bibliográficas 73

Anexo 1: Regras submissão de pesquisa no periódico Systematic Entomology

78

Anexo 2: Comprovante de Submissão do Artigo 86

Anexo 3: Currículo Lattes 88

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1. Introdução

O flebotomíneoLutzomyia longipalpis(Lutz e Neiva, 1912)é um díptero

pertencente à família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, encontrado na

América Centrale América do Sul. É considerado o principal vetor da Leishmania

infantum,agente etiológico da Leishmaniose Visceral Americana

(LVA),apresentando variações que levam a suspeitar que este inseto constitua

um complexo de espécies crípticas.

O caráter morfológico tem sido um impasse para a separação das

espécies crípticas que compõem o complexo Lu.longipalpis. No entanto, já foi

nominada, até o momento, na Venezuela, Lutzomyia

pseudolongipalpis(Arrivillaga e Feligiangeli, 2001)caracterizada por estudos que

envolveram várias abordagens biológicas, entre elas, agenética e a morfológica.

Uma segunda espécie, Lutzomyiacruzidescrita por

Mangabeira(1938),posteriormente redescrita por Martins et al. (1984), foi

considerada, desde a sua descrição, espécie distinta de Lu.longipalpis. No

entanto,foi lançadamais recentemente a hipótese de sua participação no

complexo Lutzomyia longipalpis.

Ainda tratando sobre abordagem morfológica, temos que a morfometria

geométrica alar é uma técnica que vem sendo bastante utilizada na entomologia

para ajudar a resolver problemas relacionados à identificação de espécies

próximas, populações geográficas de vetorese alguns complexos de espécies.

Baseada na análise da diferença de forma,orienta os estudos que buscam

elucidar a causa dessa diferença, e quando associada a outros testes, tem

maiorconfiabilidade, oferecendo um suporte aos resultados obtidos.

Page 17: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

17

A análise de alguns genes foi importante para o atual conhecimento do

complexo Lu.Longipalpis eestudos realizados empopulações simpátricas e

alopátricas do mesmo insetoratificou a qualidade do geneperiod como marcador

de especiação para resolver o problema dessas espécies do complexo

Lu.longipalpis, no Brasil.

O presente estudo,por meio das análises morfométricageométrica

alar,filogenética do gene periode estruturação populacional

buscaevidenciarpossíveis divergências entre as morfoespécies simpátricas de

Lu. longipalpisdoEstado do Ceará,conforme o padrão de manchas abdominais

proposto por Mangabeira em 1969, e caracterizaram a divisão das populações

de Lu. longipalpis, dos municípios de Sobral e Caririaçu, no Ceará, em grupos

populacionais com diferentes padrões morfológicos de uma ou duas manchas

abdominais,sugerindo a extensão dessa condição para o município de Bodocó,

em Pernambuco.

Page 18: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

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2. Revisão da Literatura

2.1 LeishmanioseVisceral Americana

A Leishmaniose Visceral Americana (LVA) é uma doença parasitária com

grande importância para a saúde pública mundial e com alta incidência no Brasil.

Para as Américas, no período de 2001 a 2014 foram registrados de 48.720

casos de leishmaniose visceral com uma média anual de 3.480 casos, dos quais

que 96,42% (46.976), estão concentrados no Brasil (OPAS/OMS, 2016).

Inicialmente, no Brasil, essa enfermidade tinha um caráter rural, no

entanto, vem se expandindo para as áreas urbanas de médio e grande porte,

principalmente associada a ambientes de baixo nível socioeconômico e pobreza

(Brasil, 2003).

A LVA caracteriza-se como uma enfermidade cujo período de incubação

no homem é 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses, e no cão é

bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses (Brasil,

2003), sendo a LV caracterizada em humanos principalmente por febre de longa

duração, emagrecimento, anemia, fraqueza e pode evoluir para óbito em mais

de 90% dos casos quando não tratada; enquanto no cão (principal reservatório

urbano) desde a falta de sintomas até febre irregular, apatia, emagrecimento,

crescimento exagerado das unhas, descamação furfurácea, úlceras, conjuntivite,

paresia do trem posterior e fezes sanguinolentas são os sintomas mais

característicos; as raposas e os marsupiais são os principais reservatórios da LV

silvestre (Brasil, 2016).

Page 19: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

19

Os vetores da LVA são os flebotomíneos, insetos conhecidos

popularmente como mosquito palha, birigui, cangalhinhas etc. (Marcondes et al.,

2011) e No Brasil, Lu.longipalpis (vetor principal) e Lu.cruzi são as duas

espécies relacionadas com a transmissão dessa enfermidade.

O hospedeiro vertebrado é infectado com promastigotas quando picado

pelo vetor, assim, as promastigotas penetram nos macrófagos circulantes e

multiplicam-se como amastigotas depois rompem os macrófagos, quando são

liberadas e infectam outros macrófagos. Dessa forma, a transmissão ocorre

enquanto houver o parasitismo na pele ou no sangue periférico do hospedeiro;

depois, o vetor ingere macrófagos infectados durante o repasto sanguíneo e as

amastigotas são liberadas no intestino do mosquito e multiplicam-se como

promastigotas (Brasil, 2003).

As promastigotas, no vetor são denominadas, em procíclicas,

haptomonadas, nectomonadas, paramastigotas e metacíclicas, conforme o seu

desenvolvimento, e somente as últimas são consideradas formas infectantes

para os hospedeiros vertebrados, quando transmitidas durante a alimentação

sanguínea do vetor; mas, observou-se, que o próprio vetor é capaz de se

infectar experimentalmente com as formas promastigotas da leishmania, sendo

esta uma forma mais fácil de infecção para condições de laboratório(Freitas et

al., 2012).

As estratégias de controle dessa endemia estão centradas no

diagnosticoe no tratamento precoce dos casos humanos, na redução da

população de flebotomíneos, na eliminação dos reservatórios e nas atividades

de educação em saúde (Brasil, 2016).

Page 20: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

20

Para os casos humanos, o diagnóstico é rotineiramente realizado com

base em parâmetros clínicos e epidemiológicos, mas ainda existem o

diagnóstico imunológoco pela técnica da reação de imunofluorescência indireta

(RIFI) e da Enzyme Linked Immunossorbent Assay (ELISA), e principalmente o

último é usado em inquéritos populacionais; também ocorre o diagnóstico

molecular por métodos de hibridização com sondas específicas e técnicas de

amplificação de ácidos nucléicos, incluindo a reação em cadeia da polimerase -

transcriptase reversa (RTPCR) para detecção de RNA e PCR para detecção de

DNA, além do diagnóstico com base no exame parasitológico, que é definitivo,

(Contijo e Melo, 2004).

O levantamento, a investigação e o monitoramento entomológico dos

vetores é feito de acordo características epidemiologicas e entomologicas da

localidade analisada, por meio de coleta manual com tubo de sucção ou

capturador motorizado, coletas com armadilha adesiva, armadilhas luminosas e

armadilhas com animais ou com feromônios, para melhor conhecer a presença,

dispersão e sazonalidade desses vetores; já o controle químico é feito utilizando

deltametrina, cypermetrina, lambdacyalotrina entre outros produtos inseticidas

de ação residual (Brasil 2003). Para os cães a eutanásia é recomendada a

todos os animais com sorologia positiva ou parasitologico positivo, enquanto

para os humanos, a medida de controle é o tratamento que é feito com

Antimoniais e anfotericina B, sendo usada, também, as pentamidinas (isotionato

e mesilato) principalmente na Europa e África (Brasil 2003, Brasil, 2016).

As medidas de prevenção para LV em humanos estão ligadas a evitar a

exposição em horários de atividade do vetor, proteção química pelo uso de

repelentes e mecânica, com o uso de telas e mosquiteiros, por exemplo, e a

Page 21: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

21

educação ambiental e em saúde; já para os cães, o uso de coleiras impregnadas

de deltametrina e de telas nos canis são indicados; enquanto para os vetores,

manejo e saneamento ambiental que reduzam o número de ambientes propícios

para sua proliferação, até o momento, são a melhor alternativa para a evita-los.

(Brasil, 2016).

2.2 Lutzomyia longipalpis

Identificado por Lutz e Neiva, no ano de 1912, em uma localidade incerta

no Brasil, o flebotomíneoLu. longipalpis foi associado à transmissão da

leishmaniose visceralna década de 1930 (Chagas, 1936). No entanto, apenas

em 1977, foi provado, por meio de infecção experimental e pela análise das

capacidades de infecção e transmissão, assim como da distribuição geográfica,

que este inseto era o principal vetor do parasito causador da LVA (Lainsonet al.,

1977).

O ciclo de desenvolvimento desse insetoacontece em um a dois meses ou

até mais, e passa pelas fases de ovo, larva com quatro ínstares(em que as do

gênero Lutzomyiaapresentam duas cerdas na parte posterior do corpo durante

primeiro instar e quatro cerdas, nos três últimos),que se desenvolveno soloúmido

e se alimentada matéria orgânica ali depositada, posteriormente pupa e emerge

o adultoquese alimenta de açúcares de plantas e secreção de afídeose apenas a

fêmea precisa da alimentação sanguínea para maturar seus ovos. (Marcondes,

2011).

Ostroncosocos e raízes tubulares de árvores, as grutas e fendas, nas

rochas, os criatórios dos animais domésticos além das paredes externas e

Page 22: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

22

internasdos domicílios são os principaiscriadouros/abrigos do Lu.

longipalpis(Deane e Deane,1957, Aguiar e Medeiros,2003).

Esse vetorjá foi encontrado em diversos biomas, comoos associados à

Floresta Amazônica, com áreas de transição para o Cerrado e o Pantanal;

Cerrado, Floresta Atlântica e Caatinga (Missawa e Lima, 2006, Cutolo e Von-

Zuben, 2008, Dantas-Torres et al., 2010).

Inicialmente, existia uma natureza rural na distribuição do Lu.longipalpis e,

consequentemente, da LVA no Brasil. No entanto, ao longo dos anos, o número

crescente de casos autóctones, nos grandes centros urbanos (Costa,

2008,Rangel e Vilela, 2008)e a recente descoberta desse inseto e de cães

infectados no entorno de um cemitério em área urbana no Rio de Janeiro (Brasil,

2013)demonstram uma crescente adaptação desse inseto ao ambiente

antropizado. Logo, Lu.longipalpisé uma espécie em adiantado processo de

domiciliação e com grande adaptação aos ambientes modificados pelo homem

(Aguiar e Medeiros, 2003).

A presença deste inseto é relatada nas Américas Central e do Sul, do

México até a Argentina, e o mesmo possui uma ampla distribuição no território

brasileiro(Young e Duncan, 1994,Aguiar e Medeiros, 2003).

Lu. longipalpis é caracterizado, morfologicamente, por apresentar, nos

exemplares machos, quatro espinhos nos gonóstilos e cerdas dorsais curvas em

forma de chifre de antílope que estão inseridas em seus parâmeros. Já nas

fêmeas, as espermatecas são pequenas, cilíndricas e levemente enrugadas, e

apresentam um comprimento cerca de quatro vezes maior que sua

largura(Figura 1) (Young e Duncan, 1994).

Page 23: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

23

Figura 1: Genitália dos machos e fêmeas de Lutzomyia longipalpis. Destaque em vermelho para as cerdas em forma de “chifre de antílope”. Fonte:Young e Duncan, 1994.

Os machos dessa espécie trazem uma ou duas manchas claras nos

tergitos abdominais, por isso, são considerados fenótipos 1S (uma mancha no

terceiro tergito) ou 2S (duas manchas, uma no terceiro e outra no quarto tergito),

respectivamente. As fêmeas são indistinguíveis de algumas outras do mesmo

gênero, sendo necessária a presença do macho para uma correta diagnose da

espécie, a exemplo do que ocorre com Lu. cruzi(Young e Duncan, 1994).

Quanto a sua classificação taxonômica, considerava-se que na subfamília

Phlebotominae, ordem Diptera, estavam agrupados seis gêneros de

flebotomíneos:Phlebotomus; Sergentomyia e Chinius,Brumptomyia, Lutzomyia e

Warileya. (Young e Duncan, 1994).

Com o avançar das pesquisas, ao longo dos anos, uma nova distribuição,

em 31 gêneros, foi proposta (RISPAIL et al., 1998, Galati, 2003) e vem sendo

paulatinamente aceita pelos especialistas (Marcondes, 2011).

Page 24: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

24

No Continente Americano, são reconhecidas atualmente 520 espécies e

17 fósseis. O gênero Lutzomyiapossui 82 espécies e dessas, 21estão

classificadas no subgênero de mesmo nome (Galati, 2016).

2.3 O complexo de espécies Lutzomyia longipalpis

Divergências no número de manchasclaras observadasnos tergitos

abdominais (Figura 2) de populações de Lu. longipalpisencontradas nos Estados

do Ceará e do Pará (Mangabeira, 1969)foram as primeiras evidências

sugestivasda existência de um possível complexo de espécies envolvendo esse

flebotomíneo.

Figura 2: Machos de Lutzomyia longipalpis. (a) fenótipo 1S (b) fenótipo 2S.Fonte: LABBE-UFPE.

Page 25: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

25

Inicialmente, testes sobre o isolamento reprodutivo entre diferentes

populações brasileiras(Wardet al., 1983), investigações micromorfológicas das

manchas(Lane e Ward, 1984),distribuição dos morfotipos (Wardet al.,

1985)isoenzimas (Mutebi et al., 1999) foram realizados a fim de aprofundar o

conhecimento sobre este vetor econfirmar a existência do complexo de

espécies, no Brasil. Dos resultados deses estudos, apenas as isoenzimas

indicaram que as populações analisadas pertenciam uma única espécie.

Outras formasde abordagemtambém foram utilizadas, entre elas

amorfometria tradicional que foi, de uma forma geral, inconclusiva(Azevedo et

al., 2000), os tipos de feromônios produzidos, em que foram reconhecidos quatro

diferentes tipos (3- Methil-a-himachalene, 9-methilgermacrene-B, Cembrene-1 e

Cembrene-2) (Hamiltonet al., 1999a; Hamiltonet al., 1999b; Hamiltonet al.,

2005), e quando associados aos love songs de populações brasieliras (Souza et

al., 2004) burse ou pulse (em seus quatro tipos), caracterizam bem essas

populações que estãosinalizadas por distribuição geográfica na Figura 3 (Araki

et al., 2009).

Nos estudos genéticos, os microssatélites sinalizaram a separação das

morfoespécies 1S e 2S de Sobral, no Ceará(Maingon et al., 2003), os genes

nucleares também apresentaram tais divergências, primeiramente com retenção

de polimorfiso ancestralno gene period (Bauzer et al., 2002) e com o avançar

das pesquisas, paralytic e, mais recentemente, period, apresentaram fixações de

polimorfismos (Arakiet al., 2009,Araki et al, 2013,Costa Jret al,. 2015)enquanto

os outros genes, nas demais populações brasileiras já analisadas, apontaram

para a separação das espécies, porém, ainda apresentando introgressãoe a

ausência de polimorfismos fixados (Araki, 2015).

Page 26: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

26

Figura 3. Resumo das informações disponíveis para os sons copulatórios e dos tipos de feromônio deLutzomyia longipalpis em 14diferentes populações do Brasil. Fonte: ARAKI et.al.,2009.

Na América do Sul, são reconhecidos quatro grupos genéticos do

complexo Lu.longipalpis identificados por meio do marcador mitocondrial

Citocromo oxidase(COI). No entanto, sob essas condições, as populações

brasileiras analisadas foram agrupadas como uma única espécie (Arrivillaga et

al., 2002).

A primeira espécie do complexo a ser nominada foiLu. pseudolongipalpis,

da Venezuela, em estudos que envolveram, por exemplo, isoenzimas, genes

mitocondriais (cox1),feromônios (9-methyl-himacaleno) e caracteres

morfológicos (diferenças nas larvas L4 e, para as fêmeas adultas, discrepâncias

nos dentes verticais do cibário, cercos e valvíferos)(Arrivillaga e Feligiangeli,

2001).Hoje, já estão identificadas três populações endêmicas dessa espécie,

nesse país (Arrivillaga e Marrero, 2009).

Araki et al. (2009) revisaram os dados a respeito das populações

brasileiras do complexo Lu. longipalpise, reunindoos resultados da análise de um

Page 27: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

27

fragmento do gene period, padrões de sons de corte e os tipos de feromônio

produzidos, sugeriram que aseparação das espécies crípticas está basicamente

associada aos padrões de sons de corte (Figura 3), e sob esta óptica, sugerem

que no Brasil existem, pelo menos,dois principais grupos elecionados por esses

loves songs.

A espécie Lu.cruzi descrita por Mangabeira(1938), e redescrita por Martins

et al. (1984),também foi indicada a fazer parte do complexo Lu. longipalpis após

as análises de feromônios, pois apresenta o tipo 9-methilgermacrene-B (Watts

et al., 2005), sons de corte(tipo Burst) e de polimorfismosdo gene

period(Vigoderet al., 2010). Nas análises de microssatélites,a divergência

encontrada é similar a das espécies-irmãs do complexo (Watts et al., 2005).As

fêmeas desses flebotomíneos são,até o momento, morfologicamente

indistinguíveis dasde Lu. longipalpis e os machos apresentam, apenas,

pequenas disparidades na genitália(Figura 4) (Young e Duncan,

1994).Epidemiologicamente, esse inseto é considerado um vetor secundário da

LVA, pois está relacionado a sua transmissão,no Brasil,pelo menos, em áreas

onde o Lu. longipalpis não foi encontrado (Wattset al., 2005).

Page 28: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

28

Figura 4: Divergências na genitália dosmachos de A- Lu.longipalpis e B- Lu. cruzi.Em azul,tufo basal de cerdas do gonocoxito. Em A- Cerdas espiniformes. Em B- Cerdas foliáceas.Em vermelho, cerdas em forma de “chifre de antílope”.Fonte:Young e Duncan, 1994.

Elucidar esta antiga questão taxonômica que envolve o complexo Lu.

lngipalpis é primordial para mudar o cenário epidemiológico da LVA, indicando

possíveis vetores principais e secundários, além de suportar estudos ecológicos

para um mais claro conhecimento a respeito desses vetores.

2.4 Morfometria Geométrica

A morfometria geométrica compara indivíduos da mesma espécie ou de

espécies filogeneticamente próximas e transforma marcos anatômicos em

coordenadas cartesianas que simbolizam formas geométricas sem os efeitos de

tamanho, posição e orientação para estudar as causas das diferenças das

formas nestes organismos (Monteiro e Reis, 1999).Baseada em análises

Page 29: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

29

estatísticas, esta técnica combina ferramentas de geometria, gráficos de

computadore dados biométricos para proceder a uma análise multivariada,a fim

de detectar variação na forma biológica (Bookstein, 1997).

O uso de marcos anatômicospermite a comparação quantitativa das formas

dos organismos. Quando aplicada à sistemática, a morfometria geométrica é

capaz de sinalizar mudanças de forma que, muitas vezes, são indetectáveis pela

morfometria tradicional(Dujardin et al., 2010)

Na entomologia médicaessa técnica tem sido aplicada comouma

ferramenta bastante útil para estudar, por exemplo, problemas que envolvem

populações geográficas de vetores (Dujardin et al., 2008) e espécies próximas

(Gurgel et al., 2011, Vidal et al., 2011).

Duas espécies próximas de triatomíneos, vetores da doença de Chagas,

tiveram seus nichos ecológicos avaliados por meio da morfometria geométrica

das asas e cabeças e, apesar das análises discriminantes apresentarem

sobreposição,evidenciou-se que uma das espécies avaliadas, Triatoma

garciabesi, ocupaáreas mais frias e secas do que a outra, Triatoma sordida,

melhorando os critérios operacionais na delimitação dessas espécies

fenotipicamente semelhantes(Gurgel et al., 2011).

Bastante aplicada aos insetos, a morfometria alar se utiliza da estrutura

praticamentebidimensional da asa para reduzir o erro e permitir comparações

válidas de um determinadofenótipo entre indivíduos, populações locais e/ou

espécies, desde que haja homologia entre os pontos de referência (Dujardin,

2008).

Estudos que buscaram identificar, com precisão, espécies de mosquitos de

três gêneros epidemiologicamente bastanteimportantes, usando morfometria

Page 30: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

30

alar, tiveram sucesso na correta diagnose dos gêneros: Aedes, Culex e

Anopheles peloformato daasa, demonstrando quepara os níveis hierárquicos

inferiores (subgêneros e espécies), a morfometria geométrica das asas também

foi eficiente, resultando em altas pontuações de reclassificação (Wilke et al.,

2016). O mesmo ocorreu com diferentes linhagens de Aedes aegyptida

Tailândia, mantidas em laboratório, que foram corretamente diagnosticadas por

meio da morfometria geométrica alar (Jirakanjanakit e Dujardin et al., 2005).

A morfometria geométrica alar, também,mostrou-se eficazna separação de

espécies co-genéricasCulex,uma vez que, Culex quinquefasciatus,principal vetor

da filariose broncofitiana,e Culex nigripalpus, vetor de arboviroses e encefalites,

podem conviver em simpatria em ambientes urbanos e peri-urbanos e

apresentam uma difícil diagnose quando danificados(Vidal et al., 2011)

Complexos de espécies foram avaliados por meio da morfometria

geométrica sugerindo que este método pode ser utilizado para espécies crípticas

por utilizar parâmetros matemáticos derivados de coordenadas originais,

cuidando para que alguns critérios sejam observados, como por exemplo, que o

mesmo usuário proceda a tomada dos marcos anatômicos para evitar erros

estatísticos do tipo um,rejeitando-se uma hipótese nula verdadeira(Dujardin,

2010).

Os machos das espécies crípticas das abelhas de orquídeas Euglossa

viridissima eEuglossa dilema são morfologicamente crípticos, com exceção do

número e forma dos dentes mandibulares epor meio da morfometria geométrica

das interseções de veias alares, as duas espécies foram separadas (em menor

grau, os morfotipos da espécie E. viridissimaque apresentam variação na forma

dos dentesmandibulares) (Quezada-Euán et al., 2015). Poruma análise

Page 31: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

31

discriminanteda forma da célula radial,demonstrou-seque há separação entre os

três grupos, embora com maior erro de classificação entre E. viridissima e E.

dilema, identificando,pela morfometria geométrica alar,as espécies e morfotipos,

contribuindo para a taxonomia infragenérica para abelhas com sua aplicação

apoiadapor outros métodos (Quezada-Euán et al., 2015).

Por ser uma técnica de rápida execução e baixo custo, a morfometria

geométricapode ser associada a outras técnicas explorando melhor os

resultados obtidos e aumentando a confiabilidade das informações

geradas(Lorenz et al., 2012).

2.5 Gene period

O gene nuclear period está localizado no cromossomo X de Drosophila

melanogaster, codificando um cofator de transcrição envolvido no relógio

biológico e foi identificado por Konopka e Benzer (1971) a partir da detecção dos

mutantes perº¹, pers e perL que alteram a duração do ritmo

circadiano,caracterizado por ser o ciclo de atividade locomotora em 24 horas

(Konopka e Benzer,1971, Müller, 2009).

A transcrição da proteína period, codificada pelo gene de mesmo nome, é

regulada por retroalimentação. O referido gene possui regiões bem conservadas

(PAS-A, CLD e C-Domain) euma região altamente variável Thr-Gly, que está

relacionada à termoestabilidade do comportamento circadiano e mudanças no

intervalo interpulso(IPI).As mutaçõesocorridas nas regiões PAS-A ocasionam os

ritmos longos 29h, na C-Domain ciclos curtos de 16h e 19h e em Thr-Gly podem

Page 32: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

32

provocar alterações no ritmo dos sons de corte,pois podem afetar o IPI (Konopka

e Benzer,1971, Müller, 2009).

Em Drosophila melanogaster, esse gene tem um tamanho aproximado de

3,6 quilobase (Kb), apresenta apenas um íntron com mais de 50 pares de

bases(pb) e transcreve um polipeptídeo com aproximadamente 1200

aminoácidos. Esse genetem evolução rápida, uma altataxa de substituições e

essas características o destacam em relação a outros genes nucleares para um

bom marcador nuclear com uso indicado na reconstrução filogenética de táxons

abaixo do nível de família (Regier et al.,1998).

Uma vez que a separação das espécies crípticas brasileiras do complexo

Lu.longipalpis, de acordo com Araki et al. (2009), estão basicamente associadas

aos padrões de sons de corte, o gene period torna-se um bom marcador para

tratar de diferenças espécie-específicas entre essas espécies.

Recentemente, uma análise realizada com o gene period, envolvendo três

populações de Nyssomyiaumbratilisde duas regiões brasileiras (Norte e

Nordese), resultou na separação de dois grupos, em que duas populações de

regiões distintas (Recife e Rio Preto da Eva) foram geneticamente associadas e,

a partir desses resultados, sugeriu-se a existência de um complexo de espécies

entre essas populações (Freitas et al., 2015).

A análise de um fragmento de 266 pbdeste gene também detectou

variações de polimorfismos que caracterizaram a divisão da população de Lu.

longipalpis encontrada em Sobral em duas populações, 1S e 2S (Bauzer et al.,

2002, Araki et al., 2013), e para um fragmento com 525 pares de bases,existeo

relato de fixação de polimorfismos para estas mesmas morfoespécies, além de

Page 33: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

33

ampliar a exitência do complexo para o município de Bodocó, em Pernambuco

(Costa Jret al., 2015).

2.6 Inferencia Bayesiana e Máxima Verossimilhança para análise

filogenética

A a nálise filogenética estuda a relação antepassado-

descendenteestimada a partir dos caracteres estudados,cuja relação é

representada em árvores filogenéticas. A InferenciaBayesiana e a Máxima

Verossimilhança são méodos baseado em modelos estatísticos de evolução

molecular,comumente empregados nessa análise, onde se leva em conta o

conhecimento a priori que se tem sobreos dadosanalisados (Peña, 2011).

InferênciaBayesiana

A abordagem bayesiana ébastante útil quando o número de hipóteses

alternativas é extenso. Os estatísticos bayesianos evitam o padrão de

abordagem em que se especifica uma hipótese como hipótese nula, mas

procuram verificar se os dados são ou não robustos o suficiente para serem

rejeitados, uma vez que o output dessaanálise é a probabilidade a posteriori de

qualquer solução, e as regras da probabilidade podem ser usadas para testar se

a hipótese deve ser acreditada e o quão fortemente e,como resultado, milhões

de ciclos são geralmente necessários, enquanto que muito menos (da ordem de

1.000) repetições são suficientes no método de agrupamento por bootstrap, para

Page 34: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

34

a resolução da maioria dos problemas (Holder e Lewis, 2003).(Holder e

Lewis,2003).

Na metodologia da Cadeia de Markov Monte Carlo (MCMC) para a

filogenia, é a partir de uma árvore inicial que uma nova árvore é proposta. Os

passos que mudam a árvore devem envolver uma escolha aleatóriaque satisfaça

várias condições e uma amostra para cada ciclo é produzida, em que as árvores

sejam altamente autocorrelacionadas. (Holder e Lewis, 2003).

Três populações de Nyssomyia umbratilis, principal vetor de Leishmania

guyanensis, foram filogeneticamente analisadas por meio do marcador

nuclearperiod. A análise de inferência bayesiana, pela metodologia de MCMC,

indicou diferença, revelando dois clados distintos e bem suportados, com valores

de probabilidade de 0,98 ou 98%,em queum clado estava composto pelas

amostras de Recife (PE) e Rio Preto da Eva (AM), e o outro, pelas amostras de

Manacapuru (AM). Isso demonstra que as populações de Recife e Rio Preto da

Eva estão mais estreitamente relacionadas evolutivamente e reforça a

possibilidade de que os indivíduos de Recife estejam ligados ancestralmente a

indivíduos de Rio Preto da Eva (Freitas et al.,2015).

Para o complexo Lu. longipalpis, a análise do gene COI, usando a

metodologia da MCMC na inferência bayesiana para a filogenia, não indicou o

usodesse gene como um bom marcador molecular, uma vez que a árvore obtida

sugeriu um único grupo genético associado aos tipos de morfologia 1S e 2S de

Sobral e Caririaçu, e não foi capaz de caracterizar a relação ancestral ea origem

geográfica das populações (Freitas et al.,2016).

Page 35: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

35

Máxima Verossimilhança

No método da Máxima Verossimilhança, verifica-se a probabilidadeda

matriz decaracteres estar melhor explicada pelas árvores geradas,calculando-se

cada árvore possível,conforme o modelo de

evoluçãoselecionado(Felsenstein2004, Peña, 2011).

Nesse método procura-se encontrar a árvore evolutiva que produza a

mais alta probabilidade de evolução observando-se os dados, de forma que a

probabilidade de uma árvore é aprobabilidade dos dados em função da hipótese

segundo o modelo escolhido, considerando-se que a hipótese (a árvore) é a que

melhor explica os dados. Isto significa que a probabilidades paradiferentes

árvores não somam à unidade e que aprobabilidade de uma árvore não é a

probabilidade de que a árvoreé a correta (Peña, 2011).

Em flebotomíneos, estudo realizado, no Sri Lanka, analisando os genes

COI, cytochrome oxidase b, internal transcribed spacer 2, e as regiões do DNA

ribossonal 18s e 28s de Phlebotomus (Euphlebotomus) argentipes sensu lato, a

análise genética usando o método da máxima virossimilhança suporta a

existência de dois grupos de espécies crípticas (A e B) da espécie em questão,

ao invés de três, conforme anteriormentedetectado (Gajapathy, 2013)

2.7 Estruturação populacional com o software structure

A definição das populações é de grande importância para se verificar a

estruturação genética das mesmas e, geralmente, essa definição é feita

Page 36: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

36

considerando-se a origem geográfica das amostras ou fenótipos (Evanno et al.,

2005).

O software structure usa o método de análise bayesiana e MCMC para a

identificação de grupos geneticamente homogêneos de indivíduos, dessa forma,

atua numa questão de genética populacional pela estatística ad hok ΔK, com

base na taxa de mudança na probabilidade log de dados entre sucessivos

valores K, que são os números de agrupamentos encontrados (Evanno et al.,

2005).

Foley et al. (2013) relatam queem Arequipa,no Peru, Triatoma

infestans,está distribuídodentro e ao redor do centro urbano e essas populações

compartilham uma história evolutiva recente,emborao fluxo genético esreja

restrito mesmo entre os locais proximos.Segundo a análise populacional

realizada, a diferença entre os distritos na distribuição de freqüência de alelos foi

evidente,embora a maioria dasClusters foram encontrados na maioria dos

distritos. Os distritos localizados no centro da cidade(Paucarpata e Mariano

Melgar) foram semelhantes entre si a todos os valores de K. Osdistritos

periurbanos(Sachaca, Cayma e Characato) diferiram pouco na composição

eFreqüência de clusters populacionais das áreas do centro da cidade,

especialmente a valores baixos de K.Os distritos rurais são os mais distintos do

centro da cidade (La Joya e Quequeña), embora La Joya fosse muito mais

semelhante aos distritos urbanos.

A análise de estruração populacional realizada por Freitas et al.

(2015) com o software structure, demonstrou pela estatística de ΔKquea

formação mais provável era de dois grupos (K) homogêneos para as três

populações de Lu. umbratilis analisadas,e sob essa perspectiva, a população de

Page 37: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

37

Manacapuru (sul do rio Amazonas) formou um grupo e as populações de Rio

Preto da Eva (norte do rio Amazonas) e Recife representou o outro

agrupamentopopulacional,l e esses resultados, apoiados pelas outras

metodologias utilizadas, fizeram com que os autores sugerissem que este inseto

deveria ser melhor investigado a fim de desvendar se essas populações não

pertenceriam, na verdade, a um complexo de espécies.

Page 38: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

38

3. Objetivos

3.1 Objetivo geral

Oferecer informações extraídas, a partir de caracteres morfológicos das asas e

análise filogenética do gene period, por inferência bayesiana eMáxima

Verossimilhança e verificar a estrutura populacional a fim de contribuir para a

separação das espécies crípticas de Lu. longipalpisencontradas no Estado do

Ceará.

3.2 Objetivos específicos

1. Desenvolvera uma análise de morfometria geométrica alar nos espécimes

do complexo Lu. longipalpisencontrados no Estado do Ceará.

2. Proceder a uma análise filogenética por inferência bayesiana eMáxima

Verossimilhança utilizando o marcador nuclear period.

3. Analisar a estrutura genética das três localidades (Caririaçu, Sobral-CE e

Bodocó-PE) para cada fenótipo (1S e 2S) e verificar a extensão do

complexo longipalpis para a cidade de, Bodocó em Pernambuco.

4. Verificar se o critério de separação por manchas abdominais proposto por

Mangabeira et al. (1969)é aplicável para a identificação das espécies

crípticas de Lu. longipalpis do Ceará.

Page 39: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

39

4. Capítulo I

Page 40: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

40

Wing morphometry and period gene phylogenetic analysis of Lutzomyia longipalpis sand flies from Ceará, Brazil

Nádia Consuelo Aragão1

E-mail: [email protected]

Sérgio de Sá Leitão Paiva Júnior¹

E-mail: [email protected]

Moises Thiago de Souza Freitas1

E-mail: [email protected]

César Raimundo Lima Costa Jr1

E-mail: [email protected]

Abigail Marcelino dos Santos Silva¹,

Email:[email protected]

Lidiane Gomes da Silva1

E-mail: [email protected]

Valdir de Queiroz Balbino1

E-mail: [email protected]

Carlos Brisola Marcondes2* *Corresponding author

E-mail: [email protected]

1 Departamento de Genetica, Universidade Federal de Pernambuco, Avenida

Professor Moraes Rego S/N, Cidade Universitaria, 50732-970 Recife,

Pernambuco, Brazil

Page 41: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

41

2 Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade

Federal de Santa Catarina, Campus Reitor João David Ferreira Lima, 88040-900

Florianopolis, Santa Catarina, Brazil

ABSTRACT

Lutzomyia longipalpis, a vector of Leishmania infantum in the American continent,

is constituted by a species complex, with two recognized species. In the present

study, wing morphometry was evaluated for the differentiation of cryptic species in

Brazilian state of Ceará, previously defined by the period nuclear gene and the

pattern of abdominal spots in males (1S and 2S), as proposed by Otávio

Mangabeira in 1969. Specimens were collected in Sobral and Caririaçu

municipalities, in Ceará State, Brazil. Right wings of males were photographed

and 12 landmarks were digitalized. Analyses of centroid size, Procrustes

superimposition, principal components, canonical variate analysis, regression,

discriminant analysis, were developed. Genbank data were utilized for the

construction of a Bayesian phylogeny from a 525 bp fragment of the period gener.

Mahalanobis distance between specimens 1S and 2S was 2.0198 with p<0.001.

Even being observed a certain overlap in the canonic space observed, Lu.

longipalpis groups correctly clusterized in crossed reclassification in 80% of 1S

and 73.21% of 2S. The period gene separated these groups adequately by the

analysis utilizing Bayesian inference. Geometric morphometry demonstrated a

tendency to separate cryptic species of Lutzomyia longipalpis from the state of

Ceará, agreeing to the analysis of the period gene and the pattern of abdominal

spots proposed by Mangabeira in 1969.

Keywords: American Visceral Leishmaniasis Vector; Phlebotomine Sand Flies;

Wing Morphometry; Period Nuclear Marker.

Page 42: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

42

Introduction

The sand fly Lutzomyia longipalpis is distributed from Mexico to Argentina and is

considered as the major vector of Leishmania infantum, the etiologic agent of

visceral leishmaniasis in the American continent (Lainson et al., 1977).

Otávio Mangabeira (Mangabeira, 1969) firstly reported the presence of one

or two pairs of abdominal white spots in males of Lu. longipalpis, inducing the

suspicion of the existence of a species complex in this "species". Several

approaches have been utilized to investigate this taxonomic question, including,

for example, reproductive isolation between Brazilian populations with different

pattern of spots (Ward et al., 1983), association between morphology of spots and

pheromones (Lane & Ward, 1984), distribution of morphotypes (Ward et al., 1885),

isoenzyme analysis (Mutebi et al., 1999), lovesongs (Souza et al., 2004, Vigoder

et al., 2015), pheromone identification (Hamilton et al., 2005) and genetic analysis

(Bauzer et al., 2002, Costa Jr et al., 2015, Lins et al., 2008).

Four genetic groups have been recognized in South America by the

utilization of Cox1 mitochondrial marker, and analyzed brazilian populations were

grouped in one clad (Arrivillaga et al., 2002). Additional studies suggested the

existence of two groups, mostly differentiated by lovesongs (Souza et al., 2004). In

this context, Sobral municipality, in Ceará, is a particular case, due to the

presence of two different taxonomic groups, separated by the number of

abdominal spots, types of pheromones, lovesongs and genetic markers, even

being sympatric (Araki et al., 2009).

Two sister species in Lu. longipalpis complex have already been named,

the first one in Venezuela, Lu. pseudolongipalpis, caracterized by mitochondrial

genes, morphology of females, ethologic and reproductive differences (Arrivillaga

& Feligiangelli, 2001). It was afterwards incriminated as a vector of visceral

leishmaniasis in that country (Agrela et al., 2002). A second species, Lutzomyia

cruzi (Mangabeira, 1938), was redescribed (Martins et al., 1984) and its

participation on the complex was hypothesized after analysis of period gene and

lovesongs, when similarities compatible to those found in the sister species were

Page 43: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

43

seen (Vigoder et al., 2010). The females of these sand flies could not yet be

differentiated from those of Lu. longipalpis, and males presented small differences

in external genitalia (Young & Duncan, 1994). Additionally, analysis of

microsatellites, pheromones (Watts et al., 2005), lovesongs and period gene

demonstrated levels of divergence similar to those of sister species (Vigoder et al.,

2010). Lu. cruzi has been associated to transmission of visceral leishmaniasis in

the absence of Lu. longipalpis in the Brazilian state of Mato Grosso do Sul-Brasil

(Santos et al., 2013).

The period nuclear marker, a gene known to be involved in the circadian

cycle, has been indicated as useful for the phylogenetic reconstruction below the

family level (Regier et al.,1998). The utilization of a fragment of this gene has

detected polymorphism variation permitting the separation of the population of Lu.

longipalpis from Sobral into two subpopulations (1S and 2S) (Lins et al., 2008,

Araki et al., 2013), reporting fixation of polymorphisms for these species (Costa Jr

et al., 2015).

Geometric morphometry analyses differences among forms of organisms in

the same species or phylogenetically related species (Monteiro & Reis, 1999). In

medical entomology, it has been utilized to study, for example, questions on

geographic populations of vector species (Dujardin et al., 2008), related species

(Gurgel et al., 2011, Vidal et al., 2011) and species complexes, obtaining very

interesting results. Being a rapid and low-cost technique, it may be associated to

other techniques, enhancing the reliability, and better exploring the obtained

results (Lorenz et al., 2012).

The present study analyzed by wing morphometry two cryptic species of Lu.

longipalpis obtained from the municipalities of Sobral and Caririaçu, in Ceará,

defined by the abdominal spots, and a phylogenetic analysis by the period gene.

Page 44: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

44

Methods

Biological material

Insects were collected from Sobral (3°41'15" S; 40°21'5" W, 70 m a.s.l.), in March

2012, and Caririaçu (07°02'31"S; 39°17'02" W, 713 m a.s.l.), in September 2012.

Mean temperatures fluctuated from 23°C to 36°C and annual rainfall from 936 to

1100 mm. Both localities are in BSw‘h’ climate in accordance to the Köppen

climate classification and are inserted in highly xerophillous caatinga (Peel et al.,

2007, Pennington et al., 2000). Male specimens of Lu. longipalpis were identified

by morphology (Young & Duncan, 1994) and separated considering the quantity of

abdominal spots (1S or 2S), individually preserved in 96% ethanol and maintained

at -20oC. One-hundred sixteen specimens were utilized for the geometric analysis

and voucher specimens were deposited into the Reference Entomological

Collection of Department of Microbiology, Immunology and Parasitology of Federal

University of Santa Catarina.

Special abbreviations (Marcondes, 2007) for genera of sand flies were utilized.

Acquisition of data for geometric morphometry

Right wings of 30 1S sand flies from each locality and 30 2S from Sobral and 26

2S from Caririaçu were photographed, utilizing a MOTIC 2.0 camera, coupled to a

trinocular microscope, MOTIC 168, with 2X objective and 3X zoom. Twelve

landmarks (Fig. 1) were digitalized and transformed into coordinates in the

cartesian plane utilizing TpsDig software v.1.40 (QSC - James Rohlf). All

digitalizations were developed by the same user, to reduce the error level

(Dujardin et al., 2010).

Page 45: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

45

Figure 1 Location of the 12 landmarks in Lu. longipalpis wing

Geometric morphometry analysis

Analyses of centroid size, Procrustes superimposition, principal components,

canonical variate analysis, regression, discriminant analysis, and Accuracy test

(classification and reclassification test) were developed. TpsUtil 1.29, TpsRelw

1.39 (QSC - James Rohlf), MorphoJ 1.02, GraphPad InStat softwares were

utilized. Graphs were generated by MorphoJ 1.02 software (Klingenberg, 2011).

Phylogenetic analysis

Seventy-three sequences of Lu. longipalpis males, 18 from Sobral and 55 from

Caririaçu-CE, already available in Genbank (Costa Jr et al., 2015) from specimens

obtained in the same collections of samples utilized for geometric morphometry,

were analyzed. Sequence alignment using the Clustal W integrated in the

Software Package MEGA v. 6.0 (Tamura et al., 2013). The phylogenetic tree was

generated by Mr. Bayes v 3.2.0[35] with 4000000 generations, using the evolutive

model HKY+I+G, obtained by JModelTest v 2.1.4 [36]. Phlebotomus dubosqi

sequence (AY071913) was utilized as an outgroup to give more support to groups

(Delavi et al., 2001; Roung et al., 2010).

Page 46: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

46

Results

Analysis by geometric morphometry

Kolmogorov-Smirnov was initially utilized to check statistic normality of centroids

for measuring the size in pixels of right wings of both morphospecies (1S and 2S).

Considering only the pattern of abdominal spots and disregarding the locality, a

median of 963.35 (Max 1072.4 – Min 814.41) was obtained for 1S insects and

967.66 (Max 1070.1 – Min 799.07) for 2S. T test indicated a non-significant

difference, with a p-value of 0.8459.

In the analysis for localities, the median of centroid size for Sobral 1S was 978.24

px (Max 1072.4 – Min 895.1) and for 2S was 988.09 px (Max 1070.1 – Min 892). In

Caririaçu, medians were 950.8 px (Max 1047.5– Min 814.1) for 1S and 937.98 px

(Max 1022.5 – Min 799.07) for 2S. Analysis of variance (ANOVA) indicated a very

significant difference between the isometric size of populations analyzed by

locality and pattern of abdominal spots (p-value = 0.0002). Tukey-Kramer test of

multiple comparisons was developed and indicated significant difference between

populations with a value of q greater than 3.692 (p-value <0.05). So, differences

between Caririaçu 1S and Sobral 1S (q=4.048, P<0.05), Caririaçu 1S e Sobral 2S

(q=4.336 e P<0.05) and principally between Caririaçu 2S and Sobral 1S (q=4.973,

P<0.01) and between Caririaçu 2S and Sobral 2S (q=5.250, P<0.01). No

significant difference between variances in populations 1S and 2S of the same

localities were observed.

In Principal Component Analysis (MorphoJ), a correlation between variables was

obtained, and three first principal components totaled 67.88% of total variance of

samples (PC1 34.81%;PC2 22.35%; PC3 10.72%), not differentiating

morphospecies.

Including allometry (influence of size on shape) on canonic variables Mahalanobis

distance between specimens 1S and 2S was 1.8572 with p<0.001. Between

groups, greater Mahalanobis distance value was 3.0069 for Caririaçu 1S and

Sobral 2S specimens and the smaller was 1.8276 for Caririaçu 1S and 2S

specimens (p-value <0.001) for the permutation test with 10000 repeats.

Page 47: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

47

Analyzing canonical variables without allometry (Fig. 2) between morphotypes, a

canonical variable corresponded to all the observed variation. On the other hand,

populations analyzed by locality, the first variable constituted 55.17% of the total

variation of shape, the second 31.38% and the third 13.45%. Mahalanobis

distance of 2.0198 with p<0,001 between morphotypes. Higher Mahalanobis

distance between groups was 2.9416 for specimens of 1S from Caririaçu and 2S

from Sobral and lower was 2.0325, between specimens 1S from Sobral and 1S

from Caririaçu (p-value <0.001) for the permutation test with 10000 repeats.

Fig. 2 Graphs of canonical variations without alometry, demonstrating separation of

morphotypes with two and one abdominal spots (A) and between populations of

Lu.longipalpis from Sobral and Caririaçu-CE (B).Populations: Caririaçu 1S, Caririaçu 2S, Sobral 1S and Sobral

2S. Morfospecies 1S (Caririaçu 1S e Sobral 1S) and 2S (Caririaçu 2S and Sobral 2S).

Page 48: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

48

In discriminant analysis of morphotypes, 80% of individual insects 1S and 73.21%

of 2S were correctly reclassified. Between groups in localities, the best proportions

of reclassifications were those between Caririaçu 1S and Sobral 2S, in which 80%

of 1S individuals and 76.66% of 2S were correctly reclassified. The worst

proportions in the cross-validation test were between Caririaçu 2S and Sobral 2S,

whose proportions of individuals correctly reclassified for 1S and 2S were

respectively 61.54% and 60% (Table1).

Table 1 Percentage of correct identification in the reclassification test comparing populations of Lu. longipalpis from Sobral and Caririaçu-CE.

Populations Reclassification hits (%)

Caririaçu 1S X Caririaçu

2S

70 73,33

Caririaçu 1S X Sobral 1S 70 56,66

Caririaçu 1S X Sobral 2S 80 76,66

Caririaçu 2S X Sobral 1S 65,38 66,66

Caririaçu 2S X Sobral 2S 61,54 60

Sobral 1S X Sobral 2S 73,33 70 Populations: Caririaçu 1S, Caririaçu 2S, Sobral 1S and Sobral 2S.

Phylogenetic analysis

Phylogenetic analysis identified two monophyletic clades in Lu. longipalpis with

support de 0.5301 for 1S morphotypes and 0.4855 for morphotypes 2S. Even not

indicating a geographic separation between taxa, phenotypic groups1S e 2S were

adequately separated (Fig. 3).

Page 49: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

49

Figure 3 Phylogenetic tree – Bayesian inference of Lu. longipalpis sequences from

Sobral and Carriaçu-CE, utilizing fragment525bp of period gene

andPhlebotomusdubosqi sequence as a outgroup.

Discussion

Sister species of Lutzomyialongipalpis complex found in Sobral-CE are considered

as "sympatric cryptic species", and most genetic, biochemical, and behavioral

(courtship sounds and reproductive isolation) tests applied to these populations

can separate them or indicate a separation according to the criterion of abdominal

spots proposed by Mangabeira in 1969.

Page 50: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

50

Morphological characterization has always been an impasse for the nomination of

these species. Azevedo et al. (2000) investigated by classical morphometry and

biochemistry populations of Lu. longipalpis from five Brazilian states, including

Ceará (municipality of Canindé), and could not characterize one and two spots

populations evaluating structures of head, thorax, and abdomen of insects. For the

population from Ceará, only the length of a flagellomere (F14) was significantly

different.

In the present study, no isometric size of morphospecies was significantly

different, but when populations from two localities separated by 553,3 km and with

an altitudinal difference of 643 m, a great difference between Caririaçu and Sobral

populations was shown. Altitudinal variations may influence the size of structures

(Dujardin, 2008, Lorenz et al. 2014), and previous studies on Lu. longipalpis (De la

Riva et al., 2001) and Nyssomyia intermedia (Marcondes et al., 1999) have also

shown significant variations associated to altitude and other factors.

When the shape was analyzed eliminating the effect of size in the canonical

variables without allometry, the result was very significant and the Mahalanobis

distance between morphotypes was 2.0198, indicating a proximity between them.

Godoy et al. (2014) analyzed 13 landmarks among three previously described

species of Lutzomyia involved in the transmission of Leishmania braziliensis: Ny.

intermedia , Ny. neivai and Ny. whitmani, and found Mahalanobis distance of 1.64

between Ny. intermedia and Ny. neivai, considered as "cryptic species", and of

2.83 between Ny. neivai and Ny. whitmani. Vector insects of other groups difficult

to differentiate by morphology also were successfully separated by geometric

morphometry. Lorenz et al. (Lorenz et al., 2012), utilizing 18 landmarks, found

Mahalanobis distance of 3.50 entre Anopheles cruzii and A. homunculus, whose

females are morphologically similar. The distance between A. cruzii and A. bellator

was 4.58, and 4.32 between A. homunculus and A. bellator.

In the analysis by localities, Mahalanobis distances were a little greater (2.9416 for

specimens 1S from Caririaçu and 2S from Sobral) and smaller distance was

2.0325, between Sobral 1S and Caririaçu 1S.

Page 51: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

51

Genetically distinct populations of Lutzomyialongipalpis complex from Toro Toro

(T) and Yuncas (Y), in Bolivia, to new populations from Bolivia (U and R) and

Nicaragua (N), considering origin, behavior, pattern of abdominal spots and

reports of Leishmania infantum transmission were compared by geometric

morphometry, utilizing five landmarks. Mahalanobis distances between

populations varied from 6.4 (N and Y/Re Y) to 22.1 (R and U) and discriminant

analysis separated samples in two groups, N Y R and U T. The values of

reclassification varied from 60% (N) to 76% (T), and the first group included

samples with one or two abdominal spots, from localities in low and high altitudes

and insects related or not to active transmission of Leishmania. While those in the

second group had two spots, came from high altitude localities, and had no known

epidemiological role, being less conflicting the genetic diagnosis for these

populations (De la Riva et al., 2001).

The superposition of canonical morphospace in our graphs for morphospecies and

populations of Lu. longipalpis also was observed for species previously studied

(Lorenz et al., 2012, Godoy et al., 2014). However, in the accuracy analysis,

groups analyzed by reclassification indices through cross validation for

morphospecies were between 70% and 83.33%, which are values near those

observed for species recognized as distinct in Anopheles (Lorenz et al., 2012),

even with some superposition of canonical morphospace. This demonstrates that,

even being very similar, as observed by Mahalanobis distances, these groups may

be separated. Nyssomyia intermedia and Ny. neivai were wrongly identified

(29/104), that is, only 73.12% were correctly identified after cross validation, while

six and 11 of 104, respectively between Ny. whitmani and Ny. neivai and between

Ny. whitmani and Ny. intermedia were wrongly identified after cross validation

(Godoy et al., 2014). Our values of reclassification could demonstrate similar or

greater values than those for recognized of sand fly species of the same genus.

In Colombia, GM was unsuccessfully utilized to separate Anopheles spp. of

albitarsis complex, since there were no significant results for allometry (P-value =

0.070) or to shape variation (P-value = 0.144 after Bonferroni correction). Groups

were separated only through COI gene analysis, which evidenced two groups (I an

Page 52: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

52

F) in different localities and both in sympatry in only one municipality (Gomez et

al., 2013).

The genetics analysis using 525 bp of period marker and Bayesian inference

method showed a good differentiation between cryptic species of Lu. longipalpis in

Sobral, with a better resolution than that previously obtained which used 266 bp

and the Neighbor-joining method that was not capable to solve the separation of

different genotypic groups (Bauzer et al., 2002). As occurs with the paralytic gene

(Lins et al., 2008), period gene presents fixed polymorphisms differentiating two

cryptic species found in Sobral-CE and Bodocó-PE (Costa Jr et al., 2015).

Study using 21 nuclear loci involving sympatric (Sobral 1S and 2S) and allopatric

populations of Lu. longipalpis ratified the quality of period gene as a marker of

speciation to morphotypes from Ceará in what introgression was observed, and an

association to environmental factors could be inferred, with possible

epidemiological consequences, and the authors considered that visceral

leishmaniasis has a tendency to urbanization (Araki et al., 2013).

Based on clustering analysis results obtained in this study, the geometric

morphometry was shown to corroborate results obtained in previous studies that

indicate differences between cryptic species of sand flies from Ceará, as the

molecular analysis.

Conclusion

Wing geometric morphometry showed, after clusterization analysis, a

tendency to differentiation of sympatric cryptic species of Lutzomyialongipalpis

complex found in municipalities of Sobral and Caririaçu, agreeing to phenotypic

pattern of abdominal spots proposed by Mangabeira in 1969. This result

emphasizes the relevance of pattern of spots as morphological markers of these

and the importance of the relatively non-expensive technique of geometric

morphometry as a good tool for their recognition, corroborating the analysis of the

fragment of nuclear gene period.

Page 53: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

53

Ethical approval

Ethical approval was not required for the current study

Competing interests

The authors declare that they have no competing interests. Authors’ contributions:

VQB and CBM designed and supervised the study; NCA, MTSF collected and

identified the specimens; NCA and SSLPJ developed the GM and statistical

analyses; MTSF,AMSS, NCA and LGS performed the bioinformatics analyses;

NCA and CBM wrote the manuscript; CBM translated it to English; CBM and VQB

revised the final version of the manuscript. All authors read and approved the final

manuscript.

Acknowledgments

This study was supported by Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do

Estado de Pernambuco (IBPG1165-2.02/11), and Ministério da Saúde, Brazil (TC

300/2013). VQB was supported by CNPq, Grant Number 309124/ 2012-3. We are

also grateful to the Secretaria de Saúde dos Municípios de Sobral and Caririaçu

for assistance and logistic support.

Author details

1 Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco, Avenida da

Engenharia S/N, Cidade Universitária, 50.740-600 Recife, Pernambuco, Brazil. 2

Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade Federal

de Santa Catarina, Campus Reitor João David Ferreira Lima, 88040-900

Florianópolis, Santa Catarina, Brazil.

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5. Capítulo II

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6. Discussão geral

O uso exclusivo da taxonomia tradicional,não permite a correta identificação

das espécies formadoras do complexoLu. longipalpis(Araki et al., 2009), apesar

das diferentes populações brasileirasapresentarem um bom isolamento

reprodutivo (Wardet al., 1983).

As espécies crípticassão, em geral, propostas pelo reconhecimento de

linhagens geneticamente distintas de espécies que foram tradicionalmente

definidasa partir de caracteres morfológicos.Dessa forma, abordagens

multidisciplinaresem que dados morfológicos, bioquímicos, etológicos e genéticos

pudessem ser avaliados conjuntamente, melhorariam o entendimento a respeito

do confuso status taxonômico dasespécies analisadas e apoiariam a

confiabilidade dos resultados apresentados (Tan et al., 2009).

A primeira espécie do complexo Lu. longipalpis descrita, Lu.

pseudolongipalpis, da Venezuela, foi caracterizada por divergência na genitália

dos exemplares do sexo feminino.Embasaram também esta descrição pesquisas

que envolveram genes mitocondriais e caracteres morfológicos, etológicos e

reprodutivos(Arrivillaga e Feligiangeli, 2001).

Para o Brasil, em função dos estudos,até o momento, desenvolvidos, a

literatura aponta para a existência de uma alta complexidade na divergência eum

possível fluxo gênico entre as populações de Lu. longipalpis. As espécies irmãs

que produzemsons de corte tipo Burst e feromôniocembrene-1estão distribuídas

principalmente nas regiões costeiras doNordeste eaté Pancas, no

Sudeste;enquanto as populações que produzem diferentes tipos de sons dePulse

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e diferentes feromônios são muito mais heterogêneas, e, provavelmente,

representam cinco espécies incipientes com diferentes níveis de divergência

(Araki et al., 2009).

A morfologia sempre foi um impasse para a descrição das espécies crípticas

brasileiras de Lu. longipalpis e informações extraídas a partir de caracteres

morfológicos das asas tem sido bastante úteispara a entomologia médica

(Dujardin et al. 2008, Gurgel et al. 2011, Vidal et al. 2011). Nesse contexto,o

presentetrabalho demonstrou, pela análise de clusterização dos resultados da

análise morfométrica alar, que existe uma forte tendência de separação das

espécies crípticas simpátricas do complexo Lu. longipalpisdos municípios de

Sobral e Caririaçu, emconcordância com o critério de separação pelo mesmo

padrão de manchas abdominais proposto pela literatura (Mangabeira, 1969).

Amostras populacionais de exemplares 1S e 2S provenientes do município

de Sobraldemonstram, pelas análises já realizadas, que as duas espécies-irmãs

simpátricasque lá se encontrampodem ser discernidas pelos caracteres

fenotípicosdas manchas abdominais primariamente diagnosticados nos machos

(Mangabeira, 1969), por meios moleculares (genes period e paralytic),

bioquímicos (tipos de feromônios) e pelo padrão dos sons de corte, além de

demonstrarem um importante isolamento reprodutivo (Wardet al. 1983,Bauzeret

al. 2002, Lins et al, 2008, Araki, 2009).

Pesquisas demonstram, inclusive, que a situação do complexoLu. longipalpis

no Brasil é mais bemdefinida nos locais onde esses exemplares se encontram em

simpatria (Araki, 2009, Araki et al., 2013) e ratificam a eficiência do marcador

period como marcador de especiação(Araki, 2009, Araki et al., 2013, Freitas et al.

2015).

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Nossas pesquisas ampliaram o conhecimento das epécies simpátricas de

Lu. longipalpis demontrando fixação de polimorfimos SNP’s(124 e 424) nos

exemplares de Sobral e Caririaçu-CE e ampliando essa condição aos

encontrados no município de Bodocó-PE.

Em recente análise multilocos realizada por Araki et al. (2015) os valores de

FST alcançados com 266 pb do gene period para as morfoespécies de Sobral foi

de 0, 395 e não encontra sítios fixados. Em nossa pesquisa, com 525 pb, para os

morfotipos simpátricos, esse valor aumenta para 0.50016 e são apresentados

dois polimorfismos fixados, fato que também se repete para as localidades de

Caririaçu e Bodocó informando um maior nível de estruturação genética entre os

morfotipos, e nesta última, o valor de FST é de 0,66122.Para as populações de

Lu. umbratilis avaliadas por Freitas et al. (2015) os valores de FST entre as

populações analisadas é de 0.89677 entre Manacapuru e Rio Preto da Eva

(separadas geograficamente pelo rio Amazonas), com 17 polimorfismos fixados, e

0.89357 entre Manacapuru e Recife, com 16 polimorfismos fixados. Já entre

Recife e Rio Preto da Eva este valor diminui para 0.00261 e nenhum polimorfismo

fixado. Nesse último trabalho, existe isolamento geográfico entre as populações

analisadas e a existência de um complexo de espécies para Lu. umbratilis é

sugerida.

A eficiência do gene period também foi confirmada por nossos trabalhos,

além de uma moderada resolução da máxima verossimilhança e da inferência

bayesiana para geração de árvoresfilogenéticasem que os grupos analisados

foram individualizados conforme o padrão de manchas abdominais proposto.

Além disso, o software Structure também demonstrou que essas espécies estão

geneticamente bem estruturadas.

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71

Pesquisadores, entomólogos especializados em flebotomíneos e outros

insetos vetores defendem que já existem evidências suficientes para nominar

essas espécies irmãs (Brandão-Filhoet al., 2009) e os trabalhos publicados já

demonstram que essas espécies foram submetidas a abordagem multidisciplinar

com resultados satisfatórios.

A distinção entre as espécies do complexoLu. Longipalpisexistentes no

Brasil viabilizará a análise de possíveis diferenças biológicas, como as

constatadas para Lu. longipalpis e Lu. pseudolongipalpis, além da eficiência

vetorial dessas espécies na transmissão da leishmaniose visceral, a exemplo do

que ocorre com os membros do complexo Anopheles gambiae em que apenas

Anopheles gambiae s.s. e Anophelesarabiensis, entre sete espécies crípticas

reconhecidas,são importantes vetores de Plasmodium na África (White, 1974).

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72

7. Conclusões

• A análise morfométrica geométrica realizada a partir dos caracteres

morfológicos das asas, demonstra, por meio da análise de clusterização,

uma tendência de separação das espécies crípticas simpátricas do

complexo Lu.longipalpis, encontradas nos municípios de Sobral e

Caririaçu-CE, confirmando, portanto, a importância dessa técnica como

ferramentade apoio na solução desses impasses morfológicos.

• O fragmento do gene nuclear periodcom 525pb, por meio de inferência

bayesiana e da máxima verossimilhança, apresenta-se como um bom

marcador taxonômico para caracterizar estas espécies crípticas do

complexo Lu. longipalpis.

• As análises realizadas com o software Structure demostraram uma boa

estruturação genética entre as amostras dos municípios do Ceará e de

Pernambuco, evidenciando uma boa distinção entre as morfoespécies analisadas.

• As metodologias empregadas em nossos estudos coneguiram demonstrar

tendência de separação dos morfotipos avaliados pelo padrão fenotípico de

manchas abdominais proposto por Mangabeira, em 1969, demontrando

que este é um critério importante para a separação morfológica das

espécies crípticas simpátricas analisadas.

Page 73: Lutzomyialongipalpis (Diptera: Psychodidae) do Estado do

73

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Anexo 1: Regras submissão de pesquisa no Systematic

Entomology

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Anexo 2: comprovação da submissão do artigo

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Anexo 3: Currículo Lattes

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Nádia Consuelo Aragão Curriculum Vitae _______________________________________________________________________________ Dados pessoais Nome Nádia Consuelo Aragão Nome em citações bibliográficas ARAGÃO, N. C.;Aragão, Nádia Consuelo _______________________________________________________________________________ Formação acadêmica/titulação 2012 Doutorado em Genética. Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Recife, Brasil Título: Estudo de populações de Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)

do Estado do Ceará, Brasil, por meio de morfometria geométrica alar e do marcador nuclear period

Orientador: Carlos Brisola Marcondes Co-orientador: Valdir de Queiroz Balbino Bolsista do(a): Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de

Pernambuco 2010 - 2012 Mestrado em Genética. Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, Recife, Brasil Título: Padrões de Divergência do Gene period em populações de Lutzomyia

longipalpis (DIPTERA:PSYCHODIDAE) do Estado do Ceará Brasil, Ano de obtenção: 2012

Orientador: Carlos Brisola Marcondes Bolsista do(a): Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de

Pernambuco Áreas do conhecimento : Genética 2009 - 2012 Graduação em Licenciatura em Ciências Agrícolas. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, Recife, Brasil 2002 - 2009 Graduação em Medicina Veterinária. Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, Recife, Brasil Título: Avaliação do monitoramento do Aedes aegypti por meio de ovitrampas e

uso de aspirador de mosquitos alados no Palácio do Campo das Princesas Recife-PE

Orientador: Jean Carlos Ramos Silva e Ridelane Veiga Acioli ______________________________________________________________________________________ Formação complementar 2012 - 2012 Curso de curta duração em I Workshop de Morfometria Geométrica Alar.

(Carga horária: 35h). Instituto Butantan, IBU, Sao Paulo, Brasil Palavras-chave: Morfometria Geométrica, Insetos Vetores, Diptera, Culicidae 2010 - 2010 III Curso de Gen. e Biol. Mol. de Insetos Vetores. . (Carga horária: 75h). Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, FIOCRUZ - CPQAM, Brasil Palavras-chave: Insetos Vetores, Doenças Tropicais, Genética 2007 - 2007 Curso de curta duração em Mini-Cursos de Saúde Pública. (Carga horária:

24h). Conselho Regional de Medicina Veterinária de Pernambuco, CRMV/PE, Recife,

Brasil _______________________________________________________________________________

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Atuação profissional

1. Departamento de Genética - UFPE - CCB/UFPE

____________________________________________________________________________

Vínculo institucional 2012 - Atual Vínculo: Bolsista , Enquadramento funcional: Pesquisa e

desenvolvimento , Carga horária: 40, Regime: Dedicação exclusiva

Outras informações: Estudo de genética de populações em populações de "Lutzomyia longipalpis" (Diptera: Psychodidae)

isoladas pela Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, utilizando os marcadores cyt b, cox 1, period e paralytic.Uso de ferramentas de Biologia Molecular no estudo dos padrões de transmissão vetorial da leishmaniose visceral canina em uma área de transmissão ativa no Sertão do Estado de Pernambuco, Brasil

2009 - 2009 Vínculo: Estágio Extra Curricular , Enquadramento funcional:

Médica Veterinária , Carga horária: 20, Regime: Parcial Outras informações: Atividade nos Projetos de Genética de Populações de "Lutzomyia longipalpis" (Diptera: Psychodidae) vetor

da Leishmania infantum chagasi na Região Neotropical, financiado pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), e variabilidade genética de genes que codificam proteínas salivares de "Lutzomyia longipalpis" (Diptera: Psychodidae) vetor da Leishmania infantum chagasi.

6. Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo - FSP/USP

____________________________________________________________________________

Vínculo institucional 2014 - 2014 Vínculo: Estagiária , Enquadramento funcional: Estagiária , Carga

horária: 40, Regime: Integral Outras informações: Estágio Extra-curricular realizado no Laboratório de Flebotomíneos da FSP/USP para aprendizagem de

técnicas de montagem e identificação de flebotomíneos e morfometria tradicional sob a orientação da Profª Drª Eunice Aparecida Bianchi Galati.

______________________________________________________________________________________________ Áreas de atuação 1. Entomologia Médica 2. Genética de Populações 3. Saúde Coletiva _______________________________________________________________________________ Produção bibliográfica Artigos completos publicados em periódicos 1. LIMA COSTA, CÉSAR RAIMUNDO; FREITAS, MOISES THIAGO DE SOUZA; SANTIAGO FIGUEIRÊDO, CARLOS ALBERTO; Aragão, Nádia Consuelo; DA SILVA, LIDIANE GOMES; Marcondes, Carlos Brisola; DIAS, RAIMUNDO VIEIRA; BALBINO, TERESA CRISTINA LEAL; SOUZA, MANUELA BARBOSA RODRIGUES; ORTIGÃO, MARCELO RAMALHO; BALBINO, VALDIR DE QUEIROZ

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Genetic structuring and fixed polymorphisms in the gene period among natural populations of Lutzomyia longipalpis in Brazil. Parasites & Vectors. , v.8, p.8:193 - , 2015. Referências adicionais : Inglês. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [doi:10.1186/s13071-015-0785-6] 2. DE SOUZA FREITAS, MOISES THIAGO; RÍOS-VELASQUEZ, CLAUDIA MARIA; COSTA, CÉSAR RAIMUNDO LIMA; FIGUEIRÊDO, CARLOS ALBERTO SANTIAGO; Aragão, Nádia Consuelo; DA SILVA, LIDIANE GOMES; DE ARAGÃO BATISTA, MARCUS VINICIUS; BALBINO, TERESA CRISTINA LEAL; PESSOA, FELIPE ARLEY COSTA; DE QUEIROZ BALBINO, VALDIR Phenotypic and genotypic variations among three allopatric populations of Lutzomyia umbratilis, main vector of Leishmania guyanensis. Parasites & Vectors. , v.8, p.448 - , 2015. Referências adicionais : Inglês. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [doi:10.1186/s13071-015-1051-7] 3. ARAGÃO, N. C.; Müller, Gerson Azulim; Balbino, Valdir Queiroz; Costa Junior, César Raimundo Lima; Figueirêdo Júnior, Carlos Santiago; Alencar, Jerônimo; Marcondes, Carlos Brisola A list of mosquito species of the Brazilian State of Pernambuco, including the first report of Haemagogus janthinomys (Diptera: Culicidae), yellow fever vector and 14 other species (Diptera: Culicidae). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Impresso). , v.43, p.458 - 459, 2010. Referências adicionais : Inglês. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [doi:10.1590/s0037-86822010000400024] Trabalhos publicados em anais de eventos (resumo) 1. ARAGÃO, N. C.; ROCHA, P. K. L.; SANTOS, M. A. O.; SILVA, L. G.; MARCONDES, C. B.; BALBINO, V. Q. Primeira parte do genoma mitocondrial de 'Psorophora ferox' (Diptera: Culicidae) In: XXIV Congresso Brasileiro de Entomologia, 2012, Curitiba. Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Entomologia. , 2012. Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Meio digital. Home page: [http://Primeira parte do genoma mitocondrial de Psorophora ferox (Diptera: Culicidae)] 2. SILVA, L. G.; Costa Junior, César Raimundo Lima; ARAGÃO, N. C.; Freitas, M. T. S.; OKUYAMA, F. Y. U.; VELASQUEZ, C. M. R.; PESSOA, F. A. C.; BALBINO, V. Q. Using Molecular Marker for the Determination of Taxonomic Status of Lutzomyia umbratilis. In: Simposio Brasileiro de Identificação Molecular de espécies, 2012, Foz do Iguassu. 58º Congresso Brasileiro de Genética. , 2012. Referências adicionais : Brasil/Português. 3. ARAGÃO, N. C.; MULLER, G. A.; SANTOS, H. M. B.; Freitas, M. T. S.; LIMA, T. L. D.; BALBINO, V. Q.; MARCONDES, C. B. NOVOS RELATOS DE CULICÍDEOS (DIPTERA: CULICIDAE) NO ESTADO DE PERNAMBUCO In: X Congresso de Ecologia do Brasil, 2011, São Lourenço-MG. Anais do X Conbresso de Ecologia do Brasil. , 2011. Referências adicionais : Brasil/Português. . Home page: [http://www.seb-ecologia.org.br/xceb/resumos/1711.pdf] 4. NUNES, V. M. N.; ARAGÃO, N. C.; FERREIRA, V. M. H.; SILVA, J. C. R. LEVANTAMENTO AMOSTRAL DE IMÓVEIS COM CRIATÓRIOS POSITIVOS O GÊNERO AEDES, ENCONTRADOS EM 94 BAIRROS DA CIDADE DO RECIFE In: XX Congresso Brasileiro de Parasitologia, 2007 Anais do XX Congresso Brasileiro de Parasitologia. , 2007. Palavras-chave: AEDES, Criatórios, Recife Áreas do conhecimento : Saúde Pública,Epidemiologia Setores de atividade : Atividades de atenção à saúde humana Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Vários Apresentação de trabalho e palestra 1. ARAGÃO, N. C. Estudo Genético de Populações de 'Lutzomyia longipalpis' Isoladas pela Chapada do Araripe, Nordeste do Brasil, utilizando os Marcadores 'cyt b', 'cox 1', 'period' e 'paralitic', 2012. (Congresso,Apresentação de Trabalho) Áreas do conhecimento : Genética de Populações,Entomologia Médica

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Setores de atividade : Pesquisa e desenvolvimento científico Referências adicionais : Brasil/Português; Local: Auditório do Departamento de Genética; Cidade: Recife; Evento: II Jornada de Pós-graduação em Genética; Inst.promotora/financiadora: UFPE 2. ARAGÃO, N. C.; ROCHA, P. K. L.; SANTOS, M. A. O.; SILVA, L. G.; MARCONDES, C. B.; BALBINO, V. Q. Primeira Parte do Genoma Mitocondrial de 'Psorophora ferox' (Diptera: Culícidae), 2012. (Congresso,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Entomologia Médica, Mitocôndria, "Psorophora ferox" Áreas do conhecimento : Genética de Populações,Entomologia Médica Setores de atividade : Pesquisa e desenvolvimento científico Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Impresso. Home page: http://www.cbe2012.com.br/_apps/trabalhos/1643/1643_1.pdf; Local: Expo Unimed Curitiba; Cidade: Curitiba; Evento: XXIV Congresso Brasileiro de Entomologia; Inst.promotora/financiadora: Sociedade Brasileira de Entomologia 3. ARAGÃO, N. C.; BALBINO, V. Q.; MARCONDES, C. B. Padrões de Divergência do gene 'period' de 'Lutzomyia longipalpis' (diptera:Psychodidae) no Município de Caririaçú-CE, 2011. (Conferência ou palestra,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Genética de Populações, Lutzomyia longipalpis Áreas do conhecimento : Genética de Populações,Entomologia Médica Setores de atividade : Pesquisa e desenvolvimento científico Referências adicionais : Brasil/Português; Local: Auditório do CCSA/UFPE; Cidade: Recife; Evento: I Jornada de Pós-graduação em Genética; Inst.promotora/financiadora: UFPE 4. ARAGÃO, N. C. Ordem Diptera - Morfologia e Classificação, 2009. (Conferência ou palestra,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Ordem Diptera, Morfologia , Dipteros de Importância Médica Áreas do conhecimento : Entomologia Setores de atividade : Educação Referências adicionais : Brasil/Português; Local: Laboratório de Entomologia da Área de Zoologia/UFRPE; Cidade: Reife; Inst.promotora/financiadora: Área de Zoologia/UFRPE Educação e Popularização de C&T Apresentação de trabalho e palestra 1. ARAGÃO, N. C.; ROCHA, P. K. L.; SANTOS, M. A. O.; SILVA, L. G.; MARCONDES, C. B.; BALBINO, V. Q. Primeira Parte do Genoma Mitocondrial de 'Psorophora ferox' (Diptera: Culícidae), 2012. (Congresso,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Entomologia Médica, Mitocôndria, "Psorophora ferox" Áreas do conhecimento : Genética de Populações,Entomologia Médica Setores de atividade : Pesquisa e desenvolvimento científico Referências adicionais : Brasil/Português. Meio de divulgação: Impresso. Home page: http://www.cbe2012.com.br/_apps/trabalhos/1643/1643_1.pdf; Local: Expo Unimed Curitiba; Cidade: Curitiba; Evento: XXIV Congresso Brasileiro de Entomologia; Inst.promotora/financiadora: Sociedade Brasileira de Entomologia 2. ARAGÃO, N. C.; BALBINO, V. Q.; MARCONDES, C. B. Padrões de Divergência do gene 'period' de 'Lutzomyia longipalpis' (diptera:Psychodidae) no Município de Caririaçú-CE, 2011. (Conferência ou palestra,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Genética de Populações, Lutzomyia longipalpis Áreas do conhecimento : Genética de Populações,Entomologia Médica Setores de atividade : Pesquisa e desenvolvimento científico Referências adicionais : Brasil/Português; Local: Auditório do CCSA/UFPE; Cidade: Recife; Evento: I Jornada de Pós-graduação em Genética; Inst.promotora/financiadora: UFPE 3. ARAGÃO, N. C. Ordem Diptera - Morfologia e Classificação, 2009. (Conferência ou palestra,Apresentação de Trabalho) Palavras-chave: Ordem Diptera, Morfologia , Dipteros de Importância Médica Áreas do conhecimento : Entomologia Setores de atividade : Educação Referências adicionais : Brasil/Português; Local: Laboratório de Entomologia da Área de Zoologia/UFRPE; Cidade: Reife; Inst.promotora/financiadora: Área de Zoologia/UFRPE Eventos

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Participação em eventos 1. V Workshop de Genética e Biologia Molecular de Insetos Vetores de Doenças Tropicais, 2012. (Encontro) . 2. Apresentação de Poster / Painel no(a) XXVI Congresso Brasileiro de Entomologia, 2012. (Congresso) Primeira Parte do Genoma Mitocondrial de "Psorophora ferox" (Diptera: Culícidae). 3. I Workshop Pernambucano de Bioinformática, 2010. (Encontro) . 4. II Simpósio Satélite Sobre o Status Taxonômico de "Lutzomyia longipalpis", 2010. (Simpósio) . 5. IV Workshop de Genética e Biologia Molecular de Insetos Vetores de Doenças Tropicais, 2010. (Encontro) . 6. Concepções e Práticas do Educador e Ciências Agrícolas, 2009. (Outra) . 7. I Seminário de Saúde Pública Veterinária, 2009. (Seminário) .