diptera (família larvas)

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Diptera (Família Larvas)

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  • Guia on-line de identificao de larvas de Insetos Aquticos do Estado de So Paulo: Diptera ________________________________________________________________________________

    1

    Ordem Diptera (Arthropoda: Insecta)

    Luiz Carlos de Pinho

    Laboratrio de Entomologia Aqutica, FFCLRP, USP

    [email protected]

    Introduo

    A ordem Diptera, que compreende moscas, mosquitos e afins, um dos grupos de insetos mais diverso, tanto ecologicamente quanto em termos de riqueza de espcies. Dpteros esto distribudos por todos os continentes, incluindo Antrtica e tm colonizado com sucesso praticamente qualquer tipo de hbitat, sobretudo em ambiente aqutico, no qual ocorre o estgio larval. As larvas de dpteros podem ocupar zonas marinhas costeiras e esturios, lagos de toda profundidade, rios e riachos de todo tamanho e velocidade, guas estagnadas, guas termais, poos de petrleo e fitotelmas. Pode-se dizer que o nico hbitat inexplorado por dpteros o mar aberto (Courtney & Merritt, 2008).

    Larvas da maioria dos grupos tm vida-livre, nadando ou rastejando ativamente em seu habitat (e.g., Culicidae e Simuliidae), por outro lado outros podem viver enterrados no sedimento ou sob pedras (e.g., Tabanidae e Tipulidae), em madeira submersa ou macrfitas (e.g., muitos Chironomidae e Tipulidae), em tubos formados por secreo salivar, associados rocha, plantas e detritos (Chironomidae), ou raramente como parasitides (e.g., larvas de Sciomyzidae, que parasitam moluscos de gua-doce) (Courtney & Merritt, 2008).

    Estima-se que 150 mil espcies de Diptera, classificadas em cerca de 10 mil gneros, de 188 famlias, tenham sido descritas (Thompson, 2006) e tambm que metade das espcies tenha larvas com hbitos aquticos (Peterson, 1951 apud Merritt & Webb, 2008). De fato, uma pequena proporo das famlias da ordem estritamente aqutica (Culicidae, Chaoboridae, Blephariceridae, Dixidae, Canacidae, Simuliidae, entre outras), e cerca de metade das outras famlias tem uma representatividade varivel de espcies ocupando este ambiente. Chironomidae e Ceratopogonidae, por exemplo, so em sua grande maioria aquticos; Muscidae e Sarcophagidae, por sua vez, tm uma proporo muito baixa de espcies aquticas (Courtney & Merritt, 2008).

    Como citar: Pinho, L.C. 2008. Diptera. In: Guia on-line: Identificao de larvas de Insetos Aquticos do Estado de So Paulo. Froehlich, C.G. (org.). Disponvel em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline

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    A chave de identificao que segue tenta abranger a identificao das famlias que tenham pelo menos uma espcie ocupando o ambiente aqutico ou semi-aqutico, com ocorrncia confirmada ou esperada para o Brasil. A incluso de Thaumaleidae, por exemplo, segue este ltimo critrio, uma vez que relatada para regies temperadas da Amrica do Sul, sendo razovel a expectativa de que ocorra em regies de altitude do Sul e Sudeste do Brasil. A chave e ilustraes (com exceo das Figuras 6 e 7, modificadas de Byers & Gelhaus (2008)) so modificadas de Courtney & Merritt (2008), a qual se prope identificao da fauna nertica, sendo compatvel para a identificao das famlias que ocorrem na regio neotropical. Os gneros ilustrados, no entanto, no correspondem necessariamente aos que ocorrem no territrio brasileiro. Desta forma, a identificao de gneros pela simples semelhana com as ilustraes no deve ser feita de maneira alguma.

    A identificao segura de larvas hemiceflicas e aceflicas de Diptera (veja seo a seguir sobre morfologia) feita com espcimes clareados, para que possam ser visualizadas as estruturas internas da cpsula ceflica e esqueleto cefalo-faringeano. Para tanto, larvas que sejam observadas estas condies devem ser colocadas em recipiente contendo KOH a 10%. Aps tempo necessrio para dissolver as partes moles (de um dia para o outro em temperatura ambiente ou 2-3 horas em placa aquecedora 38C) as larvas devem passar por um banho rpido (1 minuto) em cido actico 15%, para neutralizar a reao. Feito isto, a larva pode ser passada para o lcool e devidamente identificada em microscpio estereoscpico.

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    Morfologia de Diptera

    A variao morfolgica das larvas em Diptera to grande que no existe um carter que as diferenciem das outras ordens de insetos (Teskey, 1981; Courtney & Merritt, 2008). O nico carter comum a todos os Diptera, a completa ausncia de pernas torcicas, tambm compartilhado com outras ordens, tais como Siphonaptera e alguns Hymenoptera e Coleoptera, mas nenhum destes grupo aqutico.

    A estrutura da cabea das larvas de Diptera abrange desde uma cpsula ceflica completa, esclerosada e exposta, com peas bucais aptas a morder e mastigar, a reduzida em diversos graus, parcial ou totalmente inserida no trax, com peas bucais modificadas para picar e raspar (Teskey, 1981; Guimares & Amorim, 2006). Trs categorias ilustram bem estes padres:

    Larvas euceflicas: Apresentam cpsula ceflica bem desenvolvida e esclerosada, totalmente exposta (com exceo de Tipulidae, que a cabea inserida no trax e algumas vezes reduzida; e de Blephariceridae, que apresenta reduo da regio dorsal da cpsula ceflica), com mandbulas operando num plano horizontal ou oblquo. Estas condies so encontradas na maioria dos dpteros basais, os Nematocera* (Figs. 9, 15, 16, 20-27);

    Larvas hemiceflicas: Apresentam a cabea mais ou menos reduzida e incompleta posteriormente e parcialmente retrada no trax, com mandbulas em forma de foice operando num plano vertical. Tais condies so encontradas principalmente em Brachycera Orthorrhapha (Figs. 29, 31 e 36);

    Larvas aceflicas: Apresentam reduo adicional e retrao quase total da cpsula ceflica no trax, o que, associado ao desenvolvimento de um esqueleto tentofaringeano, produz o chamado esqueleto cefalo-faringeano, condio caracterstica das larvas de Brachycera Cyclorrhapha (Figs. 39, 44 e 50).

    * Nota: Os txons assinalados entre aspas correspondem a grupos no-monofilticos. O mesmo acontece com Orthorrhapha, ou de maneira mais apropriada, os grupos basais na evoluo de Brachycera. Embora prtico, o uso do nome desses grupos no-naturais merece esta ressalva.

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    A forma do corpo das larvas de Diptera muito variada, podendo apresentar desde um corpo fusiforme (e.g., Tabanidae, Dolichopodidae), subcilndrico (e.g., Chironomidae, Empididae), at algumas vezes afilado anteriormente (e.g., Muscidae, Phoridae), at corpos fortemente achatados dorsoventralmente (e.g., Stratiomyidae). Outros, como Culicidae, Chaoboridae e Corethrellidae tm a regio torcica dilatada, enquanto os Simuliidae tm os ltimos do abdmen desta forma (Teskey, 1981). O padro mais comum de segmentao do corpo larvas de Diptera de 12 segmentos reconhecveis, sendo 3 pertencentes ao tagma torcico e 9 ao abdominal, na maioria dos Nematocera. As variaes a esse plano bsico so inmeras. Por exemplo, em Brachycera, freqentemente so reconhecveis apenas 11. Em Blephariceridae, em que o corpo dividido em seis divises, a primeira corresponde a todo o trax e ao primeiro segmento abdominal. Da mesma forma, pseudo-segmentaes tambm ocorrem, como em Psychodidae, no qual cada segmento tem das ou trs subdivises (Teskey, 1981; Courtney & Merritt, 2008). Como dito anteriormente, as larvas de dpteros no apresentam qualquer vestgio de pernas torcicas. A locomoo pode ser feita atravs de falsas-pernas, projees carnosas variadas, comumente portando cerdas ou espinhos, nas regies anterior e posterior da larva (Figs. 15, 16, 19-23) ou atravs de salincias locomotoras, geralmente em maior nmero que as falsas-pernas e presentes nas regies intersegmentais ventrais (Figs. 32, 35, 37, 38 e 50). Estas salincias funcionam como pontos de apoio que, com movimentos peristlticos do corpo, permitem o deslocamento da larva. As mandbulas, em Brachycera, podem auxiliar neste processo, como ponto de ancoragem adicional (Teskey, 1981). Na maioria dos insetos, o nmero de espirculos funcionais ou no de dez pares, dos quais dois so torcicos e oito, abdominais (Guimares & Amorim, 2006). Vrios graus de reduo geraram padres que requerem uma terminologia apropriada (veja esquema a seguir):

    Tipo polipnustico: Quando pelo menos oito pares de espirculos funcionais so presentes. Podem ser holopnusticos, com oito abdominais e dois pares torcicos. A perda do espirculo torcico posterior caracteriza o tipo peripnustico. A perda adicional do espirculo posterior caracteriza o tipo hemipnustico. Nenhuma larva polipnustica encontrada em ambiente aqutico;

    Tipo oligopnustico: Quando um ou dois pares de espirculos funcionais so presentes. So anfipnusticas aquelas larvas que tm o espirculo anterior (localizado no protrax,

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    embora derivado do espirculo mesotorcico) e o posterior. Este tipo encontrado em larvas de Thaumaleidae, Psychodidae e a maioria dos Cyclorrhapha, por exemplo. O tipo propnustico caracterizado pela presena apenas do espirculo anterior (maioria das pupas de Diptera), enquanto o tipo metapnustico, muito comum nas espcies aquticas, caracteriza-se pela presena de espirculos posteriores, somente (encontrado em Culicidae, Dixidae, Tabanidae e Tipulidae, entre outros);

    Tipo apnustico: Ausncia de quaisquer espirculos funcionais. Todas as larvas apnusticas so aquticas, exemplificadas pelas famlias Blephariceridae, Ceratopogonidae, a grande maioria dos Chironomidae, Simuliidae, Athericidae e alguns Empididae, entre outros. Embora sem espirculos, tm traquias bem desenvolvidas e exercem respirao cuticular (Teskey, 1981).

    Esquema geral dos tipos respiratrios em Diptera (modificado de Guimares & Amorim, 2006)

    Holopnustico Peripnustico Hemipnustico Anfipnustico Propnustico Metapnustico Apnustico

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    Chave para as famlias de Diptera aquticos que ocorrem no Brasil (larvas)

    (modificada de Courtney & Merritt, 2008)

    1. Mandbulas se movendo uma contra a outra em um plano oblquo ou horizontal (Figs. 4 e 5). Cpsula ceflica completa e totalmente exposta (exceto retrada e reduzida em Tipulidae) ............... ........................................................................................................................ NEMATOCERA...2

    1. Mandbulas movendo-se paralelamente em um plano vertical (Figs. 31, 39 e 44). Cpsula ceflica variavelmente reduzida na poro posterior; parcial ou quase toda retrada no trax ............ .......................................................................................................................... BRACHYCERA...13

    2(1). Cpsula ceflica parcial ou totalmente retrada no trax (Figs. 1-2), completa (Figs. 3 e 5), embora algumas vezes consistindo apenas em escleritos alongados (Fig. 4). Espirculos posteriores freqentemente rodeados por 1 a 3 pares de lobos variavelmente franjados (Figs. 6 e 7) ................... ............................................................................................................................................. Tipulidae

    Figs. 1-7: Tipulidae. 1. Vista lateral de Prionocera sp.; 2. Vista lateral de Pedicia sp.; 3. Vista dorsal da cpsula ceflica de Prionocera sp.; 4. Vista dorsal da cpsula ceflica de Limnophila sp.; 5. Vista ventral da cpsula ceflica de Dicranota sp.; 6. Vista caudal dos segmentos terminais de Tipula sp.; 7. Vista caudal dos segmentos terminais de Megistocera sp.

    brnquias anais

    lobos espiraculares

    mandbulas

    1

    2

    3 4 5

    6 7

    Como citar: Pinho, L.C. 2008. Diptera. In: Guia on-line: Identificao de larvas de Insetos Aquticos do Estado de So Paulo. Froehlich, C.G. (org.). Disponvel em: http://sites.ffclrp.usp.br/aguadoce/guiaonline

    cpsula ceflica

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    2. Cpsula ceflica completa, totalmente exposta (Figs. 9, 15 e 16). Espirculos posteriores normalmente sem lobos franjados circundantes ................................................................................. 3

    3(2). Cabea no distintamente separada do trax. Corpo dividido em seis divises maiores, a primeira compreendendo a cabea, trax e primeiro segmento abdominal. Cada uma destas divises com um disco suctorial mediano ventralmente ........................................... Blephariceridae

    Fig. 8. Blephariceridae. Vista ventral de Philorus sp.

    3. Constrio evidente separando a cabea do trax (Figs. 9, 11 e 15). Discos suctoriais ausentes (friction pads ventrais presentes em Maruina (Psychodidae, Fig. 25)) ............................................. 4

    4(3). Segmentos torcicos fusionados e indistintamente diferenciados. Trax achatado e mais largo que os segmentos abdominais (Figs. 9 e 11). Segmentos torcicos e abdominais com proeminentes tufos laterais de longas cerdas, e/ou segmento terminal com cerdas dispostas como um leque (Figs. 10 e 11) ..................................................................................................................... 5

    4. Segmentos torcicos individualmente reconhecveis. Trax e abdmen no diferindo muito em largura. Cerdas nos segmentos torcicos e abdominais no em tufo e leque anal de cerdas ausente (Figs. 15 e 16) ..................................................................................................................................... 7

    5(4). Antenas raptoriais, com longas cerdas apicais. Escovas palatais ausentes. Sifo respiratrio ausente ................................................................................................................................................ 6

    5. Antenas no raptoriais, geralmente com cerdas apicais curtas. Conspcuas escovas palatais em cada lado do labro (Fig. 9). Sifo respiratrio (Fig. 10) presente ou ausente....................... Culicidae

    discos suctoriais

    8

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    Figs. 9-10: Culicidae. 9. Vista dorsal da cabea, trax e sete segmentos abdominais de Aedes sp.; 10. Vista lateral dos segmentos terminais de Aedes sp.

    6(5). Insero das antenas prxima margem lateral da cabea (Figs. 12 e 13). Cabea sem fileira transversa de cerdas espiniformes. Segmento terminal com fileira de cerdas em forma de leque (Fig. 11) .......................................................................................................................... Chaoboridae

    Figs. 11-12. Chaoboridae. 11. Vista lateral de Chaoborus sp.; 12. Vista dorsal da cabea de Eucorethra sp.; 13. Vista dorsal da cabea de Sayomyia sp.

    6. Insero das antenas prximas da linha medial. Fileira transversa de cerdas espiniformes presentes em cada lado da cabea. Segmento terminal com um tufo de cerdas longas ventralmente, ao invs de um leque ................................................................................................... Corethrellidae

    escovas palatais sifo

    trax

    9 10

    11

    12 13

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    Fig. 14. Corethrellidae. Vista dorsal da cpsula ceflica de Corethrella sp.

    7(4). Falsas-pernas presentes no primeiro e, freqentemente, segundo segmentos abdominais. Posteriormente, o abdmen porta dois lobos ps-espiraculares achatados com margens setosas, sobre um segmento cnico e dorsalmente esclerosado, no qual se encontram o nus e as papilas anais ......................................................................................................................................... Dixidae

    Fig. 15. Dixidae. Vista dorsolateral de Dixa sp.

    7. Primeiro e segundo segmentos abdominais sem falsas-pernas. Regio terminal sem lobos ps-espiraculares franjados ou segmento anal cnico e dorsalmente esclerosado .................................... 8

    8(7). Protrax com falsas-pernas (Figs. 16-20) ................................................................................. 9

    8. Protrax sem falsas-pernas (Figs. 24-27) .................................................................................... 12

    9(8). Cpsula ceflica com um par de conspcuos leques dobrveis dorsolaterais. Segmentos abdominais 5-8 mais volumosos que os demais. Segmento posterior terminando em um anel de numerosos pequenos ganchos enfileirados ......................................................................... Simuliidae

    falsas-pernas

    14

    15

    fileira de cerdas espiniformes

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    Fig. 16. Simuliidae. Vista lateral de Simulium sp.

    9. Cpsula ceflica sem tais leques. Segmentos abdominais posteriores no inchados. Anel terminal de ganchos ausente ............................................................................................................. 10

    10(9). Sistema respiratrio anfipnustico (Figs. 17-19), sendo que os espirculos anteriores se localizam no pice de hastes curtas ............................................................................. Thaumaleidae

    Figs. 17-19. Thaumaleidae. 17. Espirculo anterior de Thaumalea sp.; 18. Placa espiracular dorsal e lobos associados de Thaumalea sp.; 19. Vista lateral de Thaumalea sp.

    10. Sistema respiratrio apnustico (Figs. 20-23) ........................................................................... 11

    11(10). Segmentos torcicos e abdominais com elevados tubrculos dorsalmente ............................ ................................................................................................................................. Ceratopogonidae

    Fig. 20. Ceratopogonidae. Vista dorsolateral de Atrichopogon sp.

    leque ceflico

    16

    20

    19

    18

    17

    espirculo anterior

    placa espiracular

    anel de ganchos

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    11

    11. Segmentos torcicos e abdominais sem tubrculos elevados dorsais (Figs. 21-23) ..................... ..................................................................................................................................... Chironomidae

    Figs. 21-23. Chironomidae. 21. Vista lateral de Chironomus sp.; 22. Vista lateral de Ablabesmyia sp.; 23. Vista lateral de Pseudosmittia sp.

    12(8). Segmentos torcicos e abdominais secundariamente com 2-3 subdivises, algumas ou todas portando placas esclerosadas dorsais (Fig. 24); Tegumento marrom-acizentado, com numerosas manchas escuras. Sistema respiratrio anfipnustico. Espirculos posteriores no pice de um tubo respiratrio cnico, relativamente curto. Podem ter friction pads (Maruina, Fig. 25) ... Psychodidae

    Figs. 24-25. Psychodidae. 24. Vista lateral de Pericoma sp.; 25. Vista ventral de Maruina sp.

    12. Segmentos torcicos e abdominais sem subdivises, placas esclerosadas dorsais ou friction pads. Tegumento esbranquiado, sem quaisquer caractersticas especiais, exceto poucas cerdas

    21

    22

    23

    25

    placas esclerosadas

    .

    friction pads

    placas esclerosadas

    espirculo anterior

    tubo respiratrio cnico

    24

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    freqentemente presentes no pice do segmento terminal, e s vezes uma falsa-perna anal retrtil (Fig. 26). Larvas apnusticas ................................................................................... Ceratopogonidae

    Figs. 26-27: Ceratopogonidae. 26. Vista lateral de Dasyhelea sp.; 27. Vista lateral de Culicoides sp.

    13(1). Pores esclerosadas da cpsula ceflica expostas externamente. Se muito reduzidas, com finos bastes tentoriais e metaceflicos conspcuos internamente. ........ ORTHORRHAPHA...14

    13. Pores esclerosadas externas da cpsula ceflica ausentes. Cabea reduzida a um esqueleto cefalo-faringeano interno. ........................................................................... CYCLORRHAPHA...18

    14(13). Larva fortemente achatada. Tegumento enrijecido e granulado. Normalmente com distintos ocelos lateralmente ....................................................................................................... Stratiomyidae

    Fig. 28. Stratiomyidae. Vista dorsal de Euparyphus sp.

    14. Larva cilndrica ou levemente achatada. Tegumento no granulado. Sem ocelos conspcuos .....

    .......................................................................................................................................................... 15

    15(14). Falsas-pernas presentes (Figs. 29 e 30) .............................................................................. 16

    15. Falsas-pernas ausentes (Figs. ................................................................................................... 17

    26

    27

    28

    ocelo

    espirculo anterior espirculo

    posterior

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    16(15). Primeiro segmento abdominal com falsa-perna. Tubrculos finos dorsolaterais presentes em todos os segmentos abdominais .................................................................................. Athericidae

    Fig. 29. Athericidae. Vista lateral de Atherix sp.

    16. Primeiro segmento abdominal sem falsa-perna. Tubrculos finos dorsolaterais ausentes ........... ........................................................................................................................................... Empididae

    Figs. 34-35. Empididae. Vista dorsolateral de Hemerodromia sp.

    17(15). Espirculos posteriores abrindo-se em uma barra estigmatal linear vertical (Fig. 34) ou em um espinho retrtil, lateralmente comprimido (Fig. 33). Segmentos abdominais providos de 3-4 pares de salincias locomotoras intersegmentais no estriadas (Fig. 32) ........................... Tabanidae

    Figs. 32-34. Tabanidae. 32. Vista lateral de Tabanus sp.; 33. Sifo respiratrio e espinho de Chrysops sp.; 34. Sifo respiratrio de Tabanus sp.

    barra estigmatal

    espinho retrtil

    32

    33 34

    30

    tubrculos

    salincias locomotoras

    29

    falsas-pernas

    primeiro segmento abdominal

    traves metaceflicas

    31

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    14

    17. Espirculos posteriores, quando presentes, no encontrados em projeo arredondada ou espinho retrtil. Segmentos abdominais providos de salincias locomotoras ventrais estriadas ..... 18

    18(17). Espirculos posteriores situados na base de dois dos quatro lobos situados no ltimo segmento abdominal (Fig. 35). Traves metaceflicas espatuladas posteriormente (Fig. 36) ............... ................................................................................................................................... Dolichopodidae

    Figs. 35-36. Dolichopodidae. 35. Vista dorsolateral de Rhaphium sp.; 36. Vista dorsal do esqueleto ceflico de Rhaphium sp.

    18. Segmento posterior com somente um lobo simples abaixo dos espirculos (Fig. 36). Traves metaceflicas afiladas posteriormente (Fig. 37) ................................................................ Empididae

    Fig. 37. Empididae. Vista lateral de Rhamphomyia sp.

    19(13). Placas espiraculares posteriores fundidas ou muito aproximadas (Fig. 40), normalmente no pice de um tubo respiratrio telescpico (Figs. 38 e 41) ........................................................... 20

    19. Placas espiraculares posteriores sempre distintamente separadas, sejam montadas em um tubo respiratrio telescpico ou no ......................................................................................................... 21

    20(19). Espirculos anteriores com aberturas estigmticas em papilas ramificadas ou, se sssil, disposta na metade apical de uma longa haste espiracular (Figs. 37 e 38). Esqueleto cefalo-faringeano com ganchos bucais bem desenvolvidos (Fig. 39) ........................................... Canacidae

    traves metaceflicas espatuladas

    35 36

    37

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    Figs. 37-40. Canacidae. 37. Espirculo anterior de Canace sp.; 38. Vista lateral de Canace sp.; 39. Vista lateral do esqueleto cefalo-faringeano de Canace sp.; 40. Placas espiraculares posteriores de Canace sp.

    20. Espirculo protorcico, se presente, com aberturas estigmticas prximas ao pice de uma haste simples. Esqueleto cefalo-faringeano sem ganchos bucais ....................................... Syrphidae

    Figs. 41: Syrphidae. Vista lateral de Eristalis sp.

    21(19). Corpo freqentemente achatado dorsoventralmente, portando uma srie de espculas ou tubrculos (Fig. 42). Espirculos posteriores localizados no pice de duas elevaes arredondadas, cada uma portando duas aberturas dispostas longitudinalmente (Fig. 43). .......................... Phoridae

    Figs. 42-43. Phoridae. 42. Vista dorsal de Megaselia sp.; 43. Vista dorsal da placa espiracular de Megaselia sp.

    espirculo anterior

    placa espiracular

    espirculos

    tubo respiratrio

    placas espiraculares

    37 38

    39 40

    41

    42 43 espirculos posteriores

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    21. Corpo freqentemente cilndrico e sem espculas e tubrculos. Espirculos posteriores no dispostos longitudinalmente no pice de elevaes arredondadas ................................................... 22

    22(21). Esqueleto cefalo-faringeano com um arco ventral esclerosado, freqentemente denteado na margem anterior, abaixo da base dos ganchos bucais (Fig. 44). Segmentos do corpo extensivamente cobertos de cerdas curtas e finas. Segmento posterior freqentemente longo e estreito, pice com tubrculos ao redor dos espirculos, os quais so apenas levemente elevados (Fig. 45). .......................................................................................................................... Sciomyzidae

    Figs. 44-45. Sciomyzidae. 44. Vista lateral do esqueleto cefalo-faringeano de Sepedon sp., com vista ventral dos ganchos bucais e arco ventral anteriormente serreado; 45. Vista lateral de Sepedon sp.

    22. Esqueleto cefalo-faringeano sem arco ventral. Se os segmentos do corpo forem extensivamente cobertos com cerdas finas e curtas, ento presente um sifo respiratrio, ou cada espirculo localiza-se em uma projeo tubular curta do segmento posterior (Fig. 50). ................. 22

    23(22). Espirculos posteriores localizados em uma profunda e larga cavidade espiracular (Figs. 46 e 47). ....................................................................................................................... Sarcophagidae

    Figs. 46-47. Sarcophagidae. 46. Vista lateral de Fletcherimyia sp.; 47. Espirculos posteriores de Fletcherimyia sp.

    arco ventral

    espirculos posteriores

    44

    45

    46 47

    cavidade espiracular

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    17

    23 Espirculos posteriores bem expostos, no localizados em uma profunda e larga cavidade espiracular ......................................................................................................................................... 24

    24(23). Segmento terminal estreitando-se at poro distal, onde algumas vezes um tubo respiratrio retrtil presente (Figs. 48 e 49). Tegumento dos segmentos abdominais posteriores cobertos com cerdas ou pequenos espinhos, ou com tubrculos com cerdas em alguns segmentos ....

    .......................................................................................................................................... Ephydridae

    Figs. 48-49. Ephydridae. 48. Vista lateral de Notiphila sp.; 49. Vista lateral de Ephydra sp.

    24. Segmento terminal truncado e/ou tegumento com cerdas somente nas reas intersegmentais. Tubrculos, se presentes, restritos ao segmento terminal (Fig. 50) .................................................. 25

    25(24). Segmento terminal somente com os tubrculos que portam os espirculos (Fig. 50). Espirculos anteriores, se presentes, em formato de leque e normalmente com menos de 10 papilas . ............................................................................................................................................ Muscidae

    Fig. 50. Muscidae. Vista lateral de Limnophora sp.

    48

    49

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    25. Segmento terminal freqentemente com muitos pares de tubrculos ao redor dos espirculos. Espirculos anteriores com muitas papilas arranjadas em um leque bi-ramificado (Fig. 51). ............. ................................................................................................................................... Scathophagidae

    Fig. 51. Scathophagidae. Espirculo anterior bi-ramificado

    51

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    Referncias

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    Courtney, G.W. & Merritt, R.W. 2008. Captulo 22. Aquatic Diptera. Part one. Larvae of aquatic Diptera, pp. 687-722. In R.W. Merritt, K.W. Cummins & M.B. Berg (eds.). An Introduction to the Aquatic Insects of North America. 4a edio. Kendall/Hunt Publishing Co. Dubuque, Iowa. 1158 p.

    Guimares, J.H. & Amorim, D.S. 2006. Captulo 14. Diptera. pp. 147-160. In: C. Costa, S. Ide & C.E. Simonka (eds.). Insetos Imaturos Metamorfose e Identificao. Holos Editora. Ribeiro Preto, SP. 249 p.

    Merritt, R.W. & Webb, D.W. 2008. Captulo 22. Aquatic Diptera. Part two. Pupae and adults of aquatic Diptera, pp. 723-771. In: R.W. Merritt, K.W. Cummins & M.B. Berg (eds.). An Introduction to the Aquatic Insects of North America. 4a edio. Kendall/Hunt Publishing Co. Dubuque, Iowa. 1158 p.

    Teskey, H.J. 1981. Captulo 3. Morphology and terminology Larvae, pp.65-68. In: J.F. McAlpine, B.V. Peterson, G.E. Shewell, H.J. Teskey, J.R. Vocheroth & D.M. Wood (coords.). Manual of Nearctic Diptera, Vol. 1. Res. Branch, Agric. Can. Monogr. 27, Ottawa. 674 p.

    Thompson, F.C. (ed.). 2006. Biosystematic Database of World Diptera. Version 7.5, http://www.sel.barc.usda.gov/Diptera//biosys.htm. Acessado em 02 de abril de 2008.

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    Sites interessantes

    EDIT Diptera: http://www.diptera.myspecies.info/

    The Diptera Site - Information about the World's flies:

    http://www.sel.barc.usda.gov/Diptera/diptera.htm

    Diptera.info: http://www.diptera.info/news.php

    World Diptera Systematists Home Page: http://hbs.bishopmuseum.org/dipterists/

    Diretrio de Dipterlogos da Amrica do Sul: http://zoo.bio.ufpr.br/diptera/south/sadiptera1.htm

    Tree of Life Web Project - Diptera: http://tolweb.org/Diptera

    CSIRO Anatomical Atlas of Flies: http://www.ento.csiro.au/biology/fly/flyGlossary.html